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PROPOSIÇÃO DE UM SOFTWARE APLICADO AO ENSINO DE HISTOLOGIA À
DISTÂNCIA
Karoliny Amanda Rosa1; Dr. Igor Dias Medeiros (orientador) 2, 3
Introdução:
As atuais propostas inovadoras de educação continuada preconizam a utilização de
estratégias de ensino que promovam a integração dos conhecimentos de diferentes áreas para
resolução de problemas e tomada de decisões, mediante análise, avaliação e síntese (Silva et
al, 2010). Entre estas estratégias, grande destaque tem sido dado aos ambientes virtuais de
aprendizagem (AVA), seja como complementares à aula presencial seja como sustentáculo da
formação profissional em si. Os AVAs oferecem espaços virtuais ideais para que os alunos
possam se reunir, compartilhar, colaborar e aprender juntos (Paiva, 2010), possibilitando a
utilização de softwares que podem ser usados como apoio ao trabalho docente enriquecendo
sua prática pedagógica e proporcionando momentos de motivação e grande interesse dos
alunos (Fialho & Mattos, 2010).
Diversas universidades têm buscado nas Tecnologias da Informação e da
Comunicação soluções que possibilitem aos alunos maior aproveitamento do tempo de
contato com o estudo da Histologia, muitas vezes como alternativa à gradativa redução da
carga horária e dos recursos disponíveis para montagem e manutenção de laboratórios de
microscopia ótica e com o intuito de melhorar a qualidade do ensino (Santarosa & Struchiner,
2010). Entretanto, devido à natureza do campo de conhecimento, o ensino de ciências da
saúde enfrenta problemas educativos específicos relacionados à necessidade de superação dos
modelos tradicionais, que priorizam a transmissão de conteúdos aos alunos de forma acrítica,
sem evidenciar as dúvidas ou contradições que contribuem para o avanço do conhecimento
científico (Delizoicov et al., 2002).
Com base no exposto acima o presente trabalho teve o objetivo de analisar softwares
disponíveis para a análise de imagens histológicas em AVAs de modo a propor um modelo de
software mais adequado a essa atividade.
Palavras-chave: ambientes virtuais de aprendizagem; histologia; educação à distância.
Métodos:
Inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico sobre os principais softwares
educacionais e de análise de imagens disponíveis no mercado. Para tal foram consultadas as
bases de dados “Bireme” e “Scielo”, além do site de busca na internet “Google”, utilizando-se
as palavras-chave “softwares educativos”, “ensino à distância”, “ambientes virtuais de
aprendizagem” e “atlas de histologia”, em um período de busca entre 1990 e 2012. Entre os
softwares encontrados para análise foram incluídos nas etapas subseqüentes da pesquisa
apenas os softwares livres e aqueles que apresentavam uma cópia para avaliação.
Em uma segunda etapa cada software selecionado foi avaliado quanto às vantagens e
limitações para o ensino de Histologia. Para tal serão consideradas vantagens a possibilidade
de se trabalhar com diferentes formatos de arquivos de imagens; a possibilidade de se simular
Acadêmica de Fisioterapia, campus Pedra Branca – UNISUL, Bolsista PIBITI/CNPq
Núcleo de Pesquisa em Biologia Celular e Molecular – UNISUL.
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Instituto do Mar, UNIFESP. [email protected]
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no software os aumentos disponíveis no microscópio óptico, através da ferramenta zoom; a
possibilidade de se deslocar a imagem histológica nos sentidos lateral e antero-posterior,
similar ao Charriot do microscópio óptico; e a possibilidade de se destacar nas imagens
estruturas previamente selecionadas pelo professor e a serem identificadas pelo estudante.
Como desvantagens foram consideradas o tamanho do programa para instalação e uso em
computadores com menor capacidade (quanto menor a quantidade de bytes mais vantajoso é o
programa); capacidade de interação com outros ambientes virtuais de aprendizagem;
possibilidade de utilização como software livre (esta opção será considerada visto que serão
incluídos na pesquisa também os softwares com Trial version).
Por fim, a partir do diagnóstico efetuado foram listados os requisitos desejáveis para o
desenvolvimento de um software adequado ao estudo das imagens histológicas, bem como as
limitações dos softwares disponíveis no mercado atualmente e que apresentariam a
possibilidade de utilização neste tipo de estudo.
Resultados e Discussão:
Santarosa & Struchiner (2010) declaram que embora existam inúmeros sistemas de
apoio ao ensino de Histologia baseados em computador, mesmo os alunos que têm
computadores em suas residências e navegam na internet com freqüência não utilizam tais
sistemas. Além disso, esses sistemas em geral apresentam sérios problemas de usabilidade e
nem sempre têm estrutura de conteúdo e navegação adequadas às necessidades dos alunos.
A partir do levantamento nas bases de dados e site de busca foram selecionados cinco
softwares para análise de lâminas histológicas no computador, cujas características podem ser
observadas na Tabela 1. Os dados da tabela 1 mostram que três softwares apresentam o
mesmo número de vantagens e desvantagens (Virtual Slidebox, Anatomy A215 e Medical
Histology), embora o Virtual Slidebox não funcione com versões atuais do aplicativo Java, o
que dificulta sobremaneira sua utilização pelos estudantes, que normalmente dispõe de
versões mais recentes do referido aplicativo. O aplicativo Java permite a interface entre
softwares programados em linguagem Java e computadores com diferentes sistemas
operacionais (Windows, Linux, Mac, etc).
Para atender as peculiaridades de cada instituição de ensino, são desenvolvidas muitas
ferramentas que auxiliam no ensino a distância, como por exemplo, Teleduc, LabSQL,
AulaNet, entre outros, e cada vez surgem ambiente educacionais com funcionalidade cada vez
mais modernas. Nesse contexto, os sistemas legados tornam-se obsoletos rapidamente, muitas
vezes desconsiderando todo o investimento, seja com pesquisa ou licença empregado na sua
adoção (Sizo et al, 2010). A necessidade de versões anteriores a 5.0 do aplicativo Java para a
plataforma Virtual Slidebox (Tab. 1) inviabiliza sua utilização em computadores dotados de
softwares atuais, o que ressalta a necessidade de constante atualização dos softwares
educacionais que precisam de interfaces para funcionar corretamente.
Tabela 1: softwares para análise de lâminas histológicas e suas vantagens e limitações.
Virtual Microcope
Ferramentas – zoom
Ferramentas –
deslocamentos
Destaque de
estruturas
Utilização
como software livre
Interação com outros
AVA
and Virtual
Microscopy
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NÃO
SIM
SIM
SIM
SIM
NÃO
OPCIONAL
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
Java
Java
OPCIONAL *
SIM
(Plug-in disponível
Java Vers.
para o navegador)
< 5**
135 MB
PLUG-IN 7,9 MB
---
---
---
NÃO
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
(Trial version)
internet
Virtual Microscope
Medical Histoloy
SIM
download
Necessidade de
Anatomy A215
SIM
SIM
programa
Virtual Slibebox
SIM
Necessidade de
Tamanho do
Web Microscope
Os três softwares analisados que apresentam maior número de vantagens necessitam
de conexão com a internet para funcionar, ao contrário do software Virtual Microscope que
não precisa de internet, mas requer que o usuário faça o download do programa em sua
máquina, fato que por um lado requer memória disponível por parte do usuário, mas que em
contraponto elimina a necessidade de conexão com a rede. Esse software não apresenta a
possibilidade de destaque de estruturas específicas na imagem histológica, o que é um ponto
negativo visto que essa ferramenta permite um incremento do ensino ao salientar estruturas
responsáveis por processos importantes do referido tecido histológico.
Conclusões:
Com base nos resultados obtidos sugere-se a construção de um software que apresente
interface com a internet (pois elimina necessidade de download), seja escrito em linguagem
Java sem restrição da versão, possa ser utilizado como software livre e mantenha as
ferramentas de aumento e deslocamento lateral e antero-posterior da imagem, bem como a
possibilidade de se destacar estruturas específicas nas imagens analisadas.
Referências:
DELIZOICOV, D. et al. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, v. 19, n. esp., p. 52-69, 2002.
FIALHO, N.N.; MATOS, E.L.M. Educ. rev. no.spe 2 Curitiba 2010
PAIVA, V.M. Educação em Revista, 266 (3) 353-370. 2010.
SANTAROSA, J.G.; STRUCHINER, M. Revista Brasileira de Educação Médica. 35 (2) 289-298. 2011.
SILVA, L.M.G; GUTIÉRREZ, M.G.R.; DOMENICO, E.B.L. Acta paul. enferm. 23 (5) São
Paulo Sept./Oct. 2010
SIZO, A.M.; LINO, A.D.P.; FAVERO, E.L. Revista Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informação. 6: 17-30.
2010.
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