GEOGRAFIA ESCOLAR E O LÚDICO: ALGUMAS APROXIMAÇÕES NO ENSINO FUNDAMENTAL II Aluno: Jhonata da Silva de Jesus – Matricula: 005805/06. Professor (Orientador/Preponente): Daniel Luiz Poio Roberti – Matricula Siape:1708703. Local: Colégio Universitário Geraldo Reis – COLUNI - UFF / Comunidades no entorno do Colégio Universitário. Palavras chave: Lúdico, Geografia e ensino. PROJETO DE PESQUISA PIBIC/CNPq Resumo: A pesquisa visa à construção de materiais lúdico-pedagógicos que servirão para complementar o ensino de Geografia do Colégio Universitário Geraldo Reis/Coluni-UFF. As atividades foram pensadas para o grupo de alunos do ensino fundamental II, mas nada impedirá que elas sejam dinamizadas em outras realidades educativas. Entendemos como materiais lúdico-pedagógicos aqueles que instrumentalizam o processo de ensinoaprendizagem para além da sala de aula, integrando uma educação não-formal a uma formal. Pensamos que as aulas de Geografia do ensino básico formal apresentam uma estrutura rígida que limita a transposição do conhecimento/vivência dos alunos diante das potencialidades das Ciências Exatas e da Terra. Acreditamos que, ao relacionar o lúdico à Geografia, o alunobolsista terá a possibilidade de mediar os conhecimentos didáticos geográficos com o seu cotidiano. Uma das atividades que o bolsista construirá com a ajuda do orientador será cartografar o pátio, as salas de aula e a quadra poliesportiva do Coluni. Este trabalho envolverá os conhecimentos básicos dos pontos cardeais que servirão para georreferenciar o nosso espaço escolar. Esta atividade tem o objetivo de proporcionar a aprendizagem dos pontos cardeais de uma forma lúdica, promovendo o mapeamento da nossa escola. 1) Introdução e Justificativas O ensino de Geografia até bem pouco tempo apresentava um caráter meramente descritivo e propositalmente alienante (Cavalcanti, 1998). Durante muito tempo, decorar a margem direita do Rio Amazonas fazia parte da prática educativa das aulas de Geografia. Este tipo de pensamento conduziu a ciência a certo descompromisso com a realidade dos atores partícipes do processo educativo (docentes e discentes). As características da bacia hidrográfica do rio Amazonas não deixaram de fazer parte do conteúdo curricular da Geografia em sua relevância, mas decorá-la de forma descontextualizada dificulta o questionamento do discente, no que se refere a seu papel enquanto cidadão propositivo e atuante no mundo (MEC,1998). O modelo de Geografia escolar que visa a romper as práticas descritivas formais do ensino de seu conteúdo deve enfatizar “a dinamicidade, a flexibilidade, a diversificação, as diferentes leituras de um mesmo fenômeno e as diversas formas de expressão, o debate e a construção de uma perspectiva crítica plural” (Candau, 2000, p.14). Uma das formas de ensinar os conteúdos geográficos de uma maneira crítica, significativa e interativa ao educando é utilizar gincanas e jogos. Nessa perspectiva, nossa escola é formada por um público infanto-juvenil em que a brincadeira faz parte do dia a dia dos alunos. O Colégio e as brincadeiras das crianças não podem ser constituídos de duas dimensões completamente incongruentes e estanques. O processo de ensino-aprendizagem das aulas de Geografia se tornará mais informal (Candau, 2000), a partir do desenvolvimento de jogos e gincanas que envolvam o seu conteúdo. Deve-se deixar bem claro que não é qualquer brincadeira ou jogo que poderá ser trabalhado no espaço escolar. O lúdico educativo será aquele resgatado do pátio da escola ou da brincadeira de rua, apenas se apresentar uma proposta pedagógica com vistas à aprendizagem do educando. Pretendemos que o aluno-bolsista desenvolva 3 (três) atividades que integrarão o lúdico a determinados conceitos da Geografia. A primeira atividade do bolsista será mapear todo o espaço escolar. O pátio, o prédio das salas de aula e a quadra serão cartografados e orientados, espacialmente, através dos pontos cardeais (Mastrangelo, 2001). A segunda atividade do bolsista será desenvolver uma gincana, a partir de algumas perguntas e respostas relacionadas à temática do meio ambiente (Gonçalves, 2006). Estas perguntas ficarão escondidas dentro de sacos plásticos, dispostos em pontos eqüidistantes do pátio. Cada grupo de alunos sairá do mesmo ponto para determinados sacos. Se eles responderem às perguntas corretamente, serão orientados para acharem outro saco com novas perguntas, através dos pontos cardeais. O grupo de alunos que errar as repostas receberá as coordenadas geográficas para os sacos errados, dificultando o término da gincana. A terceira atividade do bolsista será construir um modelo que represente o movimento de translação da Terra (Coelho & Terra, 2003). Ele precisará de 2 (duas) bolas de isopor pintadas, uma representando o Sol e a outra a Lua, mais um pequeno ventilador. No meio do ventilador, será fixada a bola que representa o Sol e, em uma das hélices, ficará presa a bola que representa a Terra. Quando ligar o ventilador, a bola da Terra ficará circulando ao redor da bola do Sol. 2) Objetivos As atividades propostas foram pensadas para além do livro didático de Geografia. Elas complementariam o estudo do meio ambiente, pontos cardeais e os movimentos da Terra. Contribuiriam para a construção de um acervo pedagógico geográfico que seria cedido ao Coluni. A construção do mapa escolar visa à aprendizagem dos principais elementos da alfabetização cartográfica (Almeida, 2008) pelo bolsista. Este material servirá ainda para auxiliar o processo de construção da visão horizontal, escala, legenda e pontos cardeais (Almeida, 2006) para os alunos do fundamental II. O desenvolvimento da “gincana ambiental” facilitará a compreensão de questões relacionadas ao meio ambiente, porque o bolsista terá que propor as perguntas para a formação desta atividade. O bolsista deixará como legado à escola um trabalho que poderá ser replicado/dinamizado em outros anos letivos, com vistas ao ensino do desenvolvimento ambiental. A construção do suporte Sol/Terra facilitará a compreensão do movimento de translação da Terra, a definição de equinócios e solstícios e a formação das estações do ano pelo aluno-bolsista. Este protótipo de um dos movimentos da Terra poderá ser usado como material didático das aulas de Geografia e Ciências do 6° ano do ensino fundamental II. 3) Metodologia e forma de análise dos resultados A primeira etapa do trabalho será composta de uma pesquisa bibliográfica para a compreensão dos elementos da alfabetização cartográfica, pontos cardeais, desenvolvimento ambiental e movimentos da Terra. O aluno-bolsista selecionará os principais dados teóricos da pesquisa realizada para aplicá-los no desenvolvimento das 3 (três) atividades. O bolsista precisará conhecer conceitualmente o que é visão horizontal e vertical; escala pequena ou grande e a importância dos pontos cardeais, como ferramenta de auxílio no processo de orientação espacial para cartografar o espaço escolar (Coelho & Terra, 2003). O bolsista precisará entender as relações entre o homem e a natureza no processo de construção do meio ambiente para propor questões da gincana ambiental. O aluno-bolsista precisará compreender a dinâmica do movimento de translação da Terra e as suas implicações para desenvolver o suporte Sol/Terra. Os resultados serão auferidos e discutidos, a partir da aplicação dos conhecimentos conceituais selecionados no processo de elaboração das atividades descritas. 4) Plano de trabalho do bolsista e cronograma de atividades O trabalho será realizado em três dias seguidos da semana (quarta, quinta e sexta), após o horário de aula do Coluni nos próximos 6 meses. Atividade/Meses 1 2 3 Levantamento bibliográfico X X X X X Coleta de Dados Tabulação de Dados Análise de Resultado 4 5 6 X X X X X 7 8 9 10 X X X X X X X X X X X X X X X X X X Discussão/Conclusão Relatório final X 11 12 X X 5) Referências bibliográficas Almeida, R. D. (2006). Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. São Paulo: Contexto. Candau, V. M. (org.). (2000). Reinventar a escola. Petrópolis: Vozes. Cavalcanti, L. S. (1998). Geografia, escola e construção de conhecimentos. Papirus: Campinas. Coelho, M.,A. & Terra. L. (2003). Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Moderna. Gonçalves, C., W. (2006). A globalização da natureza e a natureza da globalização. São Paulo: Civilização brasileira. Mastrangelo, A., M. (2001). A construção coletiva do croqui geográfico em sala de aula. Programa de mestrado da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Geografia, Universidade de São Paulo. Ministério da Educação e Cultura (1998). Paramêtros Curricualares Nacionais para o ensino Fundamental. Brasília: Autor.