A ATUAÇÃO SOCIAL DAS RAINHAS EGÍPCIAS - PUC-Rio

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Departamento de História
A ATUAÇÃO SOCIAL DAS RAINHAS EGÍPCIAS HATSHEPSUT E
NEFERTITI (DÉCIMA OITAVA DINASTIA; 1550 a.e.c. – 1295 a.e.c.), E
SUA RELAÇÃO COM OS MITOS EGÍPCIOS
Aluno: Catharina Igrejas Lopes Martins Costa
Orientador: Giselle Marques Camara
Introdução
Para compreender a importância desta figura feminina (a rainha) no Egito Antigo, faz-se
necessário estudar a visão de mundo que norteava esta sociedade, pois é a partir dela que se
formaram as estruturas sociopolíticas que moldaram tal época.
Objetivo
A presente pesquisa apresenta como objetivo central estabelecer uma relação entre o
modo pelo qual as faranis (rainhas) egípcias são representadas nos mitos egípcios, e o modo
de atuação político-militar e social das destacadas rainhas, Hatshepsut e Nefertiti.
Metodologia
Em primeiro lugar, foi realizado o levantamento de fontes primárias que se dividem em
duas naturezas: aquelas que abordam os mitos relacionados às rainhas, e as fontes
relacionadas às histórias das faranis estudadas (crônicas reais, iconografia de templos e
tumbas, por exemplo). Esse material foi extraído de sites e de livros do acervo particular da
aluna e de sua orientadora. Em segundo lugar, o levantamento bibliográfico sobre a temática
tratada. A finalização consiste em redigir o texto final da pesquisa, cujo resultado parcial já
foi entregue ao professor Maurício Parada.
Os papeis da rainha egípcia podem por vezes passar desapercebidos pois nem sempre
são considerados de grande importância, em comparação com os do Faraó. Todavia, veremos
que é possível ver grandes atos destas. A Décima Oitava Dinastia (1550 a.C. – 1295 a.C.)
pertence ao período cronológico denominado por egiptólogos de Reino Novo (1550 a.C. –
1070 a.C.) e ficou marcado por duas grandes mulheres, que possuíram o mais alto cargo que
uma mulher podia ter: eram rainhas. Elas eram Hatshepsut e Nefertiti. Em Christian Jacq [1]
podemos ver que a primeira conseguiu obter o cargo raro de Rainha-Faraó, ou seja, cumpria
os papeis sociais e políticos de Rainha como de Faraó, e que a segunda foi a única rainha que
aparenta ter conseguido reinar como igual de seu esposo, o Faraó Akhenaton. Graças à obra
de Joyce Tyldesley [2] vários detalhes culturais que rodeavam a mulher egípcia de todas as
classes serão explicados, tal como o fato de haver desentendimentos acerca do incesto por
causa do termo ‘irmã’. Este tema também é mencionado por Robins [5] por ser algo um tanto
contraditório uma vez que o termo igualmente possui um aspecto privado. Esta egiptóloga
também menciona uma teoria – que ainda está presente em debates – por ela denominada de
‘teoria da herdeira’ onde o poder real seria transmitido pela rainha. Esta teoria justificaria o
incesto nas famílias reais. Esta teoria também é discutida por Silke Roth [6], um egiptólogo
Americano.
Vale ressaltar igualmente que a rainha tinha certas obrigações “religiosas” pois naquela
época não havia separação entre o profano e o sagrado. Aliás, a rainha era a representação
material da deusa Ísis e junto com seu esposo tinha a obrigação de reproduzir ritos que
manteriam a deusa Maat, deusa de certos ideais fundadores da civilização egípcia: Ordem e
Justiça [4]. No caso de Hatshepsut, ela tinha a obrigação de efetuar ritos tanto femininos
quanto masculinos, já que ela era um Faraó feminino.
Departamento de História
Conclusão
Esta pesquisa ainda não está concluída, porém é possível afirmar que estas duas rainhas
egípcias comprovaram a presença essencial da mulher em todos os aspectos da vida egípcia.
Elas, desta forma, cumpriram um dos papeis mais importantes de sua cultura: o seguimento
do governo dos deuses. Os Casais Reais, como tinham a obrigação de reinarem sobre as terras
do Alto e do Baixo Egito tal como os deuses fizeram, comprovaram que muitas vezes a rainha
era tão importante – ou talvez até mais – do que os próprios Faraós pois eram elas quem
mantinham a ordem no cosmos, ordem que era a seguir refletida sob as terras banhadas pelo
Nilo. Hatshepsut e Nefertiti, como é visto neste trabalho, foram rainhas cujas atuações sociais,
políticas e religiosas não tiveram precedentes.
Referências
[1] CAMARA, Giselle Marques. Maat: O Princípio Ordenador do Cosmos Egípcio. Rio de
Janeiro: Revista Atualidade Teológica (PUC-RJ), ano XI, número 26, maio/agosto de 2007
[2] JACQ, Christian. As Egípcias, Retratos de Mulheres do Egito Faraônico. 4ª ed. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2000
[3] ROBINS, Gay. “The God’s Wife of Amun in the 18th dynasty in Egypt”, IN: CAMERON
A., KUHRT A. (eds) Images of Women in Antiquity, Londres, 1983, p. 65-78
[4] ROTH, Silke. Queens. Disponível em <http://scholarship.org/uc/item/3416c82m>
Publicado em 07.03.2009
[5] TYLDESLEY, Joyce. Daughters of Isis, Women of Ancient Egypt. 2ª ed. New York:
Penguin Books, 1995
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