Oficinas Descobrir Gil Vicente

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Oficinas Descobrir Gil Vicente
Apresentação Pública de Exercícios
Salão + ou – Nobre
28 Abril 2007
sáb 16:00
direcção
Nuno Veiga
interpretação
Ana Faria
Ana Torres
André Rodrigues
Carolina Serrano
Emanuel de Sousa
Joana Rodrigues
Maria João Pacheco
Martim Duarte Portal
Sónia Silva
Verónica Silva
coordenação
Luísa Portal
Rosalina Babo
direcção técnica
Carlos Miguel Chaves
adjunto de direcção técnica
Rui Simão
direcção de cena
Ricardo Silva
operação de luz
Abílio Vinhas
operação de som
Marco Jerónimo
operação de vídeo
Fernando Costa
produção
TNSJ
apoios
Água Vitalis
Jorge Lima Cabeleireiros
Fnac
agradecimentos
Câmara Municipal do Porto
Polícia de Segurança Pública
O actor, encenador, pedagogo e especialista vicentino Osório Mateus
afirmava que “o trabalho filológico [sobre Gil Vicente] não cabe todo
no gesto dos olhos que lêem ou das mãos que escrevem e precisa de
bocas que falem”. E acrescentava que a mais produtiva das leituras é “a
profissão directa por corpos vivos”. Iniciadas nos primeiros dias do ano,
as Oficinas Descobrir Gil Vicente – três workshops destinados a jovens
estudantes e professores – proporcionaram uma abordagem à obra do
dramaturgo português, privilegiando precisamente a utilização do corpo,
da voz, do espaço e da criatividade como ferramentas de exploração
do universo vicentino. Dirigidas pelo actor Nuno Veiga, as Oficinas
culminam agora na apresentação pública de exercícios cénicos realizados
e interpretados pelos seus participantes.
Auto da Barca do Inferno
Um exercício
As Oficinas Descobrir Gil Vicente tiveram como objectivo principal explorar a obra de Gil Vicente no seu espaço privilegiado: o teatro. O texto dramático, na sua riqueza literária e artística,
encontra, com efeito, concretização plena no pôr-em-vida que preenche o palco de espaços e
tempos, de corpos e sons e movimentos. Entre um e outro, processos de mediação, instrumentos
de leitura e análise, aprendizagens e aberturas de perspectiva, exercícios e disponibilidades com
que o espectáculo plenamente se concretiza.
Este exercício, em cuja construção todos os participantes da Oficina estiveram envolvidos,
teve como desígnio a análise dramatúrgica do Auto da Barca do Inferno, uma análise profundamente enraizada na experimentação prática e na experiência do quotidiano. Encontraram-se,
por essa via, ecos das figuras vicentinas na actualidade, aproximando vertiginosamente o teatro
de outras artes e da vida. Por exemplo, extraiu-se o Onzeneiro dos filmes de Tarantino; suspeitaram-se novos vícios para o Frade; o Fidalgo passou pelas capas de revistas “cor-de-rosa”; o Enforcado viu-se à procura do Paraíso com os homens-bomba; o Parvo descobriu-se nos marginais que
deambulam na rua…
O resultado (um resultado) é o que este exercício final apresenta, assente na construção das
personagens a partir do choque entre o texto vicentino e os olhares dos participantes. Um exercício que é, sobretudo, ocasião de partilha e confronto de perspectivas, de que o teatro também se
faz. • Nuno Veiga
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