OCORRÊNCIA DE Trigona spinipes (FABR., 1793) (HYMENOPTERA: APIDAE, MELIPONINAE) EM RESPOSTA À FATORES CLIMÁTICOS E DOSES DE NITROGÊNIO E POTÁSSIO EM DUAS CULTIVARES DE BATATEIRA EDSON HENRIQUE DE AZEREDO1 EDUARDO LIMA 2 PAULO CESAR RODRIGUES CASSINO3 1- Pró-Reitoria de Extensão. Colégio Agrícola Nilo Peçanha. Universidade Federal Fluminense, 27197-000, Pinheiral, RJ. E-mail: [email protected]; 2- Departamento de Solos, Instituto de Agronomia,Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 23890-000, Seropédica, RJ. 3- Departamento de Entomologia e Fitopatologia. Centro Integrado de Manejo de Pragas “Cincinnato Rory Gonçalves”. Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 23890-000, Seropédica, RJ; RESUMO: AZEREDO, E. H. de; LIMA, E.; CASSINO, P. C. R. Ocorrência de Trigona spinipes (Fabr., 1793) (Hymenoptera: Apidae, M eliponinae) em resposta à fatores meteorológicos e doses de nitrogênio e potássio em duas cultivares de batateira. Revista Universidade Rural: Série Ciências da Vida, Seropédica, RJ: EDUR, v.26, n.1, p.11-23, jan-jun, 2006. O trabalho objetivou determinar a influência de fatores meteorológicos, níveis de nitrogênio e potássio e genótipos sobre a ocorrência de Trigona spinipes (Fabricius, 1793), na cultura da batateira. As amostras foram obtidas em 169 plantas, avaliando-se a presença-ausência da abelha nos ramos e haste, no período entre 06/05 a 02/08/1996. Foi avaliado o efeito de aminoácidos livres e açúcar solúvel diante da distribuição de T. spinipes nessas plantas, bem como o número por haste. Foram encontradas 66 abelhas nas plantas de batata, sendo 23 (34,85%) na cv. Achat e 43 (65,15%) na cv. Monalisa. No entanto, 45 abelhas apresentaram picos de ocorrência na primeira e quarta semanas de maio e, na segunda semana de junho, com 19,7; 30,3 e 19,7%, respectivamente. As temperaturas máximas e mínimas e umidade relativa, de 23,5ºC, 10,7ºC e 79,4%, respectivamente, foram os fatores meteorológicos que mais tiveram efeitos, neste trabalho, sobre a ocorrência de T. spinipes; enquanto que a precipitação pluviométrica e insolação não apresentaram efeitos significativos sobre o comportamento da abelha nas duas cultivares. Os resultados obtidos mostraram ser a cv. Monalisa mais suscetível ao ataque de T. spinipes. A maior concentração de açúcares solúveis foi observada na cv. Monalisa, cujo valor mostrou diferença significativa em relação a outra cultivar. Possivelmente, houve efeito desse carboidrato, como fator indutivo à T. spinipes. Entretanto, são necessários outros estudos sobre a dinâmica populacional, níveis econômicos de danos e outros parâmetros relacionados ao comportamento de T. spinipes na batateira. Palavras chave: Solanum tuberosum L., abelha irapuá, macronutrientes. ABSTRACT: AZEREDO, E. H. de; LIMA, E.; CASSINO, P. C. R. Occurrence of Trigona spinipes (Fabricius, 1793) (Hymenoptera: Apidae, Meliponinae) in response to meteorological factors and nitrogen and potassium dosages in two potato cultivars. Revista Universidade Rural: Série Ciências da Vida, Seropédica, RJ: EDUR, v.26, n.1, p.11-23, jan-jun, 2006. This research aimed to determine the influence of meteorological factors, nitrogen and potassium levels and genotypes on the occurrence of the Trigona spinipes (Fabricius, 1793), in the potato crop. Samples were obtained from 169 plants, evaluating the presence or absence of the bee on branches and stem, from May 5th to August 2nd of 1996. Later on it was evaluated the effect of amino acids and soluble sugar levels against the distribution of T. spinipes on potato plants, as well as their number in the stems. There were found 66 stingless meliponini bees in the potato plants, being 23 (34.85%) in the Achat cultivar and 43 (65.15%) in the Monalisa cultivar. However, 45 bees presented peaks of occurrence, in the first and fourth weeks of May, and in the second week of June, with 19.7; 30.3 and 19.7%, respectively. The maximum and minimum temperature and the relative humidity, of 23.5ºC, 10.7ºC, and 79.4%, respectively, were the meteorological factors that had more effect, in this study, on the occurrence of T. spinipes; while the rainfall and sun intensity did not present significant effect upon the bee behavior in the two potato cultivars. The results indicated that Monalisa cultivar was more susceptible to the T. spinipes attack. The highest concentration of soluble sugar was observed in the Monalisa cultivar, whose value showed significant difference in relation to the other cultivar. It is possible that there was an effect of this carbohydrate, as an inductive factor of the T. spinipes specie. However, other studies are necessary about the population dynamics, economic injury levels, and other parameters related to the T. spinipes behavior in potato crop. Key words: Solanum tuberosum L., stingless meliponini bee; macronutrients. Rev. Univ. Rural, Sér. da Vida, RJ, EDUR. v. 26, n. 1, jan-jul, p. 10-23, 2006. 12 Ocorrência de Trigona spinipes ... INTRODUÇÃO O gênero Trigona é pertencente à Família Apidae, Subfamília Meliponinae e Tribo Melioponini. Trigona spinipes, (FABRICIUS, 1793) denominada popularmente irapuá, arapuá ou abelha cachorro, constrói seus ninhos em árv ores e cupinzeiros abandonados (GALLO et al., 2002). Os ninhos de Meliponini são construídos de partículas v egetais e resinas, constituídos de uma câmara ou de uma região de crias, com células, em favos ou cachos, e potes de armazenagem de pólem e mel, de tamanho e forma variados, como em T. spinipes (CAMARGO & PEDRO, 2003). Os prejuí zos rel acionados a T. spinipes f oram observados por Zucchi et al. (1993) especialmente para frutíferas, florígenas e leguminosas florestais. O inseto incide sobre hastes, folhas, flores, brotos, ramos e frutos, sendo também considerada praga de citros e bananeira. Portanto, de com portament o e hábi to al imentar diversificado. A espécie T. spinipes é considerada prejudicial a certas culturas, em especial aos citros, pois danificam brotos para a obtenção de fibras utilizadas na construção de seus ninhos (SILVA et al., 1997). Essa espécie provoca injúrias em flores de maracujazeiro (SILVA et al., 1997; FANCELLI & MESQUITA, 1998b), ao perfurar a câmara nectarífera para a retirada de néctar, com isso, reduzindo o tempo e a freqüência de visita de seu principal polinizador Xylocopa sp. (abelha mamangava); como também, ocasio-nando a queda de flores (BOIÇA JUNIOR et al., 2002). Dentre os insetos visitantes de flores de Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex DC.) Standley (Bignoniaceae) cerca de 91% são pertencentes a Ordem Hym e-noptera, sendo que, aproximadamente 22% foram T. spinipes (VITALI et al., 1995). Dos visitantes florais registrados em Brassica napus L., as maiores freqüências foram de Apis mellifera mellifera (Linnaeus, 1758) (Hymenoptera: Apidae) e T. spinipes (ADEGÁS & NOG UEIRA-COUTO, 1992). Braga Sobrinho et al. (1998a) constataram ser T. spinipes, na cultura da aceroleira (Malpighia glabra A.D.C.) (Malpighiaceae) um inseto importante para a polinização; no entanto, pode danificar os frutos, tornando-os imprestáveis para a comercialização. Essa espécie, segundo esses autores, pode ser encontrada infestando plantas de abiu, abricó, sapoti, banana, citros, manga, pinha, figo, jaca, coco, algumas leguminosas e rosas. Na gravioleira, T. spinipes pode causar injúrias, raspando a superfície dos ramos novos, flores e frutos à procura de substrato resinoso para a construção de seu ninhos (BRAGA SOBRINHO et al., 1998b). No caso da bananeira T. spinipes visita as inflorescências à procura de substâncias açucaradas provocando ferimentos nos ângulos dos frutos jovens e, às vezes, pode atingir toda as quinas ao longo dos f rutos (FANCELLI & MESQUITA, 1998a). Para alguns autores essas abelhas (T. spinipes) podem causar injúrias em muitos agroecossistemas, conforme Silva et al. (1997). T. spinipes é a segunda praga potencial (53% de danos), no nordeste do Brasil (BRAGA SOBRINHO et al., 1999), em Annona muricata L. (Anonaceae), após a broca-dos-frutos Cerconota anonella (Sepp, 1830) (Lepidoptera: Stenomatidae) (62%). A presença de T. spinipes foi registrada também por Bertalot et al. (1996) em Leucaena diversifolia ( B e n t h . ) (Legum i nosae). A himenopterofauna associada a Solanum gilo (Raddi) (Solanaceae) foi estudada por Piçano et al. (1998). Dentre as 21 espécies e oito famílias registradas, esses autores constataram que T. spinipes causou níveis de danos em flores, frutos e ramos apicais. Rev. Univ. Rural, Sér. da Vida, RJ, EDUR. v. 26, n. 1, jan-jun, p. 11-23, 2006. 13 AZEREDO, E. H. de; et al. Na viticultura, T. spinipes é vista por Hickel (1998) como praga circunstancial no v erão, quando há escassez de alimentos. Durante os meses de janeiro e março, quando foi registrada a presença de grande número de abelhas por área esse inseto passa a visitar os cachos de uv a em m aturação, destruindo-os completamente. A ação do inseto foi também verificada em plantas de Feijoa silhewiana (Berg) e em grapes (HICKEL & DUCROQ UET, 2000; HICKEL & SCHUCH,1995). Das cultivares utilizadas nesse experimento, Achat é originária da Alemanha, produto do cruzamento entre as cultivares Fina x Rheinhort. Seu ciclo é de 100 dias, apresentando desenvolvimento vegetativo mediano, com folhas pequenas. Apresenta alta exigência em fertilizantes e água. Não produz em condições de temperaturas elevadas (LOPES & BUSO, 1997). Em relação à cv. Monalisa, Doornbos et al. (1985) afirmam ser de origem Holandesa, tendo como cruzamento as cultivares Bierna A1278 e Colmo. São plantas muito vigorosas com folhagens de desenvolvimento lento, hastes pouco numerosas e grossas. O ciclo varia de 90 a 110 dias. Considerando a interação de T. spinipes com a produtividade de diversos agroecossistemas, o presente trabalho teve como objetivos estudar os efeitos de f atores meteorológicos e nív eis de adubação Nitrogenada-Potássica sobre a ocorrência de T. spinipes em plantas de batata, cultivares Achat e Monalisa, no plantio de inverno, na região de Pinheiral, Sudeste do Estado do Rio de Janeiro. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado no campus da Universidade Federal Fluminense, em Pinheiral, RJ, latitude 44º04’49" W, longitude 22º29’29" S e altitude média de 473 m. s. n. m (sobre o nível do mar), em área localizada em uma região de clima subúmido, de temperatura média anual de 23,5ºC. O delineamento experimental uti lizado f oi em blocos ao acaso, composto de nove tratamentos e quatro repetições com parcelas sub-divididas para as interações N e K em três doses (0; 75 e 150 kg ha-1). O número de plantas monitoradas de S. tuberosum L., baseouse na equação 1: n = X 2 y , onde “n” é o número de plantas monitoradas, “X” o número total de plantas por hectare e “Y” o número total de plantas do talhão pesquisado (AZEREDO, 1998). As amostragens de presença-ausência de T. spinipes foram realizadas através do int erv alo am ostral entre plantas monitoradas baseando-se na equação 2: i= Y/n, onde “i” representa o intervalo de observ ações. Em relação a isso, determinou-se que, n=13, representasse o número de plantas monitoradas semanalmente; enquanto i=72, fosse o compasso de leitura, para o total de 196 plantas úteis, durante 13 semanas de duração dos estádios fenológicos da planta. Utilizaram-se duas cultivares: Achat e Monalisa. As contagens de abelhas foram realizadas entre 06/05 a 02/08/1996, na parte superior e inf durante os diversos estádi1uma avaliação dos efeitos sobre esse himenóptero, influenciados pelas doses de N e K aplicadas. Os dados da análise química foram submetidos à análise de variância. Realizou-se também, a análise de variância e comparação das médias de ocorrência de T. spinipes, em ambas as cultivares, influenciada pelos fatores climáticos temperatura máxima (Tmx.ºC), temperatura mínima (Tmi.ºC.), amplitude de temperaturas; umidade relativa (UR%), precipitação pluviométrica Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. da Vida, RJ, EDUR. v. 26, n. 1, jan-jun, p. 11-23, 2006. 14 Ocorrência de Trigona spinipes ... (Ppl.mm), insolação (ins.h/d) e vento total (vt.km/d) pelo teste de Tukey-Kramer (P<0,05). RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante as primeiras leituras de monitoramento, já se constatou a visita de T. spinipes. O comportamento de agregação da abelha foi observado em plantas localizadas à margem das parcelas. Observou-se, ainda, que os indivíduos de T. spinipes localizaram-se em hastes das plantas posicionadas no quadrante norte da área do experimento. Foram regist rados 66 indi v íduos, localizados no estrato superior e terço inferior de S. tuberosum, sendo 25 associados a cultivar Achat e 41 a cultivar Monalisa (Tabela 1; ou Figura 1). Nas amostragens realizadas durante o mês de maio, observou-se que 19,7 e 30,3% de visitas de T. spinipes foram registrados na primeira e quarta semanas (06-10/05 2 27-31/05/96), respectivamente (Tabela 1). No entanto em relação às cultivares,nota-se que a cv.Monalisa apresentou maior presença da abelha, quando comparada à cv. Achat. Esse resultado pode ter sido conseqüênci a de ef eit os do estádio fenológico das cultivares, destacando-se a cv. Monalisa. Foram observ ados também efeitos dos fatores climáticos, sobre a presença da abelha, cujas médias de Tmx, Tmi e UR, foram significativas à P<0,001 (23,5; 10,7ºC; 79,4%), em F=1163.5 e CV= 38,92%. Entretanto não observaram-se efeitos significativos de precipitação pluviométrica e insolação total sobre as injúrias causadas por T. spinipes, em ambas as cultivares (Tabela 2 e Figura 2), devido aos baixos índices registrados no período. Rev. Univ. Rural, Sér. da Vida, RJ, EDUR. v. 26, n. 1, jan-jun, p. 11-23, 2006. 15 AZEREDO, E. H. de; et al. Tabela 1. Número de espécimes de Trigona spinipes observado na parte superior e inferior, freqüências absolutas e relativas semanais, associado a dados meteorológicos 1, em plantas de batateira, Solanum tuberosum L., cv. Achat e Monalisa, entre 06 de maio e 02 de agosto de 1996. Pinheiral, RJ. Período Número de indivíduos cv. Achat Sup.2 F cv. Monalisa 3 Inf Fr (%) Sup. Inf. Temp. (°C) Ampl. (°C). UR (%) P.pl. Ins. (mm) (h/d) Vt. (km/d) Máx. Mín 06-10/05 1 2 3 7 13 19,7 25.5 12.2 13,3 76,2 0,40 5,74 38,88 13-17-05 1 3 0 4 8 12,1 24.5 12.4 12,1 81,0 3,09 4,32 39,84 20-24/05 2 2 0 0 4 6,06 23.5 14.5 8,9 83,8 1,11 2,46 45,02 27-31/05 1 3 7 9 20 30,3 24.5 10.5 13,8 80,4 0 6,84 38,74 03-07/06 3 2 0 0 5 7,57 23.5 10.4 13,1 83,0 0,06 3,98 39,08 10/14/06 1 4 3 5 13 19,7 23.0 9.2 13,8 75,8 0 3,16 42,96 17-21/06 0 0 1 1 2 27.8 10.7 17,1 73,4 0 2,22 46,02 24-28/06 0 0 0 1 1 3,03 1,51 24.9 13.6 11,3 81,4 4,28 2,60 39,80 01-05-07 * * * * * * 22.0 10.5 11,5 81,0 0 3,16 41,28 08-12/07 * * * * * * 23.2 10.8 12,4 80,4 0 5,08 32,18 15-19/07 02/08 * * * * * * 22.4 11.0 11,4 86,2 0,20 3,28 39,50 21.4 4.1 17,3 69,6 0,52 5,68 47,78 9.5 10,3 79,8 0 2,58 50,96 22-26/07 * * * * * * 29-07 * * * * * * Total 9 16 14 27 66 Média 0,69 1,23 1,07 2,07 19.8 100 * não houve insetos nas amostragens realizadas no mês de julho. 1 Fonte: Dados climáticos de 1996 do município de Piraí, Estação Light e Departamento de Climatologia e Meteorologia da UERJ. 2Sup. = parte superior (folhas e brotações). 3Inf. = parte inferior (haste). Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. da Vida, RJ, EDUR. v. 26, n. 1, jan-jun, p. 11-23, 2006. 16 Ocorrência de Trigona spinipes ... Figura 1 - Número de espécimes de Trigona spinipes por mês de amostragem e parte da planta de batateira, Solanum tuberosum L., cv. Achat (A) e Monalisa (B), em Pinheiral, RJ (1996). A presença de T. spinipes pode ter sido conseqüência ainda, da associação entre amplitude de temperatura versus adubação, tanto em relação a dosagem de N quanto à de K, apenas em relação à cv. Achat (12,8±0, 66 oC) (F= 13,77; gl.=6;64; p<0,001), diferentemente da Monalisa quando, no período, oscilou de 9,8 a 13,8ºC, para IC(95%)=11,3 – 14,2ºC, sendo consideradas v ari áv eis de importância no estudo de ecologia de insetos e utilizadas na análise das possíveis tendências à incidência de T. spinipes. No entanto, T. spinipes registrou novamente, o pico de ocorrência de 19,7% verificado na amostragem realizada na segunda semana de junho, isto é, aos 42 dias de ciclo e, com a mesma tendência de inf estação pela cv. Monal isa influenciado, provavelmente, por esse genótipo que sensibilizou-se ao inseto Tabela 1). A partir daí, entretanto, verificouse ausência de T.spinipes em ambas as cultivares, especificamente no mês de julho e primeira semana de agosto (Figura 1 e 2). Efeitos semelhantes foram observados por Macedo & Martins (1999), em relação ao número de indivíduos de abelhas, ao sugerirem ser limitado pelos f atores abióti cos, como por exemplo,temperaturas máximas e mínimas e baixo índice pluviométrico, aliados à escassez de recursos alimentares nos períodos prolongados de seca, durante o período do experimento. De acordo com Lazari-Manente & Letizio-Machado (1998), T. spinipes apresentou pico de ocorrência elev ado em Caesalpinia peltrophoroides (Benth.) (Leguminosae: Caesalpiineaceae), sendo a frequência e distribuição desse inseto influenciadas pelos fatores ambientais temperatura, luminosidade, umidade e velocidade do vento. Rev. Univ. Rural, Sér. da Vida, RJ, EDUR. v. 26, n. 1, jan-jun, p. 11-23, 2006. 17 AZEREDO, E. H. de; et al. Tabela 2.. Teste de Tukey-Kramer de comparação dupla entre espécimes de T. spinipes na parte superior e inferior de S. tuberosum L., cultivares Achat e Monalisa, fatores meteorológicos e adubação. Pinheiral, RJ. 1996. Comparação Superior Achat vs. Tmx. Superior Achat vs. Tmi. Superior Achat vs. UR. Superior Achat vs. Ppl. Superior Achat vs. Ins. Superior Achat vs. At. Superior Achat vs. Vt. Superior Achat vs. N At. vs. N vs. K Superior Monalisa vs. Tmx. Superior Monalisa vs. Tmi. Superior Monalisa vs. UR Superior Monalisa vs. Ppl. Superior Monalisa vs. Ins. Superior Monalisa vs. At. Superior Monalisa vs. Vt. Superior Monalisa vs. N Superior Monalisa vs. K Inferior Achat vs Tmx. Inferior Achat vs Tmi. Inferior Achat vs UR. Inferior Achat vs Ppl. Inferior Achat vs Ins. Inferior Achat vs At. Inferior Achat vs Vt. Inferior Achat vs N. Inferior Achat vs K. At. vs. K Inferior Monalisa vs Tmx. Inferior Monalisa vs Tmi. Inferior Monalisa vs UR . Inferior Monalisa vs Ppl. Inferior Monalisa vs Ins. Inferior Monalisa vs At. Inferior Monalisa vs vt. Inferior Monalisa vs N . Inferior Monalisa vs K. Diferença das médias -22.896 -10.080 -78.742 -0.1002 -3-288 -12.100 -41.053 -74.308 -62.208 -22.462 -9.646 -78.308 -0.3338 -2.854 -11.715 -40.618 -73.923 -73.923 -22.308 -9.492 -78.154 -0.487 -2.700 -11.562 -40.618 -73.923 -73.923 -40.618 -21.462 -8.646 -77.308 -1.334 -1.854 -10.715 -39.618 -72.693 -72.693 Valor “p” e sign. P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P>0,05 ns P>0,05 ns P>0,05 ns P>0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P>0,05 ns P>0,05 ns P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P>0,05 ns P>0,05 ns P>0,05 ns P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** P>0,,5 ns P>0,05 ns P>0,05 ns P<0,001*** P<0,001*** P<0,001*** ns - valores não significativo *** valores estatisticamente significativos pelo teste de Tukey-Kramer (P<0,05) Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. da Vida, RJ, EDUR. v. 26, n. 1, jan-jun, p. 11-23, 2006. 18 Ocorrência de Trigona spinipes ... Figura 2. Ocorrência de Trigona spinipes em plantas de batata, Solanum tuberosum L., cv. Achat e Monalisa, cultivo de inverno e fatores meteorológicos (amplitude de temperatura, umidade relativa, precipitação pluviométrica, insolação e vento total). Maio a agosto de 1996, Pinheiral, RJ. Rev. Univ. Rural, Sér. da Vida, RJ, EDUR. v. 26, n. 1, jan-jun, p. 11-23, 2006. 19 AZEREDO, E. H. de; et al. Após analisados quimicamente os órgãos amostrados da planta, verificou-se que os teores de açúcar solúvel e aminoácidos livres determinados em haste, foram os mais elevados, que folha verde, folha senescente ou folha em período de abscisão (Tabela 3). Tais teores foram afetados pelo tratamento N2K1, ou seja, 150 kg.ha-1 de N-uréia + 75 kg de cloreto de potássio, quando determinou-se 1,52 e 6,79% em relação aos teores de aminoácidos, respectiv amente nas cultivares Achat e Monalisa (AZEREDO et al., 2002). Já, em relação aos teores de açúcar solúvel, a análise apontou que a maior concentração foi observada em plantas da cv. Monalisa, mostrando haver um acúmulo de 7,10%, no tecido haste (AZEREDO et al., 2004) diferindo da cv. Achat com 2,50%. Considerando-se os efeitos da dosagem de nitrogênio e potássio ha-1 sobre a ocorrência e injúrias provocadas por T. spinipes verificou-se que, 62,12% dos espécimes ocorreram em plantas amostradas da cv. Monalisa. A ocorrência da abelha deu-se no tratamento N2K1, em comparação com as médias das variáveis meteorológicas (F= 13400; gl = 58; P<0,001) (Tabela 2). Observou-se que a atividade do inseto foi mais freqüente durante o estádio fenológico vegetativo de folha verde (aos 28 dias após o plantio) e de folha senescente (60 dias), estimandose pelas observações deste trabalho, constituir-se no momento de maior dano econômico à S. tuberosum L. (Tabela 1 e 3). Isto, devido a redução da síntese de carboidratos, com a formação de grãos de amido nos tubérculos, fazendo os fotoassimilados translocarem-se à parte inf erior da planta e, a partir daí, propiciando o ataque de T. spinipes, confirmando o observado por Gallo et al. (2002), quando determinaram que os danos são mais acentuados até o estádio do florescimento. Panizzi & Parra (1991) argumentam que a planta hospedeira possui ação fagoestimulante, f onte de energia e estímulos nutritiv os, necessários ao desenvolvimento do inseto. Portanto, a explicação do fato da cv. Monalisa diferentemente demonstrar uma predisposição ao ataque de T. spinipes de acordo com o verificado neste trabalho está, possivelmente, em ter acumulado até os 75 dias após o plantio (d.a.p),maior teor de açúcar solúvel que a outra cultivar (Achat) (ou seja, média ± erro padrão= 5,63±3,45%) (F=4,09; P< 0,05), para um coef i ciente de v ariação de 18,3%, proporcionando o preferendo alimentar dessa abelha por esse cultivar. Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. da Vida, RJ, EDUR. v. 26, n. 1, jan-jun, p. 11-23, 2006. 20 Ocorrência de Trigona spinipes ... Tabela 3. Teores de açúcar solúvel (%) em diversos órgãos da planta de batateira, Solanum tuberosum, cv. Achat e Monalisa, destinados à avaliação do nível de infestação de insetos-praga, em interação às dosagens de N e K, no período de 06 de maio a 02 de agosto de 1996. Pinheiral, RJ. Trata mento Planta total (%) Ach. N0K0 4,721 IV N0K1 N0K2 Mon Ach 8,58 2,18 5,36 IV 7,00 III III 3,36 4,57 II 1,83 Mon Folha em senescên cia (%) Ach Mon 2,34 2,45 IV I I II N1K0 Folha verde (%) 6,94 II 0,53 4,53 IV III 5,33 IV 1,34 6,43 III I 0,80 III Ach Tubérculos (%) Ach. Mon. Ach. Mon. 0,58 1,73 II II 1,18 II 1,56 11,85 IV IV 12,35 III 1,82 2,65 II III 1,75 II 1,56 4,01 IV III 12,15 IV 1,14 3,17 7,36 III IV II 17,00 III 5,08 I (%) Mon. Haste (%) I 0,41 0,83 IV 0,80 1,56 I III III 4,12 6,11 III I 1,26 5,33 II I I N1K1 2,16 IV 3,54 II 3,17 I 2,46 III 4,48 III 5,87 II 0,20 I 2,49 II 1,51 IV 5,87 9,30 I II 17,22 III N1K2 2,46 IV 3,39 III 1,68 IV 2,57 II 2,10 IV 5,50 IV 1,16 III 1,87 I 2,74 IV 2,43 8,02 II II 13,56 II N2K0 6,14 IV 4,24 III 4,39 5,97 IV I 5,30 2,43 IV I 0,36 2,20 III II 0,62 II 4,18 II 4,46 II 14,28 II 3,73 5,58 III IV 2,70 4,12 III I 0,35 2,82 I III 2,50 7,10 4,75 II II II 10,75 III 1,29 II 3,36 2,23 III III 2,48 III 12,36 IV N2K1 0,60 1,70 I Folha em abscisão 0,91 II 5,97 I N2K2 0,97 IV 2,21 IV 2,74 I 4,33 I 4,86 II 1,63 2,65 13,55 I I I 4,09 5,21 I III 14,61 I 1 Valores das concentrações/tratamento e respectivos blocos de amostragem. É possível que a ocorrência desse meliponíneo, tenha sido influenciada pelos teores desse composto, na cultura da batata, especif icamente na cultivar Monalisa, que armazenou carboidratos superiores às necessidades da planta, sugerindo-se caracterizar esse fator variável como de favorabilidade ao ataque de T. spinipes. Nessas plantas chegouse a registrar at é 10 abel has, por quadrante, no horário das 10:00 às 15:00 h. As injúrias causadas após a visita da abelha foram constatadas assim que se manif estaram os sintomas de amarelecimento, seguidos de acamamento provocados pela raspagem e seccionamento da estrutura vertical da planta, no terço inferior (haste) e ramos do terço mediano, constituindo-se, possivelmente, S. tuberosum, hospedeiro alternativo de T. spinipes (Figura 3). Rev. Univ. Rural, Sér. da Vida, RJ, EDUR. v. 26, n. 1, jan-jun, p. 11-23, 2006. 21 AZEREDO, E. H. de; et al. Supõe-se que a preferência pela parte inferior (haste) de S. tuberosum L., conforme observações de campo, esteja associada à predisposição da T. spinipes por f ont e f orrageadora com alta concentração em açúcares, amidos, fibras e resinas. Os resultados desse trabalho demonstraram, ainda, que a especificidade genotípica da cultivar Monalisa influiu na presença da abelha. Esta constatação configura-se na verificação de Goldsmith (1977) onde, na planta, o transporte de mui tas subst ânci as, inclusiv e hormôni os, apresenta polaridade, isto é, pode ser mais intenso num sentido que em outro. Pelo interesse que envolve a cultura da batateira na alimentação humana e considerando a importância econômica que as pragas têm ao se adaptarem a v ários hospedeiros, os parâmetros determinados sobre T. spinipes, em condições de campo, tendem para futuras pesquisas sobre o seu comportamento e, provavelmente, apresente-se como uma nova praga dessa solanácea tuberosa que, se revelou, hospedeiro alternativo. (A) Figura 3. Vis ita de Trigona spinipes e danos causados em plantas de batata ( Solanum tuberosum L.). A, presença da abelha na has te principal do es trato mediano e aspecto da injúria provocada em planta da cultivar Monalisa; B, detalhe do 3º e 4º ramos , exibindo amarelecimento e murchamento acima das lesões, resultado da raspagem e seccionamento da estrutura da haste. (B) Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. da Vida, RJ, EDUR. v. 26, n. 1, jan-jun, p. 11-23, 2006. 22 Ocorrência de Trigona spinipes ... CONCLUSÃO O maior número de T. spinipes verificou-se em plantas amostradas da cv. Monalisa e assim que se aplicou o tratamento N2K1, em comparação às variáveis meteorológicas Tmx, Tmi e UR. No entanto, em relação à cv. Achat a presença da abel ha pode t er sido conseqüência ainda, da associação entre amplitude de temperatura versus adubação, tanto em relação a dosagem de N quanto à de K, principalmente, em excesso. A interação genótipo, f atores meteorológicos e nutrição da planta, no presente trabalho permitiu concluir que, a cultivar Monalisa comportou-se com a melhor especificidade metabólica à atratividade de T. spinipes. AZEREDO, E.H. DE; P. C. R. CASSINO & E. LIMA. 2004. Impacto de nutrientes N e K e açúcares solúveis sobre populações de Diabrotica speciosa (Germar, 1824) (Coleoptera, Chrysomelidae) e Agrotis ipsilon (Hüfnagel, 1767) (Lepidoptera, Noctuidae) na cultura da batata (Solanum tuberosum L.). Revista Brasileira de Entomologia, v. 48, p. 105-113. BERTALOT, M.; T. GUERI NI.&, E. MENDOZA. 1996. Incidence of Trigona spinipes in Leucaena diversifolia. 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