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JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
1
VIOLÊNCIA
CONTRA A MULHER
Cinco mulheres são agredidas
violentamente a cada
2 minutos no Brasil
Mais de 5 mil mulheres
são assassinadas
por ano
Denuncie
Disque 180
JCSaúde
2
2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
Parece que foi ontem...
Pas
aa
astta Russa par
para
bele
belezza dos seios da
mulher
Em 1917,
começaram a
circular em jornais
anúncios de um
unguento que
prometia peitos
dos sonhos às
brasileiras.
A Pasta Russa,
criada pelo
“célebre médico e
cientista russo”
doutor G. Ricabal,
asseguraria seios
“desenvolvidos,
fortificados e
aformoseados”
após dois anos de
uso.
O produto podia ser encontrado nas melhores “pharmacias”
do país ou entregue pelo correio.
O rótulo, azul, trazia a ilustração de uma mulher de topless.
No final da década de 1940, jornais e revistas ainda traziam
reclames da pasta prodigiosa.
Fonte: Reclames do Estadão
Gentilmente cedida por: propagandashistoricas.com.br
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
3
Expediente
no 15/2015
ano 5
O jornal C
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Da
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Datta de Fundação: 10 de ag
agos
ostto de 1998
CNPJ: 02.966.926/0001-08
Ins. Mun. 195-261-2-1
Av. Carlos Gomes, 141/1202
Auxiliadora, Porto Alegre-RS CEP 90480-003
Edit
or
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esponsá
ditor
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-Responsá
esponsávvel
Cezar Augusto Gonçalves Rodrigues
Jornalista Mtb.: 15732
[email protected]
(51) 8163-2878
Dir
etor
a- Ex
ecutiv
a
Dire
oraExecutiv
ecutiva
Marta DePaula
[email protected]
(51) 9704-7716
Design
Araci F. P. Rodrigues
[email protected]
Foto da capa: Cezar A. G. Rodrigues
Publicação de Divulgação Científica
ISSN 2359-4578
Registro atribuido pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
- IBICT
4
2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
Conselho Editorial
• Cezar Augusto Gonçalves Rodrigues
Jornalista e editor de livros na Editora Conceito.
Pós-Graduado em Desenvolvimento Regional. Mtb 15732
• Warley Oliveira
Graduado em Letras e em Pedagogia pela UFRGS. Pós-Graduado
em Pedagogia pela UFRGS e em Neopedagogia da Gramática.
• João Carlos Guaragna
Chefe do Serviço de Cardiologia do Hospital São Lucas da
PUCRS. CREMERS 07110, RQE 631
• Carlos Alberto S. M. de Barros
Médico Psiquiatra. Professor no Curso de Medicina e Psicologia da
ULBRA. CREMERS 14911, RQE 24298, RQE 95, RQE 16570.
• Ruy E. Dornelles Dias
Médico e Especialista em Endoscopia Digestiva Terapêutica no
Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (SP). PósGraduado em Endoscopia Terapêutica pelo Hospital Sírio Libanês
(SP). Membro Titular da Sociedade Brasileira de Endoscopia
(SOBED). Membro Titular da Associação Brasileira de Câncer
Gástrico. CREMERS 22279 SOBED/CFM 19573.
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
5
• Ângela Rafaela Grandi
Médica e Especialista em Psiquiatria pelo Instituto Abuchaim.
CREMERS 026799, RQE 24688
• Drª Tânia Rudnicki, PhD
Psicóloga. Pós-Doutorado em Psicologia da Saúde pelo ISPA
(Instituto de Psicologia Aplicada, Lisboa/PT).CRP 07/1281
• Euclides Gomes
Médico Psiquiatra. Diretor Técnico do Curso de especialização em
Psiquiatria do Centro de Estudos Cyro Martins. Professor
convidado da Faculdade de Medicina da UFCSPA. Título de
Especialista em Psiquiatria pela ABP/AMB. Mestrando em
Geriatria pela Universidade Miguel de Cervantes/Espanha.
CREMERS 12.414, RQE 19795
MISSÃO DO JORNAL
CONCEITO SAÚDE
Disseminar informação de qualidade
sobr
e as principais doenças que
sobre
acometem a todos
omo
ver o
todos.. Pr
Promo
omover
bem-estar físico e emocional, do
au
tocuidado e da au
toestima,
autocuidado
autoestima,
pois a saúde é o nosso bem mais
valioso e mer
ece atenção especial.
merece
6
2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
Sumário
9 Editorial
12 Entrevista: Dr. Ronaldo Oliveira
20 Saúde: Câncer de Pele - Prevenção
23 É bom saber: Podemos expor-nos ao sol,
sem proteção, quando a pele estiver
bronzeada?
24 É bom saber:
• O que é a Queratose Actínica?
• O que é Carcinoma?
• O que é Melanoma?
30 Síndrome:
• O que é Fibromialgia?
• Causas da Fibromialgia
• Sintomas da Fibromialgia
• Diagnóstico de Fibromialgia
• Perguntas mais frequentes
sobre Fibromialgia e Lemeterapia
48 Farmácia: Festas de final de ano estresse, ansiedade, solidão, tristeza ou
felicidade?
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
7
51 Prevenção: Uso de camisinha é o meio
mais eficaz de prevenção contra o HIV
56 Comer saudável:
• Alimentação Saudável
• Suco de maçã como Detox e auxiliar na
prevenção ao Câncer
66 Saúde Bucal: O que é a Ortodontia?
70 Psicologia: Um recado aos jovens Envelhecimento não é festa... tampouco
uma tragédia!
74 História da Medicina: Caetano Moura, o
brasileiro médico de Napoleão Bonaparte
78 Letras: Colóquio Ortografia e BomSenso
85 Artigos Científicos para o Leigo
8
2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
Editorial
O JORNALISMO
E A PREVENÇÃ
O DE DOENÇAS
PREVENÇÃO
Diferentemente do que se acredita, jornalismo não é só
atualização. Muito se pensa que a função do jornalismo é apenas
distribuir as notícias mais relevantes do dia a dia. Não. Jornalismo é
muito mais que isso, é transformação.
Como assim?
Jornalismo faz parte de um campo de estudo conhecido como
Comunicação, que por sua vez diferencia-se de Informação. O
debate está na função de cada um deles. Falando de forma
simples: na comunicação há trocas, mudanças e,
consequentemente, transformações. Já a informação é uma via de
mão única, que apenas transmite dados. Quer um exemplo? Veja o
caso do caixa eletrônico. Ele está programado somente para
transmitir informação, não comunicar.
Um jornal tem a tarefa de fazer o leitor pensar, desenvolver seu
senso crítico e, o mais importante, fazê-lo agir! No entanto, para
que isso aconteça, a publicação deve ser produzida a partir do
leitor para o leitor. Deve atender as necessidades, os desejos e as
expectativas da audiência, mesmo àquelas em que o público nem
esteja ciente, resultando, então, em constante transformação.
Quando se pensa em prevenção de doenças ocorre o mesmo
processo. As campanhas de conscientização devem, por essência,
transformar a vida das pessoas, caso contrário de nada valerão. Os
resultados dessas ações, publicados ultimamente, têm-se
mostrado otimistas, embora, ainda haja muito para ser feito.
Campanhas como Outubro Rosa, Novembro Azul e agora o
Dezembro Laranja têm, de forma simples e objetiva, chamado a
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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atenção de todos para a importância da prevenção e do
diagnóstico precoce de doenças. O enfoque principal sempre é o
de conscientizar que o câncer, quando descoberto no início, tem
muito mais chances de tratamento.
A saúde emocional e física, então, é resultado de transformações
cada vez mais necessárias e rápidas. Leia, aprenda, aja e ajude
outros a entender como prevenir mazelas que podem, facilmente
ser evitadas, desde que transforme seu
modo de viver.
Falando em mudanças, o Jornal Conceito Saúde também está
passando por transformações, completamos cinco anos. O jornal
ganhou um portal (www.jornalconceito saude.com.br), e nele
disponibilizamos as edições publicadas e mais de 500 artigos
médicos e odontológicos com informações científicas para o leigo
escritos por renomados profissionais da saúde. A versão digital é
moderna e acessível a todos para download. Há também a versão
impressa de cada edição em formato de livro, podendo ser
adquirida no site.
O Jornal Conceito Saúde, ciente de seu papel na comunicação,
incentiva todos a aceitarem as transformações em busca de uma
excelente qualidade de vida!
As três últimas edições do Jornal Conceito Saúde já estão online!
Cezar Augusto
Gonçalves Rodrigues
Editor-Chefe
10
2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
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• e outras vantagens.
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or
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o.c
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JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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Foto Arquivo Pessoal
Entrevista
Dr. Ronaldo Oliveira
Por Cezar Augusto G. Rodrigues
DEZEMBRO
LARANJA
O mês da prevenção ao
Câncer da Pele
“Vivemos em um estado com uma
forte colonização europeia, uma
economia baseada na agricultura,
um forte apelo de lazer litorâneo
sazonal, associados a uma posição
geográfica desprivilegiada em relação
à camada de ozônio. Devemos
realmente ficar atentos."
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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A afirmação na página anterior é do
Dr. Ronaldo Oliveira,
Cirurgião Oncológico. Coordenador do Núcleo
Integrado de Melanoma e Tumores Cutâneos do
Instituto do Câncer do Hospital Mãe de Deus.
Diretor Médico da Clínica Oncoderma – Cirurgia
da Pele e Oncologia Cutânea.
J
CSaúde - Como o sr. vê campanhas como o Outubro Rosa,
Novembro Azul e agora o Dezembro Laranja, usadas para
lembrar a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer?
Dr. Ronaldo – O Dezembro Laranja teve início em 2014 por
iniciativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Assemelha-se a
outras campanhas, como Outubro Rosa e Novembro Azul, e visa
conscientizar as pessoas da fotoproteção, auto exame e outras
medidas importantes para prevenção do câncer de pele.
Nós que lidamos diariamente com o câncer, sabemos do valor da
prevenção e qualquer esforço neste sentido é muito bem-vindo. A
promoção e manutenção destas campanhas são muito importantes
para que a sociedade tenha consciência de que prevenir é mais
importante do que tratar.
JCSaúde - A campanha Dezembro Laranja irá se prolongar até o
final do ano. Que ações de impacto estão sendo feitas para
estender a onda de conscientização a população?
Dr. Ronaldo - Historicamente desde 1999, novembro tem sido o mês
escolhido para a campanha nacional do combate ao câncer de pele,
idealizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. A Campanha,
14
2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
que neste ano foi realizada no dia 07/11, contou com mais de três
mil médicos voluntários para o atendimento gratuito de
aproximadamente 30 mil pessoas, em diversos locais do Brasil.
O Dezembro Laranja é uma extensão desta campanha e segue com
ações de orientação à população em diversos locais do País, além de
solicitar que as pessoas postem em seu perfil de rede social uma foto
vestindo laranja com a hashtag #dezembrolaranja.
JCSaúde - Quais as medidas básicas de prevenção ao câncer de pele?
Dr. Ronaldo - o mais importante é a fotoproteção adequada, ou seja,
sol na medida certa. Deve ser evitada a exposição solar entre 10h e
16h, estimular o uso adequado do protetor solar com fator alto (>30)
em intervalos regulares, sobreposição de proteção (chapéu, óculos de
sol, roupas com proteção UV, etc). Soma-se a isso o autoexame da
pele e consultas ao dermatologista.
JCSaúde - A que se deve o índice de aumento da doença
apresentado pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer)?
Dr. Ronaldo – Cabe salientar que nossas estatísticas ainda são
precárias e subestimadas.
O que se observa é uma maior procura dos pacientes por
informação, maior longevidade da população (mais tempo para
desenvolver o tumor) e, com isso, um número maior de diagnósticos.
JCSaúde - O que faz com que o câncer da pele seja uma das
principais doenças desenvolvidas no trabalho?
Dr. Ronaldo - No Brasil, o agronegócio, seja em pequena ou grande
escala, sempre foi um dos principais fatores de nossa economia.
Portanto, muitas pessoas vivem desta atividade, com exposição diária
ao sol aumentando o risco de desenvolver câncer de pele.
Operários da construção civil, outro grande setor econômico,
convivem com a mesma situação.
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JCSaúde - Alguma faixa etária está tendo prioridade nesta
campanha quanto ao alerta do câncer da pele? crianças, idosos...
Dr. Ronaldo - todos merecem atenção, mas adultos acima dos 45
anos têm maior risco. Isso porque o dano provocado pelo sol à pele é
cumulativo, ou seja, a exposição na infância/adolescência, pode
cobrar o preço após 20-30 anos ou mais.
JCSaúde - Qual a média de incidência do câncer não melanoma?
Dr. Ronaldo - sabemos que 25% de todos os cânceres são de pele,
desses, aproximadamente 95% são não melanoma (principalmente
carcinoma basocelular e epidermóide) e cerca de 5%, melanomas.
JCSaúde - Qual a relação da camada de Ozônio com o câncer da
pele?
Dr. Ronaldo – a camada de ozônio oferece proteção aos raios
ultravioletas originados no sol. Nos locais habitados, onde a camada
encontra-se mais tênue, a incidência de tumores malignos da pele é
maior. Infelizmente, o Rio Grande do Sul é uma dessas áreas.
A densidade da camada de ozônio é calculada em Unidade Dobson
(DU -sigla em inglês) e o ideal é que seja maior de 400 DU. Em
Porto Alegre esse valor é de 280 DU.
JCSaúde - Fale-nos sobre bronzeamento artificial.
Dr. Ronaldo - As câmeras de bronzeamento utilizam fontes UVA
(Ultravioleta A).
Primeiramente, pensava-se não ser prejudicial à pele, mas de fato
aumentam o risco do câncer cutâneo em aproximadamente 75%,
como atestam vários estudos.
Desde 2009 a ANVISA proíbe sua comercialização e seu uso em
todo o território Nacional.
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“
Todo o tipo de
divulgação é
importante, e as
redes sociais
representam
uma forma
rápida, atual, de
multiplicação de
informações.
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JCSaúde - O câncer da pele está relacionado a fatores de risco
genéticos e ambientais. Como é possível saber se eu sou um
indivíduo de alto risco?
Dr. Ronaldo - Indivíduos de pele clara, olhos claros, sardas,
apresentando histórico de queimaduras de sol prévias, história
familiar ou pessoal de câncer de pele, múltiplos sinais no corpo,
exposição crônica ou sazonal ao sol sem fotoproteção, idade acima de
65 anos, são os com mais possibilidade de desenvolvimento do
câncer da pele.
Vivemos em um estado com uma forte colonização europeia, uma
economia baseada na agricultura, um forte apelo de lazer litorâneo
sazonal, associados a uma posição geográfica desprivilegiada em
relação à camada de ozônio. Devemos realmente ficar atentos.
JCSaúde - De que forma as redes sociais podem ajudar em
campanhas de prevenção?
Dr. Ronaldo - Todo o tipo de divulgação é importante, e as redes
sociais representam uma forma rápida, atual, de multiplicação de
informações. Desde que sejam respeitados os limites éticos e de
veracidade do que é veiculado.
Não basta somente um "selfie" da moda. Quem faz a divulgação tem
que estar realmente respaldando a campanha, dando exemplo.
JCSaúde - Suas considerações finais:
Dr. Ronaldo - É importante nos darmos conta que, devido à sua
prevalência, o câncer de pele é presença constante no nosso
cotidiano. Uma em cada cinco pessoas desenvolverá tumores
malignos da pele durante a vida.
Felizmente, a maioria dos casos terá um desfecho favorável, mas isso
não quer dizer que devemos subestimar essa patologia.
Fotoproteção, visitas regulares ao dermatologista e atenção pessoal à
pele, fazem toda a diferença.
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Foto Arquivo Pessoal
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Dermatologia
CÂNCER DE PELE PREVENÇÃO
Por Patrícia Damiani
Biavatti Gava
Dermatologista pela
Sociedade Brasileira de
Dermatologia (SBD).
CREMERS 29254
O
câncer de pele é o tipo mais comum de câncer em todo o mundo. Dados do último ano estimaram mais de 180 mil novos casos
no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) – dentre estes, a região Sul é particularmente afetada.
Indivíduos com pele, cabelos e olhos claros, com sardas, que se queimam facilmente e bronzeiam com dificuldade, além daqueles com história
familiar de câncer de pele são os mais predispostos.
Apesar da alta incidência, a maior parte destes cânceres é curável,
especialmente se diagnosticados e tratados de forma precoce, algo que também minimiza o risco de limitações funcionais e danos estéticos. A principal estratégia de prevenção é evitar a exposição solar demasiada e em horários inadequados, além do uso de medidas de proteção da pele. Recomenda-se permanecer à sombra e evitar a exposição ao sol entre as 10 e 16
horas. O uso de chapéus, camisetas e óculos também é aconselhado.
O filtro solar deve ser utilizado diariamente, independentemente da
estação do ano e das condições climáticas; sua aplicação é feita idealmente
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“É import
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importan
antte vigiar e
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própria
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egularmentte, dando aattenção
às manchas e fferidas
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acilidade ou
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acas
asttanhados ou
multic
oloridos que mudam
multicoloridos
de ccor
or e tte
extur
a.
tura.
a.””
15-30 minutos antes da exposição, de forma generosa, reaplicando-se a cada
duas horas (em especial durante atividades de lazer, quando há uma maior
transpiração ou exposição à água). O fator de proteção solar (FPS) mínimo
recomendado é 30 – o dermatologista poderá orientar a apresentação mais
apropriada para cada tipo de pele.
Além disso, é importante vigiar e observar a própria pele regularmente, dando atenção às manchas e feridas que sangram com facilidade ou
não cicatrizam, que coçam ou estejam aumentando em tamanho e sinais
pretos, acastanhados ou multicoloridos que mudam de cor e textura.
Qualquer alteração suspeita deve ser avaliada por um dermatologista, sendo que pelo menos uma vez ao ano é indicada uma consulta para
um exame completo.
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É bom saber:
PODEMOS EXPOR-NOS AO SOL SEM PROTEÇÃO, QUANDO A
PELE ESTIVER BRONZEADA?
Não. O bronzeado é um sinal de sofrimento cutâneo. É o resultado dos mecanismos de autodefesa da pele contra o sol. O seu
poder protetor é fraco relativamente a um protetor solar. A
exposição solar repetida aumenta a espessura da camada córnea
da epiderme, o que favorece a foto proteção. Pode reduzir-se o
coeficiente de proteção dos produtos de proteção solar utilizados, sem risco de queimadura.
OS UVA SÃO MAIS PERIGOSOS QUE OS UVB?
Os UVA constituem mais de 90% da radiação solar. Têm um
comprimento de onda superior ao dos UVB e penetram mais
profundamente na pele. Favorecem o envelhecimento cutâneo e
desempenham um papel importante no desenvolvimento dos
cânceres da pele.
Os UVB penetram menos profundamente: provocam queimaduras solares e desempenham igualmente um papel muito importante no desenvolvimento de câncer da pele.
Ambas as radiações ultravioleta são perigosas, embora com níveis
diferentes.
AS SESSÕES DE UV ARTIFICIAIS PERMITEM UM BRONZEADO
SEGURO?
Não. O bronzeado é um mecanismo de autodefesa da pele
contra os UVB. As cabines de UV difundem os UVA, em doses
mais intensas que o sol: insidiosos e indolores, desencadeam
apenas um bronzeado superficial e favorecem a produção de
radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento cutâneo e a
alteração do sistema celular. As cabines de UV aceleram o envelhecimento prematuro da pele e aumentam os riscos de desenvolvimento de um câncer da pele.
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É bom saber:
O QUE É A QUERA
TOSE AC
TÍNICA
QUERAT
ACTÍNICA
TÍNICA??
A quer
atose actínic
a é o testemunho de uma modificação
quera
actínica
dos tecidos induzida pelos UV (radiação ultravioleta). A
pele apresenta um risco acrescido de desenvolvimento de
carcinomas espinocelulares. Estas lesões, muito
frequentes, não são cânceres de pele. Determinadas
queratoses podem evoluir no sentido do câncer de pele.
• O QUE É?
A queratose actínica ou queratose solar caracteriza-se por
um espessamento persistente da superfície da pele. Ela é
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2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
rugosa ao toque (como lixa) e representa o alerta de uma
pele que perdeu as suas capacidades naturais de defesa,
em resultado da exposição prolongada à radiação
ultravioleta. São as consequências de exposições
prolongadas e repetidas ao sol. Afeta apenas as zonas
expostas.
• A QUEM AFET
A?
AFETA
As queratoses actínicas são muito frequentes em
indivíduos com pele clara e hábitos de exposição ao sol.
Surgem normalmente em pessoas com mais de 50 anos e
são mais frequentes em algumas profissões: agricultores,
velejadores, praticantes de esportes ao ar livre,
empregados da construção civil, etc.
Atenção: as queratoses actínicas podem surgir em
indivíduos sem fatores de risco identificados: fique
atento! Se detectar uma lesão suspeita, consulte
imediatamente um dermatologista.
• É GRA
VE?
GRAVE?
A queratose actínica é o testemunho de uma modificação
dos tecidos induzida pelos UV. A pele apresenta um risco
acrescido de desenvolvimento de carcinomas
espinocelulares.
Os dermatologistas recomendam a eliminação das
queratoses actínicas e o acompanhamento regular dos
pacientes de risco.
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É bom saber:
O QUE É CAR
CINOMA
CARCINOMA
CINOMA??
O ccar
ar
cinoma é o câncer de pele mais frequente e mais
arcinoma
fácil de tratar, quando diagnosticado precocemente.
• O QUE É?
É o mais comum dos cânceres da pele causado,
sobretudo, por exposições solares frequentes e repetidas.
O carcinoma basocelular é o mais generalizado:
representa 90% dos casos de câncer da pele.
Favorecido pelos raios de sol na idade adulta, 20% dos
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2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
indivíduos com mais de 50 anos são sujeitos de risco. Não
dão origem a metástases.
O carcinoma espinocelular (10% dos casos) caracteriza-se
por um risco mais elevado, podendo, dependendo da
localização (orelhas ou lábios), levar ao aparecimento de
metástases.
• A QUEM AFET
A?
AFETA
Todos podem ser afetados. Os carcinomas são, no
entanto, mais frequentes em indivíduos com pele clara e
hábitos de vida ao sol.
• É GRA
VE?
GRAVE?
Os carcinomas raramente são mortais. Evoluem
lentamente.
O diagnóstico precoce permite um tratamento mais fácil e
aumenta a possibilidade de cura.
Recomenda-se a consulta imediata ao dermatologista,
caso surja alguma lesão suspeita.
A identificação tardia, tendo em conta a localização
frequente no rosto, pode dar origem a várias cicatrizes
incomodas e inestéticas.
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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É bom saber:
O QUE É MELANOMA
MELANOMA??
No melanoma o diagnóstico precoce é vital.
• O QUE É?
É um tumor maligno que tem origem nos melanócitos,
células que produzem a melanina (pigmento que dá
origem ao bronzeado). Manifesta-se habitualmente por
uma mancha negra, numa pele sã, e raramente a partir
de um sinal pré-existente. O melanoma parece decorrer
de exposições intensas e de curta duração, sobretudo
aquelas que provocam queimaduras solares.
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• A QUEM AFET
A?
AFETA
Contrariamente aos carcinomas, o melanoma pode surgir
em todas as idades: apesar de 50% dos melanomas
afetarem pessoas com mais de 50 anos, este é um dos
tipos de cânceres mais frequentes no adulto jovem (a
idade média de diagnóstico atualmente estimada é 30
anos).
• É GRA
VE?
GRAVE?
Mesmo sendo o mais raro, o melanoma maligno é
considerado o câncer da pele mais “relevante” . Dada a
sua capacidade de metastizar, deverá ser diagnosticado o
mais cedo possível. Quanto mais precoce o diagnóstico,
maior a probabilidade de cura.
Na maioria dos casos, pode obter-se a cura completa de
um melanoma se o tratamento for efetuado na fase inicial
de desenvolvimento.
Recomenda-se a consulta imediata ao dermatologista,
caso surja alguma lesão suspeita.
A luta contra o câncer de pele está diretamente associada
ao estado de evolução sobre o qual o tratamento médico
ou cirúrgico vai atuar.
Consulte regularmente o dermatologista para um
controle periódico dos seus sinais.
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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Síndrome
O que é Fibromialgia
É uma síndrome dolorosa muscular, que acomete o
corpo de forma generalizada. É causada por
traumatismos físicos no decorrer da vida dos
fibromiálgicos.
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Atendimento Terapêutico
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Centro, Porto Alegre-RS
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Somente atendemos casos
diagnosticados por médicos
rovavelmente você já deve estar cansado de ler sobre o que é
Fibromialgia segundo as ciências da saúde. Porém, nós do Leme
Instituto Terapêutico preferimos dizer o que ela é, pois somos os profissionais que conhecem muito de perto aqueles que tiveram um dia a
Fibromialgia e também os mesmos que há quase 20 anos levam uma
30
2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
VOLTE A TER UMA VIDA
NORMAL COM A LEMETERAPIA!
Sem ervas, sem agulhas, sem
medicamentos, sem uso de aparelhos
que possam lhe prejudicar a saúde...
Apenas uma manipulação corporal
adequada tratando os seus músculos e as
dores vão embora, o sono volta ao
normal, a depressão desaparece, a
irritabilidade e o nervosismo não são
mais percebidos em conjunto com mais
outros 190 problemas sérios que você
poderá ter e nem imagina que são
relacionados à Fibromialgia. Todos estes
também têm enorme chance de não mais
se manifestarem.
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
F i b r o m i a l g i a
vida normal e sem dores após terem feito a Lemeterapia,
necessitando esporadicamente de sessões de manutenção
para se manterem bem. Com certeza e por essa razão os
próprios fibromiálgicos dizem que temos uma visão diferenciada sobre esta síndrome.
Para o Leme Instituto Terapêutico, a Fibromialgia é
uma síndrome dolorosa muscular, que acomete o corpo
de forma generalizada, sendo que cerca de 90% dos casos
são mulheres. A Fibromialgia é de origem conhecida, pois
há provas científicas de que ela é causada por traumatismos
físicos no decorrer da vida dos fibromiálgicos, do contrário
a Lemeterapia não teria os bons resultados que tem apenas
tratando o corpo, os músculos e as fibras que compõem
nosso sistema musculoesquelético.
A Fibromialgia para os pesquisadores atuais, e para
nós do Instituto, é puramente de origem física, jamais de
origem psicoemocional. Apesar de problemas psicoemocionais gerarem crises de Fibromialgia, estes, então, não são os
causadores da Fibromialgia. Um fator que agrave uma ou
mais crises de um problema não é a causa do problema.
Esta síndrome pode gerar uma gama enorme de
outros problemas ou acometimentos, os quais são denominados de Manifestações Associadas à Fibromialgia.
A síndrome atinge pessoas de todas as idades. Há relatos de crianças com até dois anos com Fibromialgia. Não
devemos jamais caracterizá-la como sendo uma doença que
afete apenas pessoas de meia idade ou idosos. O fato de
afetar mais estas últimas, não faz com que seja só de idosos.
Temos tratado dezenas de jovens e algumas crianças.
Portanto, se você é jovem ou se seu filho ou filha pequena
tem Fibromialgia, não estranhe este fato. Mas saiba que há
como tratar todos estes casos pela Lemeterapia, tanto dos
mais jovens ou crianças, como dos mais idosos, acima de 90
anos obtendo os mesmos resultados.
Cerca de 4% da população pode ter Fibromialgia nos
mais diferentes estágios, e em todos ela causa muito sofri-
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F i b r o m i a l g i a
mento. Portanto, é necessário tratamento, pois quem está
num estágio inicial, brevemente poderá ir para um estágio
mais avançado. O tratamenteo com a Lemeterapia tem impedido que isso aconteça.
Há os casos mais brandos, que a pessoa ainda consegue fazer exercícios físicos e com eles se sentir um pouco
melhor. Há os casos medianos que precisam de medicação
e em que a pessoa começa a ter muitas dificuldades para
fazer exercícios. E por fim, têm os casos mais graves que
necessitam de doses muito fortes de medicação e praticamente se tornam impossibilitados de atividades físicas. Seja
qual for o seu estágio, saiba que a Lemeterapia tem grande
chance de tratar o seu caso.
Muitos casos de Fibromialgia ainda não receberam
diagnóstico, pois, principalmente, quem ultrapassou os 40
anos de idade ou está próximo de completar esta idade
pensa que estas dores são devidas à idade. Eles não procuraram o médico para um correto diagnóstico ou o próprio
médico afirma equivocadamente ser a idade a causa das
dores. Se fosse a idade, por que o joelho de um lado do
corpo dói mais que o outro? Por que um lado do quadril
dói mais que o outro? se todos têm a mesma idade? Assim,
milhões de pessoas que sofrem dores musculares generalizadas não sabem que estão com Fibromialgia.
A Lemeterapia é uma terapia natural desenvolvida
há cerca de 20 anos para tratar a síndrome da Fibromialgia. Esta terapia tem mostrado resultados satisfatórios em
eliminar as dores e também os outros 190 tipos de problemas que a Fibromialgia pode provocar, passando a não ser
mais necessário o uso de medicamentos, podendo o fibromiálgico voltar a fazer suas atividades de forma normal.
Isto já é uma realidade para mais de 1.300 pessoas. O paciente, se houver necessidade, precisará esporadicamente de
duas sessões de manutenção a cada dois anos.
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www.fibromialgia.net.br
Causas da
Fibromialgia
A visão mais atual da ciência
Q
ueremos enfatizar que existem dezenas de provas científicas
que comprovam que as causas da Fibromialgia não têm relação alguma com problemas psicológicos ou emocionais. A
Fibromialgia tem como causa a permanência de lesões no corpo em
certos indivíduos que passaram por diversos traumatismos físicos. Que
sem estes traumatismos não é possível alguém ter Fibromialgia apenas por portar ou passar por problemas psicoemocionais.
Portanto, os cientistas mais atualizados já comprovaram que as
causas da Fibromialgia são conhecidas e o Instituto Leme tem também
comprovado isso. Em todos os casos tratados com a Lemeterapia constatou-se que a Fibromialgia foi provocada por lesões musculares sofridas durante a vida do indivíduo, as quais, por motivos ainda não conhecidos, não responderam aos tratamentos convencionais utilizados
(medicamentos, fisioterapias, exercícios, acupuntura, etc.). Sendo assim, tais lesões foram se acumulando no corpo até chegar ao quadro de
lesões generalizadas que a medicina denomina então de Fibromialgia.
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2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
Com a LEMETERAPIA tratamos as áreas
lesionadas de forma adequada e o quadro
generalizado de dores não será mais sentido,
fazendo com que o fibromiálgico volte a ter
uma vida normal, sem necessidade de mais
nenhuma medicação para tratar a
Fibromialgia. Esporadicamente poderá
precisar de sessões de manutenção, com a
frequência média de
duas sessões a cada dois anos.
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
F i b r o m i a l g i a
Ou seja, por algum motivo, que a ciência ainda desconhece, alguns indivíduos não se recuperam espontaneamente
ou através dos tratamentos convencionais de suas lesões
musculares causadas por esforço exagerado e/ou acidentes das mais variadas intensidades e assim se tornam fibromiálgicos.
Em outras palavras, no decorrer da vida, todos nós,
desde a mais tenra idade ou bem mais tarde, com 50 ou
mais anos, não importa, poderemos ir sofrendo lesões musculares por esforço exagerado, quedas, acidentes dos mais
variados, etc. Aproximadamente 4% das pessoas não têm
a mesma capacidade de recuperação destas lesões, como
tem a maioria da população, com isso, elas vão acumulando pontos de dor ou lesões até que num certo momento as
dores praticamente se generalizam por todo o corpo. Quando isso ocorre a medicina denomina como sendo casos da
Síndrome de Fibromialgia. Portanto, todos nós sofremos
lesões, mas estes 4% da população não conseguem se recuperar com os tratamentos convencionais e acabam por
se tornar fibromiálgicos.
Estas seriam então as causas da Fibromialgia, as quais
o Leme Instituto Terapêutico, tem evidenciado a cada novo
caso tratado.
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www.fibromialgia.net.br
Sintomas da
Fibromialgia
O
sintoma principal da Fibromialgia é a dor muscular, que pode
se apresentar distribuída praticamente por todas as áreas do
corpo. Porém, a experiência tem demonstrado que estas dores
podem ter diferentes intensidades e a localização delas, na maioria das
vezes, não é perfeitamente simétrica pelo corpo. Ou seja, se compararmos um lado do corpo com o outro, dificilmente encontraremos uma
perfeita distribuição das dores em ambos os lados. Se não houver diferença na posição do ponto dolorido, a intensidade da dor normalmente
será diferente.
Quando nos deparamos com casos que têm uma perfeita distribuição das dores em ambos os lados do corpo, inclusive na intensidade
de cada um, percebemos que não se trata de um caso de Fibromialgia e
sim, de outro tipo de doença ou sintoma que está com diagnóstico
equivocado.
Os sintomas secundários da Fibromialgia são tão ou mais prejudiciais à vida dos fibromiálgicos do que as próprias dores.
São denominados estes sintomas da Fibromialgia de MANIFESTAÇÕES ASSOCIADAS À FIBROMIALGIA.
A relação destas manifestações compõe uma lista com mais de
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2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
Obs.: A relação completa das manifestações associadas está
no livro “Viva Sem Fibromialgia”, o qual está disponível para
ser baixado gratuitamente no site: www.fibromialgia.net.br
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
F i b r o m i a l g i a
190 tipos de problemas na saúde dos fibromiálgicos. A maioria dos que estão com Fibromialgia sente em média 70 delas.
Alguns casos mais graves chegam a ter mais de 130 manifestações simultaneamente. O que torna a vida destes indivíduos
uma verdadeira tortura diária, pois além de dores insuportáveis ainda sofrem com mais de uma centena de manifestações
associadas.
Os mais comuns sintomas secundários da Fibromialgia são: dores de cabeça (enxaqueca, cefaleia); distúrbios do
sono (insônia, sono fragmentado, sono não reparador, etc.);
distúrbios psicoemocionais (depressão, irritabilidade emocional, ansiedade, mudança brusca de personalidade, impaciência, etc.); distúrbios gástricos (refluxo gastresofágico, gastrite, úlceras esofágicas, estomacais e duodenais, problemas
intestinais, etc.), distúrbios de órgãos sexuais e dificuldade
da vida sexual; distúrbios urinários (hipertensão, retenção
de líquidos, infecções frequentes, urgência miccional, cistites, etc.); cãibras; formigamentos; amortecimentos; rigidez
corporal; dificuldade de fazer esforço físico; perda parcial e
momentânea de coordenação motora de algum membro;
distúrbios visuais, auditivos, olfativos; alergias; queda da imunidade (facilidade de pegar infecções) e muitos outros.
Como já citamos, são mais de 190 manifestações associadas ou como alguns autores costumam dizer: Sintomas Secundários da Fibromialgia.
Cabe notar que ao tratarmos através da Lemeterapia
apenas as lesões musculares, a maioria destas outras manifestações deixam de ser sentidas pelos fibromiálgicos e passam a
não terem mais as manifestações associadas ou sintomas secundários desta síndrome, retornando a uma vida normal,
necessitando esporadicamente sessões de manutenção, cuja
média tem sido duas sessões a cada dois anos.
37
www.fibromialgia.net.br
Diagnóstico de
Fibromialgia
E
nfatizamos que apenas médicos fazem diagnóstico de Fibromialgia. Portanto, o fibromiálgico deve estar diagnosticado por
um médico para ser tratado com a Lemeterapia.
Ainda não existe uma forma direta para se fazer o diagnóstico de
Fibromialgia. A medicina não dispõe de um exame específico que possa afirmar que alguém que sente dores generalizadas pelo corpo tenha
com certeza Fibromialgia. Sendo assim, os médicos precisam fazer algumas dezenas de exames para excluir outras possibilidades, para depois chegarem à conclusão de que seu paciente tem Fibromialgia.
Uma vez tendo o diagnóstico de Fibromialgia, basta procurar
uma das unidades do Leme Instituto Terapêutico para fazer uma avaliação de seu caso e iniciar o tratamento através da Lemeterapia. Em
Porto Alegre, poderá entrar em contato pelo telefone (51) 9673-8375,
com a terapêuta Gláucia Herte de Moraes ou consulte outra unidade
no site www.fibromialgia.net.br.
Como os médicos fazem o diagnóstico de Fibromialgia
Para o correto diagnóstico, normalmente os médicos costumam
pedir uma lista de exames que eliminam a possibilidade de outras mo-
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2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
Fonte: Home Health Care Physical Therapy
léstias que também causam dores por todo o corpo. Uma
vez constatado que não se trata de nenhuma delas, ele fará
toques com os dedos ou com dolorímetro em nove pares de
pontos específicos no corpo do paciente e verificará se mais
de 10 pontos estão sensíveis e se as dores perduram por mais
de três meses, constatará ser um caso de Fibromialgia. O
fato de existir ou não sintomas secundários como depressão,
dor de cabeça, distúrbios gástricos, distúrbios do sono, etc.,
não anula o diagnóstico. Portanto, o paciente poderá ter ou
não estes sintomas secundários e o diagnóstico de Fibromialgia se baseará apenas no fato de serem negativos os exames
das outras moléstias e de serem positivos os toques nos pontos específicos da Fibromialgia (vide ao lado), com mais de
10 deles e a permanência das dores por mais de três meses.
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F i b r o m i a l g i a
18 PPon
on
omialgia
onttos da Fibr
Fibromialgia
39
Há vários estudos científicos procurando buscar o
motivo das dores causarem depressão, ansiedade, problemas gástricos, dores de cabeça, etc., mas são pouco conclusivos.
A hipótese mais aceita seria que as dores generalizadas pelo corpo e principalmente a insistência delas diariamente geraria um quadro de estresse muito forte tanto
físico, mental, como emocional. No caso da Fibromialgia,
temos quase sempre um organismo extremamente estressado, podendo sofrer diversos tipos de problemas funcio-
“Você que ttem
em Fibr
omialgia ao se tr
atar
Fibromialgia
tra
ar
á a tter
er uma vida
com a Leme
apia vvolt
olt
Lemetter
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oltar
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normal sem dor
es e sem as manif
es
dores
manifes
esttações
associadas, não pr
ecisando mais utiliz
ar
precisando
utilizar
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ação rre
efer
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medicação
Fibr
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Atendimento Terapêutico:
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Somente atendemos casos
diagnosticados por médicos
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2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
F i b r o m i a l g i a
Conheça quais são as causas das manifestações associadas á Fibromialgia
Conheça como a Lemeterapia trata as causas da Fibromialgia
A Lemeterapia tem alcançado sucesso ao tratar as causas da Fibromialgia a cada novo caso atendido. Tratando o
corpo apenas com a manipulação dos músculos pelos terapeutas com a Lemeterapia, as lesões são sanadas gradualmente no decorrer das sessões. As dores de diferentes intensidades deixam de ser sentidas. Consequentemente os estresses e
o sono gradualmente se normalizam e dezenas de manifestações associadas também vão desaparecendo. De forma gradual, as medicações vão sendo reduzidas com o pleno consentimento médico, por já não serem mais necessárias. Conforme
a terapia vai avançando o fibromiálgico volta a ter uma vida
normal sem dores e sem as manifestações associadas, não precisando mais utilizar qualquer tipo de medicação referente à
Fibromialgia. Esporadicamente ele poderá precisar de sessões
de manutenção, com a frequência média de duas sessões a
cada dois anos.
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
F i b r o m i a l g i a
nais em seus órgãos e também em glândulas importantes,
além de ter sua vida totalmente modificada em termos de
atividades. Quem sofre dores permanentes dificilmente consegue praticar atividade física, pois se locomove muito lentamente ou pouco se movimenta, evita caminhar e com tudo
isso o organismo também colhe os amargos frutos deste obrigatório sedentarismo. Mesmo que profissionais da saúde prescrevam atividades físicas para que os fibromiálgicos, nos casos medianos e graves se torna impossível realizar tais atividades.
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Perguntas & Respostas sobre a
Síndrome de Fibromialgia
Perguntas mais frequentes
sobre a Fibromialgia e o tratamento
com a Lemeterapia respondidas por
F. Lélio Leme Jr. e Helen Lima Leme,
fundadores e diretores do
Leme Instituto Terapêutico
1
2
Qual a diferença entre a Lemeterapia e os outros
tratamentos?
A diferença está no resultado, na forma natural da
Lemeterapia agir e principalmente na sensação de bem-estar
resgatada, dando para a grande maioria dos casos a
impressão de que nunca teve Fibromialgia.
Quanto custa se tratar pela Lemeterapia?
Em média, os casos de Fibromialgia necessitam de 25
sessões. Isso significa que alguns podem ser tratados com 10
ou 12 e outros podem precisar 30 a 45 sessões. Estaremos
tratando o corpo inteiro. Em cada sessão será tratada apenas
uma parte do corpo, sendo que em muitas áreas será
necessário repetir diversas vezes a terapia.
Cada sessão dura em média uma hora e meia, sendo que o preço
pode variar de acordo com a localização da unidade, em função dos custos
42
2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
F. LÉLIO LEME JR. & HELEN LIMA LEME
Fundadores e Dire
titut
o TTerapêutic
erapêutic
o
Direttores do Leme Ins
Institut
tituto
erapêutico
O Leme Instituto Terapêutico é hoje
referência em terapêutica de casos de
Fibromialgia e também dos principais
(REA) Reumatismos Extra-articulares e
Neuropatias Mio-compressivas de origem
não infecciosa que acometem os seres
humanos, tais como: tendinites, bursites,
epicondilites, sub-luxações na coluna
vertebral, mialgias (dores musculares).
Entre essas últimas, podemos citar a
ciatalgia (dores ciáticas), lombalgia (dores
lombares), cervicalgia (dores na cervical –
pescoço), dorsalgia (dor nas costas) e as
dores musculares em todas as outras áreas
do corpo.
Fundado em 1996 e dirigido pelos
terapeutas corporais F. Lélio Leme Jr. e
Helen Lima Leme, este instituto tem
oferecido nestes últimos anos
atendimento terapêutico com níveis de
excelência através de uma terapia
inovadora e muito eficaz para estes casos
citados, a qual foi por eles desenvolvida,
desde 1997/98, denominada
Lemeterapia®.
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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O Leme Instituto Terapêutico, através de
seus diretores, acumula atualmente
(2015) uma experiência no atendimento
de mais de 12.000 clientes aqui e nos
EUA e perto de 38.000 sessões de
atendimento, além de alcançar índices de
resultados acima das expectativas dos
fibromiálgicos.
A Lemeterapia® tem sido difundida desde
2008 por todo o Brasil e na Europa
(Espanha), através de profissionais da
saúde que são treinados pelos autores da
técnica.
Portanto, hoje, o Leme Instituto está
muito bem preparado para continuar a
desenvolver, pesquisar, aplicar e difundir
a Lemeterapia® através de profissionais
treinados e licenciados.
O Instituto tem tido a grata satisfação de
presenciar, em cada novo caso tratado, a
transformação de seres fragilizados,
dependentes e infelizes, em seres
humanos renovados, aptos,
independentes e felizes.
44
2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
regionais. Entre em contato com a unidade de seu interesse e se informe. Se
necessário o valor total poderá ser parcelado conforme a sua necessidade.
Lembramos que logo nos primeiros meses não mais terá as despesas com
medicação, o que tornará mais acessível pagar o tratamento.
Nunca deixamos de atender um caso sequer por questões financeiras,
pois temos como lema de sempre encontrar um plano de pagamento
adequado ao orçamento de nossos clientes.
3
Porque o Leme Instituto não faz sessões isoladas para
tratar os casos, apenas pacotes com contrato?
4
Qual é a melhor forma de agendar a minha avaliação sem
compromisso?
A nossa experiência nos tem demonstrado que o cliente
frequentemente desconhece os mecanismos terapêuticos e
quando ele pensa estar realmente tratado, pode ainda haver
muito a ser feito. Assim, involuntariamente o paciente
poderia parar o seu tratamento antes do momento ideal.
Portanto, para mantermos os níveis de eficácia do tratamento, foi
decidido trabalhar com pacotes, que visem completar totalmente a
Lemeterapia. Assim, fica muito mais econômico aos clientes e, ao mesmo
tempo, nossas metas de sucesso são sempre alcançadas.
Em Porto Alegre, entrando em contato com a terapêuta:
Gláucia Herte de Moraes, através do número: (51) 96738375.
Para outras unidades, acesse o site: www.fibromialgia.net.br
Somente serão atendidos casos diagnosticados por médicos.
5
Por que nos casos graves como Fibromialgia e outros que
causam muita debilidade, há a necessidade de um
acompanhante para levar ou hospedar o cliente?
Por norma e por questões de segurança para os nossos
clientes, recusamo-nos a atender portadores de síndromes
muito dolorosas sem que estejam acompanhados. O motivo
é a reação de relaxamento e sonolência que as sessões
proporcionam, especialmente as primeiras.
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
45
6
A Lemeterapia é exclusividade do Leme Instituto
Terapêutico?
Sim, esta terapia foi por nós elaborada desde os anos
97/98 e ela vem sendo aperfeiçoada até que se tornou um
valioso instrumento para tratar a Fibromialgia e outros
problemas de ordem muscular.
Portanto, somente nas suas unidades Leme Instituto
Terapêutico no Brasil e na Espanha poderá ser encontrada esta terapia.
7
8
Qual o intervalo de tempo entre uma sessão e outra?
Normalmente nos casos de Fibromialgia cerca de 60% das
sessões são feitas com intervalos de uma semana a 10 dias.
Depois os intervalos passam a ser espaçados
progressivamente em 15, 21, 30 e até 45 dias.
Obs: quando o cliente fica hospedado na cidade para se
tratar, o tratamento é feito de forma bem mais intensiva.
Esta terapia, da forma como se encontra no site
www.fibromialgia.net.br, parece algo muito bom para
ser verdade. O que vocês têm a nos dizer
sobre isso?
Todas as informações aqui prestadas e no site são
verdadeiras. Qualquer pessoa que tenha alguma dúvida
quanto a isso poderá fazernos uma visita no Instituto ou
comprovar em uma das unidades os resultados de nossos clientes.
Conforme tudo que foi esclarecido acreditamos que dentro de algum
tempo a Lemeterapia será vista com naturalidade por ter resultados tão
surpreendentes como hoje já têm!
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2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
9
A Lemeterapia utiliza alguma medicação ou algo que
possa indiretamente prejudicar a minha saúde?
Não. Muito pelo contrário. Através da Lemeterapia você
certamente não será mais dependente de medicamentos.
As reduções e suspensões do uso de medicamentos só
serão feitas e acompanhadas diretamente pelo médico do
cliente.
A Lemeterapia, além de não usar medicamentos, ela também não faz
uso de ervas, agulhas, outras substâncias ou sais, nem aparelhos que possam
prejudicar a sua saúde ou de quem a está aplicando.
10
Poderei continuar a fazer atividade física durante o
período de tratamento?
Durante o período inicial recomendamos que não faça
exercícios físicos, trabalho intenso que exija do corpo
esforço, mas essa recomendação é apenas para o período
inicial da terapia.
Após findada a Lemeterapia, você será orientado a fazer
atividades brandas e moderadas, ou a que mais combinar com a sua idade e
disposição, pois é justamente para você voltar a se exercitar, tanto num
esporte, como nas atividades laborais, que você está se tratando.
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Foto Arquivo Pessoal
Farmácia
Por Maria Luiza Faviero
CRF-RS 3619
Responsável Técnica
da Pré-Natal
Farmácia de
Manipulação
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Festas de final de ano:
estresse, ansiedade, solidão,
tristeza ou felicidade?
E
stamos no final do ano e começam os preparativos para festa
de Natal e Ano Novo, seja comemoração com amigos, familiares, festa da empresa, dos filhos na escola, etc, e isso pode gerar
um turbilhão de emoções. É uma época que simboliza felicidade, alegria e desejo de novas metas a seguir no ano seguinte. Mas a lembrança
de entes queridos que se foram, relacionamentos desfeitos, cobrança
excessiva ou outros fatores podem trazer sentimentos que não sejam
nem alegria nem felicidade.
Como tratar essas emoções da maneira mais natural e sem uso
de substancias controladas?
O uso de plantas medicinais, fitoterapia, é parte importante de
muitos estudos na área da saúde como uma ótima possibilidade terapêutica. Requer, no entanto, seriedade em seu uso e indicação, pois,
apesar de ser um método terapêutico natural, também apresenta contraindicações, efeitos colaterais, dosagens ideais e formas de uso. É necessária, por exemplo, uma atenção especial quando utilizada concomitantemente a outros medicamentos, já que podem interferir na ação
deles, diminuindo sua eficácia e até gerando efeitos indesejados. Daí a
importância desse fitoterápico ser prescrito por médico ou nutricionista.
Alguns fitoterápicos e suas atividades:
• Theanine – aminoácido presente na camélia sinensis (chá verde)
que produz um efeito calmante no cérebro por bloquear a ligação do
ácido l-glutamico aos receptores de glutamato, com isso, induz o relaJORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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xamento e efeito calmante e modulador do humor, aumentando a sensação de bem-estar uma vez que há aumento das ondas alfa cerebrais.
Não causa sonolência e não interfere na concentração mental. Quando administrada via sublingual ultrapasssa rapidamente a barreira hematoencefálica, causando mudanças bioquímicas.
• Crocus sativus extrato seco – é um produto natural extraído do
açafrão vermelho, utilizado para tratamento da depressão leve a moderada e estresse.
• 5-HTP (5-hidroxitriptofano) – Aminoácido natural produzido a partir
do triptofano-L. Obtido a partir de sementes de Griffonia simplicifolia, uma planta africana. É o precursor químico e intermediário metabólico na biossíntese do neurotransmissor serotonina e da melatonina
a partir do triptofano-L. Seu efeito preventivo e curativo se destaca em
crianças com enxaqueca.
• Hypericum perfuratum extrato seco (erva de São João) – é amplamente utilizado em alguns países para o tratamento da depressão ligeira a moderada e desordens depressivas.
• Melissa officinalis L. – extrato seco (erva cidreira) - planta originária
da Europa Meridional, usada em distonias neurovegetativas, ansiedade, melancolia, insônia, enxaqueca e asma.
• Passiflora incarnata extrato seco (maracujá) – muito utilizada no
tratamento de ansiedade, depressão, insônia e dificuldade de concentração. O principal efeito colateral da passiflora é a sonolência excessiva. É contraindicada para pacientes com hipotensão arterial.
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2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
Prevenção
Uso de camisinha é o
meio mais
eficaz de prevenção
contra o HIV
A diferença entre casos detectados por gênero vem diminuindo:
último dado disponível mostra 1,7 casos em homens para cada 1
em mulheres. Desde os anos 80, foram notificados 757 mil casos de
AIDS no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, a epidemia no país
está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 20,4 casos, a
cada 100 mil habitantes. Isso representa cerca de 39 mil novos
casos de AIDS ao ano.
Existem mais casos da doença entre os homens do que entre as
mulheres, entretanto, essa diferença vem diminuindo ao longo dos
anos. Em 1989, a proporção entre os sexos era de cerca de 6 casos
de aids no sexo masculino para cada 1 caso no sexo feminino. Em
2011, último dado disponível, chegou a 1,7 casos em homens para
cada 1 caso em mulheres.
De acordo a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na
População Brasileira (PCAP), divulgada na última quinzena de janeiro, a maioria dos brasileiros (94%) sabe que a camisinha é a melhor
forma de prevenção contra as DST e a AIDS. Mesmo assim, 45% da
população sexualmente ativa do país não usou preservativo em
relações sexuais casuais nos últimos 12 meses. Entre as mulheres,
86,8% dos casos registrados em 2012 decorre de relações heterossexuais com pessoas infectadas pelo HIV.
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O uso de camisinha é considerado o método mais eficaz para se
prevenir contra muitas doenças sexualmente transmissíveis, como a
AIDS, alguns tipos de HEPATITES e a SÍFILIS, por exemplo. Além disso,
evita uma gravidez não planejada.
Desde 1994, o governo federal distribui gratuitamente o preservativo em toda a rede pública de saúde. De acordo com o Ministério da
Saúde, o Brasil é o país que mais compra e distribui camisinhas no
mundo (625 milhões de unidades, em 2013).
Em 2014, o Ministério da Saúde também distribuiu 6,4 milhões de
testes rápidos para HIV, número 26% superior aos 4,7 milhões
distribuídos em 2013. Das cerca de 734 mil pessoas que vivem com
HIV e AIDS no Brasil, atualmente, 80% foram diagnosticadas.
Além do uso de camisinha em todas as relações sexuais, o Ministério da Saúde recomenda que não sejam compartilhadas seringas e
outros objetos que furam ou cortam.
TRA
TAMENT
O
TRAT
AMENTO
Os medicamentos antirretrovirais surgiram na década de 1980, para
impedir a multiplicação do vírus no organismo. Eles não matam o
HIV, vírus causador da AIDS, mas ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, seu uso é fundamental para
aumentar o tempo e a qualidade de vida de quem tem AIDS.
Com o surgimento do coquetel, as pessoas infectadas passaram a
viver mais. O tempo de sobrevida é indefinido e varia de indivíduo
para indivíduo. Algumas pessoas começaram a usar o coquetel em
meados dos anos noventa e ainda hoje gozam de boa saúde.
Para combater o HIV, é necessário utilizar pelo menos três
antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes
diferentes, que poderão ser combinados em um só comprimido. O
tratamento é complexo, necessita de acompanhamento médico
para avaliar as adaptações do organismo ao tratamento, seus
efeitos colaterais e as possíveis dificuldades em seguir corretamente as recomendações médicas, ou seja, aderir ao tratamento. Por
52
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isso, é fundamental manter o diálogo com os profissionais de
saúde, compreender todo o esquema de tratamento e nunca ficar
com dúvidas.
O PPAPEL
APEL DO SUS
O governo federal garante a todos os adultos com testes positivos
de HIV, mesmo que não apresentem comprometimento do sistema
imunológico, o acesso aos medicamentos antirretrovirais contra a
AIDS pelo SUS. Desde 1996, o Brasil distribui, gratuitamente, o
COQUETEL ANTIAIDS para todos que necessitam do tratamento.
A rede de assistência conta hoje com 518 Centros de Testagem e
Aconselhamento (CTA), 712 Serviços de Assistência Especializada
(SAE) e 724 Unidades de Distribuição de Medicamentos (UDM).
Gradualmente, as Unidades Básicas de Saúde estão sendo incorporadas na atenção aos pacientes vivendo com HIV.
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Atualmente, o Ministério da Saúde oferece 22 medicamentos com
39 fórmulas e, entre 2005 e 2013, o país mais que dobrou (2,14
vezes) o total de brasileiros em tratamento, passando de 165 mil,
em 2005, para cerca de 350 mil em 2013.
A ampliação da assistência às pessoas com HIV e AIDS e o incentivo
ao diagnóstico precoce fazem parte das estratégias do Ministério da
Saúde no cumprimento da meta “90-90-90”, que corresponde a
90% de pessoas testadas, 90% tratadas e 90% com carga viral
indetectável até 2020. As metas foram adotadas pelo Programa
Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).
Acompanhe dados sobre tratamento e prevenção de AIDS no Brasil
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde e
Agência Brasil
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Comer Saudável
Alimentação
Saudável
Por Ruy E. Dornelles
Dias
Médico com
Especialização em
Endoscopia Digestiva
CREMERS 22279
SOBED/CFM 19573
RQE 19573
A
alimentação funciona para o corpo humano do mesmo modo
que o combustível funciona para o automóvel.
As proteínas, os carboidratos (açúcares), as gorduras, as
vitaminas e os sais minerais que estão contidos nos alimentos que consumimos diariamente são os nutrientes para o nosso corpo. O leite e
seus derivados, a carne e os ovos são as principais fontes de proteínas.
Já frutas, legumes e verduras são ricos em vitaminas e sais minerais.
Na nossa alimentação também não pode faltar a água. Ela é fundamental para o equilíbrio do corpo, pois é indispensável para promover o metabolismo.
As principais metas da pirâmide alimentar são: orientar o consumo variado de alimentos, a ingestão menor de gorduras saturadas (que
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aumentam o colesterol e os triglicérides – que podem causar doenças
coronarianas e infartos), maior consumo de frutas, verduras, legumes e
grãos (que melhoram o funcionamento do intestino e fornecem vitaminas A, C, E, entre outras), a ingestão moderada de açúcar, sal e
bebidas alcoólicas.
A prática de exercícios físicos é fundamental como complementação a uma alimentação saudável, visando à perda de peso ou à manutenção do peso adequado, além da prevenção de doenças e da obesidade, uma das causas de hipertensão arterial, os acidentes vasculares cerebrais (derrames), entre outros males. Faça, no mínimo, 30 minutos
diários de atividade física, contribuindo para uma melhor qualidade
de vida, associada com a alimentação saudável.
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Veja alguns alimen
an
a a boa
alimenttos import
importan
anttes par
para
saúde e sua ccon
on
tribuição par
a o or
ontribuição
para
orgganismo:
• Vitamina C: limão, caju, laranja, etc.
• Sais minerais: tomate, maçã, legumes, etc.
• Potássio: banana, maçã, leite, etc.
• Cálcio: leite e seus derivados, etc.
• Vitamina A: cenoura, agrião, abóbora, etc.
• Fibras: hortaliças, legumes, frutas, cereais,
etc.
• Ferro: espinafre, couve, brócolis, etc.
A falta desses alimentos pode causar
problemas para a saúde como: fraqueza,
resfriados, anemia, ossos e dentes fracos,
indisposição, entre outros.
Uma alimentação saudável deve ser rica em
fibras (frutas, verduras e legumes). Massas
devem ser consumidas moderadamente. As
carnes são fontes de proteínas e devem ser
consumidas (sem gorduras).
Durante as refeições deve-se evitar ingestão
de líquidos.
Deve-se dar preferência ao consumo de
água e sucos naturais em vez de refrigerantes e
outras bebidas.
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DE
ARA UMA BO
A DIGE
DEZZ DICAS PPARA
BOA
DIGESSTÃO:
1. Nunca tome medicamentos sem orientação médica.
Podem esconder algumas doenças e até mesmo
prejudicar a digestão.
2. Escolha bem os alimentos. Evite aqueles que não
lhe “caem” bem.
3. Faça suas refeições nos horários corretos, sempre
mastigando bem os alimentos.
4. Não fique muito tempo em jejum. Isso prejudica o
organismo. Coma uma fruta nesses casos.
5. Comer frutas, legumes e verduras sempre faz bem
ao organismo.
6. Leite alivia a queimação, mas aumenta a secreção
ácida do estômago. É recomendado apenas um copo,
de uma a duas vezes por dia. Evite o leite antes de
dormir.
7. Cigarro é o grande inimigo. É uma das causas de
gastrites, úlceras e provoca azia.
8. Bebidas alcoólicas provocam lesões no estômago,
gastrites e azia. Deve-se evitá-las.
9. Dormir depois do almoço não é aconselhável.
Relaxa, mas prejudica a digestão.
10. O cafezinho depois do almoço está liberado.
Porém, não se deve tomar o dia todo.
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Dr. Ruy Emílio Dornelles Dias
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Suco de maçã
como Detox
e auxiliar na
prevenção ao Câncer
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A
lém de muito saboroso, o suco de maçã é repleto de
benefícios para a saúde. É um excelente diurético, além
de ser desintoxicante, expectorante, antibiótico natural, regulador do intestino, entre outros benefícios.
PARA QUE SERVE?
O suco de maçã pode ser usado no tratamento da tosse, da gripe – por ser rico em vitamina C, sendo ainda melhor quando adoçado com mel, que potencializa o poder
expectorante e antibiótico. É excelente para melhorar o funcionamento intestinal, pois é rico em pectina, uma fibra solúvel que forma um gel viscoso quando em contato com a
água dos alimentos no intestino. Promove ainda a saciedade
– auxiliando no emagrecimento, e é excelente para o tratamento da diverticulite, diarreia, entre outros.
É usado ainda como um excelente Detox, auxiliando
na remoção das toxinas do organismo, hidratando o corpo
e combatendo a obesidade. Existe na maçã um flavonoide
conhecido pelo nome de florizina que ajuda a proteger mulheres na pós-menopausa da osteoporose. Além disso, pode
ser usada no tratamento de asma, sendo comprovado em
estudo com crianças sua eficácia. Previne ainda, segundo
um estudo da Universidade de Cornell, o mal de Alzheimer, por conter quercetina que protege as células cerebrais
contra os danos dos radicais livres. A maça é indicada para a
prevenção ao câncer de pulmão, para reduzir o colesterol,
auxiliar no tratamento do diabetes, entre tantos outros benefícios que esta fruta contém.
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RECEITAS DE SABOROSOS SUCOS DE MAÇÃ
Suco de maçã Detox
– Quatro maçãs sem sementes picadas
– Dois litros de água
– Suco de meio limão
Coloque a água e a maçã no liquidificador e bata
bem. Em seguida, adicione o limão. Consuma fresco
e armazene na geladeira.
Suco de maçã para gripe
– Duas maçãs sem sementes picadas
– Suco de um limão
– Meio copo de água
– Uma colher de mel
Bata as maçãs, o suco do limão e a água no
liquidificador. Quando notar que a mistura está
homogênea, desligue e adoce com mel. Consuma em
seguida para que a vitamina C não se perca.
Suco de maçã para o intestino
– Duas maçãs
– Uma xícara de cerejas sem o caroço
– Um litro de água
Corte as maçãs e retire as sementes. Em seguida,
coloque no liquidificador junto com a água e as
cerejas. Bata bem para que forme uma mistura
homogênea e consuma. A dose indicada é de dois
copos durante o dia.
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SUCO DE UVA INTEGRAL PREVINE DOENÇAS
Para os fãs do suco de uva agora temos mais um bom
motivo para inseri-lo no cardápio. Um recente estudo,
realizado pelo Instituto Universitário Metodista IPA, no
Rio Grande do Sul, apontou que o suco de uva puro
auxilia a perder peso e ainda previne doenças.
Para realizar o estudo, as pesquisadoras dividiram ratos
em dois grupos: um deles consumiu uma dieta rica em
gorduras com suco de uva à vontade e o outro grupo
manteve uma alimentação normal e tomou apenas
água. O resultado foi surpreendente: o suco de uva
ajudou a reduzir o peso.
O recomendado é incluir o suco de uva integral, isso é
sem adição de água e açúcar, diariamente na alimentação. Para uma pessoa de até 70 quilos, o ideal são dois
copos de suco, o que dá em torno de 500 mililitros. Já
para uma criança, um copo por dia é o suficiente para
garantir benefícios à saúde.
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Saúde Bucal
O que é a
Ortodontia?
Por Ebraim D. S. Fogaça
Cirurgião-Dentista.
Especialista em
Ortodontia e
Implantodontia.
CRO 16481
A
Ortodontia é uma das várias especialidades da Odontologia,
que tem a função de tornar o sorriso mais saudável e bonito,
além de ajudar no cuidado da saúde bucal, bem como na
prevenção de doenças. A Ortodontia é responsável pela correção dos
dentes e dos ossos maxilares que não estiverem posicionados de forma
correta. Dentes tortos ou que não se encaixam acarretam muitos problemas ao paciente e esteticamente não são agradáveis e tornam difícil
a correta higienização, o que pode resultar em perda precoce de dentes
e apresentar uma deterioração mais rápida que o normal.
Dentes mal higienizados podem ocasionar doenças periodontais,
como inflamação e infecção dos ligamentos e ossos, resultando em
perda. A periodontite é uma doença comum, e de fácil prevenção. O
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mal posicionamento dos dentes levam a problemas nos músculos responsáveis pela mastigação, ocasionando dores de cabeça, dores nos ombros, costas e no pescoço.
O TRATAMENTO
ORTODÔNTICO
Normalmente é utilizado aparelhos, tanto fixos como móveis,
que colocam uma leve pressão nos dentes e ossos maxilares movimentando os dentes, ou retraindo os músculos e, até mesmo, alterando o
crescimento mandibular. O especialista é que definirá qual o melhor
tratamento em cada caso. O especialista neste campo é chamado de
ortodontista. Os ortodontistas precisam fazer um curso de especialização, além dos cinco anos do curso regular.
COMO SABER SE PRECISO DE TRATAMENTO
ORTODÔNTICO?
Algumas características que podem indicar a necessidade
de um tratamento ortodôntico:
• Possuir dentes salientes conferindo um sorriso desagradável;
• Perceber problemas mastigatórios;
• Quando os dentes inferiores tocam o palato ou a gengiva do arco superior;
• Se a arcada inferior estiver projetada muito para a frente ou se a arcada superior estiver posicionada muito para
atrás, dando uma aparência de “bulldog” (conhecida como
mordida cruzada anterior);
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• Se existir espaço entre as mordidas, problema conhecido como mordida aberta;
• Se há falhas (espaços) entre os dentes, normalmente
resultado de dentes ausentes ou quando os dentes não
preenchem a boca, ou o contrário, quando a arcada é
pequena fazendo com que os dentes fiquem sobrepostos;
• Se o centro da arcada superior não está alinhada com
o centro da arcada inferior.
O recomendável é que consulte o seu dentista ou
ortodontista. Eles podem lhe recomendar um tratamento ortodôntico. O diagnóstico é feito usando-se vários
critérios e instrumentos como o histórico médico e dentário completo, um exame clínico, moldes de gesso de
seus dentes e radiografia, entre outros.
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Psicologia
UM RECADO AOS JOVENS
Envelhecimento não é festa...
tampouco uma tragédia!
Por Helena Beatriz
Finimundi Balbinotti
Psicóloga, Psicanalista
Cep-PA (Adolescente,
Adulto Jovem e
Adulto Maduro),
Psicogerontóloga Flacso Argentina,
Diretora do Clam-PA
Fone (51) 3328.60.76
8424.36.38
[email protected]
C
om os antibióticos, a tecnologia médica e as terapias genéticas,
a expectativa de vida segue aumentando. Os cientistas estimam
que mais de dois terços de todo o avanço conseguido foi no
século XX. A duração natural da vida humana – o número de anos que
o organismo humano está programado biologicamente para viver –
pode, nas próximas décadas, chegar a ser de 115 anos. Segundo Jan
Vijg (2000), diretor de Microbiologia do Instituto de Gerontologia Experimental de Delft (Holanda), em um futuro muito próximo, o homem poderá chegar a viver até os 130 anos. Porém, para isso acontecer,
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é necessário o enfrentamento das novas ameaças. O estresse, por exemplo, um dos principais inimigos da longevidade.
Frente às exigências atuais, uma melhor preparação e atitude mental positiva, principalmente por parte dos que ainda virão a envelhecer
– os adultos jovens – são necessidades imprescindíveis, que devem ser
desenvolvidas desde cedo.
Ter uma consciência clara sobre o que é viver e o que significa
apenas “durar” faz a diferença. Viver é ter esperança de vida (isto é,
expectativas e construções emocionais visando o futuro), enquanto que
a duração da vida é apenas uma contagem cronológica (que desconsidera a responsabilidade da pessoa no processo).
Para ser responsável no próprio envelhecimento e este ser normal, muitos dos conceitos e concepções existentes devem ser revistos
para além da compreensão orgânica (dos cuidados com o corpo biológico), tais como outros aspectos que fazem parte da personalidade, como
os psicológicos, os sociais e espirituais.
Os cuidados com a autoestima, por exemplo, são muito importantes, pois dependem dos vínculos emocionais que uma pessoa estabelece, da evolução de seus interesses intelectuais, da sua situação econômica, dos anseios e dos planos de como deseja viver. Ao pensar em
planejar a segunda metade da existência, fazendo projetos para o futuro, além de ser uma responsabilidade de todo cidadão ainda jovem de
nossa época, este deve também olhar como está vivendo o presente.
Alimentar o amor e muito bom humor auxilia nas diversas experiências humanas e como fontes de gratificação estimulam a libido (energia psíquica). Identificar os conflitos e elaborar os sentimentos que
provocam sofrimentos, principalmente os relacionados ao temor do
futuro, exige compreender que - se envelhecer não é uma festa, tampouco deve ser encarado como tragédia.
* O material deste artigo foi extraído do livro de minha autoria: A
Vida a PPartir
artir dos 40: Conflit
os Desafios e R
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truções
Conflitos
Rec
econs
onstruções
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Foto Cezar Augusto Rodrigues
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História da Medicina
CAETANO MOURA, O BRASILEIRO
MÉDICO DE NAPOLEÃO BONAPARTE
Por Warley Oliveira
Graduado em Letras e
em Pedagogia pela
UFRGS e Pós-Graduado
em Pedagogia pela
UFRGS e em
Neopedagogia da
Gramática pela IPUC.
U
m brasileiro afrodescendente foi médico de Napoleão Bonaparte. O nome dele? Caetano Lopes de Moura. Com o mesmo nome de um Santo que fundou asilos e hospitais, São
Caetano de Thiene (outubro de 1480 – 7 de agosto de 1547), o jovem
baiano, na sua autobiografia, fez questão de destacar a etnia dele: “Sou
pardo como foram meu pai e minha mãe”.
O cirurgião e figura importante também no mundo das letras,
nasceu em Salvador em 1780 (alguns pesquisadores dizem 1779). Aos
20 anos, conforme registram alguns investigadores da vida dele, Caetano matriculou-se na Universidade de Coimbra, pela qual se formou
em Medicina.
Como cirurgião, esteve a serviço do Corpo de Saúde do Exército Português. Mais tarde, conseguiu realizar o sonho de ir para a França, país em que se dedicou com sucesso à clínica privada.
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A fama do médico mulato com o nome de um santo benfeitor
de hospitais chegou a Napoleão Bonaparte. O imperador convidou
Caetano para ser seu médico particular, impressionado com o talento
daquele médico brasileiro.
Além de dar apoio a Napoleão Bonaparte, Caetano Moura tornou-se conhecido e respeitado pela nobreza e por altos escalões militares.
Como se depreende, aquele menino humilde, que foi médico de
Napoleão Bonaparte, tem de ser lembrado também como uma das
figuras merecedoras de aplausos no mundo das nossas letras, porquanto é vasta a sua produção literária, toda ela escrita e publicada em Paris.
Seu primeiro livro, uma tradução da obra O Talismã (romance
de cavalaria e descrição das Cruzadas), de Walter Scott, foi publicado
quando ele estava chegando perto dos sessenta anos.
Aos 75 anos, foi nomeado por D. Pedro II, Médico Honorário
da Imperial Câmara.
Esta honraria e o fato de ter sido cirurgião-mor da Legião Portuguesa durante as guerras napoleônicas são dois grandes marcos da sua
carreira de médico.
Caetano Lopes de Moura pertence ao número de mestiços brasileiros de origem modesta, que, à custa de esforços próprios, souberam
elevar-se, dignificando o nome de sua terra.
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76
2015 • Ano 5 • no 15 • ISSN 2359-4578 • JORNALCONCEITO SAÚDE
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A obra apresenta 46 artigos sobre todas as áreas da Cirurgia Plástica,
escritos em uma linguagem acessível para o leigo. O livro não se propõe a
apresentar a Cirurgia Plástica com encantamento, fantasia, sensacionalismo
e banalização, mas sim como uma especialidade da Ciência Médica séria,
segura e que proporciona grandes resultados aos pacientes quando exercida
por profissional qualificado. A obra possui apresentação do Dr. Ivo Pitanguy
e organização do Dr. Nelson Heller e mais 40 coatores.
www.editoraconceito.com.br
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
77
Letras
COLÓQUIO
ORTOGRAFIA E
BOM-SENSO
Professor gaúcho, Francisco Dequi, participou
do evento promovido pela Academia de
Ciências de Lisboa, em Portugal, com a tese
Neopedagogia da Acentuação Gráfica
O
evento, com duração de dois dias (9 e 10 de novembro de
2015), ocorreu no salão nobre da Academia das Ciências de
Lisboa (Portugal). O presidente da Academia, Artur Anselmo, abriu a sessão com a presença dos membros titulares do sodalício
da Academia e com as mais altas autoridades em gramaticologia e em
linguística da língua lusa. O Brasil teve quatro convidados para participar como oradores. Três eram gaúchos: José Carlos Gentili, Francisco
Dequi, Celso Augusto Nunes da Conceição. O pernambucano Evanildo Cavalcanti Bechara, atualmente radicado no Rio de Janeiro, teve
participação destacada, pois, no Acordo Ortográfico de 1990, coordenou a reforma em nome da comunidade brasileira.
Numa análise superficial, pode-se dizer que o último acordo não
satisfez a maioria dos estudiosos da língua portuguesa dos países lusófonos. As críticas foram contundentes. O regramento do uso do hífen
foi o mais criticado. A eliminação das consoantes mudas também sofreu intensas restrições. Alguns dos oradores defenderam a manuten-
78
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Professor Dequi respondendo a questionamentos dos
presentes no Colóquio realizado na
Academia de Ciências de Lisboa, em Portugal.
ção das tradicionais fonemas consonantais mesmo os mudos. Outros
pregaram sua extinção.
Houve também oradores que não vislumbram futuro e solidificação do acordo ortográfico, mas acreditam que seu debate é uma tentativa que visa à unificação aproximada da língua lusófona, hoje a quinta
mais falada no mundo. Deve-se aceitar e considerar normal a pronúncia diferenciada das vogais, principalmente a de “e” e de “o” que, em
Portugal, tem prolação aberta como em “demónio, bebé” e outras que
JORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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possuem timbre aberto em Portugal e fechado no Brasil. Há nessas
palavras mudança de timbre nessas vogais, mas a tonicidade, nelas, fica
nas mesmas vogais. Esses pormenores dificilmente serão unificados.
Cada povo continuará pronunciando de sua maneira. E a grafia terá
que acompanhar o estabelecido pelo Acordo. Tal fato não causará qualquer prejuízo na comunicação escrita ou falada entre as nações lusófonas.
Duas professoras, neste colóquio, versaram sobre problemas diferentes entre os países. “Propina”, em Portugal quer dizer “taxa” a ser
paga por certos serviços. No Brasil, ultimamente, essa palavra passou a
traduzir, com muita ênfase, o aspecto criminoso e corrupto de certos
percentuais de pagamentos feitos entre setores públicos e seus agentes.
PARTICIPAÇÃO DO PROFESSOR DEQUI
Os programadores do Colóquio “Ortografia e Bom-senso” colimavam saber como o autor da Neopedagogia da Gramática conseguiria justificar que 99,8% dos acentos gráficos oficiais podem ser explicados por meio de uma única regra. A sua tese básica tem o seguinte
texto: “Dominada a tonicidade natural das palavras sem diacrítico,
99,8% dos acentos gráficos oficiais da língua portuguesa podem ser
explicados com uma única regra.”
O orador gaúcho, em 20 minutos, expôs os três roteiros da tonicidade natural das nossas palavras, com a exemplificação clara exibida
em telão e, em seguida, mostrou o papel deslocador da tonicidade realizado pelo acento gráfico oficial, o que corresponde à regra única da
neopedagogia do professor Dequi. Novamente a exemplificação em telão
deixou essa dinâmica da tonicidade bem evidente provocada pelo diacrítico – um processo bem simples.
O orador, em seguida, arrolou as inúmeras vantagens dessa neopedagogia da acentuação gráfica: ensina a tonicidade natural de qualquer palavra sem essa marca visual; simplifica o seu domínio, pois dispensa estudar e reter a contagem das sílabas para classificar as palavras
em oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas; dispensa também diferenciar as vogais das semivogais e os consequentes encontros vocálicos
“ditongos, tritongos e hiatos”.
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Francisco Dequi recebendo convite de professor de Angola
para expor a Neopedagogia em seu país africano.
Esses pré-requisitos, pela didática do professor Dequi, não são necessários para justificar os acentos gráficos oficiais da nossa língua. São complicadores dispensáveis para a Acentuação Objetiva ensinada pela Neopedagogia da Gramática.
Ao encerrar sua exposição, o professor solicitou a colaboração
dos participantes para a busca de palavras que não se enquadrem dentro dos três itens da tonicidade natural das palavras sem acento gráfico.
Pediu também que fossem apresentadas eventuais palavras que violem
a regra única da acentuação gráfica, incluindo, nestas, os 0,2% dos
sinais diferenciadores. Um grupo de docentes, no intervalo destinado
ao cafezinho, apresentou “um abacaxi”: a palavra “performance” que,
na sua escrita, aparece sem acento gráfico tanto nos dicionários portugueses como nos do Brasil. Tanto pelas regras do Acordo como pelas
da Neopedagogia apresentadas deveria ser marcada com acento gráfico. Ou por ser proparoxítona ou porque tonificou-se a vogal três.
No fim, chegou-se à conclusão de que a palavra foi mal dicionarizada.
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O ENSINO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS
O Curso de Português “Bião”, que, em Paris, ensina a língua
portuguesa para os franceses interessados em dominar o idioma luso,
em 2006, na Expolangue, convidou o professor Dequi para mostrar
como ensinar a tonicidade e a acentuação gráfica pela Acentuação
Objetiva para estudiosos estrangeiros. Neste ano de 2015, na Academia de Ciências de Lisboa, um professor, também de português, que
ensina Chinês, radicado no norte de Portugal, externou entusiasmo
por ter visto neste novo caminho de ensinar tonificação das nossas
palavras, uma maneira simples de levar ao domínio dessa matéria. Julgou que essa neopedagogia iria facilitar seu trabalho.
Assim, nesse colóquio da Academia, um pesquisador brasileiro
contribuiu com um processo simplificador e bem objetivo que leva ao
domínio da tonificação das nossas palavras. Alguns participantes externaram grande interesse em conhecer toda a neopedagogia do professor
Francisco Dequi.
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Professor Francisco Dequi apresentou uma de suas obras
sobre a Neopedagogia. O pesquisador já publicou 14 livros
sobre seus estudos.
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Organizado pelo médico e psiquiatra Carlos A. S. Martins de Barros,
juntamente com o advogado e professor universitário Geraldo Jobim, o livro
“O trabalho médico e a lei” tem por objetivo apresentar a pesquisa realizada
por cinco médicos e um advogado. São seis capítulos que abordam diversos
temas que trazem à tona justamente a complexidade da área e sua
multidisciplinaridade.
A obra trata-se um rico debate entre os diversos sistemas de proteção
da saúde, trazendo temas como: tratamento da saúde no Brasil como um
direito fundamental, os limites impostos às prestações voltadas à saúde, quando
o Estado nega prestação de medicamentos e serviços de saúde, sigilo médico
nas perícias, a importância do Termo de Consentimento livre e esclarecido,
Anencefalia: Aspectos Médico-Legais e Erro Médico na Cirurgia Plástica.
www.editoraconceito.com.br
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Artigos científicos
para o Leigo
SUMÁRIO
87 Crianças Inquietas. O que pode ser?
93 Psicoterapia de Grupo
101 A Família e os Transtornos Mentais
111 O Bebê Adoece: É a Questão
117 CICLOTIMIA
(Transtorno Ciclotímico)
123 A Pessoa Desconfiada e Brigona
131 A linguagem do corpo: As principais características do
paciente psicossomático
Artigos extraídos do livro Psiquiatria para Leigo, publicado pela
Editora Conceito.
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CRIANÇAS INQUIETAS.
O QUE PODE SER?
ANTÔNIO FRANCISCO MAINERI BRUM
Médico Psiquiatra. Especialista em Psiquiatria pelo
Centro de Estudos José de Barros Falcão da FFFCMPA.
Docente do Departamento de Ciências Morfológicas da FFFCMPA.
Docente de Neuropsicologia e Psicopatologia da ULBRA.
Docente de Neuropsiquiatria do Instituto Abuchain.
Docente do Curso de Especialização LS em
Clínica Psiquiátrica da ULBRA. CREMERS 7477
ISABEL FABRIS
Médica. Aluna do Curso de Especialização LS em
Clínica Psiquiátrica da ULBRA. CREMERS 24030
LIÁRA SILVEIRA IGLEZIAS
Médica. Aluna do Curso de Especialização LS em
Clínica Psiquiátrica da ULBRA. CREMERS 26732
“O Transtorno de Déficit de Atenção/
Hiperatividade tem um grande impacto na
vida da criança ou do adolescente e das
pessoas com as quais convive (amigos, pais
e professores).”
P
reste atenção na descrição a seguir: Júnior é um menino de
sete anos que está cursando a 1ª série. Desde o início do ano,
a professora vem chamando os seus pais no colégio, pois ele não
para sentado na cadeira durante a aula, só quer conversar, não
consegue esperar a sua vez na fila para entrar na sala de aula,
comete muitos erros por não conseguir prestar atenção nas expliJORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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cações da professora e na confecção das tarefas solicitadas; é sempre o primeiro a responder às perguntas mesmo antes que a professora termine de concluí-las. Em casa a mãe já havia notado
muita diferença de Júnior em relação ao filho mais velho, pois ele
não consegue ficar sentado à mesa para fazer as refeições, passa o
tempo todo caminhando com o prato na mão. Quando é obrigado a ficar sentado fica se retorcendo na cadeira, com os pés e as
mãos inquietos. Na hora de fazer os temas de casa, se distrai ao
ouvir qualquer barulhinho e levanta-se para ver o que é; dificilmente consegue terminar as tarefas que inicia. Entretanto, consegue ficar horas jogando videogame. Às vezes, parece não escutar
quando os pais falam com ele, mas frequentemente se intromete
quando os pais estão conversando.
Se você conhece alguma criança parecida com o Júnior, pode
estar diante de uma criança com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Mas, o que é isto?
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH)
é um problema de saúde mental que tem três características básicas: a desatenção, a agitação (ou hiperatividade) e a impulsividade. Este transtorno tem um grande impacto na vida da criança ou
do adolescente e das pessoas com as quais convive (amigos, pais e
professores). Pode levar a dificuldades emocionais, de relacionamento familiar e social, bem como a um baixo desempenho escolar. Muitas vezes, é acompanhado de outros problemas de saúde
mental, tais como transtornos de conduta, de oposição e desafio,
bem como, transtornos de ansiedade e depressão.
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é mais
frequente em meninos do que em meninas. Pode iniciar tão cedo
quanto aos três anos de idade, mas o diagnóstico é feito, geralmente, quando a criança entra na escola. Por isso, deve ser lembrado que o aparecimento dos sintomas pode ocorrer antes ou
depois dos sete anos e não deve ultrapassar os 12 anos. Se um
adolescente, que nunca apresentou sintomas de desatenção, hipe-
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ratividade ou impulsividade, começar a tê-los após a puberdade,
deve-se pensar em um outro problema de saúde mental, ou mesmo conflitos emocionais próprios da adolescência ou do relacionamento, pois é quase certo que a causa não é TDAH.
As crianças com TDAH apresentam diminuição da capacidade de concentração ou hiperatividade, o que as impede de realizar
tarefas apropriadas a sua faixa etária. É importante esclarecer que
este transtorno apresenta-se na forma de três tipos: predominantemente desatento, predominantemente hiperativo-impulsivo e no
tipo combinado.
Estatisticamente, acredita-se que 3 a 5% das crianças em idade
escolar podem apresentar o transtorno, havendo maior incidência em meninos do que em meninas, numa proporção de 6 para
1. Esse distúrbio possui causas multifatoriais, tais como: fatores
genéticos, exposições tóxicas na gravidez, prematuridade, fatores
neuroquímicos e psicossociais.
É interessante ressaltar que a maioria das crianças com TDAH
não apresentam lesões cerebrais evidentes ou doenças do Sistema
Nervoso Central. Um eletroencefalograma normal, por exemplo,
não afasta o diagnóstico que se baseia, principalmente na clínica,
ou seja nos sinais e sintomas apresentados pela criança.
Assim, para que se possa diagnosticar TDAH é necessário que
algumas características estejam presentes por pelo menos seis meses:
A) Seis ou mais dos seguintes sintomas de desatenção que provocam dificuldade de adaptação da criança e que são inconsistentes com o seu nível de desenvolvimento (ou seja, aquele esperado
para a sua faixa etária):
- Não prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido;
- Ter dificuldade para concentrar-se em tarefas e/ou jogos;
- Não prestar atenção ao que lhe é dito (“estar no mundo da
lua”);
- Ter dificuldade em seguir regras e instruções e/ou não terminar o que começa;
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- Ser desorganizado com as tarefas e materiais;
- Evitar atividades que exijam um esforço mental continuo;
- Perder coisas importantes;
- Distrair-se facilmente com coisas que não têm nada a ver com
o que está fazendo;
- Esquecer tarefas e compromissos.
B) Seis ou mais dos seguintes sintomas de hiperatividade/Impulsividade:
- Ficar remexendo as mãos e/ou os pés quando sentado;
- Não parar sentado por muito tempo;
- Pular, correr excessivamente em situações inadequadas, ou
ter uma sensação interna de inquietude;
- Ser muito barulhento para jogar ou divertir-se;
- Ser muito agitado (“a mil por hora”, “ou um foguete”);
- Falar demais;
- Responder às perguntas antes de terem sido terminadas;
- Ter dificuldade de esperar a sua vez;
- Intrometer-se em conversas ou jogos dos outros.
Se a criança tiver seis ou mais dos sintomas de desatenção e
hiperatividade/impulsividade, então o diagnóstico é de TDAH
do tipo misto. Se isto não ocorrer, podemos ter o predomínio de
um dos tipos isoladamente, dependendo dos sintomas que estiverem mais presentes. É importante destacar que estes sintomas
devem estar presentes em mais de um contexto, ou seja, em mais
de um lugar, por exemplo, em casa e na escola, por um período de
pelo menos seis meses.
Deve-se destacar que estas crianças, muitas vezes, apesar dos
sintomas, conseguem manter a atenção em atividades de alta
motivação, como por exemplo, jogar videogames, ou outras atividades que despertam muito interesse. Nas atividades de menor
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ou médio interesse, os sintomas se manifestam, fazendo com que
os pais atribuam os sintomas a problemas de personalidade, tais
como atribuir-lhes características de “preguiçosos” ou “malandros”,
quando na verdade apresentam um déficit real e incontrolável de
atenção.
O QUE FAZER?
Quando uma criança apresentar os problemas descritos acima, deve-se procurar a orientação de um profissional qualificado
(psiquiatra ou neurologista) que fará o diagnóstico e poderá instruir o tratamento adequado que é multimodal, isto é, com várias
abordagens simultâneas, tais como o uso de medicamentos e de
intervenções psicossociais.
O tratamento medicamentoso é realizado, principalmente, com
psicoestimulantes, tal como o metilfenidato, com antidepressivos,
com neurolépticos ou outros psicofármacos. O uso do metilfenidato, por exemplo, provoca uma resposta considerada ótima em
aproximadamente 70% dos casos. Mesmo nestes casos, outras
opções medicamentosas podem ser consideradas.
As crianças submetidas a tratamentos combinados, isto é, psicofármacos mais intervenções psicossociais, apresentam melhores resultados, cabendo salientar ainda, que a participação dos
pais é fundamental para uma melhora efetiva. São necessárias
mudanças no ambiente doméstico, alterações nas atitudes dos que
convivem com a criança, para que o tratamento farmacológico
possa ser realizado com maior eficiência.
OBRAS CONSULTADA:
ROHDE, Luís Augusto P., BENCZICK, Edyleine B. P. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: o que é? Como ajudar?
Porto Alegre : Artes Médicas Sul, 1999.
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LEWIS, Melvin. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. In: _____. Tratado de Psiquiatria da Infância e Adolescência.
Porto Alegre : Artes Médicas, 1995.
KAPLAN, Harold I., SADOCK Benjamin J. e GREEBB Jack A.
Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica.7. ed. Porto Alegre : Artes Médicas, 1997. p.989-994.
SHAPIRO, Bruce K. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade – TDAH. NeuroPsicoNews – Internet, Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, São Paulo, Sociedade Brasileira
de Informação de Patologias Médicas – SBIPM, n.44, p.3-11, 2002.
KORN, Martin L. TDAH e comorbidade. NeuroPsicoNews – Internet, Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, São Paulo, Sociedade Brasileira de Informação de Patologias Médicas SBIPM, n.44, p.11-15, 2002.
KORN, Martin L. Tratamento eficaz para TDAH. NeuroPsicoNews – Internet, Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, São Paulo, Sociedade Brasileira de Informação de Patologias
Médicas - SBIPM, n.44, p.15-17, 2002.
LOUZÃ, Mário, ROHDE, Luís Augusto, MATTOS, Paulo. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). SNC em
debate, São Paulo, Novartis, Ano 2, n.3, p.2-16, s. d.
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Psicoterapia de Grupo
LUIZ CARLOS ILLAFONT CORONEL
Médico Psiquiatra. Grupoterapeuta. Mestre em Psiquiatria pelo Instituto de
Psiquiatria da Universidade do Brasil/Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Sócio Efetivo da Sociedade de Psiquiatria/RS.
Docente dos Cursos de Especialização em Clinica Psiquiátrica e Psicoterapia
do Centro de Estudos José de Barros Falcão
(Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre).
Sócio Fundador e Docente do Centro de Estudos,
Atendimento e Pesquisa de Grupos (Porto Alegre). CREMERS 5653.
“Existe uma tendência humana universal:
A de achar que seu problema é ‘único e é o
maior do mundo’.”
N
a história da humanidade poucas épocas foram tão marcantes e intensas, em termos de mudanças econômicas, sociais,
culturais, comportamentais quanto esta em que vivemos. Atingindo profundamente as pessoas, famílias, grupos sociais, valores
morais, culturais e com isto determinando uma alteração bastante acentuada no mundo subjetivo dos indivíduos, das relações familiares, sociais e culturais. Segundo Eric Hobesbawn os valores
predominantes passaram a ser os de um “individualismo associal
absoluto”, ou seja, os indivíduos aglutinados sem outra conexão
entre si que não a busca da própria satisfação (o prazer, o lucro, o
consumo, etc.). Esta é uma das principais consequências da desintegração de velhos padrões de relacionamento social humano, e
com ela, a quebra dos elos entre as gerações, isto é, entre passado
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e presente. Visto de um vértice sociológico esta realidade pode ser
compreendida como da multidão solitária, ou seja, o indivíduo
solitário ainda que na multidão. Devido a estas razões, poucas
técnicas terapêuticas tem tanta indicação, pelo alto potencial de
reorganizar vínculos e relações entre pessoas, grupos familiares e
sociais, quanto as grupoterapias. Quando executadas, de modo
conveniente, promovem vínculos mais solidários, fraternos, maduros e amorosos.
O QUE É PSICOTERAPIA DE GRUPO?
É o atendimento em grupo de pessoas com problemas emocionais, relacionamento com outras pessoas, dilemas existenciais,
conflitos conjugais e familiares, dificuldades no trabalho, nos estudos e outras. A principal diferença formal, em relação à psicoterapia individual, é que esta, realiza–se em grupo, e não de modo
bi pessoal, como a outra. As demais características, em sua maior
parte, coincidem com às das individuais. Eis algumas delas: combinadas com uso de psicofármacos, com terapias individuais, com
terapias de família ou casal etc.
Embora as grupoterapias tenham uma larga faixa de aplicação
e comprovada eficácia, os programas de formação em Psiquiatria,
Psicologia Clínica, Serviço Social e outras profissões, praticamente reduziram a quase nada a formação e treinamento da Psicoterapia de Grupo. Cremos que este fenômeno deve-se ao notável incremento das chamadas Neurociências e da Psicofarmacologia
deslocando, portanto o eixo das atenções técnicas dos fatores relacionais e ambientais, para os de tipo biológico.
A Psicoterapia de Grupo tem se revelado um tratamento tão
efetivo e competente quanto a Psicoterapia Individual. E, não só
isto como também demonstrou ser superior para o atendimento
em várias fases da vida (adolescência, terceira idade e outros) e
para muitas condições clínicas (depressões, dependência química, transtornos fóbicos, etc.).
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Em um estudo comparativo, foram examinados trinta e dois
trabalhos científicos, comparando essas terapias, para o tratamento de problemas interpessoais. Em vinte e quatro desses trabalhos
não houve diferença significativa entre ambas terapias. Nos oito
restantes, houve uma maior efetividade das terapias grupais (Toseland RH, Siporin M, 1986).
Finalmente, outro fator de peso que fala a favor das grupoterapias, é a relação custo-benefício. Vive-se em um país onde as necessidades de atendimento são de grande magnitude e os recursos
humanos e materiais escassos. Existem pesquisas que demonstraram que a Psicoterapia de Grupo é mais eficiente e/ou com melhor relação custo-benefício do que a individual.
OBJETIVOS DOS GRUPOS
Adotamos aqui a classificação dos grupos proposta pelo grupoterapeuta David Epelbaum Zimerman (2000). Esta tem como
critério básico a finalidade dos grupos e divide-os em Operativos e
Terapêuticos, conforme esquema abaixo:
GRUPOS
OPERATIVOS
-Ensino-aprendizagem
(“Grupos de Reflexão”)
-Institucionais
(empresas, escolas,
igreja, associações... )
TERAPÊUTICOS
De auto-ajuda
-Área médica geral
(diabéticos, idosos...)
-Área Psiquiátrica
(alcoolistas, borderline)
Psicoterápicos
-Base Psicanalítica
-Psicodrama
-Teoria Sistêmica
-Cognitivocomportamental
-Abordagem Múltipla
-Comunitários
(programas de saúde
mental)
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Fica evidente nesta classificação a larga aplicação das técnicas
grupais em contextos outros que não os das doenças. Isto só vem
reforçar o caráter útil, necessário e bastante conveniente destes
conhecimentos. Encontram uma aplicação em campos tão diversos quanto importantes. Percorrem o estudo e atendimento de
Instituições (empresas, escolas, igreja, etc.) passando pelo importante e nunca suficientemente estudado campo da educação (ensino-aprendizagem). Chegando a atingir a Comunidade através
de programas de promoção de saúde.
Neste capítulo, por várias razões, nos deteremos no estudo dos
fundamentos dos Grupos Terapêuticos, seja de Autoajuda, seja
Psicoterápico.
Os grupos de Autoajuda são formados por pessoas que padecem de uma mesma dificuldade, necessidade, deficiência ou outra condição de sofrimento que os torna, neste aspecto, homogêneos. Esta modalidade grupal é a que mais tem crescido em todo
o mundo e abarca um número quase infinito de subtipos e formas. Certamente um dos fatores centrais deste crescimento é sua
elevada eficácia e eficiência. Um dos campos onde mais tem crescido é o da Medicina e neste podem ser classificados nos seguintes tipos (Zimerman, 2000):
- Adictos (obesos, fumantes, toxicômanos, alcoolistas, etc.);
- Cuidados primários de saúde (programas preventivos, diabéticos, etc.);
- Reabilitação (enfartados, espancados, colostomizados, etc.);
- Sobrevivência social (estigmatizados, HIV positivos, defeituosos físicos etc.);
- Suporte (cronicidade física ou psíquica, pacientes terminais, etc.);
- Problemas conjugais e sexuais.
Os grupos Psicoterápicos, como acima foi referido e definido,
tratam em grupo, de problemas emocionais de indivíduos. Agora
veremos como funcionam os grupos, sejam Operativos, sejam
Terapêuticos.
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COMO FUNCIONAM AS GRUPOTERAPIAS?
O entendimento do funcionamento grupal varia conforme o
autor e a escola teórica a que pertence. Adotaremos aqui autores
de pensamento psicodinâmico, de modo especial. Também não
abordaremos todos os fatores intervenientes e sim alguns deles,
aqueles que nos parecem enquadrados entre os principais.
- Instilação de Esperança (Yalom, 1992): Nas grupoterapias temos um terreno favorável para rápida e eficientemente recuperar
a esperança de melhora e cura das pessoas necessitadas. É imediato o contato no grupo do indivíduo com outro que já passou pelo
estado em que este se encontra e que superou. Esta constatação
por mais simples que pareça é de extrema utilidade para devolver
a quem sofre, a esperança de recuperação.
- Universalidade (Yalom, 1992): Existe uma tendência humana universal: A de achar que seu problema é “único e é o maior
do mundo”. Uma espécie de visão da vida a partir de seu “umbigo”. Também aqui, no terreno grupal, a possibilidade de desconstruir esta percepção é privilegiada, quase instantânea, uma vez
que logo dar-se-á conta de que seu problema é o “mesmo” de todos.
- Altruísmo (Yalom, 1992): A oportunidade de ajudar e ser de
utilidade para outras pessoas é de extremo valor terapêutico nas
grupoterapias. A razão está escorada nas capacidades restauradas
(de ajudar e ser útil) e com isto determinando a elevação da autoestima e do mundo interno do indivíduo. Este mecanismo é um
poderoso antidepressivo, tão importante quanto os remédios.
- Experiência Emocional Corretiva (Alexander, 1946): Nos grupos encontra-se um terreno propício para o desenvolvimento dessas experiências emocionais distorcidas e passíveis, portanto de
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serem corrigidas, via compreensão, vivência e manejo. Existe uma
reedição em ambiente adequado de experiências traumáticas ou
significativas geradoras de condutas desacatadas que são entendidas e modificadas.
- Conhecimento (Bion, 1970): Este é um tipo de vínculo e
uma importante função do ego. Destina-se a proceder a identificação, nomeação, significação e produzir enfim o conhecimento,
particularmente das verdades penosas. As grupoterapias também
são um terreno fértil para desenvolver em cada um e em todos
essa importante função mental. Graças a ela a pessoa pode saber
o que tem (p. ex. transtorno do humor bipolar), de onde vem
(fatores genéticos, ambientais, etc.), como é desencadeado, como
se manifesta e a forma adequada de enfrentar (psicoterapia, psicofarmacologia, etc.).
- Continente (Bion, 1970): Trata-se da capacidade grupal para
acolher as angústias, necessidades e demandas de seus membros e
para decodificar suas mensagens, dando-lhes sentido e significado. Assim como, dar nome ao que sentem ou fazem, e, ao final,
devolver mitigadamente ao grupo, a compreensão do que ocorreu. Evidentemente, esta função tão importante na vida mental
dos indivíduos e dos grupos, para ser adequadamente exercida,
implica no exercício pleno das anteriormente citadas e de outras
não comentadas aqui (percepção, pensamento, etc.).
Os mecanismos grupais acima mencionados são, em seus extremos, fatores que promovem a saúde e recuperação ou dificultam-na, p. ex. instilar esperança ou desesperança. Assim também
outros fatores terapêuticos grupais não foram abordados (informações, socialização, comportamento imitativo, catarse, reedição
corretiva do grupo familiar, etc.).
Concluindo esta parte, é importante salientar que estes fatores e mecanismos são modificados conforme a finalidade e o tipo
de grupo, assim como pelo estágio em que se encontra a terapia
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(início, meio ou final), e, pelas diferenças individuais entre os participantes (os indivíduos não são iguais).
CONCLUSÃO
A modo de conclusão, teceremos alguns comentários referentes às principais indicações clínicas para o atendimento em grupo. Existem fases do ciclo vital que a assistência terapêutica de
melhores resultados é a grupal. Dentre estas podemos destacar
inequivocamente, a adolescência e a terceira idade.
Na adolescência, p. ex., a vida emocional e de relações dos
jovens, é construída em grupo. Até sua própria identidade tem
fortes elementos grupais e culturais, sem falar, é claro, da necessária e indispensável conflitiva familiar, para desenvolvê-la (afirma
seus valores contestando os recebidos). A cultura pós-moderna
estimula-os a um consumismo desenfreado, culto exagerado ao
corpo/saúde e busca incessante e imediata de prazer. Estas características os tornam alvos preferenciais para depressão, drogadição e comportamento violento (as vítimas de homicídios no Brasil são jovens de 14-24 anos). As grupoterapias promovem vínculos mais sadios e solidários para eles, e com isto oportunizam uma
saída mais madura da crise da adolescência.
Também existem situações da clínica psiquiátrica, quando for
o caso de atendimento que tem indicação primordial de grupoterapia. Entre estas vamos destacar três grupos de novas patologias
(Zimerman, 2000):
- Neuroses Mistas: O perfil atual dos que procuram tratamento para seus problemas emocionais diferem substantivamente dos
vigentes até recentemente. Os quadros típicos e puros de neurose
obsessiva, fóbica, de histeria não mais existem. A forma que assumem é Mista.
- Portadores de problemas referentes a uma baixa autoestima,
transtorno do sentimento de identidade: A característica central
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deste grupo é luta pela sobrevivência física e psíquica, bem como,
pela manutenção de suas identidades.
- Patologia do Vazio: Estas patologias formam-se por graves falhas de maternagem no desenvolvimento emocional da criança.
Ocasionando verdadeiros “buracos negros afetivos”. Aqui encontram-se Transtornos esquizofrênicos, Transtornos depressivos profundos, Transtornos borderline, Transtornos de personalidade
narcisista, Drogadição, Transtornos alimentares severos, etc.
A indicação preferencial de grupoterapia para estes quadros
deve-se a oportunidade ímpar de reconstituir e corrigir as falhas
na maternagem, em ambiente terapeuticamente adequado. Estes
grupos para cumprirem sua finalidade deverão ser homogêneos
(agrupados pelo mesmo problema), e, tecnicamente, o terapeuta
terá como tarefa fundamental modelar e suplementar as falhas
do ego desses indivíduos (saber pensar, aprender, conter suas angústias, etc.).
O ser humano, biologicamente falando, é de um desamparo e
de uma dependência total do ambiente para sua sobrevivência
física e emocional. Entre as técnicas psicoterápicas, as grupais privilegiam o resgate e tratamento de algumas distorções e “buracos
negros afetivos” acontecidas ao longo de seu ciclo vital, especialmente, nos seus primórdios. E, por isto, usa de armas tão potentes - a força das relações humanas, quanto aquelas que determinaram a marcha da humanidade até aqui.
OBRAS CONSULTADAS:
VINOGRADOV, Sophia e YALOM, Irving. Manual de Psicoterapia de Grupo. Porto Alegre : Artes Médicas, 1992.
ZIMERMAN, David E. Fundamentos Básicos das Grupoterapias.
2ed. Porto Alegre : Artmed, 2000.
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A Família
e os Transtornos Mentais
ODON FREDERICO CAVALCANTI
CARNEIRO MONTEIRO
Médico Psiquiatra.
Sócio Jubilado da Sociedade de Psiquiatria do RS.
Docente do Curso de Medicina da
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA).
Coordenador do Curso de Especialização em
Clínica Psiquiátrica da ULBRA. CREMERS 0951
ELISA LUNARDI MUNARETTI
Médica. Aluna do Curso de Especialização em
Clínica Psiquiátrica da ULBRA. CREMERS 26728
“A família é a esperança de ser um
marco que possa conter o uso
desnecessário das medicações.”
B
REVE HISTÓRIA DA FAMÍLIA
Os cientistas que estudam as origens do homem têm mostrado evidências da sua presença e de alguns dos seus hábitos em
torno de 20 a 100 mil anos antes de Cristo. Acreditam que inicialmente os homens e as mulheres viviam separados. Encontravam-se eventualmente, como muitas espécies animais, para acasalar.
Nessa época, em muitos lugares, a caça, a pesca e as frutas eram
abundantes e o clima era ameno. As mulheres viviam em grupos,
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ajudavam-se reciprocamente nos cuidados dos filhos, sem a presença dos homens. Não havia consciência de família porque a
família ainda não existia. Quando os recursos da natureza diminuíram, os homens e as mulheres uniram-se para melhor prover
as suas necessidades e as dos filhos. Descobriram o arado, plantaram sementes, desenvolveram técnicas de plantio e assim sobreviveram. É nessas circunstâncias que se constituiu a família, com o
viver junto de filhos, mulheres e homens. Essa convivência desenvolveu os primeiros vínculos que deram estrutura à família que
hoje conhecemos. O ajudar, o cuidar, o sorrir e o gostar foram
crescendo ao longo desses milhares de anos. Assim foram se consolidando o apego e a empatia, e o que hoje denominamos de
amor. Cabe assinalar que, ao lado das pulsões amorosas, sempre
existiram as agressivas, companheiras da força e da violência. Por
um lado foram fundamentais à sobrevivência, mas, por outro,
provocaram situações de desconfiança, hostilidade e agressividade,
provocando danos nas famílias, destruindo a sua estrutura e fazendo as pessoas regredirem a estágios iniciais do seu desenvolvimento. Esses movimentos de avanço e retrocesso na consolidação
dos laços amorosos da família desenvolveram-se diferentemente
em tempos e em culturas diversas. É o caso das famílias
monoparentais, isto é, constituídas só por mãe e filhos. O seu
percentual hoje é altíssimo nas vilas pobres das grandes cidades.
Ao lado da beleza exterior promovida pela tecnologia contemporânea, desenvolve-se uma triste regressão à pré-história da família.
Outro exemplo de regressão é o que se observa a partir do
relato sobre o desenvolvimento da família, na Europa, segundo
Phillipe Ariès, ao longo dos anos 500 a 1500. Diz ele que a vida
das famílias era vivida em público. Não existia quase intimidade
intrafamiliar. As pessoas viviam misturadas umas com as outras,
as trocas afetivas e as comunicações sociais eram realizadas fora da
família, entre vizinhos e amigos, amos e criados, crianças e velhos,
mulheres e homens. As casas eram abertas permanentemente. A
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densidade social não deixava lugar para a família ter a sua identidade. A família cumpria a função de assegurar a transmissão da
vida, dos bens e dos nomes e não existia como local de expressão
de sentimentos. Os recém-nascidos eram entregues às amas de
leite e depois levados para serem criados pelos camponeses. Não
havia ainda consciência de família. Menos da metade retornavam
adultos jovens aos seus lares. Mas chegou um momento de reflexão afetiva e também de intolerância com a presença da multidão, em outras palavras, com o contato com o povo. Gradualmente, a partir do século XVII, a família começou a assumir uma
função mais afetiva. Desenvolveu-se a conscientização humanista
do ser pai, mãe e filho. A saúde e a educação das crianças tornaram-se as principais preocupações dos pais. No início, este novo
sentimento de família limitava-se às classes abastadas, a dos homens ricos e importantes do campo ou da cidade, da aristocracia
ou da burguesia, artesãos ou comerciantes. No século seguinte,
com a revolução industrial, esta nova forma de se sentir em família estendeu-se aos outros segmentos sociais, aos camponeses, aos
pobres e operários. Os familiares passaram a ter interesses voltados a si próprios e a se valorizar reciprocamente. E assim chegouse aos dias de hoje. Não esquecer que esta evolução não tem sido
uniforme e que as crises que acompanham a pessoa ao longo do
seu desenvolvimento também atingem a família. Na observação
da família contemporânea observa-se o risco de se repetir o referido por Ariès. Agora, na direção inversa, com o intimismo conquistado sendo abatido pela globalização e pela comunicação de
tudo o que se passa na vida das pessoas e das famílias. Os acidentes, as doenças, as guerras, e os fatos mais simples da vida estão
sendo conhecidos por todo mundo, pelo “dever” de tudo ter que
ser informado. Acontece hoje, numa progressão crescente, o que
Ariès registrou no início da idade média, a presença e a pressão da
multidão sobre todos. É outro exemplo, ao lado das famílias
parentais, de regressão do funcionamento das famílias a níveis em
que o coletivo se sobrepõe e amassa o indivíduo.
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Estes fatos são citados para mostrar a importância da interrelação entre o indivíduo, a família e a sociedade. A normalidade
e os transtornos da pessoa só poderão ser compreendidos tendo
em vista essa poderosa integração.
TRANSTORNOS MENTAIS
Conceitua-se transtornos mentais como simples alterações
quantitativas de funcionamento da mente, também denominada
alma. Assim, as manifestações de ansiedade, depressão, alteração
do pensamento e outras podem ser normais. Por exemplo, a ansiedade que surge face a um novo trabalho, a depressão que ocorre
na perda de uma pessoa querida ou a desconfiança em face a um
negócio. Temos transtorno quando as reações são intensas ou
quando não há uma explicação lógica.
Cabe a pergunta, por que tanto rechaço e preconceito em relação a fatos tão simples? É porque envolve o que há de mais nobre
na pessoa, isto é, a sua alma, também denominado psiquismo.
Nega-se pelo medo de também perdermos o controle da nossa
alma. Receio da desorganização do nosso psiquismo. Projeta-se
nos outros dizendo que são o diabo ou os maus espíritos. Também se diz que as doenças só acontecem nas outras pessoas ou
famílias e por isso isolamos tudo que é suspeito.
O que acontecia antigamente e ainda hoje em alguns lugares?
Por temor, colocavam-se as pessoas nos cárceres, nas fogueiras,
expulsava-se das cidades ou se colocava em hospitais fechados
construídos bem distantes. Os preconceitos em face à “loucura”
talvez sejam maiores que com as outras minorias do mundo.
E as causas dos transtornos?
Para ocorrer um transtorno deve haver uma causa, que pode
ser genética, a pessoa então apresenta-se mais frágil, ou por outras
causas como deficiências durante o desenvolvimento, sofrimento
de traumatismos severos, como acidentes, conflitos na família, no
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trabalho ou na vida afetiva. Outra fonte importante de conflitos
são as tensões e os conflitos sociais. Independente da investigação
do que é causa ou efeito, assinala-se que hoje vive-se em cidades
comprometidas com graves problemas como o alcoolismo, a
drogadição, a conduta antissocial, o desemprego, o desgoverno e
o desnível trágico das classes sociais e das diferentes culturas existentes na terra.
Em síntese, o transtorno é uma desorganização da alma da
pessoa, que, em face a uma das causas referidas, começa a sofrer e
a fazer sofrer a pessoas queridas da sua família, trabalho ou grupo
social.
O que fazer?
Compreender e ajudar o paciente. É a tarefa da família. São
importantes também os amigos, o grupo social, as religiões e outras instituições filantrópicas. Quando forem muito intensas as
causas, busca-se ajuda da medicina.
INTER-RELAÇÕES ENTRE FAMÍLIA E TRANSTORNOS
Em face ao exposto entende-se que todos que participam de
uma família tem uma longa história de laços afetivos que os unem
profundamente. Quando uma pessoa se desorganiza, não se pode
esquecer que os familiares têm com ela anos de convivência, e que
muitas vezes são anos de sucesso nos seus cuidados. Têm condições de informar e até de ajudar os médicos com a sua própria
experiência.
Entretanto, por longos períodos, a família, especialmente as
mães, foram acusadas e responsabilizadas pelos transtornos dos
seus filhos. Compreende-se esse erro pelo medo e pela necessidade de negar o que não se conhece e de pôr em alguém a causa das
doenças. Esquece-se de que as causas e as motivações das doenças
são variadas e que estão enraizadas na complexidade das interrelações do corpo, alma, meio circundante e gerações anteriores.
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Cabe à medicina fazer as investigações necessárias e os tratamentos possíveis.
Expõe-se a seguir as principais reações dos pacientes e suas
inter-relações com familiares e um comentário sobre internação e
medicações:
1) As reações familiares são semelhantes às dos pacientes. A
mais importante é a negação. Encobre-se tudo, é como se nada
existisse, e, às vezes, por muito tempo. Quando se agrava é necessária a ajuda externa para o reencontro com a realidade e o tratamento.
2) Os sentimentos de desvalia e incapacidade para enfrentar a
vida devem ser observados. São comuns a ansiedade e os sentimentos de revolta. A vida é sentida como uma coisa que não vale
a pena e parece que toda tristeza do mundo desaba sobre a terra.
É urgente a atenção da família, o seu apoio, a recondução do
paciente às realidade da vida. O grande risco é o suicídio. Quando acontece chovem acusações de todos os lados. Elas procedem
da angústia do grupo social e familiar. São geradas pela impotência de todos e pela gravidade do fato. Ninguém tem culpa, a ocorrência é complexa, e a medicina até hoje não conseguiu mudar os
seus percentuais. As depressões, em 2020, serão o maior problema de saúde pública do mundo, além de extremamente
incapacitadora para o trabalho. Compreende-se que estão ligadas
às tensões da vida atual, tais como guerras, desemprego, conflitos
familiares sociais e a criminalidade.
3) As demonstrações de indiferença, o pouco interesse afetivo,
a exagerada sensibilidade, o ser esquivo, o falar pouco e o viver
com o mínimo de comunicação, principalmente na adolescência,
devem preocupar. Às vezes, a própria família é um pouco assim,
outras vezes procura e consegue compensar essas inibições. O grau
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de intensidade é que irá configurar o transtorno e a necessidade
de cuidados.
4) O excesso de ciúmes, o exagero de desconfiança, as ideias
de grandeza e perseguição, a tendência à prepotência, a firmeza
no orgulho, medos vagos ou relacionados a um objeto, a preocupação extrema com a ordem ou limpeza, o conversar demais e as
frases confusas, o trabalho compulsivo e constante são sinais de
alarme. Para grande número dessas condições, a família é o amortecedor e o suporte eficaz por longos períodos. Quando esgota as
suas forças é hora de pedir socorro.
5) Fatos mais dramáticos como a violência, a agressão física, os
delírios, as alucinações, as autoagressões, o não comer, o gastar
com exagero, as condutas esquisitas, a perda do juízo crítico e da
memória, precisam de cuidados da medicina, medicações e
internação. Os recursos atuais são bons para grande número destes casos.
6) Não se pode esquecer os pacientes que sofreram e os que os
acompanhavam em acidentes graves, catástrofes ou terremotos.
Também aqueles que estão sob tensão continuada, como famílias
sob a ação de um pai violento por anos, ou empregados sob o jugo
de chefes injustos e cruéis. Precisam ser acompanhados e, na maioria dos casos, necessitam dos cuidados pela medicina por vários
anos.
7) O álcool, as drogas e as condutas antissociais, deixam-nos
tristes, porque são problemas em crescimento. A medicina esforça-se, mas os resultados são pouco animadores. As famílias sabem
que precisam de toneladas de amor, tolerância e paciência. Quando não há o respaldo de familiares fortes quase se profetiza que
não há solução. Bons resultados curiosamente não vem da mediJORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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cina e sim dos grupos de alcoolistas e drogadictos anônimos e
outros, dos sítios e fazendas, que organizam terapia, trabalho e
lazer e que são de inspiração religiosa e espiritual de diversas orientações.
Dois problemas contemporâneos preocupam a medicina e as
famílias, são as medicações e a internação.
As internações estão sendo condenadas. Aceita-se este fato
quando se trata de hospitais depósitos aonde predominam os maus
tratos. Quando se interna um paciente para tratar um infarto ou
uma pneumonia ou outro problema clínico, pensa-se em quartos
limpos, boa técnica, médicos e enfermeiros amigos, de bom humor e que enfim dedicam um pouco de amor ao seu trabalho. A
internação psiquiátrica deveria ser igual. Quando se permitir usar
um pouco a inteligência, deixar de lado, um pouco, os preconceitos, vamos ter enfermarias nas quais vai ser aceita a internação. O
custo de uma enfermaria psiquiátrica é menor que o das convencionais.
Todos conhecem a história de um médico sábio, de um país
da América Central, autor de uma lei para um imposto gerar recursos para dar mais saúde aos pobres. O que fizeram os ricos?
Deram o dinheiro para os bancos. Amor para os ricos? Sim. Mas
o amor também é para os pobres, eles merecem igual. Negar a
internação aos pobres é permitir um adulto destruir uma casa e
fazer terror dentro da família. Ou distribuir insanos à exploração
e ao abandono nas ruas. Mais frequente são as tiranias surdas,
que oprimem familiares, às vezes durante toda uma vida. Recomendação aos familiares: votem certo para que as leis sejam cumpridas. Votem em legisladores que se preocupam com os bebês,
com a educação e com a saúde.
As medicações, desde 1950, vem ajudando tão eficazmente
que modificaram sobremaneira os cuidados dos pacientes. Entretanto, as instituições e os profissionais da saúde mental não con-
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seguem conter o seu uso inadequado e abusivo. Felizes são os animais que não pedem remédios, por enquanto. Infelizes são os
homens ensinados a cada vez pedir mais. Não nasceram com os
remédios e agora não podem viver sem eles. A família é a esperança de ser um marco que possa conter o uso desnecessário das
medicações. Ela conhece regras eficazes que por anos usou no
cuidado dos seus doentes: ouvir, falar, compreender, assim como
usar medicações com prescrições e nos períodos indicados.
Cuidar dos transtornos mentais é cuidar da saúde, ajudar as
famílias e as pessoas a conhecer as suas verdades, viverem as suas
paixões e o seu trabalho com liberdade e criatividade.
OBRAS CONSULTADAS:
ARIÈS, Philippe. A História Social da Criança e da Família. 2 ed.
Rio de Janeiro : LTC Editora, 1981.
BADARACCO, JEG. Comunidade Terapêutica Psicoanalítica.
Madrid : Teeni Publicaciones Sa., 1990.
KAPLAN, HJ e cols. Compêndio de Psiquiatria. Porto Alegre :
Artes Médicas, 1997.
KERNBERG, O. La Teoria de las Relaciones Objetales e el
Psicoanalisis Clinico. Buenos Aires : Paidós, 1979.
MONTEIRO, Odon. Ética e resistência às unidades psiquiátricas. Arquivos Médicos da Universidade Luterana do Brasil, Canoas, n.1, p. 41-48, nov. 1998.
RODRIGUÉ, E. Biografia de Una Comunidade Terapêutica.
Buenos Aires : Universitaria de Buenos Aires, 1965.
THOMÃ, H; KÃCHELE, H. Teoria e Prática da Psicanálise. Porto Alegre : Artes Médicas, 1992.
ZIMMERMANN, D. e cols. Técnicas Sociais. Relatório Oficial
do VIII Congresso Nacional de Neurologia, Psiquiatria e Higiene
Mental. Porto Alegre, 1967.
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O Bebê Adoece: É a Questão
TELMA MARIA BERNARDES AMARAL
Médica Psiquiatra. Psicanalista.
Professora da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). CREMERS 6930
LUCIARA ELOISA MATTE
Médica. Aluna do Curso de Especialização
em Clínica Psiquiátrica (ULBRA). CREMERS 26739
ANDRÉ LUÍZ ALVES DA SILVEIRA
Médico. Aluno do Curso de Especialização
em Clínica Psiquiátrica (ULBRA). CREMERS 26367
“O bebê tem que estar tranquilo para
utilizar seus impulsos em relação ao
seu crescimento, adaptação e busca de
satisfações, caminhando em direção à
maturidade e independência.”
A
pergunta que preocupa à todos que trabalham com bebês é
se este é capaz de um adoecer psicológico e o que fazer para
promover a sua saúde física e mental e prevenir a doença. Para
melhor compreendermos esta problemática faz-se necessário abordarmos alguns conceitos referentes ao desenvolvimento infantil.
Não podemos avaliar um homem, uma mulher ou uma criança sem levar em conta seu lugar na sociedade. A maturidade individual implica um movimento em relação a independência, entreJORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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tanto “independência” não significa viver isolado. Entende-se que
tanto a saúde quanto a doença está associada ao contexto social
do indivíduo, ao meio ao qual o bebê está inserido.
Iniciamos falando em saúde para melhor explicarmos os fatores que podem contribuir para o adoecer psíquico do bebê. Este,
desde o início, mesmo quando está vivendo no “seu mundinho
próprio”, subjetivo, sofre influências do seu ambiente. Nesta fase
não podemos falar de saúde apenas em termos individuais e, certamente também no processo de adoecer é fundamental a avaliação da interação mãe-bebê, família-bebê.
O ambiente facilitador e seus ajustes adaptativos progressivos
às necessidades do bebê, e aqui temos que considerar o bebê com
suas características próprias, contribui para o crescimento e saúde. Incluem-se as funções paternais, complementando as funções
da mãe, e da família, e a forma em que a realidade vai sendo
apresentada para a criança. O bebê necessita viver um período
inicial de “onipotência”, de ilusões, onde suas necessidades básicas são supridas e a mãe, com sua função adaptativa, vai aos poucos apresentando a realidade ao bebê. No início, não é possível
pensar numa criança saudável num ambiente não saudável; isto
só é possível a partir do momento em que já pode distinguir o
“eu” do “não - eu”, entre o real compartilhado e a realidade psíquica pessoal.
Através do seu desenvolvimento bio-psíquico, o bebê vai integrando suas percepções do mundo, vai se discriminando, “seguro” pelos cuidados familiares, e é capaz de um desenvolvimento
pessoal de acordo com suas potencialidades. Os cuidados físicos,
bem como o suporte emocional prestado, o auxílio materno lidando com as ansiedades naturais do crescimento, possibilitarão
ao bebê um desenvolvimento saudável. Portanto o bebê tem que
estar tranquilo para utilizar seus impulsos em relação ao seu crescimento, adaptação e busca de satisfações, caminhando em direção à maturidade e independência.
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QUANDO, ENTÃO, O BEBÊ ADOECE?
Quando não consegue atingir as metas naturais do seu desenvolvimento: integração, personalização e relações objetais.
E o que vem a ser isto afinal? Quando sabemos se um bebê
está se desenvolvendo normalmente?
Através do processo de integração das suas percepções o bebê
vai progredindo na maturidade bio-psíquica. Vai distinguindo o
seu ambiente, as pessoas que o rodeiam e a si mesmo. Brinca com
suas mãos, com objetos, com o corpo da mãe e aos poucos vai
também adquirindo a capacidade de estar só. Sorri, gesticula, inicia a linguagem. Dorme, alternando os ritmos de sono com o
estar desperto, brinca, observa. Discriminando-se da mãe, mostra
sua vontade, solicita, mostrando que é um sujeito distinto de seus
pais, movimenta seu processo de personalização. Seguem-se as relações com os outros, o jogo de prazer no relacionar-se com o
outro e por fim também pode brincar só.
Quando os processos de integração, personalização e relações
objetais não ocorrem adequadamente surgem os sintomas tais
como alterações do sono (hipersonia, insônia, sono agitado), atrasos no desenvolvimento físico, dificuldades na alimentação ou
distúrbios gastrointestinais (constipação, cólicas, diminuição do
apetite), problemas respiratórios e alérgicos, apatia, isolamento,
desânimo para atividades próprias da idade (como por exemplo,
não brincar) e quadros clínicos de repetição. O bebê é capaz de
adoecer quando o ambiente ao seu redor, por um motivo ou outro, “adoece” e não consegue suprir suas necessidades básicas para
que tenham lugar os processos acima citados, quando há importantes tensões no seu ambiente e estas não estão sendo suficientemente “digeridas”.
O bebê tem no corpo a sua principal forma de manifestação,
por isso os sintomas somáticos são tão ricos e repletos de significado, nos fazem atentar para o corpo, mas também, para a alma do
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bebê. As reações do bebê ao ambiente, quando este lhe proporciona estímulos excessivos ou, do contrário, poucos estímulos podem vir a causar o sintoma, que pode ser desde passageiro até a
instalação de uma doença, se exceder a capacidade daquele bebê.
Como já é bem sabido, os pais revivem, neste período inicial
da nova função (sempre nova, porque todo o filho representa uma
nova vivência) o seu passado como bebês, e por conseguinte, os
conflitos desta fase. O que queremos dizer com isso? Além dos
fatores intrínsecos do bebê e da sua relação com cada pai, ainda
temos os avós maternos e paternos na “jogada”, através do retorno de emoções que os pais revivem, nesta fase, com os próprios
pais. Cada caso, portanto, deverá ser avaliado com a dupla mãebebê ou família, pois as situações são muito particulares. Podemos citar, a título de ilustração, alguns exemplos que expressam
situações de tensão emocional do bebê.
1. o bebê não dorme - uma mãe que, temendo que o filho
durma e se separe “para sempre”, tem a necessidade de estimulálo repetidamente, impedindo-o de ter um sono tranquilo.
2. dificuldades de eliminação podem representar, na forma
constipação, a única forma de um bebê “protestar” a sua falta de
autonomia na relação com uma mãe controladora.
3. crises de broncoespasmo desencadeadas pelo nascimento
de um irmão e a consequente perda do “reinado” e divisão das
atenções.
4. regressões em habilidades já adquiridas como tentativa de
harmonizar um ambiente hostil através do desvio das atenções.
Diferentes sintomas podem surgir desde os mais leves aos mais
graves, transitórios ou persistentes, daí a importância da avaliação
das interações da família com a criança.
Os problemas psíquicos interferem de forma muito importante na manutenção do equilíbrio interno do bebê, sendo de suma
importância a identificação das situações somáticas que possam
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traduzir problemas na vida psíquica do mesmo. Aliás, são geralmente problemas somáticos, e não outros, que nos trazem estes
pequenos pacientes. Para que estes problemas sejam devidamente
encaminhados, necessitamos sim de uma avaliação pediátrica, mas
também, de uma avaliação visando o lado da dinâmica familiar,
uma avaliação bio-psíquica. Desta forma, buscamos sanar as deficiências e corrigir os excessos para que o bebê cresça saudável e
esteja apto a formar vínculos positivos, retomando seu desenvolvimento normal.
A prática clínica tem mostrado que muito rapidamente
esbatem-se os sintomas e o bebê retoma seu desenvolvimento normal. Intervenções breves família-bebê, quer por parte do pediatra,
assistente social, psicólogo, enfermeiro, psiquiatra ou obstetra, são
de vital importância para a prevenção de doenças na infância e
posterior vida adulta, pois através das primeiras vivências vai se
formando o indivíduo. Uma criança com saúde, que brinca, expressa seus afetos, certamente será um jovem ou adulto com condições de desenvolver seu potencial.
OBRAS CONSULTADAS:
BRAZELTON, T. B. e CRAMER, B. G. As primeiras relações.
São Paulo : Martins Fontes, 1992.
WINNICOTT, D. W. O ambiente e o processo de maturação.
Porto Alegre : Artes Médicas, 1990.
WINNICOTT, D. W. Tudo começa em casa. São Paulo : Martins
Fontes, 1996
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CICLOTIMIA
(Transtorno Ciclotímico)
VILMA CIDADE DA SILVA
Médica Especialista em Psiquiatra e Psiquiatria Forense.
Sócia Efetiva da Sociedade de Psiquiatria do RS.
Mestranda em Clínica Médica pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
com ênfase em Psiquiatria Forense. CREMERS 16432
RAFAEL TRIERWEILER KLEIN
Graduado em Medicina pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA).
CRM 27344
“A ciclotimia é um estado de
transtorno bipolar atenuado.”
O
QUE É CICLOTIMIA?
É a presença de períodos com alegria exagerada (hipomania) e períodos com tristeza (sintomas depressivos) por pelo menos dois anos. Os sintomas depressivos não são devidos à transtorno depressivo. Em crianças e em adolescentes, a duração deve
ser de no mínimo um ano. A pessoa não deve permanecer por
mais de dois meses sem os sintomas, e estes não são devidos a
substâncias. A ciclotimia é um estado de transtorno bipolar atenuado.
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O QUE CAUSA A CICLOTIMIA?
A causa precisa ainda não é conhecida. Acredita-se que certos
acontecimentos da vida possam preceder o início dos sintomas,
mas não causá-los. Os indivíduos ciclotímicos alternam entre a
distimia (melancolia e depressão) e a hipertimia (alegria e desinibição).
QUEM É AFETADO?
A ciclotimia geralmente começa cedo na vida, normalmente
por volta dos 21 anos de idade. É igualmente comum em homens
e mulheres, embora em ambientes clínicos as mulheres são mais
prevalentes. Em parentes de primeiro grau de pacientes com ciclotimia, é mais comum de se encontrar tanto transtorno depressivo quanto transtorno bipolar. Não existe correlação entre classe
social e raça com a ciclotimia.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
Há períodos de depressão alternados com períodos de alegria
exagerada (hipomania), que geralmente são de menor gravidade e
menor duração do que os associados ao transtorno bipolar. As
mudanças do humor tendem a ser abruptas e irregulares, por vezes com diferença de horas. É comum períodos de irritabilidade,
ocasionando desentendimento entre o doente e a família ou companheiros de trabalho. Podem ter história de mudança geográfica, incapacidade de manter a carreira e envolvimento em cultos
religiosos. Normalmente, o paciente ciclotímico procura auxílio
médico quando em período depressivo, ou ainda por queixas de
fracasso em relacionamentos amorosos. Devido à mudança do
humor, os pacientes sentem-se estressados e queixam-se de que
seu humor está fora de controle. Durante o período de maior
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excitação, o paciente apresenta diminuição da necessidade de sono,
maior autoestima, pensamento criativo, maior vontade de falar,
maior sexualidade e otimismo. Por outro lado, quando em humor deprimido, mostra-se geralmente com redução da energia,
insônia, pouca confiança em si mesmo, fala pouco, perda de interesse e pessimismo com relação ao futuro.
O QUE É HUMOR HIPERTÍMICO?
O humor hipertímico é caracterizado por um estado de humor mais elevado, isto é, acima da média (chamado de eutimia),
contrapondo-se ao humor abaixo da média (hipotimia ou distimia). O paciente apresenta-se mais alegre do que o habitual, otimista, com maior desinibição e impulsão. O transtorno ciclotímico alterna justamente a hipotimia com a hipertimia.
O QUE MOSTRAM OS EXAMES?
Não existem dados de laboratório que sejam diagnóstico de
transtorno ciclotímico. O diagnóstico é puramente clínico, isto é,
através da observação do comportamento e da entrevista com o
paciente ou seus familiares.
COMO DIFERENCIAR A CICLOTIMIA DE OUTRAS
DOENÇAS?
O hipotireoidismo, doença crônica tireoidiana pode determinar os sintomas de humor e mimetizar a ciclotimia. O uso de
substâncias estimulantes também pode sugerir transtorno ciclotímico; após interrupção do uso da droga, as mudanças de humor
cessam. Embora a ciclotimia possa assemelhar-se com o transtorno bipolar, os estados de humor naquela não preenchem critérios
para episódio maníaco, episódio depressivo ou episódio misto. O
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transtorno de personalidade borderline, em função de seu forte
componente afetivo e mudanças de humor, com frequência é confundido com transtorno ciclotímico. Todavia, ambos transtornos
(borderline e ciclotimia) podem ser feitos se os critérios forem
preenchidos. Em crianças, o transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade pode ser difícil de distinguir da ciclotimia, porém
um ensaio farmacológico com estimulantes geralmente melhora
os sintomas do déficit de atenção/hiperatividade e piora as mudanças de humor no transtorno ciclotímico.
QUAL O TRATAMENTO DA CICLOTIMIA?
Em psiquiatria, o tratamento de qualquer condição, transtorno ou doença depende do chamado “cinco D´s”: diagnóstico preciso, droga escolhida, dosagem, duração e diálogo com o médico.
Não existem dados sistemáticos sobre o tratamento do transtorno
ciclotímico. A maioria dos pacientes busca tratamento para seus
sintomas de humor lábil, irritabilidade e depressão ansiosa. A
hospitalização é indicada quando se deseja um manejo e monitorização mais precisos, ou quando há problemas médicos associados. Se o tratamento da depressão envolver somente antidepressivos tricíclicos, corre-se o risco de induzir virada maníaca ou ciclagem rápida. Nesse caso, pode ser adequado o uso de bupropiona
(225 a 450 mg ao dia, divididos em duas ou três doses), de IMAO
(inibidor da monoaminoxidase – por exemplo, fenelzina 60 mg
ao dia), ou de inibidores seletivos da recaptação da serotonina
(fluoxetina, sertralina, fluvoxamina, paroxetina ou citalopram)
associados ao lítio ou outro estabilizador do humor. Em pacientes
do sexo feminino, o uso de hormônio tireóideo, associado ao tratamento com psicofármacos, pode ser útil. O lítio é usado de duas
a três vezes ao dia, em doses que variam de 600 a 2100 mg ao dia.
A concentração do medicamento no sangue deve ser avaliada com
frequência, pois o nível de concentração para a fase aguda é maior
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do que durante a manutenção. Além disso, o acompanhamento
dos níveis de lítio é importante devido aos efeitos colaterais. Dentre estes, destacam-se: acne, aumento do apetite, inchaço, fezes
amolecidas, ganho de peso, gosto metálico, náuseas, tremores,
aumento da sede e da micção. O uso do lítio deve ser de, no
mínimo, seis meses após o primeiro episódio do transtorno. Um
benzodiazepínico (tranquilizante) pode ser associado ao lítio quando necessário. Antes de se iniciar o tratamento, deve-se avaliar as
funções dos rins, do coração e da tireoide. Um exame físico do
paciente também é imprescindível. As contraindicações ao lítio
incluem doença renal grave, infarto do miocárdio, miastenia grave, durante o aleitamento materno e no primeiro trimestre da
gravidez. A educação da família pode reduzir o risco de recaída e a
psicoterapia cognitiva pode intensificar a adesão do paciente ao
medicamento. O uso do álcool e do tabaco é desencorajado. Recomenda-se, quando possível, empregos com horários mais flexíveis e o engajamento em atividades artísticas como parte do tratamento.
QUAL O CURSO DA DOENÇA?
Habitualmente, o transtorno ciclotímico manifesta-se na adolescência ou no início da idade adulta. Surge de forma insidiosa e
é crônico. Existe um risco de 15 a 50% de que um transtorno
bipolar tipo I ou II venha a se desenvolver no futuro.
QUAIS AS PERSPECTIVAS FUTURAS?
Existem hoje vários medicamentos e técnicas úteis para o manejo do transtorno ciclotímico. Somente o médico psiquiatra é
capaz de analisar o paciente e indicar o melhor tratamento. Com
o advento das técnicas de biologia molecular, espera-se que a identificação de genes específicos prossiga e permita o desenvolvimenJORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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to de estratégias mais específicas para o tratamento e prevenção
da ciclotimia e de outros transtornos psiquiátricos.
OBRAS CONSULTADAS:
CORDIOLI, A. V. Psicofármacos - consulta rápida. 2 ed. Porto
Alegre : Artmed, 2002.
EBERT, M. H., LOOSEN, P. T., NURCOMBE, B. Psiquiatria Diagnóstico e Tratamento. Porto Alegre : Artmed, 2002.
GRISWOLD, K. S., PESSAR, L. F. Management of Bipolar Disorder. American Family Physician, 62(6):1343-59, 2000.
KAPLAN, H. I., SADOCK, B. J. Kaplan & Sadock´s Comprehensive Textbook of Psychiatry. 7ed. Philadelphia : Lippincott Williams & Wilkins, 2000.
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A Pessoa Desconfiada e
Brigona
JORGE IGNÁCIO SZEWKIES
Médico Psiquiatra.
Doutor em Medicina pela Universidade de Ulm,
República Federal da Alemanha.
Docente Adjunto dos Cursos de Medicina
e Especialização LS em Clínica Psiquiátrica da
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA).
Sócio Efetivo da Sociedade de Psiquiatria
do Rio Grande do Sul. CREMERS 8585
MARIANA MAISONNAVE DE OLIVEIRA
Médica Graduada pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA).
CRMRS: 28892
“Quando estamos desconfiados e
brigões é porque nos sentimos
ameaçados. A vida humana
caracteriza-se por uma extrema
fragilidade.”
E
screver um texto de psiquiatria para o público geral é, ao
mesmo tempo, enriquecedor e desafiador. De um lado, nos
exercita a capacidade de transmitir pensamentos de forma clara e
objetiva. De outro, nos confronta com o permanente desafio de
estabelecer os limites entre o normal e o doentio na esfera do
comportamento humano.
Aqui irá se abordar a pessoa desconfiada e brigona, considerando que a desconfiança e as brigas fazem parte da vida social e
mesmo das relações mais íntimas. As reações denominadas “norJORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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mais” obedecem ao mesmo funcionamento psicológico das “doentias”, diferenciando-se na intensidade e frequência com que se
manifestam. Assim, trataremos inicialmente das reações desconfiadas e agressivas como reflexos habituais de nossa vida mental,
para depois procurarmos definir quando esses comportamentos
se apresentam em níveis patológicos.
Quando estamos desconfiados e brigões é porque nos sentimos ameaçados. A vida humana caracteriza-se por uma extrema
fragilidade. De um lado, como seres biológicos, nos encontramos
em risco permanente de um desequilíbrio em nossos tecidos e
sistemas, que pode nos provocar dor, doença e morte, sem que
quase nada possamos fazer para evitá-lo. Por outro lado, assim
como o corpo, a mente tem vida própria – com seus pensamentos, características e memórias – e está constantemente povoada
por pulsões e impulsos sobre os quais também não temos qualquer domínio. É a chamada inconsciência. Ela nos rege. E a relação que temos com ela determinará, em grande parte, nossas reações e qualidade de vida.
É necessário compreender que nos é humanamente impossível viver permanentemente com a percepção dessa realidade – de
sermos tão frágeis fisicamente e de não termos, sequer, domínio
sobre nossa vida mental. O que costumamos fazer é tentar escapar dessa condição através da busca constante de mecanismos de
defesa, como falsas justificativas para os fatos da vida, que nos
enrijecem, na expectativa de dominar as emoções e o mundo à
nossa volta, numa falsa ilusão de conseguir evitar o domínio da
inconsciência sobre nossas vidas.
Em determinadas situações, ao sentirmos ameaçados esses tênues mecanismos de defesa, reagimos com desconfiança e agressividade contra a pessoa ou fato externo que desencadeou esse processo. Contudo, percebe-se pelo que foi dito acima, que a “briga”,
manifestada externamente, reflete uma disputa interior. A pessoa
desconfiada e brigona luta entre aceitar a verdade da ausência de
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poder sobre a própria vida e ambiente e tentar manter tudo “sob
controle”, na permanente frustrada tentativa de evitar nossa fragilidade e inconsciência. Percebe-se então que a briga exterior é,
na verdade, uma luta interior da própria pessoa e que quanto
maior a necessidade de rigidez interior, mais intolerante será a
pessoa consigo mesma e com o meio.
Neste ponto da apresentação, é necessário fazer a ressalva de
que não se está tratando das situações de perigo real e intenso,
onde a ausência dessas mesmas reações de desconfiança e briga
indicariam uma situação patológica. Por exemplo, em uma situação de ameaça à própria integridade ou ao patrimônio, é necessário que tenhamos uma dose adequada de desconfiança e de capacidade para defender a nós mesmos e a quem amamos, mesmo
que para isso seja necessário o envolvimento em brigas. Quando
as ameaças são reais, se justifica plenamente o pensamento desconfiado e a agressividade defensiva. Também é necessário destacar a importância do ambiente cultural na caracterização do ser
desconfiado e brigão. Em tribos indígenas, por exemplo, ou em
determinados ambientes da periferia urbana, esses estados podem
representar uma adequada integração ao meio, que valoriza estas
posturas.
O problema está no fato de que, para a pessoa que é sempre
desconfiada e brigona, independentemente da realidade externa,
as ameaças parecem sempre reais – mesmo quando para os outros
não o seriam. Estas pessoas reagem do mesmo modo que reagiriam as pessoas saudáveis expostas a riscos verdadeiros. Os mecanismos defensivos são sempre os mesmos, tanto nas chamadas situações de risco verdadeiro quanto nas situações em que o risco é
fruto das imaginações – que são colocadas no meio por um processo conhecido como projeção. É por meio do mecanismo de
projeção que cada pessoa tem uma visão diferente de uma mesma
situação – para uma mente conflituada o mais lógico é ver um
mundo extremamente assustador. E esta visão do mundo faz com
que ela aja de maneira agressiva e desconfiada.
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Com este raciocínio podemos entender também porque algumas pessoas mudam de atitude em diferentes fases da vida. A
fragilidade do envelhecimento e o turbilhão de acontecimentos
da adolescência podem determinar que certas ameaças externas
sejam sobrevalorizadas levando a reações aparentemente desproporcionadas, mas paralelas a este novo grau de valorização. Assim, estas reações são consideradas “normais” e não patológicas
uma vez que são previsíveis e padronizadas na população e que
representem adaptações às realidades especificas.
Enfim, o que aqui se procura apontar e insistir é que a postura
desconfiada e agressiva faz parte do comportamento humano e
que, em determinadas circunstancias, é a melhor resposta encontrada pela pessoa. Cada um de nós, em seu ambiente cultural
específico, conhece naturalmente a delimitação entre o comportamento normal e o exagerado. Para delinear estes limites empiricamente conhecidos, este trabalho renúncia, arbitrariamente, a
presença destas manifestações como sintomas de doenças psíquicas ou biológicas, claramente estabelecidas, já que a agressão faz
parte de um largo espectro de patologias, além de estar estreitamente vinculada às dependências químicas. O objetivo será, então, caracterizar um tipo de personalidade, onde a desconfiança e
a agressividade são os comportamentos predominantes e não comuns em uma população, impedindo uma resposta flexível a determinados eventos vividos.
Para definir transtorno de personalidade, faz-se necessário novamente compreender que na vida mental saudável além de certo
grau de desconfiança e agressividade, todas as demais reações também estão presentes - como alguma depressão, angustia, indiferença, temor, euforia, dependência, irritabilidade, etc. A saúde se
baseia na flexibilidade da utilização desses mecanismos, relativizando e dimensionando adequadamente os fatores desencadeantes, sejam eles do mundo externo ou da vida intrapsíquica.
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As personalidades mais suscetíveis à inflexibilidade destes mecanismos, com exacerbação da desconfiança e agressividade são
as denominadas personalidades paranoides. Esta situação se define na vida adulta. Seu portador age obedecendo a uma lógica
própria, porque interpreta os fatos da vida como lhe sendo prejudiciais. Para a caracterização deste distúrbio pode-se utilizar os critérios do Manual Diagnóstico de Estatística das Desordens Mentais, da Associação Psiquiátrica Americana, de 1994:
A. Um padrão invasivo de déficits sociais e interpessoais, marcado por desconforto agudo e reduzida capacidade para relacionamentos íntimos, além de distorções cognitivas ou perceptivas e
comportamento excêntrico, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, como indicado
por pelo menos cinco dos seguintes critérios:
1) Ideias de referência (excluindo delírios de referência)
2) Crenças bizarras ou pensamento mágico que influenciam o
comportamento e são inconsistentes com as normas da subcultura do indivíduo (p.ex., superstições, crença em clarividência, telepatia ou “sexto sentido”; em crianças e adolescentes, fantasias e
preocupações bizarras)
3) Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões somáticas.
4) Pensamento e discurso bizarros (por exemplo, vago, circunstancial, metafórico, superelaborado ou estereotipado)
5) Desconfiança ou ideação paranoide
6) Afeto inadequado ou constrito
7) Aparência ou comportamento esquisito, peculiar ou excêntrico
8) Não tem amigos íntimos ou confidentes, exceto parentes
em primeiro grau
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9) Ansiedade social excessiva que não diminui com a familiaridade e tende a estar associada com temores paranoides, ao invés
de julgamentos negativos acerca de si próprio.
B. Não ocorre exclusivamente durante o curso da Esquizofrenia, Transtornos do Humor Com Aspectos Psicóticos, Transtorno Psicótico ou um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento.
Como se vê, é necessário um comportamento repetitivo, que
independe das circunstancias da vida pelas quais a pessoa está
passando. Mas não está definido o que causa este distúrbio. A
presença de inúmeras teorias para justificá-lo indica que não há
clareza no conhecimento das origens do transtorno de personalidade paranoide – como de resto de quase todas as doenças mentais. O consenso atual permite apenas afirmar que se trata da
combinação de fatores genéticos e ambientais. Também não se
conhecem alterações neuropatológicas características dos transtornos de personalidade.
Mas o que fazer diante da identificação do quadro acima? O
prognóstico nos transtornos de personalidade, particularmente
no paranoide, costuma ser reservado, havendo uma evolução crônica. Alguma chance de resposta terapêutica depende da pessoa
se reconhecer com limitações em seu funcionamento interior, que
lhe trazem prejuízos na vida familiar, social ou profissional. Se
existir uma certa crítica e estranheza interior quanto ao que lhe
ocorre, a pessoa poderá procurar ajuda especializada. Entretanto,
pelo exposto, percebe-se o quanto isso é difícil, já que esta pessoa
não se sente doente e atribui seus sofrimentos às influências externas. Particularmente, o tratamento psicoterápico fica comprometido, por se basear em uma relação de confiança mútua. Contudo, se a pessoa criar uma “brecha” em sua desconfiança, poderá
conversar sobre seus sintomas e sofrimentos e, eventualmente,
beneficiar-se também de psicofármacos.
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OBRAS CONSULTADAS:
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION: Diagnostic and
Statistical Manual of Mental Disorders, 4ed. : American Psychiatric Association Washington, 1994.
CLONINGER, S. C. Teorias da Personalidade. São Paulo : Martins Fontes, 1999.
KAPLAN, H. I., SADOCK, B. J. Tratado de Psiquiatria. 6 ed.
Porto Alegre : Artmed, 1999.
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A linguagem do corpo:
As principais características do
paciente psicossomático
FULGÊNCIO BLAYA PEREZ NETO
Médico Psiquiatra. Psicanalista.
Membro Efetivo da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre
CREMERS 4857
“Caso puder tomar conhecimento do
seu estado mental, do que lhe desperta
aquilo que vive naquele exato momento
e externá-lo, estará mantido seu
equilíbrio psíquico e físico.”
A
integração mente/corpo tem sido um grande desafio tanto
para a medicina como para a psiquiatria, psicologia e psicanálise. Por décadas, a medicina deu o aval para que persistisse a
dicotomia entre mente e corpo, que só começou a ceder depois
que a psicanálise expôs o funcionamento mental e suas relações
com o soma, o físico, revelando principalmente que nenhuma
doença, não importa os sintomas, afeta sempre não apenas o corpo ou a psique, mas ambos.
Uma das fundamentais diferenças entre o homem e os (demais) animais é a capacidade de emocionar-se. Bastante desenvolvida no ser humano, esta característica permite-lhe sentir, identificar, negar, expressar as emoções ou defender-se delas.
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Aprendemos desde o nascimento, sobretudo através dos cuidados maternos, da interação com a mãe e posteriormente com o
pai, a familiarizar-nos com nossas emoções, a conhecê-las e manejá-las. É fundamental neste processo, pois, que os adultos sejam
capazes de reconhecer e entender o que ocorre com o bebê e responder às suas necessidades adequadamente, que saibam identificá-las e nomeá-las a fim de responderem ao que a criança sente ou
solicita, isto é, traduzirem para ela o que está vivendo. A partir
dessa atitude do adulto, o bebê aprende, assim, desde cedo a descobrir o significado dessas emoções e, como resultado deste processo, a correlacioná-las com seus estados mentais.
A criança aprende, por exemplo, que o que experimenta, ao se
machucar, chama-se “dor”, ao ser contrariada, “raiva”, ao ser presenteada, “alegria”, ao fazer xixi na calça, porque não pediu para
ir ao vaso, “vergonha”. Aprende também que, se tem vontade de
chorar, é porque está triste, se ri é porque está alegre, se briga é
porque está com raiva e assim por diante, sendo essas as maneiras
de expressar sentimentos, de descarregá-los.
Esta capacidade é decisiva para o perfeito funcionamento da
sua mente e do seu corpo. Caso puder tomar conhecimento do
seu estado mental, do que lhe desperta aquilo que vive naquele
exato momento e externá-lo, estará mantido seu equilíbrio psíquico e físico. Isso porque nosso aparelho mental funciona aproximadamente do mesmo modo que uma panela de pressão. Se nela
colocamos água a ferver, a pressão formada pelo acúmulo do vapor d’água aumenta. Caso a válvula de segurança na parte superior funcionar perfeitamente, sempre que, no seu interior, a pressão elevar-se em demasia, a válvula abre-se, sai vapor e o equilíbrio
se mantém. Mas suponhamos uma válvula entupida: a pressão
atinge níveis acima da capacidade de resistência da panela e esta
explode, espalhando seu conteúdo pela cozinha. Todos nós já vimos isso acontecer ou ouvimos contar a respeito.
Com nosso aparelho mental acontece algo similar. As emo-
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ções funcionam como um considerável montante de pressão dentro de nós, buscando um canal para seu escoamento. Comportam-se como a pressão dentro da panela, que força por encontrar
uma saída e com tanto vigor que leva a válvula a abrir-se. Se a
criança aprendeu corretamente a “lição” e sabe identificar o que
ocorre consigo, “sabe sentir”, “ler” os sentimentos ligados ao fato
presente, então ela “descarregará” suas emoções, afastando assim
o risco de uma explosão como no caso da panela de pressão. Uma
pessoa capaz de “descarregar” suas emoções naturalmente, sem
crises e de forma corriqueira, consegue viver de forma harmoniosa física e psiquicamente. Ela não deixa acumular irritação ou
contrariedades, já as resolve e as externa.
Quando, por alguma razão, a criança não aprende a identificar, nomear e externar suas próprias emoções e a correlacioná-las
com o fato causador, não é capaz tampouco de saber que esse
turbilhão se chama raiva, ou alegria, ou tristeza. Neste caso o rumo
se modifica. Como não aprendeu um modo de encontrar um
escoadouro, estas emoções, esta energia livre permanece retida
dentro do seu aparelho psíquico, forçando-o de dentro para fora
até descarregar-se. Na verdade trata-se de uma espécie de guerra
interna que provoca uma grande angústia nos seres humanos.
Um dos escoadouros possíveis nessas condições será o próprio
corpo. Este poderá ser tanto a via natural para externar conflitos,
quanto o próprio campo de batalha onde os conflitos procuram
solução. Os pacientes que estabelecem uma via somática para a
exteriorização de seus conflitos psíquicos chamam-se psicossomáticos. É importante contudo assinalar que, em princípio, todos
nós podemos, em determinados momentos sob determinadas condições emocionais, sofrer distúrbios que se manifestam através do
nosso corpo, sem necessariamente desenvolvermos uma doença
psicossomática, mas manifestações somáticas.
Convém a seguir fazer-se uma distinção entre os diferentes níveis em que se apresentam as somatizações. Habitualmente, elas
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não são consideradas pelos autores como situações distintas entre
si. Existem basicamente três tipos de evidências ou manifestações
físicas relacionadas a somatizações: os distúrbios que se evidenciam através de certas manifestações corporais; as somatizações propriamente ditas; os fenômenos psicossomáticos.
Quanto ao primeiro tipo, a grosso modo podemos dizer que
ficar ruborizado, pálido, ter uma sudorese, uma taquicardia ou
ainda certas diarreias podem ser consideradas apenas manifestações corporais de angústias que se enfrentam naquele momento;
essas são manifestações normais, digamos, boas soluções para a
descarga da angústia, sem causar qualquer tipo de lesão ao corpo.
Quando se vai prestar um exame importante, é comum ficar-se
insone na noite da véspera e com taquicardia e sudorese na hora
da prova. Outra situação semelhante é a palidez e a taquicardia
que sente alguém ao ver que escapou por um triz de um quase
acidente de carro em alta velocidade. Ainda podemos citar como
exemplo o rubor que assalta alguém quando percebe que outra
pessoa lhe descobriu sentimentos que não gostaria de ver revelados.
Quanto ao segundo, somatizações são ataques a partes do corpo, por exemplo, certas síndromes que causam vertigens ou outras lesões em órgãos ligados à identificação masculino/feminino
(impotência no homem, frigidez na mulher). Incluímos aqui as
pessoas tão sujeitas a um bombardeio de sentimentos estressantes, que percebem serem incapazes de processá-lo. Por isso acabam experimentando problemas físicos típicos de situações de
intensa angústia. Um exemplo são as labirintites, caracterizadas
por perda de equilíbrio, náusea, vômito e quedas, comuns em
quem atravessa uma crise psicológica muito séria.
Quanto ao terceiro tipo, inicialmente, as doenças psicossomáticas foram descritas em número de sete: asma brônquica, úlcera
gástrica, artrite reumatoide, retocolite ulcerativa, neurodermatose, tireotoxicose e hipertensão arterial essencial. Hoje poderíamos
acrescentar a estas outras tantas já estudadas. São tentativas de
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solução de sofrimentos indizíveis, impensáveis, através da única
via que restou ao indivíduo, a de ataques ao corpo, agora, porém,
já com danos importantes para esse último.
Os pacientes ditos portadores de uma doença psicossomática
caracterizam-se por três aspectos importantes: um tipo especial de
pensamento, um tipo especial de organização pessoal e de seu
jeito de levar a vida e uma depressão grave, um desinteresse completo por tudo que até pouco tempo os ocupava. Contudo não
têm noção de que se trate de tristeza ou sequer pensam que estão
deprimidos. É um estado de ânimo semelhante ao de uma depressão, mas totalmente desprovido de afeto relacionado ao fato, como
seria de se esperar em alguém nestas condições. No mínimo a
pessoa ficaria aborrecida ao perceber-se tão abalada. Esses pacientes podem constatar que há algo errado consigo, que estão quase
paralisados, mas não sabem nomear o que sentem ou reagir ao
que sentem. Esta depressão séria, aparentemente sem causa, é algo
que antecede sempre à eclosão ou à reagudização de um problema
psicossomático.
O primeiro desses aspectos, o tipo especial de pensamento,
significa que têm um modo de pensar muito linear, pobre, repetitivo, mais ligado a estereótipos tais como “estou bem”, “não estou
bem”, “o meu problema anda assim”. São seres muito vazios em
suas conversações, por terem raras (e rasas) áreas de interesse, fixando-se bastante em números, por exemplo, suas dosagens de
remédios, estatísticas, etc. Dizendo de outra forma, tais pacientes
são incapazes de pensar e por isto acabam por agir ao invés de
pensar. Como não sabem sentir/pensar suas emoções, reconhecêlas, trocam este processo de “sentir” por “agir”, ocupam-se de
muitas coisas para evitar qualquer reflexão, revelando-se muito
operativos, trabalhadores, sem noção real de cansaço físico ou
mental. Na verdade, é a tentativa de aliviar sua ansiedade que os
faz assim.
Em relação ao segundo aspecto, à sua organização, esta também é peculiar. São superexigentes consigo mesmos e com seu
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trabalho. Geralmente não sabem divertir-se, pois gozam de pouca
disposição para o lazer. Pela enorme capacidade de trabalhar sem
descanso, exatamente por não conseguir ter uma noção exata de
cansaço físico, eventualmente chegam à exaustão física.
Quanto ao terceiro aspecto, a depressão, a eclosão de um problema psicossomático decorre de o paciente ser incapaz de resolver de forma satisfatória seus problemas decorrentes dos fatos do
dia a dia, de lidar bem com suas crises, descarregando a angústia
que lhe causam os dissabores diários através de uma conversa,
briga, discussão, papo com amigos. Impotente para isso, mantémse em crescente angústia e entra em uma depressão profunda sem
consciência de um grande sofrimento, sem autoacusações, mais
ou menos numa atitude que, na linguagem corriqueira, denominamos de “pendurar as chuteiras”, ou seja, o paciente desinteressa-se de tudo que o cerca, inclusive das coisas que sempre lhe foram caras.
Como consequência deste fracasso, inicialmente intensifica-se
seu peculiar modo de pensar, ou melhor, de substituir o pensamento pela ação. Depois notaremos uma desorganização progressiva, e toda sua maneira de ser, habitualmente tão regrada e minuciosa, aos poucos cai por terra. Passa a executar suas tarefas de
forma mecânica, sem qualquer comprometimento afetivo maior.
Finalmente apresentará uma depressão importante, uma indiferença total, completa pelo mundo ao seu redor. Faz-se claro, para
quem o observa, que o paciente desistiu de tudo, “entregou os
pontos”. Como resultado final de todo este processo, surge a doença psicossomática.
Uma ciência que está em franca expansão nos dias de hoje é a
que se chama psicoimunologia. Ela se propõe a estudar as relações entre os acontecimentos psíquicos e os seus efeitos no sistema imunológico. Um exemplo de que todos já ouvimos falar é o
de pessoas que, após a perda de um ente querido, desenvolvem
uma doença avassaladora e morrem em pouco tempo. Um caso
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comum é o da senhora de idade que, morto o marido, tem diagnosticado um câncer e falece em menos de seis meses. Ou o contrário, o marido que pouco sobrevive à morte da esposa. Ou mãe/
pai que, após a perda de um filho, desenvolve uma doença grave e
fatal. Poder-se-ia pensar que, simbolicamente, tudo se passa como
se, com a doença, o paciente estivesse realizando um desejo - do
qual sequer tem consciência - de se reencontrar com o ente perdido.
Outro fato comum à observação diária dos consultórios clínicos e psiquiátricos é a frequência com que encontramos uma depressão importante antecedendo à eclosão de um câncer. Observa-se que, muitas vezes, o câncer é diagnosticado justamente porque o paciente vai ao médico devido à depressão e acaba descobrindo um tumor. Há hoje uma tentativa de entendimento/compreensão do significado destas observações, por outro lado elas
mostram claramente que aqui existe algo que ainda não conhecemos o suficiente. Trata-se assim de uma ideia não aceita por todo
o meio médico, pois ainda não há certezas, só conjeturas em busca de comprovação. Os psicanalistas tendem a aceitar/acolher a
hipótese de uma correlação que ainda desconhecemos, embora
sem tentar explicá-la. Já os clínicos esperam que o futuro nos traga mais comprovação anatomopatológica.
O diagnóstico de um problema psicossomático pode ocorrer
pela primeira vez na infância, mas também em qualquer outra
época da vida, geralmente após uma grande perda, real ou imaginária, na biografia do paciente.
Há, contudo, a concordância entre os autores de que, após
uma morte na família, para citar um exemplo de perda real significativa, há de manifestar-se uma exteriorização da angústia causada por esta perda. Caso o paciente tenha as características de personalidade descritas ao longo deste trabalho, essa descarga de angústia dar-se-á através do surgimento de uma doença psicossomática. Isto costuma ocorrer num período que varia entre seis meses
e um ano após o fato traumático. Quanto mais significativa a perJORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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da e quanto pior a capacidade da pessoa de lidar com a dor de um
luto, maior a probabilidade de a liberação desse luto se fazer através do seu corpo.
Um outro exemplo de sentimento de perda difícil de enfrentar seria o do comerciante dono de uma cadeia de lojas, ao aposentar-se. Suponhamos que decide vender o negócio que ergueu
do zero e que ele mesmo tornou um sucesso por muitos anos. Ao
fazê-lo, pensa que agora poderá viver passeando, pois tem o dinheiro, o tempo e ainda a plena forma física. Decorridos aproximadamente quatro meses, aparece-lhe um quadro depressivo importante. Torna-se claro que ele se aposentou sem um planejamento do seu tempo livre ou de seu futuro. Após alguns meses,
dá-se conta de que está sozinho, pois ele parou de trabalhar, mas
todas as outras pessoas estão em suas atividades normais. Passa a
sentir-se “sobrando”, inútil, deslocado. Mas, se formos rastrear
suas características de personalidade, encontramos que sempre
terá sido uma pessoa muito calada, de poucas amizades e mesmo
com relacionamentos sem muita intimidade, justificando-se que
era assim por estar sempre viajando. Por não ter o hábito de conversar, nunca aprendeu a compartilhar suas angústias e até mesmo as evitava, tanto as conversas quanto sentir angústia, através
do trabalho intenso. Aposentado, teria naturalmente de aprender a se relacionar de forma mais íntima, já que estaria convivendo muito mais com as pessoas. No entanto desconhece como se
faz isto. Quando aumentam sua angústia e depressão, após desfazer-se do que o mantivera ocupado e realizado, sente ter sofrido
sua grande perda e adoece. Pensou estar preparado para ficar “livre, leve e solto”, sem avaliar concretamente sua vida de aposentado. Descobre, então, um vazio, para ele, insuportável. Em cerca
de um ano, manifesta-se nele uma grave doença autoimune.
Um dos maiores desafios da medicina hoje é saber identificar
e prevenir as doenças. Muitas delas já são diagnosticadas precocemente. Assim, quanto mais soubermos acerca das características
dos pacientes que as desenvolverão, mais chance teremos de salvá-los.
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A psicanálise tem contribuído para a compreensão destes fenômenos através da descrição dos perfis psicológicos, quer dizer,
das características de personalidade dos pacientes com mais probabilidade de virem a apresentar determinadas doenças.
Por exemplo, os portadores de hipertensão arterial costumam
ser descritos como pessoas que aparentam ser passivos, tranquilos. O problema é que ter estas características lhes desperta uma
sensação de humilhação. Para não se sentirem assim inferiorizados, defendem-se mantendo sempre uma atitude agressiva, visando ao domínio, ao controle, ao triunfo. O conflito entre estas
duas tendências opostas gera intensa ansiedade da qual o paciente não tem consciência. Mantém-se assim ansioso, por não ter
recursos para exteriorizá-la, achar-lhe um destino. Este conflito
não resolvido e mantido dentro dele, como no exemplo da panela
de pressão, aumentando-lhe a enorme tensão interna, ocasionaria a hipertensão.
Outro exemplo seria a descrição das características de personalidade dos candidatos a um futuro infarto do miocárdio. São
pessoas que mantêm uma luta sem tréguas para obter o sucesso e
têm também uma incontida necessidade de superar os outros, de
“ganhar todas”. Isto os mantém permanentemente tensos, ansiosos, estressados, sempre receando perder o lugar de destaque que
conseguiram a duras penas. Esta permanente “guerra”, esta luta
pela hegemonia, os coloca sempre à beira de uma explosão e, como
consequência, mais suscetíveis a anginas e infartos.
Sintetizando, uma das formas de descarregarmos nossas angústias é através do nosso corpo, quando não conseguimos encontrar outro modo melhor, por exemplo, usando as próprias
emoções. Estas “expressões corporais” de angústia podem ser de
diferentes níveis, desde um simples rubor, palidez, taquicardia,
diarreias, vômitos, passando por somatizações mais importantes
como labirintite, enxaqueca, tontura, dermatite, até as doenças
psicossomáticas como a hipertensão arterial essencial, ulcera gásJORNALCONCEITO SAÚDE • ISSN 2359-4578 • Ano 5 • no 15 • 2015
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trica, retocolite ulcerativa, asma brônquica, neurodermatose, tireotoxicose, entre outras.
Para finalizar, é bom relembrar que toda doença atinge sempre tanto o psíquico quanto o físico. Pode ser somente uma manifestação corporal, externa, - o rubor -, ou algo já contendo algum
ataque ao soma, - as somatizações, as enxaquecas - e finalmente a
mais séria das somatizações - as doenças psicossomáticas como as
hipertensões essenciais, a retocolite. As razões da existência de
cada uma, já descritas acima, dependem do nível de energia livre
ligada a sofrimento psíquico em busca de uma saída, de uma exteriorização. Daí ser tão decisivo dar-se às crianças pequenas uma
boa ideia sobre como lidar com suas emoções.
OBRAS CONSULTADAS:
ALEXANDER, F. Medicina Psicossomática: princípios e aplicações. Porto Alegre : Artes Médicas, 1989.
DEJOURS, C. O Corpo entre a Biologia e a Psicanálise. Porto
Alegre : Artes Médicas, 1988.
ETCHEGOYEN, H. Fundamentos da Técnica Psicanalítica. Porto Alegre : Artes Médicas, 1987.
MARTY, P. A Psicossomática do Adulto. Porto Alegre : Artes
Médicas, 1993.
MELLO Filho, J. Psicossomática Hoje. Porto Alegre : Artes Médicas, 1992.
MELLO Filho, J. Grupo e Corpo: psicoterapia de grupo com pacientes somáticos. Porto Alegre : Artes Médicas, 2000.
ZIMERMAN, D. E. Fundamentos Psicanalíticos: teoria, técnica e
clínica. Artes Médicas : Porto Alegre, 1999.
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