Saber mais - Clínicas Leite

Propaganda
SABER MAIS
SOBRE
CATARATA
FICHA TÉCNICA
EDIÇÃO
Clínicas Leite, Lda
Ver. 01 / Jan 2016
REDAÇÃO/DOCUMENTAÇÃO
Mariana Coimbra
(Marketing e Comunicação)
1
CATARATA
O que é a catarata?
A catarata é uma doença que aparece com a idade ou em consequência de uma doença
sistémica. Gradualmente, a visão começa a tornar-se turva e os objectos deixam de parecer
brilhantes ou vivos como anteriormente. O aparecimento destes sintomas pode indicar o
desenvolvimento de uma catarata. Convém consultar um oſtalmologista de modo a saber se
é recomendável ser submetido à cirurgia de catarata para melhorar a qualidade da visão.
A escolha do tipo de técnica cirúrgica é uma decisão que compete ao oſtalmologista, após
uma conversa de esclarecimento com o doente, que deverá compreender todo o
procedimento que envolve ser submetido a uma cirurgia. Para tomar a decisão de se
submeter a uma cirurgia é importante esclarecer todas as dúvidas.
De seguida, serão apresentadas algumas questões que o ajudarão a perceber os vários tipos
e causas de cataratas, para que possa tomar a sua decisão.
2
Quais são as causas da catarata?
O olho humano funciona como uma máquina fotográfica. Os raios visuais são focados pelo
cristalino na retina, a camada de fotorecetores que funciona como o filme da câmara
fotográfica, no fundo do olho.
No olho normal, os raios luminosos passam através do cristalino transparente e são focados
na retina, o que dará origem a uma imagem clara e brilhante.
Com o avançar da idade, o cristalino continua a crescer, adicionando camadas às existentes na
superfície. Com o evoluir do tempo, o cristalino endurece e perde transparência, o que resulta
numa visão turva ou imperfeita.
Nesta situação clínica, a catarata está relacionada com a idade. É um processo normal e que,
mais tarde ou mais cedo, ocorre em todas as pessoas.
Se o processo de formação da catarata afeta apenas uma pequena área do cristalino e se não
é central, a sua visão pode não ser atingida ou grandemente perturbada. Se, pelo contrário, o
processo é severo, atinge a zona central ou todo o cristalino, a sua visão é fortemente
afetada.
Ainda que a catarata ocorra usualmente em ambos os olhos, raramente se desenvolve ao
mesmo tempo em ambos os olhos.
Quais serão as outras causas de catarata?
Há outros tipos menos comuns de cataratas e que não estão relacionadas com o
envelhecimento.
Destaquemos seguidamente alguns desses tipos.
3
CATARATA
Catarata congénita
Ocorre nas crianças e pode ser hereditária ou devida a traumatismos do parto.
Algumas ocorrem sem qualquer causa óbvia.
Catarata secundária
É causada por doenças ou cirurgia prévia aos olhos. A formação de cataratas secundárias
pode ser acelerada por doenças crónicas, como a diabetes ou o uso excessivo de esteróides.
Catarata traumática
A causa é um traumatismo ocular. O seu aparecimento pode surgir imediatamente após o
traumatismo ou desenvolver-se lentamente meses ou anos após o acidente.
Visão normal
Catarata
4
1
Quais são os sintomas das cataratas?
Os doentes com cataratas podem apresentar um ou alguns dos seguintes sintomas:
Sensibilidade à luz ou deslumbramento, especialmente à luz solar intensa ou aos faróis dos
outros carros ao conduzir;
Redução da noção de profundidade;
Aumento das dificuldades de leitura, o que requer múltiplas mudanças de óculos;
Perda das cores vivas;
Distorção ou imagens fantasma;
Turvação ou escurecimento das imagens;
Diminuição da acuidade visual.
5
CATARATA
Mitos
Há alguns conceitos muito divulgados e que estão incorretos pelo que devem ser corrigidos.
A catarata NÃO É:
Uma membrana a crescer por cima do olho;
Um tumor, cancro ou infecção;
Uma causa irreversível de cegueira;
Uma doença contagiosa que se transmite de olho para olho e de pessoa para pessoa.
6
1
Como se faz o diagnóstico de uma catarata?
O uso de uma lâmpada de fenda ou um biomicroscópio permite ao oſtalmologista o exame
tridimensional e magnificado do cristalino. Através do exame biomicroscópico pode-se
detetar a presença da catarata, assim como qualquer outra doença que provoque uma
acuidade visual turva ou desconforto ocular.
Após o diagnóstico de uma catarata e para se analisar e preparar a intervenção cirúrgica, é
necessário efetuar alguns exames complementares, nomeadamente:
Topografia corneana;
Microscopia especular;
Biometria com cálculo da potência da lente intraocular;
Ecografia ocular.
A CIRURGIA DE CATARATA
Quando se deve efetuar a cirurgia de catarata?
Antigamente, existia o conceito de que só se devia operar a catarata quando o doente já não
visse nada. Hoje, se a visão estiver um pouco turva e perturbar as atividades diárias, deve
considerar-se a possibilidade de cirurgia.
A cirurgia é o único meio para remover a catarata. Nenhum outro tratamento pode remover a
catarata, quer sejam gotas, exercícios ou óculos. Refira-se também que nenhum tratamento,
gotas ou óculos, irá influenciar a evolução da catarata. Esta irá aumentar de acordo com uma
evolução própria que varia de pessoa para pessoa.
A cirurgia à catarata deve ser efectuada por um oſtalmologista com experiência cirúrgica.
7
CATARATA
Qual a técnica que se utiliza na catarata?
Atualmente, há duas técnicas para a realização da cirurgia de catarata, a técnica convencional,
chamada de facoemulsificação, e o laser, uma cirurgia inovadora e de vanguarda. A consulta
e exames pré-operatórios serão decisivos para a escolha da técnica mais adequada.
A técnica facoemulsificação envolve a execução de duas incisões, uma maior de 3mm e outra
de 1mm na córnea, através das quais o cirurgião introduz a ponta do facoemulsificador
(a maior), um instrumento de ultrasons de alta frequência, com o qual se desfaz e aspira o
núcleo (centro) da catarata. O restante da catarata é aspirado com a ponta de
irrigação-aspiração. A incisão menor serve para utilizar o manipulador ou instrumento de
ajuda.
8
1
A técnica de laser representa um passo inovador e qualitativo para os doentes, e consiste na
utilização de um equipamento de vanguarda, o Femtofaco LenSX, com elevados índices de
segurança e precisão.
Após a remoção da catarata, independentemente da técnica, é implantada ou colocada uma
lente intra-ocular no espaço da catarata. Esta nova lente intra-ocular vai permitir a focagem
do feixe luminoso na retina. A lente intra-ocular vai tornar-se parte permanente do olho, ao
contrário das lentes de contacto que são retiradas e colocadas diariamente.
Na maior parte dos casos, é colocada a lente intra-ocular (LIO) no saco capsular, tratando-se
assim de uma LIO posterior. Se a técnica utilizada for a focoemulsificação, usa-se uma lente
desdobrável, que entra enrolada e só se abre dentro do olho. Se, pelo contrário, a LIO é
colocada à frente da íris ou na câmara anterior, chama-se LIO de câmara anterior.
Por último, só em alguns casos é preciso suturar a incisão, pois se a técnica for
facoemulsificação e se usar uma LIO desdobrável, não é preciso suturar (dar pontos).
CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS
Quais são os cuidados pré-operatórios?
Como já foi referido, é necessário realizar alguns exames antes da operação para definição de
qual a técnica, tipo de LIO ou cuidados a ter.
Algumas recomendações serão feitas ao doente pelo cirurgião, como ir para a clínica em
jejum ou comer até uma determinada hora. Na clínica ser-lhe-ão colocadas gotas antes da
intervenção cirúrgica.
9
CATARATA
No bloco operatório, o olho a operar será desinfetado, e será aplicado um campo operatório
esterilizado para proteção da zona operatória.
Qual o tipo de anestesia a usar?
A cirurgia da catarata não necessita de uma anestesia geral. Hoje, a cirurgia realiza-se com
uma anestesia tópica (gotas) e com sedação dada por via sistémica. Este tipo de anestesia
permite que o doente não sinta qualquer dor e não se lembre de nada.
10
1
INTERNAMENTO
Quanto tempo fica na clínica?
Hoje em dia, a cirurgia de catarata não precisa de vários dias de internamento.
A cirurgia de catarata é um procedimento cirúrgico que pode ser efectuado em regime
ambulatório ou com internamento de curta duração (24 horas) conforme o tipo de doente ou
técnica que se usa. Com as técnicas atuais, o doente pode retomar logo de seguida a sua
atividade diária.
RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
Qual é o processo de recuperação?
O atual procedimento permite que não haja necessidade de tapar o olho operado, devendo
somente repousar com tranquilidade e depois regressar a casa. Esta tranquilidade é essencial
para evitar complicações, nomeadamente hemorragias, infeções ou outro tipo de problemas.
Alguns outros cuidados a ter são os seguintes:
Aplicar as gotas prescritas corretamente;
Esperar 3 a 5 minutos entre cada tipo de gotas;
Não esfregar ou pressionar o olho;
Não executar tarefas perigosas enquanto recupera a visão;
Não recomeçar atividades intensas sem autorização do oſtalmologista.
11
CATARATA
Quais os controlos pós-operatórios?
O doente deverá efetuar alguns controlos pós-operatórios, geralmente 2 a 3 exames nas
primeiras 6 a 8 semanas. Nestas consultas, vai-se controlando o processo de cicatrização e
recuperação funcional da visão do olho operado.
Por vezes, quando se utiliza LIOs posteriores, ao fim de alguns meses ou anos, a cápsula
posterior onde a lente está apoiada pode “sujar-se” ou opacificar, o que provocar uma visão
algo embaciada. O oſtalmologista, com recurso a um laser YAG, vai abrir o centro desta
cápsula, um procedimento indolor e eficaz, sem precisar de internamento, e com recuperação
imediata.
12
1
É necessário usar óculos depois da cirurgia?
Os doentes que usavam lentes bifocais/progressivas ou somente lentes para perto, vão
continuar a precisar de, pelo menos, óculos para perto, ainda que hoje já haja lentes
intra-oculares progressivas/multifocais e, em alguns casos, possam ser implantadas.
OUTRAS QUESTÕES
Para além das questões que foram expostas, há quem considere alguns outros parâmetros,
como sejam comparar os potenciais benéficos e os possíveis riscos.
Quando se pondera a possibilidade da cirurgia deve-se pensar-se em:
Quais os riscos de complicações?
Como em qualquer cirurgia, um bom resultado não pode ser garantido por ninguém. Mas é
importante referir que cerca de 95 a 97% das cirurgias decorrem sem qualquer tipo de
complicações. Ainda que raras, as complicações podem ocorrer durante ou após a cirurgia,
impondo algumas limitações visuais.
O que acontece se não for operado?
Com algumas exceções, a presença da catarata vai evoluir sem que se possa modificar a sua
progressão com a respetiva perda de visão. Contudo, o esperar, ainda que não coloque em
risco a recuperação da visão, vai colocar alguns problemas de técnica motivado pelo
endurecimento da catarata.
13
CATARATA
Recorde-se que 90 a 95% dos doentes se sentem satisfeitos com o resultado da cirurgia. Mas
lembre-se que a cirurgia da catarata não irá melhorar uma má visão provocada por outras
doenças, como sejam a diabetes ou tromboses.
Por último, a decisão é sua, mas lembre-se que a catarata é uma causa comum de perda de
visão no processo de envelhecimento. Quanto mais idoso, maior a possibilidade de ter uma
catarata que interfere com a sua qualidade de vida. Logo, é de considerar fortemente a
possibilidade de realizar uma cirurgia que é segura, com bons resultados e quase nenhumas
complicações. As novas técnicas, como o laser, oferecem-lhe uma nova qualidade de vida.
14
1
Não se esqueça que a
consulta de rotina é a
prevenção da doença!
Por isso, olhe por si, seguindo
rigorosamente os conselhos e o
tratamento que lhe forem
indicados.
Download