Universidade do Minho Instituto de Ciências Sociais Licenciatura

Propaganda
1
Universidade do Minho
Instituto de Ciências Sociais
Licenciatura em Sociologia – 2º Ano
Sociologia da Estratificação e das Classes Sociais [4503A6]
2006/07
Docentes:
Joaquim Costa e Emília Araújo
1. APRESENTAÇÃO
Em estreita ligação com outras disciplinas leccionadas no curso, entre as quais as Teorias
Sociológicas, a Sociologia do Trabalho e a Sociologia do Poder, a disciplina Sociologia da Estratificação e
das Classes Sociais fornece os alunos os diferentes enquadramentos teóricos que permitem explicar e
compreender a génese, as características e as modalidades de reprodução das hierarquizações que
caracterizam as relações entre indivíduos e grupos em sociedade.
2. RESULTADOS DE APRENDIZAGEM
•
•
•
•
•
Identificar e explicar os principais tipos de estratificação
Desenvolver e posicionar-se perante as diferentes teorias sociológicas sobre classes e
estratificação
Perceber de que modo a classe social se relaciona com o estatuto e com os processos de
socialização
Compreender e explicar a relação entre o tipo de actividade profissional e a classe social
Identificar os diferentes modos existentes de análise e classificação de classe
Nas aulas serão usados métodos expositivos e ilustrativos de forma a fazer compreender aos
alunos a complexidade das questões abordadas. As aulas teórico-práticas destinam-se justamente a
aclarar os conceitos abordados, incluindo a realização de fichas de leitura e a discussão dos pontos de
vista apresentados pelos diversos autores. Neste caso, a participação dos alunos nas actividades propostas
pelos docentes ao longo das aulas é fundamental para a consolidação de conhecimentos. Por isso, além da
bibliografia referenciada neste programa, serão recomendados pontualmente textos especialmente
direccionados para o estudo das matérias leccionadas.
3.AVALIAÇÃO
2.1. Princípios Gerais
¾
¾
O exame final far-se-á no fim do ano lectivo e englobará a totalidade das matérias
leccionadas. A aprovação obter-se-á com a classificação final mínima de 10 valores.
A fraude em exame/frequência implica a "desclassificação" do aluno prevaricador nessa
prova. Caso ocorra em trabalho de investigação suplementar implica diminuição da
classificação final, com ponderação também caso a caso, em relação à de
exame/frequência (o que pode significar reprovação).
3.2. Avaliação
Exame – 60%
Exercícios práticos– 30%
•
•
•
O exame versa sobre os assuntos estudados nas aulas.
Os alunos devem realizar um conjunto de exercícios práticos solicitado nas aulas sobre um tema
proposto pelo docente
Aos alunos será fornecida informação sobre a forma de organização dos relatórios e da pesquisa
bibliográfica, bem como sobre o calendários de entrega.
2
•
•
Os alunos impossibilitados de frequentar as aulas e executar todos os trabalhos práticos
solicitados deverão contactar os docentes no sentido de definirem um trabalho prático final.
No caso de os alunos não obterem a classificação mínima de 10 valores, contando com a
avaliação do exame e dos trabalhos práticos solicitados nas aulas, poderão obter avaliação à
disciplina através de exame em época de recurso
4. Diversos
•
Os alunos devem entregar ao professor, no início do ano lectivo, a ficha individual com
fotografia (pode ser fotocópia).
•
Para esclarecimento de dúvidas será estabelecido um horário de atendimento.
5. PROGRAMA
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
A questão das desigualdades e das hierarquias sociais: das dimensões ideológicas à pluralidade de
interpretações – indivíduo “versus” sociedade, conflito “versus” consenso, nominalismo “versus”
realismo.
As desigualdades de classe e estrato e a sua articulação com outros tipos de desigualdades.
A estratificação social segundo os modelos funcionalistas e o estruturo-funcionalistas: a perspectiva
de K. Davis e W. Moore e as subsequentes tentativas de correcção.
A teoria weberiana sobre estratificação e classes: classe, grupo de status e partido.
A teoria marxista das classes sociais e o contributo de Poulantzas.
Teorias contemporâneas de estratificação e classes sociais: as sínteses de inspiração marxista e
weberiana propostas por E. Olin Wright e P. Bourdieu.
Os processos de mobilidade social e as sociedades contemporâneas: em direcção a uma sociedade
pós-industrial?
Classes, relações de classe, desigualdades e recomposição social em Portugal.
9.
A investigação empírica e a classificação de classes: alguns exemplos.
6. BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, João Ferreira de, 1986, Classes sociais nos campos, Lisboa, Instituto de Ciências Sociais da
Universidade de Lisboa.
ALONSO, Rafael Feito, 1997 [1995], Estructura social contemporánea — las clases sociales en los países
industrializados, Madrid, Siglo Veintiuno.
BENDIX, Reinhard e LIPSET, Seymour, 1972 [1966] (orgs.), Clase, status y poder, Madrid, Euramérica.
BOURDIEU, P., 1983 [1976], "Gostos de classe e estilos de vida", in Renato Ortiz (org.), Pierre Bourdieu,
São Paulo, Editora Ática.
BOURDIEU, P., 1992 [1979], La distinction, Paris, Les Éditions de Minuit.
BOURDIEU, Pierre, 1987 [1966], "Condição de classe e posição de classe", in P. Boourdieu, A economia
das trocas simbólicas, São Paulo, Editora Perspectiva: 3- 25.
CARABAÑA, J. e FRANCISCO, A. de (orgs.), 1995 [1993], Teorias contemporaneas de las clases sociales,
Madrid, Editorial Pablo Iglesias.
CARVALHO FERREIRA, J. M. et al., 1995, Sociologia, Alfragide, McGraw-Hill de Portugal.
CAZENEUVE, Jean, 1978 [1976], Dez grandes noções da sociologia, Lisboa, Moraes.
CLARK, T. N., LIPSET, S. e REMPEL, M., 1993, "The declining political significance of social class",
International Sociology, vol. 8, nº3: 293 – 316.
COSTA, António Firmino da, 1987, "Novos contributos para velhas questões da teoria das classes sociais",
Análise Social,nº 98, Lisboa, Instituto de Ciências Sociais: 615-686.
COSTA, António Firmino da, 1999, Sociedade de bairro, Oeiras, Celta, cap.4.
CROMPTON, Rosemary,1998, Class and Stratification: An Introduction to Current Debates, Polity Press
DAHRENDORF, Ralf, 1982 [1959], As classes e seus conflitos na sociedade industrial, Brasília, Editora da
Universidade de Brasília.
DAVIS, Kingsley e MOORE, Wilbert, 1979 [1945], "Alguns princípios de estratificação", in VELHO, Otávio et
al (orgs.), Estrutura de classes e estratificação social, Rio de Janeiro, Zahar: 114-132.
EDER, K., 1993, The new politics of class — social movements and cultural dynamics in advanced
societies, Londres, SAGE.
EDER, Klaus, 1995, "Does social class matter in the study of social movements? A theory of middle-class
radicalism", in Maheu, Louis (ed.), Social movements and social classes — the future of collective
action, Londres, SAGE.
3
EDGELL, Stephen, 1997 [1993], Class, Londres e Nova Iorque, Routledge.
ESPING-ANDERSEN, Gφsta (ed.), 1993, Changing Classes — stratification and mobility in post-industrial
societies, Londres, SAGE.
ESPING-ANDERSEN, G. (ed.), 1996, Welfare states in transition — national adaptations in global
economies, Londres, SAGE.
ESTANQUE, Elísio e MENDES, José Manuel, 1998,Classes e desigualdades sociais em Portugal, Porto,
Afrontamento.
FERRÃO, João, 1982, "Evolução regional das classes sociais em Portugal (1960-70)", Finisterra, vol XVII,
nº 34.
FERRÃO, João, 1985, "Recomposição social e estruturas regionais de classe (1970-1981)", Análise Social,
nº 87/88/89, Lisboa, Instituto de Ciências Sociais: 565-604.
GIDDENS, Anthony, 1975 [1973], A estrutura de classes das sociedades avançadas, Rio de Janeiro,
Zahar.
GIDDENS, Anthony, 1989 [1984], The constitution of society, Cambridge, Polity Press.
GIDDENS, Anthony, 1997 [1993], Sociologia, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
GRUSKY, David B. ed. (2000) Social Stratification: Class, Race, and Gender in Sociological Perspective,
Cambridge University Press
LIPSET, Seymour Martin, 1992 [1985], Consenso e conflito, Lisboa, Gradiva.
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich, 1984 [1848], Manifesto do Partido Comunista, Lisboa, Edições "Avante!".
MARX, Karl, 1984 [1852], O 18 de Brumário de Louis Bonaparte, Lisboa, Edições "Avante!".
MOZZICAFREDO, J., 1981, "Sobre a teoria das classes sociais: as contribuições de Erik Olin Wright e de
Nicos Poulantzas", Revista Crítica de Ciências Sociais, nº 6: 5-46.
PAKULKSKI, Jan, 1993, "The dying of class or of marxist class theory?", Internacional Sociology, vol. 8,
nº3: 279-292.
PAKULSKI, Jan, 1995, "Social movements and class: the decline of the marxist paradigm", in Louis Maheu
(ed.), Social movements and social classes — the future of collective action, Londres, SAGE.
POULANTZAS, N. et al, 1976 [1970 e 1972], Teoria das classes sociais, Porto, Publicações Escorpião.
POULANTZAS, Nicos, 1977 [1968], Poder político e classes sociais do Estado capitalista, Lisboa, Dinalivro.
WEBER, Max, 1983 [1922], Economia y sociedad, México, Fondo de Cultura Económica, Segunda Parte,
cap. VIII, § 6.
WRIGHT, Erik Olin et al, 1998 [1989], The debate on classes, Londres e Nova Iorque, Verso.
WRIGHT, Erik Olin, 1981 [1979], Classe, crise e o Estado, Rio de Janeiro, Zahar.
WRIGHT, Erik Olin, 1983, "O que é neo e o que é marxista na análise neo-marxista das classes?", Revista
Crítica de Ciências Sociais, nº 12: 9 – 40.
WRIGHT, Erik Olin, 1997 [1985], Classes, Londres e Nova Iorque, Verso.
WRIGHT, Erik Olin, 2000 [1997], Class counts – comparative studies in class analysis, Cambridge e Paris,
Cambridge University Press e Maison des Sciences de l'Homme.
Download