Uma edição verdadeiramente verde-amarela A Bíblia Brasileira de Estudo foi De perfil interdenominacional, a BBE oferece inteiramente escrita por autores mais de 12 mil notas de estudo, artigos, nacionais e dirigida ao povo mapas e referências especiais, organizados brasileiro que vive a realidade singular em 13 áreas: linguística, hermenêutica, do nosso país e da nossa cultura. A obra família, técnica, ministério, espiritualidade, menciona personalidades que marcaram literatura, homilética, teologia, cultura, crítica história do Brasil. Cita, por exemplo, o textual, ética e missões. Com organização amor de Dom Pedro II pela Palavra e faz e supervisão editorial de Luiz Sayão, a BBE referência a poemas célebres de Castro contou com mais de 60 colaboradores e Alves e Manoel Bandeira. consumiu 10 anos de produção. Biblia Brasileira de Estudo 16 x 23 cm | 1.984 p. BÍBLIA BRASILEIRA DE ESTUDO DE BRASILEIROS PARA BRASILEIROS PARA SABER MAIS, LIGUE (11) 5668 5668 [ Grande SP ] 0800 772 6272 [ Demais Estados ] Biblia_brasileira_de_estudo_sample_15x22cm.indd 1 Facebook /hagnoseditora Siga-nos @editorahagnos Acesse www.hagnos.com.br 12/8/16 12:21 PM BÍBLIA BRASILEIRA DE ESTUDO Páginas INICIAIS.indd 1 13/05/2016 15:16:28 Texto bíblico: Bíblia Almeida Século 21. Copyright © 2010 Sociedade Religiosa Edições Vida Nova. Todos os direitos reservados. Bíblia Brasileira de Estudo Copyright © 2016 Editora Hagnos Ltda. Mapas: Atlas Bíblico Ilustrado Copyright © 2005 Por André Reinke Publicado pela Editora Hagnos Ltda. Usados com autorização. Revisão Noemi Lucilia Lopes Priscila Porcher Raquel Fleischner Diagramação OM Designers Gráficos Capa Maquinaria Studio Editor Geral Luiz Alberto T. Sayão Coordenador Editorial Robinson Malkomes 1ª edição – 2016 Impressão e acabamento Imprensa da Fé Todos os direitos desta edição reservados para: Editora Hagnos Av. Jacinto Júlio, 27 04815-160 – São Paulo – SP Tel (11) 5668-5668 [email protected] www.hagnos.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Bíblia brasileira de estudo / editor geral Luiz Alberto Sayão ; coordenador editorial Robinson Malkomes . -- São Paulo : Hagnos, 2016. Bibliografia ISBN 978-85-7742-113-8 (Preta) ISBN 978-85-7742-194-7 (Marrom) ISBN 978-85-7742-193-0 (Marrom com verde) ISBN 978-85-7742-192-3 (Marrom com azul) 1. Bíblia - Estudo e ensino I. Sayão, Luiz Alberto. II. Malkomes, Robinson. 12-12555 CDD-220.07 Índices para catálogo sistemático: 1. Bíblia : Estudo e ensino 220.07 Páginas INICIAIS.indd 2 13/05/2016 15:16:28 Sumário Apresentação da Bíblia Brasileira de Estudo – Hagnos.........................v Apresentação da versão Almeida Século 21......................................... vii Apresentação da Bíblia Brasileira de Estudo...........................................xi Colaboradores............................................................................................... xiii Recursos visuais............................................................................................. xv Antigo Testamento Gênesis.........................................1 Êxodo.........................................88 Levítico....................................167 Números.................................210 Deuteronômio......................275 Josué........................................326 Juízes........................................360 Rute..........................................395 1Samuel..................................402 2Samuel..................................449 1Reis.........................................483 2Reis.........................................523 1Crônicas................................560 2Crônicas................................599 Esdras.......................................649 Neemias..................................665 Ester..........................................686 Jó...............................................699 Salmos.....................................745 Provérbios..............................843 Páginas INICIAIS.indd 3 Eclesiastes..............................881 Cântico dos cânticos..........896 Isaías.........................................906 Jeremias..................................978 Lamentações de Jeremias...................... 1053 Ezequiel................................ 1062 Daniel.................................... 1129 Oseias................................... 1158 Joel........................................ 1172 Amós..................................... 1184 Obadias................................ 1196 Jonas..................................... 1200 Miqueias.............................. 1210 Naum.................................... 1219 Habacuque......................... 1224 Sofonias............................... 1230 Ageu...................................... 1238 Zacarias................................ 1245 Malaquias............................ 1260 13/05/2016 15:16:29 Novo Testamento Mateus.................................. 1269 Marcos.................................. 1336 Lucas..................................... 1385 João....................................... 1445 Atos dos apóstolos........... 1502 Romanos.............................. 1563 1Coríntios............................ 1599 2Coríntios............................ 1638 Gálatas.................................. 1662 Efésios................................... 1678 Filipenses............................. 1702 Colossenses........................ 1720 1Tessalonicenses.............. 1733 2Tessalonicenses.............. 1745 1Timóteo............................. 1755 2Timóteo............................. 1769 Tito......................................... 1779 Filemom............................... 1785 Hebreus................................ 1789 Tiago..................................... 1817 1Pedro.................................. 1831 2Pedro.................................. 1859 1João..................................... 1870 2João..................................... 1881 3João..................................... 1884 Judas..................................... 1888 Apocalipse.......................... 1894 Ajudas para o leitor.................................................................................. 1947 Mapas........................................................................................................... 1951 Páginas INICIAIS.indd 4 13/05/2016 15:16:29 Apresentação da Bíblia Brasileira de Estudo – Hagnos É com grande honra e alegria que apresentamos ao povo de Deus a Bíblia Brasileira de Estudo. Foram necessários dez anos para uma obra que, sem dúvida alguma, será um marco na vida da igreja brasileira. Trata-se de uma edição verdadeiramente verde-e-amarela, equipada com notas de estudo integralmente redigidas por brasileiros que vivenciam o cristianismo dentro da cultura brasileira. São notas de crítica textual, espiritualidade, ética, hermenêutica, homilética, linguística, literatura, cultura, ministério, missiologia, teologia e técnica. Acima de tudo, foi observado o critério de fidelidade ao texto bíblico. A versão selecionada é a Almeida Século 21, que, além de ser fiel às línguas originais, mantém a atualidade da linguagem e a reverência ao texto sagrado, continuando a tradição de João Ferreira de Almeida. A introdução de cada livro responde as questões: o quê, quem, quando, por que, a quem e onde. A obra também menciona algumas personalidades que marcaram história no Brasil: o leitor ficará surpreso, por exemplo, ao se deparar com uma nota cultural sobre Dom Pedro II, que declarou seu amor pela Palavra e que a lia todos os dias. E ainda encontrará poemas célebres como “Navio Negreiro”, de Castro Alves, e “Canto de Natal” de Manuel Bandeira, sobre o nascimento de Jesus, entre outras curiosidades. Somos gratos a Deus pelo Pr. Luiz Sayão, editor geral da Bíblia Brasileira de Estudo, como também por Robinson Malkomes, coordenador editorial. Sem o empenho e dedicação de vocês, o sonho desta publicação não poderia se tornar realidade. Agradecemos a todos os colaboradores que contribuíram com suas notas, ao Juan Martinez, nosso gerente editorial, e a toda a equipe Hagnos, que se empenharam de forma brilhante para concluir este trabalho. Sem dúvida a Bíblia Brasileira de Estudo será de grande valia para os estudiosos da Palavra de Deus, como também para aqueles que querem se aprofundar no conhecimento das escrituras. Páginas INICIAIS.indd 5 13/05/2016 15:16:29 Apresentação da Bíblia Brasileira de Estudo – Hagnos vi Esperamos que a Bíblia Brasileira de Estudo, fale ao coração de brasileiros e brasileiras e que de fato seja um marco na vida daqueles que querem levar a Santa Palavra de Deus a sério. A Deus toda a glória! Mauro e Marilene Terrengui Fundadores da Editora Hagnos Páginas INICIAIS.indd 6 13/05/2016 15:16:29 Apresentação da Bíblia Brasileira de Estudo A igreja cristã brasileira com raízes na Reforma Protestante ainda é bastante jovem. A tradição protestante e evangélica possui cerca de duzentos anos em terras brasileiras. Apesar de seu crescimento e de seu impacto em nossa sociedade nas últimas décadas, grande parte da literatura protestante e evangélica aqui publicada é de origem estrangeira. Mas a hora de assumir nossa responsabilidade bíblica e teológica já é chegada. Há centenas de estudiosos academicamente bem preparados e capazes para tal empreitada. Hoje são muitos os bons autores nacionais que não só são lidos no Brasil, mas também já começam a ser traduzidos para outros idiomas, sendo internacionalmente apreciados. Diante de um quadro tão promissor, a Editora Hagnos apresenta a mais expressiva iniciativa editorial evangélica dos últimos anos: a Bíblia Brasileira de Estudo. A Bíblia Brasileira de Estudo é claramente evangélica em sua abordagem teológica, com um enfoque hermenêutico de afirmação do texto sagrado. Ao mesmo tempo, procura estabelecer a relação entre a tradição histórico-teológica da fé cristã e as peculiaridades da cultura brasileira, interagindo também com outras tradições de fé, como o catolicismo e o judaísmo, sem necessariamente identificar-se com eles. Diversidade, tolerância, valor do sagrado, esperança, otimismo, problemas sociais, crise ética e dimensão estética são expressões que evocam o entremear dessa relação. A Bíblia Brasileira de Estudo é tudo o que seu próprio nome diz. Primeiramente, é uma Bíblia. E apresenta-se com o texto da nova versão Almeida Século 21, que consegue conciliar elementos fundamentais em qualquer tradução do texto sagrado, a saber: 1) fidelidade às línguas originais, que se reflete na exatidão exegética alcançada por experientes profissionais da área de tradução bíblica no Brasil; 2) atualidade da linguagem, imediatamente percebida na fluência do texto, que não causa estranhezas nem deixa o leitor perplexo diante de palavras arcaicas ou Páginas INICIAIS.indd 11 13/05/2016 15:16:30 Apresentação da Bíblia Brasileira de Estudo xii que aparecem apenas em dicionários, mas não na comunicação diária; e 3) reverência perante o texto sagrado, pois se trata de uma versão que zela pela tradição de uma linguagem digna do púlpito, como não poderia deixar de ser num texto com os valores de João Ferreira de Almeida. Em segundo lugar, ela é uma Bíblia Brasileira. Não somente por haver sido publicada no Brasil, mas também por haver nascido brasileira. O grupo de dezenas de colaboradores que contribuíram para a redação das notas de estudo é formado por brasileiros, brasileiras e residentes no Brasil que conhecem e vivem a realidade da igreja, da teologia, da ética, da família e da espiritualidade verde-e-amarela. Aqui o estudioso da Palavra não encontrará material que cause desconforto, seja por falta de naturalidade linguística, seja por conteúdo irrelevante. Encontrará, sim, um texto que fala diretamente à cabeça e ao coração de nossa gente, um material que interage com sua realidade, seus pensamentos, suas emoções. Aliás, esta é a primeira Bíblia de estudo feita inteiramente por gente daqui e dirigida aos cristãos que vivem a realidade singular do Brasil. Por fim, é uma Bíblia Brasileira de Estudo. Longe de superficialidades e informações irrelevantes, o conteúdo desta Bíblia enriquece muito o conhecimento do estudioso do texto sagrado e do cristianismo deste país. O que os editores e colaboradores visaram foram notas que possibilitassem um estudo sério, de bom nível, capacitador e abençoador para a igreja. Há muito alimento sólido aqui, e cristãos interessados em adquirir conhecimento bíblico terão prazer em digeri-lo, ainda mais quando perceberem que o tempero lhes é tão familiar. A Bíblia Brasileira de Estudo, de perfil interdenominacional, traz cerca de doze mil notas de estudo, em quase duas mil páginas, que contam também com diversos quadros, mapas e artigos especiais. As notas estão organizadas em sete grandes áreas de concentração: bíblica, teológica, ministerial, ética, cultural, família e missão. Com toda certeza, a área cultural se destaca em virtude do próprio perfil desta publicação. Por fim, registramos aqui nossa oração para que Deus faça uso desta Bíblia para sua glória e para o enriquecimento da vida de seus leitores. Luiz Sayão Editor Geral Robinson Malkomes Coordenador Editorial Páginas INICIAIS.indd 12 13/05/2016 15:16:30 Colaboradores Muita gente esteve envolvida nas várias fases de produção da Bíblia Brasileira de Estudo. Todos os que participaram da geração do conteúdo encontrado nos comentários de rodapé, nas introduções de cada livro bíblico, nos artigos especiais e nos mapas são dignos de nosso reconhecimento e de nossa gratidão. O benefício que essa gente toda presta aos leitores é incalculável. São benfeitores e benfeitoras que devemos aplaudir em pé, pois nos abençoaram com seu tempo, com seu conhecimento, com sua generosidade e até com a disposição de sacrificar muitas horas de descanso e de convívio com a família. A todos eles nosso muito obrigado! Luiz Alberto T. Sayão Editor Geral Robinson Malkomes Coordenador Editorial Editora Hagnos Marilene Terrengui Fundadora da Editora Hagnos Juan Carlos Martinez Pinto Gerente editorial Mauro Terrengui Coordenador de produção e fundador da Editora Hagnos Debora Terrengui Grilo Projeto gráfico Thiago Terrengui Diretor comercial e marketing Páginas INICIAIS.indd 13 Osiris C. Rangel Rodrigues Diagramação 13/05/2016 15:16:30 Colaboradores xiv Colaboradores BBE A braão Almeida Key Yuasa Ágabo Borges Lucília Marques Pereira da Silva Alexandre Brasil Fonseca Atilano Muradas Caio Cesar Dias Peres Carlos Caldas Carlos del Pino Carlos Osvaldo Pinto (In-memoriam) Lucy Yamakami Luiz Sayão Manoel de Jesus Thé Marco Davi Oliveira Norio Yamakami Olavo José Antunes Ribeiro Daniel Fujisaka Oscar Jans Daniel Oliveira Paulo José Benicio Daniel Yoshimoto Porfírio dos Reis Estevan Kirschner Ricardo Agreste Euler Westphal Ricardo Bitun Fábio Yunomae Robinson Malkomes Fulgencio Santos Filho Robson Marinho Gabriel Perissé Ronaldo Lidorio Gabriele Geggersen Silas Molochenco Guilherme Oliveira Solange Monaco Hans Udo Fuchs Susie Lee Hernandes Dias Lopes Tiago Abdalla Israel Belo de Azevedo Valdemar Kroker Jang Ho Kim Werner Wiese Jeremias Pereira William Lane Jorge Pinheiro Wilson Ferraz de Almeida Josué Campanhã Wilson Paroschi Páginas INICIAIS.indd 14 13/05/2016 15:16:30 Recursos visuais Ícones para identificação daS notaS de rodapé Páginas INICIAIS.indd 15 Nota cultural Nota de crítica textual Nota espiritualidade Nota ética Nota família Nota hermenêutica Nota homilética Nota linguística Nota literária Nota ministerial Nota missão Nota técnica Nota teológica Quadros explicativos PROVAÇÕES E TENTAÇÕES COMO TER ALEGRIA NAS PROVAÇÕES? Sabendo que: 1. A provação é apenas um teste 2. As provações trazem perseverança 3. A perseverança permite a maturidade COMO VENCER NAS PROVAÇÕES? 1. Peça sabedoria a Deus, sem duvidar 2. Ricos e pobres precisam dessa sabedoria 3. Persevere, pois Deus dará a coroa da vida VENCENDO A TENTAÇÃO 1. Saiba que a tentação não vem de Deus 2. Saiba que o perigo está em nós mesmos 3. Confie em Deus que nos auxilia, pois ele nunca mudará 13/05/2016 15:16:30 Gênesis O QUÊ? Gênesis é o magnífico livro dos começos: dos começos de tudo, do começo da vida, do começo da família, do começo das profissões, do começo da desobediência humana, do começo dos conflitos, do começo da esperança, do começo da realização do projeto de Deus para recriar o ser humano a partir de Jesus Cristo. O livro integra o grupo dos cinco primeiros da Bíblia, chamados de Pentateuco ou cinco (penta) rolos (teuco). Contém basicamente histórias e genealogias. As histórias têm uma família central, que é a família de Abraão, cujas notáveis experiências de fé vão da segunda parte do capítulo 11 até o final do livro. Quando o evangelista João conta a história de Jesus, ele o começa como faz o autor de Gênesis. No princípio, Deus criou o mundo (Gênesis 1.1) e Jesus Cristo estava presente nesta obra (João 1.1). Gênesis é um livro de esperança porque mostra que Deus está conosco. QUEM? A tradição atribui o livro de Gênesis a Moisés, o profeta, legislador e líder do povo de Israel em sua saída da terra do Egito para a Canaã prometida a Abraão e seus descendentes. No livro mesmo, não há referência ao seu autor. Devemos sempre nos lembrar que as condições de produção intelectual eram muito diferentes na antiguidade. Os livros, se assim os podemos chamar, não tinham capa, não tinham o nome do autor, não tinham capítulo, não tinham versículos. Nós criamos essas facilidades. Além disso, as condições tecnológicas eram muito diferentes: conforme a época de sua produção, os livros eram escritos em pedras (estelas), barros (argilas), papiros (feitas de folhas) ou pergaminhos (feitos de couro). BBE PAGINADA.indb 1 19/05/2016 11:26:37 Gênesis 2 Mais ainda: diferentemente da nossa realidade, em que os autores são indivíduos, na antiguidade, as obras eram coletivas, porque a sociedade era comunitária, não individualista como a nossa. Compreender isto nos ajuda, por exemplo, a entender a punição a Acã e sua família (Cf. Josué 7). O mais importante é que Gênesis foi inequivocamente inspirado por Deus e por ele preservado para nós. Quanto a Moisés, ele é o autor do livro, seja de forma direta ou indireta. Há indicações de que Moisés escreveu várias partes do Pentateuco (Êx 17.14; 34.27; Nm 33.2) e os autores do Novo Testamento confirmam a ligação desse homem de Deus com a produção da lei (Jo 1.17; 7.19; At 15.1). A autoria do livro de Gênesis deve nos unir a todos em torno do processo divino de inspirar e salvar. QUANDO? Gênesis descreve um longo período. Começa na eternidade, que não pode ser datada. Depois, continua “no princípio”, quando Deus começou a criar todas as coisas. A história continua com a criação do ser humano por Deus. Depois a terra, a partir da Mesopotâmia (hoje Iraque), vai sendo povoada, conforme a ordem de Deus. Ao mesmo tempo, o livro mostra a corrupção das civilizações, mas não sem demonstrar a graça de Deus, manifesta em tantas vidas, sobretudo nas famílias de Noé e Abraão. A história de Abraão pode ser datada com precisão, por volta do século 20 antes de Cristo. O livro termina com o povo hebreu se estabelecendo no Egito, cerca de três séculos depois. BBE PAGINADA.indb 2 19/05/2016 11:26:37 3 Gênesis POR QUÊ? O conteúdo do livro de Gênesis tem por objetivo mostrar as raízes da vida. Num sentido, para os primeiros leitores — os israelitas — a raiz da vida do povo está no chamado de Deus a Abraão para habitar em Canaã. Por isto, antes de conhecermos Abraão, suas vacilações e sua fé, precisamos conhecer o Senhor Deus que o chamou para escrever uma nova história, que abençoaria toda a humanidade. No segundo sentido, nós somos abençoados por Abraão, não mais pela ligação física de descendência, como ocorreu com Israel, mas por termos nos tornado filhos de Deus por meio de Jesus Cristo, através de quem nos foi oferecido um novo Testamento (ou nova aliança). Esses testamentos são, ao mesmo tempo iguais (porque são baseados no amor de Deus e na promessa a Abraão) e complementares (fundamentados no amor de Deus e na realização definitiva da promessa em Jesus Cristo). A QUEM? Como todos os livros do AT, Gênesis tem como público-alvo primordial o povo dos antigos hebreus e, ao mesmo tempo, todos aqueles que querem conhecer como o amor de Deus se manifesta. Cada história do livro transpira a graça de Deus. ONDE? Gênesis foi produzido num contexto claramente hebreu, ao tempo de Moisés ou pouco depois dos seus dias. BBE PAGINADA.indb 3 19/05/2016 11:26:37 Gênesis 1.1 4 A criação dos céus e da terra No princípio, Deus criou os céus e a terra. 2 A terra era sem forma e vazia, e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas. 3 Disse Deus: Haja luz. E houve luz. 4 Deus viu que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. 5 E Deus chamou à luz dia, e às trevas, noite. E foram-se a tarde e a manhã, o primeiro dia. 6 E disse Deus: Haja um firmamento no meio das águas, que faça separação entre águas e águas. 7 E Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima dele. E assim foi. 8 E ao firmamento Deus chamou céu. E foram-se a tarde e a manhã, o segundo dia. 9 E disse Deus: Ajuntem-se num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o continente. E assim foi. 10 E ao continente Deus chamou terra, e ao ajuntamento das águas, mares. E Deus viu que isso era bom. 11 E disse Deus: Produza a terra os vegetais: plantas que deem semente e árvores frutíferas que, segundo suas espécies, deem fruto que contenha a sua semente sobre a terra. E assim foi. 12 E a terra produziu os vegetais: plantas que davam semente segundo suas espécies e árvores que davam fruto que continha a sua semente, segundo as suas espécies. E Deus viu que isso era bom. 13 E foram-se a tarde e a manhã, o terceiro dia. 14 E disse Deus: Haja luminares no firmamento celeste, para fazerem separação entre o dia e a noite; sirvam eles de sinais tanto das estações como dos dias e dos anos. 1.1 NO PRINCÍPIO, DEUS [...] VAZIA. princípios básicos para que o tempo e a história sejam possíveis. Deus dá nome às coisas e, com isso, revela a função a ser exercida pelo que acabou de criar. 1.6-10 HAJA UM FIRMAMENTO NO MEIO DAS ÁGUAS [...] APAREÇA O CONTINENTE [...] TERRA [...] MARES. Segundo a concepção dos povos antigos, no firmamento havia um oceano (v. Sl 104.3,13). Ao se abrirem as comportas, a água caía do céu sobre a terra. Inclusive imaginava-se que o oceano celeste fosse o céu, semelhante a um mar de águas incomparavelmente claras. 1.10 AO CONTINENTE DEUS CHAMOU TERRA, E AO AJUNTAMENTO DAS ÁGUAS, MARES. Deus dá o nome e distingue o dia da noite. Deus coloca a história à disposição do ser humano. Deus concede o tempo — noite e dia — e o espaço — terra e mar —, para que, mais tarde, o ser humano construa sua existência. Deus aprova o mundo material que ele criou, pois era bom. 1.11b PLANTAS [...] ÁRVORES FRUTÍFERAS QUE, SEGUNDO SUAS ESPÉCIES, DEEM FRUTO. A criação do mundo acontece de forma ordenada. A terra é chamada para produzir diferentes espécies. Além disso, ao se reproduzirem, as plantas têm capacidade de perpetuar sua espécie. 1 Deus é o sujeito da criação e ele não se encontra em competição com outros deuses. Deus cria a partir do nada. Antes de Deus criar o universo e o homem, havia o “nada”, era o “vazio”. A soberania de Deus não precisa de matéria-prima para criar alguma coisa. O objeto criado é sempre algo especial, novo e incomparável. A criação é ação de Deus na história e na natureza. 1.2 SEM FORMA E VAZIA [...] SOBRE A FACE DO ABISMO [...] O ESPÍRITO DE DEUS PAIRAVA. Gênesis começa com uma progressão do caos à bênção, à medida que toda criação divina é pronunciada boa, e o homem, como governante mediatório de Deus, é abençoado com vitalidade e fertilidade com as quais deve encher a terra e desfrutar Deus e sua criação (cf. 1.28-31). 1.3 HOUVE LUZ. A primeira criação é a luz. Deus intervém na escuridão da não-existência e cria a luz, a partir da qual é possível a criação individual e ordenada no ritmo de sete dias. Somente a partir da luz é possível a criação dos outros dias. 1.5 DEUS CHAMOU [...] TARDE E A MANHÃ, O PRIMEIRO DIA. Deus mostra que pode criar coisas magníficas apenas com a sua palavra. A partir da separação entre luz e trevas, o ritmo do tempo entra em vigor. Dia e noite são BBE PAGINADA.indb 4 19/05/2016 11:26:37 Gênesis 1.25 6 Quadro 2: A TORÁ E SEUS LIVROS Livros Nomes hebraicos Nomes em português A Lei (Torá) Bereshit: No princípio Gênesis WeElleh Shemot: Estes são os nomes Êxodo VaYkrá: E ele chamou Levítico Midbar: No deserto Números Elleh HaDevarim: Estas são as palavras Deuteronômio 25 E Deus fez os animais selvagens, segundo suas espécies, e o gado, segundo suas espécies, e todos os animais da terra que rastejam, segundo suas espécies. E Deus viu que isso era bom. 26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre o gado, sobre os animais selvagens e sobre todo animal rastejante que se arrasta sobre a terra. 27 E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. 28 Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, 1.25 DEUS FEZ [...] TODOS OS ANIMAIS lado. O ser humano é apresentado como um ser social, pois ele foi criado para viver em comunhão, não em solidão. 1.28 ENCHEI A TERRA E SUJEITAI-A; DOMINAI. Em alguns momentos da história do cristianismo foi disseminada a compreensão de que o homem, ao dominar a natureza, teria também liberdade para destruí-la. O que devemos considerar é que o texto bíblico define a relação do homem com a natureza a partir da lógica de uma interação. É nosso dever cuidar da criação dentro da perspectiva da mordomia (Gn 2.15). Embora possamos identificar certos momentos da história em que o cristianismo tenha contribuído para a degradação do meio ambiente, hoje não cabe mais uma associação entre as duas coisas. Outros movimentos religiosos não têm assumido a liderança em relação à defesa do meio ambiente, porém esta é uma bandeira que precisa fazer parte das ações das igrejas evangélicas e que pode começar em pequenas práticas relacionadas à educação ambiental ou ao incentivo de atividades como as de reduzir-reciclar-reutilizar. Podemos pensar em pequenos gestos e ações ligados à reciclagem ou à coleta seletiva, a DA TERRA [...] DEUS VIU QUE ISSO ERA BOM. Os animais são protegidos e abençoados por Deus e foram criados de acordo com suas espécies. 1.26 E DISSE DEUS: FAÇAMOS O HOMEM [...] DOMINE ELE. O texto bíblico faz, em primeiro lugar, afirmação sobre o agir de Deus e não sobre o ser humano. Deus cria o ser humano para se relacionar com ele. Como totalidade emocional e racional, o ser humano é imagem de Deus. Deus, em sua absoluta soberania, cria o homem como seu governante representativo na terra. 1.26-28 MULTIPLICAI-VOS; ENCHEI A TERRA E SUJEITAI-A; DOMINAI. Nestes versículos, há três elementos importantes da bênção de Deus para a humanidade: a descendência, a terra e o domínio. Todo o livro de Gênesis é uma expansão desses temas. Em Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José, estão em jogo a terra, a descendência e o domínio da terra. (Sobre a ideia de “mandato cultural” relacionado a estes versículos, ver 2.15). 1.27 HOMEM E MULHER OS CRIOU. O homem e a mulher foram criados lado a BBE PAGINADA.indb 6 19/05/2016 11:26:37 13 Gênesis 6.7 viveu setecentos e oitenta e dois anos; e gerou filhos e filhas. 27 Todos os dias de Matusalém foram novecentos e sessenta e nove anos; e morreu. 28 Lameque viveu cento e oitenta e dois anos; e gerou um filho, 29 a quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, que provêm da terra que o Senhor amaldiçoou. 30 Depois que gerou Noé, Lameque viveu quinhentos e noventa e cinco anos; e gerou filhos e filhas. 31 Todos os dias de Lameque foram setecentos e setenta e sete anos; e morreu. 32 E Noé tinha quinhentos anos quando havia gerado Sem, Cam e Jafé. A corrupção do gênero humano Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se na terra e lhes nasceram filhas, 6 6.1—9.19 ENTRA NA ARCA, TU E TODA A TUA FAMÍLIA [...] COLOQUEI O MEU ARCO NAS NUVENS; ELE SERÁ O SINAL DE UMA ALIANÇA ENTRE MIM E A TERRA. A arca de Noé Vinícius de Moraes Sete em cores, de repente O arco-íris se desata Na água límpida e contente Do ribeirinho da mata. O sol, ao véu transparente Da chuva de ouro e de prata, Resplandece resplendente No céu, no chão, na cascata. E abre-se a porta da Arca De par em par: surgem francas A alegria e as barbas brancas Do prudente patriarca [...] E sai levando a família A ver; enquanto, em bonança Colorida maravilha Brilha o arco da aliança. [...] BBE PAGINADA.indb 13 2 os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram bonitas e, dentre todas elas, tomaram as que haviam escolhido. 3 Então disse o Senhor: O meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, pois ele é carne; os seus dias serão cento e vinte anos. 4 Naqueles dias os nefilins estavam na terra, e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome da antiguidade. 5 E o Senhor viu que a maldade do homem na terra era grande e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era continuamente má. 6 Então o Senhor arrependeu-se de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. 7 E disse o Senhor: Destruirei da face da terra o homem que criei, tanto o homem como o gado, os animais que rastejam Na serra o arco-íris se esvai . . . E . . . desde que houve essa história Quando o véu da noite cai Na terra, e os astros em glória Enchem o céu de seus caprichos É doce ouvir na calada A fala mansa dos bichos Na terra repovoada. 6.5 A MALDADE DO HOMEM NA TERRA ERA GRANDE. A humanida- de está imersa na maldade. Em Gênesis, temos o pacto da redenção, o plano da redenção. No capítulo 1, Deus faz aliança com toda a criação. No capítulo 9, ele faz aliança com Noé, que era um homem justo, num pacto que abrange toda a criação (v. Gn 9.9-10). No capítulo 12 de Gênesis, a aliança é feita com um povo escolhido, na figura de Abraão, e por meio dele todos serão abençoados no futuro, sendo que no Antigo Testamento o foco se dá sobre os israe­ litas. No plano de redenção, pessoas e povos aparecem na narrativa bíblica de forma entrelaçada. A relação do indivíduo com a redenção não pode prescindir das referências coletivas, sejam estas culturais ou ambientais. Deus dá origem a toda a criação, e é para esta criação que ele envia o Redentor. 19/05/2016 11:26:38 113 Êxodo 12.10 Quadro 1 – As 10 pragas A s 10 pragas podem ser divididas em três grupos de três pragas, sendo a última o clímax do juízo de Deus. Em cada grupo de três pragas, existe um padrão de composição do texto. A primeira e a segunda praga de cada grupo (1ª, 2ª, 4ª, 5ª, 7ª e 8ª) são introduzidas por um aviso, enquanto a terceira de cada grupo (3ª, 6ª e 9ª) acontece sem aviso nenhum. A primeira praga de cada grupo sempre acontece pela manhã, e Deus orienta Moisés a ir ao encontro do faraó, enquanto que, na segunda praga de cada grupo, só há orientação para ir ao encontro do faraó, sem referência de tempo. Praga Referência — deus egípcio 1. Êx 7.14-25 – Hapi (deusa do Nilo) Água em sangue 2.Rãs Êx 8.1-15 – Heket (deusa da fertilidade) 3.Piolhos Êx 8.16-19 – Hator (vaca) e Nut (deusa do céu) 4.Moscas Êx 8.20-32 – Shu (deus do ar) e Ísis (natureza) 5. Peste e morte dos rebanhos Êx 9.1-7 – Ápis (touro) 6. Feridas purulentas Êx 9.8-12 – Sekhmet (deusa das doenças) 7. Chuva de pedras Êx 9.13-35 – Geb (deus da terra) 8.Gafanhotos Êx 10.1-20 – Seth (deus das colheitas) 9. Êx 10.21-29 – Re (ou Rá – deus sol) Trevas 10. Morte dos primogênitos Êx 11.1—12.30 – o faraó (visto como divino, era adorado como seu filho) conforme o número de pessoas. Calculareis o cordeiro conforme a porção adequada para cada um. 5 O animal será um macho de um ano, sem defeito. Podereis tomar um cordeiro ou um cabrito. 6 E o guardareis até o décimo quarto dia deste mês. Então, reunida, toda a comunidade de Israel o matará, ao entardecer. 7 Depois, pegarão um pouco do sangue e colocarão nos batentes e na viga da porta, nas casas em que tomarem refeição. 8 E, naquela noite, comerão a carne assada no fogo, com pães sem fermento; sim, a comerão com ervas amargas. 9 Não o comereis cru, nem cozido em água, mas assado no fogo, junto com a cabeça, as pernas e as vísceras. 10 Não deverá sobrar nada para a manhã seguinte. O que sobrar até de manhã deverá ser queimado no fogo. de clãs, e cada clã era constituído por famílias. Assim, a Páscoa é prescrita para o menor grupo social de Israel: a família. conformidade com sacrifícios, mas sem BBE PAGINADA.indb 113 12.7 SANGUE. Toda a descrição está em relação com o perdão de pecados. No entanto, 19/05/2016 11:26:48 Êxodo 19.23 23 Moisés respondeu ao Senhor: O povo não poderá subir ao monte Sinai, porque tu nos advertiste, dizendo: Marca limites ao redor do monte e santifica-o. 24 E o Senhor insistiu: Vai, desce. Depois subirás com Arão; mas os sacerdotes e o povo não poderão ultrapassar os limites para subir até o Senhor, para que não se volte contra eles. 25 Então Moisés desceu até o povo e lhe disse isso. Os dez mandamentos (Dt 5.7-21) Então Deus falou todas estas palavras: 2 Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da escravidão. 20 19.22 SE SANTIFICAR. O sacerdócio e santificação são mais uma vez relaciona- dos. Aqui, porém, a intenção é revelar o perigo de ser sacerdote. Vale lembrar que o capítulo menciona o sacerdócio de todo o Israel (19.6), assim, se a santificação não for observada, haverá grande perigo para todo o povo, como propriedade exclusiva do Senhor. 19.24 SACERDOTES. Sem nenhum aviso prévio, o texto faz distinção entre o povo e os sacerdotes. Essa diferenciação é estranha, uma vez que, poucos versículos antes, a nação inteira é chamada de reino de sacerdotes. A menção de um grupo especial de sacerdotes não tira a importância daquilo que é dito do povo como um todo. 20.1 DEUS FALOU. De acordo com Deuteronômio 9.10, essas palavras foram ouvidas pelo povo. Dessa forma, parece que Moisés desceu do topo do monte e ouviu essas palavras com o povo. 20.2 TEU DEUS. A lei começa com uma apresentação do Deus dos israelitas. Começar com essa apresentação da ação primeira de Deus (que te tirou da terra do Egito, da casa da escravidão) dá, para obediência à lei, uma característica de reação a uma graça recebida. A obediência, como reação, deve-se ao mérito de quem é o Senhor. E, por mencionar a libertação da escravidão, estabelece o caráter moral, tanto do Senhor ( – יהוהJavé) quanto da lei. Os dez mandamentos devem ser lidos com esse pano de fundo. 20.3 DEUSES. O primeiro mandamento está intimamente relacionado com a BBE PAGINADA.indb 130 130 3 Não terás outros deuses além de mim. 4 Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, ou nas águas debaixo da terra. 5 Não te curvarás diante delas, nem as cultuarás, pois eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso. Eu castigo o pecado dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me rejeitam; 6 mas sou misericordioso com mil gerações dos que me amam e guardam os meus mandamentos. 7 Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não considerará inocente quem tomar o seu nome em vão. apresentação do Senhor que o precede. Uma vez que foi o Senhor que os libertou do Egito, não poderia haver outro deus para os israelitas. 20.3 ALÉM DE MIM. ל־פנָי ָ ּ ַ‘( עal-pªnªy), lit. “na minha face”, muitas vezes tendo o sentido de localidade (v. Js 13.25; 1Rs 17.3; 2Cr 3.4). Podendo significar onde quer que o Senhor esteja, não há outro deus. Outra ideia é a de “que seja comparável a mim”, isto é, nenhum outro deus que pretenda ser meu rival. 20.4 IMAGEM ESCULPIDA. A proibição de se fazerem ídolos (ּ ֶפסֶ ל – pesel) parece uma expansão do primeiro mandamento. Mesmo que tal imagem fosse esculpida para representar o Senhor. O que está em jogo é a ideia de um deus limitado pela imaginação humana. 20.5 DEUS ZELOSO. Ou seja, que exige exclusividade. Essa linguagem, que diz respeito à aliança, remete a relacionamentos onde a fidelidade é essencial, como o casamento. Por isso, a imagem do casamento se tornará propícia para descrever a aliança do Senhor com Israel (cf. Oseias). 20.5-6 EU CASTIGO [...] MIL GERAÇÕES. Tal afirmação deve ser entendida com o seu contraponto no versículo seguinte. Assim sendo, a ideia não é literal, pois dificilmente se deveria entender “mil gerações” como literal. O castigo de Deus em uma geração certamente traria consequências para gerações futuras, assim como suas misericórdias. Esta última em termos mais extensos. 20.7 NOME. A importância do nome do Senhor ficou clara em 3.14. Usar o nome do 19/05/2016 11:26:52 1Samuel 18.1 430 PARA VENCER O GIGANTE (1Sm 17) 1. Há gigantes ameaçadores em nossa vida (v. 4). O tamanho do gigante é do tamanho do nosso medo. Por causa do medo, Israel via Golias como um gigante maior do que realmente era. 2. Devemos saber que na vida precisamos enfrentar gigantes (v. 34-36). Não devemos fugir, nem precisamos temer. 3. Devemos compreender que crescemos em caráter, na fé e na dependência de Deus quando enfrentamos gigantes. 4. A luta de Davi com o gigante representou uma etapa valiosa em sua formação e na formação do seu povo. 5. O tamanho do nosso medo tem a ver com a estatura da nossa fé. Os israelitas se esqueceram de que eram soldados do Deus vivo (v. 26). 6. Há sempre pessoas que dirão que não temos condições de vencer os gigantes (v. 28). Davi não tinha nome conhecido; ninguém sabia de quem era filho (v. 58). Ele não aceitou essas “sentenças” sobre sua vida. 7. Precisamos nos ver com a força de um leão, porque somos revestidos do poder de Deus (v. 37). Davi sabia que, embora não tivesse força própria para vencer, era soldado do Deus vivo. 8. Com fé em Deus e uma visão correta, não precisamos de outros recursos além dos que já temos (v. 40). Davi não precisou de uma armadura estranha e pesada. Ele se serviu apenas dos recursos que já possuía (uma funda e algumas pedras). Nós já dispomos dos recursos necessários para iniciar a batalha. 9. Vencemos quando enfrentamos um gigante de cada vez. Havia outros inimigos de Israel. Davi resolveu enfrentar o pior deles: o gigante Golias. Muitas vezes nem sequer sabemos quem é nosso inimigo; usar a inteligência não é demonstração de falta de fé, mas a afirmação de nossa fé. 10. Vencemos quando entendemos que a luta é de Deus. É ele quem luta, e nós somos seus parceiros. Perdemos quando vamos lutar contra o gigante em nosso próprio nome e com a nossa própria força (v. 45). Na vitória de Davi sobre Golias, Deus dirigiu a pedra para o lugar vulnerável; todo gigante tem um ponto vulnerável (v. 49). Davi teve de fazer a sua parte, e a fez. Deus sempre faz a parte dele. Jônatas torna-se aliado de Davi Depois que Davi terminou de falar com Saul, Jônatas se tornou muito amigo de Davi; e Jônatas o amou como a si próprio. 2 Daquele dia em diante, Saul o manteve consigo e não permitiu que voltasse para a casa de seu pai. 3 Então Jônatas fez um acordo com Davi, porque o amava como a si mesmo. 4 Jônatas tirou a capa que vestia e a deu a Davi, como também sua armadura, e até mesmo sua espada, seu arco e seu cinto. 5 E Davi ia aonde quer que Saul o enviasse, e era sempre bem-sucedido; por isso Saul o colocou no comando das tropas, e isso pareceu bem a todo o povo e até aos servos de Saul. comemorativa sempre fez parte da maneira hebraica de mostrar alegria. Tanto em momentos de adoração como nas comemorações, os israelitas costumavam dançar e cantar ao som de instrumentos, inclusive tamborins, o que foi confirmado pela arqueologia. A cultura brasileira tem muitas similaridades com essa efusividade alegre e positiva. 18 BBE PAGINADA.indb 430 A fama de Davi irrita Saul 6 Mas sucedeu que quando eles retornavam, depois de Davi ter matado o filisteu, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando alegremente, com tamborins e com instrumentos de música. 19/05/2016 11:27:32 505 1Reis 12.15 Dom Pedro II, o Imperador que amava a Bíblia D om Pedro II desde a sua juventude acalentava o desejo de conhecer a língua hebraica”, destaca Kurt Loewenstamm em O hebraísta no trono do Brasil (São Paulo: Centauro, 2002). “Amo a Bíblia, leio-a todos os dias, e quanto mais a leio, mais a amo”, disse certa vez o monarca. Seu conhecimento do hebraico começou por acaso, quando encontrou num banco de jardim do Palácio de São Cristovão uma gramática hebraica, esquecida por um missionário sueco. Convocado ao palácio, o clérigo acabou por aceitar o convite de Dom Pedro para tornar-se o seu professor. Rapidamente, Dom Pedro iniciou-se no idioma sagrado. Loewenstamm conta que o imperador, em pouco tempo, vertia do hebraico para o latim vários livros da Bíblia, entre estes Isaías, Jó, Salmos, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos e outros. Já em Petrópolis, sob a orientação de outro professor, também sueco, chamado Akerblom, Dom Pedro mostrou progressos extraordinários. Foi contratando, sucessivamente, novos professores. A história registra os nomes do orientalista Dr. Koch e, depois, do Dr. Henning. Quando Koch faleceu, em Petrópolis, Dom Pedro escreveu o epitáfio do amigo em latim, grego e hebraico. Quando esteve em São Francisco, na Califórnia, o imperador visitou uma sinagoga. Nela, foi-lhe proporcionado pelo rabino o ensejo de fazer a preleção do capítulo da Torá daquele dia. O estudo do hebraico levou o monarca a estudar também a história e a literatura judaicas. Em 1877, em Paris, estudou a obra de Rabinowitz, La législation Criminelle du Talmud [A legislação criminal do Talmude]. Em Cannes, em 1888, encontrou-se com o rabino-chefe de Marselha, Benjamin Mossé, numa reunião que durou mais de duas horas. Ao sair, o rabino Mossé, segundo atesta o historiador Eduardo Prado, declarou: “Majestade, sois mais que um Imperador, sois um filósofo e um sábio!” O imperador foi ao Oriente Médio, visitando a Síria, o Egito, o Líbano e, principalmente, Israel. Claro, o ponto alto de sua visita foi Jerusalém: “Jerusalém”, escreveu ele em carta ao ministro francês Gobineau, “pela sua posição elevada domina quase toda a Terra Santa e produz o efeito mais surpreendente, qualquer que seja o lado pelo qual se lhe aproxima. A ela cheguei três vezes”. Depois da queda da monarquia, no seu exílio europeu, Dom Pedro estudou o hebraico e o provençal, editando em 1891 um pequeno livro, Poésies Hebraico-Provençales du Rituel Israélite — Contadin, Traduites et transcrites par S. M. Dom Pedro II d’Alcantara, Empereur Du Brésil (Avignon). O volume, de 76 páginas, contém uma introdução na qual o imperador faz observações sobre os seus estudos do hebraico, esclarece sobre os poemas traduzidos — dos quais dá as versões hebraica e provençal. São Piutim, cânticos litúrgicos sinagogais, um comentário sobre o livro de Ester e o hagadá, cerimonial tradicional de Pessach (Páscoa judaica). O provençal era um idioma judaico falado em Provence, França, enriquecido por termos hebraicos e árabes, escrito com caracteres hebraicos (com o que se assemelha, estruturalmente, ao ídiche, ao ladino e à hakitia). Hoje em dia, é falado — e assim mesmo por poucos judeus — só na região de Marselha. Esse amor do imperador pela cultura judaica explica a política amistosa para com os israelitas, desenvolvida pelos vários governos da monarquia, inclusive e sobretudo no estímulo à imigração e à cooperação com as várias entidades envolvidas na questão judaica. “ eu o aumentarei ainda mais; meu pai vos castigou com açoites, mas eu vos castigarei com escorpiões. 15 O rei não deu ouvidos ao povo porque 12.15 MUDANÇA VINHA DO SE- NHOR. A Bíblia não tem nenhum problema em dizer que Deus é Soberano sobre todas as coisas e, portanto, está no controle de BBE PAGINADA.indb 505 esta mudança vinha do Senhor, para confirmar a palavra que o Senhor tinha dito por intermédio de Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate. tudo. É a pura verdade. No entanto, isso não quer dizer que Roboão não tenha responsabilidade sobre seus atos. Deus é bom e não inclina o ser humano para fazer a maldade. O próprio Roboão 19/05/2016 11:27:38 2Crônicas 15.9 618 O QUE FAZEMOS COM A PALAVRA QUE DEUS NOS APRESENTA? (2Crônicas 15 e 16) O s capítulos 15 e 16 de 2Crônicas relatam a história do rei Asa, de Judá. Ambos começam com o surgimento de um profeta exortando o rei. Ao primeiro, Asa ouve. Ao segundo, Asa manda prender. Ouvindo o primeiro, Asa toma coragem e faz uma reforma religiosa. Na linguagem do NT, podemos dizer que Asa ficou cheio do Espírito Santo. Grandes foram os seus feitos. Ignorando o segundo profeta, encheu-se de si mesmo. O preço pago foi alto. Sem o Espírito Santo, Asa nada realizou de bom. Cometeu erro após erro. Nesses capítulos, aprendemos a respeito de Deus: 1. DEUS FALA — O que aprendemos de Deus, a partir das experiências de Asa? Entre as verdades observadas, uma é que, nos momentos necessários, Deus mandava seus profetas para falar aos reis, que eram os líderes do povo de Israel. Deus sempre se comunicou com o seu povo. Deus nos fala ainda hoje por diversos meios. Evidentemente, devemos tomar cuidado com as falas diretas, mesmo por meio de pessoas, já que nosso coração é enganoso. O critério é que toda palavra de Deus, seja a fala de um cristão, seja um sonho, seja um sussurro divino ao coração, deve ser julgada segundo as Escrituras. Deus fala, sobretudo, por meio da Bíblia. Deus também fala por meio da palavra pregada na igreja. A pregação será uma extensão da Palavra inspirada se for baseada nas Escrituras Sagradas e se for ouvida com a intenção de colocar cada conceito em prática. O que Deus fala pode ser agradável e desagradável. Pode nos confortar e pode nos corrigir. O critério não é o nosso conforto, mas a procedência da palavra. 2. NOSSOS ATOS SÃO RESPOSTAS À PALAVRA DE DEUS — O que fazemos diante da palavra de Deus? Asa nos dá um exemplo de como devemos responder. Em Asa, não há uma religião ideal, mas uma resposta real, boa em um caso, péssima no outro. o altar do Senhor, que estava diante do pórtico do Senhor. 9 Ele reuniu todos de Judá e Benjamim, e os de Efraim, Manassés e Simeão que moravam entre eles, pois muitos de Israel tinham vindo encontrá-lo quando viram que o Senhor, seu Deus, estava com ele. 10 Ajuntaram-se em Jerusalém no terceiro mês, no décimo quinto ano do reinado de Asa. 11 No mesmo dia, ofereceram setecentos bois e sete mil ovelhas, do despojo que trouxeram, em sacrifício ao Senhor. 12 Eles fizeram uma aliança de buscar o Senhor, Deus de seus pais, de todo o coração e de toda a alma; 13 e de que todo aquele que não buscasse o Senhor, Deus de Israel, fosse morto, tanto jovem como idoso, tanto homem como mulher. 14 Eles prestaram juramento ao Senhor bem alto, com júbilo, ao som de trombetas e cornetas. 15 Todo o Judá se alegrou com esse juramento, porque de todo o coração juraram e de toda a vontade buscaram o Senhor, e o encontraram. Então o Senhor lhes deu descanso ao redor. mais ainda na reforma religiosa que iniciara. Declarou guerra aberta à idolatria, renovou o altar do Senhor e convocou o povo a reafirmar sua aliança com Deus. A ratificação dessa aliança era uma promessa de que o povo se dedicaria ao Senhor de todo o coração. Assim, o povo jurou em BBE PAGINADA.indb 618 19/05/2016 11:27:52 1289 Mateus 6.16 10 venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; 11 o pão nosso de cada dia nos dá hoje; 12 e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como também temos perdoado aos nossos devedores; 13 e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal. [Pois teus são o reino, o poder e a glória, para sempre. Amém.] 6.9-13 ORAI DESTE MODO. A con- junção portanto (οὖν [oun]) deixa claro que, de modo coerente com o que Jesus ensinou nos versículos anteriores, a oração do Pai Nosso não deve ser repetida mecanicamente, sem entendimento. É instrutivo examinar a estrutura dessa oração: (1) introdução (Pai Nosso que estás no céu); (2) 3 pedidos relacionados a Deus (santificado seja o teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade); (3) 3 pedidos relacionados às necessidades do ser humano (o pão nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas [...] não nos deixes entrar em tentação, mas livra-nos do mal); (4) conclusão (doxologia). A prioridade é dada à glória de Deus, não à felicidade de quem ora, e as súplicas visam ao suprimento de necessidades não de indivíduos, mas sim da coletividade. 6.9 PAI NOSSO. Nós nos relacionamos com um Deus pessoal que, como Pai, cuida de nós, embora seja transcendente e soberano, fato realçado pela expressão que estás no céu. 6.9 SANTIFICADO SEJA O TEU NOME. O nome de Deus é um reflexo de tudo o que ele é. O primeiro pedido expressa o desejo de que Deus seja reconhecido como santo e as pessoas, por seus pensamentos e conduta, o reverenciem como merece. 6.10 VENHA O TEU REINO. O termo reino se refere ao soberano domínio de Deus. Orar por sua vinda significa desejar que todas as pessoas se submetam ao domínio de Deus, reconhecendo-o como o Senhor de suas vidas e de todas as estruturas na sociedade. 6.10 SEJA FEITA A TUA VONTADE. A versão da oração do Pai Nosso em Lucas 11.2-4 não contém essa frase, o que para BBE PAGINADA.indb 1289 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará; 15 se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas. Sobre o jejum 16 Quando jejuardes, não vos mostreis entristecidos como os hipócritas; pois eles mudam a aparência do rosto, a fim de que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo que eles já receberam sua recompensa. alguns comentaristas é evidência de que ela explica o que significa a vinda do Reino: rea­ lização plena da vontade de Deus. Entrar no Reino do céu significa fazer a vontade do Pai (7.21), e quem faz a vontade do Pai é irmão de Jesus (12.50). 6.11 O PÃO NOSSO. O pão aqui se refere ao alimento e tudo de que necessitamos em nossa vida física e não só ao alimento espiritual da Palavra de Deus. O pedido é um reconhecimento de que o alimento e todas as coisas boas, inclusive a nossa capacidade para adquiri-las, vêm de Deus e, por isso, devemos viver um dia de cada vez, na certeza de que ele nos providenciará aquilo de que precisamos e não aquilo que cobiçamos. O pão aqui evoca o Maná (Êx 16, Nm 11). 6.12 PERDOA-NOS [...] TEMOS PERDOA­ DO. O pecado (dívidas) é uma realidade em nossa vida e precisamos do perdão para continuar a nos relacionar com Deus e com o próximo. Afirmamos que temos perdoado aos nossos devedores não para que Deus possa nos perdoar, mas num reconhecimento de que as ofensas que eventualmente recebemos dos homens não são nada diante das nossas ofensas contra o Pai. 6.13 TENTAÇÃO. O último pedido não busca uma blindagem contra a tentação, pois ela pode produzir resultados bons em nossa vida (veja Tg 1.2-4); antes, manifesta o desejo de que Deus nos guarde de tentação ou provação (πειρασμός [peirasmos]) que resulte em queda. 6.13 LIVRA-NOS DO MAL. A última parte reconhece que não podemos vencer o Diabo (mal) por nós mesmos e precisamos do Pai para nos libertar. 6.16-18 JEJUM. Os fariseus jejuavam duas vezes por semana (segunda e 19/05/2016 11:29:14 1455 11 Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que conhecemos e testemunhamos o que vimos; mesmo assim não aceitais o nosso testemunho! 12 Se vos falei de coisas terrenas e não credes, como crereis se vos falar das celestiais? 13 Ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, o Filho do homem. 14 Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, também é necessário que o Filho do homem seja levantado; 15 para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna. 16 Porque Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por meio dele. 18 Quem nele crê não é condenado; mas quem não crê, já está condenado, pois não crê no nome do Filho unigênito de Deus. e distribui dons conforme sua vontade. Ele vai e vem, sem que ninguém saiba como. O vento até hoje é um fenômeno bastante misterioso para o ser humano. O vento como fenômeno natural ilustra o agir imperceptível do Espírito de Deus. 3.10 MESTRE EM ISRAEL. A expressão mestre em Israel parece sugerir que Nicodemos tinha uma posição de destaque como professor da Lei. Portanto, ele deveria ter entendido o que Jesus falava, pois o AT fala sobre a incapacidade humana de chegar a Deus pelas próprias forças. Todas as barreiras – de ordem natural, intelectual, e religiosa – que Nicodemos colocou para crer em Jesus têm sido postas pelos homens de todas as eras. Mas a causa é moral: a luz veio ao mundo mas os homens amaram mais as trevas do que a luz. Só há um obstáculo que impede o homem de crer em Jesus: o pecado. 3.13 FILHO DO HOMEM. Título preferido por Jesus para referir-se a si mesmo, o qual aparece mais de 80 vezes nos evangelhos. É derivado do hebraico e do aramaico, equivalendo à expressão “ser humano”. Também tinha uma conotação messiânica, ainda que não explicitamente. Não era uma expressão de uso muito comum no judaísmo do século I. Filho do Homem tem sua origem provável em Daniel 7.13-14, onde denomina um ser celestial que recebe um reino e o domínio eterno. BBE PAGINADA.indb 1455 João 3.25 19 E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram as trevas em lugar da luz, pois suas obras eram más. 20 Porque todo aquele que pratica o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam expostas. 21 Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que se manifeste que suas obras são feitas em Deus. Outro testemunho de João Batista 22 Depois disso, Jesus foi com seus discípulos para a terra da Judeia, onde ficou com eles por algum tempo; e ali batizava. 23 João também estava batizando em Enom, perto de Salim, porque ali havia muita água; e o povo chegava e era batizado. 24 João ainda não havia sido mandado para a prisão. 25 E surgiu uma disputa entre os discípulos de João e certo judeu acerca da purificação. 3.14 MOISÉS LEVANTOU A SERPENTE. Refere-se ao episódio da serpente de bronze levantada por Moisés no deserto (Nm 21.9) a fim de propiciar salvação aos israelitas que tinham sido picados por serpentes. O paralelo em relação à cruz é bastante claro e explicitado nos versículos que seguem. 3.16 DEUS AMOU. A mudança de tom entre os versículos 14 e 16 sugere que o texto que segue a partir do versículo 16 trata-se de comentários do próprio autor do evangelho. O fato de Deus amar o mundo não significa que aprova a má conduta dos seres humanos, mas indica que tem sentimentos benevolentes para com toda a humanidade. Ele odeia o mal, entretanto deseja a felicidade daqueles que são pecadores. Na dispensação da graça, o propósito divino é salvar todo aquele que crê em Jesus, tanto judeu como gentio, e chamar para fora do mundo esse povo especial, formando a igreja de Deus. 3.23 ENOM, PERTO DE SALIM. A localização de Enom e Salim, onde João batizava, é incerta. Várias hipóteses têm sido apresentadas, desde as regiões da Pereia, do norte do vale do rio Jordão, até a Samaria. Nenhuma delas, porém, é decisiva. Todavia, ficava do outro lado do Jordão (v. 26). 3.25 PURIFICAÇÃO. A discussão entre os discípulos de João Batista e um certo 19/05/2016 11:29:38 João 3.26 1456 Trecho de os Lusíadas (Luís Vaz de Camões) Verdade, Amor, Razão, Merecimento Qualquer alma farão segura e forte, Porém Fortuna, Caso, Tempo e Sorte Têm do confuso mundo o regimento. Efeitos mil revolve o pensamento, E não sabe a que causa se reporte, Mas sabe que o que é mais que vida e morte, Que não o alcança o humano entendimento. Doutos varões darão razões subidas, Mas são experiências mais provadas E por isso é melhor ter muito visto. Cousas há que passam sem ser cridas E cousas cridas há, sem ser passadas; Mas o melhor de tudo é crer em Cristo. 26 E foram até João e disseram-lhe: Rabi, aquele que estava contigo do outro lado do Jordão, do qual tens dado testemunho, está batizando, e todos estão se dirigindo a ele. 27 João respondeu: Ninguém pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu. 28 Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: Não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele. judeu quanto à purificação parece, pelo contexto, refletir algo sobre o batismo de João e as lavagens cerimoniais requeridas pela Lei judaica. Entretanto, o foco da discussão não nos é apresentado. 3.34 DEUS DÁ O ESPÍRITO SEM RESTRIÇÃO. Essa é a explicação de João quanto à autoridade de Jesus. Nele, portanto, a presença e a atuação do Espírito é ilimitada. Não se trata de um comentário sobre a atuação do Espírito na vida dos cristãos. 3.36 QUEM CRÊ NO FILHO TEM A VIDA ETERNA. Jesus foi feito mediador da nova Aliança pelo derramamento do seu precioso sangue na cruz, resgatando da maldição eterna todos os que nele confiam. Cristo se despiu da sua glória celeste e vestiu-se igual a um camponês. Por amor de nós tornou-se pobre. Dormiu BBE PAGINADA.indb 1456 29 A noiva pertence ao noivo; mas o amigo do noivo, que está presente e o ouve, alegra-se muito com a voz do noivo. Assim se completa esta minha alegria. 30 É necessário que ele cresça e eu diminua. 31 Aquele que vem do alto está acima de todos; aquele que vem da terra é terreno e fala estando na terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. 32 Ele testifica do que tem visto e ouvido, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33 Mas o que aceita o seu testemunho, esse confirma que Deus é verdadeiro. 34 Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus; porque Deus dá o Espírito sem restrição. 35 O Pai ama o Filho e entregou todas as coisas nas suas mãos. 36 Quem crê no Filho tem a vida eterna; quem, porém, mantém-se em desobediência ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus. O diálogo com a mulher samaritana Quando, pois, o Senhor soube que os fariseus ouviram dizer que ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos que João 2 (embora Jesus mesmo não batizasse, mas os seus discípulos), 3 saiu da Judeia e foi outra vez para a Galileia. 4 E era-lhe necessário passar por Samaria. 4 na manjedoura de outrem, viajou em barco emprestado, cavalgou num jumento alheio e foi sepultado no túmulo de José de Arimateia. Todos falharam, mas ele jamais! Ele é o perfeito Salvador, o amoroso Senhor! Cristo aboliu a pena da morte em caráter universal, pois é capaz de salvar a todos; porém, é restrita na sua eficiência, pois opera somente para quem está em Cristo (Rm 8.1). A abolição da penalidade da morte é, por sua vez, condicional e gradual. Condicional, porque depende da nossa fé em Cristo; gradual, porque esperamos ansiosamente o dia em que todo rastro de morte será removido do universo criado por Deus. 4.1-15 ERA-LHE NECESSÁRIO PASSAR POR SAMARIA. Jesus escolheu deliberadamente passar por ali. Esse caminho era evitado pela maioria dos judeus, pelo simples 19/05/2016 11:29:38 1487 João 14.24 JESUS, O CAMINHO (Jo 14.6) E m sua resposta a Tomé Jesus não diz onde fica o caminho, nem o que é a verdade e nem como se deve viver. Ele aponta para si mesmo e diz: “Eu sou o caminho para o Pai”. “Eu sou a verdade do Pai”, isto é, a revelação completa do Pai. “Eu sou o mapa da vida”. Em outras palavras, a mensagem essencial de nosso Senhor foi ele mesmo. Ele não apenas pregou o evangelho; ele mesmo é o Evangelho. Ele não apenas deu pão; ele disse: Eu sou o Pão. Ele não apenas trouxe luz; ele disse: Eu sou a Luz. Ele não apenas mostrou a porta; ele disse: Eu sou a Porta. Ele não apenas designou um pastor; ele disse: Eu sou o Pastor. Ele não apenas apontou o caminho; ele disse: Eu sou o Caminho. Na resposta que deu a Tomé (também a mim e a você), Jesus faz uma síntese de sua vida e missão. É como se reunisse numa só frase tudo o que já havia dito de essencial a seu respeito. É como se dissesse: minha mensagem sou eu mesmo. Ele já se apresentara como sendo o Caminho que leva à vida (Mt 7.14) e como caminho para a justiça (Mt 21.32). Os cristãos levaram tanto a sério sua fé em Jesus, que acabaram sendo identificados como seguidores do Caminho antes mesmo de serem conhecidos como cristãos (At 9.2; 19.9; 19.23; 22.4; 24.13; 24.22). Somos chamados a seguir por esse Caminho, por escolha própria, e com temor e tremor, pois “o cristão não é alguém que segue todo o caminho com Cristo. Nenhum de nós o faz. O cristão é alguém que apenas encontrou a estrada certa” (Charles L. Allen). Sirva-nos de desafio o desejo manifesto por John Bunyan: “Gosto de ouvir meu Senhor falar e onde vejo as pegadas de seus pés na terra, ali desejo colocar minhas pegadas também”. 17 o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, pois ele habita convosco e estará em vós. 18 Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. 19 Dentro em pouco o mundo não me verá mais, mas vós me vereis. Porque eu vivo, vós também vivereis. 20 Naquele dia sabereis que estou em meu Pai e que vós estais em mim, e eu em vós. 21 Aquele que tem os meus mandamentos e a eles obedece, esse é o que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele. 22 E Judas, não o Iscariotes, perguntou-lhe: Mas como, Senhor, te manifestarás a nós, e não ao mundo? 23 Jesus lhe respondeu: Se alguém me amar, obedecerá à minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele morada. 24 Quem não me ama não obedece às minhas palavras. A palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai que me enviou. junto ao Pai, o Consolador, um ser distinto do Messias, mas de natureza semelhante, seria enviado para atuar junto aos discípulos. Um dos nomes do Messias para os judeus era também Consolador, papel que Jesus desempenhou em seu ministério terrestre. Agora, ao voltar para o céu, Jesus enviaria o Espírito Santo para continuar seu trabalho, derramando o amor do Pai e do Filho no coração das pessoas e ajudando-as a compreender as preciosas promessas do evangelho. O Espírito prometido por Jesus estaria para sempre ao lado dos seus discípulos e também dos futuros crentes, sustentando-os no seu ministério e conservando a verdade incontaminada até o final dos tempos. 14.21 AQUELE QUE TEM OS MEUS MANDAMENTOS E A ELES OBEDECE ESSE É O QUE ME AMA. A obediência aos preceitos deixados por Jesus é o primeiro dever de todo o cristão. Assim como o amor se manifesta através da obediência, a própria obediência é uma demonstração de amor. O crente possui os mandamentos de Deus no seu coração e nas suas ações. Essa é a maior prova do seu amor a Cristo. BBE PAGINADA.indb 1487 19/05/2016 11:29:45 1497 28 Depois, sabendo Jesus que todas as coisas já estavam consumadas, para que se cumprisse a Escritura, disse: Estou com sede. 29 Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então puseram uma esponja ensopada de vinagre num ramo de hissopo e a ergueram até à boca de Jesus. 30 Havendo provado o vinagre, Jesus disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 31 Era o dia da preparação. E para que os corpos não ficassem na cruz no dia de sábado, pois aquele sábado era especial, os judeus pediram a Pilatos que fossem quebradas as pernas dos crucificados e que eles fossem retirados dali. 32 Então os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele fora crucificado. 33 Mas, chegando a Jesus, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. 34 Contudo um dos soldados perfurou-lhe o lado com uma lança, e logo saíram sangue e água. 35 E aquele que viu isso é quem dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; ele sabe que diz a verdade, para que também possais crer. 36 Porque isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado. 37 Também diz a Escritura em outro lugar: Olharão para aquele a quem transpassaram. João 20.6 Arimateia, que era discípulo de Jesus, embora em segredo por medo dos judeus, pediu a Pilatos que lhe permitisse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu. Então ele foi e o levou. 39 E Nicodemos, que havia se encontrado com Jesus de noite, acompanhou-o, levando cerca de cem libras de uma mistura de mirra e aloés. 40 Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em panos de linho com as especiarias, como os judeus costumavam fazer em preparação para o sepultamento. 41 No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim, e ali estava um sepulcro novo, no qual ninguém havia sido colocado. 42 E ali puseram o corpo de Jesus, porque o sepulcro ficava perto, e era véspera do sábado dos judeus. O sepultamento de Jesus Mt 27.57-61; Mc 15.42-47; Lc 23.50-56 38 Passadas essas coisas, José de A ressurreição de Jesus Mt 28.1-10; Mc 16.1-8; Lc 24.1-12 No primeiro dia da semana, estando ainda escuro, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada e viu que a pedra havia sido removida. 2 Então, correu ao encontro de Simão Pedro e do outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram. 3 Então Pedro e o outro discípulo saíram e foram ao sepulcro. 4 E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro. 5 Abaixando-se, viu os panos de linho deixados ali, mas não entrou. 6 Chegando Simão Pedro, que o seguia, Judeus. Pilatos estava tão aborrecido com os líderes religiosos por ter condenado um inocente que decidiu agir com firmeza e não ceder a mais nenhum de seus pedidos. 19:30 ESTÁ CONSUMADO. Ao finalizar sua missão neste mundo, Jesus não se apresenta como um ser fracassado, pregado numa cruz. Ele declara o encerramento de sua missão na terra. E, curvando a cabeça, entregou o espírito. Não morreu por um ato humano, a crucificação, mas ele entregou sua vida por decisão voluntária, tornado-se vitorioso contra o príncipe deste mundo. Esse foi o grande momento de sua glorificação. Cristo, o Cordeiro de Deus foi sacrificado no mesmo momento em que o cordeiro pascal era apresentado no templo. Afirmam alguns comentaristas que aquele cordeiro pascal escapou das mãos do sacerdote. Também o véu que fazia a divisão entre o lugar Santo e o Santíssimo se rasgou de alto a baixo (Mt 27.51). Jesus se tornou a nossa Páscoa (1Co 5.7), iniciando uma nova dispensação. 20.1-10 ERA NECESSÁRIO QUE ELE RESSUSCITASSE DENTRE OS MORTOS. O texto relata que Maria Madalena e dois discípulos, Simão e o próprio João, foram ao sepulcro e o BBE PAGINADA.indb 1497 20 19/05/2016 11:29:47 1499 João 21.6 PAZ SEJA CONVOSCO (Jo 20.19-29) A o se manifestar aos discípulos após sua ressurreição, por três vezes Jesus os saúda com a expressão: Paz seja convosco! Era a saudação judaica costumeira quando amigos se encontravam, mas aqui ela se reveste de um significado bem mais profundo em cada uma dessas ocasiões: I. v. 19-20: Para dissipar o medo e trazer alegria (Jo 14.27; 16.33). II. v. 21-23: Para os enviar para a missão, capacitados pelo Espírito Santo e com autoridade do alto (Jo 16.7-14). III. v. 24-29: Para dissipar toda incredulidade e infundir convicção. outra vez ali reunidos, e Tomé estava entre eles. Estando as portas trancadas, Jesus chegou, colocou-se no meio deles e disse: Paz seja convosco! 27 Depois disse a Tomé: Coloca aqui o teu dedo e vê as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. Não sejas incrédulo, mas crente! 28 Tomé lhe respondeu: Senhor meu e Deus meu! 29 E Jesus lhe disse: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram. 30 Jesus, na verdade, realizou na presença de seus discípulos ainda muitos outros sinais que não estão registrados neste livro. 31 Estes, porém, foram registrados para que possais crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome. 20.27-29 COLOCA AQUI O TEU DEDO, E enhor sabia o que estava no coração de Tomé. Em sua segunda aparição aos discípulos, dirigiu imediatamente sua atenção ao incrédulo discípulo, oferecendo a ele a prova exata que ele havia pedido antes de se encontrar com o Senhor. João não menciona se Tomé fez uso do exame físico que Jesus lhe ofereceu, mas prostrou-se aos seus pés e o reconheceu como Deus. 21.1 JESUS APARECEU OUTRA VEZ AOS SEUS DISCÍPULOS. Considerando que o capítulo 21 segue-se a uma conclusão clara do capítulo 20, muitos comentaristas questionam se esse trecho foi realmente escrito pelo mesmo autor. Existem pelo menos duas evidências VÊ AS MINHAS MÃOS. O S BBE PAGINADA.indb 1499 A pesca maravilhosa no mar de Tiberíades Depois disso, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao mar de Tiberíades, do seguinte modo: 2 Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos. 3 E Simão Pedro lhes disse: Vou pescar. Eles responderam: Nós também vamos contigo. Então foram e entraram no barco, mas naquela noite nada apanharam. 4 Mas logo ao amanhecer, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não sabiam que era ele. 5 Disse-lhes, então, Jesus: Filhos, não tendes nada para comer? Eles lhe responderam: Não. 6 E ele lhes disse: Lançai a rede à direita do barco, e achareis. Então lançaram a rede e 21 fundamentais que apoiam a posição de que o autor é o mesmo: a evidência textual, bem como o vocabulário e o estilo, são uma continuação do texto precedente. A segunda evidência é que em todas as cópias encontradas do evangelho de João consta o capítulo 21. 21.2-14 A PESCA MARAVILHOSA. A maioria dos discípulos era composta de pescadores experientes. O fato de Pedro decidir pescar e convidar alguns dos seus companheiros a ir com ele não indica necessariamente que eles haviam colocado de lado a missão que Cristo lhes havia atribuído para levar o evangelho a todo mundo. Provavelmente estivessem necessitando de alguns recursos, mas a noite não havia sido produtiva para a pesca. Então Jesus 19/05/2016 11:29:48 Romanos 10.6 1588 que pratica a justiça proveniente da lei viverá por meio dela. 6 Mas a justiça que vem da fé diz: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, para fazer Cristo descer) 7 ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, para fazer Cristo subir dentre os mortos). 8 Mas que diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. 9 Porque, se com a tua boca confessares Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo; 10 pois com o coração é que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. 11 Porque a Escritura diz: Todo o que nele crê nunca será envergonhado. 12 Pois não há distinção entre judeu e grego; porque o mesmo Senhor é o Senhor de todos, rico para com todos que o invocam. 13 Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. 14 Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não há quem pregue? 15 E como pregarão, se não forem enviados? Assim como está escrito: Como são belos os pés dos que anunciam coisas boas! 16 Mas nem todos deram ouvidos ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem deu crédito à nossa mensagem? 17 Portanto, a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Cristo. 18 Mas pergunto: Será que não ouviram? Claro que sim: Sua voz ecoou por toda a terra, e suas palavras, até os confins do mundo. 19 Mas pergunto ainda: Será que Israel não ficou sabendo? Primeiro diz Moisés: Farei com que tenham ciúmes dos que não são um povo; com um povo insensato vos provocarei à ira. 20 E Isaías ousou dizer: Fui achado pelos que não me buscavam, da lei diz respeito à obediência (observância) dos estatutos e normas. 10.6-10 NO TEU CORAÇÃO. As citações são de Deuteronômio 30.11-14, mas Paulo troca “mandamento” por “Cristo” e omite “para cumprir” do final do versículo 14 (cf. 10.8a). Assim, parece que Paulo quer dizer que a justiça que vem da fé está na obediência/submissão a Jesus como Cristo. No entanto, essa obediência não se resume a meros atos externos, ela é fruto de uma confissão de Jesus como Senhor (Cristo e Rei), pelo poder de Deus (ressurreição), ou seja, uma obediência internalizada (no coração). 10.11-13 TODO O QUE NELE CRÊ. Paulo repete a citação de Isaías 28.16 (cf. 9.30) para enfatizar a questão que a justiça de Deus sempre esteve relacionada com o crer. Aqui, porém, ele usa a palavra “todo” (πᾶς [pas]), possivelmente em dependência da próxima citação do v. 13, para enfatizar a universalidade dessa “crença”, pois o Senhor (Jesus) é Senhor sobre todos. Essa segunda citação (Jl 2.32) enfatiza a universalidade da salvação novamente, mas da “crença” que é “invocada”, formando a ligação com o que ele vinha dizendo anteriormente (cf. v. 8-10). está dizendo que Israel não ouviu (cf. v. BBE PAGINADA.indb 1588 10.14-17 COISAS BOAS. Aqui Paulo não 18). Ele quer enfatizar o conteúdo do anúncio que leva ao crer. Quanto ao conteúdo, ele cita Isaías 52.7, que fala do anúncio sobre o reinado de Deus. Essa é a palavra de Cristo (v. 17), ou seja, o anúncio do evangelho (Deus reina), demonstrando que esse reinado se dá por meio de Cristo. O crer vem pelo ouvir, já que o evangelho é anunciado; contudo, Isaías 53.1 mostra que, apesar de esse anúncio ter sido feito a Israel, o povo não creu (não deu ouvidos). 10.18 POR TODA A TERRA. Não há desculpa para Israel, pois eles ouviram o anúncio. Paulo cita Salmos 19.4 como forma de dizer que o anúncio do evangelho foi feito, apesar de o contexto de Salmos ser a ideia de Deus como Criador e nada ter a ver com o anúncio do reinado de Deus em Cristo. 10.19-20 NÃO FICOU SABENDO? Primeiro, Paulo informa que Israel já havia sido alertado sobre a participação de outros povos na “promessa” (nesta passagem, a chamada de fé em Cristo), ou seja, não há novidade nisso. Assim, ele cita Deuteronômio 32.21b e Isaías 65.1. 19/05/2016 11:30:14 1627 1Coríntios 13.9 O AMOR É (13.4-7) A o descrever as qualidades do amor, Paulo o personifica usando uma série de prosopopeias. O amor: (1) é paciente – não se irrita facilmente, não desiste e é capaz de suportar ofensas sem se vingar; (2) é benigno – toma iniciativas de demonstração de bondade, é prestativo e serve de boa vontade, como um bom brasileiro; (3) não é invejoso – não “ferve” de ciúmes ou inveja (a pessoa ciumenta ou invejosa tem a tendência de competir ou polarizar discussões); (4) não se vangloria – não conta vantagem, não faz de tudo para chamar a atenção dos outros; (5) não se orgulha – não se considera superior aos outros, nem mais importante; (6) não se porta com indecência – não é inconveniente nem constrange os outros, conhece e respeita seus limites em relação ao próximo; (7) não busca os próprios interesses – não é egocêntrico, não busca em primeiro lugar seu próprio bem, mas o bem de outros; (8) não se enfurece – não se deixa enfurecer (o verbo está na voz passiva); (9) não guarda ressentimento do mal – literalmente, “não credita na conta do outro”, isto é, não mantém registros do mal que alguém lhe fez para confronto posterior; (10) não se alegra com a injustiça – não tem prazer nos pecados, falhas e fracassos de outros; (11) congratula-se com a verdade – celebra alegremente o triunfo da verdade, mesmo quando ela incomoda, o que significa que não faz uso do nosso “jeitinho brasileiro” com propósito de manipular ou enganar; (12) tudo sofre – tudo aguenta ou nunca deixa de suportar; (13) Tudo crê – nunca deixa de acreditar, não perde a fé no potencial de alguém, sejam pessoas ou grupos, e sempre tenta acreditar nas boas intenções das pessoas; (14) tudo suporta – não desiste nunca apesar da ingratidão e da imaturidade das pessoas, assim como o apóstolo não desistiu da igreja de Corinto ou Cristo não desistiu de Pedro. mistérios, e tivesse todo o conhecimento, e mesmo que tivesse fé suficiente para mover montanhas, mas não tivesse amor, eu nada seria. 3 E mesmo que eu distribuísse todos os meus bens para o sustento dos pobres, e entregasse meu corpo para ser queimado, mas não tivesse amor, nada disso me traria benefício algum. 4 O amor é paciente; o amor é benigno. Não é invejoso; não se vangloria, não se orgulha, 5 não se porta com indecência, não busca os próprios interesses, não se enfurece, não guarda ressentimento do mal; 6 não se alegra com a injustiça, mas congratula-se com a verdade; 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor jamais é vencido. Mas, havendo profecias, serão extintas; havendo línguas, silenciarão; havendo conhecimento, desaparecerá. 9 Porque parcialmente conhecemos e parcialmente profetizamos; extraordinária. A identidade do homem não se baseia na posse desses valiosos dons, pois, mesmo que os tivesse, sem amor ele nada seria. 13.3 TODOS OS MEUS BENS [...] MEU CORPO. Mesmo o ato altruísta mais extremo que é dar a própria vida pode ser realizado sem amor. Logo, o fim do homem não está em si mesmo. O amor transcende a realidade humana, de modo que a identidade do homem está fora dele. Paulo eleva o amor acima da vida e, ao final do capítulo, retomará o caráter eterno do amor (v. 8). DO. Paulo retoma o tema da tran- BBE PAGINADA.indb 1627 13.8-10 O AMOR JAMAIS É VENCI- sitoriedade dos dons, contrasta parte (μέρος [meros]) com completo (τέλειος [t¾leios]) e repete o paralelismo no versículo 12. Anuncia a parcialidade da vida e a completude do conhecimento pleno na era vindoura. Os dons, por serem transitórios, ajudam no conhecimento de Deus, mas apenas parcialmente. Somente o amor permanece, pois ele jamais será vencido e será plenamente realizado quando vier o que é completo, Cristo. 19/05/2016 11:30:26 1709 Filipenses 1.27 21 Pois para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro. 22 Mas, se o viver no corpo resulta para mim em fruto do meu trabalho, não sei então o que escolher. 23 Sinto-me, porém, pressionado de ambos os lados, tendo desejo de partir e estar com Cristo, pois isso é muito melhor; 24 todavia, por vossa causa, acho mais necessário permanecer no corpo. 25 E, tendo esta confiança, sei que ficarei 1.21-23 POIS PARA MIM. Paulo não tem receio algum de encarar a morte. Para ele, morrer era lucro. Essa atitude de esperança cristã está em contraste com a postura de desesperança perante a morte, tão bem caracterizada no romantismo brasileiro, representado aqui por este poema de Álvares de Azevedo: Se Eu Morresse Amanhã! Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que manhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! Que sol! que céu azul! que doce n’alva Acorda a natureza mais louçã! Não me batera tanto amor no peito Se eu morresse amanhã! Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o dolorido afã... A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã! 1.22 FRUTO DO MEU TRABALHO. O gre- go traz o genitivo ἔργου (ergou) É muito provável que devamos ler o genitivo como atributivo dependente de καρπὸς (karpos). O desdobramento dessa relação gramatical pode ser expresso como “trabalho útil” (NTLH). 1.22 MAS, SE O VIVER NO CORPO. Paulo afirma que não sabe o que escolher (continuar vivo ou morrer). Isso, porém, não significa que ele tenha o suicídio como opção. O apóstolo afirma apenas que pode enfrentar a possibilidade da morte com tranquilidade. Provocar a BBE PAGINADA.indb 1709 e permanecerei com todos vós para vosso desenvolvimento e alegria na fé; 26 para que cresça o motivo de vos orgulhardes em Cristo Jesus por minha causa, pela minha presença de novo entre vós. Várias recomendações 27 Somente portai-vos de modo digno do evangelho de Cristo, para que, quer eu vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de morte intencionalmente é, no fundo, querer ser Deus, além de ser uma fuga covarde dos embates da vida. Como a vida é sagrada para a tradição cristã, o suicídio sempre foi condenável. Os exemplos bíblicos de Saul (1Sm 31.4) e Judas (Mt 27.5) são possivelmente os mais negativos. Deve-se considerar, porém, que a questão torna-se complexa quando se trata de pessoas que tiram a própria vida sem ter consciência do que estão fazendo, a exemplo de pessoas com problemas mentais. Outro caso interessante é o de Sansão, que mata os filisteus ao derrubar o templo, sabendo que morreria junto com eles (Jz 16.30). 1.27 PORTAI-VOS DE MODO DIGNO. No original, a palavra πολιτεύεσθε (politeuesthe) significa conduzir-se, viver a vida como cidadão livre, habitante da mesma cidade, ou cumprir as obrigações de cidadão, portar-se publicamente. Sua raiz é a mesma da palavra que aparece em 3.20 (πολίτευμα [politeuma]), que trata de nossa cidadania celestial. Exortações semelhantes são encontradas em 1Ts 2.12; Rm 16.2; Cl 1.10; Ef 4.1. Assim, literalmente, Paulo quer dizer “seja a vossa cidadania”. Como habitantes de uma colônia romana, os filipenses eram considerados praticamente “cidadãos” de Roma com os mesmos direitos legais dos que moravam em Roma. Paulo usa essa analogia para se referir aos cristãos, que, embora vivam neste mundo, têm sua verdadeira cidadania no reino (Hb 13.14). Este mundo é para nós como uma colônia dos céus na terra e, em última instância, devemos prestar contas a Deus, vivendo hoje com a dignidade de cidadãos celestiais. Os exemplos desse procedimento têm destaque na carta: Jesus (2.5-11), Timóteo (2.19-22), Epafrodito (2.25-30) e Paulo (1.12-26; 3.4-16). 1.27 FÉ DO EVANGELHO. Aqui temos mais um genitivo no grego, πίστει τοῦ εὐαγγελίου (pistei tou euangeliou), sujeito a várias interpretações. Embora seja possível entendê-lo como genitivo de origem, isto é, a fé que 19/05/2016 11:30:48 1851 1Pedro 3.17 refreie a língua do mal, e os lábios de falar coisas enganosas; 11 afaste-se do mal e faça o bem; busque a paz e nela insista. 12 Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos à sua súplica; mas o rosto do Senhor está contra os que praticam o mal. 13 Quem vos fará mal, se sois zelosos do bem? 14 Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, sereis abençoados. Não temais suas ameaças, nem vos alarmeis. 15 Antes, reverenciai a Cristo como Senhor no coração. Estai sempre preparados para responder a todo o que vos pedir a razão da esperança que há em vós. 16 Mas fazei isso com mansidão e temor, tendo boa consciência, para que os que caluniam o vosso bom procedimento em Cristo fiquem envergonhados naquilo de que falam mal de vós. 17 Porque, se a vontade de Deus assim o uma compreensão equilibrada da vida santificada. Essa visão permite que ele a descreva sob a forma de atitudes positivas: união no pensar, demonstração de compaixão e amor fraternal, demonstração de misericórdia e humildade, prática do bem e busca da paz. Ao mesmo tempo, o texto bíblico fala sobre atitudes negativas, que devem ser evitadas: vingança, maledicência, maldade. O equilíbrio na compreensão e na vivência da santidade é saudável para a vida e o testemunho dos cristãos. 3.8-12 A exortação de Pedro tem paralelos evidentes com o que Paulo recomenda à comunidade cristã em Roma (Rm 12.9-21). E, a exemplo de Paulo, o autor cita o AT (Sl 34.12-16) como motivação para a atitude condizente com o amor fraternal. Em resumo, a atitude que manifesta o amor fraternal na comunidade cristã por meio de um procedimento ético adequado — a rejeição do mal e a busca do bem — traz como recompensa a bênção (v. 9) e a atenção misericordiosa do Senhor (v. 12). 3.11 BUSQUE A PAZ E NELA INSISTA. As recomendações de Pedro têm como objetivo estabelecer relacionamentos saudáveis, tanto dentro da comunidade de fiéis quanto pela sua presença na sociedade. A busca insistente da paz mostra-se cada vez mais necessária em meio à realidade da crescente violência urbana que se vê no Brasil. Os que desejam “amar a vida e ver dias felizes” são exortados a experimentar uma mudança no comportamento cotidiano, começando com a forma e o conteúdo do que falam (3.10). A importância atribuída à linguagem aponta para a necessidade de buscar uma mudança de mentalidade ligada aos relacionamentos, postura que representa um primeiro e importante passo na busca da paz nos lares, nas cidades e nações. É importante aderir às iniciativas tomadas pela sociedade civil que se caracterizam por mostrar compaixão e amor fraternal (3.8). 3.14 SOFRER […] SEREIS ABENÇOADOS. Transparece neste versículo a marca que os ensinamentos de Jesus devem ter deixado sobre Pedro, particularmente no que diz respeito às bem-aventuranças que advêm da perseguição e do sofrimento. É como se o apóstolo estivesse se lembrando das palavras do próprio Jesus registradas em Mateus 5.10,11. Bem-aventurados e abençoados refletem a mesma palavra grega μακάριος (makarios), empregada tanto no texto de Mateus quanto aqui em 3.14. 3.15 REVERENCIAI A CRISTO COMO SENHOR. O verbo grego traduzido como reverenciai (ἁγιάζω [hagiazÜ]) é também usado na oração do Pai-nosso: santificado seja o teu nome (Mt 6.9). Tem o sentido de reconhecer a soberania e a supremacia de Cristo em meio às ameaças (v. 14), consagrando-lhe o centro da existência, o coração. Assim, será possível apresentar uma defesa (ἀπολογία [apologia], traduzido por responder) da fé (esperança) cristã. Em 1Pedro, “esperança” está diretamente relacionada com fé, cf. 1.13, 21; 3.5; cf. também Hebreus 11.1. 3.15 Muitos manuscritos mais recentes trazem Θεὸν (theon), Deus, em lugar de Χριστὸν (christon), Cristo, forma mais atestada nos manuscritos mais antigos. 3.16 TENDO BOA CONSCIÊNCIA. Ou “em nada sendo acusado pela consciência”, algo como “estar sempre atento à voz do Espírito Santo, que convence o homem de seu pecado”. Ainda que se levantem calúnias, o cristão se apresenta santo, irrepreensível, livre de sentimentos de culpa (1Pe 1.15,16). Veja 1Timóteo 1.5, onde Paulo usa a mesma expressão. 3.17 A VONTADE DE DEUS […] QUE SOFRAIS. Sofrer por fazer o que é correto (bem ou justiça, cf. v. 14) pode ser enquadrado BBE PAGINADA.indb 1851 19/05/2016 11:31:19 Uma edição verdadeiramente verde-amarela A Bíblia Brasileira de Estudo foi De perfil interdenominacional, a BBE oferece inteiramente escrita por autores mais de 12 mil notas de estudo, artigos, nacionais e dirigida ao povo mapas e referências especiais, organizados brasileiro que vive a realidade singular em 13 áreas: linguística, hermenêutica, do nosso país e da nossa cultura. A obra família, técnica, ministério, espiritualidade, menciona personalidades que marcaram literatura, homilética, teologia, cultura, crítica história do Brasil. Cita, por exemplo, o textual, ética e missões. Com organização amor de Dom Pedro II pela Palavra e faz e supervisão editorial de Luiz Sayão, a BBE referência a poemas célebres de Castro contou com mais de 60 colaboradores e Alves e Manoel Bandeira. consumiu 10 anos de produção. Biblia Brasileira de Estudo 16 x 23 cm | 1.984 p. BÍBLIA BRASILEIRA DE ESTUDO DE BRASILEIROS PARA BRASILEIROS PARA SABER MAIS, LIGUE (11) 5668 5668 [ Grande SP ] 0800 772 6272 [ Demais Estados ] Biblia_brasileira_de_estudo_sample_15x22cm.indd 1 Facebook /hagnoseditora Siga-nos @editorahagnos Acesse www.hagnos.com.br 12/8/16 12:21 PM