O USO DAS TDIC E O LETRAMENTO CRITICO NO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA DO 6° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Aline Cristina Fernandes Soares Carlos Henrique Monteiro dos Santos* Daniela Oliveira de Souza Dilmara Oliveira Gonzaga Deusmira Ferreira de Andrade Loyanny Alves Ramos Mary Soares de Almeida Reis Skarlety Lorena Bernardes Belem UEG-Campus São Miguel do Araguaia. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo apresentar atividades que foram desenvolvidas na Escola Estadual São Francisco de Assis, na cidade de São Miguel do Araguaia. O trabalho, que é uma readaptação de uma atividade já desenvolvida, faz considerações acerca da prática do ensino da Língua Inglesa como língua estrangeira na série inicial da segunda fase do Ensino Fundamental. Buscou-se na prática pedagógica apresentar o conteúdo de maneira que levasse o aluno a uma reflexão crítica sobre a questão do bullying na escola. Este tema foi trabalhado em conjunção com a disciplina de Língua Inglesa, usando também as tecnologias, afim de melhor despertar o interesse na aprendizagem do alunado. Pode-se notar o bom desempenho na qualidade do ensino da língua citada, visto nas atividades propostas e trabalhadas. Os alunos puderam expressar, opinar sobre assuntos tão relevantes como o Bullying e demais situações de preconceito que sofrem no ambiente escolar. PALAVRAS-CHAVE: TDIC, ensino critico, bullying, PIBID. Introdução O ambiente escolar é lugar onde os alunos aprendem a conviver em sociedade, tornando assim cidadãos críticos e mais democráticos, dando-lhe a oportunidade de conhecer e se adaptar melhor em seu cotidiano, conscientizando os alunos sobre o respeito e igualdade. No cerne desta observação empírica está o interesse em corroborar com a seguinte afirmação de Luckesi (1994, p.69) a escola deve contribuir para eliminar a desigualdade social tornando-a mais democrática. Sua atuação consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade. Dessa forma os bolsistas auxiliaram na disseminação do ensino crítico na instituição escolar por intermédio deste subprojeto. Material e Métodos ATIVIDADES REALIZADAS COM O USO DA TECNOLOGIA E O LETRAMENTO CRITICO O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID – é de grande importância para a formação do acadêmico das licenciaturas, e segundo Passoni et al. (2012); O subprojeto do PIBID do Câmpus São Miguel do Araguaia passou a atuar na Escola Estadual São Francisco de Assis com uma nova proposta intitulada “Formação docente e a inserção da universidade no cotidiano na educação básica no ensino de língua inglesa”. Foi elaborado entre os bolsitas uma proposta de suma importância para a formação dos alunos diante a sociedade a qual se insere, para que se possa formar alunos críticos e mais pensantes, em consonância com Brydon (2011, p. 105) O mundo contemporâneo requer habilidades de letramento avançadas e isto inclui a capacidade de pensar criticamente, incluindo contextualização, análise, adaptação, tradução de informação e interação entre os indivíduos e além de sua comunidade. Pensando assim, é na escola que se deve ajudar o aluno a construir um pensamento e um conhecimento reflexivo para que os mesmos possam construir suas ações futuras. E a partir desse pensamento utilizamos da temática bullying aliada às TDIC , pois é indubitável que a língua Inglesa seja objetivamente o estudo de outra língua propondo textos, produções e oralidades, mas, cabe a estes contextos sua contribuição ao sentido do letramento crítico. Assim os exercícios fomentados foram desenvolvidos por meios de textos, charges, atividades, vídeos slides e debates, afim de instigar dentre eles a importância sobre tal temática. Nas aulas ministradas foram desenvolvidas algumas atividades com os alunos de forma dinamizada para que eles pudessem utilizar de seus conhecimentos e opiniões. Para interação levamos uma caixa fechada, no qual havia um espelho. O objetivo era de que os alunos olhassem dentro da caixa, e ao olhar, diriam sobre o que viu e o que isto transmitiu sobre eles mesmo. Logo depois apresentamos uma Charge é um texto sobre “Different in Many Ways” com o uso do data show e caixa de som. Os dois textos foram discutidos reforçando o sentido, contexto e vocabulário dentro da língua Inglesa. Em seguida os alunos assistiram a um trecho do episódio “Everybody hates Chris” de forma que essas atividades estimulassem o pensamento reflexivo a qual os alunos teriam de trabalhar suas opiniões, suas concepções e seu desenrolar dentre o assunto, assim formando ideias e conceitos sobre o tema desenvolvido em sala. Resultados e Discussão CONTRIBUIÇÕES DO PIBID NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM DOS ALUNOS DA ESCOLA CAMPO Durante quatro aulas do subprojeto paramos para desenvolver um projeto voltado para o pensamento crítico do alunado mediante a sociedade a qual se insere e não foi difícil achar um tema adequado para levantar um questionamento dentro da sala de aula. Percebemos que ao incorporarmos uma problemática no sexto ano alguns souberam do que se tratava o assunto e assim apresentamos de forma fácil um tema bastante importante, que nesse caso foi o bullying. Em algumas etapas trouxemos uma problematização essencial à crítica social existente no meio deles. E com esse assunto percebemos uma grande interação dos alunos em relação ao assunto, pois ali mesmo alguns já havia sofrido bullying na sala. Existem no grupo seis alunos com déficit de aprendizagem e que muitas vezes são rejeitados pelos próprios colegas por serem taxados como lentos e preguiçosos. O mais interessante de todo esse projeto é que no início os próprios alunos dialogavam, questionavam e discutiam os seus conhecimentos prévios sobre o tema e os mesmos queriam explanar e dar exemplos de si mesmo ou de algum colega de fora da escola. E assim naturalmente a aula fluiu, de modo que uns questionavam sobre as diferenças alegando que o legal é ser diferente e que o respeito é muito importante. Desse modo, construímos um novo aprendizado aos que não sabiam e assim alteramos o pensamento estereotipado enraizado na cultura social e escolar dos alunos. Foi a partir desse momento que eles tiveram um olhar crítico e uma percepção do mundo em torno do tema abordado. IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO CRÍTICO PARA A FORMAÇÃO DOCENTE Diante de toda experiência vivenciada, pudemos notar que obtivemos um desempenho melhor com o uso das tecnologias e o letramento crítico, pois para o preparo das aulas executadas na escola campo utilizamos materiais diversificados que veem do apostilado até os diversos materiais tecnológicos como TV, data show, computadores entre outros. Vale ressaltar que as Tecnologias Digitais de Informações e Comunicação, não se restringem apenas ao uso da internet, mas envolve um conjunto de equipamentos e ampliações tecnológicas, (TV, rádio, celulares, entre outros). O grande desafio é fazer com que as inovações tecnológicas realmente melhorem a qualidade do ensino e não tornem apenas ferramentas obsoletas e sem adaptação ao processo de aprendizagem (CYSNEIROS, 1999). Por desenvolvermos atividades e uma classe composta por seis alunos especiais, passamos a mostrar aos alunos que ser diferente e normal. O trabalho com a diferença inclui estruturação progressiva e mudança significativa, no decorrer das atividades aplicadas em sala. O atual sistema educacional tem buscado integrar cada vez mais à prática pedagógica o ensino crítico, desvinculando dessa a metodologia tradicional. Mediante a este preceito (letramento crítico) os estudantes podem desenvolver sua humanidade e consequentemente a capacidade de refletir e agir criticamente, com liberdade, perante circunstâncias diversas. Considerações Finais Pode-se perceber que o uso das tecnologias e letramento critico faz com que o mundo globalizado encurte as barreiras de comunicação tecnológicas e o uso da TDIC na educação futuramente poderá vir a substituir os modelos tradicionais de ensino. O letramento critica possibilita o desenvolvimento na aprendizagem e educação dos educandos. É essencial a parceria dos governantes em adequar escolas preparadas e com materiais necessários para o uso tecnológico e critico, visando a melhoria do ensino da língua inglesa dentro das escolas públicas brasileiras, além da manutenção adequada dos equipamentos tecnológicos e didáticos. Paiva (2001, p. 11) condena as posições que defendem o ensino de inglês apenas para aqueles que farão uso efetivo do idioma, enfatizando o aspecto educacional que faz parte da aprendizagem de uma LE. Sendo assim, os professores deveriam utilizar suas aulas também e, principalmente, como ferramenta de conscientização que propicie reflexões e, consequentemente, possibilite ações que possam gerar mudanças sociais. Diante da experiência vivida na escola campo, pudemos notar que houve uma integração inclusiva entre os alunos. Mesmo com algumas dificuldades encontradas, pudemos superá-las com êxito e conseguimos ministrar os conteúdos e atividades planejadas com o apoio de alguns funcionários da escola na instalação de recursos tecnológicos que precisávamos, além de levarmos alguns equipamentos e utilizarmos o wi-fi da escola quando necessário. Espera-se também, que o professor seja criativo e desenvolva técnicas que façam a diferença ao pesquisar atividades a ser trabalhadas em sala com a utilização das tecnologias e livros que melhor relatam o tema bullying, sem esquecer que tudo deve ser bem planejado, pois as gerações atuais dos alunos estão mais centradas nas tecnologias e assuntos que os interessam. Agradecimentos Agradecemos à Escola Estadual São Francisco de Assis, à Supervisora do Subprojeto, Profª Deusmira Ferreira de Andrade, regente da unidade escolar, a todos os bolsistas do campus de São Miguel do Araguaia, e em especial à coordenadora do Subprojeto ,Profª Mary Soares de Almeida Reis. Referências BRYDON, D. 2011. Local Needs, Global Contexts: Learning New Literacies. In Maciel, R. F. e ARAUJO, V. A. (Orgs). Formação de professors de línguas: ampliando perspectivas . Jundiaí, Paco Editora . Pp.105. CYSNEIROS, Paulo Gileno. Informática Educativa, UNIANDES-LIDIE, vol 12, No.1,1999. LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994. GIROUX, Henry A. Os Professores como Intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. PAIVA, V. L. M. de O. Estratégias individuais de aprendizagem de língua inglesa. In: Letras & Letras, v.14, n.1. Uberlândia: Edufu, p. 73-88, 1998. ______. A língua inglesa no Brasil e no mundo. In: Paiva, V. L. M. de O. (org.) Ensino de língua inglesa: reflexões e experiências. Belo Horizonte: Pontes, p. 9-28, 2001. PASSONI, L. C.; Vega, M. R.; GIACOMINI, R.; BARRETO, A. M. P.; SOARES, J. dos S. C.; CRESPO, L. C.; NEY, M. R. G. Relatos de Experiências do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência no Curso de Licenciatura em Química da Universidade Estadual do Norte Fluminense. Química Nova na Escola. Vol. 34, N° 4, p. 201-209, 2012.