AJES – FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL E SAÚDE PÚBLICA NOTA 9,0 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E A POLUIÇÃO DO AR [email protected] Autora: Rachel Bertochi Orientador: Prof.: Cynthia Candida Correa [email protected] JUÍNA-MT 2012 AJES – FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL E SAÚDE PÚBLICA DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E A POLUIÇÃO DO AR Autora: Rachel Bertochi Orientadora: Cynthia Cândida Corrêa “Monografia apresentada ao curso de Pós-Graduação em Gestão Ambiental e Saúde Pública, da Faculdade de Ciências Contábeis e Administração do Vale do Juruena como requisito parcial para obtenção do título de especialista.” . JUÍNA-MT 2012 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu esposo pela compreensão nos momentos de ausência até a conclusão deste trabalho. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade e forças de concluir mais este curso. Obrigada Senhor. RESUMO A presente pesquisa tem como tema: Doenças Respiratórias e a Poluição do ar. O problema de pesquisa é: Existe relação entre a poluição do ar e a incidência de doenças respiratórias? Para responder ao problema foram apontadas três hipóteses: H1 – As principais doenças respiratórias decorrentes da poluição do ar estão ligadas ao fumo. H2 – As principais doenças respiratórias decorrentes da polução do ar estão relacionadas à poluição urbana. H3 – As doenças respiratórias estão relacionadas a fatores ambientais decorrentes da localização em que a população fixa domicílio. O objetivo geral desta pesquisa é verificar quais as principais doenças respiratórias decorrentes da poluição do ar e a relação entre a poluição e estas doenças. Os objetivos específicos são: Levantar as referências a respeito de ação de diversos agentes poluidores sobre a saúde respiratória, tais como as partículas em suspensão, os óxidos de nitrogênio, os sulfatos de ozônio, entre outros; Descrever estudos da mortalidade, sobretudo em adultos, com dados internacionais primeiramente, e vários estudos nacionais, a respeito do tema; Analisar os efeitos da poluição do ar, sobre a saúde humana, tanto do ponto de vista epidemiológico quanto do ponto de vista biológico e até mesmo físicoquímico; O referencial teórico discorre sobre as formas de poluição do ar e a propagação de doenças em decorrência desta poluição. A metodologia utilizada foi de pesquisa bibliográfica. Concluiu-se que a poluição do ar causa doenças como: resfriados, asma, bronquite, laringite, gripe e pneumonia, além de contribuir para o aquecimento da temperatura global, e também que as doenças respiratórias estão ligadas principalmente à poluição dos grandes centros e à aglomeração da população nos centros urbanos. Palavras-chaves: Saúde. Poluição do ar. Doenças respiratórias. LISTA DE ABREVIATURAS DE SIGLAS IES Instituição de Ensino Superior IVAS Infecções das Vias Aéreas Superiores OMS Organização Mundial de Saúde LISTA DE QUADROS Quadro 1. Principais doenças respiratórias conhecidas. .......................................... 16 Quadro 2. Principais gases poluentes e suas fontes. ............................................... 27 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Ciclo da Poluição Atmosférica ................................................................... 24 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1. Principais Gases do Efeito-estufa ............................................................ 26 Gráfico 2. Aumento da temperatura em °C .............................................................. 28 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13 CAPÍTULO I - REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................... 15 1.1 POLUIÇÃO DO AR: PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA ................................................ 15 CAPÍTULO II - METODOLOGIA .............................................................................. 31 CAPÍTULO III - ANÁLISE DE DADOS .................................................................... 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 35 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 36 13 INTRODUÇÃO O principal poluente do ar levado às vias respiratórias, nas sociedades urbanas contemporâneas, é o fumo. Sabe-se hoje que o hábito de fumar contribui de modo significativo, não apenas para as neoplasias das vias respiratórias (boca, laringe, e pulmão), mas também para diversas outras neoplasias como de bexiga, rim, pâncreas, esôfago, estômago... Por outro lado, as doenças pulmonares obstrutivas crônicas (asma, bronquite e enfisema) bem como doenças cardiovasculares (hipertensão arterial, angina pectoris, infarto do miocárdio, por exemplo), têm no fumo importante agente etiológico. O fumo além de prejudicar os fumantes, também afeta os não fumantes, através do que se convencionou chamar “fumo passivo”. Além do cigarro, outros agentes podem poluir o ar que se respira em casa, originando a poluição domiciliar, são eles: a fumaça produzida pela combustão de biomassa particularmente importante nas áreas rurais, os produtos gerados pela combustão do gás de cozinha, pesticidas e solventes empregados para limpeza, abestos utilizados para isolamento contra incêndios etc., estes poluentes tornam-se tão mais importantes quanto mais diferentes, para o ambiente doméstico com relação ao ar externo. O problema formulado para este estudo é: Existe relação entre a poluição do ar e a incidência de doenças respiratórias? As hipóteses formuladas para responder ao problema desta pesquisa são: H1 – As principais doenças respiratórias decorrentes da poluição do ar estão ligadas ao fumo. H2 – As principais doenças respiratórias decorrentes da poluição do ar estão relacionadas à poluição urbana. H3 – As doenças respiratórias estão relacionadas a fatores ambientais decorrentes da localização em que a população fixa domicílio. O objetivo geral desta pesquisa é verificar quais as principais doenças respiratórias decorrentes da poluição do ar e a relação entre a poluição e estas doenças. Para alcançar o objetivo geral são apontados objetivos específicos que ajudam no desenvolvimento da pesquisa. Os objetivos específicos desta pesquisa 14 são: Levantar as referências a respeito de ação de diversos agentes poluidores sobre a saúde respiratória, tais como as partículas em suspensão, os óxidos de nitrogênio, os sulfatos de ozônio, entre outros; Descrever estudos da mortalidade, sobretudo em adultos, com dados internacionais primeiramente, e vários estudos nacionais, a respeito do tema; Analisar os efeitos da poluição do ar, sobre a saúde humana, tanto do ponto de vista epidemiológico quanto do ponto de vista biológico e até mesmo físico-químico. O estudo está voltado para a área da saúde e busca informações sobre os principais agentes poluidores do ar, e sobre as doenças decorrentes desta poluição. A saúde pública é tema muito discutido nos vários segmentos da sociedade. Propiciar um ambiente saudável para a população é obrigação dos governos, embora nem sempre esta obrigação seja cumprida do modo esperado. Outro problema bastante relevante diz respeito as condições do meio ambiente as quais a população tem sido submetida ao longo dos tempos. Estudos sobre o assunto demonstram o quanto a degradação do meio ambiente afeta a qualidade de vida das pessoas. Dessa forma, os estudos voltados para verificação das principais doenças causadas pela poluição do ar servem com base para possíveis mudanças na melhoria da qualidade do ar respirado pela população. 15 CAPÍTULO I REFERENCIAL TEÓRICO 1.1 Poluição do ar: problema de saúde pública A poluição do ar é definida como sendo a degradação da qualidade do ar como resultado de atividades que direta ou indiretamente: prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente à biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos em leis federais. (Lei Federal número 6938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo decreto número 88351/83). Algo sério e urgente deve ser feito, pois a grande quantidade de partículas sólidas em suspensão e os gases tóxicos que tem sido lançados na atmosfera, a diminuição dos níveis de oxigênio da atmosfera e a contínua interferência do homem nos ciclos biogeoquímicos, caso não ocorra uma reversão, podem comprometer o futuro das populações animais e vegetais. De acordo com Ferraz Netto (2008, p. 28) “Em muitos lugares a qualidade de vida da população já se encontra seriamente comprometida”. Duchiade (1992, p. 315) destaca “Uma vasta literatura vem comprovando, em diversas partes do mundo, a influência da poluição do ar na mortalidade, através de numerosos estudos”. A Organização Mundial de Saúde - OMS divulgou que 3 milhões de pessoas morrem anualmente devido aos efeitos da poluição atmosférica. Isto representa o triplo das mortes anuais em acidentes automobilísticos. Um estudo publicado na revista científica inglesa The Lancet, em 2000, concluiu que a poluição atmosférica na França, Áustria e Suíça é responsável por mais de 40.000 mortes anuais, nesses três países. Cerca da metade dessas mortes se deve à poluição causada pelas emissões dos veículos. (FISCHLOWITZ, 2003, p. 03) Além das pesquisas a partir de dados de mortalidade, existem atualmente inúmeros trabalhos que procuram identificar os efeitos de poluição do ar, mesmo com níveis moderados, sobre a mortalidade. (DUCHIADE, 1992, p. 317). 16 Não se conhece ainda a natureza exata dos agentes poluidores lesivos à saúde, ou os mecanismos pelos quais eles agem. Os autores distinguem, todavia três tipos principais de reação aos poluentes: Os efeitos agudos em pessoas sadias, exemplificados pelas reações a episódios agudos de smog ou a aumentos súbitos dos níveis de poluição, particularmente nos ambientes industriais ou sob condições experimentais; A exacerbação de doenças preexistentes em indivíduos vulneráveis, com cardiopatias ou enfermidades respiratórias prévias, que ao serem expostos à poluição, podem piorar seus sintomas ou até mesmo vir a falecer: Fenômenos de hipersensibilidade de origem imunológica ou de hiperatividade brônquica não específica, que apesar de não suficientemente esclarecidos, podem ser particularmente relevantes na medida em que causem danos reversíveis (parcial ou totalmente) ou provoquem problemas crônicos. (DUCHIADE, 1992, p. 314). No quadro 1 estão as principais doenças respiratórias conhecidas e também suas definições: Resfriado Inflamação e infecção aguda do nariz e garganta, causadas por vírus. O contágio pode se dar através de tosse, espirro ou contato pessoal com um doente. A baixa resistência do organismo pode predispor ao contágio. Gripe Também causada por vírus, a gripe é uma infecção mais grave do que o resfriado. Provoca dores musculares, tosse, corrimento nasal, dor de garganta, febre alta e inflamação das vias respiratórias. É contagiosa e dura em média de quatro a dez dias. Entre as complicações, estão a bronquite e a pneumonia. Laringite Trata-se de uma inflamação da laringe, geralmente causada por vírus ou bactéria. Os sintomas são febre baixa ou moderada, rouquidão, tosse seca e dor de garganta. Pode fazer parte de vários tipos de viroses. Asma Doença pulmonar cujos sintomas são chiado e dificuldade para respirar. Geralmente, ocorre o estreitamento das vias respiratórias decorrentes da exposição ao fumo, poluentes, ar muito frio ou substâncias que causam alergia, como o pólen, certos alimentos, perfumes e outros. Bronquite Inflamação dos brônquios, com maior incidência no inverno. Os sintomas são tosse persistente com expectoração de catarro. Ocorre nas formas aguda ou crônica, sendo que a primeira surge repentinamente e tem curta duração. Os casos de bronquite crônica persistem durante anos. Os sintomas podem ser parecidos com os da asma. Pneumonia Doença aguda que pode atingir um ou ambos os pulmões, que ficam inflamados. Causa febre, dificuldades para respirar, tosse com expectoração e dores no peito, palidez e comprometimento do estado geral. Geralmente é provocada por vírus ou bactérias. Bronquiolite Inflamação dos bronquíolos, de origem viral, apresenta-se com tosse, chiados e dificuldade respiratória. Os sintomas são parecidos com os da asma e acomete as crianças de baixa idade na maioria dos casos. Quadro 1. Principais doenças respiratórias conhecidas. Fonte: Almeida (2008). 17 A seguir seguem os sintomas e principais causas das doenças respiratórias citadas acima: Resfriado: é uma infecção do trato respiratório superior (nariz e garganta), causada por vírus. A maioria dos adultos saudáveis é suscetível de ter um resfriado comum 2 a 4 vezes por ano. Já em crianças, esse número sobe para 6 vezes por ano. É importante destacar que o frio por si só não causa resfriado, ele apenas facilita a propagação do vírus. Pesquisas recentes mostram que a Vitamina C não cura nem reduz o risco de pessoas comuns pegarem resfriado. Resfriado Causas Mais de 200 tipos diferentes de vírus podem causar o resfriado. Os tipos mais comuns são o rinovírus, vírus Coxsackie e coronavírus. Você pode contrair um resfriado por contato ou pelo ar. Se você tocar em alguém ou alguma coisa contaminada pelo vírus da gripe e depois tocar os olhos ou a boca, você pode ser infectado. Você também pode se contaminar quando inala gotículas de vírus no ar quando alguém tosse ou espirra. Pesquisas sugerem que o estresse psicológico e doenças alérgicas que afetam o nariz ou a garganta podem aumentar as chances de infecção pelo vírus do resfriado Resfriado Sintomas Os sintomas do resfriado geralmente aparecem de 1 a 3 dias após exposição ao vírus. Esses sintomas costumam durar de 3 a 10 dias. Nos primeiros dias do resfriado, o nariz secreta uma substância aquosa transparente. Mais tarde, essas secreções podem tornar-se mais espessas e escuras. Normalmente, não há febre no resfriado comum. Na verdade, febre e sintomas mais graves podem indicar uma gripe. Outros sintomas do resfriado incluem: Fadiga, tosse, dor de cabeça, coceira no nariz, olhos e garganta, espirro, nariz entupido ou escorrendo. Resfriado Tratamento Não há cura nem vacina para o resfriado , mas é possível tratar os sintomas. Antibióticos só servem para infecções causadas por bactérias. Entre os tratamentos para aliviar os sintomas do resfriado incluem repouso e beber bastante líquido. Medicamentos como pastilhas e sprays para a garganta e xaropes para tosse também ajudam a aliviar os sintomas. Descongestionantes, como a pseudoefedrina ou anti-histamínicos podem ser utilizados no caso de congestão nasal. Gripe é uma doença respiratória extremamente contagiosa causada principalmente pelos vírus influenza A ou influenza B. Ela ataca o corpo e se espalha pelo trato 18 respiratório. O vírus da gripe está em constante mutação, o que dificulta o reconhecimento pelo sistema imunológico. A taxa de mortalidade da doença é de 0,1% e ela costuma aparecer com mais frequência no inverno e início da primavera. A melhor maneira de se prevenir da gripe é tomar a vacina todos os anos. A vacinação é especialmente recomendada para os chamados "grupos de risco" como: crianças, mulheres grávidas, pessoas com diabetes e quem tem mais de 65 anos de idade. É importante notar que a vacina não protege contra o novo vírus h1n1 causador da gripe suína. Gripe Causas Apenas os vírus influenza tipos A, B ou C podem causar gripe. O vírus se espalha quando uma pessoa contaminada tosse ou espirra e alguém inala as gotículas que estão no ar. Outra forma de contágio é quando se entra em contato com secreções da pessoa infectada através do beijo, aperto de mão e compartilhamento de objetos como colher, garfo etc. Também é possível se contaminar ao manusear objetos infectados e introduzir as mãos nos olhos ou na boca. Gripe Sintomas Os sintomas da gripe e do resfriado são bem parecidos. No entanto, os sintomas da gripe são muito mais severos e aparecem de forma repentina. Esses sintomas costumam se manifestar de 1 a 4 dias após a pessoa entrar em contato com o vírus. Gripe Tratamento Tratamento pode focar em atacar o vírus da gripe em si ou simplesmente aliviar os sintomas enquanto o sistema imunológico combate a infecção. Em todo caso, é essencial descansar, beber muito líquido, evitar tabaco e bebidas alcoólicas. É importante destacar que por ser uma doença causada por vírus, antibióticos não devem ser usados no tratamento da gripe. Antibióticos são usados no tratamento de infecções por bactérias. Antivirais são os medicamentos recomendados para prevenir e tratar a gripe. Laringite, traqueíte e laringotraqueíte referem-se a inflamações agudas da laringe e traquéia, geralmente produzidas por vírus, especialmente os vírus parainfluenza. Existem alguns fatores que favorecem a infecção da faringe, na medida em que provocam uma redução nos seus mecanismos de defesa, como é o caso da exposição ao frio ou das alterações bruscas de temperatura - daí que a doença seja mais frequente no Inverno. Existem outros fatores que, além de originarem uma certa predisposição para a doença, podem provocar uma inflamação da mucosa que 19 reveste o canal, incluindo as cordas vocais presentes no seu interior: o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, respirar ar repleto de fumo, pó ou vapores irritantes, o abuso ou a má utilização da voz. É por isso que os fumadores, os alcoólicos, as pessoas que têm uma atividade laboral que os obriga a forçar a voz em excesso (como os professores ou os vendedores ambulantes) e os trabalhadores em atmosferas contaminadas, sem a devida proteção, têm uma certa predisposição para sofrerem de episódios repetidos de laringite aguda. Laringite Sintomas A laringite se manifesta inicialmente com 2 ou 3 dias de sintomas de resfriado (como coriza, mal-estar e febre) seguidos de tosse áspera ou rouca (chamada popularmente "tosse de cachorro"), acompanhada de dispnéia, irritabilidade, dor de garganta e perda do apetite. Esta inflamação pode se propagar para a traquéia e os brônquios, resultando na laringotraqueobronquite, que se manifesta com mais tosse e chiado no peito. Laringite Tratamento O tratamento é realizado com medicamentos que amenizam os sintomas, isto é analgésicos, descongestionantes e antiinflamatórios que serão prescritos pelo médico. Como freqüentemente há dispnéia, a oxigenioterapia costuma ser indicada a alguns pacientes. Excepcionalmente pode ser necessário algum tratamento cirúrgico. Asma brônquica ou bronquite asmática é uma doença crônica das vias aéreas que dificulta a respiração. Há uma inflamação na passagem de ar que resulta no estreitamento temporário das vias aéreas que carregam oxigênio para os pulmões. Esse estreitamento é reversível, o que diferencia a asma de doenças pulmonares como bronquite e enfisema. Durante a respiração, os músculos que envolvem as vias aéreas relaxam e o ar move-se livremente. Nos asmáticos, substâncias que causam alergia fazem com que esses músculos se contraiam, dificultando a passagem de ar e causando chiado no peito. Pessoas com histórico familiar têm mais risco de desenvolver a doença, embora ninguém esteja livre dela. Pode ocorrer em indivíduos de todas as idades apesar de ser mais comum entre pessoas com menos de 40 anos. Asma Causas Pessoas com asma possuem vias aéreas muito sensíveis que reagem a várias substâncias do meio-ambiente. O tipo de substância e a intensidade da reação 20 variam de pessoa para pessoa. As principais causas da asma são: Fumaça de cigarro. Cheiros fortes como: perfumes, produtos de limpeza. Alergênicos como: pólen, ácaros, mofo. Mudanças de temperatura, ar frio. Alguns medicamentos como: aspirina. Asma Sintomas Nem todas as pessoas apresentam os mesmos sintomas e uma mesma pessoa pode ter sintomas diferentes. Os principais sintomas da asma são: Falta de ar, principalmente durante esforço físico. Chiado ou aperto no peito. Tosse que, em geral, piora de manhã, a noite ou após exercício físico. Asma Tratamento Não existe cura para asma, mas a doença pode ser controlada. Sem tratamento, os ataques são mais severos e frequentes podendo causar a morte. Entre os tratamentos estão os broncodilatadores que aliviam os sintomas da asma , relaxando os músculos que envolvem as vias aéreas. Os inaladores são a forma mais eficaz de levar os medicamentos aos pulmões. Nebulizadores são usados para tratar crianças e idosos. Pneumonia é uma inflamação pulmonar. Pode ser causada por vários organismos e também por inalação acidental de um líquido ou produtos químicos. É uma doença comum que afeta pessoas de todas as idades, sendo a principal causa de morte entre idosos e doentes terminais. Pneumonia pode ser leve, grave ou até mesmo mortal. A gravidade depende do tipo de organismo que causa a pneumonia, assim como a sua idade e condição de saúde. Pneumonia Causas Pneumonia pode ser causada por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. A causa mais comum de pneumonia bacteriana é o Streptococcus pneumoniae. Outra causa menos comum é o Micoplasma pneumoniae, um minúsculo organismo que normalmente produz sinais e sintomas mais leves que outros tipos de pneumonia. Vírus, como o influenza A (o vírus da gripe) pode causar pneumonia. Em pessoas com comprometimento do sistema imune, pneumonia pode ser causada por outros organismos, incluindo alguns tipos de fungos, como Pneumocystis jiroveci. Esse fungo frequentemente causa pneumonia em pessoas que têm AIDS. Pneumonia Sintomas Os sintomas da pneumonia causados pelo vírus são os mesmos que os sintomas causados pelas bactérias. A diferença é que eles podem surgir de forma lenta e 21 muitas vezes não são tão óbvios nem tão severos. Pneumonia, muitas vezes imita a gripe, começando com uma tosse e febre. Outros sintomas incluem: Falta de ar, transpiração, dores musculares, dor de cabeça, dor no peito, calafrios, fadiga ou fraqueza, náuseas e vômitos. Pneumonia Tratamento. Tratamentos da pneumonia dependem da gravidade dos seus sintomas e do tipo de pneumonia que você tem. Se a pneumonia é causada por bactérias, seu médico vai lhe receitar antibióticos. Não pare de tomá-los só porque se sente melhor. Interromper a medicação muito cedo pode fazer a pneumonia retornar. Pneumonia causada por um vírus geralmente não é tratada com antibióticos. Tratamento em casa, como descansar e cuidar da sua tosse, geralmente é tudo que é feito. Se a pneumonia é causada por um fungo, provavelmente você vai ser tratado com medicamentos antifúngicos. Pneumonias Micoplasma são tratadas com antibióticos. São Paulo é a quinta metrópole mais poluída do mundo, segundo estudo do Centro de Informações e Pesquisa Atmosférica da Inglaterra, que analisou as vinte metrópoles por pior qualidade do ar. Vale registrar que a legislação nacional obriga o monitoramento dos níveis dos gases ozônio, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e monóxido de carbono. “Mas o limite imposto pelas leis brasileiras ainda é muito superior ao recomendado pela OMS, vale enfatizar”. (CAMPOS, 2009) Tramita na Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa o projeto de lei que autoriza o Governo de Mato Grosso a divulgar o índice de poluição atmosférica provocado pelas queimadas, pelos meios de comunicação, como informes oficiais, em caráter de utilidade pública. De autoria do primeiro secretário da casa, Sérgio Ricardo (PR), a proposta também sugere medidas preventivas apropriadas para eventual situação de emergência. (MARTINS, 2010) Há dois séculos já se consideravam os efeitos nocivos da poluição e há pouco mais de 50 anos foi registrada, de maneira consistente, a relação entre agressão ao meio ambiente e efeitos deletérios para a população. Reconheceram-se os malefícios do tabagismo e da poluição do ar para o sistema respiratório: o nevoeiro que acometeu em Londres em 1952 foi responsável por cerca de 4.000 mortes. Sabe-se também que a fumaça do tabaco, por conter milhares de substâncias, muitas delas tóxicas, e trilhões de radicais livres oxidantes, é responsável por inúmeras doenças, como câncer (no pulmão, bexiga, esôfago, mama, útero, etc.), infarto do miocárdio, derrame, bronquite e enfisema pulmonar, ocasionando cerca de 4 milhões de mortes por ano no mundo. (VARGAS, 2003, p. 06). 22 A poluição gerada nos centros urbanos de hoje são resultado, principalmente, da queima dos combustíveis fósseis como, por exemplo, carvão mineral e derivados do petróleo (gasolina e diesel). A queima destes produtos tem lançado um alto nível de monóxido e dióxido de carbono na atmosfera terrestre. Estes dois combustíveis são responsáveis pela geração de energia que, alimenta os setores industrial, elétrico e de transportes de grande parte das economias do mundo. Portanto, colocá-los de lado atualmente é extremamente complicado. A exposição a poluentes no ambiente de trabalho é a oitava causa de mortalidade no mundo, estimando-se ser a poluição do ar responsável por 800 mil mortes anuais. Até alguns anos atrás, acreditava-se que apenas doenças respiratórias eram decorrentes da poluição do ar, entretanto, nos últimos dez anos, surgiram consistentes evidências de que doenças cardiovasculares também são causadas pela exposição a poluentes ambientais. Abrangente estudo ("Jama", 2002) imputou à poluição do ar a responsabilidade pelo aumento em 9% da mortandade por doenças cardiopulmonares. (VARGAS, 2003, p. 06). Os grandes centros são uma verdadeira fábrica de doenças provocadas pela poluição do ar, e as pessoas estão vulneráveis tendo em vista que não tem como evitar contato com tal poluição. Mais de 60% da poluição atmosférica nas regiões das grandes cidades são decorrentes dos veículos automotores e concentram-se no ar e calçadas ou passeios, onde muitas vezes crianças brincam. Segundo a medicina somente 1% dos gases emitidos pelos veículos são ofensivos ao homem e ao meio ambiente. Porém levando em consideração o longo tempo de exposição (diariamente) e o aumento de veículos, este número é extremamente significativo. (VARGAS, 2003, p. 07). Este tipo de poluição tem provocado muitos problemas nas grandes cidades. A saúde das pessoas, por exemplo, é a mais afetada com a poluição atmosférica. Várias doenças respiratórias como a bronquite, rinite e asma levam milhares de adultos e crianças aos hospitais todos os anos. A poluição também tem causado danos aos ecossistemas e ao patrimônio histórico e cultural. Resultado desta poluição, a chuva ácida mata plantas, animais e vai corroendo, com o passar do tempo, monumentos históricos (prédios, monumentos, igrejas etc). Nos últimos anos, a Acrópole de Atenas passou por um processo de restauração, pois a milenar construção grega estava sofrendo desgaste com a poluição da capital da Grécia. 23 O clima do planeta também é afetado pela poluição atmosférica. O fenômeno do efeito estufa está aumentando a temperatura no planeta Terra. Ele ocorre da seguinte forma: os gases poluentes formam uma camada de poluição na atmosfera, impedindo a dissipação do calor. Desta maneira, o calor fica concentrado nas camadas baixas da atmosfera, provocando mudanças no clima. Pesquisadores afirmam que já está ocorrendo a elevação do nível de água dos oceanos, provocando o alagamento de ilhas e cidades litorâneas. Muitas espécies animais poderão entrar em extinção e tufões e maremotos poderão ocorrer com mais freqüência e intensidade. A poluição atmosférica refere-se a mudanças da atmosfera susceptíveis de causar impacto a nível ambiental ou de saúde humana, através da contaminação por gases, partículas sólidas, liquidas em suspensão, material biológico ou energia. A adição dos contaminantes pode provocar danos diretamente na saúde humana ou no ecossistema, podendo estes danos ser causados diretamente contaminantes, ou por elementos resultantes dos contaminantes. pelos Além de prejudicar a saúde, pode igualmente reduzir a visibilidade, diminuir a intensidade da luz ou provocar odores desagradáveis. Esta poluição causa ainda mais impactos no campo ambiental, tendo ação direta no aquecimento global, sendo responsável por degradação de ecossistemas e potenciadora de chuvas ácidas. A concentração dos contaminantes reduz-se à medida que estes são dispersos na atmosfera, o que depende de factores climatológicos, como a temperatura, a velocidade do vento, o movimento de sistemas de alta e baixa pressão e a interação destes com a topografia local, montanhas e vales por exemplo. A temperatura normalmente diminui com a altitude, mas quando uma camada de ar frio fica sob uma camada de ar quente produzindo uma inversão térmica, a dispersão ocorre muito lentamente e os contaminantes acumulam-se perto do solo. Na Figura 1 pode-se ter idéia de como a poluição afeta todo o clima de uma região e também como é ciclo da poluição do ar que acaba voltando para a água e para a terra: 24 Figura 1. Ciclo da Poluição Atmosférica Fonte: <http://quimicanarede.zip.net/> Diante das notícias negativas, o homem tem procurado encontrar medidas para solucionar estes problemas ambientais. Os sistemas tecnológicos estão avançando no sentido de criar máquinas e combustíveis cada vez menos poluentes ou que não gerem nenhuma poluição. Muitos automóveis já estão utilizando gás natural como combustível. No Brasil, por exemplo, temos milhões de automóveis movidos a álcool, combustível renovável, não fóssil, que poluí pouco. Testes realizados com hidrogênio têm mostrado que num futuro bem próximo, os carros poderão usar um tipo de combustível que lança no ar apenas vapor de água. Os estudos epidemiológicos e experimentais realizados têm comprovado, de maneira consistente, que a poluição do ar aumenta o risco de doenças e de mortalidade por doenças cardiovasculares, respiratórias e por câncer de pulmão. Nosso organismo desenvolveu, ao longo de um processo de evolução de milhões de anos, um sofisticado e eficiente mecanismo de defesa contra as doenças infecciosas e outras agressões do meio, possibilitando que chegássemos até quase meados do século passado sem o uso de antibióticos, vacinas e outros medicamentos e procedimentos. É claro, porém, que tal processo deu-se à custa de elevada mortalidade, que 25 foi responsável pela seleção da espécie. Entretanto, não desenvolvemos mecanismos para nos defender dos efeitos gerados a partir da Revolução Industrial (gases, poeiras e radiações), processo recente (250 anos) na evolução da espécie. Nosso organismo reage a estas agressões freqüentemente de maneira parecida a como faz com relação às infecções, muitas vezes levando à lesões em vez da cura. (SANTOS, 2010, p. 02). A população de modo geral sofre com a poluição, contudo, as crianças são ainda mais afetadas. A poluição está no interior dos domicílios e dos locais de trabalho o que impossibilita as pessoas de evitarem o contato. Estimativas atuais atribuem cerca de 800 mil óbitos à poluição do ar ambiental, 1,6 milhão à poluição do ar no interior dos domicílios e 154 mil óbitos às alterações climáticas; são cerca de 2,5 milhões de mortes evitáveis a cada ano e que, ao se manter os níveis atuais de emissões e destruição da natureza, tendem a aumentar. O Brasil, embora não esteja entre os principais poluidores e emissores de gases de efeito estufa, também precisa tomar medidas drásticas que contribuam para reduzir a degradação do meio ambiente. Ampliar a rede de transportes coletivos, sobretudos nas regiões metropolitanas, desestimulando as emissões veiculares, eliminar as injustificadas queimadas de cana-de-açúcar e de florestas, fruto da ganância e da busca do lucro fácil, e ampliar o já bemsucedido esforço no desenvolvimento e uso de fontes não poluentes ou menos poluentes, como o biodiesel e álcool, são medidas possíveis de serem implantadas a curto prazo e, assim, contribuir para a preservação da saúde e da vida em nosso Planeta. (SANTOS, 2010, p. 02). A poluição atmosférica causa impactos negativos na saúde humana, cujo grau de incidência e de periculosidade depende do nível de poluição, assim como dos poluentes envolvidos. Os problemas com maior expressão são ao nível do sistema respiratório e cardiovascular. Estudos recentes mostram que crianças sujeitas a níveis elevados de poluição atmosférica têm maior prevalência de sintomas respiratórios, sofrem uma diminuição da capacidade pulmonar com um aumento de episódios de doença respiratória, podendo mesmo fazer aumentar o absentismo nas escolas, assim como a capacidade de concentração. Um dos gases mais nocivos à saúde humana é o dióxido de carbono, um dos elementos mais presentes na atmosfera dos grandes centros. No Gráfico 1 é possível verificar a proporção deste gás em relação aos outros: 26 Gráfico 1. Principais Gases do Efeito-estufa Fonte: <http://quimicanarede.zip.net/> Os problemas são muitos, e exposição aos gases pode causar outros efeitos colaterais à quem fica exposto. O ar, na maioria das áreas urbanas, contém uma mistura de poluentes, podendo cada um aumentar a vulnerabilidade das pessoas aos efeitos dos outros poluentes. A exposição ao monóxido de carbono causa lentidão dos reflexos e sonolência, uma vez que suas moléculas se ligam à hemoglobina, reduzindo a quantidade de oxigênio que transportam os glóbulos vermelhos. O dióxido de nitrogênio pode agravar a asma e reduzir as funções do pulmão, como também tornar as vias respiratórias mais sensíveis a alérgenos. O ozônio também causa inflamação do pulmão, reduzindo suas funções e capacidade. (FISCHLOWITZ, 2003, p. 08) No Quadro 2 está a relação dos principais gases e a forma de proliferação de cada um deles: POLUENTE: Monóxido de Carbono (CO) FONTE: Escape de veículos motorizados, alguns processos industriais POLUENTE: Dióxido de enxofre (SO₂) FONTE: Centrais termoelétricas a petróleo ou a carvão, fábricas de ácido sulfúrico POLUENTE: Chumbo (Pb) FONTE: Escape dos veículos motorizados, centrais termoelétricas; fábricas de baterias POLUENTE: Óxidos de azoto (NO₂) FONTE: Escape de veículos motorizados, centrais termoelétricas, fábricas de fertilizantes, de explosivos ou de ácido nítrico 27 POLUENTE: Oxidantes fotoquímicos - ozônio (O₃) FONTE: Formados na atmosfera devido a reação de óxidos de Azoto, hidrocarbonetos e luz solar POLUENTE: Etano, etileno, propano FONTE: Escape dos veículos motorizados, evaporação POLUENTE: Butano, acetileno, pentano FONTE: Solventes, processos industriais, lixos sólidos utilização de combustíveis POLUENTE: Dióxido de Carbono (CO₂) FONTE: Todas as combustões Quadro 2. Principais gases poluentes e suas fontes. Fonte: <http://quimicanarede.zip.net/> A queima de combustíveis fósseis é evidentemente a maior causa da poluição, principalmente nos grandes centros onde existem inúmeras indústrias e o número de carros circulando é extremamente alto. Elevado número de evidências científicas mostra que a poluição atmosférica é responsável por diversos efeitos na saúde humana, que se expressam de formas variadas e resultam em aumento da morbidade e/ou mortalidade por inúmeras doenças. A poluição do ar provém, sobretudo, da queima de combustíveis fósseis e, especialmente nas grandes cidades, origina-se da emissão diária de toneladas de substâncias sólidas e gasosas originadas de indústrias e veículos. (FERNANDES, 2010, p. 92) A longa exposição aos poluentes aumenta o número de casos de internações, principalmente nas estações mais frias e úmidas e intensificam as dificuldades que a saúde pública possui em seu atendimento. Os problemas de saúde decorrentes da poluição atmosférica podem ser agudos (após curto tempo de exposição), embora na maioria dos casos só sejam sentidos após exposição prolongada. Os eventos mais estudados referem-se a aumento no número de consultas médicas em unidades de urgência, de internações hospitalares em virtude do aparecimento ou agravamento de problemas prévios e, até mesmo, de óbitos. (FERNANDES, 2010, p. 94) Outro fator agravado pela poluição é o aquecimento da temperatura da terra que tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, e que por consequência acaba por fragilizar a saúde humana. No Gráfico 2 pode-se notar o aumento da temperatura dos anos de 1900 até 2100. 28 Gráfico 2. Aumento da temperatura em °C Fonte: <http://quimicanarede.zip.net/> De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), fenômenos ligados à pressão atmosférica também interferem na poluição do ar. Normalmente, devido ao decréscimo de pressão com a altura, as parcelas de ar situadas a altitudes maiores encontram menor pressão, se expandem, e portanto, se resfriam. Esse processo de resfriamento com a ascensão, ou de aquecimento com a descida, é chamado de "curva adiabática seca", equivalente a aproximadamente 1ºC para cada 100 metros, e não deve ser confundido com a variação da temperatura com a altitude num dado momento, chamada de curva ambiente real (de 4 a 8ºC por km), que ocorre na troposfera, parte da atmosfera situada entre O e 8 km de altitude. O acúmulo de dióxido de carbono, proveniente da queima de combustíveis fósseis, também causa alterações em toda a atmosfera, através do "efeito estufa", o que pode, a médio prazo, refletir-se nas condições de vida da espécie humana sobre a Terra. O fenômeno da poluição do ar potencializada, principalmente, pelo aumento da frota de veículos, que, associados a fatores meteorológicos (temperatura do ar, umidade, pressão), tem contribuído para com a concentração de poluentes e material particulado em suspensão na atmosfera. 29 Outro ponto que precisa ser observado refere-se às condições meteorológicas que também influenciam a condição do ar que respiramos. Ainda quanto às condições meteorológicas, uma questão importante é a da chamada "inversão térmica". Nos meses de inverno, sob condições de calmaria (ausência de ventos) e céu claro, ocorre perda de calor por radiação durante a noite, o que faz com que o ar em contato com o solo se resfrie e se torne mais denso do que a camada de ar imediatamente acima. Com o aumento da camada fria, os gases e fumaças poluídos ficam então "presos" na interface de uma camada quente e outra fria. A situação normal (queda da temperatura do ar com o aumento de altitude) é assim revertida, o ar frio ficando abaixo de uma "tampa" de ar quente e poluído, o que gera o fenômeno da dita inversão térmica, que surge acompanhada de camadas de denso nevoeiro a baixa altitude. Também a umidade relativa do ar e a luz solar interferem nas reações químicas que envolvem os poluentes. Assim, o dióxido de enxofre e os óxidos de nitrogênio, emitidos sob a forma de gases, podem ser convertidos, respectivamente, em sulfates ou nitratos, aumentando a carga total de partículas em suspensão. Fenômenos ligados à pressão atmosférica também interferem na poluição do ar. Também a umidade relativa do ar e a luz solar interferem nas reações químicas que envolvem os poluentes. Assim, o dióxido de enxofre e os óxidos de nitrogênio, emitidos sob a forma de gases, podem ser convertidos, respectivamente, em sulfates ou nitratos, aumentando a carga total de partículas em suspensão. Seguem 3 tipos principais de reação aos poluentes: a) Os efeitos agudos em pessoas sadias, exemplificados pelas reações a episódios agudos de smog ou a aumentos súbitos dos níveis de poluição, particularmente nos ambientes industriais ou sob condições experimentais; b) A exacerbação de doenças preexistentes em indivíduos vulneráveis, com cardiopatias ou enfermidades respiratórias prévias, que, ao serem expostos à poluição, podem piorar seus sintomas ou até mesmo vir a falecer; c) Fenômenos de hipersensibilidade de origem imunológica ou de hiperatividade brônquica não-específica, que, apesar de não suficientemente esclarecidos, podem ser particularmente relevantes na medida em que causem danos reversíveis (parcial ou totalmente) ou provoquem problemas crônicos. Segue 3 grupos principais de sintomas: a) Irritação ocular, lacrimejamento, dispnéia e cefaléia; 30 b) Dor de garganta, fadiga, desconforto e percepção de odores estranhos; c) Tosse, expectoração, congestão nasal e rinorréia. 31 CAPÍTULO II METODOLOGIA A pesquisa se apropriou da técnica de levantamentos bibliográficos que serviu de embasamento teórico para fundamentar cientificamente o trabalho, isso se deu por intermédio de bibliografias na área de atuação, periódicos e outros que contribuíram para o sucesso do mesmo. A pesquisa bibliográfica busca o conhecimento através de um dos mais importantes instrumentos de apropriação do conhecimento que são as referências bibliográficas. Gil (2002, p. 44) descreve a pesquisa bibliográfica como aquela que “é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. A pesquisa bibliográfica é aquela que se efetiva tentando-se resolver um problema ou adquirir conhecimentos a partir do emprego predominante de informações proveniente de material gráfico, sonoro ou informatizado. A pesquisa bibliográfica é capaz de atender aos objetivos tanto do aluno, em sua formação acadêmica, quanto de outros pesquisadores, na construção de trabalhos inéditos que objetivem rever, reanalisar, interpretar e criticar considerações teóricas ou paradigmas, ou ainda criar novas proposições na tentativa de explicar a compreensão de fenômenos relativos às mais diversas áreas do conhecimento. (PRESTES, 2003, p. 26). A partir do levantamento bibliográfico serão feitas análises para apontar quais a principais doenças respiratórias causadas pela poluição do ar. As técnicas para análise dos dados são fundamentais para que um trabalho tenha validade e coerência. Para Gil (2002, p. 166), “a análise tem como objetivo organizar e sumarizar os dados de tal forma que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação”. 32 CAPÍTULO III ANÁLISE DE DADOS As doenças respiratórias são o foco deste estudo. Durante a pesquisa foi possível notar que muitos são os problemas respiratórios que atingem a população. Independente de classe ou nível social, a poluição do ar atinge a todos. Uma vasta literatura vem comprovando, em diversas partes do mundo, a influência da poluição do ar na mortalidade, através de numerosos estudos. No Brasil, desde 1990, passou-se a diferenciar os padrões primários de qualidade do ar, entendidos como as concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população, dos padrões secundários, definidos como as concentrações de poluentes abaixo dos quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano à fauna, flora, aos materiais e meio ambiente em geral (Duchiade, 1992). Ainda de acordo com Duchiade (1992), Sobral (1988, 1989), geógrafa brasileira que desenvolveu inquérito sobre queixas respiratórias de escolares moradores em três áreas distintas da Grande São Paulo, conseguiu levantar a existência de trabalhos de alguns estudiosos brasileiros, aos quais infelizmente não conseguimos ter acesso. Valemo-nos, portanto, de seus comentários a respeito de alguns dos trabalhos citados por ela e não localizados. Duchiade (1992) cita que Ribeiro (1971) verificou a associação entre o número de atendimentos por infecções das vias aéreas superiores (IVAS) e bronquite asmática em crianças menores de 12 anos, nos postos de saúde da Região de Santo André (São Paulo) e as taxas mensais de sulfatação e poeiras em suspensão, por um período de 2 (dois) anos (entre agosto 1967 e agosto 1969). Foram constatadas correlações positivas significantes entre a freqüência anual de IVAS e taxas médias anuais de sulfatos, assim como entre a incidência de bronquite e os níveis de poeiras sedimentáveis. Também se concluiu pela correlação negativa entre as IVAS e a velocidade dos ventos. Já o percentual de calmarias esteve positivamente associado aos problemas respiratórios. Ainda segundo Duchiade (1992), Alterthum et al. (1975) continuaram a investigar a saúde respiratória das crianças de Santo André, confirmando os 33 achados do estudo anterior. Relacionaram, assim, as inversões térmicas e o aumento de material particulado no ar com uma maior incidência de crises de asma brônquica. E, 1976, Mendes & Wakamatsu documentaram, pela primeira vez no Brasil, os efeitos agudos de três episódios intensos de poluição do ar, ocorridos em São Caetano do Sul (São Paulo) em junho do mesmo ano. Através da revisão de 8000 atendimentos médicos feitos durante aquele mês, observou-se que os picos de morbidade coincidiram com os picos de poluição por partículas e SO2 acima dos padrões internacionais. Viu-se, ainda, que o aumento de casos de doenças respiratórias e cardiovasculares superou a elevação de atendimentos por outras causas. Também a faixa etária de pré-escolares (um a quatro anos) foi bastante afetada. De acordo com Duchiade, ainda em 1976, Ribeiro et al. compararam, através de provas de função respiratória, as condições de cerca de 2000 escolares de 7 a 12 anos vivendo em duas áreas distintas da Grande São Paulo: uma região industrializada e poluída, São Caetano do Sul, e uma ainda semi-rural, EmbuGuaçu. O inquérito evidenciou menores índices de capacidade ventilatória e sintomas de doenças pulmonares crônicas nas crianças da região industrial; mesmo com controle das variáveis sócio-econômicas, as diferenças permaneciam significantes. Em seu estudo Duchiade (1992) salienta que no Rio de Janeiro, Lemle (1979) pesquisou a existência de sintomas respiratórios em dois grupos de mulheres sadias residentes na Penha, bairro poluído, e em Campo Grande, área semi-rural, encontrando diferenças que falam a favor de um efeito da poluição nas vias respiratórias, apesar do pequeno tamanho da amostra analisada (menos de 100 mulheres ao todo). Duchiade (1992) cita que em seu inquérito, Sobral (1988), aplicou uma versão brasileira do questionário utilizado nos EUA pelo National Heart, Lung and Blood Institute em crianças entre 12 e 13 anos de 3 (três) áreas da Grande São Paulo: Juquitiba, semi-rural, Tatuapé, no Centro de São Paulo, e Osasco, cidade industrial. A investigação foi feita nos meses de setembro, outubro e novembro, de modo a evitar os meses de inverno. Dos 34 sinais e sintomas pesquisados, a autora encontrou um gradiente nas taxas de prevalência que acompanhava aproximadamente o gradiente de poluição das 3 (três) áreas. Assim, Tatuapé, a área 34 mais poluída, apresentou as maiores taxas de prevalência em 26 dos 34 sintomas pesquisados. Já Juquitiba evidenciou a maior taxa para apenas 3 (três) sintomas. A região de Osasco ficou com níveis intermediários. Já a análise segundo as condições sócio-econômicas das famílias mostrou uma maior proporção de famílias mais pobres (aferida pelo analfabetismo dos pais e pelo número de pessoas por cômodos) em Juquitiba. Ao controlar a influência dos fatores sócio-econômicos, viuse que mesmo assim a influência dos níveis de poluição permanecia significativa. Loureiro (1976) realizou inquérito sobre a prevalência de doenças respiratórias em dois bairros de Salvador, Bahia, encontrando maior freqüência de queixas respiratórias na área industrial, em comparação com outra área, predominantemente residencial. Ainda em Salvador, Carvalho et al. (1986) investigaram a prevalência de queixas respiratórias em moradores vizinhos a uma fábrica de chocolate, tomando como referência indivíduos residentes num bairro não-poluído. Constataram serem as taxas de queixas pulmonares mais elevadas na área exposta do que na área controle, para todos os grupos etários. Duchiade (1992) ressalta também o trabalho de pesquisadores ligados à área de saúde ocupacional, tais como Naoum (1984), que estudou os efeitos hematológicos da poluição em trabalhadores de Cubatão (São Paulo), e outros. Existem, todavia, inúmeras dificuldades na avaliação dos efeitos da poluição sobre a saúde, a começar pela própria definição dos assim chamados "efeitos". É possível notar, contudo, que a poluição das grandes cidades, por conta das indústrias, grande número de veículos e aglomeração de pessoas nos locais são fatores que contribuem muito para o aumento das mortes por doenças respiratórias. A partir da pesquisa, é possível afirmar que existe uma grande relação entre as doenças respiratórias e o ambiente em que as pessoas vivem. Tanto a poluição oriunda das indústrias quanto dos veículos contribuem imensamente para que a doença se agrave nos grandes centros. 35 CONSIDERAÇÕES FINAIS As doenças respiratórias causadas pela poluição do ar atingem principalmente as pessoas que habitam e trabalham nos grandes centros, onde a concentração de gases poluente atinge níveis capazes de prejudicar a saúde humana. Neste estudo levantaram-se dados para verificar se existe relação entre doenças respiratórias e a poluição do ar. Para desenvolver a pesquisa, inicialmente, formulou-se uma pergunta, tida com problema, que norteou o estudo: Existe relação entre a poluição do ar e a incidência de doenças respiratórias? O estudo baseou-se em pesquisas anteriores feitas por autores brasileiros e também por autores de vários outros países do mundo que procuram evidenciar a relação entre as doenças respiratorias e a poluição. Entende-se que o objetivo geral da pesquisa foi alcançado, tendo em vista, que foram detectadas quais as principais doenças respiratórias decorrentes da poluição do ar e a relação entre a poluição e estas doenças. Das hipóteses levantadas, a primeira não foi confirmada pois, de acordo com os estudos, as doenças respiratórias não são em sua maioria ligadas ao fumo; a segunda hipóteses foi confirmada pois, nota-se que as doenças respiratórias estão relacionadas principalmente aos poluentes urbanos; a terceira e última hipótese também foi confirmada, pois, de acordo com os estudos as doenças respiratórias estão relacionadas com o local onde as pessoas residem, tendo em vista que o maior número de doenças respiratórias ocorre nos grandes centros. Assim como a poluição das águas dificulta a vida das pessoas nos grandes centros, a poluição do ar tem-se tornado um constante problema, principalmente para a população mais vulnerável, crianças e idosos, que ficam expostos aos poluentes oriundos das fábricas, indústrias e veículos que se aglomeram nos grandes centros. A conscientização das pessoas é necessária para que este problema, que já se tornou de saúde pública, possa melhorar, pois o crescimento da poluição torna-se automático em detrimento do crescimento populacional. 36 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Inácio. Doenças Respiratórias. (2008). Disponível <http://www.amazingbrasil.com/nick/?p=109>. Acesso em: 26 jun. 2010. em: CAMPOS, Marcos Pinhal. Poluição do ar e mortes por causas respiratórias e cardiovasculares. Vigor movimento e saúde. São Paulo – SP: 2009. Disponível em: <http//www.revistavigor.com.Br.htm>. Acesso em: 26 jun. 2010. COSTA E SILVA, Ilma. Poluição do ar nas grandes cidades. (2009). 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