SOCIOLOGIA: ORIGEM E DESENVOLVIMENTO Profª Drª Gisele Masson Departamento de Educação Universidade Estadual de Ponta Grossa ORIGEM DA SOCIOLOGIA A Sociologia germina no século XVIII, com as grandes Revoluções – Industrial e Francesa (1789). Termo Sociologia: 1830. “A Sociologia não possui um único fundador” (VIEIRA, 1994, p. 12), mas resulta do esforço de vários pensadores que tinham em comum o interesse de compreender as novas condições de vida da sociedade que vinha se delineando a partir da Revolução Industrial. ORIGEM Sociologia é uma das manifestações da sociedade capitalista. Sociedade vai se industrializando e se tornando cada vez mais urbana. ORIGEM Sociologia: conhecer as novas condições sociais, os problemas e as crises que começam a surgir nesse novo tipo de organização social. Obter orientação para a AÇÃO, tanto para dar continuidade como para se reformar ou transformar radicalmente aquela sociedade. (interesses de classes) ORIGEM Continuidade e defesa da ORDEM SOCIAL Auguste Comte (1798-1857) – matemático e filósofo francês: “criador do termo ‘sociologia’”. Herbert Spencer (1820-1903) – “filósofo inglês: ratificou o uso do termo sociologia” (VIEIRA, 1994, p. 14). SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA “A Sociologia atua como Ciência Social ao indagar, examinar e conceituar os problemas, conflitos e contradições da sociedade industrial, quando esta se empenha na explicação de si mesma”. “Própria razão de ser dos estudos sociológicos” (VIEIRA, 1994, p. 21). O que a Sociologia estuda? “A Sociologia e as demais Ciências Sociais estudam os seres humanos transformando a natureza e sendo transformados por ela, o que faz do cientista social o pesquisador de uma realidade na qual ele também está presente e com a qual está comprometido. Essa condição, em que o pesquisador se envolve com o objeto pesquisado, impõe à Sociologia e as todas as Ciências Sociais vários problemas distintos dos encontrados nas outras ciências” (VIEIRA, 1994, p.27). Em resumo... “A Sociologia dedica-se a analisar os seres em seus vínculos de interdependência e, assim, em suas relações sociais (...)” (VIEIRA, 1994, p. 27). Conhecimento Sociológico: tipos diferentes??? POSITIVISMO: exatidão, objetividade da ciência. (Comte) “A ilusão do positivismo reside em aceitar que qualquer afirmação ou qualquer lei científica deva apoiar-se invariável e unicamente em provas recolhidas pelo pesquisador, diante de todos, sem deixar dúvida.” (VIEIRA, 1994, p. 25) Sociologia Funcionalista ou Funcionalismo Interpretação sociológica pautada em um sistema organicista, ou seja, que analisa os seres humanos (a sociedade) com base nos organismos biológicos, identificando-os. “Esse sistema organicista mantém relações funcionais com todas as suas partes, componentes, aspectos e fases, ocorrendo mútua determinação entre eles” (VIEIRA, 1994, p. 28). Sociologia Funcionalista ou Funcionalismo Grande representante: Émile Durkheim (1857-1917). Ênfase: grupos sociais, instituições... O objetivo é garantir a “normalidade social”. Manutenção do poder e da ordem vigente (MARTINS, 1994). Sociologia Compreensiva Faz distinção entre Ciências Físicas e Ciências Sociais. Trata dos significados das ações dos indivíduos, procurando compreendê-los. Sociologia Compreensiva Ênfase nas ações dos indivíduos (na relação entre indivíduo e ação) . Grande representante: Max Weber (18641920). Sociologia Marxista Unidade entre o real e o conhecimento... entre a natureza e o homem... Ênfase na totalidade da realidade. Representantes: Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895). Sociologia Marxista “O que os indivíduos são, portanto, depende das condições materiais de sua produção.” (MARX; ENGELS, 2007, p. 87). Classes sociais antagônicas Capital X trabalho Luta: transformação radical da sociedade. ORIGEM DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO Os estudos sociológicos da educação se situam, originalmente, na primeira metade do século XX. Foi a partir dos anos 1940 e principalmente nos anos 1950 e 1960 que a sociologia da educação se constituiu como campo de pesquisa específico. (FERREIRA, 2006) ORIGEM Karl Mannheim Talcott Parsons 1950 1960 A sociologia da educação nasce como disciplina autônoma na Europa – influência das ideias de Émile Durkheim. Maior projeção com status de área de conhecimento na Educação. DESENVOLVIMENTO 1º MOMENTO - Até a década de 1960: A educação é concebida como fator de democratização e distribuição de renda – caráter funcionalista. A educação é reconhecida como instância de modernização social. (FERREIRA, 2006) DESENVOLVIMENTO 2º MOMENTO – Décadas de 1960 e 1970 A educação passou a ser vista como um instrumento de manutenção do poder e das desigualdades sociais porque não estava atendendo as expectativas em relação aos seus efeitos sociais de democratização e modernização. Surge um desencantamento em relação à educação por não garantir o desenvolvimento econômico, a estabilidade e a distribuição da riqueza. (FERREIRA, 2006) DESENVOLVIMENTO 2º MOMENTO – Décadas de 1960 e 1970 Sociólogos da educação passam a analisar as razões do fracasso das políticas educacionais baseadas no slogan da igualdade de oportunidades, tendo reconhecido que os planos liberais falharam por terem escamoteado a questão da relação escolaestrutura social, atribuindo à primeira um poder para reformar a sociedade de que ela obviamente carecia. (MÓNICA, 1977) DESENVOLVIMENTO O desenvolvimento econômico atinge seu limite no fim da década de 1960 e no começo de 1970, período que será marcado por profundas crises (crise do petróleo, crise econômica, superprodução). A obra marxiana serve de base à sociologia crítica da educação. Crítica ao modelo funcionalista. A nova Sociologia da Educação (NSE) enfoca a problematização do saber e a crítica às metodologias quantitativas. Críticos reprodutivistas denunciam a educação como mecanismo de reprodução das desigualdades sociais. (FERREIRA, 2006) FASE RECENTE Diferentes modelos interpretativos. Abordagem pós-moderna que contesta os fundamentos da sociologia crítica da educação. Tendência em priorizar análises voltadas para o interior da escola na busca das singularidades e especificidades. Período menos marcado concepção predominante. por uma A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL É por meio da faculdades de Pedagogia, após 1930, que a Sociologia da Educação passa a fazer parte do currículo regular, como foi o caso da Faculdade de Educação da Universidade do Distrito Federal (1937), com Anísio Teixeira. É a partir de 1932 que o ensino de Sociologia é incentivado como forma de preparar as novas gerações para a realidade do país. Entretanto, foi somente no final da década de 1940 que a Sociologia se institucionalizou como um campo específico de conhecimento. (DEMETERCO, 2009) A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL Nos anos 1950-1960, no auge do processo de industrialização baseado na substituição das importações, do avanço do nacionalismo e do populismo, formam-se os primeiros sociólogos. É estabelecida uma relação entre educação e desenvolvimento. Alguns cientistas sociais da USP, nos anos 1960, começam a se interessar pelo tema educação. (DEMETERCO, 2009) A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL Após o Golpe Militar de 1964, a disciplina é suspensa das escolas e universidades e muitos pesquisadores são afastados do seu trabalho e alguns são expulsos do país. A década de 1970 é marcada por estudos quantitativos sobre administração escolar, mas temas como evasão, reprovação e rendimento escolar são pouco considerados. Havia um certo pessimismo em relação ao papel transformador da educação. (DEMETERCO, 2009) A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL Surgem estudos críticos denunciando o quanto o sistema educacional estava a serviço do poder econômico e político. Com a abertura política na década de 1980, consolidam-se os estudos marxistas e os questionamentos sobre o caráter ideológico da educação. (DEMETERCO, 2009) Referências DEMETERCO, S. M. S. Sociologia da Educação. 2. ed. Curitiba: IESDE, 2009. FERREIRA, R. A. Sociologia da Educação: uma análise de suas origens e desenvolvimento a partir de um enfoque da Sociologia do Conhecimento. Revista Lusófona de Educação, n.7 p.105120, 2006. MARTINS, C. B. O que é sociologia? 38. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. MÓNICA, M. F. Correntes e controvérsias em sociologia da educação. Análise Social, v. XIII, n. 52, p. 989-1001, 1977. VIEIRA, E. Sociologia da Educação: reproduzir e transformar. São Paulo: FTD, 1994.