Contabilidade e Análise de Custos

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José Laudelino Azzolin
Tatiane Antonovz
Contabilidade e Análise de Custos
IESDE Brasil S.A.
Curitiba
2013
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escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
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A998c
Azzolin, José Laudelino
Contabilidade e análise de custos / José Laudelino Azzolin, Tatiane Antonovz. - Curitiba, PR : IESDE, Brasil, 2013.
362 p. : 24 cm
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-3036-1
1. Contabilidade. I. Antonovz, Tatiane. II. Título.
13-0871.
CDD: 657
CDU: 657
07.02.13 08.02.13
042698
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José Laudelino Azzolin
Mestre em Administração pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Especialista em Metodologia do Ensino Superior pela
Escola de Administração Fazendária (ESAF). Especialista em Administração Tributária pela ESAF.
Bacharel em Ciências Econômicas pela Fundação de Estudos de Ciências Sociais (FESP).
Professor universitário e auditor.
Tatiane Antonovz
Mestre em Contabilidade pela Universidade
Federal do Paraná (UFPR). Bacharel em Ciências Contábeis pela UFPR. Desempenhou funções de analista contábil na empresa ExxonMobil e Kraft Foods. Atua como professora na Faculdade Estácio de Curitiba, nas matérias de
Laboratório Contábil, Auditoria, Perícia, Custos
e Contabilidade Básica. Atua também como
coordenadora-adjunta na Faculdade Estácio de
Curitiba.
sumário
sumário
mário
15
Introdução à Contabilidade
de Custos e aos conceitos de custos
15 | Introdução
15 | História e evolução da Contabilidade de Custos
19 | A Contabilidade: financeira X gerencial
20 | Contabilidade de Custos
23 | Terminologia em custos
25 | Terminologia comum para as Contabilidades Financeira e de Custos
26 | Esquema básico da Contabilidade de Custos
28 | Campo de aplicação
29 | Conclusão
43
Esquema básico da contabilidade de custos
43 | Introdução
43 | Contabilidade Financeira e de Custos
46 | Contabilidade de Custos
50 | Etapas do processo produtivo
Materiais como componentes de custos
57 | Introdução
57 | Processo de fabricação
59 | Elementos do custo dos materiais
60 | Métodos de controle dos inventários
61 | Estoques
63 | Critérios de avaliação dos estoques
68 | Outros métodos de avaliação dos estoques
71 | Curva ABC
72 | Conclusão
57
87
Mão de obra como componente de custos
87 | Introdução
87 | Apontadoria e folha de pagamento
90 | Os custos da mão de obra
93 | Confronto entre empregado e empregador
94 | Preparação da folha de pagamento
95 | Composição dos encargos – para uma empresa de grande porte
100 | Composição dos encargos – para uma empresa de pequeno porte
104 | Composição dos encargos – para empresas enquadradas no sistema simplificado
107 | Exemplos de cálculos de custos de mão de obra
109 | Conclusão
121
Custos indiretos de fabricação
121 | Introdução
121 | Composição dos custos indiretos de fabricação
124 | Estabelecimento de critérios de rateio
141
Departamentalização
141 | Introdução
143 | Por que departamentalizar?
144 | Esquema completo da contabilidade de custos
sumário
sumário
mário
159
Custeio por ordem ou encomenda
159 | Introdução
160 | Ordem de produção versus produção por processo
164 | Natureza da contabilidade de ordem de produção
165 | Características da contabilidade da ordem de produção
166 | Formulário da ordem de produção
166 | Contabilização do material
167 | Contabilização da mão de obra
168 | Avaliação dos produtos em processo
179
Produção por processo ou em série
179 | Introdução
179 | Controle de custos por processo
180 | Comparação entre custos por ordem e processo
183 | Determinação do custo de produção
186 | Equivalência de produção
189 | Perdas ou estragos
190 | Conclusão
203
Custos conjuntos
203 | Introdução
203 | Produção conjunta
205 | Produtos conjuntos ou coprodutos
206 | Subprodutos
208 | Sucatas
209 | Determinação dos custos
211 | Volumes produzidos
213 | Conclusão
223
Custo-padrão
223 | Introdução
223 | Custo-padrão
226 | As vantagens do custo-padrão
228 | O estabelecimento dos padrões
233 | Análise das variações
238 | Conclusão
251
Custeio por atividade (CBA ou ABC)
251 | Introdução
251 | Os novos paradigmas
254 | ABB/ABM/ABC
265 | Conclusão
279
Análise do custo, volume e lucro
279 | Introdução
279 | Custeio direto e por absorção
285 | A análise do ponto de equilíbrio
291 | Margem de segurança
293 | Limitações à análise
296 | Conclusão
sumário
sumário
mário
307
Formação de preço de venda
307 | Introdução
307 | Aspectos gerais da formação de preços
325
Custo de oportunidade e preço-meta
325 | Introdução
326 | Custo de oportunidade
327 | Custeio por metas
330 | Custo imputado
331 | Fixação do preço
332 | Custos perdidos (sunk costs)
334 | Conclusão
339
Custos para decisão
339 | Introdução
339 | O orçamento
340 | Planejamento orçamentário
341 | Aplicação de um modelo orçamentário
344 | O orçamento no planejamento e controle financeiro
345 | Implantação de um orçamento empresarial
346 | Orçamento – caso prático
352 | Conclusão
Apresentação
Contabilidade e Análise de Custos
O registro de informações sobre as transações comerciais existe desde a época em que as pessoas se utilizavam do sistema de trocas e, segundo
historiadores, existem evidências de registros
contábeis há milhares de anos, remontando às
antigas civilizações. O indicador de sucesso de
um empreendimento era facilmente medido: o
empresário deveria ganhar mais dinheiro com
as vendas do que com os valores que pagava
aos fornecedores.
Com o advento das indústrias, a partir do
século XVIII, porém, surgiu a necessidade de
uma apuração mais detalhada do balanço e da
demonstração do resultado, ensejando, então
o surgimento da Contabilidade de Custos e dos
sistemas de custeio.
Nos países desenvolvidos, novas práticas administrativas, aliadas aos processos de análises de
custos, vêm sendo adotadas nas últimas décadas,
despertando a conscientização dos empreendedores para a importância da otimização dos
índices de produtividade, da diminuição e até
eliminação dos desperdícios, redução dos estoques e contínuo aperfeiçoamento dos processos de produção.
Hoje, o processo contábil, sob a ótica gerencial,
deve dar respostas com mais rapidez, maior
segurança, mais confiabilidade do que antigamente, porque se vive em um mundo onde as
decisões nas áreas empresariais, econômicas e
administrativas, são tomadas em consonância
com a “globalização da economia”.
Este livro apresenta tópicos teóricos e práticos
da contabilidade contemporânea, com o objetivo principal de colaborar para o desenvolvimento das práticas contábeis relacionadas com
assuntos ligados à indústria.
Foram elaborados capítulos para a discussão de
assuntos de extrema atualidade e importância
Apresentação
Contabilidade e Análise de Custos
para os profissionais e estudantes da área
contábil, como os sistemas de custeio por ordem,
em série, padrão e com base nas atividades.
Inclui um capítulo sobre a relação do custo, do
volume e do lucro, com a finalidade de proceder
à análise do resultado econômico e da decomposição do custo e a importância de promover
a análise do break-even, calcular a margem de
segurança e a renda marginal.
Um capítulo foi destinado a determinar o preço
de venda que não pode mais ser objeto de decisões empíricas, mas, decorrente de estudos, de
modo a conhecer os elementos que compõem o
preço de venda, dando ênfase, especificamente,
à carga tributária inserida no preço do produto.
A Contabilidade de Custos, entendida como
gerencial, ao trabalhar diretamente com a
tomada de decisão, cria a necessidade de ser
concebida sob uma abordagem sistêmica para
solucionar os problemas ligados à decisão. Por
isso, é indispensável que o responsável pela
geração das informações utilize e domine certos
conhecimentos originados em outras áreas, tais
como a Economia, a Matemática e Estatística,
pois, só assim, será possível gerar informações
relevantes que envolvem custos. Dessa maneira,
foi inserido um capítulo para tratar do conceito
de custo de oportunidade e do custo-meta,
também conhecido como custo-alvo.
Termina com a apresentação de uma ferramenta
de gestão de custos que é a execução e acompanhamento de um orçamento empresarial, com
a finalidade de realizar um planejamento que
contemple as expectativas geradas pela empresa.
Introdução à Contabilidade de
Custos e aos conceitos de custos
Introdução
Este capítulo apresenta a história, a evolução e algumas das principais
particularidades da Contabilidade de Custos. Sublinha a ideia de que a Contabilidade de Custos prepara informações diferentes para atender a necessidades gerenciais diferentes.
Concebida como um sistema de informações para a gestão, a Contabilidade de Custos é uma ferramenta que ajuda a encontrar respostas a um
grande número de questões que se apresentam no dia a dia de qualquer
empresa. Por isso, o capítulo evidencia a terminologia básica e o esquema
básico da Contabilidade de Custos e descreve seu campo de atuação.
História e evolução da
Contabilidade de Custos
Para a compreensão da história da Contabilidade de Custos é necessário
dividir a evolução dos sistemas de produção em duas etapas:
Sistema familiar, de corporações ou doméstico.
Sistema de produção fabril.
Iniciada na Idade Média e prolongando-se até o final do século XVI, os
sistemas de produção eram conhecidos como “familiar”, “de corporações”
ou “doméstico”.
Nesse sistema, a maioria das necessidades das pessoas era atendida pelos
membros da sua família e seus agregados, apropriado a centros urbanos
restritos, a condições de concorrência limitada e a uma evolução tecnológica
ainda incipiente, que não requeriam sofisticados artifícios contábeis para
registro das operações realizadas ou apuração dos resultados obtidos.
15
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
A maior parte do que um indivíduo necessitava era provido pela própria família que, além de produzir alimentos nas grandes extensões territoriais, construía habitações, cortava madeira para aquecimento, preparava os alimentos e
fabricava os móveis e artefatos domésticos, criava animais para alimentação da
carne e vestuário e desenvolvia, enfim, todas as atividades consideradas essenciais para a sobrevivência. Se algo faltasse, essa necessidade era suprida através
de trocas com vizinhos ou de compras em primitivos e raros postos de vendas.
Acompanhando o aumento da população, o sistema produtivo foi gradualmente se modificando, tornando-se menos simples e limitado e mais
complexo.
Chegou a época dos artesãos, na qual o sistema de produção predominante ficou conhecido como “Sistema das Corporações”, porque os artesãos
se uniam em corporações para se defender de dificuldades econômicas
oriundas de competição ou decorrentes de doenças e da velhice. Nesse sistema, um mestre artesão constituía-se em uma célula básica. Ele possuía uns
poucos ajudantes ou aprendizes, e suas atividades visavam ao atendimento
das necessidades de um mercado local ainda muito limitado.
O mestre artesão, proprietário e contratador dos recursos que utilizava,
dono do próprio negócio, não vendia o seu trabalho; vendia um produto ou
serviço final, sendo, de certa forma, independente.
Com o crescimento dos mercados e das cidades e com a evolução da tecnologia, novos modelos de sistema produtivo começaram a disputar a hegemonia do sistema corporativo.
Surgia, então, um novo personagem: o intermediário. Ele negociava as
encomendas e entregava aos artesões as matérias-primas necessárias. A
crescente limitação das responsabilidades e da independência do mestre
artesão acarretou em uma nova forma dominante de organização econômica: o sistema doméstico.
No sistema doméstico, que prevaleceu até o final do século XVI, as atribuições e a independência do artesão tornaram-se cada vez menos relevantes.
Ele orientava a produção em sua casa, com seus ajudantes e com ferramentas de sua propriedade, mas já não mantinha contatos com o cliente final de
seus produtos e nem era dono das matérias-primas que utilizava.
Acontecia, em consequência, a segunda etapa do desenvolvimento
dos modelos produtivos ocidentais iniciada no século XVII, com a crescente
16
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
predominância do chamado sistema de produção fabril. Nesse sistema, o intermediário, investindo-se no status de um verdadeiro empreendedor, percebeu que o sistema de produção doméstico não era bastante ágil e nem
bastante produtivo para atender a demanda crescente dos populosos centros urbanos em franco desenvolvimento e passou a introduzir mudanças
radicais na estrutura da organização produtiva.
Como empreendedor, levantava os capitais necessários e inventou a fábrica, tirando o artesão e seus ajudantes de casa, transformando-os em assalariados e colocando-os para trabalhar em instalações e com equipamentos
de sua propriedade. O mestre artesão, independente e bem conceituado na
sociedade, transformou-se em feitor ou supervisor de fábrica.
Mesmo assim, até a Revolução Industrial, verificada no século XVIII, só
existia a Contabilidade Financeira que, desenvolvida na era mercantilista,
“foi estruturada para servir às empresas comerciais que apenas compravam
e revendiam mercadorias.” (MARTINS, 1998, p. 19).
Apurava-se o resultado de suas operações com mercadorias na seguinte
disposição:
Estoques iniciais
(+) Compras
(–) Estoques Finais
(=) Custo das Mercadorias Vendidas
Confrontando esse montante com as receitas obtidas por meio das
vendas dos produtos, chegava-se ao lucro bruto:
Vendas
(–) Custo das Mercadorias Vendidas
(=) Lucro Bruto
Do Lucro Bruto, extraíam-se as despesas necessárias à venda dos produtos, ao financiamento das operações e à manutenção da empresa:
Lucro Bruto
(–) Despesas com Vendas (comerciais), Financeiras, Gerais e Administrativas
(=) Lucro ou perda
Como se observa, as formas de registros contábeis eram uma simples roupagem, pois os ganhos e perdas financeiros da humanidade sempre foram,
17
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
de alguma forma, anotados, mesmo em civilizações anteriores à Ocidental. A Contabilidade em forma rudimentar já existia há milhares de anos
como demonstram, por exemplo, os blocos de pedra gravados por antigas civilizações, que trazem registros identificados pelos especialistas
como dados contábeis.
Assim, a Contabilidade Financeira foi estruturada para atender aos objetivos a serem alcançados pela empresa mercantil, em que a administração e
o controle assumiam feição tipicamente financeira e ficavam sensivelmente
simplificados pela dupla função básica de comprar e vender.
Como resultado dessa estrutura, a Contabilidade Financeira, também
chamada de Contabilidade Geral, visava indicar a natureza e a situação do
capital investido em uma empresa (balanço) e relatar as modificações resultantes das atividades operacionais (demonstração de lucros e perdas).
Essa estrutura vigora ainda hoje, tanto que se subordina a rígidos padrões,
mais ou menos universais, para que as informações geradas por essa contabilidade possam ser interpretadas por qualquer pessoa externa à organização.
Esses padrões são fixados pelos postulados, princípios e convenções contábeis, expressos em leis, reconhecidos pelas entidades de classe, analistas
de mercado e outros interessados.
Os métodos de registrar os dados evoluíram ao longo do tempo, acompanhando o crescimento das transações econômicas e recebendo um impulso
notável através das “partidas dobradas” inventadas por um frade veneziano
chamado Luca Pacioli, no século XV.
Apesar desse avanço e dos aperfeiçoamentos, os procedimentos básicos
da chamada Contabilidade Geral, embora satisfatória para a maioria dos fins
externos à empresa, não atendia às necessidades administrativas da nova
célula produtiva – a indústria – cuja gerência financeira revelava aspectos
mais complexos a cada dia.
As indústrias, à medida que se expandiam, diversificavam a sua produção
e experimentavam uma competição crescente, reclamando informações que
a Contabilidade Geral, apesar de sua ininterrupta evolução, não podia gerar.
18
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
Com a Revolução Industrial, a administração dos negócios começou a
reclamar uma Contabilidade de Custos.
A Contabilidade: financeira X gerencial
Segundo Campiglia (1993, p. 397-398), “[...] considerando que a contabilidade financeira (ou fiscal, ou societária, ou geral) é rígida, não permitindo
fugir dos princípios e convenções contábeis”, e que para administrar um negócio ou empresa são necessárias informações consoantes com as necessidades de quem vai tomar decisões gerenciais diferentes, de negócio para
negócio, de empresa para empresa, de uma época para outra, então é necessário criar uma sistemática de tratamento das informações e um conjunto de
relatórios que facilitam a gestão dos negócios.
A Contabilidade Financeira, por refletir, em grande parte, o feitio assumido na época mercantilista, não se mostrava totalmente eficaz, principalmente porque o Fisco já começava a espreitar por sobre os ombros dos contadores, esquadrinhando os seus lançamentos e regulamentando a forma
de calcular os valores sujeitos à tributação, o que se verifica até hoje. Surge,
então, a Contabilidade Gerencial.
Nos relatórios gerenciais, as informações estão dispostas de forma diferente das demonstrações contábeis financeiras e, além disso, não são seguidos rigidamente os princípios e as convenções contábeis (exceto o princípio
da competência, ou seja, o do confronto das despesas e receitas com os períodos contábeis), de acordo com os exemplos a seguir.
1.º exemplo: da disposição diferente das informações
Na Contabilidade Financeira, da receita com vendas do mês são deduzidos os Custos da Mercadoria Vendida (ou dos serviços prestados), resultando
dessa subtração o Lucro Bruto.
No tratamento gerencial, por sua vez, da receita com vendas podem ser deduzidos os Custos Variáveis de Produção. O resultado dessa subtração é a Margem
de Contribuição. Essa informação permite saber quanto se apura (de margem) nas
vendas, para absorver os custos e despesas fixas e resultando, afinal, o lucro.
19
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
Assim, diversamente da Contabilidade Gerencial, na Contabilidade Financeira, os Custos da Mercadoria Vendida são integrais, ou seja, computam
tanto os Custos Variáveis como os gastos indiretos de fabricação fixos.
2.º exemplo: a não observância do Princípio do Custo de Aquisição
ou Formação como Base de Valor
Na Contabilidade Financeira, o custo da mercadoria vendida é o custo da
formação computando, normalmente, o custo médio ponderado do estoque de onde foi baixada aquela mercadoria, atendendo o Princípio Contábil
do Custo de Aquisição ou de Formação.
No tratamento gerencial, o custo variável que entra no cálculo da margem
pode ser o custo de reposição, que certamente é diferente do custo médio
(variável) da mercadoria estocada, de onde são baixados os itens vendidos
no mês.
3.º exemplo: a não observância do Princípio da Entidade e da
Objetividade
Na Contabilidade Financeira, as receitas e custos de uma empresa são separados totalmente das receitas e custos de outra empresa do mesmo grupo
empresarial e, mais ainda, uma empresa não transfere para outra parte de
suas despesas, a menos que haja documento oficial (nota fiscal de serviços,
por exemplo) de uma cobrando da outra empresa.
Os exemplos descritos mostram que a Contabilidade é única para qualquer empresa. Toda a parte conceitual e as técnicas aplicadas não se alteram.
As empresas, no entanto, têm diversos objetivos: a mercancia, a industrialização ou a prestação de serviços, exigindo, em consequência, que a Contabilidade se adapte à atividade desenvolvida pela empresa.
Contabilidade de Custos
Uma indústria é estruturada em unidades, departamentos ou centros de
custo, fabricando, simultaneamente, produtos diferenciados em um ambiente cada vez mais competitivo. Por isso, a atividade industrial exigia o desenvolvimento de uma Contabilidade voltada para dentro, para as necessidades
administrativas internas, e não uma Contabilidade voltada para fora, somente para atender as necessidades externas (governo, acionistas, banqueiros,
fornecedores etc.).
20
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
Dessa maneira, diversas fórmulas foram se estabelecendo para determinar esses valores e, com base dessas fórmulas, surgiram métodos cada vez
mais criteriosos para a avaliação de inventários. A maioria dos historiadores
considera que a adoção de critérios de avaliação de inventário foi o marco
inicial da Contabilidade de Custos propriamente dita. Por isso é comum ouvir-se dizer que a origem do estudo dos custos empresariais está associada à
avaliação dos estoques, procedimento que tem finalidade externa, porém,
uma utilização expressiva de valia gerencial.
Antes do advento da Contabilidade de Custos, certamente existiam
alguns tipos de avaliação de estoques; contudo, a empresa fabril da segunda
etapa da nossa história, muito mais complexa, de propriedade diluída por
um número crescente de sócios e submetida aos rigores crescentes do Fisco,
não podia se contentar com procedimentos primitivos e parciais de atribuição de valores aos estoques.
Nas empresas industriais não se pode assumir que existem apenas estoques daquilo que é comprado pronto (matérias-primas e material indireto)
e, em decorrência, é necessário admitir que, para a adequada apuração dos
resultados de cada período, existem outros estoques: o estoque de produtos
em elaboração e o estoque de produtos acabados.
A avaliação desses estoques exige a apuração e a consolidação dos gastos
envolvidos na produção dos bens estocados. É necessário apurar os montantes de materiais, da mão de obra e de gastos gerais de fabricação aplicados na
produção de cada um desses bens.
Para a definição dos valores descritos, há necessidade de um sistema de registro e acompanhamento, da apropriação e rateio de gastos, como também
complexos lançamentos contábeis e controles paralelos denominados de extraoficiais. Assim, a Contabilidade de Custos, como um complexo e coerente conjunto de técnicas e de procedimentos, começou a tomar forma.
Seguindo o exemplo da Contabilidade Geral, a Contabilidade de Custos
não nasceu completa, porém, entrou em processo evolutivo de constante
aperfeiçoamento que se verifica até os dias de hoje, estando, pois em constante formação.
Atualmente, a Contabilidade de Custos, em todas as atividades empresariais, reflete sua utilidade como instrumento gerencial do planejamento e do
controle e, principalmente, na tomada de decisões.
21
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
A Contabilidade de Custos abrange sofisticados avanços como os de métodos quantitativos e modelos de decisão, produtividade e padrões de desempenho, conceitos de ciências comportamentais, contabilidade de recursos humanos, teoria da curva do aprendizado e conceitos avançados de marketing.
As empresas comerciais ou de serviços têm, modernamente, se empenhado
na utilização dos mecanismos da Contabilidade de Custos, pois ela fornece à
administração grande número de dados para a tomada de decisões diárias, bem
como informações essenciais para as decisões de longo prazo.
A natureza do moderno mundo empresarial é tal que todas as empresas,
quer sejam grandes ou pequenas, industriais ou não, públicas ou privadas,
quer objetivem lucro ou não, exigem uma ampla variedade de dados de
custos para a tomada de decisões operacionais diárias.
A competição global não figurava em nossos dicionários antes dos anos
1980. O novo cenário competitivo aumentou o valor das informações sobre o
desempenho da empresa. A competição, os progressos tecnológicos, a divulgação mais fácil das informações, as novas formas de fazer negócios em uma
empresa de classe mundial mudaram radicalmente as regras de mercado.
Existe um novo e competitivo cenário que afeta significativamente os
sistemas convencionais de custo. O processo de substituição tecnológica vem se acelerando rapidamente. Produtos que demoravam anos para
serem desenvolvidos e permaneciam também por longos anos no mercado, hoje, com o auxílio do processo de automação, nascem e são substituídos no curto prazo, com custo menor e qualidade melhor.
O professor Lopes de Sá (IOB, 1998) afirma que a empresa não pode mais
conservar somente seu destaque de teor jurídico e econômico, ela requer
hoje uma visão maior, uma visão social e humana, precisando ser vista como
uma célula social.
A competição internacional, no período de 1965 a 1973, de acordo com
Harvey (1994), foi intensificada à medida que a Europa Ocidental e, principalmente, o Japão, seguidos de uma gama de países recém-industrializados,
desafiaram a hegemonia dos Estados Unidos. Nessa época predominavam
as ideias de Ford e de Keynes.
O Fordismo, que dá ênfase à necessidade de se conquistar mercados através da redução de custos, perdurou mais de meio século, até o fim da década
de 1960, em um longo período de prosperidade.
22
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
No Fordismo é possível observar que as empresas estão organizadas
dentro de linhas funcionais e a premissa é a de que a experiência e a homogeneidade de tarefas resultam na eficiência, obtendo-se, em decorrência,
uma economia de escala.
Taylor1, ao estudar essa eficiência, segundo Montana e Charnov (1998,
p. 232) “[...] acreditava que só haveria prosperidade econômica com a otimização da produtividade do trabalhador, que, por sua vez, só seria alcançada
se os trabalhadores se tornassem mais eficientes”.
1
Por outro lado, Keynes2, em seus estudos, deu ênfase aos grandes
agregados e a assuntos macroeconômicos. Ele admitia que o “sistema”
poderia ser controlado pelo Governo e que as perturbações da atividade
poderiam ser atenuadas e corrigidas pela interferência do Estado.
2
A especialização, porém, exigia cada vez mais uma forte tendência ascendente dos salários que acabava por superar a evolução da produtividade e,
de acordo com Tavares (1994, p. 23), “[...] reduzia a taxa de lucro e as possibilidades de acumulação a médio prazo”.
Terminologia em custos
De acordo com Martins (1998, p. 24), “[...] produzir é transformar os meios
econômicos em produtos ou serviços possíveis de serem consumidos ou
utilizados”.
O custo dessa transformação ou de produção é o total de custos incorridos
em determinado período, esteja ou não inteiramente acabada. Da obra de Martins (1998) é possível extrair, sumariamente, diversas definições de custos.
Custo da produção acabada: é o total dos custos contidos na produção acabada no período, abrangendo também os custos de produtos
que estavam em elaboração no início do período e foram concluídos
dentro do período.
Custos primários: são os custos elementares ou diretos, ou seja, o valor
da mão de obra direta e do material direto empregado na fabricação.
Custo de transformação: é o total dos custos de produção exceto os
de matéria-prima, material secundário e de embalagem. São custos
23
Frederick W. Taylor (1856-1915)
foi, e é, considerado o pai da
administração científica.
John Maynard Keynes (18831946), economista inglês, é
autor da obra Teoria Geral do
Emprego do Juro e da Moeda,
de 1936.
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
necessários à transformação dos produtos (mão de obra indireta, material de consumo, energia elétrica, combustível etc.).
Além dessas definições, os custos podem ser classificados da seguinte
maneira:
Quanto à sua incidência no produto:
Diretos – são os custos que podem ser facilmente identificados diretamente com o produto, sem necessidade de se efetuar um rateio.
Indiretos – são os custos que não podem ser apropriados diretamente ao produto e, por isso, necessitam de um critério de rateio, que é
atribuição de custos a departamentos ou a produtos calculada sobre
uma base determinada para sua alocação.
Quanto à sua relação com a quantidade produzida:
Custos variáveis – são os que variam diretamente com as quantidades produzidas: a matéria-prima.
Custos fixos – são aqueles que não se alteram com o volume de produção. Em consequência, quanto maior a produção, menor será a parcela do custo fixo a ser atribuído a cada unidade: aluguel da fábrica.
Custos semifixos ou semivariáveis – são os que variam de acordo
com a produção não guardando, porém, relação direta: a energia elétrica que possui uma parcela relativa ao potencial de consumo instalado e outra vinculada ao consumo efetivo.
Além da produção, a Administração de Custos se envolve também com a
distribuição e administração
Os gastos com a distribuição não são atribuídos aos produtos justamente
porque se formam no setor comercial da empresa e incidem sobre o produto acabado e vendido, como comissões. Em decorrência, são atribuídos ao
período, pois são efetuados, após a fabricação, com a venda e expedição do
produto. Esses gastos são absorvidos em cada período, à medida que vão
acontecendo e são designados de despesas.
Também são atribuídos ao período os gastos gerados a partir das ações
que asseguram o funcionamento contínuo da empresa: despesas com a administração, que devem ser mantidas sem dependência direta da relação
básica custo/volume/lucro.
24
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
Gastos do período possuem, em decorrência, caráter financeiro e, como
tal, têm mais afinidade direta com o resultado econômico geral da empresa.
Conceituando melhor: os gastos da empresa empregados para produzir
um produto são chamados de custos (matéria-prima, mão de obra direta,
Custos Indiretos de Fabricação); gastos que ocorrem após a fabricação, por
não se relacionarem com os setores produtivos, são chamados de despesas.
Terminologia comum para as
Contabilidades Financeira e de Custos
Com a finalidade de padronizar a linguagem entre os estudiosos e usuários da Contabilidade, há necessidade de expor uma terminologia básica.
Contabilidade, para Bierman Jr. (apud LEONE, 1995, p. 3), “[...] é a linguagem do negócio e assim o seu principal meio de comunicação.”
Gasto decorre da compra de um produto ou serviço qualquer, gerando, em consequência, um sacrifício financeiro para a empresa (desembolso), sacrifício esse representado pela entrega ou promessa de entrega de ativos, normalmente dinheiro (MARTINS, 1998, p. 25).
Desembolso é o pagamento resultante da aquisição de bens ou serviços e pode ocorrer antes, durante ou depois da entrega dos bens
ou serviços comprados, portanto, pode haver ou não defasagem em
relação ao momento do gasto (MARTINS, 1998, p. 25).
Investimento é o gasto ativado (classificado no ativo) em função de
sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a período(s) futuro(s), também denominado de bens de uso. Todos os desembolsos havidos pela
aquisição de bens ou serviços (gastos) que são classificados nos estoques, portanto no Ativo, para baixa ou amortização quando de sua
venda, seu consumo, desaparecimento ou de sua desvalorização são
chamados de investimentos. (MARTINS, 1998, p. 25).
Custo é um gasto relativo à aquisição de um bem ou serviço utilizado
(consumido) na produção de outros bens ou serviços, por exemplo,
a depreciação de uma máquina que é utilizada no processo de fabricação de bens ou serviços. É o reconhecimento do custo de desgaste
dessa máquina que está classificada como investimento.
25
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
Despesa é um gasto ocorrido em um determinado período e que é lançado pela Contabilidade nesse mesmo período, para fins de apuração do
resultado da empresa, obtenção de receitas. Assim, a despesa é lançada
diretamente na demonstração de resultados de um período e significa,
no momento de sua ocorrência, uma redução da riqueza da empresa.
Perda decorre de um bem ou serviço que foi consumido de forma anormal e involuntária. São exemplos de perdas: desfalque no caixa, perdas
por inundações, greves ou incêndios, perda de veículos em desastre
etc. A perda difere da despesa porque enquanto na despesa ocorre o
consumo para obtenção de receita, a perda não está relacionada à geração de receita.
Ganho é um lucro não relacionado à atividade operacional da empresa, como, a venda de um bem por valor superior ao saldo registrado
na Contabilidade (chamado ganho de capital), ganhos com a variação
cambial etc.
Prejuízo é o resultado negativo de uma transação ou de um conjunto
de transações de um período, o resultado negativo da soma das receitas menos as despesas do período em questão, ou seja, as despesas
suplantaram as receitas desse período.
Esquema básico da Contabilidade de Custos
O objetivo básico da Contabilidade de Custos é classificar, agrupar, apropriar e controlar os custos para determinar os valores do estoque e do custo
do produto vendido. Por isso, é importante identificar as diversas etapas para
apuração dos valores de custos unitários de produção, que são:
separação dos custos e despesas;
apropriação dos custos diretos;
apropriação dos custos indiretos;
cálculo do Custo Unitário e determinação do CPV e Estoque final.
Na etapa de separação de Custos e Despesas é imprescindível o perfeito
entendimento da diferenciação do que é custo e do que são despesas, pois as
despesas são contabilizadas diretamente no resultado, passando portanto,
a serem apresentadas no Demonstrativo do Resultado do Exercício.
26
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
Na apropriação dos custos é necessário que os Custos Diretos (matéria-prima e mão de obra direta) sejam atribuídos a cada um dos produtos elaborados pela empresa. Outros custos considerados diretos, desde que possível, também devem ter apropriação direta aos produtos.
Relativamente à apropriação dos custos indiretos, que são aqueles sobre
os quais se aplica um critério de rateio, deve-se atentar ao Princípio de Causa
e Efeito. O Princípio da Causa e Efeito ordena que o agente causador da
consumação ocorrida, correspondente a determinada variação patrimonial
qualitativa, seja debitado pelo respectivo valor. Em outras palavras, os custos
devem ser atribuídos a quem competem, num linguajar mais descuidado:
quem causou o custo deve arcar com ele.
Finalmente, podem ser apontados os custos totais de produção, que,
dividindo-se pelas quantidades produzidas, resultará nos custos unitários.
Após o cálculo dos custos unitários, multiplicando-se pela quantidade vendida obtém-se o CPV (Custo dos Produtos Vendidos). Esses mesmos valores
unitários multiplicados pelas quantidades remanescentes resultará no valor
do Estoque Final.
Portanto, o custo de um produto é determinado pela soma dos elementos de custos. Para transformar as matérias-primas em produtos são necessários outros esforços, como o trabalho de pessoas, que despendem Mão de
Obra Direta (MOD), a utilização de instalações físicas, as máquinas, a energia
elétrica, os materiais auxiliares, os lubrificantes, a água e gastos com a manutenção e reparos de máquinas etc.
O quadro sinótico a seguir demonstra a equação do custo do produto:
Custo do produto
Custo das matérias-primas aplicadas
Custo de transformação (MOD e outros)
Como os custos de transformação são compostos de dois tipos de custos,
pode-se também afirmar que são três os fatores de custos que compõem o
produto final:
Custo das matérias-primas
Custo do produto
Mão de obra
Outros custos de fabricação
27
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
Para a maioria dos autores, os custos de matéria-prima e mão de obra
direta são chamados de Custos Primários.
Os outros custos são chamados de gastos gerais de fabricação ou gastos
gerais de produção. São também chamados de custos indiretos de fabricação e podem ser classificados em três categorias:
Materiais indiretos – lubrificantes, materiais de limpeza, materiais de
manutenção e de reparos etc.
Mão de obra indireta – salários de supervisores de máquinas e de
pessoas, almoxarifes, vigias, mecânicos de manutenção etc.
Outros custos de produção – aluguel, energia elétrica, água, depreciação de equipamentos e máquinas, seguros, impostos etc.
Campo de aplicação
Até recentemente, a Contabilidade de Custos ou Contabilidade Industrial
era um ramo da Contabilidade aplicada às empresas industriais. Dessa maneira, o campo de aplicação da Contabilidade de Custos abrangia o patrimônio das empresas industriais.
Empresa industrial é aquela cuja atividade característica se concentra na
modificação de matéria-prima em produtos, seja por transformação, beneficiamento, montagem, restauração ou recondicionamento.
Para transformar a matéria-prima, as indústrias de transformação se utilizam de processos mecânico, térmico ou químico. Exemplos: indústrias de
móveis que fabricam mesas, dormitórios, cadeiras etc.; indústrias siderúrgicas que transformam minérios de ferro em lingotes; indústrias petrolíferas
que produzem gasolina, óleo, gás, parafina etc.
A atividade industrial de beneficiamento é a operação que visa modificar,
aperfeiçoar e até mesmo dar uma melhor aparência ao produto sem que
haja transformação. Exemplo: empresas beneficiadoras de arroz que apenas
retiram as cascas e impurezas.
28
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
O produto final das indústrias de montagem de peças resulta da montagem de peças produzidas normalmente pelas indústrias de transformação.
Exemplos: indústrias automobilísticas, de rádios, de aparelhos de televisão,
de relógios etc.
Indústrias de restauração ou recondicionamento são aquelas cuja atividade se concentra na recuperação de produtos usados ou mesmo deteriorados. Exemplo: recauchutadoras de pneus etc.
Atualmente, porém, a Contabilidade de Custos é bem mais abrangente,
pois está voltada para o cálculo e a interpretação dos custos dos bens fabricados ou comercializados ou dos serviços prestados pelas empresas.
A Contabilidade de Custos, cuja função inicial era fornecer elementos
para avaliação dos estoques e apuração do resultado, passou, nas últimas
décadas, a prestar duas funções muito importantes na Contabilidade Gerencial: a utilização dos dados de custos para auxílio ao controle e para tomada
de decisões e, na esfera administrativa, o fornecimento de informações para
o estabelecimento de padrões, orçamentos ou previsões e, a seguir, acompanhar o efetivamente acontecido com os valores previstos.
Conclusão
Estudar os custos de uma empresa é tarefa indispensável a uma boa administração. Hoje, não se concebe a existência de empresas que desconheçam os custos dos seus produtos, a relação destes com outros setores empresariais, e a possibilidade de se efetuar redução dos custos sem alteração
do produto ou da sua qualidade.
Não se pode mais afirmar que a Contabilidade de Custos seja um ramo da
Contabilidade voltado às empresas industriais, tanto que era denominada
de Contabilidade Industrial. Os sistemas de custos mais evoluídos são utilizados tanto nas indústrias como nas empresas mercantis, agrícolas, pecuárias,
bancárias, de prestação de serviços etc.
29
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
Ampliando seus conhecimentos
A história da Contabilidade
(GESBANHA, 2007)
Período Medieval
Na Itália, em 1202, foi publicado o livro Liber Abaci , de Leonardo Pisano.
Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio
etc., tornando o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e
financeiros.
Se os súmeros-babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os
egípcios a regaram, foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita.
Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Contabilidade, denominado “Era Técnica” , devido às grandes invenções,
como moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola etc., que abriram novos
horizontes aos navegadores, como Marco Pólo e outros.
A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo, como consequência das necessidades da
época, o livro-caixa, que recebia registros de recebimentos e pagamentos em
dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos
das relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a pessoas.
O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a consequência natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos
séculos XII e XIII. O processo de produção na sociedade capitalista gerou
a acumulação de capital, alterando-se as relações de trabalho. O trabalho
escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais
complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália,
transformando e fortalecendo a sociedade burguesa.
No final do século XIII apareceu pela primeira vez a conta “Capital”, representando o valor dos recursos injetados nas companhias pela família
proprietária.
30
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
O método das partidas dobradas teve sua origem na Itália, embora não
se possa precisar em que região. O seu aparecimento implicou a adoção de
outros livros que tornassem mais analítica a Contabilidade, surgindo, então, o
Livro da Contabilidade de Custos.
No início do século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos
comerciais e industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de
transporte e dos tributos; juros sobre o capital, referente ao período transcorrido entre a aquisição, o transporte e o beneficiamento; mão de obra direta
agregada; armazenamento; tingimento etc., o que representava uma apropriação bastante analítica para a época. A escrita já se fazia no moldes de hoje,
considerando, em separado, gastos com matérias-primas, mão de obra direta
a ser agregada e custos indiretos de fabricação. Os custos eram contabilizados
por fases separadamente, até que fossem transferidos ao exercício industrial.
Período Moderno
O período moderno foi a fase da pré-ciência. Devem ser citados três eventos importantes que ocorreram neste período:
em 1493, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes
sábios bizantinos emigrassem, principalmente para a Itália;
em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme potencial de riquezas para alguns países europeus;
em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa, emigram para as Américas, onde se radicaram e iniciaram nova vida.
A Contabilidade tornou-se uma necessidade para
se estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o
Novo Mundo representava.
Frei Luca Pacioli. Escreveu
Tratactus de Computis et
Scripturis (Contabilidade
por Partidas Dobradas), publicado em 1494, enfatizando que a teoria contábil do
débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos.
O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da
Contabilidade.
Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre
outras profissões. Deixou muitas obras, destacando-se
31
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
a Summa de Arithmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá, impressa em
Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração.
Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador
das partidas dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na
Toscana, desde o século XIV.
O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A
seguir conceituava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis:
memorial, diário e razão, e sobre a autenticação deles; sobre registros de operações: aquisições, permutas, sociedades etc.; sobre contas em geral: como
abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na
época, eram “Pro” e “Dano “; sobre correções de erros; sobre arquivamento de
contas e documentos etc.
Sobre o método das partidas dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adotada:
“Per “, mediante o qual se reconhece o devedor;
“A “, pelo qual se reconhece o credor.
Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor e, depois, o credor, prática
que se usa até hoje.
A obra de Pacioli não só sistematizou a Contabilidade, como também abriu
precedente para que novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto.
Período Científico
O período científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores consagrados: Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que,
com sua obra La Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche, inicia a nova fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano.
Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento contábil: a primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombarda; a segunda, a Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a
Escola Veneziana, por Fábio Bésta.
Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia
32
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
com a ciência da Administração, e o patrimônio se definia como um direito,
segundo postulados jurídicos.
Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A Contabilidade começou a ser lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809.
A obra de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre
Contabilidade, promovido pelo governo da Áustria, que reconquistara a
Lombardia, terra natal do autor. Além do prêmio, Villa teve o cargo de professor universitário.
Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade,
segundo os quais escrituração e a guarda de livros poderiam ser feitas por
qualquer pessoa inteligente. Para ele, a Contabilidade implicava conhecer a
natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem a matéria
administrada, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento patrimonialista.
Foi o início da fase científica da Contabilidade.
Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre em seus ensinamentos. Demonstrou o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou
muito perto de definir patrimônio como objeto da Contabilidade.
Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem pela primeira vez, em 1923,
definiu patrimônio como objeto da Contabilidade. O enquadramento da Contabilidade como elemento fundamental da equação aziendalista, teve, sobretudo,
o mérito incontestável de chamar atenção para o fato de que a Contabilidade é
muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão.
Os defeitos da escola europeia tiveram como base o peso excessivo da
teoria, sem demonstrações práticas, sem pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado das partidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, principalmente,
na Contabilidade Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar que
a Contabilidade era uma ciência em vez de dar vazão a pesquisa séria de
campo e de grupo.
A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte-americana dentro da Contabilidade.
33
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
Atividades de aplicação
1. No quadro a seguir verifique os diversos eventos anunciados por uma
indústria do setor moveleiro (móveis de madeireira) e:
a) na coluna A, classifique-os em:
Custos (C)
Despesas (D)
Investimentos (I)
b) na coluna B, responda com “sim” ou “não” se houve desembolso.
c) na coluna C, somente para os gastos que corresponderem a custos, responda se é:
Matéria-prima – MP
Material secundário – MS
Material de embalagem – ME
Mão de obra direta – MO
Custos Indiretos de Fabricação – CIF
Gastos
1
Compra, a prazo, de 1 000m3 de madeira.
2
Compra, à vista, de 50 folhas de lixa aplicadas diretamente na produção.
3
Transferência de 20m3 de madeira do almoxarifado para a produção.
4
Pagamento de conta de luz do setor de vendas.
5
Pagamento de conta de água referente ao consumo da fábrica.
6
Pagamento de conta de água referente à Administração.
7
Pagamento de salários e encargos do pessoal da fábrica.
8
Apropriação dos encargos sociais referentes ao pessoal do setor de vendas.
9
Apropriação da folha de pagamentos referente ao pessoal da produção.
10
Compra, a prazo, de lubrificantes para uso imediato nas máquinas da fábrica.
11
Compra, à vista, de 300kg de sacos plásticos para embalar parafusos e porcas.
34
A
C
B
C
Sim
MP
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
12
Transferência para a produção de 10kg de sacos plásticos para embalagem.
13
Depreciação da máquina de escrever do setor administrativo.
14
Depreciação das máquinas da fábrica.
15
Pagamento de fretes e carretos de produtos vendidos.
16
Pagamento de juros de mora sobre duplicatas.
17
Pagamento no Banco, de taxas referentes a talões de cheques.
18
Compra de uma tela a óleo da pintora Sonia Geni, à vista.
19
Apropriação para a fábrica de parte dos honorários da diretoria.
20
Pagamento de refeições do pessoal da área de vendas.
2. Leia o texto a seguir:
Os elementos básicos do custo industrial são: os materiais, a mão de obra
e os Custos indiretos de fabricação.
Os materiais utilizados na fabricação podem ser classificados em:
Matérias-primas – são os materiais principais e essenciais que entram em
maior quantidade na fabricação do produto.
Materiais secundários – são os materiais que entram em menor quantidade na fabricação do produto. Esses materiais são aplicados juntamente
com a matéria-prima, complementando-a ou até mesmo dando o acabamento necessário ao produto.
Materiais de embalagens – são os materiais destinados a acondicionar
ou embalar os produtos, antes que eles saiam da área de produção.
Com base no texto, responda:
a) Quantos e quais são os elementos básicos do custo industrial?
b) Cite dois exemplos de matérias-primas e o tipo de indústrias e
onde são aplicadas.
c) Cite três exemplos de materiais secundários e o tipo de empresas
que as aplicam.
3. Na relação de custos a seguir estão incluídos todos os gastos gerais
de fabricação do mês de janeiro 2002 ocorridos na empresa Indústria
35
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
Madeireira Ltda.: seguro contra incêndio incorrido R$2.100,00; imposto predial R$2.400,00; iluminação do prédio R$2.100,00; depreciação
do edifício R$2.400,00; mão de obra direta R$2.400,00; mão de obra
indireta R$2.100,00; matéria-prima R$3.850,00.
Com base nessas informações, qual é o valor dos gastos gerais de fabricação e dos custos diretos na conta Produtos em Processo?
4. A Cia. Delta possui os seguintes saldos em determinado período
contábil:
Matéria-prima: R$1.000,00;
Mão de obra direta: R$500,00;
Salários referentes à administração: R$400,00;
Manutenção da fábrica: R$80,00;
Energia elétrica consumida pelas máquinas da fábrica, medida
globalmente: R$220,00;
Aluguel do prédio administrativo: R$50,00;
Depreciação da fábrica: R$100,00;
Materiais indiretos consumidos no processo produtivo: R$350,00;
Seguros da fábrica: R$120,00;
Mão de obra relativa aos supervisores das máquinas: R$700,00.
Determine os valores dos custos diretos, dos custos indiretos de fabricação e do custo de produção.
5. Dos itens listados a seguir, quais devem ser contabilizados como
despesas?
a) Matéria-prima, mão de obra, salários da administração.
b) Honorários da diretoria, material direto, telefone.
c) Seguros da área de produção e material direto.
d) Matéria-prima, seguros da fábrica e fretes.
e) Honorários da diretoria e fretes nas vendas.
36
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
Referências
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htm>. Acesso em: 16 jan. 2012.
BRASIL. Lei nº 11.638 de Dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de
1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração
e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: <www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm>. Acesso em: 5 jan. 2012.
BRASIL. Lei 11.941 de 27 de Maio de 2009. Altera a legislação tributária federal relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários [...]. Disponível em:
<www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm>. Acesso
em: 5 jan. 2012.
CAMPIGLIA, Américo Oswaldo; CAMPIGLIA, Oswaldo Roberto P. Controles de
Gestão: controladoria financeira das empresas. São Paulo: Atlas, 1993.
CAMPIGLIA, Américo Oswaldo; CAMPIGLIA, Oswaldo Roberto P. Controles de
Gestão: controladoria financeira das empresas. São Paulo: Atlas, 1994.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa. 3. ed. Curitiba: Positivo, 2004.
FIPECAFI – Cultura contábil, Atuarial e Financeira. Perguntas e respostas – nova
lei das S/A – Lei 11.638/07. Disponível em: <www.cfc.fipecafi.org/faq/faq.pd>.
Acesso em: 16 jan. 2012.
GESBANHA S/A. A História da Contabilidade. Disponível em: <www.gesbanha.
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IOB – Informações Objetivas, Temática Contábil e Balanços – agosto de 1998
– n. 32.
IOB – Informações Objetivas, Temática Contábil e Balanços, Bol 38/99- TC/Bal.
LEONE, George S. G. Curso de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1997.
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37
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WIKIPÉDIA. Henry Ford. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_
Ford>. Acesso em: 15 maio 2008.
Gabarito
1.
Gastos
38
A
B
C
1
Compra, a prazo, de 1 000m3 de madeira.
C
S
MP
2
Compra, à vista, de 50 folhas de lixa aplicadas diretamente na produção.
C
S
MS
3
Transferência de 20m3 de madeira do almoxarifado para a produção.
C
N
MP
4
Pagamento de conta de luz do setor de vendas.
D
S
5
Pagamento de conta de água referente ao consumo da fábrica.
C
S
6
Pagamento de conta de água referente à Administração.
D
S
7
Pagamento de salários e encargos do pessoal da fábrica.
C
S
8
Apropriação dos encargos sociais referente ao pessoal do setor de vendas.
D
N
9
Apropriação da folha de pagamentos referente ao pessoal da produção.
C
N
CIF
MO
MO
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
10
Compra, a prazo, de lubrificantes para uso imediato nas máquinas da
fábrica.
C
N
CIF
11
Compra, à vista, de 300kg de sacos plásticos para embalar parafusos
e porcas.
C
S
MS
12
Transferência para a produção de 10kg de sacos plásticos para embalagem.
C
N
ME
13
Depreciação da máquina de escrever do setor administrativo.
D
N
14
Depreciação das máquinas da fábrica.
C
N
15
Pagamento fretes e carretos de produtos vendidos.
D
S
16
Pagamento juros de mora sobre duplicatas.
D
S
17
Pagamento, no banco, taxas referente a talões de cheques.
D
S
18
Compra de uma tela a óleo da pintora Sonia Geni, à vista.
I
S
19
Apropriação para a fábrica de parte dos honorários da diretoria.
C
N
20
Pagamento, refeições do pessoal da área de vendas.
D
S
CIF
CIF
2.
a) Os elementos básicos do custo industrial são os materiais (matéria-prima e secundários), a mão de obra direta e os Custos Indiretos
de Fabricação.
b) 1.º exemplo: a madeira é matéria-prima para as empresas fabricantes
de móveis.
2.º exemplo: o algodão é matéria-prima para os fabricantes de tecido
que, por sua vez, é matéria-prima para as indústrias de confecção de
roupas.
c) Para fabricar móveis que usa a madeira como matéria-prima, há necessidade de utilização materiais secundários, a saber: parafusos, pregos,
cola, tinta.
3.
Gastos gerais de fabricação (R$)
Seguros contra incêndio
2.100,00
Imposto predial
2.400,00
Iluminação do prédio
2.100,00
Depreciação do edifício
2.400,00
39
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
Gastos gerais de fabricação (R$)
Mão de obra indireta
Total
2.100,00
11.100,00
Custos diretos (R$)
Mão de obra direta
2.400,00
Matéria-prima
3.850,00
Total
6.250,00
4.
Custos diretos (R$)
Matéria-prima
Mão de obra direta
Total
1.000,00
500,00
1.500,00
Custos Indiretos de Fabricação (R$)
Manutenção da fábrica
80,00
Energia elétrica das máquinas
220,00
Depreciação da fábrica
100,00
Materiais indiretos
350,00
Seguros da fábrica
120,00
Mão de obra dos supervisores
700,00
Total
1.570,00
Custo da produção (R$)
Custos diretos
1.500,00
Custos Indiretos de Fabricação
1.570,00
Custos da produção
3.070,00
5. Item A: a matéria-prima e a mão de obra são custos. Logo, questão
prejudicada.
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Item B: material direto é custo. Logo, questão prejudicada.
Item C: tanto seguros da fábrica como material direto são custos. Logo,
questão prejudicada.
Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos
Idem D: matéria-prima e seguros da fábrica são custos. Logo, questão
prejudicada.
Item E: honorários da diretoria e fretes nas vendas são despesas. Assim,
esta é a resposta correta.
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