Principais problemas sanitários, atuais e emergentes, do eucaliptal em Portugal Luís Filipe Bonifácio, E.M. Sousa, M.H. Machado & M.H. Bragança Instituto Nacional Investigação Agrária e Veterinária Quinta do Marquês, 2780-159 Oeiras [email protected] Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 Os Agentes Bióticos Nocivos associados aos eucaliptos podem ser: • Nativos das regiões onde os eucaliptos foram introduzidos. ex: no Brasil, onde há muitas plantas nativas da família dos eucaliptos (Mirtáceas), vários insetos que se alimentam dessas plantas adaptaram-se bem aos eucaliptos e constituem praga. • Organismos originários da região de distribuição natural dos eucaliptos, tendo sido acidentalmente introduzidos onde os eucaliptos são exóticos. Estão bem adaptadas aos eucaliptos e, como exóticas, estão afastadas dos seus inimigos naturais nativos. Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 MH Bragança MH Bragança Carlos Valente MH Bragança MH Bragança C Valente MH Bragança MH Bragança MH Bragança MH Bragança Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 As Doenças associados aos eucaliptos manifestam-se: • Nas Folhas. Doença das manchas das folhas: - complexo de espécies dos géneros Mycosphaerella e Teratosphaeria. • No Tronco. Cancros: - Quambalaria eucalypti (viveiros), - Botryosphaeria dothidea, - Teratosphaeria gauchensis - Diplodia corticola, D. seriata, - Neofusicoccum australe, N. eucalyptorum, - N. algeriense, N. kwambonambiense. Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 1 ano 2 anos Ataques severos causam o enrolamento dos ramos após a desfolha. Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 T. gauchensis (a) Conídios; (b) Cultura pura. (b) Sintomas (c) (c) Necroses nos raminhos; (d) Ramos com cancros; (e) Lesões circulares no tronco. Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 Phoracantha semipunctata associada a Botryosphaeria Exsudação Galeria larvar Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 Carlos Valente Carlos Valente Carlos Valente Carlos Valente Carlos Valente Carlos Valente Carlos Valente Carlos Valente Carlos Valente Carlos Valente Carlos Valente Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 Estão identificados, em Portugal, 11 insetos e 1 ácaro, australianos, que se alimentam exclusivamente de eucalipto e que podem causar danos nas plantas. Ophelimus sp. A maioria das espécies foi detetada na última década. Thaumastocoris peregrinus Blastopsylla occidentalis Glycaspis brimblecombei Ophelimus maskelli No entanto, poucas são pragas! Rhombacus eucalypti Leptocybe invasa Ctenarytaina spatulata Phoracantha recurva Gonipterus platensis Phoracantha semipunctata Ctenarytaina eucalypti Curva cumulativa do nº de artrópodes australianos, fitófagos de eucaliptos, detetados em Portugal Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 Em Portugal, o gorgulho-do-eucalipto (Gonipterus platensis) apresenta duas gerações por ano (Primavera e Outono), sendo nestas alturas do ano que se registam maior quantidade de posturas (ootecas) e de larvas. Prefere as folhas adultas recém-formadas, pelo que os eucaliptos mais suscetíveis ao ataque são os que se encontram em transição de folha jovem para adulta (entre os 2 a 4 anos de idade) e os adultos Os danos são causados quer pelos insetos adultos, quer pelas larvas, podendo levar à desfolha total dos ramos terminais Observação dos sintomas durante todo o ano, preferencialmente, entre janeiro-abril e agosto-novembro Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 1996 1995 Foi detetado em Portugal, no Minho 2,5% 1997 1998 12% 26% Carlos Valente 1999 1996 Iniciou-se projeto para monitorizar a expansão do 2000 inseto e controlar as suas populações 2001 2003 2002 Confirmou-se a presença do gorgulho-do-eucalipto 2003 em todo o território continental 63% 71% 84% 95% 100% Fonte: RAIZ Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 Ana Reis Carlos Valente Carlos Valente Carlos Valente Carlos Valente Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 Luta biológica Luta química Carlos Valente Luta genética Altri Florestal Luta biotécnica Altri Florestal Luis Mota Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 Luta biológica Carlos Valente Luta química Luta genética Luta biotécnica Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 O primeiro meio de controlo utilizado foi a luta biológica com o inimigo natural australiano Anaphes nitens, uma vespa que parasita os ovos do gorgulho e que surgiu naturalmente em Portugal após o seu hospedeiro, o gorgulho-do-eucalipto. Método também usado com sucesso parcial noutros países (e.g. África do Sul e Espanha). Catarina Gonçalves Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 1997 Primeiras largadas inoculativas de Anaphes nitens, com insetos provenientes de Espanha. Carlos Valente 1998 Estabelecimento de uma unidade de criação em massa de Anaphes nitens no RAIZ. 1998 a 2002 Largada em campo de cerca de 300.000 adultos de Anaphes nitens. Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 Luta biológica Luta química ALTRI Luta genética Luta biotécnica Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 2010 - presente Foram para já identificados os produtos Calypso (Bayer) e Epik (Sipcam Quimagro), também experimentados e utilizados na agricultura: Carlos Valente – São eficazes contra larvas e insetos adultos do gorgulho; – Não são perigosos para abelhas nem para Anaphes nitens. Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 Luta biológica Luta química Luta genética ALTRI Florestal Luta biotécnica Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 RAIZ e Altri Florestal procuram selecionar materiais de eucalipto menos suscetíveis à desfolha (mais resistentes ou tolerantes): clones Carlos deValente Eucalyptus globulus, outras espécies ou híbridos. Eucalyptus nitens é uma espécie de eucalipto identificada como menos atacada, mas não reúne as qualidades (florestais e de qualidade da madeira) de Eucalyptus globulus. Carlos Valente Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 Luta biológica Luta química Luta genética Luta biotécnica Luis Mota Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 INIAV testou em túnel de vento e selecionou compostos voláteis do eucalipto com capacidade atrativa para o gorgulho. ALTRI, Carlos INIAV e the Navigator Company Valente testaram a eficácia na atração e captura em armadilhas, colocadas em povoamentos de Eucalyptus globulus afetados. Worshop CAP – Lisboa, 15/11/2016 Muito Obrigado! Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P. Av. da República, Quinta do Marquês, 2780-157 Oeiras, Portugal Tel : (+ 351) 21 440 3500 | Fax : (+ 351) 21 440 3666 www.iniav.pt [email protected]