28 “Em última análise, precisamos amar para não adoecer.” Sigmund Freud PROPOSTA ENEM Com base na leitura dos textos motivadores apresentados e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema A epidemia de aids no Brasil de hoje apresentando proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I Por que a Aids ainda é um problema grave no Brasil? Em um relatório divulgado no dia 11 de julho, a ONU (Organização das Nações Unidas) alertou para o risco de uma ressurgência da epidemia global de Aids – ou seja, uma nova aceleração da propagação da doença. Anualmente, 1,9 milhão de pessoas continuam a ser infectadas pelo vírus do HIV, que causa a doença. No Brasil, o governo diz que a situação está estável. Em comunicado à imprensa, após a divulgação do relatório, o Ministério da Saúde afirmou que há “estabilidade em relação ao número de novos casos de HIV no país”. Eles eram 43 mil novos casos em 2010 e, em 2015, 44 mil, segundo projeções da ONU. Todavia, os dados sobre a infecção pelo vírus e o desenvolvimento da Aids continuam a preocupar. O infectologista José Valdez Madruga, diretor de pesquisa do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids do Estado de São Paulo, alerta para o fato de não haver queda no número de infectados nos últimos anos. Além disso, é possível que o país esteja passando por uma mudança geracional de comportamento em relação à preocupação com o HIV. “Análises preliminares apontam que novas gerações estão iniciando a prática sexual mais cedo, tendo um maior número de parceiros sexuais e utilizando com menor frequência o preservativo em relações não estáveis”, afirma Alexandre Grangeiro, pesquisador do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/08/01/Por-que-a-Aids-ainda-%C3%A9-um-problemagrave-no-Brasil. Acesso em: 02 ago. 2016 (adaptado). PRATIQUE REDAÇÃO Nº 28 2016 Texto II Novos casos de Aids detectados entre 2003 e 2014 42.000 31.500 21.000 10.500 0 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 NEXO Fonte: Boletim Epidemiológico HIV/Aids do Ministério da Saúde Casos de AIDS para cada 100 mil habitantes 18,0 13,5 9,0 4,5 0 1970 1980 1990 Fonte: Cálculos do pesquisador Alexandre Grangeia com dados do Ministério da Saúde NEXO Casos de aids por 100 mil habitantes desde 2003 Sul 34,000 27,500 21,000 14,500 8,000 3 4 5 6 7 8 9 10 Fonte: Boletim epidemiológico de aids do Ministério da Saúde 2015 11 12 13 14 NEXO OSG 6029/16 PRATIQUE REDAÇÃO Nº 28 2016 Texto III Antes referência no tratamento da Aids, Brasil tem remédios obsoletos O lançamento da publicação "Mito vs Realidade: sobre a resposta brasileira à epidemia de HIV e Aids em 2016", pela ABIA (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids) foi um dos destaques da 21ª Conferência Internacional de Aids, em Durban, África do Sul. A publicação sustenta que, no passado modelo para o mundo na resposta à epidemia do HIV e da Aids, o Brasil de 2016 caminha em retrocesso. "O Brasil, que já foi uma referência, agora é um exemplo dessa divisão que existe entre o norte e o sul", disse Richard Parker, que é professor titular de Ciências Sociomédicas e Antropologia e diretor do Centro para Estudos de Cultura, Política e Saúde na Escola de Saúde Pública da Universidade de Columbia, em Nova York. "Mergulhado na pior crise políticoeconômica experimentada desde a fase pós-democratização, o maior país da América do Sul perdeu a capacidade de construir uma resposta à epidemia utilizando o seu maior trunfo: a experiência dos movimentos sociais", diz. "Esse documento que estamos lançando analisa várias faces da epidemia brasileira. Ao contrário do que faz supor um discurso fantasioso baseado no passado da resposta do Brasil à Aids, temos inúmeros desafios", reforçou, no evento, o pesquisador Veriano Terto, coordenador de projetos da ABIA, e um dos autores que assinam textos no documento. Os autores consideram, à luz da atual conjuntura política e econômica no país e no contexto internacional, que há graves ameaças ao programa de acesso a medicamentos no Brasil e à política de direitos humanos. "O estigma que sofrem os soropositivos não é mais discutido nos dias de hoje. A propaganda diz 'teste e viva melhor'. Mas como viver melhor com tanta discriminação, com um tratamento ultrapassado, com o sistema de saúde entrando em colapso?", perguntou Mathew Kavanagh, americano, da Health GAP, uma das entidades que organizaram o evento. Disponível em: http://zip.net/bctrb2. Acesso em: 02 ago. 2016 (adaptado). PROPOSTA UECE/UNIFOR Tendo como base os textos deste Pratique Redação!, discuta, por meio de um artigo de opinião, acerca da persistência dos índices relativos à epidemia de Aids no Brasil, bem como da importância da família, da escola, do governo e de instituições não governamentais no desenvolvimento de ações para a mudança desse panorama. Apresente fatos e argumentos que possam sustentar seu ponto de vista. OSG 6029/16 PRATIQUE REDAÇÃO Nº 28 2016 PROPOSTA FUVEST Texto IV Hoje, vivemos uma mudança de como a Aids é apresentada no Brasil. As últimas políticas anunciadas indicam que o caminho governamental para o enfrentamento passa por duas ordens claras: descubra o mais rápido possível, e não transmita a ninguém. O governo federal investe cada vez mais em ações fáceis, desprezando anos de avanços na concepção de saúde aliada a direitos humanos. Assistimos a propostas curiosas, como o fim do aconselhamento na testagem e a venda de kits de autotestagem em farmácias e outros locais. Um resultado que impacta fortemente a vida de uma pessoa acaba ao lado de sabonetes e cotonetes. Além disto, a sucessiva insistência de transferência do atendimento especializado para a atenção básica e a mudança recente do esquema de medicamentos - fornecendo remédios fortes para a pessoa com diagnóstico positivo, independente do seu quadro de saúde são fatores de culpabilização e de responsabilização à pessoa que vive com HIV ou com Aids. Vivemos um tempo de banalização da própria vida com aumento da violência e dos crimes institucionais, com a ampliação do descaso do Estado e com a queda da intersetorialidade como preceito de saúde pública mais ampla. Vivemos também um tempo de banalização da Aids. Se antes o medo se destacava, e depois venderam a ideia do controle, hoje se nota a estratégia de tornar banal um resultado positivo. A resposta do momento é totalmente medicamentosa. Saúde pública sem direitos humanos respeitados é mero higienismo disfarçado, que gera banalização de coisas sérias e respostas meramente artificiais e limitadas. Diponível em: http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2014/03/30/brasil-vive-tempo-de-banalizacao-da-aids.htm. Acesso em: 03 ago. 2016 (adaptado). Texto V Desde a descoberta dos primeiros casos de aids, as interpretações sobre os modos de infecção do vírus eram pautadas em termos de moralidade. A ideia prevalente de imoralidade e transgressão foi disseminada pela mídia e assimilada pela população, constituindo uma representação social sobre as pessoas que vivem com HIV/Aids. A partir do ano 2000, a Aids começou aos poucos a ser vista como uma doença crônica e não como uma sentença de morte, o que possibilitou que as representações sociais das pessoas que vivem com essa doença refletissem uma visão mais humanizada. Práticas sociais discriminatórias e preconceito com as pessoas que vivem com HIV/Aids são consequências da concepção que perpetua as representações sobre a Aids, vista como decorrência de uma transgressão das regras sociais. O preconceito refere-se a um préjuízo ou pré-conceito elaborado sobre indivíduos e grupos, com atribuição de um valor negativo. Um dos seus efeitos é a discriminação, que se constitui em uma forma de relacionamento desigual e desfavorável dirigida ao grupo e aos seus membros. Apesar das mudanças nas representações sociais da aids, preconceitos e estereótipos relacionados às pessoas que vivem com HIV/Aids ainda continuam presentes na sociedade. Fonte: http://zip.net/bltqzD. Acesso em: 02 ago. 2016. OSG 6029/16 PRATIQUE REDAÇÃO Nº 28 2016 Tendo como base as informações contidas neste Pratique Redação!, e outras que considere relevantes, redija uma DISSERTAÇÃO em prosa, na qual se discuta: A banalização da Aids e a estereotipação do soropositivo no Brasil. Procure argumentar, deixando claro seu ponto de vista sobre o tema. Instruções: • A redação deve ser uma dissertação, escrita de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. • Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível. • Não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. • Dê um título à sua redação. PROPOSTA UNICAMP Imagine-se um jovem médico que, por perceber a reincidência de contaminações ao vírus HIV na comunidade do posto de saúde em que trabalha, procura conscientizar os pacientes sobre informações acerca da epidemia de Aids no Brasil, bem como dos métodos de prevenção possíveis. Por considerar o meio impresso o mais confiável para tal fim, escreva um PANFLETO que será entregue aos pacientes em consultas médicas, se possível utilizando informações deste Pratique Redação!, orientando sobre a importância de ações de prevenção contra a doença. Proposta ITA Considerando a imagem a seguir, redija uma dissertação em prosa, sustentando um ponto de vista sobre o assunto. Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/_7Hm6gLxwAIg/RkucKEu61yI/AAAAAAAAABM/nfIjKu3uQZk/s320/chargeaids+copy.gif. Acesso em: 02 ago. 2016. OSG 6029/16 PRATIQUE REDAÇÃO Nº 28 2016 Instruções: • A redação deve ser feita na folha a ela destinada, respeitando os limites das linhas, com caneta azul ou preta. • A redação deve obedecer à norma-padrão da língua portuguesa. • Dê um título à sua redação. Na avaliação de sua redação, serão considerados: a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o assunto; b) coesão e coerência do texto; e c) domínio do português-padrão. FAB-Rev.: GER OSG 6029/16 PRATIQUE REDAÇÃO Nº 28 2016 Anotações OSG 6029/16 PRATIQUE REDAÇÃO Nº 28 2016 OSG 6029/16