FACULDADE MERIDIONAL – IMED CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DENTÍSTICA ALINE CASA ANÁLISE ESTÉTICA INTRAORAL PARA REABILITAÇÃO DO SORRISO PASSO FUNDO 2014 ALINE CASA ANÁLISE ESTÉTICA INTRAORAL PARA REABILITAÇÃO DO SORRISO Monografia apresentada à Unidade Avançada de Pós-graduação da Faculdade Meridional (IMED) Passo Fundo - RS, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Dentística, sob a orientação do Prof. Dr. Simone Beatriz Alberton da Silva. PASSO FUNDO 2014 ALINE CASA ANÁLISE ESTÉTICA INTRAORAL PARA REABILITAÇÃO DO SORRISO Monografia apresentada à Comissão Julgadora da Unidade Avançada de Pós-graduação da Faculdade Meridional (IMED) – Passo Fundo – RS, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Dentística. Aprovada em 06/08/2014. BANCA EXAMINADORA ________________________________________________ Prof. Dr. Simone Beatriz Alberton da Silva – Orientadora - CEOM ________________________________________________ Prof. Me. Nelson Geovane Massing - CEOM ________________________________________________ Prof. Me. Cristiano Magagnin - CEOM Passo Fundo 2014 AGRADECIMENTOS A Deus, que abre todos os dias uma porta e me guia pelo caminho certo. A um serzinho que esteve ao meu lado todos os momentos e me faz cada dia mais feliz, Felícia. Aos meus colegas que foram como uma família nesse período. A minha colega Brunna Costa Curta pelos momentos ótimos que passamos na clínica e troca de experiências. Minha alma gêmea de amor pelos animais. Aos professores pelo ensinamento e amizade. Ao meu eterno namorado Geancarlo Mezzomo, simplesmente porque divide comigo todos os momentos, alegrias, tristezas, ganhos, perdas, me abraça quando precisa, me dá uma dura quando é necessário. “Um sorriso não custa nada, mas muda tudo. Enriquece aqueles que o recebem sem empobrecer aqueles que o dão. Dura apenas alguns segundos, mas sua lembrança fica para sempre. Ninguém é tão rico ou poderoso, que possa privar-se dele, e ninguém é tão pobre que não possa proporcioná-lo. Um sorriso gera felicidade no lar, fortalece os negócios e é uma marca palpável da amizade. Ele alivia o cansaço, alegra os desanimados, anima os melancólicos e é o melhor antídoto natural contra as dificuldades. Porém, ele não pode ser comprado, mendigado, emprestado ou roubado, pois não tem valor algum até que seja revelado. Algumas pessoas já estão muito cansadas de sorrir para você. Dê a elas seu sorriso, pois ninguém precisa de um sorriso tanto quanto aquele que não o tem mais para dar”. P. John Faber RESUMO A face é a parte do corpo do ser humano de maior exposição, e através das expressões faciais é que se demonstram sentimentos. A boca, por sua vez, é por onde se exibe a expressão mais sublime e importante que se pode demonstrar a expressão de felicidade através de um sorriso. A busca por profissionais qualificados que possam devolver as características dentais de um indivíduo ou tornar estético o sorriso vem aumentando. Para a satisfação do paciente, que a cada consulta torna-se mais exigente, o profissional deve não somente dominar os tipos de materiais mais apropriado para a realização das restaurações, mas, estar familiarizado com os princípios básicos da estética oral. O objetivo deste trabalho foi, através de uma revisão de literatura, listar alguns dos critérios para guiar o profissional durante a devolução de um sorriso agradável e equilibrado ao paciente no decorrer de um tratamento restaurador. Os fatores responsáveis pela obtenção de um sorriso harmonioso são: linha média e linha interincisiva, eixo dental, limite do contorno gengival, linha papilar, nível do contato interdental, dimensões dentais, características básicas da forma dental, textura de superfície, configuração da borda incisiva, linha do sorriso. Palavras-chave: Estética oral. Sorriso agradável, Sorriso harmonioso. ABSTRACT The face is the part of the human body for increased exposure and through facial expressions is that they show feelings. The mouth in turn, is where it displays the most sublime and important expression that can demonstrate the expression of happiness through a smile. The search for qualified professionals who can return the dental characteristics of an individual or make aesthetic smile is increasing. For patient satisfaction, that each query becomes more demanding, the professional must not only master the types of materials most suitable for the realization of the restorations, but be familiar with the basic 2 of esthetics. The objective of this work was, through a literature review, list some criteria to guide the professional during the return of a pleasant and balanced patient smiling during a restorative treatment. The factors responsible for achieving a harmonious smile are: mean and interincisal line, dental axis, limit the gingival contour, papillary line, the interdental contact level dental dimensions, basic characteristics of dental shape, surface texture line, configuration incisive edge, smile line. Keywords: Oral Aesthetic. Nice Smile, Smile harmonious. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Linha interincisal............................................................................................. 12 Figura 2 – Eixos dentários................................................................................................ 13 Figura 3 – Limite do contorno gengival........................................................................... 14 Figura 4 – Linha papilar.................................................................................................... 16 Figura 5 – Nível do contato interdentário......................................................................... 16 Figura 6 – Linha dos pontos de contato........................................................................... 17 Figura 7 – Proporções e dimensões dos dentes anteriores................................................ 17 Figura 8 – Formato dental................................................................................................. 20 Figura 9 – Textura de superfície....................................................................................... 21 Figura 10 – Linha incisal com formato de prato fundo.................................................... 23 Figura11 – Sorriso alto, sorriso médio, sorriso baixo....................................................... 24 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 09 2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................... 11 2.1 LINHA INTERINCISIVA E LINHA MÉDIA............................................................ 11 2.2 EIXO DENTAL............................................................................................................ 12 2.3 LIMITE DO CONTORNO GENGIVAL..................................................................... 13 2.4 LINHA PAPILAR........................................................................................................ 15 2.5 NÍVEL DO CONTATO INTERDENTAL................................................................... 16 2.6 DIMENSÕES DENTAIS............................................................................................. 17 2.7 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA FORMA DENTAL......................................... 19 2.8 TEXTURA DE SUPERFÍCIE...................................................................................... 21 2.9 CONFIGURAÇÃO DA BORDA INCISIVA.............................................................. 22 2.10 LINHA DO SORRISO............................................................................................... 23 3 CONCLUSÃO................................................................................................................ 26 REFERÊNCIAS................................................................................................................ 27 9 1 INTRODUÇÃO Ao longo da evolução humana, os padrões de beleza sofreram alterações como um reflexo das características sócio-culturais de cada população e sua época. Atualmente, não diferente, com a valorização da qualidade de vida, da maior exposição do indivíduo, seja pelas redes sociais ou pelo apelo constante da mídia, bem como pela competitividade do mercado, entre outros fatores, acaba resultando num aumento no nível de exigência, e o “parecer belo” esteticamente torna-se importante para a maioria das pessoas, se não para todas. Extrações múltiplas e próteses rudimentares dominaram o tratamento odontológico até metade do século XIX. Isso começou a ser modificado com Charles Merry, em 1858, que inventou um aparelho capaz de girar uma broca com o poder de cortar os dentes. Mais tarde, James Morrison adaptou o instrumento impulsionando com o pé e em 1872, a Companhia S.S. White aperfeiçoou o sistema acionando por eletricidade, permitindo maior precisão, menos desconforto e tempo. A história da odontologia deixa claro, que o atendimento oferecido às pessoas passou de artesanais a mecânicos. (BARATIERI et al., 2004). Com o conhecimento de que a doença cárie pode ser reduzida ou totalmente evitada, a necessidade restauradora tem diminuído. (BARATIERI et al., 2004). Quando se encontra alguma irregularidade no sorriso ou impulsionado apenas pelo anseio de aprimorar a visão deste, cada vez mais pacientes buscam procedimentos estéticos e cosméticos em consultórios. Esses pacientes desejam um sorriso harmonioso e agradável, não apenas para si, mas também para a sociedade. Todos querem um sorriso natural, bonito e que seja universalmente admirado. Assim, o profissional é desafiado diariamente, uma vez que nem todas as situações clínicas são as ideais. (RODRIGUES et al., 2010). Morfologia não se mede, observa-se, embora se pode fazê-la com medições visuais através de enquadramentos e comparações. Proporção é a maneira de compreender a leitura dentária e facial. (CÂMARA, 2006). Quando se avalia a beleza natural dos arcos dentários, observa-se a presença de uma relação matemática 1:1.618, chamada de Proporção Divina ou Dourada. Esta composição harmônica gera beleza e bem-estar para a percepção humana fornecendo equilíbrio e simetria. Muitos artistas usaram a Proporção Dourada em seus trabalhos, 10 como Da Vinci, o qual retrata esta proporção em várias situações. (GALLÃO et al., 2009a). A Proporção Divina também se faz presente na natureza, na anatomia do corpo humano, em arquitetura, em inúmeras situações em que estiver presente o sentimento de harmonia e beleza. Plantas, animais e humanos, apesar das diferenças tangíveis, mostram uma relação desta proporção. (GALLÃO et al., 2009b). A simetria é uma característica estética. A simetria estática é baseada em um equilíbrio absoluto de ambos os lados, tornando-se uma simetria cansativa, não agradável. Quando a Proporção Divina está presente, existe uma simetria dinâmica com qualidade para estimular o observador, tornando a Odontologia Estética um ramo criterioso na decisão do tratamento. Assim torna-se importante criar proporções harmoniosas entre largura dos maxilares e dentes anteriores. (GALLÃO et al., 2009a). Os dentes são considerados os protagonistas do sorriso, devendo passar por criteriosa avaliação e planejamento. São os incisivos centrais que transmitem as características como força, energia, autoridade, magnetismo, apatia ou retração. (MEDEIROS, 1999). Sucintamente, a palavra estético é usada para definir o belo sob o ponto de vista da forma e do contorno e a cosmética visa o efeito artístico, usando artifícios que valorizem as partes externas do corpo e objetos, através de adornos e tintas. Após o paciente ser analisado como um todo, passa a ser avaliado por segmentos. O rosto é objeto de admiração e expressa os sentimentos, defini-lo como belo torna-se subjetivo uma vez que a beleza está nos olhos de quem vê. (MEDEIROS, 1999). Entretanto, diante da subjetividade e da dificuldade de determinar ou descrever o conceito de beleza, esse trabalho objetiva fornecer critérios para facilitar essa visualização, buscando de forma prática a obtenção de parâmetros a fim de reabilitar esteticamente o paciente odontológico. 11 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 LINHA INTERINCISAL E LINHA MÉDIA A coincidência da linha média facial e da linha média dental influencia tanto na harmonia facial como na reabilitação estética. A linha média é quem determina a simetria do arco dental. Uma linha desviada pode ser percebida pelo paciente. (MEDEIROS, 1999). A melhor referência para definir a linha média facial é o centro do lábio superior ou o filtro labial, e o elemento para identificar a linha média dental é a linha interincisal superior. Qualquer inclinação mesiolateral dos incisivos superiores faz com que a linha interincisal não seja confiável. Nesses casos, o ponto de referência será a papila entre os incisivos centrais superiores. Uma variação de até 4 mm não é perceptível, embora 80% dos pacientes preferem uma relação exata entre as duas linhas. (FRADEANI, 2006). Rodrigues et al. (2010) selecionaram um homem e uma mulher para avaliar a influência de variações estéticas na atratividade do sorriso. Dentre os critérios para efetuar este estudo, os dois indivíduos deveriam possuir idades entre 20 e 28 anos e sorrisos o mais próximo às normas da literatura. Estes indivíduos foram fotografados para a obtenção de fotografias faciais. Estas foram alteradas digitalmente, e, a partir do sorriso ideal controle, foi realizado cinco variações de normas de beleza. As fotografias foram avaliadas por dois profissionais especialistas em Dentística Restauradora e dois avaliadores leigos. Quando se trata de desvio de linha média os autores tiveram como resultado, quando avaliados pelos profissionais, que em sorrisos com desvio de linha média de 2 a 3mm comprometem a atratividade do sorriso em ambos os gêneros, já o gênero feminino, quando avaliado pelos leigos, os desvios de linha média de 2 a 3mm foram julgados atraentes. Com isso, a presença de pequenos desvios podem ser aceitos, porém o grau de percepção varia entre a habilidade dos observadores. 12 Figura 1- Linha interincisal Fonte: Câmara (2006, p. 4) Nomando et al. (2009) elaboraram uma pesquisa, com o intuito de avaliarem o grau de percepção do desvio de linha média superior e da angulação incisal do arco superior entre ortodontistas e leigos, assim como a influência da visualização clínica do filtro labial como referência morfológica para esse diagnóstico. Para a realização desse estudo utilizaram a fotografia de um paciente do gênero feminino e produzidas alterações na linha média dentária de 1 em 1mm, até 4mm. Também foram realizadas alterações nas angulações incisais, de 5 em 5mm até 15mm para o lado esquerdo. Essas imagens produzidas foram recortadas formando um grupo aparecendo o filtro labial e outro sem. Após, foram avaliadas por 24 ortodontistas e 24 indivíduos leigos. Como resultados, os autores obtiveram que, os ortodontistas foram capazes de detectar desvios da linha média a partir de 2mm e da angulação incisal a partir de 5 graus, enquanto leigos só detectaram como inaceitáveis desvios a partir de 3 ou 4mm dependendo da presença do filtro labial na imagem analisada e 10 graus de alteração angular dos incisivos. A visualização do filtro labial na fotografia influenciou, embora suavemente, somente a avaliação dos examinadores leigos. 2.2 EIXO DENTAL Corresponde aos eixos dentários, as inclinações e angulações dos dentes anteriores. Existem muitas medidas-padrão para esses eixos, porém cada tratamento deve obedecer a um padrão morfológico e estético individual. Os dentes anteriores, assim como os posteriores, apresentam angulação positiva do eixo vestibular da coroa clínica, onde esse se posiciona mesialmente a porção gengival. As angulações 13 aumentam a partir dos incisivos centrais superiores em direção aos caninos. Já as inclinações diminuem em direção aos caninos. (CÂMARA, 2006). Variações no eixo dental e na linha média são frequentes e nem sempre influenciam no resultado estético. (MAGNE, BELSER, 2012). Rodrigues et al. (2010) observaram em sua pesquisa que as angulações dos incisivos laterais não trazem prejuízos a atratividade do sorriso em ambos os gêneros dos pacientes de acordo com os avaliadores leigos porém, esta avaliação foi mais crítica para os avaliadores especialista em Dentística, principalmente no sorriso feminino. Desta forma incisivos laterais com angulações excessivas do longo eixo dental podem comprometer a estética do sorriso, leves alterações são aceitáveis. Figura 2– Eixos dentários Fonte: Câmara (2006, p. 4) 2.3 LIMITE DO CONTORNO GENGIVAL O limite do contorno gengival deve seguir o tamanho dos dentes, sendo que o limite gengival dos caninos deve estar mais alto do que os incisivos laterais e estes mais ou menos na mesma altura dos incisivos centrais superiores. O limite do contorno gengival é representado pelo Zênite gengival, o ponto mais apical do tecido gengival. (CÂMARA, 2006). O Zênite é o ponto mais apical do contorno gengival do dente, geralmente localizado mais para distal do centro do dente, devendo sempre ser respeitado durante o preparo para receber uma restauração. (CONCEIÇÃO et al, 2007). Em um estudo, Feul et al. (2011) avaliaram a percepção de 80 profissionais de odontologia e 80 avaliadores leigos. Neste estudo avaliou-se a fotografia de um paciente do gênero feminino jovem e sorrindo. Foram feitas alterações simétricas na altura gengival dos incisivos centrais e laterais, produzindo um plano gengival ascendente progressivamente. Para a avaliação da fotografia foi alterado a altura da margem 14 gengival dos incisivos mantendo a altura dos caninos constantes para que assim as alterações pudessem ser avaliadas a partir da fotografia inicial com plano gengival harmonioso. Em uma das fotos a alteração realizada foi a margem do incisivo central superior reduzida 2mm e a do incisivo lateral superior aumentada em 0,5mm em relação aos caninos. Na segunda fotografia a alteração foi a margem do incisivo central superior reduzida em 4mm e do lateral aumentada em 1mm em relação aos caninos. Os avaliadores deveriam apontar a foto mais agradável tendo 90 segundos para avaliar cada foto sem retornar a anterior. Os resultados que os autores obtiveram foram que, ao grupo de avaliadores leigos a escolha da fotografia que mais agradou teve a prevalência do plano gengival harmonioso, no grupo de dentistas houve prevalência significativa pela aprovação do plano gengival harmonioso, nenhuma seleção da foto com o plano gengival ascendente e um baixo percentual na opção com o plano gengival reto. No mesmo estudo foi comparado o grau de percepção estética entre os grupos de dentistas e leigos onde se encontrou maior percepção estética no grupo dos avaliadores dentistas. Estes achados revelam que alterações iguais ou superiores a 2mm devem ser levadas em consideração já que são vistas como antiestéticas pelos pacientes ainda que nem sempre possa identificar o problema. Figura 3– Limite do contorno gengival Fonte: Câmara (2006, p. 5) Num relato de caso clínico, Costa et al. (2005) avaliaram um paciente que compareceu ao consultório com duas queixas. A primeira referia-se ao comprimento do canino esquerdo ser menor que o homólogo e a segunda era em relação a restaurações amareladas nos incisivos laterais. Para o planejamento do caso foram realizadas 15 fotografias e modelos de estudo. Em análise desses modelos de estudo e fotos, observou-se que o contorno gengival dos incisivos centrais e caninos se encontravam assimétricos em relação aos lados direito e esquerdo da boca. Com base na literatura iniciou-se o tratamento com um procedimento periodontal para correção do contorno gengival e limitando o Zênite. Numa segunda etapa realizou-se clareamento dentário e após deu-se início ao tratamento restaurador mediante um enceramento diagnóstico para que assim sejam devolvidas as dimensões de largura e comprimento dental restabelecendo um equilíbrio entre dentes e lábio e consequentemente lábio e face. 2.4 LINHA PAPILAR A papila interdental é classificada como um tecido gengival queratinizado; na região anterior seu formato é piramidal, ocupando o espaço localizado entre dois dentes adjacentes e localizada coronalmente à crista óssea alveolar e junto ao ponto de contato. A ausência das papilas torna as ameias gengivais abertas desencadeando problemas fonéticos, impacção alimentar e desconforto estético. (KOVALIK et al., 2011). Na gengiva jovem saudável os espaços interdentais são fechados por um tecido que forma as papilas. Falta de higiene bucal e doença periodontal podem alterar essa estrutura gengival. É possível compensar essa perda por meio de procedimentos restauradores. (MAGNE; BELSER, 2012). Essa linha é formada pela ponta das papilas gengivais que se localizam entre caninos, incisivos laterais e incisivos centrais superiores. Não existe uma altura padronizada dessa relação. A altura ideal seria uma linha paralela à linha formada pelos pontos de contato. A papila entre os incisivos centrais superiores preenche metade do tamanho desses dentes, em condições normais. Esse padrão repete-se para incisivos laterais e caninos. (CÂMARA, 2010). A papila gengival entre os incisivos centrais superiores é muito importante; ela forma a linha interincisiva que determina a linha média dos dentes. Geralmente, existe uma discrepância acentuada entre a linha média facial e a linha interincisiva, causando assimetria no sorriso. (FRADEANI, 2006). 16 Figura 4- Linha papilar Fonte: Câmara (2010, p. 7) 2.5 NÍVEL DO CONTATO INTERDENTAL O contato nos dentes ântero-superiores dá-se a partir do canino. O contato entre caninos e incisivos laterais é mais alto do que o contato entre o incisivo lateral e o incisivo central. Esses pontos devem ser justos e a linha que os une paralela à linha incisal quando não houver uma discrepância entre tamanho, formato e angulação dos dentes. Quando esses contatos se derem em uma área ao invés de um ponto, considerase o local mais apical como referência para o ponto de contato. (CÂMARA, 2010). Figura 5- Nível do contato interdentário Fonte: Câmara (2006, p. 5) 17 Figura 6- Linha dos pontos de contato Fonte: Câmara (2010, p. 7) 2.6 DIMENSÕES DENTAIS Conforme a variação de indivíduo para indivíduo, ao desgaste natural dos dentes torna-se difícil proporcionar números para definir a dimensão dental adequada. Para tal, teoremas matemáticos têm sido propostos como a Proporção Áurea e a Percentagem Áurea para determinação dos espaços mesiodistais, sendo aplicado ao tamanho visto frontalmente. Simetria, dominância e proporção estão relacionadas à altura e largura do dente. A concordância com essa regra resultaria em redução excessiva do arco maxilar e compressão dos laterais. (MAGNE; BELSER, 2012). Figura 7– Proporções e dimensões dos dentes anteriores Fonte: Câmara (2006, p.7) A percepção de largura de um dente é influenciada pela forma, especialmente pelos ângulos interincisivos. Dificilmente, encontram-se números áureos em dentes anteriores, sendo que os incisivos laterais e os caninos apresentam ângulos interincisivos abertos, gerando a percepção de redução, parecendo ser mais estreitos do que realmente são, proporcionando a ilusão de Proporção Áurea, dominada pelos incisivos centrais. (MAGNE; BELSER, 2012). 18 Quando o dentista for fazer um tratamento estético, é importante respeitar a proporção individual entre altura x largura dos dentes. O incisivo central é o dente dominante na formação do sorriso e tem uma proporção de altura x largura de 75 a 80%. Valores abaixo de 65% darão uma aparência estreita ao dente e acima de 85% torna o dente muito curto ou quadrado. O inciso lateral apresenta uma proporção altura x largura de 60 a 65%. Deve-se ainda estar atento aos três planos de inclinação do dente, o terço cervical, médio e incisal. (CONCEIÇÃO, 2007). Quando se observa um indivíduo sorrindo frontalmente, ele apresenta um sorriso agradável quando, a partir da linha média, existe uma relação de largura do incisivo central superior, incisivo lateral superior e canino superior de 1,618, 1 e 0,618. (CONCEIÇÃO, 2007). As dimensões gerais do dente não estão relacionadas com a estatura do indivíduo. A largura e comprimento dentais são maiores para homens em relação às mulheres. Os incisivos centrais são mais largos do que os caninos 1 a 1,5mm. Os caninos são mais largos que os incisivos laterais 1 a 1,5mm. Os incisivos centrais e caninos possuem altura de coroas parecidos com uma variação de 0,5mm, e este, 1 a 1,5mm mais longos que os incisivos laterais. (MAGNE; BELSER, 2012). Efeitos de ilusão de óptica podem ser utilizados para mascarar as dimensões dos dentes. Pode-se ter a ilusão de um dente mais estreito escurecendo as proximais deslocando as arestas proximais para mesial e realçar as linhas verticais, aumentando as ameias vestibulares. Para uma largura maior que a real pode-se aplainar a superfície vestibular, deslocar as arestas para as proximais, realçar as linhas horizontais e diminuir as ameias. (HIRATA, 2011). Al-Marzok et al. (2013) analisaram modelos dentários de 49 pacientes da Malásia a fim de avaliar as relações existentes entre a largura e a altura da coroa clínica do dente e assim investigar a ocorrência da Proporção Dourada dos dentes anteriores da maxila. Nesta comparação da relação entre largura e altura do incisivo central, lateral e canino com a proporção dourada de 0,618 o estudo revelou que havia uma diferença significativa não havendo diferença entre grupos étnicos. A proporção dourada não foi encontrada em nenhum dos modelos dos pacientes selecionados, sendo que, ao devolver a estética aos dentes dos pacientes a percepção de beleza deve ser considerada, pois nem sempre a Proporção Dourada faz-se presente. Miraglia et al. (2002) com o intuito de verificar a relação existente entre as distâncias mésiodistal e gengivoincisal dos incisivos centrais superiores, realizaram um 19 estudo com base em 100 indivíduos com ausência de assimetria facial e as medidas obtidas através da régua trubyte tooth indicator. Esta régua mede a largura da face entre os zigomas e o comprimento entre a linha do cabelo e o gnátio. Para medir a largura e comprimento das coroas dos incisivos e caninos foi utilizado um compasso de ponta seca. Os autores obtiveram como resultado que 100% dos pacientes avaliados apresentavam diferença significativa entre as medidas como 0,49mm para a distância mésio-distal e de 0,69mm para a distância gengivo-incisal. 2.7 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA FORMA DENTAL A forma dental ideal para uma restauração é aquela do dente natural do paciente. Quando não se podem usar como referência os dentes homólogos, deve-se abrir mão de meios que possam auxiliar na determinação da forma dental perdida. A forma do rosto, algumas características psicológicas, gênero e idade do paciente podem auxiliar a devolver a forma dental. Referências diretas como modelos de gesso, fotografias podem ser usados para essa finalidade. Não existe uma forma dental exata para ser aplicada com êxito em todos os casos. (BARATIERI et al., 2004). Os incisivos centrais e laterais são parecidos tanto na anatomia quanto funcionalmente. São utilizados para o corte e cisalhamento. Suas características básicas são um contorno mesial da coroa reto ou levemente convexo (incisivos superiores), com ângulo mesioincisivo arredondado nos incisivos laterais. Os incisivos centrais possuem contorno distal da coroa mais convexo do que o contorno mesial. A curvatura e inclinação variam conforme o dente e o ângulo distoincisivo é arredondado. O contorno da coroa dos incisivos pode apresentar-se arredondado ou até irregular, mostrando-se geralmente reto devido ao desgaste funcional. A erosão e o desgaste aceleram o envelhecimento, suavizando as características tão marcadas da face vestibular, resultando em perdas mecânicas, estéticas, funcionais. (MAGNE; BELSER, 2012). Os dentes naturais exibem muitos formatos, mas podem ser classificados em três formas: quadrado, triangular e ovóide. Na maioria dos casos a morfologia dental tem alguma similaridade com a morfologia facial. (BARATIERI et al., 2004). O formato quadrado apresenta contorno reto, cristas verticais bem desenvolvidos e distribuídos uniformemente sobre a superfície vestibular. A crista marginal e a central são bem equilibradas dividindo a superfície em terços. (BARATIERI et al., 2004). 20 Os dentes triangulares, na maioria dos casos, apresentam uma depressão na superfície vestibular, a crista central não é bem desenvolvida e as cristas marginais são bastante pronunciadas. (BARATIERI et al., 2004). Os dentes ovóides, a crista central é bem desenvolvida e espessa, as cristas marginais praticamente não existem, elas formam um ângulo redondo que se dirige para a superfície adjacente. (BARATIERI et al., 2004). Figura 8- Formato dental Fonte: Magne (2012, p. 75) Quando se fala de incisivos laterais, percebe-se rapidamente a semelhança com os incisivos centrais; eles diferem pelo tamanho reduzido e ângulos mesioincisivos mais arredondados. Podem apresentar variação na forma sendo comum encontrar pacientes com incisivos laterais conóides. (MAGNE; BELSER, 2012). Os caninos são mais espessos vestibulolingualmente devido ao maior desenvolvimento do cíngulo. Seu contorno mesial é levemente convexo. O ângulo de transição linear é bem desenvolvido como um pequeno lóbulo. O contorno distal da coroa é côncavo assemelhando-se a um pré-molar. A borda incisiva da coroa é acentuada pela ponta da cúspide que segue a orientação do centro da raiz. (MAGNE; BELSER, 2012). Quando a forma do dente é alterada, a direção e reflexão da luz que incide sobre os dentes também mudam. Superfícies mais planas e lisas refletem mais luz, parecem mais largas, amplas e mais próximas. Superfícies arredondadas e irregulares refletem a luz para os lados, parecendo mais estreitas, menores e mais distantes. As cristas ajudam a definir a superfície vestibular dos dentes ântero-superiores numa área importante para reflexão de luz. Essa área pode variar de forma, tamanho e local denominada área plana. Modificações nessa área podem alterar o comprimento e largura aparente dos dentes. (BARATIERI et al., 2004). Com o objetivo de analisar a percepção estética entre estudantes de Odontologia e seus pacientes quanto a cor e forma dos dentes, França et al. (2010) realizaram uma 21 pesquisa com 60 alunos de Odontologia e 60 pacientes. Numa primeira etapa foram dispostas placas dos dentes ovóides, quadrados e triangulares nas cores 1C, 1D, 1E, 4A, 2A, 3E, 2B, 1A, e 4B num mostruário com os códigos vedados. Na segunda etapa questionou-se ao estudante juntamente com o paciente qual a forma de dente escolheria para confeccionar a prótese. Após escolhida a forma, eram apresentadas as cores para serem escolhidas. De acordo com a pesquisa, 46,7% dos alunos e 51,7% dos pacientes têm por preferência o formato ovóide dos dentes. Em relação à cor, 31,7% doa alunos e 55% dos pacientes preferem a cor A1 por ser a cor mais clara. 2.8 TEXTURA DE SUPERFÍCIE A textura superficial está intimamente ligada à cor através do brilho, influenciando diretamente. Dentes com textura acentuada, como em dentes jovens, fazem com que reflitam mais luz parecendo mais claros. Com o passar da idade, os dentes perdem essa textura, diminuindo a reflexão de luz, dando a impressão dos dentes serem mais escuros. Os elementos que determinam essa textura estão dispostos na superfície dentária, orientados horizontal e verticalmente. (MAGNE; BELSER, 2012). O componente horizontal é resultado das linhas de crescimento ou linhas de Retzius, ou também conhecidas como periquemácias, os quais partem como listras paralelas delicadas na superfície do esmalte. (MAGNE; BELSER, 2012). Figura 9- Textura de superfície Fonte: (Magne, 2012, p. 82) A texturização superficial vertical é definida pela segmentação superficial em diferentes lóbulos. (MAGNE; BELSER, 2012). 22 A textura superficial pode ser usada para gerar efeitos ilusórios de tamanho. Componentes horizontais acentuados farão o dente parecer maior ou menor, já componentes verticais acentuados farão o dente parecer longo ou estreito. (MAGNE; BELSER, 2012). 2.9 CONFIGURAÇÃO DA BORDA INCISIVA O tamanho do dente é importante não só para a estética dental, mas também para a estética facial. Num caso em que apenas um dente precisa ser restaurado, basta reproduzir o comprimento do dente homólogo. Porém, quando todos os dentes ânterosuperiores forem comprometidos não encontramos referências para a determinação do tamanho real da porção perdida. Nos casos em que não há referências no dente homólogo, o profissional deverá lembrar a relação entre o lábio superior e a porção exposta do dente. Quanto mais expostas estão as margens dos dentes, mais jovem parece o paciente. Na juventude a margem incisal dos incisivos superiores é aproximadamente 2 a 3mm abaixo da linha do lábio superior em repouso. Com o passar dos anos, a margem incisal encontra-se desgastada e não está exposta. A exposição do incisivo central superior foi calculada cerca de 1.91mm para homens e 3.40mm para as mulheres. (BARATIERI et al., 2004). Quando os pacientes se encontram na meia idade, essas referências mudam para cerca de 1.26mm para homens e 3.37mm para mulheres, tudo isso devido a abrasão incisal ou a perda do tônus perioral, proporcionando uma exposição cada vez maior dos incisivos inferiores. (FRADEANI, 2006). Essa linha segue as bordas dos dentes ântero-superiores. Em pacientes jovens, numa vista frontal, as bordas incisais dos incisivos centrais devem estar abaixo dos incisivos laterais e caninos lembrando o formato de um prato fundo. Geralmente, a linha incisal está relacionada com a idade, sendo que seu desgaste ocorre com o tempo. Não somente o desgaste altera o desenho da linha incisal; mas também a linha cervical, o tamanho dos dentes, inclinações dentárias, fatores eruptivos e inclinações do plano oclusal. O termo utilizado quando a linha da borda incisal encontra-se em forma de “prato invertido” é sorriso invertido. Outros termos são utilizados para descrever a linha incisal como arco do sorriso, curvatura incisal, asa de gaivota. (CÂMARA, 2010). 23 Figura 10- Linha incisal com forma de prato fundo Fonte: Câmara (2010, p. 6) O ideal é que a borda incisiva fique paralela ao lábio inferior com as incisais levemente afastadas ou tocando suavemente o lábio inferor. Isso é possível quando o lábio inferior faz uma curvatura natural, com os cantos da boca voltados para cima e a linha incisiva acompanhando essa curvatura; devido a isso, os dentes devem criar uma forma de “prato fundo”. (CÂMARA, 2006). Rodrigues et al. (2010) afirmam em seu estudo que a presença de linha do sorriso reta e invertida levou a diminuição da percepção estética de acordo com os avaliadores leigos e os profissionais especialistas em Dentística, ainda que foi julgada como menos estética a linha do sorriso reversa em comparação a reta, devendo o cirurgião-dentista estar informado das variações de sorriso aceitáveis para transpor em seus tratamentos. 2.10 LINHA DO SORRISO Representada pela borda inferior do lábio superior. Esta linha é responsável pela exposição dos dentes superiores. Durante o sorriso, a borda inferior do lábio superior deve coincidir com a margem gengival do incisivo central superior. Um sorriso torna-se aceitável esteticamente com a exposição de até 2mm de tecido gengival. Uma maneira simples de classificar a linha do sorriso que é o relacionamento entre incisivos superiores e o lábio superior é através da altura- alto, médio, baixo. Deve-se estabelecer um limite de 2mm acima e abaixo da margem gengival estabelecendo as três classes de 24 altura do sorriso. Sendo assim, uma diferença de 4 mm torna-se motivo para que pacientes procurem tratamento. (CÂMARA, 2010). A altura do sorriso é influenciada pela idade e gênero do paciente. Quanto mais velho, maior tendência a apresentar o tipo baixo, informação clinicamente relevante, pois sorrisos altos tendem a tornar-se médios com o passar dos anos e sorrisos baixos tornam-se cada vez mais baixos. (CÂMARA, 2010). O gênero influencia na altura do sorriso. Mulheres apresentam uma tendência de linha do sorriso média em 55,9% e alta 37,7% dos casos, já os homens, apresentam a linha do sorriso média 54% e baixa 23,8% dos casos. A linha do sorriso é considerada fator importante na avaliação da estética oral. São comuns tratamentos ortodônticos finalizados comprometidos pela altura do sorriso. A integração das especialidades odontológicas precisa ser ampliada para intervir na solução de problemas estéticos bucais. (CÂMARA, 2010). O lábio é uma estrutura que se altera com o tempo, não sendo um parâmetro confiável devendo o clínico utilizar alguns critérios para avaliação como o paralelismo do plano incisal com a linha interpupilar, independente da curvatura do lábio superior. (FRADEANI, 2006). Figura 11- Sorriso alto, sorriso médio, sorriso baixo Fonte: Câmara (2010, p. 11) Suzuki et al. (2011) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a influência da quantidade de exposição gengival na estética do sorriso. Nesse estudo utilizaram duas fotografias extrabucais e uma intrabucal. As fotografias foram manipuladas e criadas cinco diferentes exposições de gengiva: 0mm, 1mm, 3mm, 5mm e 7mm de exposição gengival que vai da margem gengival dos incisivos centrais superiores 25 posicionada até o contorno inferior do lábio superior. Após, essas fotografias foram entregues a dentistas e leigos para que as avaliassem. Como resultados os sorrisos com exposições gengivais de 0mm, 1mm, 3mm, 5mm e 7mm, as médias das notas atribuídas foram, respectivamente: 6,6; 6,2; 5,0; 3,5 e 2,9. Concluindo que de acordo com os resultados obtidos os níveis de exposição gengival de 0mm e 1mm apresentaram as maiores notas médias, porém sem diferença estatística entre si (p>0,05). Os graus de exposição gengival de 3mm, 5mm e 7mm foram considerados menos estéticos, recebendo notas menores e decrescentes. 26 3 CONCLUSÃO Em resposta a evolução dos padrões e beleza e ao nível de exigência sóciocultural da sociedade, a Dentística vem cada vez mais se aprimorando em técnicas de avaliação e métodos de abordagem. Dentre os inúmeros critérios utilizados, através de uma revisão de literatura, elegem-se como mais relevantes a linha interincisal e linha média, limite do contorno gengival, dimensões e formas dentais, configuração da borda incisiva e linha do sorriso que ainda podem ser complementados por outros critérios, a depender da necessidade individual do paciente, e também contribuir positivamente, como eixo dental, linha papilar, contato interdental e textura de superfície. Além disso, e somado ao anteriormente exposto, não esquecer que o conceito de beleza obedece não somente as características fenotípicas de cada população, e é a capacidade artística, habilidade técnica, conhecimento e principalmente a avaliação subjetiva correta do Cirurgião Dentista no momento de decidir o plano de tratamento a ser desenvolvido, é que irão encurtar a distância entre a expectativa do paciente e sua satisfação ao término do tratamento. 27 REFERÊNCIAS AL-MARZOK, M. I. et al. 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