Word Pro - 22M1Por_2009_pro.lwp

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CENTRO EDUCACIONAL SIGMA ::
2ªsérie
LÍNGUA PORTUGUESA
2.2
1º período
[...]
Leia atentamente o texto a seguir e responda às questões 1 e 2.
JUIZ — Assim, meu povo! Esquenta, esquenta!...
Cena XVII
Entram Manuel João e José.
MANUEL JOÃO — Aferventa!...
MANUEL JOÃO — Deus esteja nesta casa.
TOCADOR, cantando — Em cima daquele morro
MARIA ROSA — Manuel João!
Há um pé de ananás
ANINHA — Meu pai!...
Não há homem neste mundo
MANUEL JOÃO para José — Faça o favor de entrar.
Como o nosso juiz de paz.
TODOS — Se me dás que comê,
ANINHA, à parte — Meu Deus, é ele!
Se me dás que bebê,
MARIA ROSA — O que é isto? Não foste para a cidade?
Se me pagas as casas,
MANUEL JOÃO — Não, porque era tarde e não queria que
este sujeito fugisse no caminho.
Vou morar com você.
MARIA ROSA — Então quando vais?
MANUEL JOÃO — Amanhã de madrugada. Este amigo
dormirá trancado naquele quarto. Onde está a chave?
MARIA ROSA — Na porta.
MANUEL JOÃO — Amigo, venha cá. (Chega à porta do
quarto e diz:) Ficará aqui até manhã. Lá dentro há uma cama;
entre. (José entra.) Bom, está seguro. Senhora, vamos para
dentro contar quantas dúzias temos de bananas para levar
amanhã para a cidade. A chave fica em cima de mesa;
lembrem-me, se me esquecer. (Saem Manuel João e Maria Rosa.)
(Martins Pena. O juiz de paz da roça. São Paulo: Martin Claret, 2006.)
JUIZ — Aferventa, aferventa!...
(Martins Pena. O juiz de paz da roça. São Paulo: Martin Claret, 2006.)
A comédia O juiz de paz da roça explora a caricatura de
personagens e situações para provocar o riso da platéia ao
mesmo tempo em que aponta aspectos reprováveis em
diferentes setores da sociedade brasileira da época. Que
crítica à sociedade brasileira fica implícita no desfecho da
peça? Explique sua resposta.
QUESTÃO 4
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
QUESTÃO 1
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Nas comédias de Martins Pena, o tom de farsa apresenta-se
em situações cômicas simples, derivadas do engano e da
coincidência, que se armam às vistas da platéia. Que
coincidência determina a comicidade da cena transcrita?
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
QUESTÃO 2
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Criador da comédia brasileira, Martins Pena é reconhecido
como o primeiro autor teatral a desenvolver temas nacionais
naquilo que eles têm de mais específico e autêntico. A prisão
e o recrutamento obrigatório de José refletem um fato
político da época em que a peça foi escrita. Que fato foi
esse?
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto o poento caminheiro.
— Como as horas de um longo pesadelo
QUESTÃO 3
Cena última
Os mesmos e os que estiveram em cena.
JUIZ — Sejam bem vindos, meus senhores.
(Cumprimentam-se.) Eu os mandei chamar para tomarem uma
xícara de café comigo e dançarmos um fado em obséquio ao Sr.
Manuel João, que casou sua filha hoje.
Que se desfaz ao dobre de um sineiro.
(Álvares de Azevedo.)
Vocabulário
Fibra: fio; força de ânimo; energia.
Dobre de um sineiro: som do sino, que, geralmente, é sinal de
morte.
Passamento: morte.
TODOS — Obrigado a Vossa Senhoria.
Poento: poeirento, coberto de pó.
[...]
(A) Transcreva, das estrofes, as comparações ou metáforas
para o plano físico da vida.
JUIZ — Bom. (Para os outros:) Vamos arranjar a roda. a
noiva dançará comigo, e o noivo com sua sogra. Ò Sr. Manuel
João, arranje outra roda... Vamos, vamos! (Arranjam as rodas; o
Escrivão entra com uma viola.) Os outros senhores
abanquem-se... Sr. Escrivão, ou toque, ou dê a viola a algum dos
senhores. Um fado bem rasgadinho... bem choradinho...
(B) Levando em conta a resposta ao item anterior, explique
a concepção de morte do eu lírico.
AVALIAÇÃO DISCURSIVA DE LÍNGUA PORTUGUESA :: 1º período | 2ª SÉRIE :: ENSINO MÉDIO | 22M1Por_2009_pro.lwp
PÁG. 1
CENTRO EDUCACIONAL SIGMA ::
(A) Na frase "Só falta batizá-la, dar-lhe nome cristão",
ocorrem dois pronomes pessoais. Explique por que não
se empregou duas vezes o mesmo pronome, já que, nos
dois casos, o pronome é complemento do verbo.
QUESTÃO 5
Nova canção do exílio
Um sabiá
na palmeira, longe.
(B) Na última frase do primeiro parágrafo, o pronome
pessoal lhe indica posse. A oração "quem lhe percorre
os corredores" significa "quem percorre os seus
corredores". Retire do texto outro pronome pessoal
indicando posse.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
QUESTÃO 7
Vozes na mata,
Observe os pronomes destacados na cena descrita a seguir.
e o maior amor.
Quando Juana entra, a princípio não a reconheço, pois ela
caminha para mim contra um fundo rútilo, a grande janela por
onde jorra a luz do sol. (...) Está sem chapéu: julgo ver-lhe nos
cabelos negros vagos reflexos azulados. Ou tudo será obra de
minha fantasia? Porque já começo a encará-la em termos de
pintura. Fico a fazer-lhe o retrato, bem nessa postura. Desejo
vivamente que este minuto se prolongue. É melhor que ela não
fale, não se mova. Vamos fixar na tela esta imagem de humana e
profunda beleza.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde tudo é belo
(Erico Veríssimo. Saga. Porto alegre, Globo, 1969. p. 119.)
e fantástico,
(A) Todos os pronomes destacados são de terceira pessoa.
Classifique-os e identifique a função sintática de cada
um deles na ordem em que aparecem no texto.
só, na noite,
seria feliz.
(B) A que se referem, respectivamente, os pronomes
demonstrativos encontrados nos seguintes trechos:
"Fico a fazer-lhe o retrato, bem nessa postura" e em
"Desejo vivamente que este minuto se prolongue"?
(um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
Leia o texto a seguir e responda às questões 8, 9 e 10.
voltar
Carros letrados
para onde tudo é belo
A turma atrás do balcão do cartório do 1º Ofício de Notas,
em Copacabana, acha que carro sabe ler.
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
É o que se supõe com a placa que avisa à freguesia:
"Transferência de telefones e veículos, só com a presença do próprio".
o longe.
(Carlos Drummond de Andrade.)
(A) A palavra "exílio" – que significa expatriação – conota
outros significados no poema de Drummond.
Considerando a leitura global do texto, que sentidos as
palavras só e longe atribuem ao "exílio" do eu lírico?
(B) O texto de Drummond dialoga com a famosa "Canção
do exílio", de Gonçalves Dias. Transcreva, do poema
de Drummond, um trecho que expresse a concepção
idealizada do lugar para onde o eu lírico imagina
voltar, presente nos dois poemas.
QUESTÃO 6
Um gaiato, esta semana, quis saber como fazia para subir
com seu jipe ao segundo andar, onde funciona o cartório.
(Ancelmo Góis. O Globo, Rio de Janeiro,19//9/2002.)
QUESTÃO 8
(A) O texto faz uma crítica ao sentido produzido pelo
emprego equivocado de um pronome no texto de uma
placa. Que pronome é esse?
(B) O jornalista usa a ironia para destacar o sentido
construído pelo emprego equivocado do pronome. Que
ironia é essa?
QUESTÃO 9
Leia o texto a seguir e responda ao que se pede.
Texto I
O mistério da casa
PRESTE ATENÇÃO À SUA CASA. Ela tem alma, é
praticamente uma pessoa. Só falta batizá-la, dar-lhe nome
cristão. Afinal ela fala, suspira, arfa, reclama. Faz quase todos os
ruídos do seu dono. Quer ter, à força, a sua cara. Sua linguagem
simbólica está a serviço de quem lhe percorre os corredores.
A casa tem personalidade própria. Basta olhá-la para
dizer com quem se parece. Seu jeito, em geral, é moldado pela
mulher que faz uso de suas dependências. Há séculos a casa
vincula-se ao destino feminino, a quem cabe esculpir o cotidiano.
E não é a mulher que passa em revista os quartos, o quintal? Zela
pelo patrimônio da sociedade? É natural, pois, que esta casa lhe
siga os passos, adote seu repertório.
(Nélida Piñon.)
(A) O que, do ponto de vista da gramática normativa,
explica o sentido construído pelo jornalista e pelo dono
do jipe a partir do emprego equivocado do pronome?
(B) O conhecimento do contexto e a identificação (pelo
absurdo da interpretação sugerida pela nota de
Ancelmo Góis) de um equívoco no emprego do
pronome permitem imaginar o que os funcionários do
cartório pretendiam informar. Que sentido eles queriam
dar para o texto da placa?
QUESTÃO 10
Reescreva o texto da placa, garantindo que ela tenha o
sentido pretendido pelos funcionários do cartório.
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2ªsérie
2.2
LÍNGUA PORTUGUESA
1º período ::
24/3/2009
QUESTÃO 1 (1,0)
QUESTÃO 2 (0,5)
QUESTÃO 3 (1,0)
QUESTÃO 4
(A) (0,8)
(B) (0,6)
QUESTÃO 5
(A) (0,6)
(B) (0,5)
Número de erros
TOTAL
Descontos
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QUESTÃO 6 (1,0)
(A)
(B)
QUESTÃO 7 (1,0)
(A)
(B)
QUESTÃO 8 (1,0)
(A)
(B)
QUESTÃO 9 (1,0)
(A)
(B)
QUESTÃO 10 (1,0)
Número de erros
TOTAL
Descontos
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