ÚLTIMO SÁBADO BEM-VINDO! A Sala de Estar – onde recebemos os convidados Mantenhamos firmemente a nossa esperança, porque Deus é fiel, e nada falhará do que promete.(…) Ainda mais um pouco e aí teremos aquele que há-de vir. Não se demorará! Hebreus 10: 23 e 37 Dois actores em palco, Vladimir e Estragon, na berma de uma estrada, à espera de alguém chamado Godot. Não o conhecem pessoalmente, nem têm qualquer informação sobre ele. Só se anunciam a sua chegada… que nunca acontece. Este é o simples e absurdo enredo da peça À Espera de Godot, de Samuel Beckett. O autor desmentiu que se referisse ao regresso de Cristo a esta Terra, mas a atitude destes dois homens vale uma reflexão sobre a situação de quem verdadeiramente espera e anuncia esse evento. MAIS DO QUE UMA VISITA Existe uma antiga expressão portuguesa, presente numa canção popular, que diz: Seja bem-vindo quem vier por bem. Ela exprime o sentimento natural de só desejarmos receber em nossa casa quem nos quiser bem, e não mal, obviamente. No domingo passado, falando do hall, dissemos que é o local onde recebemos os desconhecidos. Pois bem, a sala é o local da nossa vida onde recebemos os nossos amigos, todos aqueles com quem temos um relacionamento mais íntimo. O relacionamento é tanto mais íntimo, quanto maior for a naturalidade e o à vontade com que se sintam em nossa casa. Nesse aspecto, Jesus, o Senhor de toda a casa da nossa vida, deseja sentir-Se, não como um convidado ocasional, mas sim como o Amigo mais íntimo que recebemos. Aliás, Ele próprio nos convida a abrir-Lhe a porta, para que, através do Espírito Santo, nos visite e permaneça connosco (Apocalipse 3:20). Mas não é nesta Terra, ainda, que ficaremos para sempre com Ele. No episódio do Monte da Transfiguração (Mateus 17:1-13), Jesus apareceu em glória a três discípulos, com Moisés e com Elias. Pedro, maravilhado com a visão, lançou uma ideia: construir três cabanas, uma para cada um dos seres gloriosos, para que habitassem naquele lugar. Jesus recusou, advertindo-os de que só poderiam relatar o que tinham visto após a Sua ressurreição e revelando-lhes que o segundo Elias, anunciador do Messias, era João Baptista. Ou seja, Jesus deixou claro que não é nesta Terra, ainda com pecado, que estabelecerá o Seu reino e que seria missão dos Seus discípulos, como a de João Baptista, anunciar o que viram e ouviram sobre Ele. ENCONTRO DE AMIGOS Jesus olha para cada um de nós como um amigo, que Ele ama, com quer ter um relacionamento íntimo, com quem quer passar tempo, nesta Terra e na Eternidade. É Jesus quem Se dirige aos Seus seguidores como amigos: pelos quais deu a vida, que fazem a Sua vontade e aos quais dá testemunho do amor do Pai (João 15:13-15). Então, se não é nesta Terra, na sua condição actual, que Jesus ficará com os Seus amigos, mas se deseja uma relação próxima com eles, para onde os levará? Na resposta a esta pergunta está o centro da mensagem adventista – o anúncio da segunda vinda de Jesus ao planeta Terra, resgatando os seus amigos fiéis para mil anos no Céu e uma Eternidade na Nova Terra. É tão importante que os amigos de Jesus compreendam bem esta mensagem que Ele deixou, na Sua Palavra, um verdadeiro guia, para que não existam dúvidas sobre o que vai acontecer, como vai acontecer e quais os sinais de que realmente vai acontecer, no momento do Seu aguardado regresso. Não há razões para, tal como os personagens que aguardam Godot, estarmos à espera de alguém que não sabemos quem é, nem quando nem como virá. Se assim fosse, o mais certo seria chegar ao ponto de duvidar de que esse momento chegará, o que, infelizmente, acontece a muitos daqueles que perdem a fé. Oro para que isso nunca nos aconteça – nem a mim, nem a ti! A espera que Jesus deseja é activa. Ele exorta-nos a conhecê-l’O, através das Escrituras, para que não sejamos ignorantes sobre a realidade do Seu regresso. Ele espera que anunciemos, a todo o mundo, que está, cada dia, mais perto a Sua vinda. UM SÉRIO AVISO! Não seja bem-vindo quem não vier por bem! Jesus não quer que ninguém seja apanhado desprevenido quanto à Sua segunda vinda. Da mesma forma, Ele não deseja que ninguém se deixe enganar, quando o Seu inimigo a tentar simular. Por isso, no sermão profético (Mateus 24), no qual enuncia os sinais dos tempos do fim, por três vezes Jesus adverte quanto aos perigos dos falsos cristos e dos falsos profetas, que até os Seus escolhidos tentarão enganar. Sobre este grande engano do mal, Ellen White afirma: Como acto culminante no grande drama do engano, o próprio Satanás personificará Cristo. A igreja tem há muito tempo professado considerar o advento do Salvador como a realização das suas esperanças. Assim, o grande enganador fará parecer que Cristo veio.(…) Mas o povo de Deus não será desencaminhado. Os ensinos deste falso cristo não estão de acordo com as Escrituras. (…) E, demais, não será permitido a Satanás imitar a maneira do advento de Cristo.(…) Apenas os que forem diligentes estudantes das Escrituras, e receberem o amor da verdade, estarão ao abrigo dos poderosos enganos que dominam o mundo. (Grande Conflito, pp.501 e 502) Chegará o dia em que os que amam Jesus terão, não só de pregar o regresso de Jesus, mas também de desmascarar a simulação desse regresso. Nesse dia, em que os sentidos e os sentimentos convencerão a humanidade a aceitar a mentira e o engano, só o conhecimento da Bíblia e a inspiração do Espírito Santo serão a garantia da verdade. GUIA DE SALVAÇÃO O teu amigo Jesus quer ter um relacionamento íntimo contigo, já hoje. Ele deseja também que te prepares para o Seu regresso glorioso. Aqui ficam as respostas a algumas perguntas, que poderás ter sobre este regresso, respondidas pelo próprio Jesus, na Sua Palavras, a Bíblia. 1. Cristo vai mesmo voltar? Sim, porque Ele prometeu! – João 14:1-3 2. De que modo vai Cristo voltar? Pessoal e fisicamente. – Actos 1:11 3. Quem verá a Segunda Volta? Todos os seres humanos. – Apocalipse 1:7 4. Virá Ele de forma secreta? Não. De forma evidente e universal. – Mateus 24:30-31 5. O que significa: “Virá como o ladrão na noite”? Virá de surpresa, não em segredo. – I Tessalonicenses 5:2-4 6. Qual o objectivo da Segunda Vinda de Jesus? Fazer justiça. – Apocalipse 22:12 7. O que vai acontecer aos justos? Serão elevados até Cristo. – I Tessalonicenses 4:1617 8. E aos ímpios? Serão destruídos. – II Tessalonicenses 2:8 9. O que vai acontecer à Terra? Será destruída e recriada. Apocalipse 16:18-20 e Apocalipse 21:1. 10. Quando acontecerá? Está próximo, mas só Deus sabe. – Mateus 24:33 e 24:36 Estuda estes textos, memoriza o seu significado, partilha-os com os teus amigos. Deus promete que nunca desamparará os que procuram conhecê-l’O (Salmo 9:10). Agarra esta promessa! IMITANDO, MAS PARA MUDAR A borboleta-vice-rei encontrou uma forma muito original de se proteger. Esta borboleta tem um sabor agradável para os predadores; mas, ao sentir-se ameaçada, toma o padrão e a coloração da borboleta-monarca, que é tão amarga que eles a recusam. Chama-se a esta capacidade dos animais – de alterarem a sua aparência para sua sobrevivência – mimetismo, uma prova de que, apesar da decadência que o pecado trouxe à criação e às criaturas de Deus, Ele as fez tão perfeitas que as dotou da capacidade de desenvolver meios para lutar contra um ambiente que se lhes tornou naturalmente hostil. Só que, neste ambiente, também os predadores naturais possuem esta capacidade, como é o caso da pequena aranha-saltadora, que se faz assemelhar a uma formiga para se aproximar das suas presas e atacá-las, quando já é tarde para perceberem a diferença. É este o modo de agir do predador do homem, inimigo de Deus e, logo, teu inimigo. Nestes exemplos da vida animal, o que os animais conseguem é alterar a sua aparência, mas não a sua natureza – eles conseguem parecer o que não são, mas não conseguem ser o que querem parecer. Este processo não serve para nos assemelharmos a Jesus. Na vida espiritual, é importante que compreendamos a importância de imitar o exemplo de Jesus; contudo, sempre com o objectivo de não ficarmos pela aparência de imitação, mas sim alterarmos a nossa natureza para a natureza restaurada à imagem d’Ele. Paulo lança um apelo para que imitemos Deus, de quem Jesus veio mostrar o carácter, como filhos amados (Efésios 5:1). Ou seja, que o imitemos porque O conhecemos, porque O que amamos, porque queremos ser parecidos com Ele – tal como um filho imita o seu pai porque o conhece, o ama e quer ser, em tudo, parecido com ele. A TUA PARTE Onde se encaixa, no contexto da segunda vinda de Jesus, a importância de nos assemelharmos a Ele e de alterar a nossa natureza à Sua imagem? Surpreende-te… A história de Enoque é das mais belas da Bíblia. Então, quando contava 365 anos de uma vida sempre em contacto com Deus, desapareceu, porque Deus o tomou para si! (Génesis 5:24) Paulo diz, em Hebreus 11:5, que Enoque não passou pela morte e Deus o levou para Si porque agradou ao seu Criador. Enoque foi levado para o Céu quando se encontrava preparado para estar pessoalmente com Deus! Os seus 365 anos são um símbolo de uma vida inteira a imitar o carácter de Deus e a transformar-se à Sua imagem, o que, na tua vida, significa os 365 dias de cada ano a crescer com Jesus. As promessas de Jesus quanto à Sua segunda vinda e ao galardão recebido são feitas aos escolhidos, aos justos, aos fiéis, aos amigos, aos crentes – isto é, àqueles que O conhecem, O amam, O imitam, desejam e reclamam a transformação à Sua imagem. Estes são o povo de Deus, composto por pessoas desejosas de seguir Jesus, onde eu e tu nos incluímos. Sobre estes, diz Ellen White: Quando a imagem de Cristo se reflectir perfeitamente no Seu povo, então virá reclamá-los como Seus. (Parábolas de Jesus, p.69) Jesus vem cumprir a Sua promessa, levando-nos para o Céu, quando tu e eu, e todos os que O seguem, reflectirmos a Sua imagem perfeitamente. Esta é a nossa parte! Que maravilhoso Jesus, que aguarda o aperfeiçoamento de cada um dos Seus filhos, e que promete, mesmo assim, suprir as nossas imperfeições pelo Seu sacrifício, oferecendo a Salvação, pela Sua graça, a todos os que a aceitem. Tudo, por ti. Jesus está, neste momento, agora, a convidar-te para aceitares o Seu sacrifício e iniciares uma nova vida, de transformação do teu carácter à tua imagem. Ele revela-te o final deste relacionamento, prometendo-te a maior dádiva de todas: E solenemente vos digo que todo aquele que crê em mim tem a vida eterna! (João 6:47). Ora vem, Senhor Jesus! REFLECTE Conta-nos Henry Drummond que dois pintores pintaram, cada um deles, o seu quadro para ilustrar a sua concepção de repouso. O primeiro escolheu para a sua cena um lago tranquilo e isolado no meio de longínquas montanhas. O segundo lançou na sua tela uma estrondosa catarata, com um frágil arbusto curvando-se sobre a espuma; na bifurcação de um ramo, quase molhado pela espuma da catarata, repousava um pássaro no seu ninho.(…) A verdadeira alegria da salvação não se retrata na estagnação do primeiro quadro. É traduzida, pelo repouso do segundo quadro, numa vida que, no meio da agitação do mundo, repousa numa atmosfera celeste – atmosfera essa que dá saúde ao corpo, vigor ao intelecto e alegria à alma. Ernesto Ferreira, escritor cristão (1914-…)