Intervenção de Sua Excelência Senhor Primeiro Ministro, Dr. José Maria Neves, no acto de abertura da Feira De Empresas, Emprego e Empreendedorismo. Hoje é um dia grande para Cabo Verde! A Cidade Velha, a Cidade de Santiago de Cabo Verde, já é Património da Humanidade. Cabo Verde está num bom momento. Estamos a realizar os nossos sonhos, estamos a realizar o nosso destino comum. Estamos a provar que Cabo Verde já é possível e que temos um grande futuro pela frente. Hoje é um dia que nos apraz celebrar! Há precisamente um mês, anunciámos, na Assembleia Nacional, um importante conjunto de medidas para combater o desemprego no país. Anunciamos a realização – pela primeira vez em Cabo Verde – da Feira de Empresas, Emprego e Empreendedorismo. Estamos a cumprir! Estamos, aqui e agora, precisamente a abrir a Feira das EMPRESAS, do EMPREGO e do EMPREENDEDORISMO. Dissemos na altura que toda a Nação cabo-verdiana tem de enfrentar o desafio da criação de empregos. Deixamos o repto: Juntos, teremos de encontrar os melhores caminhos para debelar progressivamente o desemprego e realizar o bem comum. Daí termos insistido no facto de que para o combate ao desemprego é necessário o envolvimento total de todos os actores, mas também de todos os quadrantes da sociedade. Apraz-me então constatar que nesta Feira estão os actores mais importantes desse triângulo essencial, Empresas – Emprego – Empreendedorismo. A palavra-chave é articulação e integração de políticas. Assistimos aqui a um exemplo de parceria que pretendemos se repita. Está cá o sector público, está o sector privado, estão as empresas e os empregadores. De entre os actores presentes, estão duas instituições públicas – o IEFP, Instituto do Emprego e Formação Profissional e a ADEI – Agência para o Desenvolvimento Empresarial e Inovação, a quem atribuímos o maior dos desafios: o estabelecimento de maiores e melhores condições para a criação de emprego. Só o conseguirão se trabalharem em perfeita articulação e na mesma direcção. Só o conseguirão se mobilizarem parcerias e sinergias dos mais variados actores e quadrantes da sociedade. Repetimos, o desemprego é o principal problema da sociedade cabo-verdiana. Para o Governo o desemprego é a questão prioritária. Pela sua dimensão e sobretudo pelo seu carácter estrutural definimos que as políticas do Governo, tanto a nível macro como a nível micro, têm que convergir para a criação de uma dinâmica global geradora de empregos. Uma dinâmica geradora de emprego de forma sustentada tem que ter bases sólidas e assentar-se na estabilidade dos fundamentais da economia. Esta é uma condição básica. -2- Também era preciso assegurar o crescimento da economia. Porque uma economia que não cresce naturalmente não cria emprego. E temos conseguido índices robustos de crescimento da economia. Tudo isso é bom, mas é preciso mais. Porquê? Porque a questão do emprego em Cabo Verde é estrutural. Então é assim: temos que ter uma economia estável; temos que ter uma economia que cresce; mas também e sobretudo temos que ter uma economia que se transforma, uma economia baseada em novos paradigmas para realizar as mudanças estruturais necessárias para um desenvolvimento sustentado e gerador de emprego. É esta ideia de Transformação que norteia a visão que temos do desenvolvimento de Cabo Verde. Tirar proveito da posição geo-estratégica do país, do clima, de um Estado de direito democrático, seguro, respeitador dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, e transformar isso tudo em fontes de vantagens competitivas. É esta visão de transformar Cabo Verde num centro de prestação de serviços na área do turismo, transportes, serviços financeiros, tecnologias de informação e comunicação, cultura e criar um “cluster” do mar para aproveitar todas as potencialidades que o ele, o mar, oferece. Esta é uma abordagem audaciosa e exigente. Reparem que a prestação de serviços internacionais neste mundo global hiper-competitivo exige qualidade, exige produtividade, enfim exige que o país e as empresas sejam competitivos. Razão porque temos desenvolvido um vasto programa de modernização em todos os domínios da vida do país. E vou referir ao que é mais importante ainda: a qualificação e desenvolvimento do capital humano. Ter homens e mulheres qualificados, quadros técnicos competentes, isso é que é a chave, o factor decisivo. Daí a grande aposta que temos estado a fazer na educação básica e secundária, formação profissional, no ensino superior e nas universidades, como elementos estratégicos da política de emprego e empreendedorismo. Vimos apostando fortemente na formação profissional como política charneira para oferecer saídas profissionais e melhorar a empregabilidade dos jovens. Como factor decisivo para incentivar o empreendedorismo. O que se quer com o desenvolvimento do empreendedorismo é que os jovens tenham uma visão criativa para que sejam capazes de criar o seu emprego, o seu ganha pão, tirando proveito em oportunidades que estão a surgir em áreas como as novas tecnologias, o turismo e muitos outros que estarão patentes nesta feira. Estamos a reforçar a integração do sistema educativo, formação profissional e empreendedorismo para garantir mais saídas profissionais e a inserção dos jovens no mercado de trabalho. Iniciativas como vários Centros de Formação Profissional com várias ofertas formativas, o Programa Emprego Qualificado para os jovens que trabalham nas frentes de alta intensidade de mão-de-obra, Jovem Soldado Cidadão. Os liceus estão a ser transformados em centros polivalentes de educação e formação profissional, a Uni-CV já iniciou ofertas de cursos pós-secundários de curta duração e de natureza profissionalizante. -3- Estamos já em processo de conclusão da nova lei de bases do sistema educativo e do novo plano curricular. Esse tem sido e será o nosso grande esforço. Esse esforço tem que ser constantemente revisto. Chegou a hora de travar a batalha noutros moldes, em várias frentes, incluindo os bancos da escola básica. Estamos a montar soluções para o empreendedorismo, como a criação de mecanismos de financiamento, o micro-crédito e criação de Banco para atender necessidades específicas da pequena, média e micro empresa, de incubadoras de empresas, do fundo de inserção na vida activa associado à formação profissional, do programa Mundo Novu e as oportunidades de negócios que pode gerar no domínio das tecnologias de informação e comunicação. Devemos referir também à melhoria do ambiente de negócios. A Empresa no Dia, as certidões «on line», os pagamentos electrónicos, são para promoção de empreendedores. Estamos a assistir ao despontar do espírito empreendedor e à emergência de um empreendedorismo mais qualificado e mais audaz em Cabo Verde. Isso é bom sinal. E vamos continuar a trabalhar para desenvolver um ambiente cada vez mais propício ao empreendedorismo. Esta Feira da Empresa, do Emprego e do Empreendedorismo é uma ocasião feliz para fomentar o empreendedorismo, explorar oportunidades de negócios e possibilidades de emprego e formação profissional. Uma actividade que se inscreve como mais um instrumento de promoção do empreendedorismo. Uma actividade que merece ser institucionalizada e deixo aqui o repto para a sua realização anual. Por isso quero felicitar a organização desta Feira, os expositores e todos quantos contribuíram para que ela esteja a ser aberta neste preciso momento. Muito obrigado.