c) As Limitações Morais de Jesus

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EUDES LOPES CAVALCANTI
A PESSOA DE CRISTO
(CRISTOLOGIA)
MARÇO DE 1998
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1. A PESSOA DE CRISTO
1.1. A Natureza Humana de Jesus Cristo
1.1.1. A Ascendência Humana de Jesus
1.1.2. As Limitações da Natureza Humana de Jesus
1.1.3. Os Nomes Humanos Dados a Jesus
1.1.4. A Relação Humana que Jesus Tinha com Deus
1.2. A Natureza Divina de Jesus Cristo
1.2.1. Os Nomes Divinos Dados a Cristo
1.2.2. O Culto Divino Tributado a Cristo
1.2.3. Os Ofícios Divinos Possuídos por Cristo
1.2.4. Os Atributos Divinos Possuídos por Cristo
1.2.5. Os Atos Poderosos Atribuídos a Cristo
1.2.6. A Associação do Nome de Jesus, o Filho, com o de Deus, o Pai
1.2.7. A Identificação de Jesus com o Jeová da Velha Dispensação
1.3. A União Hipostática das duas Naturezas de Cristo
1.4. O Caráter de Jesus Cristo
1.4.1. A Santidade de Jesus Cristo
1.4.2. O Amor de Jesus Cristo
1.4.3. A Mansidão de Jesus Cristo
1.4.4. A Humildade de Jesus Cristo
1.4.5. O Altruísmo de Jesus Cristo
2. A OBRA REALIZADA POR JESUS CRISTO
2.1. Obras de Curas, Milagres e Expulsão de Demônios
2.1.1. A Cura de Enfermidades
2.1.2. Milagres
2. 1.3. Expulsão de Demônios
2.2. Obras Ligadas a Pregação e ao Ensino
2.2.1. As Parábolas Proferidas por Jesus
2.3. Obra Especial da Redenção do Ser Humano (A Morte de Jesus)
2.3.1. As Características da Morte de Jesus
2.3.2. O Alcance da Obra Expiatória de Jesus Cristo
2.3.3. Os Resultados da Morte de Jesus
3. O SEPULTAMENTO DE JESUS CRISTO
4. A RESSURREIÇÃO GLORIOSA DE JESUS CRISTO
4.1. O Fato da Ressurreição de Jesus Cristo
4.1.1. Foi Um Fato Predito
4.1.2. Foi Um Fato Acontecido Conforme Predito
4.2. A Natureza da Ressurreição de Jesus Cristo
4.2.1. Capaz de Aparecer e Desaparecer de Repente
4.2.2. Capaz de Transpor Paredes e Portas Fechadas
4.2.3. Capaz de Deslocar-se de Um Lugar Para Outro com Velocidade Espantosa
4.2.4. Capaz de Vencer a Gravidade sem o Auxílio de Máquina
4.3. Os Agentes da Ressurreição de Jesus Cristo
4.3.1. O Pai Ressuscitou a Jesus
4.3.2. Jesus Ressuscitou a Si Mesmo
4.3.3. O Espírito Santo Ressuscitou a Cristo
4.4. As Implicações Teológicas da Ressurreição de Jesus Cristo
4.4.1. Quanto à Confiabilidade do Evangelho
4.4.2. Quanto à Validade da Fé Salvadora
4.4.3. Quanto à Justificação do Crente
4.4.4. Quanto à Salvação Eterna da Pessoa
4.4.5. Quanto ao Perdão dos Pecados
4.4.6. Quanto à Glorificação do Salvo
5. A ASCENSÃO E A ENTRONIZAÇÃO DE CRISTO
6. A SEGUNDA VINDA DE CRISTO
7. CONCLUSÃO
ANEXO
BIBLIOGRAFIA
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao Deus Triúno, que me fez,
me salvou e me separou para o Santo Ministério da
Palavra.
Dedico-o ainda à Igreja, noiva de nosso Senhor
Jesus Cristo, a quem interessa mais de perto a
Cristologia.
AGRADECIMENTO
Agradeço ao Deus Todo-Poderoso que me impulsionou a escrever sobre este tema, que
reputo ser de magna importância, devido ser Jesus, no Pacto da Graça, o nosso representante
diante do Conselho da Santíssima Trindade.
Agradeço a minha esposa e filhos, especialmente a André e a Júnior que me ajudaram, no
início do trabalho, no que se refere a “mexer” no computador.
Agradeço ao Pastor Jônatas Ferreira Catão pela doutrina aprendida durante a minha
assistência aos cultos da Igreja, nos quais ele como mestre nos ensinava a santa Palavra de Deus.
Agradeço a Professora Virgínia Macedo pela correção do Português, no qual ela é
especialista.
Agradeço a Joadecí Brito, secretária da 1ª Igreja Evangélica Congregacional de João
Pessoa, pela preciosa colaboração dada na digitação desta monografia.
Agradeço a Igreja Evangélica Congregacional de João Pessoa pela cessão dos
equipamentos necessários para a digitação do trabalho.
INTRODUÇÃO
Na Teologia Sistemática, encontramos uma parte que trata sobre o estudo da pessoa de
Jesus Cristo, conhecida pelo nome de Cristologia.
A Cristologia estuda a pessoa de Jesus desde a sua pré-existência, passando pela Sua
encarnação, pelo Seu ministério terreno, pela Sua morte expiatória, Sua ressurreição e ascensão
até Sua entronização à destra do Pai nos Céus.
Achamos por bem também fazer uma incursão, mesmo que de forma sucinta na
Escatologia, no que se refere ao Senhor Jesus Cristo, por entender que os assuntos que tratam da
Sua segunda vinda, do conseqüente arrebatamento da Igreja, e do julgamento final, têm-No como
personagem central.
O estudo da Cristologia reveste-se de especial importância devido ter sido Jesus escolhido
pelo Conselho da Santíssima Trindade, para ser o Redentor do ser humano, sendo Ele, também,
no Pacto da Graça, o nosso representante diante de Deus.
Nas Sagradas Escrituras, o Senhor Jesus Cristo, desde o Gênesis até o Apocalipse, ocupa o
papel central. Em Gênesis, Jesus é simbolizado como a Semente da Mulher; em Êxodo, como o
Cordeiro Pascal; em Levítico como o Sacrifício Expiatório; em Números como a Rocha; em
Deuteronômio, como o Profeta Prometido; em Josué, como o Príncipe do Exército do Senhor; em
Juízes, como o Libertador; em Rute como o Parente Remidor; em 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2
Crônicas, como o Rei de Israel; em Esdras e Neemias, como o Restaurador; em Ester, como o
nosso Advogado; em Jó, como o Redentor que Vive; em Salmos, como Tudo em todos; em
Provérbios, como a Sabedoria Divina; em Eclesiastes, como a Razão Suprema do Nosso Viver;
em Cantares, como o Amado; nos Profetas, como o Messias Prometido; nos Evangelhos, Jesus é
o Cristo; em Atos, o Senhor é o Espírito; nas Epístolas, Ele é a Cabeça da Igreja; no livro de
Apocalipse, Jesus é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim.
No Antigo Testamento, encontramos as profecias apontando para o Messias que haveria
de vir. No Novo Testamento, encontramos o testemunho de que as profecias sobre o Messias
tiveram o seu fiel cumprimento na pessoa ímpar de Jesus Cristo.
A fim de enriquecer mais este trabalho, no final dele, anexamos um quadro onde
encontramos o ministério de Jesus, no qual os acontecimentos estão em ordem cronológica, para
que tenhamos também uma visão geral daquilo que os Evangelhos dizem de Jesus Cristo, num
relato histórico (anexo I).
1 - A PESSOA DE JESUS CRISTO
Na pessoa de Jesus encontramos duas naturezas distintas: Uma natureza divina e uma
natureza humana, unidas de forma hipostática, ou seja, unidas sem perda de suas características
peculiares, mas compondo uma só pessoa, que é a do Bendito Salvador. Daí, podermos afirmar
com segurança que, Jesus Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. É o DeusHomem.
O Senhor Jesus sempre existiu como eterno Filho de Deus. “No princípio era o Verbo, e o
Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” Jo 1.1. No Antigo Testamento encontramos as
teofanias, ou seja, as revelações do Filho de Deus em aparência humana, ora como o Anjo do
Senhor (Gn 23.15,16; Ex 3.2-6; Jz 6.11-24, etc), ora como o Príncipe do Exército do Senhor (Js
5.13-15). Na plenitude dos tempos (Gl 4.4), o Deus Filho, esvaziou-se de Sua glória, encarnou (Jo
1.14; Fp 2.5-8) e veio a este mundo para realizar a reconciliação do homem com Deus através do
sacrifício de Si mesmo, de forma expiatória. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo
o mundo, não lhes imputando os seus pecados...” 2 Co 5.19. “E pela cruz reconciliar ambos com
Deus em um corpo, matando com ela as inimizades” Ef 2.16.
A natureza humana de Jesus foi gerada no ventre da virgem Maria por obra e graça do
Espírito Santo, segundo os relatos dos Evangelhos de Mateus (1.20) e Lucas (1.34,35).
A seguir procuraremos detalhar os aspectos das duas naturezas de Cristo, e para isto
citaremos, abundantemente, as Sagradas Escrituras por entender, serem elas a única regra de fé e
prática do cristão e por entender também que elas dão testemunho fidedigno do Senhor (Jo 5.39).
1.1. A NATUREZA HUMANA DE JESUS CRISTO
Estudando a natureza humana de nosso Senhor Jesus Cristo, podemos constatar, pelos
relatos das Escrituras, o que se segue abaixo:
1.1.1- A ascendência humana de Jesus
O Senhor Jesus teve uma ascendência humana bem definida nas Sagradas Escrituras
e ela pode ser provada pelos eventos ali identificados, senão vejamos:
1.1.1.1.
Ser descendente de Abraão – Jesus como homem era de descendência
judaica. Os judeus como se sabe, descendem fisicamente do patriarca Abraão, considerado o pai
da raça hebraica. Jesus como judeu descendeu de Abraão. Os relatos das suas duas genealogias
tratam da questão, especialmente Mateus que começa o relato biográfico do Senhor Jesus nestes
termos: “Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” Mt 1.1.
1.1.1.2. Ter descendido da casa e família de Davi - O Senhor Jesus Cristo era da
linhagem da casa de Davi, o rei de Israel, tanto por parte de José bem como por parte de Maria,
sua mãe, conforme registros das duas genealogias encontradas nos evangelhos de Mateus 1.1-17 e
Lucas 3.23-38, bem como nos textos a seguir identificados: “Bendito o Senhor, Deus de Israel,
porque visitou e remiu o seu povo! E nos levantou uma salvação poderosa na casa de Davi, seu
servo” Lc 1.68,69. “Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne”
Rm 1.3. “Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda a minha
vontade. Da descendência deste, conforme a promessa levantou Deus a Jesus para Salvador de
Israel” At 13.22,23.
1.1.1.3. Ter nascido da virgem Maria - Jesus, como homem, foi gerado no ventre de uma
jovem israelita chamada Maria, por obra e graça do Espírito Santo, conforme relato encontrado
nos Evangelhos de Mateus e Lucas, livros do Novo Testamento: “Ora o nascimento de Jesus
Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem achou-se ter
concebido do Espírito Santo” (Mt 1.18). “Disse-lhe então o anjo: Maria, não temas, porque
achaste graça diante de Deus, E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e porlhe-ás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe
dará o trono de Davi, seu pai” Lc 1.30-32. “Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu
Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” Gl 4.4. Os textos citados identificam o cumprimento
de uma profecia registrada no livro do profeta Isaías (7.14) há aproximadamente setecentos anos
antes de sua realização: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá
e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel”.
1.1.2 – O Desenvolvimento de Jesus como ser Humano
1.1.2.1. Jesus teve um crescimento e desenvolvimento naturais - O Senhor Jesus foi
gerado de forma sobrenatural no ventre de Maria, mas a partir da concepção o seu crescimento
físico, intelectual e psicológico foi como de qualquer outro homem, pois assim entendemos dos
seguintes escritos: “E o menino crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria, e a graça
de Deus esta sobre ele” Lc 2.40. “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para
com Deus e os homens” Lc 2.52. “E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo,
assentado no meio dos doutores, ouvindo, e interrogando-os” Lc 2.46.
1.1.2.2. Jesus tinha uma aparência humana (pessoal) - Jesus não apareceu neste mundo
como um espírito de luz, ou como um ser extraterrestre, mas sim como um homem de carne e
ossos, com todas as características físicas de um tipo biológico característico da raça judia. Assim
foi Ele identificado pelos seus contemporâneos. “O homem chamado Jesus, fez lodo, e untou-me
os olhos, e disse-me: Vai ao tanque de Siloé; e lava-te. Então fui, lavei-me, e vi” Jo 9.11. “Saiu,
pois Jesus fora, levando a coroa de espinhos e o vestido de púrpura. E disse-lhes Pilatos: Eis aqui
o homem” Jo 19.5. “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou em mesmo; apalpai-me e vede,
pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” Lc 24.39. “O que era desde
o princípio, o que vimos com os nosso olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram
da Palavra da vida” 1 Jo 1.1.
1.1.2.3. Jesus teve uma natureza humana composta de uma parte material e outra
espiritual – Segundo os relatos dos Evangelhos, a natureza humana de Jesus era composta, como
a de todos os seres humanos de uma parte material (corpo físico) e uma parte espiritual, sendo
essa última identificada por ele em certas ocasiões como alma e outras como espírito, conforme a
seguir explicitados:
1.1.2.3.1. Corpo físico – O corpo do Senhor Jesus era um corpo físico, semelhante ao
nosso, com todos os membros inerentes a ele, como revela a Palavra de Deus: „„Ora, derramando
ela este ungüento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu enterramento” Mt 26.12.
“Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não
tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés”
Lc 24.39,40. “Pelo que, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me
preparaste” Hb 10.5.
1.1.2.3.2. Alma racional ou um espírito imortal – O Senhor Jesus era possuidor de uma
alma racional ou de um espírito imortal semelhante ao nosso, capaz de amar, ter tristeza, angústia,
ira e alegria, bem como capaz de se relacionar com o Pai Celestial como homem que era. Nas
Escrituras encontramos: “Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai
aqui e velai comigo” Mt 26.38. “Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse:
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra,...” Lc 10.21. “E Jesus, clamando outra vem com
grande voz, rendeu o espírito” Mt. 27.50. “E clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas
mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto expirou” Lc 23.46.
1.1.3 - As limitações da natureza humana de Jesus
O Senhor Jesus Cristo, tinha como homem, as mesmas limitações físicas, intelectuais e
espirituais que todo o ser humano tem. Devemos esclarecer que Ele sendo o homem perfeito não
teve limitações na área moral, no sentido de que nunca cometeu pecado nem dolo algum se achou
em sua boca, apesar de ser ele susceptível à tentação, conforme registros da Palavra de Deus:
“Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém
um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” Hb 4.15. “O qual não cometeu pecado,
nem na sua boca se achou engano” 1 Pe 2.22. Veja ainda 2 Co 5.21 e 1 Jo 3.5.
1.1.3.1. As limitações físicas de Jesus
Jesus como homem teve limitações físicas, identificadas a seguir:
1.1.3.1.1. Ele teve fadiga corporal – O Senhor Jesus estava sujeito à fadiga corporal como
homem que era. “E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim
junto da fonte. Era isto quase a hora sexta” Jo 4.6.
1.1.3.1.2. Ele teve sono – Jesus também teve necessidade de dormir. “E eis que no mar se
levantou uma tempestade tão grande que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava
dormindo. E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram,...” Mt 8.24,25. Os evangelistas
Marcos (Mc 4.38) e Lucas (Lc 8.23,24) registraram também o fato de Jesus ter adormecido
quando de uma de suas travessias do Mar da Galiléia.
1.1.3.1.3. Ele teve fome - Os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas relataram fatos que
mostram que Jesus teve fome. Um foi quando passou quarenta dias e quarenta noites de jejum no
deserto, e o outro foi quando saiu de Betânia com destino a Jerusalém e procurou figo numa
figueira para comer e não encontrou. “E tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites teve fome”
Mt 4.2. “E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome” Mc 11.12. “E os fariseus,
vendo isto, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e
pecadores?” Mt 9.11.
1.1.3.1.4. Ele teve sede - o Evangelista João, em duas ocasiões, testificou que Jesus teve
sede de água potável. Uma foi quando Jesus se encontrou com a mulher samaritana no poço de
Sicar e a outra foi quando estava pendurado na cruz do Calvário. O apóstolo João descreve essas
situações da seguinte maneira: “Veio uma mulher de Samaria tirar água; disse-lhe Jesus: Dá-me
de beber” Jo 4.27. “Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a
Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede” Jo 19.28.
1.1.3.1.5. Ele teve sofrimento e dor física - O profeta Isaías no capítulo 53.4,5 do seu
livro relata que o Messias vindouro teria dores e sofreria fisicamente: “... e nós o reputámos por
aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas
nossas iniqüidades...”. A coroa de espinhos, os açoites, os cravos, que furaram as mãos e os pés de
Jesus eram reais (Jo 19.1,2; 20.25,27), e certamente provocaram um profundo sofrimento físico
no Salvador. Também no Getsêmani Jesus sofreu fisicamente: “E, posto em agonia, orava mais
intensamente. E o seu suor tornou-se grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão” Lc
22.44.
1.1.3.1.6. Ele sofreu morte física – O Senhor Jesus, como homem, provou a morte física.
A parte imaterial (alma ou espírito) separou-se do seu corpo quando morreu. Ele passou pela
mesma experiência que passa todos os seres humanos quando termina a sua jornada aqui neste
mundo. “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito” Mt 27.50. “E Jesus,
dando um grande brado, expirou” Mc 15.37. “E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas
tuas mãos entrego o meu espírito e, havendo dito isto, expirou” Lc 23.46. “E quando Jesus tomou
o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” Jo 19.30. “Porque
primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados,
segundo as Escrituras” 1 Co 15.3.
1.1.3.2 - As limitações intelectuais do homem Jesus
O Senhor Jesus, como homem, não veio a este mundo sabendo de todas as coisas. O
conhecimento humano de Jesus foi adquirido gradativamente graças à observação, a investigação
e ao processo de ouvir, ler e estudar. Podemos observar as limitações intelectuais de Jesus,
considerando os seguintes fatos registrados nos Evangelhos:
1.1.3.2.1. Ele era capaz de crescer em conhecimento – Jesus quando nasceu, a sua mente
estava capacitada, como a de todo ser humano, a crescer intelectualmente com a observação e a
pesquisa. “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens”
Lc 2.52. “E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos
doutores, ouvindo-os, e interrogando-os” Lc 2.46.
16
1.1.3.2.2. Ele tinha limitações de conhecimento – Como homem o Senhor Jesus tinha
limitação de conhecimento, ou seja, não sabia de todas as coisas, é o que entendemos do texto a
seguir: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão
o Pai” Mc 13.31.
1.1.3.2.3. Ele, para aprender, usava a observação – No episódio da figueira para saber
se ela tinha frutos aproximou-se dela e a observou. “E, vendo de longe uma figueira que tinha
folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e chegando a ela, não achou senão folhas, porque não
era tempo de figos” Mc 11.13.
1.1.3.3 - As limitações morais de Jesus
Entendamos como limitações morais à possibilidade que ele tinha como homem de ser
sujeito a tentação em todas as áreas de Sua vida, e nunca ao fato dEle ter cometido alguma falha.
Jesus era o homem perfeito, portanto, isento e livre do pecado. Não tinha uma natureza
pecaminosa como a nossa que é herdada de Adão. A natureza humana dele fora gerada e
santificada pelo Espírito Santo. “Porque naquilo que ele mesmo sendo tentado, padeceu, pode
socorrer aos que são tentados” Hb 2.18. “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem
pecado” Hb 4.15. Nos Evangelhos Sinóticos, cujos relatos sobre a vida do Senhor são
semelhantes, encontramos um fato que nos mostra que Jesus foi tentado por Satanás em diversas
áreas de Sua vida. “Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo
diabo...” Mt 4.1-11. Veja ainda os textos de Mc 1.12,13 e Lc 4.1-13.
1.1.3.4. As Limitações Espirituais de Jesus
Entendamos como limitações espirituais, a necessidade que Jesus tinha como homem de
utilizar recursos espirituais para cumprir o ministério que veio realizar neste mundo, como
enviado especial de Deus que era, senão vejamos:
1.1.3.4.1. Ele dependia da oração e jejum para ter poder – Jesus usava da prática da
oração constante e perseverante, inclusive, em alguns casos, da prática também do jejum como
meio para receber poder para ministrar a Palavra e realizar milagres e maravilhas. “E, levantandose de manhã muito cedo, fazendo ainda escuro, saiu e foi para um lugar deserto, e ali orava” Mc
1.35. “E tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome” Mt 4.2. “O qual, nos
dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia
livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia” Hb 5.7.
1.1.3.4.2. Ele dependia da unção do Espírito Santo para exercer o ministério – Jesus
precisou ser cheio do Espírito Santo para poder exercer com eficácia o ministério de ensino, da
pregação e da libertação dos cativos. Isso aconteceu quando do seu batismo por João Batista no
rio Jordão, conforme os relatos dos Evangelhos: “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis
que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele” Mt
3.16 (Veja ainda Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32). “O Espírito do Senhor está sobre mim pois que me
ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a pregar
liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; a por em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano
aceitável do Senhor” Lc 4.18,19. “Mas, se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente
a vós é chegado o reino de Deus” Lc 11.20. “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito
Santo e com virtude, o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque
Deus era com ele” At 10.38.
1.1.4 - Os Nomes Humanos Dados a Jesus
Ao Senhor Jesus foram dados alguns nomes que nos falam de uma maneira bem
consistente da sua humanidade considerando que no oriente antigo, na época, os nomes das
pessoas eram significativos. Esses nomes foram dados ora pelo próprio Deus, ora pelo próprio
Cristo, ora pelos seus contemporâneos, senão vejamos:
1.1.4.1. Jesus - O nome Jesus, o mesmo que Joshua (Josué) no Antigo Testamento, foi
dado por Deus ao Seu Filho encarnado, e significa Salvador. Um dos anjos de Deus que anunciou
o nascimento de Jesus disse para José, esposo de Maria: “Ela dará a luz um filho e lhe porás o
nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados dele” Mt 1.21. A Maria disse o anjo
Gabriel quando anunciou o nascimento do Salvador: “E eis que em teu ventre conceberás, e darás
à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus” Lc 1.31.
1.1.4.2. Filho do Homem - O nome Filho do Homem era o nome com o qual Jesus mais a
si mesmo se nomeou, e tem implicações com a Sua humanidade perfeita. Com este nome estava o
Senhor se identificando plenamente com a humanidade da qual viera fazer parte. Quando Ele se
referiu à obra redentora em favor dos homens, Ele assim se expressou: “O Filho do Homem veio
buscar e salvar o que se havia perdido” Lc 19.10. Também quando tratou do aspecto escatológico
do Reino de Deus, o Senhor Jesus usou também esse nome: “Quando o Filho do Homem vier...”
Lc 18.8.
1.1.4.3. Jesus, o Nazareno - O Senhor Jesus na sua fase adulta era conhecido pelo nome
de Jesus, o Nazareno, isto é, Jesus natural de Nazaré, cidade da Galiléia, onde fora criado.
Lembremo-nos de que ele nascera em Belém da Judéia, mas se criara naquela cidade onde passou
a maior parte de sua vida. A cidade de Nazaré que tinha má fama tornou-se com a Sua presença
um lugar especial, dentro do plano de Deus: “E foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para
que se cumprisse o que fora dito, por intermédio dos profetas: Ele será chamado Nazareno” Mt
2.23. No seu discurso no dia de Pentecostes, o apóstolo Pedro enfatizou essa questão: “Varões
israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós,
com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre nós,
como vós mesmos sabeis” At 2.22.
1.1.4.4. O Profeta - A atividade de um profeta era a atividade de um homem escolhido por
Deus. O profeta bíblico representava Deus diante dos homens. O Senhor Jesus foi identificado e
reconhecido pelos seus contemporâneos como profeta, conforme os textos citados a seguir: “E as
multidões clamavam: Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia” Mt 21.11. “Senhor, disse a
mulher: vejo que tu és profeta” Jo 4.19. “... Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao
mundo” Jo 6.14.
1.1.4.5. O Carpinteiro – Jesus, na cidade de Nazaré, onde fora criado, era conhecido
também pelo ofício que aprendera do seu pai José, carpinteiro. Interessante observar que em dado
momento a Escritura diz que ele era o filho do carpinteiro (aprendiz) e em outro lugar diz que ele
já era um profissional reconhecido naquela cidade. Tudo indica que Jesus assumira a profissão de
carpinteiro com o falecimento de seu pai José: “Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama
sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, e José, e Simão, e Judas?” Mt 13.55. “Não é este o
carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas
irmãs? E escandalizavam-se nele” Mc 6.3.
1.1.4.6. Cristo Jesus, Homem - Jesus é chamado também, pelo apóstolo Paulo, entre
outros nomes que esse apóstolo usou em seus escritos para se referir a ele, pelo nome de Cristo
Jesus, homem. A ênfase paulina é na humanidade de Cristo. “Porquanto há um só Deus e um só
mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” 1 Tm 2.5.
1.1.5 - A Relação Humana que Jesus Tinha com Deus
Jesus, no momento de sua crucificação, no Gólgota, dirigiu-se a Deus, como homem,
chamando-O de meu Deus. Era o homem clamando ao seu Deus no momento mais difícil de sua
vida, a hora da sua morte: “A hora nona clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que
quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Mc 15.34. Em outra ocasião, isto
depois da Sua ressurreição, quando apareceu a Maria Madalena Ele fez referência à mesma
maneira de tratamento quando mencionou a sua relação com Deus: “Disse-lhe Jesus: Não me
detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos, e dize-lhes que eu
subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” Jo 20.17.
1.2 - A NATUREZA DIVINA DE JESUS CRISTO
O Senhor Jesus Cristo, como Eterno Filho de Deus, como a segunda pessoa da
Santíssima Trindade, é possuidor da mesma essência e dos mesmos atributos comuns ao Pai e ao
Espírito Santo. A Doutrina da Deidade de Jesus Cristo permeia toda a santa Palavra de Deus,
especialmente nos escritos do Novo Testamento.
A natureza divina de Cristo, a sua divindade, é provada pelas razões expostas abaixo:
1.2.1 - Os Nomes Divinos Dados a Cristo
1.2.1.1. Deus - Jesus é chamado de Deus em alguns textos do Novo Testamento. Esse
nome revela a sua Deidade, como eterno Filho de Deus, a segunda pessoa da Santíssima
Trindade, conforme os textos transcritos a seguir: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono
subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de equidade é o cetro do teu reino” Hb 1.8. “Dos quais
são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente.
Amém” Rm 9.5. “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé
igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” 2 Pe 1.1. “E sabemos que
já o Filho de Deus é vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no
que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida
eterna” 1 Jo 5.20. “Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!” Jo 20.28.
1.2.1.2. Filho de Deus - Jesus é chamado também pelo nome de Filho de Deus. Este nome
quer dizer que Ele foi gerado pelo Pai desde os tempos eternos (Hb 1.5) e que é da mesma
essência, e possui os mesmos atributos inerentes ao Pai Eterno. Isto é observado nos textos citados
a seguir: “E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado em quem me
comprazo” Mc 1.11. “Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela
ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor” Rm 1.4. “... Estas coisas diz o Filho
de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido” Ap 2.18.
“Natanael respondeu, e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel” Jo 1.49. “E
o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto, e as coisas que haviam
sucedido, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus” Mt 27.54.
1.2.1.3. O Santo - Jesus foi chamado pelo nome de o Santo e o Justo, querendo dizer isto
que Ele é separado dos pecadores, puro, perfeito, de forma absoluta, conforme os textos a seguir:
“Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida” At 3.14.
“E, respondendo o anjo, disse: Descerá dobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te
cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo que de ti há de nascer, será chamado Filho
de Deus” Lc 1.35. “... Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que
abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá” Ap 3.7.
1.2.1.4. Senhor - Esta palavra com a qual Jesus foi nomeado tem um significado especial,
considerando em que na cultura em que fora criado, denotava que Senhor (kirios) significava
soberano, dono absoluto, senhor de todas as coisas. Os textos citados a seguir identificam Jesus
como Senhor: “Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador que é Cristo, o Senhor” Lc
2.11. “E os apóstolos davam com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em
todos eles havia abundante graça” At 4.33. “E apedrejaram a Estevão, que em invocação dizia:
Senhor Jesus, recebe o meu espírito” At 7.59. “E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o
Senhor, para glória de Deus Pai” Fp 2.11.
1.2.1.5. Messias (hebraico), Cristo (grego) - Jesus foi identificado com o nome de
Messias (Ungido), na língua hebraica, nome usado para identificar o enviado de Deus nos
escritos do Antigo Testamento e esse nome corresponde no grego, língua em que foi escrito o
Novo Testamento, ao nome de Cristo. O Messias ou o Cristo era um personagem divino
prometido por Deus para abençoar a nação de Israel e o mundo todo. “A mulher disse-lhe: Eu sei
que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo. Jesus disse-lhe:
Eu o sou, eu que falo contigo” Jo 4.25,26. “Este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe:
Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo)” Jo 1.41. “E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu
és o Cristo, o Filho de Deus vivo” Mt 16.16. “Estes, porém foram escritos para que creiais que
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que crendo tenhais vida em seu nome” Jo 20.31.
1.2.1.6. O Primeiro e o Último; o Alfa e o Ômega - O Senhor Jesus é identificado na
Bíblia como o Primeiro e o Último, o Alfa e o Ômega (a primeira e a última letra do alfabeto
grego), isto quer dizer, que Ele é o início e o fim de todas as coisas. Tudo começou com Ele e para
Ele convergem todas as coisas. “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por
ele” Cl 1.17. “Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que
propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na Dispensação da
plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” Ef 1.9,10. A seguir,
identificamos outros textos que se referem a Jesus com o nome do título acima: “E eu, quando o
vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o
Primeiro e o Último” Ap 1.17. “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que
é, e que há de vir, o Todo-Poderoso” Ap 1.8. “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o
Primeiro e o Derradeiro” Ap 22.13.
1.2.2 - O Culto Divino Tributado a Cristo
Diversas pessoas contemporâneas de Jesus tributavam culto a Ele, e Ele o aceitava. Em
diversas ocasiões, nos Evangelhos, encontramos pessoas aproximando-se de Jesus Cristo
reverenciando-O e prestando-Lhe culto como se fosse a Deus, e só devido ao Todo-poderoso, isso
antes da Sua gloriosa ressurreição bem como depois dela. “Então, aproximaram-se os que estavam
no barco, e adoraram-no, dizendo: És, verdadeiramente, o Filho de Deus” Mt 14.33. “E um deles,
vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz; E caiu aos seus pés, com o rosto em
terra, dando-lhe graças; e este era samaritano” Lc 17.15,16. “Então chegou ela, e adorou-o,
dizendo: Senhor socorre-me” Mt 15.25. “E, adorando-O eles, tornaram com grande júbilo para
Jerusalém” Lc 24.52.
1.2.3 - Pelos Ofícios Divinos Possuídos por Cristo - A Jesus são creditados pelas
Sagradas Escrituras os ofícios de Profeta, Sacerdote e Rei.
1.2.3.1. Ofício de Profeta – O profeta bíblico representava Deus diante dos homens. Era o
porta-voz especial de Deus. Javé punha as palavras na boca do profeta e ele a entregava como
mensagem divina ao povo. O profeta pregava, ensinava e fazia predições ou vaticínios. Como
profeta, Jesus ministrou a Palavra de Deus ao povo, inclusive fazendo predições. No Antigo
Testamento, o oficio profético de Cristo foi profetizado no Pentateuco: “O Senhor teu Deus te
despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis...” Dt 18.15. O povo
de Israel chegou de imediato a conclusão de que Jesus era o profeta prometido. “E a multidão
dizia: Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia” Mt 21.11. “E de todos se apoderou o temor, e
glorificavam a Deus, dizendo; Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu
povo” Lc 7.16. “Então muitos da multidão, ouvindo esta palavra, diziam: verdadeiramente este é o
profeta” Jo 7.4. “Eis que eu vo-lo tenho predito” Mt 24.25.
1.2.3.2. Ofício de Sacerdote - O ofício sacerdotal foi instituído por Deus no meio do povo
de Israel. Deus na Sua soberania escolhera a família de Arão, da tribo de Levi para exercer o
sacerdócio diante dele em Israel. Esse sacerdócio tinha duas grandes finalidades: uma era oferecer
sacrifícios a Deus, e a outra fazer intercessão pelo povo. Prevendo que esse sacerdócio arônico,
por causa das falhas humanas e da transitoriedade de seus ritos, iria caducar, Deus instituiu outro
sacerdócio não mais da casa de Arão e sim da ordem de Mesquisedeque, identificado como
sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18), perdendo o sacerdócio arônico o seu valor quando do
advento do Senhor Jesus que é o Sumo Sacerdote da nossa confissão, segundo a linhagem
espiritual de Melquisedeque, e como sacerdote Jesus atendeu todas as perspectivas exigidas para
tamanho oficio: Ofereceu-se a si mesmo em sacrifício pelos pecados da humanidade. Ele era a
vítima e, ao mesmo tempo, o ministro oficiante do sacrifício. “Quanto mais o sangue de Cristo,
que pelo Espírito Eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas
consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Hb 9.14. “Assim também Cristo,
oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos
que o esperam para a salvação” Hb 9.28. “Mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos
pecados, está assentado para sempre à destra de Deus” Hb 10.12. Jesus também como sacerdote
junto ao Pai intercede pela Sua Igreja. Graças a essa poderosa intercessão é que a Igreja se
mantém de pé diante da presença de Deus. “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que
por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” Hb 7.25. “Quem os
condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está a
direita de Deus, e também intercede por nós” Rm 8.34. “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo
para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o
Justo” 1 Jo 2.1.
1.2.3.3. Ofício de Rei - Jesus nasceu para ser Rei. Quando arguido por Pilatos sobre ser
Ele rei, Jesus respondeu sem titubear: “... eu para isso nasci e para isso vim ao mundo” Jo 18.37.
Em diversas ocasiões as Sagradas Escrituras testemunham da realeza do senhor Jesus, senão
vejamos: “Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que diz:
Dizei a filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, humilde e assentado sobre um jumentinho, filho
de animal de carga” Mt 21.4,5. “Tomaram ramos de palmeiras, e saíram-lhe ao encontro, e
clamavam: Hosana! Bendito o Rei de Israel que vem em nome do Senhor! Jo 12.13. “Que guardes
este mandamento sem mácula e repreensão, até a aparição de nosso Senhor Jesus Cristo; a qual, a
seu tempo, mostrará o bem-aventurado e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos
senhores” 1 Tm 6.14,15. Veja ainda Ap 19.16. Essa realeza incontestável de Jesus tem dois
aspectos: o primeiro é que Ele reina no coração dos salvos, da Igreja, dominando e dirigindo a
vida daqueles que lhe pertencem - o aspecto presente do Seu reino. A segunda é a que se trata de
um reino escatológico, futuro, onde todas as coisas ficarão sob o controle absoluto de Cristo, e
isso ocorrerá quando da Sua segunda vinda. Os teólogos chamam esses dois aspectos da realeza
de Cristo de “Já e ainda não”.
1.2.3.3.1. Aspecto Presente do Reino de Cristo - Na Dispensação da Graça, Jesus reina
no coração daquelas pessoas que O aceitarem como Salvador e Senhor de suas vidas. Neste
sentido é que é entendido que o reino de Deus está dentro de nós. “E interrogado pelos fariseus
sobre quando havia de vir o Reino de Deus, respondeu-lhes e disse: O Reino de Deus não vem
com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou, Ei-lo ali; porque eis que o Reino de Deus está
dentro em vós” Lc17.20,21. “Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e
paz, e alegria no Espírito Santo” Rm 14.17. Quando se referiu a sua presença aqui neste mundo,
Jesus disse que o reino de Deus estava entre eles, tinha irrompido na história através de sua
pessoa. “Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a
vós o Reino de Deus” Mt 12.28.
1.2.3.3.2. Aspecto Futuro do Reino de Cristo - Num futuro determinado por Deus, o
Senhor Jesus reinará sobre todas as coisas, incluindo os mundos visível e invisível. Isso ocorrerá
quando do seu segundo advento. Todo este sistema de coisas passará para o controle absoluto de
Cristo e Ele reinará como rei supremo, Rei dos reis e Senhor dos senhores. Quando isto acontecer
cumprir-se-á a profecia de Daniel 2.44, que diz assim: “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu
levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo;
esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre”. Em outros textos esse
aspecto escatológico da realeza de Cristo é identificado: “E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e
houve no céu grandes vozes, que dizia: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do
seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” Ap 11.15. “Que guardes este mandamento sem
mácula e repreensão, até a aparição de nosso Senhor Jesus Cristo; a qual à seu tempo mostrará o
bem-aventurado, e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores” 1 Tm 6.14,15. “E
no vestido e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores” Ap 19.16.
1.2.4 - Os Atributos Divinos Possuídos por Cristo
O Senhor Jesus como Eterno Filho de Deus possui os mesmos atributos de que as outras
duas pessoas da Santíssima Trindade são possuidoras.
Esses atributos, tanto os naturais
(incomunicáveis) como os morais (comunicáveis) são peculiares à pessoa do Filho de Deus, e Ele
os possui de forma plena, completa, absoluta. O próprio Jesus disse, certa feita, aos seus
contemporâneos judeus que Ele e o Pai eram um (Jo 10.30). Em outra ocasião, Ele declarou ao
seu apóstolo Filipe que quem o via, via ao Pai que o enviou (Jo 14.9). O apóstolo Paulo disse que
Jesus é a imagem do Deus Invisível (Cl 1.15). Mesmo limitado num corpo humano, o Filho de
Deus manifestou alguns dos atributos de que é possuidor, tais como Onipotência ao acalmar as
ordens bravias do Mar da Galiléia (Mc 4.35-41), e Onisciência ao “vê” o que havia no coração do
homem (Mt 9.4), etc.
Vejamos agora os Atributos Naturais declarados pela Bíblia de que Jesus é possuidor:
1.2.4.1. Onipotência - Jesus é Deus Todo-Poderoso, possuindo toda a autoridade nos céus
e na terra. Tudo o que existe foi feito por ele e para ele. “Todas as coisas foram feitas por ele, e
sem ele nada do que foi feito se fez” Jo 1.3. “E Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus
são obra de tuas mãos” Hb1.10. Ele pode fazer todas as coisas. É capaz de realizar prodígios e
maravilhas. Ele mesmo testificou isso: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado
todo o poder no céu e na terra” Mt 28.18. “... Porque tudo quanto ele (o Pai) faz, o Filho o faz
igualmente” Jo 5.19. O apóstolo Paulo, escrevendo inspirado pelo Espírito Santo, declarou que
nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2.9).
1.2.4.2. Onisciência - O Senhor Jesus, como Deus, conhece todas as coisas, as passadas, as
presentes e as futuras, inclusive aquelas alojadas dentro do mais profundo do coração do homem.
No cotidiano do seu ministério terreno essa verdade foi revelada e mais tarde ratificada pelos
escritores inspirados do Novo Testamento. “Sabendo pois Jesus todas as coisas que sobre ele
haviam de vir, adiantou-se, e disse-lhes: A quem buscais?” Jo 18.4. “E não necessitava de que
alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem” Jo 2.25. “... e Jesus,
conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si, lhes disse: Por que arrazoais
sobre estas coisas em vosso coração?” Mc 2.7,8. “... e disse-lhe: Senhor tu sabes tudo; tu sabes
que eu te amo...” Jo 21.17. “E ferirei de morte a seus filhos, e todas as Igrejas saberão que eu sou
aquele que sonda os rins e os corações” Ap 2.23. Nas sete cartas do Apocalipse encontramos uma
frase comum a elas que revela o atributo de Onisciência de Jesus: “Eu sei as tuas obras” (Ap
2.2,9,13,19; 3.1,8,15). Paulo disse que em Cristo reside todo o conhecimento e ciência. “Em
quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” Cl 2.3.
1.2.4.3. Onipresença - Onipresença é um dos atributos da Divindade Suprema que
possibilita Deus está em todos os lugares do Seu domínio ao mesmo tempo. Jesus, como eterno
Filho de Deus, é possuidor desse atributo. É verdade que, como homem, Ele estava limitado ao
tempo e ao espaço, mas como Deus não há limitação de espaço nem também de tempo para Ele.
Ele estava ao mesmo tempo como Deus em todos os lugares do seu domínio, quer seja na terra ou
nos céus. Essa doutrina é encontrada nos textos a seguir identificados: “Ora, ninguém subiu ao
céu, senão o que desceu do céu, o Filho do Homem, que está no céu” Jo 3.13. “Porque onde
estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” Mt 18.20.. “Para onde
me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no
Seol a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas
extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá” Sl 139.7-10. “Escreve
ao anjo da Igreja que está em Éfeso: isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que
anda no meio dos sete castiçais de ouro” Ap 2.1.
1.2.4.4. Eternidade - Jesus sempre existiu como eterno Filho de Deus. Isso quer dizer que
Ele não teve começo nem terá fim. Todos os seres vivos passaram a existir a partir do momento
em que foram gerados, mas com Jesus não foi assim. Não estamos tratando aqui da sua geração
como homem no ventre de Maria e sim como um atributo da Deidade. Em Hebreus encontramos
esta expressão que fala da eternidade do Senhor Jesus: “Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu
és meu Filho, hoje te gerei?...” Hb 1.5. Esse hoje identificado no texto citado é o hoje eterno de
Deus, ou seja, não é o advérbio de tempo que nós conhecemos. Num episódio em que foi
confrontado pelos seus conterrâneos, Jesus fez a seguinte declaração que os escandalizou, por não
entenderem essa verdade: “... antes que Abraão existisse, eu sou” Jo 8.58. Na Bíblia, encontramos
diversos outros textos que falam da eternidade de Jesus Cristo: “... e o seu nome será Pai da
Eternidade...” Is 9.6. “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá; de ti me
sairá o que será Senhor em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da
eternidade” Mq 5.2. “Eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa,
envelhecerão, e, como um manto, os enrolarás, e, como uma veste, se mudarão; mas tu és o
mesmo, e os teus anos não acabarão” Hb 1.11,12. “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim,
diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso” Ap 1.8.
1.2.4.5. Imutabilidade - O Senhor Jesus, como eterno Filho de Deus, é imutável, isto quer
dizer que não é passível de mudança com o passar do tempo. Ele é o mesmo desde a eternidade,
sem sombra de variação. O ciclo natural dos seres vivos é nascer, crescer, procriar e morrer. É
verdade que como homem Jesus teve uma mudança no que se refere ao aspecto físico de sua
humanidade. Ele nasceu como toda a criança nasce e teve um desenvolvimento normal tanto ao
relacionado ao seu aspecto fisiológico quanto ao seu desenvolvimento mental já que o texto
sagrado diz que ele crescia em estatura e em conhecimento. Mas como Deus, ser divino que era,
Jesus nunca envelheceu, nem perdeu os seus atributos, nem houve mudança em Seu ser com o
passar do tempo. Sobre a imutabilidade de Jesus a Bíblia assim declara: “Jesus Cristo é o mesmo
ontem, e hoje, e eternamente” Hb 13.8. Ainda em Hebreus (1.12), encontramos: “E como um
manto os enrolarás, e como um vestido se mudarão, mas tu és o mesmo,...”.
Além destes atributos, o Senhor Jesus é possuidor de todos os outros atributos da Deidade,
quer Naturais (Incomunicáveis) quer Morais (Comunicáveis).
Identifiquemos, agora, alguns Atributos Morais de que Jesus é possuidor como Deus
Bendito:
1.2.4.6. Amor - Encontramos no Novo Testamento diversos textos que provam que Jesus é
possuidor desse atributo em sua plenitude. O amor de que o Senhor Jesus é possuidor é um amor
incondicional, não circunstancial, nem passageiro, mas o amor de Deus, pleno, conhecido na
língua original do Novo Testamento como ágape. Esse amor foi manifestado e ainda se manifesta
por Jesus tendo como objeto o ser humano especialmente os eleitos de Deus. “Ninguém tem maior
amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” Jo 15.13. “... sabendo
Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que
estavam no mundo, amou-os até ao fim” Jo 13.1. “... Aquele que nos ama, e pelo seu sangue nos
libertou dos nossos pecados” Ap 1.5. “E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se
entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus em aroma suave” Ef 5.2.
1.2.4.7. Verdade – Este outro atributo moral foi identificado em Jesus e nos revela que Ele
é digno de nossa crença e aceitação, pois, ele é verdadeiro e não há falsidade nem mentira nele.
Ele mesmo declarou que era a verdade. “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a
vida;...” Jo 14.6. Em certa ocasião ele declarou que quem o conhecesse (a verdade) ele o libertaria
da escravidão do pecado. “E conhecerei a verdade e verdade vos libertará”. “Se pois o Filho vos
libertar, verdadeiramente sereis livres” Jo 8.32,36. No livro de Apocalipse ele se declara
possuidor desse atributo: “... Estas cousas diz o Santo, o Verdadeiro,...” Ap 3.7. “... Estas cousas
diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus” Ap 3.14. No prólogo
do seu Evangelho, João revela que Jesus na sua manifestação a esse mundo era cheio da verdade.
“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória,
glória como do Unigênito do Pai” Jo 1.14.
1.2.4.8. Santidade - Jesus, como Eterno Filho de Deus, é possuidor do atributo da
santidade absoluta. Isto quer dizer que Ele nunca pecou nem cometeu nada que ferisse a santidade
do Pai celestial. Mesmo limitado num corpo humano, quando de Sua encarnação, conservou a
santidade de vida, isto é, a isenção do pecado. A vida de Jesus era tão santa e ilibada que Ele
desafiou os judeus, seus conterrâneos, a apresentarem algo que a denegrisse. “Quem dentre vós
me convence de pecado?...” Jo 8.46. Diz ainda a Bíblia sobre a santidade de Jesus Cristo: “Com
efeito nos convinha um sumo sacerdote, assim como este, santo, inculpável, sem mácula, separado
dos pecadores e feito mais alto do que os céus” Hb 7.26. No livro de Apocalipse,
encontramos: “Estas cousas diz o Santo, o verdadeiro,...” Ap 3.7. “O qual não cometeu pecado,
nem dolo algum se achou em sua boca” 1 Pe 2.22.
1.2.4.9. Justiça – O Senhor Jesus é reconhecido na Bíblia como possuidor deste atributo.
Este atributo diz do Senhor que Ele é justo em todos os Seus atos, que não há injustiça em suas
ações. No livro de Salmos, encontramos: “Justo és, Senhor, e reto os teus juízos” Sl 119.137.
“Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, benigno em todas as suas obras” Sl 145.17. Jesus
manifestou atos de justiça quando viveu aqui neste mundo. “... porquanto nunca fez injustiça, nem
houve engano na sua boca” Is 53.9. “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou
engano” 1 Pe 2.22. “Amaste a justiça e aborreceste a iniqüidade; por isso, Deus, o teu Deus, te
ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros” Hb 1.9. O Senhor Jesus, também,
como justo juiz, julgará num futuro escatológico a cada um segundo as suas obras. “Porquanto
tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que
destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos” At 17.31.
1.2.5 - Os Atos Poderosos Atribuídos a Cristo
A Deidade de nosso Senhor Jesus Cristo é confirmada ainda pela declaração da Palavra de
Deus de atos poderosos realizados por Ele. Senão, vejamos:
1.2.5.1. Criador do Universo - A Bíblia diz que Jesus é o criador de todo o universo, isto
quer dizer que tudo o que existe tanto nos céus como na terra, debaixo da terra e dentro dos mares
foi obra das mãos poderosas do Senhor Jesus: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e
sem ele nada do que foi feito se fez” Jo 1.3. “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o
mundo não o conheceu” Jo 1.10. “Nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu
herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo” Hb 1.2. “Pois nele foram criadas
todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias,
quer principados quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele” Cl 1.16.
1.2.5.2. Preservador de Todas as Coisas - O mesmo Jesus que tudo criou, preserva com o
Seu poder o que foi criado. Tudo o que existe, estar existindo porque o Senhor Jesus preserva a
existência dessas coisas. “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu ser,
sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos
pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas” Hb 1.3. “Ele é antes de todas as coisas.
Nele tudo subsiste” Cl 1.17.
1.2.5.3. Perdoador de Pecados - Jesus perdoou os pecados dos que se aproximavam dele,
arrependidos. Esse poder extraordinário de liberar os homens da culpa do pecado, exclusivo da
Deidade, foi peculiar a Jesus no cotidiano de sua vida ministerial. Nos Evangelhos encontramos
Jesus liberando o seu poder perdoador aos que o buscavam com o coração dilacerado pela culpa.
“Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados...”. “Ora, para
que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados - disse ao
paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para a tua casa” Mc 2.5,10. “Então
disse à mulher: Perdoados são os teus pecados” Lc 7.48. “... perguntou-lhe: Mulher, onde estão
aqueles teus acusadores? ninguém te condenou? Respondeu ela; Ninguém, Senhor. Então lhe
disse Jesus: Nem eu tão pouco te condeno; vai, e não peques mais” Jo 8.10,11.
1.2.5.4. Doador da Vida Eterna - Jesus revelou-se como Aquele que doa a vida eterna
àqueles que nEle crêem. Esse dom glorioso que fará o homem viver plenamente feliz para sempre,
que começa neste mundo e se projeta para a eternidade, pertence ao Doador da vida, o Senhor
Jesus e Ele o distribuir aos seus escolhidos. “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão,
eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão” Jo 10.28. “Aquele, porém, que beber da
água que eu lhe der, nunca mais terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que lhe der será
nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” Jo 4.14. “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos
vossos delitos e pecados” Ef 2.1. “Assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne a fim
de que lhe conceda a vida eterna a todos os que lhe deste” Jo 17.2.
1.2.5.5. Ressuscitador de Mortos - Jesus, com o Seu poder imensurável, chamou a vida
pessoas que estavam mortas fisicamente. Isso aconteceu no Seu ministério terreno. O caso mais
contundente foi o de Lázaro que fazia quatro dias que estava sepultado, em estado de
decomposição. “E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora. Saiu aquele que
estivera morto...” Jo 11.43,44. Outro caso foi o do filho da viúva da cidade de Naim. “Chegandose, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando: Levanta-te.
Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe” Lc 6.14,15. Ainda
encontramos nos Evangelhos a ressurreição da filha de Jairo: “... Tua filha já morreu; por que
ainda incomodas o Mestre?...Tomando-a pela mão, disse: Talita Cumi, que quer dizer: Menina, eu
te mando, levanta-te. Imediatamente a menina se levantou e pôs-se a andar...” Mc 5.35-42.
1.2.5.6. Pelo Exercício de Autoridade Sobre a Natureza - Jesus exerceu autoridade
sobre os fenômenos da natureza em diversas ocasiões: Acalmou tempestade, andou sobre o mar,
transformou água em vinho, multiplicou pães e peixes, são os milagres conhecidos que tem haver
com alguma alteração na ordem das coisas como foram criadas por Deus. “E ele, despertando,
repreendeu o vento, e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou e fêz-se grande
bonança” Mc 4.39. “... Veio ter com eles, andando por sobre o mar; e queria tomar-lhe a dianteira.
Eles, porém, vendo-o andar sobre o mar, pensaram tratar-se de um fantasma, e gritaram... Mas
logo lhes falou e disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais” Mc 6.48-50. “E, vendo uma
figueira à beira do caminho, aproximou-se dela; e, não tendo achado senão folhas, disse-lhe:
Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente” Mt 21.19.
1.2.5.7. Doador da Vida Ressurreta - O Senhor Jesus ressuscitou mortos em Seu
ministério terreno, com corpos naturais, hoje está ressuscitando espiritualmente aqueles que
crêem nele, mas ressuscitará no futuro, quando da sua segunda vinda, com corpos glorificados,
semelhantes ao Seu corpo depois da sua ressurreição, todos aqueles que morreram na fé. Essa
benção do evangelho alcançará o corpo dos redimidos do Senhor, daqueles que tiveram a coragem
de se render as poderosas evidências do Evangelho. “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde
aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação,
para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a
si todas as coisas” Fp 1.21. “... porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos
ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida...” Jo 5.28,29.
“Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último
dia” Jo 6.44. “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que
morra, viverá” Jo 1.25. (Conforme o texto citado de Jo 5.28,29, até os ímpios receberão de Jesus
corpos ressuscitados, especiais, diferentes dos corpos dos salvos que serão corpos glorificados,
para serem julgados no Juízo Final, e suportarem todo o peso da justa ira de Deus).
1.2.5.8. Juiz dos Vivos e dos Mortos - Jesus foi designado pelo Conselho da Santíssima
Trindade para ser juiz dos vivos e dos mortos. Isso é um direito que lhe assiste por ser o eterno
Filho de Deus e soberano Senhor e Juiz. O Senhor Jesus hoje distribui os seus juízos sobre os
pecados dos homens, tantos dos salvos como dos perdidos, como lhe apraz. Uns recebem nesta
vida a paga pelos seus erros, outros não. (É bom observar que o castigo neste mundo não purga os
pecados). No Juízo Final todos, inclusive aqueles que receberam de Jesus uma paga pelos seus
pecados neste mundo, receberão no Juízo Final a recompensa completa. Todos os seres humanos,
tanto os que foram alcançados com a salvação quanto os perdidos, num dia determinado por Deus,
irão comparecer diante de Cristo para dar contas de sua vida, dos dons e dos bens que receberam
de Deus por graça e por misericórdia. “Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o
mundo com justiça por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitandoo dentre os mortos” At 17.31. “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus que há de julgar vivos e
mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino” 2 Tm 4.1. “E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho
confiou todo o julgamento” Jo 5.22. “Quando vier o Filho do homem na sua majestade e todos os
anjos com ele, então se assentará no trono de sua glória, e todas as nações serão reunidas em sua
presença, e ele separará uns dos outros...” Mt 25.31,32. “Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu,
também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de
Cristo” Rm 14.10. (Veja ainda 2 Co 5.10).
1.2.6 - A Associação do Nome de Jesus, o Filho, com o de Deus, o Pai
Em diversos textos da Bíblia, encontramos o nome de Jesus em íntima associação com o do
Pai Celestial, demonstrando que as duas pessoas da Santíssima Trindade estão no mesmo pé de
igualdade, não havendo subordinação uma a outra, tendo em vista que elas são da mesma essência
e possuidoras dos mesmos atributos, senão vejamos: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de
Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” 2 Co 13.13. “Respondeu Jesus: Se
alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele
morada” Jo 14.23. “Eu e o Pai somos um” Jo 10.30. “Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus
Cristo, às doze tribos que se encontram na Dispersão, saudações” Tg 1.1. “Não se turbe o vosso
coração; credes em Deus, crede também em mim” Jo 14.1. “E clamavam em grande voz, dizendo:
Ao nosso Deus que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” Ap 7.10. “... Àquele
que está sentado no trono, e ao Cordeiro (Jesus) seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio
pelos séculos dos séculos” Ap 5.13. “Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de
Deus e de Jesus, nosso Senhor” 2 Pe 1.2.
1.2.7 - A Identificação de Jesus com o Jeová da Antiga Dispensação
As Escrituras que fazem referências a Javé (um dos nomes mais importantes que Deus era
nomeado no Antigo Testamento) são interpretadas no Novo Testamento como relacionadas a
Jesus Cristo, conforme podemos observar nas referências abaixo:
Antigo Testamento
Novo Testamento
Sl 102.24-27
Hb 1.10-12
Is 40.3,4
Lc 1.68,69,76
Jr 17.10
Ap 2.23
Is 60.19
Lc 2.32
Is 6.9,10
Jo 12.38-41
Is 8.13,14
1 Pe 2.7,8
Ez 34.11,12
Lc 19.10
Estes e outros textos identificam Iavé (Jeová aportuguesado) da Antiga Dispensação como
o Jesus do Novo Pacto. Javé, Iavé, Jeová (o Senhor), palavra hebraica é o mesmo Kyrios (Senhor),
palavra grega usada para referenciar a pessoa do Senhor Jesus Cristo.
1.3 - UNIÃO HIPOSTÁTICA DAS DUAS NATUREZAS DE CRISTO
Por união hipostática das duas naturezas de Cristo, a divina e a humana, queremos dizer
que elas estão unidas numa só pessoa (Jesus), sem perdas de suas propriedades individuais e
essenciais. Isto quer dizer que Jesus é ao mesmo tempo Divino-Humano. É o Deus-Homem. A
união hipostática aconteceu quando da Sua Encarnação, quando o Verbo (Princípio ativo da vida
- Deus) se fez carne, conforme revelado no Evangelho de João 1.14 e na carta de Paulo aos
Filipenses 2.6,7.
Louis Berkhof, em seu Manual de Doutrina Cristã, páginas 166 e 167, comentando sobre o
assunto, disse: “Há somente uma pessoa no Mediador, e essa pessoa é o imutável Filho de Deus.
Na encarnação, Ele não se mudou numa pessoa humana, nem adotou uma pessoa humana.
Simplesmente assumiu a natureza humana, que não se tornou uma personalidade independente,
mas se tornou pessoal na pessoa do Filho de Deus. Sendo uma só pessoa divina que possuía a
natureza divina desde a eternidade, assumiu uma natureza humana, e agora tem as duas naturezas.
Depois de assumir uma natureza humana a pessoa do Mediador não é apenas divina, mas divinohumana; é agora o Deus-homem. É um só indivíduo, mas possui todas as qualidades essenciais
tanto da natureza humana como da divina.” .
1.4 - O CARÁTER DE JESUS CRISTO
O Senhor Jesus Cristo ao se revelar ao mundo, manifestou em seu viver as facetas do Seu
caráter. Nos Evangelhos, tanto nos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) quanto no de João,
encontramos a biografia de Jesus. Estudando-os com atenção podemos observar como era
maravilhosa a pessoa de Jesus. Como era glorioso o Seu caráter, desprovido de egoísmo, de
maldade, de vingança, de ganância, enfim do pecado.
A seguir identificamos cinco áreas do caráter sublime de Jesus, que o credencia como
modelo para a sua Igreja:
1.4.1 - A Santidade de Jesus Cristo
O Senhor Jesus é identificado na Bíblia como uma pessoa santa, perfeita em santidade,
isenta de pecados, separado dos pecadores e feita mais sublime do que o próprio Céu.
1.4.1.1. Imaculado - Jesus quando foi concebido no ventre de Maria não trouxe o germe
do pecado no seu coração, tendo em vista que o homem (José, marido de Maria) não participou do
ato conceptivo. Ele foi gerado por obra e graça do Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 1.35). Infere-se,
daí, que de alguma maneira Deus santificou, pela instrumentalidade do Espírito Santo, o ventre de
Maria para Jesus não fosse contaminado pelo pecado e nascesse sem mácula. Isso quer dizer que
Jesus não tinha culpa nem mácula, era realmente o homem perfeito. As Escrituras, sobre o
assunto, revelam assim: “Por que nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado,
separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus” Hb 7.26. “E qualquer que nele tem
esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” 1 Jo 3.3. „Falou-lhes, pois, Jesus
outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo...” Jo 8.12. “Ali estava a luz verdadeira, que alumia a
todo homem que vem ao mundo” Jo 1.9.
1.4.1.2. Isento de Pecado - Pelo fato de Jesus, em essência, ser puro Ele não cometeu
pecado, mesmo estando limitado em uma natureza humana com todas as suas fraquezas. O texto
de Hebreus (7.26) nos diz que ele, Jesus, era separado dos pecadores, ou seja, era um homem
comum, mas nele não havia pecado. Sobre a isenção de pecado na vida de Jesus, a Bíblia assim
revela: “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” 1 Pe 2.22. “E bem sabeis
que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado” 1 Jo 3.5. “... porquanto
nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca” Is 53.9. Certa feita, Jesus desafiou os seu
contemporâneos nestes termos: “Quem dentre vós me convence de pecado...” Jo 8.46.
1.4.2 - O Amor de Jesus Cristo
O Senhor Jesus demonstrou com as suas palavras e com os seus atos um profundo e
inigualável amor. Todos os seus atos estavam permeados do amor ágape, do amor de Deus, amor
verdadeiro e incondicional. O ponto culminante desse amor foi a oferta que fez de Sua preciosa
vida pelos nossos pecados. “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos
seus amigos” Jo 15.13. Encontramos na Bíblia o amor de Jesus demonstrado em relação:
1.4.2.1. Ao Pai Celestial - Jesus devotava um profundo amor ao Pai Celestial. Assim Ele
declarou num determinado momento de Sua vida: “Mas é para que o mundo saiba que eu amo o
Pai e que faço como o Pai me mandou...” Jo 14.31. A prova suprema do amor de Jesus pelo Pai foi
demonstrada através da obediência incondicional a Sua vontade. “Jesus disse-lhes: A minha
comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” Jo 4.43. “E aquele que me
enviou está comigo; o Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada” Jo
8.29.
1.4.2.2. A Sua Igreja - O amor de Jesus pela Sua Igreja é evidenciado na doação de Sua
vida em favor dela bem como pelo seu constante cuidado por ela. “Eu sou o bom Pastor; o
bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” Jo 10.11. “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como
também Cristo amou a Igreja e a Si mesmo se entregou por ela” Ef.5:25. “... como havia amado os
seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” Jo 13.1. “... Aquele que nos ama, e em seu
sangue nos lavou dos nossos pecados” Ap 1.5.
1.4.2.3. Aos Crentes Individuais - Jesus ama a Igreja enquanto organismo, como corpo,
mas ama também a cada um dos seus componentes, ou seja, ama a cada um dos crentes
individualmente. Isto quer dizer que cada um daqueles que professa o nome de Jesus e crê nele de
todo o seu coração é objeto do amor de Jesus. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais
eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o
qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” Gl 2.20. “Ora, antes da Festa da Páscoa,
sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus
que estavam no mundo amou-os até ao fim” Jo 13.1.
1.4.2.4. Aos Pecadores Perdidos - Jesus ama a todos os seres humanos, independentes de
serem crentes ou não. Aliás, Ele morreu por todos os pecadores. Deu a Sua preciosa vida para
salvar a todos. Isto quer dizer que a morte de Jesus, motivada pelo seu amor, potencialmente é
capaz de alcançar todos os seres humanos, se todos pudessem crer. “Ide, porém, e aprendei o que
significa: misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim para chamar os justos, mas os
pecadores, ao arrependimento” Mt 9.13. “Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu
tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom
alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós,
sendo nós ainda pecadores” Rm 5.6-8.
1.4.2.5. As Crianças - O Senhor Jesus tinha um carinho especial para com as crianças. Ele
as recebia, tomava-as em Seus braços e as abençoava e até as usou como exemplo para aqueles
que queriam se habilitar para o Reino dos Céus. “Jesus, porém, vendo isso, indignou-se e disselhes: Deixai vir os pequeninos a mim e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus” Mc
10.14. “E, tomando-as nos seus braços e impondo-lhes as mãos, as abençoou” Mc 10.16.
1.4.2.6. Aos Seus Opositores - Até para com os Seus opositores Jesus demonstrou amor.
No Getsêmani quando vieram prendê-lo tratou Judas, o traidor, com respeito e até o chamou de
amigo, mesmo sabendo qual o designo funesto daquele seu apóstolo. “Jesus, porém, lhe disse:
Amigo, a que vieste?...” Mt 26.50. Quando estava sendo crucificado, sofrendo as terríveis dores
daquele suplício, Ele intercedeu pelos seus algozes ao Pai pedindo que lhes perdoasse pela
maldade que estavam fazendo. “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem...”
Lc.23:34.
Realmente, Jesus viveu aquilo que pregou. Pregou amor a Deus e ao próximo e viveu em
plenitude esse amor.
1.4.3 - A Mansidão de Jesus Cristo
A mansidão é definida por Aurélio como a qualidade de ser manso (de gênio brando ou
índole pacífica; sereno; sossegado...).
A Palavra de Deus (Is 53.7) diz de Jesus Cristo que Ele iria ser oprimido, mas não abriria a
boca; que como um cordeiro iria ser levado ao matadouro, e que como uma ovelha muda perante
os seus tosquiadores, não abriria a boca. Ainda em 1 Pe 2.23, o apóstolo Pedro diz: “O qual,
quando o injuriavam, não injuriava e, quando padecia, não ameaçava, mas entregava-se àquele
que julga justamente”.
O Senhor Jesus enfrentou, ao longo de sua vida neste mundo, diversas ocasiões que, se
não fosse o que era, poderia ter agido de maneira vingativa. Ele, detentor de todo o poder como
eterno Filho de Deus, foi rejeitado, desprezado, insultado, cuspido, chicoteado, blasfemado, e
objeto de outros agravos. Poderia, se o quisesse, acionar o poder que tinha para recompensar com
todo o rigor o mal que lhe fizeram. Mas Jesus não fez assim. Quando os discípulos revoltados por
não ter sido acolhidos por uma aldeia de samaritanos, pediram a Ele que os autorizassem a fazer
descer fogo do céu para destruir os seus habitantes, Jesus não concedeu a autorização e os
repreendeu por terem guardado no coração ressentimento, rancor e alimentado o sentimento de
vingança (Lc 9.51-56). No Getsêmani, na hora de sua prisão, os apóstolos quiseram reagir, usando
a espada, chegando um deles a decepar a orelha direita de Malco, servo de Sumo Sacerdote, mas
Jesus o repreendendo, disse: “...Mete no seu lugar a tua espada, ... ou pensas tu que eu não
poderia, agora, orar a meu Pai e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?” Mt
26.52,53. Na cruz, o Senhor Jesus revelou toda a sua mansidão orando pelos seus algozes: “E
dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem...” Lc 23.34.
Só Ele poderia abrir a sua boca e dizer: “...Aprendei de mim, que sou manso ... de
coração...” Mt 11.29.
1.4.4 - A Humildade de Jesus Cristo
Jesus foi uma pessoa humilde, não só no sentido de ter vindo a este mundo desprovido de
riquezas materiais, mas, principalmente, no sentido de ter ele aquela disposição íntima de
reconhecer as suas limitações humanas e depender do Pai em tudo em sua vida, e de aceitar,
incondicionalmente, a soberana vontade de Deus. Jesus era, na acepção da palavra, humilde de
coração. Aliás, Ele até declarou isso: “...Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração”
Mt 11.29.
Ele poderia, se quisesse, ostentar toda a grandeza própria daquele que possui tudo, pois é o
Rei da Glória (Sl 24.7-10). Mas Ele não procedeu assim. O fato de Jesus, como eterno e glorioso
Filho de Deus, vir a este mundo pecaminoso, assumir um corpo humano com todas as suas
limitações, assumir um modo de vida desprovido de bens materiais, sendo Ele o dono de tudo é,
em nossa opinião, uma grande demonstração de humildade. O Apóstolo Paulo disse: “porque já
sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para
que, pela sua pobreza, enriquecêsseis” 2 Co 8.9.
Sobre a humildade de nosso Senhor Jesus, encontramos ainda na Bíblia: “Dizei à filha de
Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, humilde e assentado sobre uma jumenta e sobre um jumentinho,
filho de animal de carga” Mt 21.5 (Veja Zc 9.9). Há na Bíblia (Jo 13.4-12), ainda um
acontecimento que demonstra a humildade de Jesus, quando Ele pegou uma bacia com água e
uma toalha e lavou e enxugou os pés dos seus discípulos. O trabalho de lavar e enxugar os pés dos
convidados era de um serviçal e não do dono da casa. Ainda sobre a humildade de Jesus Cristo,
encontramos em Filipenses 2.6-8, o seguinte: “... Cristo Jesus... sendo em forma de Deus, não teve
por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendose semelhante aos homens, e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo
obediente até a morte e morte de cruz”.
1.4.5 - O Altruísmo de Jesus Cristo
Uma pessoa altruísta é aquela que tem a qualidade de se doar em favor dos outros, que vive
em função de seus semelhantes. Enquanto o egoísta vive só em função de si mesmo, o altruísta
vive em função dos outros; serve aos outros por amor e pelo prazer de servir, sem esperar
contrapartida alguma. Ninguém foi mais altruísta do que Jesus. Ele declarou em certa ocasião:
“Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em
resgate de muitos” Mc 10.45. “Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura,
não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve” Lc 22.27. O altruísmo
de Jesus foi tão grande que Ele deu a Sua preciosa vida por nossa causa. “Ninguém tem maior
amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” Jo 15.13. “Porque já sabeis a graça
de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua
pobreza, enriquecêsseis” 2 Co 8.9.
2 - A OBRA REALIZADA POR JESUS CRISTO
O Senhor Jesus no seu ministério terreno realizou muitas obras maravilhosas. Os seus
contemporâneos foram privilegiados com a ação poderosa do Filho de Deus operando portentosos
milagres que tiveram, dentre outras coisas, a finalidade de aliviar o sofrimento humano. O escritor
sacro Lucas no livro de Atos (10.38) resume esse ministério nestes termos: “Como Deus ungiu a
Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a
todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”. Ainda no evangelho de Lucas 4.18,19,
Lucas registrou o que saiu dos próprios lábios de Jesus, identificando o cumprimento de uma
profecia do livro de Isaías no seu ministério terreno: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que
me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a apregoar
liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a por em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano
aceitável do Senhor”.
Além dessas obras maravilhosas, Jesus também realizou uma obra especial, que é a maior
do plano redentor, que foi a doação de sua vida em sacrifício pelos pecados do homem.
A seguir detalharemos as obras realizadas por nosso Senhor Jesus Cristo quando esteve
conosco aqui neste mundo:
2.1 - Obras de Curas, Milagres e Expulsão de Demônios
2.1.1. A Cura de Enfermidades - O ministério de Jesus foi marcado por inúmeras curas
de pessoas enfermas. “E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando
o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” Mt 4.23. (Veja
ainda Mt 9.35; 12.15; 14.14; 15.30).
Algumas das curas que o Senhor Jesus realizou foram detalhadas nos Evangelhos, isto é, há
referência sobre quem foi curado, em que ocasião, como Jesus realizou a cura, em que
circunstâncias, etc. Exemplificando citaremos apenas três: a cura dos dez leprosos (Lc 17.11,10);
a cura da mulher com o fluxo de sangue (Mt 9.20-22; Mc 5.25-29; Lc 8.43-48); a cura da sogra de
Pedro (Mt 8.14, 25; Mc 1.30, 31; Lc 9.38, 39).
2.1.2. Milagres – Um milagre é uma ação sobrenatural de Deus, em favor de uma pessoa
ou em favor de uma comunidade, visando debelar um problema que não existe possibilidade de
ser resolvido pela ação do homem. Para exemplificar, citaremos quatro milagres realizados por
Jesus: o milagre da restauração do paralítico do tanque de Betesda (Jo 5.1-9); o milagre da
restauração da visão do cego de nascença (Jo 9.1-7); o milagre da multiplicação dos cinco pães e
dois peixes (Mt 4.15-21; Mc 6.35-44; Lc 9.12-17); o milagre da ressurreição de Lázaro (Jo
11.43,44), sendo este último o mais contundente de todos, devido que o morto já se encontrava
em estado de decomposição.
2.1.3. Expulsão de Demônios – Na época e no País (Israel) em que Jesus viveu havia uma
obra intensa do diabo, pois muitas pessoas estavam possessas de espíritos malignos e eram
atormentadas pelas forças das trevas. O Senhor Jesus possuidor de toda a autoridade divina
libertou muitas pessoas, expulsando os demônios meramente com a palavra do seu poder. Esses
episódios mostram a autoridade de Jesus sobre o reino das trevas. Neste trabalho identificaremos
apenas três fatos ocorridos e registrados nos Evangelhos: a expulsão de demônio de um homem
mudo (Mt 9.32,33); a expulsão de um demônio de um homem cego e mudo (Mt 12.22); a
expulsão de demônios de um menino (Mt 17.14-18; Mc 9.17-29; Lc 9.38-43).
No quadro a seguir, encontramos as obras completas realizadas por Jesus, relacionadas a
curas, milagres e expulsão de demônios, registradas nos Evangelhos:
OS MILAGRES DE JESUS
Milagres de cura e libertação
Mateus
Marcos
Lucas
1.40-42
5.12,13
O leproso
8.2-4
O servo do centurião romano
8.5-13
A sogra de Pedro
8.14,15
1.30,31
4.38,39
Dois homens de Gadara
8.28-34
5.1-15
8.27-35
O paralítico
9.2-7
2.3-12
5.18-25
A mulher hemorrágica
9.20-22
5.25-29
8.43-48
Dois cegos
9.27-31
O endemoninhado mudo
9.32,33
O homem da mão mirrada
12.10-13
3.1-5
6.6-10
O endemoninhado surdo-mudo
12.22
A filha da mulher cananéia
15.21-28
7.24-30
O menino endemoninhado
17.14-18
9.17-29
9.38-43
Dois cegos (inclusive Bartimeu)
20.29-34
10.46-52
18.35-43
7.1-10
11.14
Um surdo-mudo
7.31-37
Um endemoninhado na sinagoga
1.23-26
Um cego de Betsaida
8.22-26
4.33-35
Uma mulher paralítica
13.11-13
Um homem hidrópico
14.1-4
Dez leprosos
17.11-19
O servo do sumo sacerdote
22.50,51
O filho de um oficial do rei
João
4.46-54
O paralítico do tanque de Betesda
5.1-9
O cego de nascença
9.1-7
Milagres demonstrando o poder de Jesus sobre a natureza
Acalmando a tempestade
8.23-27
4.37-41
Andando sobre o mar
14.25
6.48-51
Alimentando 5.000 pessoas
14.15-21
6.35-44
Alimentando 4.000 pessoas
15.32-38
8.1-9
A moeda encontrada no peixe
17.24-27
A figueira que secou
21.18-22
8.22-25
6.19-21
9.12-17
6.5-13
11.12-14,20-25
A pesca milagrosa
5.4-11
Água transformada em vinho
2.1-11
Outra pesca milagrosa
21.1-11
Milagres de ressurreição de mortos
A filha de Jairo
9.18,19,23-25
5.22-24,38-42
O filho da viúva de Naim
Lázaro
8.41,42,49-56
7.11-15
11.1-44
Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal - 1996.
2.2 - Obras Ligadas a Pregação e ao Ensino
O Senhor Jesus exerceu um ministério poderoso nas áreas do ensino e da pregação da
Palavra de Deus. O seu ministério foi itinerante, isto é, não estava circunscrito a uma cidade ou a
uma aldeia ou mesmo a uma região (veja anexo II). “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias,
ensinando nas sinagogas deles, e pregando o Evangelho do Reino...” Mt 9.35. Jesus, no seu
ensino, popularizou uma técnica de ensino que usava exemplos do cotidiano da vida do Oriente
para revelar verdades espirituais, de valor eterno – as parábolas. Ele proferiu muitas parábolas
(veja quadro abaixo), sendo as mais conhecidas: O Filho Pródigo (Lc 15.11-32); O Bom
Samaritano (Lc.10.30-37); A Ovelha Perdida (Mt 18.12-14; Lc 15.4-7). Encontramos ainda nos
Evangelhos os discursos proferidos por Jesus Cristo, a maioria deles citados por João Evangelista,
por exemplo: Jesus, o Pão da Vida (Jo 6.22-59); Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.1-18); Jesus, a Luz
do Mundo (Jo 8.12-59); etc.
No quadro a seguir, apresentamos as parábolas proferidas por Jesus e registradas nos
Evangelhos.
2.2.1. As Parábolas Proferidas Por Jesus
Parábola
Mateus
Marcos
4.21,22
Lucas
A lâmpada debaixo do alqueire
5.15,16
Construtores prudentes e insensatos
7.24-27
Pano novo em vestido velho
9.16
2.21
5.36
Vinho novo em odres velhos
9.17
2.22
5.37,38
O semeador
13.3-8, 18-23
4.3-8, 14-20
8.5-8, 11-15
O joio
13.24-30, 36-43
O grão de mostarda
13.31,32
4.30-32
13.18,19
O fermento
13.33
O tesouro escondido
13.44
A pérola de grande valor
13.45,46
A rede
13.47-50
O pai de família
13.52
A ovelha perdida
18.12-14
O credor incompassivo
18.23,34
Os trabalhadores na vinha
20.1-16
Os dois filhos
21.28-32
Os lavradores maus
21.33-44
As bodas
22.2-14
A figueira
25.32-35
O servo fiel e prudente
24.45-51
As dez virgens
25.1-13
Os talentos (minas)
25.14-30
Ovelhas e bodes
25.31-46
6.47-49
13.20,21
15.4-7
12.1-11
20.9-18
13.27,29
21.29-31
12.42-48
19.12-27
A semente que brota e cresce
4.26-29
Servos vigilantes
13.35-37
O credor
8.16; 11.33
12.36-40
7.41-43
O bom samaritano
10.30-37
O amigo necessitado
11.5-8
O rico insensato
12.16-21
A figueira infrutífera
13.6-9
O último lugar na festa
14.7-14
A grande ceia
14.16-24
O preço do discipulado
14.28-33
A dracma perdida
15.8-10
O filho pródigo
15.11-32
O mordomo infiel
16.1-8
O rico e Lázaro
16.19-31
O senhor e o servo
17.7-10
A viúva persistente
18.2-8
Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal - 1996
2.3 - Obra Especial da Redenção do Ser Humano (A Morte de Jesus)
O Senhor Jesus veio a este mundo com a finalidade maior de oferecer a sua preciosa vida
em sacrifício pelos nossos pecados. Essa obra é considerada a mais importante do plano redentor
de Deus e tem implicações profundas e valor eterno para o ser humano e foi projetada deste os
tempos eternos pelo Conselho da Santíssima Trindade. Segundo a Bíblia, o Cordeiro de Deus fora
morto antes da fundação (Ap 5.12), ou seja, antes dele vir a este mundo, segundo o plano eterno
de Deus, a morte sacrificial de Jesus já era tida como certa, de acordo com o eterno propósito
dAquele que faz todas as coisas segundo o conselho de Sua vontade.
2.3.1. As Características da Morte de Jesus
A morte expiatória de nosso Senhor Jesus Cristo tem diversas características, conforme
identificado, a seguir:
2.3.1.1. Foi pré-determinada - A morte de Jesus na cruz do Calvário não foi obra do
acaso, nem a ocorrência de um fato intempestivo, nem como conseqüência de circunstâncias
políticas ou produto da inveja das autoridades israelitas da época, nem tampouco causada pela
possível decepção que Judas Iscariotes, o traidor, tenha tido, mas parte componente de um plano
estabelecido por Deus antes dos tempos eternos. Segundo as Escrituras a morte do Senhor Jesus
fora decidida pelo conselho da Santíssima Trindade antes que as coisas existissem e que esse fato
viesse a acontecer. “A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus,
tomando-o vós, o crucificastes e mataste pelas mãos de injustos” At 2.23. “Porque,
verdadeiramente, contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes,
mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu
conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer” At 4.27,28. “E, na verdade, o
Filho do Homem vai segundo o que está determinado;...” Lc 22.22. “Mas Deus assim cumpriu o
que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado: que o Cristo havia de padecer”
At 3.18.
2.3.1.2. Foi voluntária - Jesus não foi constrangido nem obrigado pelo Conselho da
Santíssima Trindade a vir a este mundo e morrer pelos pecados dos outros, ao contrário, Ele
ofereceu-se espontaneamente para a realização dessa obra em favor dos seres humanos. A
voluntariedade do Senhor Jesus é observada em alguns textos das Sagradas Escrituras, conforme
identificados a seguir: “Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la.
Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para dar e poder para tornar
a tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai” Jo 10.17,18. “... e a vida que agora vivo na carne
vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” Gl 2.20. “O
qual se deu a si mesmo por nossos pecados...” Gl 1.4. “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a
sua vida pelas ovelhas” Jo 10.11. “o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos ...” 1
Tm 2.6.
2.3.1.3. Foi vicária - Jesus não morreu como conseqüência de seus pecados, nem por
causa de suas falhas, pois, Ele não os tinha, mas morreu em favor de outros. O profeta Isaías
falando sobre o aspecto vicário da morte do Redentor assim se expressou em sua profecia: “Mas
ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a
paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados” Is 53.5. A Bíblia ainda diz sobre o
assunto: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para
levar-nos a Deus;...” 1 Pe 3.18. “Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo
pelos ímpios” Rm 5.6. “Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de
muitos...” Hb 9.28.
2.3.1.4. Foi sacrificial - A morte de Jesus foi um sacrifício, onde o altar foi a cruz e a
vítima o próprio Jesus, que também foi o ministro oficiante do sacrifício. Antes mesmo de Jesus
oferecer a Sua vida em sacrifício já fora Ele identificado pelo seu precursor, João Batista, como o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo Jo 1.29. João estava se utilizando de uma figura do
sistema sacrificial israelita onde um cordeiro era imolado pelos pecados do povo, para falar sobre
o sacrifício expiatório de Cristo na cruz. A Bíblia diz ainda sobre o assunto: “...Cristo ... se
entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” Ef 5.2. “... mas,
agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício
de si mesmo” Hb 9.26. “Mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está
assentado para sempre a destra de Deus” Hb 10.12.
2.3.1.5. Foi propiciatória - Propiciar é tornar favorável. Na propiciação, diz Scofield, não
há nenhum pensamento de se aplacar um Deus vingativo, mas antes, que foi satisfeita a Sua santa
Lei, tornando possível assim que ele demonstrasse misericórdia com toda a justiça. Os versículos
a seguir confirmam essa verdade: “Nisto está a caridade: não em que nós tenhamos amado a
Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” 1 Jo
4.10. “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça
pela remissão dos pecados dantes cometidos sob a paciência de Deus” Rm 3.25. “E ele é a
propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o
mundo” 1 Jo 2.2.
2.3.1.6. Foi redentora - Redimir é resgatar por meio de pagamento. Segundo Bancroft, o
termo resgate deriva-se das transações efetuadas entre os homens, como a libertação de um cativo
mediante o pagamento do resgate, ou a soltura de um devedor encarcerado, ao liquidar sua dívida.
Os textos bíblicos a seguir dão consistência à doutrina da morte redentora de Cristo: “Cristo nos
resgatou da maldição da Lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: maldito todo
aquele que for pendurado no madeiro” Gl 3.13. “...Deus enviou seu Filho... para remir os que
estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” Gl 4.4,5. “Em quem temos a
redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça” Ef 1.7.
“Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso
espírito, os quais pertencem a Deus” 1 Co 6.20. “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis,
como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição,
recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado
e incontaminado” 1 Pe 1.18,19.
2.3.1.7. Foi substitutiva – Como morte substitutiva, queremos dizer que o Senhor Jesus
Cristo tomou o lugar dos pecadores, levando sobre o seu corpo, no madeiro, a culpa e o castigo
que eles mereciam. Essa doutrina foi esboçada no Antigo Testamento, no livro de Isaías e
confirmada no Novo Testamento. “Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se
desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Is 53.6.
“Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos
traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados” Is 53.5. No Novo Testamento,
tanto o apóstolo Pedro como o apóstolo Paulo nos dizem assim: “Carregando ele mesmo em seu
corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos aos pecados, vivamos para a
justiça; por suas chagas fostes sarados” 1 Pe 2.24. “O qual por nossos pecados foi entregue e
ressuscitou para nossa justificação” Rm 4.25. “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por
nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” 2 Co 5.21. “Porque primeiramente vos
entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” 1
Co 15.3.
2.3.2 - O Alcance da Obra Expiatória de Jesus Cristo
A morte do Senhor Jesus tem um alcance extraordinário, senão vejamos:
2.3.2.1. Pelo mundo inteiro – O Senhor Jesus Cristo morreu pelo mundo inteiro. A morte
de Jesus foi suficiente para salvar todas as pessoas do mundo em todas as épocas. Ela tem um
alcance universal. Se todas as pessoas pudessem crer elas seriam salvas pelo poder da morte
redentora de Jesus. A Bíblia diz sobre o assunto que “... Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”
Jo 3.16. Diz ainda a Escritura que Jesus “é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente
pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” 1 Jo 2.2. Quando João Batista viu Jesus
num dado momento do seu ministério teve a revelação de que Ele era o cordeiro de Deus que tira
o pecado do mundo. “No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro
de Deus, que tira o pecado do mundo” Jo 1.29. Paulo escrevendo a Timóteo revelou também essa
faceta da morte do Senhor. “Porque para isto trabalhamos e lutamos, pois esperamos no Deus
vivo, que é o Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis” 1 Tm 4.10.
2.3.2.2. Pela Sua Igreja - Jesus morreu pela Sua Igreja, isto é, pelos eleitos de Deus, por
aqueles que foram predestinados para a salvação desde os tempos eternos. Aliás, esse é o aspecto
mais importante e eficaz da morte de Jesus porque tem como certo o resultado desse sacrifício
feito pelo Redentor. A Igreja sempre foi e será objeto especial da graça de Deus. Foi pela Igreja
que Jesus veio a este mundo e foi por ela que Ele padeceu o suplício da cruz do Calvário. Isso nos
foi revelado especialmente pelo apostolo Paulo em suas cartas. “Maridos, amai vossas mulheres,
como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse,
tendo-a purificado por meio da lavagem da água pela palavra...” Ef 5.25,26. “Em que temos a
redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça” Ef 1.7.
Paulo, no seu discurso aos presbíteros da Igreja de Eféso, disse para eles o que está registrado em
Atos 20.28: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu
bispos, para apascentardes a Igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” At 20.28.
O apóstolo João no livro de Apocalipse também confirma essa verdade. “... Aquele que nos ama,
e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados” Ap 1.5. “E cantavam um novo cântico, dizendo:
Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue
compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação” Ap 5.9.
2.3.2.3. Por Israel - Jesus morreu também pela nação de Israel, apesar da rejeição formal
da Sua pessoa por parte daquele povo como nação constituída. De alguma maneira a morte de
Jesus beneficiou aquela nação. “Ora, ele não disse isso de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote
naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação. E não somente pela nação, mas para
reunir em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos” Jo 11.51,52. Os israelitas, os
remanescentes segundo a eleição da graça, serão contemplados pelo benefício da morte de Jesus
no programa geral da Igreja. “E assim, todo o Israel será salvo, como estar escrito: De Sião virá o
Libertador, e desviará de Jacó as impiedades. E este será o meu concerto com eles, quando eu
tirar os seus pecados” Rm 11.26,27. “Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias
diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos,
acrescenta: e jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades. Ora, onde há remissão
destes, não há mais oblação pelo pecado” Hb 10.16-18.
2.3.3. Os Resultados da Morte de Jesus
A morte de Jesus produz na pessoa que crê muitas coisas preciosas, de dimensão eterna.
Essas bênçãos advindas do sacrifício de Cristo são dadas aos crentes em caráter irrevogável:
2.3.3.1. A regeneração – A primeira bênção da graça de Deus, que foi possível mediante a
morte de Jesus, foi à transformação do homem, deformado pelo pecado, em uma nova criatura,
nascida de novo, do Espírito, regenerada. A regeneração é o ato gracioso de Deus no qual o
homem, morto em seus delitos e pecados, é habilitado pelo Espírito Santo a entender, aceitar e
crer no plano salvífico do Redentor. “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do
Espírito é espírito” Jo 3.6. “Não pelas obras de Justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua
misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que
abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador” Tt 3.5,6. “Assim que,
se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”
2 Co 5.17.
2.3.3.2. O perdão dos pecados – O perdão dos pecados que é algo da exclusiva
competência de Deus é dado ao crente graças à morte redentora de Jesus. Essa morte tem o poder
para perdoar todos os pecados das pessoas que arrependidas aceitam e crêem nEle para a
salvação. Segundo as Escrituras, ser perdoado é ser feliz, é ser bem-aventurado. “Bem-aventurado
aquele cuja transgressão é perdoada e cujo pecado é coberto” Sl 32.1. Esse perdão em relação aos
crentes envolve os pecados passados e os pecados que venham a ocorrer após a experiência da
salvação. “Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos
outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” Ef 4.32. “Filhinhos, escrevo-vos porque, pelo
seu nome, vos são perdoados os pecados” 1 Jo 2.12. “E, em seu nome, se pregasse o
arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém” Lc
24.47. “Seja-vos, pois, notório, varões irmãos, que por este (Jesus) se vos anuncia a remissão dos
pecados” At 13.38.
2.3.3.3. A justificação – Encontramos nas Escrituras, que a justificação é atribuída à
pessoa, através da eficácia do sangue de Jesus derramado na cruz do Calvário. Justificar é o ato do
Juiz Supremo em absolver o pecador da culpa. Deus em Cristo declarou justo todo aquele que tem
fé em Jesus. Assim sendo, o pecador justificado, declarado justo, graças à justiça de Cristo, não
tem mais sobre si, culpa. Foi já justificado diante de Deus. Está livre para sempre da condenação
provocada pelo pecado. “Sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” Rm
5.9. “Por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos” Rm 5.19. “E de tudo o que,
pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê” At
13.39. (Veja ainda Gl 2.16; Fp 3.9.
2.3.3.4. A adoção – Adotar é receber como filho aquele que o Pai quer. É um ato da livre
graça de Deus. Deus determinou que aqueles que cressem em seu Filho Jesus Cristo fossem
adotados como Seus filhos, com todos os direitos que essa relação permite, inclusive a de ser
herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo. Isso foi possível graças à morte sacrificial de Jesus.
“Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem
no seu nome” Jo 1.12. “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo,
segundo o beneplácito de sua vontade” Ef 1.5. “Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou
seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” Gl 4.4,5.
“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez, estardes em temor, mas
recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” Rm 8.15. “Assim que já
não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo” Gl 4.6. (Veja
ainda Rm 8.17).
2.3.3.5. A redenção – Resgatar é adquirir mediante pagamento. A idéia que se tem aqui é
de uma pessoa idônea que num mercado de escravos adquire para si mediante pagamento os
escravos que quer. Quando Jesus morreu foi pago o preço de nossa eterna redenção. Fomos
adquiridos por preço de sangue, o sangue do Cordeiro Imaculado. Fomos resgatados de nossa vã
maneira de viver, do pecado, da condenação da lei e das garras do diabo. Por causa dessa
poderosa redenção fomos transportados do reino das trevas para o reino da luz, onde Cristo é o rei
supremo que governa a sua Igreja. “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das
ofensas, segundo as riquezas da sua graça” Ef 1.7. “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho
sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a Igreja de Deus, que ele
resgatou com seu próprio sangue” At 20.28. “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como
prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes
dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e
incontaminado” 1 Pe 1.18,19.
2.3.3.6. A santificação - A morte de Jesus possibilitou também a santificação do crente,
tanto no aspecto posicional quanto no experimental. Posicionalmente, somos declarados, em
Cristo, santos (1 Co 1.2; Ef 1.1; Fp 1.1). Isto quer dizer que todos os crentes em Cristo são
considerados por Deus como santos, graças à ação poderosa do sangue de Jesus. No aspecto
experimental, estamos vivenciando a santificação de nossas vidas graças ainda à eficácia do
sangue de Jesus, derramado na cruz do Calvário, para o perdão e contínua purificação de nossos
pecados. A santificação experimental do crente é uma obra de Deus, mas, que também o crente
tem responsabilidade. “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está temos comunhão uns com
os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” 1 Jo 1.7. “E é o
que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido
justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus” 1 Co 6.11. “Quanto mais o
sangue de Cristo, que, pelo Espírito Eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará
a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Hb 9.14.
2.3.3.7. A glorificação – O último resultado da morte de Jesus no que se refere ao homem
é a glorificação do seu corpo. No plano eterno de Deus relacionado à Igreja esse é o estagio final.
Sabemos pelas Escrituras que o pecado atingiu também a natureza humana do homem, que teve o
seu corpo fragilizado, capaz de deteriorar-se com o passar do tempo. “Tu és pó e em pó te
tornarás”. A glorificação do corpo do salvo é uma benção escatológica e ocorrerá quando do
segundo advento de Cristo. Essa benção é tão certa que, segundo o plano divino, o apóstolo Paulo
escrevendo aos romanos já a identificou como algo componente dele e como se os crentes já a
tivesse experimentando. “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a
esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” Rm 8.30. Graças a morte
de Jesus, o homem tem a promessa divina de que será revestido de imortalidade no porvir. “Mas,
como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração
do homem são as que Deus preparou para os que o amam” 1 Co 2.9. “Num momento, num abriu e
fechar de olhos, ante a última trombeta, porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados” 1 Co 15.52. “Mas a nossa cidade está nos céus,
donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo
abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a
si todas as coisas” Fp 3.20,21.
3 - O SEPULTAMENTO DE JESUS CRISTO
A sepultura é um dos símbolos da fragilidade humana. O sepultamento de Cristo é o último
estágio do estado de Sua humilhação de Cristo, que engloba as fases da encarnação, nascimento,
sofrimento, morte e sepultamento. Ela faz parte do castigo imposto ao homem pelo Criador, por
causa do pecado. “... Porquanto és pó e em pó te tornarás” Gn 3.19. Todos os homens do passado,
exceto Enoque e Elias, que são tipos da Igreja que será arrebatada no futuro, morreram e foram
sepultados. O Senhor Jesus, como homem, também morreu e foi sepultado. Sepultaram a Jesus
num sepulcro novo, pertencente a um membro do Sinédrio judaico, chamado José, da cidade de
Arimatéia. Vejamos como o Evangelista Mateus relatou o fato: “E José (de Arimatéia), tomando o
corpo, envolveu-o num fino e limpo lençol, e o pôs no seu sepulcro novo, que havia aberto em
rocha, e, rolando uma grande pedra para a porta do sepulcro, foi-se” Mt 27.59,60. O relato do
sepultamento de Jesus foi também feito pelos outros três Evangelistas (Mc. 15:42-47; Lc. 23:4956; Jo. 19:38-42). É importante que enfatizemos o sepultamento de Jesus, porque a sepultura
vazia, apesar de não ser a prova mais contundente, mas é também uma das provas de Sua gloriosa
ressurreição.
Quando fizemos uma viagem a Jerusalém, tivemos o privilégio dado por Deus de entrar na
sepultura onde o corpo do Senhor Jesus fora sepultado, e de onde ressurgiu dos mortos. O local
onde foi sepultado encontra-se num jardim, próximo ao monte Calvário.
4 - A RESSURREIÇÃO GLORIOSA DE JESUS CRISTO
O Senhor Jesus Cristo morreu, foi sepultado e ao terceiro dia ressuscitou gloriosamente
dentre os mortos, conforme profetizara quando ainda estava vivo.
A ressurreição de Jesus é a confirmação real de que Deus aceitara plenamente o sacrifício
do Seu Filho amado. No programa divino, a ressurreição de Jesus teria que acontecer porque
assim Deus determinara. O Apóstolo Pedro em seu discurso, no dia de Pentecostes, disse que não
era possível que Jesus fosse retido pela morte, pois já estava profetizada que ele ressurgia dos
mortos (Sl 16.10). “ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que
fosse retido por ela.” (At. 2:24).
A ressurreição foi mais uma das etapas do programa divino relacionado à redenção do ser
humano.
4.1 - O Fato da Ressurreição de Jesus Cristo
Ao analisarmos o fato da ressurreição de Jesus, temos que considerar o que se segue:
4.1.1. Foi um Fato Predito
4.1.1.1. Predito pelos profetas da Antiga Dispensação - Em seus vaticínios quando se
referiam ao Messias vindouro, alguns profetas fizeram referência à ressurreição de Jesus. “Pois
não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu santo veja corrupção” Sl 16.10.
Esse texto do salmo 16 é usado por Pedro em seu discurso no dia de Pentecostes quando tratou da
ressurreição do Senhor Jesus (At 2.25-28). “... Quando der ele a sua alma como oferta pelo
pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará em
suas mãos. Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma, e ficará satisfeito... Por isso eu lhe
darei muitos como a sua parte e com os poderosos repartirá ele o despojo” Is 53.10-12. “Porque
eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” Jó 19.25.
4.1.1.2. Predito pelo próprio Jesus - O Senhor Jesus, quando de Sua estada neste mundo,
em diversas ocasiões, fez referência a Sua ressurreição dos mortos. Ele tinha consciência plena de
que iria morrer e de que iria ressuscitar dentre os mortos. “Desde então, começou Jesus a mostrar
aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos
sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia” Mt 16.21. “E, descendo eles
do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão até que o Filho do Homem seja
ressuscitado dos mortos” Mt 17.9. “Porque ensinava os seus discípulos e lhes dizia: O Filho do
Homem será entregue nas mãos dos homens e matá-lo-ão; e morto, ele ressuscitará ao terceiro
dia” Mc 9.31. Encontramos ainda registros sobre esta predição de Jesus em Mc 9.9,31; 10.34;
14.28; Lc 9.22; 18.33; Mt 20.19.
4.1.2. Foi um Fato Acontecido Conforme Predito
Conforme fora predito assim aconteceu. Abaixo elencamos as provas irrefutáveis da
gloriosa ressurreição de Jesus Cristo:
4.1.2.1. A anunciação de Anjos - Aos anjos foi dado por Deus o privilégio de serem os
primeiros a anunciarem a ressurreição de Jesus. “Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres:
Não tenhais medo; pois eu sei que buscai a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já
ressuscitou, como tinha dito...” Mt 28.6. “Porém ele lhes disse: Não vos assusteis; buscais a Jesus
o Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui;...” Mc 16.6. “E, estando elas muito
atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhe disseram: Por que buscais o vivente entre
os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na
Galiléia” Lc 24.5,6. “É verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as
quais de madrugada foram ao sepulcro; e, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que
também tinham visto uma visão de anjos, que dizem que ele vive” Lc 24.23,24.
4.1.2.2. As Aparições de Jesus Ressurreto às testemunhas escolhidas por Deus
Depois de ressurreto o Senhor Jesus apareceu vivo a diversas pessoas escolhidas por Deus,
que seriam testemunhas oculares desse glorioso evento, incluindo aí os Seus apóstolos que foram
identificados como testemunhas oficiais de Sua gloriosa ressurreição (At 1.21,22; 10.40,41).
No quadro a seguir encontramos as aparições do Cristo que ressuscitou dos mortos,
conforme relato das Sagradas Escrituras:
AS APARIÇÕES DE JESUS RESSURRETO
Ocorrência
Local
Dia da
semana
A Maria Madalena
Jerusalém
junto ao túmulo
A duas mulheres
Mt
1º dia da
Mc
Lc
16.9-11
1º dia da
At
I Co
20.11-
semana
Jerusalém
Jo
18
28.1-10
semana
A Dois discípulos
Estrada de
1º da semana
Emaús
À Pedro
Jerusalém
16.12,
24.13-
13
32
1º da semana
15.5
24.34
A dez discípulos no Jerusalém
1º da semana
16.14
Cenáculo
24.36-
20.19-
43
25
Aos onze discípulos Jerusalém
Domingo
20.26-
no cenáculo
seguinte
31
A sete discípulos no Mar da
Algum
monte
tempo
Galiléia
15.5
21.1-25
depois
Aos onze discípulos Galiléia
Algum
no monte
tempo
28.16-
depois
20
A mais de
Desconhecid Algum
quinhentos irmãos
o
16.15-8
15.6
tempo
depois
À Tiago
Desconhecid Algum
o
15.7
tempo
depois
Aos discípulos
À Paulo
Monte
das Quarenta
24.44-
1.3-9
15.7
Oliveiras
dias depois
51
Damasco
Vários anos
9.1-19
9.1
depois
22.3-16
15.8
26.9-18
Fonte: A Bíblia de Estudo Pentecostal - 1996
4.1.2.3. O túmulo vazio - Embora o túmulo vazio não seja uma prova incontestável, pois
até os próprios líderes religiosos judeus, para tentar enganar o povo, disseram que vieram os
discípulos de noite e roubaram o corpo de Jesus (Mt 28.11-15), mas mesmo assim é considerarão
como uma das provas da ressurreição do Salvador. Geralmente nas sepulturas encontra-se esse
epitáfio: “Aqui jaz os restos mortais de fulano de tal”, mas no túmulo de Jesus a inscrição
encontrada, é: “Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como tinha dito. Vinde e vede o lugar
onde o Senhor jazia” Mt 28.6. As mulheres que madrugaram esperando ver o corpo do Senhor
tiveram o consolo de ouvir de um anjo de Deus, o seguinte: “Porém ele lhes disse: Não vos
assusteis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o
lugar onde o puseram” Mc 16.6. Diz ainda a Escritura sobre o assunto: “E, estando elas muito
atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre
os mortos. Não está aqui, mas ressuscitou...” Lc 24.5,6. “Chegou, pois, Simão Pedro, que o
seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis e que o lenço que tinha estado sobre a sua
cabeça não estava com os lençóis, mas enrolado, num lugar à parte” Jo 20.6,7.
4.1.2.4. A declaração de testemunhas oculares – Os anjos de Deus foram testemunhas
oculares da ressurreição de Jesus, estavam lá quando isso aconteceu. Mas também devem ser
arroladas como testemunhas aquelas pessoas que viram o Cristo ressurreto e são consideradas
como testemunhas da ressurreição do Senhor e comissionadas para testemunharem daquilo que
tinham visto. “E, partindo ela, anunciou-o àqueles que tinham estado com ele, os quais estavam
tristes e chorando” Mc 16.10. “E, voltando do sepulcro, anunciaram todas essas coisas aos onze e
a todos os demais. E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago, e as outras que com
elas estavam as quais diziam estas coisas aos apóstolos” Lc 24.9,10. “E eles lhes contaram o que
lhes acontecera no caminho, e como deles foi conhecido no partir do pão” Lc 24.35. “Ao qual
Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela” At
2.24. “E mataste o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos
testemunhas” At 3.15. “Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas” At
2.32. “A este ressuscitou Deus ao terceiro dia e fez que se manifestasse, não a todo o povo, mas às
testemunhas que Deus antes ordenara; a nós que comemos e bebemos juntamente com ele, depois
que ressuscitou dos mortos” At 10.40,41. Aliás, um dos pré-requisitos para ser apóstolo de Jesus
Cristo era ter visto o Senhor ressurreto. (At 1.21,22).
4.1.2.5. A declaração das Escrituras - Em sua mensagem, especialmente no Novo
Testamento, as Sagradas Escrituras declaram que Jesus ressuscitou dos mortos, sendo essa
mensagem vital para o cumprimento do propósito de Deus. Como havia sido profetizado que o
Messias seria morto e que ressuscitaria, o seu cumprimento tornara-se inexorável, ou seja, teria
que acontecer, pois Deus não pode falhar, no cumprimento de suas promessas pois é fiel e vela
pela sua Palavra para a cumprir. Vejamos algumas declarações da Bíblia sobre o assunto:
“Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos
mortos - Jesus Cristo, nosso Senhor” Rm 1.4. “Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos
ressuscitará a nós pelo seu poder” 1 Co 6.14. “Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos
mortos e pondo-o à sua direita nos céus” Ef 1.20. Nas escrituras do Novo Testamento podem ser
encontrados ainda outros textos que declaram o fato da ressurreição de Jesus Cristo.
4.2 - A NATUREZA DA RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO
O Senhor Jesus ressuscitou dos mortos com um corpo de carne e ossos, sem sangue, mas
glorificado. A fim de tirar as dúvidas que subiram ao coração de seus discípulos quando o viram
ressurreto pela primeira vez, Ele falou assim: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu
mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E,
dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés” Lc 24.39,40. Ainda, para desfazer qualquer sombra
de dúvidas Jesus comeu na presença deles. “Então, eles apresentaram-lhe parte de um peixe
assado e um favo de mel, o que ele tomou e comeu diante deles” Lc 24.42,43. O corpo que Jesus
ressuscitou foi o mesmo corpo com o qual morreu, só que agora glorificado, com outras
propriedades que o corpo mortal não tinha.
O Senhor Jesus com o corpo glorificado era capaz de:
4.2.1. Aparecer e Desaparecer de Repente - “E falando ele dessas coisas, o mesmo Jesus se
apresentou no meio deles e disse-lhes: Paz seja convosco.” Lc 24.36. “Abriram-se-lhes, então os
olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes.” Lc 24.31.
4.2.2. Transpor Paredes e Portas Fechadas - “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o
primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham
ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco.” Jo 20.19.
4.2.3. Deslocar-se de um Lugar para o Outro com Velocidade Espantosa - “Então, Jesus
disse-lhes: Não temais! Ide dizer a meus irmãos que vão a Galiléia e lá me verão.” Mt 28.10). “E
os onze discípulos partiram para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes tinha designado. E,
quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.” Mt 28.16,17.
4.2.4. Vencer a Gravidade sem o Auxílio de Máquina - “E aconteceu que, abençoandoos ele, se apartou deles e foi elevado ao céu.” Lc 24.51. “E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi
elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.” At 1.9.
4.3 - Os Agentes da Ressurreição de Jesus
As três pessoas da Santíssima Trindade atuaram juntas na ressurreição do Senhor Jesus
Cristo, pois assim o revela a Santa Palavra de Deus.
4.3.1. O Pai Ressuscitou a Jesus - A Bíblia diz categoricamente que Deus o Pai,
ressuscitou a Seu Filho Jesus Cristo. “Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois
não era possível que fosse retido por ela.” At 2.24. “Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus...” At
3.26. “Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos somos testemunhas.” At 2.32.
4.3.2. Jesus Ressuscitou a Si mesmo - Declaram as Sagradas Escrituras que o próprio
Jesus ressuscitou a si mesmo. “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida...” Jo 11.25. “Por
isso o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma toma de mim,
mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para dar e poder para tornar a tomá-la. Esse
mandamento recebi de meu Pai.” Jo 10.17,18. “Jesus respondeu e disse-lhes: Derribai este templo,
e em três dias o levantarei... Mas ele falava do templo do seu corpo. Quando ele ressuscitou dos
mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isso;...” Jo 2.19-22.
4.3.3. O Espírito Santo Ressuscitou a Cristo - A terceira pessoa da Santíssima Trindade,
o Espírito Santo, participou ativamente da ressurreição do Senhor Jesus. “O Espírito é o que
vivifica...” Jo 6.63. “E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós,
aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu
Espírito que em vós habita.” Rm 8.11. “E sabereis que eu sou o Senhor, quando eu abrir as vossas
sepulturas e vos fizer sair das vossas sepulturas, ó povo meu. E porei em vós o meu Espírito e
vivereis...” Ez 37.13,14.
4.4 - As Implicações Teológicas da Ressurreição de Jesus
A ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo é uma prova inconteste de que o ato redentor
realizado por Ele na cruz do Calvário teve a aprovação total do Deus Todo-Poderoso. Assim
sendo, a ressurreição de Cristo tem profundas implicações teológicas no plano da salvação do ser
humano.
Abaixo relacionamos algumas implicações teológicas decorrentes da ressurreição de Jesus:
4.4.1. Quanto à Confiabilidade do Evangelho - “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a
nossa pregação...” 1 Co 15.14.
4.4.2. Quanto à Validade da Fé Salvadora - “E, se Cristo não ressuscitou... também é vã
a vossa fé.” 1 Co 15. 14.
4.4.3. Quanto à Justificação do Crente - “O qual por nossos pecados foi entregue e
ressuscitou para nossa justificação.” Rm 4.25.
4.4.4. Quanto à Salvação Eterna da Pessoa - “A saber: Se, com a tua boca confessares ao
Senhor Jesus e, em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos serás salvo.” Rm 10.9.
“E, se Cristo não ressuscitou... os que dormiram em Cristo estão perdidos.” 1 Co 15.17,18.
4.4.5. Quanto ao Perdão dos Pecados - “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e
ainda permaneceis nos vossos pecados.” 1 Co 15.17.
4.4.6. Quanto à Glorificação do Salvo - “Mas, agora, Cristo ressuscitou dos mortos e foi
feito as primícias dos que dormem.” 1 Co 15.20. “Mas cada um por sua ordem: Cristo, as
primícias; depois os que são de Cristo na sua vinda.” 1 Co 15.23.
5 - A ASCENSÃO E A ENTRONIZAÇÃO DE CRISTO
Depois de ressurreto, Jesus passou ainda com os seus discípulos quarenta dias neste
mundo, falando-lhes de coisas concernentes ao Reino de Deus (At 1.3).O próprio Jesus já tinha
revelado, que subiria para o Pai Celestial. “Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não
subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai,
meu Deus e vosso Deus.” Jo 20.17.
Depois de dar mandamento aos apóstolos que escolhera, Jesus subiu aos céus, donde viera.
O Evangelista Lucas fez o relato da seguinte maneira: “E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi
elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos
fitos nos céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco”.
At 1.9,10. Lucas, ainda diz em seu Evangelho: “E aconteceu que, abençoando-o ele, se apartou e
foi elevado ao céu”. Lc 24.51. O Evangelista Marcos relatou o fato assim: “Ora, o Senhor Jesus,
depois de lhes ter falado, foi recebido no céu...” Mc 16.19. A ascensão de Jesus deu-se na aldeia
de Betânia, conforme registro em Lucas 24.50.
Elevado às alturas, o Senhor Jesus foi recebido no céu e assentou-se à destra da Majestade
nas alturas, reassumindo aquela glória da qual esvaziou-se no ato de sua encarnação. “...O
Senhor... foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus.” Mc 16.19. “Mas este, havendo
oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus.” Hb
10.12. “O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais
Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio.” At 3.20,21. “Olhando
para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz,
desprezando a afronta, e assentou-se à destra do Trono de Deus” Hb 12.2. “O qual depois de ir
para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes” 1 Pe
3.22.
Nos céus Jesus está exercendo outro aspecto do seu sacerdócio em favor de seu povo que é
interceder por eles. “Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes quem
ressuscitou dos mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós” Rm 8.34.
“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre
para interceder por eles.” Hb 7.25. À direita do Pai, Jesus é o Advogado do seu povo, que
representa as nossas causas diante de Deus. “Meus filhinhos, estas coisa vos escrevo para que não
pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo” 1 Jo 2.1.
Nos céus, Jesus ficará até o tempo determinado por Deus, quando virá buscar a Sua amada
Igreja e estabelecer o Seu Reino Eterno.
6 - A SEGUNDA VINDA DE JESUS
O Senhor Jesus veio a este mundo a primeira vez e prometeu que voltaria uma segunda vez
para buscar a sua amada Igreja e consumar todas as coisas. A doutrina da Segunda Vinda do
Senhor é uma das mais bem documentadas do Novo Testamento. Quase todos os livros tratam
direta ou indiretamente do assunto. Essa vinda, segundo o Novo Testamento: a) Será uma vinda
pessoal, isto é, Cristo virá em pessoa mesmo. “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de
ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus descerá do céu,...” 1 Ts 4.16. “E,
quando eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde
eu estiver, estejais vós também.” Jo 14.3; b) Será uma vinda física. Jesus virá com o mesmo corpo
que ascendeu aos céus depois da sua ressurreição. “E lhes perguntaram: Varões galileus, por que
estais olhando para os céus? Esse Jesus que dentre vós foi recebido no céu, virá do mesmo modo
como para o céu o vistes ir” At 1.11; c) Será uma vinda visível. Todas as pessoas o verão. “Então
aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o
Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e muita glória” Mt 24.30. “Eis que vem
com as nuvens, e todo o olho o verá, até quantos os traspassaram. E todas as tribos da terra se
lamentarão sobre ele. Certamente. Amém!” Ap 1.7; d) Será uma vinda gloriosa. Jesus veio a
primeira vez em humilhação, mas, na Sua segunda vinda virá em glória, acompanhado dos anjos
dos céus. “Então verão o Filho do homem vir nas nuvens, com grande poder e glória” Mc 13.26.
“... e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.” Mt
25.30.
Quando da Segunda Vinda de Jesus, a Igreja será arrebatada, e o Senhor estabelecerá o
seu tribunal para julgar o mundo ímpio e retribuir, a cada um, segundo as suas obras.
7 - CONCLUSÃO
Procuramos, neste trabalho, trazer à lume as informações básicas sobre a vida de nosso
Senhor Jesus Cristo, desde a Sua Pré-Existência, passando pela Sua Encarnação, Sua Vida
Ministerial, Sua Morte Expiatória na cruz do Calvário, Seu Sepultamento, Sua gloriosa
Ressurreição, Ascensão, Entronização, Segunda Vinda, Estabelecimento do Reino Eterno,
culminando com a entrega de tudo ao Pai Celestial na inauguração do Estado Eterno.
É de máxima importância que tenhamos essas coisas guardadas em nossos corações,
porque o destino eterno da pessoa está diretamente relacionado com a sua fé na gloriosa pessoa do
Filho de Deus, o Senhor Jesus Cristo.
Este trabalho não teve a pretensão de ser original, pois muitos já discorreram sobre tão
significativo tema, inclusive com muito mais profundidade, mas para este autor tem uma
significação toda especial por se tratar também de uma declaração de fé, bem como de um
embrião para um futuro livro.
Procuramos fazer uso abundante das Sagradas Escrituras por acreditar que elas foram
inspiradas por Deus, e são elas que nos trazem a revelação fidedigna sobre a pessoa de Cristo
Jesus.
Esperamos ter trazido com este trabalho uma contribuição para a Igreja, que, certamente,
irá ajudá-la na sua edificação, bem como mantê-la sadia na Doutrina Cristã e fiel aos
ensinamentos da santa Palavra de Deus.
(ANEXO)
O MINISTÉRIO DE JESUS
O ANO INICIAL
Evento
Local
Mateus
Marcos
Lucas
Batismo de Jesus
Rio Jordão 3.13-17
1.9-11
3.21-23
Tentação de Jesus por Satanás
Deserto
1.12,13
4.1-13
4.1-11
João
1.29-39
Primeiro milagre de Jesus
2.1-11
Jesus e Nicodemos
3.1-21
Diálogo de Jesus com uma
4.5-42
samaritana
Jesus cura o filho de um oficial
4.46-54
do rei
O povo de Nazaré intenta
4.16-30
matar Jesus
O ANO DA POPULARIDADE
Evento
Local
Jesus chama quatro pescadores Mar
Mateus
Marcos
Lucas
da 4.18-22
1.16-20
5.1-11
Cafarnaum 8.14-17
1.29-34
4.38-41
1.35-39
4.42-44
João
Galiléia
Jesus cura a sogra de Pedro
Jesus começa a pregar na Galiléia
4. 23-25
Galiléia
Mateus segue a Jesus
Cafarnaum 9.9-13
2.13-17
5.27-32
Jesus escolhe doze apóstolos
Galiléia
3.13-19
6.12-15
10.2-4
Jesus prega o Sermão da Galiléia
5.1-7.29
6.20-49
Montanha
Uma mulher pecadora unge os Cafarnaum
7.36-50
pés de Jesus
Jesus viaja outra vez pela Galiléia
8.1-3
Galiléia
Jesus profere as parábolas do Galiléia
13.1-52
4.1-34
8.4-18
da 8.23-27
4.35-41
8.22-25
Jesus ressuscita a filha de Jairo Cafarnaum 9.18-26
5.21-43
8.40-56
Jesus envia os doze
6.6-13
9.1-6
reino
Jesus acalma a tempestade
Mar
Galiléia
Galiléia
9.35-11.1
O ANO DA OPOSIÇÃO
Evento
João Batista morto por Herodes
Local
Mateus
Maqueros
14.1-12
Marcos
Lucas
6.14-29
9.7-9
de 14.13-21
6.30-44
9.10-17
da 14.22,23
6.45-52
Perto
do 15.32-39
8.1-9
Mar
da
João
na Judéia
Jesus alimenta 5.000 pessoas
Perto
6.1-14
Betsaida
Jesus caminha sobre o mar
Mar
6.16-21
Galiléia
Jesus alimenta 4.000 pessoas
Galiléia
Pedro declara que Jesus é o Cesaréia
Filho de Deus
de Filipe
16.13-20
8.27-30
9.18-21
Jesus prediz sua morte
Cesaréia
16.21-26
8.31-37
9.22-25
17.1-13
9.2-13
9.28-36
de Filipe
Jesus transfigura-se
Monte
Hermon
Jesus paga o tributo no templo
Jesus
vai
à
Festa
Cafarnaum 17.24-27
dos Jerusalém
7.11-54
Tabernáculos
Jesus cura um cego de nascença
Jerusalém
Jesus visita Maria e Marta
Betânia
9.1-41
10.38-42
Jesus ressuscita Lázaro dentre os Betânia
11.1-44
mortos
Jesus inicia sua última viagem a Estrada
Jerusalém
17.11
junto
à
fronteira
Jesus abençoa as criancinhas
Transjordâ 19.13-15
10.13-16
18.15-17
10.17-31
18.18-30
10.32-34
18.31-34
10.46-52
18.35-43
nia
Jesus fala com o jovem rico
Transjordâ 19.16-30
nia
Jesus prediz outra vez a sua Perto
do 20.17-19
morte
rio Jordão
Jesus cura o cego Bartimeu
Jericó
Jesus fala com Zaqueu
Jericó
20.29-34
19.1-10
Jesus visita Maria e Marta outra Betânia
11.55-12:1
vez
A SEMANA FINAL
Evento
Local
Dia
Mateus
Marcos
A entrada triunfal
Jerusalém Domingo 21.1-11
11.1-10
Jesus amaldiçoa uma
Jerusalém Segunda
21.18,19
11.12-14
Jesus purifica o templo
Jerusalém Segunda
21.12,13
11.15-18
A autoridade de Jesus
Jerusalém Terça
21.23-27
11.27-33
Jerusalém Terça
21.28-
12.1-44
Lucas
João
19.29-44
12.12-19
figueira
posta em dúvida
Jesus ensina no templo
20.9-21:4
23.29
A unção dos pés de Jesus
Betânia
Conspiração contra Jesus
Terça
26.6-13
14.3-9
12.2-11
Jerusalém Quarta
26.14-16
14.10-11
22.3-6
A última ceia
Jerusalém Quinta
26.17-29
14.12-25
22.7-20
Jesus conforta seus
Jerusalém Quinta
14.1-
discípulos
Jesus ora por si e pelos
13.1-38
16.33
Jerusalém Quinta
17.1-26
seus
Getsêmani
Jerusalém Quinta
26.36-46
14.32-42
22.40-46
Prisão e julgamento de
Jerusalém Sexta
26.47-
14.43-
22.47-
18.2-
27.26
15.15
23.25
19.16
Jesus
Crucificação e morte de
Gólgota
Sexta
27.27-56
15.16-41
23.26-49
19.17-30
Túmulo
Sexta
27.57-66
15.42-47
23.5056
19.31-42
Jesus
Sepultamento de Jesus
do jardim
Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal – 1996
BIBLIOGRAFIA
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