UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE - FEAAC CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL DE ADMINISTRAÇÃO E CONTROLADORIA – MPAC BRUNO LEITÃO ROCHA A INFLUÊNCIA DA INTERNET SOBRE A DECISÃO DE COMPRA DE UM PRODUTO ELETROELETRÔNICO Fortaleza 2009 BRUNO LEITÃO ROCHA A INFLUÊNCIA DA INTERNET SOBRE A DECISÃO DE COMPRA DE UM PRODUTO ELETROELETRÔNICO Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Administração e Controladoria da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Administração. Orientador: Prof. Dr. Érico Veras Marques Fortaleza 2009 BRUNO LEITÃO ROCHA A INFLUÊNCIA DA INTERNET SOBRE A DECISÃO DE COMPRA DE UM PRODUTO ELETROELETRÔNICO Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Administração e Controladoria da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Administração. Aprovada em: ____/____/_____ BANCA EXAMINADORA __________________________________________________________ Prof. Dr. Érico Veras Marques (Orientador) Universidade Federal do Ceará (UFC) __________________________________________________________ Profa. Dra. Cláudia Buhamra Abreu Romero Universidade Federal do Ceará (UFC) __________________________________________________________ Prof. Dr. José Ednilson de Oliveira Cabral Universidade de Fortaleza (UNIFOR) Aos meus pais, que sempre me apoiaram e por me proporcionarem uma boa educação ao longo de todos esses anos. AGRADECIMENTOS Aos meus pais, pelo apoio inspiração e incentivo dado. Ao professor Dr. Érico Veras Marques, pela orientação assistência e comprometimento na realização deste trabalho. À professora Dra. Cláudia Buhamra Abreu Romero, pelos incentivos dados desde a especialização e por ter aceito o convite para fazer parte da banca examinadora. Ao professor Dr. José Ednilson de Oliveira Cabral, por ter aceito o convite para fazer parte da banca examinadora. À Coordenação do Mestrado Profissional em Administração e a todos professores que contribuíram com os seus conhecimentos e dedicação. À minha namorada Lorena Vasconcelos, pelo apoio, paciência, carinho e compreensão durante todo este percurso. Aos colegas do curso, que ajudaram com apoio, incentivo e material para a realização do trabalho. A todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho, principalmente aos amigos Reginaldo Pimentel, Patrick Ferreira e Cláudio Costa. E, em especial, a Deus por tudo que me foi proporcionado. RESUMO Este trabalho analisa a influência exercida pelo ambiente virtual sobre o processo de compra de um produto eletroeletrônico. A pesquisa teórica que dá sustentação ao estudo está embasada nos conceitos de ambiente virtual; histórico e desenvolvimento da internet no Brasil; análise do perfil do internauta brasileiro; conceitos e análise das redes de relacionamentos virtuais e do panorama geral do comércio eletrônico no Brasil; evolução do consumidor brasileiro; influências ambientais e processo de compra do consumidor. A pesquisa propõe-se a: a) relacionar os motivos pelos quais os consumidores buscam informações no ambiente virtual antes de realizar suas compras; b) analisar como a internet facilita o processo de compra; c) analisar se as redes de relacionamento virtual influenciam na decisão de compra do usuário de internet. Constitui-se de uma pesquisa de caráter descritivo, que buscou, através das respostas de 280 usuários de internet, apresentar solução para o problema: como o consumidor é influenciado pela internet antes de realizar um compra de um produto eletroeletrônico? Para operacionalizar a pesquisa descritiva, o método adotado foi o levantamento de campo. Foi feito uso de questionário auto-preenchido composto por perguntas fechadas e objetivas que foi enviado via correio eletrônico aos respondentes no período de 26 de junho a 14 de agosto de 2009. Dentre os resultados encontrados, destaca-se que a internet, por oferecer a possibilidade de pesquisar novas tendências de consumo e futuros lançamentos, proporciona a facilidade e velocidade de comparação dos atributos de cada alternativa de compra. Verificou-se que 50% dos respondentes costumam pesquisar no varejo tradicional e na internet antes de completar o seu processo de compra. Além disso, constatou-se que as redes de relacionamento virtuais exercem influência moderada sobre a decisão de compra, impactando diretamente na escolha do produto eletroeletrônico a ser adquirido pelo usuário de internet. ABSTRACT This paper analyzes the influence of the virtual environment in the electronics purchase process. The theoretical research that supports the study is based in the concepts of virtual environment; history and development of the internet in Brazil; analysis of the Brazilian internet users; concepts and analysis of the virtual relationship networks and Brazilian E-commerce general scene; evolution of the Brazilian customer; environmental influences and customers purchase process. The targets of the present research are: a) to relate the reasons why the customers look for information in the virtual environment before purchases; b) to analyze how the internet makes easier the purchase process; c) to analyze if the virtual relationship networks influence the purchase decision of the internet user. This is a descriptive research that aims, through the answers of 280 internet users, to solve the problem: how the costumer is influenced by the internet before the purchase of an electronic product? To make the descriptive research it was used a field research method. A self-fulfilled questionnaire made up of objective and closed questions was sent by email to several people from june, 26th. to august, 14th. of 2009. Among the results, it was found that the internet makes easier and faster the comparison between the attributes of each purchase alternative because it offers the possibility of searching new customer’s tendencies. Besides this, it was found that 50% of the participants use to research in the traditional retail and in the internet before complete their purchase process. In addition, it was evidenced that the virtual relationship networks exert a moderate influence in the purchase decision, interfering directly in the choice of the product to be purchased by the internet user. LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - Usuários residenciais e não residenciais no Brasil ............................. 22 GRÁFICO 2 - Tempo Online dos usuários residenciais e não residenciais – Abril/ 2007 ......................................................................................................................... 22 GRÁFICO 3 - Proporção das fontes de dados utilizadas como referencial teórico para a pesquisa ......................................................................................................... 83 GRÁFICO 4 - Motivos que levam à internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes do sexo masculino e feminino .................. 94 GRÁFICO 5 - Motivos que levam à internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por faixa etária .......................................... 94 GRÁFICO 6 - Motivos que levam à internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por grau de instrução ................................ 95 GRÁFICO 7 - Motivos que levam a avaliar as alternativas de compra com o auxílio da internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por sexo .............................................................................................. 98 GRÁFICO 8 - Motivos que levam a avaliar as alternativas de compra com o auxílio da internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por faixa etária .................................................................................... 98 GRÁFICO 9 - Motivos que levam a avaliar as alternativas de compra com o auxílio da internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por grau de instrução .......................................................................... 99 GRÁFICO 10 - Motivos que levam a internet para minimizar os riscos que envolvem a tomada de decisão, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por sexo ............................................................................................ 102 GRÁFICO 11 - Motivos que levam a internet para minimizar os riscos que envolvem a tomada de decisão, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por faixa etária .................................................................................. 102 GRÁFICO 12 - Motivos que levam a internet para minimizar os riscos que envolvem a tomada de decisão, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por grau de instrução ........................................................................ 103 GRÁFICO 13 - Hábitos de compra dos respondentes, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por sexo ......................................... 106 GRÁFICO 14 - Hábitos de compra dos respondentes, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por faixa etária ............................... 106 GRÁFICO 15 - Hábitos de compra dos respondentes, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por grau de instrução ..................... 107 GRÁFICO 16 - Motivos que levam a buscar informações na internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes do sexo masculino e feminino ................................................................................................................... 111 GRÁFICO 17 - Motivos que levam a buscar informações na internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por faixa etária ......... 112 GRÁFICO 18 - Motivos que levam a buscar informações na internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por grau de instrução112 GRÁFICO 19 - Vantagens ao pesquisar na internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes do sexo masculino e feminino ........ 115 GRÁFICO 20 - Vantagens ao pesquisar na internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por faixa etária ............................... 116 GRÁFICO 21 - Vantagens ao pesquisar na internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por grau de instrução ..................... 116 GRÁFICO 22 - Motivos que levam os usuários de internet a procurar as redes de relacionamento virtuais, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes do sexo masculino e feminino........................................................... 119 GRÁFICO 23 - Motivos que levam os usuários de internet a procurar as redes de relacionamento virtuais, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por faixa etária .................................................................................. 120 GRÁFICO 24 - Motivos que levam os usuários de internet a procurar as redes de relacionamento virtuais, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por grau de instrução ........................................................................ 120 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Número de acessos às categorias de sites (julho x junho/2008) ........... 26 TABELA 2 - Número de acessos às categorias de sites (julho/2008 x julho/2007) ... 27 TABELA 3 - Grau de envolvimento ........................................................................... 55 TABELA 4 - Tipos de risco ........................................................................................ 61 TABELA 5 - Relação entre as Variáveis do Processo de Compra e as Influências Virtuais ...................................................................................................................... 79 TABELA 6 - Categorias mais vendidas .................................................................... 80 TABELA 7 - Valores críticos associados ao grau de confiança da amostra .............. 85 TABELA 8 - Etapas, influencias, variáveis e questionário ......................................... 88 TABELA 9 - Sexo da amostra ................................................................................... 89 TABELA 10 - Faixa etária da amostra ....................................................................... 90 TABELA 11 - Grau de instrução da amostra ............................................................. 90 TABELA 12 - Tempo de acesso semanal da amostra............................................... 91 TABELA 13 - Escala.................................................................................................. 92 TABELA 14 - Motivos que levam à internet, considerando toda a amostra .............. 90 TABELA 15 - Motivos que levam à internet para avaliar as alternativas de compra, considerando toda a amostra .................................................................................... 96 TABELA 16 - Motivos que levam à internet para minimizar os riscos que envolvem a tomada de decisão, considerando toda a amostra .................................................. 100 TABELA 17 - Hábitos de compra dos respondentes ............................................... 105 TABELA 18 - Ranking de categorias de eletroeletrônicos mais pesquisadas pelos respondentes........................................................................................................... 108 TABELA 19 - Motivos que levam a buscar informações na internet, considerando toda a amostra ........................................................................................................ 110 TABELA 20 - Vantagens ao pesquisar na internet, considerando toda a amostra .. 114 TABELA 21 - Motivos que levam os usuários de internet a procurar as redes de relacionamento virtuais ........................................................................................... 118 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 2 AMBIENTE VIRTUAL ............................................................................................ 18 2.1 TIPOS DE SITES ................................................................................................ 18 2.2 INTERNET NO BRASIL ...................................................................................... 21 2.3 PERFIL DO INTERNAUTA BRASILEIRO ........................................................... 25 2.4 REDES DE RELACIONAMENTO SOCIAL ......................................................... 27 2.5 EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO ..................................................... 31 3 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ............................................................. 37 3.1 EVOLUÇÃO DO CONSUMIDOR BRASILEIRO .................................................. 37 3.2 E-CONSUMIDOR ................................................................................................ 42 3.3 O PROCESSO DE COMPRA DO CONSUMIDOR ............................................. 45 3.3.1 Reconhecimento de uma Necessidade ........................................................ 50 3.3.2 Busca de Informação ..................................................................................... 52 3.3.3 Avaliação das Alternativas ............................................................................ 54 3.3.4 Decisão de Compra ........................................................................................ 57 3.3.4.1 Processo Decisório do Cliente ...................................................................... 61 3.3.5 Consumo ......................................................................................................... 72 3.2.6 Avaliação da Compra ..................................................................................... 72 3.3.7 Descarte do Produto ...................................................................................... 74 4 ASPECTOS METODOLÓGICOS .......................................................................... 76 4.1 MODELO DE ANÁLISE DAS VARIÁVEIS........................................................... 78 4.2 MÉTODOS DE COLETAS DE DADOS ............................................................... 80 4.3 AMOSTRA........................................................................................................... 83 4.4 TABULAÇÃO DOS DADOS ................................................................................ 85 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 89 5.1 ANALISAR A INFLUÊNCIA EXERCIDA PELO AMBIENTE VIRTUAL SOBRE O PROCESSO DE COMPRA DE UM PRODUTO ELETROELETRONICO ................. 92 5.1.1 Motivos que Levam os Usuários à Internet.................................................. 93 5.1.2 Motivos que Levam os Usuários de Internet a Avaliar as Alternativas de Compra ..................................................................................................................... 96 5.1.3 Motivos que Levam os Usuários de Internet a Buscar Minimizar os Riscos da Tomada de Decisão...........................................................................................100 5.1.4 Hábitos de Compra dos Respondentes......................................................105 5.2 CATEGORIAS DE ELETROELETRONICOS .................................................... 108 5.3 RELACIONAR OS MOTIVOS PELOS QUAIS OS CONSUMIDORES BUSCAM INFORMAÇÕES NO AMBIENTE VIRTUAL ANTES DE REALIZAR SUAS COMPRAS .............................................................................................................. 109 5.3.1 Motivos que Levam à Busca na Internet ....................................................110 5.4 ANALISAR COMO A INTERNET FACILITA O PROCESSO DE COMPRA ...... 113 5.4.1 Vantagens ao Pesquisar na Internet ...........................................................114 5.5 ANALISAR SE AS REDES DE RELACIONAMENTO VIRTUAL INFLUENCIAM NA DECISÃO DE COMPRA DO USUÁRIO DE INTERNET ...................................117 5.5.1 Redes de Relacionamento ...........................................................................118 6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 122 LIMITAÇÕES .......................................................................................................... 125 SUGESTÃO PARA PESQUISAS FUTURAS .........................................................126 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 127 APÊNDICE ............................................................................................................. 139 13 1 INTRODUÇÃO Desde a criação da internet, no início dos anos 1990, não houve época com tanta interatividade, proporcionada pelo contínuo aumento de pessoas conectadas trocando informações, comercializando produtos e se relacionando através do ambiente virtual (GIARDELLI,2008). De acordo com Rolim (2008), os diferentes tipos de sites e a possibilidade de colaborar com o conteúdo disponível na web proporcionam uma maior interação entre os usuários e atraem novas pessoas a cada dia. Essa procura também é ocasionada pela facilidade para adquirir um computador e de acesso à banda larga e redes sem fio. Há uma geração que tem crescido e amadurecido junto com a internet, imersa em interatividade, o que faz com que essas pessoas utilizem a tecnologia no seu dia-a-dia de forma confiável e natural. Essa proximidade com a internet desde cedo torna os mais jovens bem mais adaptados ao convívio com a interatividade virtual. Ao contrário das gerações passadas, que não têm tanta intimidade com a rede e que, muitas vezes, precisam quebrar paradigmas pessoais para conviver em harmonia com a internet, conforme Don Tapscott (2008). Segundo Mari (2007), constantes mudanças na web ao longo dos anos a tornaram menos estática e mais atrativa. Ao tornar-se mais colaborativa, os usuários acabaram situados no centro do processo, o que desenvolve cada vez mais os relacionamentos e interações sociais via ambiente virtual. Para Abreu e Baldanza (2007), as comunidades sociais virtuais ganharam grande importância na vida das pessoas que utilizam a web atualmente. Mesmo não se sabendo ao certo o que motiva as pessoas a participarem das redes virtuais de relacionamento, sabe-se que essas redes influenciam significativamente a vida real das pessoas que delas participam. Assim como as formas de relacionamento virtuais desenvolveram-se com o passar dos anos, o comércio eletrônico também sofreu grandes alterações após o colapso das empresas virtuais no início dos anos 2000, segundo Gatto (2007). O ambiente virtual proporciona comodidade e praticidade aos internautas, e com o comércio eletrônico ocorre o mesmo. Inúmeras pessoas buscam no comércio 14 eletrônico facilidades, preços baixos e diferenciais não encontrados nas formas tradicionais de varejo, o que ocasiona a quebra de paradigmas na forma de realizar transações comerciais, de acordo com Rolim (2008). Segundo Assumpção (2006), com o desenvolvimento da web, o mercado global passou por uma grande reconfiguração dos seus modelos organizacionais. Modelos lentos e burocratizados deram lugar aos mais flexíveis e adaptativos. Para obter êxito neste novo mercado não basta adequar padrões e adaptar ferramentas tecnológicas, é preciso encantar e seduzir o cliente, pois a concorrência entre empresas agora ultrapassa as barreiras territoriais, físicas e virtuais, Brandalize et. al (2002). Conforme Pinto (2002), a redefinição de valores voltados para os clientes é uma característica marcante do e-commerce, que dispõe de ferramentas de customização, atuando diretamente nas necessidades dos clientes e visando a superação das expectativas que estes têm quando procuram uma empresa virtual para realizar uma transação comercial através da web. Para Brandalize et. al (2002), o e-commerce precisa quebrar a resistência e o medo que alguns usuários de internet têm de inserir seus dados bancários na rede para realizar uma compra online, para competir com empresas reais que tratam o cliente de forma mais pessoal, através de estímulos sensoriais. Essas barreiras ainda impedem o desenvolvimento do comércio online e são, muitas vezes, determinantes para novos usuários que ingressam na rede diariamente e que ainda não têm um certo domínio das ferramentas virtuais de acesso. De acordo com Pinto (2002), o ambiente virtual disponibiliza informações para os usuários que procuram comprar ou vender algum produto na rede. As informações disponibilizadas na web podem moldar as atitudes de compra dos usuários. Nesse caso, as redes de relacionamento virtuais podem exercer grandes influências no processo decisório de compra do consumidor virtual, Castells (1999). O usuário de internet tem mais chance de fazer uma compra que proporcione um melhor resultado na relação custo-benefício, pois este tem um maior acesso a informação disponível na web, ao contrário do consumidor dos anos 60, por exemplo, que ficava a mercê dos fabricantes que ofereciam o que bem entendiam, sem se preocupar em satisfazer seus consumidores, de acordo com Richers (2000). Para Matos (2008), com a popularização do acesso à internet, o poder de consumo aumentou e agora são eles quem escolhem o que vão consumir 15 embasados em informações que o cercam no seu cotidiano. Cabe às empresas disputar fervorosamente cada consumidor e satisfazê-lo da melhor forma possível, pois um consumidor insatisfeito com uma ferramenta poderosa nas mãos como a internet colaborativa, pode influenciar diversos usuários, conhecidos deste ou não, de forma negativa. Porém, nem todas as informações disponíveis na internet são verídicas ou trazem algum benefício para o consumidor. É preciso se certificar da veracidade dos fatos para não cometer nenhum erro ou se perder em tamanha fonte de informação, Wilkie (2001apud LUCIAN et al, 2007). De acordo com Cordeiro (2004), antes de fazer uma compra é preciso analisar o risco envolvido, a real necessidade da compra e quais conseqüências esta transação irá proporcionar ao consumidor. O presente estudo aprofunda-se no processo decisório de compra definido pelos autores Engel, Blackwel e Miniard (1995), pois aborda um maior número de variáveis, em relação aos outros autores pesquisados, o que torna o estudo mais completo. O modelo é composto por sete etapas a seguir: reconhecimento de uma necessidade, busca de informações, analise de alternativas, decisão de compra, consumo, avaliação da compra e descarte do produto. Buscou-se, nesta pesquisa, respaldo teórico para analisar o ambiente virtual, a evolução do comércio eletrônico e dos consumidores brasileiros, as variáveis que envolvem o processo decisório de compra para, assim, chegar a uma resposta para o problema a ser pesquisado. Diante dessa realidade que mescla o ambiente virtual às reais variáveis que envolvem o consumidor no processo de decisão de compra, chega-se ao seguinte problema: como o consumidor é influenciado pela internet antes de realizar um compra de um produto eletroeletrônico? Dessa forma, a pesquisa tem como objetivo principal analisar a influência exercida pelo ambiente virtual sobre o processo de compra de um produto eletroeletrônico. A pesquisa busca analisar somente a influência do ambiente virtual no processo de compra, não importando se o usuário adquiriu o produto através da internet ou não. A pesquisa não tem como objetivo saber se o usuário compra pela internet, e sim entender a influência exercida sobre ele. 16 Como objetivos específicos, partindo do pressuposto que as pessoas buscam informações na internet, esta pesquisa propõe: • Relacionar os motivos pelos quais os consumidores buscam informações no ambiente virtual antes de realizar suas compras; • Analisar como a internet facilita o processo de compra; • Analisar se as redes de relacionamento virtual influenciam na decisão de compra do usuário de internet. Baseadas nos objetivos propostos pela pesquisa, as hipóteses adotadas são as seguintes: • Os usuários buscam a internet devido à facilidade de encontrar informações atualizadas que o auxiliarão na compra, além de permitir que o usuário pesquise preços e compare opiniões de clientes que já adquiriram o produto; • A internet facilita o processo de compra pelo fato de possibilitar ao usuário um rápido acesso à informação, sendo útil na redução dos riscos envolvidos na compra; • Os usuários buscam informações sobre os produtos na internet; • As redes de relacionamento virtuais exercem influência na decisão de compra através da internet. A pesquisa teórica que dá sustentação ao estudo está embasada nos conceitos de ambiente virtual; histórico e desenvolvimento da internet no Brasil; análise do perfil do internauta brasileiro; conceitos e análise das redes de relacionamentos virtuais e do panorama geral do comércio eletrônico no Brasil; evolução do consumidor brasileiro; processo de compra do consumidor; processo decisório de compra e influências ambientais. A dissertação está estruturada em seis capítulos. O primeiro consiste nesta Introdução. O segundo aborda o ambiente virtual e as principais vantagens de se utilizar este recente canal como forma de realizar transações comerciais, além de também mapear o perfil do comércio eletrônico e dos consumidores virtuais brasileiros. O terceiro capítulo engloba o comportamento do consumidor, onde será mostrado uma breve evolução do consumidor brasileiro, passando pelos processos decisórios de compra, e retratando as variáveis ambientais que exercem influências nos consumidores antes de realizar suas compras. 17 A metodologia compõe o quarto capítulo e trata do tipo de natureza da pesquisa, dos métodos e das técnicas de coleta de dados utilizadas, amostra e o tratamento estatístico utilizado. A análise dos resultados faz parte do quinto capítulo e traz em detalhes a tabulação dos questionários de acordo com os objetivos adotados no início da pesquisa. No sexto capítulo apresentam-se as conclusões, recomendações e sugestões para trabalhos futuros. 18 2 AMBIENTE VIRTUAL Desde o início dos tempos, o homem utiliza a comunicação como fonte de sobrevivência. No princípio, a transmissão de uma informação, que era feita de forma rudimentar, passou da história contada de geração após geração para depois evoluir para as transcrições por meio de símbolos e desenhos. Posteriormente, vieram as primeiras escrituras que evoluíram à criação da imprensa, o que proporcionou a massificação da comunicação, conforme Sousa (2006). De acordo com Biggs e Burke (2006), no final do século XX, com a evolução da tecnologia da informação aliada à necessidade de se comunicar em períodos de guerra, onde o clima hostil entre nações exigia uma comunicação eficiente, segura e sem interferências, chegou-se a criação da internet. A internet foi um marco na revolução da tecnologia da informação. Através dela é possível contatar praticamente todos os lugares no mundo, e os benefícios que ela proporciona à humanidade são de grande importância para a sobrevivência dos povos, segundo Biggs e Burke (2006). Mas, toda essa facilidade tem um preço. Se as pessoas estão mais próximas, as organizações também estão, o que faz com que as fronteiras territoriais sejam quebradas e haja uma disputa acirrada entre empresas de todo o mundo, estando elas conectadas à web ou não, conforme Assumpção (2006). Diante deste contexto, surgem várias formas de utilizar o ambiente virtual como forma de influenciar o consumidor na sua decisão de compra por determinado produto através da internet ou através das formas tradicionais de varejo. E é sobre esse assunto que o primeiro capítulo se refere. 2.1 TIPOS DE SITES O ambiente Web como se conhece hoje é composto por uma “teia” virtual conectada a diversos servidores espalhados pelo mundo composta por hipertextos. A Web foi criada em 1991 pelo inglês Tim Berners-Lee e sua equipe junto ao CERN (European Particle Physics Laboratory) em Genebra para facilitar o acesso à rede 19 mundial de computadores, simplificando e dividindo as informações entre os pesquisadores, segundo Perlingieri (2001 apud Assumpção, 2006). Por meio de um navegador ou browser é possível acessar o site desejado. Segundo Albertin (2004), os sites são um conjunto de páginas virtuais, localizados em qualquer ponto da web, compostos por textos, imagens, sons e vídeos. Os sites, principalmente os comerciais, evoluíram bastante no final da década de 1990 assim como as empresas virtuais, que muitas vezes não tinham um posto físico de contato com o cliente, o que fazia com que o relacionamento comercial entre as partes ocorresse apenas através do ambiente virtual. Após o “estouro da bolha”, por volta do ano 2000, quando ouve a quebra de diversas empresas “pontocom” ou “dot.com”, iniciou-se o que alguns especialistas no assunto, como Tim Beerners-Lee, criador da Web, e Gerson Rolim, Diretor Executivo da Câmara e-net, chamam de Web 2.0, caracterizada por uma nova era da internet em um período em que muitos desacreditaram do futuro comercial deste canal. A Web 2.0 ou Segunda Geração Web é caracterizada por sites mais dinâmicos e interativos, onde o usuário tem a capacidade de alterar e contribuir com o conteúdo dos sites, interagindo com os demais usuários conectados à rede, segundo Rolim (2008). Segundo Lopes (2001), a interatividade proporciona o relacionamento das pessoas conectadas ao ambiente virtual, através do compartilhamento de conhecimentos diversos, aprendizado e influências transmitidas. A busca pela interatividade é responsável pela entrada de novos usuários na rede a cada momento e pela criação de sites que integrem os internautas aos demais, o que torna difícil mensurar a quantidade de sites disponíveis na internet, uma vez que diversos são criados e excluídos a cada momento em todo o mundo, mas é possível classificá-los segundo Martins (2003). Para Casttels (2004), estão disponíveis na internet diversos tipos de sites: os sites institucionais são o ponto de contato entre a instituição ou profissional liberal e seus stakeholders, são canais utilizados para divulgação de informações diversas, recrutamento de funcionários, aquisição de bens, fusões etc. Sites midiáticos são informativos, com atualizações freqüentes e periódicas, podendo conter variados elementos multimídia, além do formato de texto. Alguns 20 sites desse tipo podem ser não vinculados à informação, como os sites de conteúdo adulto e de entretenimento, segundo Casttels (2004). Os sites midiáticos podem ser de cinco tipos: noticiários, que são os sites de jornais, revistas, com conteúdo atualizado constantemente; blogues, geralmente mantidos por uma única pessoa, com a ajuda ou não de outros colaboradores, e o conteúdo pode ser composto por experiências vividas, comentários sobre diversos assuntos, música, poesia etc; fóruns, destinados ao esclarecimento de dúvidas e compartilhamento de informações, geralmente são especializados em um determinado assunto; flogs, possuem formato semelhante ao dos blogues, mas aqueles são compostos predominantemente por fotos, podendo ser utilizados comercialmente como forma de divulgar trabalhos realizados por modelos, fotógrafos, trabalhos de artistas plásticos etc; podcasts, têm um modelo semelhante aos de estações de rádio, onde se distribuem conteúdos de áudio, como entrevistas, livros falados, relatos, discursos etc; vlogs, possuem um modelo semelhante aos de estações de TV, onde se distribuem conteúdos de vídeo amadores e profissionais, Casttels (2004). Conforme Modahl (2000), os sites de Aplicativos/Serviços, são mais interativos e constituídos por ferramentas de automatização, produtividade e compartilhamento. Distribuem aplicativos como planilhas eletrônicas, webmail, editores de imagem e softwares diversos. Os sites que disponibilizam bancos de dados servem para efetuar buscas e catalogar registros, podendo incluir softwares, vídeos, imagens, áudio e outros sites. Podem ser de dois tipos: estáticos, quando disponíveis apenas para consulta; e dinâmicos, quando servem tanto para consulta quanto para edição, sendo suas entradas realizadas em via dupla, Modahl (2000). Para Abreu e Baldanza (2007), os sites comunitários servem para a comunicação de usuários com outros usuários da internet. Encontram-se nessa categoria os chats, fóruns e sites de relacionamento. Segundo Modahl (2000), os portais são sites que unem todos os serviços disponíveis na internet em um mesmo local, geralmente fornecidos por uma mesma empresa. Sites de comércio eletrônico também fornecem informações aos usuários, mas seu objetivo é realizar vendas, Sheth et.al (2001). 21 Sites mistos são uma mistura dos anteriores, pois pode haver, por exemplo, um blog que publique algum conteúdo e ofereça um fórum para discussão, onde podem ser oferecidos serviços ou produtos para compra, conforme Modahl (2000). De acordo com Costa (1998), os sites também podem ser classificados de acordo com a sua forma de acesso: abertos, quando permitem acesso livre por qualquer usuário; restritos, que permitem o acesso mediante pagamento de uma assinatura periódica ou por acesso; por cadastro, sites que permitem o acesso de qualquer usuário mediante o preenchimento de um cadastro gratuito para acessar o conteúdo disponível; sites fechados, que são os que permitem somente o acesso de pessoas autorizadas pelo proprietário do site, não permitindo o aceso de qualquer pessoa; e mistos, que são os sites que fornecem partes do conteúdo abertas e outras fechadas. 2.2. INTERNET NO BRASIL No início da internet no Brasil apenas as classes A e B tinham computador e, consequentemente, condições de se conectar à rede, o que ocasionava uma espécie de “analfabetismo digital” nas demais classes sociais, que não tinham condições de adquirir um computador pessoal e uma linha telefônica fixa. A complexidade dos softwares e a pouca oferta de cursos também inibia o contato com a rede, de acordo com a Audiência Pública sobre Conteúdo Audiovisual em Tempos de Convergência Tecnológica, promovida pela Abranet, Associação Brasileira de Provedores de Internet em 23 de agosto de 2007 (ABRANET, 2007). A Abranet, fundada em 1996, atualmente representa 300 empresas, instituições de ensino superior e profissionais de todas as regiões do Brasil que têm como principal objetivo o desenvolvimento da internet no Brasil. Ainda segundo a Abranet (2007), o desenvolvimento da internet no país se deu devido aos grandes investimentos para aprimoramento e capilarização dos serviços de internet, maior oferta de serviços e menores preços aos usuários, descentralização da riqueza por todo país, etc. 22 Na Audiência Pública sobre conteúdo Audiovisual em Tempos de Convergência Tecnológica, apresentada para o Senado Federal pela Abranet, de acordo com Ibope/NetRatings (2007), foram apresentados os seguintes números: GRÁFICO 1 Usuários residenciais e não residenciais no Brasil (Milhões) Fonte: Associação Brasileira de Provedores de Internet, 2007, p.04. GRÁFICO 2 Tempo Online mensal dos usuários residenciais e não residenciais – Abril/ 2007 (horas) Fonte: Associação Brasileira de Provedores de Internet, 2007, p.05. O Ibope/NetRatings é uma empresa que faz o principal levantamento de audiência de internet no Brasil e iniciou suas pesquisas em setembro de 2000 (IBOPE/ NETRATINGS, 2007). 23 Apesar do crescimento do número de usuários que se conectam à internet no Brasil, ainda há uma grande parte da população que nunca teve contato algum com a rede. Segundo o IBGE (2005), 79% da população brasileira nunca havia acessado a internet em 2005. O principal motivo do não acesso à rede era a falta de computadores (37,2%), por não achar necessário ou por não querer (20,9%) e por não saber utilizar a rede (20,5%). A má distribuição de renda, o baixo nível de escolaridade da população e a precária infra-estrutura informacional das periferias contribuem para a exclusão digital no Brasil, segundo Tigre e Derick (2003). Montenegro (2008) aborda o tema sobre exclusão digital no Brasil, onde relata que “a internet é um meio eficiente de comunicação, mas ainda não representativa para a sociedade por não ser acessada por todas as classes sociais”. Cabe aos governos federal, estadual e municipal, aliados à iniciativa privada, promover a inclusão digital dessa grande fatia da população e o conseqüente desenvolvimento da internet no Brasil. Segundo a Abranet (2007), a internet é sinônimo de liberdade de expressão e manifestação do pensamento e pluralidade de fontes de informação, por isso prega a harmonia entre todos os envolvidos, governo, empresas e sociedade, nessa nova realidade. De acordo com IBGE (2006), em agosto de 2006, o Brasil atingiu a marca recorde de 110,9 milhões de celulares, o que ocasionou uma proporção de 58,5 celulares para cada 100 habitantes. No período, apenas 21% da população já havia acessado a internet pelo menos uma vez, enquanto 36,7% dos brasileiros possuíam telefones celulares; a TV estava presente em 97,1% dos lares, enquanto os PCs encontravam-se em apenas 25% deles. Conforme o IBGE (2006), a inclusão digital no Brasil se fará também por meio da convergência digital, onde há a fusão de diversos canais de acesso à internet, como a TV, o telefone celular e o PC. A explosão de vendas dos equipamentos portáteis de entretenimento ou tecnologia pessoal é também a porta de entrada para a convergência digital, já que permite a interface revolucionária, por exemplo, entre o iPod e o telefone celular, e o acesso à web por meio de redes sem fio. Para Rolim (2008), a adesão em massa às plataformas de internet existentes e às mais revolucionárias depende fundamentalmente dos seus custos finais, o que 24 pode ser percebido atualmente, quando desonerou-se a carga tributária e imediatamente ampliou-se o acesso aos computadores no país. Magalhães (2008) relatou que, em 2007, devido à queda do valor do dólar, a redução dos impostos e a facilidade nos financiamentos, foram vendidos 10,5 milhões de computadores no Brasil, superando a compra de televisores. Ainda segundo ele, os pais que compraram computadores acreditam que assim podem melhorar o futuro dos filhos. A classe “C” brasileira, nova emergente na internet, está buscando primeiramente os acessos de banda larga, e não os acessos discados, devido à relação custo – benefício. Do total de usuários ativos do Brasil em fevereiro de 2009, 87% têm acesso de banda larga, segundo o Ibope Nielsen (2009). O número de acessos residenciais à internet chegou a 23,7 milhões em julho de 2008, 3,5% superior ao apurado em junho de 2008 e 28% maior que os 18,5 milhões registrados em julho de 2007. O número de horas de acesso residencial mensal em julho de 2008 foi de 24:54hrs. O brasileiro continuou a ser o internauta residencial com mais tempo de acesso, se comparado aos outros nove países medidos com a mesma metodologia, são eles: Estados Unidos, Austrália, Japão, França, Alemanha, Itália, Suíça, Espanha e Reino Unido, de acordo com Ibope/ NetRatings (2008). Segundo levantamento do Ibope Nielsen (2009) o tempo médio mensal de navegação do usuário de internet (com acesso residencial ou não) aumentou 10,6%, comparando junho com maio de 2009, totalizando 44 horas e 59 minutos. Estiveram conectados ao todo 33,2 milhões de pessoas o que representa uma queda de 3,9% em relação a maio do mesmo ano, onde estiveram conectados 34,5 milhões, mas ainda longe dos 44,5 milhões de usuários que acessam de casa ou do trabalho. Considerando somente o acesso residencial, em junho os 40,2 milhões de usuários ficaram conectados cerca de 27 horas e 48 minutos em média por mês permanecendo em primeiro lugar do ranking mundial considerando os outros países acima mencionados, segundo o Ibope Nielsen (2009). 25 2.3. PERFIL DO INTERNAUTA BRASILEIRO A internet foi liberada para fins comerciais no Brasil por volta de 1994, o que fez com que uma geração crescesse e amadurecesse junto com ela e com toda a revolução tecnológica que se fez presente na década de 1990 (Biggs e Burke, 2006). Os membros da Geração Y, que, segundo Don Tapscott (2007 apud Prestott, 2008), são os indivíduos nascidos entre 1977 e 1997, tornando-se a primeira geração totalmente imersa na interatividade e no ambiente virtual, lidam com as tecnologias de informação de uma maneira confortável e descontraída, ao contrário das gerações anteriores, que enxergam a internet com certa desconfiança e insegurança. Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (IBGE, 2005), o número médio de anos de estudo dos internautas brasileiros era de 10,7 anos e idade média de 28,1 anos. As pessoas entrevistadas no estudo que não acessavam a rede tinham em média 37,5 anos de idade e 5,6 anos de estudo. Ainda segundo a pesquisa, um terço dos jovens brasileiros em 2005 entre 15 e 17 anos acessavam a rede. De acordo com o Ibope/NetRatings (2008) o perfil dos usuários de internet do Brasil é caracterizado por 58% do sexo masculino, 57% de ambos os sexos que acessam regularmente têm de 14 a 24 anos, seguidos pelos jovens de 25 a 34 anos e as classes A e B correspondem a 60% dos usuários enquanto a classe C 30%. Ainda segundo o mesmo estudo, 67% dos internautas brasileiros são solteiros e os casados representam 29% do total. Para Magalhães (2008), o mês de julho é caracterizado pelo aumento do número de acessos à internet devido às férias escolares, pois a relação dos jovens com esse tipo de mídia é mais extrema do que das gerações que nasceram sem a web. A constante queda nos preços dos computadores e facilidades de acesso a conexões de banda larga são fatores determinantes para o aumento do número de usuários de internet no Brasil, de acordo com o Global Internet Trends (2008). Segundo estudo Observador Brasil (2007 apud De Chiara, 2008), baseado em uma amostra de 1.500 entrevistas realizadas entre 12 e 21 de dezembro de 26 2007 em 70 cidades de nove regiões metropolitanas do Brasil, o perfil dos internautas pesquisados é composto por: • Dos entrevistados, 29% acessam a internet e 71% não têm acesso à • A renda familiar dos internautas pesquisados é, em média, de R$ rede; 1.603,47 e uma renda disponível de R$ 177,94, que pode ser definida como o saldo da renda familiar mensal em relação as despesas totais mensais de uma família. • As pessoas pesquisadas que não acessam a rede possuem uma renda familiar média de R$ 816,61 e renda disponível de R$ 30,66. Mesmo com um perfil jovem de usuários, a internet disponibiliza uma gama de categorias de serviços e informações a quem se conecta à rede. Isso pode ser facilmente percebido com as notícias diárias do crescimento do comércio eletrônico, do aumento do número de investidores no mercado financeiro etc. Mesmo com um perfil jovem de usuários, a internet disponibiliza uma gama de categorias de serviços e informações a quem se conecta à rede. Isso pode ser facilmente percebido com as notícias diárias do crescimento do comércio eletrônico, do aumento do número de investidores no mercado financeiro etc. De acordo com a pesquisa Ibope/NetRatings (2008), as categorias com melhor desempenho, levando-se em consideração apenas os acessos residenciais, comparando-se julho com junho de 2008 foram: TABELA 1 Número de acessos às categorias de sites (julho x junho/2008) Categorias Crescimento Visitas (milhões) Informações Corporativas 16,5% 9,1 Finanças, Seguros e Investimentos 5,9% 9,7 Automotivo 5,6% 3,8 Computadores e Eletrônicos 5,4% 18,8 Entretenimento 4,5% 19,4 Fonte: Ibope/NetRatings (2008). Os melhores resultados, segundo a mesma pesquisa Ibope/NetRatings (2008), em aumento do número de usuários residenciais, comparando-se julho de 2008 com julho de 2007, foram das seguintes categorias: 27 TABELA 2 Número de acessos às categorias de sites (julho/2008 x julho/2007) Categorias Crescimento Viagens e Turismo 56,4% Informações Corporativas 42,2% Automotivo 36,0% Notícias e Informações 35,2% Computadores e Eletrônicos 34,2% Fonte: Ibope/NetRatings (2008). Para Quinstler (IBGE, 2008), os jovens de classe alta do Sul e Sudeste do país costumam utilizar a rede como entretenimento, enquanto os jovens do Norte e Nordeste do Brasil, geralmente de renda inferior, utilizam a internet como ferramenta de informação para fins educacionais. 2.4. REDES DE RELACIONAMENTO SOCIAL O “estouro da bolha”, nos anos 2000, evento que foi caracterizado pela quebra de várias empresas virtuais e que gerou impactos negativos na economia mundial, segundo Albertin (2004) e a evolução da Web para um formato 2.0 tornaram a internet mais colaborativa e menos estática, onde os membros participam e contribuem com o seu desenvolvimento, e, de alguma forma, fizeram com que surgissem diversas formas de relacionamento no ambiente virtual (Rolim, 2008). Segundo Mari (2007), as mudanças ocorridas na web nos últimos anos colocam os internautas no centro do processo, valorizando a participação de todos e potencializando relacionamentos e interações sociais. Essa nova geração 2.0 é caracterizada pelas redes de relacionamento sociais online ou comunidades virtuais, onde vários sujeitos com objetivos comuns interagem trocando informações pessoais e profissionais, formando uma teia de contatos que, muitas vezes, podem transpor países e continentes, Rafael (2008). Uma rede social é, segundo Gatto (2007), composta de indivíduos, grupos ou organizações e o seu funcionamento está direcionado para o desenvolvimento e a consolidação das atividades dos membros que dela participam. 28 Segundo Abreu e Baldanza (2007), as comunidades virtuais são agrupamentos constituídos no ambiente virtual formado por pessoas com interesses comuns e que podem estar em diferentes posições geográficas. De acordo com Castells (1999), as comunidades virtuais são redes eletrônicas de comunicação interativas organizadas em torno de um interesse ou finalidade compartilhada, embora, muitas vezes, a própria comunicação se transforme no principal objetivo. Giardelli (2008), afirma que o que mais fascina na Web 2.0 é a possibilidade dos internautas se tornarem os protagonistas do mundo.com. Afirma, também, que a primeira e segunda onda da internet foram dominadas pelos militares e especuladores, respectivamente, e que os usuários apenas assistiam e consumiam tudo isso. Com a Web 2.0 tudo mudou e esta nova onda pode ser resumida em produzir, receber e propagar, o que a torna bem mais atrativa aos olhos dos usuários, principalmente dos mais jovens, que, inseridos em suas comunidades virtuais, exercem um papel fundamental de disseminação da informação, seja ela com conteúdo relevante e útil ou não. As comunidades virtuais ganharam uma grande importância na vida das pessoas que delas fazem parte e, muitas vezes, os relacionamentos e comportamentos online chegam a influenciar na vida real dessas pessoas. Ainda não se sabe ao certo o que motiva as pessoas a se unirem a grupos sociais virtuais. Sabe-se que há interesses comuns e que há, também, simplesmente a necessidade de relacionar-se com outros indivíduos, de criar laços, mesmo que eles não sejam duradouros (ABREU e BALDANZA, 2007). Muitas pessoas procuram as comunidades virtuais simplesmente para criar laços com outras e, assim, expandir sua network. A maioria dos laços criados através da rede não resulta em amizades por não haver um interesse real entre a troca de informações entre os membros. Mas, segundo Régis, Dias e Bastos (2006), os laços fortes, que são caracterizados pela freqüência dos contatos e a sua duração, são capazes de expandir a rede social e, assim, ultrapassar fronteiras. Para Simsek (2003 apud Vasconcelos, 2007), os laços fracos também são importantes em uma rede de relacionamentos, pois trazem para dentro da rede informações novas, enquanto os laços fortes trocam informações de alta qualidade, conhecimentos e exploram novas oportunidades já conhecidas. 29 Para Lima (2001 apud Régis, Dias e Bastos, 2006), o que motiva muitas pessoas a buscarem os relacionamentos por meios de grupos sociais é a busca do capital social, que pode ser visto como benefícios diretos e indiretos provenientes das relações de reciprocidade e confiança presente nestes grupos. Régis, Dias e Bastos (2006), definem o capital social como sendo um recurso da comunidade construído pelas redes de relações. O capital social pode ser definido, segundo Gatto (2007), como um recurso que pode gerar vantagens e benefícios do capital que foi gerado pelo grupo. Para Borges (2007), as comunidades virtuais são flexíveis e se moldam de acordo com os interesses dos participantes, embora sejam criadas com um objetivo que pode ser reencontrar uma antiga turma do colégio, discutir sobre política, religião etc. Geralmente são compostas por um ou mais moderadores que lançam temas para discussão, limitam a entrada de pessoas na comunidade ou que tentam manter a “ordem”. Conforme Cebrián (1998), os grupos sociais buscam referências comuns que justifiquem seus laços e optam por adotar determinadas regras de funcionamento que são aceitas ou impostas para assegurar a sobrevivência do grupo. À medida que uma comunidade se torna mais densa, ou seja, com muitas ligações entre os indivíduos que dela participam, fica mais difícil para os indivíduos centrais manterem o controle sobre o fluxo de informações que corre entre os atores dessa rede, segundo Scott (2000). Borges (2007), afirma que as pessoas com maior número de contatos diretos em uma comunidade virtual são mais importantes para a comunidade, pois estabelecem um fluxo de comunicação entre vários indivíduos da rede e, se um membro desse porte deixa de fazer parte da comunidade, por algum motivo, esse ato pode ocasionar uma quebra de elos importantes para o funcionamento da rede social na qual estavam inseridos. Por isso, os moderadores devem atrair e motivar as pessoas com uma grande network para que os elos de relacionamento se fortifiquem, tornando a rede mais forte e duradoura. Geralmente, os moderadores são essas pessoas com uma grande rede de relacionamentos. Segundo Régis, Dias e Bastos (2006) as redes podem ser classificadas de acordo com o conteúdo transacionado: 30 • Redes de informações: o conteúdo transacionado diz respeito ao que está ocorrendo na organização, probabilidades de sucesso e outros temas que afetam todos os membros envolvidos. • Redes de amizade: é uma rede mais informal, baseada na socialização dos membros, na troca de amizades e comportamentos aceitos pelo grupo social e pela organização como um todo. • Redes de confiança: também uma rede informal, onde os membros trocam experiências vividas com os demais. As comunidades virtuais vêm crescendo a cada ano. No início da internet, as salas de bate-papo, bastante limitadas, já atraíam muitas pessoas, mas uma pessoa não comprava um computador exclusivamente para esse fim. Hoje, diferentemente, muitas pessoas, principalmente jovens, têm seu primeiro contato com a rede devido aos sites de relacionamento, que ganharam uma proporção gigantesca. No início da internet, só era possível conversar com outro indivíduo através do teclado, depois vieram as fotos e, há não muito tempo atrás, via voz e vídeo simultaneamente. Hoje é possível conversar e interagir com outros indivíduos por meio de um avatar, no caso do site Second Life, onde o sujeito interage com outros em primeira pessoa e por meio de dispositivos móveis, como celulares com acesso à internet. Segundo o Ibope (2009), os usuários de internet brasileiros são líderes em termos de leituras diárias de blogs, 57% dos usuários utilizam as páginas de redes de relacionamento virtuais e 68% do total já realizaram uploads de vídeos em algum site da web. Segundo Souza (2007), os grupos sociais mais carentes estão se concentrando em torno daquele indivíduo que tem computador, que antigamente era conhecido como “o dono da bola”. Muitos desses jovens reúnem-se em casa para conversar via MSN, acessar o Orkut, assistir vídeos no You Tube etc. Muitos jovens têm ingressado nessas comunidades virtuais não em busca de emprego ou para discutir sobre política ou meios de melhorar a comunidade a que pertencem, mas simplesmente para expressar o estilo de vida pessoal do grupo ao qual pertencem. Esses jovens percebem também que por trás de um computador podem ser quem eles quiserem sem que ninguém os critiquem ou rotulem por isso. 31 Para Cebrián (1998), o cibernauta é um navegante solitário, mesmo que ele não tenha consciência dessa condição, e, ao se relacionar com os demais através da internet, sente prazer e confiança para transmitir aos demais a imagem que quiser ou que ele quer que os outros tenham dele. Algumas pessoas criticam as redes de relacionamento virtuais alegando que muitos buscam, nessas comunidades virtuais, seus “quinze minutos de fama” e acabam não contribuindo para a criação de algo novo e com conteúdo para os demais, conforme Souza (2007). 2.5 EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO Após meados dos anos 90, com a abertura da internet para o setor comercial, ocorreram inúmeras transformações no mercado global. Surgiram muitas empresas, as chamadas empresas “pontocom”, e setores que só se tornaram possíveis após essa nova revolução tecnológica que, devido à disseminação da informação para todos, também criou um novo modelo ou canal comercial que atraiu a atenção de diversos investidores do mundo todo, segundo Biggs e Burke (2006). Conforme Rolim (2008), muitas organizações virtuais surgiram nesse período e muitas empresas tradicionais tentaram ingressar nessa “nova onda tecnológica”, ou “corrida do ouro”, proporcionada pelo surgimento do comércio eletrônico ou ecommerce, e que atraía os mais variados empresários e investidores com a promessa de um lucro alto e rápido sem grandes investimentos. No início dos anos 2000, houve o chamado “estouro da bolha”, quando diversas empresas virtuais quebraram levando consigo grandes somas de dinheiro e a confiança dos investidores e dos consumidores virtuais, que viram de uma hora para outra sua loja favorita sumir do cyber espaço assim como toda a credibilidade que este novo consumidor tinha nesse, até então, “brilhante canal”. Nessa época, muitos desacreditaram do comércio eletrônico, Rolim (2008). Segundo Assumpção (2006), o novo meio de negociação, que utiliza a internet como plataforma e engloba oferta, demanda e a contratação de bens, serviços e informações, é denominado comércio eletrônico. 32 O comércio eletrônico não necessariamente ocorre somente no ambiente virtual web, podendo ser realizado sob qualquer plataforma digital. Segundo Pinto (2002), o comércio eletrônico é uma forma de transação comercial que ocorre em um ambiente eletrônico sustentado por uma estrutura tecnológica que permite o processamento e a transmissão de dados digitalizados e que promove um intercâmbio contínuo de mercadorias e serviços sob uma plataforma tecnológica de informação e comunicação. Para Brandalize et. al (2002), o comércio eletrônico é composto por todas as transações comerciais envolvendo indivíduos e organizações que são baseadas no processamento e na transmissão eletrônica de dados. A aplicação de tecnologias de comunicação e informação compartilhadas entre empresas, procurando atingir seus objetivos criando um mundo digital sem fronteiras, no qual mercadorias e serviços podem ser trocados em qualquer parte do globo quase instantaneamente, é o que forma o comércio eletrônico segundo Jonishi e Miranda (2001). O acesso ao mundo virtual trouxe às pessoas a comodidade e praticidade de se relacionarem, pesquisarem, trabalharem sem ter que se deslocarem dos seus lares. Com o comércio eletrônico não foi diferente. Hoje é possível fazer compras sem precisar se dirigir a uma loja real, revolucionando a economia e a forma tradicional de realizar transações comerciais. De acordo com Cardoso e Farias (2004), o comércio eletrônico é uma ferramenta de marketing que proporciona ao cliente fazer negócios sem sair de casa ou do escritório, quebrando as barreiras do mundo dos negócios, onde um clique é suficiente para se adquirir um produto ou serviço. Após o “estouro da bolha”, com o advento e desenvolvimento da web 2.0, houve uma reconfiguração nos modelos organizacionais principalmente das empresas virtuais. Já as empresas mais tradicionais estão sendo forçadas a se reestruturar em torno das novas tecnologias e se adaptar a esse novo ambiente em que a maior organização, mais burocratizada e que exige mais recursos para o seu funcionamento, perde lugar para a organização mais rápida, flexível e adaptativa, conforme Rolim (2008). O ambiente web revolucionou a forma de fazer negócios e forçou as empresas a se adaptarem a uma nova modalidade de negociação sem limites e totalmente adaptativa à economia global. O e-business, segundo Jamil (2001), é a 33 realização de negócios através da web, mais especificamente quando as empresas se conectam à rede para contatar seus parceiros e clientes. Jamil (2001) afirma que as conseqüentes transformações no e-business estão pressionando empresas tradicionais a construírem modelos flexíveis, rápidos e orientados ao consumidor, o que faz com que haja uma espécie de metamorfose unindo processos de negócios, aplicações corporativas e estruturas organizacionais. O aumento na competitividade causada pela eliminação das fronteiras, o que faz com que as organizações ultrapassem seus limites territoriais, é um dos principais fatores que forçam as empresas a reestruturar o seu modelo de negócio. A nova economia global, surgida após a popularização do e-business, requer grandes mudanças a nível organizacional, individual, sistêmico e regulatório, segundo Tigre e Dedrick (2003). Não é tão fácil quanto simplesmente navegar na web, pois as organizações precisam alterar suas rotinas organizacionais e preparar seus colaboradores para tais mudanças. Para Mendes (2001), o comércio eletrônico vem sendo utilizado como mais um canal de vendas das empresas tradicionais, não sendo apenas utilizado pelas empresas virtuais, o que faz com que haja uma forma de relacionamento com o cliente mais próxima e eficaz, pois através de ferramentas de marketing de relacionamento é possível atender exatamente a necessidade de cada cliente de acordo com o perfil individual de cada um. Há vários modelos de comércio eletrônico, mas como a pesquisa ora apresentada destina-se somente à analise da influência da internet sobre a decisão de compra e não à compra virtual ou tradicional este tema não será amplamente abordado. Para Assumpção (2006), mesmo alguns usuários que acessam a internet há algum tempo ainda apresentam algumas resistências relativas à realização de transações comerciais online. Essas resistências, muitas vezes, são causadas pela percepção de que possa haver algum risco quanto à segurança dos seus dados financeiros no ato da transação online. Segundo Sitkin e Pablo (2003 apud Farias e Kovacs, 2006) o risco objetivo ou real existe de fato, mas pode ou não ser percebido pelo consumidor. O risco percebido, ou subjetivo, impacta no comportamento do consumidor, pois atua diretamente em seu emocional quando este desconfia da existência de algum risco, mesmo ele não existindo de fato. 34 Para Cebrián (1998), não é fácil para um usuário comum inserir seus dados cadastrais e bancários em uma rede anônima, mesmo que ela garanta total segurança e confidencialidade sobre as informações transmitidas, pois atinge a idéia de intimidade, fazendo com que estes se sintam desprotegidos de certa forma. Segundo Cordeiro et al.(2004), o primeiro obstáculo enfrentado pelo usuário de internet antes de efetuar uma compra online é a percepção dos riscos que podem estar relacionados diretamente com os aspectos de segurança e privacidade dos dados. Este fator impacta diretamente no crescimento do comércio eletrônico. O risco percebido pode ser formado na mente do internauta por diversas razões. Uma delas é que, segundo relata Cito (2008), “o ambiente virtual imita o ambiente real e por isso também contém algumas coisas indesejáveis do mundo real como pornógrafos, pedófilos e golpistas”. Como forma de reduzir as incertezas quanto à compra e para buscar vantagens através das transações via internet as pessoas buscam as redes sociais com finalidades diversas, entre elas discutir sobre futuras compras, que podem ser online ou não, ou debater sobre uma experiência de compra passada de determinado produto ou serviço, conforme Abreu e Baldanza (2007). Quando discutem sobre comércio de forma geral, seja ele online ou não, as pessoas que fazem parte desse grupo de discussão online exercem influências umas sobre as outras e estas influências podem ser positivas ou negativas, de acordo com a experiência vivenciada pelos envolvidos no grupo, segundo Castells (1999). De acordo com Vasconcelos (2007), os atores buscam transacionar com outros atores de reputação conhecida e preferem confiar em indicações de outros indivíduos. As interações com os demais componentes de uma comunidade virtual podem determinar por qual produto o consumidor vai optar no ato da compra ou qual ele nunca irá comprar, mesmo sem ter jamais experimentado. Se a rede apresenta uma grande densidade, ou seja, possui muitas conexões entre os atores, há um alto nível de reciprocidade entre eles. Estarão, então, os envolvidos propícios a sofrer uma maior influência em seu comportamento econômico, segundo Vasconcelos (2007). 35 Cada vez mais as pessoas entram em comunidades para discutir sobre produtos específicos. Em alguns casos, chegam a formar grupos para conseguir barganhar preços mais baratos junto às lojas online. Segundo Rolim (2008), está ocorrendo uma evolução do conceito de Clube de Compras, onde internautas estão se agrupando e formando redes sociais de compras online baseadas na colaboração dos participantes e da inteligência coletiva. Essas redes sociais de compras online estão criando um novo formato de negócios eletrônicos o “Businesse to Groups” ou “Social Buying”, que proporcionam aos seus participantes preços diferenciados e ofertas exclusivas, de acordo com Rolim (2008). Para Mendes (2001), as empresas estão despertando seus interesses comerciais para as grandes comunidades, criando campanhas de comunicação em um formato diferenciado visando atender determinados nichos. Ao invés de lançarem uma comunicação em massa, estão adequando essa comunicação de acordo com os perfis de cada grupo, criando os conceitos de “mass one-to-one” ou “mass customization”. Uma empresa que souber entender o comportamento de uma rede de relacionamento virtual pode adequar seu target, reduzindo custos de pesquisas de mercado e definindo um foco customizado de acordo com a demanda desse tipo de consumidor específico. Segundo Domeneghetti (2008), devido ao despertar das empresas para o potencial de compra das redes de relacionamentos sociais online, o consumo de ferramentas de personalização de conteúdo, customização de serviços e CRM tem aumentado a medida que as comunidades vão surgindo pela rede. Ainda de acordo com Domeneghetti (2008), as empresas terão que adotar as ferramentas de customização como um recurso básico para a captura de clientes, pois o que irá realmente influenciar os consumidores que participam de comunidades virtuais são fatores intangíveis de escolha como desejos, vontade e aceitação. Seguindo a lógica dos tópicos abordados neste capítulo, é possível perceber que o brasileiro está despertando para a utilização da internet como ferramenta de compra. Mas, ainda é preciso quebrar barreiras para desenvolver o comércio eletrônico no Brasil, sendo, porém, notória a sua evolução em poucos anos de existência. 36 As redes de relacionamento, além de aproximar pessoas, são fontes de pesquisa que podem auxiliar na compra de um produto devido à tamanha relevância no cotidiano das pessoas que estão conectadas à rede diariamente. O ambiente virtual é riquíssimo de informações e benefícios aos usuários que nele navegam, mas ainda é preciso cautela e um pouco de atenção para que se possa extrair somente o que ele oferece de melhor. Benefícios oferecidos ao usuário de internet, como acesso à grandes fontes de informações em tempo real ou não, possibilidade de se conectar a pessoas em diferentes lugares do planeta, facilidade de comercializar diferentes tipos de produtos em diversos paises. Podem moldar o comportamento de compra do internauta. O próximo capítulo enfatiza o tema: Comportamento do Consumidor. E traz como a decisão de compra é construída e também como essa decisão pode ser influenciado pelo ambiente virtual. 37 3 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Segundo Sheth et. al (2001) o comportamento do consumidor, que inclui várias atividades e muitos papéis que as pessoas podem assumir, é definido como as atividades físicas e mentais que resultam em decisões e ações, como comprar produtos e serviços. Entender o comportamento dos clientes será a chave para o sucesso empresarial nos próximos anos, de acordo com Sheth et. al (2001). 3.1 EVOLUÇÃO DO COMPORTAMENTO DE COMPRA DO CONSUMIDOR BRASILEIRO A relação entre vendedor e cliente tem sofrido bastantes alterações desde a popularização da internet. As escolhas que os clientes fazem hoje moldam totalmente o futuro das empresas que atuam no mercado, principalmente se essas escolhas estiverem embasadas em informações que saíram do ambiente virtual, conforme Rocha e Dias (2002). A internet pode proporcionar o argumento que derruba qualquer fornecedor despreparado para atuar no mercado e-globalizado atual. Para Modahl (2000), essas informações podem partir de outros consumidores conectados na rede, de sites de fabricantes concorrentes ou de sites que relatam as opiniões de consumidores satisfeitos ou não com o produto a ser comprado. Cabe ao consumidor garimpar a web e coletar somente o que o interessa para formatar a sua decisão de compra, decisão esta que pode ser, ainda, influenciada por outras pessoas ao seu redor ou por variáveis ambientais que mostrem para ele que a compra trará satisfação ou insatisfação perante as suas expectativas iniciais. Um processo decisório de compra bem estruturado aliado às informações disponíveis na internet podem auxiliar o consumidor no ato de fechar um negócio. Com base nesse assunto, o capítulo a seguir se aprofundará nas questões a 38 respeito do comportamento do consumidor, que são de grande importância para se realizar uma compra bem feita. O comportamento do consumidor brasileiro sofreu profundas transformações ao longo dos anos. Hoje se pode dizer que ele está mais crítico e exigente, segundo Rolim (2008), característica que não existia no perfil de consumo nos anos 1950. Grande parte dessas transformações ocorreu devido à evolução do cenário político-econômico do Brasil que migrou, no início dos anos 1950, de uma economia agrária para uma economia industrial e competitiva no mercado global, presente nos dias atuais, conforme Souza (2007). De acordo com Giambiagi (2005), a evolução do quadro político-econômico do Brasil trouxe profundas transformações para o mercado e para a sociedade brasileira, influenciando diretamente no consumo da população em geral, desde as classes mais baixas às mais altas. Segundo Richers (2000), a economia pós-guerra dos anos 1950, foi marcada pela escassez de bens, faltava oferta e sobrava demanda. Os consumidores ingênuos, despreparados e inexperientes satisfaziam-se com os produtos nacionais, em geral de péssima qualidade, e, principalmente, com os importados, estes com qualidade satisfatória. A maioria das fábricas nacionais era de “fundo de quintal”. A industrialização praticamente ainda não havia se desenvolvido e o comércio se concentrava em feiras livres e pequenos negócios. Porém, a medida que o setor de duráveis aumentava, o setor de bens de consumo encolhia, e isso era proporcionado pelo congelamento dos salários de base e pelo correspondente processo de concentração de renda nas mãos dos industriais e grandes empresários, conforme Souza (2007). O consumidor desta época, de acordo com Richers (2000), aceitava o preço como argumento de boa qualidade, confiava cegamente nos vendedores, não tinha escolha por marcas, estava sempre disposto a experimentar novos produtos, era passivo à falta de produtos e julgava os produtos importados melhores que os nacionais. Nos anos 1950, período caracterizado pelo aumento da oferta e pelo protecionismo às empresas nacionais, o comércio começa a se desenvolver. Surgem as primeiras grandes marcas nacionais e os primeiros shoppings centers, supermercados e lojas mais especializadas. 39 Nesse período o trabalhador recebia um salário insuficiente para garantir o seu sustento e da sua família, por isso aumentava a sua jornada de trabalho ou colocava mais membros da família para trabalhar, o que proporcionava o crescimento do mercado de trabalho e um consequente aumento no consumo. Em paralelo, estavam surgindo as leis de proteção ao trabalho, que visavam o aumento do poder de compra do salário, segundo Souza (2007). Souza (2007, p. 36) afirma, sobre o poder de compra do salário mínimo no final dos anos 1950, que: A política do salário mínimo, cujo poder de compra esteve, entre 1957 e 1959, cerca de 20% acima do poder de compra original, estabelecido em 1941. Para se ter uma idéia, isso representava quase quatro vezes o poder de compra do salário mínimo de 2002. Conforme Richers (2000), as empresas, nos anos 1960, começam a dar atenção aos consumidores, que despertaram para a importância das marcas e embalagens, e as mensagens publicitárias televisionadas começaram a tornar-se atrativas. Nesse período o consumo estava em alta, assim como os juros e a inflação ocasionada pela dívida externa. Nos anos 1970, marcados pelo auge da ditadura militar, o mercado mantevese estável, com taxas inflacionárias mais controladas e uma política de juros mais ponderada, embora o sistema político estivesse bem mais centralizado e corrupto. O protecionismo, que na década anterior desenvolveu as empresas nacionais, agora as atrasava tecnologicamente em relação ao mercado global. As constantes mudanças de políticas econômicas começavam a prejudicar as empresas menores, e as maiores começavam a se tornar cada vez mais burocratizadas e lentas. O consumidor desta época começava a desconfiar das campanhas publicitárias e questionava os preços e a qualidade dos produtos ofertados. Antes de comprar, as famílias, preocupadas com o orçamento familiar, preparavam listas de compras e as mulheres participavam mais das decisões de compra. O cartão de crédito começa a ser utilizado e o consumidor passa a ter mais opções de escolha, 40 tanto em relação a produtos como em relação a pontos de venda, segundo Richers (2000). Giambiagi (2005) afirma que na década de 1980, também chamada “década perdida”, o Brasil entrou em uma grande crise que afetou diretamente o consumo. O Governo culpava a população e as empresas pelo descontrole da inflação. Foram criados, então, órgãos fiscalizadores de preços que não geraram resultados positivos. Esse período ficou marcado pelo congelamento de preços, Plano Cruzado, alta da inflação, desabastecimento e desemprego. Os consumidores, diante dessa situação, subitamente pararam de consumir e, quando compravam, o faziam de uma vez só, pois no dia seguinte os preços já haviam sido remarcados e o salário já tinha se desvalorizado. Produtos como alimentos, higiene pessoal e limpeza eram o principal alvo dos consumidores. A pechincha ganhou força e o poder de influência dos consumidores aumentou. Nessa época, o consumidor começou a procurar os órgãos do governo ao se sentir prejudicado, conforme Richers (2000). No final dos anos 1980 e início dos anos 1990, o governo lançou medidas para conter o consumo e a hiperinflação, como o aumento das taxas de juros e redução do crédito. Essa medida, segundo Gremaud et. al (2007), contém o avanço da inflação, pois, aumentando as taxas de juros, o consumo tende a cair, o que leva as pessoas a poupar mais, estabilizando a economia. Nos anos 1990, o início da década foi marcado pelos Planos Collor 1 e 2, caracterizados pelo congelamento da poupança, da moeda estrangeira e uma série de escândalos envolvendo políticos ligados ao governo acusados de corrupção e desvio de dinheiro dos cofres públicos, o que gerou a revolta da população e o impedimento do Presidente da República. Após 1994, com o Plano Real, a população pôde respirar mais aliviada, pois a nova moeda trouxe novamente a segurança para o consumo e abriu as portas para a importação e inibiu a exportação. Nesse período, a internet começou a ganhar força e a se popularizar, principalmente entre os jovens. Mais tarde, o comércio eletrônico tornou-se realidade no Brasil, oferecendo mais uma opção de consumo. De acordo com Richers (2000), os consumidores desse período são mais otimistas e procuram melhorar a sua qualidade de vida, no entanto, são mais cautelosos antes de comprar, preferem produtos mais duráveis e manifestam-se publicamente quando algo agrada ou desagrada. Para esses consumidores, agora 41 viciados em televisão, o ato de comprar torna-se um ato social. Os jovens, por sua vez, passam a freqüentar cada vez mais os shoppings centers com seus grupos. Outro fato marcante dos anos 1990 foi a criação, através da Lei nº. 8.078 de 11 de setembro de 1990, do Código de Defesa do Consumidor, que tem o objetivo de estabelecer normas de proteção e defesa do consumidor, seja este pessoa física ou jurídica. A criação do Código de Defesa do Consumidor foi uma vitória, embora tardia, para a população brasileira que, até então, estava a mercê das grandes empresas que ditavam as regras do mercado, o que favorecia os grandes empresários que, em alguns casos, ocultavam falhas e problemas em produtos que poderiam colocar, e às vezes colocavam, em risco a saúde e a moral dos consumidores, conforme Souza (2007). Para Giambiagi (2005), o Real está mais consolidado e a economia do país mais estável. Crises econômicas externas têm o impacto reduzido e o consumo bate recordes a cada ano. O país se encontra infestado de produtos importados, principalmente de origem chinesa, e busca se adaptar a nova realidade. A mão-deobra está cada vez mais capacitada e a tecnologia de informação está popularizada entre as empresas nacionais. Conforme Quinstler (2008), o consumidor de hoje espera ser bem atendido e exige qualidade, teme o desemprego, mas busca se capacitar e enfrentar novos desafios, e enxerga a internet como fonte de informações que o auxiliará antes da compra, seja ela por canal tradicional ou virtual. As mídias influenciam no comportamento de compra e o consumidor busca os produtos da moda, que se adequam ao estilo da sua rede de relacionamentos. De acordo com Aderson Lopes (1998 apud Richards, 2000, p. 117): Cada um de três decênios, de 1960-80 para cá, inicia suas atividades de marketing com um viés – nos anos 60 a ênfase em “vendas”; nos anos 70, em “propaganda”; nos anos 80, em “produtos”. A partir dos anos 90, poderíamos acrescentar, o país descobre o “mercado” como centro de atenção e, com isso, as portas se abrem para um estágio final (?) em que o “cliente” comanda todo o processo de encomenda e compra. Chegaríamos então ao estágio que o marketing sempre sonhou: o consumidor determina o que quer que seja fabricado. 42 O que se pode perceber atualmente é a concretização da declaração de Lopes, pois cada vez mais o comportamento de compra se mostra menos previsível e mais diversificado. Segundo Schiffman e Kanuk (2000), os consumidores buscam produtos diferenciados, que atendam suas necessidades próprias e especiais, personalidades e estilos de vida. E, para sobreviver no atual cenário competitivo, as empresas estão deixando de lado o marketing de massa e passando a adotar o marketing de nichos, no qual segmentam o seu público alvo e traçam estratégias para seduzi-los de forma mais customizada e eficaz. De acordo com Brandstetter e Heineck (2006), a evolução do comportamento do consumidor deu a ele conhecimento sobre os seus direitos e poder de influência sobre a oferta de produtos. Empresas que oferecem produtos a um elevado custo e com uma qualidade questionável precisam demandar uma boa quantia para investimento no trato e comunicação com o seu público alvo para se garantir no mercado, pois para os consumidores há muitas opções de escolha e certamente ele optará, por estar mais ciente dos riscos de uma economia global, pela que melhor oferecer um resultado satisfatório, levando-se em consideração a relação custobenefício. Para Richers (2000), o consumidor já exerce influência sobre o que deve ou não ser produzido, assim como sobre os preços a serem praticados e até sobre as mensagens publicitárias a serem veiculadas na mídia, pois estas devem conter as informações que os consumidores julgam necessárias para se ter um conhecimento mínimo sobre o produto. Neste caso o consumidor deixa de ser rei e passa a ser coroado imperador. 3.2 E-CONSUMIDOR Com a popularização da internet e, conseqüentemente, do comércio eletrônico, os e-consumidores, ou compradores virtuais, que se utilizam de meios eletrônicos para realizar suas transações comerciais, apresentam um comportamento que tende a se diferenciar dos consumidores tradicionais, pois, segundo Lopes Apud Backes et.al (2005), os consumidores virtuais do futuro serão 43 mais individualizados, mais reservados em suas residências, terão uma grande diversidade cultural, comportamental e ética, estarão cientes da sua liberdade de escolha e, portanto, menos leais às marcas, serão instruídos basicamente pelo computador e mais dependentes dos pais financeiramente. Os consumidores virtuais têm um maior acesso às informações do mercado, muitas vezes em tempo real, o que pode impactar diretamente no seu consumo. Segundo Sheth et.al (2001), com o comércio eletrônico os consumidores podem realizar transações comerciais a qualquer hora e em qualquer lugar, o que dá a este consumidor muito mais opções de escolhas e liberdade, pois este não precisa mais ficar limitado a um determinado local e horário. A empresa que permanece estática e tradicionalista, não oferecendo aos seus consumidores serviços e opções de compra facilitados pela internet, possivelmente estará com seus dias contados no mercado, pois é preciso ir até o cliente e não mais esperar que ele bata à sua porta em busca de produtos e serviços. Porém, é quase impossível encontrar hoje um consumidor que seja 100% virtual, até porque muitos varejistas ainda não adaptaram seus negócios ao mundo virtual e as pessoas necessitam interagir com outras, o que geralmente ocorre no ato da compra. A internet aproxima as pessoas, mas o contato entre elas é artificial, inexistindo um contato mais próximo, mais humano. Percebendo este mercado promissor, algumas empresas têm buscado na internet uma forma de aproximar-se dos seus clientes. Segundo o estudo Cities Net Opportunites (2008), quase 100% das empresas brasileiras utilizam a internet para obter informação e trocar e-mails, cerca de 98% das empresas entrevistadas, 300 no total, nas cidades de São Paulo, Manaus, Fortaleza e Rio de Janeiro, informaram que utilizam este recurso. Do total de empresas pesquisadas que afirmaram utilizar a internet no seu dia-a-dia, 89% acreditam que a internet melhorou a comunicação interna e externa, 84% gostariam de utilizar futuramente os serviços de banking e 75% estão de acordo em afirmar que a internet contribuiu para aumentar a satisfação dos clientes. Como mencionado no capítulo anterior, as compras virtuais têm ganhado destaque a cada ano e os jovens são os maiores responsáveis pelo desenvolvimento desse crescente e sólido mercado virtual brasileiro. 44 O comércio virtual também ganha destaque nos períodos em que o mercado tradicional aquece, como, por exemplo, no dia das mães e natal. Mas, ao contrário do varejo tradicional, o varejo online proporciona inúmeras promoções nesses períodos sazonais para competir igualmente com as lojas tradicionais. Com a deflação do mercado virtual, a tendência é que o consumo neste canal aumente, já que o consumidor atual costuma pesquisar também na internet os preços dos produtos antes de comprar, mesmo que opte por realizar suas compras no mercado tradicional. Para o natal de 2008, segundo Wikiack (2008), estimava-se que as vendas online no período de 15 a 24 de dezembro de 2008 chegassem a R$ 1,35 bilhão, 25% acima do que foi faturado no mesmo período do ano anterior. De acordo com Guasti (2008), estimava-se que 21% dos brasileiros fariam compras de natal pela internet em 2008, contra 11,6% de 2007. O número de internautas que compraram pela rede em 2008 deve fechar em 25%, contra 10% de 2006, o que comprova o desenvolvimento acelerado deste canal de vendas. A concorrência globalizada é resultado do desenvolvimento do comércio eletrônico. Empresas do interior do Brasil concorrem pelos mesmos consumidores que compram de lojas japonesas através da web. Pode até ser uma concorrência considerada “desleal”, pois muitos grupos de empresas tradicionais lançam na internet lojas virtuais com preços arrasadores, mas quem entra neste mercado sabe que deve buscar continuamente a flexibilidade de suas operações e a diferenciação do atendimento customizado para captar e reter clientes. O consumidor é o grande vencedor da disputa entre varejo tradicional e virtual, pois é ele quem escolhe a melhor compra, influenciado por terceiros ou não, e define quais empresas permanecem ou saem do mercado. Segundo a 18ª edição do Relatório WebShoppers (2008), o varejo virtual oferece aos consumidores vantagens do tipo: • Comodidade, pois o internauta compra sem sair de casa e não enfrenta trânsito para chegar na loja ou fila para pagar; • Deflação, pois, em muitos casos, as lojas virtuais baixam seus preços em relação ao varejo tradicional com o intuito de captar novos clientes; • Facilidades de pagamento e elasticidade dos prazos; 45 • Facilidade para comparar preços, uma vez que existem sites que oferecem ferramentas de comparação de preços com informações adicionais sobre os produtos e testemunhos de clientes. Isso não quer dizer que exista uma batalha entre varejo virtual e tradicional, até porque, segundo a E-bit (2008), as vendas pela internet no Brasil não chegam a 3% do total do comércio, mas esse percentual pode ser fator determinante para acabar com a vida de algumas empresas tradicionais. As mídias disponíveis ao alcance de todos, principalmente a internet e a televisão, têm influenciado nas decisões de compra do consumidor contemporâneo, pois este se vê soterrado em meio a tantas informações e campanhas publicitárias que prometem satisfazer as suas necessidades e vaidades, que acaba optando por um produto ou serviço induzido por terceiros. No mundo fast das grandes metrópoles as pessoas mal têm tempo para comer, para a família ou para se relacionar normalmente com os demais, por isso acabam optando por consumir aquilo que a sua rede de relacionamento mais próxima está consumindo, influenciadas pelo que os outros irão achar delas se fugirem dos padrões de estilo do grupo no qual estão inseridas, Castells (1999). Sendo assim, torna-se mais considerável a influência de outros consumidores, que acabam decidindo por elas. Paradoxalmente, no período em que o consumidor tem mais acesso à informação, ele acaba não tirando proveito totalmente desse benefício, seja por falta de tempo ou por outros fatores quaisquer, e termina por tornar-se mais passível de ser influenciado por outros ou pelos modismos consumistas da mídia. 3.3 O PROCESSO DE COMPRA DO CONSUMIDOR O complexo processo de compra do consumidor pode ser analisado em etapas separadas que compõem um modelo teórico que vem evoluindo ao longo do tempo de acordo com o surgimento de novas necessidades, expansão do mercado, avanços tecnológicos e estudos aprofundados no campo da psicologia e do marketing qualitativo. 46 Segundo Erdem (2002 apud Cordeiro et al. 2004), o risco percebido antes de tomar uma decisão de compra impacta diretamente no comportamento do consumidor, levando-o a utilizar métodos que possam atenuá-lo. Ao iniciar um processo de compra, o consumidor, segundo Brandstetter e Heineck (2006), atravessa uma seqüência de fases: reconhecimento do problema; busca de informações; avaliação de alternativas disponíveis; a seleção de uma delas; e o comportamento pós-compra. As variáveis que determinam o processo de compra, segundo Rossi apud Brandstetter e Heineck (2006), são: características sócio-econômicas, como idade, sexo, renda familiar e estado civil; circunstâncias econômicas do mercado, como preço dos produtos e inflação; e características do produto desejado, como modelo, cores e tamanho. O comportamento de consumo é definido como comportamento de procura, busca, uso e avaliação de produtos e serviços para satisfazer necessidades. Já o comportamento do consumidor são as atividades físicas, mentais e emocionais realizadas na seleção, compra e uso de serviços para satisfação de necessidades e desejos (CARDOZO, 2006, p. 02). Conforme visto acima, há diversos autores como Cardozo (2006), Cordeiro (2004) e Brandstetter e Heineck (2006), que abordam o comportamento da decisão de compra dos consumidores. Os modelos e teorias tradicionais de comportamento do consumidor definem que, ao processar uma informação, um conjunto de eventos e atividades são desencadeadas, subestimando-se significativamente as paixões e as influências afetivas dos indivíduos, segundo Ayrosa et al. (2007). Serão tomados como base para esse estudo alguns modelos que foram considerados pelos autores estudados, como Giglio (2004), Miranda (2001), Karsaklian (2000) e Bennet (2001), de grande importância para o atual entendimento do comportamento do consumidor, são eles: • Modelo de Nicosia de 1966; • Modelo de Howard-Sheth de 1960; • Modelo de Engel, Kollat e Backwell de 1968; • Modelo de Engel, Backwell e Minard de 1995. 47 O modelo proposto por Francesco Nicosina, criado nos anos 1960, é baseado em um sistema de entradas e saídas (input-output). Foi orientado para a publicidade e para a fidelização da marca por parte dos clientes, segundo Giglio (2004). Para Miranda (2001), este modelo possui um maior valor como testemunha histórica da evolução do estudo do comportamento do consumidor. Embora seja limitado e não tenha sido atualizado, é bastante importante para o entendimento do comportamento do consumidor, pois é visto como um dos primeiros esforços que objetivavam unir pesquisas no campo da economia e ciências sociais com o intuito de simplificar as variáveis existentes no processo de decisão de compra dos consumidores. Neste modelo, os inputs são compostos pelas mensagens que levam uma pessoa a comprar e usar determinado produto, que são divididas em quatro etapas. A primeira pode ser traduzida pelos estímulos recebidos do ambiente e absorvidos por essa pessoa, como propagandas, e que geram um comportamento, favorável ou não, em relação à compra. Na segunda etapa, o possível consumidor analisa as motivações e razões de comprar ou não. A terceira é a concretização do ato de compra e a quarta etapa, onde já houve o consumo, há uma análise e troca de informações que podem ou não interferir em consumos futuros, de acordo com Giglio (2004). Para Karsaklian (2000), as decisões de compra dos consumidores, neste modelo, são analisadas em campos de atividades e posteriormente divididas em subcampos para facilitar a avaliação das mensagens recebidas por uma pessoa, geralmente propagandas. Neste momento, pode ocorrer a preferência por uma determinada marca, culminando na ação de compra ou desistência. No modelo de Nicosina (1966 apud Giglio, 2004), as motivações de compra e as atitudes que levam um sujeito a consumir determinado produto ou adquirir um serviço qualquer não são bem definidas, acarretando uma falta de esclarecimento quanto às suas diferenças. O Modelo de Howard e Sheth, de 1969, é influenciado pelos conceitos behavioristas, indo além dos inputs e outputs, pois integra a pesquisa do comportamento do consumidor, além das variáveis internas, as variáveis hipotéticas de percepção e aprendizagem e as variáveis exógenas, segundo Giglio (2004). Segundo Karsaklian (2000), o modelo de Howard e Sheth é um dos mais completos e visa o entendimento do comportamento do consumidor através de 48 mecanismos de aprendizagem, que são os estímulos proporcionados pelos esforços de marketing das empresas existentes no mercado (inputs) que resultam nas decisões de compra (outputs). Segundo Bennet e Karssajian (2001 apud Miranda, 2001) este modelo é composto por quatro classes de variáveis: • Inputs – estímulos proporcionados pelas empresas e suas campanhas publicitárias e pelo ambiente, classificados como qualidade, preço, característica diferenciada, serviço e disponibilidade no mercado. Esses inputs podem influenciar o consumidor através de canais como: o próprio produto no ponto-de-venda, estímulos simbólicos ou campanhas publicitárias e redes de relacionamento; • Variáveis exógenas – são traduzidas como as informações disponíveis no ambiente que chegam ao consumidor, que filtra e absorve somente as que o interessam, processo este denominado pelo autor como defesa perceptiva, e que podem servir de referência na tomada de decisão. • Variáveis endógenas – também influenciam o processo de compra, tais como: posição social do indivíduo, cultura, personalidade etc. • Output – concretização da compra. O modelo pode ser divido, de acordo com Giglio (2004), em três etapas: a primeira, composta pelos inputs, que são resultantes de estímulos proporcionados pelo marketing e pelo ambiente no qual a pessoa está inserida; na segunda etapa, os estímulos recebidos são rearranjados de acordo com as experiências vivenciadas pelo consumidor no passado, criando uma predisposição para o consumo e gerando um leque de alternativas de escolha; e na terceira e última etapa, os outputs, resultantes da compra e do consumo, que pode ter proporcionado uma satisfação das necessidades ou uma experiência negativa que não mais será repetida por este consumidor. O processo de aprendizagem sugerida no modelo de Howard-Sheth (1960 apud Giglio, 2004), que estuda e analisa os inputs, é adaptativo às alterações do mercado e pode ser utilizado para prever comportamentos de compras de determinados produtos e marcas. Para Karsaklian (2000), o modelo proposto por Engel, Kollat e Blackwell no final dos anos 1960 é dividido em quatro etapas: estímulos mercadológicos, 49 variáveis de influência, processamento das informações e processo de decisão de compra. De acordo com Miranda (2001) as etapas do modelo de Engel, Kollat e Blackwell podem ser detalhadas como: • Estímulos mercadológicos – engloba as estratégias do marketing-mix representada pelos 4P’s; • Variáveis de influência – diferenças individuais, fatores sociais e culturais e elementos situacionais do dia-a-dia dos consumidores; • Processamento das informações – exposição, compreensão, aceitação e retenção das informações disponibilizadas; • Processo de decisão – dividido em cinco etapas: A primeira etapa é a responsável pelo desencadeamento ou não do processo, por se tratar do reconhecimento do problema ou diferença entre o estado atual e o desejado; A segunda etapa é a busca de informações absorvidas e armazenadas na memória ou em outras fontes de pesquisa para a resolução do problema anterior; A terceira etapa é composta pela avaliação das alternativas que podem sofrer influências pelos critérios de escolha do consumidor; A quarta etapa é a escolha de uma das alternativas, que pode ser influenciada por fatores situacionais; A quinta etapa é a análise da compra, onde é feita a comparação entre a alternativa escolhida e o problema inicial com o objetivo de solucioná-lo. Esse modelo, além de apresentar características teórico-científicas, também inicia o estudo das expectativas futuras do consumidor e não se limita somente ao processo de satisfação das necessidades. O modelo proposto por Engel, Blackwel e Miniard é a evolução do modelo anteriormente proposto por Engel, Kollat e Blackwell, pois apresenta um maior número de variáveis que influenciam o processo de compra do consumidor. Segundo Miranda (2001), este modelo destaca as seguintes variáveis: diferenças individuais, influências ambientais e os processos psicológicos do consumidor. 50 O processo decisório de compra proposto por Engel, Blackwel e Miniard, segundo Karsaklian (2000), é formado por sete etapas: • Reconhecimento de uma necessidade; • Busca de informações; • Avaliação das alternativas; • Decisão de compra; • Consumo; • Avaliação da compra; • Descarte do produto. Considerando que o modelo de Engel, Blackwel e Miniard é o mais completo atualmente, servirá ele como base para este estudo com a complementação da teoria de diversos autores. 3.3.1 Reconhecimento de uma Necessidade O primeiro passo para iniciar o processo de compra para os consumidores é o reconhecimento de uma necessidade, que pode ser originadas tanto por estímulos internos, como fome, sede etc., como também por estímulos externos, como mídia, redes de relacionamento etc. De acordo com Amaru (2007), após satisfeitas as necessidades básicas, o individuo encontra motivação para a satisfação de outras necessidades. Maslow identificou e classificou as necessidades hierarquicamente em cinco níveis, a seguir: • Necessidades fisiológicas (básicas) – comida, água, sexo, saneamento básico, ar, descanso etc.; • Necessidades de segurança – podem ser físicas, como: trancas, policiamento, segurança armada, alarmes etc., como também financeiras, por exemplo: emprego, rendimentos extras, aplicações financeiras etc.; • Necessidades sociais – família, redes de relacionamento, amizades, amor, clubes, associações etc.; • Necessidades de estima – respeito, status, auto-estima, grupos VIP, produtos de prestígio etc.; 51 • Necessidades de auto-realização e auto-satisfação – organizações de caridade, férias etc. As necessidades também podem ser classificadas de uma maneira mais genérica da seguinte forma: • Utilitárias – relacionadas às funções básicas e benefícios materiais; • Hedônicas – relacionadas ao desejo de auto-expressão ou de prazer. Para Cardozo (2006), o reconhecimento de uma necessidade pode ser traduzido como a percepção entre a situação desejada e a situação real, suficiente para despertar o processo decisório do consumidor. Segundo Beulke e Mattuella (2007), as necessidades dos consumidores são ilimitadas e, a medida que a humanidade evolui, desperta para novas necessidades que eram, até então, desconhecidas das gerações anteriores. A alocação de recursos limitados para a satisfação das necessidades ilimitadas dos consumidores passa a ser uma questão de escolha baseada no princípio da racionalidade, de acordo com Beulke e Mattuella (2007). As empresas devem aprofundar seus estudos a fim de entender o comportamento do consumidor. Hoje, não há mais como identificar o comportamento do consumidor somente através da análise de variáveis quantitativas, é preciso estudar o consumidor através da elaboração de pesquisas qualitativas e sob uma visão multidisciplinar para, então, atuar no foco das necessidades identificadas. De acordo com Cristiano (2005), deve-se conhecer as necessidades existentes em decorrência das ações desempenhadas pelos consumidores, para, então, disponibilizar bens e serviços específicos ou padronizados, assim como para desenvolver estratégias de marketing especificas. Segundo Engel, Blackwel e Miniard (1995) o estágio inicial do processo decisório de compra é o reconhecimento das necessidades, que ocorre quando o indivíduo percebe a diferença comparando-se o estado atual e o estado ideal em um momento qualquer. O estado de desejo funciona como impulsionador do processo decisório, atuando através da interação das diferenças individuais do indivíduo. Com a internet e o acesso por parte do usuário a produtos e pontos-de-venda do mundo inteiro, o consumidor enxergou a possibilidade de satisfazer suas necessidades limitando-se não somente ao mercado local. O comércio eletrônico 52 permitiu que o usuário também tivesse seus desejos aflorados, visto que este novo canal oferece uma facilidade de satisfação desses desejos. Para Mendes (2001), a internet tem o poder de tornar o relacionamento entre o cliente e a empresa mais estreito e eficaz, pois através de ferramentas de marketing de relacionamento é possível atender exatamente a necessidade de cada cliente de acordo com o perfil individual de cada um. 3.3.2 Busca de Informação Para Engel, Blackwel e Miniard (1995), após o reconhecimento de uma necessidade, o consumidor procura imediatamente na memória experiências de consumo anteriores que o levaram a satisfação de uma necessidade semelhante como uma forma de satisfazer esta necessidade ativa. Quando não encontra essa fonte internamente, parte para a busca de informações em fontes externas, que são extremamente importantes, mesmo quando a busca interna é suficiente, pois ajuda o consumidor a tomar uma decisão melhor embasada. Segundo Michell (2002 apud Cordeiro, 2004), existem quatro atenuantes que levam o consumidor a minimizar os riscos percebidos em seu processo decisório de compra, são eles: buscar a opinião de familiares e amigos, comprar uma marca bem conhecida, informações de comerciais de TV e informações de anúncios impressos. Após a identificação e o reconhecimento de uma necessidade, o consumidor busca informações sobre como satisfazê-la. O consumidor pode buscar essas informações em cinco fontes gerais: • Fontes internas – informações provenientes das lembranças de como foram satisfeitas necessidades similares anteriormente; • Fontes pessoais ou de grupo – consulta a pessoas mais próximas que fazem parte das redes de relacionamento em que o consumidor está inserido. Essas fontes possuem grande poder de persuasão e podem direcionar o consumidor para determinada marca; 53 • Fontes comerciais ou de marketing – obtenção de informações disponibilizadas pelos fabricantes e que podem estar nas embalagens, campanhas publicitárias, provenientes de vendedores. Essas fontes nem sempre são confiáveis; • Fontes públicas – independem dos fabricantes que estão disponíveis no mercado, através de reportagens, órgãos independentes etc.; • Fontes experimentais – tendem a ser mais eficazes no varejo tradicional do que no varejo online, pois naquele caso há um manuseio do produto a ser consumido quando o consumidor, dirigindo-se a um ponto-de-venda tradicional, pode degustar o produto, tocar, testar, sentir o odor, o que gera um alto grau de envolvimento do consumidor com o produto, impactando diretamente na sua decisão de compra. A internet oferece ao usuário uma grande fonte de informação para a satisfação de suas necessidades. Há sites e fóruns especializados em determinados assuntos e produtos que podem ser de suma importância no processo decisório do consumidor. As diferentes formas de mídias, o mercado, as redes de relacionamento e a internet despejam sobre o consumidor uma enxurrada de diferentes estímulos e informações que podem deixá-lo confuso, ocasionando uma sobrecarga de informações. Segundo Wilkie (2001 apud Lucian et al. 2007), a sobrecarga pode ocorrer de duas formas: • Sobrecarga de marcas – no caso de existirem várias marcas e uma única opção de escolha em um cenário de informações limitadas sobre os atributos destas marcas e múltiplas alternativas; • Sobrecarga de atributos – no caso em que há poucas opções de marcas e muitas informações sobre os atributos de produtos e serviços. A sobrecarga de informações pode levar um consumidor a tomar uma decisão equivocada e gerar insatisfação total ou parcial sobre a alternativa escolhida, pois a quantidade de informações disponíveis no momento da pré-compra o induz a uma seletividade excessiva, o que nem sempre termina em uma melhor decisão de compra, podendo levar o indivíduo a um comportamento falho, caracterizado pela falta de ordenação nos pensamentos e atos, segundo Lucian et al (2007). 54 3.3.3 Avaliação das Alternativas Atualmente, com a popularização da internet e com a procura cada vez maior pelas redes de relacionamento online, as fontes de grupo têm ganhado bastante credibilidade por parte dos consumidores, pois o consumidor sente a credibilidade e a confiança no que está sendo discutido com os demais membros e, com isso, as fontes comerciais passam a se tornar apenas mais um critério de avaliação das alternativas. As empresas que possuem marcas consolidadas no mercado têm uma grande vantagem perante as demais, pois são imediatamente lembradas pelos consumidores quando estes detectam alguma necessidade a ser satisfeita. Um dos objetivos do marketing é criar estratégias para levar as empresas a estarem sempre presentes na lembrança dos consumidores, conforme Mckeown (2001). Com base nas informações coletadas, o consumidor deve avaliar as alternativas e escolher a que julga mais apropriada para satisfazer a sua necessidade. Nesse ponto, o consumidor vai analisar os atributos de cada alternativa, definindo quais recursos são mais importantes através de uma gradação de importância do que acredita ser mais interessante para ele. Para Beulke e Mattuella (2007), as empresas precisam convencer os consumidores de que estão fazendo uma boa compra através da transmissão de uma imagem atrativa. O valor que o cliente deve perceber do produto tem que ir além das características tangíveis para que a empresa se sobressaia perante os concorrentes. De acordo com Assael (2001 apud Giglio, 2004), o grau de envolvimento que o consumidor dá ao consumo e a percepção que ele tem da diferenciação das marcas ofertadas podem influenciar diretamente na decisão por uma determinada opção. 55 TABELA 3 Grau de Envolvimento Alto envolvimento Baixo envolvimento Diferenças significativas entre as marcas Comportamento complexo de compra, possibilidade de forte dissonância cognitiva. Ex.: Carros importados Comportamento de compra à procura de variedade. Ex.: Roupa de uso cotidiano Poucas diferenças entre as marcas Comportamento de compra com dissonância reduzida. Ex.: Imóvel Comportamento habitual de compra. Ex.: Artigos de higiene Fonte: Giglio 2004 p.158 Segundo Churchil e Peter (2002 apud Duarte, 2008), com base nas informações coletadas, os consumidores identificam e avaliam maneiras de satisfazer suas necessidades e desejos. Nessa etapa há a decisão por recursos e características que os consumidores julgam importantes em cada alternativa. A alternativa preferida pelo consumidor entre o conjunto de marcas que se destacaram perante as demais deve trazer os benefícios esperados por ele e a satisfação da sua necessidade. De acordo com Assael (1992), os consumidores, ao avaliar diversas marcas, buscam alguns benefícios que podem variar desde economia, credibilidade, desempenho, conforto até segurança, status, qualidade etc. Os benefícios que estão atrelados às marcas podem ser avaliados de acordo com dois modelos: • Modelo compensatório – parte do pressuposto de que as marcas são avaliadas de acordo com todos os atributos que geram algum benefício para o consumidor. Atributos que tiveram, na avaliação do consumidor, um resultado insatisfatório podem ser compensado por outros, da mesma marca, que tiveram um resultado positivo; • Modelo não-compensatório – neste modelo, as marcas são avaliadas a partir da análise de cada atributo separadamente. Quando a marca tem um resultado positivo em um determinado atributo, passa-se para um segundo critério de avaliação, e, por fim, será escolhida a marca que atender todos os quesitos e que, conseqüentemente, gere um beneficio que satisfaça a necessidade do consumidor. 56 Segundo Beulke e Mattuella (2007), devido à escassez de recursos para satisfazer as necessidades, o preço passa a ser um fator muito relevante no processo decisório de compra. As empresas devem reforçar, em suas campanhas publicitárias, as características dos seus produtos, a relevância destas para o dia-a-dia do consumidor e o valor percebido pelo consumo desse produto com o objetivo de reduzir o desgaste e a perda de tempo do consumidor em escolher determinada marca, reforçando sua imagem na mente do cliente. De acordo com Engel, Blackwel e Miniard (1995), os consumidores compram produtos e marcas diferentes com base em critérios de avaliação que analisam os atributos oferecidos de acordo com os padrões específicos adotados pelos consumidores. A escolha por determinada alternativa pode ser influenciada pelas características individuais e pelas influências ambientais que rodeiam o consumidor no ato da análise das opções ofertadas. No varejo virtual, a competição entre as empresas “pontocom” para estarem entre as alternativas preferidas pelos consumidores é ainda mais acirrada. É preciso destacar-se dos concorrentes através de campanhas diferenciadas, captação de novos clientes e marketing de relacionamento, pois os demais estão a apenas um clique de distância. O varejo virtual precisa se esforçar perante o varejo tradicional, pois, segundo Akaah et al. apud Cordeiro et al. (2004), os consumidores percebem mais riscos em situações de compra não convencionais, o que leva o varejo virtual a divulgar e esclarecer ao mercado as vantagens competitivas em adquirir um produto através deste canal. As empresas virtuais ou tradicionais devem estar sempre atentas ao que é publicado na rede, pois um simples boato, uma informação mal interpretada, um consumidor insatisfeito ou um ato de má fé de alguma pessoa ou empresa concorrente pode acarretar em perda de vendas e influências negativas, como a percepção de um risco inexistente ou a avaliação negativa das alternativas por parte de outros consumidores que estejam buscando sua fonte de informações através da web. 57 3.3.4 Decisão de Compra Após a escolha da alternativa, o cliente optará pela compra ou não do produto ou serviço que melhor se saiu em sua avaliação. Em caso positivo, se estiver realmente decidido em comprar, o consumidor terá ainda que definir o que, onde e quando comprar. Segundo Engel, Blackwel e Miniard (1995), a decisão de compra trata-se de um processo decisório próprio do consumidor induzido pelas influências ambientais, diferenças individuais e intenções de compra. As influências ambientais dizem respeito à cultura, classe social, família, influências pessoais, e situação em que o consumidor se encontra no ato da compra. As diferenças individuais são os recursos disponíveis do consumidor, a motivação e envolvimento na compra, conhecimento do produto, personalidade, atitudes, estilo de vida, valores pessoais e características individuais. Miranda (2001) faz uma síntese das intenções de compra proposto pelo modelo de Engel, Blackwel e Miniard, conforme a seguir: Comprar ou não – as intenções de compra podem se consumar ou • serem abortadas em função de diversos fatores, como mudanças de motivações, circunstâncias de novas informações e disponibilidade de alternativas desejadas; Quando comprar – o melhor momento para consumar o ato da compra, • que pode ser sazonal ou não; O que comprar – a intenção de compra pode variar entre os estágios • de compras totalmente planejadas e compras não planejadas: Compra totalmente planejada – caracterizada pelo alto envolvimento com a compra, fazendo com que tanto o produto quanto a marca sejam escolhidos com antecedência; Compra parcialmente planejada – há intenção de comprar, mas a escolha da marca passa por um processo de análise das alternativas; Compra não planejada – tanto o produto quanto a marca são escolhidos no ponto-de-venda, caracterizando uma compra por impulso resultante de diversos fatores como: espontaneidade, poder, compulsão, excitação, estimulação e descaso com as conseqüências. 58 • Onde comprar – processo que é composto por quatro variáveis: critérios avaliatórios, características percebidas das lojas, processo comparativo e lojas aceitáveis e inaceitáveis. A internet trouxe novamente a opção da compra em casa, antes realizada por meio de mascates e caixeiros-viajantes. Para Giglio (2004), a compra é o exato momento em que ocorre a troca de valor e as duas partes, ofertante e consumidor, negociam a satisfação de suas expectativas. Segundo Treacy Wiersema (2002 apud Sobral et al. 2006), o cliente percebe o valor como a soma dos benefícios recebidos diminuída dos custos incorridos (tangíveis ou intangíveis) na aquisição de produtos ou serviços. A análise dos atributos: preço, qualidade do produto, funcionalidades do produto, confiabilidade, assistência técnica, etc. afetam diretamente a expectativa do cliente. Devido à crescente oferta de produtos no mercado, proveniente de diversas origens, o consumidor deve ficar atento para comprar somente aquilo que irá satisfazer a sua necessidade e que irá gerar um alto valor percebido por este em relação ao custo demandado na aquisição desse bem. Os consumidores, com base em seus princípios de racionalidade, ao formalizarem a decisão de compra de um bem ou serviço, fazem uma análise, comparando aquilo que recebem – valor utilidade – com aquilo que cedem – preço do produto, ou custo de aquisição. Então o valor do bem para eles expressa uma relação entre a utilidade do mesmo e o seu custo (Beulke e Mattuella, 2007, p.74). De acordo com Giglio (2004), além da compra planejada o consumidor também pode optar pela compra por impulso, que é uma ação realizada sem muito envolvimento emocional e financeiro, guiada por um estímulo momentâneo interpretado por uma situação presente (desconforto) e uma possível situação futura (conforto). Segundo Almeida (2001 apud Giglio, 2004), o conceito de compra por impulso pode ser analisada sob três abordagens principais: • Conceito tradicional – a compra impulsiva é uma compra não planejada cuja principal causa é decorrente do meio ambiente, fatores de personalidade ou fatores culturais; 59 • Conceito comportamental simples – a compra por impulso é considerada uma compra emocional, pois o ato da compra gera uma grande sensação de prazer para o consumidor ao ser realizado; • Conceito comportamental exagerado – a compra impulsiva é considerada uma doença, levando o consumidor a ter um desejo incontrolável para comprar que só é saciado com a consumação do ato de compra. Os fatores externos exercem pouco impacto neste caso, por se tratar de um problema interno do indivíduo. Ainda segundo Giglio (2004), a compra por impulso é um ato considerado adequado, quanto ao julgamento social, e as alternativas ofertadas não oferecem riscos ao consumidor, pois geralmente não causam grandes impactos em seu orçamento. Segundo o autor, este ato impulsivo de compra poderia chamar-se “compra por consistência”, pois engloba, de uma forma quase que imediata, todas as etapas do processo decisório, levando a uma rápida conclusão da ação. Para Zenone e Buairide (2005), têm-se investido muito em merchandising no ponto-de-venda, diferenciação das embalagens e campanhas publicitárias como forma de aumentar a compra por impulso. No dia-a-dia, os consumidores, ao sair para as compras, percebem um produto exposto de forma mais destacada em relação aos concorrentes, lembram que precisam deste ou recordam da indicação de outra pessoa e acabam optando pela compra repentinamente no estabelecimento comercial. De acordo com Cardozo (2006), os jovens, por estarem menos habituados ao ambiente de ponto-de-venda e por serem menos resistentes em experimentar novos produtos, estão mais propensos a realizar compras por impulso. As empresas de comercio eletrônico estão despertando para a compra por impulso online lançando promoções instantâneas e comunicações diferenciadas que utilizam sons e recursos gráficos, como animações e imagens atrativas, que levam o consumidor a desejar determinado produto e optar pela compra sem um prévio planejamento, rompendo com o padrão habitual de consumo planejado. Contrariando alguns autores, como Giglio (2004), que não vêem a compra por impulso como algo negativo e que gera algum risco para o consumidor, Rook (1987) afirma que a impulsividade pode acarretar em conseqüências negativas como inadimplência, arrependimento pós-compra e até o comprometimento da auto-estima do indivíduo. 60 O risco percebido pelo consumidor no ato da compra pode fazer com que este desista de comprar ou mude de marca. O risco percebido pode variar de acordo com o montante de dinheiro envolvido, com o nível de incerteza quanto aos atributos e quanto ao nível de autoconfiança do consumidor, segundo Kotler (2000). Qualquer atividade de compra envolve risco, pois todas as atividades desempenhadas pelo comprador resultam em conseqüências pelo fato do consumidor não ter a certeza absoluta da resultante do ato de compra efetuado. Porém, a compra pode resultar em conseqüências desagradáveis ou não, de acordo com Bauer apud Cordeiro et al. (2004). Sobre risco percebido e a sua minimização, Cordeiro (2004, p. 04) afirma que: Seguindo a proposição de Bauer (1960), Cox (1967) sugere que, quando o consumidor não se sente seguro na compra, a redução da incerteza constitui uma estratégia de redução do risco mais comum que a redução das possíveis conseqüências desfavoráveis do risco. Se não é possível, entretanto, reduzir o risco percebido a um nível tolerável, o consumidor pode tentar minimizá-lo através da redução do seu nível de aspiração, através da redução das perdas que podem vir a ocorrer, e ainda, através da atribuição das deficiências a meios que lhe são externos. No varejo virtual há vários riscos percebidos pelo consumidor que podem fazer com que ele desista da compra, como velocidade da conexão, insegurança em transmitir os dados bancários, preço igual no varejo tradicional, tempo para o recebimento do produto etc. O risco percebido neste canal de vendas muitas vezes é causado pela falta de informação dos usuários a respeito dessa forma de comércio. Cordeiro et al. (2004) resume os principais tipos de risco percebido pelos consumidores sob o prisma de diversos autores, conforme Tabela 4. 61 TABELA 4 Tipos de risco Tipo de risco Descrição Risco Financeiro Refere-se a um resultado que comprometa financeiramente o consumidor, ou seja, uma determinada compra que o deixe em má situação financeira (Mowen apud Cordeiro et. al (2004)). Risco de Desempenho ou Funcional Refere-se a quão bem um determinado produto executa suas funções técnicas requeridas (Cox apud Cordeiro et. al (2004)). Risco Físico Foi definido por Jacoby e Kaplan apud Cordeiro et. al (2004) como risco de que o produto não seja seguro; Roselius apud Cordeiro et. al (2004) sugere que alguns produtos podem apresentar perigos à saúde ou segurança do consumidor quando falham, constituindo o risco físico. Risco Social Relativo à percepção que o consumidor tem da maneira como outras pessoas reagirão à sua compra (Jacoby e Kaplan apud Cordeiro et. al (2004)). Risco Psicológico Referente à forma como o consumidor se percebe após realizar uma compra em termos de sua auto-imagem ou autoconceito (Jacoby e Kaplan apud Cordeiro et. al (2004)). Risco de Tempo Refere-se à perda que ocorre quando um produto falha e necessita-se consertá-lo ou trocá-lo por outro (Roselius apud Cordeiro et. al (2004)). Risco de Custo de Oportunidade Relativo à expectativa de que um produto melhor ou com um custo mais baixo possa estar disponível no futuro (Zimund e Scott apud Cordeiro et. al (2004)). Fonte: Cordeiro et al. p,03, 2004. 3.3.4.1 Processo Decisório do Cliente Vários autores como Solomon (1992), Sheth, Mittal e Newman (2001), Berkman e Gilson (1986), Engel, Backwell e Minard (1995) definem alguns papéis desempenhados pelos clientes após a compra. Esses papéis podem ser desempenhados por uma única pessoa ou por várias que vêem o bem ou serviço adquirido como formas diferentes de satisfazer as suas necessidades. De forma generalizada, pode-se dividir os papéis do cliente de três formas: • Comprador – participa ativamente do ato de compra; • Pagante – responsável financeiro pela compra; • Usuário – quem consome. O papel do usuário, de acordo com Sheth, Mittal e Newman (2001), ainda pode subdividir-se em: 62 • Usuário não é nem comprador e nem pagante – estudante cujos pais pagam o seu colégio, por exemplo; • Usuário é pagante, mas não é comprador – por exemplo, casal que contrata um corretor para comprar um determinado imóvel. Não participa ativamente da compra, mas paga e utiliza o bem; • Usuário é comprador, mas não é pagante – tem-se como exemplo as listas de casamento, onde a noiva escolhe o que quer, utiliza-os, mas não paga pelos presentes; • Usuário é comprador e pagante – quando uma pessoa compra, paga e consome um bem ou serviço como roupas, refeições etc. Os papéis do cliente são utilizados como forma de entender as necessidades dos usuários e também possibilitam analisar algumas condições destes, tais como: quando lhes falta alguma habilidade, tempo, poder de compra, acesso, quando o produto é caro demais, quando o produto ou serviço é subsidiado pelos pagantes ou quando o produto ou serviço é gratuito, segundo Sheth, Mittal e Newman (2001). Os papéis de compra podem ser facilmente exemplificados analisando-se uma situação cotidiana de uma família composta por três membros, cujo filho estuda em um colégio escolhido pela mãe e pago pelo pai. Neste exemplo, o filho representa o papel do usuário, a mãe de compradora, e o pai de pagante. Os usuários de internet podem desempenhar um ou mais papéis de compra de acordo com o seu objetivo e as suas necessidades. Segundo Miranda (2001), a família exerce grande influência sobre o comportamento de compra do cliente e, em raras exceções, o cliente compra sem a interferência de outras pessoas. Na internet, as redes de relacionamento virtual exercem grandes influências no processo decisório de compra. Por se identificar com os indivíduos que fazem parte do seu grupo, o cliente cria uma relação de confiança com os demais e acaba optando por aquela alternativa que vai de encontro ao estilo e objetivos das pessoas que fazem parte do seu meio social. A família também exerce influência no comércio virtual, pois, como o hábito de compra por este canal é recente, muitos destes e-consumidores são jovens e ainda dependem de alguma forma dos seus pais para se manterem. Em alguns 63 casos, os pais atuam como pagantes desses consumidores virtuais que ainda não são totalmente independentes financeiramente da sua família. Sobre a influência da família no processo de compra dos clientes, Engel, Backwell e Minard (1995), definem cinco papéis principais: • Iniciador – membro que tece os primeiros pensamentos sobre a compra de determinado produto, também é um dos primeiros a buscar informações que auxiliarão na tomada de decisão; • Influenciador – membro que possui uma opinião de grande influência no processo decisório de compra da família; • Decisor – indivíduo que atua com certa autoridade no processo decisório, pois é quem decide como e em qual alternativa será gasto o dinheiro da família; • Comprador – indivíduo que atua envolvendo-se diretamente no ato da compra, pesquisa os pontos-de-venda, coleta amostras, pesquisa fornecedores, etc.; • Usuário – membro que consome o produto, podendo ser um único ou vários indivíduos da família. A estrutura familiar tem se modificado com o tempo. Hoje, no Brasil, a maioria dos chefes de família é representada pela mulher que trabalha fora, sustenta a casa e cuida dos filhos. Não há mais exclusivamente a figura do marido que decide e paga sozinho pelos bens adquiridos pela família. Os filhos influenciam no processo decisório e as categorias de produtos comprados pelos pais varia conforme a necessidade da família. Segundo Giglio (2002, p. 216), com a entrada da mulher no mercado de trabalho, esta se viu na condição de poder modificar o processo de decisão de compra familiar. Mas a sua saída para o mercado causou grandes impactos na estrutura familiar e social, tais como: Com a saída de casa, quebra-se a espinha dorsal da definição biológica (os pais que cuidam da sobrevivência), da psicológica (que estão presentes e dão segurança) e da social (que ensinam um código de ética) e se fortalece a definição econômica. Uma criança não necessita mais da mãe para ser alimentada (existem produtos e pessoas que o fazem), nem para ser sentir segura (já que professores e monitores são treinados para manter um maior equilíbrio emocional) e tampouco para aprender regras sociais (já que regras não são fixas e há muitos lugares onde aprendê-las, incluindo escolas e televisão). 64 A saída de casa da mulher e a evolução dos veículos de comunicação, como televisão e internet, mudaram completamente os hábitos de consumo de uma geração. Conforme Don Tapscott (2007 apud Prestott, 2008), a Geração Y é composta por indivíduos nascidos entre 1977 e 1997, que cresceram junto com a internet. Essa é a primeira geração a ter contato com a web desde os primeiros anos de vida, criando uma relação mais íntima e quebrando preconceitos, pois inovação, comunicação, convergência digital e interatividade fazem parte do dia-a-dia desses indivíduos. Existem também variáveis que influenciam no processo de decisão de compra, interferindo diretamente nos hábitos dos clientes. Essas variáveis comportamentais que influenciam os hábitos de consumo levam ao seguinte esquema de classificação dos consumidores, conforme Cardozo (2006): • Levados pelo costume – satisfeitos com a última compra, tornando-se fiéis a certa marca; • Racionais – sensíveis a anúncios racionais e condicionalmente fiéis à marca; • Motivados pelo preço – decidem principalmente com base no preço ou comparação de ordem econômica; • Impulsivos – compram baseados na atração física e são sensíveis à marca; • Emocionais – reagem ao que os produtos simbolizam, sendo altamente influenciados por imagens; • Novos – ainda não definidos em relação às dimensões psicológicas do comportamento do consumidor. As influências de marketing podem interferir no processo decisório de compra de um consumidor, fazendo com que este aja conforme os objetivos da empresa fornecedora do produto ou serviço. Essas influências podem ser analisadas sob o panorama dos componentes do marketing mix, sendo estes classificados como: • Produto – novidade, embalagem diferenciada, embalagem retornável, exclusividade; • Preço – atributo muito importante quando comparado ao valor que o produto representa na mente dos consumidores; 65 • Canais de distribuição – acessibilidade ao produto, principalmente por parte dos consumidores virtuais, que têm um maior acesso as redes de relacionamento e divulgação do mesmo; • Promoção – reforçam a idéia da satisfação dos desejos e necessidades se houver o consumo do produto, atuando através das campanhas publicitárias; • Serviço – acessório adquirido com a compra do produto, como: atendimento, pós compra, garantia, entrega, etc. Atributo muito valorizado no comércio eletrônico e que as empresas estão adotando como forma de diferenciação dos concorrentes. Com o acesso às informações por parte dos consumidores, principalmente com a popularização da internet, as influências de marketing não causam mais tanto impacto quanto causavam no passado. Alguns autores, chamados de interpretativistas, que, de acordo com Sauebronn e Cerchiaro (2004), estudam o comportamento do consumidor sob o prisma da resultante entre comportamento individual e mundo exterior, afirmam que os indivíduos moldam o seu ambiente de acordo com a interação destes com o mundo, segundo Sauebronn e Cerchiaro (2004), contrariando a visão positivista, mais racional, que afirma que o comportamento humano é reativo ao meio, descartando os componentes emocionais. Dessa forma, pode-se perceber que o comportamento do consumidor não pode ser simplesmente previsto ou definido por meio de análises quantitativas. É preciso estudar o ambiente, entender o meio no qual o individuo está inserido, quem os influencia, como os influencia e porque. Uma vez que se percebe que o mundo do consumidor pode ser percebido a partir de uma construção social e que o comportamento do consumidor está diretamente ligado a seus valores, cultura e símbolos. Vemos que métodos quantitativos não têm a capacidade de capturá-los ou analisá-los. Afinal métodos quantitativos conseguem capturar o comportamento, mas nunca o que está por trás do comportamento. Surge a necessidade, então, de buscar uma outra resposta metodológica que pode ser atendida dentro do paradigma interpretativista. (SAUEBRONN; CERCHIARO, 2004, p. 06). 66 As variáveis ambientais que influenciam o comportamento individual podem ser divididas em influências ambientais, diferenças individuais e fatores pessoais, segundo Churchil e Peter (2002 apud Medeiros e Cruz, 2006). As influências ambientais cercam o individuo, impedindo-o de exprimir livremente suas emoções de acordo com os seus sentimentos e necessidades. Essas variáveis situacionais ou propositais fazem do consumidor um objeto do marketing, que extrai dos indivíduos seus desejos de consumo mais adormecidos, impactando diretamente no seu processo decisório de compra. As influências ambientais podem ser divididas em variáveis culturais e classes sociais. A cultura, que, segundo Medeiros e Cruz (2006), pode ser definida como todos os aspectos gerais da realidade social que podem determinar o comportamento de um indivíduo, oferece aos indivíduos seus valores básicos, influenciando diretamente no comportamento social destes, como no vestuário, preferência musical, culinária, relacionamento com os demais, etc. Para Schiffman e Kanuk (2000), a cultura pode ser definida como o resultado da somatória das crenças, valores e costumes aprendidos que serve para nortear o comportamento de consumo dos membros de uma sociedade. A cultura interfere diretamente nos hábitos de consumo presentes e futuros, ainda segundo os autores. Segundo Marques e Albertin (2004 apud Cristiano, 2005), os valores, símbolos, preferências e percepções dos indivíduos a partir da sua interação social somados a outras interações apresentam-se como influências em seus desejos e necessidades de consumo. A subcultura é um segmento isolado de uma cultura que abrange todo um território. Segundo Medeiros e Cruz (2006), as subculturas incluem as nacionalidades, religiões, grupos raciais e regiões geográficas, tornando-se uma parte mais específica de uma cultura. Elas são compostas por culturas distintas que compõem uma cultura geral mais abrangente. Algumas empresas, ao traçarem seu planejamento estratégico de marketing, utilizam-se de pesquisas de mercado visando decifrar as subculturas, suas singularidades e divergências com as demais, a fim de entender o mercado consumidor dos seus produtos e, assim, criar campanhas que os atraiam e gerem um consumo satisfatório. 67 Os grupos de referência compõem as subculturas e, como já foi exposto anteriormente, podem influenciar diretamente no comportamento de compra dos clientes. Não necessariamente ditam qual produto o consumidor deve comprar, mas o consumidor se deixa levar pelas idéias e sentimentos do grupo e acaba consumindo o que é o ideal conforme a opinião geral. Para Medeiros e Cruz (2006), além dos grupos de referência primários e secundários, sendo o primeiro mais informal, composto pela família, amigos vizinhos, etc., e o segundo mais formal, composto por sindicatos, religiões e etc., os clientes podem também ser influenciados por grupos dos quais não são membros, chamados grupos de aspiração, geralmente compostos por membros de classes sociais mais elevadas, ídolos ou celebridades. Os clientes também podem repudiar alguns grupos, como os chamados grupos de negação ou dissociação, que podem ser compostos por minorias discriminadas por uma parte da sociedade mais preconceituosa. Com a difusão da internet, vários povos, principalmente os mais reclusos, estão sofrendo um processo de aculturação, que, segundo Fernandes et al. (1993), pode ser definido como os fenômenos resultantes do contato de grupos de indivíduos de culturas diferentes. Os povos que sofrem com a aculturação se vêem invadidos por novas “ondas” culturais estrangeiras que acabam por modificar várias subculturas ou criar novas, que impactam na cultura de uma população como um todo. As classes sociais também exercem certa influência no processo decisório dos clientes, pois servem de referência para o mercado no que diz respeito aos valores, comportamentos e interesses. As classes sociais norteiam as empresas, pois atuam como diferenciadores de grupos de consumidores semelhantes em comportamento, atitudes, estilo de vida e renda. As classes mais baixas buscam produtos de primeira necessidade, já as classes que estão no topo da sociedade consomem produtos que fornecem status e reforçam o seu papel na sociedade. Segundo Churchil e Peter (2002 apud Medeiros e Cruz, 2006), as classes sociais brasileiras são distribuídas de acordo com um sistema de pontuação baseado nas posses dos bens de consumo duráveis como carros, número de 68 cômodos da residência, eletrodomésticos, pelo número de empregados, pelo nível de instrução do chefe de família, etc. Geralmente as classes mais baixas se espelham nas mais altas, que, nesse caso, atuam como grupos de aspiração, antes de consumir determinado produto. Os membros das classes mais baixas desejam possuir o que os indivíduos das classes mais altas possuem, mas nem sempre podem pagar por isso. A pirataria, cuja existência também possui outras razões, supre de forma ilegal o desejo das classes mais baixas em possuir as grandes marcas, roupas, óculos, calçados e outros produtos que os indivíduos pertencentes às classes mais altas utilizam em seu dia-a-dia, mesmo que para isso abram mão da qualidade dos produtos, ponham em risco a sua saúde e infrinjam leis de proteção às marcas e patentes. Ao contrário das influências ambientais, visto acima, as diferenças individuais, segundo Medeiros e Cruz (2006), são as características particulares individuais, vivenciadas momentaneamente ou não, que podem interferir nos hábitos de consumo das pessoas. A idade e o estágio do ciclo de vida familiar das pessoas podem alterar os desejos de consumo do cliente. A ocupação ou o cargo que o indivíduo exerce, que também pode estar diretamente ligada à classe social ou não, interfere nos hábitos de consumo do cliente. A condição econômica na qual o cliente está inserido impacta diretamente no consumo, pois uma condição mais confortável leva o cliente a consumir produtos mais supérfluos, assim como ao estar em uma condição mais instável, o indivíduo tende a cortar gastos e administrar melhor seus custos. A condição econômica geralmente tende a ditar o estilo de vida do individuo e o seu comportamento de compra. Já os fatores pessoais exercem grande influencia na decisão de compra, pois as características da personalidade do indivíduo atuam diretamente nos hábitos de consumo dos clientes. Segundo Richers (2000 apud Medeiros e Cruz, 2006), a personalidade de uma pessoa é composta por valores, atitudes, crenças, motivos, intenções, preferências, opiniões, interesses, preconceitos e normas culturais. 69 É difícil entender as diferentes personalidades que compõem o mercado consumidor, um grande mistério que vai muito além de pesquisas qualitativas e observações do cotidiano dos clientes. Talvez, a internet tenha se tornado esse grande fenômeno por possibilitar aos usuários a criação de diferentes personalidades que podem interagir com outros membros por meio de pseudônimos com comportamentos, opiniões e personalidades diferentes. Não se sabe ao certo os motivos que levam um indivíduo a criar diferentes pseudônimos na rede, podem estar somente em busca de diversão, investigando outros membros, fazendo amizades diferentes das de costume, causando danos a outros usuários, etc. Os fatores psicológicos influenciam diretamente no comportamento de compra dos clientes, pois interferem nos hábitos diários de um indivíduo e, segundo Kotler (2000), os fatores psicológicos podem ser divididos em motivação, percepção, aprendizagem e crenças e atitudes. • Motivação – é uma necessidade que age de forma a pressionar uma pessoa a agir. Atua quando há uma necessidade ainda não satisfeita, impulsionando o cliente a alcançar a sua satisfação; • Percepção – é uma forma de selecionar, organizar e interpretar as informações recebidas do ambiente. Pode ser classificada em: atenção seletiva, quando o indivíduo percebe os estímulos que estão relacionados diretamente a uma necessidade atual; distorção seletiva, quando existe uma tendência em interpretar as informações de acordo com as suas pré-concepções ao invés de contrariar as suas intenções pessoais; e retenção seletiva, quando há uma tendência a reter informações que reforçam as atitudes e crenças do indivíduo; • Aprendizagem – são as alterações causadas no comportamento do indivíduo em função das experiências anteriores; • Crenças e atitudes – é um pensamento ou um comportamento sobre algo que molda a personalidade do indivíduo. As emoções são parte dos fatores pessoais que influenciam no comportamento de compra dos clientes. Podem ser entendidas como estados internos do indivíduo que envolvem interações entre o sujeito e o objeto, tais como sentimentos, estados de satisfação ou ativação de determinado padrão motor, de acordo com Frijda (2004). As emoções do comportamento de compra e consumo 70 dos indivíduos podem ser consideradas fatores de resposta a estímulos de marketing e ao comportamento do consumidor em geral, segundo Ayrosa et al. (2007). No processo decisório de compra, o estudo das emoções que cercam os indivíduos não pode ser deixado de lado. Deve-se analisar tanto sob um prisma racional quanto emocional a satisfação das necessidades dos clientes. Sobre a crítica aos modelos tradicionais de comportamentos do consumidor, Ayrosa, Sauebronn e Barros (2007, p. 06) comentam que: Uma das limitações da abordagem tradicional ao processo de decisão de compra é a proposição de que a escolha seria eminentemente determinada por processos basicamente racionais e individuais iniciados pelo reconhecimento de necessidades não satisfeitas e pela procura de informação por parte dos consumidores. Visto desse prisma, o comportamento do consumidor ganha certa previsibilidade ao se concentrar em ações eminentemente racionais. O consumidor vivencia diversas emoções no processo decisório de compra que podem influenciar na decisão sobre o que consumir. Para ter sucesso no mercado as empresas devem trabalhar as emoções e valores que atuam em conjunto no processo decisório, direcionando-as para o consumo de determinada marca de produto ou serviço. Segundo Ayrosa (2007), a satisfação dos consumidores depende das suas expectativas afetivas anteriores ao consumo e das emoções vivenciadas no passado e durante o consumo do produto. Os processos inconscientes representam o mundo endógeno dos consumidores, ou seja, são emoções arraigadas, desejos internos, eventos ocorridos na infância, lembranças que influenciam os consumidores na escolha por determinado produto ou marca. Cabe aos profissionais de marketing, através das atividades exógenas, como por exemplo um anúncio de propaganda, despertar nos consumidores sensações e experiências significativas, estimulando o interesse do mesmo pelo produto (NETO; ALEXANDRE, 2007, p. 03). 71 Os pontos-de-venda são adaptados a produzir boas sensações e emoções nos consumidores que os visitam. As cores, sons, odores, temperatura, humor e atendimento dos vendedores podem despertar boas emoções, o que deixa o consumidor mais a vontade para comprar. A manipulação dos estímulos artificiais seduz o cliente, que acaba associando um produto a um sentimento ou emoção, o que torna a compra mais passível de ser realizada. O ambiente virtual, ao contrário dos canais tradicionais de vendas, só possuem recursos visuais e auditivos para fazer despertar em seus consumidores boas sensações e emoções que os levem a optar pela compra via internet. Por não atuarem em todos os cinco sentidos do indivíduo, utilizam outras ferramentas para explorar o lado emotivo dos clientes como: depoimentos positivos de clientes que já compraram no passado, campanhas publicitárias com atores e celebridades, campanhas de incentivo ao combate à fome, pobreza e destruição do meio ambiente, etc., buscando, dessa forma, a sensibilização e a captura de clientes. Para Zaltman (2003), a decisão de compra de um produto ou serviço é fortemente influenciada por uma interação entre o mundo endógeno e o mundo exógeno dos consumidores. O neuromarketing atua diretamente na interação interdisciplinar de áreas como a psicologia, a neurociência e o marketing. Esse novo segmento do marketing, que teve início no final dos anos 1990, analisa as distorções da memória, o aprendizado e a plasticidade do cérebro, com o objetivo de entender o inconsciente e as emoções dos consumidores, segundo Zaltman (2003). Através da análise das neuroimagens reproduzidas em laboratório, o neuromarketing explora as percepções e as respostas inconscientes, fornecendo importantes leituras dos pensamentos e experiências dos consumidores e produzindo resultados satisfatórios a ponto de questionar as pesquisas qualitativas e entrevistas, que buscam extrair as emoções dos consumidores, mas que são transmitidas de forma racional para a tabulação, segundo Zaltman (2003). 72 3.3.5 Consumo Consumo é o uso da alternativa escolhida e comprada pelo consumidor. Pode ser realizado de uma única vez ou em partes, de forma que o desfrute do produto se realize somente pelo usuário ou por grupos. Segundo Engel, Blackwel e Miniard (1995), após a compra, o próximo passo é o consumo dos produtos ou serviços adquiridos. Nesse estágio, o produto tem uma relação mais íntima com o consumidor, reforçando o conceito de que a relação empresa-cliente que não termina com a compra. O consumidor, após adquirir o produto, pode optar pelo consumo imediato ou em outro momento que lhe convier, por armazenamento de curto prazo e antecipação do consumo ou armazenamento de longo prazo sem determinação exata do tempo do consumo. 3.3.6 Avaliação da Compra Para Miranda (2001), o consumidor avalia, formal ou informalmente, o produto consumido, comparando as percepções pós-compra com aquelas que iniciaram o processo de compra. Somente pelo fato de um atributo qualquer não ter atuado de forma satisfatória, não quer dizer que o consumidor ficou insatisfeito com o consumo, pois as experiências representam um somatório de componentes sensoriais, intelectuais, sociais, emocionais e físicos percebidos e vivenciados de uma forma conjunta e única. A satisfação resultante do consumo pode ser vista de forma mais fragmentada, já a experiência deve ser analisada em seu contexto total e integrado, de acordo com Brasil (2007). Segundo Segundo Engel, Blackwel e Miniard (1995), a frustração ou a satisfação do cliente após o consumo pode ser observada de três formas: • Desconfirmação positiva – quando o desempenho do produto supera as expectativas do consumidor; • Confirmação simples – quando o desempenho satisfaz o consumidor. O produto apresenta um desempenho tal qual o esperado; 73 • Desconfirmação negativa – quando o desempenho é aquém do esperado inicialmente pelo consumidor, levando-o a frustração e insatisfação das suas necessidades e desejos. Uma resultante negativa do processo de avaliação de compra é a dissonância cognitiva que, segundo Giglio (2004), é a diferença resultante da comparação entre o que foi desejado e o que foi obtido com o consumo, gerando um sentimento de frustração por parte do indivíduo. Os profissionais de marketing devem estudar a dissonância cognitiva gerada em determinados grupos de consumidores que consumiram um produto específico, a fim de atuar diretamente no foco do problema, ajustando as falhas e reduzindo a possibilidade de novos sentimentos de frustração por parte de outros indivíduos que venham a consumir o produto no futuro. A criação de programas pós-venda podem ajudar as empresas na pesquisa e redução da dissonância cognitiva. Com a popularização da internet, a dissonância cognitiva torna-se um grande problema para as empresas, pois segundo Rolim (2008), um consumidor insatisfeito pode lançar um manifesto quanto às suas frustrações na rede, influenciando a decisão de compra de outros usuários. Nesta fase, se o produto atende ou excede as expectativas do consumidor, pode ocorrer a fidelização da marca. Embora alguns autores sejam contrários a este assunto, consumidores encantados com os resultados obtidos podem agir como vendedores da marca transmitindo a sua experiência para outros e contribuindo com a divulgação de uma imagem positiva da marca no mercado. Principalmente os consumidores das classes mais baixas, por terem menos recursos disponíveis para gastar ao adquirir bens e para obterem informações externas por meio de revistas especializadas e internet, relatam em suas redes de relacionamento as experiências obtidas com o consumo de determinado produto. Algumas empresas, que já perceberam esta grande oportunidade de divulgar de forma positiva seus produtos e serviços para essa classe de consumidores, estão recrutando alguns indivíduos que têm em suas comunidades grande poder de persuasão para fazer este trabalho, o que caracteriza o marketing epidêmico. O encantamento do cliente, segundo Kumar (1996), pode ser definido como um sentimento de surpresa vivenciado pelo consumidor após o consumo caracterizado como uma emoção, composta de aspectos cognitivos e afetivos. Esse 74 sentimento de satisfação leva o consumidor a pagar preços maiores e ter atitudes ligadas à intenção de recompra, recomendação do produto a outras pessoas e realização de um testemunho “boca a boca” positivo. 3.3.7 Descarte do Produto Esta última parte do modelo decisório de compra sugerido por Engel, Blackwel e Miniard (1995) é dividida em três categorias: • Descarte direto – quando alguma parte ou todo o produto é descartado após o consumo; • Reciclagem – vem ganhando muita força atualmente. Vários projetos de leis obrigam as empresas e municípios a reciclar parte dos seus produtos lançados no mercado após o consumo; • Remaking – quando ocorre um novo ciclo de comercialização do produto, pois após o uso o consumidor revende o produto, dando início a um novo processo de compra e venda do item. As empresas estão lançando no mercado produtos com curtos ciclos de vida, forçando os consumidores a voltar a consumir cada vez mais, o que aumenta o descarte do produto consumido. Os consumidores e governos enxergam com bons olhos as empresas que utilizam fontes limpas de produção, recolhimento de embalagens, utilização de matéria prima reciclada e que lançam campanhas de incentivo ao cuidado com o meio ambiente. Com base nas teorias apresentadas neste capítulo, é possível identificar claramente a evolução dos consumidores brasileiros ao longo das últimas décadas do século XX e as transformações que o novo consumidor e-globalizado trouxe ao mercado. A internet proporcionou aos consumidores atuais a facilidade de acesso à informação, o que pode facilitar uma compra e auxiliar no planejamento da mesma, tornando-os mais resistente às influências ambientais. 75 Cabe ao consumidor buscar um meio de planejar suas compras de acordo com o nível de risco percebido com a tomada de decisão, ou simplesmente não planejar e se deixar levar pelas ofertas disponíveis no mercado e realizar uma compra por impulso ou mal planejada para depois arcar com as conseqüências, sejam elas positivas ou negativas. 76 4 ASPECTOS METODOLÓGICOS O pesquisador, ao se deparar com um problema a ser pesquisado, deve, antes de realizar um estudo empírico-científico, onde o conhecimento do cotidiano transmitido de pessoa a pessoa por experiências já vivenciadas une-se ao conhecimento cientifico embasado em métodos racionais e sistemáticos, encontrar o melhor procedimento metodológico a fim de guiá-lo por um caminho que o leve a um resultado cientificamente comprovado como válido e aceito pela comunidade acadêmica, de acordo com Fachin (2003). O tipo de pesquisa deve variar de acordo com o problema a ser solucionado. A metodologia da pesquisa tem como função orientar o pesquisador para que ele não cometa falhas durante o trabalho que o levem a um resultado improvisado e em desacordo com o objetivo do estudo. Segundo Moreira (2002), a pesquisa científica é definida como a transformação de informações, que se inicia com a busca destas, feita de forma sistemática, organizada, racional e obediente a certas regras. No estudo ora apresentado adotou-se o uso da pesquisa descritiva, pois o objetivo principal é analisar a influência exercida pelo ambiente virtual sobre o processo de compra de um produto eletroeletrônico. Por isso, foram adotados métodos de coleta de dados com o auxílio da internet como: questionários enviados via correio eletrônico e entrevistas realizadas por meio de chats online, onde o pesquisador entrevista o indivíduo em tempo real. De acordo com Mattar (1999), a pesquisa conclusiva descritiva também é caracterizada por possuir objetivos claros e bem definidos, procedimentos formais, estrutura voltada para a solução de um problema ou avaliação de alternativas e apresentação de características comuns em seus processos. A pesquisa conclusiva descritiva, segundo Mattar (1999) é utilizada quando o problema a ser resolvido exige a descrição das características de determinado grupo, a descoberta da existência de relação entre variáveis e a estimativa da proporção de indivíduos de uma dada população que tenham determinadas características ou comportamentos. Na pesquisa de natureza conclusiva descritiva, conforme Mattar (1999), o pesquisador precisa saber o que pretende exatamente com a pesquisa, assim como, 77 quando a fará, o quê ou quem será pesquisado, onde, como e por qual motivo será realizado o estudo. Os diversificados métodos de coleta de dados também são uma característica de presença marcante nesse tipo de pesquisa, pois, de acordo com Mattar (1999), os métodos de pesquisa podem ser diversos tais como: entrevistas pessoais, entrevistas por telefone, questionários pelo correio, questionários pessoais e observação. Esta pesquisa de natureza conclusiva descritiva está classificada como quantitativa, pois, após a pesquisa da amostra, o resultado desta será traduzido em números, através de técnicas estatísticas, para o seu melhor entendimento. Segundo Moreira (2002), a pesquisa quantitativa é caracterizada por conter conceitos referenciais bem definidos e estruturados. A coleta de dados pode ser convertida em número, que serão posteriormente comparados às hipóteses previamente estabelecidas. Os dados extraídos da pesquisa, realizada em levantamentos amostrais, ou surveys, por meio de questionários fechados, serão posteriormente analisados com o auxílio da matemática e da estatística multivariada. As características demográficas dos entrevistados, assim como suas preferências em relação às informações coletadas através do acesso à internet, serão quantificados, tabulados e apresentados estatisticamente para um melhor entendimento dos resultados. Sobre a quantificação dos dados coletados em números e estatísticas, Fachin (2003, p. 79) afirma que: “a quantificação científica envolve um sistema lógico que sustenta a atribuição de números, cujos resultados sejam eficazes”. Posteriormente, os resultados obtidos com a coleta quantitativa dos dados serão comparados ao objetivo principal da pesquisa. A pesquisa ora apresentada pode ser classificada como descritiva de levantamento de campo, pois, segundo Mattar (1999), os levantamentos de campo são caracterizados pela grande amplitude e pouca profundidade. As pesquisas descritivas podem ser classificadas como levantamentos de campo e estudos de campo. O que as diferencia é o aprofundamento do problema pesquisado. Ainda de acordo com Mattar (1999), os levantamentos de campo apresentam algumas vantagens, tais como: representatividade da população em estudo e geração de tabelas com dados coletados e com cruzamento de dados. Esse tipo de pesquisa também proporciona uma maior confiança ao público em relação aos resultados 78 gerados, quando comparados a outros métodos. Porém, ainda conforme Mattar (1999), o método de levantamento de campo não aprofunda os tópicos da pesquisa, é mais dispendioso e requer alguns conhecimentos técnicos em plano de amostragem, processamento de dados, etc. A pesquisa descritiva também pode ser classificada quanto à sua periodicidade. Segundo Mattar (1999), a pesquisa do tipo ocasional ocorre quando os elementos são coletados e medidos somente uma vez, contrapondo-se à pesquisa evolutiva, que se baseia na observação e análise periódica das mesmas variáveis de forma a permitir acompanhamentos evolutivos ao longo do tempo. O estudo aqui apresentado é classificado como pesquisa ocasional, pois a amostra será pesquisada e analisada uma única vez, inexistindo um acompanhamento periódico das variáveis comportamentais influenciadoras da compra via internet. Conforme destacado acima, a pesquisa ora apresentada é classificada como descritiva quantitativa de levantamento de campo ocasional, pois apresenta estrutura e objetivos claros e bem definidos, com variáveis que, após coletadas, foram quantificadas numericamente, mas na pesquisa não houve um grande aprofundamento dos tópicos, que foram pesquisados uma única vez. 4.1 MODELO DE ANÁLISE DAS VARIÁVEIS De acordo com o que foi visto nos capítulos 01 e 02, onde foram abordados temas como ambiente virtual, evolução da internet no Brasil, perfil do internauta brasileiro, redes de relacionamento social, comércio eletrônico, evolução do consumidor brasileiro, e-consumidor e processo de compra, extraíram-se variáveis que darão sustentabilidade ao problema da pesquisa. É possível relacionar essas variáveis que influenciam a decisão de compra com base no que foi visto nas teorias apresentadas no Capítulo 01 e 02 e comparálas às influências virtuais citadas no primeiro capítulo, para um melhor entendimento da pesquisa ora apresentada. 79 TABELA 5 Relação entre as Variáveis do Processo de Compra e as Influências Virtuais. Influências virtuais que interferem no processo de decisão de compra Variáveis que exercem influência no processo de decisão de compra Aproximação das tendências mundiais de consumo; Apelos sensoriais (visuais e auditivos); Processo de aculturamento/ Globalização. Cultura; Características sócio-econômicas. Informações atualizadas sobre os produtos; Informações que trazem a tona experiências passadas. Fontes Internas/ Externas; Sobrecarga de informações. Comodidade, agilidade; Variedade de produtos e marcas; Facilidade de pesquisar preços e formas de pagamento. Características dos produtos; Grau de envolvimento; Modelos compensatório e não compensatório. Influência de comunidades virtuais; Acesso a informações que minimizam os riscos; Depoimentos de pessoas que já compraram o produto. Risco percebido; Redes Sociais; Família; Fatores Psicológicos. O objetivo do presente estudo é somente analisar as influências exercidas pela internet no processo de compra. Não é objeto da pesquisa estudar a compra em si, seja através da internet ou por meio do canal tradicional de varejo. Adotou-se, para a análise da influência da internet sobre a decisão de compra, a delimitação da pesquisa no segmento de produtos eletroeletrônicos, pois se fosse criada uma pesquisa para analisar a influência de todas variáveis de todos os segmentos disponíveis na internet, não haveria um foco e poderiam ocorrer dissonâncias por parte do entrevistado e o objeto da pesquisa. Foi escolhido, como delimitação da pesquisa, o segmento de produtos eletroeletrônicos, pois é um dos mais procurados e acessados pelos usuários de 80 internet brasileiros (vide capítulo 01). Além disso, o segmento de eletroeletrônicos pertence à categoria dos 05 produtos mais vendidos (18º Relatório WebShoppers, 2008), comparando-se os meses de janeiro e junho de 2008: TABELA 6 Categorias mais vendidas. Categorias Crescimento Livros Informática 17% 12% Saúde e Beleza 10% Eletrônicos Fonte: 18º Relatório WebShoppers (2008). 7% Com base nas informações acima, pode-se concluir que a categoria de produtos eletroeletrônicos é uma das mais acessadas e procuradas no comércio eletrônico, o que faz com que os usuários de internet sintam-se mais a vontade para responder uma pesquisa sobre as variáveis que influenciam na decisão de compras desse segmento. 4.2 MÉTODOS DE COLETA DE DADOS Para a realização da presente pesquisa de natureza descritiva foram utilizadas duas formas de coleta de dados: levantamento de dados primários e secundários, como artigos científicos, periódicos, livros e sites especializados no tema da pesquisa. Os dados primários são garimpados, originalmente, pelo pesquisador que está trabalhando na pesquisa e atendem somente aos objetivos do estudo que ainda está sendo realizado. Segundo Mattar (1999), os dados primários não foram antes coletados e estão ainda em posse do pesquisador, atendendo especificamente a pesquisa em andamento. Os dados secundários, ao contrário dos primários, já foram utilizados anteriormente e estão à disposição do pesquisador, cabendo a ele coletar o que mais se adequa aos objetivos da pesquisa. 81 Para Mattar (1999), os dados secundários já foram coletados, tabulados, ordenados e, em alguns casos, analisados por outros pesquisadores e estão à disposição dos interessados. Os dados primários exigem mais do pesquisador, pois são mais dispendiosos para a sua obtenção, mas são mais específicos e oferecem exatamente os dados que o pesquisador necessita para a realização da pesquisa. Os dados secundários são de mais fácil obtenção e exigem menos esforço do pesquisador, porém podem não oferecer exatamente o que o pesquisador necessita. Os dados primários utilizados nesta pesquisa foram coletados por meio de um questionário auto-preenchido composto por perguntas fechadas e objetivas. O questionário foi subdividido em dois blocos, de acordo com os objetivos da pesquisa, sendo o primeiro, formado pelas perguntas 01 a 04, composto por perguntas relacionadas às características demográficas do usuário de internet. O segundo bloco, referente às influências exercidas pelo ambiente virtual, engloba as perguntas 05 a 13 e abrange os temas: motivos que levam a buscar informações na internet, utilização da internet no processo de compra, utilização da internet no cotidiano, vantagens percebidas ao se utilizar a internet, redes de relacionamento virtuais, informações disponíveis na internet, hábitos de compra, a utilização da rede para minimizar os riscos da decisão de compra e categorias mais pesquisadas. O questionário, tal qual foi utilizado pelo pesquisador, está disponível no apêndice da pesquisa. O tamanho e cor da fonte, o lay out, e a quantidade de perguntas foram cuidadosamente planejados para que não gerassem fadiga e cansaço e, conseqüentemente, a desistência do respondente no ato do preenchimento das respostas. Antes de ser aplicado, o questionário passou por um pré-teste, onde foi aplicado em 20 (vinte) usuários de internet, com a supervisão do pesquisador, com os seguintes objetivos: fazer os ajustes necessários para um fácil entendimento das perguntas, reduzir o tempo gasto pelo respondente e o aprimoramento do link e da plataforma que conecta o pesquisado ao questionário na internet. Os questionários foram enviados via correio eletrônico aos respondentes no período de 26 de junho a 14 de agosto de 2009. Os questionários foram enviados via e-mail para professores e alunos de algumas faculdades, cujos contatos estavam disponíveis na internet. Também foram 82 enviados e-mails com o questionário para amigos e conhecidos do pesquisador solicitando a participação e a colaboração dos membros para realização da pesquisa. É importante observar que, para abrandar a resistência por parte dos usuários que receberam o questionário, que poderiam ter alguma restrição em clicar nele, por medo de vírus ou outros malefícios disponíveis na rede e estimulá-los a participar do estudo, o pesquisador informava no corpo do e-mail o seguinte: “Questionário referente à dissertação cujo tema é: A influência da internet sobre a decisão de compra de um produto eletroeletrônico. Pesquisa realizada como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração pela Universidade Federal do Ceará”. Foi solicitado aos usuários que receberam o e-mail que respondessem o questionário apenas uma vez, para que o resultado obtido fosse real e condizente com os objetivos da pesquisa. Foram descartados todos os questionários reenviados pelo mesmo usuário, mesmo que este tenha alegado não ter respondido o questionário completamente. As respostas do questionário foram armazenadas no programa Excel versão original do pacote Microsoft Office 2007 e posteriormente tabuladas no mesmo programa. Os dados secundários foram coletados por meio de um levantamento bibliográfico condizente com o tema da pesquisa. Sobre pesquisa bibliográfica Fachin (2003, p. 125) afirma que: Tem como finalidade fundamental conduzir o leitor a determinado assunto e proporcionar a produção, coleção, armazenamento, reprodução, utilização e comunicação das informações coletadas para o desempenho da pesquisa. Ao realizar a pesquisa bibliográfica, foram abordados conceitos de internet, comércio eletrônico, teorias do comportamento do consumidor, processos decisórios de compra, entre outros que embasaram a pesquisa no âmbito do conhecimento científico. Utilizou-se nesta pesquisa, como fonte de coleta de dados secundários, livros, teses, dissertações, artigos científicos, periódicos e sites especializados com o 83 intuito de fornecer um conhecimento científico condizente com os interesses da pesquisa. GRÁFICO 3 Proporção das fontes de dados utilizadas como referencial teórico para a pesquisa. 4.3 AMOSTRA De acordo com Silva e Menezes (2001), a amostra pode ser definida como parte de uma população que compõe um universo selecionada de acordo com uma regra ou plano, e pode ser classificada como probabilística ou não-probabilística. O processo de amostragem está diretamente relacionado com o processo de pesquisa descritiva, uma vez que, coletando os dados de uma parte do todo, podese obter informações relevantes sobre o universo, segundo Mattar (1999). Algumas vantagens, tais como obter economia de recursos como tempo e dinheiro, além da complicação que pode existir para se pesquisar todo o universo, podem ser consideradas para se decidir por realizar uma amostragem que, segundo Malhotra (2001), é um dos componentes de um planejamento de pesquisa. Segundo Moreira (2002), o levantamento amostral possibilita a medição de variáveis por meio de questionários ou escalas, as quais são respondidas por uma parte da população. A população pesquisada é composta por usuários de internet, pois o tema da pesquisa aborda a influência da internet no processo de decisão de compra, o que 84 faz com que a amostra pesquisada tenha como pré-requisito básico a formação por respondentes que acessam a internet. Sobre amostragem de usuários de internet, Malhotra (2001, p. 318) afirma que: [...] o pesquisador precisa garantir que o mesmo entrevistado não responda muitas vezes [...] as pesquisas podem ser codificadas de maneira que as respostas coincidam realmente com as pesquisas enviadas ao respectivo email. Isto também pode ser obtido com pesquisas web, enviando convites por e-mail para selecionar entrevistados que são convidados a visitar o site em que a pesquisa é postada. [...] Tanto as técnicas de amostragem nãoprobabilísticas, quanto as probabilísticas, podem ser implementadas na internet. [...] A captação de visitantes de um site é um exemplo de amostragem por conveniência. Com base no critério do pesquisador, é possível introduzir itens de qualificação para seleção de entrevistados [...]. Como a população é infinita, pois há apenas um número estimado de usuários de internet no Brasil, inexistindo dados exatos, considerou-se o cálculo da amostra com base na estimativa da proporção populacional. A fórmula adotada para cálculo da amostra para uma estimativa confiável da proporção populacional foi sugerida por Levin (1987) para cálculos desta natureza de população, conforme abaixo: n = (Z²α/2 x p x q) / E² Onde: n = Número de indivíduos da amostra. Z²α/2 = valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado. p = proporção populacional de indivíduos que pertence a categoria de interesse. q = proporção de indivíduos que não pertence à categoria de interesse do estudo (q= 1 – p). E = margem de erro máxima de estimativa. Identifica a diferença máxima entre a proporção amostral e a verdadeira proporção populacional (p). Os valores de confiança mais utilizados e os valores de Z correspondentes sugeridos por Levin (1987), compõem a Tabela 7 a seguir: 85 TABELA 7 Valores críticos associados ao grau de confiança da amostra Grau de Confiança α Valor Crítico (Zα/2) 90% 0,10 1,645 95% 0,05 1,96 99% 0,01 2,575 Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Levin (1987). Cálculo da amostra de acordo com equação proposta para o estudo: Z²α/2 = 1,96, pois foi considerando um grau de confiança de 95% p = de acordo com o Ibope Nielsen (2009) há no Brasil 44,5 milhões de usuários de internet ( comentado no capítulo 01, p. 23) que representam 24% do total, uma vez que o Brasil possui 180 milhões de habitantes conforme o IBGE (2008). q = 76%, população que não acessa a internet no Brasil. E = 0,05 n = (1,96² x 0,24 x 0,76) / 0,05² n = (3,84 x 0,24 x 0,76) / 0,0025 n = 280 A amostra foi composta por 280 respondentes de acordo com o cálculo proposto por Levin (1987). Os questionários foram enviados por questões de conveniência e acessibilidade, possuído aspecto aleatoriedade quando alguns respondentes enviavam a outros usuários que não estavam comtemplados inicialmente pelo pesquisador. 4.4 TABULAÇÃO DOS DADOS Ao se aplicar os questionários no plano amostral definido, estes foram analisados juntamente com as variáveis influenciadoras no processo de compra pela internet, os princípios de marketing e os conceitos extraídos da pesquisa bibliográfica, com o intuito de alcançar os objetivos principal e específicos da pesquisa, previamente estabelecidos. 86 Os dados foram tratados por meio do software Excel versão 2007, que mapeou os dados provenientes das variáveis influenciadoras na compra virtual e os traduziu em forma de estatística. O Excel do pacote Office 2007 também foi utilizado nesta etapa para dar suporte no que tange à criação de tabelas e gráficos, a fim de dar uma melhor apresentação à pesquisa dos dados coletados. O questionário usado como instrumento de coleta de dados primários para a pesquisa é composto de escalas nominais e de intervalo. De acordo com Mattar, “uma escala nominal é aquela em que os números servem apenas para nomear, identificar e (ou) categorizar dados sobre pessoas, objetos ou fatos” (MATTAR, 1999, p.195). Segundo Parasuraman apud Oliveira (2001), os números que formam as escalas nominais são uma espécie de rótulo utilizado para identificar diferentes categorias de respostas. Para Mattar, a escala de intervalo “é aquela em que os intervalos entre os números nos dizem a posição e quanto que as pessoas, objetos ou fatos estão distantes entre si em relação a determinada característica” (MATTAR, 1999, p. 197). Segundo Parasuraman (2001 apud Oliveira, 2001), além de possuir os atributos relativos à escala ordinal, as escalas de intervalo também permitem o cálculo da média, do desvio padrão, do coeficiente de correlação e de testes de significância. De acordo com Mattar (1999), a média, a moda e a mediana são todas medidas legitimas de tendência central nas escalas de intervalo. Para a análise das questões que possuíam escalas de intervalo, as notas atribuídas pelos respondentes, de 0 a 5 conforme o grau de importância que davam às afirmativas, foram pontuadas e, posteriormente, utilizando o cálculo da média, ordenadas para um melhor entendimento. As afirmativas com media entre 1 e 2 foram consideradas de menor influência, as de média 3, de influência intermediária e as afirmativas com media entre 4 e 5 foram consideradas de maior influência sobre a decisão de compra de um produto eletroeletrônico pelo usuário de internet. Foram criadas tabelas de distribuição de freqüências para análise dos graus de influência de cada questão. 87 Sweeney et. al (2003), define as distribuições de freqüências percentuais como sendo a proporção das observações que pertence à classe para um conjunto de observações com n observações. Para um melhor entendimento de como chegou-se à montagem do questionário, foram levadas em consideração as influências virtuais e ambientais, as etapas do processo decisório de compra proposto por Engel, Blackwel e Miniard (1995) e os objetivos da pesquisa. Engel, Blackwel e Miniard (1995) Questionário Reconhecimento de uma necessidade Aproximação das tendências mundiais de consumo; O primeiro passo para iniciar o processo de compra para os consumidores é o reconhecimento de uma necessidade, que pode ser originadas tanto por estímulos Apelos sensoriais (visuias e auditivos); Processo de aculturamento/ internos, como fome, sede etc., como também por estímulos externos, como mídia, Globalização. redes de relacionamento etc. Busca de informações Após o reconhecimento de uma necessidade, o consumidor procura imediatamente na memória experiências de consumo anteriores que o levaram a satisfação de uma necessidade semelhante como uma forma de satisfazer esta necessidade ativa. Quando não encontra essa fonte internamente, parte para a busca de informações em fontes externas, que são extremamente importantes, mesmo quando a busca interna é suficiente, pois ajuda o consumidor a tomar uma decisão melhor embasada. Avaliação das alternativas O consumidor após coletar informações escolhe por determinada alternativa influenciado pelas características individuais e pelas influências ambientais que o rodeiam no ato da análise das opções ofertadas. Os consumidores compram produtos e marcas diferentes com base em critérios de avaliação que analisam os atributos oferecidos de acordo com os padrões específicos adotados pelos consumidores. Decisão de compra Cultura; Características sócio-econômicas. Perfil de acesso e reconhecimento de uma necessidade de consumo Quais os principais motivos que o levam a buscar informações na internet antes de realizar as suas compras? Informações atualizadas sobre os produtos; Informações que trazem a tona experiências passadas. Fontes Internas/ Externas; Sobrecarga de informações. Comodidade, agilidade; Variedade de produtos e marcas; Facilidade de pesquisar preços e formas de pagamento. Características dos produtos; Grau de envolvimento; Modelos compensatório e não compensatório. Quais os motivos que o levam a comparar as alternativas disponíveis com o auxílio da internet antes de realizar as suas compras? Risco percebido; Redes Sociais; Família; Fatores Psicológicos. Como você utiliza a internet para tirar dúvidas e minimizar riscos que envolvem a tomada de decisão de compra? Quais motivos o levam a procurar as redes de relacionamento virtuais antes de realizar uma compra? Influência de comunidades virtuais; Após a escolha da alternativa, o cliente optará pela compra ou não do produto ou Acesso a informações que minimizam os riscos; serviço que melhor se saiu em sua avaliação. Em caso positivo, se estiver realmente Depoimentos de pessoas que já decidido em comprar, o consumidor terá ainda que definir o que, onde e quando compraram o produto. comprar. Quais as vantagens que você percebe ao pesquisar sobre determinado produto na internet? TABELA 8 Etapas, influências, variáveis e questionário Fonte: Elaborado pelo autor Processo Decisório de Compra Influências virtuais que Variáveis que exercem exercem influência no influência no processo de processo de decisão de decisão de compra compra Questões referentes ao perfil de consumo: - Hábitos de Compra - Categorias Mais Pesquisadas Os outras etapas do processo decisório (Consumo, Avaliação da Compra e Descarte do Produto) não foram consideradas pelo fato da pesquisa levar em consideração até a etapa da decisão de compra. Questões Sócio-Econômicas: - Sexo - Idade - Grau de Instrução 88 - Horas/ Semana de Acesso 89 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS O capítulo ora apresentado demonstra os resultados obtidos com a aplicação de 280 questionários válidos, dos 3000 enviados via correio eletrônico aos respondentes no período de 26 de junho a 14 de agosto de 2009. Os dados demográficos obtidos foram subdivididos em 02 grupos relativos ao sexo, e em 03 grupos, no que se refere à idade, grau de escolaridade e tempo de acesso semanal. A estrutura para análise das respostas foi baseada nos objetivos geral e específicos, propostos pela pesquisa, a saber: • Analisar a influência exercida pelo ambiente virtual sobre o processo de compra de um produto eletroeletrônico; • Relacionar os motivos pelos quais os consumidores buscam informações no ambiente virtual antes de realizar suas compras; • Analisar como a internet facilita o processo de compra; • Analisar se as redes de relacionamento virtual influenciam na decisão de compra do usuário de internet. Técnicas analíticas de estatística foram utilizadas na análise dos questionários enviados e pesquisas empíricas podem ser realizadas para atestar a legitimidade das variáveis pesquisadas. TABELA 9 Sexo da amostra GRUPO VALOR SEXO Absoluto Relativo 01 Masculino 165 59% 02 Feminino 115 41% TOTAL 280 100% Fonte: Pesquisa direta Os dados para a subdivisão dos grupos acima foram retirados da questão 01 do questionário de pesquisa (Apêndice). Os dados coletados através da amostra pesquisada, que não é totalmente conveniente, pois respondentes enviaram a outros usuários o que a caracteriza um aspecto de aleatoriedade, indicam exatamente o que Juliasz (2003) afirma quanto 90 ao perfil dos internautas brasileiros ser composto, em sua maioria, por pessoas do sexo masculino (comentado no capítulo 01, p. 20). TABELA 10 Faixa etária da amostra. GRUPO VALOR FAIXA ETÁRIA Absoluto Relativo 01 Até 21 anos de idade 8 3% 02 De 22 a 39 anos de idade 212 76% 03 Mais de 40 anos de idade 60 21% TOTAL 280 100% Fonte: Pesquisa direta. Os dados para a subdivisão dos grupos acima foram retirados da questão 02 do questionário de pesquisa (Apêndice) e indicam que quem mais acessa a internet são jovens com até 39 anos de idade (76% da amostra pesquisada), destacando-se a faixa etária de 22 a 29 anos, que corresponde a 54% da amostra, o que confirma Don Tapscott (2008), que afirma que os jovens estão mais adaptados ao convívio com a interatividade virtual, utilizando a rede no seu dia-a-dia de forma confiável e natural (comentado na introdução, p.08). Pode-se perceber também que apenas 21% da amostra pesquisada é composta de pessoas com idade acima de 40 anos. A baixa freqüência de usuários acima de 40 anos de idade pode ser fruto de uma geração que não nasceu imersa na interatividade, pois os sites comerciais só surgiram em meados dos anos 1990 (comentado no capítulo 01, p. 14). TABELA 11 Grau de instrução da amostra. VALOR GRAU DE INSTRUÇÃO Absoluto Relativo 01 Ensino fundamental ou médio 11 4% 02 Ensino superior completo ou incompleto 132 47% 03 Pós-graduação 137 49% TOTAL 280 100% Fonte: Pesquisa direta Os dados para a subdivisão dos grupos acima foram retirados da questão 03 do questionário de pesquisa (Apêndice). 91 De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios/IBGE (2005), os anos de estudo das pessoas que acessavam a internet eram superiores aos das pessoas que não acessavam a rede (comentado no capítulo 01, p. 20), o que também pode ser verificado nos resultados da presente pesquisa, que comprova que cerca de 96% dos pesquisados possuem, no mínimo, curso superior incompleto. Somente 1% da amostra possui apenas o ensino fundamental completo. TABELA 12 Tempo de acesso semanal da amostra. GRUPO VALOR TEMPO DE ACESSO Absoluto Relativo 01 Menos de 05 horas 39 14% 02 De 05 a 15 horas 125 45% 03 Acima de 15 horas 116 41% 280 100% TOTAL Fonte: Pesquisa direta. Os dados para a subdivisão dos grupos acima foram retirados da questão 04 do questionário de pesquisa (Apêndice). Os dados coletados indicam que quem acessa a internet fica conectado entre 05 e 15 horas durante a semana, o que corresponde a 45% da amostra, e cerca de 55% acessam pelo menos 10 horas semanais, aproximando do número divulgado em pesquisa do Ibope/ Nielsen (2009), que afirma que o tempo médio de acesso mensal do brasileiro é em torno de 44 horas e 59 minutos (comentado no capítulo 01, p. 23). Como foi abordado anteriormente, o perfil demográfico resultante da amostra pesquisada é compatível com as pesquisas aleatórias, como Ibope/ NetRatings (2008), relatadas no capítulo 01 do presente estudo, sendo composto em sua maioria por homens com até 39 anos de idade que possuem, pelo menos, curso superior incompleto e que ficam conectados de 05 a 15 horas durante a semana. A seguir serão analisados de forma geral, envolvendo toda a amostra, e de forma específica, focando de acordo com o sexo, faixa etária e grau de instrução, os itens propostos no objetivo geral desta pesquisa. 92 5.1 ANALISAR A INFLUÊNCIA EXERCIDA PELO AMBIENTE VIRTUAL SOBRE O PROCESSO DE COMPRA DE UM PRODUTO ELETROELETRÔNICO O objetivo deste item foi identificar como o usuário de internet é influenciado pelo ambiente virtual antes de realizar a compra de um produto eletroeletrônico, podendo esta compra ser efetivada através do canal tradicional de varejo ou via internet. Os dados que compõe o resultado que auxiliará no entendimento do objetivo proposto foram obtidos por meio das respostas às questões 05, 08, 09, 11 e 12 do questionário (Apêndice), nas quais para cada afirmativa (questões 05, 08 e 09) foi atribuída uma nota, no intervalo de 01 a 05 pontos, em que 01 representava o fator de menos influência e 05 o de maior influência para o respondente. Para uma melhor validação dos dados coletados, foi adotada uma tabela de distribuição de freqüências relativas para as afirmativas pesquisadas, de acordo com as notas atribuídas, levando em consideração o grau de influência que as afirmativas exercem sobre os respondentes da pesquisa. A escala da Tabela 13 auxilia num melhor entendimento dos resultados extraídos das tabelas de freqüências relativas de cada questão, pois são atribuídos graus de influência de acordo com a freqüência com que cada nota que foi escolhida pelos usuários de internet da amostra ao responderem os questionários. TABELA 13 Escala NOTAS GRAU DE INFLUÊNCIA 1-2 Nenhuma ou pouca influência 3 Exerce influência moderada 4-5 Exerce muita influência Nas questões 11 e 12, o respondente optava pela opção que mais se adaptava a sua realidade. Os resultados estão registrados nas Tabelas 14 a 18 e Gráficos 04 a 15, de acordo com o percentual de respostas dadas para cada nota. 93 5.1.1 Motivos que Levam os Usuários à Internet TABELA 14 Motivos que levam à internet, considerando toda a amostra. Motivos que levam à internet total) NOTA (amostra 5 A internet desperta para a compra de algum produto, podendo esta compra ter sido 30% realizada através da internet ou não. Média 4 3 2 1 21% 30% 10% 8% 3,55 19% 27% 24% 15% 15% 3,20 A internet é uma fonte de pesquisa de lançamentos e novas tendências de 52% consumo. 22% 14% 5% 7% 4,07 Utiliza a internet para saber o que outras pessoas estão consumindo. 12% 15% 21% 47% 2,06 A internet já fez lembrar de experiência de consumo passada. alguma 5% Fonte: Pesquisa direta Conforme Tabela 14 e de acordo com a escala da Tabela 13, as afirmativas “a internet desperta para a compra de algum produto, podendo esta compra ter sido realizada através da internet ou não”; “a internet já fez lembrar de alguma experiência de consumo passada”; e “a internet é uma fonte de pesquisa de lançamentos e novas tendências de consumo” obtiveram maior percentual de respondentes no intervalo das notas 4 e 5, influenciando muito ou bastante os respondentes da pesquisa. A afirmativa: “utiliza a internet para saber o que outras pessoas estão consumindo” obteve um maior percentual de respondentes no intervalo das notas 1-2, o que pode ser traduzido como não exercendo nenhuma influência sobre a amostra pesquisada. Ainda segundo a Tabela 14, a afirmativa “a internet é uma fonte de pesquisa de lançamentos e novas tendências de consumo” foi a que representou o principal motivo para que os usuários busquem a rede antes de realizar as suas compras no ambiente virtual ou canal tradicional de varejo. Essa afirmativa foi escolhida por 52% dos respondentes como a de maior influência. Em contrapartida, a afirmativa “utilizar a internet para saber o que outras pessoas estão consumindo” foi escolhida por apenas 5% dos respondentes como sendo a de maior influência, e por 47% como a de menor influência para afirmativa, significando que esta variável pouco contribui para que as pessoas busquem a internet por este motivo. 94 Com isso, pode-se constatar que a internet é utilizada para orientar sobre lançamentos e tendências, pode despertar para a compra e, às vezes, traz a tona experiências de consumo passadas, mas é pouco utilizada para saber o que outras pessoas estão consumindo. Portanto, a maioria dos respondentes da amostra procura se informar sobre as tendências de consumo, mas não se interessam em saber o que as outras pessoas estão consumindo. GRÁFICO 04 Motivos que levam à internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes do sexo masculino e feminino. Fonte: Pesquisa direta. GRÁFICO 05 Motivos que levam à internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por faixa etária. 95 Fonte: Pesquisa direta. GRÁFICO 06 Motivos que levam à internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por grau de instrução. Fonte: Pesquisa direta. Analisando o sexo dos respondentes (Gráfico 04), observa-se que os homens são mais influenciados. Nota-se, ainda, que a afirmativa que representa o principal motivo para que os usuários conectem-se à web antes de realizar as suas compras é por acharem que a internet é fonte de pesquisa de lançamentos e novas tendências de consumo. Tanto os homens quanto as mulheres procuram menos a rede para saber o que outras pessoas estão consumindo. Conforme as faixas etárias dos respondentes (Gráfico 05), tem-se que os mais jovens, com idade até 21 anos, são mais influenciados, e a afirmativa que representa o principal motivo para os quais estes usuários conectem-se à web antes de realizar as suas compras é por acharem que a internet desperta para a compra de algum produto. Ao contrário, os jovens adultos de 22 a 39 anos e as pessoas acima de 40 anos de idade procuram a rede em busca de lançamentos e novas tendências de consumo. Os mais jovens (até 21 anos de idade) também utilizam a rede tanto para lembrar de experiências de consumo, quanto para saber o que outras pessoas estão consumindo, adotando a mesma escala de importância para as duas variáveis. As pessoas acima de 22 anos de idade só procuram a rede buscando saber o que outras pessoas estão consumindo em último caso. 96 De acordo com o grau de instrução dos respondentes (Gráfico 06), comprovase que os usuários que apresentam maior nível de instrução, pós-graduação, são os mais influenciados, e a afirmativa que representa o principal motivo para que esses usuários conectem-se à web antes de realizar as suas compras é por também acharem que a internet é fonte de pesquisa de lançamentos e novas tendências de consumo. Utilizar a internet para saber o que outras pessoas estão consumindo exerce pouca influência ou nenhuma influência sobre os respondentes de todos os graus de instrução pesquisados. A média de pontuação da afirmativa “a internet é uma fonte de pesquisa de lançamentos e novas tendências de consumo” manteve-se mais alta comparando se com as demais em questão, ao se analisar o perfil demográfico dos respondentes da amostra, enquanto a afirmativa “utiliza a internet para saber o que outras pessoas estão consumindo” permaneceu com a média mais baixa, o que representa que os homens, os jovens com até 21 anos de idade e os respondentes com pós-graduação utilizam a internet, na maioria das vezes, para saber quais serão os próximos lançamentos e quais são as tendências de consumo dos produtos eletroeletrônicos. 5.1.2 Motivos que Levam os Usuários de Internet a Avaliar as Alternativas de Compra TABELA 15 Motivos que levam à internet para avaliar as alternativas de compra, considerando toda a amostra. Motivos que levam a avaliar as alternativas de compra com o auxílio da internet (amostra total) Possibilidade de avaliar todas alternativas de uma única vez. as Possibilidade de comparar as características técnicas dos produtos. NOTA Média 5 4 3 2 1 41% 27% 20% 8% 4% 3,93 46% 33% 16% 4% 1% 4,17 97 Velocidade na comparação alternativas disponíveis. das 50% 30% 13% 6% 2% 4,19 Possibilidade de comparar as marcas. 48% 30% 15% 5% 2% 4,16 Facilidade de comparar opiniões de pessoas que já consumiram o produto. 20% 16% 35% 21% 9% 3,17 Facilidade de comparar preços. 65% 21% 10% 3% 0% 4,45 Fonte: pesquisa direta. Segundo a Tabela 15 e conforme a escala da Tabela 13, 5 das 6 afirmativas da questão obtiveram maior percentual de respondentes nos intervalos das notas 4 e 5, influenciando muito ou bastante os respondentes da pesquisa, e somente uma afirmativa obteve o maior percentual de respondentes optando pela nota 3, o que significa influência razoável sobre os usuários pesquisados. De acordo com a Tabela 15, a afirmativa “facilidade de comparar preços” Foi a que representou o principal motivo que faz com que os usuários avaliem suas alternativas de compra no ambiente virtual. Esta afirmativa foi determinada por 65% dos respondentes como a de maior influência. Em contrapartida, a afirmativa “facilidade de comparar opiniões de pessoas que já consumiram o produto” foi escolhida por 20% dos respondentes como sendo a de maior influência para a questão, e apenas 9% informou que esta é a de menor influência, o que significa que esta variável também contribui, mas com menor peso, para que as pessoas avaliem as alternativas disponíveis com o auxílio da internet. Com isso, pode-se constatar que a internet é utilizada pelos pesquisados que tem o interesse de avaliar as alternativas por facilitar a comparação de preços, por dar velocidade à pesquisa, pela possibilidade de avaliar as marcas e atributos dos produtos de uma única vez e, embora com menor peso, por permitir a comparação de opiniões de outras pessoas que já adquiriram o produto. Apesar da facilidade de comparar preços, os usuários pesquisados não procuram a internet com o intuito de saber o que as outras pessoas estão comprando. 98 GRÁFICO 07 Motivos que levam a avaliar as alternativas de compra com o auxílio da internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por sexo. Fonte: pesquisa direta. 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 4,7 3,5 4,2 4,2 4,0 3,8 3,3 3,8 4,2 4,1 3,8 4,2 4,0 4,5 4,3 3,7 3,3 2,8 < 21 22 a 39 > 40 possibilidade possibilidade velocidade na possibilidade facilidade de de avaliar todas de comparar as comparação de comparar as comparar as alternativas características das alternativas marcas opiniões de uma única técnicas vez facilidade de comparar preços GRÁFICO 08 Motivos que levam a avaliar as alternativas de compra com o auxílio da internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por faixa etária. Fonte: Pesquisa direta 99 5,0 4,2 4,2 4,5 3,9 4,0 4,0 3,5 4,2 4,2 3,9 3,6 3,3 3,4 4,3 4,1 4,2 4,4 4,5 3,8 3,2 3,1 3,0 2,5 2,0 MÉDIO 1,5 SUP 1,0 PÓS 0,5 0,0 possibilidade possibilidade velocidade na possibilidade facilidade de de avaliar de comparar comparação de comparar comparar todas as as das as marcas opiniões alternativas de características alternativas uma única vez técnicas facilidade de comparar preços GRÁFICO 09 Motivos que levam a avaliar as alternativas de compra com o auxílio da internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por grau de instrução. Fonte: Pesquisa direta. Analisando o sexo dos respondentes (Gráfico 07), observa-se que os homens são mais influenciados, e a afirmativa que representa o principal motivo para que os usuários conectem-se à web para comparar as alternativas de compra disponíveis antes de realizar as suas compras é por acharem que a internet proporciona uma maior facilidade de comparação de preços. As opiniões dos homens e mulheres pesquisados praticamente não divergem quanto às variáveis em questão, e para ambos os sexos a “facilidade de comparar opiniões” é a afirmativa que menos influencia. Conforme as faixas etárias dos respondentes (Gráfico 08), tem-se que as pessoas entre 22 e 39 anos de idade são mais influenciadas, e a afirmativa que representa o principal motivo para que os usuários conectem-se à web para comparar as alternativas de compra disponíveis antes de realizar as suas compras é por acharem que a internet proporciona uma maior facilidade de comparação de preços. Os jovens com até 21 anos de idade dão mais importância para a opinião de outras pessoas do que para a facilidade de comparar as características técnicas e a possibilidade de compará-las de uma única vez. Para as demais faixas etárias pesquisadas, a possibilidade de comparar opiniões representa a variável menos importante da questão. De acordo com o grau de instrução dos respondentes (Gráfico 09), comprovase que os usuários que apresentam maior nível de instrução, pós-graduação, são os 100 mais influenciados e a afirmativa que representa principal motivo para que os usuários conectem-se à web para comparar as alternativas de compra disponíveis antes de realizar as suas compras é por também acharem que a internet proporciona uma maior facilidade de comparação de preços. Para os usuários com grau de instrução em nível de ensino fundamental ou médio a opinião de outras pessoas é mais importante do que a facilidade de comparar as características técnicas, a possibilidade de compará-las de uma única vez e por permitir a análise de todas as alternativas de forma mais rápida. Para a amostra com, no mínimo, grau de instrução superior incompleto, a facilidade de comparar opiniões é a variável menos importante da questão. A média de pontuação da afirmativa “facilidade de comparar preços” mantevese a mais alta, comparando se com as demais em questão, ao analisar o perfil demográfico dos respondentes da amostra, enquanto a afirmativa “facilidade de comparar opiniões” permaneceu com a média mais baixa, o que representa que os homens, os jovens entre 22 e 39 anos de idade e os respondentes com pósgraduação utilizam a internet, em sua maioria, por ela facilitar a comparação de preços entre as alternativas disponíveis de produtos eletroeletrônicos pesquisados para compra. 5.1.3 Motivos que Levam os Usuários de Internet a Buscar Minimizar os Riscos da Tomada de Decisão TABELA 16 Motivos que levam à internet para minimizar os riscos que envolvem a tomada de decisão, considerando toda a amostra. Motivos que levam a utilizar a internet para minimizar riscos que envolvem a tomada de decisão de compra (amostra total) NOTA Média 5 4 3 2 1 Encontrar informações técnicas do produto procurado. 34% 35% 23% 7% 1% 3,91 Possibilidade de entrar em contato com o fabricante do produto. 19% 20% 23% 25% 14% 3,05 101 Possibilidade de encontrar manutenção e peças para reparo do produto (suporte pós compra). 10% 17% 30% 22% 20% 2,74 Encontrar informações que dizem respeito às conseqüências da compra. 13% 20% 37% 20% 9% 3,07 Busca de informações sobre lançamentos futuros e produtos que sairão de linha de fabricação. 14% 22% 23% 20% 21% 2,84 Fonte: pesquisa direta. De acordo com a Tabela 16 e considerando a escala da Tabela 13, a afirmativa “encontrar informações técnicas do produto procurado” foi a única que obteve maior percentual de respondentes no intervalo das notas 4 e 5, influenciando muito ou bastante os respondentes da pesquisa. A afirmativa “encontrar informações que dizem respeito às conseqüências da compra” obteve um maior percentual de respondentes que optaram pela nota 3, o que representa que esta afirmativa exerce influência moderada sobre os usuários. As afirmativas “possibilidade de entrar em contato com o fabricante do produto”; “possibilidade de encontrar manutenção e peças para reparo do produto (suporte pós compra)”; “busca de informações sobre lançamentos futuros e produtos que sairão de linha de fabricação” obtiveram um maior percentual de respondentes no intervalo das notas 1 e 2, o que pode ser traduzido como exercendo nenhuma ou pouca influência sobre a amostra pesquisada. Conforme a Tabela 16, a afirmativa “encontrar informações técnicas do produto procurado” foi a que representou o principal motivo que faz com que os usuários busquem informações na rede antes de realizar as suas compras no ambiente virtual ou canal tradicional de varejo, com o objetivo de minimizar os riscos envolvidos no processo. Esta afirmativa foi determinada por 34% dos respondentes como a de maior influência. Em contrapartida, as demais afirmativas pouco contribuem para que as pessoas busquem na web informações com o objetivo de minimizar os riscos da compra. A fim de minimizar os riscos, as pessoas praticamente utilizam a internet somente para buscar informações técnicas do produto procurado. As demais afirmativas não têm tanta expressividade. 102 GRÁFICO 10 Motivos que levam à internet para minimizar os riscos que envolvem a tomada de decisão, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por sexo. Fonte: Pesquisa direta. GRÁFICO 11 Motivos que levam à internet para minimizar os riscos que envolvem a tomada de decisão, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por faixa etária. Fonte: Pesquisa direta. 103 GRÁFICO 12 Motivos que levam à internet para minimizar os riscos que envolvem a tomada de decisão, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por grau de instrução. Fonte: Pesquisa direta. Analisando o sexo dos respondentes (Gráfico 10), observa-se que os homens são tão influenciados quanto as mulheres, e o principal motivo que leva os usuários a conectarem-se à web para minimizar os riscos que envolvem a tomada de decisão é por acharem que a internet permite aos usuários encontrar informações técnicas sobre o produto. Esta afirmativa é a que mais influencia os respondentes de ambos os sexos. Conforme as faixas etárias dos respondentes (Gráfico 11), observa-se que os mais jovens com idade até 21 anos são mais influenciados, e os principais motivos que levam esses usuários a conectarem-se à web para minimizar os riscos que envolvem a tomada de decisão antes de realizar as suas compras é por acharem que a internet permite aos usuários encontrar informações técnicas sobre o produto e por encontrarem informações sobre lançamentos e produtos que sairão de linha. Para os respondentes entre 22 e 39 anos de idade, encontrar informações sobre manutenção e reparo é o motivo que menos os influencia. E para a as pessoas acima de 40 anos, encontrar informações sobre as conseqüências da compra são o último motivo, dentre os listados, que faz com que os respondentes dessa faixa etária procurem a internet com o intuito de minimizar riscos da decisão de compra. De acordo com o grau de instrução dos respondentes (Gráfico 12), comprovase que os usuários que apresentam um menor nível de instrução, ensino fundamental ou médio, são os mais influenciados e o principal motivo para que 104 esses usuários conectem-se à web para minimizar os riscos que envolvem a tomada de decisão antes de realizar a compra é por também acharem que a internet permite a busca de informações técnicas na internet antes de comprar um produto eletroeletrônico. A afirmativa “possibilidade de encontrar manutenção e peças para reparo” representa a que menos influencia os respondentes de qualquer grau de instrução a buscar a internet com o intuito de minimizar os riscos da tomada de decisão. A média de pontuação da afirmativa “encontrar informações técnicas do produto” manteve-se mais alta, comparando se com as demais em questão, ao analisar o perfil demográfico dos respondentes da amostra, enquanto a afirmativa “possibilidade de encontrar manutenção e peças para reparo” permaneceu com a média mais baixa, o que representa que tanto os homens quanto as mulheres, os jovens com até 21 anos de idade e os respondentes com grau de instrução a nível de ensino médio completo buscam, em sua maioria, informações técnicas na internet antes de comprar um produto eletroeletrônico. 105 5.1.4 Hábitos de Compra dos Respondentes TABELA 17 Hábitos de compra dos respondentes. Mais comum ao realizar o processo de compra (amostra total) VALOR RELATIVO Pesquisar somente no varejo tradicional e também comprar no varejo tradicional. 3% Pesquisar no varejo tradicional e na internet e comprar no varejo tradicional. 50% Pesquisar somente no varejo tradicional, mas comprar pela internet. 1% Pesquisar no varejo tradicional e na internet e comprar pela internet. 39% Pesquisar somente na internet e também comprar pela internet. 7% Fonte: Pesquisa direta. De acordo com a Tabela 17, os respondentes, em sua maioria, costumam pesquisar no varejo tradicional e na internet, mas realizar as compras através do varejo tradicional, afirmativa essa que representou 50% das respostas. E apenas 1% dos respondentes afirmou pesquisar somente no varejo tradicional e comprar pela internet. Do total da amostra, 96% dos pesquisados responderam que pesquisam na internet antes de realizar as suas compras, mesmo que estas não sejam realizadas através da internet. Apesar da grande maioria dos respondentes pesquisarem através da internet e a utilizarem no processo de compra por meio de pesquisas, a preferência pela compra ainda se dá pelo canal tradicional de varejo. 106 GRÁFICO 13 Hábitos de compra dos respondentes, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por sexo. Fonte: pesquisa direta. GRÁFICO 14 Hábitos de compra dos respondentes, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por faixa etária. Fonte: Pesquisa direta. 107 GRÁFICO 15 Hábitos de compra dos respondentes, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por grau de instrução. Fonte: Pesquisa direta. Analisando o sexo dos respondentes (Gráfico 13), observa-se que 56% das mulheres optam por pesquisar no varejo tradicional e na internet, mas realizar as compras através do varejo tradicional. Para 48% dos homens, o hábito que prevalece é também o de pesquisar no varejo tradicional e na internet e comprar através da internet. Apenas 1% dos homens e 1% das mulheres pesquisam somente no varejo tradicional, mas compram pela internet. Conforme as faixas etárias dos respondentes (Gráfico 14), observa-se que a maioria dos respondentes, em torno de 50%, que compõem cada faixa apresenta o mesmo hábito, pesquisar no varejo tradicional e na internet, mas realizar as compras através do varejo tradicional. 50% dos jovens até 21 anos de idade, 40% dos jovens entre 22 e 39 anos e 33% das pessoas acima de 40 anos de idade têm o hábito de pesquisar no varejo tradicional e na internet e comprar pela internet De acordo com o grau de instrução dos respondentes (Gráfico 15), comprovase que pesquisar no varejo tradicional e na internet, mas realizar as compras através do varejo tradicional é o principal hábito de compra de 75% das pessoas que possuem até o ensino médio completo, de 47% das pessoas que possuem superior completo ou incompleto e de 51% das pessoas que possuem pós-graduação. 33% das pessoas que possuem pós-graduação pesquisam somente no varejo tradicional, mas compram pela internet, enquanto ninguém que possui até o superior completo, dentre os pesquisados, tem este hábito. Nenhuma das pessoas pesquisadas que 108 possuem até ensino médio completo costuma pesquisar somente na internet e comprar pela internet. De acordo com os hábitos de consumo pesquisados, o de pesquisar no varejo tradicional e na internet, mas comprar pelo varejo tradicional, foi o que apresentou maior preferência dentre os perfis demográficos pesquisados. O que representa que as mulheres, pessoas de todas as faixas etárias e os respondentes que possuem, no máximo, ensino médio completo, em sua maioria, detêm este hábito de consumo. 5.2 CATEGORIAS DE ELETROELETRÔNICOS TABELA 18 Ranking de categorias de eletroeletrônicos mais pesquisadas pelos respondentes. CATEGORIAS DE ELETROELETRÔNICOS VALOR RELATIVO Notebook 17% Telefone celular 15% Outros 13% Câmera fotográfica 13% Aparelho de TV 12% MP3 player 7% Aparelho de home theater 7% Aparelho de DVD 5% Aparelho de som 5% GPS 3% Calculadora 3% TOTAL 100% Fonte: Pesquisa direta. Dentre as categorias de produtos eletroeletrônicos listados na Tabela 17, os notebooks representam a categoria mais pesquisada pelos usuários de internet antes de realizarem suas compras, mesmo que estas não sejam efetivadas via web. A seguir, serão analisados, de forma geral, envolvendo toda a amostra, e de forma específica, focando de acordo com o sexo, faixa etária e grau de instrução, os itens propostos nos objetivos específicos desta pesquisa. 109 5.3 RELACIONAR OS MOTIVOS PELOS QUAIS OS CONSUMIDORES BUSCAM INFORMAÇÕES NO AMBIENTE VIRTUAL ANTES DE REALIZAR SUAS COMPRAS O objetivo deste item foi identificar quais motivos atraem os consumidores até a internet com o intuito de buscar informações que o auxiliem na sua compra, seja esta efetuada de forma online ou não. Os dados que compõem o resultado que auxiliará no entendimento do objetivo proposto foram obtidos por meio das respostas à questão 06 do questionário (Apêndice), em que para cada afirmativa foi atribuída nota, no intervalo de 01 a 05 pontos, em que 01 representava o fator de menos influência e 05 o de maior influência para o respondente. Os resultados estão registrados na Tabela 18 e Gráficos 16 a 18, de acordo com o percentual de respostas dado para cada nota. 110 5.3.1 Motivos que Levam à Busca na Internet TABELA 19 Motivos que levam a buscar informações na internet, considerando toda a amostra. NOTA Motivos que levam a buscar informações na internet (amostra total) Informações atualizadas sobre o mercado. Possibilidade de realizar uma pesquisa de preços mais abrangente. Possibilidade de contato com pessoas que já compraram o produto. Disponibilidade de informações mais técnicas sobre o produto. Possibilidade de conhecimento das conseqüências ambientais ocasionadas pelo consumo do produto. Fonte: Pesquisa direta. Média 5 41% 4 25% 3 21% 2 7% 1 6% 3,88 62% 24% 8% 6% 1% 4,40 15% 14% 26% 24% 21% 2,78 43% 29% 20% 7% 1% 4,03 9% 6% 27% 24% 35% 2,30 Segundo a Tabela 19, e de acordo com a escala da Tabela 13, a afirmativa “informações atualizadas sobre o mercado”; “possibilidade de realizar uma pesquisa de preços mais abrangente”; e “disponibilidade de informações mais técnicas sobre o produto” obtiveram maior percentual de usuários no intervalo das notas 4 e 5, influenciando muito ou bastante os respondentes da pesquisa. As afirmativas “possibilidade de contato com pessoas que já compraram o produto”; “possibilidade de conhecimento das conseqüências ambientais ocasionadas pelo consumo do produto” obtiveram um maior percentual de respondentes no intervalo das notas 1 e 2, o que pode ser traduzido como exercendo nenhuma ou pouca influência sobre a amostra pesquisada. Conforme a Tabela 19, a afirmativa “possibilidade de realizar uma pesquisa de preços mais abrangente” foi a que representou o principal motivo que faz com que os usuários busquem informações na rede antes de realizar as suas compras no ambiente virtual ou canal tradicional de varejo. Esta afirmativa foi determinada por 62% dos respondentes como a de maior influência para a questão. Em contrapartida, a afirmativa “possibilidade de conhecimento das conseqüências ambientais ocasionadas pelo consumo do produto” foi apresentada por apenas 9% dos respondentes como sendo a de maior influência para a questão e por 35% como a de menor influência, significando que essa variável pouco contribui para que as pessoas busquem informações na internet. 111 Com isso, a possibilidade de realizar uma pesquisa de preços mais abrangente, seguida da disponibilidade de encontrar informações técnicas sobre o produto e atualizadas sobre o mercado representam os principais motivos que levam os respondentes a buscar informações na internet. A possibilidade de contato com pessoas que já adquiriram o produto e o conhecimento das conseqüências ambientais da compra não motivam os usuários, em sua maioria, a entrar na internet para buscar informações. A maioria dos respondentes não é motivada a buscar a internet para saber quais serão as conseqüências da compra, e sim para realizar uma pesquisa de preços mais abrangente. GRÁFICO 16 Motivos que levam a buscar informações na internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes do sexo masculino e feminino. Fonte: Pesquisa direta. 112 GRÁFICO 17 Motivos que levam a buscar informações na internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por faixa etária. Fonte: Pesquisa direta. GRÁFICO 18 Motivos que levam a buscar informações na internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por grau de instrução. Fonte: Pesquisa direta. Analisando o sexo dos respondentes (Gráfico 16), observa-se que os homens são mais influenciados, e o principal motivo para que os respondentes de ambos os sexos busquem informações na web antes de realizar as suas compras é por acharem que a internet proporciona uma pesquisa de preços mais abrangente. Tanto para a maioria dos homens como das mulheres pesquisadas o conhecimento 113 das conseqüências ambientais decorrentes da compra não influenciam na busca das informações através da internet. Conforme as faixas etárias dos respondentes (Gráfico 17), tem-se que os mais jovens com idade até 21 anos são mais influenciados, e o principal motivo para que busquem informações na web antes de realizar as suas compras é por acharem que a internet proporciona uma pesquisa de preços mais abrangente. De acordo com o grau de instrução dos respondentes (Gráfico 18), comprovase que os usuários que apresentam menor nível de instrução, com, no máximo, ensino médio completo, são os mais influenciados, e o principal motivo para que busquem informações na web antes de realizar as suas compras é por acharem que a internet proporciona uma pesquisa de preços mais abrangente e por permitir a busca de informações atualizadas sobre o mercado. Para os demais usuários, que possuem até ensino superior completo, a possibilidade de pesquisa de preços mais abrangente é o principal motivo da busca de informações na internet. A média de pontuação da afirmativa “pesquisa de preços mais abrangente” manteve-se mais alta, comparando-a com as demais em questão, ao analisar o perfil demográfico dos respondentes da amostra, enquanto a afirmativa “conhecimento das conseqüências ambientais” permaneceu com a média mais baixa, o que representa que os homens, os jovens até 21 anos e os respondentes com grau de escolaridade a nível de ensino médio completo, em sua maioria, visam realizar uma pesquisa de preços mais abrangente do produto eletroeletrônico pretendido. 5.4 ANALISAR COMO A INTERNET FACILITA O PROCESSO DE COMPRA O objetivo deste item foi analisar como a internet facilita o processo de compra do usuário, podendo esta compra ser online ou não. Os dados que compõem o resultado que auxiliará no entendimento do objetivo proposto foram obtidos por meio das respostas à questão 07 do questionário (Apêndice), em que para cada afirmativa foi atribuída nota, no intervalo de 01 a 05 pontos, em que 01 representava o fator de menos influência e 05 o de maior influência para o respondente. 114 5.4.1 Vantagens ao Pesquisar na Internet Os resultados estão registrados na Tabela 19 e Gráficos 19 a 21, de acordo com o percentual de respostas dadas para cada nota. TABELA 20 Vantagens ao pesquisar na internet, considerando toda a amostra. NOTA Vantagens ao pesquisar na internet (amostra total) Média 5 4 3 2 1 Informações confiáveis 8% 35% 37% 15% 6% 3,23 Relevância das informações encontradas. 14% 38% 35% 11% 3% 3,49 Praticidade na busca das informações. 65% 23% 9% 2% 0% 4,50 Rapidez na busca de informações. 69% 26% 4% 0% 1% 4,61 Por encontrar conteúdo atualizado. 40% 38% 17% 4% 2% 4,09 Fonte: Pesquisa direta De acordo com a Tabela 20 e segundo a escala da Tabela 13, as afirmativas “relevância das informações encontradas”; “praticidade na busca das informações”; “rapidez na busca de informações”; e por encontrar conteúdo atualizado obtiveram maior percentual de usuários no intervalo das notas 4 e 5 influenciando muito ou bastante os respondentes da pesquisa. A afirmativa “informações confiáveis” obteve um maior percentual de respondentes que optaram em dar nota 3 para essa afirmativa, sinalizando que esta exerce influência moderada na amostra pesquisada. Conforme a Tabela 20, a afirmativa “rapidez na busca de informações” foi a que representou a principal vantagem que faz com que os usuários enxerguem a rede como ferramenta que facilita as suas compras no ambiente virtual ou canal tradicional de varejo. Esta afirmativa foi determinada por 69% dos respondentes como a de maior influência. Em contrapartida, a afirmativa “informações confiáveis” foi apresentada por 8% dos respondentes como sendo a de maior influência para a questão, e apenas por 6% como a de menor influência, significando que esta 115 variável contribui também, embora em menor proporção, para que as pessoas percebam a internet como vantagem antes de realizar suas compras. Com isso, as principais vantagens percebidas pelos usuários de internet e que os levam a pesquisar na rede são por proporcionar rapidez na busca de informações e pela praticidade desta, por fornecer conteúdo atualizado. Não são percebidos como vantagens, pela maioria dos pesquisados, a confiabilidade das informações encontradas e a relevância destas para o processo de compra. Apesar de não confiar inteiramente nas informações encontradas, a maioria dos respondentes procura a internet em busca de rapidez e praticidade nas pesquisas. GRÁFICO 19 Vantagens ao pesquisar na internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes do sexo masculino e feminino. Fonte: Pesquisa direta. 116 GRÁFICO 20 Vantagens ao pesquisar na internet, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por faixa etária. Fonte: pesquisa direta. GRÁFICO 21 Vantagens ao pesquisar na internet considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por grau de instrução. Fonte: pesquisa direta. Analisando o sexo dos respondentes (Gráfico 19), observa-se que os homens são mais influenciados, e a afirmativa que representa a principal vantagem que facilita o processo de compra para ambos os sexos é por acharem que a internet proporciona rapidez na busca de informações. Para ambos os sexos, a confiabilidade das informações não influencia muito no processo de compra. 117 Conforme as faixas etárias dos respondentes (Gráfico 20), tem-se que os mais jovens com idade até 21 anos são mais influenciados e a afirmativa que representa a principal vantagem que facilita o processo de compra é por acharem que a internet proporciona rapidez na busca de informações. A vantagem menos expressivas para os jovens até 21 anos de idade é a relevância das informações encontradas e para as pessoas pesquisadas acima de 22 anos é a confiabilidade das informações disponíveis. De acordo com o grau de instrução dos respondentes (Gráfico 21), comprovase que os usuários que apresentam maior nível de instrução, pós-graduação, são os mais influenciados e a afirmativa que representa a principal vantagem que facilita o processo de compra para todos os graus de instrução dos pesquisados é por acharem que a internet proporciona rapidez na busca de informações. Para os pesquisados com grau de instrução a nível de ensino médio completo, a relevância das informações encontradas representa a vantagem menos expressiva, ao comparar todas elas, e para as pessoas com no mínimo superior incompleto, a confiabilidade das informações disponíveis é a que menos é percebida como vantagem. A média de pontuação da afirmativa “rapidez na busca de informações” manteve-se mais alta, comparando-a com as demais em questão, ao analisar o perfil demográfico dos respondentes da amostra, enquanto a afirmativa “informações confiáveis” permaneceu com a média mais baixa, o que representa que os homens, os jovens até 21 anos de idade e os respondentes com pós-graduação, em sua maioria, percebem que a internet oferece uma grande vantagem por permitir uma pesquisa de preços mais rápida do produto eletroeletrônico pretendido para compra. 5.5 ANALISAR SE AS REDES DE RELACIONAMENTO VIRTUAL INFLUENCIAM NA DECISÃO DE COMPRA DO USUÁRIO DE INTERNET O objetivo deste item foi analisar se as redes de relacionamento virtuais nas quais o usuário está inserido influenciam ou não na decisão de compra, podendo esta compra ser online ou não. 118 Os dados que compõem o resultado que auxiliará no entendimento do objetivo proposto foram obtidos por meio das respostas à questão 10 do questionário (Apêndice), em que para cada afirmativa foi atribuída nota, no intervalo de 01 a 05 pontos, em que 01 representava o fator de menos influência e 05 o de maior influência para o respondente. 5.5.1 Redes de Relacionamento Os resultados estão registrados na Tabela 20 e Gráficos 22 a 24, de acordo com o percentual de respostas dadas para cada nota. TABELA 21 Motivos que levam os usuários de internet a procurar as redes de relacionamento virtuais antes da compra. Motivos que levam às redes de relacionamento virtuais (amostra total) NOTA Média 5 4 3 2 1 Despertam para a necessidade de adquirir alguma novidade. 8% 8% 17% 25% 42% 2,14 Por encontrar informações confiáveis que auxiliarão na compra do produto procurado. 10% 14% 27% 24% 26% 2,57 Por encontrar alternativas de produtos para comparação. 20% 19% 25% 14% 22% 2,99 Auxiliam na decisão de compra (o que, onde e como comprar). 16% 21% 25% 12% 25% 2,90 Para se sentir parte do grupo e consumir o que os outros também estão consumindo. 6% 5% 11% 11% 67% 1,71 Fonte: Pesquisa direta De acordo com a Tabela 21 e segundo a escala da Tabela 13, as afirmativas “por encontrar alternativas de produtos para comparação”; e “auxiliam na decisão de compra (o que, onde e como comprar)” obtiveram maior percentual de usuários no intervalo das notas 4 e 5, influenciando muito ou bastante os respondentes da pesquisa. As afirmativas “despertam para a necessidade de adquirir alguma novidade”; “por encontrar informações confiáveis que auxiliarão na compra do produto procurado”; e “para se sentir parte do grupo e consumir o que os outros também estão consumindo” obtiveram um maior percentual de respondentes no 119 intervalo das notas 1 e 2, o que pode ser traduzido como exercendo nenhuma ou pouca influência sobre a amostra pesquisada. Conforme a Tabela 21, a afirmativa “por encontrar alternativas de produtos para comparação” foi a que representou o principal motivo que faz com que os usuários utilizem as redes de relacionamentos virtuais como ferramenta para facilitar as suas compras no ambiente virtual ou canal tradicional de varejo. Essa afirmativa foi determinada por apenas 20% dos respondentes como a de maior influência. Em geral, analisando todas as afirmativas, que tiveram média inferior a 3, observa-se que as pessoas pesquisadas, em geral, não percebem as redes de relacionamento virtuais como vantagem antes de realizar suas compras. As redes de relacionamentos virtuais não seduzem os usuários da amostra (todas as afirmativas apresentaram média inferior a 3). Estes, quando as procuram, o fazem com o intuito de encontrar produtos para comparação. GRÁFICO 22 Motivos que levam os usuários de internet a procurar as redes de relacionamento virtuais, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes do sexo masculino e feminino. Fonte: Pesquisa direta 120 GRÁFICO 23 Motivos que levam os usuários de internet a procurar as redes de relacionamento virtuais, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por faixa etária. Fonte: Pesquisa direta. GRÁFICO 24 Motivos que levam os usuários de internet a procurar as redes de relacionamento virtuais, considerando as médias de cada afirmativa comparando os respondentes por grau de instrução. Fonte: Pesquisa direta Analisando o sexo dos respondentes (Gráfico 22), observa-se que os homens são mais influenciados, e a afirmativa que representa o principal motivo que levam os respondentes de ambos os sexos a buscar as redes de relacionamento virtuais antes de realizar suas compras é por perceberem que estas oferecem alternativas de produtos para comparação. A afirmativa que menos atrai os respondentes de 121 ambos os sexos para as redes de relacionamento virtuais é para se sentirem parte do grupo. Conforme as faixas etárias dos respondentes (Gráfico 23), tem-se que os mais jovens com idade até 21 anos são mais influenciados e a afirmativa que representa o principal motivo que os levam a buscar as redes de relacionamentos virtuais é por estas despertarem para a necessidade de adquirir alguma novidade. Os demais respondentes são mais motivados a buscar as redes de relacionamento virtuais antes de realizar suas compras por perceberem que estas oferecem alternativas de produtos para comparação. De acordo com o grau de instrução dos respondentes (Gráfico 24), comprovase que os usuários que apresentam menor nível de instrução, ensino médio completo, são os mais influenciados e a afirmativa que representa o principal motivo que os levam os respondentes de todos os graus de instrução pesquisados a buscar as redes de relacionamento virtuais antes de realizar suas compras é também por perceberem que estas oferecem alternativas de produtos para comparação. O motivo que menos desperta interesse pelas redes de relacionamento por parte de todos os respondentes da amostra é por sentir-se parte do grupo. A média de pontuação da afirmativa “por encontrar alternativas de produto para comparação” manteve-se mais alta, comparando se com as demais em questão, ao analisar o perfil demográfico dos respondentes da amostra, enquanto a afirmativa “para se sentir parte do grupo” e “consumir o que os outros estão consumindo” permaneceu com a média mais baixa, o que representa que os homens, os jovens até 21 anos de idade e os respondentes com grau de instrução a nível de ensino médio completo, em sua maioria, buscam as redes de relacionamento com o propósito de encontrar outras alternativas de comparação de produtos eletroeletrônicos para compra. No capítulo seguinte serão apresentadas as conclusões, de acordo com os objetivos propostos, com base na pesquisa teórica e analise os resultados obtidos com a pesquisa de campo. 122 6 CONCLUSÃO Mesmo considerando a ascensão da internet no Brasil na última década e o despertar da população para os benefícios comerciais que ela oferece como mais uma opção de pesquisa e canal de compras, ainda é necessária uma dose de precauções por parte das empresas que pretendem analisar o perfil dos usuários que pesquisam na internet, mesmo quando não efetivam a compra através deste canal. É preciso avaliar todas as variáveis virtuais e reais envolvidas no processo de compra e o perfil dos usuários foco da pesquisa. O principal interesse deste capítulo é proceder à síntese das considerações finais decorrentes deste estudo com base nos aspectos que foram amplamente abordados nos capítulos anteriores e expor as conclusões em cima dos resultados obtidos com a pesquisa enviada aos usuários de internet. O intercâmbio dos conhecimentos ora pesquisados ganha papel de destaque, uma vez que o objetivo principal da pesquisa e as respostas dos questionamentos foram alcançados. O estudo ora apresentado propôs, como objetivo geral, analisar a influência exercida pelo ambiente virtual sobre o processo de compra de um produto eletroeletrônico, integrando as variáveis virtuais às teorias comportamentais do consumidor. De acordo com o resultado da pesquisa, o objetivo direto pode ser analisado confrontando os resultados obtidos por meio da pesquisa direta com a teoria abordada no presente estudo. Com isso, tem-se que a influência exercida pelo ambiente virtual no processo de compra de um produto eletroeletrônico pode atuar diretamente na decisão de compra do internauta, mesmo que ele não a realize através da rede. A internet oferece a possibilidade de pesquisar novas tendências de consumo e futuros lançamentos, e proporciona a facilidade e velocidade de comparação dos atributos de cada alternativa, o que pode impactar diretamente na decisão de compra do produto vislumbrado pelo usuário. O hábito de consumo mais comum dos usuários de internet pesquisados na amostra, em sua maioria composta por jovens homens de 22 a 39 anos, que possuem pós-graduação e que ficam conectados à rede entre 05 e 15 horas por 123 semana, também vem a provar que o ambiente virtual impacta diretamente na decisão de compra. Ao analisar este quesito, observa-se que 50% dos pesquisados costumam pesquisar no varejo tradicional e na internet para completar o seu processo de compra, avaliando as alternativas, minimizando os riscos envolvidos e optando pela compra através do canal tradicional de varejo. A pesquisa ora apresentada também propôs os seguintes objetivos específicos: relacionar os motivos pelos quais os consumidores buscam informações no ambiente virtual antes de realizar suas compras, analisar como a internet facilita o processo de compra e analisar se as redes de relacionamento virtual influenciam na decisão de compra do usuário de internet. Os resultados da pesquisa comprovaram que os usuários procuram a internet por encontrar informações atualizadas sobre o mercado, preços e informações técnicas sobre o produto eletroeletrônico que pretendem adquirir. O processo de compra pode ser facilitado devido à praticidade e rapidez na busca das informações que formam o conceito da escolha que irá satisfazer a necessidade em questão. Para finalizar o processo de compra, alguns usuários recorrem às redes de relacionamentos virtuais, por confiar nas informações disponibilizadas, com o propósito de auxiliá-lo na compra que, em geral, é fechada através do canal tradicional de varejo. Com base nos objetivos específicos desta pesquisa, foram formuladas três hipóteses cuja negação ou validação objetivava orientar e planejar um roteiro de pesquisa, tomando como base o questionário que foi respondido pela amostra pesquisada. Essas hipóteses serão comentadas a seguir. A primeira hipótese da pesquisa afirmou que os usuários buscam a internet devido à facilidade de encontrar informações atualizadas que o auxiliarão na compra e pelo fato da rede permitir que o usuário pesquise preços e compare opiniões de clientes que já adquiriram o produto. De acordo com o resultado da pesquisa, essa hipótese foi comprovada. Dessa forma, os usuários de internet da amostra pesquisada, antes de realizar a compra de um produto eletroeletrônico através do canal tradicional de varejo ou via web, recorrem à rede em busca de informações atualizadas, comparando os preços das alternativas encontradas e as opiniões das pessoas que já compraram o mesmo produto procurado (Tabelas 14, 15, 17 e 19 do Capítulo Análise dos Resultados). 124 A segunda hipótese expressou que a internet facilita o processo de compra pelo fato de possibilitar ao usuário um rápido acesso à informação sendo útil na redução dos riscos envolvidos na compra. Conforme o resultado da pesquisa, esta hipótese foi comprovada porque, para os usuários pesquisados, a internet proporciona uma menor perda de tempo ao pesquisar sobre o produto eletroeletrônico procurado e suas informações técnicas, sobre as opções envolvidas no processo de compra, e reduzem a percepção de risco ao optar por determinado produto (Tabelas 14, 16, 18, 19 e 20 do Capítulo Análise dos Resultados). A última hipótese anuncia que as redes de relacionamento virtuais exercem influência na decisão de compra através da internet. Para a amostra pesquisada, esta hipótese se confirmou, apesar das redes de relacionamentos virtuais exercerem influência moderada sobre o processo de decisão de compra de um produto eletroeletrônico. (Tabela 21 do Capítulo Análise dos Resultados). Por fim, respondendo à indagação básica desta dissertação, pode-se afirmar claramente que o ambiente virtual exerce influências sobre a decisão de compra de um produto eletroeletrônico do usuário de internet, mesmo que esta compra não seja efetivada através da rede, pois o desperta para compra de outros produtos, informa sobre tendências e lançamentos, oferece várias opções e possibilidade de comparação dos preços e atributos das alternativas disponíveis, o mantendo informado quanto a aspectos técnicos e opiniões de pessoas que já compraram o produto pesquisado, tudo isso sem que o usuário saia da frente do seu computador, poupando-lhe tempo e recursos financeiros. 125 LIMITAÇÕES Devido à quantidade e à complexidade das variáveis influenciadoras na decisão de compra online pelos usuários de internet e ao grau de dificuldade e falta de recursos para mapeá-las e controlá-las, pode-se apresentar a seguinte lista de limitações que surgiram no decorrer deste trabalho: • Por se tratar de uma amostra não probabilística, não há como saber se as respostas do plano amostral são realmente representativas em relação à população; • Questionário auto-preenchido sem a presença do pesquisador, o que poderia gerar dúvidas, fazendo com que os respondentes pudessem apresentar uma visão distorcida da sua própria realidade; • Complexidade para se trabalhar com varáveis comportamentais em um curto espaço de tempo; • Certa dificuldade para quebrar as resistências apresentadas pelos usuários no que tange a abrir o arquivo e iniciar a resolução do questionário; • Dificuldade para divulgar a pesquisa e ampliar o espaço amostral. 126 SUGESTÃO PARA PESQUISAS FUTURAS Devido ao grande número de variáveis presentes no ambiente que influenciam o usuário de internet e a complexidade de explorá-las com o objetivo de entender o comportamento do consumidor, segue abaixo sugestões para pesquisas na área: • Repetir a pesquisa a fim de comparar os resultados pesquisados; • Intensificar os estudos com o intuito de identificar outras variáveis presentes no ambiente virtual influenciadoras na decisão de compra; • Comparar o comportamento do consumidor de cada região do Brasil e que utiliza a internet para completar o processo de compra; • Comparar o comportamento do consumidor e que não utiliza a internet versus os que utilizam a internet para completar o processo de compra. 127 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, Nelsio Rodrigues; BALDANZA, Renata Francisco. Comunidades Virtuais como Ambiente Potencializador de Estratégias Mercadológicas: Locus de Informações e Troca de Experiências Vivenciadas. In: Encontro da ANPAD, 31. 2007, Rio de Janeiro. AGUIAR, Pedro. O que são tabelas de Distribuição de Frequência? Eurotrials, 2006. Disponível em: <http://www.eurotrials.com/contents/files/Gauss_7.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2009. ALBERTIN, Alberto Luiz. Comércio Eletrônico: Modelo, Aspectos e Contribuições de Sua Aplicação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. ALMEIDA, Stefânia Ordovás; NIQUE, Walter Meucci. Encantamento do Cliente: Compreendendo o Conceito e Validando o Constructo. In: Encontro da ANPAD, 27. 2004, Curitiba. AMARU, A. C. Maximiano. Introdução a Administração. 7. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007. ANDERSON, David R.; SWEENEY, Dennis J.; II WILLIAMS, Thomas A. Estatística Aplicada à Administração e Economia. 2. ed. São Paulo: Pioneira Thomson, 2003. ARRUDA, Danielle M. de Oliveira; MIRANDA, Cláudia M. Carvalho, E-Commerce: Características Demográficas do e-Concumidor Nordestino e Principais Variáveis Comportamentais Determinantes de Compra. Revista Econômica do Nordeste. Fortaleza, v. 35, n. 2, abr./jun. 2004. ASSUMPÇÃO, Gustavo L. de Mello. Comércio Eletrônico. Revista jurídica da Universidade de Cuiabá, Cuiabá, v.8, n.2, p. 131-146, jul./dez. 2006. APRESENTAÇÃO para o Senado Federal Comissão De Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática: Audiência Pública sobre Conteúdo Audiovisual em Tempos de Convergência Tecnologia 23/Agosto/2007. ABRANET. 2008. Disponível em: <https://www.senado.gov.br/web/comissoes/cct/ap/AP20070823_ABRANET_Eduard oParajo.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2009. 128 BEULKE, Rolando; MATTUELLA, Juvir Luiz. O Preço e o Valor Percebido: Uma Abordagem Mercadológica. REDES, Santa Cruz do Sul, v. 12, n. 2, p. 73-91, mai./ago. 2007. BIGGS, Asa; BURKE, Peter. Uma História Social da Mídia: de Gutemberg à Internet. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2006. BOAS, Luiz Henrique de B. Vilas; SETTE, Ricardo de Souza; ABREU, Nelsio Rodrigues. Teoria e Pesquisa em Marketing: A Contribuição da Antropologia para o Estudo do Comportamento do Consumidor. In: Encontro da ANPAD, 27. 2004, Curitiba. BORGES, Júlio Daio. Economia Paralela? A Internet, Como Se Sabe, Vive de Fenômenos. No Momento, o Que Está em Evidência é o Jogo Second Life. GV Executivo: Estratégia e Gestão, São Paulo, v. 6, n. 5, p. 51-54, set./out. 2007. BORGES, Júlio Daio. Telefone-se. Um dos Fenômenos mais Surpreendentes da Internet foi Provavelmente a Proliferação de Comunidades Virtuais, Baseadas na Troca de Informações entre Membros de Diferentes e Extensas Redes. GV Executivo: Estratégia e Gestão, São Paulo, v. 6, n. 4, p. 49-52, jul./ago. 2007. BRASIL. Presidência da República. Lei nº 8.078 da Casa Civil, Código de Defesa do Consumidor, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 12 set. 1990. BRASIL tem mais de 180 milhões de habitantes. IBGE. 2004. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2 07>. Acesso em: 15 mai. 2009. BRASIL, Vinícius Sittoni. Experiência de Consumo: Aspectos Conceituais, Abordagens Metodológicas e Agenda de Pesquisa. In: Encontro ANPAD, 31. 2007, Rio de Janeiro. BRANDALIZE, Adalberto. et al. E-commerce: realidade e perspectivas. Revista terra e cultura: cadernos de ensino e pesquisa, Londrina, ano 2002, v 18, n. 34, p. 139153, jan./jun. 2002. CANESSO, Natacha Stefanini. O Consumidor Ator: Uma Análise Publicitária do Perfil do Internauta. In: Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Intercom, 29. 2006, Brasília. 129 CARDOZO, André. É Hora de Entrar no Second Life? Mundo Digital Vira Febre Entre as Grandes Empresas. Info Exame, São Paulo, n. 254, p. 78-70, mai. 2007. CARDOZO, Missila Lourdes. Comportamento e Compra por Impulso na Internet. In: Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Intercom, 27. 2004, Porto Alegre. CARRAMENHA, Paulo. “E o Consumidor, O Que Pensa?” Revista da ESPM, São Paulo, n. 3, p. 24-27, mai./ jun. 2007. CASTELLS, Manuel. A Galáxia Internet: Reflexões Sobre Internet, Negócios e Sociedade. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004. CEBRIAN, Juan Luís. A Rede: Como Nossas Vidas Serão Transformadas Pelos Novos Meios de Comunicação. São Paulo: Summus, 1998. CITO, Marco. O Golpe dos Domínios .Br. Com. Infonauta. 2008. Disponível em: <http://www.infonauta.com.br/index.php/2008/06/10/o-golpe-dos-dominios-brcom/>. Acesso em: 24 jun. 2008. CLASSE C Compra a Prazo na Internet. E-Bit Empresa. Disponível em: <http://www.ebitempresa.com.br/clip.asp?cod_noticia=529&pi=1>. Acesso em: 25 jun. 2008. CONVERGÊNCIA Digital, Chegou a Hora do “M” e do “T” do Comércio Eletrônico. Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico. Disponível em: <http://www.camarae.net/interna.asp?tipo=1&valor=4514>. Acesso em 25 ago. 2008. COPACINO, William; DIK, Roger. Portfólio de Portais Eletrônicos. Existem três tipos de Mercados no Comércio Eletrônico entre Empresas (B2B). É Preciso Saber Utilizálos Conforme as Necessidades do Negócio. HSM Management, Barueri, v.6, n. 34, p. 54-58, set./out. 2002. CORDEIRO, Adriana Tenório; SILVEIRA, Lorena Campos; BENEVIDES, Valquiria M. Falcão. Decisão de Compra na Internet e Percepção de Risco: Uma Investigação Empírica Sobre os Riscos Percebidos pelos Consumidores e Seus Atenuantes. In: Encontro da ANPAD, 28. 2004, Curitiba. 130 COSTA, Andréa Corradini Rego; FARIAS, Salomão Alencar. Emoções e Satisfação em Compras On-line: o “Ser” é Humano em Ambientes Intermediados por Computadores? In: Encontro da ANPAD, 27. 2004, Curitiba. COSTA, Ana M. Nicolaci. Na Malha da Rede: Os Impactos Íntimos da Rede. Rio de Janeiro: Campus, 1998. CRISTIANO, Altemar Carlos. Aspectos que Interferem no Crescimento do Comércio Eletrônico: Aplicação Empresa-Consumidor (Business to Customer – B2C). Caderno de Administração, Maringá, v.13, n. 2, p. 99-119, jul./dez. 2005. CURI, Walter Romano; DIAS, Alexandre Teixeira; GONÇALVES FILHO, Cid. A Percepção dos Clientes Quanto à Qualidade dos Sites na Internet: Aplicação e Validação do Modelo WebQual. In: Encontro da ANPAD, 30. 2006, Salvador. DE CHIARA, Márcia. Com 86 milhões de Pessoas, Classe C já é Maioria da População Brasileira. Blog do Favre. Disponível em: <http://blogdofavre.ig.com.br/tag/observador-brasil-2008/>. Acesso em 05 jul. 2008. DOMENEGHETTI, Daniel. As Comunidades Virtuais: Orkut, Linked-in, Blogs. iMasters. 2006. Disponível em: <http://imasters.uol.com.br/artigo/4329/mercado/as_comunidades_virtuais_orkut_link ed-in_blogs/>. Acesso em: 25 jun. 2008. DOMINGUEZ, Sigfried Vasques. O Valor Percebido como Elemento Estratégico para Obter a Lealdade dos Clientes. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v. 07, n. 4, out./dez. 2000. DONEGÁ, Ricardo Angelotti. Atitudes em Relação a Sites de Leilão Online: Um Estudo Exploratório Com Internautas Brasileiros. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, 2004, p. 146. ENGEL, James F.; BLACKWEL, Roger D.; MINIARD, Paul E. Consumer Behavior. Fort Worth: The Dryden, 1995. EXISTE uma Web 1.0? How Stuff Works. Disponível <www.informatica.hsw.uol.com.br/web-10.htm>. Acesso em: 16 jun. 2008. em: FACHIN, Odilia. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Editora Saraiva, 2003. 131 FARIAS, Salomão Alencar. Atmosfera de Loja On-Line: O Impacto do Ambiente Virtual na Satisfação do Consumidor e na Atitude para com a Compra. Revista de Administração, São Paulo, v. 42, n. 1, p. 31-41, jan./mar. 2007. FARIAS, Salomão Alencar. Fluxo (Flow) e E-Satisfação na Experiência de Compra On-line. In: Encontro da ANPAD, 29. 2005, Rio de Janeiro. FERREIRA, Luiz Gonzaga Rebouças. Redação Científica: Como Escrever Artigos, Monografias, Disertações e Teses. 4 ed. Fortaleza: Editora UFC, 2004. FERNANDES, Francisco; LUFT, Celso Pedro; GUIMARÃES, F. Marques. Dicionário Brasileiro Globo. 31. ed. São Paulo: Globo, 1993. FERREIRA, Luiz Gonzaga Rebouças. Redação Científica: Como Escrever Artigos, Monografias, Disertações e Teses. 4. ed. Fortaleza: Editora UFC, 2004. FERREIRA, S. B. Leal. Visão Geral do e-Business. Unirotec. 2007. Disponível em: <http://www.uniriotec.br/~simone/NegociosEletronicos/Apresenta%E7%F5es/2_Novo _Negocio_eletonico.pdf>. Acesso em: 02 set. 2008. GATTO, Rafael Fortes. Capital Social e Redes Sociais. In: Encontro da ANPAD, 31. 2007, Rio de Janeiro. GIAMBIAGI, Fábio. Economia Brasileira Contemporânea. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. GIGLIO, Ernesto M. O Comportamento do Consumidor. São Paulo: Pioneira Thomson Learn, 2004. GIARDELLI, Gil. WWW VS WWD! A Web 3.0, O Cérebro Digital. O Encontro de Dois Mundos. 2008. Disponível em: <http://www.oencontrode2mundos.com.br/blog/tag/web-20/>. Acesso em: 30 jun. 2008. GONÇALVES FILHO, Cid; CARDOSO, Mário Sérgio. Comércio Eletrônico: Uma Revisão Conceitual. Pretexto, Belo Horizonte, v. 2, n. 4, p. 21-26, dez. 2001. 132 GREMAUD, Amaury Patrick; VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval; TONETO JÚNIOR, Rudinei. Economia Brasileira Contemporânea. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. GUROVITZ, Hélio. O Cibercomunismo. O Crescimento Acelerado das Comunidades Virtuais Evidência o Advento de um Novo Tipo de Organização Econômica – Muitas Vezes mais Efeciente que Mercado e Empresa. Exame, São Paulo, v. 37. n. 6, p. 76-78, mar. 2003. IBGE. Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios 2005. Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/acessoainternet/internet.pdf>. Acesso em 30 ago. 2008. IBGE Contou 32,1 milhões de usuários de Internet no País. IBGE. 2007. Disponível em: <http://www.ibge.com.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia= 846&id_pagina=1>. Acesso em: 27 jun. 2008. INTERNAUTA Brasileiro é Alvo de Pesquisas IBOPE/NetRatings. Sete Pontos. Disponível em: <http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/16/ibope.htm>. Acesso em 25 jun. 2008. INTERNAUTA Brasileiro é Jovem e Minoria entre a População. Tecnologia Terra. 2007. Disponível em: <http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI1504112EI4802,00.html>. Acesso em 22 jun. 2008. INTERNAUTA Brasileiro Tem Renda 6 Vezes Maior ao Que Não Acessa Web. Sem Brasil. Disponível em: <http://www.sembrasil.com.br/noticias/internauta-brasileirotem-renda-6-vezes-superior-ao-que-nao-acessa-a-web.html>. Acesso em: 28 jun. 2008. JAMIL, George Leal. A procura da Comunidade Virtual. Pretexto, Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 57-62, ago. 2001. JONISHI, Acácio Eiti; MIRANDA, Maria Bernadete. Comércio Eletrônico. Revista de Direito: Unisa, Santo Amaro, v. 2, p. 251-284, 2001. KISHEL, Gregory; KISHEL, Patricia. Marketing de Rede de Vendas. São Paulo. Makron Books, 1994. 133 KOTLER, Philip. Administração de Marketing: A Edição do Novo Milênio. São Paulo: Prentice Hall, 2000. LEVIN, Jack. Estatística Aplicada às Ciências Humanas. 2. ed. São Paulo: Editora Harbra Ltda, 1987. LIMA, Alberto Cerqueira. O Consumidor do Novo Milênio: “Envolve-me ou te Esqueço”. Revista Marketing – Opinião, São Paulo, n. 427, p. 28-29, ago. 2008. LOPES, Glauco dos Santos. Ambientes Virtuais de Ensino – Aspectos Estruturais e Tecnológicos. Dissertação de mestrado. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2001, p.158. LUCIAN, Rafael. Et al. Razão, Emoção e Confusão na Sobrecarga de Informações: Um Estudo no Comércio de Varejo. In: SEMEAD, 11. 2008, São Paulo. MAGALHÃES, Alexandre. Classe C faz Internet Bater Récord no Brasil. Convergência Digital. 2008. Disponível em: <http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=13544&si d=4>. Acesso em: 30 ago. 2008. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: Uma Orientação Aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MARI JÚNIOR, Sérgio. Internet e o Seu Papel Midiático: As Características SócioCulturais que Levaram a Internet a se Tornar um Ambiente Midiático. Revista Midiálogos, Londrina, v.1, n. 1, p. 3-12, out. 2007. MARI JÚNIOR, Sérgio. Não Há Espaço Para o Saudosismo Desapegue. UOL. 2007. Disponível em: <http://webinsider.uol.com.br/index.php/2007/10/26/na-webnao-ha-espaco-para-o-saudosismo-desapegue/>. Acesso em: 25 jun. 2008. MARTINS JÚNIOR, José. Classificação de páginas na Internet. Dissertação de mestrado. São Paulo: Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação Universidade de São Paulo, 2003, p. 89. MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing: Metodologia, Planejamento, Execução e Análise. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 134 MCKENNA, Régis. Marketing de Relacionamento: Estratégias Bem Sucedidas para a Era do Cliente. Rio de Janeiro: Campus, 1999. MCKEOWN, M. E-Customer: Os clientes estão mais rápidos e mais espertos. Capture-os. São Paulo: Makron Books, 2001. MIRANDA, Cláudia M. Carvalho. E-Commerce: Variáveis Comportamentais Determinantes de Compra no Varejo Virtual. Dissertação de Mestrado. Fortaleza: Universidade de Fortaleza, 2001, p.175. MODAHL, Mary. Agora ou Nunca: Como Ganhar a Guerra pelos Consumidores na Internet. Rio de janeiro: Campus, 2000. MOREIRA, Daniel Augusto. O Método Fenomenológico na Pesquisa. São Paulo, Pioneira Thomson, 2002. MOTTA, Fernando C. Prestes. Teoria Geral da Administração: Uma Introdução. São Paulo. Pioneira, 1985. NOVO perfil do internauta brasileiro. E-Bit Empresa. Disponível em: <http://www.ebitempresa.com.br/sala_imprensa/bitnoticias/html/index3.htm>. Acesso em: 30 jun. 2009. NÚMERO de Internautas Brasileiros Chega a Quase 24 Milhões. WWW em Foco. 2008. Disponível em: <http://wwwemfoco.wordpress.com/>. Acesso em 30 set. 2008. NÚMERO de Internautas residenciais chega a Quase 24 Milhões. TI Inside Online. Disponível em <http://www.tiinside.com.br/News.aspx?ID=92519&C=265>. Acesso em 30 set. 2008. OLIVEIRA, Luiz Cláudio Barbosa; JOIA, Luiz Antônio. Uma Proposta de Modelo para Avaliação de Websites de Comércio Eletrônico: Aplicação ao Varejo Virtual de CDs. In: Encontro da ANPAD, 27. 2004, Curitiba. O PERFIL do Novo Internauta Brasileiro. Revista Digital Canal Web. 2008. Disponível em: <http://www.acessa.com/arquivo/galera/web-dicas/1998/10/20Pesquisa_Cade_Ibope/>. Acesso em: 22 jun. 2008. 135 NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria. Na Malha da Rede: Os Impactos Íntimos da Internet. Rio de Janeiro: Campus, 1998. PEPPERS, Don; ROGERS, Martha. O Dilema da Mídia Colaborativa. Por que Redes Sociais e Sites como Orkut, You Tube e Myspace representam ao Mesmo Tempo uma Oportunidade e um Perigo para as Empresas? Época: Negócios, Rio de Janeiro, n. 4, p. 140-141, jun. 2007. PREÇOS na Web Registram Nova Deflação. Info Plantão. 2008. Disponível em: <http://info.abril.uol.com.br/aberto/infonews/092008/11092008-35.shl>. Acesso em: 20 dez. 2008. PRESCOTT, Roberta. Imersa em Tecnologia, a geração Y desafia a TI. It Web. 2008. Disponível em: <http://www.itweb.com.br/noticias/index.asp?cod=49283>. Acesso em: 15 ago. 2008. PREVIDI, Mariele. Orkut...Comunidade? O Orkut Está na Moda e Sucita Novas Perguntas a Respeito dos Relacionamentos e da Comunicação Virtuais. Especialistas e Internautas Falam Sobre o Assunto. Cidade Nova, Vargem Grande Paulista, v. 47, n. 7, p. 36-38, jul. 2005. PUBLICIDADE Online Cresce Apesar de Queda no Faturamento geral do Mercado. Infonauta. Disponível em: <http://www.infonauta.com.br/index.php/tag/inter-meios/>. Acesso em: 25 jun. 2008. QUAL é o Número de Internautas no Brasil. Jornal Livre. 2008. Disponível em: <http://www.jornallivre.com.br/66135/numero-de-internautas-no-brasil-ultrapassa-40milhoes.html>. Acesso em: 25 jun. 2008. QUASE 100% das empresas utilizam internet no país, revela estudo. Construtiva. 2008. Disponível em: <http://www.construtiva.com.br/portal/artigosnoticias/user_exibir.asp?ID=635105>. Acesso em: 20 dez. 2008. RECUERO, Raquel da Cunha. Um Estudo do Capital Social Gerado a Partir de Redes Sociais no Orkut e nos Weblogs. Revista Famecos: Mídia, Cultura e Tecnologia, Porto Alegre, n. 28, p. 88-106, dez. 2005. RÉGIS, Helder Pontes; DIAS, Sônia. M. R. Calado; BASTOS, Antônio V.Bittencourt. Articulando Cognição, Rede e Capital Social: Um Estudo Entre Empresários Participantes de Incubadoras de Empresas. In: ENANPAD, 30. 2006, Salvador. 136 RICHERS, Raimar. Marketing: Uma Visão Brasileira. 8. ed. São Paulo: Editora Elsevier, 2000. ROCHA, Everardo; BARROS, Carla F. Dimensões Culturais do marketing: Teoria Antropológica, Estudos Etnográficos e Comportamento do Consumidor. In: Encontro da ANPAD, 28. 2004, Curitiba. ROCHA, Júlio C. Mendes. Marketing de Relacionamento nos Sites de Comércio Eletrônico. Dissertação de Mestrado. Fortaleza: Universidade de Fortaleza, 2001, p.158. RODRIGO, Pedro. B2B, B2C, B2G: Entendendo a Sopa de Letras. iMaster. 2005. Disponível em: <http://imasters.uol.com.br/artigo/3371/ecommerce/b2b_b2c_b2g_entendendo_a_so pa_de_letras/>. Acesso em 02 set. 2008. ROLIM, Gerson. Redes Sociais, Nova oportunidade de negócio? Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico. 2008. Disponível em: <http://www.camarae.net/interna.asp?tipo=1&valor=4953>. Acesso em 25 jun. 2008. SCHIFFMAN, Leon G. e Kanuk, Leslie Lazar. Comportamento do Consumidor. 6. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2000. SCOTT, John. Social Network Analysis: a Handbook. 2nd ed. London: Calif. Sage Publications, 2000. SHETH, Jagdish; MITTAL, Banwari; NEWMAN, Bruce. Comportamento do Cliente: Indo Além do Comportamento do Consumidor. São Paulo: Editora Atlas, 2001. PESQUISA Perfil do Internauta Brasileiro/ 2007-2. Sinapses em Ebulição Criativa. 2007. Disponível em: <http://mirellavegini.blogspot.com/2007/07/pesquisa-perfil-dointernauta.html>. Acesso em 30 set. 2008. SOARES NETO, João Batista; ALEXANDRE, Mauro Lemuel. Neuromarketing: Conceitos e Técnicas de Análise do Cérebro dos Consumidores. In: Encontro ANPAD, 31. 2007, Rio de Janeiro. 137 SOBRAL, Maria Cecília et al. Estratégia de Adequação para o Mercado de produto Popular – Fit Strategy. In: Encontro da ANPAD, 30. 2006, Salvador. SOUSA, Jorge Pedro. Elementos de Teoria e Pesquisa da Comunicação. Dissertação de Mestrado. Porto: Universidade do Porto, 2006, p. 763. SOUZA, Rafael. Quem dá mais... Web 2.0, Web 3.0, Web 4.0, Web 5.0. I Too Blog. 2008 Disponível em: <http://itoo.blogbr.com/6856/Quem+d%E1+mais...+web+2.0,+web+3.0,+web+4.0,+web+5.0.html>. Acesso em: 25 jun. 08. SOUZA, Nilson Araújo de. Economia Brasileira Contemporânea: de Getúlio a Lula. São Paulo: Atlas, 2007. TAPSCOTT, Don. Economia Digital. São Paulo: Makron Books, 1997. TAVARES, Mirela. Muita Calma Nessa Hora. Tecnologia Digital é fato, Mas Novidades Como o Second Life Podem Levar a Investimentos Desnecessários Para Comunicação. Propaganda, v. 52, n. 674, p. 40-42, mai. 2007. TIGRE, Paulo Bastos; DEDRICK, Jason. Mitos e Realidades Sobre a Difusão do Comércio Eletrônico nas Empresas Brasileitas. Revista Brasileira de Inovação, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 377-406, jul./dez. 2003. TIPOS de Sites. Trimedia. 2008. Disponível <www.trimedia.com.br/br/index2.php>. Acesso em: 18 jun. 2008. em: VASCONCELOS, Geraldo Magela Rodrigues. Empreendedorismo e Redes de Relacionamento. In: Encontro da ANPAD, 31. 2007, Rio de Janeiro. VELOCIDADE interatividade e estratégia. IBOPE. 2008. Disponível em: <http://www.ibope.com.br/giroibope/11edicao/digital.html>. Acesso em: 15 jul. 2009. WIZIACK, Julio. Internet Vira Aposta do Varejo no Natal. Folha Online. 2008. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u470864.shtml>. Acesso em: 20 dez. 2008. 138 ZENONE, Luiz Cláudio; BUAIRIDE, Ana Maria Ramos. Marketing da Promoção e Merchandising: Conceitos e Estratégias para Ações bem Sucedidas. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. 39% dos internautas freqüentam lan houses. IBOPE. 2008. Disponível em: <http://www.ibope.com.br/giroibope/11edicao/notas.html>. Acesso em: 12 jul. 2009. 139 APÊNDICE Questionário Questionário referente à dissertação cujo tema é: A influência da internet sobre a decisão de compra de um produto eletroeletrônico. Pesquisa realizada como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração pela Universidade Federal do Ceará. Pesquisador: Bruno Leitão Rocha Contato: e-mail: [email protected] Celular: 85-9182.3138 01) Sexo: 1. masculino 2. feminino 02) Idade: 1. menos de 16 anos 2. 17 a 21 anos 3. 22 a 29 anos 4. 30 a 39 anos 5. 40 a 49 anos 6. 50 a 59 anos 7. acima de 60 anos 03) Grau de instrução: 1. ensino fundamental completo (1ª a 9ª série) 2. ensino médio completo 3. ensino superior incompleto 4. ensino superior completo 5. pós-graduado 04) Quantas horas, em média, fica conectado à internet durante a semana? 1. menos de 05 horas 2. de 05 a 10 horas 140 3. de 10 a 15 horas 4. de 15 a 25 horas 5. acima de 25 horas 05) Sobre reconhecimento de uma necessidade. A internet já o despertou para a compra de algum produto? (podendo esta compra ter sido realizada via web ou não). Marque apenas uma opção: 1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. com certa freqüência 5. sempre 06) Sobre reconhecimento de uma necessidade. Você utiliza a internet para se informar sobre lançamentos e novas tendências de consumo de produtos do seu interesse? Marque apenas uma opção: 1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. com certa freqüência 5. sempre 07) Sobre busca de informações, atribua notas de1 a 5 para os fatores disponíveis na internet que o levam a buscar informações antes de realizar as suas compras, sendo 1 para o fator de menos influência e 5 para o de maior influência, conforme as afirmativas abaixo: AFIRMATIVAS a. informações atualizadas sobre o mercado. b. possibilidade de realizar uma pesquisa de preços mais abrangente. 1 2 3 4 5 141 c. possibilidade de contato com pessoas que já compraram o produto. d. disponibilidade de informações mais técnicas sobre o produto. e. possibilidade de conhecimento das conseqüências ambientais ocasionadas pelo consumo do produto. 08) Sobre busca de informações, atribua notas de 1 a 5 para as vantagens que você percebe ao pesquisar sobre determinado produto na internet, sendo 1 para o fator de menos influência e 5 para o de maior influência, conforme as afirmativas abaixo: AFIRMATIVAS a. confiança. b. relevância das informações encontradas. c. praticidade. d. status. e. por encontrar conteúdo atualizado. 1 2 3 4 5 09) Sobre Avaliação das alternativas. Você utiliza o que encontra na internet como alternativa de compra? Marque apenas uma opção: 1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. com certa freqüência 5. sempre 142 10) Sobre Avaliação das alternativas. Você compara as suas alternativas de compra utilizando informações da internet? Marque apenas uma opção: 1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. com certa freqüência 5. sempre 11) Sobre a decisão de compra, atribua notas de 1 a 5 para os fatores que o levam a utilizar a internet para tirar dúvidas e minimizar riscos que envolvem a tomada de decisão de compra?, sendo 1 para o fator de menos influência e 5 para o de maior influência, conforme as afirmativas abaixo: AFIRMATIVAS a. encontrar relatos de pessoas que já compraram. b. possibilidade de entrar em contato com o fabricante 1 2 3 4 5 do produto. c. possibilidade de encontrar manutenção e peças para reparo do produto (suporte pós compra). d. encontrar informações que dizem respeito às conseqüências da compra. e. busca de informações sobre lançamentos futuros e produtos que sairão de linha de fabricação. 12) Sobre a a decisão de compra, atribua notas de 1 a 5 para quais motivos o levam a buscar informações nas redes de relacionamento virtuais antes de realizar uma compra?, sendo 1 para o fator de menos influência e 5 para o de maior influência, conforme as afirmativas abaixo: 143 AFIRMATIVAS a. status. b. para se sentir parte do grupo. c. por confiar nas informações fornecidas/ relevância das informações. d. praticidade. e. encontrar informações atualizadas. 1 2 3 4 5