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A identidade do aconselhamento filosófico
Carlos Henrique SCHNEIDER1
Luís Geraldo da SILVA2
Resumo: Pesquisando a identidade do aconselhamento filosófico, encontramos
as suas marcas, que nos levam a identificar os seus objetivos, uma vez que ambos
podem estar ligados com a sociedade em geral. O objetivo dos pensadores do
aconselhamento é tirar a filosofia de dentro dos muros da universidade e colocar
nas mãos da sociedade. Assim, os leigos também podem receber os benefícios da
filosofia, uma vez que na experiência do aconselhamento filosófico ela tem revelado um grande potencial terapêutico. Para chegar a essa realidade é necessário o
preparo de um profissional qualificado, denominado pelo aconselhamento como
filósofo prático, ou praticante, enquanto que quem vem ao aconselhador, pode
ser tratado como aconselhando, ou como partilhante. A pesquisa apresenta o método PEACE, desenvolvido por Lou Marinoff, aconselhador filosófico, em seu
consultório, nos Estados Unidos. Ele elaborou os passos a serem percorridos em
uma sessão de aconselhamento.
Palavras-chave: Aconselhamento. Filósofo. Aconselhador. Partilhante. Potencial. Terapêutico.
Carlos Henrique Schneider. Especialista em Aconselhamento Filosófico pelo Claretiano – Centro
Universitário, polo de Vilhena (RO). Especialista em Teologias pelo Seminário Concórdia de São
Leopoldo (RS). Bacharel em Teologia pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), campus de
Canoas (RS). E-mail: <[email protected]>.
2
Luís Geraldo da Silva. Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas
(PUCCAMP). Licenciado em Matemática pela mesma instituição. Docente de cursos de Graduação e
Pós-graduação do Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.
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Educação, Batatais, v. 7, n. 1, p. 41-58, jan./jun. 2017
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The Identity of philosophical counseling
Carlos Henrique SCHNEIDER
Luís Geraldo da SILVA
Abstract: Searcing the identity of philosophical counseling, find their marks,
which lead us to identity your goals, since both can be linked to society in general.
The goal of counseling thinkers is taking the philosophy within the university
walls and put in the hands of society. Thus lay people can also get the benefits
of philosophy, since the experience of philosophical counseling she has revealed
a great therapeutic potential. Even to reach this reality need the preparation
of a qualified professional, called the advice and practical philosopher. While
those who come to the advisor can be treated as counseling, or as shorer. The
research presents the PEACE method, developed by Lou Marinoff, philosophical
counselor, in his office in the United States, which drew up the steps to be worked
out, covered in a counseling session.
Keywords: Counseling. Philosopher. Advisor. Sharer. Potential. Therapeutic.
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1.  INTRODUÇÃO
A pesquisa sobre a identidade do aconselhamento filosófico
visa identificar os princípios filosóficos que favorecem a aplicação
da filosofia para aconselhar pessoas. O aconselhamento, por sua
vez, busca usar a filosofia para ajudar pessoas a melhorarem suas
vidas. Para que isso aconteça, são necessários vários critérios que
vão facilitar o emprego filosófico ante as necessidades humanas.
Como o aconselhamento filosófico é composto por um profissional que se envolve com a filosofia e suas técnicas para fazer
chegar o aconselhamento na vida das pessoas, encontramos na literatura o método PEACE, que foi organizado por Lou Marinoff, um
aconselhador filosófico norte-americano. Através desse método,
consideramos que é possível aplicar a filosofia na vida cotidiana
das pessoas.
Nas propostas dos pensadores Marc Sautet e Lou Marinoff,
percebemos que o campo que envolve o aconselhamento filosófico é vasto. Busca melhorar a vida das pessoas em seu bem-estar,
intelectual e sentimental. Sua proposta, enquanto aconselhamento,
não é agregar conhecimento científico, e sim existencial na vida das
pessoas. O objetivo deste trabalho é revisar a literatura e encontrar
subsídios textuais que nos mostram a identidade do aconselhamento filosófico, a qual pode ser aplicada na vida das pessoas e praticada por pessoas habilitadas como uma ciência plenamente filosófica,
que possa ter e usar a filosofia como instrumento de trabalho.
2.  HISTÓRICO DO ACONSELHAMENTO FILOSÓFICO
CONTEMPORÂNEO
Conforme Lou Marinoff (2006, p. 22), o aconselhamento
filosófico é uma nova ciência do ponto de vista contemporâneo,
iniciada por Gerd Achenbach na Alemanhã, a partir de 1980. Historicamente, existiu e já foi considerado o remédio para a alma. No
século 5 a.C., o pré-socrático Empédocles já usava a “cura pela palavra” (COSTA, 2012). Com Sócrates, o trabalho filosófico avançou. Marinoff (2006, p. 22) afirma que “Sócrates passava seus dias
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debatendo questões do dia a dia no mercado da cidade”, ou seja,
filosofia aplicada na prática com o intuito de buscar a organização
e o entendimento da vida humana.
Jostein Gardem (1996), em Mundo de Sofia, situa a filosofia como instrumento de diálogo resolutivo, interagindo com Sofia
através de cartas. Depois do período socrático, da Idade Média até
os dias atuais, a Filosofia, conforme Sautet (2003), foi confinada
às universidades, sendo, por consequência, afastada da sociedade.
Assim, mesmo sendo ensinada em salas de aula, não alcança seus
objetivos; pois ela precisa estar em todos os lugares, para que seja
um instrumento existencial.
[...] demos aulas em Universidades e publiquemos artigos
especializados, fazemos mais que isso: Também oferecemos aconselhamento individual, mediação de grupos
e consultoria organizacional. Retiramos a filosofia do
contexto puramente teórico ou hipotético e a aplicamos a
problemas pessoais, sociais e profissionais (MARINOFF,
2006, p. 20).
Conforme Marinoff (2006), o aconselhamento filosófico
contemporâneo nasceu na Alemanha, em 1981, com o nome de
Philosophische Praxis (filosofia prática), pelo filósofo Gerd B.
Achenbach. Em 1982, este fundou uma “Associação Alemã para a
Prática Filosófica” (PECHULA, 2007, p. 84), traduzido do alemão
“GPP – Gesellschaft für Philosofische Praxis”. Marinoff (2006, p.
22), em Pergunte a Platão, afirma: “Gerd Achenbach, ainda é a
principal referência internacional no campo do Aconselhamento
Filosófico”.
Achenbach decidiu tomar o caminho do aconselhamento filosófico devido à sua “[...] insatisfação em relação à filosofia acadêmica”, por esta ser abstrata, desligada da realidade, “Fechada em
cursos de graduação, para ser consumida apenas por filósofos”. Seu
desejo era aplicar filosofia na vida real das pessoas, para que o “[...]
cidadão comum pudesse usar e extrair seus benefícios” em prol de
sua vida (ACHENBACH, 1978 apud MARINOFF, 2006, p. 22).
No pensamento de Marinoff (2006, p. 22), a filosofia foi
transformada em uma ciência e fechada em si. “Tornada epistemologia, distancia-se das preocupações ontológicas” acerca do sujeito
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em sua subjetividade e realidade concreta da existência. Essa alienação, que produz “esterilidade na filosofia” e na perda de “sentido
da vida cotidiana”, desafia-se a ser superada pela “Philosophische
Praxis”.
Por ser uma iniciativa transformadora, logo atrai adeptos que
a levam para vários lugares do mundo. Marc Sautet (2003) levou o
aconselhamento filosófico para a França e o aplicou em um “café
bar”, em Paris. Seu resultado foi satisfatório e com ele escreveu a
obra Um Café para Sócrates: como a filosofia pode ajudar a compreender o mundo de hoje.
Marinoff (2006) levou aos Estados Unidos da América, nos
anos 1990. Organizou seu consultório em Nova York e desenvolveu algumas de suas práticas nessa esfera. De acordo com o testemunho de Pechula (2007), Marinoff aperfeiçoou o aconselhamento
filosófico, buscando encontrar uma forma adequada para trabalhar.
Marinoff (2006), conhecedor da realidade norte-americana, desenvolveu o método PEACE e, assim, além de aperfeiçoar a prática
filosófica, ajustou-a a aplicações cotidianas, caracterizando-a como
uma ciência que busca seu espaço e sua identidade em meio àqueles
que a fazem ser ciência; em prol dos humanos.
que:
Marinoff (2006, p. 21) afirma em Mais Platão, menos Prozac
Tendo trabalhado a sua situação filosoficamente, o resultado será uma maneira imparcial, consistente e duradoura
de enfrentar o que lhe atravessar o caminho agora e no
futuro. Encontrará a verdadeira paz de espírito através da
contemplação, não de medicamentos. Mais Platão, menos
Prozac. Isto requer um pensamento claro e penetrante, mas
não está além de sua cabeça.
Para Danucalov (2014, p. 1), as obras de Marinoff Mais
Platão menos Prozac (2006) e O caminho do Meio (2008) “[...]
ajudaram a espalhar o aconselhamento filosófico para o mundo”.
Marinoff (2006, p. 22), em suas obras, apresentou o objetivo do
aconselhamento, que consiste em “[...] tirar a filosofia da universidade e devolvê-la à sociedade”. A rápida ascendência do aconselhamento filosófico desperta estudiosos do mundo inteiro, devido
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ao “[...] potencial terapêutico da filosofia que há muito tinha sido
deixado de lado” (AIUB 2004 apud PECHULA 2007, p. 86).
3.  O MÉTODO PEACE
Marinoff (2006) apresenta o processo de aconselhamento filosófico denominado PEACE, porém, não limitando o aconselhamento filosófico a esse método.
Pechula (2007), em sua pesquisa, orienta-nos dizendo que
não existe um método específico para trabalhar o aconselhamento,
pois Marinoff (2006, p. 58) considera o aconselhamento filosófico
“[...] mais arte do que ciência”, embora afirme que podem existir
tantos métodos “[...] quantos forem os terapeutas filosóficos praticantes”.
Apesar das observações, diz que conseguiu ao longo de
sua prática, identificar cinco passos que costumam dar
bons resultados no processo terapêutico, ao conjunto dos
quais denomina PEACE – problema – emoção – análise
– contemplação – equilíbrio. Afirma ser um “acrônimo
apropriado, já que estes cinco passos são o caminho mais
seguro para uma paz mental duradoura” (PECHULA,
2007, p. 49-50, grifo do autor).
Marinoff (2006, p. 49) continua incentivando a prática do
aconselhamento filosófico. Afirma o filósofo que é possível chegar
a bons resultados com a prática, incluindo ainda o método PEACE,
assegurando vantagens em seu uso: “É fácil de ser seguido, e ilustra
o que diferencia das outras terapias” (MARINOFF, 2006, p. 50).
Quanto aos dois primeiros passos, “problema” e “emoção”:
[...] a maioria das pessoas atravessam estes estágios naturalmente. Não precisam de ninguém para identificá-los,
embora, às vezes seja um ponto a ser revisitado e aperfeiçoado. Sua reação é imediata e clara – ninguém precisa
aprender a sentir emoção – se bem que estes também passam a ser algo em que pensar (MARINOFF, 2006, p. 58).
Para Pechula (2007), “problema” e “emoção” são facilmente
compreendidos. A maioria das pessoas já sabe qual tipo de problema está passando e quais as emoções que o problema provoca.
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Mesmo assim, a identificação do problema se faz necessária, embora Marinoff (2006) acentue a sua preocupação com a emoção:
Em segundo lugar [...] deve-se avaliar cuidadosamente as
emoções provocadas pelo problema. Trata-se de um registro interior. Deve experimentar emoções genuinamente
e canalizá-las de modo construtivo. A Psicologia e a Psiquiatria praticamente nunca vão além deste estágio, e por
isso os seus benefícios são limitados. [...] as emoções são
provavelmente uma combinação de dor, raiva e tristeza,
embora você vá ter um bocado de trabalho para chegar à
conclusão (MARINOFF, 2006, p. 59, grifo do autor).
No terceiro passo está a “análise”. Para Pechula (2007), nessa
etapa é indispensável a figura do aconselhador. Nem sempre, como
afirma Marinoff (2006, p. 61), “[...] as pessoas conseguem realizar
esta etapa sozinhas”, uma vez que é nesta fase que “[...] precisam
listar e avaliar quais as opções para resolver seus problemas”.
Com a análise, você começa o processo de resolução de
seu problema fazendo o inventário de suas opções. Pode
dizer: Então tenho este problema que está fazendo com
que eu me sinta infeliz – o que posso fazer a respeito disso?. A maneira mais comum de produzir alternativas é por
analogia. Se você está experimentando algo que já experimentou e resolveu, sabe o que fazer, ou não fazer, dependendo de como lidou com as circunstâncias anteriores.
Também pode comparar com o que aconteceu com o seu
melhor amigo, ou com o que viu nos filmes, leu em livros.
Descobriu pontos comuns com outras situações [...] [pois]
é uma maneira eficaz de compreender a sua dificuldade
atual. Pode não mudar o modo como se sente em relação
ao problema, mas pode lhe dar discernimento a respeito de
como e por que está acontecendo e ajudá-lo a gerar reações
possíveis (MARINOFF, 2006, p. 62, grifo do autor).
Conforme Marinoff (2006, p. 26), “[...] listar as possibilidades é dever de ambos”, aconselhador e partilhante. Já a “[...] decisão da viabilidade é específica ao partilhante”. Mesmo assim, Pechula (2007, p. 50) afirma que:
[...] a opção ideal será aquela que conseguir conciliar a solução do problema com a emoção vivida, mas nem sempre
ela será encontrada, precisando-se, às vezes, optar pela
mais adequada e não pela ideal.
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Nesse contexto, é importante a intervenção do aconselhador.
O quarto passo é a “contemplação” – fase de contemplar a
situação como um todo. Com relação a essa fase, acentua-se a ação
filosófica. Nessa fase, a filosofia é a principal auxiliar. No entendimento de Marinoff, essa fase possibilita contemplar a situação por
inteira, agir com perspectiva filosófica segura, sem risco.
Nesse ponto, [o indivíduo] terá compartimentado cada um
dos estágios para ter controle sobre eles. Mas agora exercitará todo o seu cérebro para integrá-los. Em vez de se
demorar nas árvores individualmente, examinará a forma
da floresta. Isto é, cultivará uma visão filosófica unificada
de sua situação como um todo: o problema quando o encara, a sua reação emocional e suas opções analisadas dentro
dele. A essa altura, estará pronto para considerar insights,
sistemas e métodos filosóficos para lidar com a situação
em sua totalidade. [...] Você tem de estabelecer por meio da
contemplação uma posição filosófica que seja ao mesmo
tempo justificável por seus méritos e coerente com a sua
natureza (MARINOFF, 2006, p. 59-60, grifo do autor).
Pechula (2007) conclui que a contemplação da situação levará o partilhante ao equilíbrio. Para Marinoff (2006), a fase final do
trabalho com PEACE, o “equilíbrio”, é a superação do problema e
prepara o partilhante para a vida.
Para Marinoff (2006, p. 60), o “equilíbrio” é o resultado do
trabalho, ou a consequência do método PEACE. Isto ocorre porque
o partilhante “[...] expressa as suas emoções, analisa as suas opções
e contempla uma posição filosófica” (MARINOFF, 2006, p. 60),
expondo os benefícios do método. Ele alcança a plenitude de suas
preocupações e é capaz de relatar que:
Compreender a essência do seu problema é estar preparado
para empreender a ação apropriada e justificável. Sente-se
estável, mas está preparado para as inevitáveis mudanças
que o aguardam (MARINOFF, 2006, p. 60).
Assim, continua evidenciando o equilíbrio promovido pelo
sistema PEACE. Estabiliza a cidadania e a autoestima, uma vez que
desenvolve uma estrutura filosófica de apoio à vida. Pechula (2007,
p. 51-52, grifo do autor) ainda ressalta:
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Garante a pessoa que jamais retorne a estaca zero. [...] esse
passo poderia perfeitamente ser chamado de essencial,
pois demonstra que a pessoa compreendeu a essência do
seu problema, tanto quanto compreendeu algo essencial
sobre si mesma e isso permitirá que ela solucione tanto
o problema atual como estará preparada para solucionar
qualquer outro que venha a enfrentar. Esse passo também
é essencial porque permite que a pessoa mude definitivamente e ganhe autonomia, pois ela se tornará filosoficamente autossuficiente e não mais precisará de aconselhamento.
Para Marinoff (2006, p. 60), o aconselhamento acontece no
tempo de cada partilhante. Algumas pessoas resolvem de forma rápida e tranquila, outras demoram meses, inclusive existem casos
que exigem decisão rápida, mas a duração depende do cliente e da
situação. O método PEACE não define o tempo e nem limita os
prazos para que as etapas sejam alcançadas.
Cada um de nós está centrado em seu próprio ser, olhando
o mundo de uma perspectiva exclusiva. Podemos perceber
a existência simplesmente como uma cadeia de coisas que
acontecem conosco e à nossa volta, ou assumir a responsabilidade por grande parte do que ocorre. Faz parte da
natureza humana pensar da primeira maneira em relação
às coisas ruins e da segunda em relação às coisas boas.
Quando a tragédia o ataca, você inevitavelmente, a certa
altura, reflete: por que eu? Essa nunca é a pergunta feita
por alguém que acabou de ganhar na loteria [...]. Assumir a
responsabilidade pelas coisas boas e nos dissociarmos das
ruins é uma maneira de proteger e preservar nossos próprios interesses (MARINOFF, 2006, p. 60, grifo do autor).
Mesmo que existam várias possibilidades para o trabalho do
aconselhamento, a finalidade não é prender ninguém ao aconselhamento. Botton (2013) acredita na possibilidade de usar a filosofia
todos os dias da vida. Ela ajuda a trabalhar as lutas e os dilemas
internos, que, segundo o autor, são as coisas mais comuns na vida
humana.
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4.  DESENVOLVIMENTO DA PROBLEMÁTICA
Conforme Menezes (2011), a filosofia aplicada na prática, na
vida real das pessoas, tem muito a contribuir para a vivência humana. Assim, Sautet (2003) se dispõe a trabalhar para que a filosofia
chegue à vida das pessoas. Seu desejo é que ela participe de nossas
vidas em todo o conjunto existencial, exercendo sua capacidade
reflexiva e organizativa em respeito à vida. Menezes, em A Ideia
Geral do Aconselhamento Filosófico, propõe:
Nela estão pressupostas as ideias de um acréscimo de qualidade ao nível da capacidade de organização das ideias de
uma pessoa por meio do trabalho filosófico, e de que uma
melhoria a esse nível pode traduzir-se em efeitos qualitativos ao nível da capacidade de interpretação de vivências,
de tomadas de decisões práticas, de resolução de problemas de convivencialidade etc. [...] (MENEZES, 2011, p.
103).
De acordo com Menezes (2011, p. 103), o aconselhamento
“[...] não é apenas orientação, nem uma ajuda à orientação, mas
ajuda a uma orientação especificamente filosófica”, que permite ao
indivíduo refletir sobre sua vida e “[...] buscar na literatura filosófica” orientação que o ajude a interpretar sua existência.
Barros Filho e Meucci (2014, p. 17) propõem a vida pensada e a consideram como orientação de grande parte dos filósofos.
Mesmo que tenhamos em nossas vidas uma lista de atividades que
não necessitamos de pensar ou gastar energia para tal “[...] mora
nos humanos o desejo da vida boa”. A vida boa passa pelo ato do
pensamento, do uso da filosofia, onde as ações e os pensamentos
são cogitados. “[...] Pessoas gastam tempo refletindo sobre situações que lhes sobrevêm em busca do desejo de acertar”.
À medida que a humanidade evolui, as ciências também evoluem. Conforme Menezes (2011), as ciências percorrem o caminho
da comunicação, pois é na comunicação que ocorre o encontro da
necessidade e do desejo com a resposta. Botton (2013) ressalta a
importância do filósofo prático, que, ao mesmo tempo em que é
praticante da filosofia, também é educador. Para ser educador, não
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precisa atuar em sala de aula, mas contribuir para que pessoas organizem as suas próprias vidas.
Só assim se pode pensar o papel do filósofo político e educador, não como atitude isolada, mas como ação que afeta
o mundo e as relações sociais e é afetado por elas. A filosofia não nasce de uma especulação cerebrina, de conceitos
abstratos, sem nenhuma eficácia; ela é expressão de tempo
histórico e ao mesmo tempo reflete vida ativa (PECHULA, 2007, p. 188).
Nessa linha de pensamento encontramos Menezes (2011, p.
104), quando aponta o “[...] espaço que o aconselhamento filosófico ocupa entre as ciências”, visando uma opção de melhorar vidas
humanas.
Certas funções de identificação e solidariedade moral tradicionalmente associada à Religião e à Política se estenderam ao âmbito da ciência, em particular da Medicina e da
Psicologia, e o movimento ao longo do qual se foi estruturando o cruzamento semântico entre salvação, felicidade
e saúde, que deu origem à concepção de sofrimento como
uma desordem, uma disfunção, ou mesmo uma enfermidade, e que acabou por conduzir a uma indefinição, por
ampliação, da noção de saúde e, por fim, às dificuldades
de determinação científica das fronteiras entre saúde e
doença [...] normalidade e desvio e à reivindicação de um
tratamento não clínico do sofrimento individual (MENEZES, 2011, p. 104).
No pensamento de Sautet (2003, p. 23), o espaço do aconselhamento filosófico está garantido na sociedade, pois ele atua nas
relações sociais, ligadas à trajetória regular “[...] da harmonia e da
genialidade humana”, uma vez que complexa, mas ligada ao “cosmos”, completando-se no “grande conjunto da vida”.
Ademais, e isso é o essencial, todos os temas são passíveis
de ser tratados de maneira filosófica. A filosofia não depende de seus assuntos. Não é uma “matéria” a ser ensinada e nem um campo a cultivar; é um estado de espírito, um
modo de se servir do próprio intelecto. O filósofo não tem
um objeto próprio. Parte das ideias aceitas, das opiniões do
senso comum, das ideologias dominantes, das revelações
religiosas, das respostas dadas pela ciência, para submetê-las a um exame. Tudo, portanto, é objeto de sua reflexão.
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O neófito não tem nenhuma necessidade de construir para
si uma montanha de assuntos apropriados a essa disciplina. Eles não existem. Não há especificidade do objeto da
filosofia: Filosofar é questionar, no sentido banal do termo, aquilo que já está dado como resposta e que, na verdade, não convém. Verifica-se que as respostas pululam,
opõem-se e se contradizem. O filósofo procura enxergar
com clareza, pôr ordem nessa confusão, fazer da razão um
árbitro (SAUTET, 2003, p. 35).
Danucalov (2014, p. 3) relata que “As pessoas procuram o
consultório de filosofia clínica para resolver problemas da natureza
humana”, que parecem tão “[...] simples, ou tão banais”, “[...] mas
que para a filosofia são relevantes”. O aconselhador filosófico os
ajuda a “[...] pensar com vistas ao futuro, e com equilíbrio”, para
que o viver seja amparado “[...] de boas relações e motivos dignos
de boa reverência”. Essa visão se amplia quando cita: “Eu sou eu e
minha circunstância, e se não salvo a ela, não me salvo eu” (ORTEGA; GASSET, 1997 apud DANUCALOV, 2014, p. 3).
No entendimento de Menezes, estamos diante de um fenômeno na existência humana.
Estamos diante de um fenômeno que só pode ser plenamente compreendido à luz de uma evolução em que a reprodução das estruturas, elementos e operações do sistema
da sociedade aprendem a servir-se de liberdades individuais (e talvez já delas não possa prescindir) geralmente referidas através de noções como autodeterminação, projeto
de vida, preferência individual, autonomia de pensamento
(MENEZES, 2011, p. 104).
O autor amplia seu conceito, enfatizando:
No entanto, de algum modo, o aparecimento do Aconselhamento Filosófico é uma manifestação dessas liberdades
que a sociedade aprendeu a incluir no seu funcionamento
ao serviço da sua coesão e não pode deixar de ser sob a
pressão dessas liberdades que uma pessoa procura ajuda
filosófica para uma orientação individual no plano da experiência do pensamento e da comunicação (MENEZES,
2011, p. 104).
Menezes (2011) nos explica que a finalidade da existência
está ligada à prática. E também faz uma denúncia, pois observa que
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“[...] raramente encontramos os temas do aconselhamento filosófico trabalhados na literatura” (MENEZES, 2011, p. 104). É nele
que podemos trabalhar a filosofia aplicada à vida, conforme Barros
Filho e Meucci (2014, p. 132) enfatizam: “[...] a ação boa é a que
promove o maior bem-estar para o conjunto das pessoas”. Além
do desafio pessoal, Sautet (2014, p. 42), constata que: “A filosofia
pretende alcançar seus adeptos acima dos preconceitos”. Na experiência, o teste precisa contemplar o campo experimental. A filosofia
“serve para o que ela pretende”. Sautet (2014, p. 42) ainda salienta
que o aconselhamento filosófico é uma “oportunidade única de unir
a filosofia com a realidade na vida prática”.
[...] é melhor fazer filosofia prática do que se contentar com
opiniões dominantes. Imerso no banho das preocupações
de todos, o método filosófico deve mostrar que pode efetivamente vencer a doxa, a opinião, pública ou não, mesmo
ataviada com os adornos da ética (SAUTET, 2014, p. 42,
grifo do autor).
A preocupação de Sautet (2014) fica expressa com a posição do filósofo praticante. Com base em suas experiências no “café
bar”, em Paris, no ano de 1993, o autor expõe:
Isso não implica que a filosofia esteja ininterruptamente
na defensiva, que tenha de responder incessantemente por
saber-se lá que pretensão à supremacia sobre os intelectos.
Ao contrário! Filosofar é, antes de mais nada, escutar. O filósofo não é aquele que detém a resposta para todas as perguntas. É aquele a quem as respostas já dadas, as respostas
que predominam, ou as rivais delas intrigam. É aquele que
interroga, aquele que, stricto sensu, repõe em questão o
que se faz passar por solução. A bem da verdade, quando
realmente exerce sua arte, ele tem de estar, antes de mais
nada, à escuta do que foi dito. Por isso é que, pensando
bem, ele tem pouca probabilidade de ser realmente apanhado desprevenido, pois funciona como um ajudante. O
filósofo põe em dúvida aquilo que parece evidente, indubitável, ou que se afirma como mais eficaz, que exibe sua
superioridade em relação à opinião dominante, à opção
mais comum. Mesmo ultrapassado pelos acontecimentos,
mesmo submetido à pressão dos meios de comunicação,
ele consegue, sem grande dificuldade recolocar o sentido
da troca de ideias a seu favor, uma vez que não pretende
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ser o detentor pessoal da verdade. Ele não jura nada. Não
tem certezas. Ou então, é provocador – e, nesse caso, é ele
quem lança o desafio. Assim, mesmo quando sou apanhado na armadilha de minha confusão, como na história da
defasagem, mesmo quando sou confrontado com a urgência, como no caso da ingerência, com isto me arriscando
fazer um papel triste, as contribuições dos outros, de todos
aqueles que frequentam os debates, permitem que eu me
recoloque numa posição conveniente. Pois a boa posição
do filósofo não está em firmar, mas consiste em interrogar
(SAUTET, 2003, p. 42-43, grifo do autor).
Para Pechula (2007) é próprio da filosofia questionar. Também é próprio o envolvimento com a vida humana, uma vez que a
filosofia não está ultrapassada. Para a autora,
[...] não se pode considerar a filosofia ultrapassada, [...]
pois, além de ela não ter interesse em disputar espaço com
as ciências naturais, ainda não se pode afirmar que as ciências modernas foram capazes de desbancar a filosofia, uma
vez que não conseguiram fazer nada melhor que ela: não
eliminaram a religião como referencial de entendimento
da realidade e nem tampouco conseguiram conquistar os
poderes políticos como fizeram os gregos (PECHULA,
2007, p. 187).
Assim, Vannucchi (2007, p. 75) apresenta a necessidade de
aplicar a “[...] filosofia na vida diária, como uma ciência variante, onde buscamos nos educar, nos situar dentro da realidade existencial que estamos vivendo”. Além de uma massa corpórea, “[...]
cada um de nós é uma pessoa imersa em seres impessoais. Por isso
viver é todo um processo de personalização” e, para que haja personalização, precisamos da filosofia. “Uma vez que podemos ser
pessoas sem rumo”, é a filosofia que pode nos integrar com a realidade da vida.
A realidade histórica não está pronta, afirma Vannucchi
(2007, p. 78), ela está “[...] sendo construída em nossa geração,
como ela foi construída nas gerações passadas”, por isso, a filosofia “[...] desenvolve função primária no conjunto da vida”, uma
vez que a educação, a ética e a história completam o agir e o existir
humano, em que “[...] o agir é o resultado do pensar”, que acaba no
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comportamento pessoal e “[...] quando passa pela investigação da
filosofia” se desenvolve de forma aprimorada.
A filosofia orienta o pensar, o fazer e o agir humano. Filosofia não é teoria. Ela é prática, ou seja, ela ilumina toda
a existência humana. Ninguém é só pensamento ou só
atividade. A filosofia não ensina apenas a compreender a
realidade. Ela ensina também como se deve agir com e na
realidade. A ética está aí. É a filosofia da nossa prática, do
nosso tipo de vida, do nosso modo de ser (VANNUCCHI,
2007, p. 78).
Aldo Vannucchi (2007, p. 79) defende a atividade racional,
a vida pensada a partir da razão, considerando que somos um conjunto e nos integramos na história cotidiana, e a filosofia prática é
“[...] essencial ao desenvolvimento humano”. Assim, é por meio
dos conhecimentos humanos que se desenvolvem as ciências em
prol da vida.
Segundo Danucalov (2014, p. 1), no mundo ocidental, o
aconselhamento filosófico está em pleno estado de crescimento:
A utilização da filosofia com intuitos terapêuticos também
vem ganhando cada vez mais espaço na contemporaneidade e muitas pessoas que procuram auxílio de um filósofo
acreditam que o pensamento filosófico pode ajudá-las a
refletir sobre seus estilos de vida, a conjecturar sobre suas
questões existenciais e, consequentemente, auxilia a refletir sobre a maneira com que lidam com os problemas.
Os dilemas éticos envolvem o corpo, pois o indivíduo possui toda uma relação corpórea com o cosmos. “O homem, por sua
própria condição corporal, sintetiza em si os elementos do mundo
material, que nele atinge sua plenitude” (VANNUCCHI, 2007, p.
73). Por consequência, passa a viver de forma satisfatória ou não,
nesse imenso conjunto. Vanucchi (2007, p. 74) também apresenta
o “[...] corpo como uma realidade material viva e inserida no mundo”, pois é com ele que nos expressamos, que comunicamos nossa
existência.
Os dilemas existenciais se ampliam em dimensões que são
próprias da natureza, comenta Vannucchi (2007, p. 73), em que a
“[...] corporeidade é dimensão essencial da vida humana”. É na vida
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real que atuamos em corpo, alma e espírito, sempre unidos, gerando e apresentando a expressão dos sentimentos humanos. Menezes
(2011, p. 118) também apresenta o que pode ser visto como uma
“[...] intervenção ao nível da filosofia pessoal de vida” e considera
isso um instrumento enriquecedor e funcional dessa filosofia.
Considera-se que na experiência pode haver lugar a dúvidas, perplexidades, inquietações e sofrimentos que concorrem para formulação pessoal de problemas sobre temas
que é possível relacionar com assuntos que têm sido tratados ao longo da História da Filosofia. Na maior parte dos
casos que isto acontece, é provável que o senso mais básico
e espontâneo de cada um proporcione formulações e soluções satisfatórias para esses problemas. Mas é possível que
não seja esse o caso, e que uma pessoa sinta necessidade
de iniciar um processo reflexivo mais sistemático que exige o cumprimento de outros requisitos, como condições
especiais de observação e de comunicação, ou recurso a
competências que podem não estar suficientemente desenvolvidas ou estão indisponíveis de momento (MENEZES,
2011, p. 119).
De acordo com Forghieri (2007, p. 130), o “[...] significado
da vivência costuma variar de um indivíduo para o outro”, não é
possível enquadrar todos com igualdade. Sobre a ótica do amadurecimento existencial em busca do crescimento pessoal, Menezes
(2011, p. 118) acredita que o “[...] aconselhamento filosófico surge
como um acompanhamento saudável”, capaz de “[...] produzir no
indivíduo o que outras terapias não se habilitam a produzir”.
O adoecimento existencial pode acontecer também quando um indivíduo permanece exageradamente em vivências
racionais; para tentar evitar vivências de contrariedade,
planeja todas as suas atividades e as segue à risca. E sua
vida acaba se tornando monótona, sem acontecimentos novos, pois o raciocínio baseia-se no passado e desse modo
o indivíduo dificulta ou até mesmo impede o surgimento
de vivências imediatas agradáveis (FORGHIERI, 2007, p.
129).
No entendimento de Menezes (2011), o aconselhamento não
se reduz a uma filosofia contemplativa, pois constitui a busca de
uma ação satisfatória, em plena atividade existencial. Nas orientações de Forghieri (2007), p. 129), o “envolvimento existencial” e
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o “distanciamento reflexivo” existem na prática. Eles se cruzam e
requerem a interferência do aconselhador.
5.  CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalizando as pesquisas na identidade do aconselhamento,
vemos que temos muito a pesquisar e buscar entre os pensadores,
pois eles sempre se serviram da filosofia para trabalhar e mediar
suas vidas. A filosofia sempre lhes deu o amparo que precisaram e
sempre os motivou a investir em suas carreiras. Não podemos deixar de falar das suas descobertas pessoais.
As experiências positivas que o aconselhamento filosófico
revelou, apesar de pouco tempo de trabalho, têm conseguido expandir sua prática pelo mundo todo, inclusive no Brasil. O aconselhamento encontrou na filosofia um grande potencial terapêutico,
que através do diálogo tem tratado dores existenciais que maltratam
vidas. É a filosofia na vida prática das pessoas, aplicada de forma
simples, mas capaz de transformar a realidade existencial.
A pesquisa dedicou seus interesses ao método PEACE, que
vem sendo apresentado na literatura como um provável vilão do
aconselhamento, mesmo que o mentor não o defina como principal
e nem obrigue seu uso. Na discussão pesquisamos na literatura as
possibilidades e viabilidades do aconselhamento. Não esgotamos o
tema, pois além de amplo possui um campo vasto, o que nos permite entender que temos muito a estudar e pesquisar. Pesquisamos o
aconselhamento em si e suas propostas, mas não pesquisamos suas
práticas no Brasil, nem suas ocupações geográficas.
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