8 • SÁBADO, 8 DE SETEMBRO 2012 Vacinas Prevenir e erradicar doenças pela vacinação É raro aquele que não se lembra de ter sido já vacinado. Mas será que todos entendemos a verdadeira importância da vacinação para a saúde pública? Todos os anos, no Mundo, 100 milhões de crianças são vacinadas contra diversas doenças. Graças a esta medida preventiva, algumas patologias deixaram de existir, como é o caso da varíola (erradicada em 1976), enquanto outras, como a poliomielite, desaparecem em muitas zonas do planeta. Susana Catarino Mendes “T redução significativa de algumas das doenças infecciosas mais importantes, como é o caso da poliomielite (100%), da difteria (98,7%) ou do sarampo (95,4%). Para além destas, acrescenta o especialista, “muitas outras viram a sua incidência diminuir, como a poliomielite ou a tosse convulsa, levando a uma diminuição da mortalidade e das lesões permanentes em crianças”. início da sua utilização (em EPE/Hospital de Egas Momassa), são concebidos proniz, “a vacinação é uma das gramas de vigilância, ativa e principais componentes no passiva, que continuamente aconselhamento a viajantes, avaliam o perfil de seguranqualquer que seja o destino e ça de cada vacina”. o objetivo da viagem”. “As vacinas são muito seA atualização do estado guras e os riscos associados de vacinação do viajante e à administração de uma vacia vacinação recomendada na são sempre inferiores aos para a viagem “visam proteriscos de ter a doença que se ger o viajante e evitar a impretende evitar”, assegura. portação de doenças, entre Dr. Kamal Mansinho Atualmente, o PNV inclui as quais sarampo, menin12 vacinas: contra a tubergite meningocócica, doença culose, a hepatite B, as doenças por Haepneumocócica, tétano, difteria e hepatite mophilus tipo b, a difteria, o tétano, a tosse B que, sendo raras em Portugal, conticonvulsa, a poliomielite, as doenças por nuam a ser bastante frequentes em muimeningococo C, o sarampo, a parotidite tos países atualmente procurados pelos epidémica, a rubéola e as infeções por vívisitantes”, sublinha. rus do papiloma humano (HPV). odos os anos, as vacinas salvam cerca de três milhões de vidas.” A informação é avançada pela Dr.ª Cristina Laíns, vice-presidente da Comissão Especializada de Ao evitarem as doenças Vacinas (CEV) da Associação Portuguesa da Indústria Farinfecciosas para as quais macêutica (Apifarma). foram desenvolvidas, A Dr.ª Graça Freitas, subPNV abrange mais de diretora-geral da Saúde, ex10 milhões de pessoas as vacinas reduzem plica que “a vacinação permite controlar, eliminar (numa O PNV teve início em Pordrasticamente as mortes região) ou mesmo erradicar tugal em 1965 e, de acordo Dr.ª Cristina Laíns (em todo o planeta) as ‘doencom Graça Freitas, “graprematuras em crianças e ças alvo’. Este fenómeno veças às suas característirifica-se em todos os países cas, de que se destacam adultos. que têm vacinação organia universalidade (para tozada, incluindo Portugal, um das as pessoas presentes dos que apresenta melhores no País), a gratuitidade, a Segundo Graça Freitas, a resultados a nível mundial”. existência de um esquema/ introdução recente no Plano “Ao evitarem as doenças /calendário de vacinação da vacina do HPV, que previinfecciosas para as quais foque constitui uma ‘receita ne o cancro do colo do útero ram desenvolvidas, as vaciuniversal’ e a acessibilidade, associado aos dois tipos do nas reduzem drasticamente representa um verdadeiro vírus mais frequentes e ainas mortes prematuras (em marco na saúde pública em da verrugas genitais, “está crianças e adultos).” AdicioPortugal”. a ser um caso de sucesso”. nalmente, “evitam toda a car- Dr.ª Graça Freitas Segundo Cristina Laíns, Portugal atingiu “as mega associada à doença e oridesde o início do PNV, já folhores taxas de cobertura a ginam ganhos económicos, pelos elevados ram administradas mais de 10 milhões nível mundial, quer para as custos associados ao seu tratamento que de vacinas a crianças e adultos e, em reraparigas de 13 anos, que Dr. Filipe Froes são evitados”, explica Cristina Laíns. sultado das elevadas taxas são vacinadas de cobertura alcançadas, anualmente, quer para as de a maioria das doenças alvo 17, que foram vacinadas em O Plano Nacional de prevenidas pelas vacinas inregime de campanha”. cluídas no PNV foi eliminada Vacinação representa um ou está controlada em PorE quando viajamos, é marco importante na saúde tugal. preciso vacinar? Cristina Laíns detalhou pública em Portugal. que as vacinas são rigoroDe acordo com o Dr. Kasamente avaliadas durante mal Mansinho, diretor do Segundo o Prof. Paulo Oom, pediatra o programa de ensaios clíServiço de Infecciologia e do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, a nicos que antecede a sua Medicina Tropical do Centro nível europeu, as vacinas permitiram uma comercialização. Já “após o Prof. Paulo Oom Hospitalar Lisboa Ocidental, Vacinação é a melhor arma preventiva contra a gripe Segundo o Dr. Filipe Froes, pneumologista do Hospital Pulido Valente/ Centro Hospitalar Lisboa Norte e consultor da DGS, dados da Organização Mundial da Saúde estimam que o vírus da gripe infete, anualmente, 10 a 20% da população mundial, o que corresponde a cerca de 10% dos adultos e 1/3 das crianças. “A gripe é a principal doença dos adultos que pode ser prevenida e a vacina é o método mais eficaz e seguro para prevenir o vírus e as suas complicações”, acrescenta. O especialista recorda que, à semelhança dos anos anteriores, a DGS recomenda fortemente a vacinação de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, doentes crónicos ou imunodeprimidos, com seis ou mais meses de idade, grávidas com tempo de gestação superior a 12 semanas e profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados (por exemplo, lares de idosos). Adicionalmente, “desde o ano passado, a DGS recomenda, ainda, a vacinação das pessoas com obesidade (índice de massa corporal ≥ 30), mesmo sem outras doenças”. Director: José Alberto Soares Assessora de Direcção: Helena Mourão Redacção: Andreia Pereira, Bruno Miguel Dias, Cátia Jorge, David Carvalho, Paula Pereira, Sílvia Malheiro, Susana Catarino Mendes Fotografia: Ricardo Gaudêncio (editor), Jorge Correia Luís Agenda: [email protected] Director de Produção: João Carvalho Director de Produção Gráfica: José Manuel Soares Directora de Marketing: Ana Branquinho Director de Multimédia: Luís Soares Redacção: Av. Infante D. Henrique, 333 H, 5.º 1800-282 Lisboa, Tel. 21 850 40 00, Fax 21 850 40 09, [email protected], www.jasfarma.com. Publicidade: Just Me Comunicação, Tel. 21 852 50 30, Fax 21 852 50 39, [email protected] Directora de Publicidade: Conceição Pires ([email protected]) Gestoras de Contas: Cláudia Real ([email protected]) Sandra Guimarães ([email protected]) Saúde Pública® é um projecto da JAS Farma®, de periodicidade mensal e de distribuição conjunta com o Expresso, com a tiragem total do próprio jornal Pré--press: IMPRESA Publishing Impressão: Lisgráfica. Pretendemos promover e divulgar a informação na área da Saúde. É permitida a reprodução total ou parcial dos textos e fotografias, desde que referenciada a sua origem (JAS Farma®) e com autorização expressa da Direcção. Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores. Nota: Os conteúdos publicados no presente dossier não são da responsabilidade da Direcção do Expresso ou da IMPRESA Publishing, sendo editorialmente autónomos.