Gregos - Grupos.com.br

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Gregos
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Gregos
(Έλληνες)
Ioánnis Kapodístrias • Péricles • El Greco • Alexandre, o Grande
População total
15 a 22 milhões (est.)
Regiões com população significativa
Grécia
Estados
Unidos
Chipre
Austrália
Alemanha
Reino
Unido
Canadá
Brasil
Rússia
Ucrânia
Albânia
10.964.020 (censo 2001)
1.213.807 (censo 2001) - cerca de
3.000.000 afirmam ter
descendência grega
689.471 (censo 2001, na região
controlada pelo governo)
375.703 (censo 2001)
370.000 (est. 2006)
300.000 (est.)
215.105 (censo 2001)
170.664 (censo 2001)
97.827 (censo 2002)
91.500 (censo 2001)
58.785 (censo 1989)
[1][2]
[3]
[4]
[5]
[6]
[7]
[8]
Línguas
Grego (Ελληνικά, Elliniká)
Religiões
Predominantemente a Ortodoxia Grega. Há também
minorias de católicos romanos, protestantes,
muçulmanos e ateus.
Tópicos indo-europeus
Línguas indo-européias
Albanês · Anatólio · Armênio
Báltico · Céltico · Dácio · Germânico
Grego · Indo-Iraniano · Itálico · Frígio
Eslavo · Trácio · Tocariano
Povos indo-europeus
Albaneses · Anatólios · Armênios
Bálticos · Celtas · Germanos
Gregos · Indo-arianos · Indo-Iranianos
Iranianos · Ítalos · Eslavos
Trácios · Tocarianos
Proto-indo-europeus
Língua · Sociedade · Religião
Hipóteses Urheimat
Hipótese Kurgan · Hipótese anatólia
Hipótese armênia · Hipótese indiana · TCP
Estudos indo-europeus
Os gregos (em grego: Έλληνες, transl. Éllines, "helenos") são uma nação e um grupo
étnico que tem habitado a Grécia desde o século XVII a.C.. Atualmente eles são
principalmente encontrados na península grega do sudeste da Europa, nas ilhas gregas e
em Chipre.
Colônias e comunidades gregas foram historicamente estabelecidas em vários pontos do
Mediterrâneo, mas o povo grego esteve sempre centralizado em torno do mar Egeu,
onde a língua grega tem sido falada desde a antiguidade. Até o começo do século XX,
estavam uniformemente distribuídos entre a península grega, a costa ocidental da Ásia
Menor, Ponto e Constantinopla, regiões que coincidem com a grande extensão das
fronteiras do Império Bizantino no final do século XI e as áreas de colonização grega no
mundo antigo. Como conseqüência da Guerra Greco-Turca (1919-1922) em 1923, uma
troca populacional em larga escala aconteceu entre a Grécia e a Turquia transferiu e
confinou os gregos étnicos quase inteiramente dentro das fronteiras do moderno estado
grego, isto é, nas regiões onde grupos de indo-europeus falantes de grego primeiro se
estabeleceram por volta de 1500 a.C., assim como em Chipre. Outras populações de
gregos étnicos podem ser encontradas do sul da Itália ao Cáucaso e comunidades
dispersas em vários países. Hoje, a grande maioria de gregos pertence, pelo menos
nominalmente, à Ortodoxia Grega[9].
Índice
[esconder]

1 Identidade do povo grego
o 1.1 Gregos micênicos
o
o
o
o








1.2 Gregos clássicos e helenísticos
1.3 Gregos bizantinos
1.4 Gregos no Império Otomano
1.5 Independência moderna
2 Nomes usados pelo povo grego
3 História dos gregos
4 Gregos modernos e antigos
5 Cultura
o 5.1 Língua
o 5.2 Religião
o 5.3 Símbolos
o 5.4 Nomes
6 Linha do tempo das migrações gregas
7 Ver também
8 Referências
9 Ligações externas
[editar] Identidade do povo grego
A língua grega tem sido falada na península balcânica por cerca de 3500 anos (e no
oeste da Ásia Menor por um pouco menos)[10], e possui uma história literária contínua
que faz dela uma dos mais antigos ramos sobreviventes da família de línguas indoeuropéias. Dos antigos gregos, os gregos modernos herdaram uma cultura sofisticada e
uma língua documentada por quase três milênios[11]. O grego moderno é de forma
reconhecível a mesma língua de Atenas sob Péricles no século V a.C. Poucas línguas
podem demonstrar tal continuidade.
Os termos usados para definir o que é ser grego tem variado através da história. Pelos
padrões ocidentais, o termo "gregos" refere-se tradicionalmente a qualquer falante
nativo da língua grega (micênico, bizantino ou grego moderno). Os gregos bizantinos
valorizaram a tradição clássica, considerando a si mesmos os herdeiros políticos de
Roma e herdeiros étnicos, culturais e literários da antiga Grécia. O uso do antigo termo
étnico auto-descritivo "helenos" foi revivido durante a era seguinte aos embates grecolatinos entre o Império Bizantino e os cruzados ocidentais no século XII. O termo
ganhou popularidade através de seu uso pelos últimos imperadores bizantinos e por
acadêmicos tais como Gemistus Pletho e Ciriaco Pizzicolli. O termo tornou-se
claramente comum com o florescimento, no final do século XVIII, da nação-estado e de
sua gradual consolidação, mas apenas no começo do século XX o uso popular foi
firmemente restabelecido.
Os gregos hoje são uma nação no sentido de um grupo étnico (έθνος, em grego),
definido pelo senso de compartilhamento da cultura grega e tendo uma língua materna
grega. Todavia, os gregos também são definidos como um genos (γένος, em grego), no
sentido de que eles também dividem um ancestral comum. A palavra "grego" também
se referia aos habitantes cristãos ortodoxos orientais de Mileto do Império Otomano.
A Grécia se tornou o primeiro país dos Bálcãs a existir como nação-estado independente
do Império Otomano. O movimento revolucionário grego formou sua própria definição
de ser grego independente da herança cultural bizantina e grega antiga e junto com as
influências do nacionalismo ocidental. Isto atraiu a ajuda estrangeira dos amantes da
cultura grega.
[editar] Gregos micênicos
Os proto-gregos micênicos foram o primeiro povo histórico a chegar à região agora
conhecida como Grécia (o extremo sul da península Balcânica), e os primeiros que
podem ser considerados gregos etnicamente. Há claros elementos de continuidade
cultural durante a Idade das Trevas da Grécia (1200 a.C. - 800 a.C.) até o advento da
Idade Clássica (de 800 a.C. em diante) e o surgimento da pólis e em particular Atenas.
Por exemplo, nos poemas épicos de Homero, a Ilíada e a Odisséia - que descreve a épica
batalha de Tróia - está completamente claro que ele observa os gregos da pré-história
como os antepassados da civilização clássica a qual ele pertencia, e Aquiles e Ulisses
eram vistos pelos atenienses, da mesma forma que outros, como exemplos básicos do
cidadão ideal de uma pólis, da mesma forma que Enéias se tornaria o cidadão ideal de
Roma na Eneida de Virgílio.
Estes elementos de auto-identificação por si só constituem claramente continuidade
cultural, mas há outros elementos também que solidificam esta idéia: primeiro, a
arquitetura micênica mostra influências de outras civilizações do vale, assim como o
próprio estilo particular micênico (devido às limitações da geografia da região (ver:
geografia da Grécia) que levaria eventualmente à formação da arquitetura clássica grega
e da arquitetura helenística, como, por exemplo, as ruínas das colunas de Cnossos que
mostram uma versão muito arcaica do estilo dórico de arquitetura tão amplamente usado
no período clássico.
A religião é outro fator, com o panteão de deuses micênico refletindo de muitas formas
no panteão dos gregos clássicos. Esta influência definiu não apenas a cultura, mas
também parte do sitema de valores dos gregos clássicos assim como sua arte. Há
também nítida continuidade lingüística entre o idioma falado pelos proto-gregos e os
vários dialetos da Grécia Clássica. Particularmente, a escrita linear B é nitidamente uma
forma arcaica da escrita koiné posterior.
Estes elementos combinados juntos não equivalem a dizer que sejam o mesmo emissor
cultural e continuador que os gregos modernos percebem dos períodos clássico,
helenístico e bizantino da história grega, mas que todavia constituem o princípio da
identidade grega, e a fundação da religião pagã grega, língua, arquitetura e arte.
[editar] Gregos clássicos e helenísticos
Kouros do período arcaico, Museu Arqueológico de Tebas
Heródoto a firma que os atenienses declararam, antes da batalha de Platéias, que eles
não atacariam Mardônio, porque, em primeiro lugar, eles estavam obrigados a vingar o
incêndio da Acrópole e depois, eles não trairiam seus companheiros gregos, a quem eles
estavam ligados por:
Uma língua comum (ὁμόγλωσσον - homoglosson: o uso de um dos dialetos da língua
grega), o mesmo sangue (ὅμαιμον - homaimon: descendentes de Heleno, filho de
Deucalião), santuários, estátuas e sacrifícios comuns (prática da religião grega antiga comparada ao termo grego cristão e demótico ὁμόθρησκον - omothriskon) e hábitos e
costumes comuns.
Busto da rainha Cleópatra Thea Philopator do Egipto
Tucídides observa que o nome Hellas se difundiu a partir de um vale na Tessália para os
povos falantes de grego após os textos de Homero, não muito tempo antes de sua
própria época. Isto coloca a opinião no Período Arcaico, quando os gregos descobriram
que o mundo era mais amplo, mais rico e mais culto do que eles imaginavam. A guerra
de Tróia de Hoemro é, sem dúvida, um conflito entre gregos: os troianos falam grego
(apesar de a maioria dos historiadores modernos acreditar que eles eram muito
provavelmente um povo da Anatólia, baseados principalmente nas últimas traduções
realizadas), têm nomes gregos e adoram os deuses gregos; e Príamo é descendente de
Zeus. Os cários são o único povo que homero considera barbarophonoi.
Heleno, filho de Deucalião, uniu em um grupo as pequenas tribos que participaram da
Liga Anfictiônica, como os eólios, os aqueus e os dóricos.
Por volta do século V a.C., Isócrates, após falar de origens e cultos comuns, disse: "o
nome helenos sugere não qualquer raçam mas uma sabedoria, e... o título helenos é
empregado preferencialmente àqueles que compartilham nossa cultura mais do que
àqueles que compartilham nosso sangue"[12].
Após o século IV a.C. e a conquista de Alexandre o Grande do leste, o grego se tornou
uma lingua franca de toda a região do Mediterrâneo oriental e era amplamente falada
por não-gregos instruídos.
[editar] Gregos bizantinos
Após a criação do Império Bizantino, a cultura grega se transformou de helênica
(paganismo grego) em romana oriental (cultura grega cristã), e a palavra "heleno"
passou a ser associada ao passado pagão. Diferenças de nacionalidade ainda existiam no
império, mas se tornaram secundárias em referência às considerações religiosas, porque
o renovado império usava o cristianismo para manter sua coesão. No entanto, o Império
Bizantino foi dominado pelo elemento grego tanto que o imperador Heráclio (575 - 641)
decidiu fazer do grego a língua oficial. A partir de então, as culturas grega e romana
foram virtualmente fundidas no oriente. Naquela época, os latinos ocidentais
começaram a se referir a Bizâncio como "Império dos Gregos" (Imperium Graecorum).
O nacionalismo grego ressurgiu no século XI dentro de círculos específicos e se tornou
mais poderoso após a queda de Constantinopla ante os cruzados da Quarta Cruzada em
1204, e o estabelecimento de vários reinos gregos (como o Império de Nicéia e o
Principado de Épiro). Quando o império foi restaurado em 1261, ele tornou-se
essencialmente um estado nacional grego. A adesão aos ritos da ortodoxia grega e à
língua grega tornaram-se nas caracterísiticas definitivas do povo grego.
[editar] Gregos no Império Otomano
Sob o Império Otomano, a religião era a característica determinante dos grupos
"nacionais" (milletler), e então os "gregos" (Rumlar) eram definidos pelos otomanos
como os membros da Igreja Ortodoxa Grega, sem levar em consideração sua língua ou
origem étnica. Reciprocamente, aqueles que adotaram o Islã neste período, eram
considerados "turcos", também sem se levar em consideração língua ou origem étnica.
Mesmo assim, os gregos sustentavam o conceito autocéfalo segundo o qual eles
mantinham sua unidade étnico-religiosa e consistentemente se distinguiam das outras
populações cristãs ortodoxas não-gregas. Todavia, alguns gregos como Alexandros
Ypsilantis, supunha que populações não-gregas como os moldávios e os valáquios
lutassem pela independência grega por pertenceram à Igreja Ortodoxa Grega. Porém,
tanto modávios quanto valáquios eram conhecedores de suas identidades não-gregas e
se recusaram a contribuir com a causa.
[editar] Independência moderna
Heroína grega Laskarina Bouboulina.
A forte relação entre a identidade nacional grega e a religião ortodoxa grega continuou
após a criação do moderno estado grego em 1830, e quando o Tratado de Lausanne foi
assinado entre Grécia e Turquia em 1923, os dois países concordaram em usar a religião
como o determinante da identidade étnica. Todavia, em muitas considerações
importantes, o estado grego se uniu a partir de sua fundação em torno dos princípios
seculares. Por exemplo, aos judeus foram garantidos plenos direitos civis em 1830, ano
no qual a independência grega foi plenamente reconhecida, assim fazendo da Grécia o
segundo estado da Europa (após a França) com uma comunidade judaica emancipada.
Hoje, a profunda integração da Grécia no sitema estratégico ocidental e os efeitos das
migrações (tanto a emigração da Grécia nas décadas de 1950 e 1960, como a imigração
para a Grécia nos últimos anos) têm levado ao sentimento de multiculturalismo similar
àqueles das nações européias ocidentais.
[editar] Nomes usados pelo povo grego
Através dos séculos, os gregos foram conhecidos por vários nomes, dentre eles:
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Helenos (Έλληνες) - na mitologia, Heleno, filho de Deucalião e Pirra, recebeu
da ninfa Orseide três filhos: Éolo, Dorus e Xuthus. Éolo e Dorus, e dois filhos de
Xuthus, Aqueu e Íon, foram os fundadores lendários, respectivamente, das
quatro principais tribos gregas: os eólios, os dórios, os aqueus e os jônios.
Originalmente, apenas uma pequena tribo na Tessália era chamada de helenos,
mas a palavra logo se estendeu ao resto da península e passou arepresentar todo
o povo grego. No começo da Era Cristã era às vezes usada com o significado de
"pagãos". Permanece na Grécia atual como o principal nome nacional.
Gregos (Γραικοί) - na mitologia, Graco era o irmão de Latino e sobrinho de
Heleno. Era o nome de uma tribo beócia que migrou para a península Itálica no
século VIII a.C. e, provavelmente, através do contato com os nativos, para lá
levaram o termo que representa todos os helenos, o qual eles estabeleceram para
si mesmos na Itália e no Ocidente em geral. Aristóteles e Apolodoro de Atenas
mencionam que este era o nome usado pelos gregos antes de adotarem o termo
helenos.
Romanos (Ρωμιοί) - romanos era o nome político pelo qual os gregos bizantinos
chamavam a eles mesmos durante a Antigüidade Tardia e a Idade Média. Em
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regiões da Grécia continental e Ásia Menor, o uso desse nome sobreviveu até o
século XX. O nome na antigüidade anunciava os habitantes da cidade de Roma
na Itália, mas com a ascensão dos gregos no Império Romano, o termo perdeu
sua conexão com os latinos e adquiriu uma definição completamente diferente.
O imperador romano Caracala com sua Constitutio Antoniniana (Édito de
Antonino) em 212 concedeu a cidadania a toda pessoa livre no Império Romano.
O termo romano (Romaios) representava para os gregos sua cidadania romana e
sua ancestralidade helênica. A palavra Romaioi passou a representar os
habitantes gregos do Império Bizantino. O termo ainda permanece em uso hoje
na Grécia, sendo o nome nacional mais popular após helenos e na Turquia
represnta a minoria grega ortodoxa. É encontrado também no Alcorão; uma
surah é intitulada Ar-Rum significando os romanos orientais, bizantinos e
gregos.
Aqueus (Ἀχαιοί) - usado por Homero, junto com outros nomes para indicar as
forças aliadas gregas.
Yavan ou Javan (‫ ) ָןוָי‬- tradicionalmente em hebraico, Javan era o nome da tribo
( e assim da nação) que, de acordo com o Torá, migrou no começo dos tempos
bíblicos para se estabelecer na península Balcânica.
Yunan (Ίωνες) - o nome usado pelos indianos que encontraram Alexandre o
Grande e seus sucessores que governaram regiões da Ásia Central. Tem origem
na palavra persa Yauna, sendo esta uma transliteração da palavra grega Ionia
(Ιωνία). É o nome pelo qual os gregos são conhecidos no Oriente atualmente. O
termo começou a se estabelecer na Ásia com os persas, que entraram em contato
com as tribos jônias na parte ocidental da Ásia Menor no século VI a.C., sendo
depois estendido a todos os helenos.
[editar] História dos gregos
A história do povo grego é associada diretamente à história da Grécia, de
Constantinopla e da Ásia Menor. Durante o domínio otomano da Grécia, vários
enclaves gregos em torno do Mediterrâneo foram isolados da nação, notavelmente no
sul da Itália, no Cáucaso, na Síria e no Egito. No começo do século XX, cerca da
metade de toda população greco-falante estava estabelecida onde hoje é a Turquia.
Durante o século XX, uma grande onda de migração para os Estados Unidos, Austrália,
Canadá e vários outros lugares criaram a diáspora grega.
[editar] Gregos modernos e antigos
A ligação mais óbvia entre os gregos modernos e antigos é a língua, que tem apreciado
uma tradição contínua e documentada de pelo menos desde o século XIV a.C. até os
dias atuais, ou seja, cerca de 3400 anos. Não houve uma interrupção como a que ocorreu
entre o latim e as modernas línguas românicas e a única língua que também compartilha
a mesma continuidade é a chinesa.
Muitos cientistas e acadêmicos modernos (por exemplo, antropologistas como C. Coon
e geneticistas como Luigi Luca Cavalli-Sforza) têm apoiado a noção de que há uma
conexão racial dominante com os gregos antigos. Outros acadêmicos, especialmente na
Alemanha Nazista, apoiaram as teorias refutadas do historiador do século XIX Jakob
Philipp Fallmerayer, que afirmou que os antigos gregos desapareceram geneticamente
em algum momento, e os modernos gregos não possuem conexões genéticas ou
culturais com eles. Deveria-se observar que as teorias de Fallmerayer são
especificamente direcionadas aos gregos do Peloponeso, que na época constituíam
menos de um sexto de toda população grega, um fato que foi constantemente ignorado
por seus partidários posteriores. Seu ensaio foi refutado por vários acadêmicos de sua
época e foi classificado pela Academia Bávara de Ciências Humanas (Bayerische
Akademie der Wissenschaften) como preconceituoso e sem fundamento científico.
[editar] Cultura
[editar] Língua
Os gregos falam o grego (em grego: ελληνικά, elliniká), uma língua indo-européia que
forma por si mesma um ramo único, embora pareça estar mais proximamente
relacionada com o armênio e com as línguas indo-iranianas[13]. A literatura grega tem
uma história contínua de aproximadamente 3000 anos, e tem sido escrita com o alfabeto
grego desde o século IX a.C.
O grego demonstra várias caractéristicas lingüísticas que são compartilhadas com o
romeno, o albanês e o búlgaro, e absorveu várias palavras estrangeiras (principalmente
de origem européia ocidental e turca. Devido ao movimento dos defensores da cultura
grega no século XIX na Europa, que enfatizava a herança dos gregos modernos da
Grécia Clássica, estas influências estrangeiras foram excluídas do uso oficial através do
uso da Katharévussa, uma forma artificial do grego purificado de todas influências e
palavras estrangeiras, como a língua oficial do estado grego. Em 1976, no entanto, o
parlamento grego aprovou tornar o Dhimotiki, o dialeto moderno de Atenas, a língua
oficial, tornando o Katharévussa obsoleto.
Alguns membros da diáspora não conseguem falar a língua grega, mas ainda se
consideram gregos por origem étnica ou descendência.
O grego tem uma ampla variedade de dialetos e de níveis variados de inteligibilidade,
que adicionados a variante oficial (grego moderno padrão - Κοινή Νεοελληνική), que
inclui as variações cipriota, pôntico, capadócio, grico (dialeto grego-calabrês) e
tsaconiano (o único representante sobrevivente do antigo grego dórico. O ievânico,
também conhecido como romaniota ou judeu-grego, é a língua dos judeus gregos
(romaniotas), e sobrevive em pequenas comunidades na Grécia, Estados Unidos (em
Nova York) e Israel.
Junto com o grego, muitos gregos na Grécia falam outras línguas. Tais línguas incluem
o arvanita, o aromeno (também conhecido como vlach e macedo-romeno), o eslávico
(também conhecido como dópia), o russo, o italiano e o turco. Na diáspora, a maioria
dos gregos também fala a língua da região onde vivem.
[editar] Religião
A vasta maioria dos gregos são cristãos ortodoxos orientais, pertencendo à Igreja
Ortodoxa Grega. Há também pequenos grupos pertencentes a outras denominações
cristãs ou religiões. A principal denominação cristã não ortodoxa é a católica romana, e
mais recentemente evangélicos e outros grupos protestantes. Desde a época do Império
Otomano tem havido uma minoria muçulmana dentro da sociedade grega, e na maior
parte de sua história a Grécia tem possuído uma substancial comunidade judaica.
[editar] Símbolos
Bandeira nacional Emblema nacional Bandeira da Igreja
da Grécia
da Grécia
Ortodoxa Grega
Bandeira da Grécia até
1969 e de 1975 a 1978
O símbolo mais amplamente usado pelos gregos é a bandeira da Grécia, que exibe nove
faixas horizontais da mesma largura alternadamente azuis e brancas representando as
nove sílabas do lema nacional grego "Ελευθερία ή θάνατος" (Eleftheria i thanatos "Liberdade ou morte"), que também era o lema da Guerra da Independência Grega. O
quadrado azul no lado superior de hasteamento tem sobre ele uma cruz branca, que
representa a Cristandade ortodoxa grega. A bandeira grega também é muito usada pela
comunidade grega em Chipre (que tem oficialmente adotado uma bandeira neutra de
forma que minimize as tensões étnicas com a minoria turca - ver bandeira de Chipre) e
pela minoria grega na Albânia, o que tem levado a confrontos étnicos com a maioria
albanesa.
A bandeira pré-1978 (e primeira) da Grécia, que exibe uma cruz branca sobre um fundo
azul, é amplamente usada como uma alternativa à bandeira oficial, e elas são muitas
vezes hasteadas juntas. O emblema nacional da Grécia exibe um brasão azul com uma
cruz branca totalmente cercado por dois ramos de loureiro. Um desenho comum
envolve a atual bandeira da Grécia e a bandeira grega pré-1978 com os mastros
cruzados e o emblema nacional colocado na frente.
Outro símbolo grego altamente reconhecível e popular é a águia de duas cabeças, o
emblema imperial do Império Bizantino e um símbolo comum na Europa oriental. Este
símbolo não faz parte da atual bandeira ou do brasão de armas, embora ele esteja
oficialmente na insígnia do Exército Grego e na bandeira da Igreja Ortodoxa Grega.
Esteve incorporado ao brasão de armas grego entre 1925 e 1926.
[editar] Nomes
Os sobrenomes gregos são em sua maioria patronímicos. Sobrenomes referentes à
profissão, características e localização/origem também ocorrem.
Geralmente, os sobrenomes gregos masculinos terminam em -s, que é a terminação
grega masculina comum dos substantivos próprios no caso nominativo.
Excepcionalmente, alguns terminam em -ou, indicando o caso genitivo desse
substantivo próprio por razões patronímicas. Embora os sobrenomes sejam fixos hoje,
patronímicos dinâmicos e modificados sobrevivem nos nomes do meio na Grécia onde
o genitivo do primeiro nome do pai é geralmente o nome do meio.
Os sobrenomes femininos são na maioria do caso genitivo de um nome masculino. No
passado, as mulheres trocavam seus sobrenomes quando casavam para o de seus
maridos (novamente no caso genitivo), o que significava a transferência da
"dependência" do pai para o marido. Atualmente, as mulheres são obrigadas a manter
seu sobrenome paterno por lei (ou em casos muito raros, quando isso é combinado pelos
pais antes do casamento, o materno); todavia, e totalmente de forma paradoxal, o caso
genitivo ainda é mantido, significando (na maioria das vezes despropositalmente devido
à tradição) aquela dependência. O sobrenome do marido pode apenas ser usado de modo
não oficial, principalmente por razões sociais.
Alguns sobrenomes são prefixados com papa-, indicando descendência de um padre ou
sacerdote. Archi- e mastro- significam "chefe" e "comerciante", respectivamente.
Prefixos como konto-, makro- e chondro- descrevem características corporais como
"pequeno", "alto/comprido" e "gordo". Gero- e palaio- significam "velho" e "sábio".
Outros prefixos incluem hadji-, que era um uma derivação honorífica do árabe Hajj
(‫( )جح‬peregrinação), e indica que a realizou uma peregrinação (no caso dos cristãos a
Jerusalém) e kara-, palavra turca para "negro", com origem no período de dominação
otomana.
Os sufixos patronímicos mais comuns são -poulos/-poulou (Peloponeso), -idis-ides/idou e -iadis/-iadou (uma antiga forma de nome de família ou clã usada nas regiões do
mar Negro e da Ásia Menor), -akis/-aki (Creta. Um sufixo diminutivo significando
"pequeno". Acredita-se que derive da ocupação turca), -atos/-atou (Cefalônia), -ellis/elli (Lesbos), -akos/-akou (península Mani - região da Lacônia), -eas/-ea (península
Mani - região de Messênia), -oglou (ambos os gêneros) (terminação de raíz turca
observada nos imigrantes da Ásia Menor), -anis/-ani (Arcádia). O sufixo -idis é o mais
antigo em uso e sobrevive desde a Antigüidade (com freqüência transliterado -ides) para
epítetos patronímicos. Zeus, por exemplo, era também conhecido como Cronides ("filho
de Cronos") e as filhas de Atlas e Pleione como Plêiades.
[editar] Linha do tempo das migrações gregas
Distribuição das raças helênicas
Alguns eventos históricos chave foram incluídos pelo contexto, mas esta linha do tempo
não é destinada a cobrir a história não relacionada às migrações. Há mais
informações sobre o contexto destas migrações no artigo História da Grécia.
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Antes do século XXIX a.C. - Tribos gregas migram para os Bálcãs.
Século XX a.C. - Assentamento na Macedônia, estabelecimento de alguns
assentamentos na Grécia peninsular.
Século XVII a.C. - Declínio da civilização minóica, possivelmente devido à
erupção do Thera. Assentamento de aqueus e jônios na península grega
(civilização micênica).
Século XIII a.C. - Primeiras colônias são estabelecidas na Ásia Menor.
Século XI a.C. - Tribos dóricas se deslocam para a Grécia peninsular.
Século IX a.C. - Grande colonização da Ásia Menor.
Século VIII a.C. - Primeiras grandes colônias são estabelecidas na Sicília e no
sul da Itália.
Século VI a.C. - Colônias são estabelecidas por todo o Mediterrâneo e no mar
Negro.
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Século IV a.C. - Campanha de Alexandre o Grande; colônias gregas
estabelecidas em cidades recém fundadas no Egito ptolemaico e na Ásia.
Século II a.C. - Conquista da Grécia pelo Império Romano. Migrações de
gregos para Roma.
Século IV - Estabelecimento do Império Romano Oriental (Bizantino).
Migrações de gregos por todo o império, principalmente na direção de
Constantinopla.
Século VII - Conquista eslava de várias partes da Grécia. Ocorrem migrações
gregas para o sul da Itália. Os imperadores bizantinos capturam os grupos
eslavos principais e os transferem para a Capadócia. O Bósforo é repovoado por
macedônios e gregos cipriotas.
Século VIII - Dissolução bizantina dos sobreviventes Sclaviniai e recuperação
completa da península Grega.
Século IX - Gregos migram de todas as partes do império (principalmente do sul
da Itália e da Sicília) para partes da Grécia que foram despovoadas com a
expulsão dos Sclaviniai (principalmente o Peloponeso ocidental e a Tessália).
Século XIII - O Império Bizantino se desfaz, Constatinopla é tomada pela
Quarta Cruzada e se torna a capital do Reino Latino de Constantinopla.
Reconquistada após uma longa luta pelo Império de Nicéia, mas partes
permanecem separadas. Ocorrem migrações entre a Ásia Menor, Constantinopla
e a Grécia peninsular.
Século XV - Conquista de Bizâncio pelo Império Otomano. Inicia-se a diáspora
grega para a Europa. Assentamentos otomanos na Grécia.
Década de 1830 - Criação do Estado Grego moderno. Começo da imigração
para o Novo Mundo. Ocorrem migrações em larga escala de Constantinopla e da
Ásia Menor para a Grécia.
Década de 1910 - Aproximadamente 350.000 gregos pônticos são mortos [1].
1913 - A Macedônia é dividida; migrações desorganizadas de gregos, búlgaros e
turcos para seus respectivos estados.
1919 - Tratado de Neuilly; Grécia e Bulgária trocam populações, com algumas
exceções.
1923 - Tratado de Lausanne; Grécia e Turquia concordam em trocar populações
com limitadas exceções aos gregos de Constantinopla, Imbros, Tenedos e a
minoria muçulmana (principalmente gregos, pomacos, romanis e turcos) da
Trácia Ocidental. 1,5 milhão de pessoas da Ásia Menor e de gregos pônticos são
assentados na Grécia, e cerca de 450.000 muçulmanos são assentados na
Turquia.
1947 - O regime comunista na Romênia começa a expulsar a comunidade grega.
Aproximadamente 75.000 pessoas migram para a Grécia.
1948 - Guerra Civil Grega. Dezenas de milhares de gregos comunistas e suas
famílias fogem para as nações do Bloco do Leste. Milhares se estabelecem em
Tashkent.
Década de 1950 - Emigração maciça de gregos para Alemanha Ocidental,
Estados Unidos, Austrália, Canadá e outros países.
1955 - Massacre de Istambul contra os gregos. Êxodo de gregos da cidade é
acelerado; menos de 2.000 permanecem hoje em Istambul.
1958 - A grande comunidade grega de Alexandria foge do regime de Nasser no
Egito.
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Década de 1960 - A República de Chipre é criada, como um estado
independente grego sob proteção grega, turca e britânica. A emigração
econômica continua.
1974 - Invasão turca de Chipre. Quase todos os gregos que vivam no norte de
Chipre fogem para o sul e para o Reino Unido.
Década de 1980 - Permite-se que muitos refugiados civis de guerra retornem à
Grécia. Migração reversa a partir da Alemanha também começa.
Década de 1990 - Colapso da União Soviética. Aproximadamente 100.000
gregos étnicos migram a partir da Geórgia, Armênia, sul da Rússia e Albânia
para a Grécia.
2000 - A Grécia implementa completamente o Acordo de Schengen.
Década de 2000 - Algumas estatísticas indicam o começo de uma tendência de
migração reversa de gregos a partir dos Estados Unidos e da Austrália.
[editar] Ver também
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Demografia da Grécia
Império Bizantino
Mitologia grega
Civilização helenística
Referências
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11.
12.
13.
↑ Estados Unidos da América: 2000 census
↑ Departamento de Estado dos Estados Unidos: Background Note: Greece
↑ Comissão de Relação de Comunidades: 2001 census}}
↑ Alemanha: População grega na Alemanha, by the República Federal da Alemanha
(Relações entre Grécia e Alemanha)
↑ Reino Unido: População grega no Reino Unido Não há um número exato disponível,
este é o número apenas de Londres.
↑ Instituto Norueguês de Assuntos Internacionais: Centro de Estudos Russos: 2002
census
↑ Comitê de Estatística do Governo da Ucrânia: 2001 census
↑ ONPU: Relatório sobre a situação da minoria grega na Albânia
↑ Encarta: Greece
↑ World Book 2005, "Greece"
↑ Encyclopædia Britannica 2006, "History of Greece"
↑ Panegyric 4.50
↑ BBC: Languages across Europe: Greek
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