A disciplina cristã serve para corrigir/converter o

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-A disciplina cristã serve para corrigir/converter o irmão desordenadoPr. Abram de Graaf
Palavras – chaves: Disciplina cristã, Preguiça, Arrependimento, Irmão em pecado.
Domingo 31 CdH
P. 85. Como se fecha e se abra o reino dos céus pela disciplina cristã?
R. Conforme o mandamento de Cristo, aqueles que, com o nome de cristãos, se comportam na
doutrina ou na vida como não-cristãos, são fraternalmente advertidos repetidas vezes.
Se não quere abandonar seus erros ou maldades, não são mais admitidos à igreja e aos que,
pela igreja, foram ordenados para esse fim.
Se não dão atenção nem admoestação desses, não são mais admitidos aos sacramentos e,
assim, excluídos da congregação de Cristo e pelo próprio Deus do reino de Cristo.
Eles voltam ser recebidos como membros de Cristo e da sua igreja quando realmente
prometem e demonstram verdadeiro arrependimento.
Leitura: Domingo 31
Texto: 2 Tessalonicenses 3, 6-15
O Catecismo fala sobre as chaves do Reino de Deus: a Pregação da Palavra de
Deus e a Disciplina Cristã; O domingo passado eu falei sobre o papel da palavra
de Deus. Hoje quero falar sobre a Disciplina Cristã. Vamos ouvir o que a
Palavra de Deus nos ensina a respeito da disciplina cristã. Por causa disso
observaremos um caso específico que foi tratado com amor, paciência,
longanimidade e com o objetivo de ajudar o irmão desordenado. A disciplina
cristã funciona assim.
A disciplina cristã serve para corrigir/converter o irmão desordenado.
1) O problema: um irmão desordenado;
2) A Solução: A Disciplina Cristã;
Vamos observar o problema que surgiu na congregação de Tessalonica. Paulo
define este problema em vs. 10: Se alguém não quiser trabalhar, também não
coma. O problema é esse: Paulo ouviu que algumas pessoas estão ociosas;
não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia. O que isso quer
dizer?
Prestem atenção! Paulo fala sobre algumas pessoas que não querem trabalhar.
Ele disse: Se alguém não quiser trabalhar, também não coma. Esta regra se
refere às pessoas que não querem trabalhar. Esta regra não se refere àquelas
pessoas que não podem trabalhar ou aquelas pessoas que não conseguem
arrumar um emprego. Paulo não condena todos os desempregados ou todos os
doentes que não podem trabalhar; ele condena as pessoas que não querem
trabalhar. Ele condena os preguiçosos. Aquelas pessoas que podem trabalhar,
mas recusam a oferta de trabalho; ou aceitam um trabalho e quase não fazem
nada, porque não gostam de se esforçar.
A Palavra de Deus condena a vida do preguiçoso e tem vários exemplos sobre
este tipo de pessoas. Por exemplo, no Livro de Provérbios.
Prov. 13: 4 O preguiçoso deseja e nada consegue;
Prov. 15: 9 O caminho do preguiçoso é cheio de espinhos; (ele tem mil motivos
para não procurar trabalho! È isso e é aquilo! Muitos espinhos e por causa disso
ele não foi).
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Prov. 22: 13 O preguiçoso diz: “Há um leão lá fora!” “Serei morto na rua!”.
O preguiçoso inventa motivos para não sair. Ele sempre observa ‘leões’ e ‘ursos’
no seu caminho. Não vou a pé para o meu trabalho, porque fico suando; não
vou andar de bicicleta, porque tem assaltantes que podem roubar a minha
bicicleta; não vou de ônibus porque não tenho dinheiro para passagens; etc;
etc. Você tem que arrumá-lo um trabalho, levá-lo para o trabalho e no final
você mesmo tem que fazer o trabalho;
Prov. 19: 24 O preguiçoso põe a mão no prato, e não se dá ao trabalho de
levá-la à boca!
Prov. 20: 4 O preguiçoso não ara a terra na estação própria; mas na época da
colheita ele procura e não acha nada.
Existe uma história muito famosa sobre isso. Sobre o grilo, que era preguiçoso.
Ele só gostava de cantar músicas. Toda primavera e todo verão ele cantava
músicas, mas não trabalhava, enquanto as formigas trabalhavam dia e noite. O
grilo sempre estava zombando das formigas e achou a vida delas muito ruim.
Assim passavam os meses e chegou à época do inverno. As folhas caíram e não
havia mais frutos no chão para comer. O grilo estava com fome e queria comer,
mas não encontrou nada. Foi então que ele estava batendo nas portas para
receber comida. Mas ninguém tinha nada. Num certo momento ele chegou na
porta da casa das formigas e quando elas abriram a porta ele podia ver que na
casa das formigas houve uma alegria porque elas tinham bastante comida,
enquanto ele estava sofrendo não tendo nada. Assim é a vida do preguiçoso:
Ele não ara a terra na estação própria; mas na época da colheita ele procura e
não acha nada.
Por causa disso o Provérbio 6: 6 diz: Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos
caminhos dela e seja sábio! Ela não tem chefe, nem supervisor, nem
governante, e ainda assim armazena as suas provisões no verão e na época da
colheita ajunta o seu alimento. Até quando você vai ficar deitado, preguiçoso?
Quando se levantará de seu sono? Tirando uma soneca, cochilando um pouco,
cruzando um pouco os seus braços para descansar, a sua pobreza o
surpreenderá como um assaltante e a sua necessidade lhe sobrevirá como um
homem armado.
Então, irmãos, assim é a vida do preguiçoso. E na congregação de Tessalonica
estavam alguns irmãos, que eram assim. Eles não queriam trabalhar. Eles
podiam, mas não queriam. Eles sempre apresentavam mil e um motivos para
não trabalhar e pode ser que um desses motivos foi que o dia do Senhor já
tivesse chegado (2 Tess. 2,2); O paraíso já chegou e agora não precisava mais
trabalhar.
Não sabemos quais forma os motivos que aqueles irmãos usaram para recusar
qualquer trabalho; com certeza eles não disseram isso claramente, mas para os
apóstolos isso foi claro: estes irmãos foram desordenados; Eles estavam na
congregação e não viviam conforme a ordem que os Apóstolos tinham ensinado
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aos irmãos. Eles não viviam assim; ao contrario eles deram um mau exemplo
aos irmãos; eles se aproveitaram dos benefícios dos irmãos e até colocaram
uma mancha na igreja de Cristo, porque deram a impressão às pessoas que
viviam fora da congregação, que a igreja de Cristo era composta por pessoas
desordenadas e preguiçosas, que não querem trabalhar.
Assim é a situação e agora vamos observar como Paulo tentou corrigir
esta situação através da disciplina cristã: com amor, paciência,
longanimidade e com o objetivo de ajudar o irmão desordenado.
1. Pela pregação da palavra de Cristo.
1 Tess. 2: 6: “Irmãos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo nós lhes
ordenamos que se afastem de todo irmão que vive ociosamente e não
conforme a tradição que vocês receberam de nós”.
Os apóstolos logo reagiram quando observaram pela primeira vez que
houve irmãos que não estavam trabalhando e até não queriam trabalhar.
Os apóstolos não ficaram calados, mas falaram e ordenaram aqueles
irmãos em nome do nosso Senhor Jesus Cristo. Isso quer dizer que eles
falaram seriamente com a autoridade que Jesus Cristo lhe tinha dado.
2. Pelo bom exemplo da sua própria vida;
1 Tess. 2: 7: “Pois vocês mesmos sabem como devem seguir o nosso
exemplo, porque não vivemos ociosamente quando estivemos entre
vocês, nem comemos coisa alguma à custa de ninguém. Ao contrário,
trabalhamos arduamente e com fadiga, dia e noite, para não sermos
pesados a nenhum de vocês, não por que não tivéssemos tal direito, mas
para que nos tornássemos um modelo para ser imitados por vocês.
Então, os apóstolos deram um bom exemplo pela própria vida e esforço.
Pelas suas palavras e pelos seus atos eles ensinavam a congregação
como deviam viver e trabalhar;
3. Pela boa regra: Se alguém não quiser trabalhar, também não
coma;
O objetivo desta regra é ensinar a congregação a não manter a vida dos
preguiçosos. Isso não é uma regra cruel, mas dessa maneira o
preguiçoso será estimulado a trabalhar. O jeito cruel é quando a
congregação fica calada e continua a manter os preguiçosos. Quem sofre
é a congregação e não os irmãos desordenados, enquanto devia ser ao
contrario. Quem devia sofrer é o preguiçoso e assim ele aprenderia uma
boa sabedoria nesta vida. Esta sabedoria: Se alguém não quiser
trabalhar, também não coma;
4. Com paciência;
Paulo falou sobre esta situação logo no início quando ele chegou pela
primeira vez em Tessalonica: ele deu um bom exemplo pelo seu
trabalho; e deu uma boa regra a congregação; Depois disso ele falou
mais uma vez na sua primeira carta: 1 Tess. 4, 11-12
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“Esforcem-se para ter uma vida tranqüila, cuidar dos seus próprios
negócios e trabalhar com as suas próprias mãos, como nós os
instruímos; a fim de que andem decentemente aos olhos dos que são de
fora e não dependem de ninguém”.
Paulo escreveu esta segunda carta mais ou menos 6 meses depois da
primeira carta. Então, Paulo teve muito paciência com os irmãos
desordenados;
5. Com longanimidade
Paulo condena a prática dos irmãos desordenados ele condena a
preguiça deles, mas ele continua a considerá-los como irmãos. Ele até
disse a congregação para tratá-lo como irmão (2 Tess. 2,15)
“Contudo, não o considerem como inimigo, mas chamem a atenção dele
como irmão”.
6. Com firmeza
Paulo é paciente e age com longanimidade, mas ele é firme também. Ele
continua no caminho que o Senhor Jesus Cristo mesmo o ensinou.
Então, os irmãos não obedecem a ordem de Jesus Cristo, nem as
admoestações dos apóstolos; então conforme a regra de Mateus 18
Paulo tem que ativar a congregação e por causa disso ele diz (2 Tess.
2,14)
“Se alguém desobedecer ao que dizemos nesta carta, marquem-no e não
se associem com ele, para que se sinta envergonhado”.
a) Primeiro: marcá-lo. Não é exatamente claro o que o apóstolo quer
dizer com isso. Mas pode ser que ele simplesmente quer dizer que os
presbíteros deviam mencionar o nome daquele irmão numa reunião
da assembléia da congregação, para que todos soubessem que
fulano tinha uma vida desordenada e que ele não queria se
arrepender e que não queria obedecer a ordem de Jesus Cristo e as
admoestações dos apóstolos. Assim o irmão estaria marcado e os
irmãos sabem que eles deviam se afastar deste irmão;
b) Segundo: não se associar com ele. Esta regra tem um motivo
duplo.
I.
O irmão desordenado não pode infectar outros irmãos. Outros irmãos
podiam pensar que este tipo de vida é legitima, enquanto não é. O
irmão tem uma vida desordenada e a congregação deve ser protegida
contra este tipo da vida. Uma maçã pode infectar toda cesta.
II.
O segundo motivo é isolar o irmão. Ele deve sentir que ele não vive
conforme a ordem que Cristo nos ensinou. Ele deve se estranhar. Este
tipo de correção é pacifico e silencioso. Quando as pessoas não falam
mais, uma pessoa deve sentir que há alguma coisa errada. Manter a
comunicação aberta com as pessoas que tem uma vida desordenada
pode levá-las à idéia que tudo está ótimo. Mas não podemos continuar
assim, OU devemos falar e admoestar OU devemos ficar calados. O
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parar com a comunicação pode levar ao último passo: terminar a
comunhão. Mas o objetivo não é esse. O objetivo é o arrependimento.
c) Terceiro: para que se sinta envergonhado;
Este é o objetivo da disciplina: que uma pessoa chegue à vergonha.
Que os seus olhos se abram e que o seu coração se quebre. Que ele
fique envergonhado. Vergonha é um sentimento pesado. Vergonha
dá vontade de fugir, para se esconder; Quem tem vergonha não tem
coragem para olhar nos olhos do outro. Uma pessoa com vergonha
se sente culpado e humilhado. Este é o primeiro passo no caminho do
arrependimento;
Adão e Eva sentiram vergonha quando pecaram perante Deus. Eles
fugiram e se esconderam. É bom para observar isso irmãos! Bom
para presbíteros e pastores para observar também o que Deus fez!
Como Deus reagiu quando isso aconteceu! Deus os procurou! Deus
os chamou! “Adão, Onde está você?”. Deus também nos deu um
exemplo! Devemos procurar os irmãos que estão com vergonha;
devemos chamá-los. Não podemos deixá-los. A comunicação
terminou, mas a comunhão ainda não! Ele ainda é um irmão e não
um inimigo. Então tem que buscá-lo. E perguntar: Onde está você?
Porque fugiu? Porque se escondeu? E naquele momento o irmão tem
a oportunidade para confessar o seu pecado!
Às vezes devemos ajudar os irmãos envergonhados a confessar os
seus pecados. Mas assim salvamos a sua vida. Como Jesus mesmo
disse em Mateus 18: 15: Se o irmão pecar contra você, vá e, a sós
com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão.
Este é o objetivo da disciplina cristã: ganhar seu irmão!
O amor quer isso. Até sendo machucado. O verdadeiro amor quer
isso! Não maltrata, não procura os seus interesses, não se ira
facilmente, não guarda rancor. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta.
Tal amor deixa uma pessoa envergonhada. Tal amor estará pronto
para perdoar; Tal amor deve estar em nós; Tal amor estará em nós
quando nós mesmos nos humilhamos continuamente em baixo da
disciplina de Cristo. Quando o amor de Cristo conquistou o nosso
coração! Amém.
Cântico: Como é precioso irmão
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