BIOLOGIA 2ª série − Ensino Médio 2º Bimestre Foco Apresentação Manutenção dos Sistemas Multicelulares Os seres vivos multicelulares são constituídos por uma grande variedade de células ligadas entre si, formando tecidos em que tais células assumem papéis especializados. O salto evolutivo dos organismos unicelulares para organismos multicelulares foi crucial para o desenvolvimento dos animais e plantas como os conhecemos atualmente. O desenvolvimento de uma maior complexidade estrutural e metabólica foi conseguido através do aparecimento dos organismos multicelulares. A cooperação e a divisão de funções tornam possíveis à exploração de recursos que uma só célula não poderia utilizar. Entretanto, esses organismos eucariontes de maiores proporções teriam de resolver novos desafios em nível de trocas de substâncias necessárias ao metabolismo celular e as respostas aos estímulos do meio que ocorrem na superfície celular. A célula não pode aumentar indefinidamente o seu tamanho. Sendo assim, as organizações coloniais e, posteriormente, a pluricelularidade foram soluções eficazes para ultrapassar esta limitação. Para desenvolvermos esta temática dividiremos o segundo bimestre em duas Unidades: (1) Origem da multicelularidade, suas vantagens e desafios. (2) Regulação nos organismos multicelulares - hormônios e funções. Unidade 1 Identificação Origem da multicelularidade, suas vantagens e desafios Nesta unidade, trabalharemos o aparecimento dos seres vivos multicelulares, bem como as vantagens e desafios para manutenção destes organismos (de maiores dimensões). Tais seres exibem características particulares: a colaboração e a divisão do trabalho entre suas células e tecidos, formados a partir do desenvolvimento embrionário de uma única célula. Analisaremos, também, os diferentes tecidos, suas células especializadas e respectivas funções no organismo. Conexões com as Habilidades e Competências do Currículo Mínimo A habilidade proposta no Currículo Mínimo de Biologia a ser conquistada pelos alunos nesta unidade é: • Reconhecer a existência de diferentes tipos de células, identificando a formação, organização e funcionamento de cada uma delas, diferenciando, de modo geral, seus mecanismos bioquímicos e biofísicos, Ao desenvolvermos tal habilidade, teremos a oportunidade de abordar vários assuntos, como: - Multicelularidade: vantagens e desafios - Diferenciação celular 9 2ª série − Ensino Médio BIOLOGIA - Padrões fisiológicos observados nos seres vivos - Padrões embriológicos e histológicos - Tecidos e suas funções Orientações Gerais Só para lembrar... Considerando a sala de aula um ambiente multicultural, é de fundamental importância que antes de se introduzir qualquer assunto novo se realize uma avaliação diagnóstica. O objetivo é que o professor identifique e analise os conhecimentos que os alunos já possuem a respeito do tem e possa traçar estratégias pedagógicas adequadas ao perfil da turma (ver Sugestões de Avaliação) Seguem alguns exemplos de estratégias pedagógicas: Atividades Desafiadoras Comece sempre uma aula de biologia com uma pergunta desafiadora: Perguntas: 1) O que terá levado alguns eucariontes a tornarem-se multicelulares, enquanto que outros permanecem formados por uma só célula? 2) Por que razão as células não podem aumentar indefinidamente de tamanho? 3) Porque os seres vivos unicelulares eucariontes em vez de optarem por um aumento de tamanho, optaram por se agregarem em colônias? 4) O que comanda a sequência de eventos que ocorrem durante o desenvolvimento embrionário? 5) Se os seres multicelulares originam-se de uma única célula – o ovo ou zigoto – como eles desenvolvem tecidos especializados, órgãos e sistemas como o coração do cardiovascular, o estômago do digestório e os rins do sistema excretor? Proponha atividades como: a) Pesquise na internet imagens dos diferentes tipos de tecidos e procure identificar as características vistas em sala de aula (formato das células, tipo de material intercelular, número de núcleos das células, etc.). Vários são os atlas virtuais de histologia disponíveis na web. Forme uma galeria de imagens de células ou peça aos seus alunos que façam buscas por imagens de diferentes células. Peça que escolham pelo menos três células diferentes, identificando-as e descrevendo suas estruturas e relacionando tais estruturas com as funções exercidas por cada uma delas. Imagens disponíveis em: http://www. teachersdomain.org/resource/tdc02.sci.life.cell.cellgallery/) http://www.urcamp.tche.br/ histologia/atlas/index_histo.html http://www.uff.br/atlashistovet/TecOsseo.htm#TecOsseo http://www.icb.ufg.br/histologia/conju/open.htm b) Observação ao microscópio, se possível, das células vegetais (casca da cebola ou de uma planta de fácil manuseio – elódea ou trapoeraba roxa) e das células animais (mucosa oral); para diferenciação, se não for possível desenvolva a atividade através de imagens. c) Para observação dos vários tipos de tecidos utilize cortes de boi, como músculo, rabada, mocotó, fígado, etc. caracterizando pela visualização os diversos tecidos. Exploração do meio Entrevistas no posto de saúde sobre a incidência de doenças de pele na comunidade, câncer, leishmaniose, sarna, micoses etc. Desenvolvimento de Projetos Desenvolva um programa de incentivo a doação de medula. O reconhecimento entre células presente em todos os animais complexos viventes - fez surgir hoje problemas de incompatibilida- 10 BIOLOGIA 2ª série − Ensino Médio de nos transplantes de órgãos ou medula óssea: é difícil achar um doador cujas células possuam os mesmos sinais de identidade que os de quem vai receber o órgão transplantado. Descubra que órgãos são mais facilmente transplantados. Quais foram os primeiros transplantes realizados em nosso país? O que é preciso para ser um doador de órgãos? Fóruns de Discussão/Debates O Controle da Expressão Gênica na Diferenciação Celular: Os alunos seriam estimulados a pesquisar textos diversos sobre a busca para desvendar como se processa o desenvolvimento e diferenciação celular e o impacto da descoberta desse controle da expressão gênica que poderia eventualmente mostrar a cura para uma variedade de doenças, incluindo diabetes e câncer. Construções de Modelos 1) Apresentar maquetes com os vários tipos de células: procariótica e eucariótica (vegetal e animal). 2) Jogo para o reconhecimento das várias fases do desenvolvimento embriológico: Baralho Embriológico. Os objetivos do jogo são reconhecer algumas fases do desenvolvimento embrionário em um contexto de aprendizagem significativo, relacionando as características de fases do desenvolvimento com as respectivas imagens que as caracterizam. Os alunos devem jogá-lo e em seguida devem criar um novo jogo, com regras diferentes, complementar a esse. Desta forma, eles estarão, de fato, aplicando seus conhecimentos e não só reforçando-os. Disponível em: http://genoma.ib.usp.br/educacao/materiais_didaticos_jogos_Baralho_Embriologico.html Atividades de observação de imagens histológicas As atividades devem partir de um problema, de questões a serem respondidas. Cabe ao professor orientar os alunos na busca das respostas. As questões propostas devem propiciar oportunidade para que os alunos elaborem os seus saberes e se apropriem do conteúdo. As pranchas de histologia e imagens retiradas de atlas histológicos possibilitam uma melhor abordagem do assunto, pois vão além das imagens e descrições presentes no livro didático. As caracterizações dos tecidos e comparações a partir das diferentes formas evidenciadas nas pranchas e associadas às funções celulares devem ser acompanhadas pelo registro das conclusões dos alunos no quadro. O ideal é que se construa a caracterização que possibilite identificar os diferentes tecidos a partir de um conjunto de atributos observáveis nas imagens do atlas e associações entre formas e funções. Assim, o aprendizado poderá ser alcançado a partir de atividades realizadas pelos próprios alunos e não por memorização de descrições encontradas nos livros. Perguntas exploratórias: Todas as células apresentam a mesma forma e a mesma função? A forma de uma célula pode dar pistas do seu papel no funcionamento do organismo? Além das células, que outras estruturas presentes ajudam na caracterização de um tecido? Imagens disponíveis em: http://www.teachersdomain.org/resource/tdc02.sci.life.cell.cellgallery/) http://www.urcamp.tche.br/histologia/atlas/index_histo.html http://www.uff.br/atlashistovet/TecOsseo.htm#TecOsseo http://www.icb.ufg.br/histologia/conju/open.htm Material de apoio para a sala de aula Objetos educacionais Animações/filmes O vídeo de curta duração (1m 20s) mostra o desenvolvimento de um ovo fecundado: Cell Differentiation da National Science Foundation (NSF). Disponível em: http://www.teachersdomain.org/resource/tdc02.sci.life.stru.different/ 11 2ª série − Ensino Médio BIOLOGIA Vídeo de 10 minutos que mostra as funções celulares e as associações das células para o funcionamento do organismo. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=U3a4fPDt21Q&featu re=related A professora do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, Simone Sabóia, explica como funciona o microscópio simulado (MIRA), aparelho que pode ser acessado por meio da internet e facilita o acesso a dados científicos, o estudo de células e tecidos. Disponível em: http://www.youtube. com/watch?v=8NkLfwpTIfc Roteiros de aula Esta aula aborda a constituição do corpo humano e busca pela saúde, ressaltando a integração entre os órgãos e sistemas. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula. html?aula=22718 Textos Reportagem atual da revista Veja de março de 2011 que descreve aspectos do surgimento dos multicelulares. Organismo unicelular pode explicar origem do reino animal: espécie descoberta em 2002 pode esclarecer o que tornou possível o aparecimento dos animais, algo que até hoje não foi plenamente entendido. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/organismo-unicelular-pode-explicar-origem-do-reino-animal Material impresso Livros aprovados pelo PNLD 2012/1 e escolhidos pelas Escolas Estaduais do Rio de Janeiro LOPES, S. e ROSSO, S. (2010). Bio. Editora Saraiva, Coleção com três volumes: o volume 3 – Unidade 3 – capítulo 9 apresenta as características gerais dos animais, abordando temas como a multicelularidade e tecidos (p. 269) e desenvolvimento embrionário nos animais (p.274). Nesse capítulo (pp.280-281) há um artigo que descreve como a ativação/inibição de um conjunto de genes controlado desenvolvimento animal, ressaltando a similaridade do processo na maior parte dos grupos de animais. Um ponto de destaque da unidade 3 é disponibilizar um capítulo intitulado Forma e Função para apresentar temas de grande relevância no estudo da multicelularidade: integração dos sistemas, questões sobre o tamanho do corpo. Esse mesmo aspecto é reforçado em uma atividade (nº5, p.288) que discute as dificuldades causadas pelo aumento das dimensões celulares. Tal capítulo (capítulo 10) é ótima fonte de consulta para o professor. Outro ponto que vale ressaltar é a preocupação de explorar a interdisciplinaridade com a integração do conteúdo apresentado com conceitos de Física, com a Hidrostática e Movimento (alavancas). Na atividade nº 4 (p. 305) o livro se aprofunda numa discussão sobre a relação área/volume e suas consequências para o organismo. O volume 2 também apresenta parte do conteúdo: reserva o capítulo 2 para abordar a Embriologia Humana e dois capítulo para desenvolver o estudo dos tecidos, sua estrutura e função. Ao final do capítulo, há a discussão sobre células-tronco (p.102). AMABIS, J. M. e MARTHO, G. R. (2010). Biologia. Editora Moderna, Coleção em três volumes: no volume 1, unidade D: A diversidade celular dos animais (cap.11, 12 e 13), no capítulo 16: Desenvolvimento embrionário de mamíferos. LAURENCE, J. e MENDOZA, V. (2010) Biologia para a nova geração. Editora Nova Geração, o volume 1 – unidade 3: Embriologia e Histologia Animal – no capítulo 11: aborda o desenvolvimento embrionário e no capítulo 12, apresenta os diferentes tecidos que constituem o organismo humano. LINHARES, S. e GEWANDSZNAJDER, F. (2011) Biologia Hoje. Editora Ática, Coleção em três volumes: no volume 1, unidade IV: Histologia Animal; unidade III – capítulo 17: Desenvolvimento embrionário dos animais. No volume 2, unidade IV – capítulo 10: Desenvolvimento embrionário. 12 BIOLOGIA 2ª série − Ensino Médio SANTOS, F. S.; AGUILAR, J. B. V. e OLIVEIRA, M. M. A. (organizadores) (2010). Ser Protagonista – Biologia. Editora SM, Coleção com três volumes. No volume 1 – capítulo 3, o livro apresenta a formação dos seres vivos multicelulares (p.62). Nos capítulos 13 e 14, o estudo do desenvolvimento embrionário começa com um histórico sobre as antigas idéias sobre formação e desenvolvimento (p.239). A parte que aborda a diferenciação celular (p.253) apresenta os primeiros trabalhos desenvolvidos sobre o tema e se aprofunda na questão das células-tronco (p.254). O capítulo 14 especifica o desenvolvimento embrionário dos mamíferos e detalha a organogênese humana. O estudo dos diferentes tecidos é apresentado nos capítulos 15 a 18. Vale ressaltar que na página 283, a questão do aumento da dimensão do organismo dos organismos pluricelulares e suas consequências. SILVA JR, C., SASSON, S. e CALDINI JR, N. (2010). Biologia. Editora Saraiva, Coleção em três volumes: no volume 2, unidade 3- capítulo 17: Os tecidos animais. O livro propõe fazer um estudos dos tecidos a medida que analisam cada um dos sistemas do corpo (unidade 3). No capítulo 29: Noções gerais da embriologia dos cordados. Nas páginas 381 e 382 o livro explora as noções de células-tronco. BIZZO, N. (2012). Novas Bases da Biologia. Editora Ática, Coleção em três volumes: no volume 1, unidade 4: O organismo vivo- capítulo 8: biologia tecidual e gametogênese. No capítulo 9: Fecundação e embriologia animal. Nas páginas 286 e 287, o autor descreve a formação dos diferentes tecidos do organismo. A menção às células-tronco ocorre nas páginas 298 e 299 e se aprofunda com uma discussão: As células-tronco embrionárias e a ética na página 305. PEZZI, A.; GOWDAK, D. O. e MATTOS, N. S. (2010). Biologia. Editora FTD, Coleção com três volumes: volume 1, unidade 2 –Perpetuação da espécie e embriogênese animal, no capítulo 13, o livro aborda o desenvolvimento embrionário nos animais e somente na unidade seguinte, no capítulo14 são apresentados os diferentes tecidos animais. Interdisciplinaridade Habilidades e Competências relacionadas a serem trabalhadas no 2o bimestre nas áreas do Conhecimento, que podem integrar um projeto multidisciplinar/interdisciplinar. Física • Entender e saber utilizar instrumentos óticos • Explicar emissão, propagação, reflexão e absorção da luz. Química • Conceituar soluto, solvente, soluções diluídas e soluções concentradas. • Classificar as reações mais usuais que envolvem as funções orgânicas, tais como substituição, adição, eliminação e oxidação. • Reconhecer reações de obtenção de algumas substâncias importantes no dia-a-dia, tais como: etanol e os polímeros de maneira geral. Sociologia • Diferenciar os conceitos de senso comum e conhecimento científico • Identificar os principais debates que marcam a produção sociológica sobre preconceito e discriminação étnico-raciais no Brasil. 13 2ª série − Ensino Médio BIOLOGIA Filosofia • Diferenciar os conceitos de senso comum e conhecimento científico • Estimular a autonomia e a construção de percursos próprios para a resolução das questões propostas. Sugestão de Avaliação Sugestões de atividades de avaliação • Avaliação Diagnóstica Antes de introduzir qualquer assunto novo, é muito importante que se realize uma avaliação diagnóstica para que o professor identifique e analise os conhecimentos que os alunos já possuem a respeito do tema. Esta etapa é essencial para o planejamento da aula. A partir deste diagnóstico é possível criar estratégias para engajar os alunos, despertando o interesse pelo tema, estimular os alunos a desvelar e expressar suas representações a respeito do assunto e reconhecer as diferentes interpretações que os alunos têm do conteúdo, para avaliar e decidir as estratégias adequadas para iniciar a abordagem/estudo do tema. Alguns exemplos de ferramentas que podem ser usadas : - Questionários com conceitos básicos sobre padrões fisiológicos e embriológicos nos seres vivos - Texto Livre: O professor solicita que os alunos escrevam um texto que relacione Seres Multicelulares - Mapa Conceitual: os alunos devem construir um mapa conceitual com a palavra-chave: Diferenciação celular • Avaliação Formativa A avaliação formativa deve ocorrer ao longo de todo o período escolar. Pode ser composta por avaliações parciais, que tem como objetivo avaliar as diferentes etapas do processo de aprendizagem de um conceito, Elas ocorrem com frequência e em qualquer momento da aula. Em geral feitas, individualmente. São compostas por poucas questões. Seu objetivo é evidenciar para o professor a possibilidade da continuidade ou da retomada do assunto trabalhado e, para o aluno, buscar a melhora de seu desempenho, se necessário. O aluno corrige a avaliação e aponta ao professor as questões que apresenta dificuldades. Essas avaliações não têm caráter punitivo ou classificatório. O objetivo é nortear o planejamento para que todos alcancem o sucesso. No entanto, o aluno que realizou a avaliação, a corrigiu e pontuou suas dificuldades poderá ser uma pontuação (somativa) para tal, se o professor achar necessário. Avaliação Quantitativa A avaliação quantitativa não deve ser, de forma alguma, a única nota do processo avaliativo dos alunos. Ela deve ser considerada como mais uma ferramenta avaliativa a ser usada. Os instrumentos podem ser provas, testes, questões de vestibular ou ENEM. Uma estratégia interessante é pedir que os alunos construam as questões e as pontuem. Desta forma o professor terá um panorama dos assuntos que os alunos apresentam dificuldades para poder trabalhá-los com maior atenção. Questões ENEM que abordam o tema: a) ENEM 2011_ – Prova Amarela : Questão 52 b) ENEM 2010 – Prova Azul : Questão 62 14 BIOLOGIA Material de apoio para o(a) professor(a) 2ª série − Ensino Médio Cabe a você, Professor: Desenvolver, nos estudantes, uma postura crítica diante da realidade, das informações e valores veiculados pela mídia e das influências socioculturais da comunidade envolvida. Para tanto, você, professor, precisará conhecer o assunto e, em geral, buscar junto com seus alunos mais informações em publicações ou com especialistas. Tal atitude representará maturidade de sua parte: temas da atualidade, em contínuo desenvolvimento, exigem uma permanente atualização; e fazê-lo junto com os alunos representa excelente ocasião de, simultaneamente e pela prática, desenvolver procedimentos elementares de pesquisa e sistematização da informação, medidas, considerações quantitativas, apresentação e discussão de resultados etc.. Uma arrebatadora oportunidade de produzir conhecimento com seus alunos, ou seja, de fazer ciência na escola. Artigos Experimental evolution of multicellularity. Disponível em: http://www.pnas.org/content/109/5/1595 Filme Documentário do History Channel em 9 partes – A Origem da Vida. Na 4ª parte (após 5 minutos de vídeo), há discussões sobre como a vida passa de organismos unicelulares para organismos multicelulares a partir do depoimento de vários cientistas e muitas imagens interessantes. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=oa04Lc0nIjY Livros GUYTON, A. R.; HALL, J. E. Fisiologia humana e mecanismos das doenças. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. O livro apresenta todos os sistemas do organismo humano de forma bem detalhada e profunda e faz associações entre a fisiologia e a doenças. SADAVA, D. e t al. Vida – A ciência da Biologia. 8 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. São três volumes que abordam todos os temas de Biologia de uma forma detalhada e com ilustrações muito didáticas. Também apresenta várias atividades de questionamento e discussão. Sites Este site da Fiocruz traz uma apresentação que desenvolve o tema de citologia desde a descoberta do microscópio até formações dos diferentes tecidos. Um ponto importante é o aparecimento dos seres multicelulares. Disponível em: http://www.invivo.fiocruz.br/celula/tecidos_01.htm Unidade 2 Identificação Regulação nos organismos multicelulares − hormônios e funções Nesta unidade, trabalharemos as consequências da multicelularidade que, entre outras vantagens, proporcionou uma maior independência do organismo em relação ao meio onde vive, devido a uma eficaz homeostasia, resultante de uma interdependência dos vários órgãos. Vamos buscar entender os mecanismos fisiológicos que garantem o funcionamento pleno do corpo. Entendemos que a abordagem dos temas relativos ao organismo deva substituir a visão fragmentária – típica da tradicional organização do ensino e apresentar o corpo do ser vivo como um todo integrado, ressaltando as ideias de interdependência e de equilíbrio dinâmico para uma 15 2ª série − Ensino Médio BIOLOGIA melhor compreensão do ser vivo. Mais especificamente, a manutenção do equilíbrio energético do corpo, o desenvolvimento sexual, os ciclos reprodutivos e muitos outros aspectos dependem do sistema hormonal (ou endócrino), que depende do sistema cardiovascular para o transporte de substâncias. Como mensageiros químicos do corpo, os hormônios regulam todos os processos biológicos do nosso corpo, incluindo o metabolismo, o desenvolvimento do cérebro e sistema nervoso, e o amadurecimento e funcionamento do nosso sistema reprodutor. Os hormônios fazem parte do sistema endócrino, uma rede de glândulas e receptores. As glândulas liberam hormônios que viajam através do organismo, ligando-se aos receptores celulares. As instruções moleculares desses hormônios são transmitidas aos componentes internos da célula. Conexões com as Habilidades e Competências do Currículo Mínimo A habilidade proposta no Currículo Mínimo de Biologia a ser conquistada pelos alunos nesta unidade é: • Relacionar a fisiologia dos organismos à produção de hormônios Ao desenvolvermos tal habilidade, teremos a oportunidade de abordar vários assuntos, como: - Padrões fisiológicos observados nos seres vivos; - Sistemas de integração e controle do organismo; - Regulação hormonal; - Hormônios e retroalimentação: a manutenção da homeostasia. Orientações Gerais Reforçando esta questão... Considerando a sala de aula um ambiente multicultural, é de fundamental importância que antes de se introduzir qualquer assunto novo se realize uma avaliação diagnóstica. O objetivo é que o professor identifique e analise os conhecimentos que os alunos já possuem a respeito do tem e possa traçar estratégias pedagógicas adequadas ao perfil da turma (ver Sugestões de Avaliação). Atividades Desafiadoras Perguntas: 1) Por que razão, o crescimento dos seres multicelulares implica processos de diferenciação celular? 2) Como estão relacionadas as células-tronco e as células diferenciadas de um organismo? 3) Por que podemos dizer que a cada 12 meses o corpo é completamente reconstituído? Como isso se processa? 4) Só um único sistema do organismo desempenha o papel de controle e regulação? Desenvolvimento de Projetos O tratamento de distúrbios hormonais pela ação de bactérias. Pode um ser unicelular procarionte contribuir para o tratamento de seres humanos que apresentam produção insuficiente de hormônios? Qual a função das bactérias nesse tratamento? Como isso se processa? Para conhecer um pouco mais sobre o tema: http://www.infoescola.com/biologia/engenharia-genetica/ http://www.biologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=61 16 BIOLOGIA 2ª série − Ensino Médio Fóruns de Discussão/Debates Alguns estudos demonstraram que componentes químicos, presentes em pesticidas e artigos industrializados, causam danos no sistema endócrino e estão associados a problemas à vida selvagem em certas áreas contaminadas. São chamados de disruptores endócrinos, pois são agentes e substâncias químicas que promovem alterações no sistema endócrino humano e nos hormônios que, por mecanismos fisiológicos, podem substituir os hormônios do nosso corpo, ou bloquear a sua ação natural, ou ainda, aumentar ou diminuir a quantidade original de hormônios, alterando as funções endócrinas. De fato, os disruptores endócrinos não fazem distinção: atingem grandes metrópoles, áreas rurais, hospitalares, escolares, pessoas ricas e pobres. Eles estão nos alimentos, nas embalagens plásticas, nas emissões dos escapamentos dos veículos, em fertilizantes, inseticidas, herbicidas, nematicidas, fungicidas e tantos outros pesticidas no Brasil. Talvez o mais famoso desse disruptores endócrinos seja o BPA (Bisphenol A), um composto químico encontrado em artigos plásticos duros como garrafas, mamadeiras, potes e bacias, bem como em revestimentos das latas de conservas. Considerando testes recentes onde novas abordagens foram realizadas e levando em conta efeitos colaterais mais sutis; tanto o National Toxicology Program do National Institutes of Health quanto o FDA demonstram preocupação sobre os possíveis efeitos do BPA no cérebro, no comportamento e na próstata de fetos, bebês e crianças”. Embora seus reais efeitos ainda estejam em testes, o BPA foi banido da indústria de mamadeiras e potes de comida infantis em alguns países. Se não estão comprovados os danos ao organismo humano, você acha que foi radical a medida de eliminar o BPA da indústria de utensílios plásticos? Existem outros disruptores endócrinos contaminando nosso ambiente? Quais são eles? Até que ponto existem provas científicas para se tomar uma atitude contra tais disruptores? E que ações poderiam ser tomadas pelas autoridades de saúde e pelo governo? Para conhecer melhor sobre esse assunto, leia o artigo Disruptores endócrinos no meio ambiente: um problema de saúde pública e ocupacional, disponível em http://www.acpo.org.br/disruptores_endocrinos.pdf ou obtenha maiores informações no site: http://www.nossofuturoroubado. com.br/arquivos/fevereiro_11/2.html Material de apoio para a sala de aula Objetos educacionais: Animações Esse site da HHMI - Howard Huges Medical Institute – apresenta várias animações. Embora em inglês, as excelentes imagens são muito didáticas e ilustram com perfeição o desenvolvimento embrionário humano. Disponível em: http://www.hhmi.org/biointeractive/stemcells/animations.html Animação que mostra com detalhes a atuação do glucagon nas células hepáticas. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=37198 Ou em: http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/20576/glucagon_figado. swf?sequence=1 Vídeo Vídeo que explica as semelhanças e diferenças entre células que existem em diversos organismos, relacionando-as ao processo evolutivo Disponível em: http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/17040 Vídeo da Coleção 'Body Atlas' - dublados pela Discovery do Brasil - capitulo Glândulas e Hormônios. Disponível: http://www.youtube.com/watch?v=9bulb2AyYo4&feature=related (parte 1) e http://www.youtube.com/watch?v=ONR5fELY6Kc&feature=relmfu (parte 2) 17 2ª série − Ensino Médio BIOLOGIA Roteiros de aulas: Esse plano de aula aborda as transformações que ocorrem em seu corpo, devido às ações dos hormônios, estabelecendo uma estreita relação da adolescência com o amadurecimento sexual. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=19339 Esse plano de aula apresenta várias dinâmicas de grupo para desenvolver o tema “Esteroides e anabolizantes: riscos e prejuízos.” Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=26379 Excelente aula que explora a ação da adrenalina no organismo. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=2555 Material impresso Livros aprovados pelo PNLD 2012/1 e escolhidos pelas Escolas Estaduais do Rio de Janeiro LOPES, S. e ROSSO, S. (2010). Bio. Editora Saraiva, Coleção com três volumes: o volume 2, no capítulo 6 (p.187) dá noções gerais sobre a coordenação e regulação, enfatizando o papel dos sistemas neural e endócrino na busca pela homeostasia. No final da unidade, o livro dá vários exemplos de questões abordadas no ENEM. AMABIS, J. M. e MARTHO, G. R. (2010). Biologia. Editora Moderna, Coleção em três volumes: no volume 2, unidade E: Anatomia e fisiologia da espécie humana, no capítulo 16: Integração e controle corporal: sistemas nervoso e endócrino. LAURENCE, J. e MENDOZA, V. (2010) Biologia para a nova geração. Editora Nova Geração, o volume 3 – unidade 1 – capítulo 5: Fisiologia Humana V: controle hormonal e reprodução descreve glândulas e hormônios, dando vários exemplos da regulação hormonal por feedback. LINHARES, S. e GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje. Editora Ática, Coleção em três volumes: no volume 2, unidade V – capítulo 29: Sistema endócrino SANTOS, F. S.; AGUILAR, J. B. V. e OLIVEIRA, M. M. A. (organizadores) (2010). Ser Protagonista – Biologia. Edições SM, Coleção com três volumes. O volume 2 – unidade IV: Animais aborda no capítulo 22 o Sistema Endócrino, suas glândulas e hormônios. SILVA JR, C., SASSON, S. e CALDINI JR, N. (2010).Biologia. Editora Saraiva, Coleção em três volumes: no volume 2, unidade 3- capítulo 27: O sistema endócrino e no capítulo 28: A reprodução humana e sua regulação hormonal. BIZZO, N. (2012). Novas Bases da Biologia. Editora Ática, Coleção em três volumes: no volume 3, Unidade 1: Ser humano, no Capítulo 3: Coordenação Hormonal, o autor fala da coordenação do organismo e da conseqüente homeostase. PEZZI, A.; GOWDAK, D. O. e MATTOS, N. S. (2010). Biologia. Editora FTD, Coleção com três volumes: volume 2, unidade 6 – Reino Animalia: Fisiologia Animal, no capítulo 25 o livro aborda a coordenação que ocorre nos vertebrados com total ênfase no organismo humano. 18 BIOLOGIA Interdisciplinaridade 2ª série − Ensino Médio Habilidades e Competências relacionadas a serem trabalhadas no 2o bimestre nas áreas do Conhecimento, que podem integrar um projeto multidisciplinar/interdisciplinar. Química • Conceituar soluto, solvente, soluções diluídas e soluções concentradas. • Classificar as reações mais usuais que envolvem as funções orgânicas, tais como substituição, adição, eliminação e oxidação. • Reconhecer reações de obtenção de algumas substâncias importantes no dia-a-dia, tais como: etanol e os polímeros de maneira geral. Sugestão de Avaliação Sugestões de atividades de avaliação • Avaliação Diagnóstica Antes de introduzir qualquer assunto novo, é muito importante que se realize uma avaliação diagnóstica para que o professor identifique e analise os conhecimentos que os alunos já possuem a respeito do tema. Esta etapa é essencial para o planejamento da aula. A partir deste diagnóstico é possível criar estratégias para engajar os alunos, despertando o interesse pelo tema, estimular os alunos a desvelar e expressar suas representações a respeito do assunto e reconhecer as diferentes interpretações que os alunos têm do conteúdo, para avaliar e decidir as estratégias adequadas para iniciar a abordagem/estudo do tema. Alguns exemplos de ferramentas que podem ser usadas: - Questionários com conceitos básicos sobre hormônios. - Texto Livre: O professor solicita que os alunos escrevam um texto que relacione a função dos hormônios. - Mapa Conceitual: os alunos devem construir um mapa conceitual com a palavra-chave: Regulação hormonal. • Avaliação Formativa A avaliação formativa deve ocorrer ao longo de todo o período escolar. Pode ser composta por avaliações parciais, que tem como objetivo avaliar as diferentes etapas do processo de aprendizagem de um conceito, Elas ocorrem com frequência e em qualquer momento da aula. Em geral feitas, individualmente. São compostas por poucas questões. Seu objetivo é evidenciar para o professor a possibilidade da continuidade ou da retomada do assunto trabalhado e, para o aluno, buscar a melhora de seu desempenho, se necessário. O aluno corrige a avaliação e aponta ao professor as questões que apresenta dificuldades. Essas avaliações não têm caráter punitivo ou classificatório. O objetivo é nortear o planejamento para que todos alcancem o sucesso. No entanto, o aluno que realizou a avaliação, a corrigiu e pontuou suas dificuldades poderá ser uma pontuação (somativa) para a tal, se o professor achar necessário. Avaliação Quantitativa A avaliação quantitativa não deve ser, de forma alguma, a única nota do processo avaliativo dos alunos. Ela deve ser considerada como mais uma ferramenta avaliativa a ser usada. Os instrumentos podem ser provas, testes, questões de vestibular ou ENEM. Uma estratégia interessante é pedir que os alunos construam as questões e as pontuem. Desta forma o professor terá um panorama dos assuntos que os alunos apresentam dificuldades para poder trabalhá-los com maior atenção. 19 2ª série − Ensino Médio BIOLOGIA Questões ENEM que abordam o tema: a) ENEM 2009 – Prova Azul : Questão 7: Insulina - Diabetes b) ENEM 2009 – Prova Azul : Questão 11: Sudorese – SNP- Integração dos sitemas Material de apoio para o(a) professor(a) Cabe a você, Professor: Desenvolver, nos estudantes, uma postura crítica diante da realidade, das informações e valores veiculados pela mídia e das influências socioculturais da comunidade envolvida. Para tanto, você, professor, precisará conhecer o assunto e, em geral, buscar junto com seus alunos mais informações em publicações ou com especialistas. Tal atitude representará maturidade de sua parte: temas da atualidade, em contínuo desenvolvimento, exigem uma permanente atualização; e fazê-lo junto com os alunos representa excelente ocasião de, simultaneamente e pela prática, desenvolver procedimentos elementares de pesquisa e sistematização da informação, medidas, considerações quantitativas, apresentação e discussão de resultados etc.. Uma arrebatadora oportunidade de produzir conhecimento com seus alunos, ou seja, de fazer ciência na escola. Artigos O ESTROGÊNIO ATRAVÉS DO CICLO DA VIDA: Função e disfunção endócrinas. Disponível em: http://www.nossofuturoroubado.com.br/old/ciclo.htm BISFENOL A: você come sem saber e adoece sem querer, artigo de Frederico Lobo. Publicado em julho 7, 2011. Disponível em: http://www.ecodebate.com.br/2011/07/07/bisfenol-voce-come-sem-saber-e-adoece-sem-querer-artigo-de-frederico-lobo/ Vídeos Vídeo da Coleção 'Body Atlas' - dublados pela Discovery do Brasil - capitulo Glândulas e Hormônios. Disponível: http://www.youtube.com/watch?v=9bulb2AyYo4&feature=related (parte 1) e http://www.youtube.com/watch?v=ONR5fELY6Kc&feature=relmfu (parte 2) Material de consulta Apostila desenvolvendo vários temas sobre os sistemas do corpo humano. O sistema endócrino é explorado a partir da página 295 do documento e apresenta várias informações relevantes. Cadastre-se no site http://teca.cecierj.edu.br/index.php?palavrachave=hormonios&tipo= e coloque a palavra hormônios. Você terá vários materiais para desenvolver o tema e essa apostila intitulada Corpo Humano II – Volume 2 – Fundação CECIERJ/2010 Endereço para exploração do tema Hormônios: Disponível em: http://www.infoescola.com/ hormonios/ 20