Workshop – “Teatro: porque se expressar é uma arte” Lacerda, L.F.(1); de Souza, D.F.(1); de Souza, A.R.(1); Verdugo, A.B.Q.(1); Trovó, P.A.(1); Marqui, D.C.(1); de Araújo, R.R(1); Akamine, L.A.(1); Januário, M.G.(1); Tezzin, N.S.(1); Biancolli, A.L.(1); Mota, D.(1); Piai, T.M.(1); Piton, G.R.(1); da Silva, J.F.(1); Morais, A.T.B.(1); Zanuto, G.M.(1); Garbellini, L.C.O.(1); Imasato, H(1). (1) Instituto de Química de São Carlos, Av. Trab. São-carlense, 400, CP 780, São Carlos, SP, CEP 13560-970, [email protected] Introdução O desenvolvimento científico e tecnológico aumenta a complexidade do mercado e exige um profissional com habilidades para lidar em diferentes circunstâncias. O período acadêmico deve compreender um desenvolvimento amplo com base em ações de ensino, pesquisa e extensão, o que contribui para uma formação mais completa. Dentro da universidade, no que se refere aos conteúdos teóricos e práticos inerentes a sua área de atuação, a formação do aluno se faz por meio de uma elevada carga horária, tendo como consequência, em muitos casos, o foco exclusivo dos mesmos no curso ao qual estão vinculados. Dessa forma, o projeto Workshop, fortemente atrelado ao ideal do PET de extensão, surge como uma alternativa para difundir novos conhecimentos tendo em vista que a formação do aluno ultrapassa a aquisição de conhecimentos técnico-científicos, uma vez que esses se esvaziam quando não integrados à realidade. Estas atividades aprimoram a crítica e a reflexão de seus participantes, desenvolvem a habilidade de aprender e recriar permanentemente e contribuem no processo de criação de conhecimentos. O grupo PET – Química do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP) já realizou cinco Workshops, cujos temas foram “Desenvolvimento da Comunicação”, “Empreendedorismo”, “Bioenergia”, “Não quer ficar na universidade? O que fazer lá fora?” e “Teatro: porque se expressar é uma arte”. O tema do último Workshop, do qual se trata este resumo, abordou a questão da expressão utilizando o teatro, que aparece como um desafio a ser encarado, pois é uma maneira de se desprender aos poucos do medo e da dificuldade, sem exercer a pessoa qualquer tipo de pressão ou obrigação, fazendo com que ela se sinta livre ao atuar. Utilizar tal ferramenta proporciona aos discentes um conhecimento diversificado e lúdico, propiciando um clima de liberdade, no qual os alunos liberam suas potencialidades, expressando seus sentimentos, emoções e sensações. Esta arte amplia a visão de quem a utiliza, melhora a autoimagem dos alunos e colabora para torná-los mais críticos e abertos ao mundo em que vivem. Objetivos Complementar a formação profissional e/ou pessoal dos participantes envolvendo-os em um projeto de extensão, além de fornecer subsídios para o aprimoramento da expressão oral e corporal, haja vista a grande importância do ato de se expressar. Metodologia O V Workshop, intitulado “Teatro: Porque se expressar é uma arte”, foi realizado nos dias 06, 07 e 08 de novembro de 2012, às 18h30, no anfiteatro Pau Brasil – Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação. O primeiro dia do evento iniciou-se com uma discussão denominada “A arte de se expressar”, ministrada pela psicóloga Rosane Rodrigues - ECA-USP. Posteriormente o grupo Improvise, acompanhado pela psicóloga, aplicou uma metodologia denominada “Teatro de Reprise” que se baseou em diversas atividades, como a montagem de personagens fictícios e a reconstituição de experiências vivenciadas pelas pessoas presentes no evento. A atividade foi acompanhada por música, criando um clima favorável para o envolvimento dos participantes. No segundo dia realizou-se uma oficina de expressão corporal, ministrada por Fernanda Campos e Candi Oliveira. Esta oficina englobou diversas dinâmicas interativas e técnicas para o desenvolvimento da expressão, como roda de conversa e nomes, montagem de estátuas vivas, criação e expressão vocal, improvisação e encenação. Após a oficina, o grupo Atuando em Psi do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) apresentou-se com a peça “Big Bang Brasil”, que abordou teorias sobre a origem do universo de maneira interativa. No terceiro dia do evento realizou-se uma oficina de teatro, ministrada pelo Grupo Acaso –USP São Carlos, que envolveu música e a arte da pintura. Foi proposto aos participantes encenar o sentimento provocado neles por quadros famosos como “A persistência da memória”, de Salvador Dali, e “Noite estrelada”, de Van Gogh, bem como realizar a representação fiel da imagem retratada nesses quadros. Na segunda parte da programação os grupos Ouroboros e Olhares trouxeram a peça “Petit Curie”, a qual narra a história da cientista polonesa Marie Curie, acompanhada por músicas. O teatro apresentado é um teatro inclusivo, uma vez que o elenco é constituído, em partes, por deficientes visuais. As atividades foram totalmente gratuitas e as inscrições destinaram-se a todo campus da USP - São Carlos e UFSCar, realizadas on-line por meio do e-mail institucional ou manualmente em pontos próximos à circulação dos alunos. A divulgação foi realizada através de redes sociais, cartazes e distribuição de panfletos com a utilização de máscaras de teatro por parte dos integrantes do Grupo PET IQSC/USP no restaurante universitário. Resultados e discussão A escolha de um tema diferenciado chamou muito a atenção do público e atraiu diferentes tipos de pessoas, de diferentes cursos, níveis acadêmicos e até mesmo pais de alunos e professores. Este público, de cerca de 50 pessoas por dia, mostrou que a divulgação foi eficiente. O primeiro dia de projeto superou as expectativas. O Teatro de Reprise aplicado pelo Grupo Improvise envolveu a plateia como um todo, de forma que esta expressou-se com depoimentos, ideias, montando personagens, encenando e até mesmo revivendo fases da vida que foram marcantes através da encenação dos atores, o que trouxe à tona muita emoção. Através das oficinas do segundo e terceiro dia verificou-se participação efetiva dos inscritos. As atividades da primeira e da segunda oficina foram complementares, serviram de alavanca para a quebra da timidez, para desenvolver a criatividade, o entrosamento dos participantes e a expressão oral e corporal. Todos interagiram, podendo conhecer pessoas novas, aprendendo como encenar, montar peças teatrais e principalmente, como expressar-se frente ao público. Através das peças teatrais ocorreu uma aplicação de tudo o que foi aprendido, além de ter sido possível aprender um pouco mais sobre ciência e quebrar preconceitos. O projeto foi bem sucedido uma vez que o público ficou muito satisfeito com as metodologias utilizadas, as oficinas e as apresentações teatrais, o que mostrou a importância deste tipo de atividade para o aprendizado pessoal e profissional. Como retorno o Grupo PET – IQSC/USP, responsável pela organização do evento, recebeu os votos de parabéns dos participantes. Conclusão O evento conseguiu alcançar seus objetivos de aprimorar a capacidade de expressão oral e corporal que cada indivíduo possui e, consequentemente, complementar a formação acadêmica dos alunos participantes. Por meio das peças apresentadas e das oficinas, os participantes compreenderam melhor a importância de saber expressar e entenderam que este conhecimento pode ser utilizado como uma ferramenta na vida pessoal e profissional. Portanto, o projeto obteve êxito em seus objetivos, além de possibilitar a interação dos participantes de diferentes cursos de graduação. Referências PARREIRA, B. D. M.; DINIZ M. A; GOULART B. F. Atividade de extensão no contexto do ensino superior. Disponível <http://www.uftm.edu.br/upload/ensino/TCC_BIBIANE_E_MARINA.pdf> em: Acessado em 13/12/2012. SILVA, M. S.; VASCONCELOS, S. D. Extensão Universitária e Formação Profissional: avaliação da experiência das Ciências Biológicas na Universidade Federal de Pernambuco. Disponível em: <http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1280/1280.pdf> Acessado em 13/12/2012. REVERBEL, O. G.. Um Caminho do Teatro na Escola. São Paulo: Editora Scipione, 1997.