os estados unidos

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Esta pintura (cerca 1872) de John Gast chamada Progresso Americano é uma representação alegórica do Destino Manifesto.
Na cena, uma mulher angelical, algumas vezes identificada como Colúmbia, (uma personificação dos Estados Unidos do
século XIX) carregando a luz da "civilização" juntamente a colonizadores americanos, prendendo cabos telégrafo por onde
passa. Há também índios americanos e animais selvagens do oeste "oficialmente" sendo afugentados pela personagem.
É o pensamento que expressa a crença de que o povo dos
Estados Unidos é eleito por Deus para comandar o mundo,
e por isso o expansionismo americano é apenas o
cumprimento da vontade Divina. Os defensores do Destino
Manifesto acreditavam que os povos da América Latina e
Andina deveriam ser seus escravos, pois eram
subdesenvolvidos, virando essas pessoas até contra seus
países de origem. O Destino Manifesto se tornou um
termo histórico padrão, frequentemente usado como um
sinônimo para a expansão territorial dos Estados Unidos
pelo Norte da América e pelo Oceano Pacífico.
Quando os estadunidenses referem-se a si mesmos como americanos somente
repetem a frase mais conhecida do presidente James Monroe, proferida no
congresso estadunidense em 1823: "A AMÉRICA PARA OS AMERICANOS
(ESTADUNIDENSES)". A esta linha de pensamento denominou-se Doutrina
Monroe, que é seguida até a atualidade.
A DOUTRINA MONROE CONSISTIU BASICAMENTE EM TRÊS QUESTÕES:
A não intervenção nos assuntos internos da América por países europeus.
A não criação de novas colônias por países europeus na América.
A não intervenção dos Estados Unidos em conflitos relacionados aos países
europeus como guerras entre estes países e suas colônias .
Representava uma séria advertência à Santa Aliança e à Inglaterra, apesar de seu
poderio militar situar-se no entorno do Caribe. Ajudou a frustrar os planos de
recolonização da América pelos europeus, permitindo que os Estados Unidos
continuassem a dilatar suas fronteiras na direção Oeste, dizimando as tribos
indígenas que lá habitavam, subsidiada pelo pressuposto do Destino Manifesto.
O chamado Corolário Polk foi uma consequência da
Doutrina Monroe. Estabelecido pelo então presidente dos
Estados Unidos da América, James Knox Polk, justificava a
anexação de antigas áreas coloniais espanholas ao
território norte-americano, em um processo de decisão que
caberia exclusivamente aos colonos e ao governo em
Washington.
Com base nesse princípio foram incorporados à União os
territórios dos atuais estados do Texas, Novo México,
Colorado, Nevada, Arizona, Utah e Califórnia, resultando
em um conflito com o México em 1848, tendo como base o
separatismo do Texas, com os EEUU apropriando-se
(anexando) dois terços do território mexicano.
O Corolário Polk prendia-se à idéia de que os EUA estavam
abertos a qualquer país que estivesse disposto a anexar-se a
eles, sendo extremamente útil como pretexto para a
expansão estadunidense sobre os territórios do Oeste.
Entre 1820 e 1830, os estadunidenses começaram a invadir
lentamente o território do Texas que pertencia à República
do México, era uma invasão benigna através da compra de
terras, muito baratas. Ao entrar em território mexicano,
grandes latifundiários levaram consigo as oligarquias e o
trabalho escravo (O comportamento era muito parecido
com o coronelismo). No México não havia escravatura, pois
era proibida pela Constituição. Em 1835, o governo
mexicano aprovou a Constituição Centralista Mexicana,
reforçando a proibição da escravidão em território daquele
país. Os grandes oligarcas estadunidenses donos daquelas
terras financiaram então uma revolução e proclamaram a
independência do Texas em 1836. Formou-se então a
República da Estrela Solitária, que passou a ser um
protetorado dos Estados Unidos.
A GUERRA DO MÉXICO E A ANEXAÇÃO DOS
TERRITÓRIOS CALIFÓRNIA, NOVO MÉXICO, NEVADA,
ARIZONA E UTAH
Estas medidas de contenção do banditismo geraram
muitos desentendimentos entre os dois países. Em 1846,
houve um conflito de fronteira entre os Estados Unidos e
o México. Os estadunidenses acabaram declarando
guerra ao país vizinho invadindo seu território e
"libertando" a Califórnia, Novo México, Nevada, Arizona e
Utah.
Metade do território mexicano foi perdida para os
Estados Unidos, e grande parte do povo latino da região,
ou foi morto, ou expulso para o que restou do México.
Foi um postulado de política externa, em adição à Doutrina Monroe,
de autoria do presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt.
Conjugado com a Política do Grande Porrete, o Corolário foi o marco
de um período de controle direto dos EUA sobre os países
latinoamericanos.
Os Estados Unidos se declararam dispostos a ocupar militarmente
países que estivessem passando por uma crise devido a sua
dívida externa. Na Mensagem, Roosevelt expressou sua convicção de
que uma nação que consegue manter a ordem e cumprir com suas
obrigações não precisa temer a interferência dos Estados Unidos. No
entanto, uma "nação civilizada" como os Estados Unidos teria que
assumir o papel de “polícia do mundo", e ser obrigada a intervir, no
caso de um enfraquecimento dos laços da sociedade civilizada em
outros países.
O Corolário Roosevelt foi motivado pela reação violenta do Reino
Unido, Itália e Alemanha à crise da dívida venezuelana em 1902 e
1903.
Foi um dispositivo legal,
inserido
na
Carta
Constitucional de Cuba,
que
autorizava
os
Estados
Unidos
da
América
a
intervir
naquele país a qualquer
momento
em
que
interesses recíprocos de
ambos os países fossem
ameaçados. Desta forma,
na prática, Cuba passou a
ser um protetorado
estadunidense.
FOI UMA RESPOSTA ARGENTINA (1902) PELO CHANCELER ARGENTINO LUIS MARÍA DRAGO, EM
RESPOSTA AO DESCUMPRIMENTO DA DOUTRINA MONROE DOS ESTADOS UNIDOS, AFIRMANDO
QUE NENHUMA POTÊNCIA ESTRANGEIRA PDOE USAR A FORÇA CONTRA UMA NAÇÃO
AMERICANA COM A FINALIDADE DE COBRAR UMA DÍVIDA. SUA BASE JURÍDICA ESTA NAS
IDEIAS DE CARLOS CALVO, NO LIVRO DIREITO INTERNACIONAL TEÓRICO E PRÁTICO DA
EUROPA E AMÉRICA. A DOUTRINA CALVO PROPÓE A PROIBIÇÃO DA INTERVENÇAÕ
DIPLOMÁTICA ATÁ QUE SEJA UTILIZADOS TODOS OS RECURSOS PACÍFICOS (OU JURÍDICOS) PARA
A SOLUÇAO DE CONTROVÉRSIAS.
A DOUTRINA DRAGO FOI UMA RESPOSTA ÀS AÇÕES DA GRÃ-BRETANHA, ALEMANHA E ITÁLIA,
QUE IMPUSERAM UM BLOQUEIO NAVAL À VENEZUELA NO FINAL DE 1902, COMO RESPOSTA À
ENORME DÍVIDA QUE O PRESIDENTE DA VENEZUELA, CIPRIANO CASTRO, HAVIA SE RECUSADO A
PAGAR.
FRENTE A ESSE ATAQUE, OS ESTADOS UNIDOS DISSERAM QUE NÃO IRIAM APOIAR UM ESTADO
QUE FOSSE AFETADO POR ATAQUES DE POTÊNCIAS EUROPÉIAS QUE NÃO SE ORIGINOU COM A
INTENÇÃO DE RECUPERAR E COLONIZAR TERRITÓRIOS AMERICANOS. OU SEJA, HAVERIA DEFESA
POR PARTE DOS ESTADOS UNIDOS SOMENTE SE AS POTÊNCIAS EUROPÉIAS DESEJASSEM
RECOLONIZAR ALGUM TERRITÓRIO NA AMÉRICA.
ASSIM, SURGE A DOUTRINA DRAGO, COMO UM ATO DE PROTESTO POR PARTE DE LUIS MARÍA
DRAGO CONTRA OS ESTADOS UNIDOS.
UMA VERSÃO MODIFICADA FOI APROVADA POR HORACE PORTER EM HAIA, EM 1907. ESTA
ACRESCENTOU QUE A ARBITRAGEM E O LITÍGIO DEVEM SER SEMPRE UTILIZADOS PRIMEIRO.
Em 1853 uma esquadra estadunidense,
comandada pelo Comodoro Mathews Perry,
força os japoneses à abertura das fronteiras e
seus mercados aos Estados Unidos,
encerrando o Xogunato e levando à
Restauração Meiji que colocou o imperador
no centro do poder, forçando a
modernização do Japão.
Em 1855 o mercenário William Walker desembarcou
e atacou a Nicarágua dominando o país declarandose presidente. Fazendeiros sulistas estadunidenses
imediatamente fundaram oligarquias na região.
Walker porém foi derrotado e fuzilado em Honduras.
Muitos dos fazendeiros tiveram que retornar aos
Estados Unidos falidos e doentes.
O Geógrafo alemão Friedrich Ratzel visitou a América do Norte
no início de 1873 e se impressionou com a doutrina do Destino
Manifesto nos EUA. Ratzel simpatizava com os resultados do
"Destino Manifesto", mas ele nunca usou o termo. Em vez disso,
ele contou com a Tese da Fronteira de Frederick Jackson Turner.
Ratzel promoveu colônias ultramarinas para a Alemanha, na
Ásia e África, mas não uma expansão em terras eslavas. Depois
alguns alemães reinterpretaram Ratzel para defender o direito
do raça alemã de expandir na Europa, essa noção foi mais tarde
incorporada na ideologia nazista. Harriet Wanklyn argumenta
que os políticos distorceram a teoria de Ratzel para objetivos
políticos.
Em 1898, com a explosão de um navio estadunidense
chamado Maine em Cuba, os EUA declaram a guerra
contra a Espanha, os territórios espanhóis no Caribe e
no Pacífico (Filipinas) foram invadidos. Cuba
permaneceu ocupada até 1902, sendo liberada pelos
estadunidenses depois da aprovação da Emenda Platt. A
Emenda Platt era uma lei que dava direito aos
estadunidenses de invadir Cuba a qualquer momento
em que interesses dos Estados Unidos fossem
ameaçados. Esta lei permaneceu mantendo Cuba um
protetorado estadunidense até 1933.
O arquipélago que forma o Havaí é conhecido historicamente pelo
nome de Ilhas Sanduíche. O arquipélago havaiano era povoado
por polinésios, sendo que a região era governada por vários chefes
polinésios locais, até 1810, quando Kamehameha I centralizou o
governo do arquipélago, e instituiu uma monarquia. Em 1894, o
arquipélago tornou-se uma república, e quatro anos depois,
em 1898, foi invadido militarmente e anexado pelos Estados
Unidos da América, tornando-se um território americano em
1900. A vinda de muitos imigrantes asiáticos e europeus deram um
aspectos multicultural.
A base naval americana de Pearl Harbor foi atacada por aeronaves
da Marinha Imperial Japonesa em 7 de dezenbri de 1941. O
ataque levou os Estados Unidos à guerra. Mais de 2400 pessoas
morreram no ataque. Em 21 de agosto de 1959, o Havaí tornou-se
o 50.º e último Estado americano a entrar à União.
Em 1890, aconteceu a primeira Conferência Panamericana. Esta propunha uma moeda comum no
continente americano, o dólar, uma união aduaneira,
um conselho de arbitragem de conflitos militares e
econômicos em Washington, além de cobrança de
tributos de proteção. O Brasil e a Argentina se
opuseram, receberam retaliações econômicas do bloco
liderado pelos estadunidenses. Contra o Brasil, a
principal retaliação foi o encerramento da importação do
látex, contra a Argentina, a importação de gado e de trigo.
Em 1901, Theodore Roosevelt assumiu a
presidência dos Estados Unidos, sua máxima
era (sic)...FALE SUAVE, MAS TENHA NAS
MÃOS UM GRANDE PORRETE QUE SERÁ
BASTANTE ÚTIL..., esta foi chamada da
política do Big Stick. Seguindo esta
orientação, sob os mais diversos pretextos os
Estados Unidos ocuparam em nome da
democracia Cuba entre 1906 a 1909, em
1912 e 1917 a 1922, o Haiti entre 1915 a
1934, a Republicana Dominicana entre 1916
e 1924 e a Nicarágua entre 1909 a 1910 e
1912 a 1933.
Foram uma série de ocupações, ações militares, e INTERVENÇÕES QUE
ENVOLVERAM OS ESTADOS UNIDOS NA AMÉRICA CENTRAL E NO
CARIBE. Esse período começou com a Guerra Hispano-Americana em
1898 e no subsequente Tratado de Paris, que deu aos Estados Unidos o
controle de Cuba e Porto Rico. Terminou com a retirada das tropas do
Haiti e pela Política da Boa Vizinhança do presidente Franklin D.
Roosevelt em 1934. RAZÕES DOS CONFLITOS: interesses econômicos. O
termo "guerras das bananas" surge a partir da conexão entre estas
intervenções e à preservação dos interesses comerciais americanos na
região, principalmente, da United Fruit Company que teve participações
financeiras significativas na produção de bananas, tabaco, cana-deaçúcar, e vários produtos em todo o Caribe, América Central e na porção
norte da América do Sul. Os Estados Unidos também foram avançando
seus interesses políticos, a manutenção de uma esfera de influência e de
controle do Canal do Panamá, criticamente importante para o comércio
global e o poder naval.
A região do Canal do Panamá pertencia à Colômbia, por uma questão de
soberania os colombianos não aceitaram a proposta estadunidense da
construção de um canal em seu território. Em 1903, o Senado da
Colômbia negou-se a ratificar o Tratado de Hay-Herrán, que estabeleceria
o arrendamento aos Estados Unidos de uma faixa de território do istmo
do Panamá para construírem um canal e ter seu uso exclusivo por 100
anos. Como conseqüência os Estados Unidos insuflaram uma guerra
separatista na região. Depois da intervenção de tropas estadunidense
foi criado o Panamá, país que ficou sob o protetorado dos
estadunidenses. Em troca foi cedida a região para a construção do canal e
o direito de explorá-la para sempre pelos estadunidenses. Em meados de
1975, sob muita pressão internacional, e depois de muitos anos de
negociações, os Estados Unidos aceitaram entregar o canal para o
Panamá em 1999.
Foi uma iniciativa política criada e apresentada pelo governo dos
Estados Unidos, presidido por Franklin D. Roosevelt durante a
Conferência Panamericana de Montevideo, em dezembro de 1933, indo
até 1945. Oficialmente essa política consistia em investimentos e
venda de tecnologia norte-americana para os países latinoamericanos, mas em troca, estes deviam dar apoio a política norteamericana. Ela consistia, no entanto, de um esforço para aproximação
cultural entre EUA e América Latina, cujas relações vinham se
deteriorando devido ao forte intervencionismo norte-americano
durante a política do "Big Stick", lançada por Theodore Roosevelt em
1901. Ela foi praticada em diversas frentes, sendo centrais o cinema e
o rádio (o Zé Carioca), a criação da Usina Siderúrgica Nacional (CSN) e a
grande quantidade de vocábulos em Inglês que vemos por todo o lado
no Brasil - na publicidade e na moda, principalmente - e a influência da
Pop Music - MTV - e do cinema Hollywoodiano, são facetas da penetração
cultural norte-americana no Brasil, que data desse período.
Designa um conjunto de práticas do
governo dos Estados Unidos da América,
em escala mundial, à época da chamada
Guerra Fria, que buscava conter a
expansão do socialismo junto aos
chamados "elos frágeis" do sistema
capitalista.
Em seguida, o secretário de estado George
Catlett Marshall anunciou a disposição dos
Estados Unidos de efetiva colaboração
financeira para a recuperação da economia
dos países europeus.
Harry Truman, Presidente americano, 1945-53
Foi um programa efetuado entre 1961 e
1970, com o objetivo de promover o
desenvolvimento econômico mediante a
colaboração financeira e técnica em toda a
América Latina a fim de não deixar
aparecer um outro país com tendências
aos ideais comunistas, como em Cuba
(lembre-se que a Revolução Cubana é de
1959).
Criado no governo do Presidente John F.
Kennedy
A Aliança duraria 10 anos, projetando-se um
investimento de 20 mil milhões de dólares,
principalmente da responsabilidade dos
Estados Unidos, mas também de diversas
organizações internacionais, países europeus
e empresas privadas.
A Aliança foi extinta em 1969, por Richard
Nixon.
O presidente John F. Kennedy e Jacqueline
Kennedy (La Morita na Venezuela, 16 DEZ 1961),
divulgando o programa Alinaça para o Progresso
com Rómulo Betancourt.
Todos os países da América sofreram em maior ou menor grau o
efeito da doutrina do Destino Manifesto. Ora com intervenções
militares, ora econômicas, políticas ou ideológicas. No Brasil
também houve o domínio e compra de muitas terras gerando
gigantescos oligopólios e a compra de companhias brasileiras
por muitos empresários norte-americanos do início do século
XX até a década de cinqüenta do mesmo século. Grande parte
das atividades de extrativistas, construção de estradas de ferro,
rodovias, mineração, geração de energia elétrica, águas e
esgotos, transportes, indústrias de papel, metalúrgicas,
mecânicas, navais entre outras, pertenciam àqueles grupos.
De todos que vieram ao Brasil, o mais conhecido foi o norteamericano PERCIVAL FARQUHAR, o dono da Estrada de
Ferro Madeira-Mamoré, que ficou mais conhecida como a
Ferrovia do Diabo, em cuja construção morreram muitos
milhares de trabalhadores que viviam na selva amazônica
sob as mais precárias condições de trabalho sub-humano e
semi-escravidão. Em todo Brasil o senhor Farquar tinha suas
indústrias voltadas quase que unicamente para o
extrativismo vegetal e mineral.
Derrubou no Estado do Paraná 250 milhões de pinheiros
que, somados às remessas ilegais ao exterior, resultou em
750 milhões de pinheiros, praticamente extinguindo toda a
fauna e flora dependente das florestas de araucárias do
Estado. Em Santa Catarina ultrapassou a casa dos 800
milhões de árvores, remetendo-as para os Estados Unidos,
construindo ferrovias para exportá-las no interior do Paraná
e Santa Catarina, com dinheiro do povo brasileiro. Uma das
conseqüências das mazelas de uma de suas empresas, a
Southern Brazil Lumber & Colonization Company foi a
Guerra do Contestado, após a demissão de milhares de
operários que haviam sido contratados para a construção da
ferrovia.
TRAJETÓRIA
DA MADEIRAMAMORÉ
Duas cidades tipicamente norte-americanas com direito a campos de golf,
hidrantes nas esquinas, casas de madeira, piscinas, geladeiras, refrigerantes
e automóveis foram instaladas no Vale do Tapajós, no meio da Amazônia, no
início da década de 1930. Esse era o sonho americano de Henry Ford, que
fundou a Fordlândia para fugir dos altos preços do látex praticados pelos
ingleses, sempre fiel ao ideal de implantar uma sociedade em que as
atividades agrícola e industrial estivessem integradas e, sobretudo, em
equilíbrio.
Seguindo a doutrina do Destino Manifesto começou a campanha de
penetração cultural norte-americana ostensiva no Brasil e nos outros
países americanos. O “AMERICAN WAY OF LIFE” foi sendo introduzido
gradativamente na sociedade latino-americana. No caso do Brasil, o plano
era uma estratégia dos Estados Unidos para incentivar a solidariedade
hemisférica de forma a enfrentar a influência do Eixo e consolidar-se
como grande potência. O início da campanha foi a propagação através da
propaganda dos "valores pan-americanos" , isto ocorreu durante as
conferências interamericanas. Em agosto de 1940, foi criado o “Office of
the Coordinator of Inter-American Affairs (OCIAA)”, era um escritório
chefiado pelo empresário Nelson Rockerfeller vinculado ao Conselho de
Defesa Nacional dos Estados Unidos.
A superagência de coordenação dos negócios
interamericanos - OCIAA. As divisões da agência continham
setores de relações culturais, comunicações, saúde, relações
comercial e financeira. Portanto, todas as atividades eram isentas
de impostos e ainda recebiam dinheiro do governo brasileiro para
atuarem em todo o território nacional. O OCIAA, se subdividia em
seções: música, cinema, imprensa, literatura, rádio, arte, finanças,
exportação, problemas sanitários, transporte e educação infantil. O
OCIAA atuou de forma ostensiva com o Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP), no governo Vargas, principalmente
nas pesquisas e implementação de técnicas para a criação de
cartilhas escolares.
Quando atuava nas áreas de informações e comunicações, a agência
norte-americana veiculava na imprensa brasileira factóides favoráveis
aos Estados Unidos. Difundiu no Brasil as técnicas mais modernas de
manipulação comportamental mediante imagens agradáveis ligadas a
tudo que era norte-americano.
Difundiu por anos a impressão de que os produtos importados dos
Estados Unidos faziam parte da moda e que produtos nacionais eram
somente aceitos pela classe baixa da população, fomentou a
diferenciação de classes e a criação de serviços de primeira classe para
quem podia pagar e de segunda classe para quem não podia pagar.
Este tipo de propaganda fez a classe média iniciar a onda consumista já
no início da década de 1950, acelerando o comércio e a importação de
produtos
norte-americanos,
principalmente
automóveis
e
eletrodomésticos.
Sob a coordenação do OCIAA, se iniciou uma campanha publicitária
direcionada à classe média brasileira. Eram incentivados o luxo e o
consumismo através das roupas caras e apetrechos de luxo de grande apelo
popular.
Os programas radiofônicos e as produções cinematográficas davam ênfase
aos produtos de consumo, principalmente eletrodomésticos. A propaganda
massificava a população e era largamente utilizada como um dos mais
importantes instrumentos de propaganda da guerra.
Programas de rádio transmitidos do território americano tinham penetração
em todo o Brasil. O OCIAA através da rádio A Voz da América com suas
antenas voltadas para o Brasil apresentava a cobertura em tempo real da
guerra com slogans incitando aos brasileiros o quanto era bom ser
"americano", há que se lembrar que brasileiros não são bem vindos em
território americano.
As transmissões divulgavam durante todo o tempo a cultura norteamericana, seus usos e costumes. Eram reforçadas as publicidades
direcionadas principalmente à classe média e aos jovens de faixa etária entre
vinte e cinco e trinta anos em programas radiofônicos. Bons exemplos de
propaganda de guerra foram programas como "O Brasil na Guerra", "A Família
Borges" e "Barão Eixo“.
Os filmes de ficção e documentários norte-americanos tinham o papel de
difundir a ideologia e cultura dos Estados Unidos, para tal, OCIAA usava as
indústrias cinematográficas de Hollywood.
O OCIAA evitava mostrar para a América Latina em seus filmes os costumes
norte-americanos que poderiam a vir a ofender os brios e o modo de vida
latino. Exemplo típico foram os famosos foras da lei mexicanos, tão comuns
nos filmes de bang-bang. Estes foram eliminados das produções de Hollywood
para evitar mal-estar entre os latinos.
Outro exemplo comum utilizado até a atualidade que procura disfarçar a
discriminação racial contra os negros e latinos, bastante comum nos Estados
Unidos eram, e ainda continuam sendo os filmes policiais dirigidos para a
América Hispânica e Brasil. Nos filmes os policiais negros são companheiros
inseparáveis de policiais brancos.
No caso de filmes dirigidos e exportados para a Argentina, e outros países
hispânicos evitavam ofender os brios e o machismo dos latino-americanos,
enaltecendo a masculinidade e a feminilidade latinas.
A criação de personagens para fomentar a política de boa
vizinhança continental foi muito utilizada sob o comando do
OCIAA.
Assim, os Estúdios Disney, criaram o papagaio Zé Carioca com
a firme proposição de influenciar as crianças brasileiras em
serem amigos das crianças norte-americanas, preparando as
latinas para serem lideradas por aquelas no futuro. O filme
Alô Amigos demonstra bem a manipulação comportamental
onde o "simpático e falador papagaio" enfatiza a amizade
com o "nervoso e temperamental" Pato Donald, naturalmente
a mensagem passada é que o papagaio aceita a liderança do
pato em todas as ocasiões.
As principais doenças pesquisadas "humanitariamente" foram a malária e a febre amarela já
reveladas quando da construção das ferrovias e rodovias por empreiteiros estadunidenses. A
OCIAA, embora tenha negado, sabe-se que o objetivo principal não era obter a aprovação da
população à atuação da agência no Brasil.
AS FORÇAS ARMADAS NORTE AMERICANAS PRECISAVAM PREPARAR O TERRENO PARA A
PROVÁVEL CHEGADA E MANUTENÇÃO DE SUAS TROPAS E EMPRESAS MINERADORAS EM
TERRITÓRIO BRASILEIRO COM A FINALIDADE DE EXTRAIR MATERIAIS ESTRATÉGICOS A SEREM
FORNECIDOS ÀS SUAS INDÚSTRIAS BÉLICAS. Todas as jazidas conhecidas então na América do
Norte estavam sendo exploradas e muitas estavam se exaurindo. Conforme acertado nas
negociações em que ocorreu o alinhamento brasileiro à política norte americana, o BRASIL
PASSARIA A SER UM PROTETORADO daquele país na época da Segunda Guerra Mundial por
não ter poderio bélico suficiente para se defender de um inimigo externo.
Foram construídas então bases aéreas, navais, fábricas de armas, metalúrgicas e siderúrgicas
com financiamento oferecido por banqueiros norte-americanos sob o aval do Ministério da
Defesa daquele país. A única condição era que as "empresas" fundadas deveriam ser
orientadas por empresas de consultoria norte-americana e que a tecnologia e insumos
deveriam ser comprados dos norte-americanos.
Foi acertado também que certas ligas metálicas e certos artefatos não poderiam ser
construídos em território brasileiro para salvaguardar as patentes de produtos daquela nação.
Foi este o motivo em parte do atraso do Brasil em produzir certas ligas de aço resistentes e de
não produzir ligas metálicas nacionais para solda elétrica até a década de 1950.
CARMEM MIRANDA, O ZÉ CARIOCA, COCA-COLA, A OBRIGATORIEDADE DO ENSINO
DO INGLÊS NAS ESCOLAS PÚBLICAS E AS FÁBRICAS DE CIGARROS
A portuguesa Carmem Miranda naquela época se tornou o símbolo da cultura brasileira nos Estados Unidos.
O papagaio Zé Carioca ajudou a construir o estereótipo do brasileiro simpático e malandro, não muito
chegado ao trabalho.
A poderosa Coca-Cola utilizando de propaganda maciça, principalmente no cinema, iniciou uma campanha
lançando "modismos" como novas vestimentas, roupas de praia e banho para senhoras e senhoritas, dando
ênfase às formas femininas e à sensualidade acabou por substituir o consumo pela classe média dos sucos
naturais. A família brasileira deixou então de beber a limonada, a laranjada, o suco de melancia, o suco de
abacaxi e demais sucos de frutas tropicais. Um detalhe importante era a ênfase dada pelo fabricante norteamericano de que sua bebida deveria ser consumida pelas "famílias de bem", dando margem subliminar de
que os consumidores de sucos não eram "consumidores premium”.
O ensino de línguas estrangeiras nas escolas brasileiras, a exemplo do latim, do francês e do espanhol,
passou a ser desestimulados pelo governo brasileiro influenciado pela propaganda norte-americana. O
idioma inglês passou já naquela época a ser considerado a língua de "pessoas cultas". As escolas estaduais
passaram a ser obrigadas pelas esferas federais a substituir o ensino de quaisquer idiomas pelo inglês.
Nas escolas, principalmente nas "particulares", era moda o uso de roupas de corte norte-americano entre
os adolescentes já no início da década de 1950.
O vício do fumo iniciou sua caminhada pela publicidade dirigida a crianças através de pequenos “cigarros de
chocolate” distribuídos nas escolas públicas. Era comum ver crianças de 6, 7 anos de idade na década de
1950 e 1960 sorvendo pequenas barras de chocolate idênticas aos cigarros que os adultos fumavam. As
caixas onde eram acondicionados "os cigarrinhos de mentirinha" eram idênticas às carteiras dos cigarros
verdadeiros. As crianças andavam às mãos de seus pais segurando os "cigarrinhos" da mesma forma que os
adultos.
A POPULAÇÃO ESTAVA VICIADA EM PRODUTOS NORTE-AMERICANOS.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a
consequente derrota do eixo, os Estados
Unidos fizeram ser aprovada a Declaração de
Solidariedade para a Preservação da
Integridade Política dos Estados Americanos
Contra a Intervenção do Comunismo
Internacional, esta era a nova maneira dos
norte-americanos continuarem sua presença
nas Américas.
 FIM DA GUERRA FRIA E DA DISPUTA COM A UNIÃO
SOVIÉTICA (URSS).
 ORDEM MULTIPOLAR OU UNIPOLAR (OS ESTADOS
UNIDOS AGINDO COMO SE POLÍCIA DO MUNDO FOSSE).
 OFENSIVA TERRORISTAS: ATAQUE ÀS TORRES GÊMEAS –
DEMONSTRAÇÃO DA VULNERABILIDADE DO PAÍS.
 RESPOSTA: INVASÃO DO AFEGANISTÃO E IRAQUE.
 IMPACTO ECONÔMICO, COLOCANDO EM XEQUE SUA
DOUTRINA DO DESTINO MANIFESTO.
 TAMBÉM
IDENTIFICADA
PREVENTINA.
 ADMITE TRÊS CRITÉRIOS:
COMO
DOUTRINA
1. AÇÃO PREVENTIVA
2. SUPERIORIDA MILITAR
3. PAX AMERICANA
 PROPÕE UMA DIVISÃO ENTRE:
1. Eixo do Bem: Estados pró-EUA.
2. Eixo do Mal: Estados Muçulmanos (Afeganistão,
Iraque, Irã, Líbano, Síria, Líbia, Coréia do Norte) e até
mesmo a China.
Direito de agir preventivamente contra o Eixo do Mal.
Uma conseqüência da Doutrina Bush é o
enfraquecimento
de
organismos
supranacionais,
principalmente a ONU.
O ex-presidente dos EUA, George
W. Bush
A DOUTRINA É COMPOSTA POR TRÊS PILARES BÁSICOS:
1- "Todas as nações, em todas as regiões, agora têm uma decisão a tomar: ou estão
conosco ou estão com os terroristas" (discurso de Bush ao Congresso norte-americano
no dia 20 de setembro de 2001). Com essa afirmação, a Casa Branca prometeu caçar
terroristas em todo o mundo e ameaçou países que abrigam terroristas ou que optaram
pela neutralidade. Nesse discurso, Bush definiu o terrorismo como o principal inimigo da
humanidade e condicionou qualquer apoio financeiro e diplomático dos EUA ao
engajamento de outros países.
2- "A guerra contra o terror não será ganha na defensiva. Dissuasão —a promessa de
retaliação maciça contra nações— nada significa contra esquivas redes terroristas sem
nações ou cidadãos para defender. A contenção é impossível quando ditadores
desequilibrados, com armas de destruição em massa, podem enviá-las por mísseis ou
transferi-las secretamente para aliados terroristas" (discurso de Bush a cadetes da
academia militar de West Point em 2 de junho passado). Esse discurso introduziu a
opção de ataques militares preventivos como figura central de uma nova ordem
mundial. Segundo o presidente, é necessário "levar a batalha ao inimigo e confrontar as
piores ameaças antes que venham à tona". Em suma: durante a Guerra Fria, os EUA
continham seus inimigos com ameaças. Agora, passarão a destruí-los antes que eles
ataquem.
3- "Nossas forças serão firmes o bastante para dissuadir adversários potenciais de
buscar uma escalada militar na esperança de ultrapassar ou se equiparar ao poderio
dos Estados Unidos" (trecho do documento "A Estratégia de Segurança Nacional dos
EUA", enviado por Bush ao Congresso em 20 de setembro de 2002). O significado dessa
afirmação é que os EUA não pretendem nunca mais permitir que sua supremacia militar seja desafiada.
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