Roteiro da Aula 2. Astronomia, ciência da luz Objetivos: Demonstrar a importância da luz para o estudo da Astronomia; descrever a luz como radiação eletromagnética e abordar sua natureza ondulatória; introduzir o conceito de espectro eletromagnético; introduzir os conceitos de radiação térmica e corpo negro; capacitar o aluno para compreender a origem da luz emitida pelas estrelas e as suas diferentes cores. Instrumentos: Imagens astronômicas, apresentação de computador, applet PhET. Desenvolvimento: A aula sobre luz, que a aborda como fonte de informação, tem três pilares fundamentais: a luz como onda, o espectro eletromagnético e a emissão térmica. Trata-se, portanto, de uma aula com conteúdo bem definido de Física ensinada no Ensino Médio, mas que adota uma abordagem aplicada à Astronomia. Inicia-se a aula com uma imagem do aglomerado aberto de estrelas conhecido por “Caixinha de Joias”, cujo nome de catálogo é NGC4755, e que contém estrelas mais azuladas e também mais avermelhadas. O questionamento sobre a diferença visível entre as estrelas de um mesmo sistema é o ponto de partida da discussão, mostrando que a informação que obtemos dos astros vem sob a forma de luz e, portanto, é preciso buscar conhecê-la em seu âmago. Dessa discussão vem a apresentação do que pode-se entender por luz – uma onda eletromagnética. Apresenta-se então as características das ondas, tais como a frequência, o comprimento de onda e a velocidade de propagação, discorrendo brevemente sobre cada uma dessas características. A parte mais complexa da discussão sobre propriedades ondulatórias talvez seja explicar a origem das ondas eletromagnéticas. eletromagnéticas se perpendicularmente Sugerimos originam de que um apresente-se campo elétrico a ideia e um da seguinte campo forma: magnético as que ondas oscilam entre si. Provavelmente essa afirmativa não signifique muito para os estudantes, então é preciso explorá-la, explicitando a origem de tais campos. Uma forma de fazê-lo seria dizer que as cargas elétricas, por existirem, modificam o espaço ao seu redor eletricamente. Chama-se essa modificação gerada pela existência de cargas elétricas de campo elétrico. É necessário expor que um campo elétrico variável (oriundo, por exemplo, de uma carga oscilando) produz um campo magnético, também variável e que essa afirmação tem uma reciproca. Ou seja, um campo magnético variável produz um campo elétrico, também variável. Então, nessa relação de causa e consequência sucessivas, surge a radiação eletromagnética. A partir daí, a explicação do espectro eletromagnético e da emissão térmica é uma decorrência. Pode-se iniciar essa conversa explicando o conceito de frequência não relacionado com a física, mas questionando aos alunos, por exemplo a frequência com que vão a um determinado lugar, ou a frequência com que cortam o cabelo, etc. E e da definição de frequência que vem a noção de que cada frequência de oscilação dos campos elétrico e magnético produzirá uma onda diferente e que o conjunto de todas as ondas possíveis é o espectro eletromagnético. Consideramos fundamental estabelecer a relação entre frequência e comprimento de onda e discorrer sobre o fato de que apenas uma parte muito pequena no espectro eletromagnético sensibiliza o olho humano. Fazendo uma analogia, é como se fôssemos a um zoológico e só pudéssemos ver algumas determinadas espécies, mas soubéssemos que existem muitas outras. A explicação para a emissão térmica é uma primeira ideia sobre o porquê de as estrelas emitirem luz e é inevitável dar uma definição ao conceito de temperatura para tal. Dizer que a temperatura é a medida do grau de agitação da partículas que compõem um corpo ou uma substância é bastante razoável. Disso pode-se explorar a questão dessa agitação ser equivalente à oscilação de cargas elétricas. Logo, quanto maior for a temperatura de um corpo ou substância, mais agitadas estarão as partículas que o compõem e, portanto, maior seria sua frequência de oscilação. É imprescindível expor a questão de que todos os corpos emitem radiação eletromagnética, no entanto só podemos captar com nossos olhos a radiação emitida por corpos que emitem radiação eletromagnética dentro da faixa do visível e que a emissão dessa radiação em especial depende da temperatura do corpo. Pode-se dar o exemplo tradicional do ferro sendo aquecido até ficar incandescente. A introdução do conceito de corpo negro vem a seguir, quando se apresenta as curvas de emissão de radiação por um corpo negro para diversas temperaturas e explorando-se o applet do programa PhET da Universidade do Colorado, dos Estados Unidos, que traduz o corpo negro em uma lâmpada incandescente. É muito importante dar ênfase à curva de emissão de um corpo negro à temperatura do Sol para que seja possível explicar por que só podemos ver uma parte ínfima do espectro eletromagnético. É interessante abordar a ideia de que uma vez que nossa forma de vida surgiu e evoluiu na superfície desse planeta – que orbita essa estrela em especial cujo máximo de emissão está na região do visível – é natural que a nossa visão seja restrita a esse intervalo de comprimentos de onda. A sequência da aula é a explicação do funcionamento dos filtros e, para tal, cabe esclarecer a necessidade de tais dispositivos. Uma vez que cada espécie de radiação eletromagnética está associada a processos físicos mais ou menos energéticos e obter informações sobre determinada faixa do espectro eletromagnético pode ser útil para a compreensão desses processos. Por fim, vem a atividade de diferenciação de imagens do mesmo objeto obtidas com diferentes filtros. Para as imagens que selecionamos há explicações bastante satisfatórias em suas fontes que são mencionadas na apresentação da aula e também no roteiro da parte dedicada aos alunos. Referências: Para saber um pouco mais sobre os tópicos do curso, recomendamos a visita aos seguintes sítios internet: • Galeria de imagens do Telescópio Espacial Hubble • Álbum de fotos do Telescópio Espacial Chandra • Artigos do sítio internet do Telescópio Espacial Spitzer • Texto de divulgação sobre Luz e Cor da UFRJ • Simulações computacionais do PhET