ATIVIDADES PARA TRABALHAR DIDATICAMENTE CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA NA 6ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL Andreia Tomaz Silvana de Bona Sartor Resumo: Trabalhar com o lúdico em sala de aula é propor alternativas diferenciadas na construção do conhecimento, auxiliando o processo de ensino/aprendizagem e aprimorando o processo educativo. Cabe destacar que trabalhar com a ludicidade não é o rompimento com as demais metodologias de ensino e sim uma alternativa metodológica. Neste trabalho destacamos recursos didáticos para se trabalhar com conteúdos geográficos de 6ª série, como a utilização de maquetes; jogo de bingo; vídeos; textos científicos; o jornal falado e escrito e a utilização de mapas e globos. Palavras-chave: Geografia, ensino, metodologias, recursos didáticos. Introdução Ao trabalhar com o lúdico em sala de aula busca-se não apenas quebrar com uma rotina, mas, sobretudo promover a construção do conhecimento em diversas áreas do ensino/aprendizado, sem com isto oferecer conceitos prontos e acabados. A ludicidade transforma o ambiente escolar, porém, não pode ser considerado o único instrumento de ensino, mas sim, um recurso pedagógico de trabalho que possibilita aprimorar o processo educativo, propondo a interação do aluno, na perspectiva da sua valorização e do seu desenvolvimento cognitivo. Evidenciamos a importância do lúdico como prática na sala de aula, pois acreditamos que o ensino não deve estar restrito a transmissão de saberes prontos e acabados, tidos como verdades absolutas. Mas, sim na concepção de mediação na interação do professor x aluno e aluno x aluno na elaboração do conhecimento. As reflexões teóricas devem nortear as práticas pedagógicas e estas devem ser constantemente discutidas e refletidas, a fim de promover um ensino fundamentado na relação entre a teoria e prática. Pensando dessa forma acreditamos que a ludicidade pode nortear o trabalho pedagógico do professor acerca dos conceitos geográficos, auxiliando o processo de ensino aprendizagem. Garantir o espaço do lúdico na vida de todos pode ser um elemento importante para ampliar o repertório de vida e de conhecimentos construtivos. Possibilitar as atividades lúdicas é fortalecer a autonomia, Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 1 a capacidade criadora, a consciência coletiva, a solidariedade e a cooperação (ALMEIDA, 2008, p.83). A utilização do lúdico na prática pedagógica é importante, pois desperta atenção e o interesse dos alunos envolvendo-os no processo de aprendizagem. Aprender brincando pode se constituir numa forma significativa de aprendizado dos alunos. As atividades práticas na sala de aula despertam e estimulam a criatividade, espontaneidade e participação dos alunos tornando-os sujeitos de sua aprendizagem e garantindo melhores resultados. Além de ser um momento de diversão e interação é fundamentalmente momento de aprendizagem e construção de conhecimentos. Ao diversificar suas aulas e propor atividades que despertem a atenção dos alunos, o professor ao mesmo tempo estará aproximando o aluno da escola, de maneira que o mesmo sinta prazer e motivação em estar no ambiente escolar. É preciso que o professor tenha definido seus objetivos de forma clara ao planejar suas aulas, fazendo a união entre o ensino dos conteúdos e o lúdico, lembrando que deve considerar sempre as particularidades e especificidades de seus alunos, valorizando os ritmos de aprendizagem de cada um. O desenvolvimento de metodologias alternativas simples objetiva dar mais significado ao processo educativo propondo a participação ativa do aluno. A aula expositiva não deve ser o único instrumento de trabalho, faz-se necessário a busca por novas soluções, novos caminhos e novas perspectivas que desenvolvam a capacidade de raciocinar e solucionar problemas. Metodologia Pensando na prática como norteadora do trabalho pedagógico e como recurso necessário para que o ensino seja efetivo foram elaborados alguns materiais didáticos, que têm por objetivo auxiliar o trabalho do professor em sala de aula criando condições de tornar mais significativo o processo ensino/aprendizagem, como: maquetes, jogo de bingo, vídeos, textos científicos, o jornal falado e escrito, mapas e globos. Na sequência explicamos cada procedimento. As maquetes de relevo em escalas locais e regionais possibilitam a representação tridimensional de uma determinada superfície, promovem uma melhor visualização da área em Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 2 estudo e podem ser adaptadas a diversos conteúdos referentes à Geografia. É importante lembrar que o professor necessita procurar sempre elementos da realidade dos alunos, a fim de despertar um maior interesse dos mesmos para com o tema em estudo. Pois, quanto mais próximo da sua realidade melhor a compreensão da representação. Assim como da utilização de mapas para a localização a maquete pode se prestar a esta função. A cartografia auxilia o homem desde a Pré-história. Ele já usava para delimitar territórios de caça e pesca. Os registros surgiram conforme o material que havia para tal representação e possível comunicação através da linguagem dos povos. Os mapas primitivos eram representações quase autenticas dos lugares. O traçado das ruas e das casas tem semelhança com as plantas cartográficas das cidades modernas. Hoje, a Cartografia continua o propósito de representar o espaço em que o homem habita, age, reage a transforma (FRANCISCHETT, M. 2007, p. 3). Conhecendo e compreendendo o significado histórico da Cartografia para a humanidade e a emergência de seu estudo na contemporaneidade, nos perguntamos: por que quase não utilizamos esta ferramenta tão importante como auxílio em sala de aula? Entretanto, sabemos que para que o ensino se efetive, faz-se necessário desenvolver a linguagem cartográfica e construir meios que possibilitem a leitura e a interpretação dos mapas, pois, quando usado de forma “inadequada” pode trazer problemas em sua interpretação. Mapas trazem uma bagagem de informações gigantescas, porém, é preciso saber interpretá-las. Localizar e apontar, regiões, países, municípios de nada valem se o aluno não compreender a dimensão da escala, da localização do real do que está sendo apresentado. Afinal estas são as funções do mapa no ensino. Despertar o interesse do aluno para o que está sendo abordado no mapa pode ser uma atividade simples, como por exemplo, colocar o mapa no chão, assim países, estados e municípios não estarão “um sobre do outro” e sim nas direções: “Sul/Norte ou Oeste/Leste”. Outra proposta está na utilização de maquetes com a representação espacial em 3D, a interpretação pode ficar mais clara e objetiva. A representação tridimensional de longitude, de altitude e de latitude cria uma imagem modulada que representa as formas do relevo, transformando o que era representado em cores no mapa plano, em uma representação do espaço na maquete que trás a percepção das diferenças altimétricas. Ao representar as categorias longitude, latitude e altitude possibilita-se que o conteúdo sobreposto a essas categorias seja visualizado e estudado considerando aspectos do relevo como elevações, declividade, rugosidade, delimitação de bacias hidrográficas, maiores e menor elevações. [...] Em vez serem trabalhadas como figuras Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 3 ilustrativas ou só para localizar, se trabalhadas de maneira a despertar o interesse pelo conteúdo e pela leiturização, tanto o mapa quanto a maquete como as demais representações cartográficas precisão localizar o sujeito (aluno/usuário) em lugares que sejam de seu interesse além de capacitá-los a analisar e sistematizar o espaço geográfico na representação (FRANCISCHETT, M. 2007, p.7). As maquetes podem ser confeccionadas com isopor, destacando o leito dos rios com tinta azul e em alguns casos o professor pode utilizar-se de argila, ou mesmo de E.V.A na confecção do material didático. Como exemplo, podemos citar uma maquete do relevo do município de residência dos alunos com base em uma carta topográfica do município, ou seja, a imagem plana da carta topográfica se transformará em uma representação em terceira dimensão na maquete, atraindo a atenção do observador. A utilização de bingo e outros jogos podem ser adaptados a qualquer conteúdo uma vez que o professor só precisa definir os aspectos de maior importância que pretende revisar para então elaborar perguntas e a dinâmica do jogo. Sabemos que eles despertam o interesse dos alunos e pelo fato de serem competitivos basta um cuidado especial com isto e assim se tronam um bom estímulo ao estudo. Para ser confeccionado precisaremos de cartolinas para montar as tabelas e pincel atômico. Nas tabelas, no lugar de números, colocaremos nomenclaturas que representem o objeto de estudo e no lugar de pedras, sortearemos perguntas com as características que correspondam às respostas encontradas nas tabelas. “O professor deve usar sua inventividade para criar seus próprios jogos de acordo com os objetivos de ensino aprendizagem que tenha em vista e de forma a adequá-los ao conteúdo a ser estudado” (HAID, 1994, p. 103). Jogos como recurso didático podem dinamizar e promover a interação dos alunos em sala de aula, pois é momento de diversão e ao mesmo tempo de aprendizado. Para o sucesso desta prática é importante que o professor tenha claro seus objetivos e ao final faça análise dos resultados alcançados. Além de serem lúdicos os jogos podem ser aplicados e adaptados a diversos conteúdos de Geografia, dependendo da necessidade do professor. Estabelecer uma parceria entre professores e alunos na busca pela construção dos conceitos e conhecimentos é fundamental para atribuir significado as aulas tirando os alunos da passividade e simples assimilação de conceitos prontos e acabados, tornando-os sujeitos ativos no processo de ensinar e aprender. “O jogo é o instrumento mediador entre o que o aluno já conhece e o que está por conhecer, pois o ambiente lúdico dá forma aos Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 4 procedimentos didáticos que permitem identificar como produzir conhecimentos específicos para cada área do conhecimento” (RAMOS, 2005, p.26). Consideramos assim os jogos como uma ferramenta extremamente eficaz e que depende muito do planejamento e criatividade do professor, é necessário despertar o entusiasmo do aluno em aprender, fazendo e entendendo que o momento de aplicabilidade do jogo é também momento de construção de conceitos e saberes acerca dos conteúdos trabalhados na disciplina de Geografia. A proposta da utilização de vídeos e textos científicos pode ser também adaptada aos conteúdos específicos, uma vez que são indispensáveis no incentivo da leitura e da escrita e os vídeos são utilizados principalmente por unir a imagem à explicação seja ela de forma direta ou indireta do conteúdo trabalhado. Selecionamos como exemplos vídeos que apresentassem aspectos gerais das regiões brasileiras. Os vídeos que sugerimos a seguir foram retirados de sites de instituições educacionais, os quais citamos nas referências. No portal Dia a Dia Educação (Portal Educacional do Estado do Paraná) na Categoria: Imagens Geografia, denominado “Parque Estadual de Vila Velha- Ponta Grossa” encontramos imagens interessantes referentes à região Sul, mais especificamente sobre o estado do Paraná, Parque Estadual de Vila Velha, tendo como foco à dimensão socioambiental, dimensão econômica, dimensão demográfica, território, lugar, região Sul, Paraná, Parque Estadual de Vila Velha, Ponta Grossa e Parque Estadual. Temas relacionados à região Centro Oeste, encontraremos no portal Dia a Dia Educação (Portal Educacional do Estado do Paraná), com a denominação de “Brasília Região Centro-Oeste” trazendo a história sobre a capital brasileira, mapas que ilustram a posição geográfica, características dos aspectos físicos da região além de textos, notícias, imagens, sons, vídeos, simuladores, trechos de filmes e ainda fontes de pesquisa para conhecer mais sobre a região. O vídeo “Amazônia Uma Região de Poucos” apresenta a região Norte do Brasil, a floresta Amazônica como sendo uma região de poucos, com duração de aproximadamente doze minutos, abrangendo a dimensão socioambiental, dimensão econômica, dimensão demográfica e cultural do espaço geográfico, território, região, região Norte, Brasil, floresta amazônica, intimidação, corrupção, equilíbrio climático, democracia, povos indígenas, desmatamento, fauna, flora e biodiversidade. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 5 No vídeo “Momento Brasil – Região Nordeste – Litoral” da TV Escola aborda o litoral da Região Nordeste do Brasil, com aproximadamente dois minutos de duração o vídeo abrange algumas características da região nordeste como: cultura, território, lugar, dimensão socioambiental, natureza, beleza naturais, dinâmica cultural, demográfica, sociedade, turismo, turistas e praias. O vídeo da TV Escola “Momento Brasil - Ilha Bela - litoral de São Paulo” está abordando os aspectos naturais da região, bem como a ocupação e suas características, vídeo de aproximadamente dois minutos, que abrange a dimensão socioambiental do espaço geográfico, dimensão econômica, dimensão demográfica, natureza, ilha, Ilha Bela, território, paisagem, litoral, lugar, região Sudeste, São Paulo e região. O vídeo “Região Nordeste – Geografia 2009” contém informações gerais relativas a todas as cinco regiões brasileiras, com duração de aproximadamente dez minutos, traz em seu conteúdo mapas que ilustram a posição geográfica de cada região, imagens da paisagem natural de cada região e ainda informações referentes às características mais gerais das regiões brasileiras. E por fim aborda especificamente a região Nordeste, falando dos estados que a constitui, comidas típicas, agricultura (principais produtos), pecuária, indústria, turismo (principais pontos turísticos), transportes mais utilizados na região, cultura local, música, religião e assuntos gerais como os tipos de paisagem, a seca que atinge a região, enchentes, fome, as construções precárias de alguns pontos da região. O vídeo intitulado “Nordeste Brasileiro – O Coração do Brasil” de aproximadamente quatro minutos, traz em seu conteúdo varias imagens da região, mostrando a beleza do Nordeste Brasileiro. O vídeo “Região Sul do Brasil” vai abordar a região Sul, com quatro minutos de duração, traz em seu conteúdo muita informação interessante da mesma como: posição geográfica, países com os quais a região faz fronteira, um pouco da história e evolução da região, aspectos geográficos como: relevo, clima, hidrografia, produção de energia, vegetação, imigração, modo de vida, cultura, turismo e economia. O vídeo “Brasil – Região Norte” abordara as principais características da Região Norte do país, com duração de aproximadamente quatro minutos, traz imagens da localização geográfica de cada estado pertencente à região, bem como estradas fluviais, encontro das águas do Rio Negro com o Rio Solimões, principais peixes encontrados na região, frutas típicas e danças folclóricas. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 6 O vídeo “Região Centro-Oeste (trabalho de Geografia)” contém informações relativas à Região Centro-Oeste do país, com duração de cerca de quatro minutos, traz em seu conteúdo imagens ilustrativas de sua posição geográfica, características da vegetação, principais bacias hidrográficas, aspectos econômicos, aspectos culturais, culinária, clima, relevo, principais rios e agricultura (principais produtos agrícolas). O vídeo “Pontos Turísticos da Região Sudeste” tem duração de cerca de seis minutos, referente à Região Sudeste do Brasil, traz em seu conteúdo imagens dos principais pontos turísticos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo e também personalidades da música típica da região. Já o vídeo intitulado “Região Sudeste”, nos é apresentado com áudio, tem duração de três minutos, e traz diversas informações relativas aos estados pertencentes à Região Sudeste como: contrastes existentes por concentrar maior parte da riqueza nacional e ao mesmo tempo sofrer com o aumento do desemprego e a violência, clima predominante, vegetação, pecuária, agropecuária, principais produtos agrícolas, economia, turismo, e culinária. Muito mais que apresentar novos recursos a seus alunos o professor deve instigá-los a buscar por novas informações, a pesquisar e investigar situações de acordo com o tema em estudo. Os recursos didáticos lúdicos devem estar articulados e intimamente relacionados ao conhecimento geográfico que se pretende trabalhar, assim “o vídeo pode ser uma ferramenta eficaz na articulação entre os conhecimentos pedagógico, didático e geográfico” (LIMA, 2007, pg. 136), possibilitando a análise e leitura do espaço geográfico. É importante também que o professor se utilize desses recursos para trabalhar com aspectos do cotidiano do aluno e próximos a sua realidade estabelecendo assim uma ponte partindo da análise local para a global e vice e versa. O jornal falado e escrito pode ser usado para desenvolver a interação dos alunos com o conteúdo proposto, promovendo um trabalho coletivo na busca por soluções e informações quanto ao tema em estudo, vinculado com a atualidade. “O jornal escolar proporciona ao aluno a vivência da atividade profissional, ainda que de forma incipiente, garantido contato direto com fontes reais e com as etapas de produção jornalística, como a redação, a produção de fotografias, a diagramação e a edição” (FRANCISCHETT, L. 2009, p. 204). O jornal falado e escrito pode ser usado em diversas disciplinas e conteúdos, uma vez que, desenvolve a leitura, a escrita no desenvolvimento dos textos, a comunicação dos alunos não Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 7 somente com os colegas, mas com toda a comunidade escolar e externa na busca de informações para a “matéria jornalística” apresentadas. Esta proposta pode tomar diversas dimensões, abranger a sala de aula, colegas e professores, ser apresentado para a turma, ou para toda a comunidade escolar e até mesmo para o bairro se possível. O jornal escrito pode ficar somente na sala de aula ou ser impresso para toda escola, para os pais e para a comunidade em geral. Tudo depende da disponibilidade de tempo para o desenvolvimento da atividade e dos recursos financeiros. O jornal falado e principalmente o escrito pode deixar de ser uma simples proposta e passar a ser um projeto constante da escola, tendo um aspecto social, através do jornal elaborado pelos alunos, independente da disciplina, buscando assuntos atuais que esclareçam dúvidas da população local. Como exemplo, podemos destacar o noticiário que enfatizou uma reportagem sobre a ressaca do mar, que invadiu a praia e as casas. O professor de Geografia pode utilizar-se desta notícia para trabalhar sobre os oceanos, correntes marítimas. Enfim, com assuntos relacionados ao tema, os alunos por sua vez, podem montar um jornal com base nestes estudos e distribuir para toda a comunidade. Outra solução é o jornal mural, exposto na sala de aula, na escola ou até mesmo no centro comunitário do bairro dos alunos, esta opção torna-se viável pelo baixo custo, facilitando a sua atualização. Para a realização desta didática com o conteúdo das regiões brasileiras a sala de aula pode ser dividida em cinco grupos, cada grupo responsável por uma região. A partir da coleta de dados e informações atuais e expressivas da região será elaborado um jornal, podendo ele ser falado/apresentado ou escrito. A utilização de mapas e globos é apresentada como prática permanente, como ferramenta com a função de localização e orientação. É de extrema importância ao se trabalhar com qualquer conteúdo geográfico, ressaltando que a visualização da área em estudo pode promover um melhor entendimento do assunto. A utilização de mapas e globos durante as aulas de Geografia deve ser prática corriqueira, faz com que o aluno viaje pelo mundo sem sair da sala de aula. A alfabetização cartográfica pode partir da elaboração de um mapa mental, da sua cidade, do seu bairro, partindo de coisas simples para o mais complexo. “O ensino de Geografia e o de Cartografia são indissociáveis e complementares: a primeira é conteúdo e a outra é forma. Não há possibilidade de se estudar o espaço sem representá-lo, assim como não podemos representar um espaço vago de informações” (PASSINI, 2007, p.148). Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 8 Entendemos, portanto que quando nos reportamos à disciplina de Geografia não devemos nos esquecer da importância assumida pela Cartografia, sendo uma complementar a outra no estudo e na representação do espaço geográfico. Algumas considerações Muitos são os desafios e as dificuldades com as quais o professor se depara no cotidiano escolar, tais como: salários irrisórios, cargas horárias excessivas e alunos desmotivados e desinteressados em aprender e além das quarenta horas que o professor passa em da sala de aula, ainda tem que dedicar tempo para planejamento das aulas correção de trabalhos e provas e é por esses e outros motivos que se torna difícil do professor ser pesquisador e trazer para sala de aula novas propostas de trabalho. No entanto observamos que a utilização de recursos didáticos alternativos é uma maneira de despertar o interesse dos alunos motivando-os a aprender e transmitindo o prazer de ensinar, tornando assim a sala de aula um espaço de interação e aprendizado para ambas as partes: professores e alunos. A busca por metodologias didáticas lúdicas e de novas maneiras de conduzir o processo de ensino/aprendizagem advém da necessidade de superar a abordagem tradicional de ensino, que na maior parte dos casos não possibilita produção de conhecimento, não estimula a investigação e reflexão acerca dos conteúdos propostos, não contribuindo assim de forma significativa com o aprendizado dos alunos. Aulas mais dinâmicas são necessárias, pois servem como estímulo aos alunos e auxiliam na compreensão dos conteúdos. A partir desta busca por novas maneiras de se conduzir o processo de aprendizagem é possível inserir o aluno na prática da construção de seu próprio conhecimento, tornando-o estimulado à investigação e participativo nas discussões, ou seja, um trabalho onde o professor não faz “coisas” para os alunos e sim elabora atividades com os alunos, são produzidos recursos e ações didáticas que oportunizam aprender, objetivando aproximar o trabalho pedagógico das necessidades dos alunos. A proposta de materiais didáticos alternativos pode auxiliar o trabalho pedagógico do professor não apenas em um conteúdo específico, mas pode ser adaptado a diversos temas na disciplina de Geografia, podendo ser reaproveitado, atualizado, readaptado, dependendo da necessidade de cada turma e de cada objeto de estudo. Os recursos apresentados Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 9 consistem em propor apenas algumas atividades que o professor pode se valer para tornar as aulas mais dinâmicas, possibilitando um maior envolvimento e participação dos alunos. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Marcos Teodorico Pinheiro de. Atividades Lúdicas, Jogos para Animação de Grupos. 2º Ed. - Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. FRANCISCHETT, Leandra. Comunicação Impressa Desafia Comunidade Escolar. III Seminário Nacional Interdisciplinar em Experiências Educativas – SENIEE, 2009: Francisco Beltrão – PR ______. Jornal Mural Estimula Potencial de Investigação. III Seminário Nacional Interdisciplinar em Experiências Educativas – SENIEE, 2009: Francisco Beltrão – PR FRANCISCHETT, Mafalda. A Cartografia Escolar Crítica. Biblioteca BOCC, 2008. Acessado em Abril de 2010. http://www.bocc.uff.br/_esp/autor.php?codautor=793 HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. São Paulo: Ática, 1994 In LIMA, Maria das Graças de. Ensino de Geografia e Produção de Vídeo Documentário In PASSINI, Elza yasuko; PASSINI, Romão; MALYSZ, Sandra T. (org.). Prática de Ensino de Geografia e Estágio Supervisionado. – São Paulo: Contexto, 2007. PASSINI, Elza Yasuko. Alfabetização Cartográfica In PASSINI, Elza yasuko; PASSINI, Romão; MALYSZ, Sandra T. (org.). Prática de Ensino de Geografia e Estágio Supervisionado. – São Paulo: Contexto, 2007. PUERTA, Lorena Lucas; NISHIDA, Paulo Roberto. Multimídia na Escola: Formando o Cidadão Numa “Cibersociedade” In PASSINI, Elza yasuko; PASSINI, Romão; MALYSZ, Sandra T. (org.). Prática de Ensino de Geografia e Estágio Supervisionado. – São Paulo: Contexto, 2007. RAMOS, José Ricardo da Silva. Dinâmicas, Brincadeiras e Jogos Educativos. 3º Ed. – Rio de Janeiro: Lamparina, 2008. VIEIRA, Carlos Eduardo; SÁ, Medson Gomes de. Recursos didáticos: do Quadro Negro ao Projetor o Que Muda? In PASSINI, Elza yasuko; PASSINI, Romão; MALYSZ, Sandra T. (org.). Prática de Ensino de Geografia e Estágio Supervisionado. – São Paulo: Contexto, 2007. http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaPeriodicoForm.do http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=11&min=670&or derby=ratingA&show=10 http://www.diaadia.pr.gov.br/temasatuais/modules/conteudo/conteudo.php?314 http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=9082 http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=9125 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 10 http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=9122 http://www.youtube.com/watch?v=AQlidkg2QzQ&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=c6IDAGU8vls&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=EJWiHjliSsM http://www.youtube.com/watch?v=KnP29NZuaJE&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=ERYObgtR-FE&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=FZIm60Cahns&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=7xTwo1EMWpk&feature=related Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 11