(TRABALHOS) RECURSOS LÚDICOS COM A 6ª SÉRIE (ou ANO

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ATIVIDADES PARA TRABALHAR DIDATICAMENTE CONTEÚDOS
DE GEOGRAFIA NA 6ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL
Andreia Tomaz
Silvana de Bona Sartor
Resumo: Trabalhar com o lúdico em sala de aula é propor alternativas diferenciadas na
construção do conhecimento, auxiliando o processo de ensino/aprendizagem e aprimorando o
processo educativo. Cabe destacar que trabalhar com a ludicidade não é o rompimento com
as demais metodologias de ensino e sim uma alternativa metodológica. Neste trabalho
destacamos recursos didáticos para se trabalhar com conteúdos geográficos de 6ª série,
como a utilização de maquetes; jogo de bingo; vídeos; textos científicos; o jornal falado e
escrito e a utilização de mapas e globos.
Palavras-chave: Geografia, ensino, metodologias, recursos didáticos.
Introdução
Ao trabalhar com o lúdico em sala de aula busca-se não apenas quebrar com uma
rotina, mas, sobretudo promover a construção do conhecimento em diversas áreas do
ensino/aprendizado, sem com isto oferecer conceitos prontos e acabados. A ludicidade
transforma o ambiente escolar, porém, não pode ser considerado o único instrumento de
ensino, mas sim, um recurso pedagógico de trabalho que possibilita aprimorar o processo
educativo, propondo a interação do aluno, na perspectiva da sua valorização e do seu
desenvolvimento cognitivo.
Evidenciamos a importância do lúdico como prática na sala de aula, pois acreditamos
que o ensino não deve estar restrito a transmissão de saberes prontos e acabados, tidos como
verdades absolutas. Mas, sim na concepção de mediação na interação do professor x aluno e
aluno x aluno na elaboração do conhecimento. As reflexões teóricas devem nortear as
práticas pedagógicas e estas devem ser constantemente discutidas e refletidas, a fim de
promover um ensino fundamentado na relação entre a teoria e prática. Pensando dessa forma
acreditamos que a ludicidade pode nortear o trabalho pedagógico do professor acerca dos
conceitos geográficos, auxiliando o processo de ensino aprendizagem.
Garantir o espaço do lúdico na vida de todos pode ser um elemento
importante para ampliar o repertório de vida e de conhecimentos
construtivos. Possibilitar as atividades lúdicas é fortalecer a autonomia,
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a capacidade criadora, a consciência coletiva, a solidariedade e a
cooperação (ALMEIDA, 2008, p.83).
A utilização do lúdico na prática pedagógica é importante, pois desperta atenção e o
interesse dos alunos envolvendo-os no processo de aprendizagem. Aprender brincando pode
se constituir numa forma significativa de aprendizado dos alunos. As atividades práticas na
sala de aula despertam e estimulam a criatividade, espontaneidade e participação dos alunos
tornando-os sujeitos de sua aprendizagem e garantindo melhores resultados. Além de ser um
momento de diversão e interação é fundamentalmente momento de aprendizagem e
construção de conhecimentos.
Ao diversificar suas aulas e propor atividades que despertem a atenção dos alunos, o
professor ao mesmo tempo estará aproximando o aluno da escola, de maneira que o mesmo
sinta prazer e motivação em estar no ambiente escolar. É preciso que o professor tenha
definido seus objetivos de forma clara ao planejar suas aulas, fazendo a união entre o ensino
dos conteúdos e o lúdico, lembrando que deve considerar sempre as particularidades e
especificidades de seus alunos, valorizando os ritmos de aprendizagem de cada um.
O desenvolvimento de metodologias alternativas simples objetiva dar mais significado
ao processo educativo propondo a participação ativa do aluno. A aula expositiva não deve
ser o único instrumento de trabalho, faz-se necessário a busca por novas soluções, novos
caminhos e novas perspectivas que desenvolvam a capacidade de raciocinar e solucionar
problemas.
Metodologia
Pensando na prática como norteadora do trabalho pedagógico e como recurso
necessário para que o ensino seja efetivo foram elaborados alguns materiais didáticos, que
têm por objetivo auxiliar o trabalho do professor em sala de aula criando condições de tornar
mais significativo o processo ensino/aprendizagem, como: maquetes, jogo de bingo, vídeos,
textos científicos, o jornal falado e escrito, mapas e globos. Na sequência explicamos cada
procedimento.
As maquetes de relevo em escalas locais e regionais possibilitam a representação
tridimensional de uma determinada superfície, promovem uma melhor visualização da área em
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estudo e podem ser adaptadas a diversos conteúdos referentes à Geografia. É importante
lembrar que o professor necessita procurar sempre elementos da realidade dos alunos, a fim
de despertar um maior interesse dos mesmos para com o tema em estudo. Pois, quanto mais
próximo da sua realidade melhor a compreensão da representação. Assim como da utilização
de mapas para a localização a maquete pode se prestar a esta função.
A cartografia auxilia o homem desde a Pré-história. Ele já usava para
delimitar territórios de caça e pesca. Os registros surgiram conforme o
material que havia para tal representação e possível comunicação
através da linguagem dos povos. Os mapas primitivos eram
representações quase autenticas dos lugares. O traçado das ruas e das
casas tem semelhança com as plantas cartográficas das cidades
modernas. Hoje, a Cartografia continua o propósito de representar o
espaço em que o homem habita, age, reage a transforma
(FRANCISCHETT, M. 2007, p. 3).
Conhecendo e compreendendo o significado histórico da Cartografia para a
humanidade e a emergência de seu estudo na contemporaneidade, nos perguntamos: por que
quase não utilizamos esta ferramenta tão importante como auxílio em sala de aula? Entretanto,
sabemos que para que o ensino se efetive, faz-se necessário desenvolver a linguagem
cartográfica e construir meios que possibilitem a leitura e a interpretação dos mapas, pois,
quando usado de forma “inadequada” pode trazer problemas em sua interpretação. Mapas
trazem uma bagagem de informações gigantescas, porém, é preciso saber interpretá-las.
Localizar e apontar, regiões, países, municípios de nada valem se o aluno não compreender a
dimensão da escala, da localização do real do que está sendo apresentado. Afinal estas são
as funções do mapa no ensino.
Despertar o interesse do aluno para o que está sendo abordado no mapa pode ser
uma atividade simples, como por exemplo, colocar o mapa no chão, assim países, estados e
municípios não estarão “um sobre do outro” e sim nas direções: “Sul/Norte ou Oeste/Leste”.
Outra proposta está na utilização de maquetes com a representação espacial em 3D, a
interpretação pode ficar mais clara e objetiva. A representação tridimensional de longitude, de
altitude e de latitude cria uma imagem modulada que representa as formas do relevo,
transformando o que era representado em cores no mapa plano, em uma representação do
espaço na maquete que trás a percepção das diferenças altimétricas.
Ao representar as categorias longitude, latitude e altitude possibilita-se
que o conteúdo sobreposto a essas categorias seja visualizado e
estudado considerando aspectos do relevo como elevações,
declividade, rugosidade, delimitação de bacias hidrográficas, maiores e
menor elevações. [...] Em vez serem trabalhadas como figuras
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ilustrativas ou só para localizar, se trabalhadas de maneira a despertar
o interesse pelo conteúdo e pela leiturização, tanto o mapa quanto a
maquete como as demais representações cartográficas precisão
localizar o sujeito (aluno/usuário) em lugares que sejam de seu
interesse além de capacitá-los a analisar e sistematizar o espaço
geográfico na representação (FRANCISCHETT, M. 2007, p.7).
As maquetes podem ser confeccionadas com isopor, destacando o leito dos rios com
tinta azul e em alguns casos o professor pode utilizar-se de argila, ou mesmo de E.V.A na
confecção do material didático. Como exemplo, podemos citar uma maquete do relevo do
município de residência dos alunos com base em uma carta topográfica do município, ou seja,
a imagem plana da carta topográfica se transformará em uma representação em terceira
dimensão na maquete, atraindo a atenção do observador.
A utilização de bingo e outros jogos podem ser adaptados a qualquer conteúdo uma
vez que o professor só precisa definir os aspectos de maior importância que pretende revisar
para então elaborar perguntas e a dinâmica do jogo. Sabemos que eles despertam o interesse
dos alunos e pelo fato de serem competitivos basta um cuidado especial com isto e assim se
tronam um bom estímulo ao estudo. Para ser confeccionado precisaremos de cartolinas para
montar as tabelas e pincel atômico. Nas tabelas, no lugar de números, colocaremos
nomenclaturas que representem o objeto de estudo e no lugar de pedras, sortearemos
perguntas com as características que correspondam às respostas encontradas nas tabelas. “O
professor deve usar sua inventividade para criar seus próprios jogos de acordo com os
objetivos de ensino aprendizagem que tenha em vista e de forma a adequá-los ao conteúdo a
ser estudado” (HAID, 1994, p. 103).
Jogos como recurso didático podem dinamizar e promover a interação dos alunos em
sala de aula, pois é momento de diversão e ao mesmo tempo de aprendizado. Para o sucesso
desta prática é importante que o professor tenha claro seus objetivos e ao final faça análise
dos resultados alcançados. Além de serem lúdicos os jogos podem ser aplicados e adaptados
a diversos conteúdos de Geografia, dependendo da necessidade do professor. Estabelecer
uma parceria entre professores e alunos na busca pela construção dos conceitos e
conhecimentos é fundamental para atribuir significado as aulas tirando os alunos da
passividade e simples assimilação de conceitos prontos e acabados, tornando-os sujeitos
ativos no processo de ensinar e aprender. “O jogo é o instrumento mediador entre o que o
aluno já conhece e o que está por conhecer, pois o ambiente lúdico dá forma aos
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procedimentos didáticos que permitem identificar como produzir conhecimentos específicos
para cada área do conhecimento” (RAMOS, 2005, p.26).
Consideramos assim os jogos como uma ferramenta extremamente eficaz e que
depende muito do planejamento e criatividade do professor, é necessário despertar o
entusiasmo do aluno em aprender, fazendo e entendendo que o momento de aplicabilidade
do jogo é também momento de construção de conceitos e saberes acerca dos conteúdos
trabalhados na disciplina de Geografia.
A proposta da utilização de vídeos e textos científicos pode ser também adaptada aos
conteúdos específicos, uma vez que são indispensáveis no incentivo da leitura e da escrita e os
vídeos são utilizados principalmente por unir a imagem à explicação seja ela de forma direta
ou indireta do conteúdo trabalhado. Selecionamos como exemplos vídeos que apresentassem
aspectos gerais das regiões brasileiras. Os vídeos que sugerimos a seguir foram retirados de
sites de instituições educacionais, os quais citamos nas referências.
No portal Dia a Dia Educação (Portal Educacional do Estado do Paraná) na
Categoria: Imagens
Geografia, denominado “Parque Estadual de Vila Velha- Ponta
Grossa” encontramos imagens interessantes referentes à região Sul, mais especificamente
sobre o estado do Paraná, Parque Estadual de Vila Velha, tendo como foco à dimensão
socioambiental, dimensão econômica, dimensão demográfica, território, lugar, região Sul,
Paraná, Parque Estadual de Vila Velha, Ponta Grossa e Parque Estadual.
Temas relacionados à região Centro Oeste, encontraremos no portal Dia a Dia
Educação (Portal Educacional do Estado do Paraná), com a denominação de “Brasília Região Centro-Oeste” trazendo a história sobre a capital brasileira, mapas que ilustram a
posição geográfica, características dos aspectos físicos da região além de textos, notícias,
imagens, sons, vídeos, simuladores, trechos de filmes e ainda fontes de pesquisa para
conhecer mais sobre a região.
O vídeo “Amazônia Uma Região de Poucos” apresenta a região Norte do Brasil, a
floresta Amazônica como sendo uma região de poucos, com duração de aproximadamente
doze minutos, abrangendo a dimensão socioambiental, dimensão econômica, dimensão
demográfica e cultural do espaço geográfico, território, região, região Norte, Brasil, floresta
amazônica, intimidação, corrupção, equilíbrio climático, democracia, povos indígenas,
desmatamento, fauna, flora e biodiversidade.
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No vídeo “Momento Brasil – Região Nordeste – Litoral” da TV Escola aborda o litoral
da Região Nordeste do Brasil, com aproximadamente dois minutos de duração o vídeo
abrange algumas características da região nordeste como: cultura, território, lugar, dimensão
socioambiental, natureza, beleza naturais, dinâmica cultural, demográfica, sociedade, turismo,
turistas e praias.
O vídeo da TV Escola “Momento Brasil - Ilha Bela - litoral de São Paulo” está
abordando os aspectos naturais da região, bem como a ocupação e suas características,
vídeo de aproximadamente dois minutos, que abrange a dimensão socioambiental do espaço
geográfico, dimensão econômica, dimensão demográfica, natureza, ilha, Ilha Bela, território,
paisagem, litoral, lugar, região Sudeste, São Paulo e região.
O vídeo “Região Nordeste – Geografia 2009” contém informações gerais relativas a
todas as cinco regiões brasileiras, com duração de aproximadamente dez minutos, traz em seu
conteúdo mapas que ilustram a posição geográfica de cada região, imagens da paisagem
natural de cada região e ainda informações referentes às características mais gerais das
regiões brasileiras. E por fim aborda especificamente a região Nordeste, falando dos estados
que a constitui, comidas típicas, agricultura (principais produtos), pecuária, indústria, turismo
(principais pontos turísticos), transportes mais utilizados na região, cultura local, música,
religião e assuntos gerais como os tipos de paisagem, a seca que atinge a região, enchentes,
fome, as construções precárias de alguns pontos da região. O vídeo intitulado “Nordeste
Brasileiro – O Coração do Brasil” de aproximadamente quatro minutos, traz em seu conteúdo
varias imagens da região, mostrando a beleza do Nordeste Brasileiro.
O vídeo “Região Sul do Brasil” vai abordar a região Sul, com quatro minutos de
duração, traz em seu conteúdo muita informação interessante da mesma como: posição
geográfica, países com os quais a região faz fronteira, um pouco da história e evolução da
região, aspectos geográficos como: relevo, clima, hidrografia, produção de energia,
vegetação, imigração, modo de vida, cultura, turismo e economia.
O vídeo “Brasil – Região Norte” abordara as principais características da Região Norte
do país, com duração de aproximadamente quatro minutos, traz imagens da localização
geográfica de cada estado pertencente à região, bem como estradas fluviais, encontro das
águas do Rio Negro com o Rio Solimões, principais peixes encontrados na região, frutas
típicas e danças folclóricas.
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O vídeo “Região Centro-Oeste (trabalho de Geografia)” contém informações relativas à
Região Centro-Oeste do país, com duração de cerca de quatro minutos, traz em seu
conteúdo imagens ilustrativas de sua posição geográfica, características da vegetação,
principais bacias hidrográficas, aspectos econômicos, aspectos culturais, culinária, clima,
relevo, principais rios e agricultura (principais produtos agrícolas).
O vídeo “Pontos Turísticos da Região Sudeste” tem duração de cerca de seis minutos,
referente à Região Sudeste do Brasil, traz em seu conteúdo imagens dos principais pontos
turísticos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo e também
personalidades da música típica da região. Já o vídeo intitulado “Região Sudeste”, nos é
apresentado com áudio, tem duração de três minutos, e traz diversas informações relativas
aos estados pertencentes à Região Sudeste como: contrastes existentes por concentrar maior
parte da riqueza nacional e ao mesmo tempo sofrer com o aumento do desemprego e a
violência, clima predominante, vegetação, pecuária, agropecuária, principais produtos
agrícolas, economia, turismo, e culinária.
Muito mais que apresentar novos recursos a seus alunos o professor deve instigá-los a
buscar por novas informações, a pesquisar e investigar situações de acordo com o tema em
estudo. Os recursos didáticos lúdicos devem estar articulados e intimamente relacionados ao
conhecimento geográfico que se pretende trabalhar, assim “o vídeo pode ser uma ferramenta
eficaz na articulação entre os conhecimentos pedagógico, didático e geográfico” (LIMA,
2007, pg. 136), possibilitando a análise e leitura do espaço geográfico. É importante também
que o professor se utilize desses recursos para trabalhar com aspectos do cotidiano do aluno
e próximos a sua realidade estabelecendo assim uma ponte partindo da análise local para a
global e vice e versa.
O jornal falado e escrito pode ser usado para desenvolver a interação dos alunos com
o conteúdo proposto, promovendo um trabalho coletivo na busca por soluções e informações
quanto ao tema em estudo, vinculado com a atualidade. “O jornal escolar proporciona ao
aluno a vivência da atividade profissional, ainda que de forma incipiente, garantido contato
direto com fontes reais e com as etapas de produção jornalística, como a redação, a
produção de fotografias, a diagramação e a edição” (FRANCISCHETT, L. 2009, p. 204).
O jornal falado e escrito pode ser usado em diversas disciplinas e conteúdos, uma vez que,
desenvolve a leitura, a escrita no desenvolvimento dos textos, a comunicação dos alunos não
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somente com os colegas, mas com toda a comunidade escolar e externa na busca de
informações para a “matéria jornalística” apresentadas.
Esta proposta pode tomar diversas dimensões, abranger a sala de aula, colegas e
professores, ser apresentado para a turma, ou para toda a comunidade escolar e até mesmo
para o bairro se possível. O jornal escrito pode ficar somente na sala de aula ou ser impresso
para toda escola, para os pais e para a comunidade em geral. Tudo depende da
disponibilidade de tempo para o desenvolvimento da atividade e dos recursos financeiros. O
jornal falado e principalmente o escrito pode deixar de ser uma simples proposta e passar a
ser um projeto constante da escola, tendo um aspecto social, através do jornal elaborado
pelos alunos, independente da disciplina, buscando assuntos atuais que esclareçam dúvidas da
população local. Como exemplo, podemos destacar o noticiário que enfatizou uma
reportagem sobre a ressaca do mar, que invadiu a praia e as casas. O professor de Geografia
pode utilizar-se desta notícia para trabalhar sobre os oceanos, correntes marítimas. Enfim,
com assuntos relacionados ao tema, os alunos por sua vez, podem montar um jornal com
base nestes estudos e distribuir para toda a comunidade. Outra solução é o jornal mural,
exposto na sala de aula, na escola ou até mesmo no centro comunitário do bairro dos alunos,
esta opção torna-se viável pelo baixo custo, facilitando a sua atualização.
Para a realização desta didática com o conteúdo das regiões brasileiras a sala de aula
pode ser dividida em cinco grupos, cada grupo responsável por uma região. A partir da
coleta de dados e informações atuais e expressivas da região será elaborado um jornal,
podendo ele ser falado/apresentado ou escrito. A utilização de mapas e globos é apresentada
como prática permanente, como ferramenta com a função de localização e orientação. É de
extrema importância ao se trabalhar com qualquer conteúdo geográfico, ressaltando que a
visualização da área em estudo pode promover um melhor entendimento do assunto. A
utilização de mapas e globos durante as aulas de Geografia deve ser prática corriqueira, faz
com que o aluno viaje pelo mundo sem sair da sala de aula.
A alfabetização cartográfica pode partir da elaboração de um mapa mental, da sua
cidade, do seu bairro, partindo de coisas simples para o mais complexo. “O ensino de
Geografia e o de Cartografia são indissociáveis e complementares: a primeira é conteúdo e a
outra é forma. Não há possibilidade de se estudar o espaço sem representá-lo, assim como
não podemos representar um espaço vago de informações” (PASSINI, 2007, p.148).
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Entendemos, portanto que quando nos reportamos à disciplina de Geografia não devemos
nos esquecer da importância assumida pela Cartografia, sendo uma complementar a outra no
estudo e na representação do espaço geográfico.
Algumas considerações
Muitos são os desafios e as dificuldades com as quais o professor se depara no
cotidiano escolar, tais como: salários irrisórios, cargas horárias excessivas e alunos
desmotivados e desinteressados em aprender e além das quarenta horas que o professor
passa em da sala de aula, ainda tem que dedicar tempo para planejamento das aulas correção
de trabalhos e provas e é por esses e outros motivos que se torna difícil do professor ser
pesquisador e trazer para sala de aula novas propostas de trabalho. No entanto observamos
que a utilização de recursos didáticos alternativos é uma maneira de despertar o interesse dos
alunos motivando-os a aprender e transmitindo o prazer de ensinar, tornando assim a sala de
aula um espaço de interação e aprendizado para ambas as partes: professores e alunos.
A busca por metodologias didáticas lúdicas e de novas maneiras de conduzir o
processo de ensino/aprendizagem advém da necessidade de superar a abordagem tradicional
de ensino, que na maior parte dos casos não possibilita produção de conhecimento, não
estimula a investigação e reflexão acerca dos conteúdos propostos, não contribuindo assim de
forma significativa com o aprendizado dos alunos. Aulas mais dinâmicas são necessárias, pois
servem como estímulo aos alunos e auxiliam na compreensão dos conteúdos.
A partir desta busca por novas maneiras de se conduzir o processo de aprendizagem
é possível inserir o aluno na prática da construção de seu próprio conhecimento, tornando-o
estimulado à investigação e participativo nas discussões, ou seja, um trabalho onde o
professor não faz “coisas” para os alunos e sim elabora atividades com os alunos, são
produzidos recursos e ações didáticas que oportunizam aprender, objetivando aproximar o
trabalho pedagógico das necessidades dos alunos.
A proposta de materiais didáticos alternativos pode auxiliar o trabalho pedagógico do
professor não apenas em um conteúdo específico, mas pode ser adaptado a diversos temas
na disciplina de Geografia, podendo ser reaproveitado, atualizado, readaptado, dependendo
da necessidade de cada turma e de cada objeto de estudo. Os recursos apresentados
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consistem em propor apenas algumas atividades que o professor pode se valer para tornar as
aulas mais dinâmicas, possibilitando um maior envolvimento e participação dos alunos.
REFERÊNCIAS
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