o ensino da cartografia e o ensino pelo hq

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O ENSINO DA CARTOGRAFIA E O ENSINO PELO HQ
Doutoranda, Leodete B. S. Miranda e Silva
e-mail – [email protected]
Mestranda, Regina Maria da Costa
e-mail – [email protected]
O artigo representa uma contribuição a Cartografia escolar, abrangendo a área de estudo da
Geografia, Cartografia e a Educação. O objetivo é uma proposta metodológica de
ensino-aprendizagem da Cartografia através da construção e aplicação de HQ em sala de
aula, para que os escolares não aprendam somente mapas, mas também desenvolvam
capacidades relativas a representação do espaço, sua importância e aplicabilidade em nosso
cotidiano. A pesquisa divide-se em duas etapas: a primeira trabalha a construção do HQ, de
temas básicos da Cartografia, fundamentados nas teorias de Piaget, que servirá como meio de
produção do conhecimento cartográfico, e agente facilitador da aprendizagem. A segunda
etapa, refere-se a aplicação do HQ em sala de aula, na busca de respostas significativas para
o aprendizado. Para a Geografia, aprender Cartografia sempre foi aprender regras de
construção de mapas, suas diferenças, o uso. A nossa proposta é além disso, aprender
Cartografia através do HQ, com exemplos do nosso cotidiano, demonstrando aos escolares
que a Geografia e a Cartografia estão cada vez mais presentes na nossa realidade. Assim
pretende-se demonstrar que, como todos os demais meios de produção de conhecimento
escolar, criam significados para a aprendizagem, e que o HQ pode-se tornar uma ferramenta
poderosa, quando utilizado no contexto escolar.
Palavras-chave: HQ, Cartografia, Geografia, Educação, Cartografia Escolar.
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1. INTRODUÇÃO
Atualmente, a Geografia, e em particular a área da Cartografia Escolar, tem ampliado
seu leque de discussões e temáticas, buscando novas metodologias em relação a práticas
pedagógicas,
procurando
alternativas
para
aprimoramento
da
relação
do
ensino-aprendizagem.
A proposição da pesquisa sobre metodologia de ensino de Geografia e em particular
da Alfabetização Cartográfica, com a mediação de histórias em quadrinhos, com
aprofundamento científico com o propósitos didático-pedagógicos. Esta escolha é fruto da
experiência profissional, ao se observar que vários livros didáticos de Geografia utilizam
charges, cartuns e tiras de quadrinhos para ilustrar conteúdos específicos dessa disciplina,
pelo entendimento de que podem propiciar uma relação ensino-aprendizagem mediada pela
análise questionadora e ainda, pelo interesse demonstrado por parte dos estudantes.
Contudo, esse material ainda não existe, e esta proposta de pesquisa é uma tentativa
de fornecer esse material de apoio pedagógico, possibilitando vários professores de
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Geografia do Ensino Básico e até mesmo do Ensino Superior, a utilização em sala de aula,
além de ser uma contribuição pessoal ao grupo de pesquisa da Cartografia Escolar.
A sua produção busca romper os limites que existem entre a produção acadêmica e a
produção popular de saberes que ocorre em diversos espaços da sociedade. Mais do que um
dispositivo de aproximação, o ensino pelo HQs instala-se numa brecha de interseção
existente entre as diversas atividades da produção de saber e dos processos de subjetivação
nesta contemporaneidade.
Os livros didáticos por muito tempo foram sendo trabalhados como a única
ferramenta de ensino, provavelmente por deixar os conteúdos à mesa, prontos para serem
explorados de um único ponto de vista.
Atualmente, para um professor, um dos maiores desafios em sala de aula é fazer com
que o aluno se interesse pelo conteúdo apresentado, a utilização de novas tecnologias para o
aluno, aplicadas pelo professor, pode proporcionar uma melhor compreensão dos conteúdos,
aumentar a concentração e motivar o interesse pelo conteúdo ministrado.
Sabendo que o livro didático já não é a opção preferida pelos alunos, cabe ao
professor encontrar outros métodos de ensino, que desenvolvam o interesse e a criatividade.
Materiais alternativos como, jornais, revistas, televisão, cinema, histórias em quadrinhos e
outros, são bem-vindos em sala de aula, e as HQs é o foco principal desta pesquisa.
HQ representa um elemento novo de recurso didático, com a finalidade de facilitar o
processo de aprendizagem e de habilidades essenciais, para que o aluno tenha acesso ao
conhecimento socialmente elaborado.
O professor é o motivador dos seus alunos, ele deve gerar a curiosidade e instigar os
alunos a refletirem sobre os conteúdo ministrado, deve estar preparado sobre o assunto, para
cumprir sua tarefa com segurança e confiança, desmistificando a abstração da Cartografia.
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Segundo Weisz (2002, p. 42), “o que move as crianças é o esforço para acreditar que
atrás das coisas que elas têm de aprender existe uma lógica”.
A HQ pode ser definida de várias maneiras, de acordo com a idéia de cada autor,
mas em alguns aspectos quase todos concordam: a HQ é a forma mais rápida que a literatura
tem para chegar ao leitor. Um dos maiores exemplos do sucesso das HQs foi criado por
Charles Schulz em 1950, os Peanuts, que invadiram os jornais norte americanos e
posteriormente, foi traduzido em várias línguas. Até hoje seus personagens estampam
produtos diversos.
A origem das HQs, segundo Anselmo (1975), vem da pré-história, quando os
homens das cavernas faziam as pinturas rupestres contando sua história através apenas de
imagens,consideradas, por muitos, como precursoras das histórias em quadrinho.
As HQs, como são conhecidos surgiram na metade do século XIX. Les Amours de
Monsieur Vieux-Bois, publicada em 1837, escrita e desenhada por Rodolphe Topffer
(1799-1846), professor da Universidade de Genebra e com com Little Bears and Tykes,
desenhada por James Swinneston e editada em 1892 pelo jornal San Francisco Examiner. Na
década de 1940 nos Estados Unidos, as histórias em quadrinhos foi utilizada como material
pedagógico pelo exército norte-americano, onde desenvolveu manuais de treinamento em
quadrinhos.
Segundo pesquisas, a primeira história em quadrinhos brasileira foram “As aventuras
de Nhô Quim, de Ângelo Agostini, publicada na revista Vida Fluminense, em janeiro de
1869, e Tico-Tico, em 1905, destinada especificamente ao público infantil, contendo contos,
textos informativos e curiosidades sobre matérias para crianças.
Séculos mais tarde surgiram os hieróglifos, desenhados pelos egípcios e que também
eram uma maneira de se comunicar através de imagens. Segundo estudiosos antigos, o balão
utilizado para caracterizar o diálogo, remete a 1370, quando uma frase dita por um romano
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foi gravada em uma tábua. Desde então o texto e a ilustração apareceram juntos cada vez
com mais freqüência.
A ilustração em livros é utilizada desde o século XV, transitando entre a xilogravura e
a litogravura, chegando até a gravura. Ao longo do século XIX foram publicadas várias
ilustrações, principalmente na Europa, onde os autores se preocuparam tanto com a literatura
adulta, quanto com a infantil. Após, apareceram outras formas de ilustração como a
zincogravura e a fotografia, aumentando a popularidade das imagens.
No Brasil, a HQ ganhou as ruas em 1905, quando as revistas Tico-Tico, de Buster
Brown, foram traduzidas pra o português. Por muitos anos as editoras focavam as
publicações em quadrinhos europeus e norte-americanos, sem abrir espaço para desenhistas
brasileiros. Até a década de 40, surgiram algumas revistas que se dedicavam principalmente
ao público infantil, mas somente com ilustrações estrangeiras (Luyten, 1984). Entre as
décadas de 1940 e 1960 surgiram artistas brasileiros que ilustravam suas histórias inspiradas
nas HQs norte-americanas, mas apenas em 1960 surge a primeira HQ originalmente
brasileira: Pererê, de Ziraldo. Baseado na lenda do Saci, com cenário
semelhante ao das florestas brasileiras, Pererê conquistou rapidamente o público brasileiro.
Em 1970 Maurício de Souza cria a Turma da Mônica, que até hoje conquista crianças e
adultos com suas histórias, geralmente publicadas em gibis e almanaques.
No Brasil, o interesse no uso de HQs em sala de aula, já vem de muito tempo, porém
ganhou força devido ao incentivo do Ministério da Educação, no Programa Nacional
Biblioteca na Escola (PNBE), que incluiu algumas histórias em quadrinho entre as obras
distribuídas nas escolas públicas, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
e pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).
A utilização das HQs populares, em sala de aula como recurso pedagógico é uma
prática importante para a contribuição no desenvolvimento pessoal do aluno, mas apresenta
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melhores resultados quando trabalhada em conjunto com outras práticas, pois, é apenas um
recurso que pretende incrementar as aulas, tornando o ensino mais interessante aos olhos dos
alunos. Porém, é de se salientar que existem histórias em quadrinhos (HQ) para distintas
faixas etárias, de distintos gêneros literários, e também, as mais comerciais, ou estritamente
autorais. O mesmo que ocorre no cinema e na literatura. As HQ que elaboro são mais raras
ainda, estando classificadas como poéticas,
Segundo Aragão (1980), “Usar as HQ como instrumento de aprendizado é altamente
recomendável, pois auxilia na alfabetização e amplia a percepção narrativa, principalmente no
que diz respeito à compreensão das diversas representações gráficas de passagens de
tempo”.
Ainda de acordo com Octavio Aragão, os HQs não servem apenas como introdução
à leitura. “Os leitores de quadrinhos tendem a desenvolver uma percepção mais aguçada e
uma associação de informações complementares com maior eficiência e rapidez, pelo fato de
cruzarem referenciais e códigos de fontes diferentes em apenas um contexto. O leitor
aprimora a acuidade visual e estabelece rápida associação de idéias”, explica o professor.
Cabe esclarecer que os fenômenos que se manifestam diante dos olhos do aluno
fazem parte da sua vida diária e pertencem ao seu espaço vivido. Nas palavras de
ALEMIDA E PASSINI (1994), “o espaço vivido refere-se ao espaço físico, vivenciado
através do movimento e do deslocamento”. Além de fatos corriqueiros ou daqueles que
surgem espontaneamente, no ir e vir, dentro desse espaço vivido, as novas descobertas
também são desencadeadas pela curiosidade. Mediante o conjunto de todas essas
experiências que vão se acumulando na vida do indivíduo, ele vai tomando consciência do que
é o meio físico e social. Enquanto criança, os próprios jogos e brincadeiras realizados já
manifestam algo de cunho cartográfico.
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Ao compreender o funcionamento e o uso desse espaço, sob a ótica da
Cartografia, qualquer outro espaço de escala maior será mais facilmente assimilado pelo
aluno. Qualquer indivíduo, de qualquer idade, teria dificuldades para compreender.
Educadores afirmam que os alunos devem trabalhar como pesquisadores e não
como repetidores do que lhes é imposto, tomamos a imagem como o primeiro material para a
alfabetização cartográfica.
Segundo SIMIELLI (1999), as crianças já têm um interesse natural pelas
imagens, o que justifica gostarem tanto de desenhos animados da TV ou de revistas em
quadrinhos. Dessa forma, principalmente no caso de crianças, mas também com adultos, o
professor deve trazer para a sala de aula o maior número possível de imagens que possam
conectar os conceitos cartográficos às experiências vividas pelos alunos. Recursos como:
fotografias, maquetes, jogos, mapas, imagens de satélite ou os próprios desenhos dos alunos
já os familiarizam com a linguagem visual.
VERGUEIRO (2005) concorda. "A maior parte das informações hoje vem de forma
gráfica, e as HQs trabalham essencialmente com leitura visual. Vivemos em uma sociedade
visual",
O objetivo desta pesquisa é uma proposta metodológica de ensino-aprendizagem da
Cartografia através da construção e aplicação de HQ em sala de aula, para que os escolares
não aprendam somente mapas, mas também desenvolvam capacidades relativas a
representação do espaço, sua importância e aplicabilidade em nosso cotidiano em uma
linguagem dinâmica e desenhos com cenário do quotidiano, demonstrando a presença da
Cartografia em nosso dia a dia, no sentido do que é apontado na LDB, por exemplo, a
valorização de situações do quotidiano das crianças e dos jovens e de sua vivência.
2. HISTORIAS EM QUADRINHOS
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As
histórias
em
quadrinhos
são
textos
figurativos,
portadores
de
estruturanarrativo-descritiva fundada na conjunção das imagens com o texto escrito. No
entanto, mesmo um texto completamente figurativo traz em si um conjunto de idéias de que o
leitor poderá se apropriar tematizando as figuras.
As revistas em quadrinhos costumam ser as primeiras leituras das crianças e
continuam existindo na vida de alguns adultos. Percebe-se que tem aumentado o uso de tiras
de quadrinhos, charge, cartum no ensino escolar, como também, em muitas provas de
processo seletivo e que este tipo de abordagem faz parte da rotina de quase todas as
pessoas, pois é bastante divulgada pelos meios de comunicação. Como é uma leitura
agradável, envolvente e a maioria dos alunos acha prazeroso esse tipo de atividade,
pressuposto, que se torna um facilitador para empreender uma discussão com um certo rigor
científico, a partir de elementos do cotidiano.
Os quadrinhos têm personagens e elenco fixos, narrativa seqüencial em quadros numa
ordem de tempo onde um fato se desenrola através de legendas e balões com texto pertinente
à imagem de cada quadrinho. A história pode se desenvolver numa tira, numa página ou em
duas ou em várias páginas (revista ou álbum). É óbvio que para uma história ser em
quadrinhos ela precisa ter no mínimo dois quadrinhos (Moretti, 2006, p.20. Grifos do autor.)
3. A ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA
Assim como acontece na escrita, a descoberta dos significados que existem no
mapa iluminam e encantam a mente dos alunos. Cada vez que o estudante descobre algo
novo, seja através de aulas formais, seja por iniciativa própria, novos horizontes surgem e
geram curiosidade para que ele avance mais em suas pesquisas. O aprofundamento do
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conhecimento vai mostrando que sempre há algo mais a descobrir e que cada nova
descoberta vai ficando mais rica e interessante. Daí defendermos a expressão alfabetização
cartográfica, que consiste no processo de ensino/aprendizagem para que a pessoa consiga
compreender todas as informações contidas no mapa (SIMIELLI, 1999).
Essa alfabetização supõe o desenvolvimento de noções de:
- visão oblíqua e visão vertical;
- imagem tridimensional, imagem bidimensional;
- alfabeto cartográfico: ponto, linha e área;
- construção da noção de legenda;
- proporção e escala;
- lateralidade / referências, orientação.
Ao assimilar esses conceitos, o aluno se sentirá à vontade diante de um mapa,
conseguindo extrair informações ou compôr, ele mesmo, outro mapa, baseado nestas e/ou
outras informações. O estudante terá consciência do quanto a Cartografia faz parte da sua
vida cotidiana e não a verá mais como algo abstrato e preso aos livros escolares.
Ler mapas, como se fossem um texto escrito, ao contrário do que parece, não é uma
atividade tão simples assim; para que isso ocorra, faz-se necessário aprender, o alfabeto
cartográfico, a leitura propriamente dita, entendida aqui não apenas como mera decodificação
de símbolos (PISSINATI,2007).
As noções, as habilidades e os conceitos de orientação e localização geográficas
fazem parte de um conjunto de conhecimentos necessários, juntamente com muitos outros
conceitos e informações, para que a leitura de mapas ocorra de forma que o aluno possa
construir um entendimento geográfico da realidade)e essa construção de conhecimento requer
métodos e técnicas de ensino/aprendizagem que facilitem a compreensão do estudante (TUMA,
2004).
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4 . METODOLOGIA
A pesquisa divide-se em duas etapas: a primeira trabalha a construção do HQ, de
temas básicos da Cartografia, fundamentados nas teorias de Piaget, que servirá como meio de
produção do conhecimento cartográfico, e agente facilitador da aprendizagem.
A segunda etapa, refere-se a aplicação do HQ em sala de aula, na busca de
respostas significativas para o aprendizado.
4.1- Construção das histórias em quadrinhos – HQs
A produção das historias em quadrinhos com roteiros elaborados de forma narrativa
especificando as ações dos personagens, as falas e legendas, e também a descrição dos
cenários. Seguem as seguintes etapas: escolha dos temas que serão abordados, revisão
bibliográfica dos temas, seleção das formas de conteúdo atuais que expressem o tema,
desenvolvimento do enredo da história, definição do roteiro, seleção dos personagens,
definição do contexto, definição do cenário, seleção de cenas, desenho das situações de cada
quadro e escolha das cores para os desenhos. Também fazem parte das etapas de
desenvolvimento das HQs: escrita das legendas e balões, localização das legendas e balões
no quadro, arte finalização do cordel, impressão teste do cordel, revisão e avaliação da HQ
impressão final, Serão desenhados os balões, escrevendo falas e legendas previamente
produzidas relacionadas com cada tema da alfabetização cartográfica. Depois de prontas, as
histórias serão editadas e encadernadas.
4.2- Aplicação em sala de aula
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Com o objetivo de desenvolver as atividades propostas, será preciso um exemplar de
cada tema, o qual será distribuído aos alunos para a leitura, por tempo previamente
combinado, aproximadamente 30 minutos.
Após a leitura o professor iniciará um trabalho com os elementos visuais das HQs,
para análise através de aplicação de exercícios práticos em sala de aula, que poderá ser em
grupo, facilitando a troca de idéias.Após esta etapa o professor perceberá o grau da
habilidade e facilidade de aprendizagem dos alunos em descreverem os elementos
cartográficos
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este trabalho pretende-se mostrar que é preciso repensar o ensino buscando
propostas que privilegiem a construção do conhecimento através de metodologias
diferenciadas, através de práticas pedagógicas observa-se que os alunos se empolgam com
práticas de ensino que vão além do livro didático.
Das múltiplas linguagens possíveis para conceder força a esta proposta de trabalho,
escolheu-se a linguagem dos quadrinhos, uma linguagem inventada em um espaço
predominantemente científico, mas nem por isso, menos potente para produzir conhecimentos.
Pensando em uma forma de utilizar esta linguagem artístico-literal no contexto
educacional, surge um novo papel das histórias em quadrinhos, tardiamente oficializado como
prática didática e de leitura pelo governo federal
As historias em quadrinhos, podendo desenvolver atividades nas diversas áreas da
Geografia, no entanto a Cartografia é o grande alvo do trabalho citado neste artigo. Os HQs
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podem abordar alguns dos conceitos da Cartografia tais como representação do espaço
geográfico, proporção e escala, visão oblíqua e visão vertical, imagem tridimensional, imagem
bidimensional; alfabeto cartográfico: ponto, linha e área, construção da noção de legenda,
referências, orientação.
Considerando os objetivos desta pesquisa, A idéia é deixar de lado a metodologia
tradicional aquela inserida nos currículos pedagógicos, e se aprofundar em uma nova
metodologia, mais é claro não esquecendo da tradicional pois foi essa que proporcionou
todos os saberes e conhecimentos contidos, acredito que a utilização das histórias em
quadrinhos como prática pedagógica pode ser uma ferramenta auxiliar no ensino de
Geografia, mas especificamente da alfabetização cartográfica, pois, hoje em dia nenhum
professor consegue transmitir algum conteúdo aos seus alunos sem que haja encantamento
por ele. Oferecer histórias em quadrinhos, saindo da linguagem verbal e escrita, pode
transformar o ensino de leitura em algo espontâneo, divertido e motivador, sem que se perca
de vista o caráter formal e organizado, próprio do ensino de saberes escolar.
No desenvolvimento de método a partir da teoria de Jean Piaget, junto aos alunos da
5ª Série da Escola Chave do Saber, espera-se observar os resultados quanto à capacidade
de interpretação textual e visual, o nível de interesse e sua eficácia. A eficiência desta
metodologia ainda é passível de futuras pesquisas e experimentos, visto que tanto no que
concerne aos estudos da linguagem representativa, e da textual, quanto à demanda por uma
educação fundamental de boa qualidade. Críticas construtivas serão bem vindas para
contribuir no desenvolvimento deste trabalho de pesquisa.
6. REFERENCIAS
ALMEIDA, Rosângela Doin. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. 2. ed.
São Paulo: Contexto, 2003. – (Caminhos da Geografia)
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ALMEIDA, Rosângela Doin; PASSINI, Elza Yasuko. O espaço geográfico: ensino e
representação. 5. ed. São Paulo: Contexto, 1994. – (Repensando o ensino)
PCN/LDB, Lei das Diretrizes Básicas dos Parâmetros Curriculares Nacionais, Governo
Federal.
MORETTI, F. Qual a diferença entre charge, Cartum e quadrinhos? Disponível em: <http://
ccghumor.com.br>. Acesso em 18 de set. de 2006.
PISSINATI, M. C.; ARCHELA, R. S. Fundamentos da alfabetização cartográfica no ensino
de geografia. Geografia - v. 16, n. 1, jan./jun. 2007 – Universidade Estadual de Londrina,
Departamento de Geociências
SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Cartografia no ensino fundamental e médio. In: CARLOS,
Ana Fani Alessandri (org.). AGeografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999. –
(Repensando o ensino). p. 92-108.
TUMA, Magda Madalena Peruzin; SOARES, Maria Lúcia Amorim. Topologia e o ensino de
mapas: avaliação da caminhada. In: ASARI, Alice Yatiyo; ANTONELLO, Ideni Terezinha;
TSUKAMOTO, Ruth Youko (org.). Múltiplas Geografias: ensino – pesquisa – reflexão, São
Paulo: Humanidades, 2004. p. 39-57.
WEISZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo: Ática, 2002. –
(Palavra de Professor)ssinati, M. C.; ARCHELA, R. S. Fundamentos da alfabetização
cartográfica no ensino de geografia.
VERGUEIRO, V. Uso das HQS no ensino. In: RAMA, Ân VERGUEIRO, Valdomiro
(orgs.). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2005.
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