55º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009 Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 192 Análise da prevalência da Doença de Machado-Joseph no Estado do Rio Grande do Sul- Brasil Camargo, Ga,b,e; Rodrigues, CSMd,b; Godoy, BAc; Jardim, LBb,d; Schüler- Faccini, La,b,c,e Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular- UFRGS; Serviço de Genética Médica – HCPA; c Universidade Federal do Rio Grande do Sul; d Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas – UFRGS; e Instituto Nacional de Genética Médica Populacional – INAGEMP a b Palavras-chave: Machado-Joseph, neurogenética, prevalência, cidades, Rio Grande do Sul Doença de Machado-Joseph (DMJ) ou ataxia espinocerebelar do tipo 3 (SCA3) é uma desordem neurodegenerativa de início tardio e de herança autossômica dominante que caracteriza-se principalmente por ataxia, espasticidade e movimento ocular anormal. A DMJ é uma doença de origem açoriana com uma prevalência nas ilhas de Flores e São Miguel de 8,2:100.000 e 27,1:100.000 respectivamente. No RS, devido a forte imigração vinda dos Açores, encontramos uma alta prevalência da DMJ que é de aproximadamente 3,5:100.000, maior que em Portugal (continente) que é de 1:100.000. A história da doença no Estado do Rio Grande do Sul e no Brasil aponta para um possível efeito fundador que iniciou com as primeiras imigrações açorianas para o país. É relevante ressaltar que o estado do RS parece ter uma maior incidência da doença em relação ao restante do Brasil, o que torna os estudos clínicos e populacionais acerca da DMJ no Estado de grande importância. O principal objetivo deste trabalho é verificar quais são as cidades do RS onde existe maior prevalência da DMJ visando um direcionar um trabalho de aconselhamento genético específico nestas cidades. Foram utilizados para esta análise, até o momento, 367 indivíduos (110 famílias) provenientes dos Ambulatórios de Neurogenética do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Destes, 137 (37%) são oriundos da própria cidade de Porto Alegre e das cidades de Viamão (33 indivíduos – 9%), Canoas (16 indivíduos – 4,3%). Quando se analisa a cidade de nascimento estes números são de 109 (30%) para Porto Alegre, 17 (5%) para Santa Maria, 14 (4%) para Palmeira das Missões e 13 (3,5%) para Viamão e São Jerônimo. Quando consideramos as famílias como unidade, verificamos que Porto Alegre (n=29 - 26,5%), Santa Maria (n=7 - 6,5%), General Câmara (n=3 – 2,8%) e Cruz Alta, (n=3 – 2,8%) são as cidades onde aparece o maior numero de famílias. Como era esperado, a maior parte destas cidades tem história de colonização Portuguesa. Calculando a prevalência mínima da DMJ em algumas cidades como, General Câmara (100:100.000), São Jerônimo (54:100.000), Palmeira das Missões (30:100.000) e Cruz Alta (10:100.000), notamos que essas prevalências estão muito acima daquelas esperadas para o Estado do Rio Grande do Sul, assim como para Portugal (continente) e Ilhas dos Açores. O próximo passo deste trabalho é buscar um possível parentesco e/ou relação entre essas famílias. Apoio Financeiro: CNPq, CAPES.