Clipping TCU TCU Áreas de Atuação | 3a. SECEX | Essencial à Justiça Áreas de Atuação | 9a. SECEX | Administração Revista Carta Capital/BR 10 de maio de 2009 Rosa-dos-Ventos ROSA-DOS-VENTOS Pequeno, mas importante Mauricio Dias A história que se segue já foi contada aqui. Mas é preciso repeti-la em benefício de quem dela não se lembra ou de quem dela não sabe. Surpreso com os ataques da imprensa ao programa Bolsa Família, o presidente Lula sugeriu ao ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, que conversasse com os controladores dos veículos de comunicação. Ele deveria explicar a finalidade do programa, recém-lançado, e ouvir as razões das críticas. Patrus saiu a campo e voltou com a resposta: "Presidente, em geral todos julgam que é investimento demais em um programa social". Em todo o País, 11 milhões de famílias ( quase 53 milhões de pessoas) são atendidas pelo programa. Após uma trégua, os ataques voltaram. Nos últimos dias, o jornal O Globo desferiu três petardos contra o Bolsa Família. No primeiro, apontou o número de be- neficiados; em seguida, ouviu políticos e acadêmicos dizerem que o programa não criava "porta de saída" para a dependência e, por fim, apresentou o resultado de um trabalho do Tribunal de Contas da União, que descobriu oportunistas entre os beneficiados. Uma tocaia articulada. O tom do primeiro texto era a dimensão do alcance do programa. Em manchete alarmista, anunciou que o Bolsa Família beneficia mais da metade dos moradores de seis estados. O Globo bateu o escanteio para um historiador do interior de São Paulo cabecear: "É um número assustador. Isso vai ter uma influência decisiva em qualquer processo eleitoral". Ele errou o gol. A cegueira social dos críticos é incapaz de deixá-los perceber a única constatação que nasce de uma pergunta realmente assustadora: que país é esse onde um em cada três brasileiros ( em 2010) dependerá do dinheiro do programa para viver? A mesada é modesta, mas importante. Ela impede que a alma Assessoria de Comunicação 31 dessas pessoas se separe do corpo. Além disso, abre um caminho de esperança para as crianças. Estudo feito pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional de Minas Gerais, com base em números do IBGE, mostra o impacto do Bolsa Família na educação. Entre o público de 7 e 14 anos atendido pelo Bolsa Família, a taxa de frequência escolar é 3, 6 pontos porcentuais acima da observada no conjunto dos não beneficiários. No público feminino, essa diferença chega a 6, 5 pontos porcentuais e, no Nordeste, alcança 7, 1 pontos porcentuais. Os resultados da comparação indicam menor evasão escolar das crianças incluídas no programa. Neste caso, a taxa de evasão chega a ser 2, 1 pontos porcentuais menor no conjunto das crianças em situação de extrema pobreza. Esse é um caminho capaz de levar os miseráveis à porta de saída da miséria. __________________________