Lisboa

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UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA
Faculdade de Arquitectura e A rtes
Mestrado integ rado em Arquitec tura
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Faculdade de Arquitectura e Artes
Mestrado Integrado em Arquitectura
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa:
readaptação de um edifício industrial a habitação
colectiva
André Catarino dos Santos Eleutério
Lisboa
Novembro 2012
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I S B O A
Faculdade de Arquitectura e Artes
Mestrado Integrado em Arquitectura
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa:
readaptação de um edifício industrial a habitação
colectiva
André Catarino dos Santos Eleutério
Lisboa
Novembro 2012
André Catarino dos Santos Eleutério
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa:
readaptação de um edifício industrial a habitação
colectiva
Dissertação apresentada à Faculdade de Arquitectura e
Artes da Universidade Lusíada de Lisboa para a
obtenção do grau de Mestre em Arquitectura.
Orientador: Prof. Doutor Arqt. José Justino de Matos
Barros Gomes
Lisboa
Novembro 2012
Ficha Técnica
Autor
Orientador
André Catarino dos Santos Eleutério
Prof. Doutor Arqt. José Justino de Matos Barros Gomes
Título
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício
industrial a habitação colectiva
Local
Lisboa
Ano
2012
Mediateca da Universidade Lusíada de Lisboa - Catalogação na Publicação
ELEUTÉRIO, André Catarino dos Santos, 1980O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa : readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
/ André Catarino dos Santos Eleutério ; orientado por José Justino de Matos Barros Gomes. - Lisboa :
[s.n.], 2012. - Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitectura, Faculdade de Arquitectura e Artes
da Universidade Lusíada de Lisboa.
I - GOMES, José Justino de Matos Barros, 1944LCSH
1. Edifícios históricos - Conservação e restauro - Portugal - Lisboa
2. Edifícios históricos - Reforma para outro uso - Portugal - Lisboa
3. Arquitectura industrial - Portugal - Lisboa
4. Alto de Santo Amaro (Lisboa, Portugal) - Edifícios, estruturas, etc.
5. Universidade Lusíada de Lisboa. Faculdade de Arquitectura e Artes - Teses
6. Teses – Portugal - Lisboa
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Historic buildings - Conservation and restoration - Portugal
Historic buildings - Remodeling for other use - Portugal
Architecture, Industrial - Portugal - Lisbon
Alto de Santo Amaro (Lisbon, Portugal) - Buildings, structures, etc.
Universidade Lusíada de Lisboa. Faculdade de Arquitectura e Artes - Dissertations
Dissertations, Academic – Portugal - Lisbon
LCC
1. NA109.P8 E95 2012
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, o Professor José Barros Gomes, por toda a orientação e tempo
disponível.
Aos meus pais, irmãos e família, pelo apoio dispensado.
Aos meus amigos, e colegas da Lusíada, que incentivaram a terminar esta
dissertação.
Muito obrigado a todos.
APRESENTAÇÃO
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa:
readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
André Catarino dos Santos Eleutério
Esta dissertação tem como base de estudo, o bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa,
enquadrado na freguesia de Alcântara. Este bairro, foi objecto de uma análise urbana,
física e arquitectónica com levantamento fotográfico dos locais mais significativos e
relevantes, desde as suas pré-existências mais importantes, nomeadamente as
Calçadas de Santo Amaro e Tapada e a Ermida de Santo Amaro, até à actualidade.
Dentro da zona que foi estudada e feita a análise urbana, no bairro Alto de Santo
Amaro, pretendeu-se com este trabalho, escolher um lote, onde existisse um edifício
industrial desactivado.
O lote escolhido, foi o da R. da Indústria, nº54, onde existe uma antiga fábrica
expectante na sua distribuição funcional. Propôs-se elaborar um projecto de
arquitectura, onde se fizesse uma readaptação de um edifício industrial a habitação
colectiva, o qual se apresenta neste trabalho.
Palavras-chave: Análise Urbana, Bairro Alto de Santo Amaro, Edifício Industrial,
Projecto de Readaptação, Habitação Colectiva.
PRESENTATION
The Alto de Santo Amaro neighbourhood in Lisbon:
readaptation of an industrial building into collective housing
André Catarino dos Santos Eleutério
This dissertation focus on the Alto de Santo Amaro neighbourhood in Lisbon, part of
the parish of Alcântara. This neighbourhood, was the subject of an urban, physical and
architectural analysis. The analysis includes a photographic survey of the most
significant and relevant places, from its original sites, namely the Sidewalks of Santo
Amaro and Tapada and the Chapel of Santo Amaro, to the present day.
This study aimed at choosing a batch, within the focal area of analysis in the
neighbourhood of Santo Amaro, where there was an inactive industrial building.
The batch chosen was that of R. da Indústria, nº54, where there is an old factory
expectant in their functional distribution. This work presents a proposal to develop an
architectural project aiming at adapting an industrial building for collective housing
purpose.
Key-words: Urban analysis, Alto de Santo Amaro Neighbourhood, Industrial Building,
Readaptation Project, Collective Housing.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1 – Fotografia aérea do bairro Alto de Santo Amaro. (Salgado e Lourenço,
2006, p. 47) ................................................................................................................. 23
Ilustração 2 - Planta de localização do bairro Alto de Santo Amaro. (Salgado e
Lourenço, 2006, p. 47) ................................................................................................ 24
Ilustração 3 – Carta Topográfica de Lisboa da zona do bairro Alto de Santo Amaro.
(Folque, 1857, p. 80 e 89) ........................................................................................... 25
Ilustração 4 – Maquete 3d do bairro Alto de Santo Amaro. (o autor) ........................... 26
Ilustração 5 – Planta do bairro Alto de Santo Amaro com indicação do levantamento
fotográfico. (executada pelo autor, com base na publicação de Salgado e Lourenço,
2006, p. 49) ................................................................................................................. 29
Ilustração 6 – Pavilhão da Ajuda. (o autor) .................................................................. 31
Ilustração 7 – Muro e entrada do Instituto Superior de Agronomia. (o autor)............... 31
Ilustração 8 – Café de esquina na Calçada de Santo Amaro. (o autor) ....................... 32
Ilustração 9 – Uma das vistas da Calçada de Santo Amaro. (o autor)......................... 32
Ilustração 10 – Espaço E1. (o autor) ........................................................................... 33
Ilustração 11 – Espaço E2. (o autor) ........................................................................... 33
Ilustração 12 – Espaço E3. (o autor) ........................................................................... 34
Ilustração 13 – Espaço E4. (o autor) ........................................................................... 34
Ilustração 14 – Espaço E5. (o autor) ........................................................................... 34
Ilustração 15 – Espaço E6. (o autor) ........................................................................... 34
Ilustração 16 – Portão de entrada para aceder à vila. (o autor) ................................... 35
Ilustração 17 – Vista principal da vila Vital Teixeira. (o autor)...................................... 35
Ilustração 18 – Pátio da R. dos Lusíadas, nº120, vista 1. (o autor) ............................. 36
Ilustração 19 – Pátio da R. dos Lusíadas, nº120, vista 2. (o autor) ............................. 36
Ilustração 20 – Fachada do edifício do pátio dos Bicos. (o autor) ............................... 37
Ilustração 21 – Acesso escadas do pátio dos Bicos. (o autor)..................................... 37
Ilustração 22 – Fachada principal do pátio da R. Amadeu de Sousa Cardoso, nº17. (o
autor) ........................................................................................................................... 37
Ilustração 23 – Entrada do pátio da R. Amadeu de Sousa Cardoso, nº17. (o autor) ... 37
Ilustração 24 – Entrada no edifício da vila Adelaide. (o autor) ..................................... 38
Ilustração 25 – Entrada da Vila Barata ou Pátio do Roque. (o autor) .......................... 38
Ilustração 26 – Vila Barata ou Pátio do Roque vista interior 1. (o autor) ...................... 38
Ilustração 27 - Vila Barata ou Pátio do Roque vista interior 2. (o autor) ...................... 39
Ilustração 28 - Vila Barata ou Pátio do Roque vista interior 3. (o autor) ...................... 39
Ilustração 29 – Pátio da Calçada de Santo Amaro, nº19 vista exterior 1. (o autor)...... 40
Ilustração 30 - Pátio da Calçada de Santo Amaro, nº19 vista exterior 2. (o autor) ...... 40
Ilustração 31 – Entrada do pátio da Calçada de Santo Amaro, nº24. (o autor) ............ 40
Ilustração 32 – Pátio da Calçada de Santo Amaro, nº24 vista exterior 1. (o autor)...... 40
Ilustração 33 - Pátio da Calçada de Santo Amaro, nº24 vista exterior 2. (o autor) ...... 41
Ilustração 34 - Pátio da Calçada de Santo Amaro, nº24 vista exterior 3. (o autor) ...... 41
Ilustração 35 – Condomínio privado de habitação. (o autor) ....................................... 42
Ilustração 36 – R. Soares de Passos perspectiva 1 (à direita o Pestana Hotel Palace).
(o autor) ....................................................................................................................... 42
Ilustração 37 – Cruzamento com a R. Jau. (o autor) ................................................... 42
Ilustração 38 – R. Soares de Passos perspectiva 1. (o autor) ..................................... 42
Ilustração 39 – R. Sá de Miranda perspectiva. (o autor) .............................................. 43
Ilustração 40 – R. Luís de Camões perspectiva 1. (o autor) ........................................ 44
Ilustração 41 - R. Luís de Camões perspectiva 2. (o autor) ......................................... 44
Ilustração 42 - R. Luís de Camões perspectiva 3. (o autor) ......................................... 44
Ilustração 43 – R. João de Barros perspectiva 1. (o autor) .......................................... 45
Ilustração 44 - R. João de Barros perspectiva 2. (o autor)........................................... 45
Ilustração 45 – R. Jau perspectiva 1. (o autor) ............................................................ 46
Ilustração 46 - R. Jau perspectiva 2. (o autor) ............................................................. 46
Ilustração 47 - R. Jau perspectiva 3. (o autor) ............................................................. 46
Ilustração 48 – R. dos Lusíadas perspectiva 1. (o autor) ............................................. 47
Ilustração 49 - R. dos Lusíadas perspectiva 2. (o autor) ............................................. 47
Ilustração 50 - R. dos Lusíadas perspectiva 3. (o autor) ............................................. 48
Ilustração 51 – R. Pedro Calmon perspectiva 1. (o autor) ........................................... 49
Ilustração 52 - R. Pedro Calmon perspectiva 2. (o autor) ............................................ 49
Ilustração 53 – R. Pedro Calmon perspectiva 3. (o autor) ........................................... 49
Ilustração 54 – R. Filinto Elísio perspectiva 1. (o autor) ............................................... 50
Ilustração 55 - R. Filinto Elísio perspectiva 2. (o autor) ............................................... 50
Ilustração 56 - R. Filinto Elísio perspectiva 3. (o autor) ............................................... 51
Ilustração 57 – R. Amadeu de Sousa Cardoso perspectiva 1. (o autor) ...................... 52
Ilustração 58 - R. Amadeu de Sousa Cardoso perspectiva 2. (o autor) ....................... 52
Ilustração 59 – R. Gil Vicente perspectiva 1. (o autor) ................................................. 52
Ilustração 60 - R. Gil Vicente perspectiva 2. (o autor) ................................................. 52
Ilustração 61 - R. Gil Vicente perspectiva 3. (o autor) ................................................. 53
Ilustração 62 – R. José Maria Rodrigues perspectiva. (o autor) .................................. 54
Ilustração 63 – R. Agostinho de Campos perspectiva. (o autor) .................................. 55
Ilustração 64 – R. da Indústria perspectiva 1. (o autor) ............................................... 56
Ilustração 65 - R. da Indústria perspectiva 2. (o autor) ................................................ 56
Ilustração 66 - R. da Indústria perspectiva 3. (o autor) ................................................ 56
Ilustração 67 – R. João de Lemos perspectiva 1. (o autor).......................................... 57
Ilustração 68 - R. João de Lemos perspectiva 2. (o autor) .......................................... 57
Ilustração 69 - R. João de Lemos perspectiva geral. (o autor) .................................... 58
Ilustração 70 – Jardim de Santo Amaro vista 1. (o autor) ............................................ 59
Ilustração 71 - Jardim de Santo Amaro vista 2. (o autor) ............................................. 59
Ilustração 72 - Jardim de Santo Amaro vista 3. (o autor) ............................................. 59
Ilustração 73 - Jardim de Santo Amaro vista 4. (o autor) ............................................. 59
Ilustração 74 - Pavimentação típica do bairro Alto de Santo Amaro. (o autor)............. 60
Ilustração 75 - Exemplo de um candeeiro a electricidade. (o autor) ............................ 60
Ilustração 76 – Ermida de Santo Amaro e escadaria anexa. (Associação dos
Arquitectos Portugueses (AAP), 1987,p. 181) ............................................................. 61
Ilustração 77 – Planta da Ermida de Santo Amaro. (AAP, 1987,p. 181) ...................... 61
Ilustração 78 – Ermida de Santo Amaro vista exterior. (o autor) ................................. 61
Ilustração 79 – Espaço público a nascente da Ermida de Santo Amaro. (o autor) ...... 61
Ilustração 80 – Ermida de Santo Amaro miradouro vista 1. (o autor) .......................... 62
Ilustração 81 - Ermida de Santo Amaro miradouro vista 2. (o autor) ........................... 62
Ilustração 82 – Gravura do Alto de Santo Amaro da Ermida até Belém, R. Stoop, 1662
(Moita, 1938, p. 26). .................................................................................................... 62
Ilustração 83 – Planta de Lisboa dos bairros Ajuda e Alto de Santo Amaro. (ilustração
obtida no Gabinete de Estudos Olisiponenses (GEO)) ................................................ 65
Ilustração 84 – Planta cartográfica de Lisboa da zona de Alcântara. (ilustração obtida
no GEO) ...................................................................................................................... 65
Ilustração 85 – Planta do Instituto Geográfico e Cadastral, 1949. (ilustração obtida no
GEO) ........................................................................................................................... 66
Ilustração 86 - Planta das freguesias de S. Pedro e do Sr. Jesus da Boa Morte. (Lima,
1770, p. 18) ................................................................................................................. 67
Ilustração 87 - Planta das quintas de Alcântara. (Lima, 1971, p. 22) ........................... 67
Ilustração 88 – Planta cadastral. (Arquivo Municipal de Lisboa (AML), 26 de Jan. de
1889) ........................................................................................................................... 68
Ilustração 89 – Planta cadastral. (AML, 26 de Jan. de 1889) ...................................... 69
Ilustração 90 – Planta do bairro Alto de Santo Amaro. (AML, 30 de Dez. de 1891) .... 70
Ilustração 91 – Orçamento geral do bairro Alto de Santo Amaro. (AML, 26 de Jan. de
1889) ........................................................................................................................... 71
Ilustração 92 – Planta geral. (executada pelo autor, com base na publicação de
Salgado e Lourenço, 2006, p. 49) ............................................................................... 73
Ilustração 93 – Planta de edifícios e ocupação do solo. (executada pelo autor, com
base na publicação de Salgado e Lourenço, 2006, p. 48) ........................................... 76
Ilustração 94 – Planta de distribuição funcional. (executada pelo autor, com base na
publicação de Salgado e Lourenço, 2006, p. 48)......................................................... 79
Ilustração 95 – Esquiço 1. (o autor) ............................................................................. 82
Ilustração 96 – Planta piso tipo (1ª experiência). (o autor) .......................................... 82
Ilustração 97 – Plantas e corte (experiência mais consolidada). (o autor) ................... 82
Ilustração 98 – Plantas e alçado. (o autor) .................................................................. 82
Ilustração 99 – Plantas e cortes. (o autor) ................................................................... 83
Ilustração 100 – Esquiço pormenor construtivo. (o autor) ........................................... 83
Ilustração 101 – Planta de localização. (executada pelo autor, com base no Google
Maps) .......................................................................................................................... 84
Ilustração 102 – Planta piso -1, cota -3,00. (o autor) ................................................... 85
Ilustração 103 – Planta piso 0, cota 0,00. (o autor) ..................................................... 86
Ilustração 104 – Planta piso 1, cota 5.00. (o autor) ..................................................... 87
Ilustração 105 – Planta piso 2, cota 8,17. (o autor) ..................................................... 88
Ilustração 106 – Planta piso 3, cota 11,33. (o autor) ................................................... 89
Ilustração 107 – Planta de cobertura, cota 14,50. (o autor) ......................................... 90
Ilustração 108 – Corte 1. (o autor) ............................................................................... 91
Ilustração 109 – Corte 2. (o autor) ............................................................................... 91
Ilustração 110 – Alçado principal. (o autor) ................................................................. 92
Ilustração 111 – Maquete do lote com os edifícios envolventes, escala 1:200. (o autor)
.................................................................................................................................... 93
Ilustração 112 – Antiga fábrica na R. da Indústria, Arnaldo Madureira, 1969. (AML,
2011) ........................................................................................................................... 93
Ilustração 113 – Antiga fábrica na R. da Indústria. (o autor, 2012) .............................. 93
Ilustração 114 – Planta, projecto de alterações, construção de um lanternim na zona
central. (AML, 1928) .................................................................................................... 94
Ilustração 115 – Corte, projecto de alterações, construção de um lanternim na zona
central. (AML, 1928) .................................................................................................... 94
Ilustração 116 – Planta, projecto de alterações na Sociedade Portuguesa de Graxas
Lda. (AML, 1935) ......................................................................................................... 95
Ilustração 117 – Corte, projecto de alterações na Sociedade Portuguesa de Graxas
Lda. (AML, 1935) ......................................................................................................... 96
Ilustração 118 – Plantas das fundações e piso 0 (loja), estudo de viabilidade de
alterações na antiga fábrica. (AML, 1949) ................................................................... 96
Ilustração 119 – Planta de cobertura e cortes longitudinal e transversal, estudo de
viabilidade de alterações na antiga fábrica. (AML, 1949) ............................................ 97
Ilustração 120 – Gráfico parcial da R. da Indústria, estudo de viabilidade de alterações
na antiga fábrica. (AML, 1949) .................................................................................... 97
Ilustração 121 – Planta de cobertura, projecto de alterações. (AML, 1952) ................ 98
Ilustração 122 – Asna do corpo central, projecto de alterações. (AML, 1952) ............. 99
Ilustração 123 – Asna do corpo lateral, projecto de alterações. (AML, 1952) .............. 99
Ilustração 124 – Vista interior da antiga fábrica. (o autor)............................................ 99
Ilustração 125 – Vão exterior da zona do escritório da antiga fábrica. (o autor) .......... 99
Ilustração 126 – Edifício de habitação a poente do lote. (o autor) ............................. 100
Ilustração 127 – Edifício de habitação a nascente do lote. (o autor).......................... 100
Ilustração 128 – Maquete vista geral 1, escala 1:100. (o autor) ................................ 101
Ilustração 129 – Maquete vista geral 2, escala 1:100. (o autor) ................................ 102
Ilustração 130 – Maquete vista fachada principal da R. da Indústria, escala 1:100. (o
autor) ......................................................................................................................... 103
Ilustração 131 – Maquete vista planta de cobertura, escala 1:100. (o autor) ............. 104
Ilustração 132 – Maquete vista planta de cobertura, perspectiva, escala 1:100. (o
autor) ......................................................................................................................... 105
Ilustração 133 – Maquete planta piso 3, escala 1:100. (o autor) ............................... 106
Ilustração 134 – Maquete planta piso 3, perspectiva, escala 1:100. (o autor) ........... 106
Ilustração 135 – Maquete planta piso 2, escala 1:100. (o autor) ............................... 107
Ilustração 136 – Maquete planta piso 2, perspectiva, escala 1:100. (o autor) ........... 108
Ilustração 137 – Maquete planta piso 1, escala 1:100. (o autor) ............................... 109
Ilustração 138 – Maquete planta piso 1, perspectiva, escala 1:100. (o autor) ........... 109
Ilustração 139 – Maquete planta piso 0, escala 1:100. (o autor) ............................... 110
Ilustração 140 – Maquete planta piso 0, perspectiva, escala 1:100. (o autor) ........... 111
Ilustração 141 – Maquete planta piso -1, escala 1:100. (o autor) .............................. 112
Ilustração 142 – Maquete planta piso -1, perspectiva, escala 1:100. (o autor) .......... 112
Ilustração 143 – Isometria sistema estrutural. (o autor) ............................................. 114
Ilustração 144 – Entrada planificada ......................................................................... 115
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS
AAP – Associação dos Arquitectos Portugueses
AML – Arquivo Municipal de Lisboa
CML – Câmara Municipal de Lisboa
GEO – Gabinete de Estudos Olisiponenses
UAL – Universidade Autónoma de Lisboa
SUMÁRIO
1. Introdução ...................................................................................................... 21
1.1. Objectivos ................................................................................................ 22
1.2. Metodologia ............................................................................................. 22
2. O bairro Alto de Santo Amaro ........................................................................ 23
2.1. Levantamento fotográfico dos locais mais significativos e relevantes .... 29
2.1.1. Calçadas que definem os limites da zona de estudo a norte e a sul 31
2.1.1.1. Calçada da Tapada (a norte)...................................................... 31
2.1.1.2. Calçada de Santo Amaro (a sul) ................................................ 32
2.1.2. Espaços públicos de confluência de ruas ......................................... 32
2.1.3. Vilas e pátios ..................................................................................... 35
2.1.3.1. Vila Vital Teixeira na R. Filinto Elísio, nº17 (VP1) ...................... 35
2.1.3.2. Pátio da R. dos Lusíadas, nº120 (VP2) ...................................... 35
2.1.3.3. Pátio dos Bicos, na R. Pedro Calmon, nº12 (VP3) .................... 36
2.1.3.4. Pátio da R. Amadeu de Sousa Cardoso, nº17 (VP4) ................. 37
2.1.3.5. Vila Adelaide na R. Gil Vicente, nº17 (VP5) ............................... 37
2.1.3.6. Vila Barata ou Pátio do Roque na R. Gil Vicente, nº7 (VP6) ..... 38
2.1.3.7. Pátio da Calçada de Santo Amaro, nº19 (VP7) ......................... 39
2.1.3.8. Pátio da Calçada de Santo Amaro, nº24 (VP8) ......................... 40
2.1.4. Ruas .................................................................................................. 41
2.1.4.1. Ruas de 2 sentidos ..................................................................... 41
2.1.4.1.1. R. Soares de Passos......................................................... 41
2.1.4.1.2. R. Sá de Miranda .............................................................. 42
2.1.4.1.3. R. Luís de Camões............................................................ 43
2.1.4.1.4. R. João de Barros ............................................................. 45
2.1.4.1.5. R. Jau ................................................................................ 45
2.1.4.1.6. R. dos Lusíadas ................................................................ 47
2.1.4.2. Ruas de troços de 2 sentidos e 1 sentido .................................. 48
2.1.4.2.1. R. Pedro Calmon ............................................................... 48
2.1.4.2.2. R. Filinto Elísio .................................................................. 50
2.1.4.3. Ruas de 1 sentido ....................................................................... 51
2.1.4.3.1. R. Amadeu de Sousa Cardoso ......................................... 51
2.1.4.3.2. R. Gil Vicente .................................................................... 52
2.1.4.3.3. R. José Maria Rodrigues ................................................... 53
2.1.4.3.4. R. Agostinho de Campos .................................................. 54
2.1.4.3.5. R. da Indústria ................................................................... 55
2.1.4.4. Rua escadaria pedonal ............................................................... 57
2.1.4.4.1. R. João de Lemos ............................................................. 57
2.1.5. Elementos característicos do bairro.................................................. 58
2.1.5.1. Jardim de Santo Amaro .............................................................. 58
2.1.5.2. Pavimentação e iluminação........................................................ 59
2.1.5.3. Ermida de Santo Amaro ............................................................. 61
2.2. Índices urbanísticos do bairro Alto de Santo Amaro ............................... 63
2.3. Alcântara .................................................................................................. 64
2.4. Análise do bairro com recurso a plantas ................................................. 72
2.4.1. Planta geral ....................................................................................... 73
2.4.1.1. Superfície de solo permeável, Superfície pavimentada,
Elementos de compartimentação, Arborização, Número de pisos, Cotas
altimétricas e Anexos .............................................................................. 74
2.4.2. Planta de edifícios e ocupação do solo ............................................ 76
2.4.2.1. Edifícios, Anexos, Espaço público e Logradouros privados ...... 77
2.4.3. Planta de distribuição funcional ........................................................ 79
2.4.3.1. Habitação, Actividades económicas, Habitação e actividades
económicas, Equipamento colectivo / edificado, Equipamento colectivo /
espaço exterior e Expectante .................................................................. 80
3. Escolha de um lote no bairro para a elaboração de um projecto de habitação
colectiva.............................................................................................................. 81
3.1. Esquiços conceptuais .............................................................................. 82
3.2. Projecto base (estudo prévio), plantas, cortes e alçados ....................... 84
3.3. Memória descritiva .................................................................................. 92
3.3.1. Introdução ......................................................................................... 92
3.3.2. Localização e programa .................................................................... 93
3.3.3. Implantação geral ............................................................................ 101
3.3.4. Conceito arquitectónico................................................................... 102
3.3.5. Características técnicas .................................................................. 104
3.3.6. Compartimentação .......................................................................... 105
3.3.7. Estacionamento .............................................................................. 111
3.3.8. Arranjos exteriores .......................................................................... 113
3.3.9. Quadro geral de cotas..................................................................... 113
3.3.10.
Sistema estrutural ..................................................................... 113
3.3.11.
Sistema construtivo ................................................................... 114
3.3.12.
Acabamentos interiores ............................................................ 115
3.3.13.
Outros Aspectos........................................................................ 116
4. Conclusão .................................................................................................... 117
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva___
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho, realizado no âmbito do Mestrado Integrado em Arquitectura pela
Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa, procura
sintetizar a história, a razão e o enquadramento de como surgiu o bairro Alto de Santo
Amaro no contexto do crescimento industrial na Freguesia de Alcântara.
Uma das razões para elaborar este estudo, mais propriamente sobre o bairro Alto de
Santo Amaro, enquadrado na Freguesia de Alcântara, tem a ver com a possibilidade
de aprofundar conhecimentos sobre o bairro e as pessoas que nele vivem. O bairro
anteriormente já não me era estranho, nem desconhecido, mas sim uma presença
vivida desde a minha infância.
Embora sempre tenha vivido na cidade de Lisboa, no bairro Alto de Santo Amaro, não
tinha um conhecimento aprofundado da história do bairro e das suas características
urbanas.
As cadeiras de Geografia Física e Geografia Humana ajudaram-me a compreender
melhor a especificidade desta dissertação, sendo elas disciplinas das Ciências Sociais
e Humanas.
Foi com a bibliografia, as plantas e as fotografias consultadas, que me deram uma
imagem mais consistente do bairro, enquadrado na freguesia de Alcântara. Assim, foi
com esta pesquisa que desenvolvi esta dissertação e procurei um rumo positivo neste
trabalho do que poderia conhecer e consolidar conhecimentos deste local da cidade, o
bairro Alto de Santo Amaro.
Outra das razões para avançar com esta dissertação foi por ser um trabalho mais
prático, na elaboração de um projecto arquitectónico.
Decidimos elaborar um estudo sobre o bairro, seguido de uma aproximação de escala
até um lote edificado.
No que respeita ao bairro escolhido, far-se-á uma análise com um limite de área de
estudo, com base em desenhos, plantas de análise urbana e um levantamento
fotográfico do lugar.
André Catarino dos Santos Eleutério
21
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva___
Entender o bairro, escolher o quarteirão e elaborar um projecto de arquitectura num
lote escolhido.
1.1. OBJECTIVOS
Elaborar uma análise urbana sobre o bairro Alto de Santo Amaro.
Realizar um projecto de habitação, tendo como base um edifício industrial, localizado
no bairro Alto de Santo Amaro.
Outro dos objectivos pretendidos com a elaboração desta dissertação faz com que o
projecto e a intenção fossem possíveis de serem aproveitados como ideia e princípios,
de forma a serem aplicados noutros locais da cidade de Lisboa, como edifício
industrial, transformado em habitação urbana colectiva.
1.2. METODOLOGIA
Na análise do bairro Alto de Santo Amaro, com recurso a plantas, foram definidos
limites da área de estudo e tiveram como pressuposto uma publicação “Atlas
Urbanístico de Lisboa”, que foram a base das plantas de análise.
Esta área de estudo está delimitada a norte pela Calçada da Tapada, a sul pela
Calçada de Santo Amaro, a nascente pela R. dos Lusíadas e um troço pela R. Luís de
Camões, a poente por um troço da R. Pedro Calmon, um troço da R. João de Barros e
por um troço da R. Soares de Passos.
Foi elaborado um projecto de arquitectura no lote situado na R. da Indústria nº 54, uma
antiga fábrica, onde se pretendeu construir sobre o existente, o piso térreo de
comércio ou serviços e 3 pisos de habitação.
André Catarino dos Santos Eleutério
22
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva___
2. O BAIRRO ALTO DE SANTO AMARO
Ilustração 1 – Fotografia aérea do bairro Alto de Santo Amaro. (Salgado e Lourenço, 2006, p. 47)
Como se pode ver nesta fotografia aérea do local de estudo, a malha urbana densa,
com as ruas mais importantes e os seus enfiamentos. É notória a arborização em
algumas áreas umas com mais predominância do que outras.
André Catarino dos Santos Eleutério
23
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva___
À esquerda em cima, o jardim Avelar Brotero, mais conhecido por jardim de Santo
Amaro e em baixo a Ermida de Santo Amaro. A rua que atravessa todo o bairro, como
que partisse em duas metades o bairro Alto de Santo Amaro, tem arborização nos dois
passeios e tem como nome R. Luís de Camões. À direita existe e marca com a sua
força a Ponte 25 de Abril.
Em cima, os terrenos do Instituto Superior de Agronomia são uma zona verde
importante da cidade de Lisboa funcionando como o pulmão do bairro Alto de Santo
Amaro.
Ilustração 2 - Planta de localização do bairro Alto de Santo
Amaro. (Salgado e Lourenço, 2006, p. 47)
É difícil ter uma definição de cidade, porque se as cidades têm uma paisagem típica,
esta por sua vez associa-se a uma grande complexidade de factores. Também é
notório que a uma grande concentração de homens em pequenas áreas se reveste de
grande construções, tanto no espaço urbano como na natureza. Isso não é suficiente
para definir o conceito de cidade. Noutro tipo de aglomerações, que não a urbana,
esse tipo de concentrações por parte dos homens não levam às mesmas
consequências. Existem aglomerações rurais, industriais, que não são cidades.
André Catarino dos Santos Eleutério
24
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva___
As cidades são organismos em contínua evolução, no espaço e no tempo. Em muitos
casos, de simples centros elementares de acção e decisão, transformam-se em
organismos complexos, devido à criação de um número cada vez maior de actividades
e de formas de relação.
Ilustração 3 – Carta Topográfica de Lisboa da zona do bairro Alto de Santo Amaro. (Folque, 1857, p. 80 e 89)
André Catarino dos Santos Eleutério
25
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva___
O conceito de bairro denomina-se como sendo uma realidade de existência global
mas com características diferenciáveis localmente.
É uma referência constante nos mais diversos tipos de discurso: comum, técnico,
científico, promocional, histórico, político, estratégico, ficcional, etc. (Universidade
Autónoma de Lisboa, 2011, p. 2)
É uma ideia que é facilmente identificável mas dificilmente definível. Existe alguma
dificuldade de encontrar um critério empírico da definição de bairro, visto que existe
uma grande diversidade de lugares e realidades: sociais, culturais, arquitectónicas,
históricas e espaciais. É um termo que se aplica com toda a importância.
Ilustração 4 – Maquete 3d do bairro Alto de Santo Amaro. (o autor)
Para uma maior compreensão é fundamental, abordar o bairro como um espaço físico,
na sua componente histórica e urbanística, mas também como espaço de vivência
social, que é utilizado, vivenciado e representado pelos seus habitantes e utilizadores.
Compreender a que contextos, espaciais, históricos, arquitectónicos, sociais e
culturais, se associam ao conceito de bairro.
André Catarino dos Santos Eleutério
26
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva___
Um bairro, numa cidade plural como Lisboa, é retratado da forma mais completa
possível, de modo a compreender a amplitude do seu papel nas novas formas de
habitar a cidade contemporânea e de contribuir para o seu conhecimento e
ordenamento.
O bairro é uma malha urbana composta por ruas e edifícios com características
temporais e arquitectónicas, ou seja, uma unidade de base da vida urbana que não
corresponde a uma definição político-administrativa nem é um simples suporte físico
de um grupo populacional. Pode considerar-se um bairro, como sendo, uma área sem
demarcação territorial, mas delimitada na memória e no imaginário colectivo dos
residentes e utilizadores.
O bairro é também um lugar que promove o desenvolvimento de marcas identitárias
partilhadas no colectivo e reconhecidos no exterior. É uma realidade que permite a
intersecção da objectividade da vida social com as subjectividades da sua
representação.
[...] Em 1887 a Câmara Municipal de Belém inicia a urbanização do triângulo
compreendido entre a calçada da tapada de Santo Amaro, a R. 1º de Maio e a R. de
Alcântara, antigo Paço da Quinta Real de Alcântara, nos limites da cerca das
flamengas, através de um loteamento e consequente venda das parcelas de terreno. A
malha urbana é desde logo definida em quarteirões de dimensões médias, com
logradouros interiores privados e edificado de 3 a 4 pisos [...]. (Cabrita, 2005, p. 49)
[...] É neste período, caracterizado pelo grande desenvolvimento industrial, que os
núcleos urbanos assumem a sua grande atractividade. Com o desenvolvimento da
indústria e a necessidade de aumento de mão-de-obra, implementa-se uma nova forma
de alojamento e um novo processo de tipologia urbana: os pátios e vilas operárias […].
(Pereira, 2010, p. 31)
O sítio de Santo Amaro é considerado um dos mais típicos aglomerados urbanos da
freguesia de Alcântara.
Alcântara contém uma quantidade de nomes de incomparável sonoridade.
[...] Deles dimana poesia, lenda, encanto, tradição, história e sentido religioso. A par de
Santo Amaro, alinham o Calvário, a Junqueira, as Necessidades, a Fonte Santa, o
Sacramento, o Livramento, a Triste Feia, a Cova da Onça, a Horta Navia, a Ponte
Nova, o Baluarte, o Sertão, a Meia Laranja, a Estrangeira, a Cascalheira, a Pimenteira,
os Sete Moínhos, a Correnteza, os Contrabandistas, as Fontaínhas e a Trabuqueta [...].
(Costa, 1957, p. 59)
André Catarino dos Santos Eleutério
27
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva___
“ Lisboa – pode afirmar-se afoitamente – neste aspecto, não tem outra freguesia que
se lhe compare, nenhuma possui uma tal imensidade de sítios, lugares ou locais tão
diversos, cada um deles com a sua feição bem distinta ”. (Costa, 1957, p. 59)
Foi com o terramoto de 1755, a antiga freguesia de S. Pedro, no lado oriental da
cidade, cujo templo ruíra, que se determinou que se transferisse o orago (patrono,
padroeiro, ou protector) da freguesia de S. Pedro (data de 8 de abril de 1770), para
Alcântara.
[...] Alcântara foi sempre essencialmente um bairro de gente humilde, boa e sã,
mourejadores honrados na busca do pão de cada dia. Considerada como arrabalde de
Lisboa desde o século. XVI e conhecida como lugar em 1608, foi a pouco e pouco
vendo desaparecer as suas inúmeras quintas e hortas, circundadas por velhos
caminhos e azinhagas, que originaram novas ruas, travessas e calçadas. Era ridente o
lugar, atravessado pela ribeira, bastante larga, de caudalosa corrente, com as belas
hortas e quintas de recreio, que alindavam as margens e os pontos elevados. Por isso,
monarcas e nobres para aí se deslocaram, onde fizeram edificar os seus palácios, que
se tornaram as suas residências de verão [...]. (Costa, 1957, p. 60)
Durante o ano de 1532, 14 freires, na volta de uma peregrinação em Roma, aportaram
junto a uns rochedos, na base do monte. Os peregrinos traziam em mente o voto que
haviam feito, no alto mar, quando se viram assolados por um grande temporal, de
levantar um templo religioso no sítio em que fizessem o desembarque.
“ Decidiram-se a explorar o caminho, subindo até ao ponto mais elevado, e como lhes
parecesse aprazível o lugar, de belos ares e formosas vistas, logo o preferiram para o
cumprimento da promessa feita ”. (Costa, 1957, p. 62)
Estava-se a 15 de janeiro, dia de Santo Amaro, e por isso se escolheu esse antigo
frade beneditino para padroeiro da nova casa de devoção e recolhimento.
A primeira capela, que era uma modestíssima habitação, ergueu-se em 1542. Esta
capela é o actual monumento, a Ermida de Santo Amaro, que se vê bem no alto do
monte, sobranceira à R. da Junqueira que servia de ponto de referência e observação
aos viajantes curiosos, que entravam no Tejo para aportar a Lisboa.
André Catarino dos Santos Eleutério
28
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.1. LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DOS LOCAIS MAIS SIGNIFICATIVOS E RELEVANTES
Limite da área de estudo
Calçadas dos limites da zona de estudo
Espaços públicos de confluência de ruas
Vilas e pátios
Indicação da posição das ilustrações
Ruas de 2 sentidos
Ruas de 1 sentido
Rua escadaria pedonal
Ilustração 5 – Planta do bairro Alto de Santo Amaro com indicação do levantamento fotográfico. (executada pelo autor, com base na publicação de Salgado e
Lourenço, 2006, p. 49)
André Catarino dos Santos Eleutério
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
André Catarino dos Santos Eleutério
30
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.1.1. CALÇADAS QUE DEFINEM OS LIMITES DA ZONA DE ESTUDO A NORTE E
A SUL
2.1.1.1. CALÇADA DA TAPADA (A NORTE)
Esta calçada situa-se a norte no limite da zona de estudo, localizando-se
geograficamente com sentido nascente poente. Esta artéria viária tem dois sentidos e
passeios dos dois lados da estrada.
Por esta calçada existem transportes colectivos, como o eléctrico (nº18) e autocarro
(nº760).
Pode-se encontrar um equipamento desportivo, que tem como nome, o pavilhão da
Ajuda. É nesta calçada que existe o muro que separa a rua do Instituto Superior da
Agronomia, pode-se encontrar a principal entrada, tanto para peões como carros,
nesta calçada.
Ilustração 6 – Pavilhão da Ajuda. (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
Ilustração 7 – Muro e entrada do Instituto Superior de
Agronomia. (o autor)
31
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.1.1.2. CALÇADA DE SANTO AMARO (A SUL)
Esta calçada situa-se a sul no limite da zona de estudo, localizando-se
geograficamente com sentido nascente poente. Esta artéria viária tem na sua maioria
dois sentidos e passeios dos dois lados da estrada, embora, tenha apenas um sentido
desde a zona da intersecção da R. dos Lusíadas até à R. 1º de Maio, sendo um troço
paralelo à escadaria do monumento, a Ermida de Santo Amaro.
Não existe qualquer transporte colectivo nesta calçada. É nesta calçada junto a ela,
que se encontra a Ermida de Santo Amaro, monumento nacional, e a escadaria
imponente junto ao edifício que serve também de miradouro para o rio Tejo.
Ilustração 8 – Café de esquina na Calçada de Santo
Amaro. (o autor)
Ilustração 9 – Uma das vistas da Calçada de Santo
Amaro. (o autor)
2.1.2. ESPAÇOS PÚBLICOS DE CONFLUÊNCIA DE RUAS
Estes tipos de espaços públicos são o resultado das intersecções de ruas distintas que
formam lugares de encontro entre duas vias. Podemos chamar de “não lugares”,
(Augé, 1998) sendo espaços urbanos que resultam do cruzamento de ruas, que têm
vida própria e práticas sociais inerentes e que acabam por ser, muitas vezes
esquecidos e utilizados para outros fins, os quais não foram pensados para tal. Têm
características únicas cada espaço do resultado da evolução da cidade, mais
propriamente, deste bairro da cidade de Lisboa.
André Catarino dos Santos Eleutério
32
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Podemos encontrar dois espaços deste tipo, os quais formam “ilhas” de passeios no
centro, e dizem respeito à Calçada da Tapada e as outras duas que a cruzam sendo o
começo ou o fim dessas ruas.
Um deles é a ligação entre a Calçada da Tapada, com a R. João de Barros e a R. Gil
Vicente (espaço E1). O segundo espaço fica novamente entre a Calçada da Tapada e
a R. Jau (espaço E2).
Ilustração 10 – Espaço E1. (o autor)
Ilustração 11 – Espaço E2. (o autor)
Outro segundo conjunto de dois espaços com características semelhantes, formam-se
no cruzamento entre a R. Jau, a R. da Indústria e a R. Luís de Camões (espaço E3).
Outro espaço entre a R. da Indústria com a R. Filinto Elísio e a R. Agostinho de
Campos (espaço E4).
Estes dois espaços, são utilizados no comum hábito dos moradores para
estacionamento viário indevido, ao contrário do que se poderia esperar, como um
espaço público livre.
André Catarino dos Santos Eleutério
33
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 12 – Espaço E3. (o autor)
Ilustração 13 – Espaço E4. (o autor)
O terceiro conjunto de dois espaços, os dois com características idênticas são os
seguintes: enfiamento entre a Calçada de Santo Amaro, R dos Lusíadas e a R. Pedro
Calmon (espaço E5) e o segundo espaço entre a Calçada de Santo Amaro, R. Gil
Vicente e a R. João de Lemos (escadaria unicamente pedonal) (espaço E6).
Ambos estes espaços são diferentes dos outros quatro referidos anteriormente,
porque mantêm o espaço livre aberto para percorrer viariamente ou pedonalmente.
Ilustração 14 – Espaço E5. (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
Ilustração 15 – Espaço E6. (o autor)
34
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.1.3. VILAS E PÁTIOS
[...] Estas “ilhas”, de vocação eminentemente residencial, afirmavam-se como pólos de
resistência à terciarização crescente nos centros urbanos, e como redutos de vivências
e sociabilidades de reminiscência rural. A sua tipologia é muito variada, pois a sua
construção surgia do aproveitamento de espaços já consolidado [...]. (Pereira, 2010, p.
31)
2.1.3.1. VILA VITAL TEIXEIRA NA R. FILINTO ELÍSIO, Nº17 (VP1)
É na R. Filinto Elísio, nº17 que se encontra a vila Vital Teixeira uma de alguns
exemplos que irei mostrar no bairro Alto de Santo Amaro, as vilas e os pátios.
[...] Construída por Vital dos Santos Teixeira em 1909, é um exemplo de vilas
construídas no tardoz dos edifícios com fachada para a via pública. A entrada fazia-se
por uma lateral do edifício principal. A vila propriamente dita tinha uma tipologia de
edifício em banda com dois pisos, escadas e galerias exteriores em ferro.
Edifícios adjacentes de cérceas superiores causam algum roído na envolvente. As
tipologias desta vila desenvolvem-se em dois pisos, com seis fogos por piso, com uma
galeria metálica de distribuição no segundo piso [...]. (Pereira, 2010, p. 33 e 34)
Ilustração 16 – Portão de entrada para
aceder à vila. (o autor)
Ilustração 17 – Vista principal da vila Vital Teixeira. (o autor)
2.1.3.2. PÁTIO DA R. DOS LUSÍADAS, Nº120 (VP2)
Este pátio é conhecido como pátio da R. dos Lusíadas, nº120 e alberga 9 habitações,
todas elas apenas de 1 só piso.
André Catarino dos Santos Eleutério
35
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 18 – Pátio da R. dos Lusíadas, nº120, vista 1.
(o autor)
Ilustração 19 – Pátio da R. dos Lusíadas, nº120, vista 2.
(o autor)
É possível ver na foto da esquerda duas habitações ao nível térreo, e o portão ao
fundo, que dá acesso ao pátio propriamente dito. Na outra foto vê-se algumas portas
de entrada das casas.
As traseiras destas casas mais a norte fazem fronteira com a vila Vital Teixeira referida
anteriormente.
2.1.3.3. PÁTIO DOS BICOS, NA R. PEDRO CALMON, Nº12 (VP3)
Este pátio, como todos os que encontrámos neste bairro, situa-se no interior de um
quarteirão e têm entrada principal por uma portada para a rua que nos dá acesso ao
pátio e às suas habitações.
Chama-se Pátio dos Bicos, pela forma do edifício principal, que acolhe o pátio nas
traseiras, ter na sua fachada nos vãos os lintéis em pedra com essa forma.
André Catarino dos Santos Eleutério
36
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 20 – Fachada do edifício do pátio dos Bicos.
(o autor)
Ilustração 21 – Acesso escadas do pátio dos Bicos. (o
autor)
2.1.3.4. PÁTIO DA R. AMADEU DE SOUSA CARDOSO, Nº17 (VP4)
Este pátio, na R. Amadeu Sousa Cardoso, ocupa uma área interessante no interior do
quarteirão e faz traseira com o Pátio dos Bicos. Existem habitações que têm entrada
principal pelo pátio, e que um r/c é a cave na R. Pedro Calmon. Isso deve-se ao
desnível existente de uma rua para a outra.
Ilustração 22 – Fachada principal do pátio da R.
Amadeu de Sousa Cardoso, nº17. (o autor)
Ilustração 23 – Entrada do pátio da R. Amadeu de
Sousa Cardoso, nº17. (o autor)
2.1.3.5. VILA ADELAIDE NA R. GIL VICENTE, Nº17 (VP5)
A Vila Adelaide encontra-se na R. Gil Vicente, nº17, com entrada para a frente de rua.
Não nos foi possível entrar e registar mais pormenores sobre estas habitações.
André Catarino dos Santos Eleutério
37
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 24 – Entrada no edifício da vila Adelaide. (o autor)
2.1.3.6. VILA BARATA OU PÁTIO DO ROQUE NA R. GIL VICENTE, Nº7
(VP6)
Ilustração 25 – Entrada da Vila Barata ou Pátio do
Roque. (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
Ilustração 26 – Vila Barata ou Pátio do Roque vista
interior 1. (o autor)
38
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Esta vila ou pátio, como assim o chamam, tem algumas habitações, todas elas com
apenas um piso. A entrada na vila ou pátio faz-se por um corredor com alguma
dimensão que nos encaminha para as habitações.
Esta vila ou pátio é de dimensões maiores que as restantes vilas e pátios a que vimos
descrevendo. Aproveitou-se o interior deste quarteirão para valorizar o espaço e assim
criar mais habitações.
Ilustração 27 - Vila Barata ou Pátio do Roque vista
interior 2. (o autor)
Ilustração 28 - Vila Barata ou Pátio do Roque vista
interior 3. (o autor)
2.1.3.7. PÁTIO DA CALÇADA DE SANTO AMARO, Nº19 (VP7)
Este pátio na Calçada de Santo Amaro tem uma lógica diferente dos restantes, porque
é o próprio pátio que traça os restantes edifícios que o abraçam. Existe um muro que
separa o que é pátio da calçada.
André Catarino dos Santos Eleutério
39
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 29 – Pátio da Calçada de Santo Amaro, nº19
vista exterior 1. (o autor)
Ilustração 30 - Pátio da Calçada de Santo Amaro, nº19
vista exterior 2. (o autor)
2.1.3.8. PÁTIO DA CALÇADA DE SANTO AMARO, Nº24 (VP8)
Este pátio à partida nada parece ser quando se entra por um corredor estreito, mas
que se descobre e se vive o espaço quando se entra. Existe um edifício com 2 pisos
que formaliza o pátio, criando um espaço triangular vazio.
Ilustração 31 – Entrada do pátio da Calçada de Santo
Amaro, nº24. (o autor)
Ilustração 32 – Pátio da Calçada de Santo Amaro, nº24
vista exterior 1. (o autor)
Nota-se que estas construções foram alvo de uma reabilitação recente, embora o
vazio triangular ainda esteja expectante, isto é, poder-se-á dizer que se fosse uma
zona arbórea teria condições para tal.
André Catarino dos Santos Eleutério
40
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 33 - Pátio da Calçada de Santo Amaro, nº24
vista exterior 2. (o autor)
Ilustração 34 - Pátio da Calçada de Santo Amaro, nº24
vista exterior 3. (o autor)
2.1.4. RUAS
2.1.4.1. RUAS DE 2 SENTIDOS
2.1.4.1.1. R. SOARES DE PASSOS
Esta rua localiza-se geograficamente a poente na zona de estudo com sentido sul
norte. Por esta rua existem transportes colectivos, como o autocarro (nº742).
Começa no final da R. Filinto Elísio e percorre dois quarteirões e termina na R. João
de Barros.
Nesta rua existe um condomínio de habitação colectiva que marca pela sua presença
e uma fachada do quarteirão pentagonal do Pestana Hotel Palace.
André Catarino dos Santos Eleutério
41
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 35 – Condomínio privado de habitação. (o
autor)
Ilustração 36 – R. Soares de Passos perspectiva 1 (à
direita o Pestana Hotel Palace). (o autor)
Ilustração 37 – Cruzamento com a R. Jau. (o autor)
Ilustração 38 – R. Soares de Passos perspectiva 1. (o
autor)
2.1.4.1.2. R. SÁ DE MIRANDA
Esta rua localiza-se geograficamente a sudeste na zona de estudo com sentido sul
norte. Por esta rua não existem transportes públicos.
Começa a meio da escadaria pedonal R. João de Lemos e termina na R. dos
Lusíadas. É uma rua de 2 sentidos e viariamente chegando à R. João de Lemos tem
de se fazer a inversão de marcha ou para os moradores de um condomínio privado de
habitação terem acesso à garagem.
É uma rua que percorre um único quarteirão, sendo esta de pequena dimensão.
André Catarino dos Santos Eleutério
42
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 39 – R. Sá de Miranda perspectiva. (o autor)
2.1.4.1.3. R. LUÍS DE CAMÕES
Esta rua de carácter principal no bairro localiza-se geograficamente ao centro da zona
de estudo com sentido sul norte. Por ela passam transportes públicos, todos os
autocarros que atravessam o bairro Alto de Santo Amaro (nº742), (nº760) e (nº738).
É uma rua com alguma imponência e dimensão, passeios dos 2 lados da estrada, com
árvores em todo o seu percurso.
André Catarino dos Santos Eleutério
43
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 40 – R. Luís de Camões perspectiva 1. (o
autor)
Ilustração 41 - R. Luís de Camões perspectiva 2. (o
autor)
Ilustração 42 - R. Luís de Camões perspectiva 3. (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
44
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.1.4.1.4. R. JOÃO DE BARROS
Esta rua localiza-se geograficamente a noroeste na zona de estudo com sentido
nascente poente. Por esta rua existem transportes colectivos, como o autocarro
(nº742) e o eléctrico (nº18).
Começa no Espaço E1 e percorre vários quarteirões até ao início da R. Aliança
Operária que se já situa fora da zona de estudo.
Ilustração 43 – R. João de Barros perspectiva 1. (o
autor)
Ilustração 44 - R. João de Barros perspectiva 2. (o
autor)
2.1.4.1.5. R. JAU
Esta rua situa-se geograficamente a poente na zona de estudo com sentido nascente
poente. Por esta rua existem transportes colectivos, como o autocarro (nº742) e
(nº738).
Começa no Espaço E2 e termina já fora da zona de estudo na Escola Secundária
Rainha Dona Amélia, antiga Escola Ferreira Borges.
Tem arborização dos 2 lados do passeio em toda a sua extensão que percorre vários
quarteirões.
André Catarino dos Santos Eleutério
45
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 45 – R. Jau perspectiva 1. (o autor)
Ilustração 46 - R. Jau perspectiva 2. (o autor)
Ilustração 47 - R. Jau perspectiva 3. (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
46
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.1.4.1.6. R. DOS LUSÍADAS
Esta rua localiza-se geograficamente a nascente na zona de estudo com sentido
nascente poente. Por esta rua existem transportes colectivos, como o autocarro
(nº742) e (nº738).
Começa fora da zona de estudo junto a um balneário público percorrendo vários
quarteirões e termina no Espaço E5. É uma rua com dimensões consideradas.
Ilustração 48 – R. dos Lusíadas perspectiva 1. (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
Ilustração 49 - R. dos Lusíadas perspectiva 2. (o autor)
47
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 50 - R. dos Lusíadas perspectiva 3. (o autor)
2.1.4.2. RUAS DE TROÇOS DE 2 SENTIDOS E 1 SENTIDO
2.1.4.2.1. R. PEDRO CALMON
Esta rua localiza-se geograficamente a poente na zona de estudo com sentido sul
norte. Por esta rua não existem transportes públicos.
Começa no Espaço E5 percorrendo 4 quarteirões terminando na Calçada da Tapada.
Os quarteirões que percorre, um deles é um vazio que é o jardim de Santo Amaro a
nascente e a poente a escola primária. Outro quarteirão é o do jardim-de-infância com
mais 3 casas alinhadas com o seu respectivo espaço verde.
Esta rua tem arborização dos dois lados do passeio.
André Catarino dos Santos Eleutério
48
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 51 – R. Pedro Calmon perspectiva 1. (o
autor)
Ilustração 52 - R. Pedro Calmon perspectiva 2. (o autor)
Ilustração 53 – R. Pedro Calmon perspectiva 3. (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
49
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.1.4.2.2. R. FILINTO ELÍSIO
Esta rua localiza-se geograficamente ao centro na zona de estudo com sentido
nascente poente. Por esta rua não existem transportes colectivos.
Começa no Espaço E4, percorre 6 quarteirões, terminando no final dos quarteirões da
escola primária de um lado e do outro os bombeiros voluntários, termina no começo da
R. Soares de Passos.
Ilustração 54 – R.
perspectiva 1. (o autor)
Filinto
André Catarino dos Santos Eleutério
Elísio
Ilustração 55 - R. Filinto Elísio perspectiva 2. (o autor)
50
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 56 - R. Filinto Elísio perspectiva 3. (o autor)
2.1.4.3. RUAS DE 1 SENTIDO
2.1.4.3.1. R. AMADEU DE SOUSA CARDOSO
Esta rua localiza-se geograficamente ao centro na zona de estudo com sentido sul
norte. Por esta rua não existem transportes colectivos.
Está fraccionada em duas partes começando na R. dos Lusíadas acompanhando um
quarteirão seguido de um espaço vazio que é o jardim de Santo Amaro. A rua
recomeça na R. Jau com mais um quarteirão e termina na R. João de Barros.
André Catarino dos Santos Eleutério
51
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 57 – R. Amadeu de Sousa
Cardoso perspectiva 1. (o autor)
Ilustração 58 - R. Amadeu de Sousa Cardoso perspectiva 2. (o autor)
2.1.4.3.2. R. GIL VICENTE
Esta rua localiza-se geograficamente ao centro na zona de estudo com sentido sul
norte. Por esta rua não existem transportes públicos.
Começa no Espaço E6, percorre 4 quarteirões e termina no Espaço E1.
Ilustração 59 – R. Gil Vicente perspectiva 1. (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
Ilustração 60 - R. Gil Vicente perspectiva 2. (o autor)
52
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 61 - R. Gil Vicente perspectiva 3. (o autor)
2.1.4.3.3. R. JOSÉ MARIA RODRIGUES
Esta rua localiza-se geograficamente a nascente na zona de estudo com sentido sul
norte. Por esta rua não existem transportes públicos.
É uma rua de pequenas dimensões em que percorre apenas 2 quarteirões,
começando na R. dos Lusíadas e terminando na R. da Indústria.
André Catarino dos Santos Eleutério
53
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 62 – R. José Maria Rodrigues perspectiva. (o autor)
2.1.4.3.4. R. AGOSTINHO DE CAMPOS
Esta rua localiza-se geograficamente a nascente na zona de estudo com sentido sul
norte. Por esta rua não existem transportes públicos.
É a rua mais pequena na zona de estudo do bairro alto de Santo Amaro, percorre
apenas um quarteirão, começa na rua R. dos Lusíadas e termina no Espaço E4.
André Catarino dos Santos Eleutério
54
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 63 – R. Agostinho de Campos perspectiva. (o autor)
2.1.4.3.5. R. DA INDÚSTRIA
Esta rua localiza-se geograficamente a norte na zona de estudo com sentido nascente
poente. Por esta rua não existem transportes públicos.
Esta rua é diferente de todas as outras porque percorre apenas um quarteirão a norte
e a sul percorre 3 quarteirões e o Espaço E4.
André Catarino dos Santos Eleutério
55
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 64 – R. da Indústria perspectiva 1. (o autor)
Ilustração 65 - R. da Indústria perspectiva 2. (o autor)
Ilustração 66 - R. da Indústria perspectiva 3. (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
56
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.1.4.4. RUA ESCADARIA PEDONAL
2.1.4.4.1. R. JOÃO DE LEMOS
Esta rua localiza-se geograficamente a sudeste na zona de estudo com sentido sul
norte. Esta rua é de características únicas pois trata-se de uma rua estritamente
pedonal e que vence um desnível de cota, a partir da R. Luís de Camões passando
pela R. Sá de Miranda e atinge o ponto mais alto culminando no Espaço E6,
enfiamento entre a R. Gil Vicente e a Calçada de Santo Amaro.
Ilustração 67 – R. João de Lemos perspectiva 1. (o
autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
Ilustração 68 - R. João de Lemos perspectiva 2. (o
autor)
57
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 69 - R. João de Lemos perspectiva geral. (o autor)
2.1.5. ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DO BAIRRO
2.1.5.1. JARDIM DE SANTO AMARO
“ O jardim de Santo Amaro existe na malha planeada do bairro sendo um dos
quarteirões não edificado “. (Salgado e Lourenço,
2006, p. 48) Situa-se
geograficamente ao meio na zona de estudo.
André Catarino dos Santos Eleutério
58
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 70 – Jardim de Santo Amaro
vista 1. (o autor)
Ilustração 71 - Jardim de Santo Amaro vista 2. (o autor)
Este jardim tem 5,9 ha de área total e 2,4 ha de área verde. É uma área do bairro com
muita arborização onde predominam algumas espécies de aves, como por exemplo o
pardal, o pombo doméstico, o pintassilgo e o melro-preto. (Lisboa, 2012)
Ilustração 72 - Jardim de Santo Amaro vista 3. (o autor)
Ilustração 73 - Jardim de Santo Amaro vista 4. (o autor)
2.1.5.2. PAVIMENTAÇÃO E ILUMINAÇÃO
A pavimentação dos passeios é constituída por calçada à portuguesa, em pedra lioz
com o respectivo lancil As faixas de rodagem em paralelepípedo de granito.
André Catarino dos Santos Eleutério
59
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 74 - Pavimentação típica do bairro Alto de Santo Amaro. (o
autor)
A iluminação é feita por antigos candeeiros, já do início do bairro, popularmente
conhecidos por “nabos”.
Ilustração 75 - Exemplo de um candeeiro a electricidade. (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
60
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.1.5.3. ERMIDA DE SANTO AMARO
Erigida em 1549 é monumento nacional. A sua construção é ao estilo Renascença,
com uma configuração invulgar e arquitectura atraente. No seu interior tem azulejos do
1º terço do séc. XVII.
Ilustração 76 – Ermida de Santo Amaro e escadaria anexa.
(Associação dos Arquitectos Portugueses (AAP), 1987,p. 181)
Ilustração 78 – Ermida de Santo Amaro vista exterior.
(o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
Ilustração 77 – Planta da Ermida de Santo
Amaro. (AAP, 1987,p. 181)
Ilustração 79 – Espaço público a nascente da Ermida de
Santo Amaro. (o autor)
61
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 80 – Ermida de Santo Amaro miradouro vista 1. (o autor)
Ilustração 81 - Ermida de Santo Amaro
miradouro vista 2. (o autor)
Ilustração 82 – Gravura do Alto de Santo Amaro da Ermida até Belém, R. Stoop, 1662 (Moita, 1938, p. 26).
André Catarino dos Santos Eleutério
62
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.2. ÍNDICES URBANÍSTICOS DO BAIRRO ALTO DE SANTO AMARO
Superfície do terreno: 175 123 m2
Área Bruta de Construção: 273 626 m2
Área de Implantação: 69 477 m2
Área de Espaço Aberto: 105 646 m2
Área de Solo Permeável: 8 755 m2
Área de Equipamentos Colectivos: 9 187 m2
Índice de Construção (líquido): 1,56
Índice de Implantação: 0,40
Índice de Espaço Aberto: 0,60
Índice de Permeabilidade do Solo: 0,05
Percentagem de Espaço Público: 42,0%
Percentagem de Espaço Privado: 58,0%
Percentagem de Equipamentos Colectivos: 5%
(Salgado e Lourenço, 2006, p. 48)
André Catarino dos Santos Eleutério
63
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.3. ALCÂNTARA
A palavra “Al-quantãrã” é uma palavra árabe que significa “a ponte”. Talvez tenha sido
essa a razão para se chamar Alcântara a este lugar com tanta história. Existem muitas
palavras que ainda são usadas, mais ou menos deturpadas, a partir dos nomes dados
pelos Mouros. É possível que a ponte sobre a ribeira de Alcântara já existisse na altura
da ocupação árabe (Janeira e Antunes, 1983, p. 18).
Na evolução de Alcântara, bairro suburbano ao princípio, amenizado pela presença
das águas de um ribeiro que o cruzava e desaguava no rio Tejo, características
físicas, que atraíram gente real, nobre, aristocrata, que vem dar ao sítio
especificidades urbanas. Depois, as indústrias e comércio modificaram-lhe a
fisionomia. Num tempo mais presente, um novo processo de carácter urbanístico e
infraestrutural modifica essa fisionomia.
Por vezes, poder-se-á comparar a morfologia topográfica de um terreno com o tipo de
construção edificada. Em relação à encosta de Alcântara: o bairro Alto de Santo
Amaro é ocupado por uma zona consolidada de habitação colectiva, com comércio e
serviços de bairro ao nível do piso térreo. A zona plana de Alcântara resultante de um
aterro ribeirinho integra o que resta da antiga zona industrial, com inúmeros edifícios
industriais inactivos, expectantes quanto ao nível de serem recuperados, readaptados
nesta zona da cidade. O vale de Alcântara encontra-se como uma rede viária
importante da freguesia. A Rua da Junqueira e a Rua 1º de Maio encontram-se entre a
encosta de Alcântara e zona plana ribeirinha. É notória a diferença do edificado, a
norte conjuntos habitacionais e a sul uma zona onde predominam edifícios industriais.
[…] Entre 1910 e 1945, são edificadas as casas e definidos fisicamente os quarteirões
das R. da Creche, R. dos Lusíadas, R. da Indústria, R. Leão de Oliveira e Calçada da
Tapada. O processo de loteamento da Real Quinta de Alcântara, iniciado em 1877,
apenas perto do fim da primeira metade do século XX é concretizado, provocando uma
drástica mudança na paisagem devido a uma forte densificação da zona até então livre
e correspondente ao Convento das Flamengas. Formava-se assim um novo bairro
habitado por comerciantes locais e proprietários de pequenas oficinas […]. (Janeiro,
2011, p. 40)
André Catarino dos Santos Eleutério
64
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 83 – Planta de Lisboa dos bairros Ajuda e Alto de Santo Amaro. (ilustração obtida no Gabinete de
Estudos Olisiponenses (GEO))
Ilustração 84 – Planta cartográfica de Lisboa da zona de Alcântara. (ilustração obtida no GEO)
André Catarino dos Santos Eleutério
65
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 85 – Planta do Instituto Geográfico e Cadastral, 1949. (ilustração obtida no GEO)
André Catarino dos Santos Eleutério
66
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 86 - Planta das freguesias de S. Pedro e do Sr. Jesus da Boa Morte. (Lima, 1770, p. 18)
Ilustração 87 - Planta das quintas de Alcântara. (Lima, 1971, p. 22)
André Catarino dos Santos Eleutério
67
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
O actual bairro Alto de Santo Amaro era uma antiga quinta senhorial denominada
Casal do Rolão. Mais tarde é assinado um projecto de um novo bairro com o nome de
Santo Amaro, a 26 de Janeiro de 1889, na repartição técnica da Câmara Municipal de
Lisboa, pelo chefe da 2ª secção, A. César dos Santos.
Ilustração 88 – Planta cadastral. (Arquivo Municipal de Lisboa (AML), 26 de Jan. de 1889)
Este novo bairro está compreendido entre a Calçada da Tapada, a R. Luís de
Camões, a Calçada de Santo Amaro e a R. de S. Joaquim (que tem o nome
actualmente de R. 1º de Maio).
Este projecto de licenciamento de um loteamento como se pode ver na planta
(Ilustração 90), data de 30 de Dezembro de 1891 e foi assinado pelo engenheiro
director geral Frederico Ressano Garcia, no departamento das obras públicas, na
Câmara Municipal de Lisboa. Estes dados recolhidos no arquivo AML tiveram como
André Catarino dos Santos Eleutério
68
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
intenção em identificar quem foi a pessoa responsável para a construção do bairro Alto
de Santo Amaro. Quem executou o projecto de licenciamento, ou melhor, o autor do
projecto do actual bairro, não foi possível obter o nome.
Ilustração 89 – Planta cadastral. (AML, 26 de Jan. de 1889)
André Catarino dos Santos Eleutério
69
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 90 – Planta do bairro Alto de Santo Amaro. (AML, 30 de Dez. de 1891)
Sabe-se que o orçamento geral, a 26 de Janeiro de 1889, indicava o valor pela
importância de cento e quarenta e oito contos cento e dezasseis mil reis.
André Catarino dos Santos Eleutério
70
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 91 – Orçamento geral do bairro Alto de Santo Amaro. (AML, 26 de Jan. de 1889)
Custo médio geral por metro corrente de cinquenta e nove escudos e trezentos e onze
mil reis. Já o custo médio geral por metro quadrado é de três escudos e cento e
dezanove mil reis.
O jardim de Santo Amaro teve na sua origem uma empreitada de construção, por
parte de Leopoldo Gualter Gomes (empreiteiro industrial), a 20 de Novembro de 1945.
O projecto de loteamento do bairro Alto de Santo Amaro, “ resultou da iniciativa de um
conjunto de unidades fabris, tendo em vista o alojamento dos seus operários ”.
(Salgado e Lourenço, 2006, p. 48) Implantada na quinta do Casal do Rolão, “ o novo
bairro acabou por se destinar a uma pequena burguesia que se começava a afirmar
como importante classe social ”. (Salgado e Lourenço, 2006, p. 48)
O carácter do espaço aberto, caracteriza-se por ser de “ um traçado geométrico, com
quarteirões de forma e tamanhos irregulares, condicionado pelas pré-existências
(Ermida de Santo Amaro e Calçadas de Santo Amaro e Tapada) e topografia
acidentada do local ”. (Salgado e Lourenço, 2006, p. 48)
André Catarino dos Santos Eleutério
71
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.4. ANÁLISE DO BAIRRO COM RECURSO A PLANTAS
Com base em três plantas de análise: planta geral, planta de edifícios e ocupação do
solo e planta de distribuição funcional, analisámos o bairro Alto de Santo Amaro, na
zona de estudo. Foram feitas considerações finais sobre os locais mais importantes a
desenvolver e a apresentar.
André Catarino dos Santos Eleutério
72
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.4.1. PLANTA GERAL
Ilustração 92 – Planta geral. (executada pelo autor, com base na publicação de Salgado e Lourenço, 2006, p. 49)
Limite da área de estudo
Superfície de solo permeável
Superfície pavimentada
Elementos de compartimentação
Arborização
Número de pisos
Cotas altimétricas
Anexos
André Catarino dos Santos Eleutério
73
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.4.1.1. SUPERFÍCIE DE SOLO PERMEÁVEL, SUPERFÍCIE PAVIMENTADA,
ELEMENTOS DE COMPARTIMENTAÇÃO, ARBORIZAÇÃO, NÚMERO DE PISOS,
COTAS ALTIMÉTRICAS E ANEXOS
A superfície de solo permeável é toda a área de terreno onde não existam
bloqueadores artificiais da água das chuvas que impeçam a infiltração da mesma nos
lençóis freáticos do subsolo. Poder-se-ão denominar solos permeáveis, todos aqueles
espaços de terreno que sejam compostos por zonas verdes.
A superfície pavimentada pode considerar-se como toda a superfície de terreno que
seja coberta por um ou mais materiais de construção e que componha uma superfície
homogénea com o seu desenho específico.
Analisámos a planta geral do bairro e é notória a diferença da superfície pavimentada
e a superfície de solo permeável. Em termos gerais há uma predominância da
superfície pavimentada em relação ao solo permeável.
As ruas, os passeios e alguns logradouros impera a superfície impermeável. Em
relação aos logradouros privados é mais frequente existirem solos permeáveis que
existem desde o aparecimento do bairro no qual foram definidos limites de
implantação dos edifícios e zonas de pequenos logradouros, vazios da malha urbana.
Os elementos de compartimentação são elementos construídos que visam organizar o
espaço público. São muros de compartimentação para organizar limites do próprio
desnível de cotas de terreno.
Podemos encontrar estes elementos dentro da área de estudo: junto à Ermida de
Santo Amaro, onde são definidos limites do que são espaço público agregado à
capela, com a sua escadaria imponente junto à Calçada de Santo Amaro e no limite de
quarteirões.
A arborização é uma predominância nos passeios de algumas ruas. Na R. Luís de
Camões sendo uma das artérias principais do bairro, existem árvores dos dois lados
da rua com uma métrica constante. O mesmo se sucede na R. Jau onde as árvores
são uma característica do bairro.
A arborização mais predominante no bairro, encontra-se concentrada num quarteirão
sem qualquer construção onde existe o jardim de Santo Amaro com uma área total de
5,9 ha e zona verde de 2,4 ha. (Lisboa, 2012)
André Catarino dos Santos Eleutério
74
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Em relação ao número de pisos do edificado, a média é de quatro a cinco pisos.
Embora existam quarteirões com edifícios de sete pisos.
As cotas altimétricas do bairro na zona limite da área de estudo variam consoante o
terreno desta encosta de Alcântara. O ponto mais alto da zona estudo situa-se nos
48,4 m, na área mais a noroeste, ao contrário da zona a sudeste, na R. Luís de
Camões onde a cota altimétrica tem o valor de 5,5 m.
Os anexos, nesta planta geral, são pequenas construções que se encontram no
espaço público, de comércio local ou paragens de transportes públicos, dispersos pela
zona de estudo.
André Catarino dos Santos Eleutério
75
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.4.2. PLANTA DE EDIFÍCIOS E OCUPAÇÃO DO SOLO
Ilustração 93 – Planta de edifícios e ocupação do solo. (executada pelo autor, com base na publicação de Salgado
e Lourenço, 2006, p. 48)
Limite da área de estudo
Edifícios
Anexos
Espaço público
Logradouros privados
André Catarino dos Santos Eleutério
76
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.4.2.1. EDIFÍCIOS, ANEXOS, ESPAÇO PÚBLICO E LOGRADOUROS
PRIVADOS
A planta edifícios e ocupação do solo tem a seguinte legenda: edifícios, anexos,
espaço público e logradouros privados. Trata-se de uma planta de estudo que como o
nome indica, de ocupação do solo sendo construído, isto é, com uma implantação de
uma construção ou um vazio da malha urbana, onde não existe qualquer construção
implantada no terreno.
Os edifícios construídos na sua maioria estão implantados segundo uma lógica de
quarteirão fechado com logradouros privados. São compostos e definem uma malha
ortogonal, tendo as formas dos quarteirões, polígonos regulares ou em alguns casos
irregulares.
São os edifícios que marcam o território com a sua construção em altura e separam o
que é privado do que é público.
Em alguns quarteirões, pode-se ainda encontrar antigas vilas operárias ou pátios.
Em alguns casos existem condomínios privados de habitação que abrangem uma área
significativa de um quarteirão.
Em algumas situações os quarteirões não são totalmente fechados, mas têm
logradouro de carácter privado.
Os anexos são pequenas construções adjacentes a uma habitação. Encontram-se nos
logradouros privados este tipo de edificações, mas o que prevalece em termos de área
ocupada é o espaço privado dos mesmos.
Existem situações em que alguns quarteirões, os anexos são inexistentes e prevalece
o espaço livre das traseiras das casas, onde existem quintais.
O espaço público é toda a área livre de construção e que resulta da subtracção da
área total, menos a área de implantação dos edifícios e anexos, e a área dos
logradouros privados. Os espaços públicos são: as ruas viárias, os passeios, a
arborização existente e as zonas verdes.
André Catarino dos Santos Eleutério
77
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Como é notório existe um quarteirão que corresponde ao jardim de Santo Amaro, em
que toda essa área é espaço público, que pode ser usufruída para passeios e lazer
dos habitantes.
Em relação aos logradouros privados, existem excepções na área limite de estudo
deste bairro, onde surgem logradouros com um carácter diferente dos restantes
quarteirões, com uma lógica inversa de implantação do vazio e do cheio. Refiro-me ao
quartel dos bombeiros voluntários, á escola primária, ao jardim-de-infância e três
habitações desabitadas.
André Catarino dos Santos Eleutério
78
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.4.3. PLANTA DE DISTRIBUIÇÃO FUNCIONAL
Ilustração 94 – Planta de distribuição funcional. (executada pelo autor, com base na publicação de Salgado e
Lourenço, 2006, p. 48)
Limite da área de estudo
Habitação
Actividades económicas
Habitação e actividades económicas
Equipamento colectivo / edificado
Equipamento colectivo / espaço exterior
Expectante
André Catarino dos Santos Eleutério
79
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
2.4.3.1. HABITAÇÃO, ACTIVIDADES ECONÓMICAS,
ACTIVIDADES
ECONÓMICAS,
EQUIPAMENTO COLECTIVO
EQUIPAMENTO COLECTIVO / ESPAÇO EXTERIOR E EXPECTANTE
HABITAÇÃO E
/ EDIFICADO,
Nesta planta distribuição funcional tem-se a noção do que é, só habitação, actividades
económicas, habitação e actividades económicas num mesmo edifício, equipamento
colectivo - edificado, bem como o espaço exterior desse mesmo equipamento
colectivo.
No que toca à habitação, só apenas um quarteirão tem habitação em todos os pisos,
mesmo o piso térreo. Refiro-me ao quarteirão que tem as ruas que o abrangem, a
norte a R. Filinto Elísio, a sul a R. dos Lusíadas, a nascente a R. Agostinho de
Campos e a poente, a R. José Maria Rodrigues.
Na sua maioria, existem edifícios de habitação, com comércio local no piso térreo.
Por vezes, existem alguns edifícios, dispersos pela zona de estudo, inseridos num
quarteirão, que são de actividades económicas o seu uso.
Os equipamentos colectivos são: a Ermida de Santo Amaro, os bombeiros voluntários,
a escola primária e o jardim-de-infância.
Apenas a Ermida de Santo Amaro, não tem espaço exterior colectivo, embora tenha
espaço público, ao contrário dos restantes equipamentos colectivos, que têm espaço
exterior colectivo adjacente aos edifícios principais.
Os edifícios expectantes, encontram-se desactivados ou devolutos.
André Catarino dos Santos Eleutério
80
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
3. ESCOLHA
DE UM LOTE NO BAIRRO PARA A ELABORAÇÃO DE UM
PROJECTO DE HABITAÇÃO COLECTIVA
A razão principal pela escolha do lote, é baseada no facto do edifício escolhido, ser
capaz de suportar um projecto de arquitectura, de habitação colectiva, nas suas
variadas vertentes: recuperação, readaptação do espaço a novos usos, construir
habitação num edifício industrial. É uma antiga fábrica que produzia variados produtos
e está desactivada das suas funções iniciais já a alguns anos. Trata-se de um edifício
industrial com características dos anos 30 em que dado o desenvolvimento desta
dissertação e o seu tema, poder-se-ia desenvolver um projecto de arquitectura neste
mesmo edifício, conservando as paredes exteriores e o seu desenho original de frente
de rua, readaptando para novas funções (habitação colectiva) todo o seu interior.
André Catarino dos Santos Eleutério
81
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
3.1. ESQUIÇOS CONCEPTUAIS
Ilustração 95 – Esquiço 1. (o autor)
Ilustração 97 – Plantas e corte (experiência mais
consolidada). (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
Ilustração 96 – Planta piso tipo (1ª
experiência). (o autor)
Ilustração 98 – Plantas e alçado. (o autor)
82
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 99 – Plantas e cortes. (o autor)
Ilustração 100 – Esquiço pormenor construtivo. (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
3.2. PROJECTO BASE (ESTUDO PRÉVIO), PLANTAS, CORTES E ALÇADOS
Ilustração 101 – Planta de localização. (executada pelo autor, com base no Google Maps)
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Ilustração 102 – Planta piso -1, cota -3,00. (o autor)
Lugares de estacionamento
Lugar de estacionamento para pessoas de mobilidade condicionada
Escada estanque
Hall de elevador
Circulação
Sala de condomínio
Arrecadação
Rampa de acesso automóvel
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Ilustração 103 – Planta piso 0, cota 0,00. (o autor)
Escada estanque
Hall de elevador
Entrada (contadores +caixas de correio)
Comércio ou serviços
Rampa de acesso automóvel
Instalação sanitária
Circulação
Pátio / exterior com arborização
Escadas de acesso aos arrumos
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Ilustração 104 – Planta piso 1, cota 5.00. (o autor)
Escada estanque
Hall de elevador (condutas técnicas)
Acesso às habitações
Hall de entrada da habitação
Cozinha
Sala
Circulação
Arrumos
Instalação sanitária
Hall quarto / suite
Quarto
Pátio / exterior
Varanda / exterior
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Ilustração 105 – Planta piso 2, cota 8,17. (o autor)
Escada estanque
Hall de elevador
Acesso às habitações
Hall de entrada à habitação
Cozinha
Sala
Circulação
Arrumos
Instalação sanitária
Hall quarto / suite
Quarto
Varanda / exterior
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Ilustração 106 – Planta piso 3, cota 11,33. (o autor)
Escada estanque
Hall de elevador (condutas técnicas)
Hall de entrada da habitação
Circulação
Sala
Refeições
Cozinha
Escritório
Instalação sanitária
Hall quarto / suite
Quarto
Varanda / exterior
Pátio / exterior
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 107 – Planta de cobertura, cota 14,50. (o autor)
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 108 – Corte 1. (o autor)
Ilustração 109 – Corte 2. (o autor)
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 110 – Alçado principal. (o autor)
Guarda da varanda em vidro laminado de 10 mm
Caixilharia de correr em alumínio anodizado com corte térmico e vidro duplo
Reboco pintado
Soco em reboco texturado pintado
Janela basculante em alumínio anodizado com vidro duplo
Porta em vidro laminado de 10 mm
Porta dupla em vidro laminado de 10 mm
Portão de garagem seccionado em pvc cor idêntica ao aplicado na fachada
3.3. MEMÓRIA DESCRITIVA
3.3.1. INTRODUÇÃO
Nesta dissertação pretende-se levar a efeito um projecto de habitação colectiva
readaptando um antigo edifício industrial. O terreno confina a poente e a nascente com
dois edifícios de habitação, a norte com os logradouros dos respectivos edifícios do
quarteirão e a sul com a R. da Indústria.
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 111 – Maquete do lote com os edifícios envolventes, escala 1:200. (o autor)
3.3.2. LOCALIZAÇÃO E PROGRAMA
Ilustração 112 – Antiga fábrica na R. da Indústria, Arnaldo
Madureira, 1969. (AML, 2011)
Ilustração 113 – Antiga fábrica na R. da Indústria. (o
autor, 2012)
A antiga fábrica, tinha como funções o funcionamento de uma garagem em 1928. Foi
intenção do proprietário criar um lanternim na cobertura na zona central.
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 114 – Planta, projecto de alterações, construção de um lanternim na zona central. (AML, 1928)
Ilustração 115 – Corte, projecto de alterações, construção de um lanternim na zona central. (AML, 1928)
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Sabe-se que em 1935, a antiga garagem, teve novos usos e passou a ser intitulada de
Sociedade Portuguesa de Graxas Lda.
Foi com este projecto de alterações que a este edifício industrial passou a funcionar.
Ilustração 116 – Planta, projecto de alterações na Sociedade Portuguesa de Graxas Lda. (AML, 1935)
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 117 – Corte, projecto de alterações na Sociedade Portuguesa de Graxas Lda. (AML,
1935)
Em 1949, é feito um estudo de viabilidade de poder construir 3 pisos de habitação por
cima da fábrica, neste caso eliminando a antiga cobertura, e propôr uma estrutura em
betão armado com comércio ou serviços no piso 0 e que contemplasse habitação
colectiva nos 3 pisos superiores.
Ilustração 118 – Plantas das fundações e piso 0 (loja), estudo de viabilidade de alterações na antiga fábrica. (AML,
1949)
André Catarino dos Santos Eleutério
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 119 – Planta de cobertura e cortes longitudinal e transversal, estudo de viabilidade de alterações na
antiga fábrica. (AML, 1949)
Ilustração 120 – Gráfico parcial da R. da Indústria, estudo de viabilidade de alterações na antiga fábrica. (AML,
1949)
Em 1952, não sendo possível precisar a razão porque o projecto de habitação
colectiva não foi construído, sabe-se que, foram feitas novamente obras de alterações
de cobertura na antiga fábrica, com asnas distintas, asnas do corpo central e asnas
dos corpos laterais, todas em perfis metálicos.
André Catarino dos Santos Eleutério
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 121 – Planta de cobertura, projecto de alterações. (AML, 1952)
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 122 – Asna do corpo central, projecto de alterações. (AML, 1952)
Ilustração 123 – Asna do corpo lateral, projecto de alterações. (AML, 1952)
Ilustração 124 – Vista interior da antiga fábrica. (o
autor)
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Ilustração 125 – Vão exterior da zona do escritório da
antiga fábrica. (o autor)
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
A área de intervenção consiste, além da área do lote nº54 da R. da Indústria da antiga
fábrica, o projecto de uma nova construção por cima do existente, em que se
constroem mais três pisos de habitação com 5 fogos, de tipologias variáveis, T3 (2
unid.) com pátio exterior, T3 (2 unid.) sem pátio e T4 (1 unid.) com pátio.
O piso térreo da antiga fábrica destina-se a comércio ou serviços locais, desdobrado
em dois espaços autónomos, cada um deles com instalação sanitária própria.
A envolvente urbana é caracterizada na empena a poente, por um edifício do início do
séc. XX, na empena a nascente existe um edifício dos anos 60, ambos destinados a
habitação.
Ilustração 126 – Edifício de habitação a poente do lote.
(o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
Ilustração 127 – Edifício de habitação a nascente do
lote. (o autor)
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
A intervenção proposta procura, não tirar a lógica da frente de rua, nem quebrar a
continuidade à volumetria existente.
Ilustração 128 – Maquete vista geral 1, escala 1:100. (o autor)
3.3.3. IMPLANTAÇÃO GERAL
A questão da implantação refere-se em exclusivo ao novo edifício a construir e à sua
articulação com o existente, já que em relação às pré-existências importa apenas
preservar, recuperar e readaptar na sua valorização.
André Catarino dos Santos Eleutério
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 129 – Maquete vista geral 2, escala 1:100. (o autor)
3.3.4. CONCEITO ARQUITECTÓNICO
A concepção do novo edifício, com base na antiga fábrica, assenta na ideia de
repetição de uma métrica. O edifício de habitação de três pisos tem uma lógica de
criar uma composição de fachada com um ritmo próprio.
André Catarino dos Santos Eleutério
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 130 – Maquete vista fachada principal da R. da Indústria, escala 1:100. (o autor)
Para a construção de três novos pisos, destinados a habitação, a volumetria foi
projectada de forma, a não quebrar a frente de rua, com os dois edifícios habitacionais
confinantes. Para tal, manteve-se a volumetria existente da antiga fábrica, excluindo a
sua cobertura metálica e propôs-se criar uma laje em betão armado, na qual assentam
os três novos pisos. Dois dos quais, atingem a volumetria do edifício lateral a poente.
O 3º piso, não alterando a mesma lógica, arruma-se a nascente, junto ao edifício
adjacente e cria a poente um pátio / exterior, por cima do segundo piso de habitação,
como uma subtracção de um volume, criando um vazio no alçado.
Existe um banco ao longo do pátio / exterior, no piso 0, que funciona também de
ventilação para o piso -1.
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
3.3.5. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
O edifício no seu conjunto é constituído por um lote apenas, o da antiga fábrica. Um
piso térreo destinado a comércio e serviços, esquerdo / direito, e três pisos de
habitação, tanto o 1º piso como o 2º piso funcionando com o esquema também de
esquerdo / direito, e por fim um último piso, piso 3 de só uma habitação.
Todos os pisos são servidos por um elevador e escada estanque. O acesso à cave por
escada e elevador têm a mesma lógica nos pisos superiores.
A cobertura não é utilizável, mas sim visitável para razões de manutenção ou
reparação. Na cobertura não estão previstos outros elementos além das ventilações e
extra-curso do elevador.
Ilustração 131 – Maquete vista planta de cobertura, escala 1:100. (o autor)
O elevador utilizado é de sistema hidráulico em consola, com a cabine com dimensões
(1100 mm x 1400 mm).
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 132 – Maquete vista planta de cobertura, perspectiva, escala 1:100. (o autor)
As fachadas são compostas por uma métrica de perfis RHS (100 mm x 200 mm) e
caixilharia de correr, isto na parte mais resguardada. Para a frente de rua, surgem as
guardas das varandas em vidro laminado de 10 mm, aparafusados aos montantes
RHS (100 mm x 100 mm).
3.3.6. COMPARTIMENTAÇÃO
O conceito de compartimentação (habitação) atribui a uma parte da casa a função de
convívio e à outra a função de isolamento ou repouso. Os fogos T3 são constituídos
por hall de entrada, sala, cozinha, um quarto-suite com um espaço de acesso ao
quarto e respectiva instalação sanitária, dois quartos, instalação sanitária que serve
estes dois quartos, um corredor que faz a transição da sala e cozinha para os quartos
e um espaço de arrumos.
André Catarino dos Santos Eleutério
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 133 – Maquete planta piso 3, escala 1:100. (o autor)
Ilustração 134 – Maquete planta piso 3, perspectiva, escala 1:100. (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
106
O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
O fogo T4 em termos de lógica de compartimentação dos espaços é semelhante,
embora tenha uma sala com maior dimensão, um espaço refeições junto à cozinha,
um espaço escritório, um segundo quarto-suite também com instalação sanitária
privativa, existe uma instalação sanitária com sanita e lavatório que serve a sala, que é
espaço de convívio e interacção social.
Nos T3, as áreas das salas são de 34 m2 e os quartos têm 14 m2.
Ilustração 135 – Maquete planta piso 2, escala 1:100. (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 136 – Maquete planta piso 2, perspectiva, escala 1:100. (o autor)
No caso do T4, a área da sala é de 42 m2 e os quartos têm entre 14 a 16 m2. As
instalações sanitárias nos T3 variam entre dois valores, 7 m2 e 9 m2. No caso do T4,
os valores são de 5 m2 num dos quarto / suite e no outro 9 m2.
André Catarino dos Santos Eleutério
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 137 – Maquete planta piso 1, escala 1:100. (o autor)
Ilustração 138 – Maquete planta piso 1, perspectiva, escala 1:100. (o autor)
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Existem também mais duas instalações sanitárias, uma com 7 m2 e a segunda com 3
m2, apenas para uso da sala.
Abaixo do solo existem, para além de 10 lugares de estacionamento, arrecadações
individuais, com áreas entre os 7 e 9 m2 e sala de condomínio com 19 m2.
A zona de refeição do T4, não tem acesso para a varanda, por opção própria.
A instalação sanitária a poente no T4, o vão tem vidro translúcido, fosco ou com uma
película para não se ver do exterior.
Em relação ao piso 0, existem dois espaços autónomos, para comércio ou serviços,
cada um deles tem instalação sanitária independente e um pátio exterior com
arborização.
A entrada para as habitações, faz-se também pela fachada principal, onde existe um
espaço de entrada (contadores + caixas de correio), junto à caixa de escadas, que
permite o acesso aos pisos superiores.
Ilustração 139 – Maquete planta piso 0, escala 1:100. (o autor)
André Catarino dos Santos Eleutério
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 140 – Maquete planta piso 0, perspectiva, escala 1:100. (o autor)
3.3.7. ESTACIONAMENTO
O estacionamento tem 10 lugares distribuídos no piso -1. O acesso à cave é feito por
uma rampa a partir da R. da Indústria, na fachada principal do edifício.
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 141 – Maquete planta piso -1, escala 1:100. (o autor)
Ilustração 142 – Maquete planta piso -1, perspectiva, escala 1:100. (o autor)
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
3.3.8. ARRANJOS EXTERIORES
Os arranjos exteriores existem a norte do lote, nas traseiras dos espaços destinados a
comércio e serviços, no piso 0.
Existem 5 árvores de folha caduca, com as duas caldeiras, uma que abrange 3
árvores e outra 2.
3.3.9. QUADRO GERAL DE COTAS
Partindo à partida que a cota de soleira é de 0,00 m, a cota de esteira é de 14,50 m. O
pé-direito nos pisos de habitação é de 2,84 m, no piso 0 é de 4,67 m e no piso -1 é de
2,67 m. Piso a piso na habitação é de 3,17 m, no piso 0 é de 5,00 m e no piso -1 é de
3,00 m. A profundidade da empena no volume de habitação é de 15,00 m.
3.3.10.
SISTEMA ESTRUTURAL
O sistema estrutural adoptado é de pilar, laje e viga de betão armado. A caixa de
escadas tem uma grande importância na estrutura do edifício, bem como, as fachadas
têm um carácter de estrutura com a aplicação de montantes metálicos RHS.
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
Ilustração 143 – Isometria sistema estrutural. (o autor)
3.3.11.
SISTEMA CONSTRUTIVO
As lajes serão em betão, maciças com 220 mm. A composição das lajes nos pisos de
habitação é a seguinte: estuque (20 mm), betão (220 mm), isolamento acústico (5
mm), betonilha armada (70 mm ou 77 mm), e conforme o local, revestimento de
madeira (15 mm) ou mosaico cerâmico (8 mm).
As paredes exteriores (29 mm) nos pisos de habitação, serão constituídas por
caixilharia fixa ou de correr em alumínio anodizado com corte térmico e vidro duplo
com (45 mm) de ambos os lados exterior e interior. Existem também os perfis
metálicos RHS (100 mm x 200 mm) na parte superior e inferior das lajes
correspondentes e na vertical.
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
3.3.12.
ACABAMENTOS INTERIORES
No interior serão utilizadas soluções tradicionais: pavimentos, portas, rodapés e
armários em madeira, paredes e tectos estucados, cozinhas com pavimentos
cerâmicos e azulejo nas paredes. Nas instalações sanitárias o pavimento será também
cerâmico e as paredes em azulejo.
Nas instalações sanitárias, serão usados sanitários Cifial série Techno, sanita e bidé
(Techno C2), lavatório (Techno C1) e banheira acrílica Roca.
Ilustração 144 – Entrada planificada
Granito preto (90 cm x 110 cm)
Espelho (180 cm x 180 cm)
Caixa de policarbonato com luzes fluorescentes
Caixas de correio
Contadores (água, gás e electricidade)
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3.3.13.
OUTROS ASPECTOS
A fachada principal é acessível à aproximação do auto-tanque dos bombeiros. A zona
das caixas de correio está localizada na entrada no piso 0, onde se acede às
habitações
Neste projecto, são contempladas soluções que respeitam o edital nº29 / 2004 da CML
e a lei das acessibilidades nº163 / 2006.
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4. CONCLUSÃO
O levantamento fotográfico, a análise urbana, física e arquitectónica dos locais mais
significativos e relevantes, do bairro Alto de Santo Amaro, bem como a sua origem
histórica, conclui-se que esta parte de Lisboa, tão específica da cidade, possui
características urbanas qualificáveis nos aspectos: físico, urbano, ocupação do solo
com os espaços construídos e vazios e também na sua distribuição funcional, únicas e
distintas na sua evolução genológica, a partir das suas pré-existências até formar um
tecido urbano, tal como o conhecemos hoje.
O estudo que fizemos leva-nos também a concluir que a readaptação do edifício
industrial em causa nesta dissertação, representa a permanência de uma memória do
bairro, mas também porque a sua reutilização constitui uma aposta no futuro na
revitalização de espaços devolutos ou desactivados, para novos usos tais como
habitação colectiva, em variados contextos urbanos.
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
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O bairro Alto de Santo Amaro em Lisboa: readaptação de um edifício industrial a habitação colectiva
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