O QUE É A PÁSCOA?

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O QUE É A PÁSCOA?
A PÁSCOA é uma das três principais festas do povo judeu, também comemorada pelos
cristãos. Sua origem deu-se no final do período em que o povo hebreu encontrava-se
escravizado no Egito sob o domínio de faraó. Foi instituída pelo próprio Deus, com o
intuito de libertar o seu povo do jugo egípcio. A PÁSCOA deveria ficar na história do
povo hebreu, como um marco da libertação do povo judeu do cativeiro egípcio. Quando,
nas gerações futuras alguém perguntasse: “que culto é este?” O povo deveria estar
apto a responder as razões pelas quais ela foi instituída.
No Novo Testamento Jesus Cristo deu um novo sentido a PÁSCOA. Hoje, infelizmente,
o verdadeiro sentido da PÁSCOA foi ocultado da humanidade. Por influência de culturas
pagãs no seio do Cristianismo, os símbolos originais foram substituídos por outros, que
nada tem a ver com o verdadeiro simbolismo da PÁSCOA como: ovos de chocolate,
coelho e etc...Quando se pergunta o que é a PÁSCOA ou o que ela representa, poucos
são os que se atrevem a responder. Porém, a luz da Bíblia Sagrada veremos o que é a
PÁSCOA, o que ela verdadeiramente significa, quais as razões de sua instituição, o que
ela representa para o povo judeu e para nós cristãos.
I - A INSTITUIÇÃO DA PÁSCOA.
No Antigo Testamento, vemos que Deus havia escolhido um povo exclusivamente para
si, este povo era a nação de Israel. Israel deveria honrar sua escolha e ser obediente ao
seu criador e não decepciona-lo. As nações estrangeiras tinham costumes e rituais
pagãos que não agradavam a Deus e o povo de Israel não deveria jamais imita-las.
Porém, foi exatamente o que a nação de Israel fez. Por isso, Deus permitiu que eles
servissem a uma nação estrangeira para depois liberta-los, mostrando assim o seu
grande poder. “Então disse a Abrão: Sabes, de certo, que peregrina será a tua
descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por
quatrocentos anos, Mas também eu julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e
depois sairá com grande riqueza". (Gênesis. 15. 13,14)”
Deus cumpriu a sua Palavra, e por um espaço de 430 anos Israel serviu como escravo
no Egito. Para libertá-los, Deus escolhe Moisés e o capacita para realizar esta grande
tarefa. Moisés é enviado ao Egito com a missão de convencer Faraó a libertar o povo
hebreu. Faraó por sua vez não fez caso da reivindicação de Moisés, teve o coração
endurecido e não deixou o povo ir. Então, Deus ordena que sejam derramadas sobre o
Egito dez pragas como veremos:
1ª - As águas tornam-se sangue (Ex 7:19-21).
2ª - A praga das rãs (Ex 8:1-15).
3ª - A praga dos piolhos (Ex 8:16-19).
4ª - A praga das moscas (Ex 8:20-32).
5ª - A praga das pestes nos animais (Ex 9:1-17).
6ª - A praga das sarnas (Ex 9:8-12).
7ª - A praga das saraivas (Ex 9:13-35).
8ª - A praga dos gafanhotos (Ex 10:1-20).
9ª - A praga das trevas (Ex 10:21-29).
10ª - A morte dos primogênitos (Ex11:1-10; 12:29-31).
As primeiras nove pragas visavam afligir somente os egípcios, porém, esta última, era a
mais terrível de todas, pois consistia na morte de todos os primogênitos, desde os
homens até os animais e atingiria a todos. Para poupar o seu povo, Deus chama a
Moisés e Aarão seu irmão e os instrui a respeito da instituição da PÁSCOA.
Esta deveria ser observada pelo povo hebreu nos seus mínimos detalhes, caso contrário
também seriam afligidos por esta terrível praga, assim como foram os egípcios.
O SENTIDO ETIMOLÓGICO DA PALAVRA
O termo PÁSCOA deriva do verbo hebraico PESACH, cujo significado é; “PASSAR POR
CIMA”, dando-nos a idéia de LIVRAMENTO, PROTEÇÃO. “E aquele sangue vos será
por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, PASSAREI POR CIMA
de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra
do Egito” (Ex 12:13).
A ORDENAÇÃO, O RITO E SEUS SÍMBOLOS.
Êxodo 12:3-24:
“Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada
um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada
família. Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com
seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um
conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro. O cordeiro, ou
cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas
ou das cabras. E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o
ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do
sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em
que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães
ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido
em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua
fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã,
queimareis no fogo. Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os
vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis
apressadamente; esta é a PÁSCOA do SENHOR e eu passarei pela terra do Egito
esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até
aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o SENHOR. E
aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu
sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de
mortandade, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia vos será por memória,
e celebrá-lo-eis por festa ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por
estatuto perpétuo. Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o
fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o
primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel. E ao primeiro
dia haverá santa convocação; também ao sétimo dia tereis santa convocação;
nenhuma obra se fará neles, senão o que cada alma houver de comer; isso
somente aprontareis para vós. Guardai pois a festa dos pães ázimos, porque
naquele mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que
guardareis a este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo... Então tomai
um molho de hissopo, e molhai-o no sangue que estiver na bacia, e passai-o na
verga da porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na bacia;
porém nenhum de vós saia da porta da sua casa até à manhã. Porque o
SENHOR passará para ferir aos egípcios, porém quando vir o sangue na verga
da porta, e em ambas as ombreiras, o SENHOR passará aquela porta, e não
deixará o destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir. Portanto guardai
isto por estatuto para vós, e para vossos filhos para sempre “.
Conforme o texto acima, observamos a ordenação de Deus em relação à instituição da
PÁSCOA. Agora, observaremos seus símbolos e significados em relação a Jesus Cristo o
CORDEIRO de Deus, visto que a PÁSCOA dos judeus no passado apontava para o
futuro, onde o próprio filho de Deus seria sacrificado como um CORDEIRO para trazernos a libertação definitiva. Jesus é o CORDEIRO que foi morto desde a fundação do
mundo. “E adoraram-no todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes
não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi MORTO desde a
fundação do mundo” (Ap 13:8).
CARACTERÍSTICAS DO CORDEIRO PASCAL (Ex. 12: 5-8)
O Cordeiro ou cabrito para o sacrifício devia atender a essas exigências:
a) SEM MANCHAS. Não era apenas um capricho ou gosto estético, a escolha de um
cordeiro sem manchas. Deveria ser assim, pois aquele animal, que seria levado ao
sacrifício, representava CRISTO, Cordeiro de Deus, imaculado e incontaminado (I Pe
1:19).
b) UM MACHO DE UM ANO. Poderia ser um cordeiro ou um cabrito. O fato de ter um
ano era requerido, tendo em vista a sua inocência. Nesse aspecto, o cordeiro
representava Cristo, que foi entregue por nós, sendo totalmente inocente, quanto à
culpa pelos nossos pecados (Mt 27.4a).
c) GUARDADO ATÉ O 14º DIA. O cordeiro PASCAL deveria ser tomado no 10º dia do
mês de Abibe (abril) e guardado até o 14º dia, em observação pela família que o iria
sacrificar. JESUS, como Cordeiro de Deus, também foi examinado pelos que o
crucificaram, e nele não se achou falta alguma (Lc 23.4).
d) UM CORDEIRO PARA CADA CASA. O cordeiro da PÁSCOA deveria ser tomado para
cada casa. Isso nos indica que Cristo, nosso Cordeiro PASCAL, deve estar presente em
cada casa, para que, pelo sangue, tenhamos a proteção divina. Se a família fosse
pequena, poderia compartilhar do cordeiro com outra. Assim também, temos o prazer
de compartilhar CRISTO com outras pessoas.
e) A MORTE DO CORDEIRO. O cordeiro, com as características já mencionadas era
morto, em todas as casas, à tarde. O tempo em que o cordeiro era sacrificado, ocorria
entre as 15 e 17 horas (pôr-do-sol). JESUS CRISTO, nosso Cordeiro Pascal, foi morto
entre a hora nona (15 hs.horário judaico) e 17 horas (horário romano), e o pôr-do-sol
(Mt 27.45,46).
f) O SANGUE DO CORDEIRO. Não era desperdiçado. Tinha grande valor e significado
para os israelitas. O sangue deveria ser posto sobre ambas as ombreiras (partes
verticais da porta) e na verga (parte horizontal, sobre as ombreiras). Nessas partes o
sangue seria visto por todos. Não seria posto nas soleiras para não ser pisado. Por esse
sangue eles seriam salvos, quando da passagem do anjo exterminador na terra do Egito
(Ex 12:23). Da mesma forma, é pelo sangue de JESUS que somos salvos da ira de Deus
(Rm 5:9).
g) A CARNE ASSADA NO FOGO. Em todo o procedimento da celebração da PÁSCOA,
vemos um tipo de CRISTO. A carne assada no fogo representa o fogo da ira de Deus,
que JESUS suportou em nosso lugar, a ponto de ser abandonado na cruz (Mt 27:46).
h) COM PÃES ASMOS. Eram pães sem fermento. Seria um memorial, relembrando a
pressa com que eles sairiam do Egito. E isso ocorreu, de fato, pois, quando da partida,
o povo saiu antes que a massa levedasse ou fermentasse (Ex 12:34). Para nós,
cristãos, significa que, para nos apossarmos de CRISTO, precisamos despojar-nos do
fermento da hipocrisia, da malícia, da maldade, bem como dos pecados da velha vida (I
Cor 5:7).
i) COM ERVAS AMARGOSAS. Ao comer a PÁSCOA, esses ingredientes relembrariam
as amarguras sofridas no Egito. Para nós, significa o arrependimento dos pecados,
muitas vezes amargo para a natureza humana, mas indispensável para servir a
CRISTO. “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim,
renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” (Mateus 16:24).
A NOVA ALIANÇA
Na PÁSCOA, temos um memorial a ser observado pelos israelitas, tendo em
vista a sua libertação do Egito (Ex 12:14). Na Nova Aliança estabelecida por Jesus,
temos outro memorial a ser celebrado: a SANTA CEIA. JESUS como CORDEIRO de Deus
cumpriu todo o ritual da antiga aliança, com seus ritos e cerimoniais, inclusive a Páscoa
que consistia na morte de um cordeiro que deveria ser comido com pães asmos e ervas
amargas.
Ao cumprir todo o antigo concerto, Jesus estabeleceu um novo e eterno, firmado
no seu próprio sangue. “E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta
PÁSCOA, antes que padeça; Porque vos digo que não a comerei mais até que
ela se cumpra no reino de Deus. E, tomando o cálice, e havendo dado graças,
disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; Porque vos digo que já não beberei do
fruto da vide, até que venha o reino de Deus. E, tomando o pão, e havendo
dado graças, partiu-o, e deu-lhes, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é
dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois
da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é
derramado por vós” (Lc 22:15-20).
Na PÁSCOA judaica, o cordeiro, a vitima, estava ali, sobre a mesa. Era um
símbolo de CRISTO. Na SANTA CEIA (eucaristia) quem está presente é o próprio
CRISTO, o CORDEIRO de DEUS que tira os pecados do mundo. O símbolo foi substituído
pela realidade. CRISTO nossa PÁSCOA foi sacrificado por nós (I Cor 5:7b). O cordeiro
como animal, não precisa mais ser imolado, pois o CORDEIRO de DEUS - JESUS - já se
manifestou (I Jo 3:8). JESUS ordenou que o pão fosse comido em memória dEle (Lc
2:19), e não mais o cordeiro em memória da saída do Egito. JESUS tomou o cálice do
“fruto da vide” (vinho sem fermento) e disse que era o sangue do Novo Testamento, ou
seja, a Nova Aliança, para remissão dos pecados, e que ele deveria ser tomado em sua
memória (I Co 11:26).
Na SANTA CEIA, todos os cristãos em comunhão com Cristo devem ser participantes
desses dois emblemas: PÃO e VINHO. Devem por obediência ao Senhor comer o pão e
tomar o vinho, conforme Ele ordenou, pois por eles celebramos a nossa liberdade do
pecado, pela morte vicária que passou JESUS em nosso lugar, ao mesmo tempo em que
alimentamos a esperança de um dia participarmos com Ele, no reino de Deus (Lc
22:16). “Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não
comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis
vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a
vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne
verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (João
6:53-56).
CONCLUSÃO
O fato de Jesus ter morrido na Sexta-feira e ressuscitado no Domingo de PÁSCOA, não
foi coincidência. Tinha de ser assim para se cumprir tudo o que dele estava escrito “E
disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha
que se cumprissem tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e
nos Salmos” (Lc 24.44).
Coelhos e ovos de chocolate nada têm a ver com a verdadeira Páscoa. É uma
tradição que veio do paganismo e que, infelizmente foi abraçada pelos cristãos, onde o
comércio se aproveita desse engodo para obter lucro com a venda dos mesmos. É uma
tradição sem fundamentos, sem valor algum para os verdadeiros cristãos e que
desvirtua o verdadeiro significado da PÁSCOA. Veja como surgiu essa tradição pagã:
Os autênticos cristãos vêem na PÁSCOA, um significado redentor. As maiorias
das igrejas cristãs comemoram a nova Páscoa, não uma vez por ano, mas todos os
meses no rito da SANTA CEIA que consiste no “alimentar-se” do PÃO (corpo) e VINHO
(sangue), símbolos autênticos da Verdadeira PÁSCOA, conforme o mandamento do
Senhor à sua Igreja: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22:19).
"Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim
como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por
nós." (I Coríntios 5:7)
Fonte: http://crentefeliz.blogspot.com.br/2011/04/pascoa-sua-importancia-simbolose.html
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