978-85-8084-701-7 ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia http://www.cmouem.com.br Maringá PR Bristol Metrópole Hotel 05 a 07 de Outubro de 2016 busca Universidade Estadual de Maringá Centro de Ciências da Saúde Departamento de Odontologia Universidade Estadual de Maringá Centro de Ciências da Saúde Departamento de Odontologia Reitor Prof. Dr. Mauro Luciano Baesso Vice-Reitor Prof. Dr. Julio César Damasceno Centro de Ciências da Saúde Diretora: Profa. Dra. Terezinha Inez Estivalet Svidzinski Vice-Diretora: Profa. Dra. Sandra Marisa Pelloso Chefe do Departamento de Odontologia: Prof. Dr. André Gasparetto Chefe Adjunto do Departamento de Odontologia: Prof. Dr. Gustavo Jacobucci Farah Representante Titular do Departamento de Odontologia no Conselho Universitário: Prof. Dr. Carlos Alberto Herrero de Morais Representante Suplente do Departamento de Odontologia no Conselho Universitário: Prof. Dr. Newton Cesar Kamei Endereço DOD Av. Mandacaru, 1550. Bloco S08 87083-170 - Maringá - PR telefones: (44) 3011-9051 e 9052 Horário de atendimento: 8:00 às 11:20 e 13:30 às 17:30 e-mail: [email protected] Endereço (UEM) Av. Colombo, 5790 87020-900 – Câmpus Universitário – Maringá - PR Produção Editorial dos Anais: Carlos Alexandre Venancio [email protected] / 44 9117-9134 HOMENAGEADA Profa. Dra. Lilian Cristina Vessoni Iwaki Possui Graduação em Odontologia pela UNOESTE - Presidente Prudente (1992), Especialização em Radiologia Odontológica pela Universidade de São Paulo - FOB - USP - Bauru (1998), Mestrado em Odontologia - Diagnóstico Bucal pela Universidade de São Paulo - FOB - USP- Bauru (2000) e Doutorado em Radiologia Odontológica pela Universidade Estadual de Campinas - FOP Piracicaba (2004). Atualmente é professora associada da Universidade Estadual de Maringá - (UEM) (desde 1995). Atua como docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Odontologia Integrada (mestrado acadêmico e doutorado). É Coordenadora da Residência em Radiologia Odontológica e Imaginologia. Tem experiência na área de Odontologia, com ênfase em Radiologia Odontológica e Estomatologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Imaginologia, tomografia computadorizada de feixe cônico, ressonância magnética, densidade radiográfica, cistos e tumores do complexo-buco-maxilo-facial.Aproveitamos a oportunidade para agradecer toda sua colaboração para o sucesso do nosso congresso e também para prestigiar sua dedicação para com a Odontologia. Comissão Organizadora do XII CMO Centro Acadêmico de Odontologia / (UEM) COMISSÃO ORGANIZADORA DO XII CONCLAVE MARINGAENSE DE ODONTOLOGIA - CMO 2016 ISABELLA DANTAS LIMONTA PRESIDENTE LAIS ALBUQUERQUE MARENGONI VICE-PRESIDENTE GIULIANO PORTOLESE SVERSUTTI CESAR GABRIELA NUNES ZORZI MATEUS EUGÊNIO SIMÕES DE MORAES ANNA CAROLINA CENCI MATICK BIANCA MARTINS LACHIMIA DANIELE MENEGASSI PESTANA LUIZ EDUARDO DE SOUZA DIOGO HENRIQUE NAKAIE ISABELA REGINA GRILO SILVA GUILHERME SMAHA PROCIDONIO ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia Trabalhos busca ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia Resumos de Cirurgia Oral busca ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 6 CIRURGIA TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LESÃO EXTENSA EM MAXILA – RELATO DE CASO Victor Hugo Fazoli Guidini ([email protected]) (UEM) Gustavo Zanna Ferreira Willian Pecin Jacomacci Flávia Carneiro Tagliari Bisol Aline Lie Ishida Marcos Sérgio Endo O dente invaginado (dens in dente) se dá pela invaginação de superfícies dentárias limitadas pelo esmalte. Essas alterações são resultado da invaginação do órgão do esmalte na papila dentária começando pela coroa, antes da fase de calcificação, e podendo se estender até o ápice, conforme o grau em que a malformação ocorrer. Os dentes mais acometidos são incisivos laterais, tendo a prevalência sendo notada em arcos superiores. O fenômeno de desenvolvimento em questão, não sendo tratado precocemente e de forma adequada, pode resultar em cáries e necrose pulpar. Esse trabalho tem como objetivo realizar um relato de um dens in dente tipo II, em incisivo lateral superior, que foi tratado com intervenção associada de terapias cirúrgica e endodôntica. Paciente de 14 anos de idade, gênero feminino, compareceu a clínica odontológica com queixa de aumento no “céu da boca” observada há 2 anos. Ao exame clínico extrabucal notava-se discreta tumefação em região paranasal esquerda. Ao exame intra-bucal, notava-se o aumento de volume à palpação em região de fundo de vestíbulo dos dentes 22, 23 e 24 e de abaulamento palatino, adjacente ao dente 22. A marsupialização foi a conduta de escolha, vez que os apanhados clínicos, radiográficos e histopatológicos apontavam para um cisto perirradicular extenso. A tentativa de reduzir o tamanho da lesão tinha o intuito de reduzir injúrias causadas ao dente em questão, bem como as demais estruturas anatômicas envolvidas. Foi diagnosticada também necrose pulpar, sendo assim justificada a necessidade do componente endodôntico integrar parte da conduta terapêutica, deu-se sequência as etapas de abertura, instrumentação e obturação: visando conter a disseminação de infecção via canal. Após tendo passado um ano do procedimento de marsupialização realizou-se a fistulectomia e a completa enucleação da lesão. O acompanhamento foi realizado 6 meses após a enucleação da lesão, no qual se encontrou neoformação óssea local, significativo reparo perirradicular, ausência de recidiva da lesão e regressão da sintomatologia. Por fim, o trabalho teve como conclusão que o dens in dente tipo II relacionado a lesão radicular ampla requer uma integração entre a intervenção cirúrgica e endodôntica para que possa ser resolucionado de forma adequada e definitiva. Palavras-chave: Dens in Dente, Tratamento endodôntico, Cirurgia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 7 CIRURGIA HIPERDONTIA DE QUARTOS MOLARES E SEU DIAGNÓSTICO: RELATO DE CASO CLÍNICO. Andressa Gimenes Narezi ([email protected] ou [email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Carolina Ferrairo Danieletto Willian Pecin Jacomacci Gustavo Zanna Ferreira Liogi Iwaki Filho A hiperdontia é uma anomalia que se desenvolve nos maxilares uni ou bilateralmente, sendo caracterizada pelo maior aparecimento de dentes do que a quantidade presente na dentição considerada normal. Esses elementos dentários, além do comum, são denominados de dentes supranumerários. Apesar da origem desta anomalia não ser bem definida, acredita-se que ocorra devido à interferências no desenvolvimento dental e hereditariedade, podendo estes problemas estarem relacionados ao estágio de iniciação ou de lâmina dentária durante a odontogênese. Os dentes supranumerários são mais prevalentes na dentição permanente em relação à decídua e acometem com maior frequência a arcada superior, especificamente a pré-maxila (90%). A hiperdontia está mais presente em pacientes do gênero masculino e geralmente é unilateral. No entanto, supranumerários bilaterais podem ser encontrados e usualmente estão relacionados à presença de síndromes como Displasia Cleidocraniana, Síndrome de Gerdner e Fenda Palatina. Dentes supranumerários localizados na região ântero-superior, entre os incisivos centrais, denominados mesiodens são os mais comuns de ocorrerem. Em segundo lugar aparecem os quartos molares, nomeados de distomolares, e supranumerários posicionados em região palatina ou vestibular aos molares que são denominados de paramolares. Na maioria dos casos os dentes supranumerários estão retidos ou não irrompidos, e, portanto, o diagnóstico é realizado através de exames de imagem de rotina. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de uma paciente do gênero feminino, 20 anos de idade, que procurou a Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá para exodontia do dente 38, pois a mesma relatava dores recorrentes, acompanhadas de aumento de volume discreto e dificuldade de higienização. No exame físico intrabucal notamos a presença de opérculo na região distal e lingual do 38 e início de lesão cariosa na superfície oclusal, os quais somados à queixa principal da paciente definiram o diagnóstico de pericoronarite recorrente, cujo tratamento definitivo foi a extração do dente 38. A paciente não portava sinal clínico ou histórico de síndrome. Contudo, ao realizar radiografia panorâmica foi observada presença de paramolares superiores bilateralmente e um quarto molar inferior invertido, impactando e retendo o dente 48. Para complementar o diagnóstico foi realizada a tomografia computadorizada por feixe cônico, a qual permitiu investigar o posicionamento dos dentes e sua relação com as estruturas adjacentes. Definiu-se que o paramolar do primeiro quadrante estava na posição palatinizada, enquanto o paramolar presente do segundo quadrante estava em posição vestibularizada. No quarto quadrante foi observada a relação entre o supranumerário inferior invertido, o dente 48 e o canal mandibular. O plano de tratamento escolhido foi exodontia dos dentes supranumerários associada à extração dos dentes 18, 28, 38 e 48 sob anestesia local. A hiperdontia em pacientes não sindrômicos é rara, no entanto, quando não diagnosticada e não tratada devidamente pode gerar complicações como apinhamento dental, formação de diastemas, impactação de dentes permanentes, erupção ectópica e até mesmo desenvolvimento de patologias. Exames radiográficos são de grande importância para o diagnóstico de casos de dentes supranumerários, e tomografias computadorizadas essenciais no planejamento e tratamento a serem executados. Palavras-chave: Dente supranumerário, Tomografia computadorizada, Diagnóstico. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 8 CIRURGIA CONDROMATOSE SINOVIAL DE ATM COM ENVOLVIMENTO DE DISCO ARTICULAR: RELATO DE CASO. Andressa Bolognesi Bachesk ([email protected]) - (UEM) Liogi Iwaki Filho Lilian Cristina Vessoni Iwaki Elen de Souza Tolentino Amanda Lury Yamashita Pablo Cornelius Leite A condromatose sinovial (CS) é uma metaplasia cartilaginosa rara, benigna, caracterizada pelo desenvolvimento de nódulos de cartilagem no tecido sinovial de uma articulação. Normalmente afeta as grandes articulações como o joelho, quadril e cotovelo, sendo incomum na ATM. Sua prevalência se dá na segunda e terceira décadas de vida, porém, em casos de acometimento da ATM, é mais comum em mulheres na quarta e quinta décadas de vida. Apesar de sua patogênese ser desconhecida, ela pode ser classificada como primária (onde não há fatores etiológicos identificáveis) ou secundária, cuja etiologia parece ser um trauma ou doença articular inflamatória prévia. O diagnóstico é baseado em manifestações clínicas e exames complementares. Os principais sintomas incluem dor, inchaço, assimetria facial, crepitação e movimento mandibular dificultado, geralmente de longa duração e progressivos. Por não serem específicos para a doença, muitas vezes são erroneamente confundidos com disfunções da ATM. As radiografias convencionais, tomografia computadorizada e ressonância magnética representam as principais modalidades de diagnóstico e são importantes para distinguir esta lesão de outras condições da ATM. O tratamento é cirúrgico e a fase da doença deve orientar a terapia a ser utilizada, sendo a enucleação, sinovectomia e condilectomia os procedimentos mais utilizados. O objetivo deste trabalho é relatar um caso raro de CS em ATM, com envolvimento do disco articular, diagnosticada por meio de exames de ressonância magnética e cintilografia, e tratado cirurgicamente. A paciente de 58 anos de idade, procurou atendimento com queixa de dor espontânea moderada a grave em região pré-auricular direita há aproximadamente dois anos. Relatou estalidos e crepitação na ATM bilateralmente durante a mastigação, assim como apertamento involuntário. A radiografia panorâmica mostrou ligeiras alterações da anatomia côndilo, sendo solicitado um exame de ressonância magnética para melhor avaliação do caso. Este revelou o disco articular direito quase totalmente destruído, deslocado anteriormente, grande quantidade de líquido sinovial dentro da articulação e presença de corpos livres na superfície superior do côndilo e eminência articular. A cintilografia óssea também foi realizada e mostrou captação elevada na ATM direita. O diagnóstico presuntivo foi de CS. Foi realizada embolização prévia da artéria maxilar interna direita, e após três dias, a paciente foi submetida à cirurgia aberta sob anestesia geral. O disco articular e os nódulos cartilaginosos foram removidos, e em seguida, foi realizada a remodelação condilar, além de substituição do disco por um retalho pediculado do músculo e fáscia temporal. O exame histopatológico foi compatível com CS e após 12 meses de acompanhamento pós-operatório, a paciente encontra-se sem sinais de recorrência e com abertura bucal satisfatória. Palavras-chave: Articulação têmporo-mandibular; Condromatose sinovial; Tratamento ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 9 Cirurgia MICROMARSUPIALIZAÇÃO: UMA ALTERNATIVA MENOS INVASIVA E VIÁVEL Isabella Maria Zanutto ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Carolina Ferrairo Danieletto Willian Pecin Jacomacci Gustavo Zanna Ferreira Liogi Iwaki Filho A rânula é uma variante do fenômeno de extravasamento de muco que ocorre no assoalho bucal devido, principalmente, ao rompimento ou obstrução do ducto da glândula sublingual ou submandibular. O trauma na glândula/ducto sublingual é considerado um dos principais fatores causais, podendo ser acarretado por cirurgias prévias ou traumas menores ao soalho de boca. O termo “rânula” é derivado da palavra latina “rana” (significando rã), devido ao aspecto semelhante ao abdômen de uma rã. Alguns aspectos clínicos desta patologia são o aumento de volume em soalho bucal, geralmente localizado lateralmente à linha média, apresentando-se flutuante, séssil e com coloração levemente azulada devido ao conteúdo mucinoso em seu interior. Frequentemente é assintomática, porém devido à elevação da língua gerada pelo aumento de volume no soalho bucal, o paciente pode relatar desconforto na alimentação e fonação. As rânulas podem ser classificadas em intrabucal ou cervical (mergulhante), sendo a primeira a mais comum. O diagnóstico é baseado na história da doença atual e exame físico, associado a exames complementares de imagem. Os tratamentos de rânula intraoral mais frequentes incluem excisão da rânula, ressecção da glândula sublingual e submandibular, incisão e drenagem e a marsupialização. Ainda não há consenso quanto ao melhor tratamento para a rânula. No entanto, para reduzir riscos ao pacientes inerentes às técnicas cirúrgicas citadas acima, foi desenvolvido um procedimento minimamente invasivo que é a micromarsupialização. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de uma paciente do gênero feminino, leucoderma, 10 anos de idade. A mesma compareceu à clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá, acompanhada de sua mãe, a qual havia observado “uma bolha em baixo da língua” da filha a cerca de 5 dias. Na anamnese a paciente relatou incomodo ao mastigar e ao engolir, entretanto não relatou sintomatologia dolorosa. Ao exame físico extrabucal, não foi observado assimetria facial ou aumento de volume na região submandibular. No exame físico intraoral observou-se lesão localizada no soalho de boca, à direita da linha média, com aspecto azulado, e transluzente, medindo aproximadamente 2 cm em seu maior diâmetro, com consistência flutuante. Foi realizado o exame complementar radiográfico oclusal de mandíbula para excluir a possível presença de sialólito. Associando o histórico da paciente e os achados clínicos e radiográficos definimos o diagnóstico de rânula intrabucal. Como tratamento, foi empregada a técnica da micromarsupialização, devido aos aspectos clínicos da lesão (variante intrabucal, apresentar dimensões reduzidas) e o fator a ser considerado foi a idade da paciente. Após quatro dias do procedimento foi observada a regressão total da lesão, e no acompanhamento pós-operatório de três meses não foram notados sinais indicativos de recidiva, indicando o sucesso do tratamento. Palavras-chave: rânula, glândula sublingual, micromarsupialização. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 10 ORAL - CIRURGIA TRANSPLANTE DENTÁRIO AUTÓGENO EM PACIENTE COM INDICAÇÃO DE CIRURGIA ORTOGNÁTICA Maísa Pereira da Silva ([email protected]) - (UEM) Liogi Iwaki Filho Lilian Cristina Vessoni Iwaki Rodrigo Lorenzi Poluha Amanda Lury Yamashita O transplante dentário autógeno é um procedimento útil para recuperar a função oclusal por substituir dentes perdidos. Apesar de não ser de uso muito comum entre os cirurgiões dentistas ela tem sido como opção para caso de agenesias de pré molars ou outros dentes, perda dentária por trauma, cárie, problemas periodontais ou endodonticos. Entretanto muitos fatores podem estar relacionados a taxa de sucesso de um autotransplante como a condição do periodonto do dente doador, assim como o desenvolvimento da sua rizogenese, entre outros. A rizogênese, fator muito discutido na literatura, traz que a taxa de sucesso de um dente transplantado com desenvolvimento incompleto é de 96%, em comparação com dentes de ápices fechados, cerca de 15%. Quanto aos métodos de estabilização do dente, este pode ser através de fixação rigida ou através de suturas, já sendo esta suficiente para estabilidade do dente no novo alveolo. Assim o presente trabalho tem como objetivo apresentar um caso de transplante dentário autógeno de premolars, acompanhado de tratamento ortodontico e ortocirúrgico. Paciente do gênero feminino de 14 anos de idade, apresentava deformidade facial padrão III com indicação para cirurgia ortognática. No exame físico extrabucal, mostrava deficiência ântero-posterior de maxila e prognatismo mandibular. Na documentação ortodôntica, observou-se que apresentava retenção dos dentes 15 e 25 e agenesia do 35 e 45. Durante a elaboração do pano de tratamento orto-cirúrgico, foi definida a necessidade de extração de premolares superiores para permitir a descompensação ortodôntica dos incisivos superiores como parte do preparo pré-cirúrgico. Como a paciente apresentava agenesia dos segundos premolares inferiores, decidimos pelo transplante dentário, sendo que foi planejado o transplante do 15 para o local do 35 e do 25 para o local do 45, para se mantivesse a face vestibular das coroas dos dentes transplantados sempre para vestibular com a mesma disposição mesiodistal. Os transplantes foram realizados no mesmo tempo cirúrgico e não houve a necessidade de tratamento endodôntico pelo fato dos ápices estarem ainda abertos. Depois de 6 meses de controle, sem sinais de reabsorção por substituição ou inflamatória, a paciente foi liberada para iniciar a ortodontia pré-operatória para cirurgia ortognática. O preparo ortodôntico foi realizado de forma lenta, sendo sempre acompanhado radiograficamente a evolução do dentes transplantados. Aguardou-se ao final da maturação esquelética da paciente para que ela pudesse ser submetido à cirurgia ortognática. Este procedimento foi realizado sob anestesia geral em ambiente hospitalar com osteotomia Le Fort I para avanço da maxila e osteotomia sagital do ramo mandibular bilateralmente para redução da mandibula. A paciente evoluiu bem no pós-operatório e foi liberada para finalização da ortodontia, 2 meses após a cirurgia. O tratamento ortodontico foi finalizado em 1 ano e nos controles radiográficos é possível comprovar a viabilidade dos dentes transplantados, mesmo após serem submetidos a cargas importantes como o tratamento ortodontico e cirurgia ortognática. Palavras-chave: Autotransplante, Cirurgia Ortognática, agenesia dentária ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 11 Cirurgia MINIPLACA ASSOCIADA A CORTICOTOMIA PARA INTRUSÃO DE MOLARES SUPERIORES: RELATO DE CASO Lais de Paula Sumback Sivila Souza ([email protected]) - (UEM) Maurício Guimarães Araújo Jeniffer Perussolo Marcello Piacentini Amanda Lury Yamashita Paulo Nabarro A extrusão de molares superiores devido a perda do dente antagonista é capaz de criar interferências oclusais e distúrbios funcionais, além de dificultar a instalação de próteses e implantes. Como plano de tratamento, pode-se realizar: desgaste coronário dos dentes extruídos, reposicionamento cirúrgico por osteotomia segmentar e intrusão ortodôntica realizada com o auxílio de dispositivos de ancoragem. A intrusão dentária é um dos movimentos dentários mais difíceis de serem conseguidos pelo cirurgião-dentista, principalmente na região posterior, devido ao maior volume radicular dos molares e pré-molares. Para conseguir um movimento intrusivo sem os efeitos extrusivos dos dentes de ancoragem, pode-se utilizar a ancoragem esquelética. Este tipo de ancoragem permite movimentos dentários com uma mecânica menos complexa, eliminado os efeitos recíprocos indesejáveis e a cooperação do paciente, sendo assim mais previsível. Para se obter a ancoragem esquelética, utiliza-se mini-implantes ou miniplacas de titânio, inseridos na maxila ou mandíbula. E para acelerar o processo de intrusão, pode-se realizar a corticotomia alveolar, pois com a retirada da cortical óssea, o tecido responde aumentando sua taxa de metabolismo. Assim, este trabalho visa relatar o procedimento cirúrgico da instalação de uma miniplaca e um mini-implante associada à corticotomia, a fim de intruir molares superiores. Paciente do gênero masculino, 42 anos, sistemicamente saudável, compareceu à clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá com o objetivo de reabilitar área edêntula com próteses implanto-suportadas. No exame clínico, observou-se a ausência dos dentes 36, 37 e 38 e extrusão dos dentes 26, 27 e 28, levando a uma deficiência do espaço interoclusal. Por esse motivo, foi planejada a instalação de dois mini-implantes, sendo um por vestibular e um por palatino, para ancorar a intrusão ortodôntica. Ao decorrer do tratamento, o paciente foi orientado a extrair o dente 28. Durante a avaliação dos exames de imagem, observou-se que não tinha espaço suficiente entre as raízes dos dentes extruídos para a colocação do mini-implante na vestibular, optando-se assim pela utilização da miniplaca. Durante o procedimento cirúrgico de instalação da miniplaca, foi realizada a corticotomia e instalou-se, também, um mini-implante por palatina entre os molares. Após uma semana do ato cirúrgico, o paciente foi encaminhado ao ortodontista para o início da intrusão ortodôntica. O paciente foi orientado e passou por um processo de acompanhamento rigoroso de controle de placa. Dentro das limitações deste caso, pode-se concluir que a intrusão de dentes utilizando miniplaca e mini-implante associado à corticotomia é uma alternativa viável para tratar a extrusão de dentes posteriores, decorrente de perdas dentárias no arco antagonista, além de recuperar o espaço interoclusal necessário para posterior reabilitação com implantes e próteses. Palavras-chave: movimentação dentária, procedimentos de ancoragem ortodôntica, corticotomia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 12 CIRURGIA TRATAMENTO DE FRATURA DE SOALHO ORBITAL EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM AUXÍLIO DE VIDEOENDOCOPIO: RELATO DE CASO Eduardo Dallazen ([email protected]) Universidade Estadual de Londrina (UEL) Glaykon Alex Vitti Stabile João Paulo Bonardi Cecilia Luiz Pereira-Stabile Thiago Henrique Martins Eduardo Hochuli-Vieira A parede orbitária medial e o assoalho da órbita representam as regiões de maior ocorrência de fraturas orbitárias puras devido a sua fragilidade. Pacientes portadores de tais fraturas podem apresentar restrição dos movimentos oculares, enoftalmia e diplopia. Nestas fraturas, o tecido perimuscular, gordura e tecido conjuntivo podem ficar aprisionados, causando restrições nos movimentos oculares, isquemia tecidual e a possibilidade de fibrose muscular e secundária. Os acessos subciliar e transconjuntival tradicionalmente são utilizados para abordar fraturas em assoalho de orbita, porém, a visualização do aspecto posterior da fratura e a qualidade de sua reconstrução se torna difícil devido a angulação do assoalho orbital. A utilização de videoendoscopio através de uma abordagem transantral auxilia na visualização de defeitos orbitários e no reposicionamento do conteúdo herniado. O presente trabalho tem por objetivo relatar o caso de uma paciente pediátrica, sexo feminino, 12 anos de idade, vítima de acidente automobilístico que apresentava edema periorbitário e queixa de visão dupla. O exame físico inicial revelou diplopia binocular em campo visual primário, restrição nos movimentos oculares de supraversão e infraversão, enoftalmia e parestesia em região infraorbitária direita. A avaliação oftalmológica descartou lesão ocular. Por meio do exame clínico e tomográfico o diagnóstico foi de fratura de soalho de órbita direita do tipo blowout com encarceramento de conteúdo orbitário. Como tratamento foi proposto procedimento cirúrgico para redução do conteúdo orbitário herniado para o seio maxilar e reconstrução do soalho orbitário. O procedimento foi realizado no dia seguinte a internação sob anestesia geral e intubação orotraqueal. Inicialmente o teste de ducção forçada comprovou a limitação nos movimentos oculares. Um acesso intrabucal para o seio maxilar possibilitou a inserção de uma ótica de 1.9mm bem como do instrumento de trabalho. Por meio deste tentou-se reduzir o conteúdo herniado. Foi tentado a mobilização do fragmento com redução do conteúdo herniado, porém sem sucesso, sendo necessário realizar clivagem do soalho orbitário para reposicionar o conteúdo orbital. Na sequência, através de um acesso transconjuntival reduzido, sem cantotomia, suficiente para a passagem do implante foi instalada um pequeno fragmento de malha de titânio de 0,1mm de espessura. Durante este processo, dentro do seio maxilar, foi insuflada, com soro fisiológico, uma sonda Foley nº12, com o intuito de impedir que o conteúdo orbitário voltasse a herniar para o seio maxilar enquanto era realizado o ajuste da malha de titânio. Após acomodar a malha no assoalho de órbita, o posicionamento da mesma e a ausência de encarceramento do tecido orbitário foi conferido com o videoendoscopio. Por fim, novo teste de ducção forçada foi realizado e pode-se constatar a remoção das restrições mecânicas e movimentação ocular normal. Neste caso a utilização do equipamento de vídeo possibilitou o tratamento por meio de um acesso cirúrgico diminuto a orbita em um trauma recente, em vigência de edema importante, com mínimo descolamento e com a possibilidade de verificação de que os objetivos do tratamento foram cumpridos ainda no momento transoperatório. Palavras-chave: Endoscopia, Fraturas Orbitárias, Pediatria ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 13 CIRURGIA ANGINA DE LUDWIG EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE – RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA Vinicius Eduardo de Oliveira Verginio ([email protected]) - (UEM) Angelo José Pavan Edevaldo Tadeu Camarini Andressa Bolognesi Bachesk João Matheus Scherbaum Eidt Marcello Piacentini A Angina de Ludwig é uma enfermidade de natureza infecciosa que atinge principalmente a região do soalho de boca, possuindo origem predominantemente em abscessos de segundo e terceiro molares inferiores. Pode ter outras causas, tais como traumas, extração dental, ou infecção por microorganismos oportunistas em pacientes com comprometimento sistêmico, decorrente de doenças, como AIDS, alcoolismo, glomerulonefrite, desnutrição, diabetes mellitus, uso de anti-inflamatórios hormonais ou imunossupressores, entre outras. Essa patologia se configura como uma das mais graves formas de infecções da região cervicofacial. Na literatura existem casos descritos de pacientes acometidos com angina de Ludwig desde os 12 anos até aos 84 anos de vida, porém, a maior parte dos casos encontra-se na faixa etária entre 20 e 60 anos, com a predisposição para o sexo masculino. A sintomatologia típica inclui dor, aumento de volume em região cervical, disfagia, odinofagia, trismo, edema do assoalho bucal, protrusão lingual, febre, linfadenopatia e calafrios. Exames complementares como radiografia panorâmica e tomografia computadorizada cone beam são métodos utilizados para determinar a severidade da infecção. Sua ocorrência é considerada rara, porém, apresenta elevado índice de mortalidade devido ao risco de obstrução das vias aéreas superiores, edema de glote e mediastinite. Devido à angina de Ludwig ser geralmente de origem odontogênica, os resultados de culturas obtidas a partir da drenagem cirúrgica apresentam na maioria das vezes microorganismos da microbiota bucal mista ou estreptococos. A patologia, portanto, exige tratamento adequado e específico, e consistem em manutenção das vias aéreas, incisão e drenagem, antibioticoterapia prolongada e eliminação do foco infeccioso original. Se não tratada, ou quando o tratamento é retardado, pode provocar a disseminação da infecção, levando a complicações possivelmente fatais. Este trabalho possui como objetivo relatar um caso clínico de um paciente acometido por Angina de Ludwig, bem como fazer uma revisão de literatura a cerca desta condição. A paciente, gênero feminino, 22 anos de idade, procurou atendimento hospitalar com queixa de dor, inchaço, febre, dificuldade respiratória e mal estar. Referiu ser sistemicamente saudável, e ter realizado cirurgia prévia de exodontia do dente 38. Fez uso de amoxicilina após 3 dias do procedimento, porém, acabou evoluindo para este quadro mais greve. Além disso, relatou realizar automedicação recorrente com antibióticos para o tratamento de infecções urinárias. Ao exame clínico e imaginológico chegou-se ao diagnóstico de Angina de Ludwig. Foi realizada drenagem, sob anestesia geral, e colocação de dreno submandibular e sublingual bilateralmente, submentoniano, e intra oral, além de antibioticoterapia com ceftriaxona e clindamicina no pré-operatório, e vancomicina e clindamicina no pós. Paciente evoluiu satisfatoriamente, recebendo alta hospitalar. Por se tratar de uma paciente jovem, que não apresentava comorbidades que justificassem o desenvolvimento de um quadro agravado da doença, a utilização de antibióticos recorrentemente sem prescrição foi considerada como um fator contributivo para a seleção de bactérias resistentes, que puderam levar ao desenvolvimento de um abscesso pós-exodôntico. Descritores: Angina de Ludwig. Abscesso. Resistência bacteriana ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 14 Cirurgia - Pesquisa EXODONTIA DE TERCEIROS MOLARES COM AÇÃO SEDATIVA DE VALERIANA E MIDAZOLAM Lafayette Dolphine Grenier - [email protected] Departamento de Odontologia, (UEM) Gustavo Jacobucci Farah Caroline Resquetti Luppi Lorena Borgognoni Aquaroni Willian Pecin Jacomacci A ansiedade é um dos componentes do estresse presente em pacientes no consultório odontológico e é marcada por sensações corporais desagradáveis como o aumento da PA e FC, podendo seu controle ser realizado através de sedação consciente, para o qual os benzodiazepínicos são a primeira droga de escolha na prática odontológica, podendo apresentar alguns efeitos colaterais em vários pacientes. O objetivo do presente estudo é avaliar a eficácia de Valeriana officinalis L., devido a este medicamento fitoterápico ser o de maior destaque na sedação, para o controle da ansiedade durante exodontia de terceiros molares mandibulares em pacientes ansiosos e compará-la ao Midazolam, o benzodiazepínico mais comumente empregado na Odontologia e sendo este o padrão ouro. O estudo foi randomizado, duplo-cego, boca dividida e cruzado, incluindo pacientes com terceiros molares inferiores bilaterais assintomáticos indicados para realização de ostectomia e odontossecção, em posições cirúrgicas similares, ASA I e ASA II e 16 anos ou mais, . Os pacientes receberam, por via oral, 45 minutos antes do procedimento cirúrgico, 100 mg de Valeriana ou 15 mg de Midazolam. O nível da ansiedade foi avaliado por parâmetros fisiológicos (pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e saturação de oxigênio) em momentos específicos durante a cirurgia e previamente ao procedimento com a escala de Ansiedad de Corah (1969), 4 perguntas com 5 alternativas de resposta. Foram realizados os testes de Wilcoxon e T pareado, com nível de significância de p<0,05. A amostra foi composta de 20 pacientes com idade média de 23,7 anos, onde se observou que os pacientes tratados com Midazolam apresentavam-se mais calmos e relaxados durante a cirurgia. As variáveis pressão arterial sistólica (p=0,0021), pressão arterial diastólica (p=0,0119) e frequência cardíaca (p=0,0007) apresentaram resultados estatisticamente significantes com valores menores para o Midazolam, ao passo que a variável saturação de oxigênio não apresentou diferença estatisticamente significante (p=0,3507). O Midazolam se mostrou mais eficaz que a Valeriana para o controle da ansiedade de pacientes adultos submetidos à exodontia de terceiros molares mandibulares. Entretanto, baseado nos presentes achados e no controle dos parametros avaliados, podemos sugerir o emprego de Valeriana como uma alternativa no controle da ansiedade, corroborando com os achados da literatura. Palavras-chave: Terceiros Molares, Sedação, Valeriana. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 15 CIRURGIA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SOFT WARES DE CONVERSÃO DO FORMATO DICOM PARA STL DE MODELOS DE GESSO DAS ARCADAS DENTÁRIAS UTILIZADOS NO PLANEJAMENTO VIRTUAL DE CIRURGIAS ORTOGNÁTICAS Bárbara Aline Gerke, [email protected] (UEM) Liogi Iwaki Filho Amanda Lury Yamashita Renata Hernandes Tonin Mariliani Chicarelli da Silva Lilian Cristina Vessoni Iwaki O planejamento cirúrgico virtual (PCV ) utiliza imagens do modelo de gesso de paciente submetido à cirurgia ortognática por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico. Estas imagens são salvas em formato DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine). Sendo necessário converter para o formato STL (Standard Tessellation Language), a fim de criar um modelo de prototipagem rápida, que é a obtenção do modelo físico a partir do modelo virtual para o PCV adequado. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade de três softwares de conversão de DICOM para STL: 3DSlicer, InVesalius e ImageVis3D segundo a norma NBR ISO/IEC 9126-1 da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Foram selecionados seis avaliadores, sendo três alunos do 5º Ano da graduação de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá e três alunos da pós-graduação de Odontologia da mesma universidade, que responderam um questionário no qual havia seis características básicas (funcionalidade, confiabilidade, usabilidade, eficiência, manutenibilidade e portabilidade) e subcaracterísticas que foram verificadas nos softwares, para que estes sejam considerados softwares de qualidade. As características dos softwares foram mensuradas quantitativamente e mapeadas em uma escala dividida em escores correspondentes aos graus de satisfação do usuário (1- Insatisfatório, 2- Razoável, 3- Satisfatório, 4- Excelente). De acordo com resultados deste estudo, o software 3DSlicer, ao mesmo tempo, que é indicado pelos avaliadores como o software mais difícil de ser manipulado, também é o que tem o menor escore de acurácia nos resultados. Isso não quer dizer que o software não possua ferramentas, sendo que este possui a maior nota em relação a adequação. Os softwares InVesalius e ImageVis3D apresentaram um escore satisfatório na maioria das subcaracterísticas de usabilidade e funcionalidade. Isso, se deve ao fato destes softwares possuírem menos ferramentas. Além disso, o InVesalius é um software que está disponível em português, o que facilita o seu manuseio. Assim, pode-se concluir que todos os softwares foram considerados razoáveis quanto a sua qualidade, sendo que software 3DSlicer foi o mais completo, possuindo diversas ferramentas, o que pode prejudicar o seu manuseio. Por isso, os softwares InVesalius, ImageVis3D e principalmente o 3DSlicer necessitam de um treinamento adequado para que a sua manipulação seja a mais precisa possível e que todas as suas ferramentas sejam conhecidas pelo profissional que for utilizá-las. Palavras-chave: tomografia computadorizada de feixe cônico, cirurgia ortognática, software ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 16 Cirurgia FOTOBIOMODULAÇÃO APLICADA A PARALISIA FACIAL APÓS CIRURGIA DE BICHECTOMIA Dayla Thyeme Higashi ([email protected]) (UEM) Raquel Sano Suga Terada Cecilia Pereira Stabile Marcio Gramma Hoeppner Renan Bordini Cardoso Edson Laureto A cirurgia de bichectomia consiste na remoção parcial da bola de Bichat, um corpo adiposo localizado na bochecha, com o intuito estético/funcional. O conhecimento da técnica e das estruturas anatômicas envolvidas no processo cirúrgico são fundamentais para o sucesso clínico. Riscos e complicações podem ocorrer visto que artérias e nervos importantes permeiam a região a se intervir. A lesão ao nervo facial pode levar a paralisia regional da face, transitória ou permanente. A irradiação de tecidos vivos por fótons de lasers de baixa potência ou doidos emissores de luz tem o objetivo de promover efeitos de fotobiomodulação tecidual. Estudos demonstraram que a irradiação por ondas eletromagnéticas pode auxiliar na reparação nervosa após danos. O objetivo deste trabalho é relatar a evolução de um caso clínico de paralisia facial, após cirurgia de bichectomia, com o uso de um protocolo de LEDterapia. Paciente AF, 23 anos de idade, se submeteu a remoção cirúrgica parcial da bola de Bichat. Segundo relato da paciente, o lado direito de seu rosto apresentou um grande inchaço e permaneceu imóvel após a intervenção. O mesmo não ocorreu no lado esquerdo. Logo que constatado a intercorrência o medicamento ETNA® foi indicado para tratamento da paralisia. Passaram-se dois meses após a intervenção cirúrgica sem avanços significativos em relação a recuperação nervosa. A aplicação da fotobiomodulação se iniciou como uma tentativa em se alcançar ganhos evolutivos ao quadro clínico. Através da análise de estudos clínicos que utilizaram fotobiomodulação com Laser de baixa potência, estabelecemos um protocolo de irradiação. O equipamento utilizado foi uma máscara de LEDs com comprimento de onda vermelho (670nm) e infravermelho (940nm), ambos apresentavam potência de 3,3 a 3,4 mW. A frequência de aplicação ideal indicada foi de três vezes semanais. Uma melhora significativa começou a ser notada logo na segunda semana de aplicação da LEDterapia. Observamos uma evolução muito favorável após três meses de aplicação, com retorno quase completo da atividade motora do ramo bucal do nervo facial. Concluímos que a fotobiomodulação pode ser um estimulador nervoso importante, quando aplicado nos parâmetros adequados, porém estudos clínicos são necessários para comprovar a ação da LEDterapia. Palavras-chave: Fototerapia; Procedimentos Cirúrgicos Bucais; Paralisia Facial. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 17 CIRURGIA TRATAMENTO DE DISPLASIA EPITELIAL SEVERA ATRAVÉS DA TÉCNICA DA VERMELHONECTOMIA Felipe Corrêa Michellon ( [email protected]) - (UEM) Gustavo Zanna Ferreira Liogi Iwaki Filho Lilian Cristina Vessoni Iwaki Carolina Ferrairo Danieletto Elen de Souza Tolentino O termo “Displasia”, que vem do grego e significa “má forma” ou “modelo ruim” tem sido usado para descrever distúrbios de desenvolvimento, como a displasia ectodérmica e displasia fibrosa ou ruptura epitelial. Sendo assim, a Displasia Epitelial da mucosa oral é uma mudança morfológica que reflete uma série de modificações histológicas normais e se correlaciona com a sua capacidade de malignização do epitélio escamoso. A queilite actínica é um distúrbio potencialmente maligno, que tem o vermelhão do lábio inferior como a área mais afetada. Sua principal etiologia é a radiação ultravioleta. A ocorrência se dá principalmente em pacientes de meia idade, de pele clara com uma tendência a apresentar queimadura solar com facilidade frente à exposição solar, e possui uma maior predileção pelo gênero masculino. São classificadas histologicamente em seis grupos: Hiperceratose com ausência de displasia epitelial; Displasia epitelial leve; Displasia epitelial moderada; displasia epitelial severa, carcinoma in situ e carcinoma invasivo. Para uma terapêutica adequada e eficaz é imprescindível o estudo de todos os aspectos clínicos e histopatológicos. A remoção completa da lesão exige ser um tratamento mais agressivo, seja por excisão cirúrgica, eletrocauterização, criocirurgia ou ablação por laser. E medidas conservadoras são adotadas para casos menos graves, nos quais o paciente é orientado a utilizar hidratante labial, protetor labial, além de evitar a exposição solar excessiva. O objetivo deste trabalho consiste em levantar dados literários sobre a Vermelhonectomia como opção de tratamento cirúrgico em casos de displasia epitelial severa e ilustrar com a apresentação de um caso clínico de um paciente do gênero masculino, 53 anos, lavrador, com frequente exposição solar, tabagista (3 maços/dia, fuma desde os 12 anos de idade), etilista (ingestão diária de bebida alcoólica e sem relato de alterações sistêmicas), que compareceu à Clínica Odontológica da (UEM) , apresentando lesão branca em lábio inferior com tempo de evolução crescente e progressivo de aproximadamente 1 ano, porém assintomática. Foi realizada biopsia incisional com diagnóstico definitivo de Queilite Actínica com Displasia Epitelial Severa. Dentro de um mês foi realizada a Vermelhonectomia e o novo exame histológico confirmou o diagnóstico. Obteve-se resultado satisfatório e o paciente encontra-se em proservação sem sinais de recidivas e bom aspecto estético e funcional. Palavras-chave: queilite, vermelhonectomia, displasia epitelial. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 18 CIRURGIA DIFERENTES ABORDAGENS CIRÚRGICAS PARA TRATAMENTO DO TUMOR ODONTOGÊNICO QUERATOCÍSTICO: REVISÃO DE LITERATURA Denise da Rosa Furtado (denise_ [email protected]) Universidade Estadual de Londrina Orientador: Ligia Pozzobon Martins Co-autores: Bruna Barcelos Ferreira Caroline Ballardin Fabio Augusto Ito O queratocisto odontogênico é uma lesão derivada do órgão do esmalte ou da lâmina dental, correspondendo a aproximadamente 11% de todos os cistos odontogênicos. Caracteriza-se como sendo intraóssea e benigna, de comportamento localmente invasivo-destrutivo, com grande tendência à recidiva. Sua prevalência é maior na 2ª e 3ª décadas de vida, com predileção pelo gênero masculino. Geralmente acomete região posterior de mandíbula, assintomático, descoberto em exame radiográfico de rotina. Em alguns casos pode ser observada tumefação, drenagem ou dor associada. Seu aspecto radiográfico caracteriza-se como sendo uma lesão radiolúcida circular ou ovóide, bem delimitada por halo radiopaco, com margens definidas. Pode apresentar aspecto multilocular, associada à coroa de um elemento dental. Dentre os diagnósticos diferenciais, temos: cisto dentígero, ameloblastoma, cisto odontogênico calcificante, tumor odontogênico adenomatóide e fibroma ameloblástico. Sendo assim, é de fundamental importância a realização do exame histopatológico para o estabelecimento do diagnóstico final. O objetivo do tratamento desta lesão é sua erradicação, minimizando a morbidade e as chances de recidiva. A ressecção cirúrgica oferece alto índice de resolubilidade, no entanto, é reservada apenas para lesões agressivas ou recorrentes ou nos casos em que há dificuldade de acompanhamento do paciente. A marsupialização e a descompressão resultam numa diminuição do volume cístico e menor chance de lesões a estruturas importantes (como o nervo alveolar inferior). Permitem também uma biópsia incisional, facilitando a subsequente remoção completa. Contudo, ambas as técnicas exigem um tratamento mais longo, múltiplos procedimentos e a cooperação do paciente. O tratamento através da enucleação permite menos abordagens, se comparada à marsupialização e descompressão, necessitando apenas de acompanhamento periódico através de exames de imagem. Estas modalidades de tratamento de maneira menos agressiva podem apresentar altas taxas de recidiva, por isso, sempre há necessidade de acompanhamento periódico do paciente. Alguns autores sugerem o uso de solução de Carnoy, crioterapia ou a realização de osteotomia periférica com o intuito de diminuir a possibilidade de recidiva, mas a eficácia destes métodos coadjuvantes ainda é questionável. O objetivo desse trabalho é apresentar uma revisão de literatura sobre o tumor odontogênico queratocístico, abordando achados clínicos, radiográficos e histológicos e discutir principalmente as modalidades de tratamento que podem ser instituídas, dependendo da extensão da lesão. Descritores: Diagnóstico Diferencial; Queratocisto; Leões intra-ósseas ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 19 ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia Painéis de Cirurgia Oral busca ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 20 CIRURGIA TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LESÃO POTENCIALMENTE MALIGNA: RELATO DE CASO Gissela de Souza Biguetti ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá. Liogi Iwaki Filho Gustavo Zanna Ferreira Carolina Ferrairo Danieletto Willian Pecin Jacomacci Andressa Bolognesi Bachesk A cirurgia conhecida por vermelhonectomia consiste na excisão do vermelhão do lábio em que a espessura do epitélio é ressecada parcial ou totalmente. Devido à sua eficácia e relativa facilidade para execução, é indicada como o tratamento eletivo para desordens potencialmente malignas em lábio. Além disso, a peça oriunda da remoção cirúrgica segue para exame histopatológico, permitindo a observação das bordas da amostra, bem como a confirmação ou exclusão de malignidade invasiva. As possíveis sequelas e/ou complicações causadas pela vermelhonectomia incluem a formação de cicatriz, perda de contorno natural do lábio, necrose dos retalhos, hematomas, parestesias, redução de abertura bucal, dor, prurido e dificuldades mastigatórias e na fala. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente que foi encaminhado para o Projeto LEBU na Universidade Estadual de Maringá, do gênero masculino, 55 anos, fumante, agricultor, queixando-se de uma placa branca em lábio inferior, notada há 1 ano, com evolução e crescimento progressivo, porém assintomática. As hipóteses clínicas foram de hiperqueratose, leucoplasia e carcinoma de células escamosas. Procedeu-se com biópsias incisionais da lesão, realizadas em duas regiões do lábio, e envio para o exame histopatológico, que revelou displasia epitelial severa, compatível clinicamente com leucoplasia. Esta patologia é a lesão cancerizável mais frequente da cavidade bucal, desenvolvendo-se em qualquer região; no entanto, a mucosa jugal, o lábio inferior e a língua têm sido as áreas mais afetadas. A etiologia está relacionada, em muitos casos, a hábitos como tabagismo, e sua ocorrência se dá principalmente em pacientes de meia idade, do sexo masculino. O tratamento da leucoplasia pode variar desde medidas mais conservadoras, como o abandono do fumo, a remoção completa, através de excisão cirúrgica, eletrocautério ou ablação a laser. Dentro desse grupo, encontra-se a cirurgia de vermelhonectomia, que é indicada para casos mais avançados. Sendo assim, no presente caso de leucoplasia com grau de atipia severa, a vermelhonectomia foi indicada, por ser uma possibilidade terapêutica para estes casos; incluindo ainda, a instrução ao paciente a cessar o hábito do fumo. Um rigoroso acompanhamento foi adotado e em pós-operatório de 3 anos não foram encontradas sinais de complicações ou recidiva da lesão. Palavras-chave: Leucoplasia, Lábio, Tratamento. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 21 CIRURGIA O USO DO TOCOFEROL E PENTOXIFILINA NA PROFILAXIA DA OSTEORRADIONECROSE: REVISÃO DE LITERATURA Amanda Fatobene Oliveira Cellini ([email protected]) Centro Universitário de Maringá - UniCesumar Carolina Ferrairo Danieletto Juliana de Araújo Campos Gustavo Zanna Ferreira O número de mortes decorrente de neoplasia maligna na boca, computado pelo INCA em 2013, é de 5.401 mortes, sendo previstos 15.490 novos casos de câncer na cavidade oral, em 2016. O tratamento destas geralmente consiste em uma associação de terapias, sendo a radioterapia frequentemente utilizada com procedimentos cirúrgicos e quimioterápicos, no intuito de destruir as células malignas. No entanto, além dos benefícios desta terapia, células não neoplásicas adjacentes aos tumores são também irradiadas, tal fato pode gerar reações reversíveis ou irreversíveis nas mucosas, glândulas salivares, nos dentes e no tecido ósseo. Uma das complicações tardias mais severas é a osteorradionecrose (ORN), mais comumente definida como uma área de osso exposto, desvitalizado, previamente irradiada e que não consegue cicatrizar durante um período de 3 a 6 meses, na ausência de doença neoplásica local. A literatura relata diversas modalidades de tratamento para a ORN, variando de formas mais conservadoras como irrigações com solução salina, até métodos mais invasivos, através de debridamentos, sequestrectomias e ressecções. Sendo que, terapias adjuvantes como antibioticoterapia, oxigenação hiperbárica e uso da associação de Pentoxifilina e Tocoferol (PENTO), podem ou não ser associadas. Contudo, a cura da ORN ainda se apresenta como um desafio, sendo a prevenção a melhor opção. Até o momento, além de uma higiene oral rigorosa não há um consenso em como reduzir os riscos de desenvolvimento de ORN. O protocolo PENTO associado a diversos tratamentos da ORN apresentou resultados satisfatórios no manejo da fibrose induzida pela radiação, como consequência, este protocolo tem sido introduzido como profilaxia para reduzir os riscos de ORN após extrações dentárias neste grupo de pacientes. Portanto, o objetivo desta revisão de literatura foi investigar a utilização do protocolo PENTO (Pentoxifilina + Tocoferol) na profilaxia da osteorradionecrose em pacientes que foram irradiados em região de cabeça e pescoço e que serão submetidos a procedimentos cirúrgicos, além de atualizar cirurgiões dentistas quanto aos cuidados pré-operatórios mais adequados. Através dos resultados desta busca, pudemos concluir que a Pentoxifilina reduz a viscosidade sanguínea, levando ao aumento da oxigenação tecidual e à inibição da fibrose e da necrose e, o Tocoferol, atua como antioxidante, protegendo principalmente as membranas celulares contra a ação de radicais livres. Entretanto, o uso dos medicamentos de maneira isolada não demonstrou efeito no tratamento da ORN, apenas associados foi comprovado efeito sinergético positivo na diminuição da inflamação e da fibrose causadas pelo tratamento com a radiação, bem como eficácia na terapia de formas mais simples de ORN. Os achados são relevantes, porém novos estudos devem ser conduzidos para melhor avaliação dos efeitos deste protocolo na profilaxia da ORN. Palavras-chave: Tocoferol, Pentoxifilina, Osteorradionecrose. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 22 CIRURGIA ANTIBIÓTICOS EM EXODONTIAS DE TERCEIROS MOLARES: QUAL A REAL NECESSIDADE DE PRESCREVÊ-LOS? Rafael da Silva Almeida ([email protected]) Centro Universitário de Maringá - UniCesumar Carolina Ferrairo Danieletto Gustavo Zanna Ferreira O conhecimento sobre a prescrição dos medicamentos classificados como antibióticos é de relevante importância para o cirurgião-dentista. Pesquisadores têm discutido sobre o uso desses medicamentos para a prevenção de doenças pós-cirúrgicas nos casos de exodontias de terceiros molares, e até que ponto a utilização dessa droga gera benefícios que ultrapassam os riscos para o paciente. Há muitos estudos que defendem a aplicação de bochechos com solução antisséptica de uso tópico para prevenir infecções posteriores ao ato cirúrgico, sendo a solução de clorexidina 0,12% a mais utilizada. Sabendo que em virtude da multiplicação dos eventos de resistência bacteriana por uso indiscriminado desses medicamentos e seus efeitos adversos, os antimicrobianos são dispensados somente diante prescrição devidamente preenchida e assinada, além disso, é necessário apresentar o receituário em duas vias, sendo uma delas retida pelo farmacêutico. O presente trabalho tem objetivo de revisar a literatura quanto a real necessidade da prescrição de antibióticos profiláticos ou pós-operatórios em casos de exodontias de terceiros molares, e considerar os efeitos que a administração ou não, destes medicamentos, possam causar aos pacientes. Foram utilizadas nesta revisão pesquisas cientificas encontradas na base de dados PubMed, sendo elas publicadas entre os anos de 2011 a 2016. Os terceiros molares nomeados comumente como “dentes do juízo”, são extraídos com frequência por cirurgiões dentistas, tendo como complicações pós-operatórias mais comuns, as inflamações e infecções do alvéolo dentário, trismo e dor. Estas podem ser advindas da bacteremia gerada desde o momento da incisão ou do trauma do próprio procedimento cirúrgico realizado. Alguns estudos sugerem que a decisão de uma antibioticoprofilaxia ou antibioticoterapia deve ser tomada conforme a posição do dente que será extraído, assim como a quantidade de osso que o recobre, se o paciente apresenta algum tipo de alteração sistêmica grave, a presença ou não de patologias associadas considerando o tempo cirúrgico. Acham-se evidências de que o emprego de bochecho com clorexidina 0,12% durante um minuto, em instantes precedentes a exodontia, reduz significativamente o grau da patogenia bacteriana que atinge o sistema circulatório durante o período trans-operatório. É importante saber, então, em quais circunstâncias os cirurgiões dentistas devem prescrever os antimicrobianos a seus pacientes, com propósito de minimizar a resistência bacteriana e efeitos adversos gerados pelo uso indevido da medicação em questão. Conclui-se, portanto, que o uso de antibióticos é indicado apenas em casos específicos, a profilaxia antibiótica está indicada para pacientes com risco de desenvolver endocardite bacteriana, com deficiência de higienização oral, imunodeprimidos, procedimentos cirúrgicos com tempo prolongado, e com presença de pericoronarite recorrente. A antibioticoterapia tem indicação de acordo com a duração do ato cirúrgico, histórico de pericoronarite recorrente e presença de infecção. E é contraindicado o uso rotineiro dos antimicrobianos, pois em pacientes sistemicamente saudáveis não apesentam benefícios em relação a infecções bacterianas pós-cirúrgicas. Palavras-chave: ANTIMICROBIANOS, EXTRAÇÃO DENTÁRIA, TERCEIROS MOLARES. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 23 CIRURGIA ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DAS FRATURAS DO COMPLEXO ZIGOMÁTICO MAXILAR NOS PACIENTES ATENDIDOS EM MARINGÁ ENTRE 2012 E 2015 Marília Camargo Amoroso ([email protected]) Centro Universitário de Maringá-Unicesumar Gustavo Zanna Ferreira Liogi Iwaki Filho Gustavo Jacobucci Farah Ângelo José Pavan Edevaldo Tadeu Camarini O trauma facial trata-se de qualquer ferimento físico localizado na face, podendo afetar, pele, gordura, músculos, nervos e ossos da mesma região. O complexo zigomaticomaxilar (CZM) é a segunda estrutura do esqueleto facial mais acometida nos traumatismos faciais, perdendo apenas para os ossos nasais. Pacientes que sofreram fraturas do CZM geralmente apresentam sinais clínicos como equimose periorbitária e edema periorbitário, e na maioria dos casos sintomas como parestesia do nervo infra-orbitário são relatados pelos pacientes. O CZM relaciona-se com diversos ossos, cavidades e tecidos da face, em decorrência disso, este tipo de trauma podem ocasionar diversas sequelas e/ou complicações. Dentre estas estão, a parestesia do nervo infra-orbitário, assimetria facial devido perda de projeção do osso zigomático e alterações oculares como ectrópio, enoftalmo, diplopia, hemorragia retrobulbar, síndrome do ápice orbital e síndrome da fissura orbital superior. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a incidência e prevalência das fraturas do complexo zigomático maxilar na população de Maringá e Sarandi. A avaliação foi retrospectiva observacional descritiva, realizada através da coleta dos dados presentes nos prontuários dos pacientes atendidos pelo serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial da Universidade Estadual de Maringá, nos períodos de vigência 2012-2015. O presente estudo foi submetido ao comitê de ética em seres humanos da UniCesumar. Os critérios de inclusão para o estudo foram pacientes apresentarem fratura do complexo zigomático maxilar, além do prontuário estar devidamente preenchidos apresentando as características clínicas e tratamentos realizados. As variáveis coletadas foram gênero, idade, etnia, hospital de atendimento, etiologia, sinais e sintomas, traumatismos associados, higidez da dentição e tratamento realizado. Foram avaliados 1368 prontuários e destes 471 pacientes apresentavam fratura do complexo zigomático maxilar, sendo 394 homens e 77 mulheres. O hospital com maior demanda de atendimentos foi o Hospital Universitário Regional de Maringá seguido pelo Hospital Metropolitano de Sarandi. Os acidentes automobilísticos (Homens:60 e Mulheres:17) seguido pelos acidentes motociclísticos (Homens:74 e Mulheres:10) e agressões físicas (Homens:83 e Mulheres:6) foram os agentes etiológicos mais comuns. Quanto ao tipo de tratamento 278 foram tratados de maneira conservadora e 193 foram submetidos a procedimento cirúrgico. Com isso concluímos que as fraturas do complexo zigomático maxilar apresentam grande incidência na população de Maringá e região, sendo um problema de saúde pública pois a maior parte dos pacientes são economicamente ativos e aproximadamente 40% necessitaram de procedimentos cirúrgicos o que acarreta em custo aumentado para o Sistema Único de Saúde. Palavras-chave: Zigoma; Epidemiologia; Trauma de Face. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 24 CIRURGIA TÍTULO: IMPLANTES CURTOS EM REGIÃO POSTERIOR DE MANDÍBULA SÃO INDICAÇÕES SEGURAS? Bruna Martins Siviero ([email protected]) Centro Universitário de Maringá- UniCesumar Gustavo Zanna Ferreira Paula Campos Carolina Ferrairo Danieletto A reabilitação oral com implantes dentários instituiu novos conceitos de planejamento protético, proporcionando ao paciente uma função mastigatória eficiente e possibilidade de melhora estética. Porém reabsorções alveolares severas culminando com perda de altura óssea são muitas vezes fator limitante para a realização de implantes, principalmente em regiões posteriores de maxila e mandíbula, nos quais estão presentes o assoalho do seio maxilar e o canal mandibular, respectivamente. Nestas situações a realização de enxertos ósseos verticais e a lateralização do nervo alveolar inferior podem ser alternativas para a reabilitação de região posterior de mandíbula. No entanto, enxertos ósseos demonstram resultados pouco previsíveis, elevado custo, maior taxa de morbidade e podem ocasionar necessidade de mais de um procedimento cirúrgico até o resultado ideal ser alcançado. A lateralização do nervo alveolar inferior leva a um risco aumentado de alterações sensoriais, principalmente a parestesia. Por esse motivo parece razoável considerar os implantes curtos como uma alternativa segura em situações críticas como alternativa para reabilitações em região posterior de mandíbula. Os implantes curtos (menores que 7 mm) foram desenvolvidos em função da necessidade de se atender um grande número de pacientes portadores de mandíbula atrófica como alternativa aos procedimentos invasivos para a reabilitação com implantes maiores do que 7 mm. Há evidências na literatura que a geometria dos implantes é de grande importância além do tratamento de superfície, principalmente nos casos em que a qualidade óssea é desfavorável. Portanto o objetivo deste trabalho foi revisar a literatura e relatar um caso de reabilitação oral em região posterior de mandíbula por meio da utilização de implantes curtos. Mulher de 45 anos de idade procurou atendimento odontológico visando a reabilitação oral com próteses implanto-suportadas. Após anamnese, boa condição sistêmica foi encontrada. Ao exame intraoral, apresentou dentição superior e uma região edêntula inferior na região dos molares do lado direito. Exames de imagem foram solicitados (radiografia panorâmica e tomografia computadorizada) os quais confirmaram atrofia óssea na região posterior do rebordo alveolar inferior, e apresentava uma espessura razoável, mas com altura óssea inferior a 8mm. Após a explicação de cada procedimento, do tempo de tratamento de cada uma das técnicas e suas vantagens e desvantagens. A equipe juntamente com a paciente decidiu utilizar implantes curtos na reabilitação posterior da mandíbula. Contudo, concluído o descolamento mucoperiosteal total, com o auxílio de um guia cirúrgico confeccionado previamente à cirurgia foram realizadas uma sequência padrão de ostectomias recomendadas pelo fabricante e instalados dois implantes Standard Plus (SLA®) Straumann 4,1mm com comprimento de 6mm, cujo montador Loxim™ pode ser utilizado como transferente no momento da moldagem. Ao obter valores de torque iniciais de acordo com o fabricante, os cicatrizadores foram instalados e o retalho suturado ao redor dos implantes. Portanto, conclui-se que os implantes curtos são considerados alternativas viáveis para reabilitar regiões posteriores de mandíbula, porém devem ser utilizados apenas quando houver indicação precisa. O monitoramento e acompanhamento clínico e radiográfico são necessários e devem ser realizados periodicamente, com intuito de avaliar o sucesso e estabilidade das restaurações. Palavras-chave: Implantes; Reabilitação; Planejamento; ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 25 CIRURGIA FRENECTOMIA LABIAL EM PACIENTE INFANTIL: RELATO DE DUAS TÉCNICAS CIRURGICAS Cellini Orane Zimermann ([email protected]) CENTRO UNIVERSITÁRIO INGÁ- UNINGA Lucimara Cheles da Silva Franzin Ermelinda Matsuura Flávia Matarazzo O freio labial superior ou frênulo é uma mucosa localizada na cavidade bucal. Diferencia-se quanto à forma, tamanho e posição durante os estágios de crescimento e desenvolvimento do indivíduo.Localiza-se na face interna do lábio na linha mediana, inserido entre os incisivos centrais superiores.Possui variações na forma, tamanho e posição durante os estágios de crescimento e desenvolvimento do indivíduo. A função do freio labial é limitar os movimentos labiais, a fim de que ocorra a estabilização da linha média e impeça que haja exposição gengival. Dependendo da morfologia os freios labiais se classificam em grupo de variações da normalidade (freio simples, simples com apêndice, simples com nódulo) e grupo das anormalidades (freio bífido, com recessão, freio tetolabial persistente, duplo e quando há duas ou mais variações ou anormalidades). O freio patológico, também denominado de freio tetolabial persistente, pode trazer consequências ao paciente. Alguns dos problemas são o aparecimento de diastema entre os incisivos, restrição de movimento do lábio, dificuldade na fonação e na escovação dentária, recessão gengival e formação de bolsas periodontais.Assimdeve se avaliar os padrões de inserção e morfologia dos freios labiais e considerar a normalidade ou variações, bem como as deformações prejudiciais à função, definindo-se o tratamento ou a intervenção cirúrgica.Caso seja necessária a remoção total do freio labial, indica-se a cirurgia denominada de frenectomia labial (frenulectomia).O objetivo deste estudo é relatar dois casos clínicos, ainda no período intertransitório da dentição mista, diagnosticados como freio tetolabial persistente ou hipertrófico, seus diagnósticos e indicações das cirurgias de frenectomial labial. O primeiro paciente, do gênero feminino, com 10 anos de idade, apresentou queixa de estética deficiente e dificuldade para sorrir. Após a anamnese o exame clínico observou a presença de freio tetolabial persistente e diastema interincisal. O planejamento proposto foi a frenectomia labial a fim de se obter um resultado pós-cirúrgico satisfatório, constou da técnica convencional do bisturi e posterior instalação do aparelho ortodôntico Klammt para fechamento de diastema. O segundo caso, do gênero masculino, com 8 anos de idade, apresentava queixa antiestética devido ao diastema, associado a um freio tetolabial persistente ou hipertrófico, sendo indicada a frenectomia labial com a técnica do pinçamento simples. Assim, é necessário se ter um correto diagnóstico do freio tetolabial patológico, visualizando ossinais clínicos como o diastema mediano, acompanhado da isquemia da papila incisiva ao se tracionar o lábio superior anteriormente. A escolha da técnica cirúrgica deve ser a menos traumática possível ao paciente infantil. Nos dois casos clínicos apresentados utilizaram-se duas técnicas de variações cirúrgicas, realizadas com sucesso. Após as frenectomias se observou o reposicionamento dos freios labiais e nova reinserção, promovendo melhora da qualidade de vida do paciente. Palavras-chave: Freio Labial Superior, Diastema Mediano superior, Frenectomia Labial Superior. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 26 CIRURGIA ABORDAGEM CIRÚRGICA ALTERNATIVA PARA TRATAMENTO DE FRATURA DE BLOCO DENTOALVEOLAR – RELATO DE CASO Andressa Bolognesi Bachesk ([email protected]) - (UEM) Liogi Iwaki Filho José Henrique Santana Quinto João Matheus Scherbaum Eidt Marcello Piacentini Rômulo Maciel Lustosa Traumatismos dento-alveolares correspondem à grande parte das urgências nos consultórios odontológicos e serviços de trauma. Na população em geral, possui uma incidência de 4 a 30%, podendo estar associados a fraturas ósseas e danos aos tecidos moles. A prevalência de traumatismo dentário em crianças é de cerca de 30%, sendo as quedas da própria altura, esportes de contato, acidentes automobilísticos e agressão física as principais etiologias. Dentro desta categoria encontram-se as fraturas do processo alveolar, que podem ser divididas em cominuição alveolar, fratura da tábua alveolar, fratura segmentar/em bloco e fratura maxilar ou mandibular. O diagnóstico preciso é baseado na avaliação clínica detalhada, associada ao exame complementar radiográfico. O tratamento de escolha depende do tipo de dano e de estrutura atingida. Para fraturas do processo alveolar, redução fechada e contenção rígida por 4 a 6 semanas geralmente é suficiente. No entanto, alguns casos como fraturas segmentares graves, requerem tratamento aberto para assegurar a redução e estabilização adequada do segmento alveolar deslocado. Nesta situação, a fixação interna rígida com placas e parafusos de titânio é muitas vezes empregada, porém, pode implicar em um elevado risco de alteração do crescimento do esqueleto facial e de danos aos dentes permanentes ainda não irrompidos. Sendo assim, uma compreensão das opções mais conservadoras de tratamento é essencial para se obter um prognóstico favorável. O objetivo deste trabalho é descrever uma técnica cirúrgica por meio de uma redução aberta, associando contenção rígida e cerclagem mandibular com fio de aço em um paciente diagnosticado com fratura de bloco dento alveolar. O paciente, gênero masculino, 10 anos de idade, procurou atendimento queixando-se de dor, sangramento e alteração oclusal, após queda de mesmo nível. Ao exame físico foi constatado deslocamento para lingual do seguimento dento-alveolar envolvendo os dentes 31, 32, 41 e 42. O tratamento inicial consistiu em sutura dos tecidos moles, redução do bloco e contenção rígida para estabilização. No entanto, não houve estabilidade adequada da fratura, e com isso optou-se pela realização de um procedimento cirúrgico, sob anestesia geral, com redução aberta e fixação com miniplacas e parafusos de titânio. No transcirurgico observou-se que a tábua óssea alveolar vestibular não possuía espessura adequada para suportar a instalação dos parafusos, e deste modo, optou-se por utilizar a contenção realizada, para juntamente com uma cerclagem com fio de aço numero 1, envolver o bloco. Paciente foi orientado quanto aos cuidados pós-operatórios, e após 90 dias, foi observada melhora no grau de mobilidade, sendo removida a contenção e dado inicio ao tratamento endodôntico dos dentes comprometidos. Palavras-chave: Traumatismo dento-alveolar; Técnica cirúrgica; Tratamento. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 27 CIRURGIA CISTO PERIAPICAL EXTENSO - RELATO DE CASO Silvia Natalia Souza de Péder ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá (UEM) Edevaldo Tadeu Camarini Maísa Pereira da Silva João Matheus Scherbaum Eidt Willian Pecin Jacomacci Marcello Piacentini O cisto periapical inflamatório, é definido como um cisto odontogênico inflamatório que possui formação diretamente ligada a irritantes localizados no interior do sistema de canais radiculares advindo de um dente desvitalizado, resultando na proliferação dos restos epiteliais de Malassez presentes no ligamento periodontal, e a formação de um cisto verdadeiramente revestido por epitélio. A maioria dos cistos periapicais inflamatórios, possuem um crescimento lento, podendo atingir grandes dimensões e resultar em tumefações, sensibilidade leve da região e deslocamento dos dentes adjacentes. Radiograficamente o cisto periapical inflamatório, aparece como uma área radiolúcida unilocular bem circunscrita, e como uma região hipodensa na tomografia computadorizada. Dentre as terapias para lesões de cisto periapical inflamatório, eu posso ter a opção não cirúrgica, com a endodontia, e a cirúrgica. A marsupialização, que seria uma das técnicas cirúrgicas, tem como finalidade reduzir a pressão intracistica, promovendo uma diminuição do tamanho do cisto e um preenchimento ósseo, podendo ser usada como terapia definitiva ou associada à enucleação. Para essa conduta deve levar em consideração a proximidade de estruturas vitais e a extensão da lesão, de modo a evitar o comprometimento dessas estruturas, a não remoção total do cisto, podendo resultar em recidiva ou a ocorrência de fraturas ósseas durante o procedimento de enucleação. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de um extenso cisto periapical inflamatório tratado com marsupialização. Paciente C.S.V.O., gênero feminino, 22 anos, compareceu a clinica odontológica da (UEM) queixando-se de dor na região anterior de maxila. Durante o exame clinico observou-se a perda do sulco nasolabial, uma alteração no posicionamento labial, fornecendo um selamento labial assimétrico. Quando realizado o exame intra-bucal, verificou-se um abaulamento em região anterior da maxila do lado esquerdo, assim como na região palatina. Foi solicitado a realização de uma tomografia Computadorizada onde pode-se observar uma imagem hipodensa de grande dimensão, envolvendo os dentes 21, 22, 23 e 24, não respondendo aos testes de vitalidade o dente 22*, foi tido como hipótese diagnóstica de cisto periapical inflamatório. O tratamento de escolha foi a realização do tratamento endodôntico, seguida da marsupialização, com previsão de enucleação em um segundo momento. O tecido da janela removido durante o procedimento cirúrgico, foi encaminhado ao exame histopatológico. Atualmente encontra-se em controle, sendo observado o reparo da área, posteriormente com a regressão da lesão será programada a enucleação cirúrgica da mesma já com um tamanho significativamente diminuído em relação ao encontrado no início. Palavras-chave: Cisto Periapical Inflamatório; Descompressão, Tratamento ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 28 Cirurgia CORONECTOMIA: UMA ABORDAGEM CONSERVADORA EM CIRURGIA – REVISÃO DE LITERATURA Larissa Silva Vargas ([email protected]) UNICESUMAR João Paulo Teixeira Martins Carolina Ferrairo Danieletto Lorena Thainara Leoni da Silva Vilmar Divanir Gottardo Os terceiros molares fazem parte dos dentes que apresentam maiores prevalências de inclusão, sendo assim, atraíram uma atenção especial dos estudiosos quanto ao seu posicionamento na mandíbula e na maxila. Tais dentes podem estar localizados em diversas posições, complicando ou facilitando o procedimento cirúrgico de exodontia. Quando a raiz do terceiro molar esta em íntimo contato com o canal mandibular há um risco maior de complicações. Lesões traumáticas no nervo alveolar inferior podem resultar em alterações de sensibilidade transitórias ou permanentes, as chamadas parestesias, ou também sensações de formigamento, ardor e mesmo dor. No intuito de evitar tais complicações pós-operatórias, a coronectomia ou remoção da coroa dentária, surgiu como uma abordagem cirúrgica alternativa à extração de terceiros molares inferiores que possuíam a raíz em íntimo contato com o nervo alveolar inferior. Por se tratar de uma técnica pouco difundida, sua eficácia, resultados e possíveis complicações permanecem nebulosos entre os profissionais. O objetivo do presente trabalho foi realizar uma revisão literária atual acerca da técnica de coronectomia para elucidar algumas questões sobre a mesma. Para que fosse possível discorrer a respeito do tema, uma busca na literatura foi realizada. As bases de dados consultadas foram PubMed e Google Acadêmico. As palavras chave utilizadas foram: coronectomia, terceiro, molar, alveolar, inferior, parestesia, sendo utilizadas em língua inglesa (coronectomy, third, molar, inferior alveolar, paresthesia). Ao final das buscas um total de 338 artigos foi encontrado. E após leitura dos resumos foram selecionados 13 artigos para análise completa e montagem da revisão. Após análise criteriosa concluiu-se que a coronectomia pode reduzir a incidência de déficit do nervo alveolar inferior quando é comparada com a excisão total dos terceiros molares que estão próximos ao canal. Há também menos complicações em termos de dor. A taxa de infecção é a mesma quando realizada a excisão total dos dentes. As raízes podem migrar até 3 mm no primeiro ano de pós operatório e a maioria delas para de migrar após 1 ano, sendo que nos seis primeiros meses a incidência é maior. Em outros casos a técnica permite um novo crescimento ósseo acima da raiz. Portanto, a coronectomia parece ser um procedimento seguro, pelo menos em curto prazo. É necessário um maior tempo de acompanhamento para determinar o sucesso em longo prazo da técnica. Palavras-chave: coronectomia, terceiro molar, nervo alveolar inferior. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 29 CIRURGIA A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO MULTIDISCIPLINAR NO PERÍODO PRÉ- OPERATÓRIO DE CIRURGIA ORTOGNÁTICA Camila Catarine Sutil de Oliveira ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá (UEM) Liogi Iwaki Filho, Fabiana Southier Romano Avelar, Silvia Natalia Souza de Péder, Cristiane Muller Calazans, Jorge Luiz Calazans A cirurgia ortognática provoca uma série de reações fisiológicas e comportamentais ao paciente, desta forma o acompanhamento multidisciplinar é imprescindível, pois o estabelecimento de um vínculo com o paciente, com o objetivo de sanar suas dúvidas, e fornecer informações sobre o procedimento a ser realizado é extremamente importante. Muitos pacientes possuem inúmeras incógnitas, e muitas vezes não sente liberdade em questionar o profissional que ira realizar o procedimento, desta forma a equipe multidisciplinar, a partir do contato com o paciente, busca conhece-los e participar com proximidade de seus anseios. Para que a relação profissional- paciente seja satisfatória, é necessário o estabelecimento de um diálogo, desta forma, o uso de linguagem compreensível ao paciente, de respeito, e do habito de ouvir o que o paciente tem a falar, torna-se necessário para o devido fornecimento de informações ao paciente, e para que estas orientações possam ser utilizadas para o seu bem- estar e o alivio da ansiedade pré-operatória, visto que a falta de informação, muitas vezes leva a um quadro de ansiedade, devido a incerteza quanto ao prognóstico, e até mesmo anseio quanto a morte. A equipe multiprofissional é qualificada como inter-relação entre os diferentes profissionais da área da saúde que de forma profissional e humanizada traçam uma visão mais abrangente do paciente; trabalhando assim de maneira integrada com todas as áreas da saúde, mostrando assim que o pensamento isolado, particular e intrínseco não oferece segurança no momento da assistência e atendimento ao paciente. É indispensável compreender a necessidade real do paciente e seus tutores naquele instante ou caso específico. O desenvolvimento de um trabalho em conjunto no qual os profissionais se envolvam em algum momento na assistência, de acordo com seu nível de competência específico, oferece uma maior capacidade de solucionar desde casos mais simples até os mais complexos, oferecendo conforto, segurança e confiança aos nossos pacientes e tutores. No âmbito da cirurgia ortognática a equipe multiprofissional é formada pelos seguintes profissionais: cirurgião-dentista, fonoaudiólogo, psicólogo e assistente social. A Cirurgia Buco-Maxilo-Facial aborda os princípios do diagnóstico, plano de tratamento e terapêutica cirúrgica daqueles pacientes que apresentam doenças, deformidades, traumatismos ou sequelas na região maxilo-facial. O trabalho do Assistente Social é possibilitar o acesso ao tratamento e sua continuidade, identificando e mobilizando recursos e benefícios de direitos do paciente. Atua como mediador entre, paciente, seus familiares, as políticas públicas e o Ambulatório de Cirurgia Ortognática, na garantia dos atendimentos organizados e acessíveis. Favorece a troca de informações e de reflexões, como também orientações, esclarecimentos, reivindicações, encaminhamentos que contribuam para o bem-estar do usuário. O Psicólogo tem como objetivo oferecer um espaço de escuta que trabalhe o sofrimento relacionado ao impacto da malformação e suas consequências na vida de cada paciente. Acompanhá-los minimizando ansiedades, temores e possíveis dificuldades familiares relacionadas à aceitação da malformação e das fases do tratamento. Já o trabalho fonoaudiológico compreende nas orientações fonoaudiológicas, relacionadas aos aspectos funcionais e posturais no pré-operatório, conscientiza o paciente em relação à sua alteração, preparando-o para uma automatização mais rápida no pós-operatório. Palavras-chave: Cirurgia Ortognática; Multiprofissional; Pré-Operatório. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 30 CIRURGIA TRATAMENTO CIRÚRGICO DE ODONTOMA COMPOSTO E CANINO INCLUSO – RELATO DE CASO Isabella Maria Zanutto ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Gustavo Zanna Ferreira Willian Pecin Jacomacci Andressa Bolognesi Bachesk Liogi Iwaki Filho Edevaldo Tadeu Camarini Os odontomas são o tipo mais comum de tumores odontogênicos, podem ser considerados um tipo de tumor do epitélio odontogênico com ectomesênquima, embora atualmente, venham sendo considerados mais como anomalias de desenvolvimento (hamartomas) do que neoplasias verdadeiras,de etiologia desconhecida, e constituída principalmente de esmalte e dentina, com quantidade variável de cemento e polpa. Subdividem-se em dois tipos, o primeiro é oodontoma composto, que é constituído de pequenas e rudimentares estruturas que lembram a estrutura anatômica de um dente (dentículos), geralmente unirradiculares, no interior de uma matriz fibrosa de tecido conjuntivo, enquanto o odontoma composto apresenta-se como uma massa amorfa de tecido duro, constituídos de grande quantidade de dentina tubular madura e esmalte maduro, com espaços em seu interior que contém dentina e esmalte imaturos, com uma camada de cemento na periferia da massa e que eventualmente podem conter pequenas ilhas de células epiteliais eosinófilas, que indicam remanescentes de epitélio odontogênico. Os sinais clínicos característicos são: dentes decíduos persistentes e tumefação alveolar e ausência de sintomatologia dolorosa. Dentre as possíveis complicações associadas, a falha na irrupção de dentes permanentes é a mais séria e que se não diagnosticada precocemente pode levar à remoção do odontoma e do dente retido. O presente trabalho tem como objetivo realizar um relato de caso clínico de um paciente do gênero masculino, 25 anos de idade. O mesmo compareceu à clinica odontológica da Universidade Estadual de Maringá, e durante a anamnese, se queixava de “ter perdido o dente de leite (62) e não ter nascido o permanente”. Durante o exame físico extraoral não foi notado nenhuma alteração quanto à simetria, presença de aumento de volume, e no exame intraoral, notava-se a presença de um corpo calcificado, no rebordo alveolar na região do dente 23 (ausente). Foi realizada a tomografia computadorizada por feixe cônico da região, no qual notou-se pequenas estruturas mineralizadas, semelhantes a dentículos, na região anterior esquerda de maxila, que estava impedindo a irrupção do dente 23, presente e completamente formado. Associando os achados clínicos e imaginológicos, foi definido o diagnóstico de odontoma composto. O tratamento proposto foi a exodontia do dente 23, e exérese cirúrgica do odontoma. Em um pós-operatório de 3 meses nota-se que houve completa remoção do odontoma e do dente 23 e a área apresenta-se com neoformação óssea. Evidencia-se a necessidade do diagnóstico e a remoção precoce dos odontomas para se previnir possíveis complicações como a relatada neste caso. Palavras-chave: Odontoma, Dentes inclusos, Cirurgia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 31 CIRURGIA AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA PROTETIVA DE CAMPOS CIRÚRGICOS PRÉ-FABRICADOS UTILIZADOS COMO MEDIDA DE BIOSSEGURANÇA EM ODONTOLOGIA Alessandra Barbizan Cordeiro ([email protected]) Centro Universitário de Maringá, PR - Unicesumar Lígia Maria Molinari - Capel A utilização dos EPIs tem a finalidade de impedir que micro-organismos contidos em instrumentais e materiais auxiliares utilizados em cirurgias, além de sangue, fluidos orgânicos, secreções e excreções de pacientes contaminem o cirurgião-dentista e sua equipe. Como medida de biossegurança em odontologia, são utilizados vestuários e aparatos que sirvam como barreira na transmissão de infecções. Existem dois tipos de aventais e campos cirúrgicos disponíveis no mercado, classificados como tecidos e não-tecidos, de acordo com sua composição. O objetivo do presente trabalho foi analisar a retenção microbiológica de diferentes marcas de campos cirúrgicos odontológicos descartáveis vendidos por empresas de EPIs, por meio da inoculação de suspensão padrão de bactérias e fungos, para verificação da retenção de microrganismos e avaliar se a gramatura do tecido é eficaz como barreira mecânica. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva, com investigação pautada na análise microbiológica quantitativa de campos cirúrgicos odontológicos de diversas marcas. O experimento realizado foi uma simulação do dia-a-dia de atendimento clínico por cirurgiões dentistas, observando-se intervalos de 20 minutos para absorção das suspensões fúngica e bacteriana colocadas sobre o avental cirúrgico, sobre a placa de meio de cultura. Após incubação em estufa bacteriológica a 37º C por 48 horas, os resultados obtidos demonstraram que os campos cirúrgicos A, B, C e D tiveram uma retenção nula, já no campo E, o grau de retenção microbiana foi de aproximadamente 100%. Isso se deve ao fato de que este campo foi confeccionado com tecnologia SMS (Spunbonded/Meltblown/Spunbonded), manta impermeável com características hidrofóbicas, tornando-o eficiente como barreira na proteção individual. Materiais permeáveis, mesmo que de baixa absorção de fluídos, são capazes de gerar incontáveis colônias microbianas, atravessando o TNT e entrando em contato com a pele, desta maneira, fica o alerta de que todos aqueles que utilizam estes campos estão sujeitos a contaminações e infecções. Para tanto, recomenda-se utilizar kits cirúrgicos que sejam impermeáveis, que oferecem real proteção mesmo quando molhados. O cirurgião deve evitar a utilização de vestimentas com poros demasiadamente grandes e mal distribuídos, optar preferencialmente por campos cirúrgicos que possuam manta de absorção com capacidade hidrofóbica, tecnologia SMS, proporcionando maior segurança durante o atendimento clínico Palavras-chave: Campos cirúrgicos, contaminação microbiológica, EPI’s. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 32 CIRURGIA EXTRAÇÃO ATRAUMÁTICA: INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS UTILIZADOS NA OTIMIZAÇÃO DA TÉCNICA ISADORA MECCA MARTINELLI ([email protected]) - (UEM) RODRIGO LORENZI POLUHA RAFAEL VIEIRA COSTA CLÓVIS LAMARTINE DE MORAES MELO NETO BRUNA MILHOMENS DE SOUSA LUISA MOURA FIALHO A extração tradicional implica a luxação do dente através de extratores e/ou fórceps que muitas vezes, mesmo que seja preconizado o trauma mínimo, gera deformidade e fratura do alvéolo dentário. As técnicas de cirurgias atraumáticas visam diminuir a hemorragia, inflamação, inchaço, dor e desconforto, e tem como finalidade a máxima preservação da estrutura óssea dos alvéolos e do tecido mole, favorecendo a estética e a reabilitação com implantes. Portanto, o presente estudo tem como objetivo realizar uma revisão da literatura do tipo exploratória, retrospectiva, sobre esses vários dispositivos utilizados para a realização da extração atraumática baseada em pesquisa de livros e artigos científicos disponibilizados nas bases de dados PubMed, SciELO, LILACS, Science Direct e Google Acadêmico, referentes ao tema escolhido. As palavras-chave, exclusivamente nos idiomas inglês e português, utilizadas foram: extração dentária; extração atraumática; instrumentos cirúrgicos; periótomo; periótomo elétrico; piezocirurgia; sistema extrator. Vários instrumentos têm sido desenvolvidos para facilitar e melhorar esta prática, como o periótomo que auxilia rompendo as fibras periodontais circundantes do elemento dentário; o periótomo elétrico que permite a remoção do dente sem retalho mantendo o suprimento sanguíneo do periósteo; o piezoelétrico que diminui os possíveis danos aos tecidos moles e nervos pois realiza um corte mais delgado e preciso comparado a outros dispositivos; e o sistemas de extração com elevação por polias, como o modelo Benex®-Extraction System, indicado para extração de dentes unirradiculares ou multirradiculares desde que sejam seccionadas as raízes, usado principalemente em áreas estéticas já que possui a capacidade de preservar completamente a papila interdental e osso alveolar. Esse último é ideal também para realizar o implante imediato. Diversos trabalhos na literatura, com variadas abordagens sobre a temática, comungam a mesma conclusão: o método atraumático teve, em pelo menos um quesito, uma diferença significativa positiva em relação ao método tradicional (traumático). Portanto, a técnica de extração atraumática deve ser usada sempre que possível. É uma terapia que preserva a estética e diminui o desconforto pós-operatório. O conhecimento e o manuseio correto dos muitos dispositivos concebidos para este procedimento são essenciais para alcançar o melhor resultado clínico e bem-estar do paciente, gerando menos dor e desconforto pós-operatório. Palavras-chave: Extração dentária, instrumentos cirúrgicos, piezocirurgia ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 33 CIRURGIA LIPOMA EM REGIÃO DE MANDÍBULA Leonardo Alan Delanora ([email protected]) - (UEM) João Matheus Scherbaum Eidt Fábio Roberto de Souza Batista Marcello Piacentini Maísa Pereira da Silva Edevaldo Tadeu Camarini Os lipomas são tumores benignos comuns do tecido mesenquimal, histologicamente apresentam tecido adiposo bem diferenciado, em meio a estroma de tecido conjuntivo envolto por uma cápsula fibrosa, na maioria das vezes. A lesão apresenta um aspecto nodular geralmente unitária, séssil ou pedicular, de aspecto gelatinoso, assintomática, de crescimento lento, apresentando coloração amarelada ou normocorada, dependendo de sua disposição no tecido e sua relação com estruturas adjacentes. Esta lesão é rara na cavidade bucal e região maxilofacial, envolvendo a região de cabeça e pescoço em média 15% a 20% dos casos e apenas 1% a 4% a cavidade oral. A etiologia não é definida com clareza, porém, relatos indicam como possíveis causas: traumas, infecções, alterações endócrinas e a hereditariedade como fatores que poderiam estar relacionados com o desenvolvimento desses tumores. Ocorre geralmente em indivíduos na faixa etária dos 40 a 70 anos de idade, não havendo uma predileção por gênero. A ocorrência na cavidade bucal se dá preferencialmente em mucosa jugal, fundo de vestíbulo, assoalho de boca, língua, face interna dos lábios, rebordo alveolar, palato e glândulas salivares, e no caso de lipomas intra-ósseos são dificilmente encontrados. No presente caso, paciente J.C.A, gênero masculino, 35 anos, compareceu a clínica odontológica da (UEM) com uma tumefação na região de ângulo de mandíbula direita, medindo 4 cm, com a queixa de que estaria “crescendo uma bola na bochecha”, durante a anamnese relatou ter sofrido um soco na região da tumefação durante seu trabalho havia 4 anos. No exame físico pode notar uma massa nodular, delimitada, flutuante, séssil, gelatinosa e mole a palpação. Apresentando a partir das informações coletadas a hipótese diagnóstica de lipoma e neurofibroma. Após exames complementares foi realizada uma biópsia inicial por punção - sucção com agulha e esfregaço para análise citológica. Durante o exame clinico a posição que a lesão estava nos conduziu a fazer um acesso extrabucal, acesso de Risdom, caracterizada como excisão cirúrgica local conservadora, preconizada na literatura para esses casos. Após a remoção do tumor foi posto a peça em solução de formol a 10%, sem a submersão espontânea dessa, corroborando com a hipótese diagnostica de lipoma. Por fim a peça foi enviado para o histopatológico e confirmado o diagnóstico de lipoma. O paciente segue em acompanhamento com aspecto da ferida cirúrgica satisfatória e sem sinais de recidiva. Palavras-chave: lipoma, diagnóstico, cirurgia ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 34 CIRURGIA RETIRADA DA BOLA ADIPOSA DE BICHAT Beatriz da Rocha Picotti ([email protected]) Faculdade Ínga Renato Victor de Oliveira Vilmar Gottardo A bola de bichat é um acumulo de gordura que todos os seres humanos possuem, na região das bochechas,localizada entre os músculos masseter e bucinador que são os músculos responsáveis pela mastigação. É formada por um corpo central e quatro extensões que são oral, pterigoidal, superficial e temporal. Porém antigamente não se sabia a natureza dessa estrutura, estudada a primeira vez por Heister em 1972, acreditava se ser de uma estrutura glandular, chamou apenas de ‘Glândula Malar’. Em 1802 Bichat descobre a verdadeira configuração dessa massa e a chamou como um saco de natureza gordurosa que ficou conhecida como ‘Bola de Bichat’. Essa gordura serve como lubrificante devido a interposição destes dois músculos,citados acima. Em lactantes e crianças jovens está relacionado com movimento de sucção e mastigação ja na idade adulta gradualmente reduz seu tamanho, e pode ser utilizada na correção de defeitos, tais como fechamento de fistulas, comunicações buco sinusais, reconstruções de tumores pós-ressecção, reabilitação de pacientes desfigurados, correções estéticas da face, revestimento por enxerto para implantes. Essa gordura possui ramos no nervo facial, parótida e ducto partido. O suprimento vascular da bola de bichat trata-se da artéria maxilar. O corpo desta estrutura está a nível profundo, na tuberosidade maxilar. O segmento de extensão oral é mais superficial termina sob o ducto partido. Medialmente ocupa os espaços entre os ramos e os músculos pterigoides e fibras do ramo do nervo vestibular passam lateralmente. Em média essa gordura possui um volume de 9,6 ml e peso de 9,3gr aproximadamente. Atualmente está em alta a retirada dessa estrutura, que recebe o nome de bichectomia ou lipectomia jugal entre outros sinônimos, a retirada dessa gordura é indicada para pacientes que possuem o rosto muito gordo, largo ou com contorno da face pouco definido, não sendo restrito apenas para pacientes com sobrepeso, essa cirurgia faz com que o rosto fique mais contornado, diminuindo a proeminência das bochechas, deixando o indivíduo com malares saltados, resultando em uma estética facial mais harmoniosa. A cirurgia é feita com anestesia local, incisão de aproximadamente 1 a 2 cm e a divulssão com tesoura metzembaum, recomenda-se uso de bisturi elétrico para diminuir o edema e inchaço. Para os pacientes que realizam está cirurgia são feitas algumas recomendações como: repousos moderados, ingerir alimentos de pastosos a liquidos,compressas geladas,nao fazer uso de canudinhos ou fazer qualquer sucção,evitar exposição ao sol. São prescritos alguns medicamentos como amoxicilina para evitar infecções e ibuprofeno para que o paciente não tenha dor. Esta cirurgia pode ter algumas complicações como:edema, trismo, parestesia transitória, hematoma, assimetria facial, estenose do ducto da parótida e deve se ter indicações e bom histórico de saúde, analisando também a expectativa de cada paciente, pois os resultados são variáveis. A Técnica para extração da bola de Bichat pode ser considerada simples na maioria das vezes atraumática e ambulatorial, porem deve se ter conhecimento anatômico e cientifico para sua realização. Palavras-chave: Bola de bichat, lipectomia jugal, bichectomia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 35 CIRURGIA BICHECTOMIA COMO MELHORA NA FUNCIONALIDADE DO APARELHO MASTIGATÓRIO: RELATO DE CASO JHEYSI FLAVIANE DREHER ( [email protected]) Centro Universitário Ingá RICARDO DE OLIVEIRA LUDMILA PRISCILLA MANETTI HELDO CÉSAR FIGUEIRA JUNIOR O corpo adiposo da bochecha, também conhecido como bola de Bichat, é uma massa esférica de gordura, encapsulada por uma fina camada de tecido conjuntivo, situada externamente ao músculo bucinador e a frente da margem anterior do músculo masseter. Estende-se para trás e para cima, invade a fossa infra-temporal, relacionando-se com a maxila, com músculos pterigóideos e músculos temporais, além de separá-los de seus músculos vizinhos. Sua vascularização é proveniente das artérias maxilar, temporal superficial e facial. Possui função na amamentação como proteção térmica e como forma de evitar o colapso das bochechas. Além de dar sustentação aos tecidos da face, ela serve para favorecer o deslize dos músculos durante o processo da mastigação e fechamento de comunicações buco-sinusais. A finalidade da cirurgia para remoção da bola de Bichat, pode ser estética ou funcional. Dentre elas, deixar o rosto mais próximo ao padrão dolicofacial, formação da área de blush natural, destacar a região de malar, diminuir ou até mesmo evitar traumas de mucosa jugal durante a mastigação, enxertos livres ou pediculados. Este trabalho tem por objetivo relatar um caso clínico de remoção do corpo adiposo da bochecha. A paciente, gênero feminino, 20 anos, procurou a clínica odontológica do Centro Universitário Ingá apresentando, ao exame clínico, queixa de mordiscamento da bochecha durante a mastigação. Após avaliação clínica, foi indicada a cirurgia de remoção da bola de Bichat. Procedeu-se a abordagem cirúrgica intrabucal bilateral em nível ambulatorial. O procedimento é simples. A extração da gordura é realizada pela parte interna das bochechas, por meio de duas pequenas incisões, uma de cada lado. Não havendo assim, cicatrizes visíveis. A recuperação é rápida. A bola de Bichat em grande quantidade pode alterar o formato da face, deixando-o mais arredondado aparentando uma imagem de personalidade infantil, além da aparência de sobrepeso. Com a bichectomia, a face ganha um aspecto mais jovem e magro com a valorização da região malar, harmonizando o contorno facial. O procedimento tem um resultado natural e sutil, sendo necessário documentar fotograficamente para comparação. Após noventa dias, que é o tempo previsto para se observar o resultado final, constatamos uma melhora no perfil facial da paciente, dessa forma podemos relatar uma resposta positiva do caso. Palavras-chave: Bichectomia, Bola de Bichat, Corpo adiposo de Bichat. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 36 CIRURGIA CANALIZAÇÃO DO DUCTO DE WHARTON PARA REMOÇÃO DE SIALOLITOS. RELATO DE CASO Nathália Nihay Pimenta Fukushima ([email protected]); Universidade Estadual de Londrina - UEL Glaykon Alex Vitti Stabile Nayra Kawana Turini Denise da Rosa Furtado Cristian Statkievicz Bruna Barcelos Ferreira A sialolitíase consiste na formação de material mineralizado no interior do ducto ou das glândulas salivares, geralmente não ultrapassando 10mm em seu maior comprimento. Possui predominância na glândula submandibular (83 a 94%), devido as suas características anatômicas (comprimento e trajeto longo e ascendente do ducto de Wharton, saliva mais alcalina e, apresentar maior concentração de cálcio). Pode acometer qualquer idade, raramente em crianças, com certa predileção pelo gênero masculino. Possui desenvolvimento lento e gradual e o aumento de volume é o sinal mais frequente. O diagnóstico é feito através do exame físico, inspeção, palpação, manipulação da glândula (para verificar se há patência do ducto), além dos métodos por imagens convencionais como as radiografias e tomografias computadorizadas. O tratamento depende da glândula afetada, tamanho e localização do cálculo. De modo geral, as técnicas conservadoras são preconizadas para os sialolitos pequenos. Técnicas mais invasivas, como remoção cirúrgica, serão indicadas para cálculos salivares maiores e/ou localizados no parênquima glandular. O objetivo deste trabalho é relatar o caso clínico da paciente M.A.C., gênero feminino de 53 anos, que apresentava queixa de aumento de volume em face recorrente com dor associada. Ao exame clínico extrabucal notou-se discreto aumento de volume em região submandibular do lado esquerdo, doloroso à palpação, sem alteração de cor e/ou temperatura. Ao exame clínico intraoral, na manobra de ordenha da glândula submandibular, verificou-se patência do ducto de Wharton, com saída de pequena quantidade de conteúdo purulento. Ao exame tomográfico, observou-se presença de dois cálculos, um maior na origem do ducto da glândula submandibular esquerda e outro na região sublingual, na topografia do óstio, de menor tamanho. Foi realizado procedimento cirúrgico para remoção dos cálculos sob anestesia geral, onde um cateter intravascular foi introduzido ao longo do trajeto do ducto para facilitar sua localização e remoção. Paciente evoluiu bem, sem novos episódios de aumento de volume e dores locais. Conclui-se que o conhecimento das características clínicas e radiográficas da sialolitíase é fundamental para o diagnóstico e tratamento adequado, a fim de minimizar o desconforto do paciente por longo período. A escolha do acesso intraoral para remoção do sialolito, no caso apresentado, foi satisfatório, com preservação de estruturas nobres associadas e rápida recuperação funcional do paciente. Palavras-chave: Sialolitíase; Ducto de Wharton; Diagnóstico ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 37 CIRURGIA FRATURA MANDIBULAR ASSOCIADA A EXODONTIA DE TERCEIRO MOLAR: CASO CLÍNICO Manuella Prata Bianchini – [email protected] Universidade Estadual de Londrina Willian Ricardo Pires João Paulo Bonardi Eduardo Dallazen Daniela Ponzoni Os terceiros molares inferiores apresentam maior prevalência de inclusão. Quando indicada, a exodontia desses dentes pode resultar em complicações, como a fratura mandibular, fraturas de dentes, lesão do nervo alveolar inferior ou lingual, hemorragias, alveolites ou infecções secundárias. A fratura da mandíbula, durante ou após a remoção do terceiro molar inferior, é um evento extremamente raro. A incidencia de fraturas de mandíbula após a extração dos terceiros molares é de aproximadamente 0,005 %. A fratura de mandíbula devido a remoção de terceiros molares, pode ser decorrente de muitos fatores como, a instrumentação imprópria, forças excessivas sob o osso, mal planejamento cirúrgico e manuseio inadequado dos tecidos envolvidos, sendo essas causas relacionadas ao profissional. Em relação ao paciente, os principais fatores de risco associados são: massa e volume relativos do dente impactado, tipo e classe de inclusão óssea do dente, quadrante, tempo após a cirurgia, histórico de infecções locais, gênero e idade dos pacientes, presença de bruxismo e pacientes que são atletas ativos. As alternativas de tratamento incluem: procedimentos cirúrgicos com placa de reconstrução em titânio, miniplacas e parafusos, procedimentos não cirúrgicos com fixação intermaxilar ou prescrição de dieta leve. Independente do método utilizado, a finalidade básica do tratamento de fraturas deve ser o restabelecimento da oclusão funcional e a continuidade mandibular, além da devolução da forma anatômica e função, promovendo ao paciente o restabelecimento integral de suas funções mastigatórias. O objetivo do presente trabalho é descrever o caso clínico de uma paciente de 34 anos, que procurou o serviço de cirurgia da FOA-UNESP, com quadro de pericoronarite. Foi realizada a exodontia do elemento 48 e após 13 dias de pós operatório a paciente retornou relatando sentir um estalido seguido de dor na região da exodontia realizada. Por meio de exame clínico e exame de imagem foi constatada uma fratura de ângulo mandibular. Como a paciente não apresentava alteração de oclusão e a fratura não estava deslocada, o tratamento realizado foi pelo método não cirúrgico com prescrição de dieta liquido pastosa e acompanhamento semanal por 60 dias. Concluindo-se que para este caso a restrição de dieta foi suficiente para o sucesso do tratamento. Palavras-chave: Mandíbula, Cirurgia bucal, Dente serotino ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 38 CIRURGIA RECONSTRUÇÃO MAXILAR ANTERIOR COM ENXERTO AUTÓGENO DE ORIGEM DA CRISTA ILÍACA: RELATO DE CASO Elvis Lenon Fonseca Medeiros (elvislenon_ [email protected]) UNINGÁ – Centro Universitário Renato Victor de Oliveira Comumente, as atrofias maxilomandibulares se desenvolvem devido à perda precoce dos elementos dentários, traumas orofaciais, uso de próteses mal adaptadas em sua área de suporte e entre outras causas. Caracterizado essa reabsorção consequências são causadas ao indivíduo como alterações fonética, estética e mecânica. Assim como a deficiência na adaptação de próteses, resultando na dificuldade mastigatória e desordem da relação maxilomandibular acarretando problemas psicológicos ao indivíduo. Casos de atrofias geralmente necessitam de aumento de suporte ósseo, onde se dispõem de enxertos, sendo o osso autógeno o material de enxertia ideal do ponto de vista celular, molecular e imunológico. Os mais utilizados de origem extra bucal na odontologia cirúrgica são procedentes da crista ilíaca, calota craniana, costela e tíbia. O presente relato tem como objetivo demonstrar um caso de atrofia maxilar anterior, sendo reabilitado por meio de enxerto ósseo extra bucal proveniente da crista ilíaca utilizado em blocos seguida da instalação de uma prótese metalocerâmica dentogengival implantossuportada após alguns meses. Paciente do gênero masculino, 48 anos, apresentou-se ao consultório se queixando de problemas com a estabilidade e retenção de sua prótese superior, ainda constatou sofrer de questões psicológicas, pois, durante a fala, sorriso e alimentação a prótese se deslocava deixando o paciente cauteloso e infeliz. Durante o exame clínico constatou-se um quadro de atrofia maxilar da região anterior. Foi então proposto ao paciente as opções de tratamento com suas vantagens e desvantagens, o qual optou pelo enxerto com osso autógeno proveniente da crista ilíaca para a futura instalação de implantes na região. Após a realização de todas as avaliações clínicas foi solicitado uma radiografia panorâmica e exames complementares de coagulograma, hemograma, taxa de glicemia em jejum e urina tipo I para avaliação da saúde do paciente antes do procedimento cirúrgico. Concluímos que apesar de um quadro maior de desconforto ao paciente devido a morbidade da região doadora e a necessidade de uma segunda equipe cirúrgica, o osso autógeno é considerado de característica ideal quando comparado ao outros materiais de enxerto ósseo. A fixação da prótese implantossuportada solucionou as queixas do paciente além de proporcionar conforto e recuperar da sua autoestima. Foi orientado sobre os procedimentos de higienização importantes para a saúde bucal, periodontal e periimplantar, recomendando visitas periódicas como medida de prevenção à saúde bucal. Palavras-chave: Atrofia maxilar; enxerto autógeno; crista ilíaca. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 39 CIRURGIA EXECUÇÃO DO PASSO A PASSO DA CONVERSÃO DO FORMATO DICOM PARA STL DE MODELOS DE GESSO NOS SOFT WARES 3DSLICER, INVESALIUS E IMAGEVIS3D Bárbara Aline Gerke, [email protected] - (UEM) Liogi Iwaki Filho Amanda Lury Yamashita Renata Hernandes Tonin Elen de Souza Tolentino Lilian Cristina Vessoni Iwaki Os avanços tecnológicos nos exames de imagem permitiram que houvesse uma mudança na forma de diagnosticar e planejar cirurgias ortognáticas, tornando-a mais precisa e previsível. Exames de imagens como a tomografia computadorizada, a ressonância magnética e tomografia computadoriza de feixe cônico (TCFC) possibilitaram a formação de imagens tridimensionais (3D) de alta qualidade. Com os exames imaginológicos tridimensionais é possível criar uma documentação virtual do paciente, podendo ser estudada para desenvolver e simular diferentes tipos de tratamento. O planejamento cirúrgico virtual (PCV ) para correção das deformidades dento-esqueléticas tem se mostrado de grande importância principalmente para pacientes com grandes assimetrias faciais. Uma das etapas do PCV 3D é a aquisição das imagens dos modelos de gesso do paciente por meio da TCFC. A partir disso, é gerado um arquivo DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine) e através de softwares, é possível analisar essas imagens em 3D em uma superfície bidimensional (2D). Estas imagens passam por um processamento e são convertidas no formato de arquivo STL (Standard Tessellation Language), visando criar um modelo de prototipagem rápida, que é a obtenção do modelo físico a partir do modelo virtual, para um PCV adequado. Assim, o objetivo deste estudo foi detalhar a sistemática de trabalho de três softwares de conversão do formato DICOM para STL (3DSlicer, InVesalius e ImageVis3D) e indicar as suas vantagens e desvantagens. Foram feitas as conversões de dois modelos de gesso, uma da arcada superior e outra da inferior nos softwares 3DSlicer, InVesalius e ImageVis3D. As conversões eram feitas simultaneamente com a descrição detalhada do passo a passo de cada software. Além disso, foi realizada a descrição dos formatos de arquivos de importação e de exportação, das modalidades de imagens aceitas, dos tipos de renderização volumétrica e segmentação, dos idiomas, dos tipos de processamentos disponíveis e das versões de sistemas que aceitam cada um dos softwares. Como resultado, o software mais fácil de manipular, nas fases de segmentação, renderização volumétrica e conversão do arquivo em STL foi o InVesalius, porém o software mais completo, em relação a essas fases, e com isso o mais preciso, foi o software 3DSlider. Quanto as ferramentas oferecidas e a dificuldade de cada software, todos foram considerados razoáveis, sendo que o software 3DSlicer foi o mais difícil de manusear, pois apresentava inúmeras ferramentas e o software ImageVis3D necessita do software Seg3D para realizar a segmentação, aumentando o tempo de manuseio. Assim, pode-se concluir que devido a busca de resultados que sejam mais precisos, é necessário que o profissional seja treinado constantemente, para que ele saiba usar todas as ferramentas disponíveis em cada software. Isso porque, uma das grandes vantagens desses três softwares é que estão em constantes atualizações, desenvolvendo novas ferramentas para a manipulação das imagens tridimensionais. Palavras-chave: tomografia computadorizada de feixe cônico, cirurgia ortognática, software ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 40 CIRURGIA USO DO CORPO ADIPOSO BUCAL PARA FECHAMENTO DE COMUNICAÇÃO BUCOSSINUSAL EM PACIENTE VÍTIMA DE FERIMENTO POR ARMA DE FOGO. RELATO DE CASO Denise da Rosa Furtado (denise_ [email protected]) Universidade Estadual de Londrina Glaykon Alex Vitti Stabile Bruna Barcelos Ferreira Caroline Ballardin A comunicação bucossinusal pode ser definida como a formação de um trajeto não desejado entre a cavidade bucal e o seio maxilar, tendo como principal etiologia a exodontia dos terceiros molares superiores, devido à proximidade anatômica entre estes e o seio maxilar. Se não for tratado precocemente, se torna epitelizada, formando uma fístula local. Outras etiologias podem estar associadas, como cirurgias para remoção de cistos e tumores maxilares, lesões congênitas, afecções inflamatórias da maxila e, menos frequente, por ferimentos de arma de fogo. O diagnóstico é dado principalmente pelo exame clínico, devendo-se observar dificuldade de alimentação, refluxo pelo nariz, alteração da fonação e/ou respiração e odor desagradável. Exames de imagem, como radiografias ou tomografia computadorizada, são úteis na determinação da extensão da comunicação, presença de corpos estranhos ou sinusite. O tratamento deve ser instituído de forma rápida e planejada, se possível, no mesmo tempo cirúrgico em que o acidente operatório ocorreu, com o fechamento das bordas por primeira intenção, em casos de extensão pequena, a fim de evitar uma infecção do seio maxilar e a epitelização do trajeto da comunicação. Em comunicações grandes ou que há presença de uma fístula propriamente dita, diversas técnicas são descritas para seu fechamento, como deslizamento de retalhos vestibulares ou palatinos, enxertos, uso do corpo adiposo da bochecha, ou associação de várias técnicas. Após a cirurgia para fechamento da comunicação ou fístula bucossinusal, o paciente é instruído quanto às precauções – evitar qualquer situação que possa produzir mudanças na pressão entre as passagens nasais e a cavidade oral – por 10 a 14 dias. É prescrito antibiótico (geralmente penicilina) e descongestionante nasal por 7 a 10 dias, para prevenir infecção, encolher as membranas mucosas e diminuir as secreções nasais e sinusais. O objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão de literatura sobre esta entidade, relatando alguns aspectos relacionados à anatomia, etiologia, indicações, formas de tratamento e reparo tecidual e elucidar com um caso clínico, em que foi utilizado o corpo adiposo – técnica relativamente simples, com altos índices de sucesso relatados na literatura – da bochecha como enxerto pediculado para tratamento de comunicação buco-sinusal em paciente vítima de ferimento por arma de fogo. Palavras-chave: ferimentos penetrantes, traumatismos faciais, ferimentos e lesões. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 41 ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia Trabalhos de Dentística busca ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 42 Dentística FECHAMENTO DE DIASTEMA CERVICAL COM RESINA COMPOSTA: APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO Gabriela Nayara Regatieri ([email protected]) - (UEM) ORIENTADOR: Renata Corrêa Pascotto CO-AUTORES: Bruna Bertol de Oliveira Adriana Lemos Mori Ubaldini O diastema cervical, também chamado de “black space” é um espaço triangular visível, causado pela falta da papila gengival interdental preenchendo esta área. Pelo fato dos incisivos centrais estarem localizados em uma área bastante visível, este espaço entre eles é percebido com facilidade quando o mesmo não está completamente coberto pela gengiva (papila interdental). O “black space” pode ser resultado de uma variedade de causas, como: consequência secundária a doença periodontal ou de terapia cirúrgica periodontal; fibras gengivais alongadas; perda de inserção periodontal e consequente recessão gengival; distância acentuada entre osso alveolar e contato proximal dos dentes; contato proximal próximo à área incisal e formato triangular da coroa clínica. Em casos de raízes divergentes a correção ortodôntica é indicada, podendo assim, solucionar o problema de “black space”. Porém, quando o paciente apresenta reabsorção da crista óssea alveolar ou coroa clínica com formato triangular onde o ponto de contato ocorre muito próximo da incisal, uma alternativa conservadora de tratamento é o fechamento do diastema cervical com resina composta direta. Essa abordagem de tratamento será apresentada por meio do um caso clínico, de uma paciente do gênero feminino, 23 anos, possuindo diastema cervical entre os incisivos centrais superiores. Inicialmente, foi realizada a escolha da cor da resina composta por meio da aplicação de uma pequena quantidade de resina na superfície do incisivo central superior seguida da fotopolimerização. Em seguida, foi realizado o isolamento absoluto do campo operatório, seguido de profilaxia com pedra pomes e água com o auxílio na escova Robinson nas área livres e de lixa nas áreas interproximais. Na sequência foi realizado o condicionamento ácido das superfícies proximais dos incisivos centrais, seguido de lavagem, secagem e aplicação do sistema adesivo e fotopolimerização. Após essa etapa, iniciou-se o processo restaurador nas faces mesiais dos dentes 11 e 21 utilizando a resina composta “Empress Direct” (Ivoclar Vivadent). O acabamento e polimento foi realizado com tiras de lixas, pontas de silicone e discos de lixa sequenciais para resina composta. A partir do presente relato foi possível constatar que a presença de espaços entre os dentes que permitem visualizar o fundo escuro da boca interfere negativamente na harmonia do sorriso. O procedimento restaurador é uma das alternativas para a correção de “black space” e no presente caso clínico se mostrou efetivo em restabelecer a estética de forma conservadora. Palavras-chave: Diastema cervical, estética, harmonia do sorriso. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 43 DENTÍSTICA INVESTIGAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE PRODUTOS DE HIGIENE ORAL COM “AÇÃO CLAREADORA” AUTO ADMINISTRÁVEIS POR PACIENTES ATENDIDOS NA CLÍNICA DE ODONTOLOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ – UNICESUMAR. Autor: Matheus Janke Sttoco -E-mail: [email protected] - [email protected] Instituição: Centro Universitário de Maringá - Unicesumar Orientadora: Adriana Lemos Mori Ubaldini Co-autores: Ana Carolina Davanço Caviquioli , Andressa Grando, Carla Leticia Socoloski, Isabela Hrecek Freitag O clareamento dentário é uma alternativa cada vez mais solicitada pelos pacientes que procuram recuperação estética de dentes escurecidos e/ou manchados. Desde que realizado de maneira adequada, o clareamento dentário pode obter excelentes resultados. Atualmente em resposta a estes anseios dos pacientes, os fabricantes de produtos de higiene oral têm desenvolvido e impulsionado no mercado produtos com “ação clareadora” de uso contínuo. A utilização destes produtos de forma indiscriminada sem a orientação de um dentista pode não atingir o resultado esperado, causando danos à estrutura dental. Portanto, o presente estudo teve como objetivo identificar a utilização de produtos de higiene oral com “ação clareadora” auto administráveis pelos pacientes atendidos na clínica odontológica da Unicesumar (n=30), verificando quais são os produtos mais consumidos e a quantidade diária de utilização destes produtos. Além disto, foram realizadas perguntas a fim de caracterizar a população estudada, e foram investigadas a satisfação dos pacientes quanto a coloração de seus dentes, a presença de sensibilidade dentária e a realização prévia do procedimento de clareamento dentário. Antes da coleta de dados o presente estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Unicesumar (CAAE:57308716.1.0000.5539). Então os dados foram obtidos por meio de um questionário com perguntas objetivas de múltipla escolha e após a coleta, foram submetidos a análise estatística descritiva. O teste Qui-Quadrado (p≤0,05) (Microsoft Excel) foi utilizado para testar as variáveis: presença de sensibilidade versus utilização de produtos clareadores, satisfação com a coloração dentária versus realização prévia de clareamento, e satisfação com a coloração dentária versus uso de produtos com “ação clareadora”. Como resultado, a maioria dos pacientes estava na faixa etária entre 18 e 22 anos (33,3%), eram do gênero feminino (76,7%) e possuíam ensino superior incompleto (46,7%). A maioria da amostra pesquisada relatou ter sensibilidade dentária (53,3%,), respondeu não estar satisfeito com a coloração de seus dentes (70%). Quanto à realização de clareamento dentário, a minoria dos pacientes já realizou algum tipo de clareamento dentário (33%), contudo, mais da metade da amostra relatou usar produtos de higiene oral com “ação clareadora” (56,6%), sendo o dentifrício o produto mais utilizado (40%), com frequência de utilização de 2 a 3 vezes por dia (30%). O teste Qui-Quadrado revelou evidência de associação entre as variáveis sensibilidade e utilização de produtos clareadores (p=0,02); e satisfação com a coloração dentária com o uso de produtos com “ação clareadora” (p=0,0003). Entretanto, o teste estatístico não encontrou associação significativa para as variáveis: satisfação com a coloração dentária e realização prévia de clareamento (p=0,09). Diante ao exposto, a presença de sensibilidade foi associada ao uso de produtos com “ação clareadora”, desta forma podemos concluir que a característica abrasiva destes produtos pode estar gerando o aumento da sensibilidade dos pacientes. Além disso, a satisfação dos pacientes com a coloração dentária não está relacionada com a realização de clareamento dentário prévio, ou seja, mesmo os pacientes que realizaram o clareamento apresentam-se insatisfeitos com a cor de seus dentes. Por outro lado, esta insatisfação demonstrou levar os pacientes a procurar produtos vendidos comercialmente em mercados e/ou farmácias, que tenham “ação clareadora”. Palavras-chave: Clareamento, Dentifrícios, Questionário ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 44 DENTÍSTICA AVALIAÇÃO MICROSCÓPICA DO PROCESSO DE REMINERALIZAÇÃO BIOMIMÉTICA DO TECIDO DENTINÁRIO COM A UTILIZAÇÃO DO BIOVIDRO 45S5 Ariádine Olimpio da Silva ([email protected]) Instituição: Centro Universitário de Maringá (UniCesumar) Adriana Lemos Mori Ubaldini Viviane Oliveira Soares Renata Corrêa Pascotto Mauro Luciano Baesso A utilização de agentes promotores da remineralização biomimética da dentina, como o biomaterial à base de fosfosilicato de cálcio e sódio (Biovidro 45S5: 45% SiO2, 24.5% Na2O, 24.5% CaO, 6% P2O2 – Universidade Federal de São Carlos), tem se mostrado uma alternativa eficaz para a preservação da integridade da interface de restaurações adesivas. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivos caracterizar o tecido dentinário após o processo de remineralização com aplicação do Biovidro 45S5; e identificar as interações deste composto com a superfície dentinária controle e condicionada com ácido fosfórico, armazenadas em saliva artificial. Após aprovação pelo comitê de ética da Universidade Estadual de Maringá, (CAAE: 50615715.1.0000.0104) foram coletados seis terceiros molares hígidos de pacientes jovens. A partir de cada dente foram obtidos um fragmento de dentina da região do terço médio coronário. Os espécimes foram divididos três grupos experimentais (n=6): G1) Dentina condicionada com ácido fosfórico; G2) Dentina controle + aplicação do Biovidro 45S5; G3) Dentina condicionada + aplicação do Biovidro 45S5. Nos grupos com condicionamento ácido (G1 e G3), este foi realizado aplicando-se ácido fosfórico 37% durante 15 segundo, seguido de lavagem abundante por 30 segundos. Nos grupos remineralizados (G2 e G3) a solução de Biovidro 45S5 foi confeccionada diluindo 0,015g de Biovidro 45S5 em 1,35ml de água destilada; e foi friccionada na superfície dentinária com um pincel descartável durante 30 segundos. As amostras foram preparadas para a análise pela microscopia eletrônica de varredura (SS-550 Superscan, Shimadzu Biotech, Japan), por meio de desidratação em um dissecador durante 15 dias. Após este período de tempo, os blocos dentinários foram metalizados com ouro durante 60 segundos, e então foram submetidos à fotomicrografias com aumento de 1000 e 3000 vezes para observar as modificações e interações do biovidro com a estrutura dentinária. Como resultado da análise qualitativa das fotomicrografias, foi possível verificar a exposição dos túbulos dentinários devido desmineralização superficial promovida pelo condicionamento ácido nos espécimes do grupo G1. Verificou-se também que quando o agente remineralizador foi aplicado na dentina do grupo G2 promoveu a formação de precipitados minerais superficiais. Além disto, quando o Biovidro 45S5 foi aplicado sobre a dentina condicionada, nos espécimes do G3, observou-se não só a formação de precipitados minerais, mas também uma diminuição na luz dos túbulos dentinários e uma interação mineral com a dentina peritubular. Diante ao exposto, é possível concluir que o agente remineralizador Biovidro 45S5 é capaz de promover formação mineral tanto na dentina sadia quanto na dentina desmineralizada. Contudo, o processo de desmineralização provocado pelo condicionamento ácido tornou o remanescente dentinário mais susceptível à interação do Biovidro 45S5. Sugerindo assim, que este composto é capaz de promover a remineralização da dentina condicionada, sendo uma alternativa eficaz para diminuir a região desmineralizada não infiltrada por monômeros adesivos na região da camada hibrida. Palavras-chave: remineralização, dentina, Biovidro 45S5. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 45 DENTÍSTICA REDUÇÃO DE DIASTEMA ANTERIOR USANDO BORRACHAS ORTODÔNTICAS PREVIAMENTE A SESSÃO RESTAURADORA: RELATO DE CASO Tatiani Just ([email protected]) (UEM) Renata Corrêa Pascotto Adriana Lemos Mori Ubaldini Bruna Bertol de Oliveira Diastemas são espaços entre dois dentes adjacentes do mesmo arco dentário. A presença deles na região anterior é vista como uma condição estética não aceitável, do ponto de vista social. Consequentemente a busca por padrões estéticos ideais tem se intensificado muito nos últimos anos, cooperando para o surgimento de várias técnicas para atender a esta demanda. Ao se planejar o fechamento de diastemas em dentes anteriores, deve-se considerar a proporção estética e a relação altura/largura dos dentes, tanto para os dentes relacionados ao diastema, quanto para todos os outros dentes adjacentes, para que o acréscimo realizado não comprometa a proporção estética geral, causando desarmonia no sorriso. Também deve-se ter domínio da técnica a ser empregada e utilizar um material de qualidade, que reproduza fielmente a cor, o brilho, a translucidez e a textura da dentição natural. Quando o objetivo é conseguir a harmonia, necessita-se entender que ela é a relação de várias partes diferentes entre si, que no final forma um todo. Para os profissionais, conseguir obter essa harmonia na correção de diastemas, pode ser um desafio, uma vez que os padrões de estética variam de indivíduo para indivíduo, de acordo com várias características, como por exemplo, com o gênero, com a raça, com a idade, com o formato do sorriso e também com o padrão facial. O presente trabalho relata um caso clínico no qual se realiza a correção de um diastema, com resina composta Z350 XT, 3M, entre incisivos centrais superiores, em um paciente do sexo feminino. Devido à dimensão do diastema em questão ser grande (2 mm), se a restauração fosse realizada com técnica direta comprometeria a proporção estética dos incisivos centrais em relação aos incisivos laterais. O habitual é que proporcionalmente os incisivos laterais devem apresentar-se menores em relação aos incisivos centrais. Então neste caso foi eleito o uso de borrachas ortodônticas, colocadas vinte e quatro horas antes do procedimento, com a finalidade de reduzir o espaço anterior e permitir também que os incisivos laterais tivessem a largura aumentada, para que assim o acréscimo com a resina composta fosse realizado tanto nos incisivos centrais, quanto nos laterais, preservando dessa forma, a harmonia do sorriso após o fechamento do diastema. Palavras-chave: Diastema, estética, proporção estética. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 46 Dentística REMODELAÇÃO ESTÉTICA DENTÁRIA POR MEIO DA REALIZAÇÃO DE FACETAS DIRETAS-INDIRETAS DE RESINA COMPOSTA Tainara Laysa Berardi ([email protected]) Centro Universitário de Maringá Adriana Lemos Mori Ubaldini Isabela Hrecek Freitag Danilo José de Souza Costa O conceito de estética para o ser humano é subjetivo e está relacionado à beleza, à harmonia e condicionado a fatores culturais e sociais. Na composição estética dento-facial a boca é um segmento importante e dominante, portanto, o tamanho, a forma e a posição dos dentes anteriores assumem um papel fundamental. Neste contexto, a técnica de restaurações diretas indiretas em resina composta tem se mostrado uma alternativa estética, conservadora e satisfatória uma vez que permite o operador controlar e avaliar o processo desde a seleção de cores até a morfologia final da restauração. O caso clínico a ser apresentado refere-se a um paciente do gênero masculino, 28 anos de idade, insatisfeito com o formato e tamanho de seus dentes. No exame clínico foi possível detectar que o paciente apresentava dentes anteriores estreitos, pequenos e com relações inadequadas com a extensão óssea maxilar. Como o paciente não estava disposto a se submeter-se ao tratamento ortodôntico, e considerando um posicionamento favorável dentário, foi proposto um tratamento estético conservador e totalmente reversível, a realização de facetas diretas-indiretas em resina composta nos dentes 13,12,11, 21, 22 e 23. Inicialmente, o paciente foi submetido ao clareamento caseiro com peróxido de carbamida a 10% durante 20 dias. A etapa restauradora teve início com a confecção de um modelo de estudo para enceramento diagnóstico e um modelo de silicone (Die silicone, VOCO) que serviu como base para a confecção das facetas de resina composta. Além disto, a partir do modelo encerado foi obtida uma guia palatina que foi utilizada como anteparo para a confecção das facetas. As facetas foram realizadas pela técnica de estratificação, utilizando resina composta translucida (Empress Direct Trans 30, Ivoclair, Vivadent) para confecção da barreira palatina, resina composta opalescente para evidenciação dos efeitos incisais (Empress Direct Opal, Ivoclair, Vivadent), e resina composta de esmalte para a camada final (Empress Direct Bleach XL, Ivoclair, Vivadent). As facetas foram realizadas em excesso para evitar a fratura no momento de sua remoção do modelo de silicona. Cada incremento foi polimerizado individualmente, e após a finalização das facetas, sua polimerização foi complementada com o tratamento térmico pela imersão em água destilada em forno micro-ondas durante 3 minutos em potência máxima. A cimentação das peças foi realizada com o cimento resinoso transparente (Trans - Allcem Veneer, FGM) sob isolamento absoluto modificado. Após a cimentação foram realizadas as etapas de acabamento e polimento primário, secundário e terciário. Diante ao caso clínico apresentado, podemos concluir que a técnica de restaurações direta indireta associa as vantagens das técnicas diretas e indiretas, sendo um tratamento restaurador conservador que possibilitou um resultado satisfatório tanto do ponto de vista estético quanto funcional. Palavras –chave: Diastemas, Resina Composta, Facetas diretas-indiretas ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 47 Dentística AUMENTO DE COROA CLÍNICO ESTÉTICO E REANATOMIZAÇÃO COM RESINA COMPOSTA: RELATO DE CASO CLÍNICO Amanda de Oliveira Bertoncelo ([email protected]) Unicesumar Guilherme Saintive Cardia Alana Flávia Dellay É cada vez mais comum e frequente a procura de pacientes pelo sorriso estético harmonioso. Por isso, a associação da técnica de aumento de coroa clínica seguido de reanatomização dos dentes com resina composta vem se tornando uma opção viável e eficaz para pacientes com queixa estética de discrepâncias gengivais e dentárias. Sendo assim, a periodontia combinada com a dentística tem sido determinante para o sucesso do tratamento odontológico. O presente trabalho tem como objetivo apresentar o planejamento integrado periodontal e restaurador de um caso clínico, na qual a desarmonia dentária e gengival foi observada. Paciente gênero feminino, 18 anos, procurou atendimento em uma clínica particular com queixa de desarmonia entre os dentes e a gengiva. Foi diagnosticada com erupção passiva alterada, desarmonia do sorriso e diastemas generalizados. A erupção passiva é uma mudança no desenvolvimento normal em que a gengiva mantém parte da coroa coberta, o lábio superior curto ou a tração excessiva do lábio pode estar relacionado. O diastema é a falta de contato entre um ou mais dentes adjacentes. Sabendo das indicações, limitações e composição da resina composta, pode ser indicada para a reanatomização e correção dos diastemas e forma dos dentes. A primeira fase do plano de tratamento incluiu instrução em higiene bucal, raspagem corono-radicular e profilaxia em todos os dentes. Após o período de um mês, a segunda fase do plano de tratamento foi iniciada. Nesta ocasião, a paciente foi submetida ao aumento de coroa clínica de canino a canino através do procedimento cirúrgico de gengivectomia e osteotomia. Quarenta e cinco dias depois, foi realizado clareamento dental e após uma semana do seu término iniciou-se a última etapa: a restauradora, através da reanatomização e fechamento de diastema com resina composta. Este trabalho evidenciou que a procura pela estética na odontologia levou à integração entre as especialidades, como no caso que uniu a dentística restauradora e a periodontia. Assim, foi possível atender as expectativas do paciente e devolver o equilíbrio do seu sorriso. Para isso foi necessário o diagnóstico periodontal correto, bem como foi importante um estudo minucioso para que a reanatomização obtivesse harmonia de acordo com a proporção, forma e espessura dos dentes. Palavras-chave: Cirurgia Periodontal; Aumento De Coroa Clínica; Reanatomização. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 48 DENTÍSTICA UTILIZAÇÃO DE FACETAS CERÂMICAS EM DENTES ANTERIORES: RELATO DE UM CASO CLÍNICO Greicy Klein Berté ([email protected]) Centro Universitário de Maringá (UniCesumar) Adriana Lemos Mori Ubaldini A valorização da estética na odontologia contemporânea tem impulsionado os pesquisadores e fabricantes na busca pelo aprimoramento das técnicas e materiais dentários, visando à satisfação do paciente frente ao tratamento reabilitador. Desse modo, houve um intenso desenvolvimento das cerâmicas odontológicas, que resultou em restaurações indiretas com propriedades estéticas e mecânicas melhoradas, além de técnicas adesivas simplificadas e eficientes. A reabilitação de dentes tratados endodonticamente muitas vezes se torna um desafio em função da quantidade e qualidade do remanescente dentário. Nesses casos é preciso lançar mão de retentores intrarradiculares, que auxiliam na retenção da restauração. O objetivo do presente trabalho é relatar um caso clínico de uma paciente de 23 anos de idade que compareceu à clínica odontológica queixando-se da estética dos seus dentes anteriores. A paciente relatou ter traumatizado os incisivos centrais superiores há 10 anos, momento em que realizou o tratamento endodôntico dos mesmos. Em consequência do traumatismo houve fratura coronária mesial no dente 21, que foi restaurado com resina composta. Após o tratamento endodôntico, houve um escurecimento significativo dos dentes 11 e 21. Oito anos após o acidente houve uma pequena fratura coronária no elemento 11, que também foi restaurado com resina composta. Após o exame clínico e radiográfico, considerando o escurecimento dentário e a presença de restaurações vestibulares, optou-se pela realização de um tratamento estético composto por associação de técnicas clareamento dentário externo, microabrasão, cimentação de pinos de fibra de vidro e finalização com facetas indiretas cerâmicas. Inicialmente foi realizada uma sessão de clareamento de consultório com peróxido de hidrogênio 35% (Lase Peroxide Sensy I, DMC Equipamentos), em seguida o clareamento foi complementado com a técnica de clareamento caseiro com peróxido de carbamida 10% ( WhitenessPerfect, FGM). Em consequência do clareamento, houve uma intensificação da coloração de manchas brancas dispersas na face vestibular dos dentes antero-superiores, desta forma foi realizado o procedimento de microabrasão do esmalte destes dentes com aplicação uma pasta feita com pedra pomes e ácido fosfórico. Como procedimento restaurador, foram cimentados pinos de fibra de vidro ( Whitepost DC 1, FGM) nos dentes 11 e 21 com cimento resinoso autoadesivo (Rely X U200, 3M-ESPE), e em seguida estes dentes foram preparados pela técnica da silhueta, com as pontas diamantadas 1013, 2135 e 2135FF. A moldagem dos preparos foi feita com silicone adição e afastamento gengival pela técnica do fio duplo. As facetas provisórias foram confeccionadas com resina composta (EmpressDirectBleach L, IvoclairVivadent) com condicionamento ácido seletivo. As facetas definitivas foram confeccionadas com cerâmica de dissilicato de lítio (IPS e.max, IvoclairVivadent). Previamente a cimentação, foi realizada a prova da cor com os cimentos de prova ( VariolinkVeneerTry- In High Value, IvoclarVivadent) e em seguida a cimentação foi realizada com o cimento definitivo deste mesmo sistema ( VariolinkVeneerHigh Value, IvoclarVivadent). O resultado mostrou uma estética funcional, natural e extremamente satisfatória. Pretende-se, com este trabalho, ressaltar que quando criteriosamente indicados, confeccionados e cimentados, as facetascerâmicas são uma excelente opção restauradora funcional e estética. Palavras-chave: Tecnologia, facetas e estética. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 49 DENTISTÍCA RESINA BULK FILL: SIMPLIFICAÇÃO X BONS RESULTADOS Ana Carolina dos Santos Bosso ([email protected]) Unicesumar Sheila Regina Bernini Polaquini Suellen Schwingel A variedade de produtos à base de resina disponíveis no mercado expandiu consideravelmente nos últimos anos. Entretanto, estes materiais são utilizados com uma técnica de inserção em camadas que requer um consumo de tempo que se reflete economicamente. Embora os compósitos possibilitem alto resultado estético, existe uma demanda de mercado por técnicas mais simples e rápidas. Estas características são oferecidas pelas resinas de preenchimento em bloco, as resinas bulk fill, que possibilitam preencher cavidades de até 4 mm em apenas um incremento, com grande economia de tempo. Considerando este panorama, este trabalho tem o objetivo de revisar a literatura recente (2013-2016) em base de dados de artigos científicos sobre as resinas compostas desenvolvidas para preenchimento em bloco. Um dos maiores inconvenientes das resinas compostas convencionais é a contração de polimerização, que é responsável pela formação de tensões internas no material e a formação de espaços entre ele e as paredes da cavidade, e o aparecimento de sensibilidade pós-tratamento. Técnicas adequadas devem ser aplicadas para reduzir a contração de polimerização e a infiltração marginal. Recentemente, compósitos de preenchimento em bloco foram introduzidos no mercado para permitir que o cirurgião dentista realize o preenchimento das cavidades em um único incremento de 4 mm.. Em geral, a resina bulk-fill é caracterizada por baixa tensão de contração e uma maior profundidade de polimerização do que a resina composta convencional. Em geral, recomenda-se que as resinas devem ser colocadas em incrementos de 2 mm, para obter polimerização completa da resina composta. No entanto, a aplicação das resinas numa técnica incremental e fotopolimerização de cada incremento individualmente é um procedimento que consome tempo. Estima-se que no decurso de um ano, um número estimado de 20 a 40 horas de tempo de cadeira é usado para polimerização. Entre os principais avanços de materiais de um único incremento, está o aumento da profundidade de polimerização. As resinas bulk fill, mesmo aplicadas em volumes de 4 milímetros não necessitam de um tempo de polimerização prolongada, ou uma unidade de polimerização de luz mais potente. Um tempo de polimerização de 10 segundos parece suficiente para atingir índices de polimerização maiores que 80%. A aparência, manipulação, e propriedades mecânicas desses compósitos variam entre materiais escoáveis e de alta viscosidade. Em geral, os materiais escoáveis têm uma profundidade mais profunda da polimerização, no entanto, os de alta viscosidade têm uma melhor resistência ao desgaste e menos transparência. Nas comparações realizadas conclui-se que as propriedades mecânicas das resinas bulk fill foram menores em comparação com o material de alta viscosidade convencional, e, no melhor dos casos, comparável as resinas convencionais fluidas. Dadas as propriedades mecânicas mais baixas da maioria dos materiais de preenchimento único em comparação a um compósito nano híbrido de alto teor de carga, a sua utilização para restaurações bem sucedidas sob esforço oclusal pode ser controversa. Mais estudos, especialmente clínicos, são necessários para melhor avaliar estes materiais, visto que a economia de tempo clínico proporcionada é um grande atrativo para o clínicos. Palavras-chave: resinas compostas, polimerização, incremento. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 50 DENTÍSTICA REABILITAÇÃO ESTÉTICA E FUNCIONAL EM RESINA COMPOSTA Melissa Ayumi Tateyama ([email protected]) - (UEM) Renata Corrêa Pascotto Bruna Bertol de Oliveira Adriana Lemos Mori Ubaldini Uma atividade parafuncional, como o bruxismo, faz com que o período de contato dentário diário seja aumentado, o que pode levar à danos na estrutura dentária, como o desgaste. Em perdas dentárias limitadas à superfície incisal dos dentes anteriores, a função e a estética podem ser restabelecidas com restaurações diretas com resina composta. Para reabilitar elementos dentais posteriores, uma alternativa viável é utilizar restaurações indiretas em resina composta, pois oferece inúmeras vantagens em relação às restaurações diretas, como uma melhor definição da escultura dental e dos pontos de contato, além de apresentar uma técnica simplificada de confecção. O objetivo deste relato de caso clínico será apresentar a associação das técnicas direta e indireta em resina composta na reabilitação estética e funcional de um paciente com extensa destruição oclusal por desgaste. Paciente gênero masculino, 25 anos, com fissura de lábio-palatal unilateral (lado direito), com ausência do incisivo lateral. Em função da atresia do palato, após a ortodontia, como não foi submetido a cirurgia ortognática para expansão da maxilla, permaneceu com mordida cruzada posterior bilateral e clinicamente extensos desgastes oclusais devido a parafunção. Optou-se pela reabilitação estética e funcional em resina composta direta nos dentes anteriores e indireta nos posteriores. Fez-se uma moldagem em alginato vasada inicialmente em silicone de adição para modelos ( Voco) e em seguida em gesso pedra. Os modelos de gesso foram montados em articulador semi-ajustável e procedeu-se o enceramento das superfícies oclusais posteriores desgastadas. O modelo de gesso encerado foi moldado em silicone de adição registrado clear ( Voco) que serviu de matriz para auxiliar na confecção das restaurações indiretas de resina composta (Z350 XT, 3M). As restaurações posteriores foram cimentadas sobre os dentes desgastados com um cimento resinoso de presa dual (Rely X Ultimate, 3M) e as anteriores foram realizadas pela técnica incremental direta. Os recursos utilizados (matriz em silicone e confecção de restaurações indiretas realizadas em silicone para modelo) foram efetivos em ajudar a transferir as informações do enceramento diagnóstico para a boca e são alternativas de baixo custo que podem auxiliar o clínico na resolução de casos onde é preciso recuperar as estruturas dentárias desgastadas. O profissional deve estar apto para oferecer as melhores opções de tratamento ao paciente, priorizando a preservação da estrutura dental e o restabelecimento da saúde, função e estética. Palavras-chave: resina composta; reabilitação; bruxismo. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 51 DENTÍSTICA AVALIAÇÃO DA DUREZA E RUGOSIDADE DO ESMALTE DENTÁRIO HUMANO SUBMETIDO À AÇÃO DE DIFERENTES AGENTES CLAREADORES (PROJETO DE PESQUISA) Ângela Rodrigues de Ângeli ([email protected]) Universidade Estadual de Londrina Márcio Grama Hoeppner Cássia Cilene Dezan Garbelini João Felipe Besegato Ricardo Takahashi Peróxido de hidrogênio (H2O2) e peróxido de carbamida (PC) são os agentes oxidantes indicados para solucionar ou minimizar as alterações cromáticas dentárias. Os peróxidos podem ser utilizados na técnica ambulatorial (de consultório) e/ou na técnica caseira. As diferenças entre as técnicas estão na concentração, no tempo de aplicação, na velocidade da reação de oxidação e na forma de ativação do peróxido. Para controlar o problema da sensibilidade dentária, que pode ser trans e/ou pós clareamento, são propostas variações na concentração, redução do tempo e da frequência da utilização do peróxido, acréscimo de nitrato de potássio, fluoreto, fosfato de cálcio e/ou de dióxido de titânio (TiO2), um semicondutor nano particulado. O objetivo do projeto de pesquisa a ser apresentado é avaliar in vitro as alterações estruturais qualitativas da superfície do esmalte dentário humano possíveis de ocorrer em consequência da ação de dois agentes clareadores à base de peróxido de hidrogênio, tendo como desfechos de resposta a variação da microdureza e a rugosidade. Trinta pré-molares hígidos, sem trincas ou defeitos de superfície do esmalte, serão utilizados. Após planificação e polimento do esmalte da face vestibular das coroas clínicas, as amostras permanecerão em cuba ultrassônica para remoção de eventuais resíduos dos sistemas abrasivos. Serão realizadas duas sessões de aplicação dos agentes clareadores, com intervalo de 7 dias. Manipulação, forma de aplicação, tempo de ação e ativação, quando recomendado, respeitará as orientações dos respectivos fabricantes dos produtos a serem testados. As amostras serão mantidas em recipiente plástico, imersas em saliva artificial. Para a avaliação da rugosidade superficial do esmalte dentário será utilizado um rugosímetro digital, enquanto que para a avaliação da microdureza será utilizado um microdurômetro, com penetrador tipo Vickers. As aferições serão realizadas em quatro tempos: T0 (antes dos procedimentos clareadores), T1 (após a 1ª sessão de clareamento), T2 (após a 2ª sessão de clareamento) e T3 (7 dias após a 2ª sessão de clareamento). Em T0 será calculada a média geral para rugosidade e microdureza das amostras preparadas, as amostras com valores acima e abaixo de 10% serão excluídas. Para evitar viéses de alocação, as que restarem serão aleatorizadas nos grupos experimentais utilizando o site www.random.org. Para avaliar as alterações estruturais nas amostras, antes e depois do clareamento, empregar-se-á o teste t para amostras relacionadas. Todas as análises serão realizadas em nível de significância de 5%. Espera-se que, a partir da análise e interpretação dos resultados obtidos com a realização do referido trabalho, seja possível analisar e comparar os efeitos dos agentes clareadores na superfície do esmalte dentário. Se alterações forem evidenciadas, bem como diferenças entre os agentes clareadores avaliados, instituir protocolo clínico para minimizar os efeitos do produto. Palavras-chave: Clareamento Dental. Peróxido de Hidrogênio. Esmalte Dentário. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 52 Dentística CLAREAMENTO INTERNO APLICADO A DESCOLORAÇÃO DENTAL INTENSA Janaina Aparecida Ávila Motta ( [email protected]) Universidade Paranaense (UNIPAR) Dayla Thyeme Higashi Raquel Sano Suga Terada Marcio Gramma Hoeppner Jhonatan Gaspari O escurecimento dental após a desvitalização dental é comum. Tem-se como etiologia desse escurecimento a hemorragia intracanal, pigmentos de restaurações, presença de restos necróticos na câmara pulpar, coloração da obturação endodôntica, abertura dental inadequada, entre outros motivos. O clareamento dental para dentes não vitais é uma forma de correção da descoloração dental que apresenta resultados baseados em uma intervenção conservadora. O objetivo deste trabalho é apresentar a resolução conservadora de um caso clínico com manchamento de incisivos desvitalizados e restaurados com amálgama. Paciente J.A.V.C, masculino, 43 anos, compareceu a clínica odontológica da Universidade Paranaense. Durante a anamnese, foi observado escurecimento dos dentes incisivos centrais. Os elementos apresentavam tratamento endodôntico associado a restauração em amálgama, que preenchia toda a câmara pulpar. Apresentamos ao paciente opções de tratamento restaurador direto e indireto, porém o mesmo rejeitou as opções restauradoras após ser informado que os tratamentos dependeriam de desgaste de estrutura dental vestibular sadia. Frente a resistência do paciente em relação as opções primariamente apresentadas, foi considerado uma possibilidade de clareamento interno. O clareamento de dentes não vitais possui limitações ao tempo de escurecimento e tipo de manchamento estabelecido. O tratamento foi aceito pelo paciente, mesmo com as limitações relatadas. Iniciamos os procedimentos com a remoção da restauração em amálgama. Verificamos uma abertura coronária inadequada, o que provavelmente também contribuiu para o intenso manchamento. Um tampão de ionômero de vidro foi confeccionado com o intuito de proteger a região radicular. O agente clareador foi colocado no interior da câmara pulpar e permaneceu durante sete dias, sendo trocado semanalmente. Após 3 semanas observamos uma melhora significativa na cor. Hidróxido de cálcio foi utilizado para neutralizar o agente clareador. A restauração definitiva do elemento dental foi realizada 14 dias após a neutralização do agente clareador. Por fim, observamos que a descoloração em dentes não vitais pode ter vários fatores etiológicos e, desta forma, todas as etapas relacionadas a técnica de limpeza e aplicação dos agentes clareadores tem grande importância no resultado final. Porém é valido estudar as vantagens e desvantagens, indicações e contra indicações da técnica de clareamento interno, para que as expectativas sejam de acordo com os limites do procedimento. Palavras-chave: Clareamento Dental; Amálgama Dentário; Descoloração de Dente. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 53 DENTÍSTIC INFLUENCIA DA MAGNIFICAÇÃO PROPORCIONADA PELO MICROSCÓPIO OPERATÓRIO EM SUBSTITUIÇÃO DE RESTAURAÇÕES ESTÉTICAS. Samuel Kaik Alves de Lima ([email protected]) - (UEM) Renata Correa Pascotto Bruna Medeiros Bertol de Oliveira Nallu Gomes Lima Hironaka Bruna Gonçalves Rodrigues Gabriela Nunes Zorzi Devido a dificuldade na diferenciação entre a cor da resina composta e a estrutura dentaria, desgastes desnecessários podem ser gerados durante a realização do preparo cavitário, Sendo assim, torna-se evidente a importância de se desenvolver métodos que auxiliem na visualização do material no momento da remoção da restauração. Uma alternativa é a utilização do microscópio óptico operatório que, devido ao aumento óptico proporcionado, auxilia na melhor visualização do material; e na tentativa de minimizar estes desgastes em substituição de restaurações, recentemente foi introduzido no mercado um sistema de luz auxiliar ultravioleta que evidencia a fluorescência do material restaurador em contraste com a da estrutura dentária. O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro o uso da magnificação bem como o uso de sistema de iluminação auxiliar acoplado a uma turbina de alta rotação, no aumento das dimensões cavitárias durante a remoção de restaurações de resina composta. Quarenta e oito dentes anteriores artificiais (13 ao 23) foram montados em manequim numa cabeça simuladora. Cavidades Classe III foram confeccionadas nas faces mesiais utilizando acesso vestibular e restauradas com resina composta de média fluorescência (Z250, 3M ESPE). As restaurações foram divididas em quatro grupos (n=48): G8xSL (n=12) remoção sob magnificação (8x) com turbina de alta rotação convencional - sem iluminação; G8xUV (n=12) remoção sob magnificação (8x) com auxílio do sistema de luz auxiliar acoplado a turbina de alta rotação (Sistema Cobra Ultra Vision, Gnatus®); GSL (n=12) remoção a olho nu usando a turbina de alta rotação convencional; GUV (n=12) remoção a olho nu usando sistema com iluminação auxiliar. Os dentes foram pesados em balança analítica de precisão após os preparos cavitários, e após a remoção das restaurações, a fim de avaliar se a associação da magnificação com a luz ultravioleta proporciona maior preservação da estrutura sadia. A diferença entre o peso inicial e o peso final após serem submetidos aos testes de Kruskal-Wallis (p<0,05), mostrou não haver diferença estatisticamente significante entre os grupos (p=0,290). Assim, uso da magnificação ou do sistema de luz auxiliar não proporcionaram maior preservação de estrutura dentária que a técnica tradicional sem iluminação acessória. Palavras-chave: Resina composta; magnificação; remoção de restaurações. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 54 Dentística INTERVENÇÕES ESTÉTICAS CONSERVADORAS PARA ADEQUAÇÃO DO SORRISO Laise Midori Tokubo ([email protected]) - (UEM) Dayla Thyeme Higashi Raquel Sano Suga Terada Marcio Gramma Hoeppner Eduardo Pfau Os avanços na área da odontológica estética e a constante procura dos pacientes por tratamentos puramente estéticos eleva o nível de exigência e qualidade dos procedimentos atuais. A escolha do plano de tratamento deve ir de encontro as expectativas do paciente, mas é importante evidenciar as limitações e possibilidades dentro da alternativa escolhida. A atuação em equipe multidisciplinar muitas vezes se faz necessária para alcançar os objetivos pretendidos e imaginados pelos pacientes. O intuito do presente trabalho é relatar um caso clinico de harmonização do sorriso por meio da técnica cirúrgica de gengivectomia/gengivoplastia, e a associação de técnicas para a correção de alterações cromáticas da estrutura dental (microabrasão e clareamento dental externo). Paciente do sexo feminino, 26 anos, procurou atendimento na clínica odontológica da UNIPAR relatando que achava seus dentes “curtos” e que os mesmos continham “manchas brancas”. A paciente manifestou sua intenção em não realizar intervenções restauradoras, sejam elas diretas ou indiretas. Desta forma, o plano de tratamento se limitou a gengivectomia para aumentar a exposição dental, tendo como limite de avanço a junção amelocementária, e o procedimento de microabrasão e clareamento dental para eliminação e mascaramento das manchas brancas. A cirurgia de gengivoplastia foi realizada pela técnica de bisel interno com reposicionamento da margem óssea e plastia óssea vestibular. Após o período de cicatrização realizamos o procedimento de macroabrasão com ponta diamantada de acabamento extra fino e microabrasão com pasta abrasiva comercial. Observamos a eliminação parcial das manchas brancas, que por se localizarem em região cervical tem mais resistência a eliminação pela técnica escolhida. Através do clareamento dental de consultório esperávamos mascarar as hipoplasias que restaram, mas a paciente não respondeu bem ao tratamento. A sensibilidade dental experimentada após a primeira sessão levou a desistência da continuidade do clareamento dental. A atuação multidisciplinar foi fundamental para o estabelecimento do melhor plano de tratamento. Notou-se grande diferença no sorriso da paciente, uma vez que seus dentes ficaram com forma e tamanho mais estéticos, atingindo o objetivo inicial pretendido. A correção cromática foi parcialmente atingida, pois certa tolerância ao tratamento clareador foi encontrada devido à grande sensibilidade sentida pela paciente. Da mesma forma, houve resistência a eliminação de manchas brancas, localizadas em áreas cervicais que não respondem bem ao tratamento de microabrasão. Concluímos que em tratamentos estéticos o planejamento inicial em equipe multidisciplinar se faz necessário para o alcance de resultados satisfatórios as exigências contemporâneas, porém deve-se atentar as possibilidades de finalização, pois nem sempre está condicionada apenas a habilidade do operador e tecnologia/materiais empregados. Limitações e reações adversas devem ser sempre ressaltadas assim como os limites do tratamento estético. Palavras-chave: Estética Dentária; Microabrasão do Esmalte; Gengivectomia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 55 Dentística RESINAS BULKS: EFETIVIDADE VERSUS PRATICIDADE Michely Souza das Dores ([email protected]) Unicesumar Verônica de Araujo Moreira Lezcano Lisia Emi Nishimori Tomita Com o avanço dos materiais dentários e a grande busca por estética por parte dos pacientes, a resina composta vem ocupando um espaço cada vez maior na clínica diária de cirurgiões dentistas, desta forma empresas odontológicas dispõe de inúmeras técnicas e variedades de materiais que satisfaçam as exigências clínicas. A técnica incremental tem sido a principal escolha para restaurações de resina composta polimerizáveis, contudo, realizar restaurações em cavidades profundas com vários incrementos de resina composta torna o procedimento clinico extenso, apresentando desvantagens associadas, tais como o risco de contaminação, incorporação de bolhas de ar, infiltração e sensibilidade pós-operatória. No intuito de reduzir esse tempo clínico um novo conceito em resina surge simplificando a técnica restauradora. As resinas “Bulk-fill”, assim chamadas, permitem a inserção de um incremento único de 4 a 5 mm de espessura, apresentando baixa contração de polimerização e redução na deflexão de cúspides em cavidades classe ll, o material ainda apresenta estética e variedades de coloração. A principal preocupação de realizar uma técnica com incrementos espessos é se a conversão dos monômeros é suficiente nas partes mais profundas desse incremento. Os fabricantes afirmam que essa resina possui contração de polimerização inferior em relação à resina convencional, e sua transmissão de luz é superior devido a sua maior translucidez e sua composição distinta das convencionais. No entanto, controvérsias na literatura relatam desvantagens do material de resinas bulk-fill, pois pode apresenta baixa dureza a superfície e alta capacidade de absorção de água quando comparadas as resinas compostas tradicionais. No intuito de auxiliar o cirurgião dentista a eleger uma melhor metodologia restauradora, o presente estudo tem como objetivo realizar uma breve revisão de literatura com artigos recentes e demonstrar a aplicabilidade da técnica de acordo com os estudos analisados. Por meio de uma intervenção clinica em um paciente do gênero masculino, 37 anos de idade, onde foi realizado uma restauração classe II, com resina Bulk-fill SDR no interior e estratificação final com uma resina convencional. Diante do exposto, conclui-se que o novo material aliado a técnica com quantidade reduzida de resina de corpo, apresenta-se como uma alternativa para restaurações classe II, reduzindo desta maneira o tempo clínico. Palavras-chave: Bulk-fill, restauração classe ll, resina convencional ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 56 Dentística AVALIAÇÃO DA ESTERILIDADE DE BROCAS UTILIZADAS POR ACADÊMICOS DE ODONTOLOGIA Ramon Carlos de Almeida ([email protected]) Centro Universitário Ingá – Uningá Sheila Alexandra Belini Nishiyama Thiago Satoshi Kawazoe Lourdes Botelho Garcia A prevenção da infecção cruzada tem sido um grande desafio para os cirurgiões-dentistas e acadêmicos de odontologia. A constante transferência de microrganismos da cavidade bucal para as superfícies e objetos durante o atendimento odontológico, representa um constante risco de disseminação de patógenos, que podem estar presentes no sangue e na saliva dos pacientes. As brocas estão dentre os materiais que podem representar uma possível fonte de contaminação durante o atendimento odontológico, pois são instrumentos rotatórios de corte ou desgaste que frequentemente são utilizados por cirurgiões-dentistas em diferentes especialidades, devendo ser esterilizadas quando reutilizadas. Assim, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a esterilidade de brocas odontológicas utilizadas no atendimento de pacientes em duas instituições de ensino de odontologia da região noroeste do Paraná. Neste estudo foram avaliadas 156 brocas prontas para o uso nos procedimentos clínicos, previamente preparadas e esterilizadas pelos acadêmicos. As amostras foram encaminhadas ao laboratório de microbiologia e transferidas para tubos de ensaio contendo caldo tioglicolato e incubadas por 12 horas em estufa a 37°C. Após esse período, as brocas foram retiradas dos meios de cultura e as culturas continuaram incubadas, sendo monitoradas durante sete dias e analisadas quanto a presença ou ausência de crescimento microbiano. Das culturas positivas foram realizados esfregaços em lâminas, corados pelo Gram e subcultivos em ágar sangue de carneiro, com incubação em aerobiose e anaerobiose, respectivamente por 24 e 48 horas. Do total de brocas analisadas, 64,4% foram provenientes da Faculdade 1 e em 25,5% houve crescimento microbiano. Já nas 34,6% provenientes da Faculdade 2, 18,5% tiveram crescimento microbiano. As culturas positivas indicaram a presença de cocos e bacilos Gram-positivos. Os resultados obtidos nas duas instituições estudadas apontaram contaminação mesmo após o processo de autoclavagem, sugerindo falhas em alguma etapa do preparo do material para a esterilização, como lavagem inadequada, não utilização de detergentes adequados ou falhas no acondicionamento do material, já que os processos de esterilização foram validados com ampolas de indicador biológico. Estes dados reforçam a necessidade da educação continuada dos acadêmicos de odontologia sobre os princípios básicos de biossegurança, para que sejam discutidos temas sobre técnicas e padronização de procedimentos de limpeza, descontaminação, esterilização e armazenamento de artigos. Garantindo, dessa forma, a segurança de todos os envolvidos e preparando os futuros profissionais da odontologia para o exercício da profissão com segurança e ética. Palavras-chave: biossegurança, esterilização, infecção cruzada. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 57 Dentística AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS E SOLUÇÕES IRRIGADORAS DO CANAL RADICULAR NA RESISTÊNCIA ADESIVA DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO Nayra Kawana Turini ([email protected]) Universidade Estadual de Londrina Márcio Grama Hoeppner Daniel Poletto João Felipe Besegato Rafaela Gheller Solange de Paula Ramos Dentes com extensa destruição coronária e tratados endodonticamente podem ser restaurados com a utilização de pinos intrarradiculares. Pinos de fibra vidro tem sido indicados para esta finalidade, pois apresentam módulo de elasticidade semelhante ao da dentina, melhor estética e custo reduzido. No entanto, o processo de hibridização da dentina é extremamente importante na união da restauração e do pino de fibra de vidro. Falhas neste processo podem comprometer a adesão entre o pino e a dentina, resultando em uma menor longevidade da restauração. O objetivo desse estudo foi avaliar a ação de diferentes métodos de limpeza e soluções irrigadoras do canal radicular para cimentação de pino de fibra de vidro, empregadas ou não com auxílio de um aparelho ultrassônico (US), tendo com desfecho a resistência de união obtida entre o pino de fibra de vidro e a dentina radicular. Esse estudo recebeu a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina (Parecer número 310.888/2013). 70 dentes humanos, unirradiculares, foram seccionados em comprimento de 15 mm e em seguida receberam tratamento endodôntico e posterior desobturação do canal radicular. Para a limpeza do canal, os corpos de prova foram aleatorizados em 7 grupos (n=10), de acordo com a solução irrigadora e método de limpeza empregado: G1- soro fisiológico; G2- hipoclorito de sódio a 2,5%; G3- gluconato de clorexidina a 2%; G4- ácido poliacrílico a 11,5%; G5- G2 com US; G6- G3 com US; G7- G4 com US. Após a limpeza, realizou-se a cimentação dos pinos de fibra de vidro com um cimento resinoso autoadesivo (RelyX U200, 3M ESPE) e a resistência adesiva foi analisada por meio do teste de pull out modificado em máquina de ensaio universal (MTS 810), com célula de carga de 1kN e velocidade de 0,5 mm/min. A distribuição de normalidade foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov e, para comparação entre os grupos, foi usado o teste ANOVA seguido de pós-teste de Tukey (p<0,05). Houve diferença significativa entre G1 (274,6 ± 71,07 Mpa) e G7 (181,2 ± 65,79 Mpa), sendo que o G7 apresentou menor resistência adesiva comparativamente a todos os outros grupos. Concluiu-se que a ativação da ação das soluções irrigadoras com US não melhorou a resistência adesiva. Palavras-chave: Irrigantes do Canal Radicular. Cimentos de Resina. Resistência à Tração ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 58 DENTÍSTICA ASSOCIAÇÃO DE TÉCNICAS DE CLAREAMENTO EXTERNO COMO RESOLUÇÃO ESTÉTICA PARA O ESCURECIMENTO DENTAL DE UM INCISIVO CENTRAL COM REABSORÇÃO EXTERNA. Diego Larry Painsso ([email protected]) Instituição: Centro Universitário de Maringá - Unicesumar Adriana Lemos Mori Ubaldini Carolina Bento Molina Ferreira O clareamento dental é um procedimento estético não invasivo que evoluiu muito na última década com a introdução de novos agentes clareadores, com novas fórmulas, novas concentrações, formas de utilização, técnicas e equipamentos. Os agentes clareadores são veículos de radicais de oxigênio que possuem baixo peso molecular, com capacidade de permear através dos tecidos dentinários. As moléculas pigmentadas que causam a alteração da cor dentária são quebradas em cadeias moleculares cada vez menores, diminuindo assim a intensidade da cor e proporcionando o efeito clareador. A etiologia da alteração de cor dentária de dentes sem vitalidade pulpar pode ser atribuída a inúmeros fatores, entre eles as iatrogenias que podem resultar do tratamento endodôntico devido ao uso incorreto das técnicas endodônticas ou o uso de substâncias inadequadas. Embora o clareamento intracoronário seja considerado um procedimento conservador, sua indicação deve respeitar as condições biológicas dos elementos dentários, uma vez que este procedimento pode resultar em efeitos adversos como a reabsorção cervical externa e o enfraquecimento do elemento dentário. O caso clínico a ser apresentado refere-se ao paciente do gênero masculino 20 anos de idade que procurou atendimento odontológico após perceber uma fistula na região apical do dente 21. O paciente relatou ter tido dor neste dente antes do aparecimento da fístula, e que esta dor no não cessou com medicamento analgésico. Além disto, informou estar utilizado aparelho ortodôntico por dois anos no momento do episódio, e disse não se lembrar de ter sofrido qualquer tipo de traumatismo neste dente. Durante o tratamento endodôntico do dente 21, ocorreu uma perfuração radicular do terço apical no sentido distal, momento em que iniciou o processo de escurecimento deste dente. O tratamento endodôntico foi finalizado com presença de reabsorção radicular dentária. Após um ano da finalização da endodontia e do acompanhamento radiográfico da reabsorção radicular, que se manteve estável neste período, o paciente procurou atendimento odontológico para obter uma solução estética para o escurecimento dentário. Como tratamento, devido à presença da reabsorção externa, foi proposta ao paciente a realização de clareamento dentário com associação da técnica de consultório com a técnica caseira. Desta forma, inicialmente foram realizadas duas sessões de clareamento de consultório com peróxido de hidrogênio a 37,5%, a primeira em todos os elementos dentários e a segunda apenas no dente 21 (Polaoffice+, SDI). Em seguida, o paciente foi submetido ao clareamento caseiro com peróxido de carbamida 10% ( Whitness Perfect, FGM) durante duas semanas. Como resultado foi possível obter um clareamento homogêneo em todos os dentes, mascarando o escurecimento dentário do dente 21. Pretende-se com este caso ressaltar a importância do correto diagnóstico quanto às alterações de cor dentária, enfatizando a indicação do procedimento de clareamento externo em dentes com alterações de periápice como a reabsorção radicular externa. Palavras-chave: Clareamento dentário; Reabsorção externa; Escurecimento dentário; ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 59 DENTÍSTICA COLAGEM DE FRAGMENTO APÓS FRATURA CORONÁRIA Monique Cimão dos Santos ([email protected]) - (UEM) Margareth Calvo Pessutti Nunes Marina de Lourdes Calvo Fracasso Bruna Gonçalves Rodrigues Izabela Volpato Marques Samuel Kaik Alves de Lima O aumento do número de acidentes domésticos, de trânsito e de trabalho, dos níveis de violência e da maior participação das crianças em atividades esportivas contribui para que o traumatismo alvéolo dentário seja uma das principais queixas nos serviços de urgência odontológica. Injúrias ao dente e à face de crianças jovens são traumáticas não somente no sentido físico como também no psicológico. Um dente anterior fraturado pode levar à incapacidade física, como dificuldade na mastigação, fonação ou ambos. Pode também proporcionar embaraço social e psicológico, como evitar sorrir, afetando o relacionamento social. Diante disso, o projeto C.E.M.Trau da Universidade Estadual de Maringá busca realizar o atendimento das pessoas que sofreram esses traumatismos atendendo pacientes do município de Maringá e região. Para se chegar a um diagnóstico rápido e preciso da provável extensão da lesão é essencial que o paciente seja submetido a um exame sistemático. Existem vários tipos de traumatismos, dentre eles está a fratura coronária, em que pode haver perda de substâncias da coroa, podendo acometer somente esmalte, esmalte-dentina, ou esmalte-dentina-polpa, cada qual com sua alternativa de tratamento. O objetivo deste trabalho é relatar o caso clínico de um paciente especial que sofreu fratura coronária dos elementos 11 e 21, envolvendo esmalte e dentina sem comprometimento pulpar, em que foi realizada a colagem dos fragmentos para reestabelecimento da função mastigatória, fonética e estética, visto que a região do trauma compreende os dentes anteriores da maxila. O resultado obtido foi muito satisfatório, pois os fragmentos estavam íntegros e foram armazenados corretamente, seguindo orientação do profissional dentista. No início, houve dificuldade com o manejo do paciente, mas no decorrer dos atendimentos essa barreira entre o profissional e o paciente se estreitou facilitando a realização dos procedimentos. Portanto, é necessário um exame minucioso e detalhado levando em consideração as condições emocionais e físicas do paciente, além disso, para que sejam contornadas as dificuldades no tratamento de pacientes especiais, é imprescindível uma sensibilização por parte do profissional para realizar o atendimento, assim como seguir os princípios de uma boa técnica a fim de reestabelecer a função mastigatória do paciente e a estética dos dentes afetados. Palavras-chave: Colagem de fragmento, Fratura coronária e Traumatismo dentário. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 60 DENTÍSTICA PULPOTOMIA E COLAGEM DE FRAGMENTO EM UM DENTE COM RIZOGÊNESE INCOMPLETA E COM REGIÃO PONTUAL DE INFECÇÃO NA POLPA SUPERFICIAL Mayanne Magalhães Oliveira ([email protected]) Centro Universitário de Maringá – Unicesumar Adriana Lemos Mori Ubaldini do Amaral Lilco Kleber Kellner Filho Isabela Hrecek Freitag Quando as fraturas coronárias acometem pacientes jovens, frequentemente estão associadas com a exposição pulpar e afetam dentes recém erupcionados com rizogênese incompleta. Por esta razão, a seleção de um plano de tratamento coerente deverá objetivar o reparo e a formação de uma barreira mineralizada sob a área exposta, o que possibilitará a preservação das funções normais da polpa, o desenvolvimento das raízes imaturas e fechamento do ápice radicular. Portanto, em situações clínicas de fratura coronária com exposição pulpar tem se optado pelo tratamento conservador como a pulpotomia, ou o capeamento pulpar direto. O caso a ser apresentado, refere-se a um paciente do gênero masculino, oito anos de idade, que procurou atendimento odontológico 30 dias após ter sofrido um traumatismo dentário durante uma brincadeira. O paciente relatou não possuir nenhuma sintomatologia dolorosa e que três dias após o trauma foi a um Posto de Saúde onde foi realizado um curativo com cimento de ionômero de vidro sob a fratura dentária. Ao exame clínico e radiográfico, verificou-se presença de fratura coronária no incisivo central direito com rizogênese incompleta, que respondeu positivamente aos testes de sensibilidade e não apresentava mobilidade, entretanto, possuía uma discreta alteração de cor, sugerindo assim uma provável alteração pulpar. Logo após o trauma, o fragmento dentário foi armazenado em soro fisiológico. Inicialmente, foi realizada a remoção do curativo sendo possível verificar um extravasamento de exudato purulento na exposição pulpar. Em função da resposta positiva aos testes de sensibilidade, da ausência de dor espontânea segundo a história clínica, e da inexistência de alterações periapicais no exame radiográfico, mesmo na presença de um micro abscesso localizado optou-se pela pulpotomia como plano de tratamento. Após a anestesia local, o dente foi isolado de forma absoluta e lavado com soro fisiológico. Realizou-se a abertura coronária e a remoção do tecido pulpar com uma ponta diamantada esférica de tamanho compatível com o dente e a pulpotomia foi realizada até uma profundidade de aproximadamente 4,0mm, caracterizando-se assim a confecção de uma pulpotomia cervical ou total. Nesta etapa operatória, verificou-se a presença das características clínicas da polpa que indicam a técnica da pulpotomia. Depois que ocorreu a suspensão completa do sangramento, aplicou-se sobre o remanescente pulpar uma associação corticóide-antibiótico (Otosporin® - Glaxo-Wellcome) por 10 minutos, posteriormente introduziu-se uma pasta de hidróxido de cálcio P.A. (Biodinâmica) e realizou-se a restauração provisória do dente ( Vitro-Fil LC® - DFL). Em uma segunda sessão, passando-se 40 dias, foram removidos os materiais restauradores e abaixo da pasta de hidróxido de cálcio foi possível visualizar a presença de uma zona de necrose superficial de uma barreira de dentina. Desta forma, forrou-se a cavidade com cimento de hidróxido de cálcio (Hydro C - Dentsply), selou-se com cimento de ionômero de vidro ( Vitro-Fil LC® - DFL), e então foi feita a colagem do fragmento coronário com auxílio de resina composta (Oppalis - FGM) (Fig. 10). Pretende-se com este trabalho ressaltar a importância do tratamento conservador da polpa dental por meio de um caso clínico de fratura coronária com exposição pulpar em um paciente jovem. Palavras- chave: Traumatismo dentário, Pulpotomia, Colagem de fragmento. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 61 DENTÍSTICA HIPOPLASIA DE ESMALTE E DOENÇA CELÍACA Thais Alves Vieira ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá (UEM) Mitsue Fujimaki Tânia Harumi Uchida Maria Luiza Barucci A doença celíaca (DC), também conhecida como enteropatia glútenssensível, caracteriza-se como uma intolerância permanente a peptídeos contidos no glúten, o qual está presente em cereais como trigo, aveia, cevada e centeio. A DC caracteriza-se por atrofia total ou subtotal das vilosidades do intestino delgado proximal e consequente má absorção de nutrientes e minerais como o Ca, Fe, Zn e Vitaminas A, B, D, E e K, em indivíduos geneticamente susceptíveis, além de manifestações extra-intestinais, como por exemplo as manifestações orais. Dentre estas, podemos citar a hipoplasia de esmalte dental, que tem sido observada em pacientes com a doença celíaca (DC). Essa alteração é decorrente da formação defeituosa ou incompleta da matriz orgânica do tecido mineralizado devido à alterações dos ameloblastos. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre a relação entre a hipoplasia de esmalte e a doença celíaca. Foram utilizadas as palavras-chave hipoplasia de esmalte e doença celíaca e manifestações orais da doença celíaca e feito a busca de trabalhos no Google Acadêmico e no Scielo. Foram encontrados 15 artigos científicos para o estudo da associação da hipoplasia do esmalte e doença celíaca. A hipoplasia de esmalte em pacientes celíacos tem sido observada na dentição decídua e permanente, apresentando um padrão simétrico e cronológico em todos os quadrantes da dentição, sendo a localização predominante ocorre em dentes incisivos e primeiros molares. Os graus I e II de hipoplasia de esmalte são mais prevalentes em pacientes celíacos e não há diferença entre os celíacos e os não celíacos quanto à presença de hipoplasia de esmalte de grau III e IV. Ainda ressalta-se a relação entre a gravidade dos sintomas da doença e o grau de acometimento do dente em formação pela hipoplasia de esmalte. O mecanismo etiológico do aparecimento da hipoplasia de esmalte nos pacientes celíacos ainda é desconhecido, mas uma das hipóteses mais aceitas é de que os baixos níveis séricos de concentração de cálcio, resultantes de uma má absorção intestinal, podem contribuir para a origem dos defeitos do esmalte. Os resultados encontrados durante a revisão de literatura mostram a importância do cirurgião-dentista reconhecer o padrão de lesões em esmalte que estejam relacionadas a deficiências nutricionais, já que estas alterações podem ser consideradas sinais patognomônicos para o indivíduo com doença celíaca. Palavras-chave: Hipoplasia de Esmalte, Doença Celíaca, Manifestações Orais da Doença Celíaca ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 62 DENTÍSTICA RESTABELECIMENTO DE FRATURAS CORONÁRIAS EM ÁREA ESTÉTICA: RELATO DE CASO CLÍNICO Ana Carolina Costa Matsuoka Correia ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Margareth Calvo Pessuti Nunes Alfredo Franco Queiroz Nair Narumi Orita Pavan Marcos Sergio Endo O traumatismo dentário na infância é um dos acidentes mais ocorrentes, podendo comprometer a dentição decídua ou permanente. Estudos epidemiológicos revelam que uma em cada duas crianças sofrem de traumatismo dentário, ocorrendo com maior frequência entre 07 e 12 anos, com incidência um pouco maior no sexo masculino. A fratura coronária é o tipo de lesão mais comum, geralmente surgida do resultado de um acidente, prática desportiva ou violência. O presente trabalho objetiva relatar um caso clínico de fratura coronária de esmalte e dentina, atendido no Centro Especializado Maringaense de Traumatismos em Odontologia (CENTRAU - (UEM) e discutir as abordagens terapêuticas. Relato de caso: paciente do gênero masculino, 8 anos de idade, compareceu à clínica odontológica logo após sofrer um trauma na escola em que estudava. Ao exame clínico, observou-se fratura coronária de esmalte e dentina em ambos os incisivos centrais superiores. Os fragmentos dentários foram trazidos pela mãe do paciente, os quais foram armazenados em um recipiente com soro fisiológico durante o atendimento no Hospital Universitário de Maringá. Anteriormente, ainda na escola, os fragmentos foram armazenados no leite. O tecido pulpar dos remanescentes se encontravam intimamente próximos da linha de fratura, sendo possível serem visualizados por transparência. Em decorrência disso, optou-se por realizar inicialmente um capeamento pulpar indireto e proteção da área de fratura, utilizando cimento de hidróxido de cálcio e cimento de ionômero de vidro, para posterior realização do teste de vitalidade pulpar, visando evitar mais injúrias pulpares. Posteriormente, após análise da viabilidade do aproveitamento dos fragmentos dentais, visto que apenas um deles, o dente 11, se encontrava íntegro, optou-se por sua colagem e a restauração do dente 21 traumatizado, com resina composta. Os sistemas adesivos resinosos e as técnicas adesivas com condicionamento ácido de esmalte e dentina trouxeram grandes avanços nas técnicas restauradoras para dentes anteriores fraturados, possibilitando, por exemplo, a colagem de fragmentos. Esse procedimento possui vantagens em relação à restauração do dente traumatizado, como a devolução da forma, contorno, textura superficial, alinhamento e cor original do dente. Além disso, é um procedimento mais simples e rápido. Porém, pode acontecer de o resultado estético não ser o esperado quando se utiliza o fragmento, caso hajam alterações de cor no remanescente dental ou fragmento, por exemplo. Por isso, é de extrema importância a análise criteriosa de cada caso, buscando o planejamento adequado para a devolução da função e da estética satisfatórias para o paciente. Palavras-chave: Traumatismo dentário, estética dentária, dentística. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 63 DENTÍSTICA ESTÉTICA DOS DENTES ANTERIORES ATRAVÉS DE RECONSTRUÇÃO DE GUIA ANTERIOR: UM CASO CLÍNICO Márcia Cristina da Silva ([email protected]) - (UEM) Orientadora: Silvia Sbeghen Sábio Co-autores: José Mondelli Carina Bispo Clóvis Lamartine de Moraes Melo Neto Com o desenvolvimento de novas técnicas e materiais restauradores, as opções para a realização de uma reconstrução estética e funcional satisfatória se tornaram ainda mais eficazes nos casos de desgastes dentários. A reconstrução da guia dos dentes anteriores consiste na restauração com resina composta para remodelação estética e funcional dos dentes e pode receber o auxílio de outros materiais, como o Micropin (pinos dentinários em fibra de vidro), para proporcionar a restauração mecanicamente mais satisfatória. O objetivo deste trabalho é relatar os procedimentos realizados para reconstrução de dentes anteriores superiores com resina composta e pinos intradentinários em fibra de vidro. Para isso, será apresentado o caso clínico de um paciente do gênero masculino, com hábito parafuncional do tipo bruxismo, o qual possui desgaste acentuado nos dentes anteriores apresentando-se insatisfeito com seu sorriso e oclusão. O bruxismo é o ato de ranger, desgastar e apertar os dentes excessivamente, principalmente no período noturno, durante o sono, sendo considerado uma atividade parafuncional. Pode-se dizer que nos dias de hoje, é um hábito bastante comum, o qual pode ter causa multifatorial, como por exemplo, fatores psicológicos, emocionais, oclusais ou maus hábitos. O paciente pode não saber de sua existência, pois na maioria das vezes ocorre durante o período do sono noturno. Esse hábito além de ocasionar sintomas de dor, cansaço e desconforto nos músculos da face e da Articulação Temporomandibular, também pode gerar o desgaste dos dentes devido a grandes forças exercidas sobre eles durante o sono. Por isso, é necessária a atenção do cirurgião-dentista durante a anamnese e exame clínico frente a esses casos para que se possa realizar com precisão o diagnóstico e a reconstrução adequada da guia anterior desses dentes restabelecendo a estética e a função. Assim, neste caso foi utilizado o Micropin para a restauração dos dentes anteriores superiores, o qual é inserido em dentina, empregado como retenção adicional em dentes polpados, possibilitando resistência à restauração com relação às forças mastigatórias. Além disso, esse pino apresenta também como vantagem a estética, pela sua coloração e adesão à estrutura dentária e aos materiais restauradores, proporcionando um resultado estético bastante satisfatório no tratamento de reconstrução de guias dos dentes anteriores com resina composta, possibilitando o restabelecimento da forma anatômica e a função de cada dente. Posteriormente, confecciona-se uma placa noturna miorelaxante para o paciente com a finalidade de manutenção das restaurações e controle do hábito parafuncional realizado por ele. Palavras-chave: Reconstrução, Guia Anterior, Bruxismo ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 64 Categoria Dentística ESTÉTICA DO SORRISO COM REANATOMIZAÇÃO DOS DENTES ANTERIORES: UM CASO CLÍNICO Bruna Zinhani ([email protected]) - (UEM) Silvia Sbeghen Sábio José Mondelli Carina Gisele Costa Bispo A busca por um sorriso estético, harmônico e natural vem crescendo a cada dia, pela quantidade de pacientes que vão aos consultórios odontológicos à procura de melhorias para o seu sorriso, constituindo assim um desafio para a odontologia restauradora. Para obtenção de um sorriso estético, deve-se manter o equilíbrio entre a estética rosa, no qual faz parte o tecido gengival, e a estética branca, cujos elementos dentários à constituem. Na estética branca, diversos fatores são considerados para determinar um sorriso harmonioso, dentre eles: a tonalidade dos dentes, a translucidez, a radiopacidade e especialmente, a anatomia dos elementos dentários anteriores, a qual possui papel fundamental na composição do sorriso. Sendo assim, a odontologia restauradora tem proporcionado alternativas e soluções para alcançar um sorriso adequado. O aprimoramento de técnicas, como a reanatomização dentária têm sido muito utilizada e apresentado resultados muito satisfatórios. Tal estratégia consiste em um procedimento restaurador, realizado em resina composta, e possui como objetivo remodelar a morfologia dos dentes que se encontram desarmônicos no sorriso. Desta forma, o objetivo do trabalho foi apresentar um caso clínico de reanatomização de dentes anteriores em resina composta mostrando as vantagens da técnica. Uma paciente do gênero feminino de 20 anos, procurou tratamento com a queixa de estar se sentindo insatisfeita com seu sorriso devido a anatomia de seus dentes anteriores. No exame clinico, a paciente apresentava incisivos laterais de forma conóide. Como o próprio nome define, são dentes com aparência de cone e menores do que seu tamanho habitual. Durante a formação do órgão de esmalte, estrutura epitelial que modela o dente, pode ocorrer uma alteração no padrão histológico, determinando um dente de tamanho menor. Eles geralmente são herdados geneticamente e as mulheres são as mais afetadas. Foi feito um planejamento e a resolução estética desse caso foi baseada na remodelação morfológica desses elementos, afim de reestabelecer a estética dos dentes anteriores possibilitando um sorriso mais harmônico. A técnica utilizada foi com resina composta de inserção direta, devolvendo a forma e a função de cada dente. O resultado final foi bastante satisfatório, atendendo altamente as expectativas da paciente, elevando a sua autoestima juntamente com seu bem-estar psicológico e emocional. Palavras-chave: reanatomização dental, dentes conóides, sorriso estético ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 65 Dentistica EFEITO DO EXTRATO DE GRAVIOLA SOBRE A ATIVIDADE DE MMPS E DEGRADAÇÃO DO COLÁGENO DENTINÁRIO Cristiane Mayumi Inagati ([email protected]) Faculdade de Odontologia de Araquara- UNESP Josimeri Hebling Débora Lopes Salles Scheffel Fernanda Gonçalves Basso Diana Gabriela de Sousa Soares Régis Henke Scheffel As metaloproteinanses da matriz (MMPs) são enzimas capazes de degradar, entre outros substratos, o colágeno tipo I, principal constituinte da matriz dentinária. Juntamente com outras protéases, as MMPs influenciam a progressão de lesões de cárie e desempenham um papel importante na degradação da união resina-dentina. Diversas substâncias têm sido estudadas como inibidores de MMPs na tentativa de preservar a qualidade da interface adesiva em longo prazo. A graviola (Annona muricata) é uma árvore de pequeno porte, encontrada em quase todas as florestas tropicais. Seu extrato tem demonstrado efeitos positivos ao evitar a proliferação de células tumorais em animais. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do tratamento da dentina com extrato de graviola na atividade de MMPs (AMMP) e na degradação do colágeno dentinário. Para isso, 40 palitos de dentina (1x1x6 mm) foram obtidos de terceiros molares hígidos e completamente desmineralizados em H3PO4 10% por 18h à 4oC. Um extrato de folhas de graviola (100 mg/mL) em DMSO 100% foi produzido e 25 espécimes foram tratados por 60 segundos com água deionizada (controle), extrato de graviola seguido de enxague com água deionizada por 10 segundos, extrato de graviola sem enxague, DMSO 100% seguido de enxague e DMSO 100% sem enxague (n=5). Então, a AMMP foi analisada por um teste colorimétrico (SensoLyte®). Os 15 espécimes restantes foram utilizados para avaliação da degradação do colágeno pela variação da massa seca (MS). Os palitos foram desidratados por 72h e, em seguida, a MS inicial individual foi determinada. Posteriormente, os espécimes foram tratados com água deionizada (controle) ou extrato de graviola por 60 segundos ou 10 minutos (n=5) e armazenados em 300 uL de saliva artificial à 37oC por 7 dias. Após o período de armazenamento os palitos foram novamente desidratados e a MS final individual foi determinada. Os dados de porcentagem de atividade de MMPs e perda de MS foram submetidos ao teste de ANOVA e Tukey com nível de significância de 5%. O tratamento da dentina com graviola seguido de enxague foi capaz de reduzir em 40% a AMMP em comparação ao controle. O DMSO não influenciou na atividade proteolítica da dentina. Nenhuma diferença estatística foi observada entre o grupo controle (25,6%) e os grupos tratados com extrato de graviola por 60 segundos (22,4%) ou 10 minutos (25,1%) em relação a perda de MS após 1 semana. Pode-se concluir que o extrato de graviola foi capaz de inibir a atividade de MMPs após 60 segundos de tratamento, porém não foi efetivo em reduzir a degradação do colágeno. Palavras-chave: colágeno, metaloproteinases da matriz, annona ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 66 Dentística MELHORANDO A ESTÉTICA FECHANDO DIASTEMA: RELATO DE CASO Juliana Squizatto Leite ( [email protected]) Universidade Estadual de Londrina - UEL Fátima Cristina de Sá Jéssica Ayumi Kabuki Adriana de Oliveira Silva Hebert Samuel Carafa Fabre Wagner José Silva Ursi O planejamento e execução de restaurações que mimetizem os dentes naturais tanto em cor como em forma sempre foi um dos objetivos das técnicas e dos materiais restauradores. Atualmente, a busca por materiais e técnicas restauradoras que possibilitem devolver as características naturais dos dentes, a melhoria do sorriso e consequentemente a auto-estima do paciente tem dado um salto na valorização da estética. Estes são fatores que devem ser considerados ao se estudar e/ou planejar um caso clínico. A partir da melhora observada nos processos adesivos e nas propriedades dos materiais restauradores tanto na sua capacidade de mimetizar as características naturais dos dentes quanto nas suas propriedades físicas, houve a possibilidade de se realizar restaurações estéticas com maior longevidade e com resultado cada vez mais satisfatório. O fechamento de diastemas é uma necessidade estética para muitos pacientes que não gostam da presença de espaços entre os seus dentes. O planejamento para a realização do fechamento de diastemas pode envolver movimentação ortodôntica, preenchimento do espaço com materiais restauradores tanto diretos quanto indiretos ou a combinação dos dois tratamentos. Optar por um ou por outro planejamento vai depender de um estudo criterioso da situação do diastema, assim como a disposição do paciente em realizar movimento ortodôntico e/ou a possibilidade de se executar o fechamento com material restaurador respeitando a harmonia do sorriso. Deve-se procurar obedecer, durante o fechamento do diastema com material restaurador, o perfil de emergência da restauração nas proximais e o ponto de contato, o qual ocorre em cerca de 70% dos casos no máximo a cinco milímetros da crista óssea, visando obter uma papila bem posicionada. O enceramento diagnóstico é uma etapa importante do planejamento. Possibilita visualizar como ficará a proporção dentária após restauração, se a mesma ficará harmônica ou não e, caso contrário, permite observar a necessidade de se modificar o plano de tratamento ou alterar a forma vestibular do dente buscando conferir uma ilusão de ótica de um dente mais estreito ou mais largo, aplainando o mesmo ou o deixando mais curvo. O objetivo deste trabalho é apresentar um relato de caso clínico sobre fechamento de diastema entre o incisivo lateral superior esquerdo e o canino superior esquerdo, discutindo proporção dentária entre outros fatores que influenciam na estética do sorriso que devem ser avaliados para a obtenção de sucesso clínico restaurador. Palavras-chave: Diastema; Estética Dentária; Resinas Compostas. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 67 DENTÍSTICA ALTERNATIVAS AO USO DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO DURANTE A TÉCNICA DE PROTEÇÃO PULPAR DIRETA Mariucha Ramella Marcon Nemer ([email protected]) - (UEM) Prof. Dr. Sérgio Ishikiriama Janaína Rodrigues Lopes da Silva Renata Hernandes Tonin Rodrigo Lorenzi Poluha Clóvis Lamartine Moraes de Melo Neto A proteção pulpar direta é caracterizada pela aplicação de um agente protetor que atua diretamente sobre o tecido pulpar exposto, com finalidade de manter a vitalidade pulpar e promover seu reestabelecimento, estimulando a formação de dentina terciária e protegendo a polpa de possíveis irritações adicionais. Os produtos à base de hidróxido de cálcio são considerados padrão ouro no tratamento de diversas complicações de ordem pulpar, assim como da polpa exposta, devido a sua potente ação antibacteriana juntamente com sua habilidade de estimular dentina reparadora, e consequentemente, resultar no reparo pulpar. No entanto, o uso desses materiais possui pontos negativos já elucidados a serem considerados, como a dissolução do material nos fluidos orais, defeitos de homogeneidade nos túneis de dentina neoformados, falta de adesão, falta de selamento marginal e degeneração após ataque ácido. Sendo assim, outros materiais vem sendo estudados e inseridos no mercado, a fim de superar tais desvantagens. O material tido como ideal deve apresentar em suas características a redução dos níveis de inflamação, hiperemia e necrose pulpar; formar pontes de dentina espessas e homogêneas; apresentar um ótimo selamento marginal; ser biocompatível; insolúvel; de presa rápida e fácil manipulação. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar e comparar, através de uma revisão de literatura baseada na análise de artigos recentemente publicados na base de dados Pubmed, entre os anos de 2012 e 2015, quais materiais disponíveis no mercado apresentam maior índice de sucesso pós-operatório quando empregados na realização da proteção pulpar direta. Foram avaliados seis dos principais materiais disponíveis atualmente, sendo eles: Hidróxido de cálcio, Agregado trióxido mineral (MTA), Biodentine® (Spetodont, Saint Maur de Fossés, França), Sistemas adesivos dentinários (Single Bond Universal, 3M ESPE, Seefeld, Germany), Endocem MTA® (Maruchi, Wonju, Korea) e iRoot BP Plus® (Innovative Bioceramix, Vancouver, Canadá). Concluiu-se que o MTA, quando comparado ao HC, apresenta uma maior taxa de sucesso clínico, com melhores resultados em relação a resposta inflamatória pulpar e na formação de dentina reparadora de maior qualidade. Os materiais inseridos recentemente no mercado, como os modificados à base de silicato de cálcio e as biocerâmicas, obtiveram excelentes resultados clínicos e histológicos, semelhantes ao MTA, podendo ainda superar suas desvantagens, como o potencial de manchamento dentário, alto tempo de presa e dificuldade de manipulação, porém são necessários estudos destes materiais a longo prazo antes de afirmar serem substitutos ao MTA, o que ainda falta em nossa literatura. Palavras-chave: Proteção Pulpar Direta, Hidróxido de Cálcio, MTA. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 68 DENTÍSTICA RESTAURAÇÃO ESTÉTICA DE DENTES CONÓIDES COM LAMINADOS CERÂMICOS Rosario Mamani Barri ([email protected]) Universidade Estadual de Londrina – UEL Ana Claudia Poletto Márcio Grama Hoeppner Daniel Poletto A presença de dentes conóides anteriores pode gerar desarmonia do sorriso e comprometer a estética do paciente podendo afetar sua autoestima e seu comportamento diante da sociedade. Esse tipo de anomalia é considerada na dentição normal uma microdontia isolada devido ao fato de afetar, na maioria das vezes, os incisivos laterais superiores e os terceiros molares, sendo mais comum o acometimento no gênero feminino, e sua originalidade pode estar ligada a fatores genéticos e ambientais. Atualmente, o padrão de beleza imposto pela sociedade gera um grande desafio aos cirurgiões dentistas que devem buscar soluções restauradoras que devolvam a naturalidade dos dentes de seus pacientes. Com a evolução dos materiais e das técnicas, o tratamento restaurador utilizando cerâmicas odontológicas livres de metal, constituem uma boa alternativa para o tratamento de dentes conóides devido a suas propriedades favoráveis, tais como, resistência à compressão, boa condutibilidade térmica, semelhança aos tecidos dentais, radiopacidade, integridade marginal, estabilidade de cor, lisura, brilho superficial, entre outras. O objetivo do presente trabalho foi apresentar e discutir o tratamento integrado, planejado e realizado para solucionar o problema estético em uma paciente de 19 anos de idade que compareceu a Clínica Odontológica da UEL tendo como queixa principal a insatisfação estética devido ao escurecimento dos incisivos laterais superiores que estavam restaurados em resina composta. Após avaliação clínica e radiográfica, foi planejada a substituição das restaurações em resina composta por coroas cerâmicas livres de metal em Dissilicato de lítio. O tratamento aconteceu da seguinte forma: remoção das restaurações em resina composta, gengivoplastia com guia cirúrgico para melhorar o contorno gengival, instalação de provisórios, uma sessão de clareamento em consultório, tomada de cor, remoção do provisório, instalação de fio retrator 00 e 000, moldagem com silicone de adição, confecção da peça em Dissilicato de lítio, preparo da peça com ácido fluorídrico e silano, uso do cimento Tryin – Translúcido Variolink Veneer II, isolamento absoluto modificado, ácido fosfórico, adesivo e cimentação definitiva com cimento resinoso RelyX Veneer da 3M translúcido. Com base no resultado estético obtido e na proservação do caso, pôde-se concluir que o tratamento realizado atingiu o objetivo esperado e se mostrou satisfatório. Palavras-chave: Coroas Cerâmicas, Dentes Conóides, Dissilicato de Lítio. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 69 ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia Trabalhos de Dentística busca ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 70 DENTÍSTICA RESOLUÇÃO ESTÉTICA EM DENTE ANQUILOSADO APÓS TRAUMA Jéssica Behrens Crispim ( [email protected]) - (UEM) Margareth Calvo Pessutti Nunes Marcos Sergio Endo Yasmin Firmino de Souza Durante a infância a ocorrência de traumatismos é elevada; estudos comprovam que a cada duas crianças, uma sofre traumatismo dentário, e o correto diagnóstico e tratamento é essencial para a manutenção de uma dentição saudável. A avulsão é uma injúria severa que causa danos ao tecido dentário e de suporte, e ocorre principalmente nos incisivos superiores. Em dentes permanentes é mais comum na dentição jovem, pois a raiz não está completamente formada e o periodonto se encontra muito resiliente. O objetivo deste trabalho foi descrever a conduta clínica e a proservação frente à avulsão de um dente permanente de uma criança de oito anos que procurou atendimento no Centro Especializado Maringaense de Traumatismo em Odontologia, da Universidade Estadual de Maringá, cinco dias após sofrer avulsão do dente 21, após uma queda de bicicleta. O tratamento ideal em casos de avulsão é o reimplante imediato, após 20 a 30 minutos da injúria ou mantidos em meio de armazenamento adequado. A remoção das células do ligamento periodontal não viáveis e a imersão do dente em fluoreto de sódio são importantes ações que reduzem a velocidade da substituição óssea sobre a superfície radicular. O dente foi armazenado à seco e envolto por um papel, sendo reimplantado três horas após a avulsão. A coroa do dente estava intacta e a raiz com formação incompleta. A criança estava acompanhada da Mãe, a qual forneceu as informações referentes a anamnese. Ao exame extra e intrabucal revelou-se lacerações e edema em mucosa e lábios. Foi observado o reimplante do dente 21 com contenção semi-rígida, o qual foi realizado na unidade básica de saúde. Doze dias após o traumatismo, a contenção foi removida e observou-se ao teste de sensibilidade pulpar resposta negativa, então iniciou-se os procedimentos endodônticos. A medicação intracanal foi renovada mensalmente, acompanhada de radiografia periapical, durante oito meses. Seis meses após o término da obturação do dente 21, observou-se reabsorção radicular. Devido ao crescimento ósseo do paciente. Após dois anos e seis meses do traumatismo, observou-se que o dente 21, além da grande reabsorção radicular, estava anquilosado e em infra-oclusão (aproximadamente 2 mm). Optou-se pela restauração direta deste dente com resina composta, para deixar o sorriso mais agradável esteticamente e evitar a extração, mantendo o dente natural o maior tempo possível, para posteriormente em fase adulta ser submetido à extração e colocação de implante. Foi realizado instrução de higiene, moldagem para confecção do modelo de estudo e enceramento. Um mockup foi confeccionado para um melhor planejamento da restauração definitiva. Para restauração definitiva, foram utilizadas resinas Estelite, da marca Tokuyama OA1 e OA2 para dentina e, para esmalte A1 com acréscimo de pigmento branco, simulando as manchas de fluorose. Quinze dias após a restauração definitiva foram realizados o acabamento e polimento. A manutenção e a resolução estética do dente 21 proporcionará melhor qualidade mastigatória, estética e emocional até a idade ideal para realizar-se o implante dentário. Palavras-chave: avulsão, restauração estética, anquilose ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 71 DENTÍSTICA REABILITAÇÃO ESTÉTICA DO SORRISO COM FACETAS DIRETAS DE RESINA COMPOSTA: RELATO DE UM CASO CLÍNICO. Thainara Badocco Busignani ([email protected]) Centro Universitário de Maringa UniCesumar Adriana Lemos Mori Ubaldini Isabela Hrecek Freitag Ana Raquel Benetti A busca constante de uma estética natural está associada cada vez mais com o aprimoramento dos procedimentos estéticos odontológicos pelo desenvolvimento de materiais restauradores com propriedades estéticas e mecânicas satisfatórias. Assim, a realização de facetas vestibulares em dentes anteriores consiste em uma alternativa conservadora, seja para correções de cor ou forma anatômica dentária. O sucesso desta técnica está associado à indicação e execução deste procedimento restaurador. O caso a ser apresentado refere-se a uma paciente género feminino, 35 anos de idade, que compareceu à clínica odontológica queixando-se da aparência estética de seu sorriso devido às alterações de cor e de posicionamento dos dentes 11 e 21. Apos a realização do exame clínico radiográfico foram identificadas restaurações e tratamento endodôntico nos dentes a qual apresentava queixa. Constatou-se então que seria possível realizar o procedimento de facetas diretas em resina composta. Antes do inicio do procedimento, foram realizados raspagem supra gengival, orientação de higienização e a troca das restaurações insatisfatórias, para proporcionar uma melhor adesão da faceta direta com as restaurações preexistentes. As restaurações eram do tipo classe III e foram realizadas com resina composta Opallis (FGM). A fim de melhorar a retenção das facetas diretas, optou-se pela colocação dos pinos intrarradiculares de fibra de vidro 11 e 21, ( Whitepost DC-1 - FGM), com um cimento autoadesivo (RelyX U200 – 3MESPE). Como planejamento do procedimento restaurador, foi realizado um modelo de estudo a partir do qual foi obtida uma matriz de silicona de adição. Esta matriz foi utilizada para avaliação da condição inicial dos dentes e para determinar os desgastes necessários para a correção do apinhamento dentário. A partir do modelo de gesso, foi também realizado um enceramento diagnostico simulando a etapa restauradora. O preparo para as facetas foi realizado pela técnica da silhueta, utilizando as pontas diamantadas 1013, 2135 e 2135FF. Após o refinamento do preparo, a fim de mascarar a alteração cromática severa, lançou-se mão do uso de um agente opacificador (Opak - Angellus), que foi aplicado em uma camada fina e de forma esparramada, reservando espaço necessário para a resina composta. O sistema restaurador escolhido foi a resina composta microhíbrida Opallis (FGM) nas cores B2, para o terço cervical, e B1, para os terços médio e incisal. A inserção da resina foi realizada seguindo as características anatômicas dentárias, e obedeceu a técnica incremental. O acabamento e polimento imediato foram realizados apenas pela remoção de excessos do material restaurador, para que posteriormente a paciente voltasse para a finalização do acabamento, garantindo assim as propriedades da resina composta. Finalizada a etapa restauradora, a paciente foi submetida a um acompanhamento clínico-radiográfico periódico a cada 3 meses no primeiro semestre, e a cada 6 meses a partir do segundo semestre. Nas consultas de controle, foram realizados instrução de higiene oral, controle de placa bacteriana e repolimento das facetas diretas. Como resultado, restabeleceu-se a estética do sorriso com preservação da integridade funcional e da saúde periodontal, além de proporcionar um conforto psicológico à paciente. Palavras-chave: Faceta direta, Resina Composta, Estética Dentária ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 72 DENTÍSTICA RESTAURAÇÃO POSTERIOR USANDO A TÉCNICA DA MATRIZ OCLUSAL Flávia Barroso Castelani ( [email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Renata Corrêa Pascotto Adriana Lemos Mori Ubaldini Bruna Bertol de Oliveira A restauração da forma anatômica original em dentes posteriores comprometidos por cárie é fundamental para garantir efetividade mastigatória e equilíbrio oclusal. A técnica de inserção da resina composta em incrementos oblíquos favorece a restauração da anatomia oclusal, porém é comum ao final do procedimento restaurador a identificação de excessos durante o ajuste da oclusão ou mesmo perceber que não foi possível restabelecer os contatos adequados sobre o material restaurador quando as vertentes triturantes das cúspides e o sulco principal ficam muito profundos. O objetivo deste trabalho será apresentar um caso clínico de restauração de cárie primária em molar superior, reproduzindo a anatomia dentária com o auxílio de uma matriz oclusal. Paciente do gênero masculino, 18 anos, procurou atendimento na clínica odontológica da (UEM) com queixa de sensibilidade nos dentes posteriores ao frio. No exame clínico e radiográfico observou-se a presença de lesão de cárie com envolvimento dentinário na superfície oclusal do dente 26. Como o esmalte na região da fossa central desse dente apresentava uma pequena cavidade, foi inserido um material obturador provisório a fim de vedar essa abertura. Na sequência, um lubrificante hidrossolúvel foi pincelado na superfície oclusal e uma resina de baixa viscosidade (flow) foi aplicada a fim de criar uma matriz oclusal que ajudasse a reproduzir a anatomia original. Após a remoção do tecido cariado e proteção do complexo dentina-polpa com cimento de ionômero de vidro e realização da técnica adesiva, a resina composta (Charisma OA3, Heraeus Kulzer) foi inserida na cavidade pela técnica incremental, deixando-se a porção referente ao esmalte para ser restaurada com o auxílio da matriz oclusal. Antes do último incremento a matriz foi novamente lubrificada com glicerina e a resina de esmalte foi inserida na cavidade e pressionada sobre o dente com a matriz durante a fotopolimerização. Em casos onde haja maior destruição das estruturas dentárias, pode-se realizar previamente a moldagem dos dentes e em modelo de gesso realizar o enceramento diagnóstico para assim obter a matriz oclusal. Pode-se concluir que essa técnica é um recurso útil na Dentística restauradora pois recria a anatomia original no último incremento da resina composta, garantindo a efetividade mastigatória. Palavras-chave: resina composta, anatomia dental e restauração. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 73 Dentística APLICAÇÃO DA RESTAURAÇÃO SEMIDIRETA NO RESTABELECIMENTO DE CAVIDADES COMPLEXAS Anna Carolina Cenci Matick ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá (UEM) Dayla Thyeme Higashi Raquel Sano Suga Terada Marcio Gramma Hoeppner O preparo de cavidades em dentes com extenso comprometimento marginal e distal, assim como o estabelecimento de pontos de contato fisiológico e correta anatomia são dificuldades da técnica restauradora direta. A técnica restauradora indireta apresenta como inconvenientes o alto custo, a obrigatória etapa laboratorial, maior tempo para confecção da peça, impossibilidade direta de reparos após sua finalização. A técnica semidireta, realizada com resina composta, associa os benefícios da técnica indireta como a possibilidade do preparo da peça em modelo de trabalho, diminuindo o tempo clínico com o paciente, oferecendo maior controle da contração de polimerização e melhor caracterização anatômica e acabamento da peça. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico em que a técnica semidireta foi utilizada para solucionar uma situação clínica de grande destruição coronal em área de difícil acesso e atuação. Paciente do sexo feminino, 30 anos, procurou atendimento na clínica odontológica da Universidade Estadual de Londrina – COUEL, queixando-se sobre o comprometimento de um elemento dental posterior. Durante o exame clínico identificamos uma fratura por palatina em uma restauração de resina composta, no dente 26. Radiograficamente pode-se observar a presença de imagem radiolúcida difusa que se estendia da região abaixo da restauração fraturada, sendo sugestiva de cárie secundária. O elemento apresentava tratamento endodôntico satisfatório. Após a remoção do tecido cariado, verificamos pouco suporte dentinários, assim como a margem distal se apresentava muito próxima a margem gengival. O reposicionamento da margem gengival foi realizado com um prévio aumento de coroa clínica. A conduta restauradora escolhida foi a instalação de um pino de fibra de vidro, e restauração semidireta em resina composta. O preparo do elemento dental seguiu os princípios de restaurações indiretas do tipo Inlay/Onlay. O preparo foi moldado em silicone de adição e a restauração esculpida em modelo de gesso. A peça foi provada e cimentada. O acabamento e polimento foram realizados de forma convencional as restaurações diretas em resina. O controle de dois anos após a finalização evidencia o bom emprego deste tipo de restauração e sua longevidade. Por fim constatamos os nebefícios da técnica direta, empregando um material barato e acessível como a resina composta, a possibilidade da confecção da restauração pelo próprio cirurgião dentista, o fácil reparo quando necessário e o repolimento após cimentação. Palavras-chave: Restauração Dentária Permanente; Materiais Dentários; Dentística Operatória. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 74 DENTÍSTICA ESTRATÉGIA RESTAURADORA PÓS TRAUMATISMO DENTÁRIO – RELATO DE CASO Samuel Kaik Alves de Lima ([email protected]) - (UEM) Margareth Calvo Pessutti Nunes Marcos Sérgio Endo Iago Ridão Scandinari Yasmin Firmino de Souza Nair Narumi Orita Pavan Dentes tratados endodonticamente com extensas perdas de estrutura dentária causadas por traumatismo dentário representam um desafio clínico. Para a reabilitação destes dentes, se faz necessária a utilização de meios que promovam compatibilidade estética, retenção e longevidade às restaurações. O uso de pinos de fibra de vidro pré-fabricados associados às restaurações diretas, tem representado uma alternativa eficaz, que vêm alcançando prognósticos favoráveis. Além da compatibilidade estética por apresentarem coloração branca ou transparente, a qual confere translucidez e naturalidade às restaurações, essa variante de tratamento, dentre outras características, garante preservação de estrutura dental remanescente e maior retenção às restaurações. O objetivo deste trabalho é descrever um caso clínico relacionado a um traumatismo dos incisivos superiores, e mostrar o tratamento integrado proposto. O tratamento a ser realizado nos dentes 11 e 21 consistiu no tratamento obturador do canal radicular, com posterior cimentação de pinos de fibra de vidro. A seleção do pino de fibra de vidro baseou-se na anatomia do canal radicular, foi optado pelo calibre 2 que se mostrou com uma geometria compatível com o diâmetro do canal, sendo que a geometria do pino muitas vezes não condiz com o formato do canal, resultando na desadaptação; optou-se então por este, visando a simplificação da técnica restauradora que reduz o tempo de aplicação clínica quando comparado aos núcleos metálicos fundidos. Posteriormente foram realizadas restaurações adesivas diretas, auxiliadas por meio de enceramento diagnóstico e a utilização de guia palatina de silicone. Uma das grandes vantagens de se trabalhar com este tipo de guia é a segurança do correto posicionamento dos bordos incisais e proximais, onde a partir da região palatina outras camadas de resinas são inseridas pela técnica incremental policromática. Seguindo o planejamento restaurador nos dentes 12 e 22 realizou-se o tratamento por meio de restauração direta com resina composta convencional sem reforço adicional. Foi efetuado um acompanhamento de 8 meses, e instituído um controle clínico-radiográfico a cada 6 meses. Diante este traumatismo complexo envolvendo grande destruição coronária, os pinos de fibra de vidro associados às restaurações diretas possibilitaram a reabilitação e mostraram-se como indicações viáveis, pois devolveram a função, estética, protegeram o remanescente dentário e preveniram possíveis recontaminações do canal radicular. Palavras-chave: Endodontia; Traumatismo dentário; Restauração dentária ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 75 Dentística “REANATOMIZAÇÃO DIRETA ANTERIOR RETIDA A PINOS INTRADENTINÁRIOS DE FIBRA DE VIDRO EM CASO CLÍNICO MULTIDISCIPLINAR” Paula Gabriela Vieira Chicora ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Carina Gisele Costa Bispo Edson Hideo Suguiama Ana Luiza de Moura Libório Andressa Bolognesi Bachesk Fabio Siqueira A odontologia estética tem crescido muito nos últimos anos, com o desenvolvimento de novas técnicas e materiais, a fim de atender à exigência e expectativa cada vez maior dos pacientes. Existem muitas possibilidades de restaurações, sejam elas diretas ou indiretas sendo, atualmente, a restauração direta através de resinas compostas uma técnica amplamente utilizada devido a algumas vantagens, tais como baixo custo e menor número de sessões clínicas necessárias, principalmente para dentes anteriores com alteração de forma e cor. No entanto, em casos mais complexos com restaurações extensas, apenas a estrutura dental remanescente não é capaz de reter o material restaurador, sendo então necessárias retenções adicionais, como, por exemplo, os pinos de fibra de vidro intradentinário. Estes foram desenvolvidos para melhor atender à demanda estética nas restaurações anteriores e torna-se particularmente interessante em casos de pacientes com sérios problemas articulares ou oclusais, nos quais apenas a técnica adesiva por condicionamento ácido pode ser insuficiente para garantir a longevidade das restaurações. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de um paciente, gênero feminino, 42 anos de idade, que procurou atendimento odontológico com queixa de insatisfação estética do seu sorriso. Este caso passou por uma abordagem multidisciplinar, com utilização de pinos intradentinários de fibra de vidro e resina composta na reconstrução de dentes anteriores desgastados por bruxismo, além de apresentar disfunção temporomandibular e já ter passado por tratamento ortodôntico e cirurgia ortognática prévia. Os resultados obtidos foram satisfatórios com as técnicas e materiais utilizados, alcançando estética e função adequadas. Diante disso, conclui-se, portanto, que a integração multidisciplinar se faz imprescindível no planejamento de casos complexos para adequada reabilitação. E ainda, os pinos de fibra de vidro intradentinários mostram-se uma opção vantajosa para casos estéticos com grande perda estrutural, uma vez que tende a preservar a estrutura pulpar e dental e permite preparo mais conservador, levando ao menor desgaste da estrutura dentária e reduzindo risco de fratura radicular. Entretanto, por ser um dispositivo desenvolvido há pouco tempo, são necessários mais estudos, para que a longevidade de restaurações retidas com esses materiais possa ser avaliada. Assim, maiores estudos deveriam ser encorajados de forma a amparar uma correta decisão clínica por parte do cirurgião-dentista. Palavras-chave: Fibra de vidro, odontologia estética, resina composta. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 76 DENTÍSTICA OTIMIZAÇÃO ESTÉTICA COM LAMINADOS CERÂMICOS Tarso Lorga([email protected]) - (UEM) Silvia Sbeghen Sabio Clóvis Lamartine de Moraes Melo Neto Rodrigo Lorenzi Paluha Bruna Milhomens de Sousa Luiza Moura Fialho O advento de modificações nos componentes cerâmicos (suas técnicas de preparos e cimentação) promove crescente utilização destes para casos das mais variadas complexidades, tornando possível, como no relato aqui apresentado, melhorar a condição dos elementos dentais já fragilizados e descaracterizados por restaurações resinosas degradadas. Paciente E.F. sexo masculino, 24 anos, procurou a clínica de especialização em Dentística da Associação Maringaense de Odontologia com intuito de restaurar o elemento 21 e, caso fosse necessário, trocar suas restaurações insatisfatórias nos dentes 12, 11 e 22. A princípio, pensou-se no facetamento em cerâmica E-max dos quatro elementos. Devido a extensa quantidade de resina nos dentes 11 e 21, decidiu-se a confecção de coroa total nestes elementos e facetamento dos dentes 12 e 22 com extensão na área de restauração interproximal. Inicialmente, as resinas insatisfatórias foram substituídas por novas restaurações com coloração diferenciada (A1) do substrato remanescente (A3), para que pudesse ser visualizado o término das restaurações durante a realização do preparo protético. As que apresentaram maior profundidade cavitária foram forradas com cimento de ionômero de vidro foto ativado. Efetuou-se moldagem anatômica dos arcos superior e inferior para obtenção do enceramento diagnóstico. Na sessão seguinte, com enceramento em mãos, foi possível apresentar ao paciente uma previsão do resultado final do tratamento através da confecção do Mock-up em resina bisacrílica (3M ESP) cor A2. Para a seleção da cor das peças foi utilizada a escala VITA Vitapan Classical. Além disso, foi enviada documentação fotográfica do remanescente junto a cor escolhida. Nos preparos de coroa total dos elementos 11 e 21, foi utilizada ponta diamantada tronco cônica 4138 com desgaste final de 1 mm, término chanfrado subgengival nas faces vestibular e interproximais. Nos incisivos laterais superiores (12 e 22) foram realizados preparos de faceta tipo overlap, com extensão do envelopamento para a face interproximal para o recobrimento e proteção das restaurações de suporte em resina. Utilizou-se ponta diamantada 4138 com desgaste final aproximadamente de 1 mm. Seguiu-se então o acabamento do preparo, e verificação da expulsividade dos preparos totais permeando 6°. Nesta fase, o fio retrator #0000 foi introduzido no sulco gengival para melhor exposição e refinamento do término em baixa rotação, além de sua devida moldagem com silicona de adição pesada e leve. A restauração provisória foi confeccionada em resina bisacrílica, a partir da matriz de silicone de condensação do ensaio diagnóstico tipo mock-up. Esta foi instalada com cimento de hidróxido de cálcio (Hidro C- Dentsply). Os laminados foram confeccionados em cerâmica impregnada por dissilicato de lítio, e o sistema de cimentação utilizado foi fotopolimerizável (Allcem Veneer- FGM). O aspecto final do caso atendeu todas as expectativas, pois não só devolveu reforço as estruturas remanescentes como trouxe harmonia ao sorriso do paciente da maneira almejada pelos profissionais, com grande naturalidade. Concluímos no caso clinico relatado que materiais cerâmicos provam cada dia mais que se estabeleceram na odontologia estética por apresentarem propriedades superiores em caráter de durabilidade, estabilidade de cor e mimetização de características dentais, tornando-se o material de escolha para restaurações antero-superiores. Palavras-chave: cerâmicas odontológicas, overlap, preparos dentários ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 77 DENTÍSTICA FRATURA CORONÁRIA DE ESMALTE E DENTINA: RELATO DE CASO Lucas Marubayashi ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Margareth Calvo Pessutti Nunes Jessica Behrens Crispim Erica Reginato Cardoso Nair Narumi Orita Pavan Marcos Sergio Endo Traumatismos dentários na dentição permanente são considerados um problema de saúde pública, visto que sua incidência em muitos países ultrapassou a doença cárie e periodontal. Apresentam-se uma procura em setores de urgência odontológica, e podem causar complicações na estética, fonética e função. A frequência dos traumatismos dentários nos dentes anteriores acomete-se principalmente jovens, e do gênero masculino. Os fatores etiológicos são diversos, como quedas em geral, brincadeiras, brigas, acidentes automobilísticos e atividades esportivas. Entre os fatores de risco estão overjet acentuado, selamento labial inadequado e protrusão dos incisivos superiores. Dentre os vários tipos de lesões, as fraturas de esmalte e dentina são tipos comuns de fraturas coronárias na dentição permanente. Após um episódio de fratura coronária, o tratamento restaurador foi possível graças ao advento do condicionamento ácido, sistema adesivo e resinas compostas. Os tratamentos para estes casos são inúmeros como a colagem do fragmento, restaurações diretas com resina composta e coroas de porcelana. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de um protocolo restaurador, descrever uma sequência técnica de estratificação e reconstrução anatômica, para dentes anteriores fraturados. Relato do caso 1: Paciente, 12 anos, gênero masculino, leucoderma, estudante, compareceu juntamente com a mãe ao Centro Especializado de Traumatismo em Odontologia (CEMTrau-Odonto), à procura de tratamento para a sequela decorrente do traumatismo dentário, devido a uma colisão em que bateu a boca na mesa. Foi relatado condições sistêmicas favoráveis e estava vacinado contra o tétano. Ao exame físico observou-se aspecto de normalidade. No exame clínico-radiogáfico, detectou-se fratura de esmalte e dentina no dente 21, e que não houve recuperação do fragmento dentário. Realizou-se o teste de sensibilidade pulpar no dente 21, no qual foi detectada resposta pulpar positiva, sugerindo vitalidade pulpar. Diante dos achados clínicos e radiográficos, optou-se como tratamento a restauração direta com resina composta por meio do uso da barreira palatina de silicone. Moldou-se a arcada superior do paciente para confecção do modelo de estudo e enceramento do elemento comprometido. Confeccionou-se uma guia de silicone, realizou-se a restauração, o acabamento e polimento. O tratamento eleito foi a restauração direta em resina composta, pois além de ser uma técnica muito realizada, tem a vantagem do baixo custo, fácil correção do procedimento, menos invasivo, devolve a forma e estética dentária perdida. Conclui-se que a restauração direta com resina composta auxiliada pela barreira palatina de silicone, nesses casos em que não foi possível a colagem do fragmento, é uma opção de extrema importância nos casos de dentes traumatizados. Além disso, devolveu saúde e proporcionou uma estética favorável. Palavras-chave: Traumatismos dentários, fratura coronária, restauração dentária. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 78 Dentística REANATOMIZAÇÃO DE DETALHES ANATÔMICOS COM RESINA COMPOSTA EM REGIÃO ANTERIOR: RELATO DE CASO. Autor: Ana Laura Grecco: ([email protected]) Unicesumar Guilherme Saintive Cardia Lívia de Souza Tolentino Poliana Aparecida Sanches Lopes Celso Gomes Corrêa Neto Cerkovic A procura pelo “belo” vem aumento significativamente dia após dia e por consequência novas formas de melhorar a aparência física são ofertadas. A busca por padrões estéticos ideais na Odontologia tem se intensificado nos últimos anos, contribuindo assim para o avanço de novas técnicas e procedimentos que atendam às exigências dos pacientes. O uso da técnica de restauração direta com resina composta para o fechamento de diastemas proporciona uma maior preservação da estrutura dentária e redução do tempo clínico necessário, além de alcançar resultados estéticos de excelência. Além da utilização de resina composta para este fim a resina também é utilizada para pequenos ajustes no sorriso como reanatomizações de detalhes anatômicos dos elementos dentários. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico no qual desarmonias dentárias foram diagnosticadas e um plano de tratamento adequado de acordo com a queixa da paciente foi realizado. Paciente do gênero feminino, 39 anos de idade, leucoderma, sem alterações sistêmicas, com adequada higiene bucal e saúde periodontal, procurou atendimento em uma clínica particular e tinha como queixa principal: “não gosto da falha que tenho entre os meus dentes, gostaria de preenche-la”. Após avaliação prévia, a paciente foi diagnosticada com desarmonia dentária localizada entre os dentes 21 e 22 e foi realizado uma simulação com resina composta afim de mostrar a paciente como seria o resultado final, testar a cor ideal e calcular o quanto de resina seria acrescido e em quais faces dentárias. Após definição do plano de tratamento, em outra sessão foi realizada a etapa restauradora, no qual a sequência clínica foi procedida começando com o isolamento adequado da região onde seria restaurada, condicionamento com ácido fosfórico 37% seguido de aplicação do sistema adesivo SingleBond 2 (3M ESPE) e finalizando com resina composta Filtek TM Z350 XT - WB e WE (3M ESPE). Em uma sessão posterior foi realizada a etapa de acabamento e polimento final afim de alcançar o máximo de sucesso clínico do material de escolha. Este trabalho evidenciou o quanto a reanatomização de detalhes anatômicos foi importante para o resultado final do caso clínico, destacando a grande necessidade de um correto plano de tratamento para alcançarmos as expectativas de nossos pacientes. Palavras-chave: diastema, odontologia estética, resina composta ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 79 Dentística “ADEQUAÇÃO DO MEIO BUCAL EM PACIENTE DE ALTO RISCO À CÁRIE: RELATO DE CASO” Letícia Carvalho Lima Teixeira ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Margareth Calvo Pessuti Nunes Ellen Thaiane A. Iwai O Ministério da Saúde realizou, em 2010, um amplo projeto de levantamento epidemiológico (SB Brasil), onde obteve informações sobre a prevalência de cárie dentária no país. A média do índice de CPO-D, demonstra que o Brasil saiu de uma condição de média prevalência de cárie em 2003, para uma condição de baixa prevalência em 2010. No que diz respeito aos adultos e idosos, em geral a redução na incidência de cárie é menos significativa, tendo em conta o caráter cumulativo das sequelas da doença. Apesar dos dados apontarem uma diminuição das lesões de cárie, ainda há pacientes considerados de risco à doença e por isso tem sido preconizado a adequação do meio bucal, antes de se realizar o tratamento curativo propriamente dito. A adequação do meio bucal tem a finalidade de diminuir a quantidade de microrganismos da boca afim de possibilitar a manutenção e a própria higiene oral, além de eliminar nichos retentivos de placa. O fechamento temporário das cavidades em indivíduos com múltiplas lesões de cárie visa promover uma redução drástica na atividade cariogênica enquanto são instituídas medidas preventivas de controle e reversão do quadro clínico de risco à doença. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de um paciente do gênero masculino, 26 anos, fumante, sem sintomatologia dolorosa que compareceu à clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá (UEM), à procura de melhor estética bucal - “tratar os dentes” (sic). Foi realizado exame clínico inicial e este revelou lesões cariosas em quase todos os dentes, nos quais se pôde notar uma destruição avançada. Grande parte da coroa dentária dos incisivos superiores havia sido perdida, apresentando lesões escurecidas. Havia também a presença de algumas raízes residuais. Exame complementar de imagem foi realizado. A partir da condição do paciente, foi realizada a adequação do meio bucal, que englobou evidenciação de placa, instrução em higiene oral, profilaxia, descontaminação com solução de clorexidina a 1%, escavação das lesões cariosas e vedamento das cavidades com cimento de ionômero de vidro (CIV ), além de extração das raízes residuais. As próximas etapas planejadas foram o tratamento periodontal, restaurador e reabilitador. Portanto, conclui-se com este trabalho, que a cárie se apresenta de diferentes maneiras em diversos pacientes e se torna importante considerar os fatores de risco para estabelecer um plano de tratamento. A adequação do meio bucal nos pacientes de alto risco à cárie irá proporcionar maior longevidade da etapa restauradora. Ainda, a alteração do índice CPO-D demonstra uma transição da saúde bucal para melhor nos adultos brasileiros refletindo, diretamente, nos tipos de pacientes aqui abordados. Palavras-chave: Adequação do meio oral, cárie, alto risco à cárie. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 80 DENTÍSTICA TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO: ESTRATÉGIA PARA O CONTROLE DA CÁRIE EM SAÚDE PÚBLICA Luiz Eduardo de Souza ([email protected]) (UEM) Renata Corrêa Pascotto Samuel Kaik Alves de Lima A cárie dentária continua sendo uma das doenças mais prevalentes na população. Para reduzir o número de extrações devido a cárie dentária foi a introdução na década de 80 do Tratamento Restaurador Atraumático (ART). Este tratamento vem sendo indicado em atendimentos sociais e constitui uma excelente alternativa no controle da cárie em saúde pública, como parte de uma filosofia que inclui também educação e prevenção. Por esta razão, o ART é considerado um programa prioritário para cuidados bucais e tem sido muito utilizado nos países em desenvolvimento. O ART tem como finalidade restaurar dentes cariados em locais onde o tratamento convencional não é possível, como em comunidades sem acesso à infraestrutura mínima. A técnica é minimamente invasiva, permite a remoção da cárie através de instrumentos manuais e a restauração a partir do CIV (cimento de ionômero de vidro), este é eficaz na diminuição da progressão da cárie, uma vez que apresenta a liberação de flúor, possui adesividade, biocompatibilidade e coeficiente de expansão térmica linear semelhante ao da estrutura dentária. Conta também com a preservação da estrutura dentária sadia, redução na probabilidade de tratamentos endodônticos e de futura exodontia, mantendo suas funções adequadas, sejam elas estéticas, fonéticas ou mastigatórias, além do baixo custo para ser realizada. Contudo, por mais que seja considerada uma técnica simples faz-se necessário o treinamento de capacitação do operador e auxiliar, afim de evitar complicações posteriores. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de ART em paciente infantil do gênero feminino, 5 anos de idade, com lesão oclusal no elemento 65. O procedimento contou com abertura da lesão, a remoção do tecido dentinário irreversivelmente desorganizado, inserção do material restaurador para preenchimento da cavidade, compressão manual e retirada do excesso. Conclui-se que apesar das desvantagens, como o fato de não ser indicado para extensas lesões causadas pela doença cárie e pelo CIV não ser tão estético comparado aos outros materiais restauradores, o ART é uma técnica muito vantajosa, visto que não necessita ser realizada em um consultório odontológico, é de fácil e rápida aplicação, por haver ausência de sintomatologia dolorosa torna o procedimento mais passível de ser realizado em crianças e também a classe l em posteriores apresentam uma maior longevidade e baixa recidiva de cárie pelo uso do CIV de alta viscosidade. Palavras-chave: Tratamento Restaurador Atraumático, Cimento de Ionômero de Vidro, Cárie dentária. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 81 ÁREA: Dentística - Caso Clínico CLAREAMENTO EM DENTES DESPOLPADOS COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO E PERBORATO DE SÓDIO – RELATO DE 2 CASOS Autor: Gabriela Nayara Regatieri ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Orientador: Marcos Sergio Endo Co-Autor: Maria Rachel Figueiredo Penalva Monteiro Co-Autor: Fernanda Graziela Corrêa Signoretti Co-Autor: Marcelo Capitânio Co-Autor: Nair Narumi Orita Pavan Dentre as causas das alterações de cor da coroa, o traumatismo dentário, é uma das etiologias mais comumente encontradas. Esse escurecimento dentário pode impactar negativamente na auto-estima dos indivíduos, sendo assim necessária a seleção de um tratamento adequado para a resolução do caso. O clareamento dentário tem sido aplicado com frequência como alternativa conservadora de tratamento estético, especialmente quando comparado aos procedimentos mais invasivos como a confecção de facetas ou próteses fixas. O objetivo deste trabalho é descrever, por meio de dois casos clínicos, o clareamento dentário em dente não-vital, utilizando diferentes técnicas. Caso clínico 1: paciente do gênero masculino, 47 anos, foi atendido na clínica de residência em Endodontia da Universidade Estadual de Maringá, para tratamento da descoloração dentária do incisivo central superior direito (11). Na primeira sessão após avaliação criteriosa do exame radiográfico, removeu-se a restauração em resina composta, desobturou-se 2 mm abaixo da junção amelocementária, para confecção do tampão cervical com cimento de ionômero de vidro. O tratamento indicado foi o clareamento dentário interno utilizando perborato de sódio e água destilada. Esta aplicação foi realizada três vezes, com interrupção de 20 dias pelo fato de uma viagem programada pelo paciente, em que permaneceu com medicação a base de hidróxido de cálcio durante 20 dias. Ao final do procedimento clareador, inseriu-se a medicação intracanal que permaneceu por 15 dias, e realizou-se a restauração definitiva com resina composta. Caso clínico 2: paciente do gênero masculino, 21 anos, procurou atendimento com queixa estética do incisivo central inferior esquerdo (31), escurecido após trauma. Na primeira sessão realizou-se o retratamento endodôntico e a desobturação do canal radicular, 2 mm abaixo da junção amelocementária para realização do tampão cervical. Na segunda sessão, foi efetuada a técnica imediata de clareamento interno e externo combinado com peróxido de hidrogênio 35% na face vestibular externamente e na câmara pulpar internamente. Foram realizadas duas sessões, empregando em cada momento, três aplicações de 15 minutos, e posteriormente inseriu-se uma medicação a base de hidróxido de cálcio associado a clorexidina 2% gel durante 15 dias. A restauração definitiva foi realizada após duas semanas. Conclui-se que com o uso dessas técnicas para dentes não-vitais e escurecidos, obteve-se um resultado estético favorável em ambos os casos, especialmente pelo fato de serem opções de tratamentos conservadores. Palavras-chave: Clareamento dentário; Traumatismo dentário; Endodontia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 82 Dentística “RESTAURAÇÕES COM SISTEMA DE CERÂMICA PURA IPS E.MAX: RELATO DE CASO” Iago Demétrio da Silva ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Carina Gisele Costa Bispo Silvia Sbeghen Sábio Juliana Zanin Ana Luiza de Moura Libório Letícia Carvalho Lima Teixeira O aumento da demanda por procedimentos estéticos tem resultado em um aumento do uso das cerâmicas dentais. Neste contexto, o Sistema IPS e.Max, tem se mostrado altamente promissor, pois possibilita restaurar forma e função dentária com as características estéticas de cor, translucidez e opacidade, biomimetizando a estrutura dentária. Assim, o presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clinico de reabilitação estética e funcional de dentes anteriores e posteriores, utilizando como material de escolha o IPS e.Max. A paciente C.V.T.Z., 56 anos, gênero feminino, procurou atendimento odontológico queixando-se de insatisfação estética com seu sorriso. Relatou ter realizado tratamento periodontal, com início em 2002, devido a uma grande perda óssea generalizada na arcada superior, e também ter utilizado aparelho ortodôntico. No exame clinico inicial observou-se a presença de coroas metalocerâmicas nos elementos 11 e 21, com ausência de contorno gengival, levando a formação de um black space. Já nos dentes posteriores, observou-se lesões de abfração e ausência do elemento 26. Exame complementar de imagem foi realizado. No plano de tratamento, foi proposta a substituição das coroas existentes em metalocerâmica por coroas em dissilicato de lítio (E-max), facetas indiretas nos outros elementos e, também, um cantilever na região do 26, completando assim, o sorriso de primeiro molar direito a primeiro molar esquerdo. Além disso, foi sugerido uma cirurgia periodontal na região anterior para melhorar o contorno gengival, porém, após avaliação radiográfica, essa hipótese foi descartada devido a perda óssea dessa região. Optou-se então, pela confecção das coroas provisórias em resina acrílica, as quais, bem reembasadas, são capazes de auxiliar na remodelação da margem gengival. Os resultados alcançados com o material na confecção de facetas, coroas totais e próteses fixas foram satisfatórios, mostrando-se uma excelente alternativa restauradora, desde que o protocolo clínico de utilização seja rigorosamente seguido. A partir do caso clinico relatado pode-se concluir que a integração multidisciplinar é fundamental para se obter bons resultados estéticos e funcionais, o Emax se mostrou um material versátil e uma excelente alternativa restauradora associado a um protocolo restaurador previsível, sendo fundamental na obtenção de resultados estéticos e funcionais satisfatórios, devolvendo harmonia e naturalidade para o sorriso do paciente. Palavras-chave: IPS e.max; restaurações de cerâmica; coroas totais. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 83 Dentística DETERMINAÇÃO DA PRESENÇA DE MERCÚRIO URINÁRIO EM ODONTÓLOGOS DE SANTA MARIA-RS Daniel Marim Gonçalves ([email protected]) Centro Universitário de Maringá - Unicesumar Adriana Lemos Mori Ubaldini Eliza Beti de Cássia Stefanon Estefania Rafaela de Abreu Dias A odontologia, como as demais profissões, apresenta atividades rotineiras que podem afetar a saúde dos odontólogos e técnicos em saúde bucal, tais como a manipulação de metais pesados, como o mercúrio (Hg) presente no amálgama dentário, contato com radiação, com drogas farmacológicas e com agentes potencialmente alergênicos. Cabe salientar que a exposição ocupacional crônica aos vapores de Hg pode provocar fadiga, esclerose múltipla, arteriosclerose, doença de Alzheimer, nervosismo, irritabilidade, cefaleia e instabilidade emocional. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo avaliar os teores de mercúrio na urina de profissionais da área de dentística e conhecer o perfil dos mesmos através da aplicação de um questionário. Para realização do estudo foram avaliados 13 odontólogos de ambos os sexos, com idades variáveis entre 28 a 69 anos, os quais clinicavam em consultórios dentários de Santa Maria-RS no ano de 2011. Foram incluídos somente profissionais especialistas em dentística, que atuam há pelo menos 10 anos com amálgama, pelo período mínimo de 20 horas semanais. Como instrumento de coleta de dados foi aplicado um questionário abordando questões relacionadas ao tempo de trabalho com amálgama, o uso de EPIs, sintomas apresentados no final da jornada de trabalho, entre outras. O material biológico utilizado foi a primeira urina da manhã, o qual foi submetido à análise toxicológica de mercúrio total, através de espectrofotometria de absorção atômica com gerador de hidretos acoplado ao equipamento (AAS). Considerando-se que todos relataram fazerem uso de equipamentos de proteção individual e do amalgamador mecânico, pode-se assim explicar os baixos níveis encontrados, que compreendem valores inferiores à 1,0 até 3,3 µg Hg/g de creatinina, os quais encontraram-se dentro do limite de normalidade preconizado pela NR 7 do Ministério do Trabalho do Brasil (até 5 µg/g de creatinina). A redução da exposição ao mercúrio no ambiente de trabalho dos profissionais da saúde bucal pode ser alcançada através de medidas simples, que incluem: cuidado na manipulação do mercúrio, evitando derramamento acidental; pisos e bancadas de fácil limpeza; utilização de refrigeração abundante com água gelada, brocas novas; isolamento absoluto e bombas de sucção eficientes durante a remoção de restaurações; ambientes bem ventilados; troca periódica dos filtros de ar condicionado; armazenagem adequada dos resíduos em frascos plásticos bem vedados; uso de EPIs (máscara, luva, touca, óculos de proteção e jaleco de mangas longas com punho) e proteção do paciente com óculos de proteção e campo operatório descartável; e manutenção periódica do amalgamador mecânico. Em síntese, a adoção de medidas simples durante a manipulação deste metal tóxico auxilia na diminuição do risco de surgimento de doenças de caráter ocupacional, o qual foi demonstrado pelos dados obtidos na pesquisa. Palavras-chave: mercúrio metálico, amálgama odontológico, odontologia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 84 Dentística EFEITO DA ASSOCIAÇÃO ERITROSINA/ AZUL DE METILENO NA TERAPIA FOTODINÂMICA SOBRE BIOFILME DE STREPTOCOCCUS MUTANS Laise Midori Tokubo ([email protected]) (UEM) Mitsue Fujimaki Raquel Sano Suga Terada Pedro Luiz Rosalen Janaína de Cássia Orlandi Sardi A terapia fotodinâmica promove a inativação de microrganismos por meio de reações fotoquímicas que ocorrem com a combinação de um agente fotossensibilizador e uma fonte de luz. Ela tem emergido como uma alternativa eficaz e promissora no tratamento de algumas patologias e na odontologia ela tem mostrado resultados melhores quando associados as técnicas convencionais. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da associação da eritrosina/ azul de metileno (ER/ AM) ativados com luz halógena branca sobre biofilme de S. mutans na terapia fotodinâmica. Testou-se in vitro a atividade antimicrobiana da associação ER/ AM ativada por luz halógena branca em biofilme, em triplicata, com 2 concentrações de fotossensibilizadores, totalizando 15 grupos: G1: ER 100 μM; G2: AM 100 μM, G3: ER/AM 100 μM, G4: ER 250 μM; G5: AM 250 μM; G6: ER/ AM 250 μM; G7: ER 100 μM + luz halógena branca; G8: AM 100 μM + luz halógena branca; G9: ER/ AM 100 μM + luz halógena branca; G10: ER 250 μM + luz halógena branca; G11: AM 250 μM + luz halógena branca; G12: ER/ AM 250 μM + luz halógena branca; G13: Luz halógena branca; GC: grupo controle, sem nenhum tratamento; GN: grupo controle negativo, tratamento com clorexidina 0,12%. Para cada grupo, biofilmes de S. mutans cultivados por 48 horas foram tratados durante 5 minutos e ativados com luz halógena branca por 2 minutos, fracionados em 4 períodos de 30 segundos. Foram realizados 3 experimentos independentes com triplicata de cada grupo. Após o tratamento, os biofilmes foram diluídos e plaqueados em meio BHI ágar e incubados por 24 horas para a contagem das colônias. Os resultados foram analisados utilizando ANOVA com pós-teste de Tukey (p<0,05). Houve diferença estatisticamente significante entre GC e G9, G10, G11 e G12, com redução de 3,2 log₁₀, 4,5 log₁₀, 4,3 log₁₀ e 5,3 log₁₀, respectivamente, e entre GN e todos os grupos. Conclui-se que a associação da eritrosina com azul de metileno, na concentração de 250 μM, ativados por luz halógena branca, promoveu a inibição do S. mutans em biofilme formado de forma mais eficiente do que os fotossensibilizadores isolados, mostrando efeito promissor para utilização na Odontologia. Palavras-chave: Terapia Fotodinâmica, Biofilmes, Streptococcus mutans ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 85 DENTÍSTICA INFLUÊNCIA DO NÍVEL DE FLUORESCÊNCIA DA RESINA COMPOSTA NAS DIMENSÕES CAVITÁRIAS DURANTE A REMOÇÃO DE RESTAURAÇÕES ESTÉTICAS USANDO UM SISTEMA DE ILUMINAÇÃO AUXILIAR ACOPLADO À UMA TURBINA DE ALTA-ROTAÇÃO Gabriela Nunes Zorzi ([email protected]) - (UEM) Renata Corrêa Pascotto Marina França de Oliveira Nallu Gomes Lima Hironaka Samuel Kaik Lima Bruna Bertol Na Dentística restauradora, a similaridade da cor da resina composta com o dente, em casos de substituição de restaurações, pode gerar um desgaste desnecessário de estrutura dentária durante o preparo cavitário. Sendo assim, torna-se oportuno testar métodos que auxiliem na visualização do material restaurador no momento da remoção da restauração. A luz ultravioleta evidencia a fluorescência do material restaurador em contraste com a da estrutura dentária o que poderia facilitar a remoção seletiva do compósito. Assim, recentemente, surgiu no mercado uma turbina de alta rotação que conta com um sistema de iluminação ultravioleta acoplado à turbina de alta rotação (Cobra LED Ultra Vision®, Gnatus) que evidencia a fluorescência do material restaurador em contraste com o da estrutura dentária facilitando a remoção seletiva do compósito. O objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro, o efeito do uso desse sistema de iluminação auxiliar acoplado à uma turbina de alta rotação no aumento das dimensões cavitárias durante a remoção de restaurações de Classe III confeccionadas com resinas compostas com diferentes níveis de fluorescência. Setenta e dois dentes anteriores superiores artificiais foram montados em manequim e cavidades classe III foram confeccionas pelo acesso vestibular seguido de restauração com resinas compostas de diferentes fluorescências. Os dentes foram divididos em seis grupos (n=12). Nos grupos G1UV e G1SL foi utilizado uma resina composta com baixa fluorescência, nos grupos G2UV e G2SL média fluorescência e nos grupos G3UV e G3SL alta fluorescência. Nos grupos G1UV, G2UV e G3UV a remoção da resina foi realizada com o auxílio de um sistema de luz ultravioleta auxiliar acoplado a uma turbina de alta rotação (Cobra LED Ultra Vision®, Gnatus) e nos grupos G1SL, G2SL e G3SL as restaurações foram removidas usando uma turbina de alta rotação sem iluminação adicional. Os dentes foram pesados em balança analítica de precisão após o preparo cavitário inicial e após a remoção das restaurações. A diferença entre o peso inicial e o peso final foi submetida à análise estatística não paramétrica Kruskall-Wallis (p<0,05) a fim de avaliar qual técnica proporcionou um preparo mais conservador durante a substituição de restaurações de resina composta. Os resultados demonstraram que a resina composta de média fluorescência proporcionou o menor desgaste da estrutura dentária quando o sistema de luz auxiliar ultravioleta foi utilizado durante a remoção da restauração. Palavras-chave: luz ultravioleta; fluorescência; resina composta. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 86 DENTÍSTICA ANÁLISE DOS PRODUTOS DE HIGIENE ORAL COM “AÇÃO CLAREADORA” DISPONÍVEIS NO COMÉRCIO DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ Andressa Grando ([email protected]) Instituição: Centro Universitário de Maringá - Unicesumar Adriana Lemos Mori Ubaldini Carla Leticia Socoloski A preocupação excessiva com a aparência leva a população a procurar por métodos de clareamento sem a supervisão do dentista, por meio da utilização de produtos de higiene oral com “ação clareadora” encontrados em farmácias e supermercados. De acordo com a literatura, estes produtos promovem uma remoção de pigmentos extrínsecos pela ação abrasiva de sua composição. Assim, quando utilizados sem a supervisão e por longos períodos de tempo podem trazer prejuízos à saúde bucal, como a sensibilidade dentária, o desgaste dentário e ulceração gengival, podendo este produto até mesmo se comportar como um agente co-carcinogênico da mucosa bucal. Desta forma, torna-se oportuno identificar quais são os produtos de higiene oral com “ação clareadora” disponíveis para a população de Maringá, bem como pesquisar se sua composição química, seu mecanismo de ação e sua posologia estão disponíveis para os consumidores. O trabalho foi dividido em três momentos: o primeiro momento em que foram pesquisados os agentes considerados clareadores disponíveis em seis supermercados e quatro farmácias do município de Maringá; o segundo, em que foi realizada a análise da composição dos produtos categorizados a fim de identificar qual seria a associação dos componentes estruturais destes produtos com a suposta ação de clareamento; e o terceiro, no qual foi realizada uma busca na base de dados Google com os nomes de todos os produtos identificados, a fim de investigar as informações e propagandas que são passadas aos consumidores quanto o seu mecanismo de ação e sua forma de uso. Como resultado, todos os estabelecimentos visitados ofertavam pelo menos 4 tipos de produtos com “ação clareadora”, sendo encontrados no total 23 dentifrícios e 5 enxaguantes bucais distintos, pertencentes a 6 marcas comerciais diferentes. De acordo com a análise das embalagens dos produtos e com a pesquisa nos sites eletrônicos, nenhum produto especificou ao consumidor seu mecanismo de clareamento; apenas 26% dos dentifrícios apresentaram informações sobre o seu modo de utilização; e somente 17,4% dos dentifrícios divulgaram sua composição química. Considerando os dentifrícios que divulgaram sua composição, nenhum relatou possuir agentes clareadores (peróxido de hidrogênio, peróxido de carbamida) em sua composição, mas 100% destes produtos apresentaram a sílica como componente abrasivo. Com relação a publicidade, 96,4% dos produtos possuem propagandas em sites eletrônicos. Sendo que destas propagandas, 85,2% abordam de forma equivocada as palavras: clareamento” e “dentes mais brancos”. Os outros 14,8% divulgam de forma correta a frase: previne e remove manchas”. De acordo com os resultados da presente pesquisa, é possível concluir que os produtos de higiene oral com “ação clareadora” são facilmente encontrados pela população maringaense em estabelecimentos como farmácias e mercados. Muitos desses produtos apresentam propaganda inapropriada induzindo o consumidor a adquirir o mesmo, apresentando uma função clareadora que na realidade não é adquirida. A propaganda desses produtos deveria ser exposta de uma maneira diferenciada para a população, mostrando sua verdadeira função de remoção de manchas superficiais, a qual pode ser realizada tanto por uma profilaxia profissional como pelo uso outros tipos de dentifrícios comuns com agentes abrasivos. Palavras-chave: Agentes clareadores, dentifrícios, publicidade e propaganda. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 87 Dentística AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE O CLAREAMENTO DENTÁRIO E OS RISCOS DE SUA AUTO ADMINISTRAÇÃO POR ALUNOS DE GRADUAÇÃO DE ODONTOLOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ – UNICESUMAR. Ana Carolina D.Caviquioli ([email protected]) Centro Universitário de Maringá - Unicesumar Adriana Lemos Mori Ubaldini Isabela HrecekFreitag Carla Leticia Socoloski A alteração de cor dental é um dos problemas estéticos mais comumente percebido pelas pessoas, o desejo de ter dentes brancos coloca o clareamento dentário como o tratamento estético mais procurado pelos pacientes. Desta forma, objetivo do presente estudo foi analisar a frequência de realização de tratamento clareador e a utilização de produtos com “ação clareadora” pelos alunos de odontologia da Unicesumar. Inicialmente o protocolo de pesquisa foi submetido à avaliação pelo comitê de ética da Unicesumar (CAAE: 57308716.1.0000.5539). A população do presente estudo foi dividida em dois grupos: G1) alunos cursando o 1º ano de graduação; G2) alunos cursando o 4º ano de graduação (n=50). Foi aplicado um questionário objetivo quantitativo a fim de verificar o conhecimento sobre as técnicas e os riscos do tratamento clareador e sobre os riscos da utilização de produtos clareadores auto administráveis. Os dados foram submetidos a análise estatística descritiva e o teste Qui-Quadrado (p≤0,05) foi utilizado para testar a associação das variáveis: satisfação com a cor dos dentes versus realização do clareamento; satisfação com a cor dos dentes versus utilização de produtos; conhecimento dos efeitos adversos do clareamento versus a realização do clareamento; conhecimento dos riscos da auto administração de produtos de higiene oral com “ação clareadora” versus utilização destes produtos. Como resultado, a maioria dos estudantes encontrava-se na faixa-etária entre 18-22 anos (G1= 96%,G2= 62%); pertenciam ao gênero feminino (G1= 62%, G2= 80%); estava satisfeito com a coloração de seus dentes (G1= 60%,G2= 56%); já havia realizado algum tratamento clareador (G1= 60%, G2= 88%) mas não utilizava produtos de higiene oral com “ação clareadora” (G1= 56%, G2= 72%). O teste Qui-Quadrado revelou que não houve associação da variável satisfação com a cor dos dentes com a realização prévia do clareamento para os dois grupos avaliados (G1= p: 0,23; G2= p: 0,75), como também não houve associação da variável satisfação com a cor dos dentes com o uso de produtos de higiene oral com “ação clareadora” (G1=p: 0,08; G2= p: 0,70). A análise sobre o conhecimento dos alunos a respeito dos efeitos adversos do clareamento revelou que o fato de conhecer seus efeitos adversos não reduziu a realização do clareamento para o G1 (p: 0,02), mas proporcionou uma menor realização do clareamento para o G2 (p: 0,47). Além disto, o conhecimento dos riscos da auto administração dos produtos com “ação clareadora” levou os alunos a um menor consumo destes produtos (G1=p:0,64; G2= p: 0,48). Desta forma, é possível concluir a realização do clareamento não está associada com a satisfação dos acadêmicos com a coloração de seus dentes. Além disto, o conhecimento sobre os efeitos adversos do clareamento demonstrou ser um fator que influenciou sua realização pelos alunos do 4º ano de graduação, e o conhecimento sobre o risco da auto administração de produtos com “ação clareadora” determinou seu baixo uso para os alunos do 1º e 4º ano de graduação. Palavras-chave: Clareamento Dentário, Acadêmicos, Questionário. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 88 DENTÍSTICA A FLUORESCÊNCIA COMO PARAMETRO DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO ORGÂNICA DO ESMALTE E DA DENTINA SUBJACENTES APÓS O CLAREAMENTO DENTÁRIO Isabela HrecekFreitag ([email protected]) UNICESUMAR- Centro Universitário Cesumar Adriana Ubaldini FrancielleSato Antônio Medina Neto Mauro Luciano Baesso Renata Corrêa Pascotto Os efeitos adversos do clareamento dentário no esmalte e na dentina são relatados como controversos na literatura. Quanto às modificações estruturais do esmalte, alguns estudos sugerem a transformação da hidroxiapatita, enquanto outras pesquisas não relataram efeitos adversos do clareamento sobre a estrutura cristalina do esmalte. Quando a dentina é analisada, a literatura apenas relata diminuição de seus componentes orgânicos e inorgânicos em quadros de simulação do clareamento interno, quando o agente clareador é aplicado sob a superfície dentinária. O fenômeno óptico de fluorescência dental tem sido de grande importância para o estudo de modificações estruturais dos tecidos dentários, especificamente avaliações da composição orgânica tanto da dentina quanto do esmalte. Desta forma, o objetivo deste estudo in vitro foi identificar a alteração da fluorescência dos tecidos dentários após o tratamento clareador por meio da espectroscopia Micro Raman (MRS). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê Permanente de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá - (UEM), parecer no 506/2009, CAAE 0185.0.093.000-09. A partir de 7 pré-molares, foram obtidos 14 blocos dentários, sendo que metade dos blocos possuíam espessura de 2 mm (dentina subjancete) e a outra metade com espessura de 1 mm (esmalte subjacente). A superfície interna dos espécimes (dentina e esmalte) foi mensurada separadamente, antes (GC) e após o clareamento (GT) com peróxido de hidrogênio a 25% (Lase Peroxide Sensy II, DMC Equipamentos LTDA). O valor da fluorescência foi obtido pelo cálculo da integral do intervalo espectral total (1800-400 cm-1) dos espectros originais. A normalidade dos dados foi testada pelo teste de Shapiro-Wilk e a análise estatística realizada pelo Teste t para amostras pareadas com nível de significância p < 0.05 (Origin 7.5 Software). Após o tratamento clareador houve uma diminuição significante da fluorescência dos tecidos dentários. O valor da área correspondente à fluorescência do esmalte interno diminuiu de 108900 (+-7,8) no GC para 47350 (+-3,0) no GT (p<0.05). Enquanto que os valores referentes à fluorescência para a dentina interna reduziram de 134070(+-6,2) no GC para 56129 (+-3,7) no GT (p<0.05).De acordo com os resultados obtidos, sugere-se que o clareamento com peróxido de hidrogênio a 25% promoveu alterações teciduais dentárias por meio da redução da composição orgânica tanto do esmalte quanto da dentina subjacentes ao procedimento clareador. Palavras-chave: Clareamento Dental , Análise Espectral Raman, Fluorescência. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 89 DENTÍSTICA CLAREAMENTO DENTAL COMO APRIMORAMENTO ESTÉTICO DO SORRISO Natália Miwa Yoshida ([email protected]) - (UEM) Silvia Sbeghen Sábio Rodrigo Lorenzi Paluha Clóvis Lamartine de Moraes Melo Neto Bruna Milhomens de Souza Luisa Moura Fialho A demanda pela máxima estética ocasiona uma crescente busca por procedimentos odontológicos capazes de prover um sorriso harmônico e com dentes claros. Nesse cenário, os procedimentos de clareamento são uma opção válida e segura. O clareamento dental constitui uma alternativa eficaz para maximizar a estética e manter conceitos de atuação minimamente invasiva. A terapêutica clareadora para os dentes vitais pode ser realizada através da técnica supervisionada caseira ou pelo clareamento de consultório. O clareamento de consultório propicia resultados mais rápidos, otimização da área de ação do produto, com menor contato deste com a mucosa e uma redução do tempo total de tratamento, uma vez que é passível ser realizado em uma única consulta. O presente trabalho objetiva expor um caso clínico no qual foi empregada a terapêutica de clareamento de consultório em sessão única. A consulta foi realizada com uso de peróxido de hidrogênio a 35% como agente clareador, juntamente com um afastador labial para proteção dos lábios e das bochechas, condicionamento ácido prévio da estrutura dental com ácido fosfórico a 37% durante 15 segundos, laser seguindo a irradiância recomendada pelo fabricante de 350 mW/cm² e prescrição de bochecho diário com fluoreto de sódio a 0,025% por 30 dias como uma medida adicional para a prevenção de sensibilidade. O peróxido de hidrogênio é uma molécula extremamente instável, o que favorece sua dissociação e formação de radicais quando em contato com os fluídos orgânicos e seus efeitos deletérios em esmalte e dentina não são clinicamente significantes. O condicionamento ácido prévio tem por finalidade remover a camada aprismática e promover porosidades na superfície do esmalte, facilitando a penetração do agente clareador em maior profundidade funcionando, portanto, como um acelerador do processo de clareamento. Além do condicionamento, a busca por acelerar a reação de clareamento levou a utilização de fontes de calor obtidas através do uso de luz, quando esta é projetada sobre o gel clareador parte dessa energia é refletida ou transmitida e, uma fração desta é absorvida e convertida em calor, que aumenta a temperatura do peróxido de hidrogênio, catalisando sua quebra em múltiplos radicais hidroxilas e subsequentemente promovendo um clareamento mais rápido. Esse aumento mínimo de temperatura não gera danos ao tecido pulpar, pois aquece o produto e não a estrutura dental. Concluiu-se para o presente caso, o uso do clareamento de consultório em sessão única foi válido para atingir a satisfação, sucesso clínico e o resultado estético almejado pela paciente. Palavras-chave: Clareamento dental, peróxido de hidrogênio, laser. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 90 Dentística TRATAMENTO INTEGRADO PARA A RESTAURAÇÃO DE DENTE COM DILACERAÇÃO RADICULAR – PROSERVAÇÃO DE 5 ANOS Jéssica Ayumi Kabuki ( [email protected]) Universidade Estadual de Londrina Márcio Grama Hoeppner Ricardo Shibayama João Felipe Besegato Juliana Squizatto Leite Sueli de Almeida Cardoso A incidência de traumatismo na dentição decídua é elevada e as suas consequências são preocupantes, pois pode resultar em alterações do germe do permanente diagnosticadas como: hipocalcificação e a hipoplasia de esmalte, distúrbios de erupção, e dilaceração radicular e coronária. A dilaceração é uma alteração de desenvolvimento referente à forma dos dentes e se caracteriza por uma curvatura entre a porção coronária e/ou radicular do dente. Dependendo da gravidade, o traumatismo pode deslocar a porção calcificada do germe dentário enquanto que o restante do dente continua sua formação numa angulação normal. O planejamento do tratamento de dentes com dilaceração depende de cuidadosa anamnese, aprimorado exame clínico intrabucal e radiográfico. O presente trabalho tem por objetivo relatar e discutir o tratamento restaurador realizado na paciente GS, gênero feminino, 11 anos, para solucionar o problema estético e funcional do incisivo superior esquerdo (dente 21), com dilaceração radicular de origem traumática (odontoma). Primeiramente foi proposto e realizado o tracionamento ortodôntico para a erupção mecânica do dente, entretanto, sem sucesso. Na sequência foi proposta a realização de restauração direta com resina composta, considerando a idade da paciente, o comprometimento estético do dente 21 e a sintomatologia dolorosa relatada quando ingestão de alimentos frios. Na primeira sessão, após anestesia e isolamento absoluto do campo operatório, o tecido dentinário desorganizado foi removido com auxílio de um instrumento cortante rotatório, em baixa rotação. Após condicionamento ácido do esmalte dentário remanescente, foi feita aplicação de um sistema adesivo autocondicionante. Na sequência, recobrimento da face vestibular (faceta direta) com resina composta de diferentes graus de opacidade/translucidez. Na segunda sessão, foi realizada incisão intra-sulcular, rebatimento do tecido gengival e restauração morfológica da superfície radicular com cimento de ionômero de vidro modificado por resina composta. Diante do resultado estético imediato obtido, pôde se concluir o quão favorável foi o tratamento realizado, principalmente considerando: o custo, comparativamente a uma restauração indireta; o tempo clínico, e a conservação dos tecidos dentais. A proservação do tratamento realizado, cinco (5) anos após, ratifica os resultados imediatos observados, mesmo tendo sido evidenciada alteração de cor do material restaurador, fator estético passível de reparo para manutenção do tratamento. Palavras-chave: Anormalidades Dentárias. Odontoma. Resinas Compostas. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 91 Dentística PLANEJAMENTO RESTAURADOR PARA TRAUMATISMO DENTÁRIO: RELATO DE CASO Juliana Squizatto Leite ( [email protected]) Universidade Estadual de Londrina Márcio Grama Hoeppner Jéssica Ayumi Kabuki Regis Jhonatan Brachtvogel Aline Alves Campos Priscila Paganini Costa O traumatismo dentário é uma situação clínica comum nos consultórios e clínicas odontológicas, sendo prevalente em crianças/jovens, do gênero masculino, em idade escolar e em fase de desenvolvimento. Estima-se que, aproximadamente, 25% da população com idade inferior a 18 anos apresentará pelo menos um dente anterior fraturado devido a trauma, que, além do fator estético, também compromete a função e o bem-estar psicossocial. O prognóstico do tratamento de dentes traumatizados depende do conhecimento e habilidade do profissional, do tempo decorrido entre o trauma e o primeiro atendimento (atendimento de urgência) e das condições das estruturas comprometidas pelo trauma. O objetivo deste trabalho é relatar e discutir o tratamento realizado para solucionar os problemas decorrentes do trauma dentário, em um paciente do gênero masculino, com 11 anos de idade. Após o acidente, o atendimento de urgência foi realizado no Pronto Socorro Odontológico da Universidade Estadual de Londrina – UEL. Na sequência, no atendimento oferecido à comunidade, pelo Curso de Pós-Graduação – Residência em Dentística da UEL, o tratamento foi planejado após avaliação clínica e radiográfica da extensão da fratura, dos tecidos dentários comprometidos (esmalte, dentina e polpa), das condições dos tecidos periodontais e da região periapical. No incisivo central superior direito (11) foi diagnosticada fratura corono-radicular envolvendo esmalte, dentina e cemento, com exposição do tecido pulpar. Por vestibular, a linha (traço) da fratura localizava-se no terço cervical e supragengival. Com extensão obliqua, na região lingual a fratura foi diagnosticada abaixo da margem gengival. O fragmento dentário encontrava-se aderido ao tecido periodontal. E, no incisivo central superior esquerdo (21), foi diagnosticada fratura coronária, sem exposição do tecido pulpar e sem comprometimentos das distâncias biológicas. A sequência de tratamento para restauração do dente 11 foi, primeiramente, o tratamento endodôntico (em três sessões, com curativo intraradicular com pasta à base de hidróxido de cálcio), posteriormente, realizou-se a cirurgia periodontal para exposição da linha de fratura na região lingual e colagem do fragmento transcirúrgico, e por último, realizou-se a cimentação intraradicular de pino de fibra de vidro. No dente 21 foi realizada restauração direta com resina composta. Considerando as condições clínicas do paciente (idade e tolerância ao tratamento), pôde se observar que o resultado, após o tratamento realizado, foi satisfatório tanto esteticamente quanto funcionalmente dos dentes traumatizados. Palavras-chave: Traumatismos Dentários. Colagem Dentária. Restauração Dentária Permanente. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 92 DENTÍSTICA REABILITAÇÃO ESTÉTICA DO SORRISO ATRAVÉS DA REANATOMIZAÇÃO DENTAL: UMA TÉCNICA EMPREGANDO RESINAS COMPOSTAS Mariucha Ramella Marcon Nemer ([email protected]) - (UEM) Orientador: Prof. Dr. Adilson Yoshio Furuse Co-Autor: Janaína Rodrigues Lopes da Silva Co-Autor: Maira Brito Co-Autor: Renata Hernandes Tonin Co-Autor: Barbara Grecco de Lima Atualmente, apresentar sorriso com dentes belos, claros e distribuídos de forma harmoniosa são pré-requisitos exigidos pelos pacientes. São comuns queixas com as inconformidades de cor e forma dos dentes. Para a resolução destas queixas, uma técnica considerada valiosa e econômica é a remodelação dos dentes naturais através do emprego de resinas compostas fotopolimerizáveis. No presente caso temos paciente de 34 anos, gênero feminino, relatando insatisfação estética ao sorrir. O exame clínico apresentou diastemas generalizados entre os elementos 13 ao 23, além de ausências dentárias, manchas brancas por descalcificação e escurecimento coronário do elemento 21 (tratado endodônticamente). Previamente ao tratamento restaurador, foi realizada a profilaxia e raspagem supra-gengival dos elementos dentários, além de instrução de higiene oral. Em seguida, procedeu-se a moldagem dos arcos superior e inferior para obtenção dos modelos de estudo e enceramento diagnóstico. A partir deste foi confeccionado um guia de silicone de condensação com o intuito de servir como guia na inserção do material restaurador. Utilizou-se a grade de proporção áurea para se alcançar a simetria mais próxima da ideal. Primeiramente, optou-se pelo clareamento interno do elemento 21 com gel de peróxido de hidrogênio a 35%. O referido elemento apresentava cor inicial A4 (escala de cores Classical - Vita). Após o resultado imediato optou-se por fazer um curativo com perborato de sódio e peróxido de hidrogênio a 20%, permanecendo por quatro dias sendo restaurado posteriormente, apresentando cor final A3. Para as manchas brancas decidiu-se pela microabrasão. Devido à persistência na discrepância de cor do elemento 21, optou-se por realizar uma faceta em resina composta no referido elemento. Nas consultas seguintes procederam-se a reanatomização dos demais elementos do segmento ântero-superior. Após tomada da cor e isolamento do campo operatório, o esmalte foi condicionado, seguido de lavagem e secagem. O primer foi aplicado, seguido do adesivo sendo este fotopolimerizado por 20 segundos. Sobre a matriz-guia de silicone uma fina camada de resina A1E (Filtek Supreme XT – 3M ESPE) foi adequada para obter uma muralha palatina relativa ao esmalte. Essa foi levada em posição e fotopolimerizada. Após a remoção da guia de silicone, iniciou-se a adequação da dentina com resina A3D e A2D (Filtek Supreme XT – 3M ESPE) e finalmente foi adicionada a camada de esmalte A1E (Filtek Supreme XT – 3M ESPE). Imediatamente após, a remoção dos excessos foi realizada com o auxílio de uma lâmina de bisturi nº 12 e um acabamento inicial foi feito com borracha de silicone. Na consulta seguinte sucedeu-se o acabamento final, utilizando-se discos abrasivos, pontas de borracha, tiras de poliéster diamantadas e ponta de carbeto de sílicio. Ao término da transformação estética e funcional, a paciente foi encaminhada para reabilitação das áreas edêntulas e recebeu instruções de higiene bucal e manutenção de saúde oral. Com este relato de caso podemos concluir que as remodelações cosméticas, através da utilização das resinas compostas, são alternativas econômicas, rápidas e eficientes para diversas situações, e o seu uso resulta em uma transformação imediata do sorriso. Palavras-chave: Estética dentária. Materiais dentários. Resinas compostas. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 93 Dentística AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE UM AGENTE REMINERALIZADOR NA RESISTÊNCIA ADESIVA DENTINÁRIA Bruna Medeiros Bertol de Oliveira ([email protected]) - (UEM) Renata Corrêa Pascotto Adriana Lemos Ubaldini do Amaral Franciele Sato Viviane Oliveira Soares Mauro Luciano Baesso Devido à incapacidade dos monômeros resinosos dos sistemas adesivos de infiltrar-se completamente na rede de colágeno desmineralizada pelo tratamento ácido, a camada híbrida adesiva torna-se suscetível à degradação. A remineralização biomimética da dentina com o uso de biovidros tem se mostrado uma potencial alternativa para a preservação da integridade da interface de restaurações adesivas, uma vez que recapitula a função de proteção do colágeno de apatitas intrafibrilares dentinárias desmineralizadas promovendo a formação de uma camada de hidroxiapatita na superfície dentinária. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de um agente remineralizador (biovidro 45S5) na resistência adesiva à dentina. Foram utilizados 20 terceiros molares hígidos, divididos em dois grupos (n=10): tratamento adesivo convencional (G1) e tratamento adesivo com aplicação do biovidro após o condicionamento ácido (G2). O sistema adesivo de 3 passos foi aplicado seguindo as recomendações do fabricante. Os espécimes foram restaurados com resina composta, armazenados em saliva artificial por 24h a 37ºC, e seccionados em palitos com área total de 0,8mm². Cada palito foi testado usando uma máquina de ensaios universal com carga de 10 Kgf e velocidade de 0,5 mm/min até que ocorresse a fratura. Os valores de resistência adesiva foram calculados pela razão entre a carga necessária para ruptura do corpo de prova e a área de sua interface adesiva. Os dados obtidos foram submetidos aos testes estatísticos Shapiro-Wilk e teste T de Student (p>0.05). O modo de fratura foi observado por meio do microscópio eletrônico de varredura e as falhas foram classificadas como adesiva, coesiva ou mista. As médias resultaram em uma diferença estatisticamente significante entre os grupos (p<0,05): G1 (28,62 Mpa+6,24) e G2 (40,97 MPa+8,83). As frequências encontradas dos modos de fraturas observados através da microscopia eletrônica de varredura foram: adesiva 43,2% (G1) e 47,9% (G2); do tipo mista 49,0% (G1) e 34,8% (G2); coesiva em resina composta 2,0% (G1) e 15,9% (G2); e coesiva em dentina 5,8% (G1) e 1,4% (G2). De acordo com os resultados obtidos, a aplicação de um agente remineralizador (biovidro 45S5) durante a etapa de hibridização dentinária com um adesivo convencional de 3 passos, promoveu o aumento da resistência adesiva dentinária. Palavras-chave: Adesivos Dentinários, Remineralização Dentária, Resistência à Tração ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 94 DENTÍSTICA AVALIAÇÃO DAS MODIFICAÇÕES ESTRUTURAIS DO ESMALTE E DA DENTINA APÓS O CLAREAMENTO DENTÁRIO Bárbara Grecco de Lima ([email protected]) - (UEM) Francielle Sato Renata Correa Pascotto Adriana Lemos Mori Ubaldini Camilla Yara Langer Ogawa O clareamento dentário é um dos procedimentos estéticos odontológicos mais procurados nos consultórios. Apesar de ser denominado um tratamento conservador este pode ser o responsável por algumas alterações estruturais nos tecidos dentários após a intervenção. Com a intenção de verificar tais modificações, estudos realizados em níveis moleculares por técnicas não destrutivas são importantes fatores de escolha para as análises. Sendo assim a espectroscopia no Infravermelho por transformada de Fourier via reflectância total atenuada (FTIR-ATR) pode ser uma estratégia considerada para este fim. A partir destes princípios o objetivo deste estudo foi identificar as alterações das matrizes inorgânica (RM) e orgânica (RMM) dos tecidos dentários após o clareamento por meio da espectroscopia no Infravermelho por FTIR-ATR. Trinta blocos dentários, obtidos através pré-molares humanos hígidos, foram divididos em 3 grupos (n=10) sendo GI: esmalte com espessura de 1,0 mm; GII: esmalte e dentina com espessura de 2,0 mm; GIII: esmalte e dentina com espessura de 3,0 mm. O clareamento com peróxido de hidrogênio à 35% (Lase Peroxide Sensy I, DMC Equipamentos LTDA) foi realizado na superfície externa do esmalte com três aplicações de 15 minutos. Os espectros FTIR-ATR foram mensurados antes e após o clareamento, na superfície externa do esmalte (GI) e interna da dentina (GII e GIII). As taxas RM (v1v3PO4/v2CO3) e RMM (v1v3PO4/amida II) foram calculadas utilizando a intensidade das respectivas bandas de absorção óptica (Origin Software), sendo que a taxa RM foi calculada para todos os grupos e a RMM apenas para GII e GIII. Os dados foram submetidos ao teste de Shapiro-Wilk e ao teste pareado de Wilcoxon com nível de significância p < 0.05. Como resultado, houve uma redução significativa na RM do GI de 3,97 para 2,98, do GII de 2,41 para 2,09, e do GIII de 2,91 para 2,90; e uma diminuição da RMM do GII de 2,97 para 2,82 e do GIII de 3,13 para 2,79. Com a análise dos dados obtidos, pode-se concluir que o clareamento dentário promoveu a diminuição da composição mineral do esmalte e da dentina do GII, e a redução da composição orgânica do GII. Contudo, de acordo com a análise estatística, o tratamento não alterou a composição tecidual mineral e orgânica do GIII. Palavras-chave: Clareamento Dental, Espectroscopia Infravermelho Transformada de Fourier, Dentina. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 95 ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia Resumos de Endodontia busca ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 96 TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR DE UM INCISIVO LATERAL SUPERIOR FUSIONADO COM UM DENTE SUPRANUMERÁRIO COM CONTROLE DE 5 ANOS. RELATO DE CASO. Isabela Costa Martinez ([email protected]) Centro Universitário de Maringá – UniCesumar Pablo Amoroso-Silva Bella Luna Colombini Ishikiriama Carlos Villavicencio-Espinoza Clovis Monteiro Bramante A união de dois germes dentários recebe o nome de fusão ou sinodontia, sendo prevalentes em crianças e em região anterior de mandíbula. A fusão pode acontecer de duas formas: 1) quando dois germes dentários da série normal se unem, aparentando a perda de um dente; 2) ou quando um germe dentário da série normal se une com um supranumerário sem alterar, portanto, o número de dentes. O tratamento de um dente fusionado sempre que for preciso deve ser multidisciplinar e tem como finalidade devolver a função e a estética. O trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de um paciente do sexo feminino, de 18 anos, encaminhada pelo departamento de ortodontia devido a uma lesão radiográfica na região apical do incisivo lateral superior esquerdo (22) fusionado com um supranumerário. Ao exame clinico, as coroas apresentavam-se hígidas, ausência de bolsas periodontais, porém sem vitalidade pulpar, possivelmente devido a um trauma prévio. A conduta clinica tomada foi a necropulpectomia. Na primeira sessão foi realizado o preparo biomecânico com instrumentação manual utilizando a técnica Oregon modificada associada a irrigação com solução de Milton, e inserção de curativo de demora com pasta de Hidróxido de Cálcio. Passados 15 dias, na segunda sessão, após a remoção da medicação intracanal foi realizada com a obturação dos canais radiculares através da Técnica Hibrida de Tagger. Após 1 ano houve o aumento da lesão que foi associada a presença de um sulco palatogengival que associado ao tratamento ortodôntico facilitou o acumulo de placa e uma grande profundidade de sondagem com completa penetração da sonda periodontal. Pela tomografia computadorizada foi possível observar destruição da tábua óssea palatina, sendo necessário o tratamento periodontal cirúrgico regenerativo com curetagem, enxerto de osso liofilizado e aplicação de membrana colágena. Devido ao escurecimento coronário foi necessário realizar o tratamento estético com clareamento interno e externo do dente e reanatomização com resina composta. A paciente foi acompanhada por 5 anos para avaliação onde comprovou-se a completa regressão da lesão e da bolsa periodontal. Apesar do difícil prognostico associado a este tipo de casos, o tratamento multidisciplinar obteve sucesso clinico radiográfico assim como estético e funcional. Palavras-chave: Fusão dentária, Endodontia, Periodontia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 97 Endodontia ROMPENDO PARADIGMAS: IMPLANTE X ENDODONTIA Josimeire Alves Pereira Barbosa ( [email protected]) - (UEM) Carlos Alberto Herrero de Morais Aline Lie Ishida Marcos Sérgio Endo Alfredo Franco Queiroz Nair Narumi Orita Pavan A calcificação pulpar pode ser oriunda de processos fisiológicos de deposição de dentina secundária e a esclerose dentinária; assim como patológicos em resposta a uma agressão ao complexo dentino-pulpar causada por cáries, doença periodontal ou trauma. Essa deposição de tecido mineralizado tem como principal consequência a alteração da anatomia interna da cavidade pulpar, representando um grande desafio para a realização do tratamento endodôntico, mais especificamente durante a abertura coronária. O objetivo deste trabalho é relatar uma abordagem conservadora de selamento de perfuração do segundo pré-molar superior esquerdo (25) no terço cervical com agregado trióxido mineral (MTA). Relato do caso: paciente do gênero feminino, 32 anos, condição sistêmica favorável, iniciou-se o tratamento endodôntico na unidade básica de saúde. Durante a abertura coronária, ocorreu a perfuração na face mesio-lingual do dente 25 causado por broca. Com dor de leve intensidade, a paciente foi encaminhada ao setor de implantodontia, com a indicação de exodontia e colocação de implante. Entretanto, após avaliação clínica, radiográfica e tomográfica, verificou-se a obliteração da cavidade pulpar e a comunicação com o periodonto, e mesmo assim decidiu-se pela manutenção do elemento dentário e selamento com MTA da área perfurada. Na primeira sessão, fez a curetagem e limpeza da cavidade com escavador e clorexidina 2%. Inseriu-se a medicação intracanal com hidróxido de cálcio associado ao propilenoglicol e iodofórmio por meio da técnica da seringa. Em seguida fez-se o selamento provisório com uma camada de óxido de zinco e outra de ionômero de vidro. No controle clínico e radiográfico houve remissão dos sintomas, então optou-se pela remoção da medicação intracanal com soro fisiológico estéril e colocação de uma camada de MTA branco na superfície comunicante, e a inserção do restante da cavidade com cimento Portland. Finalizou-se o procedimento com selamento duplo de cimento ionômero de vidro restaurador e resina composta. A paciente apresenta-se em controle clínico e radiográfico. Conclui-se que a falta de avaliação criteriosa da radiografia de diagnóstico, assim como a falta de conhecimento anatômico e das suas alterações da cavidade pulpar podem provocar a perfuração radicular durante a abertura coronária. O selamento da perfuração com MTA mostrou-se satisfatório, evitando a exodontia do dente comprometido. Palavras-chave: Endodontia; calcificação pulpar; obliteração pulpar. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 98 ENDODONTIA AVULSÃO DENTÁRIA E REABSORÇÃO EXTERNA: CASO CLÍNICO Maria Gabriela Vincenzi Silva([email protected]) Universalidade Paranaense Luiz Fernando Tomazinho Max Willian Santana Riedi Avulsão dentária é caracterizada pelo deslocamento do dente do alvéolo, é um trauma que acomete dentes permanentes, causando danos no cemento, ligamento periodontal e polpa. A palavra avulsão tem como significado extração de maneira violenta, ou seja, acontece em acidentes podendo ser eles: acidentes automobilísticos, brincadeiras em geral, atos de violência, esportes, quedas e outros. Acomete mais crianças e jovens, 14 a 19 anos, pois o osso está menos mineralizado, ou em casos menos frequentes em adultos. Independente da idade ou o acidente ocorrido, em casos de avulsão o passo a ser seguido é sempre o mesmo, o reimplante imediato. O reimplante imediato é o ato de inserir o dente novamente no alvéolo a fim de que tome sua posição anatômica natural. A finalidade desse trabalho é apresentar um caso clínico de um paciente gênero masculino, 19 anos, que compareceu ao consultório com relato de avulsão do dente 33 após uma briga no colégio. O dente foi reimplantado, permanecendo por um período médio de uma hora fora do alvéolo. Foi realizada uma contenção semi-rígida por um período de quinze dias e somente após um ano do ocorrido foi procurado o tratamento endodôntico, como consequência dessa demora o paciente apresentou reabsorção. A reabsorção é um processo multifatorial que resulta na perda de estrutura dentária, dentina e cemento, por osso alveolar, sendo assim uma sequela de um dano causado no ligamento periodontal, nesse caso a avulsão. Para obter prognósticos favoráveis o dente deve ser reinserido logo nos primeiros minutos após a avulsão, no período superior a duas horas, as chances de sucesso diminui devido a contaminação do elemento dental, necrose do ligamento periodontal e pelo trauma causado. Em casos que o elemento não possa ser reinserido imediatamente, aconselha-se armazenar o dente ou em meio básico, como por exemplo o leite pasteurizado, ou em saliva, por ser um meio com que o dente estava habituado. Lembrando que o ideal sempre é levar direto ao alvéolo. O reimplante imediato ou tardio é uma alternativa, porém, por razões legais, o paciente deve ser informado sobre o prognóstico do elemento e suas possíveis complicações, cabendo ao cirurgião-dentista oferecer-lhe a melhor opção para resolução do caso. Palavras-chave: avulsão dentária, reimplante imediato, reabsorção externa. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 99 ENDODONTIA TRATAMENTO DE DENTES COM RIZOGÊNESE INCOMPLETA – RELATO DE 4 CASOS Izabela Volpato Marques ([email protected]) - (UEM) Nair Narumi Orita Pavan Alfredo Franco Queiroz Marcos Sérgio Endo Margareth Calvo Pessutti Nunes Fernanda Lobo Dentes com rizogênese incompleta quando entram em processo de necrose pulpar não continuam sua formação e fechamento apical, visto que a produção de dentina é paralisada. Como alternativa de tratamento para estes dentes, tem-se a apicificação, que é o processo pelo qual um dente permanente imaturo não vital, que perdeu sua capacidade de desenvolvimento radicular, é induzido a formar uma barreira calcificada no ápice. O objetivo do presente trabalho é relatar 4 casos clínicos de dentes traumatizados com diagnóstico de necrose pulpar e rizogênese incompleta, atendidos no projeto C.E.M.Trau-Odonto. Foram avaliadas as características clínicas, radiográficas, formas de tratamento e reparação tecidual. Caso 1: menino de 7 anos com fratura coronária do dente 21 que procurou atendimento no projeto um mês após o acidente. Realizou-se a apicificação com 4 trocas de medicação intracanal a base de hidróxido de cálcio associado ao propilenoglicol, com duração total do tratamento de 25 meses. Caso 2: menino de 8 anos, com diagnóstico de luxação extrusiva do dente 11. Realizou-se a apicificação com 6 trocas de medicação intracanal a base de hidróxido de cálcio associado ao propilenoglicol, com duração total do tratamento de 19 meses. Caso 3: menino de 8 anos que teve fratura coronária do dente 11, após 3 meses detectou-se a necrose pulpar. Realizou-se a apicificação com 5 trocas de medicação intracanal a base de hidróxido de cálcio associado 3 vezes ao propilenoglicol, e 2 vezes ao soro, tendo duração total do tratamento de 14 meses. Caso 4: menina de 8 anos com necrose pulpar do dente 11 devido a uma fratura coronária. Realizou-se a confecção do plug apical de MTA (agregado trióxido mineral). Como resultados verificou-se que nos três primeiros casos houve a formação de barreira apical calcificada após as trocas de hidróxido de cálcio. Em relação à reparação tecidual, observa-se de acordo com Lopes e Siqueira, uma calcificação tênue da porção apical (caso 1), fechamento em semicírculo (caso 2), e calcificação total da porção apical (caso 3). No caso 4 observou-se que a confecção do plug de MTA mostrou uma reparação tecidual satisfatória. Sendo assim, pode-se concluir que os tratamentos realizados com plug de MTA e com trocas sucessivas de hidróxido de cálcio obtiveram resultados clínicos com diferentes reparações apicais. Além disso, o MTA permitiu maior rapidez no tratamento em relação à apicificação com o hidróxido de cálcio. Palavras-chave: traumatismo dentário, apicificação, hidróxido de cálcio. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 100 ENDODONTIA PERFURAÇÃO RADICULAR DE INCISIVO LATERAL SUPERIOR - RELATO DE CASO Bruna Angélica de Souza Viana ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Nair Narumi Orita Pavan Juliana Quintino Trizzi Alfredo Franco Queiroz Carlos Alberto Herrero de Morais Marcos Sérgio Endo A perfuração radicular consiste na comunicação artificial entre o canal radicular e o periodonto, e ocorre devido a fatores iatrogênicos como a falta de conhecimento da anatomia dentária, falhas na análise da radiografia de diagnóstico, desgastes acentuados e mal direcionados, assim como a calcificação da câmara pulpar. Cáries extensas, reabsorções internas e externas, também podem causar esse acidente. A realização de um tratamento adequado favorece o seu prognóstico. Os fatores que estão relacionados ao prognóstico referem-se à localização, extensão, presença ou ausência de bolsa periodontal, o tempo decorrido entre a perfuração e o tratamento e as propriedades do material selador. Assim torna-se essencial para o êxito do tratamento um diagnóstico preciso visando à obtenção de um selamento efetivo e biologicamente compatível. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de perfuração radicular no terço médio de um incisivo lateral superior esquerdo (22). Paciente do gênero feminino, 44 anos de idade, bom estado geral de saúde, procurou atendimento na Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá com a queixa principal de dor dentária espontânea, contínua no elemento 22, e que não cessava com o uso de analgésico. Durante a inspeção da coroa observou-se presença de restauração inadequada em resina composta, e ausência de dor a percussão/palpação. Ao teste de sensibilidade pulpar no elemento investigado detectou-se uma resposta positiva, e prolongada após a remoção do estímulo, o que levou ao diagnóstico de pulpite irreversível. O tratamento proposto foi a biopulpectomia, obturação do canal radicular e restauração definitiva. A perfuração radicular ocorreu durante a etapa da abertura coronária com broca esférica diamantada de haste longa, no terço médio radicular, tamanho compatível ao diâmetro da broca, devido a modificação do posicionamento dentário e falta de análise criteriosa da radiografia de diagnóstico. No momento do acidente, observou-se sangramento intenso. Obteve-se a hemostasia após irrigação com água de cal, para retomar a localização do canal radicular original. Realizou-se a odontometria radiográfica para visualizar toda trajetória do canal e obter o comprimento de trabalho. O preparo químico-mecânico foi realizado com instrumentos manuais e clorexidina 2%. Devido a falta de tempo preconizou-se a inserção da medicação intracanal a base de hidróxido de cálcio e selamento provisório. Na sessão seguinte foi utilizado para o selamento da perfuração o Agregado Trióxido Mineral (MTA), com auxílio de uma espiral Lentulo. A escolha do MTA baseou-se em suas propriedades favoráveis como a biocompatibilidade e selamento. Na terceira sessão foi possível realizar a obturação do canal radicular e a restauração definitiva com resina composta. Conclui-se que o fator tempo, o tamanho da comunicação e o adequado tratamento conservador, favoreceram a manutenção do elemento dentário e a reparação tecidual. A paciente encontra-se em controle clínico e radiográfico, com o dente assintomático e em função. Palavras-chave: Endodontia; Diagnóstico; Materiais biocompatíveis. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 101 ENDODONTIA AS SEQUELAS SÃO PREVISÍVEIS FRENTE AO REIMPLANTE TARDIO? Ana Carolina Costa Matsuoka Correia ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Nair Narumi Orita Pavan Marcos Sergio Endo Alfredo Franco Queiroz Margareth Calvo Pessuti Nunes Izabela Volpato Marques Os traumatismos dentários são lesões resultantes de situações nas quais os tecidos duros e periodontais sofrem a ação de uma força intensa. Essas lesões variam em severidade, podendo ocorrer desde uma concussão até avulsão, a mais grave delas. A avulsão dentária caracteriza-se pela exarticulação do dente de seu alvéolo, ocorrendo o total rompimento das fibras periodontais. Sabe-se que a conduta clínica adotada após tal trauma não é unânime, uma vez que têm de se analisar todos os fatores, como local do trauma, tempo do dente fora do alvéolo, além das condições do dente e seu armazenamento até o reimplante. Além disso, para a escolha da conduta, é necessário ter ciência das sequelas que tal trauma acarreta, buscando o melhor prognóstico possível. Quando possível, o reimplante imediato é amplamente indicado, entretanto, isso nem sempre é possível seja por falta de conhecimento entre os envolvidos, seja pela distância de serviços odontológicos. O presente trabalho objetiva discutir as abordagens terapêuticas e relatar um caso clínico de reimplante tardio, atendido no Centro Especializado Maringaense de Traumatismos em Odontologia (UEM). Relato de caso: paciente do gênero feminino, 9 anos de idade, procurou atendimento após sofrer avulsão do elemento 11. Após ser mantido a seco por 2 horas, foi realizado o reimplante do dente no Hospital Universitário e instalação de contenção semi-rígida, a qual foi removida após 15 dias. O dente manteve-se com resposta positiva ao teste de sensibilidade pulpar durante 5 meses. Posteriormente, detectada a necrose pulpar, foi iniciado o tratamento endodôntico com auxílio de instrumentos manuais e irrigação com hipoclorito de sódio 1%. Foram realizadas 10 trocas de medicação intracanal a base de hidróxido de cálcio associado ao propilenoglicol. Após 6 meses, ao exame clínico e radiográfico, sinais de reabsorção por substituição foram observados, permanecendo em acompanhamento por 3 anos até a exodontia. A paciente iniciou tratamento ortodôntico para planejamento e colocação de implante para reabilitação. Conclui-se que, um dente avulsionado pode sofrer anquilose e reabsorção por substituição após o reimplante tardio como foi verificado no presente relato de caso; apesar disso, este dente pôde permanecer em função por muitos anos tendo como vantagens razões estéticas e psicológicas. Entretanto, é importante ressaltar sobre outras abordagens clínicas multidisciplinares que devem ser mais discutidas e investigadas, a fim de minimizar as futuras sequelas e auxiliar na reabilitação, como a decoronação, o uso do Endogaim previamente ao reimplante, a movimentação ortodôntica e o autotransplante. Palavras-chave: Traumatismo dentário, reimplante dentário, endodontia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 102 CONDUTAS CLÍNICAS EM FRATURA RADICULAR HORIZONTAL: RELATO DE CASO Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Aline Martins Licheski do Bomfim ([email protected]) Nair Narumi Orita Pavan Alfredo Franco Queiroz Marcos Sergio Endo Izabela Volpato Marques Margareth Calvo Pessutti Nunes A fratura radicular resulta em injúrias ao cemento, dentina, polpa e ligamento periodontal, e representa um padrão de reparação bastante complexo. Este tipo de fratura não ocorre frequentemente ao comparar-se com outras lesões dentoalveolares, e representam 0,5% a 7% de todos os traumatismos dentários. As fraturas radiculares horizontais são diagnosticadas baseando-se na mobilidade dentária, no deslocamento do fragmento coronário, na sensibilidade à palpação/percussão e no aspecto radiográfico. O objetivo desse trabalho é relatar dois casos clínicos de fratura radicular horizontal no terço médio, atendido no projeto Centro Especializado Maringaense de Traumatismo em Odontologia (CEMTrau-Odonto), em que verificou-se com diagnóstico de fratura radicular horizontal. Caso clínico 1: paciente do gênero masculino, 26 anos, sofreu queda de bicicleta. Ao exame clínico, dentre as injúrias observou-se ausência de dor à percussão e à palpação, mobilidade grau I apenas no dente 11 e resposta positiva ao teste de sensibilidade pulpar (11). Ao exame radiográfico detectou-se fratura radicular horizontal no terço médio (11). Como proposta terapêutica frente a esta fratura radicular horizontal (11), preconizou-se contenção rígida (90 dias), alívio oclusal e controle clínico-radiográfico em 1, 3, 6 e 12 meses. O fragmento coronário manteve-se com vitalidade pulpar, desta forma não houve necessidade de intervenção endodôntica. Radiograficamente observou-se a formação de tecido mineralizado entre os fragmentos. Caso clínico 2: paciente do gênero masculino, 10 anos, compareceu ao projeto através do encaminhamento do serviço de residência buco-maxilo-facial, após ter sofrido múltiplos traumatismos dentários decorrente de uma queda de bicicleta. Ao exame clínico, verificou-se contenção rígida, alívio oclusal, assintomático e resposta pulpar negativa através do teste de sensibilidade pulpar. Ao exame radiográfico detectou-se fratura radicular horizontal no terço médio do dente 11. Como plano de tratamento, optou-se em manter a contenção rígida durante 90 dias, e tratamento endodôntico. O tratamento endodôntico envolveu: abertura coronária, irrigação com NaOCl 1% e exploração do canal radicular, odontometria, preparo biomecânico, medicação intracanal a base de hidróxido de cálcio com propilenoglicol (7 meses) e obturação do canal radicular. É importante ressaltar que a obturação foi possível até a linha de fratura no fragmento coronário. Realizou-se a restauração com resina composta. O controle clínico e radiográfico foi realizado durante 2 anos, mostrando-se assintomático e com uma reparação satisfatória. Portanto, pode-se concluir que a fratura radicular horizontal pode apresentar formas diferentes de tratamento. Assim, é imprescindível o conhecimento prévio para a realização de um diagnóstico preciso, tratamento adequado e acompanhamento clínico-radiográfico periódico dos casos de fraturas radiculares. Palavras-chave: fratura horizontal; traumatismo dentário; endodontia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 103 Endodontia REPARAÇÃO PERIAPICAL, APÓS ADMINISTRAÇÃO DE CAPSAICINA 0,075% Gláucia Beatriz Gonçalves ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Nair Narumi Orita Pavan Marcos Sérgio Endo Ângelo José Pavan Luzmarina Hernandes Roberto Kenji Nakamura Cuman Não há consenso sobre o protocolo terapêutico mais adequado para o tratamento de dor neuropática. Atualmente tem sido recomendado a capsaicina que é um composto derivado do extrato de pimenta para controle de dor do sistema nervoso central. A capsaicina aplicada topicamente na mucosa promove a irritação intensa, caracterizado pela sensação de ardor, o que leva à interrupção do tratamento, portanto a via intracanal pode ser uma alternativa de utilização da capsaicina sem causar efeitos adversos. O objetivo deste estudo foi avaliar histopatologicamente a região periapical após aplicação da capsaicina 0,075% adicionado à pasta de Hidróxido de Cálcio. Foram selecionados 36 dentes em três cães Beagle. Iniciou-se com anestesia geral para realização de abertura coronária, isolamento absoluto, pulpectomia e odontometria. Aplicou-se a técnica coroa-ápice para o preparo do canal, com NaOCl 2,5% e EDTA 17% durante três minutos. Dividiu-se em 2 grupos: hidróxido de cálcio (HC) + propilenoglicol + anestésico tópico (GI) e HC + propilenoglicol + anestésico tópico + capsaicina 0,075% (GII). Após a inserção da pasta, a cavidade foi selada com MTA, cimento provisório e resina composta. As análises foram realizadas em 7, 14 e 30 dias. O material foi descalcificado e fixado. Os dentes com seu tecido de sustentação foram incluídos em parafina e seccionados para coloração em HE. Uma análise histológica descritiva classificou a inflamação em ausente, leve, moderada e severa, além de verificar a sua reparação. Após 7 dias observou-se um infiltrado inflamatório moderado na região periapical e tecido conjuntivo frouxo, com predomínio de neutrófilos, macrófagos e osteoclastos e ainda uma reabsorção cementária superficial, tanto no grupo I quanto no II. Similaridade tecidual foi detectada após os 7 e 14 dias na região perirradicular do grupo I, e um menor número de osteoclastos e presença de osteoblastos, já para o II observou-se reparação inicial e tecido fibroso. Aos 30 dias, o grupo I apresentou processo inflamatório moderado, e no II mostrou resposta inflamatória leve e tecido conjuntivo denso. Dessa maneira, conclui-se que a capsaicina 0,075% nesse estudo, demonstrou-se favorável a reparação tecidual e em relação a inflamação, se deve mais ao procedimento do que pela pasta. Palavras-chave: Endodontia, capsaicina, reparação. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 104 Endodontia ESTUDO RETROSPECTIVO DA MORFOLOGIA DO PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR UTILIZANDO-SE DA TÉCNICA DE TOMOGRAFIA DE FEIXE CÔNICO NA DETECÇÃO DO CANAL MESIOPALATINO Aline Thomazelli Peres Tomazoli ([email protected]) - (UEM) Alfredo Franco Queiroz Aline Lie Ishida Joana Yumi Teruya Uchimura Felipe Spirandelli Martinhão A incapacidade de localizar, tratar e obturar todos os canais radiculares é considerada a maior causa de insucessos no tratamento endodôntico. Assim, o conhecimento da anatomia e morfologia dos canais é de extrema importância para o clínico endodontista. A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) vem sendo muito utilizada na odontologia para diagnóstico, planejamento e acompanhamento pós operatório. Seu principal uso ainda é no planejamento de implantes dentários, contudo para a endodontia é uma importante ferramenta de imagem utilizada na avaliação de condições patológicas e na visualização da anatomia dos canais radiculares, já que se trata de um método que produz uma imagem tridimensional, com poucas distorções e sem sobreposições. Diante disso, o objetivo deste trabalho é avaliar a morfologia dos canais radiculares nos primeiros molares superiores de acordo com a classificação de Vertucci e verificar por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico a localização e ocorrência do canal mesiopalatino. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá. Realizou-se um estudo retrospectivo com dados secundários, utilizando-se o Tomógrafo Cone Beam, Prexion 3D, em uma clínica de referência, na região norte do Paraná, no período de dezembro de 2015 a maio de 2016. A leitura das imagens se deu por meio de software específico, em sala escura, simultaneamente por dois examinadores previamente calibrados. Os critérios de inclusão: presença de molares superiores com ápices completamente formados, ausência de tratamento endodôntico, ausência de restaurações metálica. Critérios de exclusão: pino intra-canal, prótese fixa, ápice aberto, dentes com reabsorção interna e/ou externa, raiz residual e fratura radicular. Os dados foram tabulados e posteriormente realizada a análise descritiva. A amostra foi composta por 221 primeiros molares superiores, destes 64,37%(n=112) eram do gênero feminino e 35,63%(n=62) masculino. Os dentes que possuíam três raízes eram 93,67%(n=207) e duas 6,33%(n=14). A classificação um de Vertucci foi mais recorrente em 78,43%(n=509). O canal mesiopalatino foi visualizado em 57,47%(n=127) dos casos, sendo a classificação quatro a mais prevalente em 37,79%(n=48). A alta ocorrência do canal mesiopalatino comprovou a importância da detecção precoce nos casos indicados à endodontia e a técnica de tomografia computadorizada por feixe cônico demonstrou ser eficaz na detecção e localização dos canais radiculares. Palavras-chave: Epidemiologia, Dente Molar, Tomografia ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 105 ENDODONTIA EFICÁCIA DA TERAPIA FOTODINÂMICA NO TRATAMENTO ENDODÔNTICO: REVISÃO DE LITERATURA Ana Luiza de Moura Libório ([email protected]) - (UEM) Nair Narumi Orita Pavan Andressa Bolognesi Bachesk Debora Reis Dias Marcos Sergio Endo Nas últimas décadas, novas tecnologias e materiais vêm sendo desenvolvidos na tentativa de aumentar a eficácia da desinfecção dos canais radiculares. Nesse contexto, a terapia fotodinâmica (TFD) tem sido proposta na literatura como uma terapêutica coadjuvante ao tratamento endodôntico convencional, sendo capaz de eliminar os microorganismos remanescentes no canal. Esta terapia baseia-se na utilização de um agente fotossensibilizador não tóxico , seguido por irradiação por meio de uma fonte de luz (LED, laser diodo), sendo capaz de gerar espécies altamente reativas que promovem oxidação de forma rápida e eficaz de quase todos os substratos biológicos próximos ao seu local de formação. Assim, causa danos irreversíveis nas moléculas, levando, consequentemente, à morte celular.Nos últimos anos, diversos estudos in vitro e in vivo tem mostrado que a Terapia Fotodinâmica apresenta um excelente potencial de desinfecção dos sistemas de canais radiculares. Assim, o presente trabalho tem como objetivo fazer uma revisão de literatura sobre a utilização desta terapia na endodontia, mostrando sua eficácia na desinfecção de canais radiculares contaminados. Foi realizado um levantamento bibliográfico, utilizando bancos de dados disponíveis na internet (PubMed, Scielo, Portal de Periódicos Capes e Bireme), de artigos científicos na íntegra, nacionais e internacionais, que abordassem a eficácia da Terapia Fotodinâmica na Endodontia, com as seguintes Palavras-chave: endodontics; photodynamic therapy; photodynamic therapy endodontics; light-activated disinfection root canal; light activated disinfection endodontics; photo-activated disinfection endodontics; photo-activated disinfection. Para a seleção dos artigos foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: artigos originais e relevantes; in vivo e ex vivo; pesquisas clínicas e laboratoriais; em humanos; em dentes permanentes e que relatassem a eficácia da redução bacteriana da terapia.Foram analisados 17 artigos científicos, os quais se encaixaram nos padrões pré-estabelecidos. Os resultados mostraram que a Terapia Fotodinâmica teve um melhor efeito antimicrobiano quando utilizada como um tratamento adjuvante à terapia endodontica convencional (irrigação com hipoclorito) e que é uma terapêutica promissora. No entanto, este resultado ainda é questionável, uma vez que existem poucos estudos relevantes e os métodos dos estudos selecionados variaram. Assim, ainda é necessário estabelecer parâmetros, de modo que a Terapia Fotodinâmica possa ser utilizada com o máximo de eficácia na eliminação de microorganismos. Palavras-chave: terapia fotodinâmica; endodontia; canal radicular ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 106 ENDODONTIA DENS IN DENTE: ALERTA PARA CLÍNICOS, ODONTOPEDIATRAS E RADIOLOGISTAS Isabella Dantas Limonta ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Alfredo Franco Queiroz Mariana Elias Queiroz O dens in dente também denominado Dens invaginatus refere-se a uma má formação do dente que resulta de uma profunda invaginação da coroa ou da raiz antes de sua calcificação. A etiologia dessa anormalidade odontogênica ainda é bastante controversa e questionável, as teorias que tentam explicar são: Retardo de um grupo focal de células; Causas embriológicas; Forças externas; e Influências Genéticas. Morfologicamente os Dens in Dente podem ser encontrados de duas formas: Coroa normal ou cônica com raiz dilatada, ou Coroa dilatada com raiz normal ou diltada. Em aspecto radiográfico, o esmalte aparece bem delineado dando a impressão de “um pequeno dente dentro de outro”. Dens in Dente são classificados em três tipos de acordo com a profundidade da invaginação e comunicação com o ligamento periodontal ou tecido periapical. O tipo I representa a invaginação que está confinada apenas à área da coroa dental. O tipo II se refere a invaginação que se estende abaixo da junção amelo-cementária e termina em fundo cego podendo ou não ter comunicação com a polpa, porém sem atingir o ligamento periodontal ou os tecidos periapicais. Já o tipo III se estende com invaginação do esmalte atingindo a região apical ou lateral da raíz, de modo a formar mais de um forame apical. O Dens in Dente está frequentemente associado à ocorrência de necrose pulpar e lesões periapicais inflamatórias devido à existência de canais invaginados na polpa com comunicação direta na cavidade oral. Esta anomalia de desenvolvimento possui prevalência de 0,04 a 12%, sendo esta com maior acometimento em Incisivos Laterais Superiores. O objetivo do presente trabalho é alertar Odontopediatras, Clínicos Gerais e radiologistas para que ao constatarem casos de Dens in Dente realizem procedimentos ou alerte a presença no caso de ser radiologista da necessidade do selamento do forâmen cego. O diagnóstico de tal anomalia é simples, por meio de exames físicos avaliando a anatomia e por meio de exames radiográficos observando a radiolucidez da luz da invaginação. O alerta é para que o diagnóstico precoce e o fácil plano de tratamento para este tipo de anomalia não se transforme em tratamento endodôntico de elevada complexidade de resolução e nem em cirurgia paraendodôntica. Palavras-Chave: Endodontia, Prevenção, Dens in Dente. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 107 Endodontia FRATURAS RADICULARES OBLÍQUAS MÚLTIPLAS EM DENTES ANTERIORES – RELATO DE CASO Marcelo Capitânio ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Nair Narumi Orita Pavan Marcos Sergio Endo Danielly de Fátima Castro Leite Fernanda Lobo Lillian Cristina Vessoni Iwaki Fraturas radiculares causadas por traumas na face causam efeitos negativos tanto para o dente, quanto para o suporte ósseo e a saúde periodontal. Na fratura horizontal haverá o rompimento da continuidade do órgão dentário, envolvendo o cemento e a dentina. Este tipo de fratura pode ainda ter sentido oblíquo e estar presente em diferentes terços da raiz. Para estes casos, o tratamento imediato é necessário para que se consiga um melhor prognóstico. O objetivo deste trabalho é realizar a descrição de um relato de caso clínico de fratura radicular tratado por contenção rígida e intervenção endodôntica. Paciente do gênero feminino, 21 anos, foi encaminhada para a Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá para o tratamento dos dois incisivos superiores centrais traumatizados. Na primeira sessão, com o auxílio de imagens radiográficas, foi possível visualizar que os dois dentes em questão possuíam fraturas radiculares oblíquas múltiplas, causadas por uma queda sofrida pela paciente. Ao exame clínico foi verificado mobilidade grau 2 para os incisivos centrais e grau 1 para os incisivos laterais. Imediatamente o tratamento foi iniciado, com a colocação de uma contenção rígida com fio ortodôntico abrangendo os dentes adjacentes e o ajuste oclusal dos mesmos. Com o teste de sensibilidade pulpar a frio, a resposta foi negativa para o elemento 21 e positiva para os outros incisivos superiores. Posteriormente iniciou-se os tratamentos endodônticos primeiramente nos dentes fraturados. Em posse das imagens da tomografia computadorizada de feixe cônico, foi possível mensurar o local exato das fraturas em ambos os dentes. Por meio de uma instrumentação cuidadosa, as linhas de fratura puderam ser transpassadas e os dentes completamente modelados. A aplicação de medicação intracanal de hidróxido de cálcio previamente à obturação dos canais foi realizada. Foi necessário intervir nos incisivos laterais superiores, que também sofreram alterações, porém sem fraturas. Ao passo que houve progressão no tratamento, foi possível perceber a melhora na mobilidade dos dentes, e ausência da sintomatologia relatada pela paciente. Conclui-se que o tratamento endodôntico, com o auxílio de uma contenção rígida, em casos de fratura radicular horizontal, possibilita a manutenção destes dentes em boca, com a estética, funcionalidade e saúde. Palavras-chave: Endodontia; Traumatismo Dentário; Raiz Dentária. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 108 Endodontia CITOTOXICIDADE DE UM CIMENTO DE ALUMINATO DE CÁLCIO (ENDOBINDER) SOBRE CÉLULAS ODONTOBLASTÓIDES MDPC-23 Cristiane Mayumi Inagati ([email protected]) Faculdade de Odontologia de Araquara- UNESP Josimeri Hebling Cláudia Huck Fernanda Gonçalves Basso Carlos Alberto de Souza Costa Lucas da Fonseca Roberti Garcia O trióxido mineral agregado (MTA) é um dos agentes mais utilizados sobre a polpa dental devido, principalmente, à sua capacidade de formar barreira mineralizada e sua biocompatibilidade. No entanto, o MTA apresenta algumas características indesejáveis, tais como, dificuldade de manipulação, tempo de presa longo, e presença de metais pesados em sua composição, como o óxido de bismuto (Bi2O3). Esse radiopacificador compromete a liberação de íons cálcio para o tecido devido a sua interferência no mecanismo de hidratação do material. Além disso, o efeito do Bi2O3 sobre as células pulpares humanas ainda não está completamente compreendido. Atualmente, com a introdução de materiais biocerâmicos, cresce a disponibilidade de materiais destinados a procedimentos clínicos com as mesmas indicações do MTA. Um destes materiais é o cimento a base de aluminato de cálcio (EndoBinder, Binderware, São Carlos, SP, Brazil), que foi desenvolvido, principalmente, com a intenção de superar as características insatisfatórias do MTA. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de diferentes radiopacificadores na citotoxicidade de um cimento de aluminato de cálcio sobre células odontoblastóides MDPC-23. Uma quantidade padronizada de cada cimento (0,2 g) foi manipulada e aplicada, individualmente, em insertos transwell, os quais foram posicionados em placas de cultura de 24 wells contendo 1 mL de meio de cultura (DMEM). Os seguintes grupos foram delineados (n=6): controle negativo (sem tratamento); EndoBinder sem radiopacificador; EndoBinder+óxido de bismuto (Bi2O3); EndoBinder+óxido de zinco (ZnO); EndoBinder+ óxido de zircônica (ZrO2) e MTA. Após 24h de incubação, os extratos (DMEM contendo componentes liberados dos cimentos) foram coletados e alíquotas de 100 µL foram aplicadas sobre células pulpares imortalizadas MDPC-23 previamente cultivadas em DMEM. Os extratos foram mantidos em contato com as células por 24h previamente à análise de viabilidade celular (MTT), atividade da fosfatase alcalina (ALP), produção de proteína total (PP) e morfologia das células em MEV. Cinquenta microlitros do extrato foram usados para determinar, por meio de espectroscopia de energia dispersiva (EDS), os elementos liberados pelos cimentos. Os dados foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis (p<0,05). De maneira geral, células expostas às diferentes versões de EndoBinder apresentaram discreta redução de viabilidade, produção de proteína total e atividade da ALP, com valores estatisticamente semelhantes ao controle e ao MTA. Os elementos químicos liberados pelos cimentos foram caracterizados na análise dos extratos. As células não apresentaram alterações significativas em sua morfologia (MEV ). No presente estudo, apesar dos cimentos contendo Bi2O3 terem apresentado propriedades biológicas semelhantes aos demais grupos experimentais onde diferentes radiopacificadores foram adicionados, é possível sugerir que mecanismos citoprotetores pulpares podem atuar quando metais pesados e componentes de moderada citotoxidade, tal como o Bi2O3, são adicionados ao material. Pode-se concluir que, EndoBinder, tal como MTA, não afetou negativamente o metabolismo das células odontoblastóides, mostrando-se citocompatível, independente do radiopacificador utilizado. Palavras- chave: Citotoxicidade, Cimento de aluminato de cálcio, Mineral trióxido agregado. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 109 Endodontia ESTUDO RETROSPECTIVO DAS SEQUELAS EM DENTES PERMANENTES TRAUMATIZADOS Fernanda Chiguti Yamashita ([email protected]) - (UEM) Marcos Sérgio Endo Nair Narumi Orita Pavan Alfredo Franco Queiroz Margareth Calvo Pessutti Nunes O traumatismo dentário é um evento bastante comum e atinge com maior incidência crianças e adolescentes, representando uma situação de urgência que pode causar graves traumas físicos e psicológicos. As sequelas podem surgir posteriormente ao traumatismo dentário, podendo ser imediatas ou tardias. Quanto mais tempo se passar do traumatismo dentário até o seu atendimento, maior será a probabilidade de apresentar uma sequela. Dessa maneira, este estudo teve como objetivo avaliar, a frequência de reabsorções radiculares e necrose pulpar em dentes que sofreram traumatismos dentários. O estudo retrospectivo foi realizado por meio da avaliação dos prontuários de um centro de referência em traumatismos dentários na cidade de Maringá-PR, o projeto de Extensão Centro Especializado Maringaense de Traumatismo (CEMTrau), entre os períodos de janeiro de 2008 a dezembro de 2015, totalizando 291 dentes traumatizados de 159 pacientes. As informações contidas nos prontuários foram analisadas juntamente com as suas respectivas radiografias observadas por um avaliador, com o auxílio de uma lupa e um negatoscópio. O diagnóstico da necrose pulpar foi baseado na ausência de sensibilidade pulpar que poderia também estar associado a algum outro sinal clínico-radiográfico como a alteração de cor da coroa dentária, radioluscência periapical, presença de fístula ou resposta negativa ao teste de cavidade. A reabsorção radicular inflamatória foi evidenciada pela radiolucidez adjacente ao tecido ósseo. Já a reabsorção radicular por substituição foi diagnosticada pela perda do tecido dentário da raiz radicular com consequente substituição de tecido ósseo e perda do ligamento periodontal. Os dados obtidos foram digitados em uma planilha do programa Microsoft Excel 2013 e analisados estatisticamente com auxílio do Software R. Dos dentes traumatizados avaliados, a injúria mais acometida foi fratura de esmalte e dentina sem exposição pulpar (35%), seguida da luxação lateral (21%), da fratura de esmalte e dentina com exposição pulpar (11%) e avulsão (11%). Dos 146 dentes que sofreram danos dentários, 14% apresentaram a sequela de necrose pulpar. Não foi observado reabsorções radiculares. Já dos 145 dentes que sofreram danos nos tecidos de suporte, 50% apresentaram algum tipo de sequela, sendo 16% reabsorção radicular inflamatória, 8% reabsorção radicular por substituição e 37% necrose pulpar. Conclui-se que, é de suma importância o conhecimento das sequelas que acometem dentes permanentes traumatizados, para que os profissionais envolvidos nessas situações estejam em condições de reconhecer os sinais e sintomas clínico-radiográficos, e assim, determinar um plano de tratamento e prognóstico adequado. Para minimizar esses danos, deve-se iniciar o atendimento o quanto antes e aplicar protocolos de tratamento eficazes, além de ampliar as campanhas educativas de orientações pós trauma, a fim de obter menor frequência de sequelas. Palavras-chave: Traumatismos Dentários; Necrose da Polpa Dentária; Reabsorção de Dente ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 110 ENDODONTIA ESTUDO DO PERFIL MICROBIANO DE INFECÇÕES ENDODÔNTICAS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS/ PERSISTENTES ATRAVÉS DA TÉCNICA DE CHECKERBOARD DNA-DNA HYBRIDIZATION ERICA REGINATO CARDOSO – [email protected] (UEM) Orientador: FREDERICO CANATO MARTINHO Co-Autor: MARCOS SERGIO ENDO Co-Autor: CARLOS ALBERTO HERRERO DE MORAIS Co-Autor: NAIR NARUMI ORITA PAVAN Co-Autor: ALFREDO FRANCO QUEIROZ Os micro-organismos desempenham papel fundamental no desenvolvimento e manutenção das lesões periapicais. Diversos métodos são utilizados para identificá-los nas infecções endodônticas. Os métodos moleculares de diagnóstico apresentam como uma das principais vantagens na detecção de micro-organismos através do DNA bacteriano, levando a uma caracterização microbiana mais acurada. A técnica de Checkerboard DNA-DNA Hybridization permite a identificação de micro-organismos de difícil cultivo quando comparado aos métodos tradicionais de cultura microbiológica. O presente estudo visa investigar a diversidade bacteriana presente nas infecções endodônticas primárias e secundárias/persistentes, comparando o perfil das comunidades microbianas existentes antes e após a terapia endodôntica. Foram selecionados 10 dentes com infecções endodônticas primárias e 10 dentes com infecções endodônticas secundárias/persistentes. As amostras microbiológicas foram coletadas do canal radicular utilizando cones de papel estéril/apirogênico, antes (C1) e após terapia endodôntica (C2), totalizando 40 amostras. Nestas amostras foi investigada a presença, os níveis e a proporção de 40 espécies bacterianas nas infecções endodônticas por meio da técnica de checkerboard DNA-DNA hybridization. Este estudo permitiu inicialmente (C1) a identificação de 38 espécies bacterianas diferentes nos casos de infecção endodôntica primária. Logo após o preparo químico-mecânico (C2), foram identificadas 29 espécies. Enquanto que nos casos coletados de infecções endodônticas secundárias/ persistentes, o método permitiu a identificação de 30 espécies bacterianas diferentes em C1, e em C2 esse número de espécies foi reduzido para 13. Nas infecções endodônticas primárias, em C1 as espécies encontradas em maiores níveis foram Parvimonas micra, Fusobacterium nucleatum, Streptococcus constellatus, Porphyromonas gingivalis, Gemella morbillorum, Porphyromonas endodontalis, Treponema denticola, Propionibacterium acnes, Streptococcus gordonii, Streptococcus mitis, Veillonella parvula e Campylobacter rectus. Em C2, as bactérias mais encontradas foram: Parvimonas micra, Streptococcus oralis e Propionibacterium acnes. Nas infecções endodônticas secundárias, em C1 as espécies mais frequentemente encontradas foram: Propionibacterium acnes, Parvimonas micra, Streptococcus constellatus, Gemella morbillorum, Campylobacter rectus, Actinomyces naeslundii, Streptococcus mitis e Streptococcus oralis. Em C2, as espécies mais encontradas foram Enterococcus faecalis e Propionibacterium acnes. Conclui-se que este estudo demonstrou que a microbiota de dentes com infecção endodôntica primária e dentes com infecção secundária/persistente são polimicrobianas, porém apresentam comunidades microbianas distintas. Além disso, os procedimentos clínicos endodônticos mostraram-se eficazes na redução significativa da prevalência, dos níveis de detecção e na diversidade bacteriana. Palavras-chave: endodontia; cavidade pulpar; bactérias ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 111 ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia Painéis de Endodontia busca ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 112 Endodontia SUCESSO DO TRATAMENTO ENDODÔNTICO EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS Aline Thomazelli Peres Tomazoli ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Nair Narumi Orita Pavan Marcos Sérgio Endo Existe uma associação entre as variáveis endodônticas e a saúde sistêmica dos indivíduos. O Diabetes mellitus (DM) apresenta-se como a terceira condição mais prevalente em pacientes com a saúde comprometida sistemicamente. Aproximadamente, 3 a 4 % dos indivíduos adultos que se submetem a tratamento odontológico são diabéticos. Das alterações provocadas por ela na cavidade bucal podem-se destacar os problemas periodontais, o aumento da suscetibilidade à infecção e os prejuízos à polpa dentária e aos tecidos periapicais, sendo que as infecções dentárias tendem a surgir sem sintomas e a necrose pulpar acontecer sem razão clara, além de lesões perirradiculares com origens pulpares serem frequentes. Na patogênese do diabetes, a inflamação é um fator importante, pois aumenta a resistência dos tecidos à insulina, piorando o seu controle. Mesmo um processo inflamatório local como a peridontite apical, pode causar um impacto significativo no controle do diabetes. Os motivos não são totalmente entendidos, mas sabe-se que o estímulo inflamatório local induz a produção de mediadores inflamatórios que supostamente reduzem a sensibilidade à insulina e aumentam a glicose. Por outro lado, o diabetes descontrolado vai resultar em deficiência do sistema imunológico, seguido por um retardo no processo de cicatrização e consequente resposta insatisfatória na reparação tecidual da área perirradicular. Níveis aumentados de glicose no sangue estão associados com formas agressivas de doença periodontal e por esse motivo, espera-se uma maior taxa de insucesso do tratamento endodôntico em pacientes com diabetes do que nos indivíduos sem essa doença. Diante disto, o objetivo desse estudo foi verificar a existência de um protocolo que auxilie o sucesso do tratamento endodôntico em pacientes com DM. Para tanto, realizou-se uma pesquisa exploratória por meio de levantamento bibliográfico com base em material já organizado, disponível na internet. Para facilitar a análise do conteúdo, foi elaborado um quadro agrupando os principais dados dos 25 artigos mais pertinentes ao objetivo proposto, que continham: título, autores, ano de publicação e considerações/temática. Chegou-se a conclusão que não existe um protocolo estabelecido para o tratamento endodôntico dos indivíduos diabéticos porém, destaca-se que uma atenção maior deve ser dada à anamnese detalhada, instrução de higiene bucal meticulosa e visitas periódicas ao cirurgião dentista com maior frequência. E ainda, é indispensável a conscientização do paciente em relação a importância da saúde bucal na sua saúde geral. Palavras-chave: Diabetes mellitus, Periodontite apical, Tratamento endodôntico ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 113 ENDODONTIA REABSORÇÃO RADICULAR FRENTE A TRAUMA DENTÁRIO DO TIPO CONCUSSÃO: RELATO DE CASO CLÍNICO Bruna Assmann Rossi ([email protected]) Faculdade Ingá Thaís Mageste Duque Carla Thais Peruchi Marcia Esmeralda Frazoni Arruda O traumatismo dentário se apresenta como uma das mais frequentes situações de urgência nos consultórios odontológicos. Suas consequências envolvem desde fratura de esmalte, até perda do elemento dentário. A concussão dentária é um tipo de trauma dentário que não leva, de início, a qualquer alteração anatômica ou funcional do dente, somente uma sensibilidade dolorosa imediata, atrasando, muitas vezes, a procura por um profissional para avaliação. A força exercida na concussão dentária é intensa e súbita sobre o dente e suas estruturas, mas não suficiente para fraturar estruturas dentárias ou alveolares. Entre as possíveis consequências do traumatismo dentário tipo concussão, estão a reabsorção dentária interna e externa, e necrose asséptica. A reabsorção radicular inflamatória ocorre por exposição de dentina à ação de osteoclastos, já que quando ocorre o trauma, os cementoblastos são lesionandos, e se instala um quadro inflamatório. O objetivo deste trabalho foi relatar o caso de reabsorção radicular externa e interna após trauma dentário do tipo concussão. Paciente, gênero masculino, 22 anos, relatou trauma dentário após se envolver em uma briga. O mesmo apresentou-se na clínica de graduação da Faculdade Ingá, com queixa de sensibilidade dolorosa nos elementos 31 e 41, e “sensação de dente crescido”. O caso foi acompanhado com exames clínicos e radiográficos periódicos, até que se teve diagnóstico pulpar definitivo de necrose do elemento 41. Foi observado também escurecimento da coroa dentária. O dente 31 apresentou sensibilidade beirando limítrofe no teste elétrico, contra-indicando a pulpectomia. O tratamento endodôntico realizado no elemento dentário que apresentou necrose e reabsorção interna, foi realizado com o uso de medicação de hidróxido de cálcio para: promover modificação do pH intrarradicular para altamente alcalino, proporcionando necrose das unidades osteorremodeladoras; estimular também o reparo tecidual e o fim da reabsorção radicular por inflamação. Já a necropulpectomia teve intuito de previnir uma possível obliteração do canal radicular, conhecida como metaplasia cálcica da polpa, ou ainda para a prevenção de instalação de bactérias nesse local de inflamação, levando assim, inicialmente a uma anacorese, e posteriormente a lesões periapicais. No presente caso, foi também observado, em acordo com pesquisas realizadas em 2002, a importância que a morfologia radicular exerce para que ocorra reabsorção radicular externa frente ao traumatismo dentário. O caso, ainda em acompanhamento clínico e radiográfico, mostrou estabilidade da reabsorção radicular. Palavras-chave: Traumatismo dentária. Concussão dentária. Reabsorção radicular. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 114 ENDODONTIA IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL NO TRATAMENTO DAS REABSORÇÕES RADICULARES EXTERNAS: REVISÃO DE LITERATURA Bárbara Vieira Peretti ([email protected]) UniCesumar Renata Fernandes Fhabio de Almeida Magalhães A reabsorção radicular é um processo no qual ocorre a substituição do tecido dentário mineralizado por tecido ósseo, podendo ser patológica ou fisiológica. Fisiológica quando há a esfoliação natural dos dentes decíduos, ou patológica, sendo dividida em inflamatória e, por substituição. O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão de literatura, à respeito da importância do diagnóstico diferencial no tratamento adequado das reabsorções radiculares externas de origem patológica. A pesquisa foi realizada, por meio de uma busca nas bases de dados LILACS, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed e Scielo no período de 2008 à 2016. A etiologia das reabsorções inflamatórias relaciona-se às lesões periapicais crônicas, movimentação ortodôntica, dentes não irrompidos e traumatismos dentários, enquanto, nas reabsorções por substituição, o principal fator causal é o traumatismo dentário. Para que não haja o risco de se instituir tratamentos incorretos, é fundamental saber diferenciar reabsorção radicular externa de reabsorção radicular interna, sendo necessário recorrer a variadas técnicas radiográficas, como por exemplo, bite-wing e periapicais. Há também, métodos auxiliares de diagnóstico, como as tomografias computadorizadas, que fornecem uma imagem tridimensional da anatomia dentoalveolar. Na reabsorção radicular externa inflamatória, o achado típico é uma reabsorção com uma radiolucidez adjacente ao tecido ósseo vizinho. No entanto, na reabsorção radicular por substituição, por ser decorrente da anquilose dentoalveolar, o que se analisa radiograficamente, é uma reabsorção da raiz com uma substituição pelo osso. O tratamento das reabsorções radiculares externas é complexo e necessita de intervenções multidisciplinares, buscando assim, a manutenção do elemento dentário. Na reabsorção radicular inflamatória, o princípio terapêutico é a eliminação do fator etiológico e, neste caso, se a causa for a infecção dos canais radiculares, com o tratamento endodôntico a reabsorção inflamatória repara-se. Nos casos de reabsorção radicular por substituição, deve-se realizar um acompanhamento clínico e radiográfico, pois uma vez que o processo é instalado, não há como interromper e, cedo ou tarde haverá a perda do dente. Desta forma, é de fundamental importância realizar o diagnóstico diferencial entre os tipos de reabsorções radiculares, a fim de se instituir um tratamento adequado, pois este é dependente do estágio de evolução, extensão e localização da lesão. Assim, quanto mais precocemente for diagnosticado, mais favorável será seu prognóstico e tratamento. Palavras-chave: Traumatismo dentário; reabsorção da raiz; endodontia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 115 Endodontia SISTEMA PRÓ DESIGN M, UM GRANDE AVANÇO PARA A ENDODONTIA MANUAL Airton Zimmer Filho ([email protected]) UNIPAR Luiz Fernando Tomazinho Gustavo Thomé Ricardo Mazutti As pesquisas cientificas e o alto desenvolvimento tecnológico vem revolucionando o meio odontológico . Na endodontia, isso também se aplica com a constante chegada de instrumentos ao mercado e vem conquistando novos adeptos nessa área de trabalho. O sistema ProDesing M, é um conjunto de limas manuais de NiTi composta por cinco limas, sendo elas divididas no conjunto para dentes posteriores composto por três limas e para dentes anteriores composto por duas limas, desenvolvidas pela empresa EASY visando a facilitação e a eficácia da endodontia manual de graduandos de odontologia e Clínicos Gerais, que buscam um maior sucesso nos tratamentos endodônticos com um menor tempo clínico. Esse conjunto de limas dispensa o uso de brocas gates glidden e limas de aço inox da primeira e segunda série, desta forma deixando o sistema ProDesing M simples e fácil de trabalhar. Essas limas passam por tratamentos térmicos, possibilitando que elas consigam fazer as curvaturas dos canais radiculares, evitando mudar o trajeto do canal ou desgastes excessivos da dentina radicular, de acordo com as novas tendências e conceitos da endodontia moderna. O objetivo deste trabalho é apresentar como funciona o sistema ProDesing M, abordando sua cinemática de trabalho e sua baixa curvatura de aprendizado. É sem dúvida uma ótima ferramenta para aqueles que estão iniciando ou procuram melhorar seus resultados na endodontia. Com seu simples manuseio as limas devem ser giradas com a ponta dos dedos no sentido horário, desta forma raspas de dentina e detritos do canal são lançados para fora do canal radicular através da coroa dental, evitando que estes sejam levados ao ápice radicular podendo causar dor pós operatória ou até mesmo a obstrução do canal radicular, o que poderá ser um fator de um possível insucesso no tratamento endodôntico. Deixando o canal com formato cônico este sistema possibilita também a obturação com cone único, deixando assim uma obturação bem compactada e satisfatória. Serão apresentados fotos de casos clínicos de dentes realizados na clínica odontológica da UNIPAR- Universidade Paranaense, Campus Sede- Umuarama, realizados por estudantes da própria instituição de ensino, mostrando casos com preparos conservadores, em curto tempo de trabalho clínico e com sucesso, realizados em sessão única, demonstrando a efetividade do sistema ProDesing M, sistema este que sem dúvidas vem para trazer ótimos e satisfatórios resultados para profissionais da área da endodontia. Palavras-chave: Limas manuais, Endodontia, Tratamento endodôntico. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 116 Endodontia - Pesquisa INVESTIGAÇÃO DA SMEAR LAYER FORMADA PELA INTERAÇÃO ENTRE DIFERENTES COMPOSTOS QUÍMICOS EMPREGADOS NA ENDODONTIA Josimeire Alves Pereira Barbosa ( [email protected]) Universidade Estadual de Maringá - UEM Giselle Priscilla Cruz Abi Rached Brenda Paula Figueiredo de Almeida Gomes Marcos Sérgio Endo Nair Narumi Orita Pavan Carlos Alberto Herrero de Morais O sucesso da terapia endodôntica depende da ação de meios mecânicos, físicos e químicos, bem como a obturação do canal radicular que promove o completo selamento do sistema de canais. A smear layer pode ser decorrente da instrumentação mecânica ou de interações químicas entre soluções utilizadas como auxiliares na limpeza e desinfeção dos canais, medicação intracanal ou durante a irrigação. Muitas dessas substâncias utilizadas neste processo são passíveis de não combinarem entre si. A smear layer pode afetar adversamente a desinfeção das paredes dentinárias impedindo a penetração dos irrigantes nos túbulos dentinários, servir como fonte de nutrientes para algumas espécies da microbiota intracanal e impedir o selamento hermético do canal. Este trabalho teve como objetivo avaliar por meio da microscopia eletrônica de varredura a presença de smear layer química na parede dos canais radiculares resultante de reações entre as soluções irrigadoras após a remoção de diferentes medicações intracanais. Foram utilizados 120 dentes humanos unirradiculares com as coroas seccionadas e sulcos longitudinais para posterior clivagem das raízes. Realizou-se o preparo dos canais radiculares pela técnica coroa-ápice, com alargamento do terço cervical e médio com brocas gates-glidden; seguida da instrumentação apical com limas manuais. Inseriu-se as medicações intracanais a base de hidróxido de cálcio, tendo como veículos a solução salina estéril e a clorexidina 2% gel. Após 7 dias, em estufa a 37° a medicação intracanal foi removida utilizando hipoclorito de sódio (NaOCl 1%), clorexidina 2% gel e ácido etilenodiaminotetracético (EDTA 17%) associado com instrumentação e copiosa irrigação. Atribuiu-se um sistema de pontuação de 1 a 4 para avaliar a quantidade de detritos nos terços, cervical, médio e apical dos canais. Os dados foram submetidos a análise estatística pelos testes Kruskal-Wallis, Miller e Mann-Whitney e com correção de Bonferroni (p<0,05). Smear layer química foi encontrada em todos os canais radiculares testados. No presente estudo pôde ser observado maior quantidade de smear layer no terço apical. Acredita-se que a ação quelante do EDTA melhora o desempenho de todas as soluções irrigadoras na remoção da camada de smear layer. O EDTA promove a dissolução de remanescentes inorgânicos do canal radicular. Concluiu-se que EDTA 17% promoveu o melhor resultado, independente da medicação utilizada. Palavras-chave: Endodontia, Smear layer, Substâncias químicas. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 117 Endodontia COMPLEMENTAÇÃO ANESTÉSICA INFILTRATIVA VESTIBULAR COM ARTICAÍNA: REVISÃO DA LITERATURA Leandro Henrique Galeti Lima ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá – UEM Nair Narumi Orita Pavan Maria Rachel Figueiredo Penalva Monteiro Josimeire Alves Pereira Barbosa Marcos Sergio Endo Fernanda Graziela Corrêa Signoretti Um dos aspectos iniciais mais importantes da prática endodôntica é o controle e eliminação da dor. A anestesia, na área da Endodontia, é um grande desafio especificamente no tratamento de pacientes com diagnóstico de pulpite irreversível. As falhas na realização da analgesia, em casos de pulpite irreversível são elevadas, variam de 44% a 81%. O objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão da literatura sobre a eficácia da articaína 4% em técnica infiltrativa vestibular e complementar em casos de pulpite irreversível. Para realização desta revisão, foram consultados periódicos internacionais utilizando palavras-chave específicas como “articaine”, “pulpitis” e “endodontics”. Nos dentes posteriores inferiores com diagnóstico de pulpite irreversível as falhas do bloqueio do nervo alveolar inferior apresentam índices ainda mais elevados. Com a finalidade de minimizar a dor do paciente, opções complementares incluem a injeção intraligamentar, intraseptal e intrapulpar. A articaína tem mostrado características positivas como início rápido e elevadas taxas de sucesso, entretanto observa-se na literatura um risco aumentado de parestesia. Ao comparar a eficácia da infiltração vestibular da articaína 4% e lidocaína 2% (ambas com concentração de epinefrina 1:100.000) em promover anestesia pulpar do primeiro molar inferior, observaram que as infiltrações com articaína apresentou-se mais efetiva do que com lidocaína. Nos casos de molares inferiores diagnosticados com pulpite irreversível, a articaína quando aplicada em técnicas complementares (infiltrativa mandibular), aumentou os índices de sucesso anestésico nas situações em que a técnica inicial do bloqueio regional dos nervos alveolar inferior e lingual falhou. Uma das vantagens da articaína é a sua alta capacidade de difusão em tecido mole e ósseo. Devido a esse maior potencial de difusão através da cortical óssea mandibular, a articaína tem sido testada e bem aceita na técnica infiltrativa para anestesia pulpar em molares inferiores. A complementação intra-óssea apresenta um sucesso de 86% nos pacientes diagnosticados com pulpite irreversível em que a técnica inicial de bloqueio falhou. Enquanto que em técnicas de complementação infiltrativa vestibular, o uso da lidocaína não promoveu um aumento do sucesso nos casos em que o bloqueio do nervo alveolar inferior falhou. Conclui-se que a articaína tem demonstrado um aumento do sucesso em técnicas complementares quando o bloqueio do nervo alveolar inferior falha. Relaciona-se esse maior sucesso da articaína, a sua maior capacidade de se difundir em corticais vestibulares e alcançar o nervo alveolar inferior. Palavras-chave: articaína; pulpite irreversível; Endodontia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 118 ENDODONTIA RETRATAMENTO ENDODÔNTICO, MARSUPIALIZAÇÃO, ENUCLEAÇÃO E ENXERTO ÓSSEO BOVINO: UMA ABORDAGEM INTEGRADA DO CISTO RADICULAR Bruna Angélica de Souza Viana ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - UEM Nair Narumi Orita Pavan João Matheus Scherbaum Eidt Liogi Iwaki Filho Marcos Sergio Endo Carolina Ferrairo Danieletto O cisto radicular representa o mais comum dos cistos odontogênicos. O conteúdo necrótico do interior do canal radicular pode produzir produtos inflamatórios que estimulam os restos epiteliais de malassez a se proliferarem. O cisto radicular consiste em uma cavidade patológica revestida por epitélio e uma cápsula constituída por tecido conjuntivo, apresentando em seu interior um material fluido ou semi-sólido. Em casos de lesões extensas, o tratamento dos cistos radiculares inclui uma associação entre uma abordagem conservadora endodôntica e a intervenção cirúrgica. O objetivo deste relato de caso é descrever as etapas de diagnóstico, tratamento e proservação diante uma situação clínica de cisto radicular de grande extensão, na região anterior da maxila. A paciente compareceu à Clínica Odontológica, do setor de residência bucomaxilofacial e apresentava-se assintomática, com assimetria facial e tumefação na região investigada. Radiograficamente verificou-se imagem radiolúcida bem definida circundando os ápices dos dentes 21, 22, 23 e 24. Após obtenção do diagnóstico por exames clínico, radiográfico e tomográfico; o plano de tratamento consistiu primeiramente de retratamento endodôntico em sessão única do dente 21 utilizando um sistema mecanizado (Mtwo) e irrigação com Clorexidina 2% gel associado ao soro fisiológico. Em seguida, realizou-se o procedimento cirúrgico de marsupialização visando à redução da pressão intracística, e consequentemente do tamanho da lesão. Na proservação após 30, 60 e 210 dias, houve a redução do cisto, a paciente apresenta-se assintomática e não se observou sinais de recidiva. Após 8 meses realizou-se a enucleação, apicoplastia do dente 21 e enxerto ósseo bovino. O granuloma é uma resposta inflamatória periapical ao conteúdo antigênico contido no canal radicular, assim nesses casos ao se remover a fonte de irritação via terapia endodôntica, o sistema imune gradualmente promove a reparação tecidual. Do ponto de vista clínico, o procedimento endodôntico convencional é o tratamento de primeira escolha em dentes portadores de lesões sugestivas de cistos; porém se a lesão e/ou sinais e sintomas persistirem, a cirurgia perirradicular seria uma opção complementar para promover a reparação desta patologia. O cisto em baía pode regredir mais facilmente após a intervenção endodôntica convencional, por apresentar uma comunicação com o sistema de canal radicular enquanto cisto verdadeiro, sendo uma lesão separada do ápice radicular e com uma camada epitelial intacta, é improvável que ocorra reparo somente com o tratamento endodôntico, necessitando de complementação cirúrgica. É importante ressaltar que não é possível a realização do diagnóstico diferencial clínico-radiográfico entre as lesões perirradiculares (granuloma e cisto). Conclui-se que o retratamento endodôntico, a marsupialização, a enucleação e o enxerto ósseo bovino mostraram como métodos eficazes de tratamento na remoção do cisto radicular, favorecendo a reparação óssea. Palavras-chave: Cisto radicular; Endodontia; Retratamento. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 119 Endodontia SEQUELAS DO TRAUMATISMO DENTÁRIO: RELATO DE CASO CLÍNICO CAMILLA ONARA FAUSTINO Centro Universitário Ingá MARCIA ESMERALDA BIS FRANZONI ARRUD CARLA THAIS ROSADA PERUCHI THAIS MAGESTE DUQUE. O traumatismo dentário é considerado um problema de saúde pública e acomete tanto crianças como adolescentes. Os principais fatores etiológicos do traumatismo dentário envolvem colisões, quedas, acidente de transito, agressões físicas ou praticas de esporte. O diagnóstico preciso de um traumatismo dentoalveolar deve ser realizado através de um exame clinico e radiográfico minucioso. Algumas consequências como necrose pulpar e reabsorções radiculares externas podem ocorrer semanas, meses ou anos após o traumatismo dentário. Dessa forma, em todos os casos de traumatismo dentário, o acompanhamento deve ser feito rigorosamente e a longo prazo. A reabsorção radicular externa é considerada um processo fisiológico ou patológico, caracterizada pela perda de tecido mineralizado. Essa condição clínica pode acometer a dentina, cemento ou até mesmo o osso alveolar. O objetivo desse trabalho foi apresentar um caso clínico que mostra possíveis sequelas que podem ser diagnosticadas após um traumatismo dentário. Paciente J.C.T.S procurou atendimento odontológico na Faculdade de Odontologia do Centro Universitário Ingá. A queixa principal do paciente era uma alteração de cor do dente 21. Durante a anamnese, ele relatou história de trauma na região dos dentes anteriores. Esse acidente aconteceu há mais ou menos 1 ano, durante o trabalho, onde uma caixa caiu em cima da sua face. Clinicamente foi observado intrusão do incisivo central direito e esquerdo, incisivo lateral direito e esquerdo, canino direito e primeiro pré molar direito (elementos 11, 12, 13, 14, 21, 22). Radiograficamente foi possível observar a presença de reabsorção radicular externa na região mesial e apical do dente 21. O paciente relatou não apresentar dor e, no exame intraoral, não foi diagnosticado edema e/ou fístula. O teste térmico de sensibilidade pulpar revelou resultados negativos nos dentes 12, 13 e 14 e, resultados positivos nos dentes 11, 21 e 22. Após os exames clínicos e radiográficos, chegou-se ao diagnostico de necrose pulpar dos dentes 12, 13 e 14 e assim, foi indicado o tratamento endodôntico dos mesmos. Ao realizarmos o exame clínico e radiográfico do elemento 21, foi observado que ele se apresentava calcificado e com reabsorção radicular externa. Tais condições foram associadas ao trauma ocorrido. O paciente foi encaminhado para realizar o tratamento endodôntico deste elemento com uma especialista, pois o caso era de grande dificuldade para ser realizado na graduação. As reabsorções radiculares externas e a necrose pulpar são consequências possíveis para os dentes traumatizados. No entanto, o diagnóstico precoce e o correto tratamento são essenciais para a manutenção do dente na cavidade oral. Palavras-chave: Endodontia, Reabsorção radicular externa, Traumatismo dentário ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 120 ENDODONTIA TESTE DA PRECISÃO DE LOCALIZADORES FORAMINAIS ELETRÔNICOS Keldrey Vinicius Alicio de Paula ([email protected]) Universidade Estadual de Londrina Bruno Shindi Hirata Eduardo Dallazen Karol Sartori Lima Mariana Elias Queiroz O tratamento endodôntico se sub divide em algumas etapas clínicas determinantes para o sucesso do procedimento clínico. A etapa da determinação do comprimento de trabalho é crucial. Esta etapa é de extrema importância uma vez que nela se estabelece o limite apical de instrumentação e obturação do canal e a falha da mesma pode comprometer o sucesso de todo o tratamento. Para a realização desta etapa, foram elaboradas procedimentos técnicos entre eles a sensibilidade tátil digital, métodos radiográficos e métodos eletrônicos. Tanto os métodos radiográficos quanto a sensibilidade tátil digital possuem algumas limitações como distorções, sobreposição de imagens e interpretação subjetiva e por vez errônea do operador. No intuito de suprir essas limitações foram introduzidos no mercado localizadores foraminais, os quais no início por diferença de potencial e posteriormente com suas evoluções, permitem determinar o comprimento de trabalho. Nos dias atuais existem dificuldades para a obtenção de elementos dentais humanos para pesquisas. Alguns estudos apontam a utilização de incisivos permanentes bovinos como substitutos adequados dos elementos dentais humanos. O objetivo do presente estudo foi avaliar ex vivo a precisão de dois localizadores, Root ZX II (0,572 ± 0,622) e Novapex (0,572 ± 0,447), usando como comparação o comprimento real de cada elemento dental, avaliar se entre os dois aparelhos utilizados houve diferenças entre suas aferições e averiguar se os elementos dentários bovinos são substitutos adequados e a capacidade de utilizá-los em estudos de odontometria. Foi mensurado o comprimento total do canal de 30 incisivos inferiores permanentes bovinos, de raiz única e sem tratamento endodôntico prévio, primeiramente pelo método visual e em seguida foram realizadas aferições com os dispositivos eletrônicos. Utilizando-se do teste estatístico Teste T Student, que demonstrou não apresentar diferenças estatísticas significantes entre os equipamentos (p<0,05). Desta forma ao comparar as medidas obtidas após a utilização dos localizadores foraminais eletrônicos com o comprimento real de cada canal, chegou-se a constatação que os mesmos mostraram-se precisos, não apresentaram diferenças estatísticas entre as aferições obtidas e que elementos dentais bovinos são substitutos adequados as dentes humanos e podem ser utilizados para estudos de odontometria. Palavras-chave: Endodontia, Ápice Dentário, Instrumentos Odontológicos. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 121 Endodontia AVALIAÇÃO DA INFILTRAÇÃO MARGINAL MICROBIANA EM SELAMENTOS CORONÁRIOS PÓS TRATAMENTO ENDODÔNTICO GLEICY FRANÇA DE JESUS Centro Universitário Ingá CARLA THAIS ROSADA PERUCHI THAIS MAGESTE DUQUE MARCIA ESMERALDA BIS FRANZONI ARRUDA Para que haja sucesso no decorrer das fases do tratamento endodôntico bem como na manutenção deste após sua finalização, todas as etapas devem ser executadas com o mesmo grau de importância. Considerando que nem sempre o tratamento endodôntico é passível de ser executada em sessão única, a realização de um selamento provisório da cavidade de acesso que promova vedamento do sistema de canais radiculares, evitando a infiltração de fluidos bucais e bactérias, é de extrema importância para a manutenção do sucesso instituído pelo tratamento. O selamento coronário provisório é tão importante para o sucesso da terapia endodôntica, quanto o próprio tratamento em si, podendo ser considerado parte integral deste. O mesmo deve ser eficiente em impedir penetração de saliva e seus contaminantes para o interior dos canais radiculares entre sessões e quando se finaliza o tratamento no aguardo para a restauração definitiva do dente. O objetivo deste trabalho, foi avaliar a micro infiltração microbiana em restaurações coronárias provisórias após a obturação endodôntica. Foram selecionados 34 dentes unirradiculares. Todos foram instrumentados com a lima Reciprocante Wave One (Maillefer – Dentsply) #40 e a irrigação realizada com hipoclorito de sódio 1%. Após a instrumentação, os dente foram obturados com guta percha Tanari® e o cimento Sealapex®. Após obturação, os dentes foram divididos em três grupos de acordo com o tipo de selamento coronário que seria realizado. No G1 os dentes foram restaurados com Coltosol® + IRM® (N =10); no G2 os dentes foram restaurado com Coltosol®+ MaxxionR (N =10); e no G3 os dentes foram restaurados com Coltosol® + Bioplic (N =10). Além disso também foram realizados os grupos do controle negativo (N =2) e positivo (N =2). Após a restauração, os dentes foram impermeabilizados com esmalte de uso cosmético e levados a um dispositivo para a realização da microinfiltraçao. Neste dispositivo, a parte coronária ficava em contato com meio de cultura contaminado com Enterococcus faecalis e a parte apical em contato com meio de cultura estéril. O conjunto dente e dispositivos foram incubados em estufa microbiologica e avaliados diariamente até um período de 1 mês. A turbidez do meio em contato com a região apical indicava infiltração do terço coronário em direção ao terço apical. Em relação a esse período de avaliação, os grupos I e III se apresentaram contaminados no dia seguinte ao procedimento. No entanto, o grupo II não apresentou contaminação no tempo avaliado. Trabalhos na literatura mostram a importância do selamento coronário no tratamento endodôntico (NASERI et al., 2011; DIVYA at al., 2014). Assim, conclui-se que a restauração provisória de Coltosol®+ MaxxionR impedem a microinfiltração bacteriana, sendo um material restaurador favorável à terapia endodôntica. Palavra-Chave: Infiltração dentária. Restauração dentária temporária. Tratamento endodôntico. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 122 ENDODONTIA ANÁLISE QUANTITATIVA E COMPARATIVA ENTRE OS NÍVEIS DE ENDOTOXINAS NAS INFECÇÕES ENDODÔNTICAS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS Yasmin Firmino de Souza – [email protected] Universidade Estadual de Maringá - UEM Marcos Sérgio Endo Frederico Canato Martinho Vivian Sayuri Kitayama Brenda Paula Figueiredo de Almeida Gomes Nair Narumi Orita Pavan As infecções endodônticas primárias (IEP) e secundárias (IES) possuem particularidades entre si, e é muito importante termos conhecimento de como estas se desenvolvem e como são compostas. As endotoxinas são componentes da parede celular de bactérias gram-negativas, e caracterizadas como fatores de virulência importantes nas infecções, e estão relacionados com a reabsorção de tecidos periapicais e sintomatologia dolorosa dos pacientes. Apesar de nas IES apresentarem prevalência de bactérias gram-positivas, estudos com metodologias moleculares também detectaram níveis de bactérias gram-negativas. Por isto, este estudo objetiva quantificar e comparar os níveis de endotoxinas nas IEP e IES com lesão periapical crônica e correlacionar o conteúdo endotóxico com os achados clínicos e radiográficos. Foram coletadas amostras de canais radiculares de pacientes com IEP (n=15) e IES (n=15), por meio de cones de papel estéreis e apirogênicos, mantidos por 1 minuto no interior do conduto. Os dentes deveriam ser unirradiculares e não apresentarem doença periodontal, exposição pulpar e rizogênese incompleta. Pacientes que haviam passado por antibioticoterapia no últimos três meses, com alguma doença sistêmica ou com dentes sem possibilidade de realização do isolamento absoluto foram excluídos do estudo. Os níveis de endotoxinas foram quantificados por meio do teste turbidimétrico, refente à técnica do lisado amebócito limulus (LAL). As comparações entre os valores da concentração de endotoxinas nas IEP e IES e a correlação entre os aspectos clínico-radiográficos e os níveis de endotoxinas, foram realizadas através do teste de Mann-Whitney (p<0,05). As endotoxinas foram detectadas em 100% dos canais com IEP (15/15) e IES (15/15), com mediana de 7,49 EU/mL e 3,96 EU/mL, respectivamente (p<0,05). O teste turbidimétrico de LAL é muito utilizado para investigação em canais com infecção endodôntica primária, e através dos nossos resultados se mostrou ser de valia para estudos com canais radiculares com infecções secundárias. A mediana dos valores de endotoxinas encontrados na presença de sintomatologia clínica mostrou-se significativamente maior quando comparado aos dentes assintomáticos com IEP (p<0,05). Uma correlação positiva foi observada entre os níveis de endotoxinas e maiores lesões periapicais crônicas (>3 mm) (p<0,05) verificadas por meio da radiografia convencional. Esse dado reafirma o papel importante que as endotoxinas desempenham nas reabsorções do tecidos periapicais e o quão importante é realizar a completa e correta instrumentação dos canais radiculares. Conclui-se que os dentes com infecção endodôntica primária apresentaram elevados níveis de endotoxinas, as quais se relacionam com a severidade da reabsorção periapical e manifestações clínicas. Além disso, nas infecções endodônticas secundárias, os níveis de endotoxinas superiores estiveram relacionados ao maior tamanho da lesão periapical crônica. Palavras-chave: Endodontia, Endotoxinas, Microbiologia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 123 ENDODONTIA TRAUMATISMO DENTÁRIO TIPO CONCUSSÃO COM ENVOLVIMENTO ENDODÔNTICO: RELATO DE CASO CLÍNICO Valéria de Souza Ribeiro Griitdner ([email protected]) Centro Universitário Ingá- UNINGÁ Márcia Esmeralda Bis Franzoni Arruda Carla Thaís Rosada Peruchi Thaís Mageste Duque O traumatismo dentário é classificado como toda injúria de natureza térmica, química ou física que pode lesionar um dente. Diferentemente de outras partes do corpo, o processo de reparo envolvendo trauma dental não ocorre logo após o acidente. O resultado final proveniente de um dente traumatizado pode levar mais de cinco anos para se manifestar, considerado um problema de saúde pública o traumatismo dentário exige uma abordagem multidisciplinar e uma situação de urgência odontológica. Estudos epidemiológicos têm revelado que o traumatismo dentário acomete 10-35% da população, envolvendo principalmente crianças e adolescentes e os dentes anteriores. Dentro da classificação do traumatismo aos tecidos periodontais, a concussão é a ocorrência mais branda causada pelo trauma dental ás estruturas de sustentação do dente, esse tipo de traumatismo é de pequeno impacto, sendo pouco demonstrado na literatura casos que apresentaram comprometimento endodôntico. Durante a concussão o suprimento neurovascular da polpa normalmente não é afetado pelo traumatismo, reagindo de forma normal o dente ao teste de sensibilidade no momento do trauma. Nesses casos, as fibras do ligamento periodontal estão intactas, não apresentando mobilidade dentária, deslocamento e sangramento a partir do sulco gengival, o diagnóstico se baseia no exame clínico e radiográfico, apresentando pouca ocorrência de necrose pulpar e ou reabsorção radicular. O prognóstico para dentes acometidos de concussão sugere pouco envolvimento endodôntico, a intervenção endodôntica indicada aos pacientes acometidos por traumatismo dentário, pode ocorrer imediatamente ao trauma dependendo da injúria aos tecidos de suporte, porém, quando testes clínico-imaginológicos (radiográficos e tomográficos) não são conclusivos no momento do pronto atendimento indica-se acompanhamento clínico e radiográfico por um período maior. Embora as maiorias dos dentes acometidos com concussão dentária frequentemente voltem a normalidade, devido á alta imprevisibilidade do tecido pulpar, podem desenvolver algum tipo de patologia e alteração, como, necrose pulpar, fístula, lesão periapical e reabsorções radiculares. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso clínico de concussão dental que apresentou como sequela a necrose pulpar associada a periodontite perirradicular necessitando de intervenção endodôntica após um período de 4 anos. Concluindo que o risco de necrose pulpar decorrentes de concussão dentária é considerado baixo. No entanto, trincas e fraturas de esmalte resultante deste tipo de trauma podem se tornar uma via de acesso para a invasão microbiana aos tecidos pulpares. O acompanhamento clínico e radiográfico em dentes acometidos de traumas, independentes da intensidade da injúria, devem ser realizados por no mínimo 4 anos. PALAVRAS-chave: Concussão, necrose pulpar, traumatismo dentário. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 124 ENDODONTIA USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO NO DIAGNÓSTICO DE FRATURA RADICULAR: RELATO DE CASO CLÍNICO Thaís Mara Giroto Piccinin ([email protected]) Centro Universitário Uningá Thais Mageste Duque Ana Carla Borghi Marcia Esmeralda Bis Franzoni Arruda Carla Thais Rosada Peruchi O traumatismo dentário tem como etiologia as quedas, pancadas de origens diversas, acidentes automobilísticos, prática de esportes e brigas, sendo mais comum no sexo masculino. O trauma pode atingir as estruturas mineralizadas e pulpares, causando fraturas de coroa, fraturas coroa-raiz e fraturas radiculares. Nos tratamentos endodônticos, o exame radiográfico é um exame complementar indispensável no diagnóstico e planejamento do caso. No entanto, esse exame apresenta algumas limitações, principalmente por se tratar de um exame bidimensional de uma estrutura dentária que é tridimensional. No caso de fraturas dentárias, um dos fatores que também dificulta sua detecção é a angulação do feixe central do raio X em relação ao plano da linha de fratura. Dessa forma, a tomografia computadorizada tem se tornado um exame favorável em alguns casos na Endodontia. Ela permite uma maior aplicação quando comparada com a radiografia convencional proporcionando sobreposição, criando imagens sem distorções e de alta definição. O objetivo desse trabalho foi relatar um caso clínico de fratura radicular diagnosticada com o auxilio de uma tomografia computadorizada. Paciente, sexo masculino, 34 anos, sem nenhuma alteração sistêmica, procurou um endodontista em 2013 para tratamento endodôntico do dente 26. A queixa principal era a sensação de um gosto ruim na boca e uma leve sensibilidade ao mastigar. Durante a anamnese, paciente relatou que esse elemento já havia sido tratado endodonticamente, mas a sensibilidade no dente continuava. Em 2014, esse elemento foi retratado por outro endodontista e nenhum exame complementar foi solicitado. Após 1 ano, o paciente voltou a sentir uma sensibilidade neste elemento. O grande incômodo era a sensibilidade que aumentava gradativamente e a sensação de gosto ruim na boca. Ele procurou a opinião de um terceiro endodontista. Clinicamente o dente não apresentava bolsa periodontal e apresentava ausência de dor nos testes de percussão e palpação. Porem, avaliando toda a historia, o endodontista optou por solicitar uma tomografia computadorizada. Nela foi possível identificar a presença de um quarto canal que não tinha sido localizado e instrumentado. Após esse diagnóstico, foi solicitado uma nova reintervenção endodôntica. Em 2016, o paciente procurou um quarto endodontista, relatando a mesma situação de sensibilidade e gosto estranho na boca. Mais uma vez, nenhum sinal clínico foi detectado e uma nova tomografia foi solicitada, que revelou um traço hipodenso transversal, que se estendia da coroa até a porção média da raiz mesial e um traço hipodenso vertical, que se estendia da coroa até o soalho de câmara pulpar. Esses dois traços estavam associados à perda óssea e reação óssea periapical difusa, compatível com fratura completa, sem deslocamento de fragmento. Dessa forma, após esse diagnóstico de fratura, o dente foi indicado para extração. Esse trabalho conclui que a tomografia é um exame complementar e preciso na Endodontia e auxilia no planejamento e diagnóstico de vários casos, dentre eles, a fratura radicular. Dessa forma, é um método alternativo de exame imaginológico, quando os outros exames não são suficientemente conclusivos. Palavras-chave: Endodontia, diagnóstico, fratura. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 125 ÁREA ENDODONTIA PRÉ-MOLAR INFERIOR COM TRÊS CANAIS RADICULARES: RELATO DE CASO CLÍNICO Fernanda Campos Cancelli ( [email protected]) Centro Universitário Ingá Thais Mageste Duque Carla Thais Rosa Peruchi Marcia Esmeralda Bis Franzoni Arruda Jefferson Jose de Carvalho Marion Maira do Prado A completa limpeza e modelagem, associada à obturação hermética do sistema de canais é a chave para o sucesso endodôntico correto. O conhecimento da anatomia interna do sistema de canais é de fundamental importância, visto que variações anatômicas são achados comuns durante o tratamento endodôntico. Os pré-molares inferiores podem apresentar uma das grandes dificuldades para realizar um tratamento endodôntico bem-sucedido, quando comparados aos outros dentes, devido à grande variação anatômica do canal. A tomografia computadorizada, técnica que permite a obtenção de imagens em diversos planos a partir de aquisições em diferentes espessuras, é um instrumento importante para o estudo e a visualização das estruturas anatômicas, sendo considerada uma das técnicas mais precisas para se obter a localização e identificação dos canais radiculares. Estudos recentes utilizando esta técnica mostram grande variações anatômicas em pré-molares inferiores não apenas em relação ao número de raízes e canais em diferentes populações, como também em relação a configuração dos canais O objetivo deste relato de caso foi descrever o tratamento endodôntico de um primeiro pré-molar inferior com três canais. Paciente sexo masculino, 54 anos, procurou o serviço de emergência da Universidade Federal do Rio de Janeiro com dor no dente 34. Ao exame clínico/radiográfico observou-se cárie extensa. O teste de sensibilidade pulpar exibia resposta positiva e exacerbada e ausência de sintomatologia periapical ao exame de palpação e percussão. Portanto, foi diagnosticado com um quadro de pulpite irreversível. O paciente foi anestesiado, realizou-se o isolamento absoluto e a abertura coronária. O preparo mecânico foi realizado com a técnica manual crown-down, sendo o comprimento de trabalho estabelecido 1 mm aquém do ápice radicular, nos 3 canais. Hipoclorito de sódio 2,5% foi a solução irrigadora de escolha e para remoção de smear layer utilizou-se EDTA 17%. A obturação dos canais radiculares foi realizada pela técnica híbrida de Tagger, utilizando se o cimento Endofill e cones de guta-percha. A radiografia final exibiu a presença de três canais, um lingual e dois vestibulares, que se encontravam no início do terço apical. Observou-se ainda uma ramificação ligando os canais vestibulares (interconduto). O conhecimento da anatomia do sistema de canais radiculares, e sua variação, influencia diretamente no prognóstico do tratamento endodôntico. Quando uma variação da anatomia é identificada no início do tratamento, alterações importantes podem ser realizadas no planejamento, aumentando a chance de se obter resultados satisfatórios e seguros. A possibilidade de serem encontrados mais de um canal radicular em um pré-molar inferior deve ser sempre avaliada. A variação do número de raízes e canais em pré-molares inferiores é um achado na literatura. No presente estudo, nas diferentes tomadas radiografias é possível observar a presença de mais de um canal e de um sulco nos terços médio apical. Através deste estudo, podemos concluir que o conhecimento e o domínio da anatomia do canal são fatores chave para o sucesso do tratamento endodôntico. Palavras-chave: Dente Pré-molar, Pulpite, Tratamento do canal radicular, Obturação do Canal Radicular. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 126 Endodontia REABSORÇÃO DENTÁRIA E METAMORFOSE CÁLCICA DA POLPA EM DENTES TRAUMATIZADOS Letícia Jenniffer Silva dos Santos ([email protected]) Centro Universitário Ingá Márcia Esmeralda Bis Franzoni Thais Mageste Duque Carla Thais Rosada Peruchi O trauma dentário pode gerar um grande impacto sobre a qualidade de vida, no aspecto físico, emocional e psicológico de adultos e crianças. A avulsão dentária é uma injúria decorrente de um impacto traumático ás estruturas dento-alveolares, caracterizada pelo deslocamento total ou parcial do dente para fora do alvéolo. O reimplante dental é uma das soluções para o reposicionamento do elemento dental com o objetivo de devolver sua função mastigatória e estética. A metamorfose cálcica pode ser definida como uma resposta a um trauma pulpar, caracterizado pela deposição de tecido duro ao longo do canal radicular e câmara pulpar. O presente trabalho tem por objetivo relatar o caso clinico de uma avulsão. Paciente gênero feminino, 8 anos, procurou atendimento de urgência em consultório particular com histórico de avulsão do dente 21 e à luxação dos dentes 11,12 e 22. Na anamnese, paciente relatou que o trauma ocorreu após sofrer uma queda de bicicleta. Após o exame clinico e radiográfico, optou-se pelo reimplante do dente e imobilização dos elementos traumatizados com uma contenção semirrígida. A paciente retornou para uma nova avaliação clínica e radiográfica onde os elementos 11 e 21 responderam negativamente ao teste de sensibilidade pulpar. Estes dentes também estavam associados a ápices abertos e espessamento perirradicular. O tratamento endodôntico foi realizado e foi feita a inserçao de uma medicação intracanal. No entanto o paciente interrompeu o tratamento por conta própria e não retornou para a finalização do tratamento. Após 1 ano e meio retornou e foi solicitado uma tomografia Cone beam. O laudo mostrou uma imagem compatível com reabsorção radicular interna no elemento dental 21 e dilaceração radicular. O dente 11 encontrava-se com os parâmetros normais. Houve outra interrupção do tratamento por parte da paciente e decorrido 2 anos e 9 meses do início do tratamento a paciente retornou para obturação endodôntica no dente 11. Os elementos 12 e 22 responderam negativamente ao teste de sensibilidade e radiograficamente apresentavam imagem compatível com calcificação pulpar radicular. Foi solicitada nova documentação tomográfica. O laudo tomográfico relatou tratamento endodôntico no dente 11 associado a contorno irregular da raiz, compatível com reabsorção dentária externa por substituição; imagem hipodensa de limites mal definidos, estendendo-se do terço cervical a apical radicular do elemento 21, resultando em reabsorção dentária externa por substituição; obliteração do espaço pulpar no elemento 12 por metamorfose cálcica da polpa e reabsorção dentária externa por substituição em fase inicial; obliteração do espaço pulpar no elemento 22 por metamorfose cálcica da polpa associado a reabsorção dentária apical. Após análise clínica e tomográfica optou-se para exodontia dos elementos 11 e 21 e encaminhamento da paciente para o planejamento ortodôntico e acompanhamento clínico radiográfico dos incisivos laterais. Os resultados desse caso clinico nos mostrou que dentes avulsionados podem não responder positivamente ao reimplante dentário. No entanto, o reimplante deve ser uma opção para o planejamento de dentes avulsionados. Palavras-chave: Avulsão dentária; Traumatismo; Endodontia ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 127 Endodontia ANÁLISE TRIDIMENSIONAL DA MORFOLOGIA DOS CANAIS RADICULARES DOS PRÉMOLARES SUPERIORES COM AVALIAÇÃO DO GÊNERO COMO FATOR DE RISCO Amanda Lury Yamashita ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Alfredo Franco Queiroz Aline Lie Ishida Joana Yumi Teruya Uchimura Rosangela Getirana Santana Isolde Previdelli É necessário a realização adequada da odontometria, instrumentação e obturação para se alcançar o sucesso do tratamento endodôntico. No entanto, adicionalmente a estas três etapas, é primordial a localização dos canais radiculares. Considerando a dificuldade dos profissionais quanto à localização de canais radiculares, novas tecnologias têm surgido para auxiliar o cirurgião-dentista nesta etapa do tratamento endodôntico. Dentre elas, a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) tem sido inserida na endodontia, como método de identificação e visualização da configuração dos canais radiculares. Poucos trabalhos tem sido realizados utilizando esta técnica para localização e determinação dos fatores de risco em relação a variação anatômica dos canais radiculares e número de raízes. Por isso, os objetivos deste trabalho foram avaliar a morfologia dos canais radiculares de pré-molares superiores, através da TCFC e verificar se o gênero seria um fator de risco para as alterações morfológicas de raízes e canais. A amostra deste estudo foi composta de 543 pré-molares contendo 700 raízes. Foram utilizados dados secundários, retrospectivos de pacientes que realizaram TCFCs em uma clínica de referência na cidade de Maringá-PR, no período de 6 meses. As imagens tomográficas incluídas neste trabalho foram as que apresentavam pré-molares superiores com ápice completamente formado. Foram excluídas as imagens que apresentavam pino intra-canal, prótese fixa, ápice aberto, dentes com reabsorção interna e/ou externa, raiz residual e fratura radicular. As variáveis deste estudo foram: gênero, elemento dentário, classificação de Vertucci, número de raízes e canais radiculares, sendo analisadas no software Prexion 3D por dois examinadores calibrados. Os dados foram tabulados e analisados no software Statistica 8.0, utilizando-se o teste qui-quadrado e o exato de Fisher (p≤0.05) para análise das variáveis qualitativas e de regressão logística de modo a se calcular o fator de risco. Neste trabalho, o gênero feminino (59.92%), o primeiro pré-molar superior direito (24.86%), o primeiro pré-molar superior esquerdo (25.78%) e a classificação I de Vertucci (66.86%) foram os mais prevalentes. A maioria dos dentes possuía uma única raiz (71.09%) com um único canal (66.86%). Se demonstraram significantes as análises entre; gênero em relação ao número de raízes (p=0.0081); gênero em relação ao número de raízes para o primeiro pré-molar superior (p=0.0054); gênero em relação ao número de canais para o primeiro pré-molar superior (p=0.0464) e gênero em relação a classificação de Vertucci para segundo pré-molar superior (p=0.0063). Através da análise de regressão logística, observou-se que o primeiro pré-molar superior obteve razão de chance maior para ocorrência de duas raízes, com risco para o gênero feminino (p=0.192). Assim, concluiu-se que houve uma alta frequência de uma raiz com um canal entre os pré-molares superiores, além de demonstrar que a TCFC pode ser considerada uma ferramenta confiável na detecção da morfologia dos canais radiculares, sendo que o primeiro pré-molar superior no gênero feminino pode ser um fator de risco para ocorrência de duas raízes. Palavras-chave: dente pré-molar, tomografia computadorizada de feixe cônico, cavidade pulpar. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 128 Endodontia ANÁLISE DA PRECISÃO E ACURÁCIA DE DOIS LOCALIZADORES APICAIS ELETRÔNICOS: ESTUDO IN VITRO Mayra Leticia Fretes Corrales ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Renato Interliche Helena Sandrini Venante Fernanda Yamashita Gabriel Crispim Vilar Uma das etapas fundamentais para o sucesso ou fracasso do tratamento do sistema de canais radiculares é a determinação correta do comprimento de trabalho, ou seja, o limite da instrumentação e obturação do canal radicular, pois faz-se necessário diminuir ao máximo possível os traumas operatórios, promovendo a preservação dos tecidos periapicais. Assim, com o desenvolvimento científico surgiram os localizadores foraminais de terceira geração, capazes de detectar a constrição apical, e obter índices de sucesso na determinação do comprimento real de trabalho. Portanto, este trabalho tem como objetivo a avaliação in vitro da precisão de dois localizadores apicais eletrônicos, denominados YS-RZ- B e Woodpex III, tendo como critério a localização do forame apical de acordo com a marcação de ápice nos referidos aparelhos, comparando as suas aferições a posição real da saída foraminal. Foram selecionados 33 dentes humanos unirradiculares. Os dentes foram seccionados na junção cemento-esmalte. O comprimento real do dente foi determinado utilizando uma lima tipo Kerr #10 que foi introduzida no interior do conduto radicular até que sua ponta fosse visível no forame apical, com o auxílio de magnificação a 6x. Após a visualização, o cursor de borracha foi posicionado e a distância entre a ponta da lima e o cursor de borracha foi mensurada utilizando um paquímetro digital. Para a obtenção das medidas pelo método eletrônico as amostras foram fixadas em recipientes com uma tampa plástica contendo solução salina a 0.9%. Para as mensurações, uma lima endodôntica com diâmetro compatível ao diâmetro anatômico, foi acoplada à conector do aparelho testado e durante a sua inserção no canal radicular, a obtenção das medidas foi monitorada no visor do aparelho. Com auxílio de uma pinça clínica, o stop de borracha foi posicionado na referência, as medidas foram tomadas com o paquímetro digital e os valores obtidos foram registrados e arquivados. Foi utilizado o programa GMC versão 8.1 e o teste estatístico aplicado foi o Teste Mann-Whitney, ao nível de 5% de significância. Os dados estatísticos mostraram não haver diferença estatisticamente significante (p<0.05) entre as medidas realizadas com o YS-RZ- B e Woodpex III. Ambos localizadores demonstraram ser um excelente recurso auxiliar, mostrando-se aptos e precisos na determinação do comprimento de trabalho. Palavras-chave: Endodontia. Odontometria. Equipamentos e provisões. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 129 ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia Resumos de Estomatologia busca ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 130 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA MANIFESTAÇÕES ORAIS DA PARACOCCIDIOIDOMICOSE Ana Carolina Caio Passoni ([email protected]) Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) Elen de Souza Tolentino Igor Henrique Silva Pinheiro A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose profunda, endêmica na América Latina, causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis. A maioria dos casos apresenta-se primeiramente como uma infecção pulmonar, que ocorre por meio da inalação do fungo através de propágulos aéreos na fase de micélio, porém geralmente é na boca onde a doença se manifesta primeiramente. Para a verificação de comprometimento pulmonar é preciso que seja feito uma radiografia do tórax do paciente. Os pacientes mais acometidos são do gênero masculino após a terceira década de vida, que apresentam atividades relacionadas com solos, como atividades agrícolas, jardinagem e terraplanagem. A manifestação clínica varia de um paciente para outro, sendo que o aspecto clínico mais comum é a presença de estomatite moriforme, que são lesões granulomatosas, eritematosas, ulceradas e com pontos hemorrágicos. Pelo fato da PCM se apresentar de maneiras diferentes nos pacientes, existem várias doenças que podem ser consideradas como diagnóstico diferencial, sendo algumas dessas o carcinoma de células escamosas, a tuberculose, a histoplasmose, a sífilis, a leishmaniose, entre outras. O diagnóstico da doença se dá por meio de exame histopatológico de áreas biopsiadas, testes sorológicos ou citologia esfoliativa. O tratamento baseia-se na administração de antifúngicos, apoio nutricional, gestão de sequelas e manutenção do paciente em boa saúde com um acompanhamento rigoroso. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente do gênero masculino, 48 anos, leucoderma, fumante, etilista, que tinha como queixa principal “feridas no céu da boca” há mais de 20 anos. O paciente expressava cansaço e tinha dificuldades ao falar e deglutir. Durante o exame físico intrabucal foi observada estomatite moriforme em vários sítios, especialmente na mucosa jugal, palato e face interna dos lábios. Diante das características encontradas, a hipótese diagnóstica foi de PCM. Foi realizada então uma biópsia incisional com saca-bocado, e o material foi enviado para o exame anatomopatológico. Foi solicitada uma radiografia do tórax, a qual revelou alterações pulmonares moderadas e área cardíaca normal. A microscopia confirmou o diagnóstico de PCM. O paciente foi então encaminhado para um hospital de referência para tratamento sistêmico. Após três meses de terapia com Itraconazol houve desaparecimento das lesões bucais e melhora no estado geral do paciente. Palavras-chave: Paracoccidioidomicose; Diagnóstico; Tratamento. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 131 RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA TATUAGEM POR AMÁLGAMA E O DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE LESÕES ORAIS MALIGNAS E BENIGNAS PIGMENTADAS- RELATO DE CASO Camila Catarine Sutil de Oliveira ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá (UEM) Gustavo Zanna Ferreira Carolina Ferrairo Danieletto Willian Pecin Jacomacci Paulo Sérgio da Silva Santos Gustavo Jacobucci Farah Tatuagem por amálgama é uma lesão pigmentada, causada principalmente pela implantação acidental de partículas das ligas de amálgama nos tecidos moles, como gengiva e mucosa alveolar. Estão localizadas geralmente próximas das áreas onde foram realizados restaurações de amálgama. Clinicamente, caracteriza-se como sendo uma mácula assintomática, de coloração azulada, cinza ou preto sem resposta eritematosa ao redor, assimétrica, de diâmetro variável, podendo ser de evolução rápida ou lenta. O seu diagnóstico diferencial está diretamente relacionada com outras lesões pigmentadas, podendo ser de origem benigna ou maligna, como por exemplo, o nevo melanocítico, melanoma, lesões vasculares, entre outras. Evidenciando-se assim a necessidade de seguir critérios estabelecidos para uma avaliação minuciosa na qual resultará em um diagnóstico mais preciso. A realização de radiografias é indicada para detectar a presença de partículas metálicas nos tecidos orais. Entretanto, muitas vezes estas partículas são pequenas e dispersas a ponto de não serem visíveis nas radiografias. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico que enfatiza a relevância do diagnóstico diferencial na lesão de tatuagem por amálgama. Paciente de gênero masculino, 69 anos de idade, branco, edêntulo, com queixa principal de “mancha escura na gengiva”. Relatou o uso de prótese total inferior, fumante durante 60 anos, hipertenso e usuário de medicamentos para controle da pressão arterial, também constatou-se que havia sofrido um tratamento para câncer de bexiga há pouco tempo. No exame clínico, a presença de uma região escurecida em rebordo alveolar na região posterior da mandíbula no lado direito, assintomática, assimétrica, com perfil irregular, com evolução rápida, de aproximadamente 8 mm de diâmetro. As hipóteses diagnósticas foram de melanoma e tatuagem por amálgama. Foi realizada radiografia periapical da região da lesão e uma radiografia panorâmica. As imagens mostraram vários pequenos pontos radiopacos, com características de fragmentos de metal na região da lesão, compatível com amálgama. Assim, o diagnóstico final foi de tatuagem por amálgama e o paciente foi orientado quanto ao caráter benigno da lesão e o paciente encontra-se em estrito acompanhamento. As hipóteses de diagnóstico diferencial estão intimamente vinculadas aos aspectos clínicos das lesões, como no caso do melanoma e as tatuagens por amálgama, ambas apresentam coloração semelhante, margens por vezes irregulares, assintomáticas e assimétricas. É por motivos como estes que é indispensável na avaliação do paciente o exame clínico (anamnese e exame físico), evolução da lesão, a utilização de medicamentos, a presença de sinais e sintomas sistêmicos e locais e hábitos como beber e fumar. Outra lesão de importância investigativa é a lesão vascular; na qual a diascopia é a técnica utilizada para a constatação da lesão. O tratamento desta lesão ainda é discutido na literatura. Sua remoção cirúrgica é muitas vezes indicado nos casos com comprometimento estético ou por hipersensibilidade (reações alérgicas), como por exemplo, uma reação liquenoide associada, ou seja, em casos raros de complicações locais ou sistêmicas. Palavras-chave: Tatuagem por amálgama; Diagnóstico diferencial, Lesões Orais. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 132 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA LIPOMA: REVISÃO DE LITERATURA E RELATO DE CASO Vanessa Dias Barboza Munhoz ([email protected]) - (UEM) Elen de Souza Tolentino Lilian Cristina Vessoni Iwaki Mariliani Chicarelli Silva Neli Pieralisi Felipe Correa Michellon Lipoma é uma neoplasia benigna de origem mesenquimal, constituída por uma proliferação de células de tecido adiposo. Apesar de serem considerados os tumores mesenquimais benignos mais frequentemente encontrados no organismo, os lipomas apresentam baixa ocorrência em boca, constituindo somente 1 a 4% das neoplasias bucais benignas. O local do aparelho estomatognático mais envolvido é a mucosa jugal, seguida de soalho de boca, língua, vestíbulo bucal e lábios. Clinicamente, é possível constatar que se trata de uma lesão encapsulada, de crescimento lento, predominantemente assintomática, a qual apresenta aspecto macio à palpação. Também se caracteriza como bem delimitada, de base séssil ou pedunculada, podendo apresentar-se em massa única ou dividida em lóbulos, com localização principalmente em regiões submucosas. Sua superfície apresenta-se plana, sem a presença de áreas de ulceração. Geralmente seu crescimento ocorre de forma limitada, porém em alguns casos pode tomar grandes proporções, causando dificuldades na fonação e na deglutição. A etiologia e a patogenia dessa neoplasia ainda não possuem uma definição clara, porém alguns estudos apontam para uma possível relação com fatores hereditários e endócrinos. Quanto à prevalência da doença, é possível constatar na literatura um maior número de casos em pacientes obesos, apesar de as células adiposas do tumor não serem usadas como fonte energética no metabolismo do organismo, como ocorre em adipócitos normais. Também é evidente um predomínio de casos da neoplasia em pacientes entre a quinta e a sexta décadas de vida, sendo considerada rara em crianças. Ainda quando se tratam de lipomas em cavidade oral e em região maxilofacial, nota-se uma maior ocorrência em indivíduos do gênero masculino. O caso clínico em questão trata-se de uma paciente de 68 anos de idade, leucoderma, encaminhada com uma lesão em região de lábio inferior direito, sendo relatado um crescimento assintomático da mesma por um período de cinco anos. As hipóteses diagnósticas foram o fibroma traumático, lipoma e tumor de glândula salivar menor. A conduta adotada foi a excisão cirúrgica conservadora, por meio da qual obteve-se um nódulo de aproximadamente 2 centímetros, com superfície lisa, recoberta por mucosa íntegra e aspecto levemente amarelado. Apesar de ter sido observado o fato de que a lesão boiava em formol, o diagnóstico conclusivo foi obtido por meio de análise microscópica, através da qual foi constatada a presença de células adiposas, confirmando tratar-se de um lipoma. Palavras-chave: Lipoma; Neoplasias bucais benignas; Tumores mesenquimais benignos. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 133 ESTOMATOLOGIA/RADIOLOGIA AMELOGÊNESE IMPERFEITA: RELATO DE CASO Esthela Maria Pereira Castanheiro ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá (UEM) Elen de Souza Tolentino Lilian Cristina Vessoni Iwaki Mariliani Chicarelli Silva Neli Pieralisi A amelogênese imperfeita é uma anomalia de caráter hereditário que afeta exclusivamente o esmalte dentário, o qual é um tecido mineralizado, de origem ectodérmica, formado pelas células do epitélio interno do órgão do esmalte, recobrindo a coroa dos dentes. Na amelogênese imperfeita os genes especializados na formação deste tecido se encontram mutados, havendo uma deposição inadequada dos cristais de hidroxiapatita, podendo ter retenção excessiva de matéria orgânica, onde o processo da maturação do esmalte será interrompido. Ela ocorre em ambas dentições decídua e permanente. Vale ressaltar que a amelogênese não apresenta manifestações sistêmicas. O presente trabalho tem por objetivo relatar um caso clínico de amelogênese imperfeita em uma paciente do gênero feminino, 7 anos, com queixa principal de sensibilidade e comprometimento da estética dos dentes. Na história familiar, relatou que seu pai teve os seus dentes extraídos precocemente, e tanto ele quanto o irmão apresentavam amelogênese imperfeita. No exame físico intrabucal, foram evidenciadas característica como: dentes decíduos e permanentes com coloração amarelada, presença de grande quantidade de cálculo dental e placa bacteriana, desgaste acentuado, perda de dimensão vertical de oclusão, mordida aberta anterior, alteração na sequência de irrompimento dos dentes permanentes, gengivite e rugosidade superficial dos dentes. Na radiografia panorâmica observou-se reabsorção radicular acentuada de todos os dentes decíduos, que apresentavam aspecto de rugosidade no esmalte. Adicionalmente, o dente 11 não estava irrompido. O tratamento proposto na literatura varia de acordo com o grau de severidade do acometimento do esmalte, tendo, por assim, vários protocolos de tratamento. Além disso, o planejamento e a escolha terapêutica dependem do nível socioeconômico, da gravidade da anomalia estrutural, da idade do paciente e da cooperação do mesmo. No caso em questão o tratamento escolhido visou sanar a queixa principal da paciente: sensibilidade e estética. Desse modo, realizou-se respectivamente a orientação de higiene bucal, profilaxia e a raspagem dos dentes, exodontia nos casos de mobilidade acentuada, recobrimento dos dentes com cimento de ionômero de vidro modificado por resina, restauração do dente 21 (incisivo central superior esquerdo) com resina composta e ulotomia na região do dente 11 (incisivo central superior direito). Os resultados do tratamento observados foram: a redução da sensibilidade dentária, o restabelecimento da função mastigatória e estética e dimensão vertical de oclusão adequada. Ao final dos procedimentos notou-se a satisfação da paciente. Entretanto, caso de amelogênese imperfeita são um desafio para o cirurgião-dentista, considerando as dificuldades quanto à motivação do paciente, manutenção da higiene bucal e a reabilitação. Palavras-chave: Amelogênese imperfeita; hipoplasia de esmalte; diagnóstico ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 134 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA CISTO DENTÍGERO: DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM CLÍNICA Silvia Natalia Souza de Péder ([email protected]) 1Universidade Estadual de Maringá (UEM) Elen de Souza Tolentino Lilian Cristina Vessoni Iwaki Mariliani Chicarelli da Silva Neli Pieralisi Maisa Pereira da Silva O cisto dentígero é definido como um cisto odontogênico de desenvolvimento, que se origina pela separação do folículo que fica ao redor da coroa de um dente não irrompido, sendo a patogênese desconhecida e geralmente completamente assintomático. É o tipo mais comum de cisto odontogênico de desenvolvimento, sendo responsável por cerca de 20% dos casos. Aparece principalmente em indivíduos entre 10 e 30 anos, e com uma leve predileção ao gênero masculino, na grande maioria dos casos, relacionados a terceiro molares, depois a caninos superiores e segundos pré-molares inferiores, raramente envolvendo dentes decíduos. Estes podem atingir tamanhos consideráveis que acarretam em assimetria facial. Radiograficamente, o cisto dentígero mostra tipicamente uma área radiolúcida unilocular associada a coroa de um dente não irrompido, com margem bem definida. Apresenta como características histopatológicas uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso arranjada frouxamente, o revestimento epitelial consiste em duas a quatro camadas de células achatadas não queratinizadas, e a interface entre o epitélio e o conjuntivo é plana. O tratamento usual para um cisto dentigero é a enucleação juntamente com a extração do dente não irrompido, porém, se o irrompimento do dente for considerado possível, este pode ser mantido após remoção parcial da cápsula cística, podendo ser necessário o auxílio do tratamento ortodôntico para o irrompimento. Grandes cistos também podem ser tratados com a marsupialização, permitindo sua descompressão, e resultando na redução do defeito ósseo. O presente trabalho tem como objetivo relatar dois casos clínicos de cisto dentígero. No caso 1, o paciente do gênero masculino, 48 anos, tinha como queixa principal “inchaço na mandíbula”. No exame radiográfico, notou-se uma área radiolúcida unilocular associada à coroa do dente 38 não irrompido, sugestiva de cisto dentígero. Após confirmação do exame histopatológico, o tratamento escolhido foi a marsupialização seguida da enucleação. O caso 2, refere-se ao paciente do gênero masculino, 19 anos, encaminhado pelo ortodontista, que observou radiograficamente a presença sugestiva de um cisto dentígero associado a coroa do dente 47, não irrompido. O tratamento indicado foi a enucleação seguida do tracionamento do dente. Para confirmação do diagnóstico, foi realizado o exame histopatológico. O prognóstico de ambos os casos foram excelentes, sem complicações ou recidivas. Palavras-chave: Cisto Dentígero; Diagnóstico; Tratamento ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 135 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA FIBROMA OSSIFICANTE JUVENIL PSAMOMATOIDE: RELATO DE 2 CASOS CLÍNICOS E REVISÃO DE LITERATURA Lorena Borgognoni Aquaroni ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá (UEM) Elen de Souza Tolentino Ana Regina Casaroto Moreschi Lilian Cristina Vessoni Iwaki Mariliani Chicarelli da Silva Neli Pieralisi O fibroma ossificante juvenil é uma neoplasia fibro-óssea benigna rara, definida como uma variante do fibroma ossificante, diferenciando-se pela idade dos pacientes, sítios de desenvolvimento e comportamento clínico. Dois subgrupos, psamomatoide (componente mineralizado apresentando ossículos esféricos com lamelas concêntricas de formas variadas e centros basofílicos) e trabecular (componente mineralizado contendo cordões irregulares de osteoide altamente celular com osteócitos volumosos e irregulares), foram delineados a partir das diferenças histológicas. Clinicamente, demonstram leve predileção por homens, com idade média de 11 anos (trabecular) e 22 anos (psamomatoide), exibindo predominância na maxila. Radiograficamente, as lesões são radiolúcidas, podendo conter opacificações em “vidro despolido”, bem delimitadas e demonstram falta de continuidade com o osso normal adjacente. O presente trabalho tem como objetivo relatar dois casos clínicos de fibroma ossificante juvenil psamomatoide e revisar a literatura vigente. O caso 1 refere-se a um paciente do gênero masculino, 12 anos, que queixava-se da ausência do segundo molar mandibular permanente. Ao exame intraoral, observou-se discreta expansão da cortical vestibular, ausência de sintomatologia dolorosa, e ao exame tomográfico, uma lesão hipodensa multilocular, com expansão em ambas as corticais, se estendendo da distal do segundo pré-molar à borda anterior do ramo mandibular. Inicialmente, realizou-se uma biópsia incisional e, por meio de análise histopatológica, diagnosticou-se um fibroma ossificante juvenil de padrão psamomatoide. O tratamento escolhido foi ressecção da lesão, sob anestesia geral, seguida de reconstrução com placa de titânio 2,4mm. Em acompanhamento de 12 meses, não se observou recidiva clínica ou radiográfica da presente lesão, iniciando-se o planejamento para colocação de implantes. O caso 2 trata-se de um paciente do gênero masculino, 20 anos, que queixava-se de assimetria facial, apresentando aumento de volume em face há aproximadamente 5 meses, com sintomatologia dolorosa. Ao exame tomográfico observou-se uma lesão osteolítica multilocular em corpo mandibular ao lado direito, com áreas mistas associadas, bem como a presença de dentículos entre o canino e o primeiro pré-molar. Realizou-se inicialmente biópsia incisional, e com base no exame histopatológico subsequente, o diagnóstico final foi de fibroma ossificante juvenil psamomatoide e odontoma composto. Para o presente caso, o planejamento terapêutico foi realizado, entretanto não pode ser executado, pois o paciente não compareceu às consultas subsequentes. Palavras-chave: Fibroma Ossificante Juvenil, Diagnóstico, Tratamento ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 136 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA TUMOR ODONTOGÊNICO QUERATOCÍSTICO: RELATO DE CASO E CONSIDERAÇÕES CLÍNICO-IMAGINOLÓGICAS Irma Milena Menck Romanichen ([email protected]) - (UEM) Elen de Souza Tolentino Caroline Resquetti Luppi Lilian Cristina Vessoni Iwaki Mariliani Chicarelli Silva Neli Pieralisi O tumor odontogênico queratocístico (TOQ) merece consideração especial devido às suas características histopatológicas e comportamento clínico específicos. Há uma concordância geral de que o TOQ surge a partir dos restos celulares da lâmina dental. Seu crescimento pode estar relacionado a fatores desconhecidos, inerentes ao próprio epitélio ou à atividade enzimática na parede cística. Na última classificação dos tumores odontogênicos feita pela OMS (2005), essa lesão, que anteriormente era classificada como um cisto odontogênico de desenvolvimento, foi reclassificada como um tumor odontogênico. Os argumentos para apoiar tal alteração de nomenclatura se baseiam, em grande parte, em estudos que mostraram certas alterações genéticas moleculares que estão também presentes em algumas neoplasias. Os TOQs podem ser encontrados em pacientes com idade variável, desde a infância até a velhice, mas cerca de 60% de todos os casos são diagnosticados em pessoas entre 10 e 40 anos. Há uma leve preferência por homens. Os TOQs tendem a crescer em uma direção ântero-posterior, dentro da cavidade medular do osso, sem causar expansão óssea óbvia. Radiograficamente, as lesões podem se apresentar sob um aspecto unilocular ou multilocular devido ao seu tamanho. Com isso, a maior parte exibe imagens radiolúcidas uniloculares bem definidas associadas à coroa de um dente, o que pode gerar dúvidas quanto ao diagnóstico diferencial. O objetivo desse trabalho é relatar um caso de um paciente do gênero feminino, leucoderma, 29 anos, que apresentou a mucosa ao redor do dente 38 inflamada. Na radiografia panorâmica foi possível observar uma imagem radiolúcida unilocular, bem delimitada por um halo radiopaco, de aproximadamente 3cm, se estendendo da distal do dente 38 até o ramo mandibular. Solicitou-se tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) para melhor investigação da extensão da lesão (anteroposterior) bem como o envolvimento da cortical vestibular e lingual e investigar ainda o envolvimento do dente 38. Na imagem tomográfica, em reconstrução axial, foi possível observar uma imagem hipodensa, unilocular, medindo 3cm em seu maior diâmetro, localizada em mandíbula ao lado esquerdo, gerando discreto abaulamento da cortical vestibular, e solução de continuidade da tábua óssea lingual. A hipótese diagnóstica foi de TOQ. Sendo assim foi realizada uma punção aspirativa na área, sendo esta positiva com líquido sanguinolento associado a material de aspecto caseoso. Optou-se pela marsupialização da lesão e a exodontia do 38. O material foi enviado para exame histopatológico, que evidenciou um epitélio constituído de poucas camadas, com a camada basal em paliçada e a camada córnea paraqueratinizada e corrugada, fechando o diagnóstico de TOQ. O paciente encontra-se em acompanhamento pós-operatório no qual os exames de imagens mostram uma neoformação óssea satisfatória, sem sinais de recidiva da lesão. Palavras-chave: Tumor dontogênico queratocístico; Tomografia computadorizada de feixe cônico; Diagnóstico ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 137 Radiologia/ Estomatologia/ Patologia CISTO ÓSSEO SIMPLES EM MANDÍBULA COM CARACTERÍSTICAS ATÍPICAS: RELATO DE CASO Nayra Kawana Turini ([email protected]) Universidade Estadual de Londrina Ligia Pozzobon Martins Bruna Barcelos Ferreira o-Autor: Nathália Nihay Pimenta Fukushima Denise da Rosa Furtado Cecília Luiz Pereira Stabile O cisto ósseo simples, também denominado como cisto ósseo hemorrágico, solitário ou traumático, é uma lesão não-neoplásica, que corresponde a aproximadamente 1% dos cisto maxilares. A literatura mostra uma maior ocorrência em pacientes do gênero masculino, geralmente na segunda década de vida, sendo raro os relatos em crianças com menos de 5 anos de idade. Geralmente acomete a mandíbula, em região de corpo e sínfise. Pelo fato de dificilmente produzir sintomas, é descoberto apenas em exames radiográficos de rotina, mostrando-se como uma imagem radiolúcida unilocular bem definida. Sua etiologia e patogênese ainda não são conhecidas, sendo o trauma local considerado como um dos possíveis fatores para o seu surgimento. O objetivo deste trabalho é relatar o caso clínico da paciente B.S.M., gênero feminino, leucoderma de 15 anos. A mesma foi encaminhada ao Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco–Maxilo–Facial da Universidade Estadual de Londrina para a avaliação e conduta quanto à presença de uma lesão em mandíbula, que foi evidenciada após a realização de exame radiográfico e de tomografia computadorizada. Clinicamente a paciente encontrava-se assintomática para dor, com a presença de um abaulamento na região de fundo de sulco mandibular direito firme à palpação e ausência de secreção ou fístula associada. Ao exame tomográfico, foi possível observar a imagem de uma cavidade cística, multilocular, com limites indefinidos, estendendo-se desde a região vestibular do dente 47 até região apical do 42, causando uma expansão na cortical óssea vestibular e o deslocamento da raiz do dente 44 para mesial, além de apresentar um íntimo contato com o canal mandibular. A paciente foi submetida a uma biópsia excisional, estando sob anestesia local, em um ambiente ambulatorial. Foram observadas durante o procedimento fenestrações ósseas e a ausência de uma cápsula cística. Além disso, foi coletada uma amostra do osso cortical vestibular para posteriormente realizar de análise histopatológica, cujo resultado obtido com o exame foi cisto ósseo simples. Conclui-se então que o conhecimento a cerca das patologias bucais e o uso dos exames complementares associados ao exame histopatológico, são imprescindíveis para a prática cirúrgica, possibilitando assim um correto diagnóstico e consequentemente um tratamento adequado. Palavras-chave: cistos maxilomandibulares, cistos não-odontogênicos, cistos ósseos. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 138 ESTOMATOLOGIA QUERATOCISTO: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO Nathália Nihay Pimenta Fukushima ([email protected]); Universidade Estadual de Londrina – UEL Antonio Carrilho Neto Nayra Kawana Turini Jessica Ayumi Kabuti Juliana Squizatto Leite André Tomazini de Sá O Queratocisto Odontogênico é um cisto de desenvolvimento, acomete principalmente região posterior e ramo ascendente de mandíbula, possui predileção pelo gênero masculino; pode manifestar sintomas de dor e sinais de edema causando assimetria facial e comprometimentos neurológicos em casos mais avançados. Radiograficamente apresenta-se como imagem radiolucida bem delimitada, sendo o padrão unilocular predominante sobre o multilocular. Apesar do crescimento lento e contínuo, o Queratocisto chama a atenção por ser agressivo, altamente recidivante e de natureza neoplásica, sendo considerado atualmente como Tumor Odontogênico Queratocístico (TOQ). Apresenta diagnóstico diferencial Ameloblastoma, Cisto Residual, Mixoma, Cisto Dentígero, Cisto Periodontal Lateral. O diagnóstico definitivo é dado através da biópsia e histologicamente apresenta epitélio estratificado pavimentoso composto por seis a dez camadas de células apresentando paraqueratina e ou ortoparaqueratina com a camada de células basais em paliçadas. A técnica mais utilizada para o tratamento do TOQ é o procedimento cirúrgico, sendo mais indicado a marsupialização como tratamento inicial para lesões mais extensas e a enucleação da lesão em casos menores. O presente trabalho tem como objetivo apresentar caso clínico onde o paciente L. C. S., 47 anos, leucoderma, edêntula bimaxilar, sem comprometimento sistêmico, compareceu ao Pronto Socorro Odontológico 24h da Universidade Estadual de Londrina, apresentando edema em região mentoniana. Durante exame clínico paciente relatou ter percebido o aumento de volume nas últimas duas semanas e com presença de dor à palpação. O exame radiográfico panorâmico apresentou imagem radiolúcida, circunscrita com bordas radiopacas bem delimitadas em região de sínfise e parassínfise de aproximadamente 6 centímetros em sua maior extensão, sugestiva de lesão cística. Foi realizado inicialmente a punção observando a presença de líquido cístico, de coloração amarelada, turva e viscoso. Biópsia incisional, descompressão da cavidade através da técnica de marsupialização utilizando dreno de Foley suturado junto à mucosa. Durante irrigação da cavidade com soro fisiológico foi observado fragmentos de massa amolecida, esbranquiçada, sugestivo de queratina. A dieta foi restringida a alimentação mais pastosa e não muito quente, orientação para irrigar a cavidade depois das refeições e não usar a prótese total. Paciente ainda em proservação. O Tumor Odontogênico Queracístico deve ser acompanhado com atenção pelo cirurgião dentista e exige longos períodos de proservação por apresentar características agressivas e alta taxa de recidivas. Palavras-chave: Queratocisto Odontogênico; Tumor Querotocístio Odontogênico; Acompanhemento. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 139 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA CISTO PARADENTÁRIO, UMA LOCALIZAÇÃO INCOMUM – RELATO DE CASO Karyn Sabrina Marinho Umbelino ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Liogi Iwaki Filho Amanda Lury Yamashita Lilian Cristina Vessoni Iwaki Rodrigo Lorenzi Poluha O cisto paradentário é um cisto odontogênico inflamatório incomum, possivelmente originado de remanescentes do epitélio reduzido do órgão do esmalte ou de restos epiteliais no periodonto. Radiograficamente se observa uma lesão radiolúcida bem delimitada adjacente a dentes semi-inclusos, usualmente localizada distalmente a estes e acomete em geral a região de trígono retromolar associado a terceiros molares semi-inclusos com história de pericoronarite prévia. No entanto, o presente trabalho traz o caso de um cisto paradentário de localização incomum. Paciente do gênero feminino, 13 anos de idade, procurou atendimento no Projeto de Lesões Bucais do Departamento de Odontologia de Maringá (LEBU), com a queixa principal de lesão na mandíbula, notada em exame de rotina para planejamento e instalação de aparelho ortodôntico. Não apresentava alterações nos exames físicos intra e extrabucais e relatava ser assintomático. No exame radiográfico panorâmico que o paciente havia feito, observou-se área radiolúcida (não muito marcada), bem delimitada associada ao dente 45 que apresentava-se hígido. A região era dura a palpação sem alterações de volume no local e a mucosa tinha aspecto normal. Optou-se por solicitar tomografia do feixe cônico (cone beam) e com esta, pode-se notar uma área radiolúcida medindo cerca de 2 cm em seu maior diâmetro, localizado na face vestibular do dente citado anteriormente, causando um deslocamento da porção apical da raiz para lingual e a radiografia também sugeria que o lúmem da lesão se comunicava com a região periodontal. Baseado nestes achados radiográficos, a principal hipótese diagnóstica foi de cisto paradentário, não descartando outras lesões nas hipóteses de diagnóstico como cisto periodontal apical, tumor odontogênico queratocisto, fibroma odontogênico, mixoma, ameloblastoma, lesão central de células gigantes. A proposta de tratamento foi realizar um cirurgia exploratória com finalidade de diagnóstico.O procedimento foi realizado sob anestesia local e durante o procedimento, observou-se que tratava-se de lesão cística, que comunicava-se com a região periodontal cervical do dente 45 com drenagem de secreção fluida. A tábua vestibular estava intacta e após ostectomia encontrou-se uma cápsula cística consistente e espessa, sugerindo cisto inflamatório, que foi facilmente descolado da cavidade óssea mostrando que não havia nenhuma relação com a região apical do dente envolvido, cuja raíz havia sido deslocada para lingual. O material foi encaminhado para exame histopatológico que confirmou o diagnóstico de cisto inflamatório. A paciente foi mantido em controle e após 8 meses a região havia cicatrizado completamente e a paciente foi liberada para iniciar tratamento ortodôntico. Palavras-chave: Cisto odontogênico inflamatório; Cisto paradentário; Lesão radiolúcida. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 140 ESTOMATOLOGIA O PROTOCOLO DELANIAN COMO ALTERNATIVA DE TRATAMENTO NA OSTEORRADIONECROSE Gissela de Souza Biguetti ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Neli Pieralisi Gustavo Jacobucci Farah Elen de Souza Tolentino Lilian Cristina Vessoni Iwaki Mariliani Chicarelli da Silva O caráter maligno de uma neoplasia é denominado de “câncer” (Ca). O Ca é caracterizado por uma proliferação descontrolada e desordenada de células que passam a invadir os tecidos e órgãos adjacentes. Quando atingem a circulação linfática ou sanguínea, essas células acabam por se disseminarem para outras regiões do organismo, processo esse chamado de metástase. Portanto, faz-se necessário instituir o tratamento do Ca o mais precoce possível, existindo três opções para esse quadro: cirurgia, radioterapia e quimioterapia, aplicadas em conjunto ou isoladamente. Mas são os efeitos adversos da radioterapia instituída no tratamento do Ca de cabeça e pescoço que interferem de forma significativa na qualidade de vida de seus portadores e seus familiares. Entre estes efeitos adversos, está o risco bem consolidado da osteorradionecrose (ORN) após exodontias. Visto o eminente risco de ocorrer a ORN, ao finalizar a terapia de radiação, são muitas as divergências quanto ao momento apropriado para execução de qualquer procedimento cirúrgico, mesmo que de pequena extensão. Deste modo, o presente estudo objetivou expor a viabilidade de exodontia pós-radioterápica associada à prevenção da ORN, empregando-se o protocolo PENTOCLO proposto pela Dra Delanian, Para tanto, foram levantados artigos dos últimos 15 anos, empregando-se as Palavras-chave: “exodontia”, “radioterapia” e “osteorradionecrose”, sendo selecionados 16 artigos. O protocolo PENTOCLO, composto por doses associadas de vitamina E, pentoxifilina e clodronato, é o mais citado. Ele apresentou os maiores benefícios na cicatrização e na recuperação de feridas, mostrando-se efetivo e bem-sucedido por mais de uma década. Alguns estudos procuraram analisar o intervalo de tempo ideal, após o tratamento radioterápico, para que se realizasse um procedimento cirúrgico. Observou-se uma grande variabilidade dos resultados, alguns autores indicaram ser apropriado após três meses da radioterapia, enquanto outros afirmaram ser cinco anos ou disseram não haver um período um período seguro para a intervenção. Pôde-se concluir, então, que a exodontia após radioterapia é viável, desde que sejam adotados alguns cuidados, como os descritos pelo protocolo PENTOCLO. No entanto, ainda não houve uma definição do tempo ideal para o tratamento, o que nos mostra que são necessários mais estudos acerca do tema, A melhor opção é a prevenção da ORN nesses pacientes, ou seja, orientações de higiene e sanar todos os problemas bucais previamente à radioterapia. Palavras-chave: osteorradionecrose, câncer bucal, Delanian. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 141 Radiologia/Estomatologia/Patologia DOENÇA RENAL CRÔNICA: O CIRURGIÃO DENTISTA E A ANEMIA Carolini Gimenez Capaci ([email protected]) - (UEM) Neli Pieralisi Mariliani Chicarelli Vanessa Veltrini Marcelly Christoffoli A Doença Renal Crônica (DRC) assumiu, nos últimos anos, a condição de problema de saúde pública em virtude do aumento da prevalência que atinge 10% da população mundial. No Brasil, os dados indicam que 100 mil pessoas fazem diálise. A DRC é definida como alterações na taxa de filtração glomerular e/ou presença de lesão parenquimatosa mantidas por pelo menos três meses. Nesse contexto, atualmente, a DRC é classificada em 5 estágios, baseada na presença de afecções renais e na taxa de filtração glomerular (TFG). A TGF é uma medida do nível da função renal, no qual pessoas no estágio 5 apresentam TFG menor que 15% e isso implica em falência renal, passando a necessitar da terapia de substituição da função renal através da diálise ou do transplante renal. Os principais desfechos nos pacientes com DRC, decorrentes dessa perda da funcional renal, são suas complicações sistêmicas, como a acidose metabólica, alteração do metabolismo de cálcio e fósforo, desnutrição e a anemia. A anemia na DRC é comum e está associada com morbidade e mortalidade significativas. Esses efeitos podem exigir do cirurgião dentista a habilidade conduzir o paciente portador da DRC durante o tratamento odontológico. Desta forma, o objetivo deste trabalho é abordar a importância do diagnóstico de anemia em pacientes DRC, a fim de expor seus efeitos no paciente e sua repercussão na abordagem odontológica nesse paciente. Em vista disso, foram realizadas pesquisas nos registros de dados PUBMED, 2011- 2016, utilizando os termos “Anemia”, “chronic kidney disease” e “Dentistry”. A maioria das pessoas com algum nível de insuficiência renal desenvolve anemia, podendo acontecer já no início do desenvolvimento da deficiência da função renal e piorar à medida que a doença progride. A anemia é uma das complicações mais frequentes e precoces no curso da DRC e ocorre quando os níveis de hemoglobina são inferiores a 13,0 g/dL, no homem, ou a 12,0 g/dL na mulher. A anemia se associa com evolução adversa da DRC, incluindo hospitalização, doença cardiovascular, mortalidade e diminuição da qualidade de vida dos pacientes. A principal causa de anemia na DRC é a deficiência de produção do hormônio eritropoietina pelos rins rim e pode ser parcialmente corrigida com agentes estimuladores da eritropoiese. O diagnóstico preciso e a abordagem terapêutica precoce são cruciais para que os conhecidos efeitos deletérios da anemia sobre os sistemas cardiovascular e nervoso e, talvez, sobre a progressão da doença renal possam ser prevenidos. Os cuidados odontológicos nesses pacientes podem ser complexos devido à condição da função renal inadequada bem como da presença da anemia como condição patológica secundária a DRC. Os achados bucais mais frequentes devido a condição anêmica paciente são: palidez da mucosa, hipoplasia de esmalte, mal oclusões e alterações radiográficas. Diante disso, faz-se importante a manutenção da saúde bucal adequada desse paciente, além de tratar efetivamente qualquer tipo de infecção local existente, minimizando o risco de infecções sistêmicas correlatas, utilizando-se o regime profilático e preventivo. Palavras-chave: Anemia, Doença renal crônica, Odontologia ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 142 Radiologia/Estomatologia/Patologia O CIRURGIÃO DENTISTA E A INTER-RELAÇÃO ENTRE A DOENÇA RENAL CRÔNICA E A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Marcelly Tupan Christoffoli ([email protected]) - (UEM) Nelí Pieralisi Lílian Cristina Vessoni Iwaki Mayra S. Soda Graziano Jaqueline Forestieri Bolonhez Diogo Henrique Nakaie A doença renal crônica (DRC) consiste em uma lesão renal e/ou perda progressiva e irreversível da função dos rins. Dentre as principais funções deste órgão, encontra-se a filtração do sangue, através da eliminação de produtos finais do metabolismo orgânico (ureia, creatinina e ácido úrico) e o controle das concentrações de água e da maioria dos constituintes dos líquidos do organismo, tais como sódio, potássio, cloro, bicarbonato e fosfatos. A DRC atinge 10% da população mundial e afeta pessoas de todas as idades e etnias. A estimativa é que a enfermidade afete um em cada cinco homens e uma em cada quatro mulheres, com idade entre 65 e 74 anos, sendo que metade da população sofre com algum grau da doença, a partir dos 75 anos. A DRC é dividida em seis estágios funcionais, de acordo com o grau de comprometimento da função renal do paciente. No grau 0, o paciente apresenta função renal normal, com ausência de lesão. No paciente classificado como grau 1, observa-se lesão, mas a função renal é normal. Já nos graus 2 e 3, o paciente apresenta insuficiência renal leve e moderada, respectivamente. No grau 4, observa-se insuficiência severa e, no grau 5, passa-se para um estado de insuficiência renal terminal. Uma consequência importante da DRC é a influência que ela possui sobre a atividade cardíaca do indivíduo. Com a evolução da doença renal, pode ocorrer anemia, edema, piora do controle da pressão arterial, desnutrição e elevação dos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue; sendo que esses fatores também são característicos da doença cardíaca. A associação das doenças do rim e do coração se estabelece, principalmente, porque os problemas que frequentemente comprometem a função renal, tais como a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, também, afetam o coração. Assim, questiona-se como o Cirurgião Dentista poderia atuar na prevenção desta associação. Este profissional tem ação fundamental, realizando a anamnese corretamente, tanto sobre o quadro renal, quanto sobre o cardíaco dos pacientes, e no manejo apropriado dos mesmos. Porém, para o profissional odontológico, pouco se aborda sobre a interação desses dois quadros sistêmicos. Nesta perspectiva, o presente trabalho busca realizar uma revisão da literatura expondo a inter-relação da DRC com as doenças cardiovasculares e o papel do Cirurgião Dentista na identificação destas enfermidades. Palavras-chave: Doença Renal Crônica, Atividade Cardíaca, Anamnese ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 143 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA A TÉCNICA RADIOTERÁPICA EM NEOPLASIAS MALIGNAS DE CABEÇA E PESCOÇO Mailon Cury Carneiro ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Neli Pieralisi Elen de Souza Tolentino Lílian Cristina Vessoni Iwaki Mariliani Chicarelli Fernanda Angelio da Costa O câncer vem aumentando demasiadamente nos últimos anos. Estima-se que, a cada ano, são diagnosticados 500 mil novos casos de câncer, sendo destes, 14 mil relacionados à região de cabeça e pescoço. Um de seus métodos terapêuticos é a radioterapia (Rad), capaz de destruir as células tumorais a partir da ação de feixes de radiações ionizantes. A técnica radioterápica é utilizada em torno de 60% dos casos de câncer, em pelo menos uma fase do plano terapêutico. A Rad é aplicada de forma isolada ou associada a outro tratamento oncológico, como cirurgia e/ou quimioterapia, para assegurar uma curabilidade ou um efeito paliativo adequado. Apesar da sua importância, a técnica radioterápica é pouco conhecida pelo cirurgião dentista, havendo a necessidade de compreendê-la para estar apto ao atendimento de pacientes portadores de câncer. O objetivo deste trabalho é abordar a técnica de Rad de câncer de cabeça e pescoço, expondo os seus tipos, as vantagens e desvantagens, as repercussões sistêmicas e bucais, o cuidado que se deve ter para conduzir o paciente radioterápico. Foi realizada uma revisão de literatura sobre o tema, a partir da seleção de publicados na base de dados PUBMED, nos últimos cinco anos, utilizando os termos “radiotherapy“, “head and neck neoplasms” e “surgical equipments”. O efeito terapêutico da Rad é praticamente restrito à área irradiada, sendo eficaz no tratamento de tumores localizados. Entretanto, pode ser igualmente indicada em casos de tumores disseminados para controle local de uma ou mais lesões tumorais. Existem alguns tipos de Rad: teleterapia - Rad convencional (2D), Rad conformada ou tridimensional (3D) e a Rad com modulação da intensidade do feixe (IMRT) - braquiterapia e radiocirurgia. Para tanto, uma dose pré-calculada de radiação é aplicada a um volume de tecido, que engloba o tumor, por um determinado tempo. A repercussão dessa aplicação deverá ser de menor dano possível às células normais dos tecidos sadios circunvizinhos, à custa das quais se fará a regeneração da área irradiada. Entretanto, são muitas as consequências adversas do tratamento radioterápico na região de cabeça e pescoço, dentre as principais podendo-se citar a xerostomia, osteorradionecrose, mucosite e a candidose. Entre as técnicas de Rad, a que menor produz efeitos adversos é a IMRT, sendo muito utilizada em casos de tumores de cabeça e pescoço, com o intuito de minimizar sequelas como xerostomia. Entretanto, seu custo é elevado e pouco disponível, ainda, fazendo com que o cirurgião dentista tenha que ter os devidos cuidados no atendimento do paciente portador de câncer de cabeça e pescoço que se submeteu a Rad convencional. Diante da importância e das sequelas da Rad para tratamento dos portadores de câncer de cabeça e pescoço, o profissional de Odontologia possui um papel fundamental no atendimento ao paciente radioterápico, sendo sua participação indispensável à melhoria de qualidade de vida deste grupo. Palavras-chave: Radioterapia; Técnicas; Neoplasias de cabeça e pescoço. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 144 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA MUCOSITE ORAL PÓS QUIMIOTERAPIA Igor Henrique Silva Pinheiro ([email protected]) Centro Universitário de Maringá – UniCesumar Elen de Souza Tolentino Gustavo Zanna Ferreira Ana Carolina Caio Passoni A mucosite oral é definida como uma complexa interação entre tecido epitelial e submucosa oral, decorrente do tratamento radio e/ou quimioterápico para o câncer. Clinicamente é caracterizada por ulcerações na mucosa oral, que podem ser identificadas em cinco fases de desenvolvimento quando associada à quimioterapia: 1) fase de iniciação, onde ocorre a formação de radicais livres iniciados pelos medicamentos quimioterápicos; 2) fase de geração de mensagem, onde mediadores da inflamação tornam a mucosa eritematosa e com edemas; 3) fase de sinalização, onde ocorre um aumento da lesão tecidual e celular, geralmente cinco dias após o início da quimioterapia; 4) fase de amplificação de ulceração, onde o paciente mais sofre com a mucosite oral, visto que as ulcerações dolorosas dificultam fala, alimentação e deglutição, sendo que as infecções fúngicas e bacterianas também podem aparecer; 5) fase de cura, onde os tecidos de granulação surgem e tecidos necróticos são eliminados, com formação de novos tecidos. A mucosite oral é uma das principais causas de morbidade em pacientes submetidos a tratamento antineoplásico acarretando em diversas complicações que vão desde ao aumento dos custos com o tratamento, dificuldades na fala e deglutição e até a interrupção do tratamento. A mucosite oral ocorre em cerca de 90% dos pacientes que recebem quimioradioterapia de forma recorrente e em cerca de 40% nos pacientes submetidos à dose padrão. Alguns pacientes até desistem do tratamento contra o câncer em virtude das complicações e dificuldades causadas pelo surgimento da mucosite oral. Nesse sentido, o cirurgião-dentista, desde que bem capacitado, pode atuar no tratamento da mucosite oral e dessa forma melhorar a qualidade de vida do paciente durante o tratamento antineoplásico. Por isso a importância de se conhecer as formas de tratamento que vem sendo propostas e quais as mais eficientes devem ser enfatizadas. O objetivo desde trabalho é realizar uma revisão bibliográfica contemplando os principais aspectos da mucosite oral e os tratamentos que estão sendo utilizados atualmente. Cuidados básicos de higiene, crioterapia, laserterapia, uso de enxaguatórios bucais, uso de soluções salinas e tratamento farmacológico com palifermina estão constituem algumas das alternativas, apresentando resultados positivos, porém, nenhum destes tratamentos é instituído como padrão. Palavras-chave: Mucosite oral, Quimioterapia, Câncer ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 145 Radiologia/Estomatologia/Patologia A TÉCNICA DA QUIMIOTERAPIA COMO FERRAMENTA PARA O CIRURGIÃO DENTISTA NOS CUIDADOS AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS Fernanda Angelio da Costa ( [email protected]) - (UEM) Neli Pieralisi Kaellipy Oliveira de Souza Andressa Bolognesi Bachesk Mailon Cury Carneiro Mariliani Chicarelli Estima-se que, a cada ano, são diagnosticados 500 mil novos casos de neoplasias malignas e, dentre estes, 14 mil ocorrem na cavidade bucal. A quimioterapia está entre as alternativas terapêuticas para essa patologia, com a finalidade de destruir ou inibir o crescimento e proliferação das células cancerígenas. A Q pode ser aplicada isoladamente ou combinada à outros procedimentos, como a radioterapia e a cirurgia. Essa técnica é considerada um importante método, uma vez que, diferente da cirurgia e da radioterapia, atua de forma sistêmica, isto é, em todo o corpo, isto porque são injetados no paciente agentes químicos denominados “quimioterápicos”. Importante na presença de metástases, quando o câncer se encontra disseminado e, muitas vezes, a Q passa a ser uma das melhores formas de tratamento. No entanto, a técnica da Q é pouco conhecida do cirurgião dentista, o qual deveria compreendê-la para que esteja apto a atender os pacientes oncológicos que a utilizam, o que se encontram em ascensão epidemiológica. De tal modo, o objetivo deste trabalho é expor a técnica de quimioterapia realizada nos pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço, bem como abordar suas modalidades e resultados, para que o cirurgião dentista saiba abordar tais pacientes. Assim, fez-se uma revisão de literatura dos últimos cinco anos nas bases PubMed-Medline, Lilacs e Scielo, cruzando palavras ‘’chemotherapy’’, ‘’treatment’’, ‘’technique’’ e ‘’care’’ no qual se obteve seis artigos que abrangiam o tema proposto. Tais estudos demonstram que a escolha do plano do tratamento quimioterápico se dá através das características do tumor e seu estadiamento, além das condições gerais do paciente, quer sejam elas físicas ou, até mesmo, psicológicas. Existem quatro tipos de quimioterapia, caracterizadas por suas respectivas finalidades: curativa, paliativa, adjuvante e neoadjuvante. Para atingir suas respectivas metas, são adotados diferentes agentes quimioterápicos cujas doses e tempo de aplicação são variáveis de acordo com o perfil de cada paciente e tumor. Ademais, a Q pode ser realizada em ambiente hospitalar ou ambulatório, de acordo com as vias de administração escolhida para os quimioterápicos. Este tratamento proporciona aumento de sobrevida em muitos pacientes e não limita as atividades sociais do indivíduo. Entretanto, por ser sistêmica, alguns dos quimioterápicos produzem alguns efeitos adversos, que podem vir a influenciar a cavidade bucal, bem como exigir que o cirurgião dentista tome alguns cuidados no manejo desses pacientes. Portanto, diante das condições clínicas especiais dos portadores de neoplasias malignas sob quimioterapia, é importante que o cirurgião dentista tome ciência de como atuar frente as elas, para o sucesso do atendimento odontológico desses pacientes. Palavras-chave: Quimioterapia; Tratamento; Técnica quimioterápica. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 146 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA ALTERAÇÕES NO PALADAR DE PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA Sabrina Noguti Silva ([email protected]) - (UEM) Nelí Pieralisi Flávia Matarazzo Martins Letícia Boaventura Sá Ponhozi Mayra S. Soda Graziano Ana Carolina Guimarães Alves Várias condições médicas podem afetar a saúde bucal de pacientes. Com os avanços no tratamento médico e as taxas de sobrevivência melhoradas para muitas doenças, pode-se esperar dos dentistas o tratamento de um número crescente de pacientes com condições médicas complexas. Em particular, a prevalência da doença renal crônica (DRC) é crescente no mundo. A DRC consiste na lesão renal e perda progressiva e irreversível da função dos orgãos, refletindo na impossibilidade de manutenção da normalidade interna do organismo quando atinge uma fase avançada. Em decorrência, o paciente renal crônico apresenta, além de mudanças sistêmicas, manifestações bucais específicas. Dentre elas, encontram-se alterações periodontais e dentais, lesões na mucosa, a xerostomia e, também, alterações no paladar ou disgeusia. Disgeusia é a distorção ou diminuição do senso do paladar e está associada a deficiência de zinco e alguns medicamentos para hipertensão ou contra a ansiedade. Estudos demonstram que 10% dos pacientes com DRC apresentam alterações no paladar e, apesar de não serem exclusivas da DRC, questiona-se se tais sintomas poderiam sugerir ao Cirurgião Dentista uma provável DRC não diagnosticada. Diante disso, este estudo tem como objetivo mostrar quais e como são as alterações no paladar que os pacientes com DRC apresentam, salientar a importância do conhecimento dos sinais e sintomas destas alterações como provável indicação de encaminhamento ao nefrologista, e o que pode ser feito para minimizar o efeito desses sintomas. Desta forma, foi realizada uma busca de dados no PubMed com as palavras-chave “chronic kidney diseases”, “taste disorder”, “disgeusia” e “uremia/complications”. De acordo com os achados na literatura, as alterações no paladar mais frequentes são: a hipogeusia (diminuição da percepção gustativa), ageusia (perda da percepção gustativa) e o gosto metálico. Essas alterações estão relacionadas com os distúrbios que ocorrem no organismo dos pacientes com DRC associados aos resíduos do metabolismo, medicamentos administrados pelos mesmos, alimentação restrita e fluxo salivar diminuído. Altos níveis de ureia, de dimetil e trimetil aminas, e baixo nível de zinco pode estar associado a percepção do paladar diminuída em pacientes urêmicos. Estes relatam não sentir o gosto dos alimentos, ou então, sentir um sabor de metal durante as refeições, levando à perda do apetite. Estudos apontam o controle da doença associada à disgeusia, uma dieta balanceada e o uso de chicletes sem açúcar para estimular o fluxo salivar como um conjunto de atividades que auxiliariam no tratamento da disgeusia e/ou alteração do paladar. Por isso, a alteração de paladar não deve ser negligenciada pelo cirurgião dentista e uma abordagem multiprofissional com médicos, nutricionistas seria de extrema importância, para juntos conseguirem minimizar os efeitos que a doença renal crônica pode provocar nos pacientes e assim, garantir uma melhor qualidade de vida aos mesmos. Palavras-chave: Doença renal crônica; Cirurgião Dentista e Disgeusia ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 147 PATOLOGIA OSTEONECROSE ASSOCIADA AO USO DE BIFOSFONATOS: COMO DIRECIONAR O PROTOCOLO DE ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO. nicole Lonni Nascimento ([email protected]) Universidade Estadual de Londrina (UEL) Antonio Carrilho Neto Mayara Manço Albertin A osteonecrose associada ao uso de bifosfonados (OAB) consiste na exposição óssea sem vitalidade, apresenta tecidos moles circundantes eritematosos e edemaciados, e na maioria dos casos são assintomáticos. Essa patologia foi relatada pela primeira vez em 2003 com o intuito de informar a comunidade médica e odontológica das possíveis complicações advindas da realização de procedimentos em pacientes que fazem uso de bifosfonatos. Os bifosfonatos são uma classe de medicamentos sintéticos análogos ao pirofosfato inorgânico, com dois grupamentos fosfato em sua estrutura que são usados para tratar osteoporose, metástases ósseas malignas, doença de Paget entre outras patologias. O mecanismo de ação desses medicamentos em nível celular ocorre através da inibição do recrutamento de osteoclastos via osteoblastos (chamada via indireta) ou através da inativação da atividade osteoclástica na superfície óssea (via direta). Outra propriedade dos bifosfonatos é a de inibir a função das células endoteliais aumentando a apoptose celular e diminuindo a neoformação de vasos sanguíneos. Essas alterações diminuem o turn-over ósseo e consequentemente a renovação das células constituintes deste tecido. O aparecimento das lesões ósseas necróticas está diretamente relacionado a potencia e a via de administração dos bifosfonatos, sendo os pacientes sujeitos a tratamentos intravenosos mais suscetíveis a OAB que os pacientes submetidos ao tratamento via oral. A incidência da OAB nos ossos maxilares é alta e tem sido atribuída a incapacidade do osso hipodinâmico e hipovascular em suprir o aumento da demanda celular e vascular necessária para reparo e/ou remodelação óssea; causada por estresse fisiológico, iatrogenia ou processos infecciosos. Fatores coexistentes como diabetes mellitus, radioterapia, doença vascular periférica, síndromes de viscosidade e uso de medicamentos com propriedades antiangiogênicas também aumentam a incidência da OAB. Em 60% dos casos o aparecimento das lesões ocorre depois de um procedimento cirúrgico, como exodontias e colocação de implantes, deixando claro que existe a necessidade de uma mudança no protocolo de atendimento para que o risco de desenvolvimento da osteonecrose seja diminuído. O tratamento da OAB ainda é muito complexo e com diferentes protocolos terapêuticos e variáveis índices de sucesso, por isso, o cirurgião dentista deve priorizar a prevenção da doença já que a maioria das lesões é desencadeada por algum fator traumático. Palavras-chave: osteonecrose, bifosfonatos, protocolo de atendimento ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 148 Radiologia/Estomatologia/Patologia ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO AO PACIENTE QUIMIOTERÁPICO Kaellipy Oliveira de Souza ([email protected]) - (UEM) Neli Pieralisi Vanessa Veltrini Edevaldo Tadeu Camarini Ângelo José Pavan Nair Narumi Pavan O câncer se desenvolve pelo crescimento descontrolado das células neoplásicas, afetando qualquer parte do corpo humano e podendo metastizar para os tecidos circunvizinhos de diversos órgãos. Infelizmente, esta neoplasia vem crescendo entre a população tanto no Brasil, quanto no mundo. Com o objetivo de bloquear a evolução da doença, existem vários tipos de tratamentos como cirurgia, radioterapia e quimioterapia. O termo quimioterapia refere-se ao tratamento de doenças por substâncias químicas que afetam o funcionamento celular. A quimioterapia antineoplásica envolve o uso de drogas citostáticos ou citotóxicos, que tem a finalidade de evitar a proliferação das células tumorais. No entanto, este método de tratamento possui falta de seletividade celular, pois não atua apenas nas células tumorais e, dessa forma, a cavidade bucal acaba tornando-se muito suscetível aos seus efeitos tóxicos. Devido à complexidade de um tratamento oncológico, o cirurgião dentista deve estar preparado para avaliar a condição bucal do seu paciente, para deixá-la estabilizada antes do tratamento quimioterápico, diminuindo então possíveis complicações, e estar preparado para orientar o mesmo sobre as possíveis alterações que o tratamento oncológico possa vir a causar na cavidade bucal. Com essa finalidade, a presente revisão tende a enfatizar as complicações bucais do tratamento quimioterápico do câncer de cabeça e pescoço. Desta forma, foi realizada uma busca de dados no PubMed e periódicos CAPES, com as Palavras-chave: “chemotherapy”, “head and neck câncer”, “adverse effects chemotherapy”. De um modo geral, a quimioterapia gera no paciente bastante fadiga, náuseas e alopecia, dificultando o tratamento odontológico propriamente dito. Em relação a quimioterapia de neoplasias de cabeça e pescoço, verificou-se que são escassos os artigos atualizados e específicos na literatura. Nesses casos, os agentes quimioterápicos mais utilizados são: leomicina, cisplatina, metotrexato, 5-fluorouracilo, vinblastina e ciclofosfamida. É importante salientar que alguns desses quimioterápicos são utilizados, também, no tratamento de outros tipos de cânceres, como o de mama. Esses agentes podem desempenhar algumas alterações na cavidade bucal, sendo estas: modificações na saliva, mucosite, infecções fúngicas e virais, osteonecrose por bisfosfonatos, alterações dentárias, doença periodontal, cáries e alterações no paladar. Portanto, o cirurgião dentista, além de se informar e preparar se para a abordagem odontológica dos pacientes sob quimioterapia oncológica, deve atuar de maneira multidisciplinar com a equipe médica, para que ambos estabeleçam o melhor plano de tratamento e, dessa forma, devolvam a qualidade de vida ao portador de neoplasia maligna. Palavras-chave: quimioterapia, câncer cabeça e pescoço, efeitos adversos ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 149 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA LEVANTAMENTO DAS LESÕES BIOPSIADAS NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA UNIVERSITÁRIA Emanuela Paluski Pereira (Emanuela_ [email protected]) Universidade Estadual de Londrina - UEL Fabio Augusto Ito Lígia Pozzobon Martins As lesões do complexo bucomaxilofacial são frequentes, devendo o cirurgião dentista estar apto para identificar, tratar e proservar tais doenças. As pesquisas epidemiológicas são utilizadas para a avaliação da saúde bucal de determinadas populações, sendo importante para o desenvolvimento de métodos promocionais e preventivos de saúde, tornando-se possível diminuir a incidência e a evolução de determinadas doenças. Na literatura, nada se encontra a respeito de estudos epidemiológicos de lesões bucais e maxilofaciais na cidade de Londrina e região. O objetivo desse trabalho é conhecer a incidência das patologias bucomaxilofaciais biopsiadas na Clínica Odontológica Universitária, por meio da coleta de dados dos laudos arquivados no Laboratório de Anatomia Patológica do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná (HU) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) durante o período entre 1996 a 2015. A pesquisa envolveu um banco de dados de diagnósticos histopatológicos, do qual foi coletado o ano do exame, idade e gênero do paciente, localização anatômica da lesão, hipótese diagnóstica e seu diagnóstico histológico. As informações adquiridas foram usadas para a construção de um novo banco de dados no Microsoft Excel®2010, o qual foi posteriormente desenvolvido gráficos e tabelas com o intuito de gerar uma visão crítica e comparativa a respeito das informações obtidas. Durante o período de 20 anos, 5.135 espécimes de lesões bucais foram analisadas pelo Laboratório de Anatomia Patológica. Do total dos casos, 83,4% eram de adultos com idade igual e superior a 18 anos, 14,04% eram de crianças e adolescentes com idade entre 0 e 17 anos e 2,57% apresentaram idade desconhecida. O pico de incidência foram nas 5º e 6º décadas de vida, sendo a maioria dos pacientes do sexo feminino com 62,67% dos casos. As quatro localizações mais comuns foram lábio, rebordo alveolar, palato duro e mucosa jugal. Do total dos casos avaliados, 183 diferentes diagnósticos foram encontrados. O grupo de patologias da mucosa bucal foram as mais frequentes, seguida das glândulas salivares exceto neoplasias. Isso pode ser explicado, provavelmente pela grande incidência de hiperplasia fibrosa inflamatória e mucocele. O diagnóstico de maior ocorrência foi a hiperplasia fibrosa inflamatória com 37,51% do total de lesões. No que tange a faixa etária, houve maior acometimento desta enfermidade na 6ª década de vida e a região anatômica mais afetada por ela foi o rebordo alveolar. Em relação ao gênero, o feminino foi o mais acometido com 81,18% dos casos. Na categoria de neoplasias malignas, representando 4,54% do total das lesões, 83% dos casos foram de carcinoma espinocelular, e o sexo masculino foi o mais afetado em relação ao gênero feminino, com uma razão de 1,53:1. Dessa forma, o estudo demonstrou que a lesão mais frequente foi a hiperplasia fibrosa inflamatória, com maior acometimento no sexo feminino, e mais comum nas 5º e 6º décadas de vida. O carcinoma espinocelular foi o 5º diagnóstico mais comum, apresentando o sexo masculino como o mais afetado, com 63,73% dos casos, e a língua como local mais frequente. Palavras-chave: biópsia, epidemiologia, patologia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 150 PATOLOGIA A INFLUÊNCIA DA UREIA NA COLONIZAÇÃO POR LEVEDURAS EM CAVIDADE BUCAL DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS Isadora Mecca Martinelli ([email protected]) - (UEM) Neli Pieralisi Terezinha Inez Stivalet Svidzinski Melyssa Fernanda Norman Negri Patricia de Souza Bonfim e Mendonça Daniele Ruggero A Doença Renal Crônica (DRC) é uma patologia altamente prevalente com impacto sobre a cavidade bucal e saúde geral do paciente. Na DRC, a insuficiência renal leva a alterações na composição da saliva, como o aumento dos níveis da uréia que, metabolizada em amônia, promove uma elevação do pH. Apesar da alcalinidade do meio não favorecer a presença de fungos, a imunodepressão da DRC propicia a colonização e infecções fúngicas bucais, sendo Candida albicans a espécie mais frequentemente isolada. A capacidade de permanecer no ambiente bucal e se adaptar às várias modificações do mesmo é uma versatilidade de C. albicans, que viabiliza a permanência do fungo no ambiente bucal e possibilita a expressão dos seus fatores de virulência além de dispersar para outros sítios como a corrente sanguíea. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a associação da DRC com a presença de leveduras em cavidade bucal de pacientes urêmicos atendidos num hospital do noroeste do estado do Paraná. Foram incluídos pacientes portadores de DRC no estágio terminal, sob hemodiálise, aptos a receberem transplante renal e aqueles que já o receberam, a partir de 18 anos de idade, sob tratamento nefrológico. Os dados demográficos dos participantes foram coletados de suas fichas clínicas hospitalares. A verificação de pH, o exame físico bucal e a coleta das amostras para exame de ureia e para a análise micológica foram executados por um único dentista. A análise microbiológica foi realizada pelo Laboratório de Pesquisa em Micologia Médica da (UEM). As amostras salivares foram centrifugadas e o sedimento foi semeado em Sabouraud Dextrose Agar e Chromagar Candida para avaliação quantitativa e identificação por metodologia clássica. A quantificação da Uréia foi realizada com o sobrenadante e ensaiada pelo método colorimétrico empregando o Kit Ureia Einz Color®. Os pacientes foram agrupados conforme o limite de normalidade das taxas de ureia salivares encontradas na literatura, envolvendo pacientes saudáveis. O teste Qui-quadrado (χ2) foi utilizado para avaliar diferenças estatísticas entre os grupos analisados. Razão de probabilidade (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC) foram calculados pelo Software STATA Dados 9.1. Todas as variáveis foram expressas em valores absolutos e frequências relativas. Os valores de p <0,05 foram considerados significativos. Foram amostrados 33 pacientes e nenhum apresentou características de candidose. Entretanto, 26 (78.8%) tiveram culturas salivares positivas para leveduras do gênero Candida. Dentre esses, 18 (69,2%) se encontravam com taxas de uréia superiores (Grupo I) à média limite considerada, enquanto 8 (30,8%) apresentaram taxas inferiores a ela (Grupo II). Não houve associação significativa entre a presença de levedura e aumento de uréia nos grupos amostrados. Mas é possível analisar que o número de pacientes com culturas positivas para leveduras no Grupo I foi 12% superior ao Grupo II. De forma geral, os dados do presente trabalho reforçam aqueles apresentados na literatura, confirmando que as leveduras são capazes de se adaptar à diferentes ambientes (pH básico) e permanecerem como colonizantes. DRC são pacientes imunodeprimidos e altas taxas de colonização podem favorecer possíveis infecções. Palavras-chave: Doença renal crônica, Candida albicans, Ureia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 151 Radiologia/ Estomatologia COMPARAÇÃO DA PRECISÃO E ACURÁCIA DE MENSURAÇÕES LINEARES EM TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS DE FEIXE CÔNICO UTILIZANDO VÁRIOS VOXELS POR MEIO DE DIFERENTES PACOTES DE SOFT WARES Siliani de Albuquerque ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Odontologia Mariliani Chicarelli da Silva Lilian Cristina Vessoni Letícia Angelo Walewski Elen de Souza Tolentino A tomografia computadorizada de feixe cônico veio para inovar a odontologia e permite reconstruir volumetricamente os diversos planos do corpo humano. Alguns artigos têm demonstrado que, suas imagens apesar de serem muito próximas do real, são frequentemente menores. Apesar de haver pesquisas correlacionando os diferentes protocolos de aquisição de imagem de TCFC, não há na literatura estudos analisando a influência dos diferentes softwares, principalmente os gratuitos, mais a utilização de diferentes voxels, que podem interferir no resultado final das medias lineares. O trabalho objetivou avaliar a acurácia e precisão de mensurações lineares da mandíbula, em diferentes pacotes de softwares, obtidas por tomografia computadorizada de feixe cônico, variando-se os protocolos de aquisição de imagem e comparando com as mensurações consideradas padrão ouro. Para a pesquisa, dez mandíbulas humanas, foram tomografadas, variando-se os voxels em 0.250mm; 0.300mm e 0.400mm, utilizando o aparelho i-Cat Next Generation. As mensurações nas imagens foram analisadas em cortes ortogonais (axial, coronal e sagital), e as imagens foram padronizadas realizando-se a orientação, correção da posição da imagem nos diferentes planos, antes de se realizar as mensurações e análises. Todas as imagens geradas foram avaliadas por dois radiologistas, em três diferentes pacotes de softwares, compatíveis com o formato DICOM: XoranCat versão 3.1.62, Radiant visualizador DICOM e Invesalius (Ministério da Saúde). Trinta e cinco medidas lineares foram realizadas nos diferentes pacotes de softwares e comparadas com as medidas físicas feitas com paquímetro digital. Para padronizar as mensurações físicas e nos programas, foram utilizados marcadores hiperdensos cilíndricos à base de sílica (miçangas), com densidade semelhante a cortical óssea. Esses foram colocados diretamente sobre as mandíbulas com polímero de etileno vinil acetato nos pontos previamente selecionados. O teste Kappa avaliou a concordância intra-examinador e inter-examinador, o qual mostrou uma concordância quase perfeita intra-examinador 1 (0,839) e examinador 2 (0,821) e uma concordância substâncial inter-examinador (0,792). Aplicando-se o teste ANOVA não houve diferença estatisticamente significante para os diferentes softwares e voxels. O teste Bland – Altman comparou os softwares Radiant, Invesalius e Xoran que apresentaram um viés de 0,0864 mm, 0,0541 mm e 0,0670, respectivamente, observando que esse viés são próximo de zero e não estatisticamente significante, evidenciando uma boa concordância, porém, o de maior precisão comparando com o paquímetro digital, foi o Invesalius. Sendo assim, os resultados mostraram não haver diferença estatisticamente significante em nenhum dos softwares e em nenhum voxel comparadas ao padrão-ouro, sugerindo que o processo de conversão de imagem para o formato DICOM é seguro e não influencia no diagnóstico ou plano de tratamento. Pode-se concluir que os três softwares podem ser utilizados com segurança para a realização de medições lineares e para o planejamento dos mais variados tratamentos como implante, cirurgias ortognáticas entre outros, pelos cirurgiões – dentistas, variando também os voxels. Palavras -chave: Diagnóstico por imagem, softwares, tomografia computadorizada de feixe cônico ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 152 ÁREA: Radiologia/Estomatologia/Patologia AVALIAÇÃO TRIDIMENSIONAL DO SEIO MAXILAR E DO ESPAÇO AÉREO FARÍNGEO EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA ORTOGNÁTICA BIMAXILAR Nome do autor: Luiza Roberta Bin ([email protected]) Instituição: (UEM) )Orientador: Lilian Cristina Vessoni Iwaki Co-Autor: Amanda Lury Yamashita Co-Autor: Tamara Fernandes de Castro Co-Autor: Rui Amaral Mendes Co-Autor: Liogi Iwaki Filho O espaço aéreo faríngeo (EAF) e os seios maxilares (SMs) são estruturas anatômicas de grande importância e de alta complexidade que compõem as vias aéreas superiores. Em pacientes com padrão dentofacial anormal, essas estruturas tendem a apresentar-se ainda mais complexas. Recentemente, os estudos sobre essas alterações e o manejo desses pacientes tem se desenvolvido, seguindo a evolução das imagens tridimensionais. Assim, este trabalho objetivou avaliar as mudanças tridimensionais no EAF e nos SMs de pacientes submetidos à cirurgia ortognática bimaxilar. Foram selecionadas tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC) dos pacientes que fizeram acompanhamento tomográfico no pré-operatório de um mês (T1) e no pós-operatório de seis a oito meses (T2). Além disso, esses pacientes deveriam possuir todos os dentes superiores e não poderiam apresentar qualquer anomalia de desenvolvimento, nem terem sido submetidos a procedimentos cirúrgicos prévios à cirurgia ortognática envolvendo cabeça e pescoço. A amostra (n=48) foi dividida igualmente em dois grupos, de acordo com o tipo cirúrgico: grupo 1- avanço maxilar e recuo mandibular; grupo 2 – avanço maxilomandibular. Dois avaliadores mensuraram duas vezes cada variável, num intervalo de 15 dias, tanto do SM quanto do EAF. Foram avaliadas a área e o volume dos SMs e suas dimensões de altura, largura e comprimento, assim como o volume superior, inferior e total do EAF, a área axial (AAM) e as dimensões anteroposteriores e laterolaterais. Os dados foram submetidos à análise estatística intra e inter-examinadores, garantindo a confiabilidade dos dados e para todas as variáveis foi considerado p<0.05. Também foram executadas comparações entre os tempos operatórios. Para o SM, o grupo 1 apresentou área (p=0.029900), volume (p=0.000441), comprimento (0.024907) e altura (p=0.000034) estatisticamente significantes para o lado esquerdo, e volume (p=0.037005), altura (p=0.000748) e largura (p=0.018417) para o lado direito. O grupo 2 apresentou área (p=0.02584), volume (p=0.00036) e altura (p=0.00350) no lado esquerdo e volume (p=0.01914) e altura (p=0.00534) no lado direito. Para o EAF, o grupo 1 não mostrou significância nas alterações. Por outro lado, o grupo 2 apresentou área axial mínima (p=0.001136), volume total (p=0.011928), superior (p=0.032125) e inferior (p=0.019137) significantes. Na correlação entre as medidas anteroposteriores e os volumes, foram constatados índices maiores de correlação no grupo 1 do que no grupo 2. Os SMs tiveram um padrão semelhante de diminuição de área e volume, independentemente do tipo de cirurgia ortognática bimaxilar. O EAF sofreu aumento no volume, em todos os seus segmentos e diminuição na AAM em ambos os grupos. De acordo com os resultados, conclui-se que a cirurgia ortognática bimaxilar altera o SM e o EAF, constatando que o cirurgião-dentista necessita ter conhecimento minuscioso destas estruturas e das possíveis alterações para melhor planejar o tratamento. Além disso, os dados dessas alterações anatômicas dos SMs podem servir como base em análises forenses, já que os estudos já existentes são de SM íntegros. Apesar dos resultados, sugere-se a realização de mais pesquisas sobre o assunto. Palavras-chave: Cirurgia ortognática, seio maxilar, tomografia computadorizada de feixe cônico ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 153 Radiologia/Estomatologia ACOMPANHAMENTO RADIOGRÁFICO DURANTE TRATAMENTO ORTODÔNTICO PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE DE DENTES SUPRANUMERÁRIOS SEQUENCIAIS Paula de Castro Kruly ([email protected]) - (UEM) Raquel Sano Suga Terada Selma Sano Suga Talissa Mayer Garrido Marise Sano Suga Matumoto Uhana Seifert Guimarães Suga A maioria dos dentes supranumerários são impactados e assintomáticos, porém eles podem afetar o desenvolvimento da oclusão, causar reabsorção da raiz dos dentes adjacentes, e induzir a formação de patologias como os cistos. Como eles tendem a permanecer impactados e assintomáticos, o diagnóstico radiográfico é normalmente acidental, por isso o diagnóstico precoce com a avaliação de radiografias de rotina antes, durante e após o tratamento ortodôntico é essencial para identificar essas alterações, que podem afetar negativamente o desenvolvimento normal da oclusão. Esses dentes podem ser não-sequenciais, quando são diagnosticados em uma única ocasião; ou sequenciais, quando surgem em diferentes períodos da vida de um indivíduo. A incidência de dentes supranumerários na dentição permanente tem sido reportada entre 1% e 4%, enquanto na dentição decídua varia entre 0.3% e 0.8%. São mais frequentes em homens do que em mulheres em uma proporção de 2:1. De acordo com revisões da literatura, a região mais comum de ocorrência é a região de pré-molares da mandíbula, no entanto há poucos relatos na literatura de desenvolvimento de dentes supranumerários sequenciais na região de pré-molares. O objetivo deste trabalho é descrever dois casos de desenvolvimento sequencial de dentes supranumerários na região de pré-molares inferiores em pacientes que realizavam tratamento ortodôntico, e discutir a importância do acompanhamento clínico e radiográfico durante o tratamento ortodôntico. O primeiro caso descreve o acompanhamento radiográfico de uma paciente do sexo feminino que apresentou um dente supranumerário aos 9 anos e 10 meses de idade na região de pré-molar inferior direito e, posteriormente, outro dente supranumerário na região do pré-molar inferior esquerdo aos 11 anos e 3 meses de idade. No segundo caso, o acompanhamento radiográfico de um paciente do sexo masculino revelou 3 dentes supranumerários na idade de 16 anos. Durante o planejamento de uma cirurgia ortognática aos 20 anos e 5 meses, outro dente supranumerário foi encontrado na região esquerda da mandíbula. Considerando o desenvolvimento tardio de dentes supranumerários, o monitoramento clínico e radiográfico de pacientes com experiência prévia de dente supranumerário é essencial para o diagnóstico precoce da formação de novos dentes e a prevenção de possíveis complicações que estes possam causar. Palavras-chave: Dente Supranumerário, Radiografia, Radiografia Panorâmica. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 154 Radiologia/Estomatologia/Patologia REMOÇÃO DE EXTENSO CISTO RADICULAR EM ÁREA ESTÉTICA Letícia Ângelo Walewski ([email protected]) Mariliani Chicarelli Ângelo José Pavan Vanessa Cristina Veltrini Luiza Roberta Bin Fernanda Lobo Os cistos radiculares ou periapicais tem origem dos restos de proliferação do epitélio ao redor de ápices de um dente não vital, como um resultado de uma resposta inflamatória à polpa necrótica e infecção crônica. A maioria dos cistos periapicais se desenvolve lentamente e raramente se tornam grande o suficiente para destruir extensivamente estruturas ósseas adjacentes. A intervenção na maioria dos casos é somente o tratamento endodôntico do dente necrosado, porém, dependendo das características clínicas e radiográficas e do tamanho da lesão, faze-se necessário o tratamento conjunto com o cirúrgico. Os tratamentos cirúrgicos para os cistos odontogênicos incluem enucleação, marsupialização para descompressão de cistos maiores, ou uma combinação destas técnicas. Quando a intervenção cirúrgica torna-se necessária, o cirurgião-dentista deve decidir se vai enuclear a lesão completamente ou tentar uma “descompressão”. Este trabalho objetiva discutir o tratamento de um cisto periapical e apresentar um caso clínico de um paciente leucoderma, gênero masculino, 38 anos de idade, que foi encaminhado ao atendimento do projeto LEBU da Universidade Estadual de Maringá. Sua queixa era de um aumento de volume presente no sulco vestibular anterior da maxila há mais de 3 meses, sem sintomatologia dolorosa. Ao exame clínico bucal, foi constatada ausência do dente 22 e uma massa nodular de aproximadamente 2,5cm de diâmetro. Ao exame imaginológico, foi encontrada uma imagem unilocular hipodensa, na região anterior da maxila, envolvendo os dentes 11 a 23. Nos cortes parassagitais, a lesão apresentou-se com cerca de 18,21mm em altura e 15,40mm na largura sentido vestibulolingual, observou-se ainda um abaulamento da cortical vestibular e o envolvimento da lesão com a cavidade nasal e o canal incisivo. De acordo com os achados clínicos do paciente, o quadro sugeria compatibilidade com cisto periapical. Após tratamento endodôntico do dente 11, foi realizada biópsia excisional, cujo resultado do exame anatomohistopatológico foi de cisto radicular. O paciente segue em acompanhamento clínico e radiográfico pós-operatório no projeto LEBU da Universidade Estadual de Maringá há dois anos, com ausência da sintomatologia. A tomografia computadorizada de feixe cônico em 2016 constatou regressão da lesão, com a formação de tecido fibroso cicatricial. Frente a condução do caso, pode-se concluir que a abordagem multidisciplinar envolvendo tratamento endodôntico e cirúrgico detém a chave para a gestão de grandes cistos radiculares. O acompanhamento ao longo prazo por meio de radiografias irá ajudar no eventual sucesso do resultado do tratamento. Cisto radicular, cisto periapical, tomografia computadorizada de feixe cônico. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 155 Radiologia/Estomatologia/Patologia CISTO FOLICULAR INFLAMATÓRIO VS CISTO DENTÍGERO: RELATO DE CASO Tamara Fernandes de Castro ([email protected]) Universidade Estadual de Marimgá Liogi Iwaki Filho Amanda Lury Yamashita Gustavo Nascimento Souza Pinto Mariliani Chicarelli da Silva Lilian Cristina Vessoni Iwaki O cisto dentígero é o tipo de cisto odontogênico de desenvolvimento mais comum, compreendendo cerca de 20% de todos os cistos epiteliais dos maxilares. Contudo, a patogênese destes cistos ainda é bastante discutida. Os cistos dentígeros caracterizam-se pela formação de lesões císticas unidas à junção esmalte-cemento de um dente não irrompido ou em desenvolvimento. A variação inflamatória do cisto dentígero é denomida de cisto folicular inflamatório, que origina da necrose de um dente decíduo, onde os produtos decorrentes da necrose pulpar estimulam o crescimento do capuz pericoronário do dente permanente sucessor. Radiograficamente, a imagem é de uma lesão radiolúcida unilocular com limites definidos por osteogênese reacional, envolvendo a coroa de um dente permanente incluso. Existem vários tratamentos para o cisto folicular inflamatório como a enucleação, extração do dente decíduo associado à descompressão da lesão ou marsupialização. Por isso, o presente trabalho visa apresentar as diferenças entre o cisto dentígero e o cisto folicular inflamatório, e ilustrar o planejamento e a conduta cirúrgica de um caso de cisto folicular inflamatório associado à um dente decíduo. Paciente do gênero feminino com 10 anos de idade, procurou tratamento odontológico, devido à queixa de desconforto e aumento de volume na região mandibular do lado esquerdo. Ao exame físico intrabucal, foi observado um leve aumento de volume na face vestibular do rebordo alveolar na região do dente 75, recoberto por uma mucosa levemente eritematosa e com drenagem de secreção purulenta. A paciente apresentava os dentes 75 e 34 no arco dentário. Os exames de imagem mostravam o dente 75 em processo de rizólise bastante avançada e o dente 35 retido, cuja coroa estava envolvida por uma área radiolúcida bem delimitada medindo cerca de 2 cm, sugerindo lesão cística. Como hipótese diagnóstica, foi levantada a hipótese de cisto dentígero, cisto folicular inflamatório ou menos provável cisto periapical do dente 75. O tratamento proposto foi a extração do dente 75 e enucleação da lesão cística mantendo exposta a coroa do dente 35 para facilitar sua irrupção. O material excisado foi encaminhado para exame histopatológico que confirmou tratar-se de cisto folicular inflamatório. O paciente teve acompanhamento clínico e radiográfico, onde pode-se observar o completo reparo do defeito ósseo, bem como a irrupção do dente 35. Assim, pode-se constatar que através dos achados radiográficos e histológicos confirmou-se o diagnóstico de cisto folicular inflamatório, reforçando a necessidade do cirurgião dentista saber as diferenças do cisto dentigero e cisto folicular inflamatório para realizar o tratamento adequado. Palavras-chave: cisto dentígero, cisto folicular inflamatório, enucleação ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 156 Radiologia/Estomatologia/ Patologia SIALOLITÍASE EM GLÂNDULA SUBMANDIBULAR: RELATO DE CASO CLÍNICO Fernanda Lobo ( [email protected]) Mariliani Chicarelli da Silva Lilian Cristina Vessoni Iwaki Letícia Ângelo Walewski Danielly de Fátima Castro Leite Marcelo Capitânio Sialólitos são calcificações que se desenvolvem nas glândulas salivares ou nos seus ductos, tendo maior incidência na glândula submandibular seguida pela glândula parótida e sublingual. Quando obstruem a secreção salivar, desenvolve-se a sialolitíase associada a edema e dor, e em alguns casos, à infecção glandular. A sialolitíase é uma patologia comum, que afeta as glândulas salivares, sendo caracterizada pela presença de estruturas calcificadas no interior do sistema ductal ou em regiões parênquimais da glândula, obstruindo o fluxo normal da saliva. Várias teorias tentam explicar a formação dos cálculos salivares, no entanto, a etiologia ainda não é bem definida. As hipóteses de seu desenvolvimento sugerem que podem se originar a partir da deposição de sais de cálcio ao redor de um nicho central de células epiteliais descamadas, bactérias, corpos estranhos ou produtos de decomposição bacteriana, ou estar relacionados à retenção salivar devido a fatores morfoanatômicos como, ducto salivar estreito e tortuoso e à composição da própria saliva, como por exemplo, àquelas com altas concentrações de sais minerais e com deficiência de inibidores de cristalização. O seu diagnóstico e tratamento está relacionado principalmente com a sua localização e vai depender do tamanho e do posicionamento do sialólito, podendo variar de estimulação da saliva até a remoção cirúrgica do sialólito com sua glândula envolvida Este trabalho objetiva analisar o diagnóstico do sialólito e apresentar um relato de caso clínico de uma paciente leucoderma, gênero feminino, 70 anos de idade, que foi encaminhada ao atendimento do projeto LEBU da Universidade Estadual de Maringá. Sua queixa principal era de um aumento de volume na região posterior da mandíbula, com presença de sintomatologia dolorosa, trismo, edema na região submandibular esquerda e no assoalho bucal, com ausência de fluxo salivar e com aspecto de material purulento. No exame radiográfico oclusal de mandíbula, não foi possível observar qualquer alteração, no entanto, foi solicitada a ultrassonografia, que é um exame de primeira escolha em casos de suspeita clínica de sialolitíase, para observar a sua localização e as estruturas adjacentes. A imagem evidenciou uma área hiperecoica localizada em glândula submandibular esquerda e direita sugestiva de sialólito. Em seguida, foi realizada tomografia computadorizada de feixe cônico para melhor avaliação das dimensões do sialólito, já que as mensurações no ultrassom podem sofrer alterações de acordo com o posicionamento do transdutor. O tratamento proposto, para este caso, foi o encaminhamento da paciente ao cirurgião de cabeça e pescoço, devido à localização em que se encontrava o sialólito, sendo medicada com antibiótico até a melhora do quadro para em seguida a realização da intervenção cirúrgica. Sialolítiase, sialólito, glândula submandibular. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 157 Radiologia/Estomatologia/Patologia CORRELAÇÃO ENTRE OS ASPECTOS CLÍNICOS E DE IMAGENS POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM PACIENTES SINTOMÁTICOS COM DESLOCAMENTO DO DISCO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR COM REDUÇÃO – UM ESTUDO ANALÍTICO RETROSPECTIVO Gustavo Nascimento de Souza Pinto ([email protected]) - (UEM) Liogi Iwaki Filho Lilian Cristina Vessoni Iwaki Eduardo Grossmann Isolde Terezinha Santos Previdelli Amanda Fonteque Giozet O objetivo deste estudo foi correlacionar os aspectos clínicos de pacientes sintomáticos com deslocamento crônico do disco articular com redução (DDCR) e modificações da posição sagital e da morfologia do disco articular (DA) em posição de boca fechada e boca aberta em imagens de ressonância magnética (IRM). Cento e nove pacientes diagnosticados com DDCR foram submetidos a exame de ressonância magnética (RM) no período de 2005 a 2016. Para avaliação das IRM, utilizou-se as seguintes ponderações, morfologia do DA: erosão, osteófito, esclerose, aplainamento em ponderação T1, posição do DA em Densidade de Prótons (DP), presença de edema ou efusão articular em T2. De acordo com as imagens, a posição sagital e a morfologia do DA em boca aberta e boca fechada foram classificadas. Os dados secundários presentes nos prontuários contendo as informações clínicas: idade, gênero, distância interincisal, presença de ruído articular, nível de dor pela Escala Visual Analógica (EVA) e etiologia foram correlacionados com a morfologia e a posição do DA em boca fechada e boca aberta por meio do teste exato de Fisher e regressão logística multinomial, adotando-se nível de significância de 5%. Considerando os resultados encontrados associando o lado da ATM e a posição da boca com morfologia do DA, gênero e idade dos pacientes, observou-se que o formato bicôncavo é o mais frequente em boca aberta nos dois lados analisados. Para boca fechada e dos dois lados a frequência mais alta é de DAs com formatos hemiconvexos. Com relação ao gênero, há mais mulheres que apresentam morfologia hemiconvexa em boca fechada em ambos os lados. Já em boca aberta, os DAs femininos representam mais que o dobro do número de homens no formato fisiológico, bicôncavo. Tanto do lado direito (35 a 40 anos) quanto do lado esquerdo (abaixo de 30 anos a idade não é capaz de interferir na morfologia do DA. Ja a mudança da posição do DA em boca fechada no lado direito, a presença do fator etiológico não definido predispõe a banda posterior a se localizar em anterior a cabeça da mandíbula. Na mesma análise, agora para o lado esquerdo, em boca fechada encontrou-se que os níveis 1 e 2 de dor pela EVA são fatores de risco para a posição abaixo da eminência articular. No lado esquerdo para boca fechada, a presença de bruxismo excêntrico como etiologia é fator de risco para a morfologia hemiconvexa. Já para boca aberta, a distância interincisal <40 mm representa fator de risco para biplanar. A presença de bruxismo excêntrico é para morfologia biplanar e hemiconvexa. Observou-se que os DAs com formatos bicôncavos estão presentes em 18.6% da amostra, os biplanares em 21.5% e os hemiconvexos em 59.8%. Depois da abertura da boca 89.2% retornam à morfologia bicôncava. Palavras-chave: Articulação temporomandibular, ressonância magnética, diagnóstico ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 158 Radiologia/Estomatologia/Patologia CORRELAÇÃO ENTRE A IDADE, GÊNERO E O NÚMERO DE DIAGNÓSTICOS DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR POR MEIO DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR – UM ESTUDO OBSERVACIONAL RETROSPECTIVO Renata Hernandes Tonin ([email protected]) - (UEM) Lilian Cristina Vessoni Iwaki Liogi Iwaki Filho Eduardo Grossmann Rafael Oliveira Lazarin Gustavo Nascimento Souza Pinto Forças excessivas na articulação temporomandibular (ATM) podem ocasionar mudanças morfológicas e estruturais irreversíveis resultando em disfunção temporomandibular (DTM). O termo amplamente utilizado, trata-se de uma disfunção sintomática que atinge grande parte da população, é considerada a maior causa de dor orofacial de origem não dentária, com uma prevalência de 16 a 88% na população, tendo a ausência ou a presença de sinais clínicos, tais como estalos da ATM, crepitação e, em alguns casos, dor e limitação da abertura bucal. O diagnóstico da DTM geralmente é feito por meio de uma análise clínica, no qual se leva em questão as características estruturais da ATM. A ressonância magnética nuclear (RMN) tem ganhado destaque e vem sendo considerado o exame de escolha quando se trata de diagnóstico da ATM. A RMN trata-se de um método não invasivo, de alta precisão e de natureza não ionizante. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar se existe alguma correlação entre a idade, gênero e o número de diagnósticos de disfunção temporomandibular identificados em imagens de ressonância magnética nuclear (RMN). Para isso, foram utilizados os prontuários de 199 pacientes, que foram submetidos aos exames de RMN entre os anos de 2005 a 2012. Em cada participante, avaliou-se o número total de diagnósticos encontrados nas imagens de RMN, considerando a presença ou ausência de alterações morfológicas, deslocamento do disco articular com redução ou sem redução, edema ósseo, efusão e necrose avascular. As análises estatísticas foram conduzidas por meio de regressão multinominal adotando-se um nível de significância de 5%. Dos 199 pacientes, 79% eram do gênero feminino e 21% do gênero masculino, com média de idade total de 44.47 anos. Com relação aos achados, 39.19% dos indivíduos apresentaram apenas um diagnóstico, 32.66% dois diagnósticos e 28.14% apresentaram três ou mais diagnósticos, sendo o deslocamento de disco com redução o mais frequente. Segundo a análise estatística, apenas o gênero teve significância (p<0.05) no grupo de três ou mais achados imaginológicos (AI). Considerando os resultados encontrados e as limitações do estudo, pode-se concluir que o gênero feminino apresentou maior número de diagnósticos e este aumentou levemente conforme a idade. Palavras-chave: Ressonância Magnética, Articulação Temporomandibular, Estudo clínico. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 159 ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia Painéis de Radiologia, Estomatologia e Patologia Oral busca ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 160 Radiologia/Estomatologia/Patologia. SÍNDROME BEHÇET Ariane Aparecida Bessani ([email protected]) Centro de Ensino Superior de Maringá (UniCesumar) Elen de Souza Tolentino Laura Aline Nicácio A Síndrome de Behçet é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por várias manifestações clínicas como úlceras bucais recorrentes, úlceras genitais, inflamaçôes oculares, podendo envolver as articulações, pele, sistema nervoso central (SNC) e trato gastrointestinal. É classificada como uma vasculite sistêmica, pois pode atingir artérias e veias de qualquer órgão. Sua etiologia continua desconhecida, porém a hipótese mais aceita atualmente é de que hospedeiros geneticamente susceptíveis desencadeam uma resposta inflamatória causada por algum agente infeccioso. A doença é rara em indivíduos com idade superior a 50 anos e durante a infância. Apesar de ambos os sexos serem afetados, observa-se que a condição é mais frequente entre os homens com idade inferior a 25 anos. O diagnóstico da Síndrome de Behçet é exclusivamente clínico, não há nenhum exame ou teste que comprove a doença. Desta forma a história detalhada pelo paciente é essencial para excluir outras condições com características clínicas parecidas. O tratameto da doença tem como objetivo o controle dos sintomas, a suspensão precoce da inflamação e prevenção de lesões de órgãos. As opções terapêuticas são os agentes anti-inflamatórios e imunossupresores. O objetivo desse trabalho é apresentar um caso clínico de Síndrome de Behçet, e suas características clínicas. Paciente de 21 anos, gênero masculino, leucoderma, já diagosticado com Síndrome de Behçet há 7 anos, sem histórico familiar, relatando o aparecimento das aftas quando inicou tratamento ortodôntico. Em tratamento médico com reumatologista, usando drogas imunossupressoras (Humira e Azatioprina) e corticoóides, o paciente relatou fazer exames de controle a cada 3 meses por conta dos efeitos adversos dos imunossupressores. Chegou à clínica com queixa de aftas e “carne crescida” em gengiva. No exame clínico intrabucal inicial foram observadas múltiplas ulcerações em lábio inferior e língua e, presença de um nódulo irregular, pediculado e ulcerado de aproximadamente 1cm em fundo de sulco na região ântero-inferior, indolor, com tempo de evolução aproximado de 3 meses. O paciente relatou uma afta previamente à lesão. A primeira conduta foi prescrição de corticoide tópico (Triancinolona Acetonida em orabase) por 15 dias e acompanhamento. Após esse período, novas aftas em mucosa labial foram observadas e não houve alterações no nódulo em fundo de sulco. O uso de corticoide tópico foi suspenso. Após 45 dias, presença de novas aftas em mucosa labial, em língua e gengiva. Neste momento, foi realizada biópsia excisional do nódulo e o diagnóstico foi compatível úlcera traumática. O paciente permanece em controle clínico médico e odontológico. Conclui-se que a Síndrome de Behçet, apesar de rara, é de grande relevância para o Cirurgião-Dentista saber diagnostica-la e controlar suas manifestações bucais. Palavras-chave: Síndrome de Behçet, Diagnóstico, Tratamento. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 161 Radiologia/Estomatologia/Patologia DIAGNÓSTICO DE ODONTOMA COMPLEXO POR MEIO TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXO CÔNICO Renato Marques Domingues ([email protected]) Centro de Ensino Superior de Maringá (UniCesumar) Elen de Souza Tolentino O odontoma é considerado o tumor odontogênico mais comum dos ossos maxilares. Sua composição estrutural consiste em tecido dental maduro, podendo ser diferenciado em odontoma composto e complexo de acordo com a sua conformação anatômica. Os odontomas compostos apresentam-se em forma organizada, sendo formados por múltiplos dentículos aglomerados revestidos por cápsula fibrosa, com predileção pela região anterior de maxila. Já o odontoma complexo se apresenta como uma massa tumeriforme que pode causar impacção dentária, acometendo mais frequentemente a região posterior de mandíbula e de maxila igualmente. Há alguns anos, a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) vem sendo amplamente utilizada na Odontologia, como por exemplo para o diagnóstico e planejamento do tratamento de diversas patologias maxilofaciais, uma vez que utiliza doses de radiação reduzidas quando comparada à tomografia helicoidal convencional, possui grande precisão nas mensurações e é um exame mais acessível ao paciente. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é apresentar um caso clinico de odontoma complexo diagnosticado após exame radiográfico e TCFC. Paciente de 31 anos, gênero feminino, melanoderma, foi encaminhada para a avaliação de lesão assintomática na maxila do lado esquerdo. Ao exame físico foi possível detectar uma tumefação dura à palpação na superfície do palato, a paciente relatava não sentir nenhum incomodo relacionado à dor ou desconforto na região. Na TCFC observou-se uma área hiperdensa com contornos regulares de cerca de 2,5 cm de diâmetro em contato com os dentes 24 e 25, o qual apresentava reabsorção radicular. O dente 13 encontrava-se não irrompido. Considerando os achados clínico-imaginológicos, o diagnóstico presuntivo foi de odontoma complexo. A paciente foi submetida à excisão da lesão, sendo que o dente 25 foi extraído e o dente 24 preservado. No exame macroscópico a lesão apresentou limites bem definidos, formato arredondado, compatível com tecido dentário e, microscopicamente, no interior da massa, observou-se presença de conglomerado irregular de esmalte, dentina, cemento e tecido pulpar, confirmando a hipótese diagnóstica prévia de odontoma complexo. A paciente encontra-se em proservação sem sinais clínicos e/ou radiográficos de recidiva. Conclui-se que a TCFC possibilita ao cirurgião dentista dimensionar estruturas anatômicas assim como patológicas, facilitando diagnósticos, otimizando o plano de tratamento e não expondo o paciente a um nível de radiação elevado quando comparado à tomografia helicoidal convencional. Palavras-chave: Odontoma; Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico; Diagnóstico. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 162 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA ABORDAGENS TERAPÊUTICAS ADJUVANTES DO TUMOR ODONTOGÊNICO QUERATOCÍSTO – UMA REVISÃO DE LITERATURA Larissa Andreo Farias ([email protected]) Centro Universitário de Maringá – UniCesumar Elen de Souza Tolentino O tumor odontogênico queratocístico é uma neoplasia benigna que possui comportamento invasivo local e altos índices de recorrências. Os tratamentos adjuvantes associados à enucleação ou marsupialização são importantes ferramentas em sua terapia. Dentre eles, destacam-se a crioterapia e a aplicação da solução de Carnoy. A crioterapia com nitrogênio líquido como complemento no tratamento do tumor odontogênico queratocístico desvitaliza o osso e mantém a estrutura inorgânica intacta, agindo nas células, destruindo-as de interna para externamente. Este procedimento envolve a enucleação da lesão, seguida pela proteção dos tecidos moles adjacentes e tratamento da cavidade cística por meio de congelamento. A solução de Carnoy corresponde é aplicada na cavidade cística após excisão cirúrgica com o intuito de eliminação de restos celulares do tumor retirado, promovendo necrose química superficial de 1,5mm de tecido, eliminando restos epiteliais e possíveis microcistos. O presente estudo teve como objetivo comparar as formas de tratamento adjuvantes para o tumor odontogênico queratocístico em diferentes contribuições científicas, apresentando suas vantagens e limitações. A revisão de literatura foi fundamentada a partir de artigos científicos publicados relacionados ao tema, por meio de consulta às bases de dados utilizando os seguintes descritores: Tumor Odontogênico Queratocístico, Crioterapia, Solução de Carnoy. Os critérios de inclusão foram estudos em português e em inglês, publicados nos últimos 10 anos (2006 a 2016). Efeitos colaterais citados para a crioterapia foram a parestesia temporária de sensação de lábio após o tratamento, não havendo além dessa, outra complicação pós-cirúrgica. Para a solução de Carnoy foram mencionadas a deiscência de sutura e um caso de infecção. Diante dos achados na literatura, pode-se concluir que os tratamentos adjuvantes para o tumor odontogênico queratocístico otimizam o sucesso do tratamento, reduzindo as taxas de recidiva após a cirurgia. Tanto a solução de Carnoy quanto a crioterapia mostraram ser eficazes na diminuição das recorrências nos trabalhos avaliados. Entretanto, fica evidente que cada caso deve ser analisado e estudado individualmente para que, dentro das possibilidades, o cirurgião decida o tratamento que possivelmente desempenhará melhores resultados ao paciente, com menor morbidade e maior previsibilidade. Além disso, a maioria das recidivas são clinicamente detectáveis após 5 anos da cirurgia, contudo, podem se manifestar em até 10 anos após o tratamento, por isso a importância de se fazer um acompanhamento por um longo prazo. Palavras-chave: Tumor Odontogênico Queratocístico; Crioterapia; Solução de Carnoy ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 163 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA GRANULOMA PIOGÊNICO – RELATO DE CASO CLÍNICO Ana Luiza Mesquita Neimann ([email protected]) 1Centro Universitário de Maringá (UniCesumar) Elen de Souza Tolentino O granuloma piogênico é um processo proliferativo não neoplásico com crescimento parecido com de um tumor. Apresenta como um nódulo ou massa nodular, sendo sua superfície lisa ou lobulada, de base pediculada ou séssil, bem circunscrito. Sua coloração varia de um vermelho até o roxo. Quando se trata de uma lesão antiga possui uma cor rosa; quando o granuloma é jovem possui uma aparência altamente vascular, vermelha. É uma lesão multifatorial podendo ser resultante de algum trauma e/ou infecção e pobre higiene. Paciente normalmente chega relatando sangramento com facilidade na região e, por esse motivo, procura o dentista. Quando o granuloma atinge crianças tem aspecto mais agressivo, com seu crescimento de maneira mais rápida, podendo ser encontrada uma reabsorção óssea, interferência no irrompimento dentário e até mesmo provocar algumas alterações dentoalveolares. Seu crescimento normalmente é indolor, o local mais comum de se encontrar o granuloma piogênico é em gengiva na face vestibular na região anterior da maxila, seguida da gengiva em região de mandíbula, lábios, língua e mucosa jugal. Em casos mais raros encontra-se em pele da cabeça, pescoço e dedos. Ocorre em grande parte em mulheres, jovens ou crianças, e mulheres grávidas devido ao aumento dos níveis de estrogênio e progesterona. Como característica histopatológica apresenta uma proliferação altamente vascular, com proliferação endotelial lobular na região mais profunda do tecido conjuntivo, inflamação difusa. uma lesão antiga se tem uma aparência mais fibrosa. Como tratamento é realizado uma excisão cirúrgica conservadora. O paciente que apresentar lesões periodontais que devem ser tratadas antes da excisão cirúrgica. Quando é uma lesão gengival deve ser realizada uma excisão que seja estendida até a região subperióstica e nos dentes adjacentes deve ser realizada uma raspagem para remoção de quaisquer resquícios. A recidiva da lesão é possível e quando ocorre é feita uma reexcisão. O objetivo desse trabalho é o relato caso clinico de um paciente do gênero feminino, 33 anos, com queixa principal de “lesão na boa que sangra”, com um tempo de evolução de 4 meses. No exame clínico inicial observou-se uma massa nodular de coloração rósea, séssil, de aproximadamente 3 centímetros em gengiva posterior do lado esquerdo, superfície ulcerada, e presença de cálculo supra e subgengival. Na radiografia periapical foi visualizada perda óssea, reabsorção vertical entre os dentes 35 e 37, e o dente 36 ausente. Diante ao que foi relatado pela paciente, em conjunto com as características clinicas e radiográficas foram obtidas duas hipóteses diagnósticas: granuloma piogênico e a lesão periférica de células gigantes. Para fechar o diagnóstico foi realizada uma biópsia excisional. A microscopia mostrou uma mucosa constituída por epitélio estratificado paraqueratinizado e hiperplásico com área ulcerada recoberta por pseudomembrana serofibrinosa e polimormonucleares. No tecido conjuntivo foi encontrado intensa proliferação de células endoteliais formando delicados capilares, onde teve a confirmação do diagnóstico de granuloma piogênico. Após 2 meses a paciente retornou para o controle e não apresentou sinais de recidiva. Palavras-chave: Granuloma Piogênico; Gengiva; Diagnóstico ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 164 GEMINAÇÃO DENTÁRIA: RELATO DE CASO Isabela Costa Martinez ([email protected]) Centro Universitário de Maringá – Unicesumar Elen Tolentino Tanto a dentição decídua quanto a dentição permanente, pode apresentar variações, sendo de tamanho, forma, estrutura, número, cor e formação das estruturas dentárias. A Geminação é o nome dado ao distúrbio do desenvolvimento dentário que apresenta alteração no tamanho e se caracteriza por uma divisão frustrada do germe dental, antes do seu desenvolvimento ser completo, originando duas coroas separadas totalmente ou parcialmente porém com apenas uma raiz e com provável alteração pulpar e alteração dos tecidos duros. A anomalia dentária pode ter origem de processos inflamatórios, fatores endócrinos, fatores mecânicos e caráter hereditário. Atinge ambos os sexos de forma igual, ocorre principalmente em incisivos e caninos decíduos e incisivos permanentes, e normalmente atinge dente decíduos, com maior frequência na porção anterior da maxila. O presente trabalho tem como objetivo apresentar um caso de uma paciente do sexo feminino, de 22 anos, que tinha como queixa principal a falta de espaço para os terceiros molares. No exame físico foi possível observar que os dentes anteriores inferiores apresentavam a largura mesio-distal acentuada com uma pequena depressão e as incisais chanfradas. Já no exame radiográfico a cavidade pulpar em forma de “Y”, com duas porções coronárias e um único canal radicular. Os dentes 18,28,38 e 48 não estavam irrompidos e como tratamento foi indicada a extração desses dentes. Os dentes geminados não tiveram indicações de tratamento mas normalmente em dentes decíduos é aconselhado a exodontia. Na dentição permanente podemos ter três indicações de tratamento. Quando a coroa não for muito larga, realizar tratamento restaurador e polimento periódico com discos abrasivos. Quando a coroa for grande e mal formada, a opção de escolha é o tratamento endodôntico e confecção da coroa com pino. Ou então a exodontia em alguns casos. O tratamento é de grande importância, já que pode causar problemas de posicionamento e como consequência dificultar a remoção de placa, para um tratamento de sucesso é necessário que o profissional tenha tanto o conhecimento teórico quanto técnico para fazer um correto diagnóstico e devolver a função e a estética já que ambas podem ser prejudicadas em casos de geminação, causando prejuízo para o paciente. Palavras-chave: geminação, distúrbio dentário, odontologia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 165 Radiologia/Estomatologia/Patologia HEMANGIOMA E A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: RELATO DE CASO Carolina Veronêz Garbúggio ([email protected]) - (UEM) Liogi Iwaki Filho Gustavo Zanna Ferreira Elen Tolentino Rômulo Maciel Lustosa Letícia Ângelo Walewski Hemangiomas são neoplasias benignas de origem vascular que apresentam incidência relativamente alta (7% dos tumores benignos, sendo que cerca de 56% ocorrem na região de cabeça e pescoço), com uma maior incidência para o gênero feminino e sem predileção por raça. Apesar de haver predileção pela pele, muitos deles ocorrem na cavidade bucal, sendo que as principais áreas de ocorrência são os lábios, a língua, a mucosa jugal e o palato. Sua etiologia está ligada a anomalias congênitas, traumas físicos, estímulos endócrinos e inflamatórios. Dependendo do tamanho e da localização, podem ocasionar assimetria facial ou interferir na função dos órgãos envolvidos. O diagnóstico diferencial pode ser estabelecido de forma simples e segura pela anamnese, exame clínico e por manobras semiotécnicas, como a vitropressão. A aspiração do conteúdo da lesão (o qual tratando-se de um hemangioma será sangue) contribui para conclusão do diagnóstico. Exames de imagem são importantes na delimitação e orientação do tratamento dos hemangiomas, sendo que as duas técnicas de imagem mais frequentemente utilizadas para o caso são a tomografia computadorizada e a ultrassonografia, cujos objetivos são caracterizar a lesão, determinar sua extensão e quais estruturas adjacentes estão envolvidas. Seu tratamento é bastante discutido na literatura e vai desde a proservação, radioterapia, eletrocoagulação, aplicação de laser, crioterapia, cirurgia, escleroterapia até administração de interferon; os quais devem ser individualizados e baseados em vários fatores, dentre os quais se encontram a idade do paciente, o sítio da lesão, a extensão e a característica da patologia. A realização de biópsia incisional não está indicada nestes casos, devido ao risco de hemorragias. O hemangioma apresenta-se como mancha ou nódulo, cuja coloração varia de vermelho intenso ao roxo, de acordo com a localização e a profundidade no tecido, além do grau de congestão do mesmo. O tamanho é variável dependendo de diversos fatores que incluem, entre outros, idade do paciente e local da lesão. Em geral, é relativamente flácido à palpação, podendo ser circunscrito ou difuso, apresentando-se plano ou elevado, com superfície lisa ou nodular e, na maioria das vezes, assintomático. Paciente, gênero feminino, melanoderma, 22 anos, sem nenhuma alteração sistêmica, compareceu ao Projeto de Lesões Bucais da Universidade Estadual de Maringá- LEBU com queixa de tumefação do lado esquerdo da face há dois anos. Ao exame físico intrabucal, observou-se uma massa nodular na mucosa jugal esquerda, de base séssil, consistência resiliente, bordas irregulares com limites indefinidos, da cor da mucosa, superfície lisa, contorno irregular, com a musculatura adjacente envolvida. Chegou-se a hipótese diagnóstica de lipoma com diagnóstico diferencial de hemangioma. A paciente realizou tomografia computadorizada helicoidal e ultrassonografia do local, as quais mostraram massa nodular de 8 cm em mucosa jugal esquerda. Após isso, foi submetida à biópsia sob anestesia local. No momento da anestesia local houve refluxo de sangue, quando se optou pela realização de punção aspirativa, ocasião em que se retirou 11 mL de sangue, mostrando que a lesão se tratava de hemangioma. A paciente foi encaminhada para um cirurgião vascular a fim de realizar uma terapêutica adequada para o caso. Palavras-chave: Diagnóstico diferencial, Hemangioma, Relato de caso. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 166 ESTOMATOLOGIA XEROSTOMIA CAUSADA POR RADIOTERAPIA EM REGIÃO DE CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO Anne Cristina Moreira Dal Prá ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Neli Pieralisi Lilian Cristina Vessoni Iwaki Liogi Iwaki Gustavo Zanna Gissela de Souza Biguetti A cada ano, mundialmente, são diagnosticados 870 mil casos de tumores malignos das vias aero-digestivas superiores. A radioterapia é empregada em aproximadamente 60% dos casos, incluindo os que envolvem as neoplasias de cabeça e pescoço, ora como modalidade única, ora em combinação com a cirurgia e/ou quimioterapia. Apesar dos benefícios da radioterapia, podem ocorrer efeitos adversos, sendo os mais relatados a xerostomia (Xe) e a hipossalivação, decorrentes da irradiação das glândulas salivares. A Xe é a sensação crônica de boca seca, nem sempre associada a hipossalivação, que prejudica a qualidade de vida do paciente. O objetivo desta revisão é discorrer sobre o diagnóstico e tratamento da xerostomia e hiposalivação resultantes da radioterapia na região de cabeça e pescoço. Para tanto, foi realizada uma busca de dados no PubMed com as palavras-chave “RADIOTHERAPY”, “HEAD AND NECK CANCER” e “XEROSTOMIA”. Os artigos coletados foram claros quanto à diferenciação de Xe e hipossalivação. A Xe corresponde a uma percepção subjetiva de estar com ausência de saliva e secura bucal, produzindo efeitos secundários, como digeusia, disfagia, desconforto mastigatório e na fala, algumas vezes. Porém, a Xe pode estar realmente associada à hipofunção comprovada das glândulas salivares ou hipossalivação, verificada pelo teste do fluxo salivar. Por sua vez, dependendo do grau de severidade, a hipossalivação acaba desenvolvendo mucosa bucal seca e atrófica, acompanhada de frequentes ulcerações. A redução do fluxo salivar reflete no aumento da viscosidade e alteração bioquímica da saliva que dificultam a alimentação, favorecendo a perda do apetite e do peso. Na composição da saliva, verifica-se um aumento da quantidade de sódio, magnésio, cloro e proteínas, por outro lado uma diminuição do pH e concentração de bicarbonato, e imunoglobulinas. Com isso, a microbiota torna-se altamente cariogênica, e a capacidade desmineralização-remineralização é reduzida, impactando na incidência de cáries. Cáries extensas podem condenar o dente em momento que as exodontias não são oportunas e propiciando o risco da osteorradionecrose. Como tratamento da xerostomia e hipossalivação utilizam-se estimulantes do fluxo salivar, como gomas de mascar sem açúcar. Entretanto, se o tecido glandular estiver sadio e não afetado, pode-se utilizar a pilocarpina, quando não houver contra-indicação. O método mais simples e acessível é tomar pequenos goles de água ao longo do dia. O uso da saliva artificial depende das preferências do paciente, e os seus objetivos incluem lubrificação, diminuição da sensação de boca seca e prevenção de cáries. Desta forma, além de atuar no diagnóstico de Xe e/ou hipossalivação, o cirurgião dentista deve estar atento quanto à avaliação e conduta frente às condições clínicas da cavidade bucal desses pacientes, para que elas não repercutam no agravamento do quadro geral. Palavras-chave: Xerostomia, hipossalivação, radioterapia ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 167 Radiologia/Estomatologia/Patologia A PREVENÇÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA PELO CIRURGIÃO DENTISTA. Diogo Henrique Nakaie ([email protected]) - (UEM) Neli Pieralisi Gustavo Jacobucci Farah Rosane Hwang de Faria Jaqueline Forestieri Bolonhez Carolini Gimenez Capaci Atualmente, a doença renal crônica (DRC) é considerada um problema de saúde pública mundial e o número de portadores têm aumentado drasticamente. No Brasil, as taxas de incidência e prevalência dessa doença crescem de forma acelerada, estima-se que cerca de dez milhões de pessoas têm alguma disfunção renal. A definição de DRC pela Sociedade Brasileira de Nefrologia é definida como “Anormalidades estruturais ou funcionais do rim presentes por um período igual ou superior a três meses”. A DRC manifesta-se gradualmente em seis estágios funcionais, variando do normal e sem lesão à fase terminal de insuficiência renal crônica, incluindo o paciente transplantado. Entre suas principais causas estão a hipertensão arterial e o diabetes mellitus que, por sua vez, encontram-se em ascensão na população. Nesse contexto, a probabilidade desses pacientes, em seus diversos estágios, frequentarem um consultório odontológico é gradativamente maior. Assim, o objetivo deste trabalho é mostrar o papel do cirurgião dentista frente a prevenção da DRC. Foi realizada uma revisão de literatura sobre o tema, a partir da seleção de publicados na base de dados PUBMED, utilizando os termos “chronic kidney diseases”, “prevention and control” e “dentistry”, resultando em oito artigos. Entre as ações levantadas, verificou-se que é importante que o cirurgião-dentista proceda a anamnese com atenção aos históricos familiar e médico de DRC, diabetes mellitus e hipertensão, não só por serem fatores predisponentes para a DRC, mas também por influenciarem a conduta odontológica. Da mesma forma, independente do estágio da DRC, deve-se aferir a pressão arterial e ter atenção à indicação e interação medicamentosa, que propiciem um agravamento desses dois quadros sistêmicos. Além disso, procurar reduzir a carga inflamatória sistêmica que favorece o dano renal. Um exemplo disso é a associação entre DRC e doenças periodontais (DP), numa relação bidirecional. A DRC pode agravar a DP, que se constitui em uma fonte de inflamação. O tratamento da DP pode contribuir com a melhora da glicemia e controle metabólico, restaurando parcialmente a disfunção endotelial, melhorando a condição sistêmica e qualidade de vida dos pacientes renais crônicos. Outro ponto importante é quando for necessário o uso de medicação antibiótica, analgésica ou anti-inflamatória, devem ser usados drogas com metabolização hepática, pois as de metabolização renal podem causar lesão renal ou agravar o caso da DRC do paciente. Portanto, fica evidente que a detecção precoce da doença renal, associada a condutas terapêuticas apropriadas para o retardamento de sua progressão, podem proporcionar uma melhor qualidade de vida aos pacientes e diminuir custos financeiros associados à DRC. Da mesma forma, o diagnóstico e encaminhamento para tratamento das doenças base associadas a etiopatogenia da DRC, bem como o manejo preventivo e cuidadoso desses pacientes pelos profissionais da saúde envolvidos na condução do caso. Por fim, é indiscutível a relevância da integração do cirurgião-dentista equipe multiprofissional e às clínicas de diálise, que trará impacto positivo na saúde bucal e sistêmica dos pacientes. Palavras-chave: Doença renal crônica, prevenção e controle, odontologia ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 168 RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA ODONTOMA COMPOSTO EM CONCRESCÊNCIA DENTÁRIA: UMA ASSOCIAÇÃO RARA – RELATO DE CASO Victor Hugo Fazoli Guidini ([email protected]) (UEM) Angelo José Pavan Willian Pecin Jacomacci João Paulo Perdigão Edevaldo Tadeu Camarini Liogi Iwaki Filho Os odontomas consistem basicamente em esmalte e dentina, com quantidade variável de cemento e polpa. São considerados mais como anomalia do desenvolvimento (hamartomas) do que como neoplasias verdadeiras. Constituem os tipos mais comuns de tumores odontogênicos, subdividindo-se em odontoma complexo e odontoma composto. Odontoma complexo é formado por muitas estruturas pequenas, semelhantes a dentes. O odontoma complexo trata-se de uma massa aglomerada de esmalte e dentina, que não lembra a morfologia de um dente. Via de regra, a concrescência ocorre quando há união de dois dentes adjacentes apenas por cemento, sem confluência de dentina sobrejacente. Posto isso, há a rara possibilidade da união entre os tecidos cementários de um odontoma e um dente. Esse trabalho tem como objetivo realizar um relato de caso de um caso inédito de odontoma composto em concrescência a dente. A paciente do gênero feminino, 30 anos de idade, compareceu à Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá (UEM) queixando-se de uma raiz dentária que necessitava ser removida. Ao exame clínico notava-se presença de raiz residual do 24 e deslocamentos do dente 25. A cortical óssea vestibular apresentava-se expandida na porção maxilar esquerda, com ausência de sintomatologia dolorosa. Radiograficamente foi possível constatar uma massa radiopaca, unilocular, bem delimitada e com halo radiolúcido em ápice nos elementos 24 e 25, bem como reabsorção radicular do dente 25. Baseado no apanhado de evidências clínicas e radiográficas, a hipótese diagnóstica mais elegível foi de cementoblastoma do elemento 24. Partindo do principio que a hipótese se tratava de uma neoplasia benigna não infiltrativas, a conduta consistiu na exérese cirúrgica local simples e completa da lesão associada ao elemento 24, a partir de um acesso cirúrgico monoangular baixo na região maxilar posterior esquerda. Feito isso, o material coletado foi enviado para análise histopatológica que teve como laudo inédito de um odontoma complexo em concrescência à raiz do elemento 24. Em um pós-operatório de 3 anos, não há sinais clinicos e radiográficos de recidiva da lesão e há neoformação óssea local. Para o diagnóstico de odontomas geralmente as tomadas radiográficas se fazem suficientes, sendo estes dificilmente confundidos com outras lesões, mesmo se tratando de odontomas do tipo complexo. No entanto, devido a presença incomum da concrescência associada, só a análise histopatológica pode realizar o diagnóstico diferencial com cementoblastoma. Portanto, o caso ilustra uma associação inédita na literatura: uma neoplasia benigna e uma alteração de desenvolvimento dos elementos dentais. Palavras-chave: Odontoma, Diagnóstico, Cirurgia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 169 PATOLOGIA LESÕES POTENCIALMENTE MALIGNAS: ANÁLISE RETROSPECTIVA DE CASOS ATENDIDOS EM UM CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ-PR. Hellen Castelini ([email protected]) Centro Universitário de Maringá- UniCesumar Ana Regina Casaroto Moreschi Elen de Souza Tolentino A maioria dos casos de câncer de boca é precedida por alterações clínicas denominadas lesões potencialmente malignas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde as principais lesões potencialmente malignas incluem a leucoplasia, eritroplasia, queilite actínica e o líquen plano. Deve-se investigar se tais lesões apresentam displasia epitelial, ou seja, um conjunto de sinais presentes que diferem do normal e indicam transformação maligna do tecido. Este trabalho teve como objetivo realizar um estudo retrospectivo e observacional dos casos de lesões potencialmente malignas bucais atendidos no projeto de lesões bucais do Centro Universitário Cesumar (PROLEB/ UniCesumar), bem como avaliar a prevalência das lesões e correlacionar o grau de displasia com as demais variáveis expostas. A presente análise foi realizada a partir da coleta de dados dos prontuários dos atendimentos realizados nos períodos de vigência de 2004-2010 e 2014-2015. As variáveis coletadas foram: idade, gênero, etnia, atividade ocupacional, hábitos nocivos, localização anatômica, lesão fundamental, hipótese diagnóstica, grau de displasia, tratamento, proservação e transformação maligna. Os resultados obtidos mostraram um total de 17 pacientes diagnosticados com lesões bucais potencialmente malignas e um total de 6 pacientes diagnosticados com carcinoma in situ. Tratando-se do perfil desta população alvo, a maior parte foi do sexo masculino (52,9%), com idades variando de 37 a 68 anos, porém, com maior número de casos a partir dos 40 anos de idade (47,0%). Quanto à etnia, a mais prevalente foi a cor branca (47,0%). A lesão potencialmente maligna de maior prevalência encontrada foi o líquen plano bucal (58,8%), seguido da leucoplasia (29,4%), eritroleucoplasia (5,8%) e queilite actínica (5,8%). Dentre os casos de líquen plano bucal (58,8%), a minoria possuía displasia epitelial (20%), já nos casos de leucoplasia (29,4%), todos apresentaram algum grau de displasia (100%). A eritroleucoplasia juntamente com a queilite actínica apresentaram grau de displasia moderada. Os portadores de líquen plano que relataram ter algum hábito nocivo na atualidade apresentaram displasia moderada, juntamente com a localização em regiões anatômicas de maior predileção por essas lesões como mucosa jugal e lábio inferior. Os pacientes que já haviam abandonado a prática de hábitos nocivos, não apresentaram graus de displasias. A leucoplasia, que representa 85% dos casos descritos na literatura, contabilizou apenas 29,4% dos achados do presente estudo. Quando relacionado a presença de hábitos nocivos com a displasia epitelial encontrados nesses casos, observou-se que todos os pacientes tabagistas já apresentavam algum grau de displasia epitelial significativo. Diante desse estudo conclui-se que o ideal é um diagnóstico precoce das lesões potencialmente malignas por parte dos cirurgiões dentistas através de um exame clínico minucioso e eficaz, quando ainda não houve a transformação maligna. Nos resultados aqui encontrados, a maioria já apresentava displasia epitelial. Palavras-chave: Lesões potencialmente malignas, displasia epitelial, prevalência. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 170 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA GRANULOMA PIOGÊNICO – RELATO DE CASO CLÍNICO COM EPISÓDIO DE RECIDIVA Lilco Kleber Kellner Filho ([email protected]) 1Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) Elen de Souza Tolentino1 O granuloma piogênico é um crescimento semelhante a um tumor da cavidade bucal que tem sido considerado como de natureza não-neoplásica. Acredita-se que o granuloma piogênico represente uma resposta tecidual a um irritante local ou a um trauma. Clinicamente apresenta-se como um aumento de volume com superfície lisa ou lobulada, nodular, séssil ou pedunculado, e indolor, que exibe coloração igual à da mucosa circunjacente. Tipicamente sua superfície é lisa e não ulcerada, seu tamanho varia em ate de 2 cm. Geralmente o paciente tem conhecimento da alteração por meses ou anos antes de ser realizado o diagnóstico. A superfície varia do rosa, vermelho ao roxo, dependendo da idade da lesão. Granulomas piogênicos jovens têm aparência altamente vascular, enquanto lesões mais antigas tendem a se tornar mais colagenizadas e apresentar coloração rosa. Os granulomas piogênicos podem exibir um crescimento rápido, o que pode alarmar tanto o paciente quanto o clínico, que poderão temer uma lesão maligna. Os granulomas piogênicos orais mostram uma marcante predileção pela gengiva, Em muitos pacientes, a irritação e a inflamação gengivais são resultantes da má higiene bucal, Os lábios, a língua e a mucosa jugal são as outras localizações mais comuns. O exame microscópico do granuloma piogênico mostra uma proliferação altamente vascular, semelhante ao tecido de granulação com numerosos vasos delimitados por endotélio, e apresentam-se obliterados por hemácias. Esses vasos são organizados em agregados lobulares, e alguns patologistas requerem esse arranjo lobular para o diagnóstico. É evidente um infiltrado inflamatório misto de neutrófilos, plasmócitos e linfócitos. O tratamento dos pacientes com granuloma piogênico consiste na excisão cirúrgica conservadora, que usualmente é curativa e a peça deve ser submetida a exame microscópico para afastar o diagnóstico de lesões mais graves. O presente trabalho relata o caso de uma paciente de 58 anos de idade, gênero feminino, com um nódulo pediculado de aproximadamente 1 cm de diâmetro, arredondado, de superfície irregular, coloração avermelhada, no palato duro, na região dos pré-molares superiores do lado direito, assintomático e com tempo de evolução de 1 mês. Ao exame radiográfico, não havia envolvimento ósseo. A hipótese diagnóstica foi de Granuloma Piogênico. A paciente foi submetida à biópsia excisional da lesão, sendo que o resultado do exame histopatológico confirmou o diagnóstico. No controle de 15 dias, observou-se recidiva da lesão, no mesmo local e com as mesmas características, porém com aumento no tamanho, que passou a ser de aproximadamente 2 cm de diâmetro. A paciente foi submetida a uma segunda biópsia e raspagem dos dentes 14 e 15. O exame histopatológico confirmou novamente o resultado. A paciente encontra-se em proservação de 8 meses, sem sinais clínicos de recidiva. Palavras-chave: Granuloma Piogênico; diagnóstico; recidiva ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 171 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA CISTO DENTÍGERO E TUMOR ODONTOGÊNICO ADENOMATOIDE – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL E POSSÍVEL RELAÇÃO: REVISÃO DE LITERATURA Priscila Soares Medina ([email protected]) Centro Universitário de Maringá – UniCesumar Elen de Souza Tolentino Em 1934 o tumor odontogênico adenomatoide (TOA) foi descrito pela primeira vez por Ghosh como um adamantinoma da maxila, porém somente em 1948 a lesão foi reconhecida como entidade distinta por Stafne. Foi descrito com vários nomes, e somente em 1971 Philipsen e Birn adotaram o termo TOA, o qual foi definido como um tumor do epitélio odontogênico que possuía diferentes graus de mudança no tecido conjuntivo. O TOA pode ser parcialmente cístico ou apresentar-se como lesão sólida. Essa lesão normalmente está associada a um dente não irrompido, principalmente o canino superior e na maioria das vezes acomete mulheres na segunda década de vida. Radiograficamente, se caracteriza por uma massa cística unilocular bem circunscrita ao redor de um dente retido. No exame histopatológico, a lesão pode apresentar um componente cístico, com diferentes graus de mudança cística, podendo raramente ser inteiramente cístico. O TOA é classificado em três grupos: o folicular, o extrafolicular e o periférico. Todos têm origem na lâmina dentária ou seus remanescentes. O tipo folicular está associado à coroa de um dente impactado, normalmente o canino superior e raramente envolve os molares permanentes. O Cisto Dentígero (CD) também está associado a um dente não irrompido, acomete principalmente homens até a terceira década de vida, tem predileção por terceiro molares e caninos da mandíbula. Devido às suas características clínicas e radiográficas, muitas vezes o TOA é diagnosticado como CD ou mesmo considerado como uma evolução da lesão cística. Há relatos de que alguns cistos odontogênicos podem ocorrer em associação com tumores odontogênicos, o TOA quando se apresenta na forma cística, sugere uma possível origem de um CD. Entretanto, poucos casos de TOA em associação com um CD foram descritos até agora. O objetivo desse trabalho é revisar casos incomuns de TOA associados a CD. Serão relatados nove casos que abordam as características clínicas, radiográficas, histopatológicas e terapêuticas das lesões. Alguns autores sugerem que o TOA pode surgir a partir do epitélio odontogênico do CD, enquanto outros defendem que pode ser derivado de restos epiteliais da lâmina dentária. As duas lesões são encapsuladas, benignas e a terapia de escolha é a enucleação. Não está claro se esta entidade (TOA decorrente de um CD) tem um potencial mais agressivo que o normal, porém não há relatos de comportamento agressivo dessas lesões, e após a enucleação, a recorrência é rara. Palavras-chave: Tumor odontogênico adenomatoide, cisto dentígero, diagnóstico. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 172 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA HEMANGIOMA EM MUCOSA BUCAL – RELATO DE CASO Igor Henrique Silva Pinheiro ([email protected]) Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) Elen de Souza Tolentino Felipe Correa Michellon Os hemangiomas, hamartomas de vasos sanguineos, são anomalias congênitas ou oriundas de trauma, e geralmente são assintomáticos e por essa característica podem passar anos despercebidos. Os hemangiomas são mais comuns em mulheres do que em homens (proporção de 5:1) e ocorrem com maior frequência em indivíduos leucodermas. Podem estar presentes tanto em boca quanto em pele e podem fazer parte de algumas síndromes, como a Síndrome de Sturger-Weber e a Síndrome de Rendu-Osler-Weber. Quando em boca, os hemangiomas acometem principalmente a língua, mucosa jugal, lábios e palato. Seu crescimento progressivo predispõe a injúrias que podem levar ao sangramento, que por muitas vezes são difíceis de controlar. Clinicamente são lesões que apresentam aumento de volume plano, nodular ou papular, apresentam coloração vermelho vivo ao azulado, são moles a palpação e requerem muito cuidado já que há um grande risco de hemorragia. Devido às suas características clínicas, o cirurgião dentista deve estar sempre atento ao diagnóstico diferencial com outras lesões como cistos, mucoceles, hematomas, metástases de carcinomas, epulides, telangiectasias, fibromas de mucosas, granuloma piogênico e sarcoma de Kaposi. Normalmente são lesões que desde que tratadas corretamente não recidivam. A diascopia é a manobra semiotécnica utilizada para se realizar o diagnóstico diferencial e quando realizada a lesão adquire caráter isquêmico devido ao esvaziamento vascular. A punção aspirativa também pode ser realizada, porém, devido ao risco de hemorragia não é muito indicada. O tratamento dos hemangiomas é muito discutido na literatura e depende do tamanho e localização da lesão, podendo ser feito por meio de esclerose química, crioterapia, laserterapia de CO2, ligadura e excisão, ulceração artificial, embolia arterial, eletrocautério, termocautério ou radioterapia. O objetivo do presente trabalho é relatar um caso de uma paciente gênero feminino, 45 anos, que não relatou nenhuma queixa, mas uma “bolinha” que cresceu na bochecha a incomodava, pois ocasionalmente havia sangramento na região. O tempo de evolução era de 10 anos. Após a diascopia e fechado o diagnóstico a paciente foi encaminhada a um cirurgião vascular. Por se tratar de uma lesão comum em mucosa bucal o cirurgião dentista deve ser capaz de realizar um correto diagnóstico e, então, estabelecer a melhor forma de tratamento. Palavras-chave: hemangioma, mucosa oral, diagnóstico diferencial. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 173 Radiologia/Estomatologia/Patologia LESÕES BUCAIS EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA Rosane Hwang de Faria ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Neli Pieralisi Mariliani Chicarelli Angelo José Pavan Patricia Bonfim Aline Aparecida de Sousa da Silva Pilege A doença renal crônica (DRC) é caracterizada como a perda progressiva e irreversível da função renal. Cerca de 10% da população mundial possuem DRC, tornando essa doença um sério problema de saúde pública.Pacientes que possuem DRC além de apresentarem alterações da própria doença apresentammanifestações sistêmicas causadas pelo dano renal ao organismo. No estágio mais avançado da doença, ocorre a falência do rim tornando-se necessário o transplante renal e a hemodiálise.O paciente portador de DRC apresenta o seu sistema imune debilitadoo que se torna propicio para o surgimento de lesões bucais infecciosas, como por exemplo, a candidose, leucoplasia pilosa e herpes labial. O objetivo desse trabalho éavaliarpor meio de uma revisão de literatura as manifestações dessas lesões na DRC. Assim, fez-se uma revisão de literatura dos últimos dez anos nas bases Scielo, PubMed, CAPES e Google Acadêmico, cruzando palavras ‘’chronickidneydiseases”, “oral candidiasis”, “hairyleukoplakia”, “labial herpes” e “oral lesions’’, da qual se obteve 15 estudos que abordavam o tema proposto. A candidose (C) é a lesão bucal infecciosa mais frequente na DRC. A C corresponde a uma infecção fúngica produzida pelos microrganismos Candidasp, sendo a espécie mais comumente encontrada a C. albican. Embora a C seja uma lesão bucal infecciosa que é clinicamente detectável, deve ser levado a sério devido ao seu alto potencial para evoluir para uma infecção sistêmica em pacientes imunocomprometidos. A C apresenta quatro aspectos clínicos principais: C. Eritematosa, C. Pseudomembranosa, C. Crônica Hiperplásica, C. Mucocutânea. Sua ocorrência em pacientes sob hemodiálise varia de 42 a 63%. A leucoplasia oral está associada ao vírusEpstein-Barr e vem sendo associada a pacientes com comprometimento imunológico. Caracteriza-se pela formação de uma placa esbranquiçada, geralmente linear, normalmente unilateral e localizada na borda lateral da língua.Devido ao uso de imunossupressores, foi encontrada em 8,6% dos pacientes transplantados.O herpes bucal recorrente que atinge cerca de 85% da população saudável, normalmente, surge diante de quedas de resistência imunológica, resultando no aparecimento em pacientes com DRC.Quando as lesões bucais infecciosassão detectadas em pacientes DRC, deve se realizar diagnóstico precoce e o tratamento da lesão, bem como associà-las com investigações das condições sistêmicas, visando diminuir possíveis prognósticos desfavoráveis. Palavras-chave: doença renal crônica, lesões bucais, imunossupressão ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 174 Radiologia DESAFIO CLÍNICO DA ANATOMIA INTERNA DE PRÉ-MOLARES INFERIORES Isabela Inoue Kussaba ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Marcos Sérgio Endo Amanda Carolina Mazuquini Nair Narumi Orita Pavan Lilian Cristina Vessoni Iwaki Alfredo Franco Queiroz Os pré-molares inferiores são considerados misteriosos para os Endodontistas, pois a variação da quantidade de raízes e de canais radiculares é elevada. Assim, o desconhecimento dessas variações anatômicas dos canais radiculares pode influenciar o preparo químico-mecânico, resultando em áreas não instrumentadas, o que compromete a limpeza, modelagem e desinfecção do sistema de canais radiculares, contribuindo ao insucesso do tratamento endodôntico. Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo apresentar uma revisão da literatura, discutir as variações anatômicas dos pré-molares inferiores e a importância do conhecimento da anatomia interna desses dentes. A revisão da literatura foi fundamentada por meio do banco de periódicos nacional e internacional, além de mostrar as variações anatômicas de pré-molares através de imagens em radiografias digitais e tomografias computadorizadas de feixe cônico. A variação anatômica está relacionada a fatores como sexo, idade, etnia e trauma. Normalmente os pré-molares inferiores apresentam um ou dois canais radiculares, casos onde verifica-se três canais também pode ser detectado. Em relação à configuração morfológica do sistema de canais radiculares, Vertucci (1984) descreveu e classificou os dentes permanentes humanos em oito tipos morfológicos distintos, considerando o número de canais e a localização das suas divisões. Essa classificação divide-se em: a) tipo l: o dente com um único canal se estendendo da câmara pulpar até o ápice; b) tipo ll: são os dentes que começam com canais separados e terminam juntos no ápice; c) tipo lll: são dentes com um único canal, que se separa no meio da raiz, e depois se une novamente, terminando em um único canal; d) tipo lV: dentes com dois canais separados e distintos; e) tipo V: dentes que começam com um único canal, e depois se divide em dois canais com forames distintos; f ) tipo Vl: dois canais separados que deixam a câmara pulpar, unem-se no corpo da raiz e depois dividem novamente, terminando em forames apicais distintos; g) tipo Vll: um canal que deixa a câmara pulpar, divide-se em dois, depois se une, dentro do corpo da raiz e, novamente, se divide em dois canais distintos; h) tipo Vlll: dentes com três canais radiculares distintos que vai da câmara pulpar até o ápice. De acordo com essa classificação, a configuração mais encontrada é do tipo I, seguido do tipo V. As radiografias periapicais convencionais frequentemente deixam de apresentar o correto número de canais em dentes submetidos ao tratamento endodôntico. O sucesso do tratamento endodôntico está associado a correta observação do sistema de canais radiculares. Devido a estas dificuldades, a tomografia computadorizada de feixe cônico pode superar as limitações da radiografia convencional como exame auxiliar para o Endodontista. Conclui-se que a anatomia do canal radicular de pré-molares inferiores pode apresentar um desafio clínico e estar relacionado com o resultado do tratamento. O uso da tomografia computadorizada de feixe cônico nos estudos direcionados a anatomia dentária pode mostrar-se como importante recurso na Endodontia. Palavras-chave: Anatomia, Canal radicular, Endodontia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 175 Estomatologia/Radiologia/Patologia SIALOLITÍASE EM GLÂNDULA SUBMANDIBULAR: RELATO DE CASO CLÍNICO Laís de Paula Sumback Sivila Souza ([email protected]) - (UEM) Liogi Iwaki Filho Rômulo Maciel Lustosa Willian Pecin Jacomacci Maísa Pereira da Silva João Matheus Scherbaum Eidt Sialolitíase é uma condição em que há formação de cálculos no sistema de ductos das glândulas salivares, gerando assim uma obstrução destes ductos. A obstrução acarreta além da estase salivar a dilatação da glândula salivar envolvida, podendo secundariamente ocasionar uma infecção, apresentando assim Sialolitíase Crônica. Este quadro pode acarretar sintomatologia álgica, entretanto são apenas 17% dos pacientes que apresentam sialolitíase que manifestam queixas dolorosas. A etiologia da Sialolitíase ainda é desconhecida, no entanto estudos apresentam algumas hipóteses que pressupõem a formação inicial de um nicho orgânico, e este se desenvolve progressivamente pela deposição de camadas de substâncias orgânicas e inorgânicas. Esta condição é mais comum em pacientes do gênero masculino, da quarta década de vida a sexta década de vida. Relacionado à sua característica anatômica o ducto de Wharton da glândula submandibular é o mais acometido (90%), seguido do ducto de Stensen (10%) da glândula parótida. Para diagnóstico podem ser utilizadas as radiografias (oclusais e panorâmicas), entretanto existem outros métodos como sialografia, sialoendoscopia, tomografia computadorizada helicoidal e de feixe cônico, ultrassom e imagem ressonância magnética. O tratamento será determinado pelo tamanho do sialólito, podendo ser conservador (massagem glandular, uso de sialogogos, calor úmido e hidratação) ou remoção cirúrgica do sialólito, e por vezes excisão da glândula acometida. O tamanho do cálculo salivar pode variar de menos de 1mm a alguns centímetros em seu maior diâmetro, sendo cálculos maiores que 15mm 7,6% e menores que 10mm aproximadamente 88%. Assim o presente trabalho tem o objetivo de relatar um caso de uma paciente do gênero feminino, MP, 36 anos que compareceu a Clinica Odontológica da (UEM) relatando dor em região submandibular, a mesma foi submetida a exame radiográfico oclusal o qual não permitiu um diagnóstico conclusivo, logo para complementar foi realizada uma sialografia que permitiu concluir, associado ao exame clínico o diagnóstico de sialolitíase. A paciente foi submetida a tratamento cirúrgico ambulatorial sob anestesia local para remoção do sialólito. Pode-se assim concluir que as diferentes técnicas de diagnóstico, permitindo um conhecimento sobre a localização e tamanho do sialólito são de grande importância para guiar o cirurgião dentista para a conduta correta quanto ao tratamento de sialolitíase. Palavras-chave: Glândula Salivar, Sialolitíase, Diagnóstico, ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 176 RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA TUMOR DE CÉLULAS GRANULARES EM PALATO MOLE: UMA LOCALIZAÇÃO RARA – RELATO DE CASO Irma Milena Menck Romanichen ([email protected]) - (UEM) Vanessa Cristina Veltrini Mariliani Chicarelli da Silva Suzana Cantanhede Orsini Machado de Souza Willian Pecin Jacomacci Andressa Bolognesi Bachesk O tumor de células granulares é uma neoplasia benigna de tecido mole incomum que apresenta predileção pela cavidade oral. Originalmente acreditava-se que a lesão tivesse origem no músculo esquelético, e era chamada de mioblastoma de células granulares. Entretanto, estudos mais recentes não suportam a origem muscular, mas apontam para uma origem a partir das células de Schwann (schwanoma de células granulares) ou das células neuroendócrinas. Nos tumores de células granulares em cavidade oral, a língua é a localização mais comum, representando de um terço à metade de todos os casos, sendo a superfície dorsal a área mais frequentemente acometida. A mucosa jugal é a segunda localização intraoral mais comum. O tumor ocorre mais frequentemente da quarta à sexta década de vida, sendo raro em crianças. Há uma predileção pelo gênero feminino, com uma proporção de 2:1. Tipicamente, o tumor de células granulares é um nódulo séssil assintomático, que usualmente mede 2 cm ou menos. Caracteristicamente, o aumento de volume apresenta coloração rosada, mas ocasionalmente podem exibir coloração amarela. Esta patologia é usualmente solitária, embora possam ocorrer tumores múltiplos, separados, especialmente em pacientes negros. O objetivo desse trabalho é relatar um caso de um paciente do gênero masculino de 58 anos de idade que chegou à Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá, queixando-se de um lesão indolor, clinicamente apresentando-se não-ulcerada e levemente eritematosa, com tempo de evolução de oito meses em região de palato mole. Dentre. Uma biópsia excisional foi realizada para exame histopatológico da lesão. Durante a análise da lâmina, observou-se mucosa revestida por um epitélio escamoso estratificado hiperqueratinizado, por vezes associada à hipergranulose, assim, exibindo focos esporádicos de disceratose e figuras de mitose, assim como cristas em padrão romboide pseudo-epiteliomatosa. De modo subjacente, houve uma grande área com ninhos de células poligonais com citoplasma granular eosinófilo e pequenos núcleos. O exame histopatológico apontou para a possibilidade de tumor de células granulares e, consequentemente, um estudo imuno-histoquímico foi realizado com a finalidade de testes de confirmação, mostrando coloração positiva para a proteína S-100 e também reforçando a origem neural. O paciente está sob estrito acompanhamento pós-operatório durante três anos, sem evidência clínica de recorrência e transformação maligna. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 177 Radiologia/Estomatologia/Patologia XEROSTOMIA EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE Aline Aparecida de Sousa da Silva Pilege ([email protected]) - (UEM) Neli Pieralisi Flávia Matarazzo Martins Liogi iwaki Filho Gabriella Ribeiro Gentil A Doença Renal Crônica (DRC) é caracterizada por uma lesão renal, constituindo na perda funcional progressiva e irreversível do rins (glomerular, tubular e endócrina). Os rins são órgãos multifuncionais especializados, responsáveis pela manutenção do equilíbrio eletrolítico e ácido-básico, pela regulagem do volume dos fluídos corpóreos, pela excreção de resíduos metabólicos e drogas. A incapacidade funcional dos rins traz vários problemas sistêmicos ao indivíduo e alterações bucais, como elevação dos níveis de uréia salivar, na capacidade de tamponamento da saliva, como também aumento do biofilme dental visível e de cálculos dentários. Porém, ocorre redução do fluxo salivar e a xerostomia (X). Desta forma, foi realizada uma busca de dados no PubMed com as palavras-chave “HEMODIALYSIS”, “XEROSTOMIA” e “HYPOSALIVATION”, selecionando se 21 artigos em língua inglesa, publicados nos últimos cinco anos. Verificou-se que a X é uma manifestação bucal comum entre pacientes renais crônicos, sendo definida como uma sensação subjetiva de boca seca, nem sempre associado a hiposalivação. O volume salivar secretado, sob condições de repouso, é de aproximadamente 1ml/min, a hipofunção salivar é caracterizada quando o volume salivar encontra-se abaixo de 0,7 ml/min. Em pacientes sob hemodiálise, a X é relativamente comum e possui sintomas como dificuldades na mastigação, fala, degustação e deglutição. Além disso, relaciona-se com maior risco de doenças bucais incluindo periodontais, infecções bacterianas causadas mediante a fibrose das glândulas salivares, reduzindo assim, o fluxo salivar. Não há tratamento para a X em pacientes submetidos à hemodiálise crônica, sendo aconselhável que se estimule as glândulas salivares através de meios farmacológicos como substitutos salivares, e uso de métodos mecânicos. A X pode ser causada por uso de medicamentos, atrofia e fibrose das glândulas salivares, diminuição da ingestão de fluidos, além de idade avançada. Em pacientes em hemodiálise, a X se associa a dificuldade nas funções bucais, além de aumento do risco de doenças relacionadas à via oral e suas adjacências, sendo de origens bacterianas ou fúngicas ; ganho de peso interdialítico causado pelo aumento da ingestão de líquidos. Não há tratamento eficiente para a xerostomia em paciente sob hemodiálise. A xerostomia é um sintoma incômodo para os pacientes em hemodiálise, e deve-se haver esforço para buscar tratamento eficiente para ele. Palavras-chave: xerostomia, hiposalivaçao, hemodiálise ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 178 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA LESÃO DE GLÂNDULA SALIVAR – RELATO DE CASO Karyn Sabrina Marinho Umbelino ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Elen de Souza Tolentino Caroline Resquetti Luppi Cláudio Freire Sessenta Junior Liogi Iwaki Filho Lorena Borgognoni Aquaroni O mucocele é uma lesão comum da mucosa bucal que resulta da ruptura de um ducto de uma glândula salivar, que mesmo nessa condição, permanece secretando saliva, o que leva ao extravasamento da mucina para dentro dos tecidos moles adjacentes. Em geral o mucocele é resultado de um trauma local, como por exemplo uma mordida, que pode levar a uma condição em que há o surgimento de uma tumefação tissular: o mucocele. No aspecto clínico, esse tipo de lesão se apresenta como um aumento de volume em forma de cúpula com tamanho variado, sendo mais comum nas três primeiras décadas de vida, ou seja, acomete mais crianças e adultos jovens, do que adultos mais velhos e idosos. Como característica quanto à palpação, geralmente os mucoceles são flutuantes, mas há casos em que também podem ser firmes. A bolha da mucocele é cristalina e transparente, até porque seu conteúdo é basicamente salivar. O lábio inferior é o sítio mais acometido, seguido de assoalho de boca e ventre lingual, além disso, as glândulas salivares menores são mais propensas a estarem envolvidas nessa condição. Ao exame microscópico, a lesão exibe uma área de mucina extravasada circundada por tecido de granulação reacional. É muito importante que seja feito o exame histopatológico para que eram descartadas lesoes neoplásicas que se assemelham ao mucocele, como carcinoma mucoepidermoide, por exemplo. O prognóstico dessa lesão é excelente, embora ocasionalmente possam haver recidivas. O presente trabalho tem como objetivo fazer um relato do caso clínico de um paciente do gênero masculino, 19 anos, que compareceu à Clínica Odontológica da (UEM), no Projeto LEBU, e apresentou sua queixa relatando a presença de uma “bolinha embaixo da língua”. Ao exame físico intrabucal notou-se a presença de uma bolha com medida aproximada de 3 cm em ventre lingual, apresentando também contornos nítidos, bordas regulares e consistência flutuante. A hipótese diagnóstica foi de mucocele e o paciente foi submetido à biopsia excisional. O material foi enviado para análise histopatológica e o diagnóstico de mucocele foi confirmado. Após 7 dias da biópsia, o paciente apresentou excelente cicatrização. O mesmo segue em acompanhamento, não apresentando sinais de recidiva. Palavras-chave: Mucocele; Glândula salivar; Patologia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 179 Radiologia/Estomatologia/Patologia “MANEJO DE PACIENTES CANDIDATOS À TRANSPLANTE HEPÁTICO: REVISÃO DE LITERATURA” Letícia Carvalho Lima Teixeira ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Neli Pieralisi Mariliani Chicarelli Elen de Souza Tolentino Paula Gabriela Vieira Chicora O fígado é o maior órgão do ser humano, com características glandulares, desempenhando funções importantíssimas no metabolismo, síntese e armazenamento de substâncias, entre as quais estão as vitaminas essenciais no processo de coagulação. Entretanto, algumas doenças podem comprometer a função desse órgão, tais como a doença enxerto versus hospedeiro, hepatites B e C, fibroses, cirrose alcoólica e doenças hepáticas tóxicas, que conduzem a insuficiência hepática (IH). A IH requer transplante hepático em que 60 a 80% dos transplantados sofrem de alguma infecção, como as bucais. A partir daí, considera-se relevante requerer a eliminação de focos de infecção na fase pré-transplante, para melhor prognóstico e qualidade de vida na fase pós-transplante. Neste momento, o papel do cirurgião dentista é fundamental na prevenção, diagnóstico e tratamento de processos infecciosos bucais. Deste modo, o presente trabalho expõe a abordagem odontológica do paciente apto a receber um transplante hepático. Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura nas bases de dados Elsevier, PubMed, CAPES e Google Acadêmico, entre 2003 e 2016, empregando os termos Transplante hepático; saúde bucal; imunossupressão. Os artigos científicos selecionados apontaram que alguns quadros sistêmicos são mais frequentes nos pacientes candidatos à transplante. Um deles referem-se aos distúrbios de coagulação que determinam cautela frente a procedimentos invasivos. Outro aspecto é o uso de medicamentos comuns na odontologia, como analgésicos a base de morfina e sedativos, que devem ser evitados ou administrados em baixa dose. Também, foram citadas as principais doenças bucais encontradas nos pacientes candidatos à transplantes: cárie, doença periodontal, candidose e xerostomia. As três primeiras têm na má higiene bucal um elo em comum, embora a cárie ainda esteja relacionada à xerostomia. Esta última está associada ao tratamento com diuréticos ou à doença enxerto versus hospedeiro. A doença periodontal, por outro lado, pode estar intimamente relacionada à imunossupressão do paciente, determinando cuidados quanto a prescrição de medicamentos e ao planejamento terapêutico pelo dentista. Deste modo, pode se afirmar que o papel da odontologia na fase pré-transplante é muito significativo, principalmente, no combate de focos de infecção e na atenção às possíveis alterações sistêmicas atribuídas ao quadro clínico do paciente. Isso demonstra a necessidade de uma maior interação entre as equipes médica e odontológica. A condição bucal precária desses pacientes indica a oportunidade de cuidados especializados dentro de uma filosofia preventiva e criação de um protocolo de tratamento odontológico, para evitar desta forma complicações, como infecções recorrentes de terapia imunossupressora após o transplante. Palavras-chave: Transplante hepático; saúde bucal; imunossupressão. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 180 Radiologia/Estomatologia/, Patologia TOMOGRAFIA CONE BEAM E DIAGNÓSTICO DE CISTO DENTÍGERO- RELATO DE CASO Vinícius Tadeu Batistussi França ([email protected]) - (UEM) Mariliani Chicarelli da Silva Elen de Souza Tolentino Lilian Cristina Vessoni Iwaki Letícia Ângelo Walewski Felipe Corrêa Michellon O tipo mais comum dos cistos odontogênicos de desenvolvimento e o segundo mais frequente entre todos que ocorrem nos maxilares é o denominado cisto dentígero. Este cisto é uma lesão benigna, associado ao epitélio da coroa de um dente não erupcionado. Ocorre predominantemente nas três primeiras décadas de vida, tendo predileção pelo gênero masculino e indivíduos caucasianos. Radiograficamente, pode se apresentar como uma cavidade unilocular radiotransparente, com margem esclerótica bem definida, que envolve a coroa de um dente não erupcionado a partir da junção cemento-esmalte, embora não comumente possa se apresentar multiloculares nas grandes lesões. Atualmente, a tomografia computadorizada de feixe cônico é um método de diagnóstico por imagem que usa Raios X e evidencia as relações estruturais em profundidade, permitindo reconstruções nos planos axial, coronal, sagital e panorâmico, auxiliando no diagnostico de várias lesões. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de cisto dentígero e a importância da tomografia computadorizada de feixe cônico como ferramenta auxiliar de diagnóstico. O paciente do gênero feminino, leucoderma, 9 anos de idade, compareceu ao projeto LEBU, na Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá e por meio do exame clínico e radiográfico inicial constatou-se uma tumefação, devido à expansão da cortical óssea vestibular e lingual, logo abaixo dos dentes 83, 84 e 85. A lesão apresentava-se dura à palpação e sua coloração semelhante a mucosa adjacente. Na radiografia panorâmica observou-se logo abaixo dos dentes 44 e 45 um processo de rizólise avançada, uma área radiolúcida unilocular bem delimitada, envolvendo os dentes 44 e 45 não-irrompidos, os quais apresentavam-se rechaçados pela lesão. Posteriormente foi realizada tomografia computadorizada de feixe cônico, que mostrou principalmente o abaulamento e adelgaçamento da cortical lingual. Assim sendo, foi realizado o procedimento cirurgico, que foi precedido da punção da lesão, onde foi coletado um líquido sanguinolento, no qual, optou-se pela realização da técnica de marsupialização, após a exodontia dos dentes envolvidos. Foi realizada a remoção do teto da cápsula cística para descompressão do provável cisto, reduzindo o tamanho do defeito ósseo. O histopatológico foi compatível com cisto dentígero. Não foi observada recidiva na radiografia panorâmica de pós-operatório de 120 dias. É importante salientar a importãncia da tomografia computadorizada de feixe cônico como ferramenta auxiliar no diagnóstico e planejamento cirúrgico de lesões ósseas, principalmente na localização da lesão e sua relação com as estruturas adjacentes, oferecendo uma maior previsibilidade ao cirurgião bucomaxilofacial. Palavras- chave: tomografia computadorizada de feixe cônico, cisto odontogênico, diagnóstico. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 181 Radiologia/Estomatologia/Patologia ABORDAGEM ODONTOLÓGICA DE PACIENTES PORTADORES DE HEPATITE C: REVISÃO DE LITERATURA Guilherme Smaha Procidônio (guilherme_ [email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Neli Pieralisi Vanessa Veltrini Gustavo Zanna Paula Gabriela Vieira Chicora Letícia Carvalho Lima Teixeira Hepatite refere-se a várias doenças inflamatórias regenerativas e degenerativas do fígado, dentre estas, a hepatite C (HC), causada pelo vírus da Hepatite C. A HC possui alta prevalência e incidência e leva às sérias consequências à saúde sistêmica, em decorrência da infecção crônica e falta de uma vacina que seja eficiente. O diagnóstico de hepatite C crônica é baseado na infecção persistente pelo vírus, com altos níveis sorológicos de alanina aminotransferase (ALT) por mais de seis meses. A cronicidade conduz a uma fibrose hepática podendo culminar na cirrose, carcinoma hepatocelular, falência hepática e, em alguns casos, o óbito. O objetivo deste trabalho é apontar os principais indícios da disfunção hepática na HC e qual a abordagem odontológica deve ser realizada nesses pacientes. Foi efetivada uma revisão de literatura através de artigos científicos do PubMed, empregando-se os descritores “Hepatite C” “Insuficiência hepática crônica” e “Manifestações bucais’’, entre os anos de 2003 e 2016. Os principais indícios da doença encontrados na cavidade bucal são a presença de mucosa ictérica, alterações hemorrágicas, petéquias, hematomas e sangramento gengival, deficiente higiene bucal e saúde periodontal precária. Observa-se uma maior propensão à cárie dentária, em virtude da redução do fluxo salivar provocada por medicamentos, em comparação aos indivíduos não infectados. Além disso, a Síndrome de Sjögren e o líquen plano têm sido associados com a HC crônica. Equimoses e redução da cicatrização após cirurgias podem também ser notadas, assim como o aumento da glândula parótida. Assim como, uma alta prevalência de câncer bucal foi verificada em pacientes com a infecção pelo VHC. Diante desse contexto, no tratamento de pacientes infectados pelo vírus da HC, o cirurgião-dentista deve avaliar a suscetibilidade à infecção e hemorragias, predisposição a reações adversas a medicamentos e a inabilidade de resistir ao estresse do atendimento odontológico. Dessa maneira, diante da propensão desses pacientes a hemorragias, o cirurgião dentista deverá, além de executar uma anamnese rigorosa, saber solicitar testes de coagulação e avaliar seus valores, previamente, a realização de qualquer procedimento cirúrgico. Portanto, conclui-se que, mesmo que a função hepática do paciente esteja alterada, consultas odontológicas que visem a promoção de saúde bucal devem ser realizadas, respeitando-se os devidos cuidados a sua condição clínica, uma vez que portadores de Hepatite C são mais predispostos a terem saúde bucal precária. Palavras-chave: Hepatite C, manifestações bucais, insuficiência hepática crônica ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 182 RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA TÍTULO: TUMOR DE CÉLULAS GRANULARES EM PALATO MOLE: UMA LOCALIZAÇÃO RARA – RELATO DE CASO Irma Milena Menck Romanichen ([email protected]) - (UEM) Vanessa Cristina Veltrini Mariliani Chicarelli da Silva Suzana Cantanhede Orsini Machado de Souza Willian Pecin Jacomacci Andressa Bolognesi Bachesk O tumor de células granulares é uma neoplasia benigna de tecido mole incomum que apresenta predileção pela cavidade oral. Originalmente acreditava-se que a lesão tivesse origem no músculo esquelético, e era chamada de mioblastoma de células granulares. Entretanto, estudos mais recentes não suportam a origem muscular, mas apontam para uma origem a partir das células de Schwann (schwanoma de células granulares) ou das células neuroendócrinas. Nos tumores de células granulares em cavidade oral, a língua é a localização mais comum, representando de um terço à metade de todos os casos, sendo a superfície dorsal a área mais frequentemente acometida. A mucosa jugal é a segunda localização intraoral mais comum. O tumor ocorre mais frequentemente da quarta à sexta década de vida, sendo raro em crianças. Há uma predileção pelo gênero feminino, com uma proporção de 2:1. Tipicamente, o tumor de células granulares é um nódulo séssil assintomático, que usualmente mede 2 cm ou menos. Caracteristicamente, o aumento de volume apresenta coloração rosada, mas ocasionalmente podem exibir coloração amarela. Esta patologia é usualmente solitária, embora possam ocorrer tumores múltiplos, separados, especialmente em pacientes negros. O objetivo desse trabalho é relatar um caso de um paciente do gênero masculino de 58 anos de idade que chegou à Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá, queixando-se de uma lesão indolor, clinicamente apresentando-se não-ulcerada e levemente eritematosa, com tempo de evolução de oito meses em região de palato mole. Dentre. Uma biópsia excisional foi realizada para exame histopatológico da lesão. Durante a análise da lâmina, observou-se mucosa revestida por um epitélio escamoso estratificado hiperqueratinizado, por vezes associada à hipergranulose, assim, exibindo focos esporádicos de disceratose e figuras de mitose, assim como cristas em padrão romboide pseudo-epiteliomatosa. De modo subjacente, houve uma grande área com ninhos de células poligonais com citoplasma granular eosinófilo e pequenos núcleos. O exame histopatológico apontou para a possibilidade de tumor de células granulares e, consequentemente, um estudo imuno-histoquímico foi realizado com a finalidade de testes de confirmação, mostrando coloração positiva para a proteína S-100 e também reforçando a origem neural. O paciente está sob estrito acompanhamento pós-operatório durante três anos, sem evidência clínica de recorrência e transformação maligna. Palavras-chave: Tumor de células granulares; Palato mole; Diagnóstico ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 183 Radiologia/Estomatologia/Patologia SÍNDROME DE GRISPAN, DESAFIOS PARA O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. Gustavo Nascimento de Souza Pinto ([email protected]) - (UEM) Elen de Souza Tolentino Lilian Cristina Vessoni Iwaki Vanessa Veltrini Helder Fernando Borges Júnior Mariliani Chicarelli da Silva O líquen plano erosivo é uma doença auto imune de etiologia desconhecida que é comumente encontrada na cavidade oral, cuja qual acomete geralmente adultos entre a quarta e quinta décadas de vida. Essas lesões de características variáveis são geralmente encontradas na mucosa bucal, língua, palato mole, gengiva e lábios. É sabido que certos fatores associados com o líquen plano erosivo, podem aumentar a severidade dessa doença, causando dessa forma, maior desconforto ao paciente. A tríade líquen plano erosivo, diabetes mellitus e hipertensão arterial, originalmente descrita como a síndrome de Grinspan trata-se de uma associação rara e pouco descrita na literatura. Contudo embora essa associação esteja comprovada, ainda não há uma direção quanto a relação entre os fatores já estabelecidos. Tem sido sugerido que as medicações para pacientes diabéticos e hipertensos podem ser a causa de reações liquenóides na mucosa oral. O objetivo deste trabalho é reportar uma extensa reação de líquen plano erosivo na mucosa oral associado com o diabetes mellitus e a hipertensão, com um severo curso e resistente ao o tratamento. Paciente, 52 anos, gênero feminino, caucasiana, relatando uma severa e constante sensação de dor, com percepção de ardência e grande dificuldade para comer, falar e deglutir, afetando principalmente a língua. Ao exame clínico constatou no dorso da língua características difusa, eritematosa e ulcerações extremamente dolorosas. A paciente era notavelmente ansiosa e depressiva. Durante a história médica foi relatado ser portadora de diabetes mellitus há aproximadamente um ano, bem como também ser portadora de hipertensão arterial, não obstante a paciente relatou possuir um quadro hepatite C latente e gastrite. A conduta foi realizar a biópsia incisional em algumas áreas afetadas da língua. Alguns achados foram observados ao exame histopatológico e a associação entre os achados clínicos e microscópicos confirmou o diagnóstico de líquen plano erosivo. Foi feita uma interação multidisciplinar com diversos profissionais da saúde, como o cirurgião dentista, médico, nutricionistas e psicólogos e instalada uma terapia com uso tópico e sistêmico de medição a base de corticóide. Infelizmente essa opção terapêutica não obteve os resultados esperados para minimizar a sintomatologia dolorosa da paciente, transformando desse modo um caso de extrema dificuldade para tratamento. Palavras-chave: Liquen Plano Erosivo, Diabetes Mellitus, Hipertensão ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 184 Radiologia/Estomatologia/Patologia TRATAMENTO CONSERVADOR DE CISTO ÓSSEO SIMPLES – RELATO DE CASO Renata Hernandes Tonin ([email protected]) - (UEM) Liogi Iwaki Filho Lilian Cristina Vessoni Iwaki Amanda Lury Yamashita Gustavo Nascimento Souza Pinto Mariucha Ramella Marcon Nemer O cisto ósseo simples (COS) é uma cavidade intra-óssea vazia com ausência de um revestimento epitelial, podendo apresentar tumefação. Sua etiologia é desconhecida, porém em alguns casos pode estar associado a um trauma anterior. A prevalência de COS no projeto de extensão: ‘Diagnóstico, tratamento e epidemiologia das doenças da cavidade bucal – Lebu’ da Universidade Estadual de Maringá/PR, entre 1995 a 2004, foi de 12 casos, dentre os 2.424 prontuários analisados. O COS é mais comum na mandíbula e em adolescentes, não tendo predileção entre os gêneros. Por ser assintomático, frequentemente é diagnosticado em exames radiográficos de rotina, apresentando-se como uma imagem radiolúcida unilocular, delimitada por uma fina cortical e muitas vezes, contornando as raízes dos dentes adjacentes, resultando em um aspecto festonado. Diversos tratamentos podem ser realizados, como: curetagem, enxerto ósseo, injeção de corticosteróides e mais recentemente, injeção de medula óssea autóloga. A existência de relatos de casos de COS que regrediram de forma espontânea evidencia a escolha de realizar uma proservação clínico-radiográfica ao invés da intervenção cirúrgica. Por isso, este trabalho visa relatar o tratamento conservador (não-cirúrgico) do caso clínico de uma paciente do gênero feminino de 10 anos de idade que teve o diagnóstico de COS através do exame radiográfico inicial para o tratamento ortodôntico. Na radiografia panorâmica, foi detectada lesão radiolúcida próximo à região periapical dos dentes 44 e 45 que encontravam-se com vitalidade pulpar, medindo cerca de 2 cm em seu maior diâmetro, simulando um aspecto festonado entre as raízes destes dois dentes, com margens escleróticas em algumas regiões. A paciente era totalmente assintomática e no exame físico intrabucal não apresentava qualquer alteração visível. À palpação, tanto a tábua óssea vestibular quanto a lingual, não apresentavam expansão, perfuração ou qualquer outra alteração, sendo totalmente normais e assintomáticas. O exame tomográfico confirmou estes sinais observados no exame panorâmico e a associação destes com os achados clínicos, levantou-se a hipótese de COS. Após conversa com a família, a opção de tratamento tomada conjuntamente foi pela conduta conservadora com exames clínicos e radiográficos periódicos, além da orientação à família e à paciente para que frente a qualquer sinal ou sintoma diferente na região afetada, retornar imediatamente para novo controle da lesão. A paciente foi encaminhada para executar o tratamento ortodôntico, sendo realizados os exames periódicos conforme determinado. No controle de 6 anos, a paciente já havia terminado o tratamento ortodôntico, permanecia assintomática e o exame radiográfico mostrou completa reparação da área patológica, confirmando o diagnóstico inicial de COS. Assim, conclui-se que o tratamento conservador é uma opção viável para o tratamento do cisto ósseo simples. Palavras-chave: Cisto ósseo simples, tratamento conservador, exames de imagem ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 185 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA CARCINOMA ESPINOCELULAR EM LÍNGUA E SOALHO DE BOCA: RELATO DE CASO. Felipe Corrêa Michellon ( [email protected]) - (UEM) Elen de Souza Tolentino Lilian Cristina Vessoni Iwaki Mariliani Chicarelli Silva Neli Pieralisi Fernanda Lobo O carcinoma espinocelular (CEC) da boca, também denominado de carcinoma de células escamosas, carcinoma escamocelular e carcinoma epidermoide, é uma neoplasia maligna que se origina no epitélio de revestimento e corresponde a aproximadamente 94% dos tumores da cavidade bucal. Do mesmo modo que em vários outros tipos de câncer, o risco de CEC intrabucal aumenta com o a idade, especialmente para os homens. Sua etiologia é multifatorial, não havendo apenas um fator etiológico carcinógeno, sendo que tabaco com e sem fumaça, álcool, sífilis, desnutrição geral e anemia por deficiência de ferro, são uns dos responsáveis por produzir tal malignidade. O CEC pode ser precedido por uma lesão de ordem potencialmente maligna, especialmente a leucoplasia e a eritroplasia. A apresentação clínica do CEC é variada, podendo ser exofítica, endofítica, leucoplásica, eritroplásica, e eritroleucoplásica. Lábio e língua são os sítios de maior acometimento. Sua disseminação metastática ocorre principalmente através dos vasos linfáticos para os linfonodos cervicais ipsilaterais, sendo que os carcinomas de soalho de boca tendem a se disseminar para os linfonodos submentonianos. Devido à negligencia do paciente ao não se submeter ao retorno médico, ou mesmo o atraso no diagnóstico, aproximadamente 21% dos pacientes apresentam metástases cervicais no momento do diagnóstico. Histologicamente, o CEC caracteriza-se pela proliferação de células escamosas epidérmicas atípicas, invadindo a derme adjacente, com presença de células queratinizadas isoladas e de pérolas córneas. O tratamento do CEC intrabucal consiste na excisão cirúrgica radical, radioterapia, quimioterapia como adjuvante ou na combinação de cirurgia e radioterapia. A localização do tumor, presença de margens cirúrgicas comprometidas, metástase regional, características histopatológicas de alto grau e invasão perineural são características clínicas que devem ser avaliadas para se estabelecer um correto plano de tratamento. O prognóstico depende do estadiamento da lesão, e a taxa de sobrevida relativa de cinco anos para o CEC intrabucal varia de 53% a 68% se o tumor for relativamente pequeno e estiver sem metástase no momento do diagnóstico (estádios I eII), e essa taxa decai para estádios III e IV. Dessa forma, o diagnóstico precoce e a prevenção são de extrema importância para um prognóstico mais favorável. O objetivo desse trabalho consiste em ilustrar um caso clínico de um paciente leucoderma, gênero masculino, 43 anos, fumante há 18 anos (do momento em que foi diagnosticado) e etilista. Sua queixa era de dor embaixo da língua. A lesão tinha uma apresentação endofítica em borda de língua e soalho de boca. Foi realizada biópsia incisional com saca-bocado, e a peça enviada para exame histopatológico com posterior confirmação de CEC. Palavras-chave: Carcinoma espinocelular, biópsia, diagnóstico. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 186 Radiologia/Estomatologia/ Patologia ULTRASSONOGRAFIA: DELIMITAÇÃO TOPOGRÁFICA DE ESTRUTURAS DO ESPAÇO SUBLINGUAL Letícia Ângelo Walewski ([email protected]) - (UEM) Mariliani Chicarelli Lilian Cristina Vessoni Iwaki Danielly de Fátima Castro Leite Fernanda Lobo Bruna Paola Martins Ultrassonografia é uma técnica muito útil na detecção de doenças das glândulas salivares, especialmente tumores, cálculos e processos inflamatórios. Imagens de alta resolução da anatomia de ultrassonografia das duas maiores glândulas salivares (parótida e submandibular) já estão bem documentadas. No entanto, há poucas descrições sobre a aparência ultrassonográfica da glândula sublingual. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão crítica de literatura sobre o tema e relatar as aparências na ultrassonografia da anatomia do espaço sublingual, para facilitar a identificação de marcos anatômico da região, que são fundamentais para a localização e diagnostico das anormalidades em imagem. Este estudo consistiu de uma busca na base de dados PubMed, com as Palavras-chave: “Ultrasonography”, “Anatomy” e “Sublingual Space” e os seus “mesh terms”. A procura realizada em Setembro de 2016 resultou em 29 artigos, que após a leitura de seus títulos, permitiu a seleção de 8 destes, com o objetivo de serem lidos na integra, dos quais somente 6 artigos (1993-2011) estavam de acordo com objetivo da revisão. Observou-se entre os achados literários que o melhor método de visualização da glândula sublingual é realmente a ultrassonografia, sendo difícil a utilização, como rotina, de outros métodos de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, tendo em vista que estes são altamente suscetíveis aos artefatos de imagem causados por materiais obturadores e movimentos involuntários da garganta. Já a Ultrassonografia desta região, em comparação aos demais métodos imaginológicos, tem como vantagens um melhor custo benefício, é um procedimento rápido, prático, não provoca dor, não emite radiação, e ainda permite que o especialista extraia informação clínica do paciente durante o exame para correlação com os resultados observados no momento da visualização. Quanto à execução da técnica, o paciente deve estar deitado em decúbito dorsal, com o pescoço estendido, utilizando comumente transdutor linear de a alta resolução (10-12 ou 5-17 MHz). O parênquima da glândula sublingual em aspecto de normalidade aparece, com forma homogenia, semelhante à glândula submandibular, mais ecogênica do que os músculos, mas menos ecogênica do que o tecido adiposo circundante. A glândula sublingual possui 32,06 mm de comprimento e 12,39 mm no plano sagital, porém, com o avanço da idade, ela sofre involução fibroadiposo. Com base na revisão da literatura realizada, pode-se concluir que a ultrassonografia é o exame de imagem inicial de escolha para avaliar anormalidades dos espaços sublinguais e deve ser rotineiramente incluída entre os processos de diagnóstico. Palavras-chave: Ultrassonografia, glândula sublingual, anatomia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 187 Radiologia/Estomatologia/Patologia ESTUDO COMPARATIVO DA ACURÁCIA E GRAU DE MAGNIFICAÇÃO DE MODELOS DE GESSO DOS MAXILARES DIGITALIZADOS POR MEIO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO E SCANNER 3D Tamara Fernandes de Castro ([email protected]) Universidade Estadual de Marimgá Lilian Cristina Vessoni Iwaki Léuri Antunes da Silva Dantas Amanda Yamashita Liogi Iwaki Filho Laurindo Zanco Furquim O planejamento cirúrgico virtual é o processo que utiliza dados clínicos, exames de imagens, modelos de gesso das arcadas dentárias e fotografias clínicas do paciente para simular a cirurgia ortognática em ambiente virtual e depois transferir os movimentos planejados para o ato cirúrgico. Existem duas formas para realizar o escaneamento dos modelos de gesso: digitalizando-os através de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) ou scanner 3D. Por isso, o objetivo deste estudo foi avaliar a acurácia e o grau de magnificação das imagens de modelos de gesso, obtidas por meio do scanner 3D e da TCFC, comparando-as com o paquímetro digital, através do software Dolphin Imaging & Management Solutions®. Neste estudo, foram utilizados modelos de gesso de 40 pacientes que se submeteram a cirurgia ortognática e que fazem tratamento no projeto de extensão “Ambulatório de cirurgia ortognática” no Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá. As mensurações lineares das arcadas superiores e inferiores foram realizadas por dois examinadores calibrados, no qual foram utilizadas as distâncias intermolar, as distâncias intercanino, segmento A (mesial do 1º molar superior e inferior direito permanente até a mesial do incisivo central superior e inferior do lado direito), segmento B (mesial do 1º molar superior e inferior esquerdo permanente até a mesial do incisivo central superior e inferior do lado esquerdo), as distâncias mésio-distal e cérvico-incisal do incisivo central superior direito e incisivo central inferior direito. Para a análise estatística, foi utilizado o coeficiente de correlação de Person para realizar as comparações entre os examinadores para todas as variáveis. E para comparar todas as medidas lineares realizadas nos modelos digitais superiores e inferiores foi utilizado a análise de variância para medidas repetidas (ANOVA). Todos os testes de hipóteses desenvolvidos neste estudo consideraram uma significância de 5% (p ≤ 0.05). Em relação ao coeficiente de correlação de Person (0,9902), houve uma excelente correlação entre os examinadores. Subtraindo todas as médias obtidas das aferições do paquímetro com as médias obtidas das aferições dos modelos digitalizados através da TCFC e do scanner 3D foram pequenas, exceto nos segmentos A e B dos modelos digitais superiores. A diferença média, obtida através da TCFC, do segmento A foi de 1,044mm e do B foi de 1,063mm. E a diferença média, obtida através do scanner 3D, do segmento A foi de 1,021 e do B foi de 1,015. Ao comparar o grau de distorção das digitalizações dos dois métodos com o paquímetro digital, observou-se que a TCFC teve um grau de distorção de 2,34% e scanner 3D de 2,37%. Assim, pode-se concluir que o scanner 3D e a TCFC são confiáveis para realizar as medidas lineares nos modelos digitais. Palavras-chave: tomografia computadorizada de feixe cônico, cirurgia ortognática, arco dental. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 188 RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA DISTÚRBIO MINERAL E ÓSSEO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA: MANIFESTAÇÕES RADIOGRÁFICAS CRANIOFACIAIS Danielly de Fátima Castro Leite ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Neli Pieralisi Fernanda Lobo Marcelo Capitanio Letícia Ângelo Walewski Lilian Cristina Vessoni Iwaki A doença renal crônica (DRC) afeta 5 a 10% da população mundial, representando um desafio significativo para a política de saúde global. Sua prevalência crescente tem implicações mais abrangentes e preventivas das doenças crônicas. Isto porque, a rápida progressão dos fatores de risco, tais como diabetes, hipertensão e obesidade resulta no aumento gradativo de pacientes renais crônicos. A deficiência funcional dos rins promove desiquilíbrio na homeostase de cálcio, fósforo, calcitriol e do paratormônio, que desempenham papel fundamental na fisiopatologia das doenças ósseas características da DRC. Esse quadro é denominado distúrbio mineral e ósseo da doença renal crônica (DMO-DRC), termo que reúne as alterações clinicas, bioquímicas e ósseas, além das calcificações extra ósseas, frequentemente observadas na DRC. As alterações ósseas craniofaciais e dentárias da DMO-DRC compreendem as desmineralizações ósseas, a diminuição das trabéculas com aparência de “vidro moído”, calcificações de tecidos moles, estreitamento e calcificação pulpar, alterações periodontais como a perda da lâmina dura e lesões de células gigantes (tumor marrom). Por essa razão, embora a patologia esquelética seja bem documentada, a sobrevivência a longo prazo de pacientes com DRC determina a necessidade de estabelecer estratégias para o diagnóstico, o que pode resultar na elevação significativa do número de casos documentados. Sendo uma complicação de causa multifatorial, que acomete vários órgãos e tecidos, a DMO-DRC contribui com a mortalidade desses pacientes. Isto porque a DMO-DRC progride silenciosamente até um estágio clínico avançado quando ou são descobertas como um achado radiográfico ou as complicações já provocaram um impacto sobre a qualidade de vida e sobrevida dos pacientes. E, na busca do diagnóstico precoce, o ideal seria que os pacientes com elevação do paratormônio tivessem sua densidade óssea e qualidade do osso mandibular avaliada, por meio de radiografias, quer sejam intra-bucais, panorâmicas ou, até mesmo, a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC). Nas radiografias panorâmicas, usa-se vários índices morfométricos sugeridos como possíveis indicadores de valor da densidade óssea mineral. Uma vez que a radiografia panorâmica não mostra a largura vestíbulo-lingual e a presença de distorção de imagens, esses mesmos índices são empregados na TCFC para avaliação óssea. A TCFC é capaz de fornecer imagens precisas, de resolução submilimétrica, que permitam a visualização tridimensional do complexo da região maxilofacial. Entretanto, como desvantagens da TCFC podem ser citadas: alta dose de radiação, custo elevado do equipamento, o que aumenta o valor do exame, produção de artefatos metálicos, isso quando comparada aos métodos radiográficos convencionais. Neste contexto, em que são comumente visualizadas as alterações radiográficas craniofaciais devido a DMO, este trabalho visa discutir as interpretações de tais imagens radiográficas craniofaciais e sua patogênese, pois o cirurgião-dentista consciente desse problema pode desempenhar um papel importante no diagnóstico e manutenção da saúde bucal e sistêmica do paciente renal crônico. Palavras-chave: Insuficiência Renal Crônica. Radiografia. Densidade Óssea ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 189 Radiologia/Estomatologia/Patologia OSTEONECROSE EM MAXILARES INDUZIDA POR BIFOSFONATOS Fernanda Lobo ( [email protected]) Mariliani Chicarelli da Silva Lilian Cristina Vessoni Iwaki Letícia Ângelo Walewski Felipe Corrêa Michellon Bruna Paola Martins Osteonecrose no complexo maxilomandibular ocasionado pela medicação de bisfosfonatos aflige a qualidade de vida dos pacientes, provocando uma morbidade considerável. A prescrição dos bisfofonatos é utilizada como primeira escolha para o tratamento de doenças como: osteopenia, osteoporose, doença de Paget, metástase de câncer e de hipercalcemia associada a neoplasias. Os bisfofonatos atuam no metabolismo do cálcio, inibindo a reabsorção óssea e a calcificação, por diminuir a função e a sobrevivência dos osteoclastos e por esse motivo, teriam ação terapêutica nas doenças mencionadas. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre o osteonecrose associado aos bisfosfonatos no complexo maxilomandibular e relatar estágios da doença, para promover a identificação do diagnóstico precoce. Osteonecrose no complexo maxilomandibular associado aos bisfosfonatos pode ser um efeito adverso relevante no tratamento de doenças do metabolismo do cálcio. Descrita pela primeira vez em 2003, pacientes medicados com bisfosfonatos nitrogenados, apresentavam osteonecrose no complexo maxilomandibular, e esta lesão afetava a qualidade de vida do paciente. A atualização de um documento de posição da American Association of Oral e Maxillofacial Surgeons (AAOMS) de 2014 recomendou a alteração do nome da osteonecrose da mandíbula relacionada com o bisfosfonato (ONMB) para osteonecrose da mandíbula relacionada com medicação (MRONJ), devido ao aumento do número de casos de ostonecrose da maxila e mandíbula que têm sido associadas a outros anti-absorvente ou tratamentos antiangiogênicos. AAOMS definiu a osteonecrose em maxilares induzida por bisfosfonatos quando apresenta três características: tratamento atual ou anterior com algum bisfosfonato; presença de osso exposto na maxila ou mandíbula persiste por mais de oito semanas; ausência de história de radioterapia no complexo maxilomandibular. Ela classificou ainda os estágios da doença. A partir da evolução dos estágios o prognostico é agravado. Devido a isso, cirurgiões-dentistas, médicos e radiologistas precisam estar cientes do problema e atuar em um ambiente multiprofissional. Eles devem avaliar a relação risco-benefício do bisfosfonatos de acordo com cada paciente, realizar o diagnóstico precoce, prevenção de novos casos potenciais e a evolução dos estágios. A partir de um minucioso seguimento clínico e radiográfico podem aperfeiçoar a qualidade de vida dos pacientes e evitar o aparecimento ou a evolução da osteonecrose no complexo maxilomandibular. ONMB se trata de uma condição relativamente nova, sendo assim, o tratamento da lesão é grandemente discutido, mas a cada estágio, este tratamento é mais dificultado devido as suas variáveis. O conhecimento das características de cada estágio são decisivas no prognostico do paciente. Palavras-chave: Bifosfonatos, osteonecrose, complexo maxilomandibular. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 190 ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia Resumos de Ortodontia e Pediatria busca ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 191 ORTODONTIA/PEDIATRIA BRUXISMO E DENTINOGÊNESE IMPERFEITA: RELATO DE CASO Giulia de Oliveira Collet ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Gabriela Cristina Santin Marina de Lourdes Calvo Fracasso Carlos Luiz Fernandes Salles Isabella Rodrigues Thaynara de Souza Lopes Dentinogênese imperfeita, também chamada de dentina opalescente hereditária, ou ainda de odontogênese imperfeita é uma condição hereditária autossômica dominante, de má formação da dentina, onde ocorre uma falha na diferenciação dos odontoblastos, os quais produzem uma dentina com estrutura anormal, resultando em dentes acastanhados, opacos ou cinza-azulados. Essa condição pode envolver as dentições decídua e permanente ou somente uma delas, e o tratamento deve ser multidisciplinar, levando em consideração não somente a condição estética do paciente mas também acompanhamento psicológico. Outro problema associado a essa condição, é a facilidade com que o esmalte, esse com características normais, se fratura devido ao frágil suporte, provocado pela dentina alterada. Dessa forma, a dentina fica exposta sofrendo abrasão severa e resultando em perda de dimensão vertical oclusal. Outra situação que pode causar perda de dimensão vertical é o bruxismo, uma atividade parafuncional caracterizada pelo repetitivo apertamento ou ranger dos dentes que ocorre em cerca de 5-20% das crianças, podendo ocorrer durante o sono e/ou em vigília. Sua etiologia é multifatorial, sendo associado à alterações emocionais, respiratórias, hábitos deletérios ou de sucção e até mesmo a utilização de fármacos estimulantes do sistema nervoso central. O tratamento envolve a utilização de placas para evitar o desgaste da superfície dentária, e o cirurgião dentista deve investigar por qual motivo o paciente desenvolveu essa parafunção. Frente ao exposto, o objetivo deste trabalho é apresentar um relato de caso clínico de um paciente infantil com a associação de dentinogênese imperfeita e bruxismo. O paciente (M.A.C) de quatro anos de idade, do gênero masculino, buscou tratamento odontológico, cuja queixa principal da mãe era que o filho rangia os dentes. No exame clínico, o paciente foi diagnosticado com bruxismo devido ao relato dos pais e ao desgaste dentário nas oclusais, além da dentinogênese imperfeita. A mãe relatou ainda que o menino era diabético e que não havia diagnóstico de alguma outra alteração até o momento. Para controlar o desgaste dentário foi confeccionada uma placa de mordida e a indicação de terapias adicionais na tentativa de diminuir a parafunção. Apesar do severo desgaste oclusal causado pela associação da dentinogênese imperfeita e o bruxismo, é possível o controle desse desgaste e o tratamento multiprofissional dessas alterações. Palavras-chave: Bruxismo, dentinogênese imperfeita, odontopediatria ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 192 Pediatria AUTOTRANSPLANTE EM PACIENTE INFANTIL PORTADOR DE AGENESIAS MÚLTIPLAS Andressa Mioto Stabile ([email protected]) (UEM) Maria Gisette Arias Provenzano Gabriela Cristina Santin Marina de Lourdes Calvo Fracasso Gabriela Machado de Oliveira Terra Gustavo Jacobucci Farah Autotransplante dentário ou transplante dentário autógeno é um procedimento odontológico que tem como objetivo o movimento cirúrgico de um dente de sua posição original para outro sítio no rebordo alveolar do mesmo paciente. Sendo, uma de suas principais indicações os casos de agenesia dentária, situação que o paciente possui regiões edêntulas e necessita de reposição do elemento dentário ausente, sejam por razões estéticas ou funcionais. Esta abordagem associada ao tratamento ortodôntico apresenta-se como a primeira alternativa na resolução de ausências de dentes em um quadrante quando um dente doador adequado está disponível. Como benefício pode permitir o desenvolvimento ósseo em pacientes jovens, restabelecimento tanto a reposição do elemento dentário como a normalidade do processo alveolar. Quando executado em condições adequadas, o autotransplante oferece vantagens como: viabilidade do ligamento periodontal, continuidade do movimento de irrupção, manutenção da vitalidade pulpar, indução e formação do osso alveolar e potencial continuidade da formação radicular. Este procedimento apresenta ótimo prognóstico com altas taxas de sucesso, que variam de 82% a 100%. O sucesso é influenciado pela seleção caso e por fatores pré e pós-operatórios, como: técnica cirúrgica, trauma cirúrgico, idade do paciente, estágio de desenvolvimento do dente doador e local receptor. O presente trabalho relata um transplante dentário autógeno realizado em uma paciente com múltiplas agenesias dentárias. O primeiro pré-molar superior (14) imaturo foi transferido para um alvéolo artificial confeccionado na região contralateral, onde a paciente apresentava agenesia dentária dos pré-molares. Após doze meses de acompanhamento pós-cirúrgico, o dente doador se apresentou com reparo periodontal e pulpar promissores e a paciente se encontra em tratamento ortodôntico. Altas taxas de sucesso são verificadas para autotransplantes em pacientes jovens com disponibilidade de dentes com menos de dois terços de raiz formada. Devido à complexidade de casos como este, acredita-se ser vantajoso conduzir multidisciplinarmente o tratamento. Observou-se que o autotransplante do pré-molar para uma região homóloga ofereceu resultados foram compatíveis aos relatados na literatura e se mostram promisores á um bom prognóstico futuro. Sendo assim, os cuidados cirúrgicos trans-operatórios foram essenciais para a execução do autotransplante e uma adequada recuperação da paciente, com necessidade de acompanhamento clínico e radiográfico pós-operatório constante. Palavras-chave: autotransplante dentário, agenesia, criança ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 193 ORTODONTIA/PEDIATRIA AVULSÃO E LUXAÇÃO INTRUSIVA EM DENTES DECÍDUOS: RELATO DE CASO CLÍNICO Thais Caroline Tino ([email protected]) - (UEM) Marcos Sergio Endo Carlos Alberto Herrero de Morais Maria Gisette Arias Provenzano Nair Narumi Orita Pavan Jéssica Behrens Crispim A ocorrência de traumatismos que ocorrem durante a infância é elevada, aproximadamente um terço das crianças em fase de dentição decídua sofrem traumatismo bucal, ocasionando danos funcionais e estéticos, além de promoverem um grande impacto emocional e psicológico tanto na criança quanto nos pais. O correto tratamento do traumatismo bucal na fase de dentição decídua é de extrema importância, pois evita que a criança sinta dor e que o germe do dente sucessor seja afetado. As luxações intrusivas e as avulsões de dentes decíduos estão altamente associadas com distúrbios de desenvolvimento nos dentes sucessores sendo que a idade da criança no momento da injúria, a direção e severidade da intrusão são variáveis importantes para o desenvolvimento destas sequelas. O objetivo deste relato foi descrever um caso clínico de uma criança de 5 anos, a qual procurou atendimento no Centro Especializado Maringaense de Traumatismo em Odontologia, da Universidade Estadual de Maringá, 3 dias após traumatismo dentário causada por uma queda de bicicleta. Ao exame extrabucal revelou-se escoriação e edema no lábio superior. No exame intrabucal foi observado a ausência dos dentes 61 e 62, com edema e vermelhidão nessa região. A palpação associada ao exame radiográfico não foi detectado fratura óssea alveolar. Analisando a radiografia oclusal, foi diagnosticado que houve a avulsão do dente 61 e intrusão total da coroa no dente 62. Não foi observado íntimo contato com o germe dentário do permanente, por meio da análise radiográfica, sabendo que dependendo da direção e intensidade da força sobre os dentes decíduos, poderá ocorrer ainda interferência no desenvolvimento e irrompimento do germe do dente permanente sucessor, ocasionando desde hipomineralização do esmalte até alterações mais graves como dilaceração da coroa ou raiz e até paralisação da formação radicular. Após 4 meses foi observado o irrompimento espontâneo completo do dente intruído. Em relação a avulsão do dente 61, optou-se em não realizar-se o reimplante para não injuriar o germe do permanente, e aguardar o irrompimento do mesmo. Em relação ao dente 62, apesar de ter sido uma intrusão severa, optou-se em aguardar o irrompimento espontâneo, monitorando-o periodicamente, através de exames clínico e radiográfico, até o completo irrompimento, o que aconteceu sem alteração de cor, sintomatologia, mobilidade ou fístula, caracterizando sucesso na escolha do tratamento. O conhecimento sobre a conduta clínica de dentes decíduos frente aos traumatismos de grande complexidade é indispensável na escolha correta do tratamento, evitando possíveis sequelas no germe do dente permanente. Palavras-chave: Traumatismo dentário, avulsão, intrusão ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 194 ORTODONTIA/PEDIATRIA TRAUMATISMO SEVERO EM PACIENTE INFANTIL RELATO DE CASO DE REABILITAÇÃO PROTÉTICA Yasmin Firmino de Souza – [email protected] (UEM) Gabriela Cristina Santin Gisette Arias Provenzano Larissa Colepicolo Ceron Beatriz Sartori Isabela Rodrigues Traumas envolvendo o complexo maxilofacial podem trazer implicações no desenvolvimento e crescimento da face e estruturas ósseas adjacentes em pacientes pediátricos. Quando este é aliado a traumas dento-alveolares o impacto nestes pacientes é muito maior. Em relação aos aspectos dento-alveolares, o tipo de trauma sofrido, direção, força e intensidade podem oferecer riscos e sequelas à dentição decídua, e mais preocupante ainda, à dentição permanente. Os dentes decíduos quando perdidos prematuramente, podem trazer consequências às crianças, e afetar sua estética, qualidade de vida, desenvolvimento da fala e reduzir o espaço presente no arco dentário, por isso o tratamento deve envolver a reabilitação destes dentes, evitando que maiores sequelas se deem aos dentes permanentes. O nosso trabalho tem o objetivo de relatar um caso clínico onde uma criança de 5 anos, do gênero feminino, sofreu um trauma em região de face, que ocasionou lacerações de tecido mole, múltiplas fraturas e avulsão dos elementos 54, 53, 52, 51, 61, 72, 71, 81, 82 e 83. Tendo em vista a extensão do trauma sofrido, o tratamento proposto foi a realização de reabilitação protética, com a instalação de prótese parcial fixa anterior conectada pelo sistema tubo-barra. Esse tipo de prótese, apesar de ser fixa, não interfere no desenvolvimento normal da maxila e é uma alternativa ao uso de próteses removíveis, pois muitas vezes a criança não é colaboradora. Essa opção de tratamento para perda precoce de dentes decíduos anteriores, respeitando-se as indicações precisas e a idade adequada, devolve ao paciente não apenas um sorriso agradável, influenciando de maneira positiva no comportamento da criança, como também previne o aparecimento de alterações funcionais, representando uma alternativa viável na clínica infantil. No arco inferior não foi realizada a instalação de prótese ou mantenedor de espaço, pois os incisivos inferiores centrais permanentes já estão irrompendo. Além disso, a paciente está mantida em um controle de prevenção, para que não desenvolva lesões cariosas nos dentes remanescentes, o que seria mais um fator de impacto negativo para a paciente. É de extrema importância que casos assim sejam abordados de maneira integral, pois o posterior desenvolvimento da criança e a prevenção de sequelas maiores depende muito de como se dá o tratamento inicial e a manutenção do mesmo. Palavras-chave: Odontopediatria, Reabilitação, Traumatismo dentário. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 195 ODONTOPEDIATRIA REABILITAÇÃO PROTÉTICA INFANTIL EM PACIENTE PORTADOR DE DISPLASIA ECTODÉRMICA – ACOMPANHAMENTO DE 5 ANOS Maria Vitória Ferro Tomaselli (m_vitoria_ [email protected]) Centro Universitário de Maringá – Unicesumar Luciana Manzotti De-Marchi Cristiane Figueira Fabrício Monteiro de Castro Machado Emília Teruko Kabayashi Maria Paula Jacobucci Botelho A displasia ectodérmica é uma doença hereditária na qual os tecidos ectodérmicos e seus derivados são afetados e não se desenvolvem ou pouco se desenvolvem. Os pacientes que são afetados pela displasia ectodérmica necessitam de um tratamento multidisciplinar para que haja o aprimoramento dos resultados, onde a Odontologia pode atuar na parte reabilitadora do sindrômico devolvendo a sua função mastigatória, fonética, estética e de integração ao meio social. O tratamento de um paciente com Displasia Ectodérmica depende da extensão do comprometimento clínico, sendo que a complexidade deste tratamento está diretamente relacionada com a idade do paciente e com o grau de envolvimento pela patologia. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de reabilitação bucal de um paciente portador de Displasia Ectodérmica, com 2 anos e 6 meses de idade. Onde no exame extra bucal, foi observado que a pele do paciente era seca, a ponte nasal abaixada, columela retraída e os lábios espessos e evertidos. Ao exame intra bucal, foi notada a presença de freio labial bífido e constatou-se que os dentes 55, 51, 61, 84 e 85 estavam irrompidos e hígidos e os dentes 65 e 75 apresentavam sinais de irrupção. A dimensão vertical do paciente se apresentava diminuída e os molares decíduos do lado esquerdo se apresentavam cruzados devido à uma leve atresia maxilar. Por meio do exame radiográfico, pôde ser observada a agenesia dos demais dentes decíduos (54, 53, 52, 62, 63, 64, 74, 73, 72, 71, 81, 82 e 83) e a presença dos germes de alguns dentes permanentes (11, 21, 36 e 46). O plano de tratamento de escolha contemplou a manutenção da saúde bucal e a reabilitação protética do paciente por meio de prótese parcial removível superior com expansor palatino e inferior. Neste trabalho será apresentado o acompanhamento de 5 anos do paciente. Este caso apresentou um resultado bastante satisfatório, visto que após o tratamento o paciente se sente bastante integrado no meio em que vive, pois pôde voltar a sorrir depois que teve a estética reestabelecida e pôde também manter as suas funções normais de mastigação e fonética. Palavras-chave: Displasia ectodérmica; agenesia em dentes decíduos; reabilitação protética infantil. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 196 ORTODONTIA/PEDIATRIA ANQUILOSE EM MOLARES PERMANENTES: RELATO DE DOIS CASOS CLÍNICOS Melissa Ayumi Tateyama ([email protected]) - (UEM) Hélio Hissashi Terada Maria Gisette Arias Provenzano A anquilose dentoalveolar é definida como a fusão anatômica do cemento da raiz dentária com o osso alveolar e a ausência ou descontinuidade do ligamento periodontal. É uma anomalia de erupção que ocorre após o início da erupção do dente, cessando esse fenômeno e submetendo-o a uma condição de infraoclusão em relação aos dentes adjacentes. Sua etiologia pode estar associada à alterações metabólicas locais, predisposição genética e trauma. O diagnóstico pode ser clínico ou radiográfico. Radiograficamente, pode-se observar a ausência ou descontinuidade do espaço do ligamento periodontal, mas apenas quando mais que 20% da superfície radicular está afetada. Clinicamente, o dente pode apresentar um som metálico à percussão, falta de mobilidade e infraoclusão na arcada dentária, mas o diagnóstico de anquilose geralmente é concluído com a falta de movimentação do dente no tratamento ortodôntico. Essa anomalia ocorre geralmente em dentes decíduos, mas os permanentes podem ser acometidos em menor prevalência, causando alterações significantes no sistema estomatognático da criança, como inclinação dos dentes adjacentes e diminuição do perímetro do arco, levando à má oclusão. A conduta terapêutica varia da forma mais conservadora, com o acompanhamento clínico e radiográfico, até a mais radical, com extração do dente acometido, de acordo com diferentes aspectos, como o grau de infraoclusão do dente na arcada, a idade do paciente e o comprometimento da oclusão. O objetivo deste trabalho é apresentar dois casos clínicos de anquilose dentoalveolar em molares permanentes, com diferentes abordagens terapêuticas. No primeiro caso, foi observado dificuldade de irrupção do dente 36 no período da dentadura mista, visto que a paciente era acompanhada na clínica de odontopediatria/ortodontia. Foi realizada subluxação e tracionamento ortodôntico com um elástico do aparelho removível preso à um botão no dente 36, como primeira alternativa de tratamento, mas devido à recidiva da anquilose, foi realizada a exodontia deste dente. No segundo caso, o paciente apresenta anquilose do dente 26 e a conduta terapêutica escolhida foi o acompanhamento clínico e radiográfico dos 6 aos 10 anos de idade. O diagnóstico precoce da anquilose dentoalveolar é importante para definir medidas terapêuticas adequadas com as particularidades de cada caso, com a finalidade de evitar alterações no sistema estomatognático e restabelecer a função e a estética. Palavras-chave: anquilose, molar permanente, tratamento ortodôntico. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 197 Ortodontia/Pediatria AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA DO UNICESUMAR NA IDENTIFICAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE CRIANÇAS QUE SOFRERAM ABUSO Fernanda Coelho de Souza ( [email protected]) Unicesumar Alana Mileski Maria Paula Jacobucci Botelho A violência contra a criança é um tema pesado e pouco abordado, mesmo em cursos de graduação em saúde pouco se fala a respeito, ainda que seja obrigação desses profissionais informar qualquer suspeita de abuso infantil às autoridades competentes. Assim, pretendemos despertar nos alunos da graduação em Odontologia um olhar mais cuidadoso a respeito de possíveis vítimas de abuso ou violência. Essa violência não pode ser medida adequadamente, pois os pais não mantêm registros adequados. Embora seja a família quem tem o dever de proteger a criança, muitas vezes é a origem da violência contra ela. Considera-se violência contra a criança e o adolescente não só a agressão física, mas também a violência sexual, psicológica e a negligência. A omissão, supressão e a transgressão dos seus direitos também é considerada uma forma de maus-tratos. Apesar de não existir um capítulo específico no Código de Ética Odontológica podemos citar o artigo 5, que trata da obrigação de zelar pela saúde e dignidade do paciente, salienta o dever de promover a saúde coletiva no desempenho de suas funções, independente de exercer a profissão no setor público ou privado, como uma alusão ao tema. A criança vítima de maus tratos começa a apresentar algum tipo de comportamento alterado na escola e em suas atividades cotidianas e o profissional da saúde precisa estar atento a isto. Se o dentista não estiver preparado para enxergar esta realidade, pode não perceber quando estiver frente a frente com alguma criança nesta situação. Este projeto pretendeu avaliar o conhecimento dos alunos de odontologia do UniCesumar a respeito do abuso infantil através da aplicação de um questionário com doze perguntas pré elaboradas a 30 alunos do terceiro ano do curso, em dois momentos: antes e após a construção do conhecimento. Os dados foram tabulados, analisados e o tema foi abordado com este grupo visando esclarecer as formas de identificação da criança vítima de violência e os procedimentos que devem ser instituídos nesse caso. Apesar do baixo percentual de graduandos que participaram dos grupos de debate sobre o tema foi possível observar que a notificação dos casos causa certo receio. O trabalho gerou uma reflexão sobre o assunto motivando os alunos a buscarem conhecer mais a respeito. Enquanto no primeiro questionário 76% relataram estar seguros em notificar os casos de abuso e maus-tratos ao depararem com o mesmo, após as reuniões e discussões, e o resultado obtido no segundo questionário passou para apenas para 81% Entretanto tornou-se evidente a necessidade de um maior aprofundamento do tema, pois nota-se que apesar do esclarecimento das dúvidas, 90% constataram ainda sentir medo de realizar a denúncia mesmo sabendo identificar. Palavras-chave: Crianças; Maus-tratos; Negligência. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 198 ODONTOPEDIATRIA CONDUTA E TRATAMENTO PARA O FRÊNULO LINGUAL EM BEBÊS – ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL Ana Beatriz Rocha Pinto ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Marina de Lourdes Calvo Fracasso Beatriz Sartori Silva Gabriela Cristina Santin Larissa Colepicolo Ceron Thaynara De Souza Lopes O frênulo lingual pode limitar os movimentos da língua dependendo da porção de tecido residual que não sofreu apoptose durante o processo embrionário, podendo justificar a variação anatômica do freio. Diferenciar essas variações requer conhecimento da anatomia da língua e do assoalho de boca para identificar se esses achados podem comprometer a movimentação da língua e suas funções orofaciais. A presença do frênulo curto é definida como anquiloglossia, com prevalência variando de 0,1 a 10,7, sendo esta grande variação explicada devido à grande controvérsia acerca da definição e diferentes diagnóstico. De acordo com relatos científicos esta alteração pode comprometer a fala, sucção, mastigação e deglutição da criança. Pesquisas apontam a importância da intervenção precoce como método de prevenir o desmame precoce. O tratamento para esta alteração é a remoção cirúrgica, definida como frenectomia, de simples execução e tem como objetivo a remoção do tecido extra e melhorar a movimentação da língua. Em 2014 foi promulgada pela Presidência da República a Lei n. 13.002/2014, chamada de Teste da Linguinha, determinando que a partir de 2015, as maternidades de todo o Brasil que atendem pelo SUS serão obrigadas a realizar o exame da linguinha em todos os recém-nascidos antes da alta médica. Esta medida visa detectar a existência da língua presa. Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi avaliar o conhecimento e conduta clínica sobre anquiloglossia, dos profissionais da área da saúde da rede pública do município de Maringá. A amostra foi dividida em 4 grupos: G1 (46 médicos do Programa Saúde da Família); G2 (13 médicos pediatras); G3 (5 fonoaudiólogas) e G4 (20 cirurgiões dentista do Programa Saúde da Família). Por meio de um instrumento de coleta, serão apresentados para os profissionais um protocolo de avaliação do freio lingual com figuras definidas, contendo Avaliação Anatomofuncional (a- Postura de lábio em repouso; b- Tendência do posicionamento da língua durante o choro; c- Forma da ponta da língua quando elevada durante o choro; d- Frênulo da língua; e- Espessura do frênulo; Fixação do frênulo na face sublingual da língua; Fixação do frênulo no assoalho de boca. Os dados foram analisados estatisticamente com nível de significância (p<0,05). Foram devolvidos ao pesquisador um total de 21 protocolos respondidos. Observou-se que a pontuação alcançada por eles não foi satisfatória, ou seja 16 obtiveram pontuação ≥3 e 5 obtiveram pontuação ≤3. Conclui-se, que houve pouca adesão dos profissionais, demonstrando desconhecimento sobre o assunto abordado e dificuldade no diagnóstico de anquiloglossia e possível indicação cirúrgica. Palavras-chave: Anquiloglossia, Freio lingual, Bebês ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 199 Odontopediatria/Ortodontia AVALIAÇÃO DOS TRAUMATISMOS DENTÁRIOS EM CRIANÇAS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA OS DENTES DECÍDUOS E PERMANENTES Laís Albuquerque Marengoni ([email protected]) - (UEM) Marina de Lourdes Calvo Fracasso Thaynara de Souza Lopes Gabriela Cristina Santin Beatriz Sartori da Silva Isabella Rodrigues Traumatismos na primeira infância são eventos frequentes, de alta incidência e de difícil prevenção, especialmente nos primeiros anos de vida. As injúrias traumáticas além de comprometer a cavidade oral, podem causar um envolvimento emocional da família e da criança. Várias são as sequelas que podem comprometer os dentes decíduos após o traums, destacando-se, descoloração da coroa, necrose pulpar, hiperemia, calcificação pulpar, reabsorção inflamatória, lesão periapical e anquilose; bem como para os dentes permanentes, dentre eles, a hipoplasia do esmalte, dilaceração da coroa ou da raiz, distúrbio da erupção e odontomas. Este trabalho tem como objetivo avaliar a prevalência, conduta clínica dos traumatismos em dentes decíduos, e as sequelas nos dentes envolvidos e sucessores permanentes, em crianças atendidas em Instituição Pública, no período entre 2011 a 2016. A amostra foi composta por 162 crianças, 60,8% gênero masculino, a idade no momento do trauma foi mais frequente entre 24-35 meses (38,5%). Como resultado dessa pesquisa obtemos que dos 278 dentes decíduos avaliados, os incisivos centrais superiores foram mais acometidos, sendo as quedas (77,3%) o principal fator etiológico. Em relação ao tipo de injúria ao dente, 24,5% foi por fratura de esmalte; 59,7% apresentaram injúrias ao tecido de suporte, sendo a luxação lateral (20,5%) mais prevalente. Na primeira e segunda avaliação (T1 e T2), o tempo de proservação ocorreu com maior frequência até 12 meses após o trauma, avaliando-se 263 e 137 dentes. Diagnosticou-se sequelas clinicas e radiográficas como descoloração da coroa (T1-22,2% e T2-19,5%), reabsorção inflamatória radicular (T1-9,3% e T2-13,4%); e nos sucessores permanente hipoplasia de esmalte (T1-13% e T2-16,1%), distúrbios de irrupção (T1-15,6% e T2-6,5%). O Teste Qui-Quadrado, mostrou associação, no T1, entre as injurias aos tecidos de suporte e sequelas clínicas e radiográficas nos sucessores permanentes. No T2, houve relação entre as sequelas radiográficas nos dentes decíduos com injurias ao dente e tecido de suporte (p<0,05). Diante disso, conclui-se que, o acompanhamento clínico e radiográfico de dentes decíduos traumatizados é fundamental, sendo assim, os pais devem ser orientados sobre a importância do retorno as consultas de avaliação como uma forma de prevenir as sequelas nos dentes decíduos, como nos sucessores permanentes. Palavras-chave: Traumatismo. Dente decíduo. Sequelas. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 200 PEDIATRIA MANIFESTAÇÕES BUCAIS DE PACIENTES COM DOENÇA RENAL NA INFÂNCIA Márcia Cristina da Silva ([email protected]) - (UEM) Neli Pieralisi Márcia Falleiros Evangelista da Rocha Roberta Corrêa Pascotto Marina de Lourdes Calvo Fracasso Sabrina Noguti Silva Com o aumento no número de crianças e adolescentes que sobrevivem à Doença Renal Crônica (DRC), dentistas pediátricos estão cada vez mais sujeitos a lidar com esses pacientes em sua prática de rotina. Assim, é essencial o conhecimento e compreensão dos parâmetros de saúde geral e suas manifestações bucais. A DRC consiste na deficiência estrutural e funcional dos rins, acometendo 8-16% da população mundial e é um importante problema de saúde pública. Na DRC, o acúmulo de substâncias químicas e tóxicas no sangue do paciente repercute em manifestações na cavidade bucal e na necessidade de cautela durante o tratamento odontológico. Avanços na nefrologia proporcionaram prevenções e tratamentos efetivos para as crianças com DRC, por isso, as terapias atuais têm introduzido novos problemas, inclusive em relação a saúde bucal, para a melhoria da condição sistêmica desses pacientes. O objetivo do trabalho é expor a importância do conhecimento sobre as manifestações bucais mais significativas nas crianças com DRC para os profissionais da odontologia, interagindo no tratamento dos pacientes pediátricos em hemodiálise. O cirurgião dentista deve examinar o paciente criteriosamente, elaborar o plano de tratamento e discutir com o nefrologista as condições clínicas gerais e os cuidados odontológicos, do pré e pós-operatório. Assim, é possível proteger a fístula arteriovenosa e preparar o paciente para receber o novo rim, podendo estar livre de infecções e prevenir complicações após o transplante do órgão. Para tanto, foi feita uma busca na base de dados Pubmed (2000-2016), usando os descritores: “doença renal crônica”, “odontopediatria” e “manifestações bucais”, então todos os estudos relevantes foram avaliados. As manifestações bucais mais observadas, com base na revisão de literatura foram: odor de amônia, disgeusia, estomatite, xerostomia, diminuição do fluxo salivar, hiperplasia gengival, opacidades de esmalte, aumento do acúmulo de placa, gengivite, hipoplasia de esmalte, baixo índice de cárie, saliva com pH e capacidade tampão com índices elevados, colonização por Candida spp., ligeiro atraso na erupção dentária, entre outras. Desta forma, por meio desse estudo, teremos uma melhor compreensão das doenças sistêmicas e orais em indivíduos com doença renal auxiliando o odontopediatra a prestar cuidados bucais eficientes e planejar esquemas preventivos adaptados às necessidades individuais. O dentista também desempenha um papel importante no diagnóstico e tratamento desses pacientes já que a doença sistêmica manifesta na boca. Os pacientes e responsáveis devem ser informados sobre o papel da higiene oral na redução dos riscos de infecções orais e endocardite. Palavras-chave: Doença Renal Crônica (DRC), Odontopediatria, Manifestações Bucais. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 201 Ortodontia ENXERTO ÓSSEO ALVEOLAR EM PACIENTES PORTADORES DE FISSURAS LABIOPALATAIS – REVISÃO DE LITERATURA Vanessa J. Sargent ([email protected]) UniCesumar Fabricio Monteiro de Castro Machado A cirurgia de enxerto ósseo alveolar é um procedimento no qual osso autógeno ou xenógeno é introduzido na falha óssea do rebordo alveolar de um paciente que apresenta uma fissura labiopalatal. Os enxertos ósseos são realizados vários anos após as cirurgias plásticas iniciais (queiloplastia e palatoplastia), apresentando inúmeras vantagens: o procedimento permite a instalação de osso ausente no rebordo alveolar, que dará apoio não só para a base nasal, mas também para a futura restauração estética e funcional do paciente. O fechamento de fístulas oronasais, a estabilização da pré-maxila (em casos de fissura bilateral) e a continuidade do rebordo alveolar são relatados como os maiores benefícios deste procedimento. A qualidade de vida do paciente também é melhorada pois os hábitos cotidianos terão a evolução adequada conforme o desenvolvimento da idade. O objetivo do presente estudo é revisar a literatura, comparando os tipos de materiais utilizados, bem como a época em que os mesmos são preconizados, discorrendo sobre as vantagens e desvantagens, bem como as taxas de sucesso a longo prazo dos procedimentos de enxerto ósseo alveolar em pacientes que apresentam fissuras labiopalatais. Em relação ao período em que o enxerto é colocado, é possível classificá-lo em dois tempos: enxerto ósseo primário é aquele realizado durante a dentadura decídua (até 5 anos) e o enxerto ósseo secundário, realizado durante a dentadura mista, preferencialmente antes da irrupção do canino superior permanente. Alguns autores consideram um terceiro tempo, o enxerto ósseo terciário, que ocorre após a erupção do canino permanente. Após a análise da literatura, apesar de resultados conflitantes entres os trabalhos, pode-se constatar que o enxerto ósseo secundário é a época mais amplamente aceita para a reconstituição cirúrgica do rebordo alveolar em pacientes que apresentam fissura labiopalatal. O enxerto ósseo secundário proverá uma quantidade de osso alveolar viável e madura, também oferecendo uma largura transversal adequada para a erupção dentária, movimentos ortodônticos e futuro reabilitação dentária através de implantes. Além disso, o osso autógeno retirado da região de crista ilíaca continua sendo considerado como o “padrão ouro” com os melhores resultados, sendo mais confiável e mais previsível na reconstituição do rebordo alveolar. Palavras-chave: enxerto ósseo, fissura palatina, fissura labial. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 202 ODONTOPEDIATRIA O USO DE EDULCORANTES EM ODONTOPEDIATRIA Izabella Giannasi Farah ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Gabriela Cristina Santin Larissa Colepicolo ceron Beatriz Sartori da Silva Marina de Lourdes Calvo Fracasso Maria Gisette Arias Provenzano O açúcar, ou sacarose, é a principal substância para o metabolismo dos micro-organismos que causam a cárie dentária, como o Estreptococos do grupo mutans e lactobacilos. Essas bactérias, presentes no biofilme dental, utilizam a sacarose em sua via glicolítica gerando produtos finais com pH ácido, produtos esses capazes de promover a desmineralização das estruturas dentárias. Essas bactérias também se beneficiam da sacarose utilizando-a como substrato para a produção de polissacarídeos intra e extracelulares, os quais são considerados fatores de grande importância para patogenicidade do biofilme. O consumo elevado de sacarose promove a seleção de espécies bacterianas acidogênicas e acidúricas no biofilme dental, potencializando a cariogenicidade do biofilme. Entretanto, esses micro-organismos não possuem a capacidade de metabolizar os adoçantes, também conhecidos como edulcorantes, sendo assim, quando há o consumo de adoçantes substituindo a sacarose, o número de bactérias diminui, reduzindo a característica cariogênica do biofilme dental. Os edulcorantes são substâncias frequentemente consumidas por pessoas que necessitam de restrição de sacarose, glicose ou frutose, como pacientes com diabetes mellitus e pacientes obesos. Os adoçantes permitidos pela legislação brasileira podem ser divididos em dois tipos: os edulcorantes naturais, que são substâncias orgânicas encontradas na natureza com capacidade de conferir sabor doce aos alimentos; e os edulcorantes sintéticos, que são os obtidos em processos químicos laboratoriais. A Food and Drug Administration (FDA - EUA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA - BR) possuem regulamentos para o uso dessas substâncias, uma vez que seu consumo pode causar efeitos colaterais, desde diarréia a alterações cerebrais. Dessa forma, foi proposto realizar uma revisão crítica da literatura científica e das normativas que regem o uso e consumo dos edulcorantes, principalmente em pacientes infantis, e sua indicação em pacientes com alto risco e alta atividade à cárie dentária. De acordo com o conteúdo obtido, verificou-se a escassez de pesquisas quanto a toxicidade a longo prazo do uso dos adoçantes, principalmente em crianças. Assim, foi possível concluir que os pacientes infantis podem utilizar determinados adoçantes nos casos que realmente justifiquem sua indicação, como os pacientes diabéticos e, em algumas situações, os obesos, sob orientação médica e nutricional. No entanto, em relação às crianças com risco elevado para a cárie dentária, o ideal é manter um controle na ingestão de sacarose, tanto na frequência quanto na quantidade, reforçando outros métodos preventivos. Palavras-chave: Edulcorantes, Cárie dentária, Odontopediatria ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 203 ORTODONTIA/PEDIATRIA ALTERAÇÃO DO ESMALTE DENTÁRIO E SUA RELAÇÃO COM OUTRAS ANOMALIAS DENTÁRIAS E A MÁ OCLUSÃO NO PACIENTE INFANTIL Jéssica Behrens Crispim ( [email protected]) - (UEM) Adilson Luiz Ramos Maria Gisette Arias Provenzano Os defeitos de esmalte são encontrados com frequência nas dentições decídua e permanente. Esses defeitos são classificados em hipoplasia e hipomineralização do esmalte. A hipoplasia de esmalte tem etiologia multifatorial, pode ser de origem genética, epigenética e de fatores ambientais durante o processo de desenvolvimento dentário. Portadores de doenças respiratórias tem maiores chances de desenvolverem defeitos de esmalte. Clinicamente a hipoplasia de esmalte apresenta-se como uma alteração circunferencial ou com irregularidades, podendo apresentar discretas corrosões. Por sua vez, a hipomineralização pode ser identificada visualmente como uma anormalidade na sua translucidez, apresentando certo grau de porosidade no esmalte dental. A amostra do presente estudo foi constituída de crianças de 5 a 12 anos de idade, de ambos os gêneros, selecionadas a partir de pacientes infantis da clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá no período de 2015 a 2016, com diagnóstico clínico, fotográfico, radiográfico das alterações de esmalte. Foram incluídas neste estudo crianças com defeitos de esmalte, hipoplasia ou hipomineralização, estando elas associadas ou não a outras anomalias dentárias e a problemas respiratórios. Com a finalidade de obter características da amostra, foi identificada a condição oclusal no sentido horizontal, considerando a relação incisal, canina e molar e a presença ou não de anomalias dentárias. O processo de formação do esmalte pode ser dividido em diferentes estágios: fase secretora e fase de maturação. A hipoplasia é resultante de uma agressão durante a secreção da matriz do esmalte, defeito quantitativo, enquanto a hipomineralização é resultante de uma agressão durante a maturação do esmalte, defeito qualitativo. Os ameloblastos são capazes de depositar a matriz de esmalte, porém devido à baixa demanda de oxigênio eles tem dificuldades em reabsorver as proteínas da matriz, dessa maneira o depósito de fosfato de cálcio é perturbado e essa falta de oxigênio pode ocorrer por complicações no parto, problemas respiratórios, problemas renais, diarreia, desnutrição, doenças acompanhadas de febre alta. De acordo com os dados da pesquisa 32 crianças tiveram algum problema de saúde até os três primeiros anos de vida. De 45 crianças analisadas, 28 possuem algum tipo de problema respiratório perfazendo aproximadamente 62% das crianças com defeitos de esmalte. A detecção precoce de defeitos de esmalte é importante, pois pode estar relacionada a anomalias dentárias. No presente estudo, foram constatados problemas oclusais distribuídos da seguinte forma: 20 casos Classe I, 19 casos com má oclusão Classe II e 6 de má oclusão Classe III. Em 14 casos havia sobressaliência acentuada e em 3 casos, negativa. Foram registradas as seguintes anomalias associadas em 5 crianças, sendo elas: 5 agenesias, 4 caninos ectópicos, 1 anquilose e 1 fusão, corroborando outros estudos que encontraram este vínculo das alterações do esmalte com as anomalias. O diagnóstico precoce de defeitos de esmalte pode antever possíveis outras anomalias dentárias e más oclusões, tornando-se importante auxiliar no plano de tratamento ortodôntico do paciente infantil. Palavras-chave: hipoplasia de esmalte, hipomineralização de esmalte, anomalias dentárias ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 204 Ortodontia/Pediatria LEUCEMIA NA INFÂNCIA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS MANIFESTAÇÕES BUCAIS Thaís Narbona Trinca Morais (email: [email protected]) UniCesumar Luciana Manzotti De Marchi Hélen Andressa Beraldo A leucemia é a segunda maior causa de morte de crianças e adolescentes, sendo que só perde para os acidentes como a maior causa de morte em crianças. O Ministério da Saúde, em 2012, apresentou dados que a leucemia foi a principal causa de morte dentre as neoplasias em crianças e adolescentes (1 a 18 anos) no Brasil, de 2001 a 2005, sendo 1.897 óbitos em meninas e 2.539 em meninos. Esta doença hematológica neoplásica maligna resulta da proliferação desregulada de um clone de células hematopoiéticas da medula óssea com alterações na maturação e apoptose celular e seus sinais e sintomas, dentre eles manifestados na cavidade bucal, possibilitam que o cirurgião-dentista também participe do diagnóstico precoce, sendo este um dos principais fatores para o sucesso do tratamento. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura abordando a atuação do cirurgião-dentista no diagnóstico e tratamento de manifestações bucais causadas pela leucemia em crianças. Dentre os sintomas iniciais, os pacientes se queixam de cansaço, assim como febre, fraqueza e tontura. Entre as manifestações bucais que auxiliam no diagnóstico precoce destaca-se o sangramento espontâneo da mucosa e gengiva, hiperplasia gengival, mucosite, xerostomia, ulcerações, língua despapilada, e também, palidez da mucosa, que pode ser resultado de um quadro anêmico, decorrente de desnutrição, toxicidade farmacológica, ou do próprio câncer. A assistência odontológica é indispensável anteriormente ao tratamento oncológico para a remoção de focos de infecções e adoção de medidas preventivas para que não ocorra nenhum imprevisto por causas dentárias. O tratamento da leucemia geralmente consiste em quimioterapia combinada, que apresenta como consequência, comprometimentos sistêmicos e locais. A mucosite, gengivite, candidíase, xerostomia, trismo, cárie, osteorradionecrose, celulite e erupções nas mucosas são alguns dos efeitos causados pela quimioterapia na cavidade bucal, sendo que a xerostomia é o efeito de maior frequência em pacientes antineuplásicos. Para isto o cirurgião-dentista deve estar apto para realizar o controle destas condições durante e após o tratamento oncológico. Concluiu-se que o cirurgião-dentista deve ter olhos atentos para as manifestações bucais presentes na cavidade oral e estar preparado para atuar no diagnóstico precoce da leucemia e também para trabalhar de maneira multiprofissional juntamente com a equipe oncológica, almejando qualidade de vida deste paciente e êxito em seu tratamento. Palavras-chave: Odontopediatria, leucemia, criança. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 205 PEDIATRIA AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE RISCO À CÁRIE EM CRIANÇAS OBESAS. Natália de Souza Silva ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Sheila Alexandra Belini Nishiyama Marcela Dota Beltrame Maria Cristina Bronharo Tognim A obesidade é uma doença crônica, caracterizada pelo excesso de tecido adiposo, determinada pela interação dos fatores genéticos, endócrino, neurológico, psicológico e ambientais. Tem sido considerada como um fator de risco para uma série de alterações sistêmicas e com uma significativa relação com processos infecciosos bucais, principalmente, as doenças periodontais e a cárie. Acredita-se que a obesidade pode promover alterações na microbiota bucal, influenciar o equilíbrio imunológico, e que a dieta exerce efeito tanto no acúmulo de gordura corporal como no risco a cárie. Especialmente quando há elevado consumo de açúcar, devido ao seu alto valor energético e por favorecer o desenvolvimento de bactérias cariogênicas, tais como Streptococcus mutans e os Lactobacillus spp. O presente trabalho tem por objetivo avaliar a microbiota cariogênica de crianças clinicamente diagnosticadas como obesas, eutróficas e desnutridas. Foram examinadas 34 crianças entre 5-12 anos, divididas em três grupos: grupo I – constituído por 9 crianças não obesas com IMC de 18,5 a 24,9; grupo II - Constituído por 15 crianças obesas com IMC de 30 a 39,9 e; grupo III – Constituído por 10 crianças desnutrida com IMC < 18,4. Em todos os pacientes foi realizada a determinação do CPOD, avaliação nutricional e também da microbiota cariogência da saliva, utilizando dos kits Dentalcult I (laminocultivo composto pelo Ágar Rogosa, para determinação de Lactobacillus spp.) e Dentalcult II (laminocultivo composto pelo meio Ágar Mitis Salivarius modificado, cuja formação permite também o isolamento de Streptococcus mutans). Em nossos resultados foi possível observar que a média do CPOD embora não tenha apresentado uma diferença estatisticamente significante o valor apresentado pelas crianças obesas (2,4±3,5) foi maior que o grupo de eutróficos (1,8±3,3) e de desnutridos (2,0±3,7). A média de sítios com biofilme visível e índice de sangramentro gengival também foi observado de forma mais acentuada nas crianças obesas, do que em eutróficos (0,73±2,5 e 0). Após análise microbiológica, metade do grupo de crianças obesas apresentou risco elevado a cárie, devido ao elevado número de Lactobacillus spp. na saliva (≥ 106 UFC/mL). Embora nossos resultados não tenham relacionado estatisticamente a cárie e a obesidade, é importante continuar a monitorar o impacto do excesso de peso na qualidade de vida dessas crianças e os possíveis alterações na saúde bucal a longo prazo uma vez que o número de indivíduos obesos tem aumentado significativamente no país. Palavras-chave: Obesidade, cárie dentária, Streptococcus mutans, Lactobacillus. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 206 Ortodontia/Pediatria A UTILIZAÇÃO DO ELÁSTICO INTERMAXILAR COMO MEIO TERAPÊUTICO PARA CORREÇÃO DE CLASSE II, DIVISÃO 2, EM PACIENTE COLABORADOR - RELATO DE CASO CLÍNICO André Augusto Moreira Santos ([email protected]) Centro Universitário Ingá Renata Cristina Gobbi de Oliveira Julyano Vieira da Costa A má oclusão de classe II, divisão 2 é caracterizada por uma discrepância dentária anteroposterior, que geralmente está acompanhada por alterações esqueléticas e faciais diversas, comprometendo a harmonia facial e a estética facial em diversos graus, principalmente nos casos em que há deficiência mandibular, determinando uma influência negativa na autoestima do indivíduo, com subsequente falta de convívio social. A classe II é menos frequente que a Classe I, mas é bem mais frequente que a Classe III. As opções de tratamento da má oclusão de classe II encontradas na literatura são compiladas em três grupos. Consistem em: modificar o crescimento para reduzir a discrepância esquelética; movimentar os dentes para compensar a discrepância esquelética e reposicionar os ossos maxilares cirurgicamente. Os tratamentos possíveis para pacientes adultos são: as compensações dentárias, com uma enorme variedade de mecanismos; movimento dentário, que incluem os aparelhos extrabucais, os aparelhos funcionais e os propulsores mandibulares; ou a cirurgia ortognática. Neste estudo, optou-se pelo protocolo sem extrações dentárias, apesar da dentição permanente, característica de uma faixa etária que não mais apresenta crescimento ativo. O tratamento deve ocorrer nos últimos anos da dentição mista ou início da adolescência, para simplificar o tratamento geral, tirando partido do potencial de crescimento do paciente e pela cooperação no uso de aparelhos. Os elásticos de Classe II associados ao aparelho fixo são uma das alternativas do protocolo de tratamento da má oclusão de classe II sem extrações, as demais são: o uso de distalizadores, de ancoragem extrabucal e de aparelhos ortopédicos funcionais. Os elásticos, ao serem esticados, liberam forças que oscilam entre 50 e 500 gramas, na dependência do tamanho e espessura do elástico, bem como da distância entre os pontos de inserção. Ao serem estendidos, promovem ações iguais e contrárias em suas extremidades, assim suas resultantes podem ser ocupadas como elementos de ancoragem ou de tração. Esta disposição favorece a correção da relação interarcos de Classe II. A proposta deste trabalho foi relatar o tratamento de má oclusão de classe II, divisão 2, em individuo do gênero feminino, 12 anos e 5 meses de idade, utilizando elásticos intermaxilares de classe II. Os objetivos do tratamento compensatório utilizando elásticos intermaxilares, de classe II, foram alcançados e os resultados relativos à oclusão, estética dentária e estética facial foram satisfatórios. O sucesso do tratamento se deve ao cuidadoso diagnóstico e a escolha do protocolo de tratamento, assim como a idade, a evolução clínica da má oclusão e a colaboração da paciente. Palavras-chave: Elásticos intermaxilares; Classe II divisão 2; Colaborativa. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 207 Ortodontia EFEITO IN VITRO DE MATERIAIS RESINOSOS EM LESÃO DE MANCHA BRANCA AO REDOR DE BRAQUETE ORTODÔNTICO SUBMETIDO À DESMINERALIZAÇÃO ARTIFICIAL Andressa Mioto Stabile ([email protected]) (UEM) Maria Gisette Arias Provenzano Gabriela Cristina Santin Marina de Lourdes Calvo Fracasso Adilson Luiz Ramos Sandra Kiss Moura Diante do risco do aparecimento de lesões de mancha branca em pacientes ortodônticos, surge uma preocupação clínica, pois o escopo do tratamento ortodôntico está na correção da oclusão de maneira satisfatória, sem alterar a higidez pré-existente dos dentes e tecidos de suporte. Contudo, devido a dificuldade no controle do biofilme dentário em pacientes sob tratamento ortodôntico, especialmente em crianças e adolescentes, observa-se uma rara frequência no uso do fio dental, o que favorece a desmineralização e subsequente, lesões de manchas brancas em esmalte. Diante disto, este estudo avaliou o efeito in vitro de materiais resinosos em lesão de mancha branca natural ao redor de braquete ortodôntico submetido à desmineralização artificial, por meio das análises de rugosidade superficial, perfil de desgaste, degrau e morfologia com o microscópio confocal a laser e da profundidade de desmineralização com o microscópio óptico. As unidades experimentais compreenderam 36 molares humanos divididos aleatoriamente em 2 grupos de materiais, G1: infiltrante resinoso (Icon® DMG Hamburgo, Alemanha) e G2: selante resinoso (Pro Seal® Reliance Orthodontic Products, Itasca, III). Os dentes foram cobertos com resina composta, expondo apenas a lesão natural de mancha branca. Esta área compôs 3 fatores de estudo sob desafio cariogênico: área protegida, sem tratamento (P); área exposta com tratamento (T); área exposta sem tratamento (E). As amostras foram expostas ao desafio cariogênico durante 6 dias por 32 horas, 8 horas em solução desmineralizante e 16 horas em solução remineralizante, expondo uma área de 2x4 = 8 mm2 para a ciclagem de pH e mantidos em estufa em temperatura de 37°C. Considerou-se a diferença da rugosidade inicial com a final das três áreas. Para análise morfológica confocal foram realizadas imagens no baseline, após tratamento e ciclagem de pH de cada amostra das 3 áreas (P,E,T). Para análise estatística foram utilizados os testes: Mann-Whitney; Kruskal-Wallis, ANOVA a um critério (tratamento) e pós teste de Tukey. Como resultados, observou-se que a profundidade da desmineralização observada pela microscopia óptica não diferiu entre o selante Pro Seal® e o infiltrante resinoso Icon®. O selante Pro Seal® apresentou uma menor profundidade da lesão em relação à área controle, enquanto o infiltrante resinoso Icon® não mostrou diferença. Descritores: Cárie dentária, Ortodontia, Esmalte dentário. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 208 Odontopediatria SÍNDROME DE DOWN NA ODONTOLOGIA Isabela Cristina Alves Panasol ([email protected]) Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR) Nádia Mazzei Mendes Feitoza Gislaine Stella da Silva Alves Os indivíduos com necessidades especiais apresentam algumas limitações e estas podem ser temporárias ou permanentes, agudas ou crônicas, físicas, emocionais, sociais ou intelectuais. Entre as inúmeras deficiências, a Síndrome de Down é a mais prevalente, destacando-se por apresentarem severa vulnerabilidade aos desvios de forma, função e estética do sistema estomatognático e pelos agravantes socioeconômicos que restringem seu acesso às ações de saúde bucal. Sendo assim, é importante que o cirurgião dentista tenha o mínimo de conhecimento para poder oferecer um atendimento de segurança e qualidade. Este estudo teve a finalidade de descrever os métodos que minimizem as dificuldades encontradas durante a realização do tratamento ao paciente com Síndrome de Down, desmitificado alguns conceitos, promovendo um manual educativo de orientação aos profissionais, visando a saúde e melhora da qualidade de vida desta população. A Síndrome de Down ocorre por uma alteração genética no cromossomo 21 que é desencadeada por diversos fatores como a falta de ácido fólico na gravidez, mães com idade superior a 35 anos, uso indiscriminado de contraceptivos orais, fumo, álcool, substâncias químicas, radiação e idade paterna acima dos 55 anos. O indivíduo com essa síndrome é acometido por deficiência mental e seu nível calculado de acordo com o QI que apresenta, diminuído comparado a população em geral. Possuem algumas características físicas fáceis de serem identificadas. Em relação a cavidade bucal podem ter anomalias dentais de número, tamanho, forma, atraso na erupção, cavidade oral pequena, palato estreito, língua fissurada e macroglossia que colaboram com a má oclusão, deglutição e mastigação lenta, geralmente são respiradores bucais associados a periodontite crônica. O fluxo salivar é reduzido, promovendo o crescimento bacteriano, mas seu pH salivar é alcalino melhorando a capacidade tampão e diminuindo o índice de cárie. Medicamentos, açucarados e viscosos que provocam lesões de cárie, interferem diretamente na saúde bucal originando hiperplasia gengival. A primeira consulta é primordial para deixar os responsáveis mais seguros, poder conhecer o histórico de saúde do paciente e analisar o seu comportamento. Ao contrário do estereótipo de calmos e sociáveis existe uma parcela que é agitado e difícil de manejar. Deve-se condicioná-lo para que ao realizar os procedimentos de profilaxia, restaurações e endodontias sinta-se tranquilo e aceite o tratamento. Existem muitas técnicas de manejo, que por vezes assemelham-se as de odontopediatria, como modelagem, reforço positivo, controle da voz, falar-mostrar-fazer. Se esses métodos falharem ou o paciente apresentar dificuldade em controlar os movimentos pode-se optar pelas contenções física ou mecânica e química com o uso de sedativos, analgesias e por último a anestesia geral. Baseados nessas informações, podemos concluir que o paciente com necessidade especial deve ter uma boa qualidade de vida e isso advém, também, de uma boa saúde bucal. Esperamos com esse manual transmitir conhecimento, segurança e sensibilizar os profissionais sobre a importância de transformar a odontologia mais inclusiva. Palavras-chave: Paciente com necessidade especial, Síndrome de Down, Odontologia.. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 209 ORTODONTIA/PEDIATRIA REABILITAÇÃO DE ESPAÇO NA DENTADURA DECÍDUA COM A UTILIZAÇÃO DA PRÓTESE FIXA DENARI - RELATO DE CASO Ana Beatriz Rocha Pinto ([email protected]) (UEM) Marina de Lourdes Calvo Fracasso Larissa Colepicolo Ceron Thaynara de Souza Lopes Maiara Giongo Maria Gisette Arias Provenzano A odontologia na primeira infância visa primordialmente a realização de procedimentos educativos e preventivos com o objetivo de manter a saúde bucal da criança. No entanto, existem situações em que ocorre a perda precoce dos dentes decíduos, por motivos de cárie, quando a criança não tem acesso a essas medidas preventivas; por traumatismo dentário, quando nos primeiros anos de vida, fase em que a criança está desenvolvendo a coordenação motora para andar, ocorre queda com implicações na cavidade bucal; ou ainda por alterações congênitas, quando há agenesia de dentes decíduos. A reposição do dente decíduo perdido prematuramente é indicada para que não haja consequências estéticas, funcionais (fala e mastigação) e psicológicas. Crianças na primeira infância não possuem maturidade e cooperação para o uso de próteses removíveis. Assim sendo, indicam-se as próteses parciais fixas modificadas. O objetivo do presente estudo é relatar o caso clínico de um paciente do sexo masculino, de 3 anos de idade com história de traumatismo dentário, com perda precoce do elemento 51 e 61, cujo tratamento foi a colocação de uma prótese parcial fixa modificada. A principal característica desta prótese, que a diferencia de uma prótese utilizada em adultos é a presença de conectores com o sistema tubo-barra. A estrutura metálica de um dos dentes de apoio apresenta uma barra que se encaixa em um tubo presente no pôntico, este sistema não é fixo, o que permite o distanciamento lento entre o retentor e o pôntico, através do deslocamento da barra, caso ocorra crescimento da pré-maxila. Após a moldagem dos arcos superior e inferior da paciente, a prótese parcial fixa modificada foi confeccionada com um pôntico e dois retentores de metal nos elementos 52 e 62, os quais não receberam nenhum tipo de preparo. A cimentação da prótese foi realizada com cimento resinoso dual e resina composta para um melhor resultado estético. A prótese fixa modificada com o sistema tubo barra representa uma alternativa rápida, de baixo custo e minimamente invasiva, promissora para reabilitação protética de perda precoce de dentes decíduos anteriores, principalmente na primeira infância. No caso clínico descrito, pôde ser observado um resultado estético e funcional satisfatório, o que propiciou melhora na saúde bucal da paciente e restabelecimento psicológico dos pais e da criança. Palavras-chave: Prótese Parcial Fixa; Criança; Dente Decíduo; Traumatismos Dentários. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 210 Pediatria/Ortodontia EMPREGO DA PASTA DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO EM PULPECTOMIA DE DENTES DECÍDUOS - RELATO DE CASO CLÍNICO Laís Albuquerque Marengoni ([email protected]) (UEM) Marina de Lourdes Calvo Fracasso Larissa Colepicolo Ceron Thaynara de Souza Lopes Maiara Giongo Carlos Luiz Fernandes Salles Apesar dos avanços na prevenção da cárie dentária e, consequentemente, o seu declínio nos últimos anos, nota-se que um grande número de dentes decíduos ainda possui lesões cariosas e traumatismos que evoluem para o comprometimento pulpar. A pulpectomia é um tratamento endodôntico radical, esta técnica consiste na remoção completa da polpa coronária e radicular, limpeza, alargamento, desinfecção das bactérias presentes nos canais radiculares e posterior preenchimento com material reabsorvível. A pulpectomia é indicada para dentes com pulpite irreversível, dentes com falha na pulpotomia ou em casos de necrose. Porém, é contra indicada quando há menos de dois terços de raiz, fratura radicular, extensa destruição coronária, reabsorções acentuadas e problemas periodontais avançados. A finalidade deste tratamento é evitar danos ao germe permanente e a manutenção do dente decíduo no arco, uma vez que garante a vedação hermética dos canais radiculares, exercendo sua função até a época mais próxima possível da sua esfoliação normal, sem prejudicar o sucessor. Nesse tratamento deve se levar em consideração sempre o germe do dente permanente e o ciclo de vida do dente decíduo. A pulpectomia tem algumas limitações, como o processo de reabsorção fisiológica que o dente decíduo sofre impossibilitando um tratamento obturador convencional, pois necessita que o mesmo seja compatível com esta reabsorção. Diante disso, o material obturador para ser considerado ideal deve ser biocompatível, radiopaco e ser reabsorvido junto com a raiz durante a rizólise, uma vez que não é utilizado guta percha em dentes decíduos, uma das diferenças do tratamento endodôntico em crianças. Diferentes materiais e técnicas já foram preconizados e utilizados com a finalidade de material obturação de canais radiculares em dentes decíduos, no entanto, não há nenhum material ideal que atenda todos os requisitos. A pasta a base de hidróxido de cálcio atende a vários requisitos, é biocompatível, tem propriedades antibacterianas, auxilia no reparo dos tecidos induzindo a deposição de tecidos mineralizados e dissolve tecidos necróticos. Assim, o objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de um tratamento endodôntico do elemento 74, em um paciente do sexo masculino, 2 anos, de difícil manejo e com diagnóstico de cárie precoce da infância. E por fim, concluiu-se que o sucesso do tratamento endodôntico está associado uma reabsorção radicular normal, ausência de dor, infecção, fístula e tumefação. Sendo que esse sucesso depende da indicação e técnica correta, limpeza dos canais, resposta do paciente e do material obturador. Palavras-chave: Pulpectomia. Dente decíduo. Hidróxido de cálcio. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 211 PEDIATRIA USO DE PLACA PALATINA DE MEMORIA EM PACIENTE COM SÍNDROME DE DOWN: RELATO DE CASO MARIANA MORALES GONCALVES ([email protected]) Centro Universitário Ingá- Uningá TEREZA CRISTINA ROSCHEL GIFFONI SUZANA GOYA A Síndrome de Down é uma condição autossômica congênita multissistêmica. Caracterizada pela combinação de atraso mental e várias alterações sistêmicas e físicas, com uma das alterações sistêmicas sendo cardiopatias, problema respiratório desenvolvimento sexual deficiente, e físicas como coordenação motora deficiente, apresentando hipotonia da musculatura, língua flácida e protruída e selamento labial insuficiente. Diante dessa alteração existe a necessidade de auxiliar a mudança da postura do lábio e da língua na mais tenra idade com essa finalidade iniciou-se a utilização da placa palatina de memória, que foi proposta por Castillo Morales, em uma menina de 5 meses de idade e o acompanhamento até 2 anos de idade. A função da placa palatina de memória é induzir o vedamento labial e a manutenção da língua dentro da cavidade bucal, com essa terapia reguladora orofacial consiste em estimulação precoce de pontos específicos para língua e para os lábios, isso se faz com por meio de inserção do material plástico onde se tem a presença de um botão palatino para posicionamento da língua e botões vestibulares para o casamento labial e pela permanência de uma área rugosa, inserção de bolas moveis em arame inoxidável que deve ser usado em combinação com o estimulo oral ativo motor, usa a placa até irromper os incisivos superiores. A placa é presa por pressão muscular que ajuda na estimulação da musculatura hipotônica, quando os dentes começam a erupcionar e necessário fazer desgaste ou mesmo perfurar a placa para ter espaços necessários para os elementos, não parando o tratamento ou mesmo usando grampos para fixar a placa palatina. O período de maior desenvolvimento do sistema nervoso central ocorre no primeiro ano de vida da criança, por isso o uso nesta fase promove uma melhora na musculatura orofacial da criança e no desenvolvimento da respiração nasal. A placa tem que ser utilizada por 2 horas por dia pelo menos, muitas mães colocam em períodos curtos de 15 em 15 minutos até dar o tempo total. Esse relato de caso clínico tem como objetivo demostrar o uso da placa palatina de memória em bebê com Síndrome de Down para melhora da performance bucal, com o acompanhamento de uma equipe multiprofissional composta por: odontopediatria, fonoaudióloga, fisioterapeuta e médicos apresentando um prognostico favorável melhorando a postura labial e o vedamento labial. Palavras-chave: Síndrome de Down; Terapia de Regulação Orofacial de Castillo-Morales; Placa Palatina; ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 212 ORTODONTIA/ ODONTOPEDIATRIA BULLYING E A ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA Jenefer Carina Boffi Centro Universitário Ingá- UNINGA Lucimara Cheles da Silva Franzin O bullying é uma transgressão com proporções significativas na atualidade, principalmente em ambientes escolares, onde crianças e adolescentes são vítimas, afetando seu bem-estar e o funcionamento social, podendo se tornar adultos com baixa autoestima, ocasionando problemas de relacionamento preocupantes, com altas chances de possuir um comportamento agressivo, onde, em casos mais extremos, pode vir a tentar ou cometer suicídio. Dentro deste contexto tem-se o bullying odontológico, relacionado a crianças e adolescentes que apresentam alterações buco-dentais e faciais, chamando a atenção de seus pares por diversos motivos. A hipoplasia do esmalte caracteriza-se por uma deficiência na formação do esmalte, e pode trazer transtornos ‘a estética do indivíduo. Clinicamente, apresentam-se como manchas de cores diversas, rugosas, sulcos ou ranhuras, bem como, outras alterações na estrutura do esmalte, comprometendo a estética do sorriso, podendo crianças que apresentam esta alteração sofrer o bullying, especialmente em ambiente escolar. O objetivo deste trabalho foi apresentar um caso clínico de paciente apresentando hipoplasia de esmalte nos incisivos inferiores, e embora apresentasse outros dentes com cáries dentárias, estes incisivos eram o motivo de bullying no ambiente escolar. A criança com 7 anos de idade, se apresentava com a autoestima baixa, se recusando a frequentar a escola, devido as outras crianças o apelidarem de “dente de canjica” decorrente da cor acastanhada nas faces vestibulares dos dentes 31 e 41. O responsável informou que as manchas acastanhadas estavam presentes desde a erupção dos incisivos permanentes, e que não havia histórico de trauma durante a dentição decídua, cujos dentes apresentavam cor nos padrões de normalidade. Após a anamnese, exame clínico e radiográfico, o planejamento proposto pelo cirurgião-dentista foi o tratamento restaurador para as hipoplasias, e demais cáries dentárias diagnosticadas em outros dentes, acompanhado de educação e prevenção. A criança e a família se mostraram satisfeitos com o resultado estético final do tratamento. Assim, na atualidade se faz necessária a atuação do cirurgião-dentista, para um bom diagnóstico e tratamentos odontológicos adequados, estéticos e funcionais, a fim de solucionar alterações dentárias que possam comprometer a estética do paciente, influenciando seu comportamento psicológico e evitando que venha a ter apelidos pejorativos e o bullying principalmente em escolares, crianças e adolescentes. Uma boa saúde bucal proporcionará um melhor convívio social e autoconfiança para o indivíduo, evitando a baixa autoestima e proporcionado bem estar e qualidade de vida. Palavras-chave: Bullying, Hipoplasia, Criança. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 213 ORTODONTIA/PEDIATRIA REABILITAÇÃO ESTÉTICA ANTERIOR EM PACIENTE INFANTIL COM MATRIZ DE ACETATO PERSONALIZADA Maiara Giongo ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Carlos Luiz Fernandes Salles Beatriz Sartori da Silva Isabella Rodrigues Helena Venante Marina de Lourdes Calvo Fracasso A cárie precoce severa da infância ocorre em crianças na idade pré-escolar, especificamente dos 6 aos 36 meses de idade, sendo caracterizada como uma doença de progressão rápida e que acomete superfícies dentárias normalmente livres de cárie. Sua etiologia está associada à hábitos alimentares e de higiene inadequados durante o processo de desmame, principalmente em pacientes de baixo nível socioeconômico. A perda precoce dos dentes decíduos pode trazer consequências como problemas de oclusão, função mastigatória e fonoarticulatória, sendo necessária a intervenção reabilitadora. O objetivo deste trabalho é demonstrar um caso clínico de reabilitação estética anterior em dentes decíduos, utilizando-se de uma técnica com matriz de acetato personalizada individualmente para o paciente infantil. Paciente gênero masculino, 2 anos de idade, compareceu na clínica de Odontopediatria da Universidade Estadual de Maringá – (UEM) , ao exame físico intrabucal avaliou-se uma extensa perda de estrutura dentária mineralizada na região anterior, devido a intensidade do processo carioso precoce. Realizou-se então, o planejamento do seguinte caso baseando-se em uma técnica para restauração de dentes decíduos anteriores com resina composta, através do uso de matrizes de acetato personalizadas individualmente. O primeiro procedimento clínico realizado foi a moldagem inicial do paciente, do arco superior e inferior, seguido de enceramento dos dentes a serem reabilitados. Após o enceramento, o modelo de estudo foi novamente moldado e vazado em gesso comum. Em seguida, foi feito o troquelamento de cada dente do modelo de gesso, para que os mesmos estivessem separados no momento da confecção das matrizes de acetato, por meio da utilização de uma plastificadora à vácuo. Então, as matrizes individuais foram recortadas adequadamente, para que pudessem ser adaptadas de maneira correta em cada dente. Posteriormente, foram realizadas as restaurações de resina composta de maneira individual para cada elemento dentário, restabelecendo a forma, função e estética desejadas. Pode-se concluir que esta técnica apresenta facilidade de emprego, baixo custo e bom prognóstico após sua execução, além de apresentar boa aceitação do tratamento pelo paciente. Adaptações de técnicas de matriz de acetato que possam facilitar o tratamento do paciente infantil, além de auxiliar no procedimento clínico a ser realizado, também colaboram de forma mais eficiente no manejo e comportamento do paciente a ser atendido. Palavras-chave: Paciente infantil; reabilitação estética; matriz de acetato. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 214 Ortodontia/Pediatria TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR DE INCISIVOS CENTRAIS PERMANENTES IMPACTADOS DEVIDO A PRESENÇA DE MESIODENS: RELATO DE CASO Amanda Lury Yamashita ([email protected]) - (UEM) Carlos Luiz Fernandes de Salles Adriana Karakida Augusto Renata Hernandes Tonin Lilian Cristina Vessoni Iwaki Liogi Iwaki Filho A impactação de incisivos centrais superiores pode prejudicar a estética, a função e o bem-estar do paciente. As causas mais comuns de impactação são discrepância entre tamanho dentário e comprimento do arco, perda precoce ou retenção prolongada do dente decíduo e presença de dentes supranumerários. Os mesiodens são os dentes supranumerários mais frequentes e localizam-se na linha média da maxila, entre os incisivos centrais. Eles podem causar diversas complicações patológicas, como: impactação, retenção ou erupção atrasada dos incisivos centrais permanentes, erupção dentro da cavidade nasal e reabsorção radicular dos dentes adjacentes. Assim, este relato de caso visa ilustrar a importância do tratamento multidisciplinar, envolvendo a ortodontia e a cirurgia, de um paciente do gênero masculino com sete anos de idade, que apresentou impactação dos incisivos centrais permanentes, devido a presença de mesiodens. Além disso, o paciente ainda apresentava os dentes 51 e 61 no arco dentário, sendo que estes estavam em processo de rizólise tardia. Por meio da análise de imagens (radiografia e tomografia computadorizada de feixe cônico), pode-se observar a presença de dois mesiodens localizados por palatino dos dentes 11 e 21. Após o diagnóstico, devido os mesiodens estarem causando a impacção dos dentes 11 e 21 e com o risco de causar dilacerações radiculares, o paciente foi encaminhado ao cirurgião bucomaxilofacial e optou-se por realizar o procedimento em ambiente hospitalar sob anestesia geral, pois o procedimento era urgente e o paciente tinha somente sete anos. O planejamento cirúrgico-ortodôntico foi a remoção dos incisivos centrais decíduos e dos dois mesiodens, além da colagem de dispositivos nas coroas dos dentes 11 e 21 para o tracionamento ortodôntico. Um mês após a cirurgia, foi instalada uma placa de Hawley, com cobertura oclusal, levantamento de mordida e parafuso expansor. Neste aparelho, foram feitas duas dobras em “V” na vestibular e na parte palatina foram inseridos dois ganchos no acrílico para fixação dos elásticos. No início do tracionamento dos dentes, foi dada a orientação para o uso contínuo do aparelho. Após um mês de uso do aparelho, iniciou a ativação lenta do parafuso expansor, visando possibilitar um espaço adequado para a irrupção dos incisivos centrais. Após três meses de uso, observou-se na radiografia periapical que os dentes estavam com os ápices abertos, o que é extremamente favorável ao processo de tracionamento dentário. Devido ao bom posicionamento dos incisivos centrais em relação aos incisivos laterais, decidiu-se pela conclusão do tracionamento após oito meses de uso da placa de Hawley. Em seguida, foi realizada a fase de ortodontia fixa. Após um ano da cirurgia, pode-se observar na radiografia periapical, a implantação dos dentes 11 e 21 em seus respectivos alvéolos e o fechamento apical fisiológico dos mesmos. Assim, contatou-se que o tratamento multidisciplinar é uma alternativa eficiente para os pacientes que apresentam impactação dentária devido a presença de mesiodens, sendo que o caso relatado obteve êxito estético e funcional. Palavras-chave: dente impactado, ortodontia, dente supranumerário. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 215 ORTODONTIA/PEDIATRIA ANÁLISE DO DESEMPENHO CLINICO DE MÉTODOS PREVENTIVOS APLICADOS NA SUPERFÍCIE OCLUSAL DE DENTES DECÍDUOS: RESULTADOS DE 36 MESES Helena Sandrini Venante ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Marina de Lourdes Calvo Fracasso Maiara Giongo Gabriela Cristina Santin Carlos Luiz Fernandes Salles Sandra Mara Maciel Nas ultimas décadas observou-se uma redução na incidência de cárie dentária na população jovem, não decorrente da mudança de hábitos alimentares e da frequência do consumo de açúcares, mas devido à melhora da qualidade da higiene bucal, da disseminação do uso diário de flúor e da utilização do selamento oclusal. No entanto, a ocorrência da cárie dentária em superfícies oclusais ainda mantém-se elevada, visto que as lesões de fossas e fissuras representam 80-90% da experiência de cárie na infância e adolescência. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar o desempenho clínico de três materiais preventivos nas superfícies oclusais de molares decíduos de crianças, no período de 36 meses. O estudo foi do tipo split mouth, duplo-cego, composto por quatro grupos experimentais: G1- cimento ionomérico modificado por resina ( Vitremer®), G2- selante resinoso (Alpha Seal Light®) e G3- diamino fluoreto de prata (Cariostatic®) e G4- controle (sem material). Foram alocadas 32 crianças de 36 a 60 meses de idade, participantes do programa Clínica de Bebês, do município de Maringá-Pr, que apresentavam ceo-d ≥ 1 e quatro 2° molares decíduos hígidos. Previamente a aplicação dos materiais foi realizada a profilaxia com pedra pomes e escova Robinson e a seguir realizado o isolamento relativo. Um único operador realizou a aplicação dos materiais e as avaliações subsequentes. Foi verificada a retenção do material entre os grupos G1 e G2 e a presença de cárie incipiente entre todos os grupos. Nos tempos analisados (3, 6, 12, 24 e 36 meses), o G2 teve maior perda do material, de até 44%, quando comparado ao G1, que teve perda máxima de 35%, entretanto sem diferença estatística entre os grupos (p = 0,214). Quanto à incidência de cárie, não houve diferença estatística entre todos os grupos em nenhum dos tempos avaliados, entretanto o G3 foi o que apresentou maior incidência, 20% quando comparado aos demais (p = 0,154). Conclui-se que a efetividade dos materiais fluoretados testados, os habilita como um método preventivo da cárie oclusal de molares decíduos em crianças de alto risco, devendo ser indicados como opção de tratamento para os programas educativo-preventivo na primeira infância. Palavras-chave: Selantes de fóssulas e fissuras, Dentes decíduos, Cárie dentária ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 216 ORTODONTIA CORTICOTOMIA ASSOCIADA AO TRATAMENTO ORTODÔNTICO Mayara Martin Fernandes ([email protected]) Unopar, Londrina Ricardo de Lima Navarro Edwin Fernando Ruiz Contreras Paula Vanessa Oltramari Navarro Este trabalho busca revisar a literatura, mostrando a utilização das corticotomias na Ortodontia. As corticotomias alveolares são intervenções cirúrgicas que devem perfurar a camada cortical liberando as tensões perialveolares. O Fenômeno Aceleratório Regional, caracterizado pela aceleração do metabolismo ósseo e decréscimo da densidade óssea localizada, tem sido ligado ao conceito de corticotomia. Esta técnica vem sendo sugerida como forma de potencializar a movimentação dentária e diminuir os efeitos indesejáveis, especialmente para pacientes adultos. Autores têm indicado a terapia com corticotomia tendo a finalidade de reduzir o tempo de tratamento, minimizar a recidiva, evitar extrusões dentárias e diminuir a quantidade de reabsorções radiculares. A corticotomia além de acelerar o tempo de tratamento, vem sendo utilizada para facilitar movimentos dentários complexos, potencializar a correção de más oclusões esqueléticas, facilitar o tracionamento de dentes retidos e potencializar o fechamento de espaços, entre outras. A literatura recente não tem demonstrado efeitos adversos da corticotomia ao periodonto. Nenhuma redução da altura da crista óssea, recessão gengival e reabsorção radicular foram visto. Pesquisas em longo prazo sobre parâmetro periodontal após a movimentação dentária rápida ainda não foram bem avaliadas pela literatura. Desde os primeiros relatos sobre a combinação de corticotomias e osteotomia supra-apical na movimentação ortodôntica, acreditava-se que estes cortes delineavam blocos ósseos, conectados entre si apenas por osso medular, que seriam mais facilmente movimentados pelas forças exercidas pela aparelhagem ortodôntica. Porém, esta técnica foi revisada e alterada devido aos efeitos adversos ao periodonto e à vitalidade pulpar. Atualmente, defende-se que a incisão deve perfurar apenas a camada cortical do osso, havendo perfuração mínima do osso medular, com resultados satisfatórios. Quando necessário, há relatos de uma técnica combinando a corticotomia alveolar com enxerto ósseo para aumentar o volume alveolar e facilitar grandes expansões, correção de apinhamentos severos e evitar riscos de deiscências. O uso das corticotomias alveolares como abordagem coadjuvante ao tratamento ortodôntico vem crescendo. Sendo uma técnica promissora devido às aplicações possíveis na Ortodontia no tratamento de adultos. Com esta pesquisa, nas metodologias estudadas até o presente, pode-se observar uma concordância de que a corticotomia minimiza os efeitos colaterais. As corticotomias também são indicadas para casos onde Dispositivos de Ancoragem Esquelética não podem ser utilizados, ou até mesmo em associação a eles. Para a aplicação rotineira com segurança, embora exista um otimismo dentre os pesquisadores de técnicas para o tratamento ortodôntico auxiliado por corticotomia, estudos randomizados em humanos ainda são necessários, com a finalidade de avaliar o custo-benefício biológico real desta técnica e, acompanhando seus efeitos em longo prazo. Palavras-chave: Corticotomias alveolares. Tratamento ortodôntico. Indicações. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 217 ORTODONTIA/PEDIATRIA TRATAMENTO DA LUXAÇÃO LATERAL EM DENTES DECÍDUOS - IMPORTÂNCIA DA PROSERVAÇÃO Helena Sandrini Venante ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Marina de Lourdes Calvo Fracasso Graziele Martioli Beatriz Sartori da Silva Isabella Rodrigues e Maria Gisette Arias Provenzano O traumatismo dentário está entre os agravos à saúde bucal que têm despertado grande interesse da comunidade científica. O diagnóstico adequado é fundamental para o tratamento e prognóstico de sequelas oriundas de traumatismos. Essas, podem afetar tanto os dentes decíduos quanto os permanentes e varia de acordo com a intensidade e o tipo de trauma. Nos decíduos as principais consequências são hiperemia pulpar, calcificação dos condutos radiculares, descoloração coronária, retenção prolongada, reabsorções interna e externa e anquilose dentária. Já nos permanentes pode-se encontrar: hipoplasia do esmalte, alteração na sequência irruptiva, entre outras. Em casos de subluxação, mais de 50% de descoloração da coroa, calcificação da polpa, fístula, e reabsorção radicular inflamatória ocorre no prazo de 180 dias pós trauma, no entanto, as sequelas podem ser diagnosticadas mesmo depois de 4 anos de acompanhamento. Desta forma, o objetivo do trabalho será relatar o caso clínico de traumatismo dentário em idade precoce, relacionando o tipo de injúria presente no momento do trauma com o diagnóstico radiográfico de reabsorção radicular externa, num acompanhamento longitudinal. Paciente 3 anos de idade, com histórico de traumatismo dentário envolvendo os dentes 51 e 61. A mãe relatou que a criança sofreu uma queda e ao exame clínico diagnosticou concussão de ambos os dentes, porém não se detectou alterações no exame radiográfico. Durante o acompanhamento clínico e radiográfico (12 meses) observou-se somente o escurecimento de ambos os dentes. Aos 5 anos houve um segundo episódio de traumatismo, diagnosticando-se uma subluxação do dente 51 e luxação lateral do 61, constatando-se na imagem da tomografia computadorizada, uma fratura com deslocamento da tábua óssea vestibular, na região do dente 61. Após 12 meses do segundo trauma, observou-se que o dente 51, desenvolveu reabsorção externa, com comprometimento até o terço médio da raiz, porém, clinicamente o dente apresentava-se com total higidez da coroa e dos tecidos periodontais, e sem mobilidade. O dente 61 permaneceu íntegro, tanto na coroa, como na raiz. Os germes dos dentes permanentes sucessores não apresentavam alterações perceptíveis ao exame radiográfico, optando-se pela manutenção dos dentes decíduos no arco. Aos 24 meses, o exame radiográfico mostrou que o dente 51 apresentava-se em estado avançado de reabsorção radicular e clinicamente o dente 11 estava irrompendo no fundo do sulco, por vestibular. O dente 61 segue o padrão de reabsorção fisiológico, compatível com a idade cronológica da criança. Os germes dos dentes sucessores permanentes apresentavam trajetos diferentes de irrupção, com o sucessor 21 mais acelerado que o 11, optou-se então, pela exodontia dos dentes decíduos e aguardar a irrupção espontânea dos dentes permanentes. Após a erupção dos dentes 11 e 21 comprovou-se por meio do exame clínico a presença de leve hipoplasia de esmalte na superfície vestibular, comprovando as associações descritas na literatura entre traumas em dentes decíduos e alterações hipoplásicas em dentes permanentes. Conclui-se, portanto, que os pais e acompanhantes devem ser informados sobre a prevenção e cuidados frente às lesões dentárias traumáticas, bem como a grande importância do acompanhamento dos dentes traumatizados até a irrupção do dente permanente. Palavras-chave: Traumatismo, Dente decíduo, Sequelas. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 218 ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia Resumos de Periodontia busca ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 219 PERIODONTIA LESÕES AGUDAS DO PERIODONTO – RELATO DE UM CASO DE GENGIVITE ULCERATIVA NECROSANTE Amanda Justino Cavichon ([email protected]) Unicesumar Humberto Bordini do Amaral Pasquinelli (Orientador) Isabela Silva Rocha Jennifer Perussolo Rafael de Oliveira Lazarin Considerada como uma das lesões agudas do periodonto, a Gengivite Ulcerativa Necrosante (GUN) é uma infecção caracterizada pela presença de necrose, ulceração e sangramento gengival, ocorrendo uma inversão das papilas interdentais, e dor intensa. O tratamento desta condição consiste no alívio da sintomatologia dolorosa e eliminação de toda e qualquer doença periodontal existente, e é dividido em duas fases: a fase aguda e fase da terapia básica. O objetivo do presente trabalho é relatar um caso clínico de uma jovem paciente de 18 anos de idade, do gênero feminino que procurou o setor de urgência da clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá, se queixando de um intenso mau hálito e dor na gengiva. Durante a anamnese, a paciente relatou não ter alteração sistêmica, realizar higiene bucal duas vezes ao dia, sem a utilização de fio-dental, e que havia passado por um episódio de grande estresse há poucos dias. No exame intra-bucal, constatou-se a presença de grande quantidade de biofilme dental, sangramento gengival espontâneo e diversos pontos de necrose da gengiva marginal e papila interdental, e no exame radiográfico não foi observado comprometimento do tecido periodontal de suporte. Diante disso, o quadro foi diagnosticado como GUN. Visando o tratamento da fase aguda, os procedimentos iniciais consistiram em: debridamento mecânico, promovendo a limpeza do local retirando os restos dos tecidos desvitalizados com instrumentação manual, facilitando sua cicatrização, seguido de irrigação com peróxido de hidrogênio 3% - 10 volumes, diluído em soro fisiológico; instrução de higiene oral com reforço da utilização de dispositivos interdentais e prescrição de enxaguatório com digluconato de clorexidina 0,12% e de medicação analgésica e anti-inflamatória. Com a fase aguda devidamente controlada, foi então realizado o tratamento periodontal básico com raspagem e alisamento coronoradicular para a completa remoção da placa bacteriana e controle da doença pré-existente. Com acompanhamento de sete meses após a debridação mecânica inicial, foi possível notar regressão da fase aguda do caso mas no entanto, não foi obtido uma completa eliminação da doença, fato atribuído à falta de comprometimento e adesão da paciente ao tratamento como um todo. Este relato de caso demonstrou a importância do cirurgião dentista em realizar um correto diagnóstico para elaborar um plano de tratamento devidamente conveniente e efetivo para a resolução de uma condição de urgência, e além disso, evidencia a importância da cooperação por parte do paciente para completa resolução e, consequentemente obtenção do sucesso no tratamento periodontal de lesões agudas do periodonto. Palavras-chave: Doenças agudas; doença periodontal necrosante; gengivite ulcerativa necrosante. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 220 PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA RECOBRIMENTO RADICULAR DE RECESSÕES GENGIVAIS MÚLTIPLAS – RELATO DE 2 CASOS CLÍNICOS UTILIZANDO A TÉCNICA DE ZUCCHELLI & DE SANCTIS Giovana Romano de Oliveira ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Odontologia Roberto Masayuki Hayacibara Debora Reis Dias A recessão gengival representa o deslocamento da gengiva marginal apicalmente à junção amelocementária. Sua etiologia está associada com maior frequência à escovação traumática e à inflamação causada por placa bacteriana, além disso há fatores facilitadores para esta condição, como o mau posicionamento dentário, inserção muscular, freios altos, deiscência do osso alveolar, dimensões gengivais inadequadas e fatores iatrogênicos relacionados a procedimentos restauradores e periodontais. O tratamento de recessões gengivais múltiplas é complexo, sendo assim, Zucchelli & De Sanctis em 2000 propuseram uma modificação na técnica do retalho posicionado coronalmente, na qual são feitas incisões oblíquas submarginais na área da papila, sem a realização de incisão intrasulcular ou relaxante, desenhando uma nova papila. Este modelo de retalho permite uma ótima adaptação após o reposicionamento coronário, visa um bom resultado estético e ganho de tecido queratinizado. Na literatura, é bem estabelecido que a associação de enxerto de tecido conjuntivo associado ao retalho posicionado coronalmente é considerado padrão ouro. Sendo assim, no presente trabalho serão relatados dois casos clínicos de recobrimento radicular utilizando a técnica proposta por Zucchelli & De Sanctis (2000), com reposicionamento coronal do retalho associado a enxerto de tecido conjuntivo subepitelial para o tratamento de múltiplas recessões gengivais classe I de Miller, isto é, o tecido marginal da recessão não se estende até a junção mucogengival e não há perda óssea ou de tecido mole interdental. No primeiro caso, a paciente A.H de 24 anos, não fumante, relatava incômodo estético devido às recessões gengivais generalizadas, com sinais de trauma por escovação. O caso foi acompanhado por seis meses previamente, a fim de remover a etiologia. A cirurgia foi realizada em duas etapas, primeiramente o lado superior direito e depois o superior esquerdo. Segue em acompanhamento clínico há nove meses. A segunda paciente, M.P de 31 anos, não fumante, queixava-se da estética e da sensibilidade nos dentes 22 e 23 que apresentavam recessões por provável trauma de escovação. Foi feita a cirurgia e segue em acompanhamento clínico há seis meses. Nos dois casos, realizou-se tomografia computadorizada com protocolo fenelon para auxiliar no planejamento. Foi possível alcançar um bom resultado clínico, pois como é conhecido na literatura, recessões de classe I possuem prognóstico de bom a excelente e, ao optar pelo retalho pediculado para recobrir a recessão, o tecido reposicionado é semelhante ao existente na região, proporcionando um resultado estético satisfatório. Palavras-chave: Recessão gengival. Enxerto. Estética. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 221 PERIODONTIA TRATAMENTO INTEGRADO COM FINALIDADE ESTÉTICA – RELATO DE CASO Leandro Henrique Galeti Lima. ([email protected]) Departamento de Odontologia, Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Roberto Masayuki Hayacibara Renata Côrrea Pascotto Debora Reis Dias Natalia Eloá Perego Kido Com a evolução da Odontologia e suas várias especialidades, o passo mais importante que antecede a atividade clínica em um caso complexo é a realização de um plano de tratamento multidisciplinar, que seja capaz de diagnosticar, planejar, prognosticar de maneira que devolva a função e estética, alcançando assim as expectativas de um paciente cada vez mais criterioso. A agenesia dentária, e particularmente a dos incisivos laterais superiores, é uma anomalia dentária relativamente comum, porém seu tratamento é um desafio clínico que necessita de uma abordagem multidisciplinar. Como opções de tratamento, tanto a reabilitação com implantes osseointegrados ou o fechamento do espaço utilizando a ortodontia associada à dentistica restauradora, por meio da reanatomização, resultam em boa função e estética, se realizadas corretamente. A estética gengival rosa também deve ser levada em consideração, visto que, no caso da ortodontia como o canino será tracionado e por se tratar de um dente triangular e grande, poderá acarretar em um desnivelamento gengival, tornando a estética não totalmente satisfatória. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho é relatar o caso de uma paciente do gênero feminino, 25 anos, que compareceu à clínica odontológica com a queixa de dentes pequenos e sorriso gengival. Ao exame clínico intra-bucal, constatou-se agenesia do dente 12 com fechamento do espaço e desnivelamento gengival. A paciente ainda relatou que realizou tratamento ortodôntico para uma melhor distribuição dos dentes ântero-superiores, fechando assim o espaço do dente 12. Seu diagnóstico foi de discreta hiperplasia gengival e um desnivelamento gengival causados pelo tracionamento ortodôntico e seu tratamento foi a gengivoplastia dos dentes 15 ao 25. Após 30 dias, a paciente já sem o aparelho ortodôntico foi encaminhada para a Dentística Restauradora a fim de realizar o clareamento dentário e a reanatomização em resina composta dos dentes 14 ao 23, obtendo resultados esteticamente satisfatórios. Desta forma, pode-se concluir que o tratamento integrado com diferentes especialidades em casos de agenesia dentária como a de incisivos laterais superiores, desde o plano de tratamento até a resolução do caso, é de grande importância para o sucesso do tratamento. E a periodontia na manutenção da saúde e estética gengival é de fundamental relevância para conseguir condições mais favoráveis do resultado estético. Descritores: Tratamento Interdisciplinar; Estética; Gengivoplastia; ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 222 Periodontia/Implantodontia TÉCNICA DE ROLO MODIFICADA PARA AUMENTO DE REBORDO ALVEOLAR – RELATO DE CASO CLÍNICO Bruna Xavier Bezerra ([email protected]) - (UEM) Cleverson de Oliveira e Silva Jeniffer Perussolo Luisa de Araújo Moreira Preis Rafael Lazarin A perda de elementos dentais, leva a um processo de reabsorção óssea irreversível, o qual resulta em modificações dimensionais verticais e horizontais do rebordo alveolar. Este processo também gera alterações dimensionais dos tecidos moles podendo causar problemas estéticos, funcionais, além de dificultar a reabilitação destas áreas. Algumas técnicas têm sido descritas na literatura, com intuito de corrigir estes defeitos teciduais, sendo as mais conhecidas aquelas associadas ao enxerto conjuntivo subepitelial. No entanto uma das desvantagens deste procedimento é a necessidade da criação de um novo sítio cirúrgico e o aumento da morbidade pós-cirúrgica. Visto isso, a técnica do rolo propõe o deslocamento vestibular de tecido conjuntivo palatino, para compensar a depressão vestíbulo-palatina e vertical de uma crista edêntula. Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo relatar um procedimento para aumento de volume tecidual em área estética utilizando a técnica do rolo modificada. Paciente do gênero masculino, 54 anos, compareceu à clínica odontológica da (UEM) , com queixa estética em região anterior de maxila. Através da avaliação clínica, observou-se ausência do dente 22 e defeito horizontal nesta região. Uma vez que o paciente não seria reabilitado com próteses sobre implantes, optou-se por realizar apenas um aumento de volume de tecido mole a fim de melhorar a estética e o contorno tecidual ao redor da prótese. O procedimento cirúrgico foi iniciado com uma incisão linear sobre a crista óssea alveolar, seguida por incisões sulculares nos dentes adjacentes. O retalho palatino foi então deslocado em espessura parcial e então incisões foram feitas delimitando a área a ser deslocada. Em seguida, realizou-se um deslocamento de espessura total, elevando a mucosa palatina para fora do palato. Esta mucosa foi então “rotacionada” e posicionada sob o retalho vestibular, aumentado a espessura gengival da região. As suturas foram realizadas a fim de fixar o tecido conjuntivo ao retalho vestibular e reposicionar a face palatina inicial no sítio doador. Após 3, 6 e 10 meses a paciente retornou para acompanhamento, sendo observado o aumento do volume tecidual na região. Podemos concluir que a técnica do rolo modificada foi efetiva para o aumento de volume tecidual, para a melhora da estética e adaptação da prótese. Além disso, pode-se destacar o fato dessa técnica reduzir o número de sítios cirúrgicos, facilitando a recuperação do paciente e a vascularização através do deslocamento de um tecido conjuntivo pediculado. Palavras - chaves: Enxerto conjuntivo, aumento do rebordo alveolar, enxerto pediculado ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 223 Periodontia/Implantodontia FIBROMATOSE GENGIVAL HEREDITÁRIA: RELATO DE UMA FAMÍLIA DE CINCO GERAÇÕES UTILIZANDO ANÁLISE DE PROLIFERAÇÃO CELULAR GUSTAVO BARTELI ESTEVES ([email protected]) FACULDADE INGÁ CLEVERSON OLIVEIRA SILVA ISABELA CAROLINE ROCCO LARISSA DE OLIVEIRA ALENCAR FERNANDA CAMPOS CANCELLI A fibromatose hereditária gengival (HGF) é uma rara condição caracterizada por uma acumulação de matriz extracelular resultando em um alargamento fibrótico da gengiva. O objetivo deste artigo é descrever uma parentela afetada com HGF e discutir o diagnóstico, tratamento e controle da doença. O padrão de herança, características histopatológicas e proliferativa potencial de células epiteliais e mesenquimais do HGF são igualmente enfatizado. Para caracterizar o padrão de herança e o aparecimento clinico crescimento gengival, 117 membros da família foram examinados. O risco de recorrência foi estimado pela utilização de um programa de análise genética. A imuno-histoquímica contra a proliferação antígeno nuclear celular (PCNA) e ICP-67 foi realizada para avaliar proliferação celular de gengiva normal (GN) e células de HGF. A análise da linhagem familiar demonstrou uma autossômica dominante de herança, e um risco de recorrência em irmãos de 0,085 e um risco de recorrência 0,078 em filhos, indicando que HGF foi uma consequência da alteração genética com baixa penetração em membros que foram afetados ou não afetados podendo transmitir a doença à próxima geração. O estudo mostra que pacientes afetados sofrem um leve crescimento gengiva generalizado leve. O tratamento cirúrgico consistiu de uma combinação. De gengivectomia e gengivoplastia. O exame histológico mostrou que as lesões gengivais de todos os pacientes eram bastante semelhantes, com aumento da quantidade de feixes de fibras de colágeno na tecido conjuntivo. A imuno-histoquímica revelou que o potencial proliferativo de células epiteliais foi significativamente maior no grupo de HGFem comparação com o grupo NG, enquanto que as células mesenquimais de Ambos os grupos foram negativas para os marcadores de proliferação. Nossos dados demonstraram que, na família estudada, HGF é transmitida por um padrão autossômico dominante com incompleta penetração da doença e apesar de a hipertrofia gengival resultar a partir de uma acumulação excessiva de fibras de colagénio, a HGF é caracterizada por um aumento na taxa de proliferação de células epiteliais. Os estudos revelam que a proliferação de células epiteliais do HGF é significativamente mais elevada do que as células epiteliais NG. Estudos anteriores analisaram as características epiteliais do HGF, de acordo com o nosso relatório, um estudo anterior demonstrou que o HGF tem a gengiva superior e mais profunda do epitélio papilas e que a expressão do fator de crescimento epidérmico (EGF)e o seu receptor (EGFR) está positivamente correlacionada com o potencial proliferativo das células de papila, desta formar, ao induzir o crescimento gengival comnifedipina e ciclosporina, o aumento da espessura do epitélio está associada com um aumento da atividade mitótica das células. Palavras-chave: Autossômica dominante; fibromatose gengival hereditária; proliferação. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 224 PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA IMPLANTE IMEDIATO EM ÁREA ESTÉTICA: RELATO DE CASO CLÍNICO COM ACOMPANHAMENTO DE CINCO ANOS Natália Eloá Perego Kido ([email protected]) Roberto Masayuki Hayacibara Debora Reis Dias A instalação imediata de implante após a exodontia em região estética é um desafio na odontologia atual, onde a busca pelo sucesso depende de um planejamento desde a incisão até a prótese definitiva, pois no contexto da dentição natural, coroas clínicas longas, contorno irregular da margem gengival, qualquer mudança abrupta na altura tecidual, e a perda de papila às vezes têm uma influencia adversa na estética dentofacial. Dentre esses elementos de suma importância para o sucesso estético, a papila interdental se destaca, pois a sua preservação no momento da incisão irá reduzir que durante a cicatrização possíveis buracos negros na região do “dente-implante” apareçam. Sendo assim, o objetivo do trabalho é relatar um caso clínico de reabilitação com implante unitário imediato em área estética com acompanhamento de 5 anos. Paciente LG do gênero masculino, 20 anos, compareceu à Clínica Odontológica apresentando fístula e mobilidade no dente 21. Com os exames tomográficos e radiográficos constatou-se reabsorção externa na região disto lingual do dente 21 e a possibilidade de fratura, que foi comprovada com a cirurgia de acesso. Durante a cirurgia, com incisões preservando as papilas para um melhor prognóstico em área estética, comprovou-se a fratura do elemento. Foi realizada a exodontia do mesmo, preservando o alvéolo, e colocando um implante imediato (Straumann® Bone Level), com diâmetro de 4,1 mm e 12 mm de comprimento, associando enxerto ósseo autógeno, xenógeno (Bio Oss®) e enxerto de tecido conjuntivo para preenchimento do alvéolo, dando assim uma melhor estabilidade para o implante, finalizando com a colocação de um dente provisório. Após dois meses de acompanhamento radiográfico o paciente foi liberado para a colocação da prótese definitiva e segue em acompanhamento clínico e radiográfico há cinco anos. O paciente apresentava manchamentos no esmalte o que dificulta muito a realização de uma prótese em área estética, porém com o planejamento adequado foi possível uma grande semelhança aos dentes vizinhos, além do correto nível gengival e a presença de papilas, levando uma grande satisfação do paciente com o resultado final. Sendo assim, é possível concluir que com um adequado diagnóstico, planejamento e acompanhamento periódico é possível obter sucesso em áreas estéticas envolvendo multidisciplinaridade. Palavras-chave: Implante imediato; Área estética; Planejamento; ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 225 IMPLANTODONTIA PRÓTESE UNITÁRIA METALO-CERÂMICA PARAFUSADA SORE IMPLATE CONE MORSE EM PRÉ-MOLAR MAXILAR COM REGENERAÇÃO ALVEOLAR PRÉVIA Fernando Henrique Chuery Gomes Barros ([email protected]) Universidade Estadual de Londrina – COU José Augusto Pinheiro Sperandio Murilo Rodrigues de Campos Paciente JLCN, do gênero masculino, com 57 anos de idade, apresentou-se em clínica odontológica particular com queixa de dor na região direita da maxila e mobilidade dental. Após protocolo de avaliação clínica e realizados os exames necessários, foi concluído que o elemento 15 estava com fratura longitudinal no sentido vertical e lesão inflamatória. E como consequência uma extensa perda óssea alveolar. Na consulta de procedimento inicial, foi realizada, sobre cobertura antibiótica e anti-inflamatória como preparo, a cirurgia de extração do elemento fraturado, seguida de curetagem do osso alveolar com cureta e brocas, com a realização de perfurações em toda a extensão do defeito ósseo já preparado, com o intuito de provocar o aumento da irrigação e migração celular para o local. Foi realizado então, enxertia de biomaterial heterólogo inorgânico (bioss/geistlicht) para preservação e manutenção de volume e tecido ósseo. Seguido de colocação de membrana reabsorvível (biogide/geistlicht) e de retalho parcial de mucosa mastigatória palatina em “L” para fechamento da ferida cirúrgica alveolar e prova e entrega de prótese removível provisória. Após 4 meses de cicatrização do procedimento de enxertia, foi instalado implante cone morse (SIN) ao nível da crista óssea, em 2 etapas cirúrgicas. Após 3 meses de proservação, foi concluída uma satisfatória osseointegração e a região implantada foi reaberta para colocação de provisório direto sobre implante, com deslize de retalho total para vestibular e preparo para dissecção parcial com o objetivo de condicionar o tecido gengival para a estética. Passados mais 40 dias do condicionamento gengival, foi realizada a moldagem de transferência e enviada ao laboratório para a confecção da prótese fixa metalo-cerâmica unitária definitiva, que foi planejada com o correto e ideal perfil de emergência para manutenção do volume, saúde e arquitetura gengival. Com a peça em mãos, foi realizada a prova e análise oclusal com papel carbono, finalizando com o acabamento e glaseamento da mesma. Em seguida foi dado o torque definitivo e fechamento com resina composta do orifício do parafuso passante. Na proservação foi realizado acompanhamento clínico e radiográfico nos dois primeiros anos pós-carga da prótese unitária. Os resultados clínicos obtidos permitem-nos afirmar que a regeneração do processo alveolar seguido de prótese fixa metalo-cerâmica unitária parafusada sobre implante cone morse permaneceu estável e teve previsibilidade ao longo de 2 anos. Palavras-chave: Cone Morse; Prótese Sobre Implante; Enxerto ósseo. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 226 PERIODONTIA / IMPLANTODONTIA RECOBRIMENTO RADICULAR CLASSE I EM DENTES SUPERIORES - RELATO DE CASO Jorge Rennê Nascimento Cruz ( [email protected]) Unicesumar Humberto Bordini do Amaral Pasquinelli Ana Paula de Oliveira Miranda Rafael de Oliveira Lazarin A recessão gengival possui etiologia multifatorial e caracteriza-se pelo deslocamento apical da gengiva marginal para níveis além da junção amelocementária. Diversos estudos apontam que a presença de placa bacteriana e traumas de escovação estão presentes como causadores da recessão gengival. Variações anatômicas como inserção alterada do freio labial, fenestrações ósseas, posicionamento dentário e espessura da gengiva marginal são fatores que influenciam no desenvolvimento da recessão gengival. Ao longo dos anos, inúmeras técnicas cirúrgicas para a correção de recessões gengivais foram introduzidas, sendo as queixas estéticas e a sensibilidade as principais razões para execução desses procedimentos. O anseio estético almejado por pacientes fez com que a Odontologia evoluísse em todas as áreas e a periodontia passou a ter uma maior atenção com esse item, procurando resultados que devolvessem a anatomia gengival, fundamental para o reestabelecimento estético e funcional. Dentre as diferentes classificações, recessões Classe I são caracterizadas por não se estenderem até a linha mucogengival e não apresentarem perda de tecido interproximal. Fatores como largura e profundidade da recessão, disponibilidade de tecido doador e presença de inserções musculares devem ser levados em consideração na seleção do melhor tratamento. O presente trabalho visa apresentar dois casos clínicos onde diferentes opções de tratamento foram realizadas para a resolução de recessões Classe I em dentes superiores. Dois pacientes procuraram atendimento queixando-se de sensibilidade dentinária. Clinicamente constatou-se deslocamento apical da margem gengival e foram então submetidos à cirurgia de recobrimento radicular, um pela técnica do deslocamento coronal do retalho e outro pela técnica do deslocamento coronal associado ao enxerto de tecido conjuntivo. No primeiro caso a recessão apresentava-se em canino superior direito e foi utilizada a técnica do deslocamento coronal para realizar o seu recobrimento, para isso, uma incisão horizontal foi realizada em base de papila e se estendeu até os dentes vizinhos, feito isso, seguiu-se com duas incisões verticais que se estenderam até além da linha mucogengival. Em seguida realizou-se a divulsão do tecido e, o mesmo foi tracionado para coronal e então todo o retalho foi suturado com pontos simples com fio de nylon 5.0. No segundo caso, a recessão localizava-se em primeiro pré-molar superior direito, e a técnica utilizada foi basicamente a mesma, entretanto, foi associada ao enxerto de tecido conjuntivo retirado do palato da paciente. No pós-operatório de 6 meses observou-se um completo recobrimento da área de recessão em ambos os casos. Os relatos demonstram que o deslocamento coronal associado ou não ao enxerto de tecido conjuntivo parece ser eficaz para o tratamento de recessão gengival Classe I. Palavras-chave: recobrimento radicular, retalho deslocado coronalmente, enxerto de tecido conjuntivo. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 227 PERIODONTIA PLANEJAMENTO CIRÚRGICO E REABILITADOR: RELATO DE CASO CLÍNICO CAMILA LIBÂNIA TORMENA MAGALHÃES ([email protected]) UNICESUMAR 3ºANO LIVIA DE SOUZA TOLENTINO MARIA VITÓRIA FERRO TOMASELLI O padrão do que é belo, tem sido cada vez mais questionado e minuciosamente analisado na área odontológica, aumentando-se assim, o padrão de exigência. Desta forma, atingir os anseios estéticos dos pacientes tornou-se um grande desafio para os cirurgiões dentistas, que necessitam em muitos casos, lançar mão de tratamentos integradores e multidisciplinares para sanar as queixas dos pacientes. Para que se possa avaliar a estética do sorriso, alguns componentes devem ser avaliados como os dentes, contorno gengival e lábios. Muitas vezes um tratamento multidisciplinar se faz necessário para satisfazer o paciente e para o aprimoramento dos resultados. O objetivo deste trabalho é ilustrar um caso clínico no qual a paciente relatou ter passado por um tratamento estético com resina composta anteriormente, porém não estava satisfeita com o resultado, pois o tratamento que fizera havia sido isolado e não integrador. Ela queixava-se da aparência do seu sorriso, que era reflexo de desarmonias gengivais e dentárias, onde os dentes anteriores superiores apresentavam uma forma quadrangular com a dimensão mesio-distal semelhante à cervico-incisal. Desta forma como a insatisfação da paciente era reflexo não apenas do contorno gengival, mas também do formato e da coloração dental. A opção de tratamento sugerida a paciente foi a realização de uma cirurgia de aumento de coroa estético nos dentes 14, 13, 12, 11, 21 e 22, no qual as raízes ficariam expostas posteriormente ao procedimento cirúrgico, e uma posterior reanatomização com resina composta seria realizada nestes dentes com o objetivo de melhorar a harmonia do sorris e a proporção dos dentes. Após o período de cicatrização, iniciou-se o tratamento restaurador, por meio do clareamento dentário e uma semana após a última sessão do clareamento, foram realizadas facetas diretas nos dentes envolvidos. Este trabalho evidenciou o quanto a integração da periodontia com a dentística restauradora foi essencial para a obtenção do equilíbrio estético, abrindo mão assim, de métodos mais invasivos, como as restaurações indiretas, que geram receio ao paciente em muitos casos, e a acessibilidade é dificultada, em decorrência do alto custo. O resultado clínico obtido refletiu psicologicamente, atendendo as expectativas da paciente melhorando a aparência do sorriso e sua autoestima. Palavras-chave: Cirurgia periodontal; estética; reanatomização. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 228 Periodontia LESÃO ENDO-PERIO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. RELATO DE CASO Ana Cláudia Pedrozzani (aninha_ [email protected]) Centro Universitario de Maringá – Unicesumar Lívia de Souza Tolentino Heloísa Maria Bassegio Gustavo Nascimento de Souza Pinto Alline Batistussi França As lesões endo-perio, foram enquadradas como sendo uma das doenças corriqueiramente observadas na prática clínica e foram incluídas na classificação de doenças periodontais. Essa lesão apresenta problemas pulpares e periodontais concomitantemente, ou seja, tanto a polpa quanto o periodonto sofreram injúrias, isso se deve porque estes tecidos apresentam uma íntima relação, ambos são formados pelo tecido conjuntivo frouxo, células mesenquimais diferenciadas, fibroblastos, fibras colágenas e reticulares, vasos e nervos. À medida que o dente se desenvolve e a raiz é formada, três principais vias de comunicação entre os dois tecidos são criados: túbulos dentinários, canais laterais e acessórios, e do forame apical. Quando estas lesões estiverem totalmente isoladas uma das outras, elas serão tratadas convencionalmente, de acordo com a origem endodôntica ou periodontal. No entanto, quando as lesões se comunicam, há sugestões de que o tratamento, nestes casos, deva ser iniciado pela origem endodontica, e após a descontaminação pulpar, inicia-se a raspagem periodontal. Desta forma o objetivo deste trabalho é descrever um caso clínico em que uma lesão endodôntica associada a doença periodontal foi diagnosticada e tratada com sucesso. Paciente compareceu a clínica particular relatou dor espontânea no dente 47. Ao exame clínico constatou-se extensa restauração em resina composta na oclusal e bolsas periodontais de 9 mm na face distal e 6 mm na face lingual deste dente além de uma péssima higiene nesta região. Após o exame radiográfico observou-se que a lesão periodontal já se estendia por toda região do ápice. A resposta ao teste de sensibilidade pulpar ao frio foi positiva, o que nos levou a sugerir que a lesão foi causada primariamente por patógenos periodontais que progrediram apicalmente ao longo da superfície radicular e se encontrava numa fase de agressão a polpa dentária devido ao íntimo contato da lesão. Mesmo a presença da extensa restauração no qual sugere-se que a lesão teria se iniciado pela polpa, é sabido que a doença periodontal é um processo mais lento que o processo endodôntico e provavelmente isso não seria possível. Enfim, neste caso clínico relatado, tanto a polpa quanto o periodonto já estavam afetados, desta forma, tanto a terapia endodôntica como a periodontal foram realizadas. Noventa dias após o início do tratamento pode ser observado um reparo da lesão, o dente no qual sua presença na cavidade bucal era questionável agora se encontra com saúde. Pode-se concluir que um correto diagnóstico nos direciona a um tratamento ideal e consequentemente um sucesso nos resultados da terapia escolhida. Palavras-chave: lesão endo-perio; endodontia; periodontia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 229 Periodontia/Implantodontia RECOBRIMENTO RADICULAR PELA TÉCNICA DO ENVELOPE MODIFICADA – CASO CLÍNICO Débora de Almeida Bianco ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Cléverson de Oliveira e Silva Jeniffer Perussolo Luisa de Araújo Moreira Preis Rafael de Oliveira Lazarin A recessão gengival pode ser definida como a migração da margem gengival para apical em relação à junção cemento-esmalte ( JCE). Além de comprometer a estética, as recessões podem predispor o indivíduo a problemas como a hipersensibilidade dentinária, maior risco de desenvolvimento de lesões cervicais não cariosas e cárie radicular. A inflamação gengival em resposta ao acúmulo do biofilme dental ou ao traumatismo mecânico por escovação tem sido indicada como o fator etiológico principal das recessões gengivais. Miller, em 1985, propôs uma classificação que considera a altura do osso interproximal e a extensão apical da recessão em relação à linha mucogengival. Esta classificação correlaciona o prognóstico do tratamento à integridade ou não do osso interproximal. Assim, nas lesões Classes I e II, em que o osso interproximal está intacto, antecipa-se a possibilidade de recobrimento total das superfícies radiculares. Nas lesões classe III Consenso da Academia Europeia de Periodontia é possível o recobrimento total dessas recessões com perda mínima de inserção interproximal. Nas lesões Classe IV o prognóstico é mostrado na literatura como completamente desfavorável. Existem diversas técnicas que podem ser empregadas para o recobrimento de recessões unitárias e múltiplas, com diferentes tipos e desenhos de incisões associadas ou não a incisões verticais relaxantes, e utilizando ou não enxertos de tecido conjuntivo. O caso clínico faz menção à uma paciente do sexo feminino, que procurou atendimento na Universidade Estadual de Maringá devido a hipersensibilidade dentinária na região do dente 13. Durante a avaliação clínica que possuía uma recessão Classe I de Miller de 2mm, tendo sido a etiologia diagnosticada como trauma mecânico de escovação. A paciente recebeu tratamento pré-cirúrgico envolvendo: instrução de higiene oral, raspagem supragengival e controle do biofilme dentário. Optou-se por utilizar a técnica de recobrimento radicular de envelope modificada, descrita por Joly e colaboradores em 2009, a qual é utilizada para recessões unitárias rasas (menores que 4 mm). A técnica consiste pela preparação do leito receptor iniciado pela elevação de um retalho de espessura total, partindo da margem gengival, seguida da fenestração apical do periósteo, somente no dente com recessão, sem envolvimento das papilas proximais. Em seguida, foi removido um enxerto do palato de 10x5mm pela técnica de Zucchelli, deseptelizando a região e expondo o tecido conjuntivo. O enxerto foi posicionado sobre a recessão e estabilizado por duas suturas colchoeiro interno, recobrindo o enxerto com o retalho. Embora após 2 meses de acompanhamento a paciente ainda apresentasse uma retração de 0,5mm, a hipersensibilidade foi solucionada, sendo que a técnica de escolha também possibilitou um aumento da espessura da margem gengival e da faixa de tecido queratinizado. Palavras-chave: Recessão gengival; cirurgia mucogengival; técnica do envelope modificado ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 230 PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA ALTERNATIVA DE SUCESSO PARA O TRATAMENTO DAS RECESSÕES GENGIVAIS Tanise Sara Leandro Soares ([email protected]) Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) Lívia Tolentino de Souza Andressa da Costa Manholer Gustavo Nascimento de Souza Pinto Juliana Garcia Patrício As recessões gengivais são ditas na periodontia como a migração apical da margem gengival, clinicamente apresentada pela exposição radicular, podendo ser localizadas em apenas um dente, ou em um grupo de dentes. Além de comprometer a estética também podem predispor o paciente a sensibilidade dentinária dificultando a higienização e levando a maior acúmulo de biofilme no local.A recessão gengival tem etiologia multifatorial, com fatores predisponentes e desencadeantes, podendo os fatores predisponentes agir simultaneamente com os desencadeantes levando ao agravo da recessão gengival. Existem diversas técnicas cirúrgicas periodontais para se promover o recobrimento de raízes desnudas. As principais e mais conhecidas são o retalho semilunar posicionado coronalmente, os enxertos pediculados, retalho reposicionado coronalmente, associados ou não a enxertos de tecido conjuntivo subepitelial. O objetivo deste trabalho é apresentar um relato de caso no qual um recobrimento radicular através da técnica de enxerto de tecido conjuntivo associado ao retalho reposicionado coronalmente foi realizado como alternativa para o tratamento de recessão gengival. Paciente gênero feminino procurou atendimento odontológico com queixa principal de dor no dente 24 principalmente ao escovar a região, comer alimentos doces e frios. Ao exame clínico observou-se que a queixa principal era reflexo de uma recessão gengival classe I de Miller de aproximadamente6 mm possivelmente desencadeada por um trauma no momento da escovação. Optou-se pela técnica de enxerto de tecido conjuntivo associado ao retalho reposicionado coronalmente que objetivou um ganho de volume de gengiva queratinizada além do recobrimento radicular.A primeira fase do plano de tratamento incluiu instrução de higiene bucal e raspagem corononária em todos os dentes. Após o período de um mês, a fase cirúrgica do plano de tratamento foi iniciada através de uma adequada anestesia na região, incisões horizontais nas papilas e retalho dividido O tamanho do futuro enxerto foi planejado para garantir uma boa nutrição do mesmo e um sucesso da cirurgia. Foi calculado um enxerto de 15 mm de comprimento para que este se estendesse pelo menos até os dentes adjacentes e 6 mm de altura para assegurar uma boa irrigação do enxerto, e este seria removido do palato. Com a técnica de escolha a queixa da paciente foi sanada e o periodonto reestabelecido com sucesso. Conclui-se que é uma técnica efetiva e com muita previsibilidade no qual proporcionou um aumento significativo de tecido queratinizado na área operada. Palavras-chave: Tecido conjuntivo, Retração gengival, Periodonto. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 231 Periodontia/Implantodontia DESEMPENHO CLÍNICO DE PRÓTESES UNITÁRIAS METALO-CERÂMICAS ADJACENTES SOBRE DENTE E SOBRE IMPLANTE. Gabriela Menegazzi Caseiro Universidade Estadual de Londrina – UEL José Augusto Pinheiro Sperandio A osseointegração alterou os planejamentos odontológicos irreversivelmente. A substituição de dentes ausentes por meio de próteses sobre implantes com previsibilidade e longevidade estão baseados em sólidas evidências científicas, por um sem número de publicações ao redor do mundo. O tratamento com implantes dentários proporciona uma significativa melhora no reestabelecimento da saúde bucal, da função e da estética nos tratamentos odontológicos. A fim de alcançar sucesso à longo prazo da restauração protética, é de fundamental importância a seleção adequada do sistema de retenção da prótese sobre implante e imprescindível o conhecimento de fatores como a passividade na adaptação da restauração protética, aspectos oclusais, espaço interoclusal, requisitos estéticos, saúde dos tecidos moles peri-implantares, necessidade de manutenção, reversibilidade da restauração e fator financeiro. A manutenção dos pacientes implantados é tão importante quanto a realização do tratamento com próteses sobre implantes, pois também tem sido fator crucial para a longevidade desta modalidade de tratamento odontológico. Paciente M.C.S., sexo feminino com 51 anos de idade com ausência do elemento 24 e necessidade de substituição de coroa unitária do 25 e; avaliada como parte das atividades do Projeto de Extensão de Implantodontia (PROEX 1443). Após a sequência de procedimentos necessários, foi estabelecido plano de tratamento odontológico. Em novembro de 2011, foi instalado um implante Cone Morse (SIN 3.8 x 10 mm) na região do 24. Em abril de 2012 foi realizada a segunda etapa cirúrgica (“reabertura”), com preparo de retalho pediculado de tecido conjuntivo da mucosa mastigatória palatina, que foi interposto em “envelope” no leito receptor vestibular e colocação de cicatrizador. Em junho de 2012 foi realizada a moldagem para trabalho e confecção das coroas metalo – cerâmicas sobre implante (24) e sobre dente (25). Após ajustes das próteses unitárias, estas receberam glaseamento final e foram cimentadas definitivamente com fosfato de zinco sobre o dente 25 e parafusada sobre o dente 24 juntamente com o fechamento do orifício do parafuso passante com resina composta. Os resultados clínicos obtidos (PROEX 1777 e 1686) demonstraram que a mudança do biótipo periodontal por meio do enxerto pediculado de tecido conjuntivo do palato na vestibular, associado ao estreitamento da plataforma protética do implante Cone Morse, proporcionaram estabilidade a longo prazo dos tecidos gengivais peri-implantares quando comparado à recessão do tecido gengival marginal do dente 25. Palavras-chave : Implante dentário; próteses metalo-cerâmicas ; manipulação de tecidos moles. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 232 Periodontia/Implantodontia ALTERAÇÃO DO PROGNÓSTICO DE UM DENTE COM EXTENSA LESÃO PERIAPICAL: ACOMPANHAMENTO DE 7 MESES Debora Reis Dias (email: [email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Roberto Masayuki Hayacibara Natalia Eloá Perego Kido As estruturas que formam o periodonto podem ser afetadas por três vetores: doença periodontal, iniciada pela margem gengival, através do sulco gengival; doença de origem endodôntica, com lesão apical ou qualquer outro sítio ao longo da superfície radicular onde o sistema de canais tenha saída para o periodonto; e excessivas forças oclusais agindo independente ou em conjunto com a doença periodontal ou endodôntica existente. Muitas vezes, a Periodontia e a Endodontia se sobrepõem, necessitando de um diagnóstico preciso e um planejamento adequado. Na lesão endo-perio verdadeira, há presença de bolsas e também alguma alteração periapical de origem endodôntica em dentes tratados ou não, sem vitalidade, e o tratamento pode ser a obturação do canal radicular ou retratamento e raspagem e alisamento radicular. Na literatura, é conhecido que o trauma oclusal causa o espessamento do ligamento periodontal, mobilidade dentária e perda óssea, e que, na ausência de doença periodontal, essas alterações são reversíveis quando o trauma é retirado. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho é apresentar um caso clínico onde foi possível alterar o prognóstico do paciente somente com ajuste oclusal associado à antibioticoterapia e acompanhando a evolução da lesão. Paciente do gênero masculino, 50 anos, procurou a clínica com indicação de exodontia do 22 para posterior reabilitação com implantes. Ao exame clínico, o dente 22 apresentava fístula vestibular, mobilidade grau III, sem bolsa periodontal e, ao observarmos sua oclusão, apresentava contato prematuro. Radiograficamente observou-se uma extensa lesão periapical que, na tomografia se mostrou uma região hipodensa se estendendo de vestibular à lingual, com rompimento das duas corticais ósseas. Também foi observada a presença de um corpo estranho na região apical, semelhante a um fragmento de lima. A exodontia e reabilitação com implante osseointegrado seria um desafio devido à extensa perda óssea. Foi removido o trauma oclusal e decidido acompanhar, a fim de observar possível regressão da lesão para assim, oferecer um melhor prognóstico de tratamento. O paciente segue em acompanhamento clínico, radiográfico e tomográfico há 7 meses. Seu novo plano de tratamento envolve uma cirurgia parêndodontica para remover a pequena lesão residual e o corpo estranho no periápice, ou seja, o dente não foi perdido. Sendo assim, é possível concluir a importância de um bom planejamento e a importante interrelação entre a Periodontia e a Endodontia. Palavras-chave: Endodontia; Periodontia; Periodonto Apical. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 233 PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA RECOBRIMENTO RADICULAR: DIFERENÇAS ENTRE MACROCIRURGIA E MICROCIRURGIA – RELATO DE CASO Loiana Luppi ([email protected]) (UEM) Cléverson de Oliveira Silva Katia Miho Toiohara Clóvis Lamartine de Moraes Melo Neto Rodrigo Lorenzi Poluha O recobrimento radicular é um tipo de tratamento para casos de recessão gengival, sendo esta, definida como a migração ou deslocamento apical da margem gengival em relação à junção cemento-esmalte, provocando a exposição da superfície radicular. De acordo com Miller, as recessões gengivais foram diferenciadas em quatro classes, sendo a profundidade da recessão, perda de tecido mole e tecido ósseo que as diferem entre si. Os tratamentos para recessão gengival requerem cuidados não invasivos, como instrução de higiene bucal ao paciente, fazendo uso de escovas dentais de cerdas extra macias, cuidados com alimentação ácida, e uso de vernizes no local de exposição radicular para diminuir a sensibilidade. Também, há o tratamento cirúrgico minimante invasivo para o recobrimento da recessão gengival. A cirurgia minimamente invasiva possibilita menor trauma e manipulação dos tecidos moles e duros, melhora também a vascularização do retalho. Portanto uma abordagem minimamente invasiva pode melhorar a previsibilidade dos diferentes procedimentos periodontais, proporcionar melhores resultados estéticos e causar menor desconforto pós operatório. Uma cirurgia minimamente invasiva pode ser realizada sem a utilização de um microscópio cirúrgico, entretanto, uma microcirurgia depende deste equipamento. Este por sua vez, permite uma visualização extraordinária da área cirúrgica, além de vantagens do ponto de vista ergonômico. Comparando a cirurgia convencional com a microcirurgia, esta última, apresenta maior porcentagem de recobrimento radicular e de recobrimento completo das recessões gengivais, além de melhores resultados estéticos. Desta forma, o objetivo deste estudo foi descrever um caso clínico de recobrimento radicular bilateral utilizando técnica de macro e microcirurgia periodontal mostrando as vantagens de cada técnica. Paciente, gênero feminino, de 25 anos procurou tratamento de recobrimento radicular devido a uma queixa estética. No exame clínico, a paciente apresentava duas recessões gengivais classe I de Miller, de 4mm de comprimento, nos dentes 13 e 23. Foi planejado e realizado o recobrimento radicular pela técnica do retalho posicionado coronalmente associado a um enxerto de tecido conjuntivo, utilizando a técnica de microcirurgia com o auxílio de um microscópio, no dente 13, e de macrocirurgia no dente 23. O lado tratado com microcirurgia mostrou uma cicatrização mais efetiva em um pós-operatório mais curto. Porém, aos 6 meses de acompanhamento, ambos os lados mostraram recobrimento radicular completo. Palavras-chave: Recobrimento radicular, Microcirurgia periodontal, Enxerto de tecido conjuntivo. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 234 Periodontia CORREÇÃO DO SORRISO GENGIVAL E RESTABELECIMENTO ESTÉTICO FUNCIONAL COM LAMINADOS CERÂMICOS: RELATO DE CASO Ana Carolina Ferreira Machado ([email protected]) Universidade Paranaense (Unipar- sede Umuarama) Eduardo Augusto Pfau Klissia Romero Felizardo Mariana Dias Nogueira Da Cruz Um dos problemas frequentemente relatados pelos pacientes durante as consultas odontológicas é o sorriso gengival, relacionado com a exposição excessiva de gengiva. Como opção de tratamento as técnicas cirúrgicas periodontais são ótimas indicações, principalmente no caso de dentes com coroas clínicas curtas, exposição excessiva de tecido gengival e contorno gengival irregular. Diante dessas considerações este trabalho teve como objetivo relatar um caso de reabilitação estética, através da técnica de bisel interno associada à gengivoplastia, osteotomia e restauração indireta com a utilização de laminados cerâmicos. Paciente, M.Z.M, gênero feminino, 22 anos, procurou a Clínica Multidisciplinar II da Unipar (Sede/Umuarama) com queixa de “insatisfação do sorriso e coroa clínica curta”. Foi realizado exame clínico e fotografias iniciais para que as mesmas fossem inseridas no programa DSD. Com base na anatomia do contorno gengival, foi indicado cirurgia de gengivectomia de bisel interno para a região anterossuperiorB, tendo como finalidade promover somente o recontorno dos tecidos de revestimento, com mínima perda de tecido. Através do enceramento diagnóstico projetou-se o aumento de coroa clínica, obtendo-se assim uma guia, que foi utilizada para a realização do ensaio diagnóstico intrabucal (mock-up), e auxílio na cirurgia periodontal. Após a confirmação e detalhamento da plástica gengival executou-se a cirurgia propriamente dita. Após um período de 90 dias a paciente foi encaminhada para a realização dos procedimentos restauradores com a confecção de laminados cerâmicos. Pôde-se concluir que quando alterações dentais e periodontais afetam a harmonia do sorriso, há necessidade de integrar procedimentos multidisciplinares para o alcance da estética desejada, além de que a utilização de ferramentas digitais associadas com o enceramento diagnóstico e auxílio das matrizes de silicone foi essencial no planejamento dos laminados cerâmicos, no mapeamento da cirurgia periodontal e na realização dos preparos dentais, objetivando a recuperação da harmonia do sorriso, bem como a melhora da qualidade de vida da paciente por meio da atuação conjunta entre os profissionais envolvidos. Inserindo novamente esta paciente na sociedade, uma vez , que a mesma se incomodava muito com seu sorriso gengivoso, aumentando sua autoestima e atingindo não só suas expectativas mas também as expectativas da equipe. A partir disso vimos que o planejamento multidisciplinar e fundamental em casos de reabilitação estética, obtendo maior sucesso no resultado final. PALAVRAS - CHAVES: Laminados dentários, Estética dentária, Gengivoplastia, Sorriso ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 235 PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA ENXERTO GENGIVAL LIVRE PARA AUMENTO DE MUCOSA QUERATINIZADA AO REDOR DE IMPLANTES COM PERI-IMPLANTITE – RELATO DE CASO Giuliano Portolese Sversutti Cesar ([email protected]) - (UEM) Flávia Matarazzo Martins Maurício Guimarães Araújo Jeniffer Perussolo A influência da mucosa queratinizada na manutenção da saúde peri-implantar é controversa na literatura. Por um lado, alguns estudos sugerem que a dimensão da mucosa queratinizada não influencia a saúde dos tecidos peri-implantares, enquanto outros demonstram a associação de uma estreita faixa de mucosa queratinizada com maiores valores de perda óssea, índice de placa, recessão de tecido mole, profundidade de sondagem, além de sangramento à sondagem. Achados recentes apontaram que, indivíduos com menos de 2 mm de mucosa queratinizada ao redor dos implantes, se mostram mais propensos a desconforto, presença de placa e inflamação, quando comparados aos indivíduos que apresentam uma faixa superior a 2mm. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico em que a ausência de mucosa e o desconforto à escovação colocavam em risco o sucesso do implante. Paciente do gênero feminino, 59 anos de idade, buscou atendimento para manutenção de seus implantes dentários na clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá. Clinicamente, foi observado nos implantes 45 e 47 a presença de profundidade de sondagem maior que 5mm, com sangramento, bem como uma perda óssea maior que 2mm caracterizando a presença de peri-implantite. Como tratamento da doença peri-implantar foi realizado a raspagem em campo aberto. A paciente entrou em manutenção por 2 anos, no entanto, com a progressão da doença e constante relato de desconforto à escovação, realizou-se o enxerto gengival livre para aumento de mucosa queratinizada objetivando viabilizar um adequado controle de placa caseiro. Na reavaliação de 3 meses de acompanhamento pós-cirúrgico foi constatado a permanência de bolsa periodontal nesta região, atribuída ao defeito anatômico causado pela reabsorção da crista do rebordo alveolar associado à perda óssea decorrente da peri-implantite. A paciente segue em manutenção e relata se sentir mais confortável para a realização da higiene dos implantes. O enxerto gengival para aumentar a faixa de mucosa queratinizada, deve ser considerado em implantes com peri-implantite e ausência de mucosa queratinizada e relato de desconforto à escovação pelo paciente, por proporcionar uma melhora indireta na condição peri-implantar permitindo que o paciente realize o controle caseiro de forma adequada e tenha autonomia na sua saúde bucal. Ennxerto gengival livre; Mucosa queratinizada; Peri-implantite. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 236 Periodontia/Implantodontia A UTILIZAÇÃO DE ENXERTO ÓSSEO XENOGENO NO TRATAMENTO DA PERI-IMPLANTITE: RELATO DE CASO Mateus Eugênio Simões de Moraes ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Cléverson de Oliveira e Silva Bruna Milhomens de Sousa Jeniffer Perussolo Rafael de Oliveira Lazarin Clóvis Lamartine de Moraes Melo Neto As doenças peri-implanteres são processos inflamatórios que afetam os tecidos moles e duros ao redor de implantes osseointegrados. Duas condições são definidas como doenças peri-implatares: a mucosite, que consiste em uma lesão inflamatória limitada à mucosa, e a peri-implantite, caracterizada por profundidade de sondagem maior que 4mm associada à sangramento e/ou supuração, além de perda óssea radiográfica. Esta condição inflamatória se desenvolve em resposta ao acúmulo de biofilme no sulco peri-implantar e, se não tratada, tende a evoluir podendo levar à perda do implante. Alguns estudos mostram que tratamentos não cirúrgicos para peri-implantite são imprevisíveis e que seus efeitos benéficos são limitados a melhoria na condição inflamatória, sem, entretanto, resultar em ganho de inserção. Dessa forma, algumas abordagens cirúrgicas têm sido propostas e apresentam resultados mais efetivos. Dependendo do tipo de defeito ósseo, o preenchimento com enxerto ósseo é uma opção viável. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho é apresentar um caso clínico de tratamento de peri-implantite com a utilização de enxerto ósseo. Paciente ACCB, do gênero masculino, 66 anos, foi encaminhado para a residência de Periodontia e Implantodontia da Universidade Estadual de Maringá devido a presença de perda óssea radiográfica ao redor de um implante mandibular. O paciente possuía overdenture inferior suportada por três implantes, foi constatada a fratura na barra além da presença de um grande acúmulo de cálculo. A profundidade de sondagem de dois implantes foi considerada normal, enquanto no terceiro implante, as bolsas chegavam a 11 milímetros na distal, lingual e mesial. Não havia bolsa na vestibular do implante, sendo diagnosticado, então, com peri-implantite. Optou-se pela realização de um acesso cirúrgico devido à grande perda óssea, objetivando um melhor acesso para o debridamento efetivo das roscas do implante. Durante a cirurgia, foi possível observar a presença de um defeito ósseo circunferencial, favorável árealizaçãode enxerto ósseo. Sendo assim, após o correto debridamento, o defeito foi preenchido por um enxerto ósseo de origem xenogena associado a uma membrana de colágeno reabsorvível. Após cicatrização, procedeu-se a confecção de nova overdenture apoiada sobre os três implantes. Um ano após o procedimento cirúrgico, a condição peri-implantar se mantém estável com profundidade de sondagem de dois milímetros em todas as faces do implante, com ausência de sangramento e de perda óssea radiográfica. Palavras-chave: Peri-implantite, Enxerto ósseo, overdenture. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 237 Periodontia EXPANSÃO CIRÚRGICA DE REBORDO ATRÓFICO PARA REABILITAÇÃO COM IMPLANTES: RELATO DE CASO CLÍNICO Daniele Menegassi Pestana Maurício Guimarães Araújo Bruna Milhomens de Sousa Jeniffer Perussolo Clóvis Lamartine de Moraes Melo Neto Ao longo das últimas décadas, a instalação de próteses implanto-suportadas tem sido constantemente indicada para a reabilitação de pacientes parcial ou totalmente edêntulos. Entretanto, frequentemente após extrações dentárias ocorrem modificações na espessura e na altura do rebordo que podem prejudicar ou impossibilitar este tipo de reabilitação devido à necessidade de volume ósseo adequado para ancorar implantes de dimensões apropriadas e que possibilite um contorno protético satisfatório do ponto de vista estético e funcional. Várias técnicas cirúrgicas, através da utilização de enxertos ósseos e/ou membranas, visam reestabelecer o rebordo alveolar atrófico. A expansão cirúrgica do rebordo alveolar, técnica conhecida como “Split Crest”, constitui uma alternativa em casos em que as corticais vestibular e lingual estão separadas por osso medular e quando a base do defeito ósseo for maior que a crista óssea. Esta técnica possui algumas vantagens, como a diminuição da necessidade de enxertos ósseos em bloco, resultando em menor número de intervenções cirúrgicas, necessitando de um menor tempo de reabilitação, baixo custo e morbidade diminuída. O presente caso tem por objetivo relatar a abordagem cirúrgica através do “Split Crest” na região posterior de maxila para a colocação simultânea de dois implantes. Paciente do gênero feminino, 54 anos, edêntulo parcial, sistemicamente saudável, procurou atendimento na Residência em Prótese Dentária da Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá para a substituição de uma prótese fixa de quatro elementos por dois implantes sendo, então, encaminhada para a Residência em Periodontia. Ao exame clínico observou-se que a paciente apresentava um defeito ósseo horizontal, prejudicando o contorno da prótese e dificultando a higienização. Através da análise tomográfica evidenciou-se um rebordo reabsorvido mas com características que possibilitavam a realização da técnica supracitada. Inicialmente foi realizada uma terapia básica de raspagem e alisamento radicular. Na consulta seguinte teve início a cirurgia através de anestesia infiltrativa seguida por uma incisão no rebordo que se estendia aos dentes adjacentes. Um retalho de espessura total foi descolado até a linha muco gengival, e a partir deste ponto o tecido foi divulsionado. Foram, então, realizadas duas osteotomias verticais na parede óssea vestibular ligadas por uma horizontal no rebordo e uma fratura em “galho verde” foi provocada. Entretanto, durante a instalação dos implantes ocorreu a fratura total da tábua óssea vestibular que ficou estabilizada apenas pelo periósteo. Apesar desta intercorrência foi possível obter estabilidade primária dos implantes, de modo que a cirurgia foi finalizada através do preenchimento do defeito com enxerto ósseo xenógeno e a realização de sutura colchoeiro suspensório, fazendo com que os implantes cicatrizassem de forma submersa. A paciente recebeu instruções quanto aos cuidados pós operatórias, incluindo exangue bucal com clorexidina, e prescrição de analgésico, anti- inflamatório, antibiótico. Oito meses após a cirurgia, foi realizada a reabertura da região para a colocação dos cicatrizadores. Neste momento foi possível observar que o osso estava consolidado e a paciente foi encaminhada para o início da confecção da prótese. Mesmo com a intercorrência foi possível a instalação dos implantes e após dez meses de acompanhamento é possível verificar o sucesso do tratamento. Palavras-chave: Defeito ósseo, implante, osseointegração ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 238 ÁREA PERIODONTIA AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICA CLÍNICAS E BUCAIS DE CRIANÇAS RESPIRADORAS ORAIS Fernanda Campos Cancelli ( [email protected]) Centro Universitário Ingá (Uningá) Cleverson O. Silva Larissa Alencar de Oliveira Gustavo Esteves Bartelli Fabiano C. Marson, Patrícia S. Progiante A respiração predominantemente nasal é uma função essencial para o crescimento e desenvolvimento equilibrado da musculatura orofacial. Para que a respiração nasal ocorra de forma eficiente é necessário que exista condição de passagem de ar pelas narinas. Quando ocorre a impossibilidade da respiração por meio da via nasal, por obstrução ou hábito, essa respiração irá ocorrer predominantemente pela boca. A respiração oral pode substituir a respiração nasal totalmente ou parcialmente, gerando alterações morfológicas, funcionais, comportamentais e orais. Desta forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar as características clinicas e bucais de indivíduos respiradores orais. O estudo foi realizado na Clínica Odontológica do Centro Universitário Ingá (Uningá) e na Clínica Odontológica da Associação Maringaense de Odontologia (AMO). A coleta de dados foi feita com 23 crianças e adolescentes, com idade variando de 5 a 15 anos, por meio de um questionário que avaliava a respiração (nasal ou oral) e exames clínicos que avaliaram índice de placa, gengivite e CPO-d/Ceo. Os dados foram analisados de forma descritiva. Os resultados mostraram que todas as crianças avaliadas eram respiradoras bucais e apresentavam alguma alteração intra ou extra bucal, como, presença de saliva noturna (91%), seguido por olheiras (87%), palato ogival (78%), crescimento facial vertical (61%), mordida cruzada/aberta (56%) e protrusão dos incisivos superiores e hipodesenvolvimento dos maxilares, ambos com frequência de 43%. Além disso, 70% apresentaram gengivite, 61% índice de placa >25% e média CPO-D/ceo-d 4,6, indicando alta prevalecia de cárie. O resultado comparativo entre CPO-D/ceo-d e índice de placa não apresentou diferença estatística. A partir dos resultados obtidos nesta pesquisa, algumas considerações sobre o indivíduo respirador oral foram observadas, como a ocorrência de alterações morfológicas graves, perturbações funcionais e comportamentais, pois toda a amostra avaliada apresentava algum tipo de alteração. Além disso, a respiração oral predispõe ao aparecimento de alterações nos tecidos periodontais, tais como: ressecamento da mucosa, recessão gengival, gengivite e periodontite pela maior tendência de acúmulo de placa devido à falta de fricção e desidratação da mucosa proveniente da ausência de selamento labial. Esses pacientes também apresentam alterações locais e sistêmicas que interferem na microbiota bucal. Estas alterações podem levar a um aumento no número de bactérias cariogênicas e, consequentemente, na suscetibilidade às caries. Sendo possível concluir, que existe uma relação entre respiração oral, presença de gengivite, maior índice de placa e aumento na prevalência de cárie, porem são necessários mais estudos nesse âmbito. Palavras-chave: Respiração oral, gengivite, cárie. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 239 Periodontia/Implantodontia ANÁLISE DA PRECISÃO DA COLOCAÇÃO DO IMPLANTE À FREE-HANDED EM COMPARAÇÃO COM UM SISTEMA DE NAVEGAÇÃO DINÂMICA. A MODEL BASED STUDY. Rossano Vinicius Dala Rosa Silva ([email protected]) - (UEM) Robert William Emery Breno M Tavares Andre A Puppin Novas tecnologias estão permitindo aos cirurgiões efetuarem a instalação de implantes de forma mais precisa, diminuindo complicações e melhorando o resultado estético, biomecânico e higiênico. O propósito desse estudo foi determinar a precisão de um sistema cirúrgico de navegação dinâmica e compará-lo com a precisão de implantes instalados com a técnica free-handed, utilizando manequins cirúrgicos. Esse estudo foca em médias das medidas de precisão de implantes instalados por estudantes, com base em planos virtuais em manequins dentados. A hipótese nula é a de que não existe diferença de precisão, medida pelas variáveis de resultado primário de implantes colocados com a técnica free-hand e daqueles instalados com navegação dinâmica. Dois estudantes de odontologia sem experiência cirúrgica em implantodontia instalaram 44 implantes em manequins tipo sawbones, em modelos de mandíbula e maxila. O planejamento de todos os implantes foi realizado virtualmente. Imagens de tomografia computadorizada Cone Beam foram importadas para o software e sobrepostas para o planejamento virtual. Os primeiros 22 implantes foram colocados utilizando a técnica free-handed, seguido por outros 22 implantes instalados utilizando um sistema de navegação dinâmico de comprimento de onda visível. Depois de instalados, foram realizadas CBCTs nos modelos. O plano pré-operatório e as CBCTs pós-cirúrgicas foram analisadas comparativamente, depois que as CBCTs foram agrupadas e sobrepostas. As variáveis tridimensionais do resultado foram: desvios de plataforma, apicais e angulares do plano virtual. Ambas as técnicas foram comparadas entre elas e também com a literatura publicada sobre instalação de implantes utilizando sistemas estáticos e de cirurgia guiada. A média, o desvio padrão e valores máximos para os casos à freehanded combinadas foram as seguintes: Desvio global de plataforma 3.31mm ± 0.62 (4.62), Desvio apical global 3.70mm ± 0.98 (5.82) Desvio Angular 9.54 graus ±5.58 (25.6). Os valores combinados para o sistema guiado dinamicamente foram como se segue: Desvio global de plataforma 0.77mm ± 0.30 (1.44), desvio apical global 0.78mm ± 0.33 (1.46) desvio angular 0.99 graus ± 0.61 (2.97). Não houve diferença significativa (P <0,05) entre a maxila e da mandíbula dentro das mesmas técnicas cirúrgicas. Implantes inseridos usando a navegação por imagem dinâmica foram significativamente (P <0,0001) mais preciso quando comparados com a técnica de free-hand refutando a hipótese nula. Quando comparada a precisão do sistema dinâmico guiado por imagem em cirurgias feitas com manequins com a literatura referente, em estudos feitos com cirurgia guiada estática, os sistemas avaliados foram similares. A navegação dinâmica é uma promessa no treinamento e avaliação dos cirurgiões-dentistas inexperientes. Palavras chave (Implantes, cirurgia guiada, cirurgia guiada por imagem) ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 240 PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA DOENÇAS PERI-IMPLANTARES: PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO Leonardo Alan Delanora ([email protected]) - (UEM) Breno Edson Sendão Alves Flávia Matarazzo Martins A mucosite e a peri-implantite representam duas formas distintas de doenças peri-implantares e são definidas, respectivamente, como um processo inflamatório nos tecidos moles ao redor de um implante osseointegrado sem e com perda de tecido ósseo (LINDHE; MEYLE, 2008; ZITZMAN; BERGLUNDH, 2008). A análise da literatura revela que a mucosite afeta uma grande porcentagem de indivíduos e implantes, enquanto a prevalência de peri-implantite varia consideravelmente. Segundo uma revisão sistemática recente a prevalência global de peri-implantite é de 20% dos indivíduos e 10% dos implantes (MOMBELLI et al., 2012). Esse estudo procura estimar a prevalência, a extensão e a severidade da doença peri-implantar em uma população que recebeu implantes dentais das marcas mais comumente comercializadas no Brasil, permitindo assim uma abordagem mais confiável a situação clínica real. Indivíduos com implantes inseridos e supraestruturas instaladas na Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá, entre 2004 e 2010 foram convidados a participar do estudo. Um total de 211 indivíduos foi examinado, consistindo em 135 mulheres e 76 homens, com idade média de 50,5 ± 10,6 anos, variando entre 20 e 80 anos, no momento da avaliação. A média de implantes inseridos por indivíduo foi de aproximadamente 3,6, totalizando 752 implantes incluídos no estudo. Considerando os implantes como unidade estatística o tempo médio em função foi 3,6 ± 2,5 anos. Com base nos critérios atualmente recomendados para a definição de casos, a peri-implantite foi diagnosticada em 39,8% dos indivíduos e 20,7% dos implantes na população estudada. Enquanto a média (proporção) de implantes afetados por indivíduo foi de 1,8 (42%), o percentual de indivíduos e implantes que apresentaram maior severidade (PO≥ 3mm) foi de aproximadamente 20,3% e menos de 0,1%, respectivamente. Assim sendo, este estudo concluiu que a prevalência da doença peri-implantar está mais relacionada ao critério utilizado para definir a doença do que na população avaliada. Implantes localizados na maxila e com prótese cimentada possuem maior acometimento da doença, assim como indivíduos do gênero masculino, fumantes, com doença periodontal prévia e pobre higiene bucal apresentaram as maiores frequências de doença, comparados com seus pares, reafirmando a necessidade de uma maior motivação para suspender o hábito de fumar, estimular o controle mecânico da placa e a melhora do nível de higiene oral como um todo, antes de realizar uma reabilitação com implantes, possibilitando um aumento na previsibilidade e na manutenção da saúde peri-implantar. Palavras-chave: Doença peri-implantar; Fator de risco; Tabagismo. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 241 Periodontia CIRURGIA PARA AUMENTO ESTÉTICO DE COROA CLÍNICA: IMPACTO SOBRE A ATRATIVIDADE DO SORRISO Amanda Carolina Mazuquini ([email protected]) - (UEM) Cléverson de Oliveira e Silva Flávia Carneiro Tagliari Bisol Um sorriso agradável é considerado símbolo de beleza e bem-estar na sociedade moderna. Não existe fórmula ideal para obtenção do sorriso perfeito, se é que ele existe. Porém, existem alguns fatores, como presença de diastema, amplo corredor bucal, desvio da linha média, cor, tamanho dos dentes e a quantidade de exposição gengival, que em geral, afetam sua atratividade. O objetivo deste estudo clinico transversal e observacional, foi avaliar o impacto da cirurgia de aumento estético de coroa clínica nos dentes antero- superiores sobre a atratividade do sorriso, além de analisar se o grau de conhecimento odontológico está relacionado à exigência e percepção estética. Para isso, cem voluntários, distribuídos em cinco grupos (estudantes de odontologia, dentistas não especialistas em periodontia, dentistas especialistas em periodontia, leigos sem queixa do próprio sorriso e leigos com queixa, com n=20, sendo 10 homens e 10 mulheres em cada um dos diferentes grupos), foram submetidos a um questionário. O mesmo era composto por 42 fotos, sequenciadas aleatoriamente, correspondente ao antes e seis meses depois da cirurgia de aumento estético de coroa clínica (CAECC) nos dentes antero- superiores. Os voluntários não tinham conhecimento sobre a origem das fotos ou a realização das cirurgias e deram notas de zero (nada atrativo) a dez (extremamente atrativo) para cada imagem. Além disso, responderam uma questão, utilizando a escala Likert, a respeito da importância da atratividade do sorriso. A análise estatística baseou-se no Test T pareado e ANOVA com port-hoc Tukey, com nível de significância de 5%. Como resultados observamos que quando comparamos as notas dadas ao antes e depois da CAECC nos dentes antero- superiores, houve diferença estatisticamente significante em todos os grupos, exceto de estudantes. Ou seja, para a maioria dos grupos, o sorriso tornou-se mais atrativo após tal procedimento. Por outro lado, ao analisar as notas dadas por homens e mulheres, percebemos que não houve diferença estatisticamente significativa. Na análise inter grupos percebemos que houve diferença estatisticamente significativa, no período anterior à cirurgia, quando comparamos os grupos de estudantes com o de especialistas. No qual os estudantes deram, em média, a nota 4,2, enquanto os especialistas deram a nota 5,2 (4,2 X 5,2). Já no período após o procedimento, houve diferença quando comparamos: o grupo de leigos com queixa com o grupo de especialistas (5,4 X 6,0), o grupo de estudantes com o de leigos com queixa (4,9 X 5,4) e de estudantes com o de especialistas (4,9 X 6,0). O que podemos atribuir, ao fato de que leigos com queixa apresentam elevado grau de exigência estética, muitas vezes influenciado pela sociedade, que impõe um padrão de sorriso. Além disso, os leigos desconhecerem dificuldades ou impossibilidade de tratamento. Já os estudantes, tiveram recente contato com a matéria e mostram-se menos tolerantes a pequenas alterações na harmonia do sorriso. Dessa forma, temos como conclusão que o aumento estético de coroa clínica tornou o sorriso mais atrativo e que o grau de conhecimento odontológico especializado, não necessariamente está diretamente relacionado ao grau de exigência estética. Palavras-chave: Atratividade do sorriso, periodontia, aumento estético de coroa clínica. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 242 PERIODONTIA / IMPLANTODONTIA AVALIAÇÃO CLÍNICA E TOMOGRÁFICA DAS CARACTERÍSTICAS PERIODONTAIS EM PACIENTES AFRODESCENDENTES NOS DIFERENTES NÍVEIS DE MISCIGENAÇÃO RACIAL Flávia Carneiro Tagliari Bisol ([email protected]) (UEM) Cléverson de Oliveira e Silva Lilian Cristina Vessoni Iwaki Amanda Carolina Mazuquini O periodonto é composto de ligamento periodontal, gengiva, cemento e osso alveolar. As características de cada componente se diferem a cada indivíduo, podendo ser influenciadas pela etnia negra. A literatura mostra que esta influência torna a gengiva mais pigmentada, mas não há trabalhos apontando se as outras partes do periodonto também sofrem alterações. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a espessura da tábua óssea vestibular e da mucosa queratinizada bem como seu comprimento e a presença de pigmentação gengival em indivíduos afrodescendentes com diferentes níveis de miscigenação racial. Como metodologia, foram selecionados 25 pacientes de ambos os gêneros, com idades entre 18 e 60 anos. Os critérios de inclusão foram pacientes periodontalmente saudáveis que possuíam, no mínimo, 20 dentes, incluindo todos os ântero-superiores, que foram os dentes avaliados. Foram excluídos pacientes fumantes, usuários de medicação contínua ou portadores de doenças sistêmicas que pudessem alterar a pigmentação gengival. Estes pacientes foram divididos em 5 grupos, sendo: Grupo 1 - pacientes com 1 avô negro; Grupo 2 - dois avôs negros; Grupo 3 - três avôs negros; Grupo 4 - 4 avôs negros; Grupo 5 - Controle, com pacientes que não possuíam avôs negros. Foi realizado em cada paciente uma tomografia computadorizada de feixe cônico para obter os valores referentes à espessura da tábua óssea vestibular nas alturas de 1, 3 e 5 mm apical à crista óssea alveolar e a espessura da mucosa queratinizada na altura da crista óssea alveolar. Pelo exame clínico se estabeleceu o comprimento da mucosa queratinizada e a partir de fotografias intrabucais foi possível avaliar a presença de pigmentação gengival, que foi avaliada em 3 classificações: extensão, intensidade e distribuição. Todos os pacientes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Foi realizada uma análise descritiva para obtenção dos resultados. Com isso, notou-se que o Grupo 3 apresentou as maiores médias (em mm) da espessura da mucosa queratinizada (2,35), da tábua óssea vestibular nas alturas 1 (1,16) e 3 mm (1,3) apical à crista óssea alveolar e do comprimento da mucosa queratinizada (7,3). O Grupo 4, em contrapartida, obteve as menores médias de espessura da mucosa queratinizada, da tábua óssea nas alturas de 1 e 5 mm e do comprimento de mucosa queratinizada (4,83 mm). Os Grupos 2 e Controle se mantiveram com altas médias, próximas ao do Grupo 3. Já o Grupo 1 apresentou resultados próximos ao do Grupo 4. Com relação à pigmentação, os resultados encontrados corroboraram com os da literatura, sendo a pigmentação crescente de acordo com a maior influência negra em extensão, distribuição e intensidade. Este estudo foi inédito pois mostra esta influência com relação à quantidade de avôs negros. Além disso, a literatura aborda espessura gengival em sua maioria em pacientes caucasianos homens, não havendo estudos que mostram se a influência negra altera essa característica. Sendo assim, é possível perceber que a influência étnica negra altera a quantidade de pigmentação gengival, mas são necessários mais estudos para afirmar se também altera outras características periodontais. Palavras-chave: Periodonto, Pigmentação gengival, Afrodescendentes. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 243 IMPLANTODONTIA OVERDENTURES: QUAL SISTEMA DEVEMOS UTILIZAR? Murilo Rodrigues de Campos ([email protected]) Universidade Estadual de Londrina Daniel Sartorelli Marques de Castro Fernanda Akemi Nakanishi Ito Jozely Francisca Mello Lima Tem sido utilizado cada vez mais na reabilitação oral, o tratamento de pacientes edêntulos com overdentures, principalmente as mandibulares. Deste modo, para que ocorra um excelente prognóstico, o uso correto dos sistemas de retenção tem elevada importância. O objetivo do presente trabalho é apresentar através de uma revisão de literatura os principais tipos de sistemas de retenção: barra-clip, bola e magneto. Hermann et al em seu estudo consideram que o sistema tipo bola é o mais indicado ao se considerar a facilidade de remoção e higienização. Fajardo et al através de uma revisão de literatura concluiram que barra clipe parece apresentar maior retenção e melhor eficiência mastigatória. Misch relata que o sistema de magnetos tem pouca estabilidade e sofrem problemas de corrosão. Cakarer et al em seu estudo, concluiram que não há diferença estatisticamente significativas em relação à substituição dos fragmentos de fixação e fraturas das overdentures. Karabuda et al em seu estudo relatam que a satisfação dos pacientes foi semelhante em relação aos retentores. Payne et al relatam em seu estudo que não houve diferença entre o número de ajustes necessários associados com os diferentes retentores. Lang et al. revisaram vários trabalhos e concluíram que o sistema barra clipe foi superior aos outros na maioria dos trabalhos. Sav abi et al citam que algumas das desvantagens do sistema barra são o custo mais elevado e procedimentos clínicos e laboratoriais mais complicados. MacEntee et al realizou um estudo e avaliou o número de ajustes em overdentures de sessenta e oito pacientes, obtendo como conclusão que os clipes de rentenção tiveram que ser mais ajustados em relação aos demais sistemas. O presente estudo, através de uma revisão de literatura revelou que a maioria dos autores opta pelo uso de barra-clipe no quesito retenção, pelo uso do sistema bola quando se opta por uma facilidade de higienização e que o sistema magneto é o menos utilizado devido a sua falta de estabilidade e sua corrosão. Conclui-se com o este trabalho que os sistemas barra clipe e bola são os mais escolhidos nas reabilitações. No entanto, a escolha deve sempre ser pautada buscando a satisfação do paciente e a melhora da saúde bucal. Palavras-chave: Prótese Total; Implante Dentário; Retenção em Prótese Dentária. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 244 PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA TENDÊNCIAS DA PUBLICAÇÃO CIENTÍFICA EM IMPLANTODONTIA NO BRASIL Fernanda Dalas Andreassa ( [email protected]) - (UEM) Flávia Matarazzo Martins Substituir dentes por um artefato protético foi uma preocupação do homem desde os primórdios da história. E atualmente, a Implantodontia representa a melhor maneira de se repor dentes perdidos na Odontologia. Todo este sucesso está atrelado à exigência de comprovação científica, que resultou na realização de congressos nacionais e internacionais de qualidade e marcou a transição da Implantodontia de clínica pura, baseada em tentativas e erros, para uma ciência experimental, visando compreender melhor os fenômenos biológicos e biomecânicos. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo avaliar os resumos dos trabalhos apresentados nas reuniões da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO), na área de Implantodontia, no período de 2000 a 2015. Os resumos relacionando a Implantodontia foram lidos e classificados de acordo com dados coletados a partir de um formulário segundo Oliveira et al., 2007, que inclui as seguintes categorias de classificação para o desenho metodológico: ensaio clínico, revisão sistemática, revisão narrativa, in vitro, in vivo, coorte/caso controle, caso clínico, série de casos, estudo descritivo e não classificável. E uma classificação por assuntos foi conduzida de uma forma a separar os diferentes estudos sobre todas as etapas da restauração implantossuportada. Sendo assim, os assuntos observados foram desde planejamento, as respostas dos tecidos duros e moles ao implante, os tipos de superfície, diâmetro e morfologia implantar, protocolos cirúrgicos, protocolos de colocação de cargas, prótese sobre implante, complicações e insucessos, interações com outras áreas, inovações, entre outros, sob uma referência temporal. Sendo possível com essa análise concluir que os estudos em Implantodontia no Brasil cresceram em uma proporção maior quando comparados as outras áreas, havendo um crescimento de 5,57 vezes maior que o crescimento do total dos trabalhos apresentados, sendo assim, uma área de grande avanço. Há discrepância quanto às questões temáticas, sendo possível observar um maior foco nos estudos biomecânicos e de materiais, e pouco foco, envolvendo planejamento, preocupação estética e acompanhamento. Que há uma predominância dos estudos experimentais de natureza geral, In vitro, totalizando 57% dos trabalhos, embora ensaios clínicos apresentaram-se crescente com o passar dos anos. O tipo de resposta desejada está diretamente relacionada como o desenho metodológico do estudo. Sendo assim, é natural que os ensaios in vitro constituam a maior parte entre os tipos de delineamentos experimentais considerando que os assuntos mais pertinentes foram de comportamento biomecânico e de materiais. Além disso, também é compreensível que poucos ensaios clínicos tenham sido desenvolvidos já que pouco se pesquisou sobre o comportamento clínico em longo prazo do implante. Sendo assim, observa-se que a comunidade científica odontológica brasileira tem experiência em pesquisas laboratoriais e que linhas de pesquisa clínicas devem ser desenvolvidas afim de conseguir também um suporte de qualidade em relação ao longo prazo, inovador e de referência. Palavras-chave: Implantodontia, pesquisas, Brasil. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 245 PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA IMPLANTES DENTÁRIOS REALIZADOS EM ALVÉOLO FRESCO COM CARREGAMENTO IMEDIATO - REVISÃO DE LITERATURA Andressa de Mello Colaço ([email protected]) Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR João Paulo Martins A instalação de implantes dentários utilizando um protocolo convencional requer um período de cicatrização óssea ao redor do implante endósseo, que pode durar de 4 a 6 meses em média. Após esse período próteses implanto-suportadas podem ser instaladas para devolver função mastigatória e estética dental. Diferentemente, no carregamento imediato a instalação da peça protética, seja ela provisória ou definitiva, unitária ou múltipla, é feita imediatamente após o ato cirúrgico de instalação do(s) parafuso(s), possibilitando que função mastigatória, e estética dental sejam devolvidas ao paciente logo após a fase cirúrgica e, consequentemente diminui o tempo de tratamento. Tal técnica possibilita também um menor trauma aos tecidos gengivais, uma vez que exclui a segunda intervenção cirúrgica de reabertura e acesso ao implante. Técnica cirúrgica menos convencional, onde a instalação do implante dentário ocorre no mesmo tempo cirúrgico de extração do dente condenado, caracteriza-se como instalação em alvéolo fresco. Para sua realização, durante a exodontia é necessário que o tecido ósseo seja preservado, isento de infecção de origem dentária, visando favorecer a estabilidade primária do implante endósseo. Deve-se manter preservação dos tecidos moles, minimizando as possíveis alterações que podem ocorrer na região. Neste protocolo espera-se que a cicatrização do alvéolo dentário ocorra em conjunto com a fase inicial da osseointegração. O objetivo deste trabalho foi verificar, através de uma revista literária atualizada; aspectos inerentes à instalação de implantes dentários com carregamento imediato em alvéolo fresco, a fim de verificar suas indicações, vantagens e desvantagens em relação à técnica convencional. As buscas de revista literária foram realizadas nas bases de dados Bireme, Scielo, Lilacs, ScienceDirect e Google Acadêmico. Foram selecionados para a realização do presente trabalho 29 artigos, onde o artigo mais antigo utilizado foi do ano de 1960, e o mais recente de 2014. Após análise criteriosa, concluiu-se que, embora a maioria dos estudos aqui relacionados trate-se de relatos de casos clínicos, e não de estudos randomizados e padronizados, o que pode tornar os resultados obtidos, questionáveis. Observa-se que quando a instalação da peça protética ocorre conjuntamente a instalação do parafuso do implante, a manutenção e preservação dos tecidos moles ocorre na grande maioria dos casos. Quanto à taxa de sobrevivência dos implantes, os pesquisadores afirmam que a mesma não difere da taxa na técnica convencional, na revista literária de embasamento deste trabalho observou-se que as taxas de sucesso variaram entre 91% e 100% e, o tempo clínico de acompanhamento variou entre 4 meses e 4 anos, comprovando a semelhança entre a taxa de sobrevivência das duas técnicas. Palavras-chave: IMPLANTE, CARGA IMEDIATA, ALVÉOLO FRESCO. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 246 Periodontia/Implantodontia MUDANÇAS SOBRE A PROTEÍNA C-REATIVA EM CURTO PERÍODO APÓS O TRATAMENTO PERIODONTAL NÃO-CIRÚRGICO EM INDIVÍDUOS SISTEMICAMENTE SAUDÁVEIS Gustavo Barteli Esteves – ([email protected]) FACULDADE INGÁ CLEVERSON OLIVEIRA SILVA ANDRÉ BARBISAN DE SOUZA ISABELA CAROLINE ROCCO LARISSA DE OLIVEIRA ALENCAR FERNANDA CAMPOS CANCELLI A proteína C reativa é uma proteína produzida no fígado, cuja concentração sanguínea se eleva radicalmente quando há um processo inflamatório em curso, como infecções, neoplasias, doenças reumáticas ou traumatismos. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito do tratamento periodontal não-cirúrgico sobre os níveis de CRP em pacientes com periodontite crônica e indivíduos adultos saudáveis. Vinte e dois pacientes com doenças periodontite crônica (grupo de teste) e 22 indivíduos com saúde periodontal (grupo controle), ambos os grupos, sem qualquer desordem sistêmica ou potencial dos fatores de confusão, foram incluídos no estude. No início do estudo, as variáveis clínicas periodontais e PCR obtiveram-se os níveis em ambos os grupos. No grupo de teste, instrução de higiene via oral e raspagem e alisamento radicular foram realizadas. Então, após 60 dias, variáveis clínicas periodontais e PCR níveis foram reavaliados. O nível de CRP de linha de base no grupo teste foi significativamente maior do que o valor correspondente no grupo. Depois do tratamento periodontal no grupo de teste, foram observadas melhoras em todas as variáveis clínicas periodontais. O nível de CRP de linha de base no grupo teste foi significativamente maior do que o valor correspondente no grupo. Depois do tratamento periodontal no grupo de teste, foram observadas melhoras em todas as variáveis clínicas periodontais. A periodontite crônica pareceu promover elevação nos níveis de CRP, além disso o tratamento periodontal, não-cirúrgico reduziu significativamente os níveis de PCR apenas em pacientes com elevados níveis de linha de base de tal citocina pró-inflamatória, a relevância clínica periodontal pode ser um fator potencial para alterar o risco de DCV. Outros estudos demonstram que, o tratamento periodontal não cirúrgico não diminui significativamente os níveis de PCR alem de poder alterar outros parâmetros sistêmicos, como os níveis de colesterol e glicose, que são fatores que, se não forem bem controlados indiretamente pode alterar os níveis de CRP. Assim, a diminuição nos níveis de PCR apresenta-se diretamente ligada ao tratamento periodontal; ainda s utilizando um protocolo de tratamento semelhante para pacientes com periodontite crônica, que consistiu na terapia periodontal não-cirúrgica sem antibiótico sistêmico, mostrou uma diminuição estatisticamente significativa nos níveis de PCR após o tratamento periodontal, onde, um estudo de ensaio clínico controlado, mostrou que os pacientes com periodontite crônicas apresentam níveis de CRP reduzidos significativamente. Assim, o controle da infecção periodontal realizada por profissionais de saúde podem melhorar e evitar doenças e envolvimentos sistêmicos como a saúde e doença cardiovascular. Palavras-chave: doenças cardiovasculares. Proteína C-reativa. Proteína pró-inflamatória. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 247 PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA ABORDAGEM INTEGRADA PERIODONTIA E ENDODONTIA NO TRATAMENTO DE LESÕES ENDO-PERIO: RELATO DE DOIS CASOS CLÍNICOS Natália Eloá Perego Kido ([email protected]) - (UEM) Roberto Masayuki Hayacibara Debora Reis Dias A lesão endo-perio é uma alteração patológica proveniente da associação das doenças pulpar e periodontal em um mesmo elemento dentário. A polpa e o periodonto estão intimamente relacionados, através dos forames apicais e as ramificações laterais provenientes de canais acessórios, permitindo troca de agentes nocivos entre os dois tecidos. Após o diagnóstico da lesão, é necessário traçar um plano de tratamento integrado, baseado no tratamento endodôntico e na terapia periodontal para que haja a sua regressão. Diante disso, este trabalho tem por objetivo relatar dois casos clínicos de pacientes com lesão endo-perio com tratamento integrado da periodontia e da endodontia. Paciente VL do gênero feminino, 46 anos, compareceu à Clínica Odontológica, relatando dor na região do dente 14 e um abcesso na área. Durante o exame clínico foi observado a presença de bolsas periodontais profundas no dente 14. Em seguida, foram realizados os exames radiográficos, que mostraram a grande perda óssea no dente 14 e o teste térmico de vitalidade pulpar no mesmo, que não respondeu ao estímulo. Sendo assim, a paciente foi encaminhada para avaliação endodôntica, confirmando o diagnóstico de lesão endo-perio. Em relação ao tratamento periodontal, a paciente recebeu instrução de higiene bucal e foi iniciado o tratamento periodontal básico. Após o tratamento endodôntico e periodontal realizados e um acompanhamento de seis meses já podemos observar o ganho ósseo que a paciente está tendo na região. No segundo caso clínico paciente PM do gênero feminino, 32 anos, chegou com a queixa principal de sangramento na gengiva há mais de sete anos e com mobilidade em vários dentes. Realizou-se o exame clínico onde foi observado um grande número de bolsas periodontais, onde a mais profunda era de 10 mm no dente 14. Foram realizados os exames radiográficos que apontaram uma perda óssea horizontal severa em toda a extensão óssea e uma grande perda óssea periapical no dente 14, que também não respondeu ao teste de vitalidade pulpar. A paciente foi diagnosticada com periodontite agressiva e com uma lesão endo-perio no dente 14. Logo, iniciou-se o tratamento realizando um curativo endodôntico no dente 14 e o tratamento periodontal básico, com instrução de higiene oral, controle de placa e raspagem e alisamento radicular. A paciente encontra-se em acompanhamento de nove meses e é possível observar radiograficamente o ganho ósseo. Dessa forma percebemos a importância do diagnóstico correto das duas áreas da odontologia e o tratamento em conjunto para o sucesso do caso. Palavras-chave: Lesão endo-perio; Diagnóstico; Periodontia; ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 248 Periodontia PLANEJAMENTO INTEGRADO PERIODONTAL E RESTAURADOR – RELATO DE CASO CLÍNICO Luiz Fernando Bernardino Bartozek ( [email protected]) Unicesumar Lívia de Souza Tolentino Gustavo Nascimento de Souza Pinto Guilherme Saintive Cardia A aparência dos dentes e do tecido gengival ao redor dos mesmos tem um papel muito importante quando se trata da estética da região anterior da maxila tendo-se em vista que, certas anormalidades na simetria, no volume e no contorno podem afetar de maneira significativa a harmonia de uma dentição natural, assim como a auto-estima do paciente. É de suma importância a relação preexistente entre três componentes de um sorriso para que se obtenha a estética, sendo eles: o dente, a gengiva e os lábios sendo ideal que os terços da face sejam proporcionais uns com os outros. O aumento de coroa clinica estético seguido de uma reanatomização dos dentes com material restaurador vem se tornando uma opção muito viável para aqueles pacientes que venham a ter discrepâncias gengivais e dentárias. O objetivo do presente trabalho é apresentar um caso clínico no qual um planejamento integrado periodontal e restaurador foi proposto e realizado. Após exame clínico intra e extra-bucal, o paciente foi diagnosticado com sorriso gengival, diastemas generalizados e desarmonia de anatomia dentária. O tratamento iniciou-se pela terapia básica de instrução de higiene oral, raspagem corono radicular e profilaxia prévia a abordagem cirúrgica. Após o caso ser planejado com o auxílio de radiografias e modelos de estudo em gesso, elaborou-se um plano te tratamento no qual optou-se pelo aumento de coroa clínica estética por meio de procedimentos de gengivectomia, osteoplastia e osteotomia. Sessenta dias após o procedimento cirúrgico, a reanatomização dos dentes antero-superiores com resina composta foi realizada, este foi o material de escolha por causa de suas características mais conservadoras e seus custos mais reduzidos. Reabilitação feita, o paciente foi conscientizado de que uma boa higiene e visitas periódicas ao dentista são imprescindíveis para que o resultado do tratamento seja duradouro. Desta forma, este trabalho evidenciou a necessidade do cirurgião dentista de ter um conhecimento multidisciplinar, pois podemos lançar mão de diferentes áreas para resolução de um mesmo caso, para que assim possamos elaborar um plano de tratamento adequado, que traga a harmonia e estética do sorriso, e que busquemos sempre a satisfação do paciente para obter sucesso ao final do tratamento. Palavras-chave: Procedimentos cirúrgicos; Aumento de coroa clínica; Procedimentos estéticos; ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 249 Periodontia/Implantodontia AVALIAÇÃO DA FORÇA DE MORDIDA EM PACIENTES REABILITADOS COM IMPLANTES Isabele da Rocha Carlim ([email protected]) Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) Wagner Simm Caio César Ferreira Mota O presente trabalho tem por finalidade apresentar o projeto de pesquisa para avaliar a força de mordida em pacientes reabilitados com próteses implantosuportadas de arco total, através da aplicação de um questionário de auto-avaliação sobre a capacidade de força mastigatória e a mensuração dos valores de força máxima de mordida na região de molares bilateralmente, e região dos incisivos,a instalação de próteses implantosuportadas, que reabilitam o arco dental, podem produzir maior força de mordida e consequente melhora na condição mastigatória do paciente. A amostra será obtida dos pacientes provenientes da clinica do curso de especialização em implantodontia da Unicesumar – Maringá-PR que buscam reabilitação protética de arco total, através de prótese tipo protocolo. O questionário será aplicado antes e após a instalação das próteses, bem como a medida da força máxima de mordida, através de um aparelho gnatodinamometro modelo GM10 OCCLUSAL FORCE-METER. Os resultados serão submetidos à análise estatística utilizando o teste ANOVA e Student para correlacionar a força máxima de mordida antes e após a reabilitação. O voluntário deverá aplicar a força máxima de mordida na guia oclusal do aparelho por três vezes, com intervalos de 30 (trinta) segundos entre cada mensuração. O maior valor encontrado durante as 03 (três) medições é registrado automaticamente pelo aparelho e definido como força máxima de mordida para o indivíduo. Uma nova mensuração será realizada solicitando para que o voluntário mantenha por 60 segundo a força máxima de mordida inicial, cujo valor em Kgf foi obtido anteriormente através do gnatodinamômetro. A cada 15 segundos de intervalo de tempo, o valor da força máxima de mordida será anotado, totalizando 04 mensurações até o final, onde será verificado a diferença entre as forças de mordida: inicial e final.Caso o paciente não consiga permanecer aplicando a força máxima de mordida na guia oclusal do aparelho durante os 60 segundos, será registrado por quanto tempo o voluntário conseguiu manter a força aplicada.Espera-se com esta pesquisa que indivíduos desdentados parciais ou totais, usuários ou não de próteses removíveis, devem apresentar força máxima de mordida diminuída, além de confirmar a eficiência das reabilitações protéticas implantosuportadas na capacidade de força mastigatória ou as condições adaptativas individuais para manutenção da função da musculatura esquelética facial. Palavras-chave: Capacidade mastigatória; Gnatodinamometro; Prótese Total Implantosuportada. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 250 Periodontia AUMENTO DE COROA CLÍNICA COM FINALIDADE ESTÉTICA, UMA RESOLUÇÃO PARA PACIENTES COM SORRISO GENGIVOSO - RELATO DE CASO CLÍNICO Autora: Heloísa Maria Bassegio ([email protected]) Centro Universitário de Maringá- Unicesumar Lívia de Souza Tolentino Ana Cláudia Pedrozzani Amanda Gabrieli Felipe Ferro Gustavo Nascimento de Souza Pinto A procura pela melhora na aparência vem crescendo dia após dia, desta forma, as cirurgias estéticas são realizadas para dar nova forma a estruturas normais do corpo para aqueles que não estão satisfeitos com a aparência. A odontologia vem sendo muito procurada para melhorar a estética do sorriso, e consequentemente a autoestima do paciente. O sorriso gengival é considerado uma das causas de insatisfação no sorriso, sendo este definido como a exposição de mais de 3 mm de gengiva durante um sorriso moderado, e a etiologia pode ser diversa e definirá a escolha do plano de tratamento. Uma das principais causas de sorriso gengival é a erupção passiva alterada, observada quando o tecido gengival recobre parcialmente a coroa anatômica dos dentes, neste caso, preconiza-se uma cirurgia ressectiva conhecida como Aumento de Coroa Clínica com finalidade estética para solucionar o caso. Desta forma, o objetivo deste trabalho é de ilustrar um caso clínico no qual um aumento de coroa clínica com finalidade estética foi realizado no arco superior de uma paciente diagnosticada com erupção passiva alterada. Paciente do gênero feminino, 21 anos de idade, leucoderma, sem alterações sistêmicas, com adequada higiene bucal e saúde periodontal, procurou atendimento em uma clínica particular e tinha como queixa principal “meus dentes são muito pequenos, e no meu sorriso mais forçado aparece muita gengiva”. Após um correto planejamento iniciou-se o procedimento cirúrgico de segundo pré-molar direito a segundo pré-molar esquerdo através da gengivectomia. Após remoção gengival, observou-se que a gengiva encontrava-se no nível ósseo, ou seja, foi constatada a necessidade de remoção óssea em todos os dentes para recuperação da distância biológica e regularização óssea para remoção das exostoses nas regiões posteriores para uma consequente melhora na anatomia da região. Em seguida, o retalho foi reposicionado e suturado. Sete dias após o procedimento cirúrgico os pontos foram removidos e a paciente se manteve em acompanhamento quinzenal. Em um controle pós-operatório de 3 e 6 meses, notou-se a melhora na aparência do sorriso e a queixa da paciente foi solucionada. Concluindo que o aumento de coroa clinica estético é uma alternativa viável e muito resolutiva para aqueles que se queixam de desarmonia e muita exposição gengival, além de ser uma técnica simples e de baixo custo. Palavras-chave: Periodontia; Sorriso; Cirurgia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 251 Periodontia/Implantodontia MUDANÇAS SOBRE A PROTEÍNA C-REATIVA EM CURTO PERIODO APÓS O TRATAMENTO PERIODONTAL NÃO-CIRÚRGICO EM INDIVÍDUOS SISTÊMICAMENTE SAUDÁVEIS GUSTAVO BARTELI ESTEVES – ([email protected]) FACULDADE INGÁ CLEVERSON OLIVEIRA SILVA ANDRÉ BARBISAN DE SOUZA ISABELA CAROLINE ROCCO LARISSA DE OLIVEIRA ALENCAR FERNANDA CAMPOS CANCELLI A proteína C reativa é uma proteína produzida no fígado, cuja concentração sanguínea se eleva radicalmente quando há um processo inflamatório em curso, como infecções, neoplasias, doenças reumáticas ou traumatismos. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito do tratamento periodontal não-cirúrgico sobre os níveis de CRP em pacientes com periodontite crônica e indivíduos adultos saudáveis. Vinte e dois pacientes com doenças periodontite crônica (grupo de teste) e 22 indivíduos com saúde periodontal (grupo controle), ambos os grupos, sem qualquer desordem sistêmica ou potencial dos fatores de confusão, foram incluídos no estude. No início do estudo, as variáveis clínicas periodontais e PCR obtiveram-se os níveis em ambos os grupos. No grupo de teste, instrução de higiene via oral e raspagem e alisamento radicular foram realizadas. Então, após 60 dias, variáveis clínicas periodontais e PCR níveis foram reavaliados. O nível de CRP de linha de base no grupo teste foi significativamente maior do que o valor correspondente no grupo. Depois do tratamento periodontal no grupo de teste, foram observadas melhoras em todas as variáveis clínicas periodontais. O nível de CRP de linha de base no grupo teste foi significativamente maior do que o valor correspondente no grupo. Depois do tratamento periodontal no grupo de teste, foram observadas melhoras em todas as variáveis clínicas periodontais. A periodontite crônica pareceu promover elevação nos níveis de CRP, além disso o tratamento periodontal, não-cirúrgico reduziu significativamente os níveis de PCR apenas em pacientes com elevados níveis de linha de base de tal citocina pró-inflamatória, a relevância clínica periodontal pode ser um fator potencial para alterar o risco de DCV. Outros estudos demonstram que, o tratamento periodontal não cirúrgico não diminui significativamente os níveis de PCR alem de poder alterar outros parâmetros sistêmicos, como os níveis de colesterol e glicose, que são fatores que, se não forem bem controlados indiretamente pode alterar os níveis de CRP. Assim, a diminuição nos níveis de PCR apresenta-se diretamente ligada ao tratamento periodontal; ainda s utilizando um protocolo de tratamento semelhante para pacientes com periodontite crônica, que consistiu na terapia periodontal não-cirúrgica sem antibiótico sistêmico, mostrou uma diminuição estatisticamente significativa nos níveis de PCR após o tratamento periodontal, onde, um estudo de ensaio clínico controlado, mostrou que os pacientes com periodontite crônicas apresentam níveis de CRP reduzidos significativamente. Assim, o controle da infecção periodontal realizada por profissionais de saúde podem melhorar e evitar doenças e envolvimentos sistêmicos como a saúde e doença cardiovascular. Palavras-chave: doenças cardiovasculares. Proteína C-reativa. Proteína pró-inflamatória. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 252 PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA ABORDAGEM INTEGRADA PERIODONTIA E ENDODÔNTIA NO TRATAMENTO DE LESÕES ENDO-PERIO: RELATO DE DOIS CASOS CLÍNICOS Natália Eloá Perego Kido ([email protected]) - (UEM) Roberto Masayuki Hayacibara Debora Reis Dias A lesão endo-perio é uma alteração patológica proveniente da associação das doenças pulpar e periodontal em um mesmo elemento dentário. A polpa e o periodonto estão intimamente relacionados, através dos forames apicais e as ramificações laterais provenientes de canais acessórios, permitindo troca de agentes nocivos entre os dois tecidos. Após o diagnóstico da lesão, é necessário traçar um plano de tratamento integrado, baseado no tratamento endodôntico e na terapia periodontal para que haja a sua regressão. Diante disso, este trabalho tem por objetivo relatar dois casos clínicos de pacientes com lesão endo-perio com tratamento integrado da periodontia e da endodontia. Paciente VL do gênero feminino, 46 anos, compareceu à Clínica Odontológica, relatando dor na região do dente 14 e um abcesso na área. Durante o exame clínico foi observado a presença de bolsas periodontais profundas no dente 14. Em seguida, foram realizados os exames radiográficos, que mostraram a grande perda óssea no dente 14 e o teste térmico de vitalidade pulpar no mesmo, que não respondeu ao estímulo. Sendo assim, a paciente foi encaminhada para avaliação endodôntica, confirmando o diagnóstico de lesão endo-perio. Em relação ao tratamento periodontal, a paciente recebeu instrução de higiene bucal e foi iniciado o tratamento periodontal básico. Após o tratamento endodôntico e periodontal realizados e um acompanhamento de seis meses já podemos observar o ganho ósseo que a paciente está tendo na região. No segundo caso clínico paciente PM do gênero feminino, 32 anos, chegou com a queixa principal de sangramento na gengiva há mais de sete anos e com mobilidade em vários dentes. Realizou-se o exame clínico onde foi observado um grande número de bolsas periodontais, onde a mais profunda era de 10 mm no dente 14. Foram realizados os exames radiográficos que apontaram uma perda óssea horizontal severa em toda a extensão óssea e uma grande perda óssea periapical no dente 14, que também não respondeu ao teste de vitalidade pulpar. A paciente foi diagnosticada com periodontite agressiva e com uma lesão endo-perio no dente 14. Logo, iniciou-se o tratamento realizando um curativo endodôntico no dente 14 e o tratamento periodontal básico, com instrução de higiene oral, controle de placa e raspagem e alisamento radicular. A paciente encontra-se em acompanhamento de nove meses e é possível observar radiograficamente o ganho ósseo. Dessa forma percebemos a importância do diagnóstico correto das duas áreas da odontologia e o tratamento em conjunto para o sucesso do caso. Palavras-chave: Lesão endo-perio; Diagnóstico; Periodontia; ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 253 Periodontia PLANEJAMENTO INTEGRADO PERIODONTAL E RESTAURADOR – RELATO DE CASO CLÍNICO Luiz Fernando Bernardino Bartozek ( [email protected]) Unicesumar Lívia de Souza Tolentino Gustavo Nascimento de Souza Pinto Guilherme Saintive Cardia A aparência dos dentes e do tecido gengival ao redor dos mesmos tem um papel muito importante quando se trata da estética da região anterior da maxila tendo-se em vista que, certas anormalidades na simetria, no volume e no contorno podem afetar de maneira significativa a harmonia de uma dentição natural, assim como a auto-estima do paciente. É de suma importância a relação preexistente entre três componentes de um sorriso para que se obtenha a estética, sendo eles: o dente, a gengiva e os lábios sendo ideal que os terços da face sejam proporcionais uns com os outros. O aumento de coroa clinica estético seguido de uma reanatomização dos dentes com material restaurador vem se tornando uma opção muito viável para aqueles pacientes que venham a ter discrepâncias gengivais e dentárias. O objetivo do presente trabalho é apresentar um caso clínico no qual um planejamento integrado periodontal e restaurador foi proposto e realizado. Após exame clínico intra e extra-bucal, o paciente foi diagnosticado com sorriso gengival, diastemas generalizados e desarmonia de anatomia dentária. O tratamento iniciou-se pela terapia básica de instrução de higiene oral, raspagem corono radicular e profilaxia prévia a abordagem cirúrgica. Após o caso ser planejado com o auxílio de radiografias e modelos de estudo em gesso, elaborou-se um plano te tratamento no qual optou-se pelo aumento de coroa clínica estética por meio de procedimentos de gengivectomia, osteoplastia e osteotomia. Sessenta dias após o procedimento cirúrgico, a reanatomização dos dentes antero-superiores com resina composta foi realizada, este foi o material de escolha por causa de suas características mais conservadoras e seus custos mais reduzidos. Reabilitação feita, o paciente foi conscientizado de que uma boa higiene e visitas periódicas ao dentista são imprescindíveis para que o resultado do tratamento seja duradouro. Desta forma, este trabalho evidenciou a necessidade do cirurgião dentista de ter um conhecimento multidisciplinar, pois podemos lançar mão de diferentes áreas para resolução de um mesmo caso, para que assim possamos elaborar um plano de tratamento adequado, que traga a harmonia e estética do sorriso, e que busquemos sempre a satisfação do paciente para obter sucesso ao final do tratamento. Palavras-chave: Procedimentos cirúrgicos; Aumento de coroa clínica; Procedimentos estéticos; ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 254 Periodontia/Implantodontia AVALIAÇÃO DA FORÇA DE MORDIDA EM PACIENTES REABILITADOS COM IMPLANTES Isabele da Rocha Carlim ([email protected]) Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) Wagner Simm Caio César Ferreira Mota O presente trabalho tem por finalidade apresentar o projeto de pesquisa para avaliar a força de mordida em pacientes reabilitados com próteses implantosuportadas de arco total, através da aplicação de um questionário de auto-avaliação sobre a capacidade de força mastigatória e a mensuração dos valores de força máxima de mordida na região de molares bilateralmente, e região dos incisivos,a instalação de próteses implantosuportadas, que reabilitam o arco dental, podem produzir maior força de mordida e consequente melhora na condição mastigatória do paciente. A amostra será obtida dos pacientes provenientes da clinica do curso de especialização em implantodontia da Unicesumar – Maringá-PR que buscam reabilitação protética de arco total, através de prótese tipo protocolo. O questionário será aplicado antes e após a instalação das próteses, bem como a medida da força máxima de mordida, através de um aparelho gnatodinamometro modelo GM10 OCCLUSAL FORCE-METER. Os resultados serão submetidos à análise estatística utilizando o teste ANOVA e Student para correlacionar a força máxima de mordida antes e após a reabilitação. O voluntário deverá aplicar a força máxima de mordida na guia oclusal do aparelho por três vezes, com intervalos de 30 (trinta) segundos entre cada mensuração. O maior valor encontrado durante as 03 (três) medições é registrado automaticamente pelo aparelho e definido como força máxima de mordida para o indivíduo. Uma nova mensuração será realizada solicitando para que o voluntário mantenha por 60 segundo a força máxima de mordida inicial, cujo valor em Kgf foi obtido anteriormente através do gnatodinamômetro. A cada 15 segundos de intervalo de tempo, o valor da força máxima de mordida será anotado, totalizando 04 mensurações até o final, onde será verificado a diferença entre as forças de mordida: inicial e final.Caso o paciente não consiga permanecer aplicando a força máxima de mordida na guia oclusal do aparelho durante os 60 segundos, será registrado por quanto tempo o voluntário conseguiu manter a força aplicada.Espera-se com esta pesquisa que indivíduos desdentados parciais ou totais, usuários ou não de próteses removíveis, devem apresentar força máxima de mordida diminuída, além de confirmar a eficiência das reabilitações protéticas implantosuportadas na capacidade de força mastigatória ou as condições adaptativas individuais para manutenção da função da musculatura esquelética facial. Palavras-chave: Capacidade mastigatória; Gnatodinamometro; Prótese Total Implantosuportada. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 255 Periodontia AUMENTO DE COROA CLÍNICA COM FINALIDADE ESTÉTICA, UMA RESOLUÇÃO PARA PACIENTES COM SORRISO GENGIVOSO - RELATO DE CASO CLÍNICO Autora: Heloísa Maria Bassegio ([email protected]) Centro Universitário de Maringá- Unicesumar Lívia de Souza Tolentino Ana Cláudia Pedrozzani Amanda Gabrieli Felipe Ferro Gustavo Nascimento de Souza Pinto A procura pela melhora na aparência vem crescendo dia após dia, desta forma, as cirurgias estéticas são realizadas para dar nova forma a estruturas normais do corpo para aqueles que não estão satisfeitos com a aparência. A odontologia vem sendo muito procurada para melhorar a estética do sorriso, e consequentemente a autoestima do paciente. O sorriso gengival é considerado uma das causas de insatisfação no sorriso, sendo este definido como a exposição de mais de 3 mm de gengiva durante um sorriso moderado, e a etiologia pode ser diversa e definirá a escolha do plano de tratamento. Uma das principais causas de sorriso gengival é a erupção passiva alterada, observada quando o tecido gengival recobre parcialmente a coroa anatômica dos dentes, neste caso, preconiza-se uma cirurgia ressectiva conhecida como Aumento de Coroa Clínica com finalidade estética para solucionar o caso. Desta forma, o objetivo deste trabalho é de ilustrar um caso clínico no qual um aumento de coroa clínica com finalidade estética foi realizado no arco superior de uma paciente diagnosticada com erupção passiva alterada. Paciente do gênero feminino, 21 anos de idade, leucoderma, sem alterações sistêmicas, com adequada higiene bucal e saúde periodontal, procurou atendimento em uma clínica particular e tinha como queixa principal “meus dentes são muito pequenos, e no meu sorriso mais forçado aparece muita gengiva”. Após um correto planejamento iniciou-se o procedimento cirúrgico de segundo pré-molar direito a segundo pré-molar esquerdo através da gengivectomia. Após remoção gengival, observou-se que a gengiva encontrava-se no nível ósseo, ou seja, foi constatada a necessidade de remoção óssea em todos os dentes para recuperação da distância biológica e regularização óssea para remoção das exostoses nas regiões posteriores para uma consequente melhora na anatomia da região. Em seguida, o retalho foi reposicionado e suturado. Sete dias após o procedimento cirúrgico os pontos foram removidos e a paciente se manteve em acompanhamento quinzenal. Em um controle pós-operatório de 3 e 6 meses, notou-se a melhora na aparência do sorriso e a queixa da paciente foi solucionada. Concluindo que o aumento de coroa clinica estético é uma alternativa viável e muito resolutiva para aqueles que se queixam de desarmonia e muita exposição gengival, além de ser uma técnica simples e de baixo custo. Palavras-chave: Periodontia; Sorriso; Cirurgia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 256 PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA TÉCNICA VISTA E ENXERTO CONJUNTIVO SUBEPITELIAL PARA CORREÇÃO DA MARGEM PERI-IMPLANTAR - RELATO DE CASO CLÍNICO Lorena Borgognoni Aquaroni ([email protected]) - (UEM) Cléverson de Oliveira e Silva Jeniffer Perussolo Bruna Milhomens de Sousa Maurício Guimarães Araújo As recessões gengivais consistem na migração da gengiva marginal apicalmente à junção amelocementária, resultando na exposição radicular. Estas recessões também podem acometer áreas reabilitadas com próteses implanto-suportadas, configurando um importante problema mucogengival de natureza estética. Diversas são as causas que explicam sua ocorrência ao redor de implantes, sendo o posicionamento impróprio e o diâmetro inadequado destes, um dos principais fatores relacionados. Sendo assim, diversas técnicas cirúrgicas vem sendo descritas na literatura a fim de tratar estes defeitos, merecendo destaque as associadas ao enxerto conjuntivo subepitelial. Este relato de caso clínico descreve a abordagem cirúrgica de recessões de tecidos moles ao redor de implantes utilizando a técnica VISTA ( Vestibular Incision Subperiosteal Tunnel Access) associada ao enxerto conjuntivo subepitelial. Paciente do sexo feminino, 53 anos, leucoderma, não tabagista, compareceu a Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá queixando-se de desconforto e aspecto antiestético em região anterior da maxila, reabilitada com implantes. Ao exame clínico foi possível observar que a paciente apresentava recessões de tecidos moles na região dos implantes, correspondentes aos dentes 11, 12, 21 e 22, no entanto não havia exposição da região ao sorrir. Além disto, pode-se observar que os implantes haviam sido instalados em posição vestibularizada. Após a explicação de possíveis sucessos e insucessos do tratamento, a paciente optou por uma abordagem mais conservadora, excluindo-se a explantação dos implantes. Para a correção do defeito tecidual, optou-se pela realização da técnica VISTA ( Vestibular Incision Subperiosteal Tunnel Access), sendo realizada inicialmente uma incisão no freio labial superior, criando-se um túnel subperiosteal onde foi inserido e suturado o enxerto conjuntivo, removido do palato. O reposicionamento das margens gengivais foi realizado através de suturas ancoradas a dispositivos ortodônticos colados aos dentes, previamente ao procedimento cirúrgico. As suturas foram removidas após 3 semanas e o acompanhamento realizado 1, 4, 6 e 12 meses após a intervenção. Embora o recobrimento total do defeito não tenha ocorrido, foi possível observar melhora no posicionamento da margem gengival, aumento da qualidade e da espessura dos tecidos peri-implantares, bem como a redução do desconforto da paciente nesta região. Assim, conclui-se que apesar da dificuldade em obter o recobrimento completo das recessões de tecido mole em região de implantes, a técnica VISTA associada ao enxerto conjuntivo subepitelial mostrou-se uma alternativa terapêutica favorável ao reestabelecimento de um novo contorno da margem peri-implantar, assim como, da estabilidade e qualidade tecidual. Palavras-chave: Implante dentário; Recessão gengival; Enxerto conjuntivo. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 257 PERIODONTIA ENXERTO DE TECIDO MOLE AO REDOR DE IMPLANTES. UMA OPÇÃO VIÁVEL PARA SUPRIR DEFEITOS PERI-IMPLANTARES. RELATO DE CASO CLÍNICO Maria Vitória Ferro Tomaselli (m_vitoria_ [email protected]) Centro Universitário de Maringá – Unicesumar Lívia de Souza Tolentino Ramon Pimentel Serrilho Gustavo Nascimento de Souza Pinto A estética tem sido cada vez mais considerada um fator determinante no direcionamento do desenvolvimento da implantodontia, envolvendo além da anatomia do dente a ser substituído, a aparência saudável e harmônica do tecido peri-implantar. Desta forma, em muitos casos se faz necessária a interação de diversas áreas da odontologia para que se possa lançar mão de um tratamento multidisciplinar que atenda os anseios estéticos dos pacientes. O enxerto de tecido conjuntivo tem sido empregado com alto índice de sucesso para obtenção da estética, da função e da saúde da mucosa. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso clínico que ilustre a técnica de enxerto de tecido conjuntivo associada a um retalho reposicionado lateralmente como uma opção viável para as regiões peri-implantares esteticamente comprometidas. Neste caso uma paciente do gênero feminino, com 51 anos de idade, compareceu a clínica odontológica com queixa de desarmonia entre os seus dentes, implante e gengiva na região superior anterior ao sorrir. No exame clínico intra bucal foi observado que a queixa principal era reflexo de um mau posicionamento do implante na região do dente 11, tornando o dente longo e desarmônico em relação aos dentes adjacentes. Radiograficamente, pôde notar-se que o implante foi instalado apicalmente em relação ao dente adjacente. Desta forma, a opção de escolha foi um retalho deslocado lateralmente seguido de enxerto de tecido conjuntivo, obtido através da mucosa do palato, na região peri-implantar do dente 11 com o objetivo de ganho de tecido em altura e também em volume gengival. Após 30 dias de pós-operatório observou-se completa cobertura da superfície peri-implantar e ganho de tecido queratinizado. E após 45 dias do procedimento cirúrgico, a etapa restauradora se iniciou com a prótese provisória para remodelamento tecidual e após um ano de acompanhamento pode se observar o sucesso e previsibilidade na técnica de enxerto de tecido conjuntivo. Em um controle pós-operatório de 6 meses, a estética e harmonia foram obtidas com a opção de tratamento escolhida. O relato de caso evidenciou a necessidade do reconhecimento pelo cirurgião-dentista das diversas alternativas de cirurgias periodontais para suprir esses defeitos gengivais além de ilustrar uma das técnicas viáveis para solucionar este tipo de problema. Palavras-chave: implante dentário subperiósteo; tecido conjuntivo; cirurgia plástica periodontal. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 258 PERIODONTIA PLANEJAMENTO REVERSO NA CORREÇÃO DE SORRISO GENGIVAL Jessyka Lorena Tsunouchi Fabbri ( [email protected]) Universidade Estadual de Londrina Priscila Paganini Costa Tiossi Patrícia dos Santos Souza Regis Jhonatan Brachtvogel Aline Alves Campos Fernanda Akemi Nakanishi Ito Este trabalho tem o objetivo de relatar um caso clínico sobre a utilização de um guia cirúrgico e do planejamento reverso na correção de sorriso gengival. O tratamento de escolha para este caso clínico foi o aumento de coroa clínica, com finalidade estética nos dentes entre segundo pré-molar direito ao segundo pré-molar esquerdo, que apresentavam erupção passiva alterada. O planejamento reverso iniciou-se com a obtenção de um modelo de estudo em gesso. Nesse modelo, foi realizada a simulação da cirurgia periodontal, no qual foram planejados o novo zênite e a nova arquitetura que o tecido gengival apresentaria após a cirurgia, possibilitando assim melhor comunicação entre paciente e profissional sobre o procedimento a ser realizado. A partir do modelo, o profissional também pôde apresentar ao paciente uma previsão do resultado ao ser alcançado com o procedimento cirúrgico. Após as alterações realizadas no modelo de estudo, o passo seguinte foi a confecção do guia cirúrgico, com a função de auxiliar o cirurgião-dentista a reproduzir toda a nova arquitetura estabelecida no modelo de gesso para o tempo operatório, guiando as incisões, estabelecendo assim, na cirurgia, a nova arquitetura gengival do sorriso. O modelo de estudo foi encerado, desde o plano incisal até a cervical dos dentes envolvidos em sua face vestibular, aumentando em dois milímetros a face vestibular e respeitando os princípios estéticos de zênite e contorno gengival para então confeccionar o guia. Os passos para obtenção do guia foram os mesmos dos observados na confecção de uma prótese total, sendo que o guia foi confeccionado em resina acrílica termopolimerizável incolor, facilitando assim a visualização do tecido gengival pelo operador durante o procedimento cirúrgico. No momento da cirurgia, ele funcionou como guia para as incisões iniciais e remoção do colarinho gengival dos dentes envolvidos no tratamento, seguindo então os passos de osteotomia e osteoplastia. O uso do guia conferiu maior segurança e precisão ao operador. Após seis meses, observou-se que o resultado almejado foi alcançado sem necessidade de cirurgias adicionais e satisfação do paciente. Conclui-se que o planejamento reverso confere ao procedimento alto grau de precisão, previsibilidade e segurança para o paciente e o operador. Palavras-chave: Periodontia, sorriso gengival, planejamento reverso ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 259 Periodontia/Implantodontia - PAINEL REABILITAÇÃO IMPLANTOSSUPORTADA NA REGIÃO DOS INCISIVOS SUPERIORES – 6 ANOS DE ACOMPANHAMENTO Debora Reis Dias (email: [email protected]) Departamento de Odontologia, Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Roberto Masayuki Hayacibara Natalia Eloá Perego Kido Pacientes desdentados na área estética tem procurado cada vez mais a reabilitação com implantes osseointegrados, devolvendo não só função mastigatória como também estética para a região. O contorno dos tecidos moles interdentais, bem como sua cor, textura e forma são fatores essenciais na estética e fonética em reabilitações. Os defeitos ósseos presentes na região anterior da maxila, devido a perdas dentárias são componentes desafiadores ao resultado final obtido. Isto porque podem ocasionar uma atrofia do rebordo alveolar, principalmente em altura, resultando em um desnivelamento da gengiva se comparado aos dentes remanescentes e perda da projeção anterior do rebordo, ocasionando perda de suporte labial. Se for necessário aumento do tecido mole e duro durante a cirurgia, um procedimento viável é a regeneração óssea guiada, realizada com um enxerto ósseo coberto por uma membrana reabsorvível, o que além de dar estabilidade ao implante posicionado, vai apoiar o tecido mole, gerando uma aparência natural. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho é relatar um caso clínico de reabilitação utilizando quatro implantes osseointegrados na região de incisivos superiores. A paciente do gênero feminino, 47 anos, relatou que extraiu alguns dentes anteriores há aproximadamente 20 anos e gostaria de colocar implantes na região. Clinicamente, apresentava uma prótese fixa do dente 14 ao 24, sendo pônticos na região do 12 ao 22, ou seja, todos os incisivos superiores estavam ausentes. Após análise da tomografia computadorizada, foi indicada a colocação de quatro implantes naquela região. Assim, utilizando guia cirúrgico foram posicionados implantes (Straumann Bone Level ®) submersos na área do 11, 12, 21 e 22, associados à enxerto ósseo autógeno, bovino (Bio Oss ®) e membrana de colágeno (Bio Gide ®) para aumento de volume ósseo. Após três meses foi feita a cirurgia de cicatrizadores e, a partir disso, a paciente seguiu ajustando a prótese provisória por 9 meses, a fim de obter um adequado contorno gengival. Foi liberada a confecção da prótese definitiva e a paciente segue em acompanhamento clínico e radiográfico há 6 anos. Sendo assim, é possível concluir que para alcançar o sucesso na utilização de implantes em área estética, além de um bom planejamento, é necessário ter uma harmonia entre aspectos funcionais, estéticos e biológicos. Palavras-chave: Estética Dentária; Implante Dentário; Planejamento. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 260 IMPLANTODONTIA PRÓTESE UNITÁRIA METALO-CERÂMICA PARAFUSADA SOBRE IMPLANTE CONE MORSE EM MOLAR MAXILAR COM PRESERVAÇÃO ALVEOLAR Murilo Rodrigues de Campos ([email protected]) Universidade Estadual de Londrina José Augusto Pinheiro Sperandio O paciente (S.L.N), do gênero masculino, com idade de quarenta e um (41) anos apresentava-se com o elemento vinte e seis (26) com endodontia realizada há mais ou menos vinte e cinco (25) anos. Foram realizados desta forma, exames radiográficos para verificar o satisfatório vedamento do conduto radicular, para averiguar se a saúde radicular e periodontal do elemento em questão estaria adequada. No entanto, o elemento apresentava-se com lesão periapical progressiva. Deste modo, após uma criteriosa avaliação clínica e radiográfica, decidiu-se pela extração do elemento dentário, realizando após a extração do dente vinte e seis, em seu alvéolo dentário, enxertia, utilizando biomaterial heterólogo inorgânico (BIOSS/GEISTLICHT). Após o periodo de quatro meses de cicatrização do enxerto com substituto ósseo particulado de lenta reabsorção, foi realizada outra cirurgia, para então, a instalação do implante dentário e sua posterior reabiltação protética. O implante de escolha foi o nacional cone morse (SIN). Este foi instalado ao nível da crista óssea do alvéolo enxertado, sendo, portanto, realizado em 02 (duas) etapas; a primeira etapa que consistia na instalação do implante com submersão pelo tecido gengival e, período de osseointegração de 4 meses. Após o 3º mês de osseointegração, foi realizada a segunda etapa; a qual consistiu da manipulação de tecido mole, utilizando um retalho supraalveolar total, deslocado para a vestibular com o objetivo de melhorar a quantidade e qualidade de tecido gengival queratinizado e a colocação de pilar cônico para finalizar a reabiltação utilizando uma prótese de pilar. Ao fim do 4º mês de osseointegração, para que a parte prótetica seja finalizada, foi realizada então, a moldagem de transferência para confecção de coroa metalo-cerâmica, que será parafusada no elemento vinte e seis (26). Após realizada a prova, o acerto, o acabamento e o glaseamento final da coroa unitária em metalo-cerâmica, foi então determinado e realizado o torque definitivo do implante dentário, juntamente com o fechamento em resina composta do orificio do parafuso passante. Desta forma, podemos avaliar o caso em questão e com os resultados clínicos, afirmar que a reposição unitária de dentes por prótese metalo-cerâmica sobre implante é um procedimento estéticamente favorável e que apresenta uma excelente previsibilidade. Palavras-chave: Implante Dentário, Prótese Dentária, Enxerto Ósseo. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 261 Periodontia TRATAMENTO DE RECESSÕES MÚLTIPLAS ATRAVÉS DA TÉCNICA DE ZUCCHELLI E DE SANCTIS ASSOCIADA A MATRIZ DERIVADA DO ESMALTE (EMDOGAINÂ): RELATO DE CASO CLÍNICO Daniele Menegassi Pestana Maurício Guimarães Araújo Luisa de Araujo Moreira Preis Rafael de Oliveira Lazarin Jeniffer Perussolo A recessão gengival é uma patologia que acomete muitos indivíduos, e que pode causar danos estéticos, desconforto e facilitar o acúmulo de placa bacteriana. Diversas abordagens cirúrgicas estão disponíveis como alternativas terapêuticas para o tratamento destes defeitos mucogengivais. Nos casos de recessões múltiplas a técnica descrita por Zucchelli e De Sanctis tem sido apontada como uma boa alternativa para o recobrimento radicular. Além disso, a utilização de novos materiais associados a essas técnicas, com objetivo de melhorar o resultado estético e aumentar a previsibilidade do tratamento, como a utilização de matriz derivada do esmalte, tem se mostrado de grande efetividade. A matriz derivada do esmalte (Emdogain®), tem por finalidade conseguir nova formação de cemento e consequentemente a tentativa de se conseguir novas fibras de ligamento periodontal e formação de osso alveolar, induzindo a regeneração periodontal. O presente trabalho tem por objetivo relatar a abordagem cirúrgica de um caso de recessões gengivais múltiplas através da Técnica de Zucchelli e De Sanctis associada ao enxerto conjuntivo subepitelial e a matriz derivada do esmalte (Emdogainâ). Paciente do gênero masculino, 34 anos, saudável e fumante compareceu a Clínica Odontologia da Universidade Estadual de Maringá, encaminhado à residência de periodontia para recobrimento radicular. Foi observado durante o exame clínico, múltiplas recessões gengivais em região de maxila e mandíbula, associadas ao trauma durante a escovação. O paciente não relatou sensibilidade ou queixa estética, procurando o tratamento devido orientação do ortodontista. Previamente ao procedimento cirúrgico foi realizada terapia periodontal básica e instrução de higiene oral. Após setenta dias realizou-se, o procedimento para recobrimento radicular utilizando a técnica descrita por Zucchelli e De Sanctis. Os dentes 13 e 23 foram eleitos como referência para iniciar as incisões. A incisão inicial partiu da junção amelocementária dos referidos dentes e foi até o topo da recessão do dente adjacente e assim sucessivamente, formando novas papilas. Em seguida, foi feito o descolamento do retalho em espessura total até a linha mucogengival e após retalho em espessura parcial. Foram removidos dois enxertos do palato com dimensões de 30 e 20 mm por 9 mm de altura. Estes enxertos foram divididos ao meio obtendo-se ao final quatro enxertos. Previamente ao posicionamento dos enxertos sobre as recessões foi realizado o condicionamento radicular com Perfi-gel por dois minutos e aplicação do Emdogainâ. Os enxertos foram então suturados, o retalho reposicionado coronalmente através de suturas suspensórias e o Emdogainâ aplicado novamente através do retalho. Após a cirurgia foi feita prescrição de antibiótico e o paciente foi orientado quanto aos cuidados pós-operatórios. Os resultados obtidos foram satisfatórios e o paciente encontra-se em acompanhamento. Percebemos que o sucesso do tratamento de recessão gengival deve-se em grande parte a escolha da terapia, e que esta deve ser sempre pautada nas indicações de cada técnica, assim como nas limitações de cada caso. Neste caso, a matriz derivada do esmalte teve fundamental importância, garantindo maior previsibilidade do caso. Palavras-chave: Recobrimento radicular, matriz derivada do esmalte, enxerto conjuntivo subepitelial ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 262 Periodontia/Implantodontia REPOSICIONAMENTO LABIAL - TÉCNICA MODIFICADA COMO ALTERNATIVA DE TRATAMENTO PARA SORRISO GENGIVAL - RELATO DE CASO Larissa Ishizu ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Rafael de Oliveira Lazarin Cléverson de Oliveira Silva Samuel Kaik Alves de Lima Luisa de Araujo Moreira Preis Isabela Silva Rocha A busca pela estética, juntamente com a filosofia conservadora odontológica, tornou-se prevalente e isso exige dos profissionais da área um maior conhecimento científico prático para a consequente elaboração do adequado tratamento; dentre as diversas causas desta busca, o sorriso gengival, definido como exposição excessiva de gengiva durante o sorriso, é uma das queixas mais comuns dos pacientes em relação ao que é harmonioso. Sua etiologia está relacionada a diversos fatores, dos quais podemos citar: erupção passiva alterada; excesso vertical maxilar; presença de lábio superior curto; hiperatividade dos músculos elevadores do lábio superior. O tratamento de escolha do sorriso gengival é dependente de sua etiologia, portanto, um correto diagnóstico e a definição da causa desse excesso são necessários para a seleção da técnica mais adequada, visando melhorar a aparência do paciente. Em casos de hiperatividade dos músculos levantador do lábio superior, uma forma alternativa e menos invasiva para o tratamento do sorriso gengival é a técnica de reposicionamento labial modificada. O objetivo do trabalho é relatar o caso clínico de reposicionamento labial de um paciente do gênero masculino, 22 anos, melanoderma, que compareceu a clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá com queixa de sorriso gengival. Ao exame clínico, associado a documentação fotográfica, foi observado exposição de 6 mm de gengiva; leve crescimento vertical da maxila; e mobilidade do lábio superior em sorriso de aproximadamente 12 mm. Diante disso, optou-se pela cirurgia de reposicionamento labial pela técnica modificada. Duas tiras de mucosa, uma de cada lado do freio labial, de 12mm de altura foram removidas, estendendo-se até mesial de primeiro molar. Na sequência, a nova margem da mucosa labial foi reposicionada e suturada com pontos simples na linha mucogengival. Com acompanhamento pós cirúrgico de 9 meses, o paciente apresenta-se completamente satisfeito com o resultado final, considerando seu sorriso mais harmônico. Dessa forma, concluiu-se que a técnica de reposicionamento labial pode ser considerada uma técnica para tratamento de sorriso gengival previsível, e além disso; consiste em uma técnica mais conservadora, com excelentes resultados, e que pode ser passível de aplicação em casos de sorriso gengival devido hiperatividade dos músculos elevadores do lábio superior. Palavras-chave: Periodontia; Reposicionamento Labial; Sorriso Gengival. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 263 PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA AUMENTO DE COROA CLÍNICA ESTÉTICO COMO ALTERANATIVA DE TRATAMENTO PARA SORRISO GENGIVAL - RELATO DE CASO Katia Miho Toiohara ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Rafael de Oliveira Lazarin Isabela Silva Rocha Humberto Bordini do Amaral Pasquinelli Loiana Luppi Jeniffer Perussolo Um sorriso harmônico e estético depende de uma adequada proporção entre dentes, gengiva e lábio. Alguns indivíduos apresentam um sorriso esteticamente comprometido pela excessiva exposição da gengiva, o que causa um desequilíbrio visual nas proporções ideais de estética vermelha e branca, e sua causa pode estar relacionada a fatores musculares, esqueléticos, gengivodentais ou uma combinação entre eles. Um sorriso gengival pode ser consequência de um lábio superior curto, coroa dos dentes curta, excesso maxilar vertical, hipertrofia gengival ou hiperatividade dos músculos elevadores do lábio superior. O tratamento de correção para cada caso depende do correto diagnóstico acerca da etiologia. O aumento de coroa clínica com finalidade estética está indicado para estabelecer uma relação proporcional adequada entre a posição da margem gengival e o comprimento da coroa clínica dos dentes, principalmente nos casos em que os dentes anteriores são curtos em virtude da erupção passiva alterada, e quando o contorno gengival é irregular, corrigindo a demasiada exposição de tecido gengival. Desta forma, o objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de aumento de coroa clínica estético em uma paciente do gênero feminino, 23 anos de idade, que relatou a insatisfação com a estética do seu sorriso, devido à excessiva exposição de tecido gengival. Clinicamente, a paciente apresentava excesso de gengiva queratinizada recobrindo a superfície do esmalte dos seus dentes, sendo diagnosticada com erupção passiva alterada do tipo IB. Para fins de planejamento cirúrgico foi realizado um levantamento radiográfico e exame clínico que consistia em uma sondagem periodontal com o intuito de medir a distância da margem gengival até a junção cemento-esmalte e também a distância até a crista óssea. Então, a opção de tratamento escolhida foi a realização de uma cirurgia de aumento de coroa clínica de canino a canino, utilizando as técnicas de gengivoplastia associada à osteoplastia. O resultado, após o acompanhamento de 60 dias, foi a mudança das dimensões dos dentes anteriores, proporcionando uma melhor estética no sorriso e preservação do espaço biológico, resultando em uma resolução da queixa da paciente. Conclui-se que a cirurgia estética periodontal é uma alternativa viável para promoção de um sorriso esteticamente harmonioso, elevando a autoestima e bem estar do paciente. Palavras-chave: aumento de coroa clínica estético, sorriso gengival, gengivoplastia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 264 PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA INTER-RELAÇÃO PERIODONTIA E DENTÍSTICA RESTAURADORA NA RECONSTRUÇÃO ESTÉTICA DO SORRISO - RELATO DE CASO Ana Carolina Caio Passoni ([email protected]) Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) Igor Henrique Silva Pinheiro Tanise Sara Leandro Soares Guilherme Saintive Cardia Lívia de Souza Tolentino A procura pelo “belo” vem aumento significantemente dia após dia e consequentemente novas formas de melhorar a aparência física são ofertadas. A inter-relação das diversas áreas da Odontologia se faz necessária para um correto plano de tratamento que atinja as expectativas e anseios dos pacientes. Diversos são os casos que devemos associar procedimentos periodontais à procedimentos restauradores para conseguirmos sorrisos mais harmoniosos. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico no qual um sorriso gengival e desarmonias dentárias foram diagnosticados e um plano de tratamento adequado de acordo com a queixa da paciente foi realizado. Paciente do gênero feminino, 21 anos de idade, leucoderma, sem alterações sistêmicas, com adequada higiene bucal e saúde periodontal, procurou atendimento em uma clínica particular e tinha como queixa principal “dentes pequenos, sorriso gengival e dentes amarelos”. Após avaliação prévia, a paciente foi diagnosticada com erupção passiva alterada, ou seja, o tecido gengival recobria parcialmente a coroa anatômica dos dentes, neste caso, preconizou-se uma cirurgia ressectiva conhecida como Aumento de Coroa Clínica com finalidade estética. Após um correto planejamento do tamanho de dentes ideais para o sorriso, iniciou-se o procedimento cirúrgico de primeiro molar direito a primeiro molar esquerdo através da gengivectomia. Após remoção gengival, observou-se que a gengiva encontrava-se no nível ósseo, ou seja, foi constatada a necessidade de remoção óssea em todos os dentes para recuperação da distância biológica e regularização óssea para remoção das exostoses nas regiões posteriores para uma consequente melhora na anatomia da região. Em seguida, o retalho foi reposicionado e suturado. Sete dias após o procedimento cirúrgico os pontos foram removidos e a paciente se manteve em acompanhamento quinzenal. Quarenta dias após a realização da cirurgia, a paciente foi submetida ao clareamento de consultório à laser, sendo este realizado em duas sessões. Após uma semana do final do clareamento, foi dada continuidade ao tratamento restaurador no qual pequenos ajustes em resina composta dos dentes anteriores foram realizados. Este trabalho evidenciou o quanto a cirurgia plástica periodontal associada ao clareamento e reanatomização dentária foram importantes para o resultado final do caso clínico, destacando a grande necessidade da interação das diversas áreas da Odontologia para um correto plano de tratamento e para alcançarmos as expectativas dos nossos pacientes. Palavras-chave: Aumento de coroa; Clareamento dentário; Reanatomização. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 265 Periodontia/Implantodontia PRESERVAÇÃO DO REBORDO ALVEOLAR PÓS-EXTRAÇÃO – RELATO DE DOIS CASOS CLÍNICOS Jeniffer Perussolo ( [email protected]) Universidade Estadual de Maringá (UEM) Maurício Guimarães Araújo Luisa de Araújo Moreira Preis Flávia Matarazzo Martins Após a extração dentária, o rebordo alveolar passa por alterações dimensionais horizontais e verticais, que podem prejudicar a estética e dificultar a posterior reabilitação com implantes dentários. Procedimentos para reconstrução óssea muitas vezes são necessários a fim de permitir um adequado posicionamento tridimensional do implante e suporte aos tecidos moles. No entanto, estes procedimentos demandam de uma maior habilidade do operador e aumentam a morbidade pós-cirúrgica. Técnicas para preservação do rebordo alveolar tem sido citadas na literatura com intuito de reduzir essas alterações dimensionais e evitar intervenções de maior complexidade, previamente ou durante a instalação de implantes. O objetivo do presente trabalho é apresentar dois casos clínicos de preservação do rebordo alveolar utilizando enxerto ósseo bovino (Geistlich Bio-Oss®), com diferentes abordagens. Os pacientes compareceram a clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá encaminhados devido a suspeita de fratura e perfuração radicular de dentes antêro-superiores suportando próteses fixas. Ao exame clínico e radiográfico, observou-se, no primeiro caso, que o incisivo lateral superior direito apresentava profundidade de sondagem aumentada e perda de inserção associada a radiolucidez periapical. No segundo caso, verificou-se fratura radicular dos quatro incisivos superiores, associada a lesões periapicais. Em ambos os casos foi realizada a exodontia minimamente invasiva dos dentes comprometidos e curetagem periapical. No primeiro caso, após a exodontia observou-se um alvéolo amplo e de paredes intactas, sendo o alvéolo preenchido com enxerto ósseo bovino. Em seguida, um enxerto gengival foi removido do palato e suturado sobre o enxerto ósseo a fim de fechar a entrada do alvéolo. No segundo caso, observou-se perda da tábua óssea vestibular, sendo necessária elevação total do retalho e então, preenchimento do defeito com o substituto ósseo e adaptação de uma membrana reabsorvível (Baumer GenDerm®). Os pacientes receberam instruções pós-operatórias, prescrição medicamentosa e foram orientados a retornarem em 15 dias para remoção das suturas. Após 12 e 7 meses, respectivamente, os pacientes retornaram para avaliação pré-cirúrgica para colocação de implantes dentários. Exame tomográfico foi solicitado, sendo verificada a manutenção do rebordo alveolar e disponibilidade óssea para instalação de implantes na posição tridimensional adequada. Diante dos casos apresentados, concluímos que a preservação do rebordo alveolar utilizando enxerto ósseo bovino reduziu as alterações dimensionais pós-extração, dando condições adequadas para posterior reabilitação com implantes dentários. Palavras-chave: Preservação do rebordo alveolar, Enxerto ósseo, Implantes dentários ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 266 ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia Resumos de Prótese e DTM busca ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 267 PRÓTESE PROTOCOLO DE TORONTO: RELATO DE CASO Tatiani Just ([email protected]) (UEM) Rodrigo Lorenzi Poluha Clóvis Lamartine de Moraes Melo Neto Loiana Luppi Monique Cimão Katia Miho Toiohara A reabilitação protética fixa implanto-suportada é uma terapia eficaz para o tratamento de pacientes desdentados, em especial para mandíbulas, por meio de próteses tipo protocolo de Toronto. O presente trabalho objetiva descrever o relato de caso de um paciente do gênero masculino, 62 anos de idade, edêntulo total, que se apresentou com 05 implantes, entre os forames mentuais. O paciente buscava uma reabilitação protética estável, funcional e esteticamente agradável. Sendo assim, o plano de tratamento proposto incluía uma nova prótese total superior e uma prótese hibrida tipo protocolo Toronto inferior aparafusada sobre os cinco implantes. No exame clinico e radiográfico odontológico, o arco maxilar apresentava-se desdentado, com rebordo consistente, dentro dos padrões de normalidade; utilizava há 23 anos a mesma prótese total que estava desadaptada e lhe era motivo de insatisfação. Na mandíbula, o paciente já não usava prótese a vários anos por baixa estabilidade; foi constatado a presença de 05 implantes TissueLevel (TL) (Straumann®, Ø 4,1mm, comprimento 10mm, Regular Neck (RN), superfície Slactive, plataforma protética de 4,8mm,que haviam sido instalados há 90 dias. Após o consentimento ao plano de tratamento, foi realizada a seleção dos componentes protéticos. Buscando uma posição que favorecesse uma saída estética dos parafusos e um eixo único de inserção passiva da barra, foram selecionados 05 pilares SynOcta (Straumann®, São Paulo, SP, Brasil), regular neck, altura 1,5mm. Definidos os componentes, executou-se a moldagem de trabalho, com as coifas de moldagem que foram unidas com polimetilmetacrilato autopolimerizável de baixa contração; aguardou-se 15 minutos e, já fora da boca, a estrutura foi seccionada em 05 blocos; em seguida, novamente parafusadas aos implantes, os blocos foram unidos com o mesmo polimetilmetacrilato; um novo período de 15 minutos foi respeitado e após realizado a moldagem com silicona de adição. Na etapa seguinte realizou-se a prova da barra metálica de cromo cobalto, que foi inserida passivamente em eixo único e sua adaptação constatada através de inspeção visual, sondagem das interfaces e por meio de radiografias. Na sequência foi executado o registro intermaxilar, estabelecendo uma nova dimensão vertical de oclusão (DVO), suporte labial, corredor bucal, plano oclusal, linhas alta do sorriso, média e das comissuras labiais, seleção da cor e tamanho e dos dentes. Seguida da prova dos mesmos montados na base de cera, avaliando aspectos estéticos e oclusais. No dia da entrega, os pilares SynOcta foram posicionados nos implantes e aparafusados com torque de 35 Ncm. A prótese inferior foi levada em posição na boca, verificando a existência de espaço para o acesso de escovas interdentais, nesse momento o paciente recebeu instruções detalhadas de como executar a higiene. A prótese superior foi ajustada. O paciente demonstrou satisfação com os resultados estéticos e funcionais obtidos. Portanto, conclui-se que a prótese protocolo de Toronto é uma alternativa viável e eficaz para a reabilitação implanto-suportada de pacientes edêntulos, proporcionando estabilidade a prótese, eficiência mastigatória e estética. Palavras-chave: prótese, implantes, reabilitação implanto-suportada. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 268 PRÓTESE/DTM TERAPIA MEDICAMENTOSA NO TRATAMENTO DE NEURALGIA DO TRIGÊMEO - RELATO DE CASO Matheus Herreira Ferreira ([email protected]) - (UEM) Rafael dos Santos Silva Rodrigo Lorenzi Poluha Eduardo Marques de Lívio Luis Henrique Braga Sader A Neuralgia do Trigêmeo é uma desordem neuropática que deflagra episódios álgicos extremamente dolorosos com início e término abrupto e limitam-se a uma ou mais divisões do nervo trigêmeo. É definida como uma dor geralmente unilateral, grave, súbita, podendo tornar-se agonizante ao paciente. De acordo com a literatura a maioria dos pacientes respondem bem ao tratamento medicamentoso, sendo realizado principalmente com o uso de anticonvulsivantes como a carbamazepina e oxcarbazepina que são consideradas a primeira escolha, enquanto a lamotrigina, baclofeno, gabapentina e amitriptilina são utilizadas como segunda linha para controle da dor. A permuta ou a combinação dos fármacos quando os efeitos colaterais se tornam um incômodo ao paciente ou o organismo não responde mais ao medicamento, são uma opção válida e efetiva. Paciente T.J. gênero feminino, 69 anos, procurou a clínica odontológica da (UEM), queixando-se de dor forte em choque no lado direto da face, próximo ao nariz, desencadeada por toque no ponto-gatilho em região do mento, com duração de vários segundos, sem período refratário. A dor ocorria há 10 anos, com períodos de remissão espontânea, mas havendo intensificação há 03 meses. A paciente não relatava qualquer evento relacionado ao início do quadro. Não foram encontradas alterações no exame clínico odontológico. O diagnóstico foi de Neuralgia do Trigêmeo. A paciente foi encaminhada para um neurologista afim de descartar possíveis patologias secundárias. A terapia farmacológica foi instituída, sendo as funções hepáticas e renais acompanhadas por meio de exames laboratoriais antes e durante o tratamento, sem alterações nas avaliações. Iniciou-se o tratamento com o Carbamazepina 200mg, em posologia ascendente, havendo completa remissão do quadro doloroso durante um ano. Após esse período houve retorno dos sintomas e a medicação foi modificada para oxcarbazepina 300mg com melhora apenas inicial. Partiu-se então para o uso de Tegretol CR® 200mg associado ao baclofeno 10mg por 15 dias com relato de melhora significativa e quase total da dor. A paciente permanece em acompanhamento. A terapia medicamentosa é a primeira opção no tratamento por ser efetiva e conservadora, sendo a combinação entre medicamentos uma alternativa viável no auxílio do tratamento da neuralgia do trigêmeo, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Palavras-chave: Neuralgia do trigêmeo; Terapêutica; Dor. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 269 Prótese/DTM MÉTODOS DE TRATAMENTO DA ESTOMATITE PROTÉTICA: UMA REVISÃO DA LITERATURA Vinicius Eduardo Silgail. ([email protected]) Centro Universitário Ingá/ UNINGÁ Fernanda Ferruzzi Lima. Camila Fracalossi Galbiati Marília Zeczkowski. Ludmila Priscilla Manetti Diagnosticar as características peculiares da estomatite protética, muitas vezes associadas á candidíase oral, não é tão fácil e o uso de medicações sistêmicas é utilizado como primeira escolha. Nesta revisão bibliográfica, mostraremos uma linha de pensamento, que sugere o controle das lesões apenas com o uso de soluções químicas e instruções de higiene oral, sendo a medicação sistêmica a ultima opção, apenas para casos que recidivam e em pacientes com problemas sistêmicos ou doença de base associada. Uma grande parte da população faz o uso de próteses totais, esses pacientes geralmente possuem estomatite protética associada, uma alteração que acomete a mucosa de suporte das próteses totais removíveis; devido á má higienização e próteses que não respeitam os requisitos funcionais, estéticos e fonéticos. A estomatite protética é uma doença multifatorial e na maioria dos casos, como já citado, associada á candidíase oral, uma doença de origem fúngica e oportunista, causada por fungos do gênero cândida. Esse fungo faz parte da nossa microbiota natural, sem causar problemas. Porém, quando há uma alteração no estado imunológico ou na microbiota oral, o indivíduo torna-se mais suscetível à sua proliferação. O uso de corticosteroides, antibióticos de amplo espectro e agentes imunossupressores podem levar à infecção por Cândida. Doenças sistêmicas como AIDS e diabetes mellitus, além de desnutrição, quimioterapia, radioterapia, xerostomia, também contribuem para o seu aparecimento. Usar de forma ininterrupta as próteses, provoca degeneração das glândulas salivares e diminuição da secreção salivar, aumentando a quantidade de biofilme que, por consequência provoca queda do pH salivar e favorece a proliferação dos fungos presentes. A base de prótese, além de atuar como substrato para o crescimento de microrganismos, ainda os protege da remoção natural promovida pela saliva, favorecendo a infecções e culminando na manifestação de lesões. O Tratamento da estomatite protética, não é algo tão simples. Por abranger diversos fatores que não estão somente sob o controle do clínico, como o comportamento do paciente frente à lesão em aspectos biológicos e também sociais. O diagnóstico deve considerar da história médica e odontológica, confirmado as manifestações clínicas com exames laboratoriais, quando viável; o tratamento deve abranger a correção dos fatores predisponentes e manutenção da higiene apropriada da cavidade oral. Após a revisão da literatura sobre o tema, recomendamos que a desinfecção da prótese seja realizada diariamente com hipoclorito de sódio 0,5% durante 10 minutos ou clorexidina 0,2% durante 15 á 30 minutos. Estas duas substâncias apresentam efeitos antimicrobianos. O hipoclorito é indicado por ser de baixo custo e de fácil acesso, No caso do paciente ser portador de uma doença de base, como, hipertensão, diabetes ou imunocomprometido, ou mesmo em casos de recidiva após a desinfecção da prótese, a terapia antifûngica sistêmica com fluconazol, ainda se apresenta como uma boa escolha. A posologia recomendada é de dose única diária, devendo-se realizar uma dose de ataque de 400mg no primeiro dia, com doses diárias subsequentes de 100mg, durante uma a duas semanas e a avaliar a troca da prótese se necessário. Palavras-chave: Estomatite protética, Tratamento, Candidíase oral. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 270 Prótese/DTM PREVALÊNCIA DA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E SUA CORRELAÇÃO COM A ATIVIDADE FÍSICA Julia Sapata ( [email protected]) Centro universitário Ingá Patricia Saram Progiante Suzana Goya Cléverson de Oliveira e Silva Fabiano Carlos Marson A articulação temporomandibular (ATM) classifica-se como a mais complexa do corpo humano, é a estrutura que irá vincular a parte cranial à mandíbula, além disso, é vista como uma articulação composta. A Disfunção temporomandibular (DTM) é uma terminologia geral utilizada para englobar um encadeamento de manifestações clinicas que venha a acometer os músculos da mastigação, a ATM e suas estruturas adjacentes. Sua etiologia vem a ser de origem multifatorial. As pessoas que possuem DTM com sintomatologia dolorosa mostram-se muito mais ansiosas e expressam sinais de estresse com maior proporção e assiduidade do que pessoas que não possuem a DTM, condições psicológicas, mecânicas, fisiológicas e neurológicas podem interferir diretamente na capacidade, origem e continuidade do estado da dor orofacial. Os materiais e métodos utilizados foram Eixo I e II do RDC/TMD, Questionário de Avaliação do Sono (SAQ), Levantamento de Saúde Bucal (NYDHS) e Programa de Saúde Mental da Organização Mundial de Saúde de Genebra, foram avaliados dor, depressão, qualidade do sono, saúde mental e oral da população entrevistada. O estudo foi composto por 109 pessoas com idade entre 20 e 65 anos. A análise dos dados utilizou o programa de estatística STATA 11. Foram avaliados os dados de (34,9%) não praticantes de atividade física, (39,4%) de atividade física diária, (4,6%) de praticantes de Lutas, o mesmo percentual de praticantes de futebol e (19,0%) praticantes de handebol. O grupo avaliado que teve maior índice de qualidade de vida e menores distúrbios do sono foram os jogadores de handebol, enquanto os não praticantes tiveram o menor índice de qualidade de vida e maior índice de distúrbios do sono, também vimos que os não praticantes de atividade física tiveram mais dias de dor e incapacidade devido aos distúrbios da articulação temporomandibular (ATM). No estudo feito, observamos uma diferença entre os indivíduos praticantes e não praticantes de atividade física, ou seja, através desta análise observa-se que os praticantes de atividade física demonstraram ter uma qualidade de vida superior aos não praticantes, Observou-se também que indivíduos que não praticam exercícios físicos, tiveram um maior grau de intensidade de dor e dias de incapacidade, devido a DTM. Quando analisou-se a qualidade de vida dessas pessoas observou-se que a qualidade de vida demonstrou ser inferior à dos praticantes de atividade A prevalência da disfunção temporomandibular foi maior em pessoas que não praticam atividade física enquanto a qualidade de vida das pessoas que praticam esportes foi melhor do que as que não praticam. Palavras-chave: disfunção temporomandibular, DTM, atividade física. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 271 PRÓTESE/DTM AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DE GESSO TIPO IV Mariana Elias Queiroz ([email protected]) Universidade Estadual de Londrina (UEL) Edwin Fernando Ruiz Contreras Juliana dos Santos Proença Na Odontologia tanto procedimentos clínicos como laboratoriais dependem da utilização do gesso odontológico. Seu uso é muito importante e auxilia tanto o cirurgião dentista quanto o protético em diversas fases de um tratamento, desde a etapa do diagnóstico até a confecção de uma restauração indireta ou uma prótese. Existem alguns tipos de gesso, os quais possuem propriedades diferentes e por isso são designados à diferentes finalidades. O gesso tipo IV é muito utilizado na confecção de modelos troquelados para prótese fixa e modelos de trabalho para prótese total. Dessa forma, é imprescindível que este material possua determinadas características para que desempenhe sua função corretamente, otimizando o trabalho do cirurgião dentista e do protético. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar uma propriedade física (rugosidade superficial) e uma propriedade mecânica (microdureza) de diversas marcas comerciais de gesso tipo IV. Para tais análises foram confeccionados 40 corpos de prova a partir de uma matriz metálica que reproduzia um rebordo alveolar superior edentado. A matriz foi moldada utilizando hidrocolóide irreversível e moldeiras individualizadas. Posteriormente os moldes foram vazados utilizando gesso tipo IV para confecção dos corpos de prova. Os mesmos foram divididos em 4 grupos (n=10), de acordo com as marcas comerciais (Clone, Durone, SSWhite, Asfer), e submetidos aos testes de rugosidade e dureza superficial utilizando um rugosímetro e um microdurômetro respectivamente. Os dados obtidos foram computados e submetidos à análise estatística. Pelo teste de Kolmogorov-Smirnov verificou-se que não houve distribuição Normal dos dados de rugosidade e de microdureza. Dessa forma foi aplicado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney em ambas as análises. Na microdureza, a marca comercial Clone apresentou os melhores valores (103,0) comparado às demais marcas (Durone 62,7 e SSWhite 59,4). Na rugosidade superficial as marcas comerciais Clone e SSWhite apresentaram os menores valores (1,8), enquanto que a marca Durone apresentou os maiores valores (2,3). Ainda em relação à rugosidade superficial, todas as marcas comerciais avaliadas apresentaram valores maiores do que os encontrados na matriz metálica. Concluiu-se que modelos em gesso obtidos a partir de moldes com hidrocolóide irreversível apresentam-se mais rugosos do que o superfície moldada, independente da marca comercial avaliada. Os modelos em gesso confeccionados com a marca Clone apresentam melhor microdureza superficial. Palavras-chave: Sulfato de Cálcio, Dureza, Materiais Dentários. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 272 Prótese / DTM APARELHO DE AVANÇO MANDIBULAR E SUA RELAÇÃO COM O BRUXISMO, DTM E QUALIDADE DO SONO Marjorie Garcia Bin ([email protected]) Uninga Patrícia Saram Priante Cleverson de Oliveira e Silva Fabiano Carlos Marson Suzana Goya Patrícia Saram Priante O bruxismo é caracterizado por atividade parafuncional noturna involuntária dos músculos mastigatórios. Enquanto que as disfunções temporomandibulares (DTM) podem ser definidas como um conjunto de condições dolorosas e/ou disfuncionais, que envolvem os músculos da mastigação e/ou as articulações temporomandibulares (ATM). A interrelação entre as duas entidades é bastante complexa. O Bruxismo continua a ser uma condição de etiologia complexa, associada a inúmeros tratamentos. Assim, tratamentos pouco invasivos e seguros devem ser os de primeira escolha, sendo o paciente assistido por uma equipe multidisciplinar, objetivando a restituição de sua qualidade de vida. A indagação levantada na pesquisa busca avaliar o uso do aparelho de avanço mandibular como um dispositivo miorrelaxante para bruxismo severo e sua importância para a qualidade do sono, considerando a relação entre bruxismo, disfunção temporomandibular, variáveis psicossociais e dor orofacial. Esta pesquisa experimental utilizou dados provenientes de 20 pacientes de ambos os sexos da Clínica Odontológica da Faculdade Ingá – Maringá/PR, que apresentaram diagnóstico de bruxismo. Todos foram avaliados através do questionário que compõe o Critério Diagnostico para Pesquisa em Disfunções Temporomandibulares (RDC-TMD) e o Questionário para Avaliação do Sono (Toronto Sleep Assessment Questionare - SAQ). Aplicou-se o uso do aparelho de avanço mandibular por noventa dias. A análise estatística foi conduzida utilizando-se do programa BioStat Professional 2008 5.8.0. Quanto às variáveis paramétricas, foi utilizado o teste T de student pareado para avaliação das diferenças entre o exame inicial e o final do questionário SAQ. Para comparações das proporções das categorias das exposições, no questionário RDC/TDM foi utilizado o teste exato de Fisher. O nível de significância para rejeição da hipótese nula foi estabelecido como a = 0,05. A análise do questionário (RDC/TMD) mostrou que em relação à classificação e à intensidade da dor orofacial houve diferença significativa na questão sete (7), nível de significância: (p=0,02); porém não houve nas questões oito (8) e nove (9) cujos níveis de significância foram respectivamente (p=0,06) e (p=0,07). Observou-se pela análise do (SAQ) que houve uma melhora na qualidade do sono após o uso do aparelho de avanço mandibular e houve diferença estatisticamente significativa nas variáveis analisadas (0,05). Os resultados sugerem que o uso do aparelho de avanço mandibular por noventa dias melhorou a qualidade do sono na amostra apresentada. Palavras-chave: Transtornos do sono. Bruxismo noturno. Placa de avanço mandibular. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 273 PRÓTESE/DTM PREVALÊNCIA, ETIOLOGIA E TRATAMENTO DO BRUXISMO: REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA Gabriela Polesso de Bortoli ([email protected]) UniCesumar Emilia Teruko Kobayashi O bruxismo do sono (BS) é uma atividade parafuncional motora na qual caracteriza-se pelo ranger ou apertamento dos dentes durante o sono. O objetivo deste estudo visa realizar uma revisão sistemática de literatura sobre a etiologia, prevalência e tratamento do bruxismo do sono, incluindo várias terapias encontradas na literatura e analisar suas aplicações clínicas e também os benefícios que essas terapias trazem para minimizar os sintomas de dor muscular, melhorando assim a qualidade de vida do paciente. Com esse intuito foi utilizado base de dados como: Pubmed, ISI Web, Medline, Lilacs, Cochrane, Embase, BBO e Google Scholar, no período compreendido entre 1950 a 2016, com enfoque em pesquisas randomizadas e quasi-randomizadas, revisões sistemáticas, e meta-análises. Com base nos resultados obtidos na literatura, a etiologia do bruxismo (SB) não está bem elucidada. A natureza multifatorial da SB é amplamente aceita incluindo o estresse, ansiedade, tabaco, álcool, drogas excitadoras do SNC, interferências oclusais e interferências no sono, como fatores desencadeadores. A prevalência do bruxismo do sono na população adulta é de cerca de 8%, diminuindo para 3% na população idosa, com aumento significante em crianças de 20%, sendo mais evidente dos 30 aos 40 anos, porém há controvérsias nos estudos em relação ao sexo. Alguns autores relatam que as mulheres são mais predisponentes devido a alterações hormonais, porém outros, dizem que o bruxismo do sono afeta ambos os gêneros da mesma forma. Não existe ainda uma cura definitiva, porém, existem vários tratamentos. A eficácia depende muito de pessoa para pessoa, e principalmente, da etiologia. Vários modelos de placas (Palatal e oclusal) são confeccionadas com intuito de retardar o desgaste dentário causado pelo BS. O tratamento cognitivo-comportamental pode ser muito eficaz, porém deve ser realizado com uma certa frequência e por um período prolongado, pois há grande probabilidade de recidiva do BS ao final do tratamento. A terapia com acupuntura tem demonstrado ser muito eficaz e sem efeitos adversos. Diminui a atividade dos músculos mastigatórios quando em repouso, em pacientes portadores de cefaléia miogênica. Dessa maneira podemos concluir que o bruxismo do sono possui etiologia multifatorial e até certo ponto, incerta. Sobre a prevalência do BS, ainda há controvérsias nos resultados. Em relação aos medicamentos, o que mostrou ser mais eficaz no tratamento do BS foi o Clonazepan 1mg. Palavras-chave: Bruxismo do Sono, Etiologia, Tratamento. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 274 PRÓTESE/DTM PRÓTESE FIXA SOBRE DENTE COM PERIODONTO REDUZIDO: UMA REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA Tanise Sara Leandro Soares ([email protected]) Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) Alessandro Gavazzoni A doença periodontal avançada pode acometer um ou mais dentes podendo levar à destruição dos tecidos de suporte de tal forma que é necessário a extração de vários elementos dentários. Neste contexto, existe a necessidade de uma terapia periodontal básica a fim de paralisar a progressão da doença periodontal, seguida de um tratamento reabilitador para devolver a função e estética. Nesses casos, as próteses parciais fixas são preferíveis às próteses parciais removíveis, pois aquelas são mais rígidas e apresentam uma melhor distribuição da força para o periodonto já reduzido. O objetivo deste trabalho é avaliar por meio de uma revisão narrativa da literatura, quais as indicações e as taxas de sucesso de dentes com periodonto reduzido que receberam próteses parciais fixas. Foi realizada a busca de artigos científicos publicados nos últimos 10 anos, além de artigos “clássicos” sobre o tema abordado que, eventualmente, tinham mais do que 10 anos de publicação. As bases de dados utilizadas para a pesquisa foram PubMed, Scielo e Portal Capes. Diversos autores mostraram que as próteses fixas confeccionadas sobre dentes com periodonto reduzido apresentam uma sobrevida de mais de 70%, desde que sejam observados e seguidos os princípios da prótese fixa e da periodontia. Além disso, vários estudos mostram resultados positivos quanto à reabilitação oral de pacientes com perda de inserção periodontal utilizando prótese parcial fixa, mesmo quando esta perda de inserção alcança 50% do periodonto. Entretanto, esses pacientes devem ser mantidos sob um rigoroso controle para a doença periodontal, pois a eliminação adequada de depósitos bacterianos por meio da terapia periodontal básica seguida de sua manutenção é o fator principal para o sucesso da reabilitação protética em dentes com suporte periodontal reduzido, para que não ocorra a progressão ou recorrência da doença periodontal. Os resultados mostram que a relação entre prótese e periodontia é um fator decisivo na reabilitação oral e que um correto planejamento protético tem como fator interdependente o planejamento periodontal. Desta forma, a reabilitação com prótese fixa é possível em pacientes que apresentam danos devido a progressão da doença periodontal, porém, o profissional deve saber quando indicar o tratamento protético, além de manter o paciente sob um rigoroso controle de biofilme bacteriano. Palavras-chave: Doença periodontal. Prótese fixa. Prótese periodontal. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 275 PRÓTESE REMOÇÃO DE RETENTORES METÁLICOS INTRARRADICULARES ATRAVÉS DA ASSOCIAÇÃO DE MÉTODOS: DESCRIÇÃO TÉCNICA E REVISÃO DA LITERATURA Aline Martins Licheski do Bomfim ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Marcos Sergio Endo Vivian Sayuri Kitayama Fernanda Graziela Corrêa Signoretti Nair Narumi Orita Pavan Carlos Alberto Herrero de Morais O insucesso do tratamento endodôntico ocorre devido a fatores técnicos e patológicos. Em casos de infecção persistente e secundária, assim como para a prevenção de complicações posteriores da manutenção do tratamento endodôntico insatisfatório, justifica-se a indicação do retratamento do canal radicular. Em casos de dentes portadores de prótese fixa, a remoção dos pinos intrarradiculares é um grande desafio, pois pode levar à fratura e perfuração radicular, e comprometer a estrutura dentária. Antigamente, fazia-se muito uso do desgaste com brocas para remoção dos retentores metálicos intrarradiculares; entretanto, na tentativa de evitar possíveis acidentes, utilizam-se atualmente diversas técnicas combinadas. Como exemplo de instrumentos utilizados para tal finalidade podemos citar a vibração ultrassônica, comumente empregada e um dispositivo de remoção por tração (saca-pino M&V ). Os objetivos deste trabalho são descrever e discutir por meio de uma revisão da literatura a técnica de remoção de pinos intrarradiculares metálicos com o uso da vibração ultra-sônica e do saca-pino M&V. A descrição da técnica de remoção do pino intrarradicular com saca pino e ultrassom, foi documentada clinicamente através de uma máquina fotográfica. Por outro lado, a revisão da literatura e a discussão deste trabalho, utilizou-se a base de dados pubmed e google acadêmico. Descrição da técnica: inicialmente fez-se uma análise criteriosa da radiografia periapical, observando a inclinação radicular e o posicionamento do pino. Após a remoção da coroa protética, expõem-se todas as faces do pino metálico e a base da raiz nas porções proximais. Pontas ultrassônicas foram utilizadas na eliminação da linha de cimentação existente entre o retentor intrarradicular e a parede dentinária. A região cervical deve apresentar uma superfície perpendicular ao longo eixo do pino metálico, o que possibilita o estabelecimento de uma força de tração exercida pelo saca-pino. Posicionou-se uma haste metálica, que integra ao conjunto do saca-pino, na porção cervical radicular, a fim de permitir uma melhor distribuição das forças, minimizando possíveis diferenças de altura da base dentária e evitar a ocorrência de trincas e fraturas no remanescente radicular. O saca-pino foi inserido sobre a haste metálica, permitindo o posicionamento do pino. Os mordentes horizontais foram aprisionados nas faces vestibular e lingual do retentor. As roldanas do dispositivo foram acionadas, com o auxílio de uma chave metálica, para a apreensão dos mordentes horizontais e para a realização do tracionamento do retentor intrarradicular, pelos mordentes verticais. A roldana superior do dispositivo foi acionada, fazendo com que os mordentes verticais fossem deslocados em direção ao longo eixo do dente, no sentido apical, até a movimentação do pino metálico. O uso da vibração ultrassônica promoveu a fragmentação da linha de cimentação, e o saca-pino mostrou-se como um dispositivo eficiente, seguro e tem apresentado um favorável índice de sucesso na remoção de retentores metálicos intrarradiculares. Conclui-se que a associação de diferentes técnicas para remoção de pino intrarradicular apresenta maior eficiência e segurança quando comparada à utilização de uma técnica isoladamente. Palavras-chave: pinos intrarradiculares; saca-pino; vibração ultra-sônica. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 276 PRÓTESE EXPECTATIVA VERSUS FUNCIONALIDADE NA REABILITAÇÃO ORAL DO PACIENTE IDOSO: RELATO DE CASO CLÍNICO Andressa Gimenes Narezi ([email protected] ou [email protected]) - (UEM) Eduardo Kurihara Aline Martins Licheski do Bomfim Roberto Massayuki Hayacibara O sucesso de um tratamento protético engloba vários fatores, desde o planejamento do cirurgião-dentista até mesmo a expectativa e satisfação do paciente. O paciente idoso pode apresentar necessidades quanto à sua reabilitação que nem sempre condizem com o resultado que é possível de ser alcançado para reabilitá-lo funcionalmente e esteticamente. Com o avanço da idade, alterações fisiológicas vão acontecendo e o sistema estomatognático também passa por modificações, como por exemplo, na articulação temporomandibular (ATM). Com o envelhecimento, a ATM tem sua vascularização reduzida, a elasticidade do disco diminui, os feixes de fibras colágenas ficam mais densos e compactos e o tecido cartilaginoso pode sofrer calcificações. O paciente passa ter comprometimento da função e dos movimentos da articulação mandibular que se tornam menos amplos, e por isso os dentes devem acompanhar essa diminuição do espaço em que ocorrem os movimentos, e apresentarem cúspides e bordas incisais mais baixas. O objetivo desta apresentação é relatar um caso clínico de uma paciente que procurou uma clínica particular em Maringá-PR com exigências não compatíveis ao planejamento protético proposto de acordo com suas necessidades funcionais. Paciente M.S., 82 anos de idade, gênero feminino, havia recebido implantes e sobredentadura há seis anos. Após esse período, retornou ao consultório com a intenção de trocar a prótese, pois os dentes encontravam-se desgastados. Exigiu que os dentes de estoque da nova prótese tivessem as bordas incisais e cúspides evidentes. A sobredentadura foi instalada de acordo com a exigência da paciente, no entanto, com uma semana de uso relatou desconforto oclusal, sendo necessário trocar a prótese. A amplitude vertical dos movimentos mandibulares laterais torna-se reduzida com o envelhecimento, comprometendo a mastigação e a fonação. O desejo estético do paciente nem sempre é o mais sensato na questão funcional. Neste caso, a paciente não se adaptou a nova prótese com as características exigidas pela mesma, sendo necessária a troca por uma prótese condizente às suas necessidades funcionais, ou seja, uma prótese que apresentasse dentes artificiais com cúspides baixas simulando desgaste funcional. A Articulação Temporomandibular sofre mudanças morfológicas com o avanço do tempo, essas mudanças podem estar associada com a diminuição de componentes celulares devido ao envelhecimento. Para se obter resultados iguais aos aspirados pelo paciente, é preciso que os mesmos respeitem os limites adaptativos que os idosos geralmente apresentam nesta fase de fragilidade. Palavras-chave: Odontogeriatria, Reabilitação oral, envelhecimento. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 277 PRÓTESE RETENÇÃO INTRA-RADICULAR PARA REABILITAÇÃO PROTÉTICA COM RESTAURAÇÃO METAL-FREE – RELATO DE CASO. Núbia Esteves Santos ([email protected]) Uningá Centro Universitário Meriane Leticia Saia Sabrina Piccinini Alburguete Juliana Aparecida Delben O paciente V.A, do sexo masculino, 48 anos, procurou atendimento odontológico pois queixava-se quanto à estética prejudicada do seu sorriso e desejava ter uma aparência mais jovem e natural. Durante a anamnese, o paciente relatou ter sofrido um acidente no jogo de futebol o que resultou na fratura de dois dentes. No exame clínico, foram analisados os aspectos faciais, o sorriso, o contorno gengival, bem como as características dentais, evidenciando alterações de forma e cor acentuadas nos dentes anteriores superiores. Os dentes apresentavam restaurações extensas e antigas, exposição de infraestrutura metálica e ausência de harmonia quanto à forma e contorno; dando ao paciente um aspecto mais envelhecido. O objetivo desse trabalho foi demonstrar, através de um relato de caso, a utilização de pinos intra-radiculares de fibra de vidro por meio da técnica de pino anatômico para melhoria da retenção e suporte de restaurações metal-free, a fim de associar estética e melhor distribuição de forças. A técnica do pino anatômico consiste em reembasar o pino com resina composta, obtendo, assim, um retentor individualizado que melhorará sua adaptação e ainda preservará a estrutura dentária ao promover melhor adaptação do pino ao canal. Além de melhores resultados de resistência de união, a técnica do pino anatômico é simples e de fácil execução clinicamente. A utilização do pino intra-radicular permitiu a reconstrução coronária de dentes extensamente destruídos e tratados endodonticamente, mantendo a estética natural dos elementos dentários. A instalação dos retentores individualizados foi realizada nos elementos 11, 12 e 21. Além disso, foi realizada a confecção de coroas totais metal-free nos dentes 11, 12, 21 e 22. Entretanto, no elemento 22 já havia um núcleo metálico que, embora não apresentasse condições adequadas, foi mantido pois sua remoção poderia causar fratura radicular. Objetivando um sorriso mais harmônico, foi realizado também clareamento dental associando a técnica de consultório utilizando peróxido de carbamida a 37% e a técnica caseira com peróxido de carbamida a 16% por três semanas, modificando a cor inicial A3, 5, para cor final A1. O tratamento restaurador foi baseado em enceramento diagnóstico realizado inicialmente e teste do sorriso através da técnica de mock-up com resina bisacrílica. O resultado final demonstrou boa adaptação dos pinos intra-radiculares confeccionados bem como um excelente resultado estético com as restaurações cerâmicas, proporcionando previsibilidade do tratamento e satisfação do paciente. Palavras-chave: Retentor intra-radicular, estética dentária, técnica de reconstrução com retentores intrarradiculares. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 278 Prótese O USO DA TELERRADIOGRAFIA LATERAL E DA RÉGUA DE FOX NA DETERMINAÇÃO DO PLANO OCLUSAL Letícia Dias Macedo ([email protected]) UniCesumar – Centro Universitário de Maringá Adilson Luiz Ramos Lísia Nishimori Tomita Roberta Anni Formigoni A determinação da correta inclinação do plano oclusal continua a ser desafiadora aos envolvidos na reabilitação estética, e apresenta-se como um dos principais elos entre estética e função mastigatória. As técnicas mais utilizadas para essa determinação são, a telerradiografia lateral na ortodontia e a mensuração pela régua de Fox na prótese dentária. Entretanto, a literatura não é clara sobre a semelhança dos valores adotados entre as diferentes técnicas e da fidelidade em relação ao plano oclusal verdadeiro. Desta forma, o presente trabalho busca validar a fidelidade dos valores médios encontrados pela régua de Fox e na telerradiografia em norma lateral. Serão analisados neste trabalho fotografias e as telerradiografias de 10 pacientes de ambos os sexos com idades entre 18 e 35 anos. As tomadas fotográficas serão realizadas em norma lateral e comparadas as imagens radiográficas, onde serão mensuradas as seguintes angulações: grupo 1- diferença da angulação da radiografia posicionada com cefalostado e postura natural da cabeça, grupo 2- inclinação oclusal da radiografia com cefalostato, grupo 3- inclinação oclusal da radiografia em postura natural da cabeça, grupo 4- traçado da linha de camper’s acima do trágus da orelha, grupo 5- traçado da régua de Fox e grupo 6- traçado da linha de camper’s abaixo do trágus da orelha. As mensurações foram realizadas através do programa Keynote (Macbook) e descritas em uma tabela. Como teste de normalidade foi selecionado o teste de Shapiro-Wilk, onde todas as variáveis apresentaram-se constantes, seguido de um test-t student com nível de significância de 0,05%, comparando as seguintes variáveis: grupo 2 x grupo 3; grupo 4 x grupo 6; grupo 5 x grupo 6 e grupo 3 x grupo 5. Como resultado, foi avaliada a ausência de significância estatísticas entre o posicionamento da cabeça na tomada radiográfica, e da comparação entre os métodos radiográficos e da régua de Fox. Entretanto, a eleição da região auricular para a mensuração com a régua de Fox demonstrou diferença significativa, apresentando como alternativa mais precisa ao dispositivo oclusal, a região inferior ao trágus da orelha. Desta forma podemos concluir que a efetividade de ambas as técnicas de mensuração radiografia e tomada com a régua de Fox apresentaram-se como alternativas semelhantes, podendo ser substituída quando possível, reduzindo desta maneira o custo e a necessidade de exposição radiográfica aos pacientes. Sugere ainda a ampliação da amostra para futuros estudos na validação do posicionamento de medida do trágus na determinação do plano oclusal. Palavras-chave: Plano Oclusal, Estética, Sorriso. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 279 PROTESE/DTM ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR EM REABILITAÇÃO ORAL, RELATO DE CASO Tarso Lorga ([email protected]) - (UEM) Sergio Sábio Clóvis Lamartine de Moraes Melo Neto Rodrigo Lorenzi Poluha Bruna Milhomens de Sousa A reabilitação de pacientes edêntulos é um capítulo de muita importância na ciência odontológica, além de um desafio ao cirurgião dentista, pois envolve devolver não somente o sorriso, mas influenciar em todo arcabouço muscular e articular da mastigação, levando o paciente a uma oclusão balanceada e estética satisfatória. Desde muito tempo a odontologia sente a necessidade de desenvolver estudos para direcionar a busca pela reabilitação de desdentados, mas foi somente com Bränemarck no fim do século passado que foi desenvolvido o chamado protocolo de Bränemarck, trata-se de uma prótese implantossuportada, montada sobre uma infraestrutura metálica fixada em 4, 5 ou 6 implantes em maxila e mandíbula, que poderiam solucionar problemas enfrentados pelos desdentados como a falta de estabilidade da prótese, mastigação insatisfatória e fonação prejudicada. Um planejamento adequado e integrado é fundamental para o sucesso clínico a longo prazo na reabilitação de pacientes edêntulos, bem como as técnicas empregas durante cada etapa clínica. No Brasil a quantidade de desdentados ainda é alta, desta maneira, o presente relato de caso visa elaborar uma discussão acerca da reabilitação com implantes em uma paciente do gênero feminino, 65 anos, que foi reabilitada com 5 implantes inferiores, 6 implantes superiores e próteses implantossuportadas do tipo protocolo de Bränemark. Como queixa principal ela relatava que tinha dificuldade de se adaptar com as próteses totais (PT) superior e inferior, de modo que não conseguia se alimentar corretamente, além de uma insatisfação estética. Quando indagada a respeito do motivo das perdas dentárias, a paciente relatou que estas ocorreram devido à mobilidade dentária. Vale ressaltar que, após as perdas dentárias, ocorre a pneumatização do seio maxilar associada a reabsorção óssea, sendo assim a altura óssea necessária para colocação de implantes fica prejudicada. Nestes casos, a abordagem mais utilizada consiste na realização de enxerto ósseo, objetivando a neoformação óssea na região anteriormente ocupada pela cavidade do seio, que ficará, portanto, reduzida. Esta técnica é conhecida como “levantamento de seio maxilar” A paciente procurou atendimento na Universidade Estadual de Maringá, encaminhada aos serviços das Residências em Periodontia e em Prótese Dentária do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá. A partir do resultado desde tratamento, pode-se concluir que a reabilitação através do protocolo Bränemark é uma alternativa viável desde que a técnica seja executada corretamente para devolução estética e funcional. Palavras-chave: reabilitação oral, osseointegração, protocolo de branemarck ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 280 PRÓTESE REABILITAÇÃO ORAL COM FACETAS LAMINADAS E PRÓTESES PARCIAIS REMOVÍVEIS: RELATO DE CASO Ana Carolina Pedroni Meyer Universidade Estadual de Maringá Silvia Sbeghen Sábio Bruna Milhomens de Sousa Clóvis Lamartine de Moraes Melo Neto Rodrigo Lorenzi Poluha Sérgio Sábio A busca pela estética tem sido, cada vez mais, procurada pelos pacientes nos consultórios odontológicos. Os pacientes anseiam ter sorrisos atraentes e harmônicos, prezando por um tratamento que seja duradouro e puramente estético. Isso mostra o quanto é importante o conhecimento de novas técnicas e materiais para se chegar à um resultado de alta qualidade. Por conta disso, a odontologia restauradora está em constante aperfeiçoamento. O uso de cerâmicas odontológicas para planejamento de facetas está em alta, porém devemos entender as suas indicações e limitações para que se tenha uma correta utilização. A cerâmica E-max é considerada um material padrão ouro em próteses fixas por ter alta qualidade estética e funcional, ter biocompatibilidade e principalmente pela resistência mecânica alcançada com pouca espessura, comparada às cerâmicas convencionais. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de facetas tipo overlap em preparos do tipo coroa total com utilização do material E-max. Paciente, sexo feminino, 54 anos compareceu à clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá com intuito de restaurar os elementos 11, 12, 21 e 22, fechar o diastema presente entre os elementos 11 e 21 e confeccionar novas próteses parciais removíveis. Após o planejamento inicial, observou uma extensa restauração em resina no dente 12 optando-se por coroa total e com relação aos elementos 11, 21 e 22 foram planejadas facetas de cerâmica. Foi realizada então a moldagem anatômica dos arcos superior e inferior para o enceramento diagnóstico. Com o modelo encerado em mãos foi confeccionado a muralha de silicona para o mockup dando uma previsão do resultado final para o paciente. Os preparos foram realizados com broca tronco-cônica, removeu-se as restaurações de resinas compostas insatisfatórias, realizou-se o acabamento das superfícies e utilizando silicona de adição foi feita a moldagem para confecção das facetas. O mockup com resina bisacrílica foi instalado, servindo como restauração provisória. Foi prescrito digluconato de clorexidina 0,12% diário, por 07 dias, pela dificuldade de higienização do local. As facetas foram cimentadas com cimento resinoso e posteriormente as novas próteses parciais removíveis foram confeccionadas. A partir disso, tivemos um resultado estético satisfatório e boa aceitação da paciente, mesmo que a opção de reabilitação da região posterior tenha sido PPR, que, por sua vez, tem aparência desfavorável devido à disposição dos grampos da mesma. Palavras-chave: facetas laminadas, prótese parcial removível, estética ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 281 DTM DOR NEUROPÁTICA PÓS-TRAUMA: RELATO DE CASO Amanda Penha Mathias ([email protected]) - (UEM) Rafael dos Santos Silva Luis Henrique Braga Sader Rodrigo Lorenzi Poluha Amanda Ayla Raimundini Gabriela Nunes Zorzi A sintomatologia dolorosa das estruturas teciduais, tanto moles quanto mineralizadas, da cabeça, face e pescoço afeta a transmissão sensorial do sistema nervoso trigeminal. Dos quadros álgicos, a dor orofacial neuropática pós-traumática é decorrente de danos ou lesões ao próprio sistema nervoso, seja ele periférico ou central, e está associada à falta de qualquer fonte óbvia de nocicepção. É uma condição dolorosa crônica e incomum, de intensidade moderada a grave, podendo acometer tanto mandíbula quanto maxila. A dor é constante, de intensidade moderada a severa, não apresenta características paroxísticas, sua qualidade geralmente é palpitante ou dolorida, algumas vezes até mesmo descrita como em queimação ou tração. A ocorrência é maior em mulheres, sendo usualmente precedida por um evento traumático. O presente trabalho objetiva descrever um caso de neuropatia pós-traumática. Paciente L.B.R. do gênero feminino, 46 anos, melanoderma, normoreativa a todas as condições sistêmicas indagadas, procurou atendimento na Clínica Odontológica da (UEM), com queixa dolorosa constante e localizada na região da mucosa vestibular entre a mesial do 45 à distal do 46. Durante a anamnese, a paciente relatou ter sido submetida a cirurgia de enxerto gengival, localizado na mesma região já citada, 15 meses antes, o qual sofreu um processo de necrose tendo que ser substituído por um novo enxerto. Na inspeção visual, a área se apresentava com características clínicas de normalidade, assim como no exame radiográfico periapical. Os testes sensoriais revelaram alodínia e hiperalgesia circunscritos na região da queixa, sendo esses sintomas atenuados após anestesia tópica com benzocaína, elucidando um componente periférico importante. O tratamento inicialmente consistiu em uma abordagem com pomada tópica a base de capsaicina com lidocaína, sendo a paciente instruída a aplicar, com o auxílio de uma moldeira parcial individualizada, durante 10 minutos, 3-4 vezes por dia. Posteriormente foi prescrito anticonvulsivante por via oral, Gabapentina 300mg, um comprimido ao dia durante 30 dias. A paciente relatou melhora na sintomatologia dolorosa e encontra-se em acompanhamento. Houve encaminhamento há um neurologista afim de descartar patologias secundarias. Concluindo, as dores de origem neuropática requerem conhecimento das características clínicas e atenção diagnóstica para uma abordagem adequada afim de proporcionar melhora na qualidade de vida ao paciente. Palavras-chave: Dor neuropática; Neuroma; Neuropatia pós-trauma. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 282 ÁREA: Prótese/DTM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM IDOSOS Nathalia Gomes Feriato ([email protected]) Centro Universitário Ingá/ UNINGÁ, Maringá- PR. Fernanda Ferruzzi Lima Patricia Saram Progiante Ludmila Priscilla Manetti Camila Fracalossi Galbiati Marília Zeczkowski Com o ocorrer da idade, existem alterações no organismo que afetam a saúde e mobilidade do sistema estomatognático. Entre elas podemos citar artrite reumatoide, osteoporose, osteoartrite e fibromiosite. Assim, acredita-se que tais alterações podem colaborar no surgimento e exacerbação das DTMs. Disfunções temporomandibulares são alterações funcionais, que comprometem a função mastigatória, a deglutição e a fala e que podem se apresentar na forma de várias alterações. Essas alterações da função mandibular podem estar associadas a presença de dor, que é um dos sintomas clássicos da DTM. O objetivo deste trabalho é fazer uma revisão da literatura, abordar e associar as alterações fisiológicas e patológicas dos músculos, ossos e a articulação temporomandibular (ATM) no idoso, tanto quanto a ligação destas com as disfunções temporomandibulares (DTM), que se refere à sintomatologia e incidência dessa fração populacional que cresce a cada dia. A Osteoartrite é uma das doenças mais comuns na ATM, com o seu desenvolvimento observa-se a diminuição do espaço articular, a ausência da cartilagem articular e perfuração do disco. No estágio final da doença pode-se suceder em um esmagamento condilar, eminência articular, esclerose e a ruptura do osso subcondral A fibromiosite ou inflamação no músculo, pontuado pela dor, não é fácil de se localizar e é comum em idosos, pode ser uma dor difusa nos tecidos moles, faz com que os músculos e os ligamentos fiquem doloridos e fracos. A Osteoporose leva a uma redução na massa esquelética sem variação na composição do osso. Geralmente ocorre uma remodelação articular não causando problemas associados, a cartilagem da articulação pode sofrer com o tempo mudanças de cor, de tamanho conforme a idade. Entretanto, os estudos clínicos sobre a incidência de sinais e sintomas de DTM em idosos apontam para um cenário positivo. Apesar dos poucos estudos disponíveis sobre o tema, parece que sinais objetivos de DTM, como estalido, dor à palpação, osteoartrite estão presentes, entretanto indivíduos idosos apresentam menos dor com o passar do tempo. Podemos especular que talvez isso ocorra devido a um processo de adaptação do organismo e pelo fato dos idosos se acostumarem com algumas condições, e apresentarem menos queixas de dor. Apesar do processo de envelhecimento levar a alterações significativas no sistema estomamtognático, sabe-se que estes só se agravam por problemas patológicos de origem sistêmica. Considerando a literatura abordada, podemos concluir que sinais objetivos de DTM podem estar presentes em igual ou maior frequência em pacientes idosos, quando comparados à pacientes jovens. Entretanto, esta parcela da população raramente apresenta sintomas dolorosos, ou apresenta em frequência similar a pacientes jovens, mesmo quando um processo degenerativo está presente. Assim o tratamento tanto de jovens quanto de idosos deve ser o mais conservador possível e voltado para a extinção da sintomatologia dolorosa, evitando intervenções cirúrgicas ou reabilitadoras. Palavras-chave: DTM, Idosos, sistema estomatognático ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 283 PRÓTESE/DTM PLANEJAMENTO INTERDISCIPLINAR PARA REABILITAÇÃO ORAL: RELATO DE CASO DE PROTOCOLO DE BRÄNEMARK Giulia de Oliveira Collet ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Clóvis Lamartine de Moraes Melo Neto Mariúcha Ramella Marcon Rodrigo Lorenzi Poluha Sérgio Sábio Silvia Sbeghen Sábio Apesar dos avanços na odontologia preventiva, os idosos ainda representam um grupo de pacientes que necessitam de atenção especial, uma vez que, de acordo com um levantamento epidemiológico realizado em 2010, aproximadamente 24% dos idosos necessitam de próteses totais em pelo menos uma arcada dentária, e 15,4%, necessitam de próteses totais tanto na arcada inferior quanto na superior. Porém o uso contínuo de próteses totais leva a um processo de reabsorção óssea, comprometendo a estabilidade e retenção destas. Nesse sentido, a substituição de tecidos perdidos consiste um problema tanto para o cirurgião dentista quanto para o paciente. Os implantes osseointegrados vêm sendo utilizados para o tratamento de pacientes com ausência total ou parcial de dentes e, ao contrário das próteses totais, fornecem melhor estabilidade e retenção. Porém para a utilização de implantes comuns, é necessária a espessura óssea de pelo menos cinco milímetros. Uma opção para o tratamento de pacientes desdentados com espessura alveolar inferior a necessária é o protocolo de branemark. Além disso, o fator socioeconômico consiste outro desafio para o tratamento de pacientes edêntulos. No presente relato de caso, será descrita a associação entre projeto de extensão e atendimentos interdisciplinares odontológicos para a reabilitação de um paciente com baixa condição financeira. Este trabalho relata o caso de um paciente de 55 anos que se queixava de sensibilidade em alguns dentes, desconforto com a prótese removível inferior, dificuldades mastigatórias, fonéticas, assim como, estética insatisfatória. Com o objetivo de restabelecer função e estética para uma melhor qualidade de vida do paciente, um tratamento envolvendo várias áreas da odontologia foi realizado. Após avaliação de uma equipe interdisciplinar e posterior discussão com o paciente sobre os possíveis planos de tratamento, realizou-se a exodontia dos dentes inferiores e instalação de cinco implantes. Para reabilitação protética, realizou-se a confecção do protocolo Bränemark na arcada inferior, que apresentava pouco rebordo ósseo e de uma nova prótese total superior. Ao final foi evidente a melhora estética e funcional obtida com o tratamento, tendo o paciente recuperado a autoestima e a vontade de cuidar de sua saúde bucal. A partir desse relato de caso pode-se observar que o protoloco Bränemark é uma indicação viável no tratamento de pacientes edêntulos e com pouco rebordo alveolar por conferir estabilidade à prótese. Palavras-chave: Reabilitação bucal, prótese total, Implantes dentários. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 284 PRÓTESE/DTM AVALIAÇÃO “IN VITRO” DE TRÊS TÉCNICAS DE TRANSFERÊNCIA DE IMPLANTES Gabriela dos Santos Ribeiro Rocha [email protected] Universidade Estadual de Londrina (UEL) Giovani de Oliveira Corrêa Dentre as alternativas para a reabilitação oral a utilização de próteses sobre implantes vem tomando maior visibilidade em relação a outros tipos de próteses, além disso, esta proporciona solução satisfatória para casos onde a prótese convencional não seria indicada. No entanto, o sucesso das próteses implantossuportadas depende da correta indicação, planejamento cirúrgico-protético minucioso, instalação e manutenção da prótese dentro das técnicas preconizadas. Para que a prótese tenha uma adaptação correta, a reprodução fiel da posição espacial dos implantes deve ser realizada, para isso moldagens de transferência são feitas e reproduzidas em modelos de gesso. Assim, o objetivo do estudo foi comparar e analisar, por meio de modelos de gesso, qual técnica de transferência da posição dos implantes apresenta maior precisão e fidelidade, variando-se os componentes e as técnicas de moldagem, utilizando um único material de moldagem, além de verificar a presença de alterações dimensionais, e se houve diferenças significantes nos modelos variando as técnicas de transferência dos implantes, quando comparadas entre si. Foi utilizado na pesquisa um modelo mestre com três implantes dispostos simetricamente. Foram instalados mini-pilares cônicos nos implantes. Sobre estes foram adaptados transferentes de moldeira fechada e transferentes de moldeira aberta unidos com resina e com barras metálicas pré-fabricadas. A partir disso foram realizadas as moldagens com silicona de adição e confeccionados os modelos de gesso. Estes modelos foram avaliados quanto à adaptação em uma análise tátil-visual realizada por três avaliadores, através da adaptação de uma barra metálica, previamente confeccionada sobre o modelo-mestre, em cada modelo de gesso. Os resultados foram submetidos à análise estatística pelos testes Kruskall-Wallis, Mann-Whitney e análise de frequência de resultados. Nossos resultados mostraram que as técnicas 1 e 2 (moldeira aberta com os transferentes unidos) reproduziram mais fielmente a posição dos implantes e a técnica 3 (moldeira fechada) obteve os resultados inferiores. Diante do presente estudo, simulando uma avaliação clínica, verificou-se que a técnica da moldeira aberta obteve diferença estatisticamente significante em relação à adaptação da barra metálica quando comparada com a técnica da moldeira fechada. Por meio dos testes aplicados e dos resultados obtidos observou-se que a técnica da moldeira fechada não reproduziu com fidelidade a posição dos implantes gerando uma maior dificuldade na adaptação da barra metálica. Desta forma, pôde-se concluir que as técnicas que utilizaram moldeira aberta e transferentes unidos mostram-se mais precisas para a transferência de implantes. Palavras-chave: Materiais para moldagem odontológica, Técnica de moldagem odontológica, Prótese dentária. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 285 ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia Resumos de Saúde Coletiva e Odontologia Legal busca ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 286 Saúde Coletiva OS PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS E A ODONTOLOGIA Andressa Sone Silva ([email protected]) Centro Universitário Cesumar (Unicesumar) Marcelo Augusto Amaral Amanda Paggi Vicentini Ana Rafaela Moreira da Silva Bianca Quintino da Silva Carina da Silva Teófilo Segundo o Conselho Federal de Odontologia existem atualmente 22 especialidades odontológicas e uma delas é a Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais. Por definição estes são: indivíduos que apresentam uma alteração ou condição, simples ou complexa, momentânea ou permanente, de etiologia biológica, física, mental, social e/ou comportamental, que requer uma abordagem especial, multiprofissional e um protocolo específico de atendimento. Por meio de um estudo de caso da disciplina Estágio Supervisionado III do Curso de Odontologia da Unicesumar, com o objetivo de identificar os riscos e necessidades de tratamento odontológicodestes pacientes foi realizada uma parceria com uma escola de atendimento exclusivo a pacientes especiais de Maringá-Paraná. Para a realização do exame clínico foram utilizados equipamentos adaptados às necessidades de cada aluno e sua respectiva condição intelectual e motora. Para o desenvolvimento dos procedimentos preventivos foi utilizado um manejo diferente para cada um dos pacientes, de acordo com as síndromes e particularidades especiais encontradas. De um universo de 30 alunos, 24 responsáveis retornaram o Termo de Consentimento e autorizaram a participação no projeto de saúde bucal coletiva e permitiram a realização dos procedimentos clínicos e preventivos. Destes alunos com a devida autorização, 20permitiram o atendimento odontológico.As necessidades especiais encontradas foram:Síndrome de Down (20,8%), Autismo (33,3%) e Deficiências Intelectuais (45,9%). Dos pacientes avaliados, 60% eram do gênero masculino e 40% do gênero feminino, com a faixa etária variandode 10 a 52 anos. Como necessidades de tratamento encontradas, a doença periodontal (60%) foi a de maior prevalência, seguida da cárie dentária (20%) e doença periodontal associada à cárie dentária (20%).O que foi comprovado no decorrer do projeto foram as grandes diferenças encontradas entre os pacientes que apresentavam coordenação motora e quem não possuía esta habilidade física. No grupo com aptidão motora, conclui-se que há ausência de motivação relacionada aos cuidados com a higiene bucal, e queeste incentivoseria de responsabilidade dos pais ou responsáveis legais e seriam idênticas a qualquer paciente odontológico. No grupo que não apresentava condiçãointelectuale/ou motora avaliou-se a necessidade de profissionais especializados para o manejodiferenciado e tratamento odontológico ambulatorial e/ou hospitalar adequado para os mesmos. Palavras-chave: Necessidades Especiais; Odontologia; Pacientes. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 287 ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA ATENÇÃO À HIGIENE BUCAL DOS PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA Ana Carolina Guimarães Alves ([email protected]) - (UEM) Nelí Pieralise Flávia Matarazzo Martins Márcia Falleiros Daniele Ruggero Márcia Cristina da Silva A Doença Renal Crônica (DRC) corresponde a deficiência estrutural e funcional dos rins, acometendo 8-16% da população mundial e repercutindo em um importante problema de saúde pública. No estágio final da doença o paciente possui três alternativas de tratamento, a hemodiálise (HD), diálise peritoneal e o transplante renal (TX), sendo este último considerado o padrão ouro para o tratamento. Como em outras doenças sistêmicas, a manutenção da saúde bucal é de grande importância no acompanhamento e tratamento dessas situações, principalmente devido às alterações sistêmicas que modificam o meio bucal e ao grau de morbidade que estão sujeitos. A partir desse contexto, o seguinte trabalho tem como objetivo comparar a frequência dos hábitos de higiene bucal entre pacientes portadores de DRC, salientando a atenção que tem em relação a sua saúde bucal. Para isso, foi realizada uma entrevista com 33 pacientes com DRC de um hospital no município de Maringá, Paraná. Quando questionados acerca dos instrumentos utilizados para a higiene bucal, todos responderam positivamente para uso da escova dental, dentre eles cerca de 90% dos HD e 100% dos TX associavam o uso do creme dental. Além disso, 23% dos HD e 41% dos TX também fazem o uso do fio dental, e apenas 27% utilizam colutórios. Em relação à frequência dessa higiene, apenas 76% dos pacientes em hemodiálise relataram realizarem-na por um mínimo de duas vezes ao dia, já no grupo dos transplantados essa regularidade foi relatada por todos os pacientes. Outra questão nessa entrevista se refere às visitas periódicas ao dentista, 57,1% dos HD estavam há dois anos sem procurarem atendimento odontológico e, quando o fizeram, foi por estética ou dor. Já, dentre os TX, mais da metade procura o serviço uma ou duas vezes ao ano, tendo como foco a prevenção, e apenas 30% estão a dois anos sem realizar visitas. Uma última questão foi se os entrevistados já haviam recebido orientação médica para procurar um cirurgião dentista, no grupo em hemodiálise essa porcentagem foi de apenas 14,2%, contrastando com 58,3% dos TX, 25% deles para a realização do transplante. Os resultados mostram que os pacientes hemodialisados apresentam um grau de higiene bucal inferior quando comparado aos transplantados. Isso se deve às alterações sistêmicas que eles possuem, associada a rotina focada no controle da doença sistêmica, desprezando os cuidados com a saúde bucal. Por outro lado, os pacientes transplantados estão mais atentos a esses cuidados por apresentarem uma rotina e quadro sistêmico mais semelhantes a um paciente saudável, além de estarem cientes que uma infecção gerada na cavidade bucal pode levá-los a perda do transplante. Por isso, a manutenção da saúde bucal em pacientes com DRC é de extrema relevância, pois promove maior qualidade de vida, além de que esses pacientes são candidatos ao transplante renal e requerem eliminação de focos de infecção. Portanto, é importante o trabalho integrado entre cirurgião dentista e nefrologista no tratamento desses pacientes. Palavras-chave: Oral Hygiene, Chronic Renal Insufficiency, Renal Dialysis ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 288 ODONTOLOGIA LEGAL/SAUDE COLETIVA CUIDADOS PALIATIVOS: O PAPEL DO CIRURGIÃO DENTISTA Isabela Regina Grilo Silva ([email protected]) - (UEM) Neli Pieralisi Najara Barbosa da Rocha Mitsue Fujimaki Diante do aumento da idade populacional, o número de pacientes com doenças progressivas ou avançadas também cresce, fazendo os cuidados paliativos tornarem-se relevantes. Cuidados paliativos (CP) correspondem a abordagem e apoio aos pacientes e seus familiares, que enfrentam condições que ameaçam a continuidade da vida. Pacientes sob CP vem sendo atendidos por uma equipe multiprofissional a qual a odontologia, recentemente, vem sendo incorporada. Dentro da equipe de CP, o cirurgião dentista (CD) tem como função promover o alívio da dor e outros sintomas desagradáveis e, assim, promover a qualidade de vida desses pacientes, cujo comprometimento da cavidade bucal se dá pela doença ou por seu tratamento. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é discorrer o papel do CD no manejo de pacientes sob cuidados paliativos. Para tanto, foi realizada uma busca de dados no PubMed com as palavras-chave “PALLIATIVE CARE”, “MULTIPROFESSIONAL TEAM” e “INTEGRATION”. Pode-se verificar que compete ao CD, além de realizar o diagnóstico de condições bucais prevalentes, priorizar o controle e alivio da dor. A associação de medicações analgésicas tópicas possibilita a redução da dose de medicações sistêmicas e seus efeitos adversos. Ainda, pretende garantir a condição do paciente de respirar, alimentar-se adequadamente, prevenir danos a mucosa e evitar a xerostomia. No controle de infecções buco-dentais, atuar preventiva ou curativamente, realizando higiene e proteção de feridas bucais, prevenindo complicações locais e sistêmicas, devido a possível bacteremia. É essencial a higiene bucal meticulosa e, também, é necessário desenvolver alternativas que promovam a autonomia do paciente para colaborar na melhoria da própria saúde bucal. Em alguns momentos, pode ser observado poucas queixas pelo paciente, ou por estarem inaptos física ou mentalmente a faze-las ou por atribuírem à doença propriamente dita a causa de seu desconforto. O CD, também, atua de forma interprofissional, informando e capacitando a equipe de enfermagem sobre a maneira adequada da realizar de higiene bucal em pacientes acamados. Assim sendo, os cuidados paliativos odontológicos são fundamentais para doenças em estágio avançado ao impactarem na autoestima do doente, no sofrimento pelas limitações físicas impostas e na dor emocional. Espera-se que a inserção de dentistas nessa área leve maiores benefícios aos pacientes em questão, com novas terapêuticas e cuidados, aliviando o sofrimento dos mesmos. Palavras-chave: Cuidados paliativos; Odontologia hospitalar; Pacientes acamados. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 289 Saúde coletiva APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO EDUCACIONAL PARA AVALIAÇÃO DA CONDUTA FRENTE A AVULSÃO DENTÁRIA Bruna Zinhani ([email protected]) - (UEM) Marcos Sergio Endo Josimeire Alves Pereira Barbosa Najara Barbosa da Rocha Nair Narumi Orita Pavan Alfredo Franco Queiroz Traumatismos dentários são comuns, e podem estar relacionados desde pequenas fraturas até o completo deslocamento do dente do seu alvéolo, que caracteriza a avulsão dentária. Após a avulsão, o dente deve ser reimplantado em seu alvéolo imediatamente, com o objetivo de restabelecer sua normalidade e função. O reimplante imediato ou o armazenamento do dente em meios compatíveis para a viabilidade das células do ligamento periodontal antes do reimplante é um procedimento imprescindível. Para que haja um prognóstico favorável é necessário ter conhecimento da conduta a ser seguida, como meio de armazenamento e reimplante do dente avulsionado. Diante desta breve exposição, este trabalho teve como objetivo, verificar por meio de um questionário educacional, o nível de conhecimento sobre a avulsão dentária, de uma população do curso de Odontologia (UEM). A partir de então, como objetivos específicos foi possível comparar as respostas dos graduandos iniciantes e dos egressos, assim como analisar a aprendizagem do acadêmico do primeiro ano, antes e após a aula expositiva. A elaboração deste questionário baseou-se na aula expositiva ministrada, com intuito de aprimorar e reforçar o conhecimento sobre avulsão dentária. O questionário educacional apresentava 15 questões, 9 objetivas e 3 discursivas. Esse instrumento educacional foi aplicado aos egressos, do quinto ano do curso de Odontologia, assim como no início e ao final da aula do primeiro ano. Os resultados obtidos mostraram que antes da aula ministrada, 42,8% dos acadêmicos do primeiro ano já haviam ouvido falar sobre avulsão dentária e 50% deles sabiam sua definição. Por outro lado, 100% dos egressos já haviam ouvido falar e sabiam definir de forma correta. Apenas um graduando do primeiro ano soube classificar a severidade deste traumatismo, enquanto a resposta correta foi observada em 92% dos egressos. Em relação aos primeiros socorros frentes aos casos de dentes avulsionados, mostrou-se que 100% dos alunos do primeiro ano nunca obtiveram essas informações, diferentemente dos egressos. Isso acarreta no fato de que nenhum dos alunos ingressantes sabiam como agir se presenciassem um caso de avulsão dentária e também não se sentiam capazes de realizar o reimplante imediato. Os ingressantes (42,8%) optaram não reposicionar o dente no alvéolo, mas deixariam o dente enrolado em algo umedecido; e 44% dos egressos reposicionariam o dente no mesmo lugar. A maioria dos acadêmicos do primeiro ano (57%) e do quinto ano (48%) armazenariam o dente em soro fisiológico, lembrando que o leite foi apenas a segunda opção mais encontrada pelos acadêmicos. Caso optassem em reposicionar o dente no alvéolo, a maior parte dos acadêmicos sugeriram lavar o dente com soro fisiológico. Considerando a melhor opção que seria o reimplante imediato nem mesmo os egressos foram unânimes nesta resposta. Baseando-se no aprendizado dos alunos do primeiro ano após a aula ministrada, 100% deles souberam definir a avulsão dentária, compreenderam como agir diante um caso desses e selecionaram o meio de armazenamento adequado. Conclui-se que os questionários educacionais são meios excelentes para os acadêmicos refletirem sobre seu aprendizado, e também foi capaz de medir o desempenho dos alunos sobre este assunto. Palavras-chave: avulsão dentária, ensino, saúde pública. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 290 ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA ELIMINANDO PAPÉIS DA PRÁTICA ODONTOLÓGICA: UMA SÍNTESE SOBRE A APLICABILIDADE DE DOCUMENTOS ELETRÔNICOS NA ODONTOLOGIA Isabela Belincanta Antunes ([email protected]) - (UEM) Luiz Fernando Lolli Aline Tiemi Watanabe Demétrio Najara Barbosa da Rocha Mayra Senise Soda Grazian Amanda Penha Mathias O prontuário odontológico representa um conjunto de documentos produzidos pelo profissional com a finalidade diagnóstica e terapêutica, os quais são padronizados, organizados e concisos e que contém dados referentes à identificação do paciente, sua história médica e odontológica determinada para o registro dos cuidados odontológicos prestados ao paciente. Estes documentos possuem grande relevância operacional para o cirurgião dentista, podendo ainda servir de provas em desdobramentos judiciais. Em decorrência da dificuldade de manutenção por muito tempo de toda a documentação gerada, principalmente pelo espaço que ocupa e considerando ainda a necessária proteção dos dados de atendimentos odontológicos, os documentos odontológicos passaram também a ser considerados para se tornarem eletrônicos. O objetivo deste trabalho foi revisar a literatura acerca dos prontuários eletrônicos e os componentes necessários para sua correta elaboração e validação jurídica. Os prontuários eletrônicos são semelhantes aos prontuários em papel, de modo a conter as mesmas informações sendo estas digitalizadas, porém são melhor organizados, com acesso e distribuição rápidos. Entretanto, necessitam de alguns cuidados e medidas a serem adotadas para que este tipo de documento apresente autenticidade. De acordo com a Medida Provisória 2200-2 publicada em 24 de agosto 2001, a qual instituiu a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras (ICP-Brasil) e o proposto pelo Conselho Federal de Odontologia na Resolução 91/2009 a qual autoriza o uso de sistemas informatizados para a gestão e manuseio dos prontuários de pacientes, os documentos eletrônicos devem conter uma certificação digital e assinaturas digitais que lhes garantam autenticidade, integridade e validade jurídica. Os Certificados Digitais são compostos por duas chaves (Chave Pública e Chave Privada) e a Autoridade Certificadora uma terceira parte confiável. Estes Certificados já conferem autenticidade a um documento digital, entretanto para serem conferir a um prontuário eletrônico fé pública, deve-se enviar uma cópia autenticada do documento a um dos cartórios integrantes da ICP-Brasil. Assim como os prontuários em papel, os prontuários eletrônicos também devem ser corretamente armazenados em bancos de dados e controlados por sistema especializado (Gerenciamento Eletrônico de Documentos – GED), sendo estes gravados magneticamente em discos, tendo, portanto, existência física, e podendo, quando necessário, serem impressos. Apesar do exposto, a legislação civil brasileira abre precedente para a utilização de documentos digitais e não menciona a necessidade de certificação digital. Conclui-se que os prontuários eletrônicos têm se tornado uma realidade cada vez mais presente na Odontologia e que podem ser adotados como medida alternativa aos papéis, porém devem ser elaborados com cuidado, não exclusivamente, mas preferencialmente com certificação digital para que assegurem a autenticidade do seu conteúdo e minimize questionamentos judiciais ou extrajudiciais. Palavras-chave: Odontologia legal, prontuários eletrônicos, documentos. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 291 Odontologia Legal/Saúde Coletiva AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA TÉCNICA DE ANTISSEPSIA DAS MÃOS COM ÁLCOOL GEL EM UMA CLÍNICA ODONTOLÓGICA DE ENSINO Carolina Veronêz Garbúggio ([email protected]) - (UEM) Celso Luiz Cardoso Gustavo Jacobucci Farah A higiene das mãos é um dos principais componentes do processo de controle de infecção na prática odontológica. Quando realizada de forma adequada (i.e., execução em sete passos) é considerada a ação isolada mais importante para reduzir o risco de transmissão de microrganismos para dentistas e pacientes. A antissepsia das mãos com preparações alcoólicas, ao contrário da tradicional lavagem das mãos com água e sabão, requer o emprego de uma técnica mais aprimorada para aplicar o produto alcoólico em todas as superfícies das mãos para não limitar a eficácia do procedimento. Por isso, o treinamento desta técnica é necessário, sendo comumente realizado pelos profissionais da saúde em campanhas educativas sobre higiene das mãos. Entretanto, raramente este treinamento é oferecido para estudantes da área da saúde. No presente estudo nós avaliamos a técnica de antissepsia das mãos de 79 estudantes do curso de odontologia, incluindo 28 do 3º ano, 23 do 4º ano e 28 do 5º ano, durante suas atividades acadêmicas em uma Clínica Odontológica Universitária, utilizando como modelo experimental um álcool gel fluorescente. Uma incubadora para recém-nascidos, em desuso, previamente adaptada para servir de “caixa preta”, foi usada para evidenciar a fluorescência nas mãos. A incubadora foi revestida com papel adesivo preto, deixando-se apenas uma pequena área retangular frontal sem cobrir (visor). Internamente foram instaladas duas lâmpadas fluorescentes compactas de luz negra de 48W. Na parte de cima da incubadora foi feito um pequeno orifício para posicionar uma câmera digital. Sem qualquer treinamento ou instrução, foi pedido aos voluntários para fazerem a antissepsia das mãos com 3 mL de uma mistura de tinta fluorescente e álcool gel (1:3). Após a secagem, as mãos eram introduzidas na “caixa preta” e as superfícies das palmas e dos dorsos das mãos eram observadas diretamente pelo voluntário e digitalizadas pela câmara para registrar a qualidade da técnica. As áreas em azul claro brilhante (fluorescentes) indicaram contato da superfície da mão com o álcool gel fluorescente. Em contraste, as áreas em azul escuro, não brilhante, evidenciaram falhas na técnica, que foram avaliadas utilizando-se o seguinte critério: (i) falha pequena, área azul escura ≤ 10% da superfície da mão por passo; (ii) falha média, área azul escura ≤ 50% da superfície da mão por passo; (iii) falha grande, área azul escura ≥ 51% da superfície da mão por passo. A seguir, o voluntário, supervisionado por um monitor, repetia a sequencia dos sete passos da técnica de higienização das mãos, sendo dada ênfase aos passos onde foram registradas falhas. Foram detectadas falhas pequenas, médias e grandes, em praticamente, todos os sete passos da técnica de antissepsia das mãos com o álcool gel fluorescente. Grandes falhas foram registradas principalmente nos passos 5,6,7 (3º ano); nos passos 2,4,5,6,7 (4º ano) e nos passos 2,4,6 (5º ano). Os resultados mostram a necessidade de implantar um programa educativo sobre boas práticas de higienização das mãos para os estudantes da Clínica Odontológica de Ensino. Palavras-chave: Higiene das mãos; Infecção cruzada; Prática odontológica. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 292 Odontologia Legal/Saúde Coletiva HÁ FLÚOR NATURAL EM POÇOS ARTESIANOS NA REGIÃO DE MARINGÁ? Larissa Ishizu ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Orientadora: Mitsue Fujimaki Cinthia Pereira MachadoTabchoury Josely Emiko Umeda Jaime Aparecido Cury Livia Maria Andaló Tenuta A concentração de fluoreto (F) natural nas águas subterrâneas podem ser maiores que a das águas superficiais, variando desde valores abaixo de 0,05 até acima de 35 mg F/L (ppm F), dependendo da natureza das rochas, do grau de interação rocha-água e da presença de íons. Em locais onde a concentração de F natural na água subterrânea é alta, geralmente, verifica-se a presença de fluorose dentária endêmica na população. O objetivo deste estudo foi avaliar as concentrações de F em águas de poços artesianos com diferentes profundidades na região de Maringá. Os pontos de coleta foram definidos a partir de dados (localização, profundidade do poço e outorga de direito) obtidos pelos cadastros no Instituto das Águas de Maringá. A profundidade dos poços variaram de 9 a 400 m. Foram identificados os pontos de coleta de 166 poços artesianos e coletadas amostras de água, no período de janeiro a fevereiro de 2016. As análises foram realizadas em duplicata, utilizando-se um analisador de íons acoplado a um eletrodo específico para fluoreto. A concentração média de F foi de 0,08±0,14 mg F/L, variando de <0,02 a 0,92 mg F/L. Em mais de 90% (n=151) das amostras de água, foram encontrados valores insignificantes de F quanto a benefício/risco, estando abaixo do limite de sensibilidade do método de análise (<0,02 mg F/L). Em uma amostra de água foi encontrada uma concentração de 0,92 mg F/L de F natural, sendo este um valor de risco moderado para fluorose dentária. Já em outra amostra foi encontrado um valor de 0,72 mg F/L, considerado a melhor faixa de risco/benefício, na qual proporciona o máximo benefício em prevenir a cárie dentária, e baixo risco em produzir fluorose dentária. Estes parâmetros de classificação foram baseados nas temperaturas máximas de cada região, consensuados pelo Centro Colaborador do Ministério da Saúde em Vigilância da Saúde Bucal (CECOL-USP) em 2011. Além disso, não foi observada relação da concentração de F com a profundidade dos poços. Concluiu-se que apenas uma amostra apresentou um valor acima da melhor faixa de risco/benefício. Além disso, não foi encontrada relação entre os teores de fluoreto e profundidade dos poços. Palavras-chave: Amostra de água; Fluoretos; Poços. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 293 SAÚDE COLETIVA TRAUMATISMO DENTO-ALVEOLAR: FATORES RELACIONADOS AO PROGNÓSTICO DA AVULSÃO DENTÁRIA EM ESTUDO RETROSPECTIVO DE 13 ANOS Anne Cristina Moreira Dal Prá ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Marcos Sérgio Endo Aline Lie Ishida Alfredo Franco Queiroz Margareth Calvo Pessutti Nunes Nair Narumi Orita Pavan Os traumatismos dento-alveolares vêm crescendo nos últimos tempos, podendo se apresentar como um problema de saúde pública. Estudos epidemiológicos demonstraram que os traumatismos acometem de 10 – 35 % da população, e a avulsão dentária é considerada o tipo mais grave. Os aspectos epidemiológicos e clínicos deste tipo de lesão na dentição permanente foram analisados no Centro Especializado de Traumatismo Dentário (CEMTrau). Uma amostra proveniente da análise de 117 prontuários foi selecionada, no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2013. Observou-se que a prevalência da avulsão ocorreu no gênero masculino (69%) e a maior frequência na faixa etária de 6 a 17 anos (63%), sendo o principal agente causador acidentes ciclísticos (39%). Na maioria dos casos houve avulsão de um elemento dentário (65%), sobressaindo-se os incisivos centrais superiores (69%). A maioria dos elementos dentários foi armazenado em meio seco (22%), com tempo extra bucal de 1-4 horas (11%) e reimplantados (54%). O estado emocional das vítimas e testemunhas, o conhecimento das providências a serem tomadas e o acesso ao serviço odontológico são fatores que influenciam no prognóstico. O meio de armazenamento ideal em casos de avulsão dentária é uma solução que apresente osmolaridade fisiológica, pH neutro e nutrientes essenciais. Os meios alternativos como soro fisiológico, água, saliva humana e leite são frequentemente utilizados pela população, devido ao seu fácil acesso. O soro fisiológico tem osmolaridade e pH adequados, contudo, não apresenta íons fundamentais para sobrevida da célula. A água de torneira e a saliva humana mantêm a hidratação, mas não são indicados, pois contêm contaminação bacteriana, hipotonia, pH e osmolaridade inadequados, o que leva a morte celular. Devido a hipotonia da água, ocorre rápida lise celular. O leite pode ser considerado um meio favorável para o armazenamento, pois é de fácil acesso e diminui o risco de morte celular. Apesar de o leite manter a pressão osmótica das células do ligamento periodontal, este não tem capacidade para restaurar as células lesadas e perde sua eficácia após duas horas. O tempo extra bucal deve ser de preferência até trinta minutos, porém se o reimplante for realizado tardiamente, pode comprometer a sobrevida do dente. Mesmo que o reimplante não seja sempre realizado, é a primeira opção nos casos de avulsão. Os dentes mantidos secos por longo período extra bucal podem ser reimplantados em seu alvéolo, por motivos estéticos e psicológicos. Conclui-se que a prevalência é do gênero masculino, 6 a 17 anos são as idades mais acometidas, acidentes com bicicleta é o principal fator de ocorrência, incisivos centrais superiores são os dentes mais acometidos, a maioria dos dentes foram trazidas em meio seco, tempo extra bucal maior que uma hora, e 54% dos dentes foram reimplantados. Palavras-chave: Levantamento epidemiológico, avulsão dentária, traumatismo ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 294 Odontologia Legal / Saúde Coletiva CARACTERIZAÇÃO DO TABAGISMO ENTRE OS ACADÊMICOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA (UEM) Frida Ariadni Brudach ( [email protected]) Universidade Estadual de Maringá (UEM) Celso Ivam Conegero Miyoko Massago Lincoln Calistro Berro Aproximadamente um bilhão e duzentos milhões de pessoas são consumidoras do tabaco em todo o mundo, destes 4,9 milhões morrem anualmente e mais de um quarto dos que experimentaram este produto tornam-se dependentes do mesmo. O atual estilo de vida dos jovens, influência sobre seus níveis de saúde e qualidade desta forma faz-se necessário o levantamento e o monitoramento dos hábitos de vida, os quais são fatores de risco à saúde nesta população, entre eles o uso do tabaco. Estudos realizados nas escolas da cidade de Maceió demonstraram que os estudantes que experimentaram o cigarro apresentaram 34 vezes mais chances de se tornarem dependentes deste produto. Diante disso, este trabalho objetivou-se caracterizar o hábito tabágico entre os acadêmicos do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no ano de 2015, através da aplicação de 107 questionários, contendo 22 questões objetivas sobre cigarro e narguilé. Os resultados obtidos foram que apesar de 5,0% dos acadêmicos terem se declarado fumantes, nenhum deles era fumante de cigarro, portanto podemos inferir que aqueles que se afirmaram fazer uso de tabaco, provavelmente, consumiam o produto por meio do narguilé. Além disso, verificou-se que apenas 5,7% dos entrevistados afirmaram serem fumantes passivos, indicando que estes acadêmicos vivem em ambientes com baixo índice de fumantes, e todos relataram conhecer os malefícios do tabagismo na saúde. Em relação ao narguilé, 45,7% dos alunos entrevistados afirmaram fazer uso deste dispositivo, sendo que seu uso foi maior entre os homens (80,9%) quando comparado com as mulheres (37,2%), 100% dos acadêmicos consumidores deste produto informaram que começaram a usá-lo entre 15 e 20 anos e todos relataram ter conhecimento sobre os malefícios do consumo do mesmo. Este é um comportamento típico entre os jovens, provavelmente, devido ao fato do corpo ainda ter alta capacidade de regeneração e os efeitos sobre a saúde ainda não terem sido sentidos. Portanto, podemos concluir que apesar de todos acadêmicos entrevistados afirmaram ter conhecimento sobre os malefícios do consumo do tabaco, um número significativo de estudantes (45,7%) são usuários de narguilé, portanto medidas educativas devem ser tomadas para a conscientização dos problemas causados pelo consumo desta substância, que apesar de não serem observadas de imediato poderão ser sentidas no futuro. Palavras-chave: Tabagismo; estudantes; odontologia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 295 ODONTOLOGIA LEGAL IMPRESSÃO DOS LÁBIOS COMO MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO FORENSE Amanda Penha Mathias ([email protected]) - (UEM) Luiz Fernando Lolli Mayra Senise Soda Graziano Isabela Belincanta Antunes Najara Barbosa da Rocha Márcia Cristina da Silva Com a identificação humana, podemos determinar características como idade e gênero através de processos e diligências a fim de determinar a identidade. Existem vários métodos de identificação humana e, muitas vezes, não é possível utilizar aqueles chamados primários, que seriam a dactiloscopia, o estudo da arcada dentária e o exame de DNA. Com isto, formas alternativas são necessárias e dentre estas existe a queiloscopia. Este método estuda as características dos lábios, como espessura e posição dos sulcos e estrias e o registro das impressões deixadas por eles. O objetivo deste trabalho é fazer uma revisão literária sobre o uso da queiloscopia na identificação humana. A queiloscopia respeita os princípios biológicos e técnicos de unicidade, imutabilidade, perenidade, classificabilidade e praticabilidade. Muitas vezes, em cenas de crimes, podem ser encontradas impressões labiais em objetos ou pertences e a literatura descreve que estas podem ser utilizadas através da comparação de registros prévios ou posteriores para a identificação dos envolvidos. Esta comparação pode ser feita de forma tradicional ou utilizando métodos digitais. Para os casos de impressões latentes, onde são deixados ácidos graxos e glândulas sebáceas e salivares, algumas substâncias químicas podem ser empregadas para evidenciar essas marcas, como pó de nitrato de prata e de alumínio. O estudo dos lábios carrega uma extensa quantidade de informações e pode se tornar muito importante para a prática forense. Os estudos mostraram que existe uma variação de padrões em mulheres e homens, o que ajuda na identificação de gênero. Outras comparações mostram que existe uma similaridade nas marcas de pais e filhos, comprovando a hereditariedade. Em casos de gêmeos idênticos, o exame de DNA apresenta limitações, o que não ocorre com as marcas labiais, pois estas são individuais. O interesse científico na aplicação da queiloscopia como forma de identificação humana é recente. No campo forense, esta aplicação pode se mostrar de grande valia para a identificação de suspeitos e vítimas de diversos crimes. Entretanto é necessária a realização de mais pesquisas a fim de investigar a amplitude de contribuição forense do método, principalmente no sentido de desenvolver alternativas de fácil execução e registro de dados. Por fim, os benefícios de seu conhecimento e posterior aplicação são de interesse dos institutos de criminalística. Palavras-chave: Identificação humana, odontologia legal, leitura labial. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 296 ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO SUS SOBRE PRÁTICAS PREVENTIVAS CONTRA A CÁRIE DENTÁRIA: UMA PESQUISA DE OPINIÃO NO ESTADO DO PARANÁ Fernanda Midori Tsuzuki ( [email protected]) - (UEM) Mitsue Fujimaki Camila Fracalossi Galbiati Eraldo Schunk Silva Raquel Sano Suga Terada Renata Pascotto A saúde bucal é essencial para a saúde geral e qualidade de vida da população tanto no âmbito individual quanto coletivo. Abordagens de educação em saúde reduziram até 43% a incidência de cárie nas últimas décadas. A promoção e prevenção em saúde tem sido o grande foco de muitos estudos e ações governamentais para o controle das doenças crônicas, que ainda têm alta prevalência na população. Na Odontologia, a cárie dentária é a doença que mais afeta os indivíduos nos países industrializados. Portanto, a criação de políticas e ações de capacitação e empoderamento para ampliar a conscientização dos profissionais do serviço público à adoção de práticas preventivas é imprescindível. O objetivo deste estudo foi avaliar a percepção dos profissionais atuantes na rede pública sobre as práticas preventivas para o controle da cárie dentária. Esta é uma pesquisa de opinião realizada com profissionais do serviço público do Estado do Paraná, os quais foram convidados a responder um questionário on-line utilizando-se o software REDCap. O questionário foi validado previamente (Kappa variou de 0,34-0,93) e os profissionais tiveram um prazo de 4 semanas para responderem. A amostra total foi de 583 respondentes. A importância das práticas preventivas, o incentivo do gestor para capacitação e o interesse dos profissionais em buscar informações para melhorar o trabalho foram questionados. Os resultados mostraram que 87% dos profissionais têm boa percepção quanto a importância da prevenção em saúde bucal, particularmente com relação à valorização dos procedimentos e materiais preventivos contra a cárie dentária. Quanto ao procedimento que na odontologia necessita de maior investimento dentro do serviço público no Estado do Paraná (2014), 39% dos respondentes apontaram a instrução de higiene oral e 22% a profilaxia. Além disso, 69% dos respondentes apontaram a importância do incentivo dos gestores para a qualificação dos trabalhadores e 61% sobre o interesse pela educação continuada. Mais de 52% percebem a implementação da educação permanente no SUS, o que permite ampliar a visão dos profissionais sobre a importância do serviço e do trabalho que executam, e com isso desenvolver estratégias de ação, que possam transformar as práticas educativas em saúde. Conclui-se que os profissionais entendem a necessidade do trabalho com a prevenção da cárie dentária e têm interesse em receber capacitação para esta prática. Palavras-chave: Cárie Dentária; Saúde Pública; Educação em Saúde Bucal. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 297 SAÚDE COLETIVA INFORMAÇÕES DO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO REALIZADO NO CENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ, PARANÁ Daniele Priscila Guarnier (dani_ [email protected]) Unicesumar Sheila Regina Bernini Polaquini Bruna Caroline Guarnier O objetivo deste trabalho foi analisar os serviços odontológicos do Sistema Único de Saúde, com base na referência para a atenção secundária e verificar o nível de informação dos profissionais de odontologia no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) no município de Maringá, PR identificando as principais causas de encaminhamento. Para a isso, foram coletados dados por meio de questionários não identificados aplicados a todos os cirurgiões dentistas nas 33 Unidades Básicas de Saúde da rede publica do município. O presente trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Unicesumar, sob certificado (CAAE 56329916.1.0000.5539). A taxa de retorno dos questionários foi de 54,4%, a especialidade com maior número de encaminhamentos para o CEO foi a endodontia (61,8 %), sendo que a faixa etária mais preocupada com a saúde bucal foi entre 31 a 50 anos totalizando 56,3%, 80% dos dentistas responderam que o número de profissionais no CEO não é suficiente para atender a demanda por especialidades, já que o principal motivo de encaminhamentos realizados é devido a necessidade de tratamento especializado por se tratar de procedimentos mais complexos. Os principais critérios para encaminhar para especialidade de periodontia são os pacientes que apresentam bolsas maiores que 4 mm (70,9%), e para dentística a complexidade do caso e necessidade de retentores indiretos (60%,) de acordo com os profissionais 100% dos pacientes são orientados a retornarem periodicamente mesmo que sua vaga para o CEO ainda não tenha sido disponibilizada, porém cerca de 60% dos atendimentos realizados no CEO, não são recebidos em contra referência, e após a alta aproximadamente 92,7% dos pacientes são orientados a voltarem após seis meses para reavaliação, 98,1% dos pacientes atendidos na unidade básica de saúde recebem instruções de saúde bucal antes de serem encaminhados e de acordo com todos os dentistas participantes, as formas de prevenção estão sendo trabalhadas na atenção primária. Segundo o Ministério da Saúde, no I Encontro Nacional de Centro de Especialidades Odontológicas e Equipes de saúde bucal da Estratégia Saúde da Família, o tempo de espera por atendimento no serviço especializado se deve a fatores, como demanda reprimida, estrutura inexistente, número de profissionais e organização do serviço. Conclui-se que uma ampliação no CEO no município de Maringá, com a contratação de mais profissionais, seria o ideal para atender os casos encaminhados em menos tempo, otimizando o serviço. Palavras-chave: Especialidades odontológicas, saúde bucal, atenção primária à saúde. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 298 Odontologia Legal/Saúde Coletiva BANCO DE DENTES HUMANOS DO DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA Isabela Regina Grilo Silva ([email protected]) - (UEM) Najara Barbosa da Rocha Raquel Sano Suga Terada Marcos Sérgio Endo O banco de dentes humanos (BDH) do Departamento de Odontologia (DOD) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) trata-se de um núcleo sem fins lucrativos, com a participação de docentes e discentes voluntários, objetivando documentar a procedência e o destino dos dentes humanos extraídos, a fim de suprir as necessidades acadêmicas para o aprendizado dos alunos, para o uso em laboratório e treinamento pré-clínico, bem como o fornecimento de dentes humanos para a pesquisa. Este estudo teve o propósito de relatar a experiência do BDH do DOD-(UEM). O BDH é mantido por meio de doações dos pacientes atendidos na clínica odontológica desta universidade, postos de saúde e outras fontes. O doador ou seu responsável assina o termo de consentimento livre e esclarecido e cede os dentes ao BDH, de maneira ética, visando coibir o comércio ilegal do órgão dentário. O funcionamento do BDH consiste em várias etapas, iniciando pela arrecadação dos dentes, seguido pela manipulação, seleção, preparação e desinfecção, com lavagem prévia dos dentes em água corrente, detergente e escova, e após esse processo realiza-se a raspagem dos dentes para a remoção de restos orgânicos através de curetas periodontais. Assim, os dentes são separados e distribuídos em recipientes identificados em seu respectivo grupo (incisivos, caninos, pré-molares e molares, assim como permanentes e decíduos). O armazenamento dos dentes é feito em água destilada e refrigerados a 4ºC. Os recipientes são identificados com etiquetas contendo o número de dentes, seu grupo e data da última troca da solução de armazenamento. Também é função do BDH distribuir os dentes humanos extraídos, zelar pela eliminação da infecção cruzada, diminuindo o manuseio indiscriminado de dentes extraídos. A captação e a distribuição de dentes humanos extraídos, viabiliza o estudo laboratorial em nível de graduação nas áreas de dentística, endodontia e prótese; e legaliza a doação e o uso do órgão dentário para fins de pesquisas provenientes de projetos de iniciação e de pós-graduação. Diante do exposto, conclui-se que o BDH é de extrema importância para a universidade, valorizando o dente como órgão, além de apoiar o desenvolvimento e o treinamento das atividades pré-clínicas por alunos e possibilitar a execução de trabalhos de pesquisa científica. Palavras-chave: Banco de dentes; Ética; Organização. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 299 ODONTOLOGIA LEGAL REVISÃO LITERÁRIA SOBRE A ANÁLISE DE MORDEDURAS HUMANAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DE AGRESSOR EM CRIME DE LESÃO CORPORAL. Aline Da Rold ([email protected]) Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) Luciana Ferreira Netto A identidade corresponde a diversas características que individualizam uma pessoa, tornando-a distinta das outras e auxiliando na identificação (civil ou criminal). A identificação, por sua vez é um processo utilizado por meio de técnicas elaboradas para se estabelecer a identidade humana. Os arcos dentários possuem grandes peculiaridades que auxiliam no processo de identificação humana no campo da Odontologia Legal. Uma condição possível de identificação são as marcas de mordidas, que podem ser deixadas pelo corpo, em pessoas vivas ou em cadáveres, em objetos ou alimentos, através de impressões causadas pelos dentes, servindo de prova importante no âmbito judiciário, podendo excluir suspeitos, chegando-se mais próximo do culpado. As marcas de mordidas apresentam características importantes como: unicidade (apenas um individuo pode ter), perenidade (capacidade de resistir á ação do tempo) e imutabilidade (não mudam de forma). Em geral, a mordedura é denominada como uma lesão circular ou oval que compreende os dois arcos, em forma de U opostos e simétricos pela aplicação de força dos lábios, língua e dentes sobre uma base passível de deformação causada pelo fechamento da mandíbula no qual ficam os registros dos dentes e suas características. A integridade física de um indivíduo está relacionada á sua saúde e consiste no Direito de ter seu corpo respeitado, quando ocorre um atentado bem sucedido a integridade corporal ou a saúde do ser humano, estaremos diante da lesão corporal que, implica em um crime previsto no artigo 129 do Direito Penal Brasileiro. A lesão corporal deixa vestígios sobre a vítima necessitando de um exame de corpo de delito para detectar as lesões causadas por qualquer ato criminoso, onde se analisa e descreve todas as lesões encontradas por meio de peritos via solicitação judicial, podendo ser realizada em vivo ou cadáveres. O perito vinculado aos órgãos como Instituto de Medicina Legal, Instituto Geral de Perícias ou Instituto de Criminalística, são encarregados pela realização das perícias. Portanto, conclui-se que o presente trabalho tem por objetivo demonstrar a importância sobre o estudo de mordeduras na identificação humana no campo da Odontologia Forense para a resolução de crimes de lesão corporal, expondo todo o processo técnico e legal da investigação. Palavras-chave: Identificação, Lesão Corporal, Mordeduras. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 300 Odontologia Legal/Saúde Coletiva ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA AOS DEPENDENTES QUÍMICOS: RECANTO MUNDO JOVEM Lorena Juliani Aquino Ortega ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Carlos Alberto Herrero de Morais Marcelo Capitânio Newton César Kamei Gustavo Jacobucci Farah O cirurgião dentista é um dos primeiros a detectar os sinais da dependência química, de drogas lícitas à ilícitas, ambas causam danos à cavidade oral, estudos tem mostrado que o álcool é um fator de risco para o desenvolvimento do carcinoma espinocelular e, apesar de seus mecanismos não estarem totalmente esclarecidos sabe-se que a substância cancerígena seria seu metabólito, o acetaldeido. Então, quando drogas ilícitas são utilizadas juntamente com o álcool por exemplo, elas agem de forma sinérgica na agressão aos tecidos orais. Sendo assim, esses indivíduos possuem significativas alterações como xerostomia, CPOD elevado, redução da capacidade tampão da saliva, queilite angular, bruxismo, doença periodontal, halitose e estomatites. E sabendo que a falta de cuidados orais pode piorar ainda mais a situação de sua saúde como um todo, torna-se necessária a atuação na saúde bucal. Porém, devido à estigmas e preconceitos da sociedade, esses dependentes químicos acabam sendo privados do direito à saúde. Então, o projeto da (UEM) “Atendimento Odontológico em Adolescentes Portadores de Dependência Química”, atua no atendimento odontológico a esses indivíduos no Recanto Mundo Jovem, uma comunidade terapêutica, localizada em Iguatemi, no Paraná, com capacidade para até 30 jovens e adultos, que visa a atenção e a reintegração dessas pessoas à sociedade. Esse programa de reabilitação se baseia na tríade trabalho, oração e disciplina e isso inclui atividades coletivas, aconselhamento espiritual, desenvolvimento das relações interpessoais, autoconhecimento e autocrítica e também atendimentos como o odontológico. Portanto, o projeto objetiva a realização dos atendimentos às visitas ao Recanto Mundo jovem, os quais são priorizados pela presença ou não de dor. Atendimentos mais complexos e que necessitam de mais assistência são encaminhados até a clínica Odontológica da (UEM). Tudo isso, gera benefícios aos internos do Recanto bem como geram o aprendizado tanto técnico, como o desenvolvimento de um atendimento diferenciado, possibilitado a geração de um olhar mais humano e a quebra de preconceitos por parte dos alunos. Portanto, É de suma importância para um atendimento ideal, que o profissional rompa a barreira do preconceito, dos estigmas da sociedade e da discriminação, de modo que se compreenda as diferenças no tratamento, atenção e cuidados que o cirurgião dentista deve ter em relação a estes pacientes. Palavras-chave: Drogas Ilícitas, Dependentes Químicos, Odontologia Preventiva. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 301 ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA A CONDIÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL DE UMA COMUNIDADE DE SARANDI-PR E PREVALÊNCIA DA DOENÇA CÁRIE Fernanda Midori Tsuzuki e-mail: [email protected] Instituição: (UEM) )Najara Rocha Barbosa Jéssica Castite Márcia Cristina da Silva Sabrina Noguti Silva Cristiane Muller Calazans A vulnerabilidade social tem sido ressaltado como importante determinante das condições de saúde bucal em crianças. De modo geral, a vulnerabilidade ao agravo está associada à exposição mais intensa aos fatores de risco e à privação social. Nesse sentido, a saúde bucal das crianças, de uma cidade do interior do Paraná no qual a exclusão social é um fator persistente, necessita de atenção. Sarandi é um município do Paraná, com IDH (Índice de desenvolvimento humano) de 0,695, com população de 102.430 habitantes, não possui água de abastecimento público fluoretada, pouco acesso odontológico e programas preventivos de saúde bucal. Neste município é desenvolvido o projeto Pescadores da vida em um bairro carente deste município, que busca resgatar e conscientizar crianças de famílias vulneráveis às situações de risco, mostrando para elas novas perspectivas de vida. O projeto (UEM) na Região do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá tem o intuito de melhorar as condições de saúde bucal dos pacientes de Maringá e toda a região, por meio de ações coletivas que visam a orientação da população quanto à higiene bucal e possíveis doenças que possam acometer a boca. O objetivo deste trabalho foi descrever as atividades de promoção de saúde bucal praticadas pelo Projeto (UEM) na região desenvolvidas no projeto Pescadores da Vida e analisar a prevalência e índice de cárie das crianças acompanhadas. Foi realizado um estudo transversal, com exame clínico bucal em 54 crianças, de 3 a 14 anos. Para diagnóstico da cárie dentária foi utilizado o índice CPO-D ou ceo-d. Foi considerada que a criança tinha experiência de cárie dentária quando o CPO-D ou ceo-d era diferente de 0. A análise estatística incluiu a descrição dos resultados. As atividades desenvolvidas periodicamente, pelos estagiários, docentes e funcionário do projeto (UEM) na região nas crianças no projeto Pescadores da Vida são educação e orientação em saúde bucal, escovação supervisionada, atividades lúdicas como apresentação de teatros, levantamentos epidemiológicos e aplicação tópica de flúor para controle da doença cárie. Os resultados mostraram que esta população teve alta prevalência da doença cárie (n= 48 - 89,9%), ou seja a maioria das crianças apresentavam doença cárie dentária. Apenas 6 crianças (11,1%) estavam livres da doença cárie. Apenas 2 crianças (3,7%) não tinham nenhuma experiência de cárie. Dentre os dentes avaliados, 108 dentes apresentam-se cariados com 32 dentes que apresentam situação crítica, com necessidade de tratamento de endodontia ou exodontia. Conclui-se que as atividades realizadas de educação e promoção de saúde bucal do projeto (UEM) na região são importantes para estas crianças vulneráveis, devido sua alta experiência e prevalência de cárie dentária. Políticas de saúde pública devem ter como prioridade a incorporação de medidas que incentivem os bons hábitos de saúde e a criação de ambientes saudáveis, com vistas a promover a saúde desta população e qualidade de vida. Palavras-chave: cárie dentária, vulnerabilidade social, odontologia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 302 Odontologia Legal/Saúde Coletiva CIGARRO E NARGUILÉ: MUDANÇA DOS PADRÕES DE CONSUMO DO TABACO NO BRASIL Débora de Almeida Bianco ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá Cléverson de Oliveira e Silva Jeniffer Perussolo Bruna Milhomens de Sousa O consumo do tabaco é considerado um dos maiores problemas de saúde pública e está entre os principais fatores de risco das doenças mais letais do mundo. Embora a prevalência do tabagismo tenha reduzido nos últimos anos, um grande número de fumantes ainda persiste em todo o mundo. Isto pode estar associado com a mudança dos padrões de consumo e a crescente popularidade dos diferentes tipos de uso do tabaco, tais como o narguilé. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi investigar a prevalência do uso do cigarro e narguilé, e o grau de dependência à nicotina associada ao cigarro entre estudantes universitários do sul do Brasil. O estudo teve como voluntários estudantes de duas universidades do Sul do Brasil, Universidade Estadual de Maringá (UEM)) e Universidade Ingá (UNINGÁ). Todos os voluntários completaram um questionário auto-administrado sobre cigarro e narguilé. Para aqueles que reportaram fazer uso de cigarro a dependência à nicotina foi avaliada utilizando o teste de Fagerström para dependência a nicotina. Os dados foram submetidos apenas a análise descritiva. Dos 1111 voluntários (53,7% homens, idade média de 22,6 anos), 42% relataram uso de narguilé enquanto apenas 8,8% declararam fumar cigarro. O uso de narguilé foi comum em ambos os sexos (42,4% dos homens e 41,7% das mulheres) e entre os alunos mais jovens, enquanto o uso do cigarro foi predominante entre o sexo masculino (14,4%) e alunos mais velhos. O teste de Fagerström demonstrou que 68,8% dos fumantes de cigarro, apresentam um grau muito baixo de dependência à nicotina. De acordo com o presente estudo o uso de narguilé foi a forma mais prevalente do uso de tabaco entre os participantes. Esses resultados foram semelhantes aos encontrados por outro estudo no Brasil que tiveram uma prevalência de 47% e em estudos realizados na África do Sul, Turquia e Síria. Esta crescente popularidade pode estar associada ao fato de que muitas pessoas acreditam que o narguilé é menos nocivo e apresenta menor risco de dependência do que o cigarro sendo uma alternativa ao seu consumo. Dessa forma, pode-se concluir que o narguilé foi o tipo mais comum de uso do tabaco entre estudantes universitários no sul do Brasil, enquanto o uso do cigarro mostrou-se reduzido. Apesar da existência de indivíduos que fazem o uso da nicotina, a dependência da mesma, nesta população, mostrou-se baixa. Palavras-chave: Narguilé, Cigarro, Prevalência, Dependência à Nicotina ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 303 Odontologia Legal/Saúde Coletiva “COMO INDICAR UM DENTIFRÍCIO?” Paula Gabriela Vieira Chicora ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá - (UEM) Raquel Sano Suga Terada Victor Hugo Fazoli Guidini Giulia de Oliveira Collet Talissa Meyer Garrido É sabido que o controle mecânico do biofilme dentário é o preponderante em relação a qualquer forma de tratamento. No entanto, dentifrícios são também aliados dos profissionais e pacientes por suas ações cosméticas e terapêuticas, bem como a função de motivar o paciente, maximizando a sensação de limpeza. Quanto à composição, dentifrícios possuem componentes básicos, comuns a todas as modalidades, e os chamados agentes terapêuticos: aditivos que têm por finalidade proporcionar prevenção de doenças, melhorias estéticas e de conforto mastigatório. Assim, com tantas substâncias sendo incorporadas as formulações cabe ao profissional cirurgião-dentista o papel de indicar a formulação mais adequada ao perfil do seu paciente, considerando hábitos de autocuidado, acesso financeiro e condição de saúde oral. O trabalho teve como objetivo realizar uma revisão da literatura a respeito dos diferentes dentifrícios presentes no mercado, pontuando suas características funcionais, composição e aspectos comerciais, a fim de elucidar sua correta indicação. Foi realizada uma busca na base de dados PUBMED e Google Acadêmico, no período de 2003-2013. Verificou-se a incorporação das seguintes substâncias: o flúor, um dos primeiros agentes terapêuticos adicionados aos dentifrícios, previne a doença cárie favorecendo a reposição dos minerais perdidos pelos dentes durante o processo cariogênico. O pirofosfato (PPI) tem sido adicionado para atuar na formação do cálculo dentário, retardando o processo de calcificação das placas bacterianas. O Triclosan é o agente antibacteriano de escolha para as formulações dos dentifrícios, devido a sua alta estabilidade química, sendo não reagente com demais componentes da composição e assim desempenhando seu papel como um controlador da formação de placa bacteriana, bem como dos compostos sulfatados voláteis (CSV ), relacionados a halitoses. Nitrato de potássio, arginina e cloreto de estrôncio foram substâncias utilizadas na tentativa de realização do controle químico de hipersensibilidade dentinária, a partir da obliteração dos canalículos. Dentre os componentes básicos, o carbonato de cálcio se destaca servindo como abrasivo, proporcionando a remoção de manchas extrínsecas, resultando em melhora estética. O azul covarinico tem sido acrescentado aos dentifrícios clareadores, tendo por função atuar nas propriedades ópticas dentárias, conforme o aumento de exigência pela estética dos pacientes. Portanto, como a maioria dos dentifrícios conjugam vários desses componentes, compete ao cirurgião-dentista conhecer as indicações dos dentifrícios conforme as necessidades de seus pacientes, promovendo saúde oral e evitando desconfortos estéticos e mastigatórios. Palavras-chave: Dentifrícios, higiene bucal, indicação. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 304 Saúde Coletiva/Odontologia Legal ADAPTAÇÃO DO USO DO MÉTODO DE PROFFIT PARA A IDENTIFICAÇÃO FORENSE Haroldo Luiz Zerbato Junior ( [email protected]) Unicesumar Marcelo Amaral Tamires Priscilla da Silva Albuquerque O presente estudo objetivou a adaptação do uso de um método convencional, denominado método de Proffit, que consiste na determinação das medidas mésio-distais dos dentes sendo os mesmos simétricos para a Antropologia Forense. A adaptação desse método, cuja proposição consiste em trabalhar a favor da Odontologia Legal podendo dar uma estimativa de gênero mesmo quando os dentes apresentarem pequenas diferenças entre si, pois devido à miscigenação racial, a grande maioria da população brasileira não possui os dentes simétricos, o que inviabilizaria a identificação forense através do método convencional. Foram avaliados 30 modelos de gesso de pacientes com o tratamento ortodôntico finalizado, onde por meio de um compasso de ponta seca foram medidas as distâncias mésio-distais de todos os dentes de incisivos à segundo molares das arcadas superiores e inferiores para posterior análise estatística e determinação do dimorfismo sexual. Para o presente estudo os resultados foram obtidos com precisão sendo os mesmos com o intervalo de confiança para o dente d15 (segundo pré molar superior direito) entre 14,18 até 15,38 mm sendo este indivíduo supostamente do gênero feminino e com o intervalo de confiança entre 16,69 até 17,27 mm sendo o indivíduo supostamente do gênero masculino, e para o dente d21 com o intervalo de confiança entre 18,80 até 19,28 mm sendo o indivíduo supostamente do gênero feminino e com o intervalo de confiança entre 20,88 até 21,13 mm o indivíduo será supostamente do gênero masculino. Assim, concluios que: A média mésio-distal dos dentes de indivíduos brasileiros que se submeteram a tratamento ortodôntico foi de: Arcada superior Dente 11 12 13 14 15 16 17 21 22 23 24 25 26 27 Média 19,7 15,32 17,48 16,68 15,83 23,10 23,22 19,75 15,25 17,57 16,88 15,83 23,12 23,10 Arcada Inferior Dente 31 32 33 34 35 36 37 41 42 43 44 45 46 47 Média 12,7 13,42 15,37 16,84 17,14 24,80 24,27 12,52 13,73 15,25 16,69 16,90 24,87 24,32 Com relação ao dimorfismo sexual sugere-se considerar que nos intervalos de confiança para o segundo pré-molar superior direito entre 14,18 até 15,38 mm o indivíduo será supostamente do gênero feminino e com o intervalo de confiança entre 16,69 até 17,27 mm o indivíduo será supostamente do gênero masculino, e para o incisivo central superior esquerdo com o intervalo de confiança entre 18,80 até 19,28 mm o indivíduo será supostamente do gênero feminino e com o intervalo de confiança entre 20,88 até 21,13 mm o indivíduo será supostamente do gênero masculino. Palavras-chave: Odontologia legal; Antropologia forense; Identificação biométrica. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 305 SAÚDE COLETIVA INTERVENÇÃO EDUCACIONAL NO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS COM BASE NA ODONTOLOGIA SUSTENTÁVEL Natalia Binhardi ([email protected]) - (UEM) Silvia Sbeghen Sábio Bruna Milhomens de Souza Rodrigo Lorenzi Poluha Clóvis Lamartine de Moraes Melo Neto Luisa Moura Fialho O desenvolvimento sustentável é aquele capaz de atender os anseios atuais sem comprometer a possibilidade de que as gerações futuras satisfaçam as suas próprias necessidades. O presente trabalho objetivou avaliar o efeito de uma intervenção educacional sobre a classe acadêmica odontológica a respeito do gerenciamento dos resíduos sólidos de saúde e a prática de condutas sustentáveis, e ambicionou mudar atitudes e assim conduzir a comportamentos ambientalmente corretos. Embora a classe odontológica brasileira atualmente ainda se mostre displicente com as questões ambientais, é fundamental a conscientização e a abordagem da temática desde a formação profissional, devido ao grande volume diário de resíduos gerados durantes os atendimentos clínicos. Os resíduos gerados nos serviços odontológicos podem ser biológicos, químicos, perfurocortantes e comuns, por isso, no contexto de preservação ambiental, a classe deve adequar suas atividades para um menor impacto no planeta. Neste estudo as perguntas objetivaram expor o conhecimento e a conduta dos acadêmicos frente a situações clínicas diárias de geração de resíduos, além de incentivar a reflexão sobre o assunto. Foram aplicados questionários, em dois momentos, a respeito dos conhecimentos e atitudes dos acadêmicos. Entre os tempos de avaliação, foram ministradas palestras e diversas ações educativas sobre métodos de gerenciamento e atitudes sustentáveis, também foram colocadas lixeiras plásticas devidamente identificadas nas clínicas da faculdade. Evidenciou-se o déficit na formação dos graduandos sobre o tema, sendo que após a intervenção houve aumento de práticas corretas de destinação dos resíduos gerados durante atividades clínicas. É fundamental o aperfeiçoamento dos acadêmicos, para que possam perceber-se como agentes propulsores de mudanças na natureza e que, com isso, possam contribuir com a sua parcela de responsabilidade ambiental. Esse objetivo pode ser alcançado a partir da fundação de núcleos de sustentabilidade em cada faculdade ou, até mesmo, a criação de uma disciplina acadêmica voltada para métodos que aliem a atividade profissional e preservação da natureza. Conclui-se que a intervenção educacional foi eficaz na contribuição do aprendizado e na mudança do modo de agir, com maior engajamento em atividades sustentáveis, visando modificar condutas clinicas a fim de conquistar uma relação harmônica com o meio ambiente. Palavras-chave: sustentabilidade, meio ambiente, resíduos. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 306 Odontologia Legal/ Saúde Coletiva A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE INTERPROFISSIONAL NA PREVENÇÃO E PROMOÇÃO EM SAÚDE - RELATO DE EXPERIÊNCIA Maria Luiza Barucci Araujo ([email protected]) - (UEM) Maria Aparecida de Moraes Burali Erica Ayumi Hoshino Carolini Gimenez Capaci Larissa Ishizu Juliana Oliveira Valim A educação interprofissional vem se tornando uma modalidade da formação em saúde, capaz de promover o trabalho em equipe integrado e colaborativo entre profissionais de diferentes áreas, enfocando as necessidades da população a fim de melhorar a qualidade da atenção à saúde. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de demonstrar a importância da equipe interprofissional na prevenção e promoção em saúde, a partir de dados da literatura e da experiência na disciplina “Atenção à Saúde II”. Foi realizada uma revisão de literatura, e foram encontrados 7 artigos relacionados ao tema, nas bases de dados Scielo e Google Acadêmico. A educação interprofissional é uma estratégia de ensino que visa a formação de profissionais mais críticos, reflexivos, capazes de trabalhar em equipe e juntamente com outras profissões. A disciplina “Atenção à Saúde II” é uma proposta inovadora e estratégica para a promoção da educação interprofissional, na qual foi implantada na Universidade Estadual de Maringá reunindo sete cursos da área da saúde (Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Medicina, Odontologia e Psicologia). Partindo do conceito de que a saúde vai muito além da ausência de doença, os discentes de vários cursos, promoveram para a população informações sobre cuidado com o corpo e a importância de hábitos saudáveis, por meio de atividades lúdicas e utilização de recursos audiovisuais. Visto que a cárie dentária é um problema de saúde pública, os discentes do curso de odontologia contribuíram com orientações para as crianças sobre a importância da saúde bucal. Tais orientações são mecanismos capazes de reduzir situações de vulnerabilidade da população. A realização destas atividade, em parceria com a Unidade Básica de Saúde, as Agentes Comunitárias de Saúde e com os alunos dos outros cursos, oportunizou a experiência de atuar junto à comunidade, temas que são essenciais para promoção da saúde, não envolvendo apenas uma especialidade, mas a atuação de todos os cursos envolvidos oferecendo uma atenção baseada no princípio da integralidade do SUS. Concluiu-se que a prática interprofissional é de extrema importância para alunos na fase de graduação, pois há a possibilidade destes discentes virem atuar futuramente na saúde pública e esta experiência garante a oportunidade de uma visão mais próxima da realidade social. Palavras-chave: Equipe Interprofissional; Promoção em Saúde; Saúde Bucal. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 307 SAÚDE COLETIVA AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DOS MATERIAIS RESTAURADORES EM UNIDADES DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ Vanessa Naomi Yazaki Ito ([email protected]) UniCesumar Sheila Regina Bernini Polaquini Com finalidade de integrar a odontologia nas redes públicas, o modelo de assistência tem evoluído positivamente, porém encontra-se em constante desafio para atender de forma adequada toda população. Para atingir seus objetivos, a atualização da equipe de profissionais que integram a unidade básica de saúde precisa ser constante para que possam compreender os problemas bucais da população. O objetivo desta pesquisa foi verificar o nível de informação de cirurgiões dentistas sobre a forma de utilização de cada material dentário que se faz presente nas unidades básicas de saúde da cidade de Maringá, PR. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Unicesumar sob certificado CAAE 56333716.7.0000.5539. Foram aplicados 101 questionários não identificados com 16 questões objetivas aos profissionais da área de Odontologia, nas 33 Unidades do Sistema Único de Saúde do Município de Maringá- Pr. Todos os voluntários receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e responderam o questionário sobre o material restaurador mais utilizado em cada unidade, em quais situações cada material é utilizado, sobre proteção pulpar e em relação a sensibilidade pós-operatória. Desses 101 questionários, obteve-se 59% de retorno. Sabendo do apelo estético na população brasileira vêm crescendo a cada dia, a respeito dos dentes, as resinas compostas aparecem em primeiro lugar na escolha de materiais, sendo que 55% dos profissionais utilizam a resina composta na maior parte das restaurações e 12% ainda utilizam amálgama em algumas situações específicas como cavidades extensas em dentes posteriores e 57% deles utiliza o amálgama devido ao risco à cárie. Dentre os profissionais que relataram utilizar a resina composta, 51% disseram fazer o uso deste material mais de cinco vezes por semana em dentes posteriores. Verificou-se ainda que 25% dos profissionais não fazem o uso do verniz cavitário, podendo estar correlacionado com a não utilização do amálgama por estes profissionais, porém alguns utilizam-no como proteção de superfície em restaurações com ionômero de vidro (13%). 17% dos cirurgiões dentistas relataram não saberem a causa da sensibilidade pós-operatória quando esta acontece após os procedimentos restauradores em resina composta. Destes, 31% esperam passar espontaneamente. Em relação a possibilidade de utilização do verniz fluoretado no lugar do verniz cavitário, 12% disseram poder substituir um pelo outro. Em vista disso, sugere-se a realização de atualizações constantes dos profissionais da rede, tanto em relação aos materiais disponíveis quanto em relação ao tipo de procedimento realizado, o que pode interferir na longevidade e sucesso dos tratamentos. Os resultados obtidos na pesquisa podem servir de norteador para realização de palestras específicas sobre a utilização de cada material que os profissionais utilizam nas unidades básicas de saúde. Palavras-chave: SUS, materiais dentários, unidade básica de saúde. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 308 Área: Odontologia Legal ANÁLISE E CLASSIFICAÇÂO RUGOSCÓPICA DE UNIVERSITÁRIOS DA REGIÃO SUL DO BRASIL Roberto Silveira da Silva Greghi ([email protected]) Centro Universitário Cesumar (Unicesumar) Marcelo Augusto Amaral Em situações em que um indivíduo sofre um acidente ou tem o corpo em estado de decomposição, é necessário realizar a identificação do cadáver por meio de métodos para obtenção da identidade biológica, e este ramo de identificação é denominado Antropologia Forense, e existe uma variedade de métodos para tal finalidade. Entretanto, para que a técnica de identificação seja válida e aplicável, esta deve respeitar alguns princípios biológicos e técnicos, como: individualidade ou unicidade, imutabilidade, perenidade, praticabilidade e classificabilidade. No presente trabalho foi utilizado o Método de Rugoscopia Palatina proposto por Ubaldo Carrea (1937). Tem como objetivos: analisar a rugosidade palatina de um grupo de universitários da Região Sul do Brasil; classificar por meio da técnica rugoscópica esta população e verificar a predominância de uma classe dentre as quatro possíveis. Trata-se de um estudo observacional, classificatório e transversal com abordagem quantitativa segundo o método de classificação das rugas do palato. A amostra foi obtida a partir de 30 universitários da graduação em Odontologia do Centro Universitário Cesumar (Unicesumar), após a autorização do sujeito de pesquisa pelo preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta dos dados ocorreu por meio de moldagem com alginato da arcada superior, vazamento de gesso, contorno das rugosidades palatinas com lápis no modelo, e por fim, análise e classificação dos mesmos, e foi realizada por um único pesquisador/observador. Houve uma predominância do gênero feminino (76,6%) em comparação ao gênero masculino (23,4%), indivíduos com faixa etária de 18 a 21 anos (63,3%) e etnia leucoderma (83,3%). Foram encontradas de 6-14 rugas palatinas, sendo encontrados os mais variados formatos: lineares, onduladas, compostas e/ou circulares. Segundo o Sistema de Classificação de Ubaldo Carrea (1937), ocorreu predomínio da Classe do Tipo IV (50%), entre as demais classes avaliadas. Algumas limitações podem ser encontradas no uso da Rugoscopia Palatina, como a presença de rugas complexas e sem uma classificação dentre as existentes, além disso, após a morte, as rugas palatinas desaparecem depois de algum tempo. Conclui-se que a Rugoscopia Palatina é um Método Odonto-Legal aplicável na identificação humana individual, porém, existem limitações que devem ser entendidas e respeitadas. No grupo estudado foi verificado um predomínio da Classe IV de Carrea, e variáveis como gênero, faixa etária e etnia não foram relevantes ao ponto de causarem diferenças significantes na presente pesquisa. Palavras-chave Antropologia Forense; Identificação Biométrica; Palato. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 309 SAUDE COLETIVA UTILIZAÇÃO DO LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO COMO FERRAMENTA DE PLANEJAMENTO PARA ESB NO PSF Isabela Caroline Rocco ([email protected]) Centro Universitário Uningá Suzana Goya Gustavo Barteli Esteves Este estudo teve por objetivo realizar um levantamento epidemiológico como parte do planejamento e da necessidade de estabelecer marcos de acompanhamento e vigilância à saúde de determinada população. Os critérios clínicos baseados no parecer do profissional acerca das estimativas das condições de saúde bucal e necessidades de tratamento foram requerendo maiores informações sobre o nível de morbidade das doenças, amplitude dos problemas a nível bio-psico-social e o impacto que a intervenção poderia causar em determinada comunidade. Os dados epidemiológicos coletados em uma determinada área de abrangência são utilizados para a realização do planejamento de ações em saúde bucal, visando o controle das doenças bucais promovendo saúde e melhorando a qualidade de vida. O objetivo dos levantamentos epidemiológicos não são somente para a obtenção de dados e de informações sobre os fatores etiológicos que afetam a distribuição ou a gravidade das doenças, ou sobre a eficácia clínica dos diferentes procedimentos preventivos e curativos, mas pode ser utilizado para controlar a eficácia geral dos serviços. Ao fornecer um quadro completo das condições e necessidades bucais da população e subsequentemente controlar as mudanças nos níveis ou padrões da doença, permite determinar a adequação e a eficácia dos serviços que estão sendo prestados, direcionando o planejamento, os serviços odontológicos e programas de treinamento de pessoal auxiliar, conforme as necessidades locais Foram verificadas as condições bucais em relação à cárie dentária, doença periodontal, fluorose, uso e necessidade de prótese (edentulismo), lesões bucais relacionadas a avaliação socioeconômica, acesso e utilização de serviços de saúde bucal, autopercepção em saúde bucal da microárea 1 do Programa Saúde da Família 33 da Unidade Básica de Saúde Iguaçu do município de Maringá - PR. Os métodos utilizados seguiram os critérios descritos no manual do SB 2000 (Brasil, 2000). A amostra constituiu-se de 226 famílias. Constatou-se que as pessoas que têm acesso ao tratamento odontológico estão satisfeitos e sentem que houve um bom atendimento, as condições de doença se encontram controladas e a necessidade de prótese é uma realidade para essa comunidade. Houve uma mudança significativa das prioridades do atendimento clínico. As condições de saúde bucal da população estudada demonstram que o perfil epidemiológico está mudando na região o que deve ser acompanhado pelos gestores, para que sejam elaborados os planos de atenção à saúde bucal de maneira adequada à realidade local. Palavras-chave: Epidemiologia, Saúde Bucal, Saúde da família; PSF. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 310 Odontologia Legal/Saúde Coletiva PREVENÇÃO DA CÁRIE DENTÁRIA NA INFÂNCIA: MÉTODOS EMPREGADOS NA ODONTOLOGIA Juliana Oliveira Valim ( [email protected]) Universidade Estadual de Maringá. Mitsue Fujimaki Tânia Harumi Uchida Raquel Sano Suga Terada Ana Cláudia Ramin Silva Maria Luiza Barucci Araújo A cárie dentária é uma doença prevalente, de grande impacto negativo na qualidade de vida das pessoas. Em relação à cárie dentária na infância, existem fatores de risco, como por exemplo, a higiene bucal deficiente, amamentação noturna, elevado consumo de açúcar, contaminação precoce por Streptococcus do grupo mutans e falta de conhecimento dos pais, que propiciam o aparecimento da doença com rápida evolução, prejudicando de maneira severa a saúde bucal das crianças. Apesar do mecanismo de desenvolvimento da cárie e sua prevenção serem conhecidos pela maioria das pessoas, a aquisição de hábitos saudáveis para o controle desta doença apresenta-se difícil. O objetivo deste trabalho foi buscar na literatura estratégias educativas que visem a prevenção da doença cárie na infância. Foram encontrados 12 artigos científicos no Google Acadêmico e Scielo. Após a análise desses artigos, verificou-se que a infância é a fase na qual os métodos preventivos apresentam maior eficácia, uma vez que os hábitos, tanto alimentares quanto higiênicos da criança, ainda estão sendo adquiridos. Foram encontradas as seguintes estratégias: motivação, educação, uso de fluoretos e ações preventivas. A motivação do paciente infantil é realizada por meio de atividades lúdico-educativas para instrução sobre o mecanismo de desenvolvimento da cárie e sua prevenção. É de grande importância que a criança entenda como ocorre o desenvolvimento da doença, e os problemas que ela gera, para que ela tenha consciência dos malefícios e aprenda a prevenir esse processo de maneira correta, portanto a educação tem como objetivo a conscientização sobre a importância da saúde e visa criar hábitos saudáveis de dieta e higienização. Outro importante meio são as ações preventivas coletivas, realizadas principalmente no âmbito escolar e familiar. A família possui um papel muito importante nesse processo, pois é responsável por influenciar e incentivar os hábitos diários da criança. Além disso, o uso de fluoretos visa reduzir a velocidade de progressão da cárie, uma vez que o flúor atua durante os processos de desmineralização e remineralização que ocorrem naturalmente na cavidade bucal. Assim, conclui-se que as estratégias para a prevenção da cárie na infância tem potencial para reduzir os níveis da doença, estimular o autocuidado pelas crianças e famílias. Palavras-chave: Odontologia preventiva, cárie dentária, estratégias de prevenção. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 311 Saúde Coletiva PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM POPULAÇÃO DE CRIANÇAS QUE CONSOMEM ALIMENTOS À BASE DE SOJA Gislaine Stella da Silva Alves ([email protected]) Centro Universitário Cesumar (Unicesumar) Marcelo Augusto Amaral Isabela Cristina Alves Panasol A soja é um alimento que vem sendo muito utilizado na dieta humana, principalmente entre as crianças, devido suas propriedades nutricionais. Porém, o processo de industrialização faz com que a bebida se torne ácida e com alto teor de açúcar. Tais fatores podem prejudicar a saúde da estrutura dos dentes e causar alterações, como desgastes dentários pelo aumento do pH dos derivados de soja e a doença cárie pelo elevado nível de açúcar. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a associação entre o uso frequente da soja e seus derivados e possíveis alterações da condição bucal de escolares de Maringá/PR. Em um estudo transversal foram enviados a 60 escolares de 5 a 7 anos Questionários de Frequência Alimentar (QFA) elaborado por Slater et al. (2003), para que os responsáveis pelos escolares identificassem os tipos de alimentos consumidos (à base de soja ou não) e sua frequência nos últimos seis meses, no mesmo momento do envio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) aos pais via escola. Após devolução dos QFA e TCLE, foi realizado o exame clínico de cárie ceo-d e ceo-s, seguindo as normas da Organização Mundial de Saúde. Para avaliação do desgaste dentário utilizou-se os critérios adaptado de Bartlett et al. (2008). Para análise dos resultados, a amostra foi dividida de acordo com o consumo da soja e faixa etária para permitir a comparação entre os grupos avaliados. A maioria das crianças (98%)de ambos grupos apresentaram desgaste dentário, porém não houve diferença significativa quando comparado os índices de desgaste e ceo-d entre consumidores ou não dos alimentos à base de soja. Para o ceo-s, os consumidores de soja apresentaram em média um acometimento percentual de uma face dentária, enquanto os que não faziam o consumo apresentavam acometimento de meia face, mas não houve diferença exacerbada entre os índices, pois a maioria das crianças faziam o uso esporádico da soja. Quando se observou os escolares que faziam o consumo semanal, verificou-se que 30% aos 5 anos apresentaram desgaste dentário, ceo-d e ceo-s superior à média geral dos investigados neste estudo. Este índice aumentou para 85% quando foram analisados os escolares de 6 e 7 anos. Para o consumo de uma vez ou mais ao dia, 100% dos escolares apresentaram um índice superior aos demais avaliados e maior que aqueles com consumo semanal. Dessa forma, percebeu-se que o aumento da frequência da soja e seus derivados aumentou os riscos de desgastes dentários e que estes estão relacionados também ao tempo de consumo, uma vez que a faixa etária de 5 anos apresentou um desgaste menor que as faixas etárias de 6 e 7 anos. Pode-se notar um quadro de desgaste dentário generalizado entre os escolares avaliados, porém os consumidores dos alimentos de soja apresentaram meia face a mais de chance de acometimento para eventuais lesões não cariosas. Diferente do risco de cárie dentária, que se apresentou de forma relativamente baixa e sem guardar associação ao consumo do alimento analisado nesta pesquisa. Palavras-chave: Alimentos de Soja; Desgaste dos Dentes; Suscetibilidade à Cárie Dentária. . ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 312 SAÚDE COLETIVA IMPACTO DA I SEMANA DE CONTROLE DE INFECÇÃO E BIOSSEGURANÇA NA COMUNIDADE ODONTOLÓGICA DA (UEM) Izabella Giannasi Farah ([email protected]) - (UEM) Najara Barbosa da Rocha Marcos Sérgio Endo Cristiane Muller Callazans Mitsue Fujimaki Odete Correa Antunes de Oliveira A I semana de Controle de Infecção e Biossegurança do Curso de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) ) foi idealizada com objetivo de orientar, educar, conscientizar os acadêmicos, técnicos e docentes do curso de Odontologia sobre a importância do controle de infecção, biossegurança, prevenção e ação em relação aos acidentes de trabalho na Clínica Odontológica da (UEM). Este trabalho objetivou mostrar o impacto desta semana na rotina da comunidade odontológica da (UEM) em relação a biossegurança e controle de infecção. Foi organizada por docentes, funcionários, pós-graduandos e acadêmicos do curso de Odontologia da (UEM), além de convidados externos. As atividades desenvolvidas incluíram envolvimento teórico e prático, que foram: a) capacitação sobre biossegurança, lavagem dos instrumentais e conservação de equipamentos odontológicos; b) oficina sobre prevenção, fluxo e protocolo de acidentes perfuro-cortante na Odontologia da (UEM); c) gastos e descarte de resíduos gerados em saúde; d) esterilização na Odontologia; e) atividade prática aos alunos de graduação e pós-graduação, sob supervisão dos professores e monitores nas etapas de recolhimento, transporte, lavagem e acondicionamento do material utilizado no atendimento clínico. A proposta desta metodologia educativa foi fazer com que os alunos a partir do conteúdo aprendido nas atividades teóricas fossem aplicados em sua rotina clínica. Na primeira atividade sobre lavagem de instrumentais, 122 alunos foram orientados. Na capacitação que foi realizada em dois momentos para que todos os alunos pudessem participar sobre acidentes perfuro-cortantes, descarte de lixo e esterilização, 194 alunos foram instruídos sobre o conteúdo. A atividade prática foi orientada pelos discentes estagiários, funcionários e professores na sala de lavagem de instrumentais e acompanhou ____ alunos na lavagem e acondicionamento dos materiais para esterilização. Foi observado grande interesse por parte dos alunos em relação aos temas apresentados, pois a maioria relatou que não havia conhecimento suficiente sobre o assunto e que era importante para a sua formação profissional; entretanto nos deparamos com uma pequena resistência dos pós-graduandos. Além do mais, houve uma melhora significativa na biossegurança durante a lavagem dos instrumentais verificada durante a atividade prática. Muitos questionamentos surgiram em relação à estrutura física e material de consumo da área de lavagem de instrumentais da clínica odontológica da (UEM) que gera alguns problemas em relação à biossegurança e controle de infecção. Também foi objetivo da semana que os alunos estivessem atualizados com as vacinas obrigatórias para a saúde do trabalhador em saúde. Dos 142 alunos que precisavam mostrar a carteira de vacinação, 67,6% (n=96) apresentaram. Com os resultados foi possível concluir que a semana teve um impacto positivo na comunidade acadêmica e alcançou seus objetivos com êxito em relação a orientação dos alunos sobre biossegurança, controle de infecção e prevenção de acidentes perfuro-cortantes, bem como o controle da imunização dos discentes. Portanto, devido a sua importância, sugere-se que a semana de biossegurança seja realizada anualmente para que haja uma continuidade nas ações direcionadas à prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de ensino, pesquisa e extensão, visando à saúde geral de todos e à preservação do meio ambiente. Palavras-chave: biossegurança, educação em saúde, odontologia. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 313 SAÚDE COLETIVA A FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE VIOLÊNCIA INTERPESSOAL/AUTOPROVOCADA E SUA IMPORTÂNCIA NO MEIO DE TRABALHO Ana Flávia Bolzani de Oliveira ([email protected]); Faculdade de Odontologia, UniCesumar Petek, M.; Davanço, A.L.G.; Lopes, P.A.S.; Faria, G.F.; Botelho, M.P.J.; Pelo mundo todo, a mortalidade por causas externas como violências e acidentes constitui uma das maiores preocupações para chefes de Estado e dirigentes do setor de saúde. No Brasil, tais causas representam a terceira maior causa de morte na população geral e a primeira na população entre 1-49 anos, registrando no período de 2000 a 2013 um total de 1.874.508 óbitos. A violência (e todas as suas formas) é uma horrível realidade que ainda alguns dos profissionais não aceitam, até acabarem se deparando com casos reais em seu ambiente de trabalho, e ao se depararem não sabem o que fazer e quais atitudes tomar. Todo profissional da saúde (não só cirurgiões dentistas) tem a obrigação de notificar ao Ministério da Saúde os casos suspeitos ou confirmados de violência, tanto interpessoal quanto autoprovocada, através da Ficha de Notificação de Violência Interpessoal/Autoprovocada. Este é o primeiro passo para a prevenção da violência e para o auxílio daqueles que sofrem/sofreram pela violência, pois ao preenchermos essa ficha, ela será encaminhada ao setor municipal responsável pela Vigilância Epidemiológica ou Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis para sua digitalização e consolidação de dados e para que a Vigilância Sentinela seja acionada, a qual por meio de pesquisa, amostragens, informações sobre violências e acidentes coletadas em serviços de urgência e emergência, faz a notificação das unidades de saúde e instituições para que qualquer notificação de violência que venha a ser feita sobre essa pessoa avise o Ministério da Saúde, para que atitudes possam ser feitas e essas pessoas ajudadas. Reconhecendo a importância da prevenção de tais acidentes e violências, este trabalho vem com o propósito de elucidar de forma clara a importância do preenchimento desta assim como esclarecer quaisquer dúvidas sobre o modo do seu preenchimento, explicando a importância dos campos a serem preenchidos e a obrigatoriedade ou não do preenchimento de cada um. Também tem o objetivo de demonstrar em quais casos esta ficha deve ser utilizada e de diferenciar os tipos de violência que podem ser feitas pelo seu tipo, meio e motivação, assim como a conduta correta para cada tipo que apareça e os casos especiais nos quais mais procedimentos devem ser feitos e órgãos acionados, como em casos de violências contra crianças, na qual o conselho tutelar deve ser acionado, idosos, índios, entre outros inúmeros casos nos quais o cirurgião-dentista e os demais profissionais da saúde devem estar aptos a ajudar. Enfatizar que, para podermos ajudar as pessoas que necessitam, temos que aprender os meios que temos de dar essa ajuda. Palavras-chave: violência, SINAN, prevenção; ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 314 Odontologia Legal/Saúde Coletiva ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS TRAUMAS FACIAIS RELACIONADOS AO TIPO DE CAPACETE USADO PELOS MOTOCICLISTAS ACIDENTADOS ATENDIDOS PELA EQUIPE DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCOMAXILOFACIAL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ NO PERÍODO DE 2009 A 2014 Sabrina Ferreira Cruz ([email protected]) - (UEM) Gustavo Jacobucci Farah Lafayette Dolphine Grenier Luiz Fernando Lolli O traumatismo facial frequentemente resulta em lesões dos tecidos mole, dos dentes e dos principais componentes do esqueleto da face. O trauma causado por acidentes motociclísticos é um grande problema de saúde pública mundial, especialmente em países em desenvolvimento. Esses acidentes aumentam os custos de saúde relacionados ao tratamento e à reabilitação dos feridos. Com o uso obrigatório do capacete, os traumatismos crânio encefálicos e o risco de morte diminuíram, assim como os gastos dispensados no tratamento destes pacientes. Contudo pouco se sabe sobre a relação entre os tipos de capacetes (aberto, articulado e fechado) e trauma facial em acidentes envolvendo motociclistas. O objetivo deste estudo foi fazer um levantamento epidemiológico relacionando o tipo de trauma facial com o tipo de capacete usado em vítimas atendidas pela equipe de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da Universidade Estadual de Maringá. O presente trabalho consistiu em um estudo epidemiológico observacional e transversal, no qual foram analisados retrospectivamente prontuários de pacientes atendidos pela equipe, no período de janeiro 2009 a dezembro de 2014. Foi adotado como critério de inclusão prontuários cuja etiologia do trauma foi acidente automobilístico envolvendo motocicleta e como critérios de exclusão prontuários sem o preenchimento do tipo do trauma facial sofrido, sem o tipo de capacete utilizado, sem o tratamento instituído e os que não apresentavam a assinatura do paciente no termo de consentimento livre esclarecido, totalizando 253 prontuários. Foram considerados os seguintes aspectos para a análise deste estudo: 1) uso e tipo de capacete de segurança; 2) características do paciente; 3) trauma facial; 4) tratamento instituído. O uso e tipo de capacete foram relacionados com as características do paciente, o trauma facial sofrido e tratamento instituído. Os dados coletados foram transferidos para planilhas do Microsoft Office Excel ®2013 (Microsoft Corporation©, EUA) e EPI INFO 7.0 (CDC, EUA) para a organização tabular. Os resultados mostraram que 92,9% dos pacientes usavam capacete, 91,7% eram do gênero masculino, 58,9% se encontravam na faixa etária de 16 a 30 anos, o trauma de mandíbula foi o mais prevalente 48,6%, a redução cruenta foi realizada em 59,3% dos casos. Predominantemente os pacientes usavam capacete no momento do acidente, eram do gênero masculino e jovens. Traumas na região do terço superior e médio foram mais prevalentes em pacientes que estavam sem capacete e dos que usavam capacete aberto, enquanto que, trauma mandibular foi mais frequente em pacientes que usava o modelo fechado. Palavras-chave: Trauma, acidente de trânsito, motocicleta ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 315 Odontologia Legal/Saúde Coletiva ELABORAÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE DIAGNÓSTICO SOBRE A PREVENÇÃO DA CÁRIE DENTÁRIA ENTRE PROFISSIONAIS DO SUS Camila Fracalossi Galbiati ([email protected]) - (UEM) Mitsue Fujimaki Eraldo Shunk Silva Guilherme Zubatch Raquel Sano Suga Terada Renata Corrêa Pascotto Existe um claro entendimento dos fatores etiológicos, da identificação dos grupos de risco e da importância das medidas preventivas contra a cárie dentária, entretanto, verificamos ainda que as abordagens preventivas no cotidiano dos profissionais não são priorizadas de modo a controlar o desenvolvimento da doença na população. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi elaborar e validar um instrumento de diagnóstico que permita a identificação de fatores que aproximam os profissionais das medidas preventivas contra a cárie dentária, a fim de ampliar as estratégias para a mudança do paradigma atual focado nas práticas curativistas. Um questionário estruturado foi desenvolvido considerando trabalhos das principais bases de dados da literatura como Pubmed, Lilacs, SciELO e Cochrane. Foram encontrados um total de 28 artigos que serviram de suporte, além dos resultados de trabalhos prévios realizados. O questionário foi construído no software REDcap e enviado por e-mail para profissionais da saúde bucal do SUS, compreendendo uma amostra final de 583 respondentes. A confiabilidade interna do instrumento foi avaliada por meio do coeficiente de Kappa. A validação semântica e de conteúdo foram determinadas por pesquisadores especialistas nas áreas de estatística, saúde coletiva e dinâmica de sistemas, para se obter clareza e concisão de cada item do mesmo. Assim, obteve-se como resultado um questionário final contendo 42 questões, subjetivas e objetivas. Além disso, vinte e oito questões permitiram a adição de observações. A reprodutibilidade demonstrou boa confiabilidade dos itens, com coeficiente de Kappa para a maioria dos itens variando no intervalo de intervalo: 0, 34 - 0,93 (de moderada a quase perfeita). A análise fatorial agrupou as questões em cinco tópicos, sendo eles: entendimento da importância da prevenção; autonomia para autoaprendizagem; prática da educação permanente em saúde; formação e capacitação e incentivo do gestor. Conclui-se que as etapas de elaboração e validação do questionário são importantes para a validade e confiabilidade do instrumento diagnóstico, o que tornou possível a identificação de fatores que aproximam os profissionais das práticas preventivas, visando a mudança para um paradigma que busque a autonomia das pessoas para a promoção da saúde por meio da educação em saúde. Palavras-chave: Validação de instrumento diagnóstico; prevenção; saúde bucal. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 316 ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA PERFIL DA VIOLÊNCIA FÍSICA CONTRA MULHERES E DESDOBRAMENTOS NA JUSTIÇA CRIMINAL DE MARINGÁ Mayra Senise Soda Graziano ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Luiz Fernando Lolli Amanda Penha Mathias Isabela Belincanta Antunes Aline Tiemi Watanabe Demetrio Cassia de Almeida Fiorentini A violência é um fenômeno complexo e representa no Brasil um problema de saúde pública tanto pelo impacto negativo que provoca na qualidade de vida das vítimas, quanto pelas implicações nos diferentes cenários, incluindo o jurídico, o econômico, social e o da saúde. Boa parte das agressões físicas contra o sexo feminino envolve região de cabeça e pescoço. No ano 2006 foi promulgada a “Lei Maria da Penha” para subsidiar a gestão da violência contra a mulher, mas são poucos os relatos sobre os desdobramentos criminais das agressões denunciadas. A suspeita de casos de violência contra a mulher é objeto de notificação compulsória às autoridades em todo o território brasileiro, raros são os profissionais que notificam a violência consumada ou presumida. O setor de saúde deveria capacitar seus profissionais para o enfrentamento do problema e para atuarem como agente protetor da sociedade. Este trabalho objetivou verificar a evolução dos casos de violência com acometimento buco-dental de mulheres a partir do registro inicial obtido no Instituto Médico Legal (IML) de Maringá e sua sequência no juizado criminal da Vara da Violência contra a mulher de Maringá. Trata-se de estudo exploratório, quantitativo e descritivo com laudos do IML, eventuais e respectivos processos da justiça criminal. As coletas foram realizadas nas dependências das referidas instituições, por um único examinador treinado. Os dados obtidos foram condicionados em planilhas eletrônicas do Microsoft Excel e processadas de forma descritiva para fins de apresentação neste relatório. O processamento descritivo ocorreu com o auxílio do software EPI-INFO 7.0®. Os resultados demonstraram que houve maior prevalência de boletins de ocorrência para violência contra a mulher nos anos de 2008 (n=410) e 2009 (n=446). Mais da metade das mulheres acometidas tinham idade entre 18 e 40 anos (n= 1.070), sendo violentadas na própria residência (n=964) e por agressores conhecidos (n=1.535). Prevaleceram lesões de edema e equimose (n=728). Aproximadamente 11% dos registros do IML representaram registros na justiça criminal, sendo que aproximadamente 4% consistiam de ações penais contra agressores. O percentual de condenação foi 0,97% da amostra. Conclui-se que foram poucos os casos de violência que evoluíram para o juizado criminal e que a condenação esteve abaixo de 1% dos casos de agressão. Palavras-chave: odontologia legal, violência doméstica, traumatismos faciais. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 317 ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: PERFIL DE CASOS DOCUMENTADOS NO DATASUS PARA O ESTADO DO PARANÁ NO QUINQUÊNIO 2010-2014 Diorezane Mesacasa ([email protected]) - (UEM) Luiz Fernando Lolli Nathália de Albuquerque Sabrina Ferreira Cruz Amanda Meira Saraiva Najara Barbosa da Rocha A violência e seus impactos negativos representam, sobretudo, uma violação aos direitos humanos, permeando as relações interpessoais e com significativa frequência associada ao ambiente familiar. Dentre os indivíduos que apresentam maior vulnerabilidade estão crianças e adolescentes, pois, justamente por estarem na fase de desenvolvimento e crescimento, ficam propensos à perpetuação dos efeitos dessa violação sobre sua saúde, provavelmente com consequências até a idade adulta. Tendo consciência da obrigatoriedade legal que o profissional da saúde tem de notificar casos confirmados ou suspeitos de violência, este trabalho objetivou analisar o perfil da violência praticada contra crianças e adolescentes no Paraná. Assim, foi realizado um estudo quantitativo descritivo e observacional a partir dos dados registrados na base DATASUS, no que tange a informações de saúde epidemiológicas e morbidade, selecionando a opção de doenças e agravos de notificação (SINAN). As variáveis analisadas foram: “sexo” e “faixa etária”, relacionadas com “violência doméstica, sexual e/ou outras violências”. Além disso, foram analisados exclusivamente registros de casos de “violência física” e de “violência sexual”, no período compreendido entre 2010 a 2014. A coleta de dados corresponde ao Estado do Paraná e aos seguintes Municípios: Curitiba, Londrina e Maringá. Para agrupar os dados, foi considerada a recomendação do Ministério da Saúde, cuja faixa etária correspondente a crianças é de 0 a 9 anos de idade, enquanto a adolescência engloba indivíduos de 10 a 19 anos de idade, resultando nos seguintes grupos: gênero feminino de 0 a 9 anos de idade; gênero feminino de 10 a 19 anos de idade; gênero masculino de 0 a 9 anos de idade e gênero masculino de 10 a 19 anos de idade. Os dados foram organizados no programa Microsoft Excel e processados com a utilização do software Bioestat 5.0. A análise estatística foi realizada pelos testes qui-quadrado tabela de contingência C, considerando-se um nível de significância de 1% (p<0,01). No que se refere ao Estado do Paraná, foram encontrados 27.409 casos de violência doméstica, sexual e/ou outras violências, 10.407 casos de violência física e 5.369 de violência sexual, sendo as adolescentes do gênero feminino as maiores vítimas de violência entre os grupos analisados, correspondendo respectivamente a 33,53% dos casos de violência doméstica, sexual e/ou outras violências, 43,51% dos casos de violência física e 51,18% dos casos de violência sexual. Em Curitiba, o gênero masculino de 0 a 9 anos de idade foi o mais acometido por violência doméstica, sexual e/ou outras violências, enquanto, isoladamente para violência física e para violência sexual, as adolescentes do gênero feminino foram as mais afetadas. Em Londrina, para as três variáveis de violência, o grupo atingido compõe-se das adolescentes do gênero feminino. Em Maringá, no que concerne à violência sexual, as adolescentes do gênero feminino foram as mais acometidas. Conclui-se que a violência contra esses grupos vulneráveis é um fato que vem crescendo com o decorrer do tempo e que o perfil do grupo com maior ocorrência para as variáveis de violência analisadas corresponde à faixa etária de 10 a 19 anos de idade do gênero feminino Palavras-chave: violência; crianças e adolescentes; informações de saúde. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 318 SAÚDE COLETIVA O USO DE PORTFÓLIOS NARRATIVOS COMO MÉTODO DE AVALIAÇÃO EM DISCIPLINA INTERPROSSIONAL NA ODONTOLOGIA Amanda Meira Saraiva ([email protected]) - (UEM) Najara Barbosa da Rocha Edson Arpini Miguel Luiz Fernando Lolli Mitsue Fujimaki Rozilda das Neves Alves A disciplina Atenção em Saúde é uma proposta inovadora da Universidade Estadual de Maringá, comum no currículo do primeiro ano de sete cursos da área da saúde: Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Medicina, Odontologia e Psicologia. O estudante é preparado para a prática colaborativa e educação interprofissional no contexto ensino-serviço-comunidade, utilizando a problematização como metodologia de ensino-aprendizagem, baseada no Arco de Maguerez. O aluno é inserido na realidade do serviço público de saúde e ao final da disciplina, como forma de avaliação cognitiva, apresenta um portfólio, que documenta as experiências significativas, fruto de uma seleção pessoal, indicando as experiências adquiridas. Este trabalho objetivou apresentar a análise das narrativas dos discentes de Odontologia contidas nos portfólios, utilizados como método de avaliação da disciplina Atenção em Saúde I, no ano de 2015. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa e análise documental como técnica de investigação. A seleção da amostra foi fechada por saturação, sendo a coleta de dados interrompida quando foi constatado que elementos novos, para subsidiar a teorização, não foram mais encontrados, totalizando assim sete portfólios analisados. Destacaram-se quatro temas centrais nos documentos analisados a partir das narrativas: o uso da metodologia ativa, integração interprofissional, humanização do atendimento à população e contato com as necessidades de saúde da população e serviços públicos. Com a análise dos registros verificou-se que os portfólios tiveram perfil predominantemente narrativo. O aluno relatou a importância do trabalho interprofissional, com benefícios aos trabalhadores e pacientes, e a importância do cirurgião-dentista na equipe de saúde. Constatou-se o conhecimento do aluno sobre o Sistema Único de Saúde, destacando falhas e qualidades, e o reconhecimento sobre a eficácia do modelo ativo de aprendizagem, capaz de formar um profissional melhor capacitado para enfrentar adversidades de maneira positiva. As falas dos alunos indicaram que os objetivos da disciplina em promover educação interprofissional, promoção de práticas colaborativas e aceitação do uso de metodologias ativas foram bem aceitos. Com a análise dos registros, é necessário que nas próximas turmas se dê uma atenção especial para ao desenvolvimento de uma visão mais crítica e reflexiva sobre as atividades realizadas pelos graduandos por meio do portfólio. As narrativas dos alunos sugerem que a promoção de educação interprofissional no contexto colaborativo em saúde e aceitação do uso de metodologias ativas foram alcançados com êxito. Palavras-chave: Odontologia, aprendizado ativo, educação. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 319 ÁREA: SAÚDE COLETIVA A INFLUÊNCIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE BUCAL SOBRE AS DESIGUALDADES EM SAÚDE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA Bruna Paola Martins ([email protected]) Universidade Estadual de Londrina - UEL Fernanda de Freitas Mendonça Fernanda Lobo Fernando Kulaitis Leila Sollberger Jeolás Letícia Ângelo Waleswski Desigualdade em saúde pode ser definida como a disparidade nas condições materiais de vida de determinados grupos, incluindo a distribuição desigual do processo saúde/doença e seus determinantes. Dentre os instrumentos com potencial de superar estas desigualdades e promover melhorias na condição de saúde das populações, têm-se as políticas públicas. O objetivo do presente estudo foi identificar as principais políticas públicas de intervenção em saúde bucal e sistematizar os conhecimentos disponíveis quanto à estas, associando-as às desigualdades existentes em saúde bucal. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática da literatura, utilizando como fontes o Ministério da Saúde/Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a base de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVSalud), empregando os seguintes descritores: Odontologia em Saúde Pública, Políticas Públicas de Saúde, Determinantes Sociais da Saúde e Desigualdades em Saúde. Como resultado, as políticas de intervenção identificadas foram: a fluoretação das águas de abastecimento público, incorporação do atendimento odontológico ao Sistema Único de Saúde (SUS), a inclusão da Equipe de Saúde Bucal (ESB) na Estratégia Saúde da Família (ESF) e a criação da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB). Encontrou-se, também, que as doenças bucais apresentam maiores prevalência e severidade em comunidades cujos indicadores apontam grandes desigualdades sociais. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil 2010) divulgados em 2010 mostram que 18,1% dos brasileiros com idade de 12 anos nunca foi ao dentista. Deste percentual, 26,8% dos indivíduos habitam a região Norte e 25,8%, a região Nordeste. O percentual de brasileiros com 12 anos de idade que nunca foi à uma consulta odontológica na região Sul foi de 9,8%. Ainda segundo a pesquisa, 26% dos indivíduos com 12 anos de idade que procuraram atendimento odontológico na região Norte o fizeram buscando extração dentária. Na região Sul, este percentual foi de 7,7%. Além disso, apenas 19,6% dos atendimentos odontológicos são financiados pelo SUS e 60,6% dos municípios brasileiros realizam a fluoretação das águas de abastecimento público. Conclui-se que as intervenções de saúde pública desempenham um papel importante no combate às desigualdades em saúde. Entretanto, é preciso garantir a universalização destas intervenções, para que não acabem por exercer o efeito indesejável de ampliar ainda mais as desigualdades. Palavras-chave: Odontologia em Saúde Pública. Políticas Públicas de Saúde. Desigualdades em Saúde. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 320 ODONTO LEGAL/SAÚDE COLETIVA LEVANTAMENTOS EPIDEMIOLÓGICOS NO BRASIL: AVALIAÇÃO RETROSPECTIVA DA DOENÇA PERIODONTAL Lucimara Cheles da Silva Franzin - (UEM) Mitsue Fujimaki Josely Emiko Umeda Nathália de Albuquerque Diorezane Mesacasa Os levantamentos epidemiológicos feitos no país produzem dados básicos para o desenvolvimento de programas regionais e nacionais de saúde bucal e a partir dos dados coletados pode-se avaliar ações de saúde e eficácia geral dos serviços. O primeiro inquérito foi realizado em 1986, em 16 capitais brasileiras, com um público composto por crianças, adolescentes, adultos e idosos, obtendo-se dados referentes ‘a cárie dentária, doença periodontal e acesso aos serviços de saúde. O segundo ocorreu em 1996, em 26 capitais e Distrito Federal, abrangendo uma população de 6 a 12 anos de idade, avaliando-se a cárie dentária. O terceiro levantamento epidemiológico, denominado de Projeto Saúde Bucal 2000 – SB 2000 teve por finalidade gerar informações que permitissem avaliar a situação do país quanto ‘as metas em Saúde Bucal para o ano 2000, propostas pela Organização Mundial da Saúde em 1990. Este levantamento avaliou uma população de 108.921 indivíduos, abrangendo 250 municípios e foi concluído no ano de 2003, ficando conhecido como SB 2003. Avaliou as faixas etárias de 12, 18, 35 a 44 e 65 a 74 anos de idade, em relação ‘a cárie dentária, doença periodontal, edentulismo e necessidade de prótese total, acesso aos serviços odontológicos, avaliação socioeconômica, fluorose, má oclusão, traumatismo, alteração de tecido mole e autopercepção em saúde bucal. O ultimo levantamento em saúde bucal realizado no Brasil foi no ano de 2010, compreendendo capitais e Distrito Federal, além do sorteio de algumas cidades do interior e avaliou as mesmas faixas etárias e temas do SB 2003. Esse trabalho tem como objetivo relatar o percentual de indivíduos com doença periodontal entre os anos de 1986, 2003 e 2010 de acordo com o projeto de Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, conhecido como SB Brasil. Foi feita uma pesquisa descritiva através da análise dos dados disponibilizados pelo Projeto SB Brasil nos respectivos anos citados, com enfoque nas condições periodontais da população entre 15 a 74 anos. No período compreendido entre 1986 a 2010, o percentual de indivíduos com doenças periodontais na faixa etária de 15 a 19 anos apresentou uma queda na prevalência da doença, e os indivíduos na faixa etária entre 35 e 74 anos oscilaram entre uma queda na prevalência da doença periodontal e um aumento discreto na prevalência. Nos municípios do interior do Brasil, a menor prevalência da doença periodontal foi observada na região Sul do país (8,4%), enquanto a maior foi observada na região Centro-Oeste (20,0%), sendo mais prevalente entre a população mais idosa, homens, indivíduos negros e naqueles com menor renda e menor escolaridade. Conclui-se a relevância de levantamentos epidemiológicos sobre a doença periodontal como as demais doenças e serviços avaliados, para que sejam aplicados na epidemiologia da saúde bucal, gerando estratégias de intervenção e promoção de saúde. Palavras-chave: Saúde bucal, epidemiologia, doença periodontal ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 321 ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA VIOLENCIA OCULTA CONTRA IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS Mayra Senise Soda Graziano ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá – (UEM) Luiz Fernando Lolli Amanda Penha Mathias Isabela Belincanta Antunes Aline Tiemi Watanabe Demetrio Márcia Cristina da Silva O envelhecimento da população mundial é um fato cada vez mais evidente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o censo de 2010 demonstrou que 10,2% da população brasileira é composta por idosos, são 20.590.597 considerando indivíduos com mais de 60 anos. O envelhecimento da população é verificado pelo aumento expectativa de vida e diminuição da taxa de natalidade. O censo demográfico de 2010 demonstrou que 120 mil idosos (0,58%) residem em domicílios coletivos, incluindo asilos. Este trabalho teve por objetivo investigar possíveis casos de violência oculta praticada contra idosos institucionalizados em associação ao perfil profissional dos respectivos cuidadores. Um estudo transversal qualiquantitativo foi realizado com 35 cuidadores de duas instituições de terceira idade do município de Maringá. Foram utilizados dois instrumentos estruturados, um contendo variáveis de perfil profissional e o outro baseado no questionário “Caregiver Abuse Screen (CASE)” que objetiva avaliar traços ocultos de violência. As variáveis qualitativas foram analisadas por categorização de conteúdos e as quantitativas por estatística descritiva e de associação. As associações consideraram o teste qui quadrado - coeficiente de contingência com um nível de significância de 5% e auxílio do software estatístico Bioestat5.0 . Os resultados demonstraram que predominou a idade entre 20 e 39 anos, a profissão de técnico de enfermagem e profissionais que atuam ha menos de cinco anos nas instituições. Quando os cuidadores foram questionados sobre o que consideram violência a agressão física foi a mais citada (n=27), seguida de agressão verbal (n=20), negligência nos cuidados (n=12) e por fim agressão moral ou abandono (n=6). A rotatividade de funcionários nesse tipo de emprego é relativamente alta. O cuidador deseja mudar de ambiente de trabalho devido aos desgastes físicos e psicológicos em razão da grande demanda de atenção e cuidados. A linha divisória entre a dificuldade de cuidar do idoso e a violência torna-se tênue, principalmente se forem considerados os aspectos “abuso psicológico” e “negligência”. Conclui-se que foi encontrada violência institucional nas vertentes física, verbal e negligência e que o perfil profissional esteve associado a ela. Os técnicos de enfermagem possuíram mais dificuldade em controlar o temperamento dos idosos, os cuidadores formais admitiram menos que possuem dificuldade de realizar o que é necessário e que profissionais de faixa etária acima de 40 anos agrediram mais os idosos. Palavras-chave: Violência. Cuidadores. Maus-tratos ao idoso. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 322 ODONTOLOGIA LEGAL/ SAÚDE COLETIVA CAPACITAÇÃO DA GESTÃO EM SAÚDE BUCAL NO CURSO DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA Nathália de Albuquerque ([email protected]) - (UEM) Mitsue Fujimaki Fernanda Tsuzuki Josely Emiko Umeda Luiz Fernando Lolli Raquel Sano Suga Terada O uso de tecnologias da informação e comunicação (TIC) vem proporcionando uma melhor vivência do processo educativo, estimulando a autonomia no processo de aprendizagem e uma maior socialização do conhecimento. O objetivo deste trabalho é relatar o uso das TIC como ferramenta para a formação de alunos de graduação e pós-graduação em Odontologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), em gestão do SUS em saúde bucal. Este foi um curso semipresencial, que incluiu conteúdos relacionados à gestão estrutural, gestão do cuidado e do trabalho, que sustentam a qualidade da atenção à saúde bucal. Durante a capacitação foram utilizadas as ferramentas do Google para a construção de 6 módulos com as seguintes temáticas: Módulo 1(Acesso a internet e suas Ferramentas de Comunicação e Instrumento de Diagnóstico da Gestão Local); Módulo 2 (Construção das Redes de Atenção, Diagnóstico e Planejamento em Saúde e Avaliação e Sistemas de Informação em Saúde); Módulo 3(Financiamento e orçamento em saúde e Infraestrutura física e materiais); Módulo 4(Estratégia Saúde da Família, Intersetorialidade, Clínica Ampliada e Protocolos); Módulo 5 (Avaliação do desempenho individual do trabalhador e Educação Continuada em Saúde e Trabalho em Equipe Interdisciplinar); Módulo 6(Criatividade, iniciativa, motivação e inovação, Equipe auxiliar e Integração ensino-serviço). O primeiro encontro foi presencial e os 6 módulos à distância, com estudo de conteúdos on-line, preenchimento de exercícios e encontros virtuais semanais para a discussão sobre os temas estudados e trocas de experiências, possibilitando a integração entre os graduandos e pós-graduandos por meio de webconferências desenvolvidas por meio do Google Hangout. Além disso, os alunos elaboraram propostas de intervenção pensando em problemas do cotidiano do trabalho no SUS para a melhoria da gestão e qualidade da atenção. Os alunos apontaram os conteúdos estudados como essenciais para o trabalhador do SUS e demonstraram maior consciência sobre o papel do cirurgião-dentista nas equipes multiprofissionais demonstrando uma atitude positiva e domínio do uso das TIC como instrumento de ensino e aprendizado de forma autônoma e com o entendimento de que a gestão se constrói de forma coletiva com o trabalho em conjunto na busca por uma atenção a saúde bucal integral e resolutiva. Conclui-se que a utilização das TIC pode ser considerada uma estratégia viável para disseminar e construir coletivamente a consciência e responsabilidade para uma gestão compartilhada em função do dinamismo, espaço para estudo, discussão e busca de soluções inovadoras para os problemas complexos do sistema de saúde. Palavras-chave: Gestão, Educação em saúde, Tecnologia da informação. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 323 Saúde Coletiva/Odontologia Legal RELATO DE EXPERIÊNCIA: AÇÕES DO PROJETO SORRIR COM SAÚDE EM CRIANÇAS SOCIOECONOMICAMENTE DESFAVORECIDAS SUSCETÍVEIS À DOENÇA CÁRIE Sabrina Ferreira Cruz ([email protected]) Orientadora: Mitsue Fujimaki Najara Barbosa da Rocha Luiz Fernando Lolli Amanda Meira Saraiva Célia Lúcia Paulino de Andrade Crianças que se encontram num contexto social e economicamente desfavorecido, são consideradas vulneráveis à doença cárie, enfermidade que ainda é um problema de saúde pública no Brasil. No município de Marialva-PR, há o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - “Interarte”, desde 2002, que atende crianças e adolescentes no contraturno escolar, em situações de vulnerabilidade, oferecendo atividades culturais, artísticas e de lazer, que ampliam o conhecimento dessas crianças e adolescentes e melhoram sua autoestima e o convívio familiar. O projeto “Sorrir com Saúde” foi desenvolvido por meio da parceria entre Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Secretaria Municipal de Saúde e Educação do Município de Marialva, propondo ações de promoção de saúde bucal, prevenção e tratamento de doenças bucais em pré-escolares. O objetivo deste trabalho foi relatar a experiência do projeto de extensão “Sorrir com Saúde”, que tem como público-alvo crianças de 3 a 6 anos e descrever as atividades odontológicas curativas e preventivas desenvolvidas. As ações são realizadas pelos residentes da Saúde Coletiva e da Família, orientados por docentes do Departamento de Odontologia da (UEM). Dentre as atividades estão: levantamento epidemiológico; escovação supervisionada; atendimento odontológico no ambiente escolar e avaliações periódicas com toda equipe. Todas as crianças recebem instrução de higiene bucal e passam por escovações supervisionadas semanalmente. São realizadas atividades lúdicas-educativas periodicamente, sobre a saúde bucal e dieta, com apresentação de teatros com fantoches e vídeos didáticos. Foram realizados levantamentos epidemiológicos das lesões de cáries utilizando como critérios de diagnóstico o índice ceo-d (média de dentes cariados, extraídos e obturados) e ICDAS (Sistema Internacional de Detecção e Avaliação de Lesões de Cárie) para classificação de risco e necessidade de tratamento odontológico. Em ambiente escolar, foram realizados os atendimentos odontológicos das crianças que necessitavam, por meio do Tratamento Restaurador Atraumático (ART), técnica baseada na remoção de tecido cariado por meio de instrumentos cortantes manuais e preenchimento das cavidades com ionômero de vidro de alta viscosidade. Para o controle das lesões de cárie iniciais foram realizadas aplicações de verniz fluoretado. Os casos de maior complexidade odontológica foram encaminhados ao serviço municipal de saúde a fim de ser concluído o tratamento. As crianças do Interarte têm pouco acesso ao serviço odontológico apesar da alta prevalência e severidade de cárie. Conclui-se que as ações educativas, de promoção de saúde e curativas desenvolvidas e aplicadas pelo projeto “Sorrir com Saúde” são de fundamental importância para o controle da doença cárie, aquisição de hábitos saudáveis, melhoria da autoestima e melhor qualidade de vida dessas crianças. Descritores: Odontologia, Promoção de Saúde, Saúde Escolar. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 324 SAÚDE COLETIVA AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE FUNCIONÁRIOS DA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE SOBRE ACOLHIMENTO Amanda Meira Saraiva ([email protected]) - (UEM) Najara Barbosa da Rocha Sabrina Ferreira Cruz Ana Tereza Franchin Luiz Fernando Lolli Mitsue Fujimaki A Unidade Básica de Saúde (UBS) é a porta de entrada do usuário no Sistema Único de Saúde (SUS) pela atenção básica. A falta de acolhimento no primeiro contato com a UBS resulta em superlotação e espera na fila por atendimento. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento sobre o acolhimento com classificação de risco dos funcionários de uma Unidade Básica de Saúde do Município de Sarandi-Pr. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, prospectiva, com abordagem quantitativa realizada com funcionários da Unidade Básica de Saúde (UBS) Verão do município de Sarandi-Pr. Foi aplicado, por um entrevistador previamente calibrado, um questionário com dados demográficos e um questionário pré-testado sobre avaliação do acolhimento e classificação de risco. Após a coleta dos dados, os formulários foram digitados e processados no programa Excel e os dados quantitativos analisados, de forma descritiva, no Programa Bioestat. Dos 16 funcionários que participavam do acolhimento da UBS, 43,8% eram agentes comunitárias de saúde, 25% técnicos de enfermagem, 12,5% recepção, 12,5% área administrativa e 6,3% médico de saúde da família. A população era caracterizada por mulheres (81,3%), com idade média de 33 anos, em união estável (62,5%) e com ensino médio completo (56,3%). Os resultados indicaram que a maioria dos funcionários concordou com as vantagens do acolhimento em deixar um ambiente aconchegante (62,5%) e promover conforto ao usuário e acompanhante (56,3%). Em relação ao espaço físico da UBS, a maioria concordou que não é suficiente para realizar o acolhimento (62,5%), nem para acomodar o acompanhante (75%) e a sinalização no ambiente para direcionar o atendimento na UBS não estava clara (75%). A maioria consentiu que não há treinamento para a equipe sobre acolhimento (50%), não conhecem as condutas a serem tomadas para acolher o usuário (50%) e as chefias não discutem com os funcionários mudanças para melhoria da primeira consulta (50%). Os funcionários admitiram que atendiam de forma humanizada o paciente (50%) e que o usuário de baixo risco era informado sobre o tempo provável de espera pelo atendimento (43,75%). Os servidores estavam insatisfeitos com a implantação do acolhimento (43,8%) e ficaram em dúvida se a humanização no atendimento era presente em todas as etapas do atendimento ao usuário na UBS (42,9%). Os funcionários concordaram que a UBS utilize a priorização de pacientes de acordo com a necessidade e não com a ordem de chegada, porém eles discordaram que a UBS privilegie os pacientes graves quando chegam para atendimento (43,75%). Os resultados sugerem que os funcionários mostram disposição em atender o paciente de forma humanizada, porém não há conhecimento, ou este é insuficiente, sobre acolhimento com classificação de risco. Foi verificado que não há apoio e treinamento por parte da coordenação da UBS, bem como falta de estrutura física para o funcionamento adequado do setor de acolhimento. Palavras-chave: Acolhimento, Sistema Único de Saúde, Atenção Primária à Saúde. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 325 SAÚDE COLETIVA TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO (ART): UMA VISÃO CONTEMPORÂNEA Lucimara Cheles da Silva Franzin CENTRO UNIVERSITÁRIO INGÁ- UNINGA Mitsue Fujimaki Nathália de Albuquerque Tania Uchida A cárie dentária apesar dos avanços tecnológicos e científicos da Odontologia apresenta mais de dois terços da população mundial ainda acometida por ela nas diversas fases do ciclo da vida. É uma doença crônica e multifatorial que acomete a estrutura dental, e apesar do declínio dos índices da doença na população infantil, continua sendo o principal problema de saúde bucal em grande parte dos países industrializados, causando dor, complicações estéticas, endodônticas, e em muitos casos a perda precoce do elemento dentário. Em decorrência da doença pode ocorrer distúrbios na fala, problemas no convívio social, comprometendo a qualidade de vida do indivíduo, além de danos físicos devido a traumas na mastigação, dores recorrentes e alterações no padrão alimentar podendo levar a agravos na saúde geral como doenças crônicas, cardiovasculares, má nutrição e obesidade. Ao contrário dos tratamentos invasivos preconizados no passado, o tratamento atual para restaurações em lesões cariosas, é o da mínima intervenção, tendo assim como uma das alternativas, o Tratamento Restaurador Atraumático (ART), técnica que tem por filosofia a associação entre a promoção e a restauração da saúde bucal. Essa técncia privilegia populações com difícil acesso ao dentista, utilizando somente instrumentos manuais e cimento ionômero de vidro. Trata-se de uma abordagem de alta qualidade para qualquer indivíduo, independente de seu status econômico e social. A resolutividade da técnica do ART promove um impacto positivo na redução dos custos do tratamento quando comparado a tratamentos restauradores convencionais, além de ser de fácil execução e eficácia, reduz o tempo clínico, é menos dolorosa e, portanto uma alternativa bastante viável para o uso em Odontopediatria e Saúde Pública. Essa técnica é considerada uma estratégia sólida que tem como base a promoção de saúde e prevenção da doença cárie. Este estudo volta-se para uma revisão da literatura pertinente ao tema ART, visando analisar seu contexto de prevenção e promoção de saúde atuante no problema social cárie dentária e seus impactos na sociedade.Foi realizada uma revisão da literatura, publicada em bases indexadas no período de 2000 à 2015, por meio de bases de dados nacionais e internacionais, PubMed, Scielo, Medline, LILACS e EBSCO. As palavras-chave para busca da literatura foram Tratamento Restaurador Atraumático- Atraumatic Restorative Treatment, Atenção Primária- Primary Care, e Promoção de saúde. Um total de 23 artigos foi selecionado por sua vinculação ao tema Técnica Restauradora Atraumática (ART). Assim, esta revisão permite uma compreensão contemporânea da Técnica Restauradora Atraumática (ART), bastante relevante para o profissional da Odontologia, tanto na área públiuca quanto privada. Palavras-chave: Tratamento Restaurador Atraumático, Promoção de Saúde, Cárie Dentária. ANAIS do XII Conclave Maringaense de Odontologia 326 ANAIS DO XII Conclave Maringaense de Odontologia http://www.cmouem.com.br