Conceitos e Importância da Geografia Econômica Carlos Alexandre Barbosa Sobreira Graduando em Geografia – UFCG/PB [email protected] RESUMO Este estudo procura apresentar uma análise da Geografia Econômica e da Ciência Geográfica, destacando a sua importância nos sistemas econômicos e espaciais. O objetivo é catalogar as principais contribuições teóricas e metodológicas que, no processo histórico, possibilitaram o resultado de um novo campo de estudo do espaço. A metodologia de pesquisa utilizada partiu do estudo dos fatores históricos e da análise conceitual de alguns autores que abordaram a importância da Economia no campo de estudo geográfico. Palavras-Chave Geografia, Economia, Geografia-Econômica, Ciência Econômica. INTRODUÇÃO Este trabalho é uma análise conceitual da Geografia e da Geografia Econômica, abordando a sua importância no estudo do desenvolvimento social e econômico nos padrões de diferenciações espaciais. O objetivo principal é apresentar as contrariedades e as concepções que, no período de crise, possibilitaram uma mudança significativa nas duas ciências. A metodologia de pesquisa utilizada neste trabalho partiu do estudo detalhado, mas não exaustivo dos conceitos da Geografia, fazendo uma relação entre a Economia e o desenvolvimento social, a partir dos resultados da produção econômica no espaço geográfico. A CIÊNCIA GEOGRÁFICA E A GEGRAFIA ECONÔMICA Diversos autores, como Andrade (1998); Torres (2004); Egler (1994); Chorincas (2001); Moreira (1981), na tentativa de buscar um conceito único da Geografia, se depararam com grandes questionamentos. No entanto, não evitou que ela fosse produzida. Para compreendermos a importância da Geografia como Ciência e da Geografia Econômica, é necessário entender os conceitos dessas duas importantes categorias de estudo. Existem várias concepções que dão uma visão ampla do conhecimento da Geografia. As relações sociais, econômicas, políticas, culturais, enfim, os níveis de reprodução do espaço geográfico que movimentam o desenvolvimento e as sociedades, podem definir a evolução epistemológica da Ciência Geográfica e da Ciência Econômica (Moreira, 1981). No período de 1978 e 1979, o pensamento geográfico passou por processos de reformulações. Existia ai uma dificuldade de aceitar tais conceitos formulados sobre a Ciência Geográfica, gerando uma dispersão de vários estudiosos. Autores como Ruy Moreira, Milton Santos, Yves Lacoste, entre outros, sistematizaram a Ciência Geográfica no âmbito socio-espacial (Moreira, 1981). Um fenômeno recente, surgido na segunda metade do século XIX na Alemanha, onde a sucessão de fatores do desenvolvimento sócio-espacial fez da Geografia um importante sistema de estudo do espaço. Ao longo desse processo, o Espaço-Tempo torna-se relevantes na configuração da Ciência Geográfica (Rodrigues, 2008). A Geografia Econômica, nascida da convergência entre a Geografia e a Economia, também passa por mudanças significativas. Essas mudanças são as subdivisões que se sobrepõe de forma individual. A Geografia Econômica esta subdividida em Geografia Agrária, Geografia Industrial, Geografia dos Transportas e Geografia dos Serviços como aponta Andrade (1998). Os processos econômicos impuseram à Ciência Geográfica uma nova direção, uma nova visão dos aspectos espaciais. Para a Geografia, essa nova categoria de análise espacial, provocou uma reação nos objetivos da Geografia, impondo, portanto, uma organização espacial focalizada no desenvolvimento econômico. GEOGRAFIA ECONÔMICA Diz Chorincas (2001) que, a Economia exerce e vai continuar exercendo uma grande influência nas teorias e nas metodologias do desenvolvimento no seio da ciência geográfica. Diferente do estudo da economia de um país, que se utiliza de cálculos matemáticos para entender o mercado de consumo, a Geografia Econômica dedicase exclusivamente ao estudo da situação econômica do espaço geográfico. O foco da Geografia Econômica é a indústria, em razão da produção, da distribuição e da organização espacial das atividades econômicas na Terra (Chorincas, 2001) Segundo Chorincas (2001), a Geografia Econômica é, em poucas palavras, a análise da superfície terrestre em todos os aspectos que interessam do ponto de vista econômico. Os fenômenos econômicos são resultados da dinâmica social, no interesse do desenvolvimento. A esse respeito, notamos a singularidade que compõe as diversas áreas científicas. Entendemos que a Geografia Econômica é uma subdisciplina da Geografia, nascida da amabilidade entre as duas ciências (Chorincas, 2001). As explicações das relações espaciais do mundo econômico, segundo a autora, são de competência do geógrafo-econômico. Para a ciência econômica, as questões de oferta, de procura e de produção, são do seu interesse no estudo da economia do mundo. Os economistas tinham como alvo os fatores de formação de riqueza. Com o desenvolvimento e o crescimento das indústrias no mundo, surge uma política de produção, tornando-se um alimento para uma sociedade altamente consumista (Chorincas, 2001). Ainda, segundo Ayllon Torres (2004), a Geografia Econômica é o estudo das relações do meio e das atividades econômicas. Notamos aqui que para esses autores, os fatores econômicos, são as principais causas para atribuir à Geografia Econômica, diversos conceitos, mas, com o mesmo foco – o estudo da estrutura econômica e espacial. IMPORTÂNCIA DA GEOGRAFIA ECONÔMICA Distante da teorização, a Geografia Econômica cria um cenário onde os momentos históricos permitiram a existência de grandes acontecimentos, como a influência da distribuição das atividades no espaço, como aponta Chorincas (2001). É somente a partir da década de 70 – período da Segunda Guerra Mundial – que a Geografia Econômica começa a firmar os passos na conquista de um corpo científico. A partir de então, a Geografia e a Economia passam a formar um laço de amizade. É através dos processos históricos que a economia do mundo pode ser subentendida como um agente facultativo do comportamento social e econômico (Moreira, 1981). Chorincas (2001) ainda descreve que o desenvolvimento econômico floresce em alguns territórios e outros não, apesar de sua mobilidade tecnológica e financeira. Ainda nessa linha de pensamento sobre a importância da Geografia Econômica apontada pela autora, é bom saber que a Geografia como Ciência passa a dar grande atenção ao estudo dos fatores econômicos em escala de análise mundial. É pelo comportamento espacial dos vários agentes econômicos – consumidor, produtor, descisores públicos e empresariais – que a dimensão e a estrutura interna do espaço podem ser distinguidas através da localização das atividades econômicas por todo o território. Os fenômenos econômicos e geográficos, ao logo da história, possibilitaram uma ascensão da Nova Geografia Econômica. A análise econômica de um País é de extrema importância para a formação de uma política econômica com o papel de desenvolver métodos eficazes para uma visão de perspectivas globais. No entanto, muita coisa ainda está em jogo (Chorincas, 2001). CONCLUSÃO Pretendeu-se neste trabalho apresentar alguns conceitos sobre a Geografia Econômica, bem como a sua importância para o estudo dos fatores geográficos em escala global. Os padrões sociais e econômicos que dão afetividades aos sistemas globais de desenvolvimento, aplicando assim, constantes transformações no espaço geográfico, transcorrem de forma linear no campo de estudo econômico do território. Ao longo deste estudo, utilizamos resultados de uma base de informações que possibilitou a este trabalho uma identificação georeferencial da Nova Geografia Econômica. Os resultados obtidos através deste estudo foram à possibilidade de ter um olhar mais espacial sobre a geografia econômica. Contudo, as constantes transformações ao longo do tempo têm desenvolvido à Geografia a necessidade de tratar as mudanças no espaço de forma profunda e real. Assim, desenvolve os novos meios de estudo como a Geografia Econômica. BIBLIOGRAFIA AYLLON TORRES, Maria Teresa. Geografia Econômica. Disponível http://books.google.fr/books?id=kSToLQEK3XkC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false em: ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia Econômica. 12 ed. São Paulo: Atlas, 1998 CHORINCAS, Joana. Geografia Econômica: encontros e desencontros de uma ciência de encruzilhada. Infogeo, 16/17. Lisboa, Edição Colibri, 2001/2002, pp. 109-122 EGLER, Claudio A. G. Que fazer com a Geografia Econômica neste final de século XXI? Trabalho apresentado no Simpósio Internacional “Lugar sócio-espacial, mundo” (São Paulo, setembro de 1994), publicado nos textos LAGET 5p. 5-12 FRANCHI, João Luiz. A ciência geográfica em evolução. MOREIRA, Ruy. Geografia: Teoria e crítica – O saber posto em questão. 1981 RODRIGUES, Auro de Jesus, 1966 – Geografia: introdução à ciência geográfica. São Paulo: Avercamp, 2008