1 2 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica EDITORIAL Revista ABRO: informação e atualização A Revista da ABRO tem como alvo principal o nosso associado. Assim, instituiu-se a sessão Atualização, em que renomados professores da Radiologia Odontológica Brasileira, gentilmente atendendo nosso convite, estão contribuindo para que os profissionais clínicos tenham acesso mais fácil a temas atuais de Radiologia. Contamos com a valiosa contribuição do Prof. Dr. Israel Chilvarquer no número anterior, que comentou sobre o tema Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico. Neste número, o Prof. Dr. Paulo Sérgio Flores Campos, nos presenteia com um brilhante artigo sobre Articulação Temporomandibular, que devido à complexidade do tema será dividido em duas partes. Também divulgamos os resumos dos trabalhos apresentados durante a XV Jornada, realizada no Rio de Janeiro. À frente de mais uma edição da Revista da ABRO, temos que agradecer aos profissionais que compreenderam a importância de publicarem suas pesquisas e casos clínicos na nossa revista; aos nossos consultores científicos que prontamente tem nos atendido; e aos nossos patrocinadores por, juntamente com a Associação Brasileira de Radiologia Odontológica, proporcionarem mais uma fonte de informação aos nossos associados. Profa. Dra. Solange Maria de Almeida Editora EXPEDIENTE Revista da ABRO – órgão de divulgação científica da Associação Brasileira de Radiologia Odontológica (www.abro.org.br), que tem como objetivo a publicação de artigos de pesquisa básica e aplicada, artigos de atualização e casos clínicos no campo da Radiologia Odontológica. Distribuída gratuitamente aos associados, faculdades de Odontologia e associações cadastradas na ABRO. O título abreviado do periódico é Rev ABRO. Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Presidente Dr. Manoel Perboyre Gomes Castelo Vice-Presidente Dra. Marta Suzana Holanda de Sá 1º Tesoureiro Dr. Perboyre Gomes Castelo Júnior 2º Tesoureiro Dr. José Osmar Vasconcelos Filho 1º Secretário Dra. Sandra Régia Albuquerque Ximenes 2º Secretário Dr. Lúcio Mitsuo Kurita Conselho fiscal Titulares Dr. Frab Norberto Bóscolo Dr. João Batista Sobrinho do Nascimento Neto Dr. José Ribamar de Azevedo Suplentes Dr. Mike Bueno Dra. Luciane Farias de Araújo Dr. Paulo Sérgio Flores Campos Corpo Editorial Editor responsável Solange Maria de Almeida - FOP/UNICAMP [email protected] Editores Associados Frab Norberto Bóscolo – FOP/UNICAMP Francisco Haiter Neto – FOP/UNICAMP Paulo Sérgio Flores Campos – FO/UFBA Consultores Científicos Benjamin Martinez Rondanelli – Universidad Mayor (Chile) Claúdio Costa – FO/USP Elismauro Francisco de Mendonça – FO/UFGO Emiko Saito Arita – FO/USP Fabrício Mesquita Tuji – FO/UFPA Fernando Henrique Westphalen – PUC/PR Flávio Ricardo Manzi – PUC/MG Gulnara Scaf – FOA/UNESP Israel Chilvarquer – FO/USP Isabel Regina Fischer Rubira Bullen – FOB/USP Jane Luiza Freire Matos – FO/UFBA João Batista Sobrinho do Nascimento Neto – FOP/PE Júlio César de Melo Castilho – FOSJC/UNESP Karina Lopes Devito – FO/UFJF Marcelo de Gusmão Paraíso Cavalcante – FO/USP Márcia Rejane Brucker – FOP/PE Márcio Correa – FO/UFSC Maria Luiza dos Anjos Pontual – FO/UFPA Maria Eli Leonelli de Moraes – FOSJC/UNESP Marlene Fenyo Pereira – FO/USP Melissa Feres Damian – FO/UFPEL Monica Costa Armond – UNINCOR/MG Murilo José Nunes de Abreu Junior – FO/UFSC Nilson Pena Segundo Neto - FO/UFBA Plauto Christopher Aranha Watanabe – FORP/USP Rejane Faria Ribeiro Rotta – FO/UFGO Rívea Inês Ferreira – UNICID/SP Sérgio L. P. de Castro Lopes – FO/UFPEL Vânia Regina Camargo Fontanella – ULBRA-FO/UFRS Jornalista Responsável Fabiana Maria Groppo (MTB: 31.280) Editoração Miriam Miranda Impressão Gráfica Riopedrense Tiragem 1.000 exemplares Os conceitos e opiniões contidos neste veículo são de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es), não expressando, a priori, os interesses da ABRO. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo sem a devida autorização. Contato: [email protected] 3 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica SUMÁRIO 4 05 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR - ANATOMIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM (PARTE I) Temporomandibular Joint: Anatomy and Imaging Diagnosis (Part I) Paulo Sérgio Flores CAMPOS, José Aderval ARAGÃO, Francisco Prado REIS. 11 AVALIAÇÃO DA DENSIDADE ÓSSEA RADIOGRÁFICA DE RATOS SUBMETIDOS À CASTRAÇÃO UTILIZANDO IMAGENS DIGITAIS Evaluation of the radiographic bone density of rats submitted to the castration using digital images Mari Eli Leonelli de MORAES, Paula Cristina SERI, Carola Gómez ÁGREDA, Luiz Cesar de MORAES, Edmundo MEDICI FILHO, Julio Cezar de Melo CASTILHO. 17 OSTEOPETROSE: COMPLICAÇÕES ORAIS E ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DE INTERESSE EM ODONTOLOGIA Osteopetrosis: oral complications and radiographic aspects of interest to Dentistry Viviane BURGOS, Frederico Sampaio NEVES, Ieda CRUSOÉ – REBELLO, Paulo Sérgio Flores CAMPOS. 21 AVALIAÇÃO DE DIFERENTES INCIDÊNCIAS DA TÉCNICA DA BISSETRIZ NA DISTORÇÃO DA IMAGEM RADIOGRÁFICA PERIAPICAL Evaluation of different incidence in the bisecting angle technique in the periapical radiographic distortion Ellen Gaby NEVES, Maria de Paula CALDAS, Danna Mota MOREIRA, Juliana Dias DUTRA, Frab Norberto BÓSCOLO. 25 AVALIAÇÃO DA CORTICAL ÓSSEA DO FÊMUR DE RATAS MEDICADAS COM CORTICÓIDE E BIFOSFONATO Assessment of the femoral cortical in female rats medicated with corticosteroid and biphosphonate Celia Regina Winck MAHL, Kilian CHRISTMANN, Vania Regina Camargo FONTANELLA. 29 ESTUDO COMPARATIVO DA DISTORÇÃO VERTICAL ENTRE RADIOGRAFIAS DE DIAGNÓSTICO, ODONTOMETRIA E OBTURAÇÃO FINAL EM DENTES TRATADOS ENDODONTICAMENTE A comparative study among the diagnosis of periapical radiography, odontometry and final obturation with teeth in endodontic treatment Marina Sant’Ana GAZOLLA, Mônica Costa ARMOND, Virginia Kelma dos Santos SILVA, Rodrigo GENEROSO. 34 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS RADIOGRAFIAS CEFALOMÉTRICAS LATERAIS DE UM SERVIÇO DE RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA Evaluation of lateral cephalometric radiograph quality performed in a radiological dental office Daniela Pita de MELO, Flávia Maria de Moraes RAMOS, Andréa dos Anjos PONTUAL, Luciana AGUIAR, Paulo Sérgio Flores CAMPOS. 38 PREVALÊNCIA DE ANOMALIAS DENTÁRIAS EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Prevalence of development dental anomalies in patients undergoing dental treatment Betania Fachetti RIBEIRO, Déborah Paraíso Pitta IGLESIAS, Cristina Ruan Ferreira de ARAÚJO, Alexandre Pinto MAIA, Ana Miryam Costa de MEDEIROS. 42 CLINIC AND RADIOGRAPHIC FINDINGS OF AN UNUSUAL TEETH ROOT THICKNESS: CASE REPORT Achados clínicos e radiográficos de espessamento incomum em raízes dentais: Relato de caso Virgílio Moreira RORIZ, Jerry BORGES, Raphael Navarro AQUILINO, Nayene Leocádia Manzutti EID. 45 XV JORNADA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA - RESUMOS DE TRABALHOS - APRESENTAÇÃO ORAL 51 XV JORNADA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA - RESUMOS DE TRABALHOS - PAINÉIS Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica ATUALIZAÇÃO ARTICULAÇÃO TEMPOR OMANDIBULAR - ANA TOMIA E TEMPOROMANDIBULAR ANAT DIA GNÓSTICO POR IMA GEM (P ARTE I) DIAGNÓSTICO IMAGEM (PARTE Temporomandibular Joint: Anatomy and Imaging Diagnosis (Part I) Paulo Sérgio Flores CAMPOS1, José Aderval ARAGÃO2, Francisco Prado REIS3 1 Professor Associado de Radiologia da FO-UFBA, Professor Participante do Programa de Pós-Graduação em Radiologia da FOP-UNICAMP, Livre-Docente em Radiologia pela FO-USP 2 Mestre em Morfologia, Professor de Anatomia Humana da Universidade Tiradentes, Professor de Anatomia Humana, Departamento de Morfologia da Universidade Federal de Sergipe 3 Doutor em Morfologia, Professor Titular de Neuroanatomia da Universidade Tiradentes. RESUMO Discorremos, nesta primeira parte do nosso trabalho, sobre o desenvolvimento, a anatomia e os aspectos funcionais da articulação temporomandibular. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia; Articulação temporomandibular; Disco da articulação temporomandibular. INTRODUÇÃO Embora seja um centro de ossificação endocondral e tenha origem no primeiro arco branquial (arco faríngeo ou mandibular), o côndilo (cabeça da mandibula) não se desenvolve a partitr da extremidade cranial da cartilagem de Meckel, e sim de um blastema lateral a esta. Em verdade, forma-se primeiro o blastema que dará origem ao componente temporal (que se ossifica primeiro), para em seguida ocorrer a diferenciação das células que darão origem ao côndilo vindo este a ossificar-se subsequentemente. Surge então o espaço articular inferior, para depois surgir o espaço articular superior. Entre os espaços articulares diferencia-se o blastema que dará origem ao músculo pterigóideo lateral. O desenvolvimento estrutural e funcional dos componentes ósseos articulares (côndilo mandibular e componente articular temporal - fossa mandibular e eminência articular) determinarão, então, a diferenciação deste segmento de tecido muscular em disco articular. A articulação temporomandibular (ATM) é uma articulação sinovial de difícil enquadramento, sendo, ante a forma das suas superfícies articulares e complexidade dos seus movimentos biaxiais, melhor considerada como gínglimoartrodial ou, o que vem a ser o mesmo, gínglimo-deslizante. Gínglimo devido à rotação do côndilo contra fossa mandibular, num primeiro momento, e deslizante devido à translação condilar ao longo da sinuosa superfície articular do temporal, num segundo momento da abertura de boca. Em verdade, a ATM é, dentre as articulações do corpo humano, uma das que apresentam o mais amplo movimento de deslizamento. A ATM é também peculiar por ser uma das poucas articulações sinoviais cujas superfícies ósseas articulares são cobertas por tecido fibroso, e não cartilaginoso. Ademais, a ATM é a nossa única articulação sinovial bilateral que trabalha como apenas uma unidade funcional. Rev ABRO. 2008; 9(2): 5-10 COMPONENTES ÓSSEOS ARTICULARES De formato elipsóide, o côndilo mandibular exibe dimensão látero-lateral de 2cm, em média, enquanto a sua dimensão ântero-posterior média é de 1cm. Numa vista axial, o côndilo mostra polos não-alinhados, ou seja, o seu eixo maior não é perpendicular ao plano sagital mediano, isto porque o polo lateral posiciona-se mais anteriormente que o polo medial. Deste modo, o prolongamento do eixo maior do côndilo forma, in vivo, com o plano coronal um ângulo de aproximadamente 20o, denominado ângulo horizontal do côndilo. Numa vista coronal, o côndilo pode apresentar, em ordem decrescente de frequência, formato convexo, plano, angulado ou arredondado, sendo este mais frequente em crianças. O componente articular temporal faz parte da porção escamosa do osso temporal. A fossa mandibular apresenta profundidade média de 7mm, tomando-se como referência o vértice da eminência articular. De lateral a medial e de posterior para anterior, limitando posteriormente a fossa mandibular, encontramos a fissura petro-timpânica. Atrás da fissura petrotimpânica temos a parede anterior da porção timpânica do osso temporal, e limitando medialmente a fossa mandibular encontramos a espinha do osso esfenóide. A vertente anterior da fossa mandibular corresponde à vertente posterior da eminência articular que, a partir do seu vértice, apresentanos a sua vertente anterior. Lateralmente à eminência articular encontramos a raiz do processo zigomático do osso temporal que, com o processo temporal do osso zigomático, vem a constituir o arco zigomático. TECIDOS MOLES INTRA-ARTICULARES A cobertura de tecido mole das superfícies ósseas articulares, além de fibrosa, não mostra espessura uniforme, quer para o côndilo, quer para o componente temporal. Caracteristicamente, o tecido mole de cobertura articular 5 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica apresenta-se mais espesso nas áreas sujeitas a maior carga funcional, a saber: vertentes ântero-superior do côndilo e póstero-inferior da eminência articular (fig. 1). da banda posterior do disco alinha-se ou posiciona-se ligeiramente anterior ao vértice do côndilo, com a zona intermediária interposta aos contornos anterior do côndilo e póstero-inferior da eminência articular (fig. 3). Numa vista coronal, boca fechada, o disco assenta-se entre os polos condilares (fig. 4). Fig. 1. Áreas de maior espessura da cobertura de tecido mole articular. Interposto às superfícies ósseas articulares temos o disco articular, estrutura fibrosa, não-inervada e não-vascularizada, que, numa vista sagital, exibe uma banda posterior espessa, uma zona intermediária fina e uma banda anterior também espessa, sendo a banda posterior mais espessa que a anterior (fig. 2). Em boca fechada e ainda numa vista sagital, a margem Fig. 3. Vista sagital da relação entre disco e componentes ósseos, em boca fechada, com os componentes articulares justarrelacionados, à direita, e ligeiramente dissociados, à esquerda. Fig. 4. Vista coronal da relação entre disco e componentes ósseos, em boca fechada. Fig. 2. Configuração do disco aricular, com as bandas espessas e a zona fina intermediária. 6 O disco divide a cavidade articular em dois espaços absolutamente isolados entre si: espaço articular superior e Rev ABRO. 2008; 9(2): 5-10 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica espaço articular inferior. O espaço articular superior, mais amplo, estende-se deste a vertente anterior da eminência articular até a fissura petro-timpânica, enquanto o espaço articular inferior distribui-se em torno do côndilo (fig. 5). Ambos os espaços apresentam um recesso anterior e outro posterior. Fig. 6. Fixações anterior e posterior do disco articular. Notar o detalhe dos vasos que caracterizam o triângulo vascular. Fig. 5. Vista sagital dos espaços articulares: espaço articular superior (EAS), disco (D), espaço articular inferior (EAI) e côndilo (C). Fixando o disco à capsula e aos componentes ósseos, temos os ligamentos discais, que preservam a relação anátomo-funcional entre os componentes articulares. Os ligamentos lateral e medial (ligamentos colaterais) fixam o disco, simultaneamente, aos correspondentes polos condilares e à cápsula articular. O ligamento anterior do disco prende a sua banda anterior unicamente à cápsula. O ligamento posterior do disco liga, através da sua lâmina inferior, a banda discal posterior ao contorno posterior do côndilo, ao passo que a lâmina superior do ligamento prende a mesma banda posterior ao componente temporal, no ponto em que também se insere a cápsula articular, ou seja, na margem anterior da sutura petro-timpânica. Entre as lâminas ligamentares encontramos uma profusa trama vascular (triângulo vascular), gordura e fibras nervosas, que, em conjunto, caracterizam o que chamamos de coxim retrodiscal (fig. 6). A lâmina superior do ligamento posterior, ao contrário dos outros ligamentos discais constituídos de fibras colágenas, é composta de fibras elásticas, o que lhe permite exercer a função de leva-e-traz, conduzindo o deslizamento do disco entre os componentes ósseos articulares quando do movimento de abertura e fechamento de boca. Ao conjunto lâmina superior-coxim retrodiscal-lâmina inferior do ligamento posterior do disco dá-se o nome de zona bilaminar. Rev ABRO. 2008; 9(2): 5-10 CÁPSULA ARTICULAR A cápsula apresenta duas camadas: uma externa (estrato fibroso) e outra interna (estrato sinovial). O estrato fibroso é constituído de tecido conjuntivo, e portanto resistente à distensão. Para permitir os complexos movimentos condilares, a metade supra-discal da cápsula é composta de fibras colágenas e elásticas, sobretudo anterior e posteriormente, enquanto a metade infra-discal é composta unicamente de fibras colágenas. O estrato sinovial, que pode ainda ser subdividido em camada celular íntima e camada vascular sub-íntima, tem a função de produzir o líquido sinovial, um composto de proteinaácido hialurônico e poucos glicosaminoglicanos responsável pela lubrificação das superfícies articulares e, aparentemente, responsável também por nutrir as estruturas não-irrigadas da articulação e remover produtos de degradação do metabolismo do ambiente articular. No temporal, a cápsula insere-se ao longo da margem anterior da sutura petro-timpânica, atrás, na vertente anterior da eminência articular, à frente, na base da espinha do osso esfenóide, medialmente, e no tubérculo articular e processo zigomático do temporal, lateralmente. A inserção caudal da cápsula ocorre no colo do processo condilar, posterior, lateral e medialmente (sendo a inserção medial mais alta que a lateral), e no contorno da superfície articular, anteriormente. Deste modo, a cápsula articular exibe a forma de cone invertido. Em íntima relação com a superfície externa e lateral da cápsula, temos o ligamento temporomandibular ou ligamento lateral, que apresenta dois feixes. O mais superficial fixa-se à face lateral da eminência articular e à face lateral do colo do processo condilar, direciona-se de anterior para posterior (de cima para baixo) e limita sobretudo o deslocamento inferior do 7 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica côndilo. O mais profundo fixa-se à face lateral da eminência articular e ao polo lateral côndilo, tem a mesma orientação (de anterior para posterior e de cima para baixo), embora mais horizontal, e limita principalmente o deslocamento posterior do côndilo. Assim, o ligamento temporomandibular afigura-se um reforço estrutural, prevenindo a exagerada distensão e conseqüente rompimento da cápsula articular. LIGAMENTOS ACESSÓRIOS DA ATM Não diretamente relacionados às estruturas articulares, mas limitando e estabilizando os movimentos mandibulares, temos o ligamento esfeno-mandibular, da espinha do osso esfenóide, superiormente, à língula e entorno do forame mandibular, inferiormente; e o ligamento estilo-mandibular, do processo estilóide do osso temporal, superiormente, à margem posterior do ramo ascendente, na altura do ângulo da mandíbula, inferiormente. MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS Os músculos considerados estritamente mastigatórios são o temporal, o masseter, o pterigóideo medial e o pterigóideo lateral, muito embora os músculos pós-cervicais, infra-hióideos e supra-hióideos, sobretudo estes, estejam envolvidos na mastigação. O músculo temporal, com suas fibras de distinta orientação (verticais e algo horizontais), tem origem na superfície lateral da crânio, superiormente, e insere-se, inferiormente, no processo coronóide da mandíbula. As fibras verticais do temporal trabalham no movimento de fechamento de boca (elevação da mandíbula), enquanto as fibras horizontais são ativas no movimento de retrusão e ipsilateralidade mandibular. O músculo masseter é composto por um feixe superficial e um feixe profundo. O feixe superficial origina-se no processo zigomático da maxila e na borda inferior dos 2/3 anteriores do arco zigomático, e dirige-se para inferior e para posterior, para inserir-se na face lateral e mais inferior do ramo ascendente e no ângulo da mandíbula. O feixe profundo, de orientação mais vertical e ligeiramente ínfero-anterior, tem origem na face medial e na borda inferior do terço posterior do arco zigomático, e inserese na face lateral e num segmento mais superior do ramo ascendente da mandíbula. Ambos os feixes do masseter atuam no movimento de elevação da mandíbula (fechamento de boca). O músculo pterogóideo medial origina-se na superfície medial da lâmina lateral do processo pterigóide do osso esfenóide e, dirigindo-se para inferior e para posterior, inserese na tuberosidade pterigóidea do ramo ascendente, medialmente. Assim como o masseter, o pterigoideo medial trabalha no movimento de fechamento de boca. Um segundo feixe do pterigóideo medial, menor, superficial e de pouca importância funcional, tem origem na tuberosidade da maxila e no processo piramidal do osso palatino, para inserir-se no mesmo ponto do feixe profundo e maior. O músculo pterigóideo lateral apresenta um feixe superior e outro inferior. O feixe superior, menos volumoso, origina-se 8 na crista infra-temporal da asa maior do osso esfenóide, mostra direção inferior, posterior e lateral, e tem-se que a maioria de suas fibras insere-se na fóvea pterigóidea, com uma pequena parte inserindo-se na porção ântero-lateral do disco, através da cápsula articular. Em um nosso trabalho de dissecação, entretanto, temos percebido uma substancial inserção de fibras do feixe superior na superfície anterior da cápsula articular. Admite-se que este feixe atue no movimento de elevação da mandíbula. O feixe inferior origina-se na superfície lateral da lâmina lateral do processo pterigóide do osso esfenóide tem direção superior, posterior e lateral, e inserir-se na fóvea pterigóidea, imediatamente abaixo da inserção condilar anterior da cápsula articular. A ação do feixe inferior determina a protrusão da mandíbula e, ao contrário do feixe superior, a abertura de boca (depressão da mandíbula), contribuindo de maneira principal para este movimento os músculos supra-hióideos. O feixe inferior também determina a contralateralidade, ou seja, movimenta a mandíbula para o lado oposto, quando acionado. INERVAÇÃO DA ATM O ramo mandibular do nervo trigêmeo (V par craniano) é o responsável pela inervação sensorial da ATM, enquanto a inervação dos músculos mastigatórios é proporcionada pela raiz motora do mesmo par craniano. Do ramo mandibular tem origem o nervo aurículo-temporal, que inerva a maior parte da articulação, e os nervos massetérico e temporal profundo posterior, que inervam áreas menores da ATM. Quatro são os tipos de terminações nervosas encontradas na ATM: corpúsculos de Ruffini (tipo I), corpúsculos de VaterPacini (tipo II), órgãos tendinosos de Golgi (tipo III) e terminações nervosas livres (tipo IV). Os corpúsculos de Ruffini e de VaterPacini são encapsulados e encontrados na cápsula articular; os órgãos tendinosos de Golgi, também encapsulados, são encontrados no ligamento lateral da articulação; e as terminações nervosas livres, não-encapsuladas, são as mais abundantes e de mais ampla distribuição. Os corpúsculos de Ruffini, encontrados nas camadas mais superficiais da cápsula, são propioceptores responsáveis pela percepção da posição da mandíbula, estática e dinamicamente, e sinalizam mudanças na pressão intraarticular. Localizados nas camadas mais internas da cápsula, os corpúsculos de Vater-Pacini são mecanorreceptores de baixo limiar que indicam a aceleração e desaceleração dos movimentos mandibulares. Os órgãos tendinosos de Golgi, de distribuição esparsa nas camadas superficiais do ligamento lateral, são também mecanorreceptores, ativados quando a mandíbula alcança a maior amplitude dos seus movimentos. As terminações nervosas livres, sempre as mais abundantes e amplamente distribuídas em qualquer articulação, são nociceptores e, portanto, responsáveis pela percepção da dor. Rev ABRO. 2008; 9(2): 5-10 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica A C B Fig.7. Inserção ântero-superior da cápsula articular de três ATMs distintas. VASCULARIZAÇÃO DA ATM A circulação arterial da ATM fica a cargo da artéria temporal superficial, das artérias auricular profunda e timpânica anterior (ramos da artéria maxilar), e da artéria faríngea ascendente, todas ramificações da artéria carótida externa. A drenagem venosa se dá através das veias temporal superficial e maxilar, aquela juntando-se a esta para formar a veia retromandibular. ASPECTOS FUNCIONAIS DA ATM A inserção capsular mais próxima do vértice da eminência articular, fato para alguns, justifica a admissão da abertura máxima de boca quando o vértice do côndilo opõe-se ao vértice da eminência, o disco interposto a ambos. Por outro lado, a inserção capsular alta na vertente anterior da eminência articular, fato para outros tantos, justifica a movimentação do côndilo para além do vértice da eminência, com a vertente posterior do côndilo contra a vertente anterior da eminência, o disco interposto a ambas. Parece, de fato, razoável admitir que a inserção anterior e superior da cápsula defina o limite de excursão anterior do côndilo. Desta forma, a amplitude maior ou menor do movimento de translação ficaria condicionada à real inserção ântero-superior da cápsula articular. Temos percebido, em peças de dissecação, que a inserção da cápsula ocorre num ponto alto da vertente anterior (fig. 7), e por isto acreditamos que, no movimento de abertura máxima de boca, o côndilo ultrapassa ligeiramente o vértice da eminência articular. Ademais, devemos admitir que, numa relação vértice a vértice, o côndilo e a eminência apresentam um simples ponto de contato, o que não nos parece uma relação de estável para manter a abertura de boca. Ao contrário, quando o côndilo ultrapassa a eminência, o contorno posterior do côndilo relaciona-se com a vertente anterior da eminência, estabelecendo-se assim uma superfície de contato entre ambos e, portanto, uma relação estável para manutenção da abertura máxima de boca (fig. 8). Rev ABRO. 2008; 9(2): 5-10 Fig. 8. Relação côndilo/eminência: vértice a vértice (instável) e superfície a superfície (estável). 9 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica ABSTRACT We describe, in this first part of the paper, the temporomandibular joint development, anatomy, and functional features. KEYWORDS: Anatomy; Temporomandibular joint; Temporomandibular joint disc. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. Avery JK. Oral development and histology. 3rd. ed. New York: Thieme, 2001. Figún ME, Garino RR. Anatomia odontológica funcional e aplicada. Porto Alegre: Artmed, 2003. Heffez LB, Mafee MF, Rosenberg H. 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Correspondência para: Prof. Dr. Paulo Sérgio Flores Campos Endereço: Rua Guadalajara - 841/201 Ondina - CEP: 40.140-460 Salvador-BA 10 Rev ABRO. 2008; 9(2): 5-10 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica AVALIAÇÃO D A DENSID ADE ÓSSEA RADIOGRÁFIC A DE DA DENSIDADE RADIOGRÁFICA RA TOS SUBMETIDOS À C ASTRAÇÃO UTILIZANDO RAT CASTRAÇÃO IMA GENS DIGIT AIS IMAGENS DIGITAIS Evaluation of the radiographic bone density of rats submitted to the castration using digital images Mari Eli Leonelli de MORAES1, Paula Cristina SERI2, Carola Gómez ÁGREDA3, Luiz Cesar de MORAES4, Edmundo MEDICI FILHO4, Julio Cezar de Melo CASTILHO1 1 Professor(a) Adjunto(a) - Departamento de Diagnóstico e Cirurgia - FOSJC/UNESP Graduanda e estagiária – Departamento de Diagnóstico e Cirurgia - FOSJC/UNESP 3 Mestranda – Programa em Biopatologia Bucal, Área Radiologia Odontológica - FOSJC/UNESP 4 Professor Titular - Departamento de Diagnóstico e Cirurgia - FOSJC/UNESP 2 RESUMO A proposta nesta pesquisa foi estudar a densidade óssea em ratos submetidos à castração por meio da imagem digital. Foram utilizados 22 ratos adultos jovens divididos em grupos controle e experimental. O grupo controle foi constituído de dez animais, sendo cinco machos e cinco fêmeas. Os demais foram utilizados para o grupo experimental, constituindo seis machos e seis fêmeas submetidos à castração. Todos os animais tiveram suas tíbias esquerdas radiografadas nos períodos inicial, trinta e sessenta dias do início da pesquisa. Foi utilizado o sistema digital direto RVG Trophy acoplado ao aparelho digital Gendex 765 DC, em que a aquisição da imagem foi realizada com 0,032 s de tempo de exposição, distância focal de 40 cm, 65 kVp, 7 mA, com feixe central de raios X incidindo perpendicularmente ao sensor do sistema digital. Posteriormente, as imagens foram analisadas quanto à densidade óptica no programa Adobe Photoshop, mediante a ferramenta histograma em duas regiões selecionadas, correspondente à região de metáfise e diáfise. Os valores obtidos foram submetidos ao teste de análise de variância ANOVA em que foi verificado não existir diferenças estatisticamente significantes entre os grupos avaliados. Concluiu-se que pela metodologia empregada, o sistema de radiografia digital não detectou alterações ósseas perceptíveis nas duas regiões analisadas para ratos com supressão hormonal por meio da castração. PALAVRAS-CHAVE: Densidade óssea; Radiografia digital; Ratos; Castração. INTRODUÇÃO O estudo das alterações ósseas é uma vertente de grande importância na área da saúde como a Medicina e a Odontologia. Isto se baseia no forte impacto das doenças que provocam alterações da fisiologia do tecido ósseo e dos riscos que as mesmas representam à saúde da população. Neste contexto, está englobada a osteoporose, considerada a mais comum das doenças ósseas, que é caracterizada pela redução da massa e deterioração da microarquitetura óssea 1,2 . A perda óssea pode ser basicamente resumida como a ocorrência do predomínio da reabsorção sobre a neoformação osteóide3,4. Esta perda pode ser conseqüência natural do envelhecimento, tanto em homens como em mulheres 5. Sendo assim, medidas preventivas e de tratamento são necessários e estão sendo constantemente estudadas e aprimoradas, tais como a realização de reposição hormonal Rev ABRO. 2008; 9(2): 11-16 para mulheres na pré e pós-menopausa, exposição solar, ingestão de alimentos ricos em vitamina D e exercícios regulares, além da utilização de medicamentos como estrógenos sintéticos, raloxifeno, alendronato e risedronato6,7. Desta maneira, faz-se necessária a utilização de métodos para diagnóstico de doenças ósseas como a osteoporose. Estão relacionados os exames de densitometria por dupla emissão de raios X, o ultrassom, a tomografia óssea quantitativa, ressonância magnética quantitativa, sendo o primeiro, um dos mais utilizados na mensuração da densidade mineral óssea8. No entanto, apesar dos métodos citados serem de eficácia comprovada na quantificação da DMO (Densidade Mineral Óssea), para o profissional cirurgiãodentista, é de grande valia contribuir com a possibilidade de evidenciação de alterações ósseas por meio de um sistema eminentemente de uso odontológico, associando ao fato do constante aprimoramento e desenvolvimento tecnológico dos 11 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica sistemas digitais, desde seu surgimento da década de 70 até a atualidade. Os sistemas digitais podem ser classificados em direto, semi-direto e indireto. Este último refere-se à aquisição da imagem na tela do computador mediante a digitalização de radiografias por “scanner” ou ainda por captação de câmeras fotográficas. Com relação ao sistema de radiografia digital direto, ele possui como componentes básicos um sensor intra-oral de plástico podendo ser rígido ou não, com dimensões normalmente aproximadas a de um filme radiográfico periapical convencional. Neste sensor, o feixe de raios X incide e ocorre a transformação da energia ionizante em energia elétrica que será transmitida até o conversor análogo-digital, responsável pela transformação dos sinais elétricos em sinais digitais. Posteriormente, estes sinais serão estabilizados, potencializados e direcionados a um programa específico para a tela do computador9,10,11. É no estágio da conversão digital que as informações contidas nos sinais serão decompostas em pixels, menor unidade formadora da imagem. Cada pixel da imagem representa um valor de cinza, que corresponde a um nível de escurecimento ou claridade da área. Os tons de cinza do sistema digital direto alcançam 256 tons de cinza, numa escala que se inicia do 0 (preto) ao 255 (branco)12, porém, na atualidade existem sistemas digitais diretos que podem alcançar até 216 tons de cinza13. Mediante estes tons de cinza, pode-se realizar a análise da densidade óptica utilizando ferramentas que o próprio sistema digital oferece ou ainda utilizando outros programas de edição de imagem, como o Adobe Photoshop14. A densidade óptica pode oferecer valores que permitem a interpretação da variação dos tons de cinza, como no trabalho de Moraes et al.15 (2005). Os autores objetivaram avaliar influência do estresse na reparação óssea em tíbias de ratos por meio da avaliação da densidade óptica em radiografias digitais diretas. Para isso utilizaram vinte ratos, em que foi realizado um defeito ósseo com broca esférica carbide e radiografados pelo sistema digital direto Visualix Gx-S HDI nos tempos 7, 14 e 21 dias pós-operatórios. Foi realizada a avaliação da densidade óptica utilizando a ferramenta histograma do próprio sistema digital referido. Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste Tukey ao nível de 5% de significância. Com isso, concluíram que não houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos. Apesar disso, observaram que as médias de densidade óptica do grupo de ratos estressados foi sempre menor que a do grupo controle, denotando a influência do estresse no processo de reparação óssea. Diante das considerações expostas, justifica-se o presente estudo, a possibilidade de observar sinais de alterações ósseas decorrentes da supressão hormonal induzida pela castração, mediante a análise da densidade óptica radiográfica, em imagens de tíbias de ratos captadas por um sistema digital direto. 12 MATERIAL E MÉTODOS Esta pesquisa foi realizada de acordo com os Princípios Éticos para a Experimentação Animal, adotado pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA), aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Unesp, sob o protocolo nº 032/ 2005-PA/CEP. Grupos Estudados Foram utilizados 22 ratos adultos jovens, sendo 11 machos e 11 fêmeas (Rattus novergicus, variação albinus, Wistar) com três meses de vida e peso aproximado de 350 g, os quais foram fornecidos pelo Biotério da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos -Unesp e mantidos em gaiolas em temperatura ambiente, alimentados com ração e água ad libitum. Tais animais foram divididos em grupo experimental e grupo controle. O grupo controle foi constituído de cinco machos e cinco fêmeas. Os demais foram utilizados no grupo experimental, que foram constituídos de seis fêmeas e seis machos submetidos à cirurgia de castração. Procedimento Cirúrgico Para a anestesia geral do grupo experimental foi utilizada a associação de 1,0 mL de cloridrato de tiazina (AnasedanVetbrands), substância sedativa analgésica, além de relaxante muscular para 0,5 mL de ketamina (Dopalen-Vetbrands), por via intramuscular. Para as fêmeas, foi realizada a tricotomia e antissepsia com álcool iodado e, logo abaixo da costela, foi feita uma incisão de 1 cm na pele e seqüencialmente na camada muscular, possibilitando a visualização do ovário. Com o auxílio de uma pinça clínica, o ovário foi tracionado para fora da cavidade abdominal e, após amarria da vasculatura local, foi realizada a excisão. Em seguida, a camada muscular e a pele foram suturadas, sendo este processo realizado bilateralmente. Para os machos, o procedimento consistiu em desinfecção das bolsas escrotais com álcool iodado. Foi realizada uma incisão longitudinal ao longo da linha média, expondo um dos testículos. Em seguida, foi feita a interrupção do fluxo sanguíneo por amarria do pedículo vascular, para que este pudesse ser seccionado. O mesmo procedimento foi repetido do lado oposto e a ferida foi suturada com fio de sutura de algodão. Obtenção das Imagens Todos os animais foram radiografados nos períodos inicial (antes do procedimento cirúrgico), trinta e sessenta dias do início do experimento. Para tanto, foi utilizado o sistema Radiovisiography, RVG, (Trophy, vicennes, França) com o auxílio do software Trophy Windows versão 5.00. Este sistema utiliza um sensor intrabucal CCD (Charge Coupled Device) com dimensões de 22,2 mm de largura por 33 mm de comprimento e área ativa de 17 mm de largura por 26 mm de comprimento, acoplado a um computador Pentium III 128 Mb memória RAM (Random Acces Memory), disco rígido de 40 Rev ABRO. 2008; 9(2): 11-16 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Gb. O aparelho de raios X utilizado para aquisição das radiografias foi o 765 DC (Gendex Dental Systems, Dentsply International, IL, USA), operando com 65 kVp, corrente de 7 mA, área focal efetiva de 6 cm, distância foco-sensor de 40 cm e 0,032 s de tempo de exposição, com o feixe central de raios X incidindo perpendicularmente ao sensor. Para proceder as incidências radiográficas, os animais estavam devidamente anestesiados na dosagem já descrita anteriormente e apoiados sobre uma tábua de madeira que possuía um espaço específico para a colocação do sensor do sistema digital. Os ratos foram acomodados em decúbito ventral, de forma que as tíbias do lado esquerdo ocupassem toda a extensão do sensor, mantendo assim, um mesmo padrão de posicionamento para a aquisição da imagem radiográfica digital. As imagens foram capturadas e armazenadas no formato TIFF (Tagged Image File Format). Posteriormente, para análise da densidade óptica radiográfica, foi utilizado o programa de edição de imagens Adobe Photoshop 7.0 (Adobe systems incorporated, 345 Park Avenue, San Jose, California 95110, USA). Em cada imagem da tíbia dos animais foi selecionada uma área pré-determinada e padronizada de tamanho fixo de 20 x 20 pixels, a qual foi posicionada em campo da região central, sem abranger as corticais laterais, na transição entre a porção condilar e diáfise, denominada de metáfise e a outra área correspondeu à diáfise da peça em questão. Desta forma foi utilizada a ferramenta histograma, a qual forneceu a média da densidade óptica em pixels, da região selecionada (Figura 1). Fig. 1 – Imagem da tíbia no programa Adobe Photoshop, mostrando a área da diáfise selecionada para mensuração e o gráfico em histograma fornecendo a média da densidade óptica radiográfica da região analisada. Os dados obtidos por meio da análise da densidade óptica foram submetidos à análise estatística descritiva seguida da Análise de Variância (ANOVA), com nível de significância de 5% mediante a utilização do programa Excel 2003 para Windows. RESULTADOS Os dados foram analisados quanto às variáveis de sexo (macho e fêmea), ao tratamento (grupo controle e grupo Rev ABRO. 2008; 9(2): 11-16 experimental), períodos de observação experimental (zero, trinta e sessenta dias) e áreas ósseas delimitadas de análise (metáfise e diáfise). Os dados referentes à estatística foram submetidos à análise de variância (ANOVA) com intervalo de confiança de 95%. O objetivo deste teste consistiu em verificar se as diferenças observadas entre as médias das amostras foram estatisticamente significantes, sem, entretanto, especificar quais grupos que podiam diferir estatisticamente. Nas tabelas 1 e 2 podemos observar as médias, erros das médias em todas as variáveis analisadas na presente pesquisa em machos e fêmeas, respectivamente. A representação das letras (Vieira 13 , 2002) evidencia uma homogeneidade em todos os grupos avaliados no trabalho, já que pelo teste ANOVA (5%) não houve diferenças estatisticamente significantes. DISCUSSÃO A necessidade de constantes pesquisas para o estudo de alterações ósseas, como a osteoporose, insere a importância do mecanismo a que esta enfermidade está envolvida. O seu desenvolvimento se relaciona a uma combinação multifatorial, sendo descrita por autores como Manolagas & Jilka17 (1995), Compston1 (2001). Pode-se constatar, de forma geral, que esta anormalidade óssea está intimamente relacionada com a diminuição ou mesmo eliminação da produção hormonal, tanto em homens quanto em mulheres. Tal fato pode ser explicado devido aos hormônios sexuais atuarem na modulação de mecanismos de regeneração e remodelação óssea, influindo diretamente na atividade osteoclástica e osteoblástica. Apesar da literatura1,18 apontar a necessidade de outras pesquisas que expliquem o mecanismo fisiopatológico da osteoporose, acredita-se que este processo esteja relacionado à interação entre uma molécula ligante e seu receptor, como por exemplo, a atuação de receptores estrogênicos em osteoblastos. Uma das formas de estudar tais alterações é mediante a utilização de modelos de animais de experimentação, incluindo, principalmente, o amplo uso de ratos. Para tanto, os animais devem ser privados da produção hormonal mediante o procedimento cirúrgico de ovariectomia ou orquiectomia, tal como realizado nesta pesquisa. O uso de modelos de experimentação animal também é eficaz na avaliação de testes farmacológicos para o tratamento deste processo patológico, como evidenciado no trabalho de Pytlik et al.19 (2004), que teve como objetivo a avaliação do fármaco doxiciclina, já que este poderia ter influência na inibição da reabsorção e intensificação na formação óssea, nas propriedades mecânicas de ossos de ratos ovariectomizados e induzidos à osteopenia. Mosekilde20 (1995) enfatizou as vantagens da utilização de ratos em pesquisas, já que estes apresentam características similares à perda óssea em humanos, além da facilidade de um estudo com condições padronizadas, propiciando um tempo 13 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Tabela 1 – Médias e erros das médias dos valores das densidades ópticas do grupo controle e experimental, nos três períodos de observação de machos, na metáfise e na diáfise. Grupos Dias Metáfise Controle Orquidectomizados Média 191,8 Erro Média 2,3 196 Aa 0 190,9 30 3,1 186,9 60 Controle Erro Média 3,5 186 Aa 181,2 Aa 1,9 5,8 179,6 Erro Média 2,7 189,7 Aa 179,6 Aa Aa Diáfise Orquidectomizados 3 4,9 179,8 2,3 Aa 186,3 Aa Aa Erro 7 Aa 2,1 184,7 Aa 3,4 Aa Médias seguidas de letras distintas (maiúsculas na vertical e minúsculas na horizontal) diferem entre si. (Vieira13, em 2002) Tabela 2 – Médias e erros das médias dos valores das densidades ópticas do grupo controle e experimental, nos três períodos de observação de fêmeas, na metáfise e na diáfise. Grupos Dias Metáfise Controle Ovariectomizados Média Erro Média Erro Controle Média Erro 184,2 174,3 2,5 193 30 2,3 181,8 2,7 174,7 173,4 179,5 3,6 174,5 177,6 4,3 Aa 3,1 Aa 2,8 Aa Aa 2,6 Aa 2,2 Aa Aa 4,2 Aa 4,9 Aa Aa 189,4 60 178,5 Aa 0 Diáfise Ovariectomizados Média Erro 175,9 2,5 Aa Médias seguidas de letras distintas (maiúsculas na vertical e minúsculas na horizontal) diferentes entre si. (Vieira13, em 2002) relativamente menor para a pesquisa e obtenção de resultados. O modelo experimental de castração que leva a supressão hormonal, acarretando na condição osteopênica, é amplamente consagrado na literatura e foi utilizado por diversos autores, tais como Akyama et al.21-22, Tanaka et al.23, Yang et al. 24-25, entre outros. Como demonstrado por tais autores, a ocorrência da diminuição da massa óssea pode ser evidenciada já no período de 30 dias decorrido o procedimento de ovariectomia ou orquiectomia. Deve-se enfatizar que tais autores utilizaram animais adultos jovens, assim como na presente pesquisa, uma vez que a resposta diante a tal procedimento cirúrgico acontece mais 14 rapidamente pelo intenso metabolismo do animal. Levandose este fato em consideração, Tanaka et al. 23 ainda ressaltaram que é possível verificar a perda óssea em animais com seis meses de vida, mesmo decorrido um ano ao procedimento de orquiectomia ou ovariectomia. Nesta pesquisa, foi utilizado o sistema Trophy, uma vez que este oferece capacidade de auxílio ao diagnóstico com imagens radiográficas que podem ser observadas em monitor de alta resolução com boa qualidade. Os sistemas digitais oferecem definição e balanço entre contraste e brilho equilibrados em todas as imagens observadas, ou seja, permite a manipulação com o intuito da melhoria da análise e observação do objeto de estudo. Esta vantagem proveniente Rev ABRO. 2008; 9(2): 11-16 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica deste sistema e associado a fatores como a velocidade em que as imagens são adquiridas, a redução da dose de radiação ionizante ao paciente, a ausência de processamento efetuado na câmara escura, propiciam a preservação do meio ambiente e, ainda, o benefício de arquivamento da imagem digital na memória do computador sem perda da qualidade26. O arquivamento desta imagem permite a transferência para programas de fácil acesso e de domínio público, como é o caso do Adobe Photoshop aplicado neste trabalho. A utilização deste programa tornou possível avaliar numericamente a densidade óptica do tecido ósseo, possibilitando uma melhor interpretação da imagem. No presente trabalho, para efetuar uma análise da densidade óptica mais fidedigna, procurou-se seguir uma padronização, eliminando variáveis que pudessem influenciar os resultados, descritos na metodologia. Em relação aos resultados deste trabalho, ao se aplicar o teste ANOVA (5%) ficou evidenciado que não houve diferença estatística entre os grupos avaliados levando em consideração todas as variáveis. Tais valores podem ser observados nas tabelas 1 e 2. Esses resultados permitiram aferir que, pela metodologia empregada, não foi possível observar diferenças no processo de perda de massa óssea em ratos machos e fêmeas. Deve-se levar em conta que, apesar dessa forma de diagnóstico ser utilizada em pesquisas, neste trabalho não foi encontrada alteração nos tons de cinza que permitissem constatação da diminuição da DMO. Podemos concluir que isso pode ter ocorrido devido à supressão hormonal utilizada nesta pesquisa ter sido pelo período de dois meses, fato que, de acordo com autores já citados, já seria possível tal evidenciação. Poucos trabalhos analisaram osso íntegro. Neste contexto, podemos destacar a pesquisa de Silva et al.27 (2007), que verificaram o efeito do alcoolismo crônico sobre a densidade óssea por meio da avaliação da densidade óptica radiográfica em ratos e no qual foi utilizado um sistema digital como ferramenta de avaliação. O parâmetro ósseo de análise foi o fêmur, por ser um osso longo e amplamente acometido pela osteoporose. Os autores escolheram duas áreas padronizadas deste osso. A região da porção média de tamanho (60 x 20 pixels) e a região condilar (20 x 20 pixels). Tendo a especificação como base, no presente trabalho também foram selecionadas duas áreas padronizadas de mesmo tamanho, abrangendo 20 x 20 pixels, dispostos na região do terço médio da tíbia, correspondente à diáfise, sem o envolvimento das corticais laterais, e na região de transição entre a porção condilar (epífise) e a diáfise, denominado de metáfise. Assim, como no presente trabalho, os autores referidos não encontraram diferenças estatisticamente significantes nos resultados das variáveis estudadas. Estes fatos não invalidam a utilização do sistema digital para o estudo de alterações ósseas, uma vez que nos inserem mais indagações sobre o tempo de supressão necessária para a evidenciação radiográfica por meio da imagem digital. Dessa forma, salienta-se a necessidade de outras pesquisas que acrescentem e corroborem com dados Rev ABRO. 2008; 9(2): 11-16 mais elucidativos, além de enfatizar novas formas de complementação mediante outros exames que possibilitem maior integração dos dados em pesquisa. CONCLUSÃO Baseado nas condições experimentais da presente pesquisa e a partir dos resultados obtidos foi possível concluir que: a) não houve diferença estatisticamente significante nos valores de densidade óptica radiográfica do osso avaliado (tíbia) no grupo experimental, nos períodos avaliados e nas regiões delimitadas; b) o sistema digital Trophy não foi eficaz em indicar diminuição de densidade óssea em ratos castrados nos períodos de análise propostos nesta pesquisa. ABSTRACT The purpose of this research was to accomplish the study of the bone density in rats submitted to the castration. It was used 22 young adults rats divided in group control and experimental. The control group constituted of 10 animals, being 5 males and 5 females. The others were used for the experimental group, constituting 6 males and 6 females submitted to the castration. All the animals had their left shinbones x-rayed in the periods initial, thirty and sixty days of the beginning of the research. For this, the direct digital system RVG Trophy was used coupled to the digital apparel Gendex 765 DC, in that the acquisition of the image was accomplished with 0,032s of time of exposition, focal distance of 40cm, 65kVp, 7mA, with central beam of X-rays happening perpendicularly to the sensor of the digital system. Later, the images were analyzed as for the optical density in the program Adobe Photoshop, by the tool histogram in two selected areas, corresponding the metaphysis area and diaphysis. The obtained values were submitted to the test of variance analysis ANOVA in that it was verified differences statistically significant not to exist among the appraised groups. It was ended that in the used methodology, the system of digital x-ray didn’t detect perceptible bone alterations in the two areas analyzed for mice with hormonal suppression through the castration. KEYWORDS: Bone density; enhancement; Rats; Castration. Radiographic image REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. JE Compston. Sex steroids and bone. Physiol Rev. 2001 Jan.; 81(1): 419-47. LCP Mello, LB Gomide. Respostas físicas, químicas e biomecânicas do osso de ratas ovariectomizadas submetidas a diversas ingestões de flúor suplementar. Rev Nutr. 2005; 18(5): 593-600. K Akesson. New approaches to pharmacological treatment of osteoporosis. Bull World Health Organ. 2003; 81(9): 657-664. HS Lanzillotti, RS Lanzillotti, APR Trotte, AS Dias, B Bornand, EAMM Costa. Osteoporose em mulheres na pós-menopausa, cálcio dietético e outros fatores de risco. 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Francisco José Longo, 777 - Jardim São Dimas Cep 12245-000 - São José dos Campos – SP Tel: (12) 3947-9055 - e-mail: [email protected] Rev ABRO. 2008; 9(2): 11-16 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica OSTEOPETROSE: COMPLICAÇÕES ORAIS E ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DE INTERESSE EM ODONTOLOGIA Osteopetrosis: oral complications and radiographic aspects of interest to Dentistry Viviane BURGOS1, Frederico Sampaio NEVES2, Ieda CRUSOÉ – REBELLO3, Paulo Sérgio Flores CAMPOS4 1 Mestranda em Odontologia, Faculdade de Odontologia da UFBA Aluno de Iniciação Científica, FAPESB – CNPq, Faculdade de Odontologia da UFBA 3 Professora Adjunta de Radiologia da Faculdade de Odontologia da UFBA 4 Professor Associado de Radiologia da Faculdade de Odontologia da UFBA 2 RESUMO A Osteopetrose compreende um grupo heterogêneo de desordens ósseas hereditárias, caracterizada por um aumento acentuado na densidade óssea, resultante de falhas na função dos osteoclastos e conseqüente defeito na reabsorção e remodelação óssea. Esta doença implica em algumas complicações orais, tais como atraso na erupção dentária, ausências dentárias, dentes malformados, hipoplasia de esmalte, distúrbios na dentinogênese, propensão à cárie, defeitos na membrana periodontal, protrusão mandibular e presença de odontomas. O cirurgião-dentista desempenha papel fundamental no tratamento das complicações orais de indivíduos portadores de osteopetrose. O propósito desse artigo é relatar um caso de osteopetrose e discutir as complicações orais e aspectos radiográficos decorrentes dessa patologia. PALAVRAS-CHAVE: Osteopetrose; Remodelação óssea; Radiografia panorâmica; Manifestações bucais INTRODUÇÃO A Osteopetrose compreende um grupo heterogêneo de desordens ósseas hereditárias, caracterizada por um aumento acentuado na densidade óssea, resultante de falhas na função dos osteoclastos e conseqüente defeito na reabsorção e remodelação óssea 1,2. Radiograficamente, observa-se um aumento generalizado na densidade óssea da coluna vertebral e do crânio, além de defeitos na remodelação dos ossos longos. A característica de “osso dentro do osso” pode ser observada nas vértebras3. As diferentes subformas são classificadas com base na hereditariedade, idade de início, severidade e características clínicas secundárias 4 . Três formas principais têm sido descritas: a osteopetrose infantil maligna autossômica recessiva, a osteopetrose autossômica dominante benigna e a osteopetrose intermediária autossômica recessiva. A osteopetrose infantil ou maligna é uma forma rara, porém, severa. Esta condição é mais comumente diagnosticada logo após o nascimento ou no primeiro ano de vida, com sintomas de remodelação óssea anormal, hematopoiese deficiente, anemia severa, retardo no crescimento e compressão de nervos cranianos, condição esta que resulta em cegueira, surdez e danos neurológicos, provocando redução do tempo de vida do indivíduo4,5. A osteopetrose autossômica dominante ou osteopetrose benigna do adulto apresenta sintomas de menor severidade e um bom prognóstico. Pacientes são freqüentemente assintomáticos e o diagnóstico é realizado por meio de exame radiográfico de rotina 4 . A forma Rev ABRO. 2008; 9(2): 17-20 intermediária é caracterizada por uma menor osteoesclerose e uma maior expectativa de vida que na osteopetrose infantil. Clinicamente, osteomielite, anormalidades dentais e baixa estatura são características importantes deste tipo, porém, anemia média a moderada e prognatismo mandibular também podem estar presentes em um número significativo de pacientes4. A osteopetrose implica em algumas complicações orais, tais como atraso na erupção dentária, ausências dentárias, dentes malformados, hipoplasia de esmalte, distúrbios na dentinogênese, propensão à cárie, defeitos na membrana periodontal, protrusão mandibular e presença de odontomas6. RELATO DE CASO Paciente do sexo masculino, 6 anos de idade, apresentouse para avaliação clínica e radiográfica na Faculdade de Odontologia da UFBA, devido a atrasos na erupção dentária. O paciente apresentava história de internação por bronquite e pneumonia. Aos sete meses de vida, durante uma das internações, foi realizada uma radiografia PA de tórax (Figura 1) para avaliação do quadro clínico de pneumonia. A partir deste exame radiográfico, pode-se observar incomum esclerose das placas vertebrais terminais e, em correlação com outros achados clínicos como o aumento da circunferência do crânio, foi estabelecido o diagnóstico de osteopetrose. Segundo relato, o paciente apresentava quadros freqüentes de gripe. Não há história de fraturas prévias ou antecedentes familiares. 17 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Ao exame radiográfico panorâmico (Figura 3), observou-se um aumento difuso da densidade óssea em maxila e mandíbula. Os dentes permanentes encontravam-se inclusos e em formação, com aparente malformação coronária do primeiro molar inferior esquerdo e do segundo pré-molar inferior direito. Através da radiografia periapical de incisivos superiores (Figura 4), obtida antes da esfoliação do incisivo central superior esquerdo, pode-se perceber com maior detalhamento a perda do padrão normal do trabeculado ósseo. A radiografia lateral de crânio (Figura 5) evidenciou esclerose difusa nos ossos cranianos, sobretudo na base do crânio. Fig. 1. Radiografia PA de tórax, demonstrando esclerose das placas vertebrais terminais. Ao exame físico extrabucal, observou-se assimetria facial, macrocefalia, hipertelorismo e fronte proeminente (Figura 2). Durante exame intrabucal, verificou-se alteração no padrão de erupção dentária, com rizólise precoce de dentes decíduos e ausência de dentes permanentes irrompidos. Estavam presentes na cavidade oral apenas os dentes primeiros molares decíduos superiores, incisivos laterais superiores, incisivo central superior direito e primeiro molar decíduo inferior esquerdo. Todos os dentes apresentavam lesões cariosas, com exceção dos incisivos laterais superiores decíduos. Observou-se ainda eritema no rebordo alveolar em região correspondente à região de molar inferior direito. Fig. 3 - Radiografia panorâmica, mostrando um aumento difuso da densidade óssea em maxila e mandíbula, com perda do padrão normal do trabeculado e diminuição dos espaços medulares. Dentes permanentes inclusos e em formação. Unidades dentárias 36 e 45 apresentam aparente malformação coronária. Fig.2 - Ao exame extrabucal, observa-se assimetria facial, macrocefalia, hipertelorismo e fronte proeminente. Fig. 4 - Radiografia periapical de incisivos superiores. Notase a perda do padrão normal do trabeculado ósseo. 18 Rev ABRO. 2008; 9(2): 17-20 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Fig. 5 - Radiografia lateral de crânio, evidenciando esclerose difusa nos ossos cranianos, sobretudo na base do crânio. Os exames laboratoriais revelaram níveis normais de cálcio, fósforo e fosfatase alcalina, valores do hematócrito, hemoglobina e hemácias abaixo do normal, além da presença de número aumentado de leucócitos. DISCUSSÃO A osteopetrose é uma doença rara caracterizada por esclerose óssea difusa, causada por uma diminuição da reabsorção óssea relacionada a uma falha na função dos osteoclastos. Pode resultar em sérias complicações orais, como atraso na erupção dentária, ausências dentárias, dentes malformados, propensão à cárie e osteomielite2,6,7. Bjorvatn et al.8 (1979) apresentaram as manifestações orais de quatro indivíduos portadores da forma maligna da osteopetrose. Em todos os casos, foi possível observar ausência de unidades permanentes, esfoliação precoce de unidades decíduas, alterações morfológicas nos dentes posteriores, alterações periodontais e rápida progressão de cárie. Filho et al.9 (2005) relataram dois casos de osteopetrose com envolvimento dos maxilares. Os exames radiográficos apresentavam esclerose óssea com obliteração dos espaços medulares e adelgaçamento de corticais, assim como múltiplos dentes ausentes e não irrompidos. Estes indivíduos pertenciam à mesma família, demonstrando o caráter hereditário da doença. Luzzi et al.6 (2006) descreveram as características clínicas e os aspectos dentais de dois indivíduos com osteopetrose infantil maligna. Foi verificado que a osteopetrose acarreta em problemas orais, tais como atraso na erupção dentária, ausências dentárias, hipoplasia de esmalte, distúrbios na dentinogênese, hipomineralização de esmalte e dentina, protrusão mandibular e presença de odontomas. No caso relatado neste artigo, a radiografia panorâmica mostrou um aumento difuso da densidade óssea em maxila Rev ABRO. 2008; 9(2): 17-20 e mandíbula, com perda do padrão normal do trabeculado e diminuição dos espaços medulares, dificultando a visualização das unidades dentárias inclusas, sobretudo na maxila. Os dentes permanentes encontravam-se inclusos e em formação, com presença de alterações morfológicas na coroa do segundo pré-molar inferior direito e primeiro molar inferior esquerdo, porém, sem defeitos estruturais. Os achados radiográficos são compatíveis com os relatos da literatura6,8,9,10. Além disso, foi observado um atraso na erupção dentária, visto que o paciente, aos 6 anos de idade, ainda não apresentava nenhuma unidade permanente irrompida na cavidade oral. O atraso na erupção dentária é uma das principais complicações orais da osteopetrose. A erupção dentária depende da presença dos osteoclastos para criar um trajeto de erupção através do osso alveolar. Em doenças com função reduzida dos osteoclastos, como a osteopetrose, a erupção dentária é afetada11. Alguns autores6,8,12 afirmam que há maior susceptibilidade à cárie em portadores de osteopetrose devido a alterações estruturais em esmalte e dentina. Neville et al.12 (2002) atribuem isto a uma menor proporção cálcio-fósforo, tanto no esmalte quanto na dentina, o que leva a uma diminuição na formação de cristais de hidroxiapatita. Exame microrradiográfico de dentes provenientes de indivíduos acometidos pela osteopetrose demonstra a presença de esmalte hipoplásico e dentina irregular e hipomineralizada8. Neste caso, lesões cariosas foram observadas em quase todas as unidades decíduas presentes, o que poderia confirmar uma maior propensão à cárie em indivíduos com osteopetrose. Porém, esses achados devem ser interpretados de maneira criteriosa, uma vez que a cárie é uma doença multifatorial, e a educação em saúde bucal, a dieta e o acesso ao tratamento odontológico devem também ser considerados. Em maxila e mandíbula, a osteopetrose é complicada freqüentemente pela osteomielite, que tende a ser refratária em alguns casos7,13. Isso pode ser explicado pelo fato de que a perda do padrão do trabeculado e a diminuição ou obliteração dos espaços medulares resultam em diminuição no fluxo sanguíneo, levando a uma maior susceptibilidade a infecções. Desta forma, o tratamento odontológico de indivíduos portadores de osteopetrose deve ser realizado com cautela, sobretudo se extrações dentárias forem necessárias. No presente caso, não foi observada presença de osteomielite. No presente caso, os níveis séricos de cálcio, fosfato e fosfatase alcalina encontravam-se dentro dos limites da normalidade, enquanto os níveis de hematócrito, hemoglobina e hemácias mostraram-se abaixo do normal, revelando anemia. Estes achados corroboram aqueles descritos na literatura 9,13. A reabsorção óssea anormal resulta em um padrão ósseo estrutural alterado, com espaços medulares obliterados, levando a uma deficiência no tecido hematopoiético e conseqüente anemia10. Os achados radiográficos e o progresso clínico da 19 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica osteopetrose, neste caso, permitem classificá-la no tipo intermediário, apesar de ter sido diagnosticada no primeiro ano de vida. Entretanto, apenas a avaliação genética pode confirmar o tipo a qual pertence. O cirurgião-dentista desempenha papel fundamental no tratamento das complicações orais de indivíduos portadores de osteopetrose. A radiografia panorâmica mostrou-se uma ferramenta de grande auxílio no diagnóstico e avaliação das alterações bucais decorrentes da osteopetrose, devendo ser incluída no protocolo de avaliação radiográfica de indivíduos com osteopetrose, por se tratar de um exame de fácil acesso e baixo custo. interpretation. 5th edition. Elsevier Inc., 2007. 11. Helfrich, MH. Osteoclast diseases and dental abnormalities. Arch Oral Biol. 2005;50: 115—122. 12. Neville BW, Damm DD, Allen CM, and Bouquot JE. Oral and maxillofacial pathology. 2nd edition. Saunders, 2002. 13. Satomura K, Kon M, Tokuyama R, Tomonari M, Takechi M, Yuasa T, Tatehara S, Nagayama M. Osteopetrosis complicated by osteomyelitis of the mandible: a case report including characterization of the osteopetrotic bone. Int J Oral Maxillofac Surg. 2007;36:86-93. ABSTRACT Osteopetrosis is a heterogeneous group of hereditary bone disorders characterized by a increase in bone density, resulting in failure of osteoclastic function with subsequent defective bone resorption and remodeling. It may result in such serious oral complications as delayed tooth eruption, absence of some teeth, malformed teeth, enamel hypoplasia, disturbed dentinogenesis, propensity for tooth decay, defects of the periodontal membrane, mandibular protrusion and the presence of odontomas. Dentist plays an important role in the treatment of oral complications of osteopetrosis. The aim of this article is to report a case and to discuss its oral complications and radiographic aspects. KEYWORDS: Osteopetrosis; Bone remodeling; Panoramic radiography; Oral manifestations. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Costelloe CM, Eftekhari F, Petropoulos D. Radiography of successful bone marrow transplantation for osteopetrosis. Skeletal Radiol. 2007; 36:34–37. 2. 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Oral radiology: principles and 20 Correspondência para: Viviane Burgos Rua Ferreira Santos, 209/1303 – Federação CEP 40230-040 -Salvador, BA Telefone: (71) 3247-6662 Email: [email protected] Rev ABRO. 2008; 9(2): 17-20 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica AVALIAÇÃO DE DIFERENTES INCIDÊNCIAS D A TÉCNIC A DA TÉCNICA DA BISSETRIZ NA DIST ORÇÃO D A IMA GEM DISTORÇÃO DA IMAGEM RADIOGRÁFICA PERIAPICAL Evaluation of different incidence in the bisecting angle technique in the periapical radiographic distortion Ellen Gaby NEVES1, Maria de Paula CALDAS1, Danna Mota MOREIRA2, Juliana Dias DUTRA3, Frab Norberto BÓSCOLO4 1 Doutoranda – Programa de Pós-Graduação em Radiologia Odontológica da FOP/UNICAMP Doutoranda – Programa de Pós-Graduação em Clínicas Odontológicas/Endodontia da FOP/UNICAMP 3 Aluna de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq - FOP/UNICAMP 4 Professor Titular – Disciplina de Radiologia da FOP/UNICAMP 2 RESUMO Para que ocorra o mínimo de distorção na imagem radiográfica obtida pela técnica da bissetriz, é necessária uma execução perfeita da mesma. O objetivo nesta pesquisa foi avaliar a distorção da imagem radiográfica do dente, estando o feixe central de raios X posicionado em duas diferentes áreas de incidência, podendo ser avaliado qual das duas incidências reproduz melhor o tamanho original do dente. Para isto, foram utilizados oito dentes de phantom, nos quais um fio metálico de 10mm de comprimento foi adaptado às regiões apicais. Foram realizadas duas incidências, uma direcionando o feixe central de raios X ao terço médio da bissetriz do ângulo formado pelo longo eixo do dente e o filme e outra direcionando o feixe central de raios X ao terço apical do dente. As imagens radiográficas dos fios metálicos foram mensuradas por um radiologista e esses valores foram submetidos à análise estatística. Foi possível observar coeficiente de correlação intraclasse igual a 0,94, indicando não haver diferença estatística entre as medidas em nenhum dos dentes radiografados. De acordo com os resultados obtidos, foi possível concluir que a técnica da bissetriz pode ser realizada direcionando-se o feixe central de raios X tanto ao terço médio da bissetriz do ângulo formado pelo longo eixo do dente e o filme, quanto ao terço apical do dente, sem haver distorção de imagem. PALAVRAS-CHAVE: Radiografia dentária; Imagem por raios X; Ápice dentário INTRODUÇÃO O exame radiográfico em Odontologia tornou-se rotineiro, constituindo-se em um notável recurso complementar de exame para se obter um diagnóstico e orientar um tratamento.¹ Para que se obtenham bons resultados radiográficos das estruturas bucais, o cirurgião-dentista pode lançar mão das técnicas radiográficas intrabucais: periapical da bissetriz e do paralelismo, que registram as imagens dos limites, posições e contornos mesiodistais dos dentes e tecidos adjacentes.² É importante exemplificar que determinadas condições patológicas que afetam os tecidos duros dos dentes¹, a avaliação do sucesso de um tratamento endodôntico e a determinação ideal do comprimento de trabalho3,4 só podem ser realizadas com o auxílio do exame radiográfico. A técnica da bissetriz foi a primeira técnica radiográfica utilizada pelos cirurgiões-dentistas5, enquanto a técnica do paralelismo foi muito difundida apenas nos últimos vinte anos.6 A técnica da bissetriz se baseia na regra convencional do triângulo Rev ABRO. 2008; 9(2): 21-24 isométrico, empregada por Cieszynski, que diz que dois triângulos são iguais se tiverem dois ângulos iguais e um lado em comum, sendo isso importante para determinar a angulação vertical correta do localizador cilíndrico.² Assim, define-se que uma radiografia só será considerada perfeita quando as imagens nela contidas se apresentarem sem distorção, com contraste e uma densidade média, condições conseguidas apenas com o emprego correto da técnica. A distorção é uma característica inerente da técnica radiográfica periapical da bissetriz. Isto ocorre devido às diferentes distâncias da fonte de radiação ao filme, da variabilidade na posição do filme e da não perpendicularidade da incidência do feixe central de radiação na bissetriz do ângulo formado pelo longo eixo do dente e do filme 7. A técnica da bissetriz pode ser realizada com o uso de posicionadores específicos, diminuindo assim a variabilidade da distância da fonte de raios X ao filme, ou com o auxílio do próprio paciente, no que diz respeito ao posicionamento do 21 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica filme no interior da boca e é de grande importância que ela seja padronizada, pois a imagem radiográfica dos dentes deve resultar de uma correta técnica e que traga a maior fidelidade possível em todos os itens da qualidade, para que os resultados sejam significantes 8. Isto porque o valor da radiografia dental depende da qualidade e acurácia da imagem7 e um dos maiores problemas quanto à escolha para realização dessa técnica é a distorção da imagem do objeto radiografado, principalmente na região apical do dente, já que esta fica mais afastada do filme do que a região coronal. Para que este problema seja minimizado, é de fundamental importância a correta determinação da área de incidência do feixe central de raios X na face do paciente, incidindo perpendicularmente na bissetriz do ângulo formado pelo filme e longo eixo do dente, porém fica a pergunta, onde? Na região apical, na região média da raiz ou poderia ser na região cervical? Para Freitas et al. 9 (2000) e Whaites10 (2003), o feixe central de raios X é orientado para a região apical dos dentes. Já para Langland e Langlais2 (2002), o feixe de raios X é orientado no sentido do centro da área a ser radiografada, com o objetivo de abranger totalmente o filme, com o feixe central. Segundo Forsberg e Halse 6 (1997), mesmo quando a técnica da bissetriz é corretamente realizada, sempre se observa um grau de ampliação na imagem radiográfica das estruturas apicais, fato este verificado nas pesquisas de Ferreira et al.1 (1990) e Williams et al.4 (2006). Porém, nenhum estudo avaliou ainda a comparação do posicionamento do cilindro orientador da incidência do feixe de raios X, se na região apical ou na região do terço médio do dente, para a verificação de uma possível distorção da imagem do terço apical do dente. Assim, o objetivo nesta pesquisa foi avaliar a distorção da imagem radiográfica do terço apical do dente, quando a incidência do feixe central de raios X é posicionada em direção ao terço médio da bissetriz do ângulo formado pelo filme e longo eixo do dente e quando direcionada ao ápice dental. MATERIAL E MÉTODOS Após aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Piracicaba/UNICAMP, com protocolo de aprovação número 082/2007, foram utilizados oito dentes de um phantom, sendo um de cada grupo dental (um incisivo, um canino, um pré-molar e um molar), em cada arcada (superior e inferior). Nos dentes selecionados, foram introduzidos fios metálicos de diâmetro igual a 0,12mm, com comprimento de 10mm, estando este fio na região apical do canal radicular de cada dente. Foram determinados os pontos em que o feixe central de raios X deveria incidir, ou seja, os pontos correspondentes ao ápice e ao meio da bissetriz do ângulo formado pelo filme e longo eixo do dente e do filme. Para esta padronização, foram fixadas esferas metálicas na face do phantom, com posterior realização de radiografias para comprovar a coincidência das regiões desejadas com o posicionamento das esferas (Figura 1). Após comprovação destes pontos, foram realizadas 22 marcações com caneta do tipo hidrocor, nos locais que as esferas ocupavam, sendo estas removidas do phantom. Com as regiões estabelecidas para a incidência do feixe central de radiação, os dentes foram radiografados pela técnica periapical da bissetriz. Fig. 1 - Radiografia periapical com imagem da esfera metálica no ápice do dente. Primeiramente, foi selecionado um posicionador específico para a técnica da bissetriz, sendo este modificado para esta pesquisa com a remoção do anel localizador. Em seguida, foram adaptados os filmes ao posicionador e realizadas duas radiografias de cada dente previamente preparados, uma com o feixe central de raios X direcionado para o terço médio da bissetriz do ângulo formado pelo filme e longo eixo do dente e outra com o feixe central de raios X direcionado para o ápice. Deve-se salientar que a angulação vertical do cilindro orientador do aparelho de raios X foi a mesma para as duas incidências, de acordo com angulações pré-estabelecidas de cada dente a ser radiografado (Figura 2). Fig. 2 - Cilindro do aparelho de raios X posicionado para as incidências radiográficas Rev ABRO. 2008; 9(2): 21-24 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica As radiografias foram realizadas com a utilização do aparelho de raios X GE1000® (General Electric Co., Milwaukee, WI, EUA) em regime constante de 70 kVp e 10mA, com filtração total de 2,5mm de alumínio e tempo de exposição de 0,2 segundo. Foram utilizados filmes radiográficos Insight® (Eastman, Kodak, Rochester, EUA) tamanho 2, os quais foram processados na processadora automática GPX® (Dentsply International/Gendex, EUA). As análises radiográficas foram feitas por um radiologista, que utilizou negatoscópio, máscaras ao redor das radiografias, lupa com aumento de 6x e luz ambiente diminuída. O radiologista, por sua vez, realizou a mensuração das imagens dos fios metálicos localizadas no ápice dos dentes com o auxílio de um paquímetro digital caliper (nsk 1/128, stainless, Hardened, Kyogo, Japão), para a verificação se houve distorção significante do tamanho do dente com essas duas incidências radiográficas e se houve, qual das duas reproduz melhor o tamanho original do dente (Figura 3). Tabela 1 - Valores em milímetros do comprimento do fio ortodôntico nas radiografias periapicais, quando o feixe central de raios X incide no terço apical e no terço médio dos dentes. Dente 21 23 15 16 31 43 45 47 Terço apical 10.0 9.5 10.0 10.8 11.0 10.7 11.0 10.5 Terço médio 10.5 9.5 10.0 10.5 11.0 10.5 11.0 10.2 De acordo com a análise estatística, foi observado que o coeficiente de correlação intraclasse apresentou valor igual a 0,94, indicando que não houve diferença estatisticamente significante entre os resultados obtidos (Tabela 2). Tabela 2 - Medidas dos fios ortodônticos (média e desvio padrão). Área de incidência Terço Apical Terço Médio Coeficiente de correlação intraclasse (IC 95%) Fig. 3 – Radiografia periapical do dente 47 com fio ortodôntico de 10mm de comprimento no interior do canal radicular. Foi utilizada análise de correlação intraclasse para a avaliação estatística. Obs: Se mensurarmos o comprimento da bissetriz do ângulo formado entre o longo eixo do dente e o filme, da face oclusal/incisal ao ápice, iremos notar que o terço médio da bissetriz coincide aproximadamente à metade da distância entre a região cervical e o ápice do dente, razão pela qual nomeamos terço médio da bissetriz. RESULTADOS Como resultado, podemos observar que após a aferição das imagens dos objetos conhecidos (fios ortodônticos com 10mm de comprimento) e comparando esses resultados, entre as imagens radiográficas obtidas, nas duas condições estudadas, o comprimento da imagem do fio ortodôntico que se encontrava no interior do canal radicular, na região do ápice do dente, apresentou valores iguais ou aproximados a 10,5 mm em todos os dentes (Tabela 1). Rev ABRO. 2008; 9(2): 21-24 Média 10,44 10,40 Desvio padrão 0,55 0,50 0,94 (0,68 -0,99) DISCUSSÃO O valor da radiografia periapical na Odontologia depende da qualidade da imagem. Radiografias utilizadas para mensurações de dentes necessitam de uma melhor acurácia do que as realizadas para outros fins diagnósticos. A determinação do comprimento dentário é muito importante nos casos de extração, procedimentos de localização, tratamentos endodônticos e periodontais.11 Wuehrmann e Manson-Hing12 salientaram que a qualidade da imagem radiográfica para fins de diagnóstico é afetada pela densidade, contraste, detalhe e pela distorção, após alguns anos Saito et al.8, reafirmaram as conclusões destes autores, em que a técnica radiográfica deve ser bem executada para garantir uma imagem radiográfica com a maior fidelidade possível, para obter significância nos resultados interpretativos e comparativos da imagem. Segundo Ferreira et al.1, sempre ocorre um grau de aumento na imagem radiográfica quando se utilizam as técnicas periapicais, da bissetriz e do paralelismo. Porém, quando bem realizada a técnica, estas distorções podem ser minimizadas, devendo então ser respeitadas as angulações, tempo de exposição e técnica de processamento das radiografias. 1,2,5,7 Este fato pode ser observado nesta pesquisa, cujos resultados apresentaram valores próximos ou iguais a 10,5 mm, ou seja, com ampliações das imagens mínimas quando comparadas com o valor real do objeto conhecido, introduzido no canal radicular, na região do ápice da raiz dental. 23 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Estudos sobre comprimento do dente, assim como comprimento de trabalho do canal radicular, mostraram que a técnica do paralelismo é preferível.13 Apesar desta afirmação, optou-se, neste trabalho, por utilizar a técnica da bissetriz, por ser uma técnica de fácil execução, menor custo, sem necessidade do uso de posicionadores. Porém, para alguns autores, a técnica da bissetriz apresenta como desvantagem a distorção da imagem. Seria interessante lembrar que o posicionador de eleição para a técnica do paralelismo é o produzido pela RINN, por sua precisão. Este é importado e nem sempre encontrado no mercado nacional, além de apresentar um custo bem maior. Para Freitas et al.9 e Whaites10, na técnica da bissetriz, o feixe central de raios X deve ser orientado para a região apical dos dentes. No entanto, para Langland e Langlais2, e MansonHing et al.5, o feixe de raios X deve ser orientado no sentido do centro da área a ser radiografada. No presente trabalho, apesar dos valores do comprimento dos fios ortodônticos apresentarem diferença entre as duas incidências propostas, o que leva a uma distorção, não foi observada diferença estatística significante. De acordo com os resultados obtidos, foi possível concluir que a técnica da bissetriz não apresenta diferença de distorção da imagem da raiz do dente, quando utilizadas incidências em que o feixe central de radiação é posicionado perpendicular ao terço médio da bissetriz do ângulo formado pelo longo eixo do dente e o filme e na região apical do dente. Portanto, a técnica da bissetriz pode ser realizada direcionando-se o feixe central de raios X tanto para o terço médio quanto para o ápice do dente, sem que a distorção seja significante. Esse resultado torna-se interessante em tratamentos de canais radiculares, principalmente na determinação do comprimento radicular e na avaliação da obturação do canal. ABSTRACT In order to get the minimum distortion in the radiographic image obtained by bisecting angle technique, it is necessary a perfect execution of it. The objective in this research was to evaluate the distortion of the radiographic image of the tooth when the X-ray beam is positioned in two different incidence areas and also to assess which incidence better reproduces the original size of the tooth. Eight teeth in a phantom model were used, which had a 10mm-length metallic wire attached to their apical regions. Two incidences were achieved. In the first incidence the X-ray beam was directed toward the medium third of the bisecting angle formed by the long axis of the tooth and the film and the second toward the apical third of the tooth. The radiographic images of the metallic wire were measured by a radiologist and the values were submitted to statistical analysis. It was possible to observe that the intraclass correlation coefficient was 0.94, indicating no statistical difference between the values measured. It was possible to conclude that the bisecting angle technique can be done with the X-ray beam directed toward the medium third of the bisecting angle formed by the long axis of the tooth and the film and toward the apical third of the tooth, without image distortion. 24 KEYWORDS: Dental radiography; X-Rays; Tooth apex REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Ferreira ET, Matson E, Oliveira JX, Freitas A. Contribuição para o estudo de áreas do processo de cáries, através de cortes axio-mésio-distais e de radiografias interproximais e periapicais nas técnicas do paralelismo e da bissetriz. Rev Odontol Univ São Paulo. 1990; 4(3): 223-27. Langlais RP, Langland OE, Nortjé CJ. Diagnostic Imaging of the Jaws. Baltmore: Williams & Wilkins, 1995. Fava LR, Dummer RM. Periapical radiographic techniques during endodontic diagnosis and treatment. Int Endon J. 1997; 30(4): 250-61. Williams CB, Joyce AP, Roberts S. 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Correspondência para Ellen Gaby Neves Faculdade de Odontologia de Piracicaba Avenida Limeira 901 – Bairro Areião Telefone: (19) 2106-5327 E-mail: [email protected] Rev ABRO. 2008; 9(2): 21-24 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica AVALIAÇÃO D A CORTIC AL ÓSSEA DO FÊMUR DE RA TAS DA CORTICAL RAT MEDIC AD AS COM CORTICÓIDE E BIF ONA TO MEDICAD ADAS BIFOSF OSFONA ONAT OSF Assessment of the femoral cortical in female rats medicated with corticosteroid and biphosphonate Celia Regina Winck MAHL1, Kilian CHRISTMANN2, Vania Regina Camargo FONTANELLA3 1 Professora de Radiologia Odontológica e Imaginologia da Universidade Luterana do Brasil, Canoas Estudante do Curso de Odontologia da Universidade Luterana do Brasil, Canoas 3 Professora de Radiologia Odontológica e Imaginologia da Universidade Luterana do Brasil, Canoas 2 RESUMO O objetivo nesta pesquisa foi comparar a espessura e a densidade da cortical óssea em imagens de tomografia computadorizada do fêmur de ratas submetidas à administração de glicocorticóide, seguida ou não de bifosfonato. Foram utilizadas 36 fêmeas jovens de Rattus Norvegicus da linhagem Wistar, divididas em três grupos com doze animais: 1 – controle, 2 – glicocorticóide e 3 – bifosfonato. Os animais foram tratados por doze semanas, sendo o grupo 1 três vezes por semana com injeções subcutâneas (2 ml/kg) de solução salina. Os grupos 2 e 3 receberam acetato de metilprednisolona (1 mg/kg) em suspensão e diluído em solução salina, sendo que o grupo 3 recebeu tratamento adicional com risedronato (3mg/ kg) diluído em água destilada em volume de 5 ml/kg por doze semanas, seis vezes por semana, por via oral. Os animais foram mortos e, então, tiveram dissecado o fêmur esquerdo, do qual foram obtidas imagens por tomografia computadorizada. Um observador selecionou um corte axial central, que foi ampliado em 3,8 vezes e submetido a filtro de nitidez. Desta imagem foram obtidas medidas da espessura e densidade da cortical. A ANOVA, complementada pelo teste de Tukey, evidenciou que não existe diferença significativa entre os grupos para a medida de espessura da cortical (p=0,897). O valor médio de densidade foi significativamente maior no grupo risedronato (p=0,007). Em comparação ao grupo controle, a tomografia computadorizada foi capaz de expressar alterações da densidade do osso cortical do fêmur de ratas medicadas com risedronato e não permitiu a verificação de alterações associadas ao uso de corticóide. PALAVRAS-CHAVE: Osteoporose; Rato; Tomografia computadorizada. INTRODUÇÃO A osteoporose é uma doença sistêmica progressiva caracterizada por diminuição da massa óssea que resulta em deterioração da microarquitetura do osso, ocasionando fragilidade e, conseqüentemente, aumentando o risco de fraturas. Embora as seqüelas da osteoporose possam ser vistas por todo o esqueleto, há três sítios comuns de fratura: vértebras, antebraço e quadril1. O aumento de risco da osteoporose e, conseqüentemente, da incidência de fraturas pode ser associado ao tratamento com glicocorticóides, quando empregado em altas doses e por tempo prolongado 2-6. No tratamento de osteoporose induzida por glicocorticóides, o padrão ouro no tratamento farmacológico é o bifosfonato7-9. Deste grupo de fármacos, o alendronato e o risedronato reduzem tanto a perda óssea como o risco de fraturas causadas pela terapia com corticóides10,11. Reduzir o risco de fraturas não vertebrais é o objetivo crítico do tratamento da osteoporose, pois estas têm grande impacto Rev ABRO. 2008; 9(2): 25-28 na saúde e na qualidade de vida 12. Vários modelos de mensuração de massa e da densidade óssea vêm sendo propostos, assim como meios de se avaliar a quantidade e a qualidade do tecido ósseo. Dentre estes se destacam a microdensitometria, a subtração digital, as tomografias linear e a computadorizada. A análise da textura óssea em filmes radiográficos, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética são métodos promissores para verificar alterações da arquitetura óssea13. Desta forma, o presente estudo tem por objetivo comparar a densidade (expressa por Unidades Hounsfield - UH) e a espessura do osso cortical em imagens de tomografia computadorizada do fêmur de ratas medicadas com glicocorticóide e bifosfonato a um grupo controle. MATERIAL E MÉTODOS O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, protocolo n° 42/06, seguindo 25 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica todas as recomendações vigentes relativas a pesquisas com animais. Foram utilizadas 36 fêmeas de Rattus Norvegicus da linhagem Wistar com 13 semanas de idade e peso entre 150 e 200 g, provenientes do Biotério da Universidade Luterana do Brasil. As ratas foram identificadas por grupo com cores distintas na cauda e mantidas em gaiolas específicas, em grupos de cinco por gaiola, em ambiente com temperatura controlada de 23 ± 30 C e umidade relativa do ar de 55 ± 15%, com ciclo claro e escuro de 12 h. Foram alimentadas com ração padrão de laboratório e água ad libitum. As ratas foram divididas em três grupos: 1 – controle (n=12), 2 – glicocorticóide (n=12) e 3 – corticóide + bifosfonato (n=12). Os animais dos três grupos foram tratados por doze semanas, sendo o grupo 1 três vezes por semana com injeções subcutâneas (2 ml/kg) de solução salina. Os grupos 2 e 3 receberam injeções subcutâneas de acetato de metilprednisolona (1 mg/kg) em suspensão e diluído em solução salina. O grupo 3 recebeu tratamento adicional com risedronato (3mg/kg) diluído em água destilada em volume de 5 ml/kg por mais doze semanas, seis vezes por semana, por via oral. Os animais dos grupos 1 e 2 foram mortos após 12 semanas e os do grupo 3 ao final das 24 semanas de tratamento. Subseqüente à morte dos animais, o fêmur esquerdo foi dissecado e as peças anatômicas foram acondicionadas individualmente em potes plásticos identificados, contendo solução de formalina neutra tamponada a 10%. O fêmur de cada animal foi submetido à tomografia computadorizada com um tomógrafo modelo M-EG (Phillips, Amsterdã, Holanda), operando no modo helicoidal, com espessura de 2 mm e incremento de 1 mm, resultando em cerca de 20 imagens axiais, as quais foram armazenadas no programa eFilm v. 2.1 (Merge Healthcare, Milwaukee, WI, EUA). Um corte central de cada fêmur foi selecionado para posterior análise (Figura 1). Esta imagem foi submetida à ampliação de 3,8 vezes (Figura 2A) e então foi aplicado filtro de nitidez com amplitude de 9x9 pixels, repetido seqüencialmente três vezes (Figura 2B). Fig. 2. Imagem do corte axial selecionado ampliado 3,8 vezes (A) e então submetida ao filtro de nitidez (B). Um observador experiente e cego quanto aos grupos a que pertenciam às imagens obteve a espessura da cortical óssea, expressa em décimos de milímetros, por meio de régua eletrônica (Figura 3A). A densidade mineral óssea média, expressa em UH, foi obtida de uma área oval traçada de forma padronizada na cortical de cada um dos quatro quadrantes da imagem (Figura 3B). Fig. 3. Exemplo de obtenção da espessura da cortical (A) e da sua densidade (B). Fig. 1. Captura de tela do programa eFilm. A seta branca representa a altura do corte axial selecionado. 26 Os dados obtidos foram armazenados em planilha e posteriormente processados e analisados por meio do software estatístico SPSS versão 10.0. Para a verificação da normalidade dos dados foi utilizado o teste não-paramétrico Kolmogorov-Smirnov. Para os dados deste estudo todas as medidas tiveram esta condição garantida. Por este motivo, os testes aplicados foram paramétricos, com exceção do estudo do erro, em que foi aplicado o teste de Friedman, por se tratar de dados pareados. Com o objetivo de comparar os grupos entre si foi utilizada a Análise de Variância (ANOVA), complementada pelo teste de comparações múltiplas de Tukey. Rev ABRO. 2008; 9(2): 25-28 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Tabela 1 - Comparação entre os grupos quanto às variáveis analisadas: espessura e densidade da cortical. Grupo Espessura da Cortical (mm-1) Glicocorticóide Controle Risedronato Densidade média da área (UH) Corticóide Controle Risedronato N° casos Média Desvio-padrão p 11 11 11 10,03 10,11 10,24 0,66 1,64 0,60 0,897 11 11 11 1593,70 A 1610,21 A 1756,36 B 175,47 69,63 99,28 0,007 * Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si. RESULTADOS Houve perda de material durante o processamento histológico de uma amostra de cada grupo, ficando estes compostos por 11 animais. Os resultados do teste de Friedman não evidenciaram diferenças significativas entre as medidas realizadas por quadrante em relação às variáveis analisadas (espessura da cortical p=0,067; UH área p=0,080). Assim, para a comparação entre os grupos (Tabela 1) foi empregada a média destas medidas. A menor espessura de cortical foi observada no grupo 2 (glicocorticóide), seguida pelos grupos 1 (controle) e 3 (risedronato), contudo Análise de Variância não identificou diferença significativa entre os mesmos (p=0,897). Quanto às medidas de densidade do osso cortical, o mesmo teste estatístico evidenciou diferenças significativas entre os grupos. De acordo com o teste Tuckey, o grupo 3 (risedronato) apresentou média significativamente maior que os grupos 1 (controle) e 2 (glicocorticóide), os quais não diferiram significativamente entre si. DISCUSSÃO A tomografia computadorizada tem sido utilizada em pesquisa para diagnóstico da osteoporose em pequenos animais, analisando a densidade óssea do osso trabecular14,15. Entretanto, outros estudos referem o uso da microtomografia computadorizada para avaliação da morfologia do osso e massa óssea, principalmente pelo fato de que quando ampliadas estas imagens permanecem com alta definição, ao contrário da tomografia computadorizada, que implica na utilização de filtros de nitidez quando as imagens são ampliadas16-19, recurso de pós-processamento de imagem que foi necessário no presente estudo. Porém, poucos são os estudos que avaliam a cortical óssea na osteoporose, talvez por ser o osso trabecular mais acometido que o cortical20. Além disso, o osso trabecular possui remodelação superfície/volume mais acentuada, apresentando mais locais de remodelação por unidade de volume do que o osso cortical21. No presente estudo foi medida a densidade óssea cortical do fêmur, tendo sido encontradas diferenças no grupo tratado Rev ABRO. 2008; 9(2): 25-28 com risedronato. Estes resultados estão de acordo com Reddy et al.22 (2005), que verificaram a aplicabilidade da tomografia computadorizada espiral para avaliar a cortical óssea em ratas. As análises do presente estudo foram realizadas por um único observador experiente, cego quanto ao grupo a que pertenciam as imagens, estando de acordo com o recomendado por Grier et al.23 (1996), os quais concluíram que para o sucesso de medidas de densidade mineral óssea em pequenos animais é fundamental a habilidade do operador em utilizar marcas anatômicas para o posicionamento e definição da mesma região de interesse na imagem. Os mesmos animais deste estudo foram anteriormente avaliados histomorfometricamente e por meio de subtração de radiografias obtidas in vivo, com comprovação da perda óssea decorrente da administração de glicocorticóide e de sua recuperação pelo risedronato24. A ausência de diferenças significativas na espessura do osso cortical entre os grupos corticóide e controle pode encontrar justificativa no fato de que os espécimes permaneceram por 8 meses em solução fixadora. De acordo com Fonseca25 (2007), o processo de conservação de espécimes anatômicos em solução aquosa de formalina a 10%, independentemente de tamponamento, altera significativamente e de forma progressiva a densidade radiográfica do tecido ósseo. Assim, presume-se que possa também alterar a espessura da cortical, o que pode ter gerado um viés importante neste estudo. CONCLUSÃO No presente estudo, cortes axiais de tomografia computadorizada foram capazes de expressar alterações da densidade do osso cortical do fêmur de ratas medicadas com corticóide associado a risedronato, mas não permitiram a verificação de alterações associadas ao uso de corticóide isoladamente. ABSTRACT Aim: to compare the thickness and density of cortical bone in images of computed tomography from rats’ femur submitted to administration of glucocorticoid, followed or not by administration of biphosphonate. Material and Methods: 36 Rattus Norvegicus (Wistar) young 27 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica females were allocated to three groups, each with twelve animals: 1 – control, 2 – glucocorticoid and 3 – risedronate. The animals were treated for twelve weeks. Group 1 received subcutaneous injections (2 ml/ kg) of saline solution three times a week. Group 2 received methylprednisolone acetate (1 mg/ kg) in suspension and dissolved in saline solution. Group 3 received additional treatment with risedronate sodium (3mg/ kg) dissolved in distilled water in volume of 5 ml/ kg for a further 12 weeks, six times per week. The animals were killed, their left femur were dissected and scanned with computed tomography. An observer selected an axial central image, which was zoomed 3.8 times and submitted to a sharpen filter. This image was measured for bone cortical thickness and density. Results: ANOVA complemented by Tukey test do not showed significant difference of cortical thickness among groups (p=0.897). Risedronate group presented significantly higher cortical density (p=0.007). Conclusion: compared to control group, computed tomography was able to express cortical bone density changes in the femur of rats treated with risedronate. In the other hand, it not expressed changes related to glucocorticoid administration. KEYWORDS: Osteoporosis; Rat; Computed tomography. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 28 Consensus Development Conference. Diagnosis, prophylaxis and treatment of osteoporosis. Am. J. Med. 1993; 94 :646-50. Canalis E. Mechanisms of glucocorticoid action in bone. Curr. Osteoporos. Rep. 2005; 3 :98-102. Boling EP. Secondary osteoporosis: underlying disease and the risk for glucocorticoid-induced osteoporosis. Clin. Ther. 2004; 26 :14. Cooper MS. Sensitivity of bone to glucocorticoids. Clin. Sci. 2004; 107 :111–123. Mazziotti G, Angeli A, Bilezikian JP, Canalis E, Giustina A. Glucocorticoid-induced osteoporosis: an update. Trends Endocrinol. Metab. 2006; 17 :144-149. Jutea S, Orbai P, Ghervan C, Duncea I, Gozariu L. Glucocorticoids increase inflamation-mediated osteopenia in rat. Acta Endocrinol. 2006; 2 :11-18. Takahashi K, Fukushima S, Nozaki K, Kokubo S, Teramura K, Miyata K. Effect of incadronate on corticosteroid-induced osteopenia in rats. 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Paulino Teixeira, 169/403 90420-160 - Porto Alegre/RS [email protected] Rev ABRO. 2008; 9(2): 25-28 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica ESTUDO COMP ARA TIV O D A DIST ORÇÃO VERTIC AL COMPARA ARATIV TIVO DA DISTORÇÃO VERTICAL ENTRE RADIOGRAFIAS DE DIA GNÓSTICO, DIAGNÓSTICO, ODONTOMETRIA E OBTURAÇÃO FINAL EM DENTES TRA TADOS ENDODONTIC AMENTE* TRAT ENDODONTICAMENTE* A comparative study among the diagnosis of periapical radiography, odontometry and final obturation with teeth in endodontic treatment* Marina Sant’Ana GAZOLLA1, Mônica Costa ARMOND2, Virginia Kelma dos Santos SILVA3, Rodrigo GENEROSO4. 1 Professora Assistente de Endodontia da Faculdade de Odontologia de Três Corações/UNINCOR Professora Assistente de Radiologia da Faculdade de Odontologia de Três Corações/UNINCOR 3 Mestranda em Clínica Odontológica – UNINCOR 4 Professor do Curso de Pós-Graduação da Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações/UNINCOR 2 * Dissertação de Mestrado. RESUMO Dentre os principais erros cometidos durante os tratamentos endodônticos, pode-se citar a distorção das radiografias, em função da presença do grampo, arco e do lençol de borracha que fazem o isolamento absoluto do campo operatório. Este estudo ocupa-se em analisar a eficiência da técnica radiográfica da bissetriz para a realização de radiografias nas fases do tratamento endodôntico e averiguar se houve distorção nas imagens mensuradas. Foram inspecionadas 900 radiografias periapicais de arquivo do Curso de Especialização em Endodontia da UNINCOR, Três Corações/MG, sendo 300 radiografias de diagnóstico, 300 de odontometria e 300 de obturações finais de tratamentos endodônticos concluídos em dentes unirradiculares, que foram realizadas pela técnica da bissetriz. Em cada tratamento concluído foi mensurado o comprimento aparente do dente com o auxílio de uma régua plástica milimetrada. Os valores medidos nas radiografias de diagnóstico, odontometria e final de cada dente foram mensurados em milímetros, para serem comparados entre si a fim de avaliar se houve ou não distorção entre os mesmos. Baseando-se nos resultados encontrados, as conclusões foram: não houve diferença estatisticamente significante entre o comprimento das medidas das radiografias periapicais de diagnóstico, odontometria e final em dentes unirradiculares; o método radiográfico da bissetriz mostrou-se eficiente, pois com o mesmo foram confeccionadas radiografias de qualidade, sendo que a distorção radiográfica encontrada foi irrelevante. PALAVRAS-CHAVE: Odontometria; Distorção; Bissetriz. INTRODUÇÃO Os profissionais da área de Odontologia, em geral, apresentam dificuldades técnicas para a realização de radiografias periapicais durante os tratamentos endodônticos, em função da presença do grampo, arco e lençol de borracha que compõem o isolamento absoluto do campo operatório. Dentre os principais erros encontrados está a distorção que as imagens radiográficas apresentam, fato este que desencadeia alterações significativas no resultado final dos tratamentos, principalmente em erros na mensuração do comprimento de trabalho durante a odontometria. A técnica radiográfica intrabucal periapical do paralelismo preconiza uma distância foco/filme de 40 cm, acompanhada do uso do posicionador para filmes periapicais para ser realizada, ou seja, o filme e o dente a ser radiografado devem estar posicionados paralelamente entre si, enquanto o feixe Rev ABRO. 2008; 9(2): 29-33 de raios X deve incidir perpendicularmente em ambos. Uma grande vantagem dessa técnica é a padronização das imagens radiográficas. Já pela técnica da bissetriz, a distância foco/filme utilizada para realizar a radiografia é de 20 cm, devendo-se respeitar as angulações vertical, horizontal, posição do filme, inclinações dentárias e áreas de incidência para cada região a ser radiografada. Não utiliza posicionador e o feixe de raios X deve incidir perpendicularmente à bissetriz do ângulo formado entre o filme e o dente. É a técnica periapical mais complexa de se executar. É importante ressaltar que a padronização técnica das radiografias periapicais deve ser imperativa nos procedimentos para a endodontia, a fim de que o tratamento final não resulte em sub ou sobre instrumentação, que levaria o paciente a ser submetido a um retratamento endodôntico 29 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica ou até a uma cirurgia parendodôntica. Os objetivos do estudo foram analisar se a técnica radiográfica da bissetriz seria eficiente para a realização de radiografias nas fases do tratamento endodôntico e averiguar se houve distorção nas imagens mensuradas. REVISÃO DE LITERATURA Eaton1 (1966) comprovou três métodos para obtenção de radiografias odontológicas: técnicas da bissetriz com cone curto e com cone longo, e técnica do paralelismo com cone longo. Concluiu que a técnica do paralelismo com o cone longo é a que produz menor distorção na imagem, e que para se utilizar a técnica da bissetriz seria necessário posicionar a angulação vertical e horizontal do goniômetro do aparelho de raios X. Langland & Sippy2 (1966) determinaram a distorção ocorrida nas imagens radiográficas de dentes anteriores produzidas pela técnica intra-oral do paralelismo (com uso do posicionador). Foram mensuradas 154 radiografias periapicais de dentes anteriores que seriam extraídos e as medidas radiográficas foram comparadas às medidas reais. Concluíram que a distorção radiográfica pela técnica do paralelismo poderia ser minimizada consideravelmente apenas com o uso do posicionador. Do Vale et al.3 (1972) verificaram as influências das técnicas radiográficas da bissetriz e do cone longo na odontometria. Selecionaram 50 dentes encaminhados para exodontia, os quais foram radiografados durante a odontometria por ambas as técnicas. As medidas foram feitas com um compasso de pontas metálicas, obtendo-se uma distância entre as pontas do mesmo e, então, medida com paquímetro. Concluíram que a técnica do cone longo apresentou menor distorção em relação à técnica do cone curto. Fitzgerald4 (1947) ressaltou que se a imagem radiográfica estivesse distorcida e sem nitidez o exame estaria comprometido, pois poderia omitir a presença de lesões e de estruturas anatômicas. Concluiu que a radiografia deve seguir os padrões técnicos, inclusive atenção especial à angulação vertical correta dos raios X, na colocação do filme na cavidade bucal do paciente e na distância foco-filme utilizada. Aun & Bernabé5 (1978) adaptaram um dispositivo para realização de radiografias com a técnica do cone longo. Foram selecionados cinco pacientes que foram radiografados usando a técnica do cone longo, comparativamente à do cone curto. Concluíram que com o dispositivo os resultados foram mais favoráveis quando comparado ao da técnica do cone curto. Lobato et al.6 (1986) utilizaram 28 dentes montados em articulador com o objetivo de avaliar, através dos exames radiográfico e visual, um novo método de odontometria. Os dentes foram radiografados pela técnica do cone longo onde tomou-se a medida de cada dente com a realização da odontometria. Em seguida, mais uma vez foram radiografados para que fosse observada a distância entre a ponta da lima introduzida no interior do canal. Concluíram que a técnica do paralelismo constituiu método apreciável para este procedimento. Forsberg7 (1987) comparou radiografias periapicais de 433 30 dentes unirradiculares in vitro, feitas pelas técnicas do paralelismo e da bissetriz. Foi analisada na radiografia a distância do ápice radiográfico até o cursor da lima que estava inserida no interior do canal. A técnica do paralelismo mostrou uma distorção radiográfica menor em comparação à da bissetriz. Forsberg & Norway8 (1987) compararam as técnicas do paralelismo e da bissetriz para obter o comprimento de 90 dentes unirradiculares extraídos. Foram realizadas as radiografias e as medidas foram comparadas entre si. Concluíram que a técnica da bissetriz produziu menor precisão nos resultados que a do paralelismo. Aun & Gavini9 (1988) avaliaram a distorção radiográfica em ápices radiculares íntegros e reabsorvidos quando das manobras de odontometria. Observaram como as variações anatômicas do ápice poderiam induzir a falsas interpretações. Concluíram que os valores obtidos pela imagem radiográfica da ponta do instrumento ao vértice anatômico são maiores do que a medida anatômica e podem induzir clinicamente ao transpasse do forame apical. Cox et al.10 (1991) avaliaram a precisão de um grupo de nove examinadores sem auxílio de artifícios, para mensuração do comprimento de canais radiculares. Limas de calibres 10 e 15 foram inseridas em vários comprimentos diferentes no interior dos canais radiculares de pré-molares e molares superiores e inferiores de cadáveres humanos. Para tanto foi interpretada uma única radiografia para cada dente. Com base nos resultados, os autores concluíram que as radiografias são importantes na determinação do comprimento dos dentes, mas outros fatores, como a sensação tátil de cada operador, sua experiência e conhecimento influenciariam na interpretação dessas radiografias. Enfatizaram ainda que pode haver distorção nessas radiografias conforme a técnica utilizada por cada operador em seu dia-a-dia clínico. Stein & Corcoran11 (1992) relataram que a obtenção do comprimento de trabalho durante o tratamento endodôntico seria uma das fases mais importantes do mesmo. O estudo foi realizado “in vitro” com o objetivo de determinar se radiografias seriam um método preciso na confirmação do comprimento do dente comparativamente a um localizador eletrônico apical, durante a odontometria. Foram selecionados 87 dentes vitais e 24 dentes não-vitais, indicados para a exodontia. As limas foram inseridas com o comprimento em questão no interior do canal e fixadas a eles antes que a extração fosse realizada. Após as exodontias, os dentes foram seccionados para observação da posição das pontas das limas em relação ao vértice radiográfico. Concluiu-se que houve uma discrepância encontrada no estudo, com alto índice de distorção durante a realização da radiografia. Araújo & Gomes 12 (1999) avaliaram as distorções radiográficas para a determinação do comprimento de trabalho utilizando a técnica do paralelismo. Foram usados 30 dentes unirradiculares humanos extraídos. Concluíram que não houve diferenças estatísticas significantes entre a curvatura das raízes e a posição dos instrumentos nos canais radiculares. Rev ABRO. 2008; 9(2): 29-33 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Ogata et al. 13 (2005) compararam a eficácia de três condições de interpretação radiográfica em odontometria e avaliaram a concordância intra-observador. As três condições experimentais de interpretação radiográfica foram: negatoscópio sem máscara e sem magnificação (Visual); 2) negatoscópio com lente de aumento de 2,5 X e com máscara (Magnificação) e 3) bloqueador de luz e lente de aumento de 1,75 X (Bloqueador). Concluíram que parece não haver qualquer vantagem em realizar medidas da distância entre o ápice radicular e o extremo da lima endodôntica em dentes incisivos superiores utilizando máscara ou magnificação da imagem. Jameel & Zakaria14 (2006) compararam a exatidão das técnicas radiográficas da bissetriz e do paralelismo na determinação do comprimento do canal na terapia endodôntica. Para a realização do estudo, foram usados 33 canais radiculares de dentes molares. Uma lima tipo K foi introduzida no canal até que sua ponta ficasse um milímetro mais curto do que o ápice. Cada dente foi radiografado pelas técnicas citadas. Os dados foram coletados e revelaram que existiam diferenças nas medidas pela técnica do paralelismo e a técnica da bissetriz, quando estes dois resultados compararam com o meio das medidas reais. Concluiu-se que é preferível usar a técnica do paralelismo durante o tratamento endodôntico, onde tem um resultado mais exato. Medeiros et al. 15 (2007) identificaram e avaliaram as dificuldades encontradas por 50 alunos durante a manobra de odontometria nas atividades laboratoriais da Disciplina de Endodontia da Universidade de Taubaté, realizadas em dentes humanos extraídos e montados em manequim. Verificaram que houve alto índice de dificuldade em encontrar as angulações horizontais e verticais durante a técnica da bissetriz. MATERIAL E MÉTODO Foram utilizadas 900 radiografias periapicais do arquivo do Curso de Especialização em Endodontia da UNINCOR, no período de 1993 a 2002, assim divididas: 300 radiografias de diagnóstico, 300 de odontometria e 300 finais de tratamentos endodônticos concluídos em dentes unirradiculares (Figura 1). A técnica radiográfica utilizada foi a da bissetriz. A faixa etária dos pacientes variou dos 15 aos 60 anos para ambos os sexos. Em cada radiografia foi mensurado o comprimento aparente do dente com auxílio de uma régua plástica milimetrada e lupa, utilizando-se um negatoscópio com máscara negra delimitadora e diminuição da luz ambiente para melhor visualização dos ápices radiculares. Na metodologia do estudo foi escolhida a régua plástica para realizar as mensurações porque, baseado no trabalho de Raldi et al.16 (1999), que compararam o paquímetro, a régua plástica e a régua metálica para medição de radiografias, os melhores resultados foram encontrados com o mesmo instrumento utilizado neste estudo. Os valores foram mensurados, em milímetros, nas radiografias de diagnóstico, Rev ABRO. 2008; 9(2): 29-33 odontometria e final de cada dente e analisadas por um único observador, para serem comparados a fim de avaliar se houve ou não distorção entre as mesmas. Só foram inspecionadas radiografias que apresentaram parâmetros ideais de qualidade, ou seja, contraste e densidade médios, máximo de detalhe e mínimo de distorção. Com o objetivo de comparar as medidas de diagnóstico, odontometria e final em dentes unirradiculares na variação do comprimento em milímetros, retirando a influência do tamanho do dente, foi utilizada uma Análise de Variância baseada em um planejamento em bloco com 1 fator, ou seja, os números dos dentes correspondem ao bloco de forma a retirar a variação causada pela diferença encontrada entre o tamanho dos dentes. O intuito desta análise é comparar três ou mais grupos independentes (radiografias à diagnóstico, odontometria e final) em relação à média de uma variável de interesse (comprimento do dente). O planejamento em bloco foi necessário, pois, os tamanhos e os tipos de dentes são diferentes, portanto, poderia haver uma influência do tamanho dos mesmos na medida do comprimento. Com isso, o bloco foi utilizado de maneira a retirar o efeito dos diferentes tamanhos dos dentes no resultado do comprimento de cada dente. Todos os resultados foram considerados significativos ao nível de significância de 5% (p < 0,05) tendo, portanto, 95% e confiança de que os resultados estejam corretos. Fig.1- Radiografias de diagnóstico, odontometria e final, respectivamente. Fig. 2 - Negatoscópio, máscara negra delimitadora, lupa e régua plástica milimetrada 31 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica RESULTADOS A Tabela 1 mostra uma descrição das medidas do comprimento dos dentes para cada um dos três tipos de radiografias mensuradas. A letra “n” significa o número de dentes. Observa-se que a menor medida encontrada foi de 10 mm e a maior medida foi 39 mm. Para os três tipos de radiografias a média dos comprimentos foi de 23 mm. Todas as medidas descritivas encontram-se em milímetros. TABELA 1 - Medidas descritivas do comprimento dos dentes em relação aos 3 tipos de radiografias estudadas. Tipos de radiografias n Diagnóstico Odontometria Final 300 300 300 Medidas descritivas (mm) Mínimo 11 10 11 Máximo 39 35 39 Mediana 22 23 39 Média 23 23 23 d.p. 0,5 0,4 0,5 A Tabela 2 mostra que não existe diferença (p > 0,05) estatisticamente significativa entre os três tipos de radiografias no que se refere ao tamanho do dente. Portanto, os três tipos de radiografias apresentam resultados semelhantes para as medidas do comprimento dos dentes. TABELA 2 - Resultados da Análise de Variância baseada num planejamento em bloco quanto à medida do comprimento do dente (mm) no que se refere aos 3 tipos de radiografias estudados Fonte de variação Tipo de radiografia Número do dente (bloco) Erro Total g.l. 2 299 598 900 SQ 0,001 1,557 0,299 49,738 QM 0,0003 0,0052 0,0050 F p 0,582 0,559 10,420 Legenda: SQ Soma dos quadrados; g.l. graus de liberdade; QM Quadrados médios; F Estatística do teste; p probabilidade de significância da estatística. DISCUSSÃO Vários autores 1,3,5,7,8,16 compararam as técnicas radiográficas intrabucais periapicais da bissetriz e do paralelismo, chegando a diferentes resultados. A maior parte deles comprovou que a técnica do cone longo (paralelismo) se mostrou superior à do cone curto, em relação ao fator distorção radiográfica. Em contraposição, nenhum autor pesquisado encontrou resultados que mostravam que a técnica da bissetriz seria superior à técnica do paralelismo na obtenção de radiografias periapicais. Alguns trabalhos mostraram pesquisas realizadas apenas com a técnica do paralelismo, com algumas variantes dentro do método. Como exemplo, Larheim & Eggen17 (1979) propuseram in vitro a técnica estandardizada do paralelismo acoplando tela milimetrada ao filme periapical, o que trouxe resultados também precisos e com menor índice de distorção. Comparando a imagem radiográfica obtida pela técnica do paralelismo com a medida real do dente após extração, autores6,12 puderam perceber que a distorção encontrada 32 quando da comparação das medidas não era estatisticamente significante. Langland & Sippy 2 (1966) e Aun & Bernabé 5 (1978) ressaltaram que o mérito da técnica do paralelismo se dá pelo uso correto do posicionador que se aplica na técnica, e encontraram uma menor distorção vertical. Aun & Gavini9 (1988) concordaram com Langland & Sippy2 (1966) e Aun & Bernabé5 (1978), dizendo que a distorção radiográfica poderia ser minimizada pelo uso do posicionador durante a tomada radiográfica. As radiografias mensuradas neste trabalho foram obtidas pela técnica da bissetriz, que é a técnica radiográfica de escolha do Curso de Odontologia de Três Corações- MGUNINCOR. Com base nos resultados do mesmo, que mostrou não haver diferença estatisticamente significante na mensuração do comprimento dos dentes nas radiografias de diagnóstico, odontometria e final, ou seja, que a distorção apresentada por elas seria irrelevante, pode-se enfatizar que a escolha da técnica da bissetriz seria positiva, discordando dos autores que defenderam a técnica radiográfica do paralelismo. Concorda-se com Cox et al.10 (1991) e Fitzgerald4 (1947) que o valor do exame radiográfico depende da qualidade da imagem radiográfica final, e também, Stein & Corcoran 11 (1992) que mostraram que as limitações na interpretação visual de radiografias sem qualidade deveriam ser consideradas, a fim de não prejudicar o resultado final do tratamento endodôntico. Ressalta-se que a técnica de odontometria utilizada pelos alunos da UNINCOR durante os tratamentos endodônticos, cujas radiografias foram empregadas neste trabalho, é a técnica de INGLE. Salienta-se que apesar de alguns autores 1,3,5,7,8,15 afirmarem que a técnica do paralelismo é superior à técnica da bissetriz, esta pesquisa mostrou que a última, quando bem executada, é tão eficaz quanto à primeira. CONCLUSÃO • Não houve diferença estatisticamente significante entre o comprimento das medidas das radiografias periapicais de diagnóstico, odontometria e obturação final em dentes unirradiculares. • Nesta pesquisa a técnica pela bissetriz mostrou-se eficiente na realização de radiografias durante as fases do tratamento endodôntico, sendo a distorção radiográfica encontrada irrelevante. ABSTRACT Among the main consigned mistakes during the endodontic treatments, one can mention the distortion in the radiographies through the presence of the clinch, arch and rubber sheet that they make absolute isolation of the operatorio field. This study deals with an analysis for seeing if the bisector radiographic technique would be efficient for the accomplishment of x-rays in the endodontic treatment phases and investigate if it was a Rev ABRO. 2008; 9(2): 29-33 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica distortion in the images measured. 900 periapical radiographies were inspected from the archives of the Endodontics Specialization course at UninCor, Três Corações, MG, being 300 diagnosis radiographies, 300 of odontometry and final obturation, and 300 of endodontic treatments finished with uniradicular teeth that they had been carried through by the technique of the bissetriz. In each concluded treatment it was measured the apparent length of the tooth with the helps of a plastic rule divided into millimeter. The measured values in the diagnosis radiographies, odontometry and final of each tooth were in millimeters and analyzed by a single observer, in order to be compared between themselves to evaluate if there was or not a distortion. With a base in the found results, the conclusions were: there was no statiscally significant difference between the measures length of the periapical diagnosis radiographies, odontometry and final with uniradicular teeth; the bisector radiographic method itself revealed efficient in quality radiographies, to be found the radiographic distortion was irrelevant. 15. 16. 17. Medeiros JMF, Habitante SM, Zöllner NA, Carvalho PL, Pinto CA, Lage-Marques JL. Análise das dificuldades dos alunos de graduação durante as manobras de odontometria.Rev. ABENO. 2007; 1:38-46. Raldi DP et al. 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Cep: 37010.60 Tel:(35) 3221.4144 email: [email protected] 33 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica AVALIAÇÃO D A QU ALID ADE D AS RADIOGRAFIAS DA QUALID ALIDADE DAS CEF AL OMÉTRIC AS LA TERAIS DE UM SER VIÇO DE CEFAL ALOMÉTRIC OMÉTRICAS LATERAIS SERVIÇO RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA Evaluation of lateral cephalometric radiograph quality performed in a radiological dental office Daniela Pita de MELO1, Flávia Maria de Moraes RAMOS1, Andréa dos Anjos PONTUAL2, Luciana AGUIAR3, Paulo Sérgio Flores CAMPOS4 1 Aluna do Doutorado em Radiologia Odontológica FOP-UNICAMP Professora de Radiologia da Faculdade de Odontologia de Pernambuco 3 Aluna do Mestrado em Radiologia Odontológica FOP-UNICAMP 4 Professor Livre-Docente da disciplina de Radiologia Odontológica da FO-UFBA 2 RESUMO Neste trabalho, o objetivo foi avaliar a qualidade das radiografias laterais cefalométricas realizadas por alunos ingressos no mestrado e na especialização em Radiologia Odontológica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Foram avaliadas radiografias cefalométricas laterais realizadas no período de um ano, entre outubro de 2003 e agosto de 2004. Mil e vinte radiografias foram avaliadas para 14 categorias de erros. Cento e cinqüenta e seis radiografias não atingiram o padrão de qualidade, apresentando no mínimo um erro principal. Foram adquiridas 864 radiografias com padrão de qualidade adequado. As radiografias que não atingiram o padrão de qualidade (156) foram avaliadas por dois examinadores, que classificaram e catalogaram os erros de acordo com o erro determinante da repetição. A superexposição do paciente correspondeu a 24,36% das falhas, sendo o erro mais freqüente. A ausência de máxima intercuspidação foi o segundo erro mais freqüente (17,31%). Concluiu-se que a maior prevalência de repetições foi causada pela inexperiência do operador. PALAVRAS-CHAVE: Radiografia; Cefalometria; Controle de qualidade. INTRODUÇÃO A radiografia cefalométrica lateral é, a rigor, a radiografia extrabucal de perfil feita com maior distância foco-objeto (1,524 m) do que as demais radiografias extrabucais em norma lateral (1,0 m). Este método permite a padronização das projeções radiográficas devido à utilização de um cefalostato ajustável que faz parte do aparelho. A padronização da posição do paciente garante a obtenção de radiografias cefalométricas laterais reprodutíveis, permitindo a mensuração e posterior comparação das estruturas bucais e craniofaciais em tempos diferentes. A radiografia cefalométrica lateral deve apresentar níveis adequados de detalhe, definição, densidade e contraste para a correta avaliação das estruturas anatômicas e possíveis processos patológicos durante a interpretação dessas imagens. Na obtenção da radiografia cefalométrica lateral, o operador deve estar atento ao correto posicionamento do paciente no cefalostato, posicionando-o com a coluna ereta, pescoço estendido, plano de Frankfort paralelo ao plano horizontal, plano sagital mediano perpendicular ao plano horizontal, paciente em oclusão, lábios fechados e nãotensionados. A visualização de estruturas anatômicas na imagem está diretamente relacionada ao alinhamento do paciente. 34 O exame radiográfico é utilizado em larga escala na Odontologia como importante auxiliar no diagnóstico, constituindo método fundamental para o planejamento do tratamento de diversas patologias da região da cabeça e pescoço1. Atualmente, a radiografia cefalométrica lateral representa um dos exames radiográficos mais solicitados pelo cirurgião-dentista para tratamentos ortodônticos e ortopédicos2. Através da visualização, em norma lateral, de inúmeras estruturas anatômicas na imagem final da radiografia cefalométrica, pontos de referência são determinados, o que leva a medidas angulares e lineares utilizadas na avaliação dos padrões de crescimento. A falta de atenção em qualquer uma das etapas para obtenção da radiografia cefalométrica pode comprometer o resultado final das imagens para interpretação radiográfica, levando a repetição da técnica e exposição desnecessária do paciente 3. Radiografias fora do padrão de qualidade comprometem a realização das mensurações lineares e angulares, prejudicando a realização do traçado cefalométrico, indispensável à correta avaliação do crescimento facial. A minimização dos erros torna possível a visualização de pequenas mudanças alcançadas com o tratamento ortodôntico2. Este trabalho tem por objetivo avaliar os erros em Rev ABRO. 2008; 9(2): 34-37 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica radiografias cefalométricas laterais realizadas por alunos de mestrado e ingressos na especialização em Radiologia Odontológica da Faculdade de Odontologia de PiracicabaUNICAMP. MATERIAL E MÉTODOS No período de um ano, foram avaliadas radiografias cefalométricas laterais da Clínica de Radiologia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba-UNICAMP. Estas radiografias foram realizadas no aparelho de telerradiografia Tele Funk x15 (Tele Funk Indústria e Comércio de Equipamentos de RX LTDA, Brasil) e processadas na processadora automática Macrotec MX-2 (Macrotec, Belo Horizonte). Neste período, foi registrada a quantidade de radiografias realizadas dentro do padrão de qualidade (864) dos pacientes atendidos na clínica. As radiografias incorretas (156) foram avaliadas, para a indicação do erro responsável pela repetição, por dois examinadores especialistas em Radiologia Odontológica, com cinco anos de experiência clínica, utilizando um negatoscópio E.M.B. (Eletro Médica Brasileira São Paulo). Previamente, os dois examinadores classificaram um grupo de radiografias que não faziam parte da amostra para assegurar a consistência da avaliação. As radiografias foram avaliadas em ambiente sem iluminação artificial ou natural e, após a classificação dos erros, em caso de discordância entre os avaliadores, foi realizada uma nova avaliação para a determinação da principal causa de repetição. Nessas avaliações os erros foram classificados de acordo com o Quadro 1. Quadro 1 - Classificação dos erros a serem analisados nas radiografias cefalométricas CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS ERROS DE POSICIONAMENTO DO PACIENTE · Cabeça posicionada para cima · Cabeça posicionada para baixo · Ausência de máxima intercuspidação · Lábios e queixo contraídos · Olivas não coincidentes MOVIMENTAÇÃO DO PACIENTE APARELHO · Mau funcionamento ERROS RELACIONADOS AOS FATORES DE EXPOSIÇÃO · Subexposição · Superexposição ERROS TÉCNICOS · Excesso de perfil mole · Ausência de perfil mole · Pouco perfil mole · Corte no perfil mole · Mau posicionamento do colimador/diafragma Rev ABRO. 2008; 9(2): 34-37 RESULTADOS Das 1.020 radiografias realizadas, 864 (84,71%) apresentaram os padrões de qualidade, sendo, portanto, consideradas tecnicamente corretas, enquanto 156 (15,29%) necessitaram de repetição. Dentre as 156 radiografias que não apresentaram qualidade de imagem satisfatória para diagnóstico, os erros relacionados aos fatores de exposição foram os mais encontrados (37,82%). Observa-se na Tabela 1 que os erros de superexposição representaram 64,41%, enquanto os erros de subexposição corresponderam a 35,59%. O segundo maior grupo de erros relacionou-se ao posicionamento incorreto do paciente (36,54%). Em relação a este grupo, a ausência de máxima intercuspidação foi o erro mais freqüente (47,37%), seguido do erro relacionado com o posicionamento da cabeça inclinada para baixo (29,81%) e da cabeça inclinada para cima (19,30%), como pode ser observado na Tabela 2. A distribuição dos erros técnicos está exposta na Tabela 3, sendo os mais freqüentes: excesso de perfil mole (27,28%), ausência de perfil mole (24,24%) e pouco perfil mole (21,21%). Os erros relacionados ao mau funcionamento do aparelho corresponderam a 0,64% do total de erros. Os erros de movimentação do paciente representaram apenas 3,85% do total. Na Tabela 4 pode-se observar a distribuição de todos os erros, sem discriminação de grupos. Dentre todos os erros, o mais freqüente foi a superexposição (24,36%), seguido da ausência de máxima intercuspidação (17,31%). Tabela 1 - Distribuição das porcentagens do grupo de erros relacionados aos fatores de exposição. ERROS RELACIONADOS AOS FATORES DE EXPOSIÇÃO (37,82%) Superexposição Subexposição Total N 38 21 59 % 64,41 35,59 100 Tabela 2 - Distribuição das porcentagens do grupo de erros relacionados ao posicionamento ERROS DE POSICIONAMENTO (36,54%) Cabeça inclinada para cima Cabeça inclinada para baixo Lábios/queixo contraídos Olivas não coincidentes Ausência de máxima intercuspidação Total N 11 17 1 1 27 57 % 19,30 29,81 1,75 1,75 47,37 100 Tabela 3 - Distribuição das porcentagens do grupo de erros técnicos. ERROS TÉCNICOS (21,15%) Excesso de perfil mole Ausência de perfil mole Pouco perfil mole Corte no perfil mole Posicionamento do Colimador/Diafragma Total N 9 8 7 4 5 33 % 27,28 24,24 21,21 12,12 15,15 100 35 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Tabela 4 - Distribuição dos erros responsáveis pela repetição das radiografias. ERROS Cabeça inclinada para cima Cabeça inclinada para baixo Excesso de perfil mole Ausência de perfil mole Pouco perfil mole Ausência de máxima intercuspidação Movimentação do paciente Diafragma/Colimador mal posicionado Corte no perfil mole Subexposição Superexposição Olivas não coincidentes Lábios/Queixo contraídos Mau funcionamento do aparelho Total de erros N 11 17 9 8 7 27 6 5 4 21 38 1 1 1 156 % 7,05 10,90 5,77 5,13 4,49 17,31 3,85 3,20 2,56 13,21 24,36 0,64 0,64 0,64 100 DISCUSSÃO O estudo das radiografias cefalométricas laterais de pacientes permite que os cirurgiões-dentistas, especialmente os ortodontistas, possam avaliar o crescimento facial e diagnosticar anormalidades, assim, planejando corretamente o tratamento a ser realizado. A qualidade da imagem radiográfica é fundamental para o correto diagnóstico e esta deve ser adquirida com a menor exposição possível do paciente à radiação ionizante. Desta forma, é preciso evitar ao máximo os erros radiográficos, a fim de realizar o menor número de exposições possível e obter radiografias que permitam o diagnóstico preciso. Os ortodontistas geralmente utilizam a radiografia cefalométrica lateral para o planejamento e acompanhamento do tratamento de seus pacientes. A qualidade dessas imagens é de fundamental importância, principalmente pelo fato dessa radiografia ser repetida durante o tratamento desses pacientes, para comparação de evetuais transformações. Erros relacionados à aquisição da radiografia, traçado, identificação de pontos cefalométricos, e medidas já foram investigados de forma a minimizá-los4,5,6. Os erros de traçado, marcação de pontos e mensurações cefalométricas muitas vezes ocorrem em conseqüência da aquisição de imagens radiográficas inadequadas, tendo em vista que esta é a primeira etapa na obtenção de uma análise cefalométrica. Como mencionado anteriormente, uma importante fonte de erros na marcação de pontos cefalométricos é a qualidade da radiografia7. Em nosso estudo, foi observado que o maior número de erros estava relacionado à superexposição (24,36%). A superexposição está relacionada aos fatores de exposição radiográfica, e este grupo de erros correspondeu a 37,82% das falhas encontradas. Uma radiografia com densidade elevada, assim como uma densidade muito baixa, mascara pontos cefalométricos localizados em estruturas anatômicas mais delicadas, o que pode levar a um traçado 36 incorreto. Com o avanço tecnológico dos sistemas digitais e digitalização das imagens, os softwares utilizados durante o processo de aquisição de imagens digitais permitem que a densidade da imagem seja manipulada. Geelen et al. 8 (1998) afirmaram que a qualidade da imagem é determinada durante a exposição e processamento do filme e que pouco pode ser feito para melhora-lá após a sua aquisição. Se um filme radiográfico é escaneado e transferido para o formato digital, a qualidade radiográfica original é um dos critérios mais importantes para a validação dos resultados7. Relatos de imagens inadequadas ou inúteis são crescentes, o que aumenta o número de exposições desnecessárias. Essas exposições representam um risco adicional ao paciente, quer pelo excessivo número de radiografias repetidas, quer pela utilização de radiografias inadequadas levando a diagnósticos e tratamentos imprecisos. Quanto maior a distância foco-objeto na radiografia cefalométrica lateral, menor a magnificação da imagem. Porém, na prática, a distância mais viável é a de 1,524 m, e tabelas de compensação foram publicadas para a realização de medidas lineares 9. As dificuldades apresentadas pela radiografia cefalométrica lateral são: magnificação geométrica e distorção, erros de mensuração e erros de reposicionamento (repetição)9. A cefalometria manual vem sendo continuamente substituída pela cefalometria computadorizada. Esta técnica consome mais tempo de trabalho e, ainda, há risco de erro no momento da transferência das medidas para o computador7. Bruntz et al.10 (2006) observaram que quando o filme radiográfico é convertido ao formato digital a imagem sofre distorção: 0,5% de ampliação no sentido vertical e redução horizontal de 0,3%, o que aumenta ainda mais a já existente distorção da imagem por limitações do método radiográfico. A cefalometria computadorizada é o método mais prático de obtenção do traçado cefalométrico, além de permitir que a imagem seja manipulada. Entretanto, nem todos os erros radiográficos poderão ser amenizados através das ferramentas encontradas em programas de cefalometria. Os erros de posicionamento, que corresponderam a 36,54 % dos erros neste estudo, devem ser evitados, pois levam a repetição da radiografia. Dos erros relacionados ao posicionamento do paciente, a ausência de máxima intercuspidação foi o mais freqüente (47,37%). O paciente deve ser informado de forma clara sobre a necessidade da permanência em máxima intercuspidação. O operador deve verificar a mordida do paciente antes de realizar a aquisição da imagem. A cabeça inclinada para baixo foi o segundo erro de posicionamento mais freqüente (29,81%). Isto talvez se deva à tendência dos pacientes inclinarem a cabeça para baixo, como posição natural da cabeça11. É importante que o operador, ao posicionar o paciente no cefalostato, verifique se o plano de Frankfort está paralelo ao plano horizontal e fixe bem o posicionador do násio para evitar que o paciente incline a cabeça para baixo ou para cima. Rev ABRO. 2008; 9(2): 34-37 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Os erros relacionados à técnica formaram o terceiro grupo de erros mais comuns (21,15%), sendo o excesso de perfil mole o mais freqüente destes, seguido da ausência de tecido mole (24,24%) e perfil mole insuficiente (21,21%). A aquisição radiográfica tem várias características que podem levar a perda da precisão da imagem, principalmente no que diz respeito a diferentes radiodensidades dos tecidos duros e moles. Benson & Richmond12 (1997) demonstraram em seu estudo que a radiografia cefalométrica lateral é a técnica mais confiável e reprodutível para a mensuração do perfil mole. Este é importante na mensuração de pontos cefalométricos e o máximo de nitidez da linha do perfil mole é um dos principais objetivos durante a aquisição da radiografia cefalométrica. O operador deve posicionar corretamente o filtro para perfil mole e escolher corretamente os fatores de exposição, para obter uma imagem adequada para a avaliação do perfil mole. CONCLUSÃO Diante do exposto, concluímos que: • Os erros relacionados à escolha dos fatores de exposição são os mais comuns, quando da obtenção de radiografias cefalométricas laterais; • Dentre os erros encontrados, a superexposição foi o mais freqüente; • A maioria dos erros está sob o controle dos operadores e poderiam ser evitados. Eur J of Orthod 2001; 23(5): 569-578. Langland OE, Sippy FH. Anatomic structures as visualized on the orthopantomogram. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1968; 26:475-484. 4. Chen YJ, Chen SK, Chang HF, Chen KC. Comparison of landmark identification in traditional versus computer-aided digital cephalometry. Angle Orthod 2000; 70:387-392. 5. Chen YJ, Chen SK, Yao JC, Chang HF. 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A comparison of scanned lateral cephalograms with corresponding original radiographs. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2006; 130(3):340348. 11. Lundström A, Lundström F. The Frankfort horizontal as a basis for cephalometric analysis. Am J Orthod Dentofacial Orthop 1995; 107(5):537-540. 12. Benson PE, Richmond S. A critical appraisal of measurements of the soft tissue outline using photographs and videos. Eur J of Orthod 1997; 19:397-409. 3. ABSTRACT The aim of this study was to evaluate the quality of the lateral cephalometric radiographs taken by graduate students who started at the Radiology Department of Piracicaba Dental School. The radiographs taken during the period of one ear, from October 2003 to August 2004 were evaluated. A thousand and twenty radiographs were evaluated based on 14 categories of common errors. A hundred and fifty six radiographs were considered without quality, presenting at least one main error. Eight hundred and sixty four radiographs were acquired with a satisfactory quality pattern. The radiographs that needed to be repeated (156) were evaluated by two examiners that classified and filed the errors presented by the main error that leaded to the repetition.The superexposition of the patient corresponded to 24,36% of the errors and was the most frequent error found in this study. The absence of maximum occlusion was second most common error (17,31%). It was concluded that the higher prevalence of repetitions was due to the inexperience of the operator. KEYWORDS: Radiography; Cephalometry; Quality control. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. Yacovenko, A. Análise dos problemas mais freqüentes na radiografia na prática odontológica. Revista da ABRO 2001; 2(1):29-39. Kamoen, A, Dermaut L, Verbeeck, R. The clinical significance of error measurement in the interpretation of treatment results. Rev ABRO. 2008; 9(2): 34-37 Correspondência para: Daniela Pita de Melo Av. Limeira, 901, Areião Cx Postal 52, Piracicaba-SP. e-mail: [email protected] Tel. (19) 3412-53-27 37 PREV ALÊNCIA DE ANOMALIAS DENTÁRIAS EM PREVALÊNCIA PACIENTES SUBMETIDOS A TRA TAMENT O TRAT AMENTO ODONTOLÓGICO Prevalence of development dental anomalies in patients undergoing dental treatment Betania Fachetti RIBEIRO1, Déborah Paraíso Pitta IGLESIAS2, Cristina Ruan Ferreira de ARAÚJO3, Alexandre Pinto MAIA4, Ana Miryam Costa de MEDEIROS5 1 Doutoranda em Estomatologia pela UFPB, mestre em Patologia Oral pela UFRN Professora substituta de Imunologia da UFRN, Doutoranda em Patologia Oral pela UFRN 3 Doutoranda em Patologia Oral pela UFRN e mestre em Diagnóstico Bucal pela UFPB 4 Doutorando em Patologia Oral pela UFRN e mestre em Periodontia pela UFRN 5 Professora Doutora da Disciplina de Diagnóstico Oral da UFRN 2 RESUMO O objetivo neste estudo foi determinar a prevalência de anomalias dentárias em radiografias panorâmicas. Foi realizada uma pesquisa descritiva constituída pela observação, análise e registro das anomalias dentárias de desenvolvimento em radiografias panorâmicas obtidas por indicação clínica para tratamento odontológico, considerando as anomalias de número, tamanho e forma. A amostra consistiu de 308 radiografias panorâmicas realizadas durante o período de um ano em uma clínica odontológica privada da cidade de Natal/RN. Foram coletados dados referentes ao sexo, idade do paciente, tipo de anomalia e sua localização anatômica. Das 308 imagens radiográficas panorâmicas analisadas, os dados coletados indicaram a dilaceração como a anomalia de maior prevalência (n=75, 66,37%), seguida pela microdontia (n=13, 11,5%) e anodontia (n=9, 7,96%). Quanto à relação entre a presença de anomalias e o sexo, o teste estatístico não-paramétrico Qui-Quadrado aplicado demonstrou que não houve diferença estatisticamente significante. A dilaceração radicular foi a anomalia de desenvolvimento de maior prevalência. A maioria das anomalias foi observada na região de molares inferiores e não houve diferença estatisticamente significativa quanto à presença das anomalias verificadas e o sexo dos pacientes. PALAVRAS-CHAVE: Radiografia panorâmica; Anomalias dento-faciais; Prevalência; Diagnóstico por imagem. INTRODUÇÃO A odontogênese é um processo embriológico complexo, caracterizado por uma série de interações célula-célula e célulamatriz, que culminam com a diferenciação do órgão dental1,2. Os eventos biológicos iniciais têm início em torno da sexta semana de desenvolvimento intra-uterino e muitos dos complexos mecanismos necessários à progressão normal da odontogênese ainda não são totalmente conhecidos3,4. As anomalias do desenvolvimento dentário são resultantes de desvios do processo normal de crescimento, desenvolvimento e/ou diferenciação celular durante a odontogênese. Ocorrem devido a fatores genéticos, como manifestações de distúrbios sistêmicos, ou sofrem influência de fatores ambientais que podem causar transtornos durante o desenvolvimento, mesmo após o nascimento5,6. Manifestamse clinicamente como alterações da morfologia e estrutura histológica, podendo acarretar em perda da função e apresentam freqüência variável de acordo com a população estudada7. 38 As anomalias de desenvolvimento são classificadas em relação ao número, tamanho, forma e estrutura dos dentes. As alterações em relação ao número (anodontia e dente supranumerário) são comuns e podem estar associadas à genética do paciente. Considerando a ausência de dentes, outros fatores como trauma, radiação, distúrbios endócrinos e medicamentos quimioterápicos, entre outros, podem estar associados a essa condição. A origem das anomalias dentárias de tamanho (microdontia e macrodontia) está relacionada principalmente com o fator hereditário, porém, fatores genéticos e ambientais podem afetar o tamanho dos dentes durante o desenvolvimento. Quanto à forma dos dentes, esta pode sofrer alteração durante o desenvolvimento dos mesmos, originando fusão, geminação ou concrescências dos elementos dentários. As alterações nas estruturas dentárias estão relacionadas com fatores hereditários7,8. Muitas anomalias de desenvolvimento dentário podem Rev ABRO. 2008; 9(2): 38-41 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica ser diagnosticadas apenas com a avaliação clínica, porém, há casos não detectados clinicamente que apenas são visualizados através do exame radiográfico9,10. A radiografia panorâmica permite uma avaliação de todas as estruturas ósseas e dentárias da maxila e mandíbula, proporcionando subsídios adequados para a maioria dos procedimentos de cirurgia bucal, avaliação do progresso em tratamentos ortodônticos, informações sobre o crescimento e o desenvolvimento de crianças, bem como, nos levantamentos de saúde bucal de uma dada população11. Para o estudo dos distúrbios que ocorrem durante a odontogênese, o exame panorâmico é importante ainda para avaliar a extensão da anomalia e a possível associação com outras patologias. Dessa forma, o exame clínico associado ao radiográfico permite o diagnóstico preciso de anomalia dentária9,10. Diante do exposto, este estudo tem por objetivo determinar a prevalência de anomalias dentárias (número, forma e tamanho), avaliando radiografias panorâmicas de pacientes que foram realizadas por indicação clínica para planejamento do tratamento odontológico. MATERIAL E MÉTODOS Este estudo consistiu de uma pesquisa descritiva retrospectiva, constituída pela observação, análise e registro das anomalias dentárias de desenvolvimento em radiografias panorâmicas, considerando as anomalias de número, tamanho e forma. A amostra totalizou 308 radiografias panorâmicas realizadas em uma clínica odontológica privada da cidade de Natal/RN no período de um ano, que se encontravam arquivadas junto aos prontuários dos pacientes e necessariamente apresentavam padrões de qualidade aceitáveis para diagnóstico, considerando grau máximo de detalhe e médio de densidade e contraste. Foram coletados os dados referentes ao sexo e à idade do paciente. Após realização da análise radiográfica em negatoscópio com máscara negra em uma sala escura, três examinadores coletaram os dados referentes ao tipo de anomalia presente em cada caso avaliado e sua localização anatômica. Realizou-se uma análise descritiva dos dados. Para verificar se havia associação entre as variáveis “sexo” e “anomalias dentárias”, os dados coletados foram submetidos ao teste não-paramétrico do Qui-Quadrado com nível de significância de 5%, utilizando o Software GraphPad InStat. RESULTADOS Das 308 radiografias panorâmicas analisadas, 81 (26,30%) apresentaram um ou mais tipo de anomalia, sendo observado um total de 113 anomalias dentárias. Dos 81 pacientes que apresentavam anomalia(s), 37 (45,68%) eram do sexo masculino e 44 (54,32%) do sexo feminino. A idade média dos pacientes com anomalias foi de 35,5 anos, sendo a idade mínima de 8 e a máxima de 64 anos. As 113 anomalias dentárias diagnosticadas estavam agrupadas em sete tipos, sendo as mais prevalentes a Rev ABRO. 2008; 9(2): 38-41 dilaceração (n=75, 66,37%), seguida pela microdontia (n=13, 11,5%) e anodontia (n=9, 7,96%). A tabela 01 mostra os tipos de anomalias diagnosticadas, bem como seu número e percentual dentro da amostra. Quando considerada a localização das anomalias, observa-se que a região de molares inferiores foi a que apresentou maior prevalência de casos (n=58, 51,3%), sendo que a região de terceiros molares contribuiu com 40 (35,4%) casos, seguida da região de molares superiores (n=22, 19,5%) e da região de pré-molares (n=15, 13,3%). A distribuição das anomalias entre os pacientes do sexo feminino e masculino de uma maneira geral não mostrou diferenças quanto à prevalência (Tabela 02). O teste QuiQuadrado não mostrou associação entre estas variáveis (p=0,88). DISCUSSÃO A formação e o desenvolvimento do órgão dentário respeitam um padrão histológico definido, obedecendo as etapas de iniciação, histodiferenciação, morfodiferenciação, aposição, calcificação e erupção. Cada um destes estágios da organogênese é sensível a induções de agentes modificadores, que alteram a fisiologia e a morfologia dos tecidos. Estas alterações podem surgir por causas múltiplas, locais ou gerais, às vezes indeterminadas. Cerca de 10% das malformações congênitas são de caráter hereditário, outros 10% são ambientais e 80% são de etiologia desconhecida 12. Em decorrência da presença destas anomalias, o paciente pode apresentar alteração no padrão de oclusão e, conseqüentemente, uma função mastigatória anormal, desequilíbrio no crescimento das arcadas dentárias, migrações dentárias não desejáveis, apinhamentos dentários, retenção de dentes decíduos, problemas periodontais e até mesmo complicações no tratamento ortodôntico6,13. Entretanto, estas alterações podem passar despercebidas tanto para o paciente como para o cirurgião-dentista até o momento do exame radiográfico. Dessa forma, a radiografia, em especial a panorâmica, constitui um exame complementar de grande significado clínico na detecção desses distúrbios do desenvolvimento9. A radiografia panorâmica permite uma visualização global dos dentes dos maxilares, bem como seus constituintes ósseos. É um exame rápido, de fácil execução e baixo custo, que permite detectar a presença de patologias nos maxilares, dentes inclusos, traumas e anomalias dentárias, assim como a avaliação da dentição. Por isso é um dos exames radiográficos mais solicitados pelos dentistas7,13,14. A análise das radiografias panorâmicas para identificação de anomalias dentárias do desenvolvimento permitiu identificar a presença de um ou mais tipo de anomalia em 35,5% dos pacientes, com uma média de 1,4 anomalias por paciente. Tais resultados foram inferiores aos descritos por Souza et al.15 (2002) e Scarpim et al.10 (2006) que verificaram 39 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica prevalência de anomalias dentárias em 74% das 496 radiografias analisadas em crianças de 2 a 11 anos e 57,8% dos 766 pacientes ortodônticos com idade entre 4 a 30 anos, respectivamente. Em pacientes mais jovens, com idade entre 4 e 12 anos, Coutinho et al. 16 (1998) e Faria 17 (2003) observaram uma prevalência ainda menor (11,4%) do que a relatada no presente estudo. A comparação entre os dados de prevalência das anomalias dentárias muitas vezes fica prejudicada, pois as anomalias incluídas para análise e a faixa etária analisada diferem entre os estudos. A dilaceração foi a anomalia de forma mais prevalente no presente estudo, correspondendo a 66% das anomalias diagnosticadas. Scarpim et al.10 (2006) incluíram as anomalias de posição na análise radiográfica e identificaram que a presença de dentes não irrompidos foi a anomalia mais comum (n=265, 18,7%), seguida das anomalias de número: anodontia (n=47, 3,32%) e dentes supranumerários (n=7, 0,49%). Já Souza et al.15 (2002) avaliaram as mesmas anomalias que o presente estudo, além das anomalias de posição e estrutura. Os autores encontraram alta prevalência das anomalias de posição (n=305, 83,1%) e número (n=66, 17,9%), sendo a giroversão a anomalia de posição mais encontrada. Faria17 (2003) verificou que a anodontia foi a anomalia de maior prevalência (5,4%) no seu estudo, no qual pesquisou anomalia de número, tamanho e forma, além da presença de dentes impactados. Das 500 radiografias analisadas de crianças de 5 a 12 anos de idade, 118 (16%) apresentaram anomalias dentárias. De forma semelhante Cecchi et al. 13 (2004) também detectaram a anodontia como anomalia dentária mais prevalente. Os autores avaliaram 995 radiografias panorâmicas, realizadas para documentação ortodôntica, de pacientes com idade entre 8 a 20 anos. Identificaram a microdontia em 7,54% dos casos, valores percentuais mais elevados do que os encontrados no presente estudo (4,22%). A macrodontia foi identificada em apenas 0,7% dos casos, não sendo esta anomalia identificada no presente estudo, possivelmente pela sua raridade. No estudo de Cecchi et al.13 (2004) a anodontia ocorreu em uma proporção maior (20%) do que a constatada no presente estudo (2,92%). A prevalência dos supranumerários relatada pelos autores foi 3,52%, enquanto a constatada neste estudo foi de aproximadamente 2%. Girondi et al.18 (2006) encontraram, por meio da análise de 533 radiografias de pacientes de 12 a 25 anos de idade, maior prevalência de dentes não irrompidos, com 31,52%, seguido da anodontia (6,57%), microdontia (2,81%), taurodontia e dentes supranumerários (1,5%), macrodontia (0,75%) e transposição (0,38%). De uma maneira geral as anomalias verificadas no presente estudo concentraram-se na região posterior dos maxilares, em especial na região de terceiros molares. Resultados semelhantes foram obtidos por Girondi et al.18 (2006) ao analisarem anomalias como macrodontia, 40 anodontia, supranumerários e dentes não irrompidos. Para dentes com microdontia, o incisivo lateral foi o elemento dentário mais comumente afetado. Para anomalias como taurodontia e raízes fusionadas, estes autores observaram maior envolvimento do segundo molar. Coutinho et al. 16 (1998) analisaram 324 pacientes e descreveram que a anomalia de número foi a mais encontrada (6,5%), sendo a maioria dos casos localizada na região ântero-superior (46%). Quando consideramos apenas a localização das anomalias de número, a concentração dos casos nesta região coincide com resultados ora relatados, apesar de não ser esta a anomalia mais prevalente da amostra. Coutinho et al.16 (1998) observaram ainda algumas complicações comumente presentes e constataram que a impactação (41%), perda de espaço (36%), giroversão (18%) e desvio do trajeto eruptivo (5%) foram as mais freqüentes. A importância da avaliação radiográfica desses casos revelou a importância em complementar o exame clínico, assegurando um diagnóstico acurado e fornecendo base para um melhor planejamento e tratamento mais adequado. Corroborando os nossos resultados, os autores anteriormente citados também não verificaram predileção quanto ao sexo dos pacientes em relação às anomalias estudadas. Enquanto Souza et al.15 (2002) verificaram maior prevalência das anomalias de posição no sexo feminino. CONCLUSÃO A dilaceração radicular foi a anomalia de desenvolvimento de maior prevalência. A maioria das anomalias foi observada na região de molares inferiores e não houve diferença estatisticamente significativa quanto à presença das anomalias verificadas e o sexo dos pacientes. ABSTRACT Aim: to determine the prevalence of dental anomalies in panoramic radiographies. Material and Methods: this research was a descriptive study by observation, analysis and registration of development dental anomalies in panoramic radiographies obtained to dental treatment, considering the anomalies of number, size and shape. The sample consisted of 308 panoramic radiographies during the period of 1 year in a private dental clinic in Natal/ RN. Data were collected regarding sex, age, type of anomaly and its anatomical site. Results: Of the 308 panoramic analyzed, the more prevalent anomaly was the dilaceration (n = 75, 66.37%), followed by microdontia (n = 13, 11.5%) and anodontia (n = 9.7, 96%). The statistical analysis using chi square test showed no correlation between the sex of the patient and the presence of abnormalities (p = 0.88). Conclusions: root dilaceration was the anomaly with higher prevalence. The majority of the anomalies were observed in the region of lower molars and no statistically significant difference was found as to the presence of anomalies and the sex of the patients. Rev ABRO. 2008; 9(2): 38-41 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica KEYWORDS: Radiography panoramic; Maxillofacial abnormalities; Prevalence; Diagnostic imaging. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. Arana VE. Odontogênese. Revista da APCD. 1997; 51(4): 35-39. Hu B, Nadiri A, Bopp-Kuchler S, Perrin-Schmitt F, Wang S, Lesot H. Dental epithelial histo-morfogenesis in the mouse: positional information versus cell history. Arch. Oral Biol. 2005; 50:131-136. Hikake T, Mori T, Iseki K, Hagino S, Zhang Y, Takagi H et al.. Comparison of expression patters between CRE family transcription factor OASIS and proteoglycan core protein genes during murine tooth development. Anat Embryol. 2003; 206(5): 373-380. Silva ER, Pereira M, Faggione Junior GG. Anomalias dentárias – Agenesias e supranumerários – Revisão Bibliográfica. Biosci J. Uberlândia. 2005; 21(2): 105-113. Stafne E, Gibilisco J. Anomalias. In: Diagnóstico radiológico en odontología. Buenos Aires: Ed. Médica Panamericana, 1978, pp.28-53. Altug-Atac A, Erdem D. Prevalence and distribution of dental anomalies in orthodontic patients. 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Silvio Pedrosa, n.150, Edifício Oásis, apto. 301 Areia Preta, Natal/RN CEP: 59014100 Fone/fax: (84) 32022389 e-mail: [email protected] 41 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica CLINIC AND RADIOGRAPHIC FINDINGS OF AN UNUSUAL TEETH ROOT THICKNESS: CASE REPORT Achados clínicos e radiográficos de espessamento incomum em raízes dentais: Relato de caso Virgílio Moreira RORIZ, DDS1; Jerry BORGES2; Raphael Navarro AQUILINO, MS3; Nayene Leocádia Manzutti EID, MS3 1 Dental School - Gurupi Regional University – Unirg – Brazil - Department of Periodontology and Clinic School of Medicine of Ribeirão Preto, University of Sao Paulo, Department of Cellular and Molecular Biology, Ribeirão Preto 3 Dental School - Gurupi Regional University – Unirg – Brazil - Department of Oral Radiology and Clinic 2 ABSTRACT Objective: To describe an unusual case of teeth root thickness of an adult patient. Study Design: After general clinic evaluation of a 36-years-old white man at dental service, the patient was submitted to a specific periodontal analysis with a millimeter probe. Afterwards, a complete periapical radiographic exam was performed to evaluate teeth roots and alveolar bone. Results: The analysis revealed a root thickness, resembling a collar, predominantly on maxillary and mandibular posterior teeth and canines. The clinical findings concerning color and texture, in addition to the radiographic characteristics showed that this collar was similar to enamel and its occurrence was frequently associated with gingival recession. Conclusion: Through clinic and radiographic findings could be speculated that this root thickness may be an unusual ectopic enamel deposition. KEY WORDS: Dental enamel; Enamel pearls; Dental radiograph; Periodontal disease. INTRODUCTION The enamel is generally restricted to the anatomic crowns of the human teeth, although may be ectopically observed on the root, either as enamel pearls or as cervical enamel projection.1,2 Enamel pearls have a distinct predilection for the furcation area of molar teeth and for the concavities or furrows within the root structure, however, they have been less commonly found on the cervical and apical portions of the root.3 They are most frequently encountered on the mesial or distal surfaces of the maxillary second and third molars, less frequently on the buccal and lingual surfaces of mandibular molars, and rarely on the roots of incisors or bicuspids teeth.1,4,5 Enamel pearls have received different names as enamel nodules, enamel globules, enamel exostoses, enamelomas, and others. Among several populations, the prevalence of macroscopically detectable enamel pearls in molars ranges from 0% to 23.3%, whereas the prevalence of long cervical enamel projection ranges from 0.9% to 53.9%.1,2 According to literature, , three types may be described3, structurally: true enamel pearls, which consists entirely of enamel; enameldentin pearls, which contains enamel and a core of tubular dentin; enamel-dentin-pulp pearls, which contain a pulp horn. Enamel pearls may occur in different forms: spheroid, conical, oval, cylindrical, irregular;6 and their sizes may range from 42 0.3mm to 4mm and, quantitatively, it usually occurs one pearl by tooth, but this number may vary.1 Although there are several theories trying to explain the etiology, the exact causes of these abnormalities are still unknown. Clinically, it must be noted that enamel pearls and cervical enamel projection are anatomic factors that allow the retention of plaque. Due to enamel covering, the pearl would preclude a connective tissue attachment; probably, a hemidesmosomal attachment that exists in the region of the pearl, which seems less resistant to break down by bacterial plaque.7 Its inaccessibility to cleaning and its proximity to the furcation can predispose the region to further progression of periodontal disease.8 Therefore, the aim of this paper is to present an unusual case of a thickness tissue localized on several teeth roots of an adult patient. Clinic and radiographic characteristics of its occurrence suggest an ectopic enamel deposition. REPORT OF CASE A 36-years-old white male arrived at dental service in the clinic of Periodontology of the Faculty of Dentistry in Ribeirão Preto, University of São Paulo-Brazil, complaining about great retention of mineralized biofilm on the buccal surface of 1st and 2nd upper molars and over lingual surface of lower incisors. After anamnesis, it was observed that patient had good general health, without any systemic disease. A specific Rev ABRO. 2008; 9(2): 42-44 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica periodontal exam was performed using a millimeter probe, when it was noted that he presented a discrete gingivitis and no periodontal pocket larger than three millimeters, except for some gingival recessions on posterior teeth. Further, he still presented some restoration. During clinic evaluation, a small collar exposition on the buccal and lingual surfaces accompanied by gingival recession could be seen (fig. 1). After clinical evaluation the patient was submitted to complete periapical radiographic exam. After the interpretation of the images, an increase of volume like a “collar” form in radicular portion of some teeth was observed. These collars Fig. 2: Periapical Radiography of 33. Note a structure with enamel radiopacity on the mesial root side. Fig. 1: Palatine gingival recession of an upper premolar and root deposition of ectopic enamel. were identified radiographically as a welldefinied radiopacity comparable in radiodensity to the enamel. In the 33 dental element an increase of volume in the mean root portion with collar form was observed, and in the mesial side a radiopacity suggesting enamel structure was observed (fig. 2). In addition, the lamina dura and the periodontal ligament space of it were preserved. The presence of the collar on the upper and lower canines, premolars and molars in the right and left sides was observed (fig. 3a, 3b, 3c). The patient related surgical extration of the 28 and 46 dental elements and agenesia of 18, 38 and 48. On the upper and lower central, and lateral incisives this alteration had not been observed. DISCUSSION As fars as the localization of the collars is concerned, it seems relevant that a common occurrence was that in the posterior teeth the collar is located in the cervical root portion above supra-osseous and in the canines is located in the middle root portion. One can suspect that the collar formation on teeth roots occurred between sixth and eighth years of the patient’s life, due to the proximity of the collar to the crown on premolars and molars, and next to the apical root portion on Rev ABRO. 2008; 9(2): 42-44 Fig. 3a, 3b, 3c: The lamina dura and space of periodontal ligament preserved in the region of the collar on the upper and lower teeth. canines coinciding with the stage of root formation of these teeth. In spite of this important observation, the patient didn’t relate any important fact that could have interfered on root formation or contributed to the occurrence of this abnormality, such as a possible high fever between six and eight years old. Since enamel pearls contribute to periodontal disease 43 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica progression and to osseous defects conduction8,9,10,11,12, it can be speculated that this uncommon collar over teeth roots is constituted by enamel. Since the union between connective tissue with the enamel surface is possibly weak, through hemidesmosoms7 that would conduct to a fragile tissue union which would favor bacterial progression, contributing to bone loss. This would result in exposition of the areas of radicular thickness with formation of the frequent gingival recessions as observed in this patient. Radiographic and clinical characteristics, such as radiopacity and gingival recessions, could suggest that these collars may be an uncommon ectopic enamel deposition. However, a histological analysis to corroborate that suspicion is necessary. In this case, it was not decided to histological diagnose because of no indication of tooth extraction. It was difficult to discuss our findings because we could not find studies in the literature with similar case report. CONCLUSION Through clinic and radiographic findings it could be speculated that this root thickness may be an ectopic unusual enamel deposition, and the precocious radiographic diagnosis ally to the knowledge of the clinical implications of ectopic enamel formation is of utmost importance for the clinical activities, over all the periodontal, a time that before a patient with good oral hygiene, presenting gingival recessions, gingivitis or even located periodontal illness, the surgeondentist will be able to establish an associative relation with such finds and to lead a more precise and efficient therapy. Acknowledgments: Our special thanks to Cleyde Vanessa Vega Helena and Carla Moreto Santos for their contribution to this paper. RESUMO Objetivo: Apresentar um caso incomum de dentes com espessamento radicular de um paciente adulto. Desenho do estudo: Depois de uma avaliação clínica geral de um homem branco, com 36 anos de idade que procurou o serviço odontológico, o paciente foi submetido a uma análise específica periodontal com uma sonda milímetrada. Em seguida, foi realizado um exame radiográfico periapical completo para avaliar raízes dos dentes e osso alveolar. Resultados: A análise clínica revelou espessuras radiculares semelhantes a um “colar”, predominantemente nos dentes posteriores e caninos da maxila e mandíbula. Os achados clínicos exibiram cor,textura, bem como as características radiográficas mostraram que este “colar” era semelhante ao esmalte e sua ocorrência foi freqüentemente associada à recessão gengival. Conclusão: Através dos achados clínicos e radiográficos poderia ser especulado que este espessamento radicular pode ser uma deposição ectópica incomum de esmalte. PALAVRAS-CHAVE: Esmalte dental; Pérolas de esmalte; Radiografia dentária; Doença periodontal. 44 REFERENCES 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. Yacovenko, A. Análise dos problemas mais freqüentes na radiografia na prática odontológica. Revista da ABRO 2001; 2(1):29-39. Kamoen, A, Dermaut L, Verbeeck, R. The clinical significance of error measurement in the interpretation of treatment results. Eur J of Orthod 2001; 23(5): 569-578. Langland OE, Sippy FH. Anatomic structures as visualized on the orthopantomogram. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1968; 26:475-484. Chen YJ, Chen SK, Chang HF, Chen KC. Comparison of landmark identification in traditional versus computer-aided digital cephalometry. Angle Orthod 2000; 70:387-392. Chen YJ, Chen SK, Yao JC, Chang HF. The effect of differences in landmark identification on the cephalometric measurements in traditional versus digitized cephalometry. Angle Orthod 2004; 74:155-161. Turner PJ, Weerakone S. An evaluation of the reproducibility of landmark identification using scanned cephalometric images. J of Orthod 2001; 28:221-229. Sayinsu K, Isik F, Trakyali G, Arun T. An evaluation of the errors in cephalometric measurements on scanned cephalometric images and conventional tracings. Eur J of Orthod 2007; 29:105-108. Geelen W, Wenzel A, Gotfretsen E, Kruger M, Hansson LG. Reproducibility of cephalometric landmarks on conventional film, hardcopy, and monitor-displayed images obtained by the storage phosphor technique. Eur J of Orthod 1998; 20:331-340. Rousset MM, Simonek F, Dubus JP. A method for correction of radiographic errors in serial three-dimensional cephalometry. Dentomaxillofac Radiol 2003; 32:50-59. Bruntz LQ, Palomo JM, Baden S, Hans MG. A comparison of scanned lateral cephalograms with corresponding original radiographs. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2006; 130(3):340-348. Lundström A, Lundström F. The Frankfort horizontal as a basis for cephalometric analysis. Am J Orthod Dentofacial Orthop 1995; 107(5):537-540. Benson PE, Richmond S. A critical appraisal of measurements of the soft tissue outline using photographs and videos. Eur J of Orthod 1997; 19:397-409. Correspondência para: Nayene Leocádia Manzutti Eid Av. Beira Rio, 565 - Centro CEP: 77413-820 - Gurupi/ TO Telefone/fax: (63) 3312 0175 e-mail: [email protected] Rev ABRO. 2008; 9(2): 42-44 XV JORNAD A D A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE JORNADA DA RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA 13 A 15 DE NOVEMBRO DE 2008 WINDSOR BARRA HOTEL RIO DE JANEIRO – RJ RESUMOS DE TRABALHOS - APRESENT AÇÃO ORAL APRESENTAÇÃO 45 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica APRESENTAÇÃO ORAL TL001 - AVALIAÇÃO DAS ASSIMETRIAS NA RADIOGRAFIA FRONTAL (PA). ROBERTO HIROSHI MATSUI; LUIZ CESAR DE MORAES; MARI ELI LEONELLI DE MORAES; EDMUNDO MEDICI FILHO. UNESP-FOSJC, SAO JOSE DOS CAMPOS, SP, BRASIL. A radiografia em norma frontal faz parte da documentação ortodôntica assim como a telerradiografia lateral para fins de análises cefalométricas. Para análise da radiografia frontal são determinados pontos cefalométricos para fazer um traçado e a interpretação. A análise pode ser comparativa entre radiografias em t1 e t2 ou na mesma radiografia, na radiografia inicial são comparadas distâncias entre os fatores do lado direito e esquerdo, no sentido transversal e vertical. O objetivo foi demonstrar as assimetrias entre o lado direito e esquerdo nas radiografias PA convencional e Frontal 3D, nos plano transversal e vertical, importante para o tratamento odontológico. Na ortodontia essas assimetrias são passiveis de correção quando desejadas, em alguns casos as assimetrias faciais leves são vistas como diferencial para uma beleza, esta assimetria deve ser conservada desde que não haja comprometimento funcional. A análise facial é fundamental para tratamento que envolve estética, já que o padrão estético é relativo, depende de combinações harmoniosas entre órgãos faciais. Nas análises cefalométricas os valores de referências, distorções na aquisição e preservação das imagens, são eventos discutíveis na interpretação, as imagens volumétricas dão maiores recursos minimizando possíveis desfechos negativos. Concluímos que a importância da avaliação da vista frontal mesmo nas radiografias volumétricas. TL002 - AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA MANIPULAÇÃO DE BRILHO E CONTRASTE DE IMAGENS RADIOGRÁFICAS OCLUSAIS DIGITALIZADAS SUB E SUPEREXPOSTAS. MILTON GONÇALVES SOARES; MARI ELI LEONELLI DE MORAES; LUIZ CESAR DE MORAES; CAROLINA BACCI COSTA; AFONSO CELSO DE SOUZA DE ASSIS. UNESP-FOSJC, SAO JOSE DOS CAMPOS, SP, BRASIL. O objetivo do presente estudo foi verificar a possibilidade de manipular o brilho e contraste de imagens radiográficas digitalizadas sub e super-expostas e fazer com que as mesmas apresentem boa qualidade para interpretação e auxiliar na elaboração dos diagnósticos. Foram feitas 13 radiografias intrabucais oclusais totais da maxila em um crânio seco, submetido a 13 diferentes tempos de exposição. As radiografias foram digitalizadas e posteriormente manipuladas em programa de edição de imagens. Foram realizadas 143 avaliações por especialistas em radiologia odontológica que classificaram as imagens em adequadas ou não para interpretação. Os resultados mostraram que as imagens sub-expostas quando manipuladas foram consideradas adequadas para interpretação, o que não ocorreu com as imagens superexpostas. Sendo assim, concluiu-se que é possível manipular imagens radiográficas digitalizadas com 75% de redução do tempo de exposição ideal e fazer com que as mesmas apresentem qualidade adequada para interpretação e que as imagens super-expostas a partir de 57,50% acima do tempo de exposição padrão ficaram 46 inadequadas para interpretação e não são adequadas para auxiliar na elaboração do diagnóstico. TL003 - AVALIAÇÃO DE LESÕES MANDIBULARES UTILIZANDO DIFERENTES PROTOCOLOS EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA. ANDREIA PERRELLA 1; MARCELO AUGUSTO OLIVEIRA SALES2; MARCELO GUSMÃO PARAÍSO CAVALCANTI3. 1,3.UNIVERSIDADE DE SÂO PAULO, SÂO PAULO, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. O objetivo deste trabalho foi demonstrar a validade da tomografia computadorizada (TC) para análise de lesões simuladas em mandíbula em uma estação de trabalho independente, assim como a comparação entre diferentes protocolos de pós-processamento. Para isto, foram realizadas perfurações na cortical vestibular ou lingual do corpo de 15 mandíbulas maceradas, atingindo ou não a medular, utilizando caneta de alta rotação e broca diamantada esférica. Os espécimes foram submetidos à TC multislice 16 canais, e posteriormente reconstruções multiplanares (RMP), em terceira dimensão (3D) e reconstruções parassagitais foram geradas em uma estação de trabalho independente por meio de programas de visualização volumétrica. As imagens foram interpretadas por 2 examinadores nos seguintes protocolos: axial, RMP/axial, 3D, associação axial/RMP/3D e parassagital. Analisou-se o número de lojas e invasão medular. A análise estatística foi executada utilizando o teste de validade. Os valores de sensibilidade e especificidade foram expressivos para todos os protocolos (superiores a 82%). A associação axial/RMP/3D apresentou a maior sensibilidade (96%) e especificidade (98%) na análise do número de lojas e sensibilidade de 87% e especificidade de 100% para invasão medular. Os valores menores foram encontrados no protocolo parassagital (82% de sensibilidade e 98% de especificidade) no acesso do número de lojas. Entretanto, este protocolo apresentou os melhores valores para invasão medular com sensibilidade e especificidade de 94% e 100% respectivamente. A TC apresentou alto índice de acurácia para a interpretação de lesões mandibulares. A associação de imagens axiais/RMP/3D e as imagens parassagitais foram consideradas um importante adjunto na análise destas lesões. TL004 - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO – PROPRIEDADES E APLICAÇÕES EM CASOS CLÍNICOS. SAULO LEONARDO SOUSA MELO1; MÁRCIO CORRÊA2; IÊDA MARGARIDA CRUSOÉ ROCHA REBELLO 3 ; LETÍCIA RUHLAND CORRÊA4; MURILLO ABREU JUNIOR5. 1,2,4,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SALVADOR, BA, BRASIL. Este trabalho tem por objetivo fazer uma revisão da literatura abordando as principais propriedades da tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), demonstrando suas aplicações clínicas mais comuns a partir de casos clínicos. A TCFC fornece imagens com resolução submilimétrica de alta qualidade diagnóstica, com a utilização de baixas doses de radiação, equipamentos de menor custo e com maior flexibilidade de configuração. Por outro lado, apresenta Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica algumas desvantagens, como a radiação secundária, artefato em halo, resolução espacial deficiente e a não visualização de tecidos moles. Essas características permitem sua aplicação em diversas situações clínicas, todavia os potenciais benefícios ao paciente devem ser balanceados com o risco de exposição à radiação ionizante, ficando a TCFC reservada para uso em casos selecionados. Ela é confiável para ser aplicada às mais diferentes situações clínicas onde a mensuração linear entre sítios anatômicos for necessária, como em implantodontia e ortodontia, já que as mensurações feitas são similares, embora um pouco menores, às medidas reais. Outro benefício é a visualização inter-arcos demonstrando a intercuspidação dentária ou a relação de sítios edêntulos com os dentes antagonistas, auxiliando cirurgiões e protesistas no estabelecimento da angulação ideal do implante e na indicação de expansões ósseas ou levantamento de seio maxilar. Além disso, em casos específicos, onde não há evidências de patologias na radiografia periapical mesmo com testes clínicos indicando sua presença, ou quando for planejada cirurgia paraendodôntica em dentes multirradiculares, a avaliação com TCFC deve ser considerada. TL005 - IMPLANTANDO UMA CLÍNICA DE RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA TOTALMENTE DIGITAL: DESAFIOS, VANTAGENS E RESULTADOS ESPERADOS. NIELSEN SANTOS PEREIRA; LUIZ GASPAR F DOS SANTOS. PACS QUALITY, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Acompanhando a tendência de um mundo cada vez mais digital, a odontologia segue os passos iniciados pela medicina há alguns anos rumo ao conceito: Filmless Radiology. Mostraremos os desafios enfrentados com a implantação deste conceito em uma clínica de radiologia odontológica. Detalharemos as diversas etapas deste projeto, assim como, o processo completo, da marcação de consulta a liberação do resultado dos exames em um ambiente completamente digital. Faremos um breve apanhado dos resultados esperados e das vantagens deste conceito frente ao sistema tradicional; filmes/químicos. Discutiremos a necessidade de um PACS (Picture Archiving and Communications System) e um RIS (Radiology Information System) integrados, para uma maior agilidade e confiabilidade, tanto no gerenciamento, quanto no arquivamento das informações dos pacientes, sejam as imagens (utilizando o protocolo DICOM) e/ou as informações texto (utilizando o padrão HL7). TL006 - LOCALIZAÇÃO DE ELEMENTOS RETIDOS COM A UTILIZAÇÃO DE CORTES TOMOGRÁFICOS TRANSVERSAIS PANORÂMICOS. NIELSEN SANTOS PEREIRA. INSTITUTO DE RADIOLOGIA ORAL, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência clínica na localização de elementos retidos, sejam estes, definitivos e/ ou supra-numerários, com a utilização de exames radiográficos panorâmicos e cortes tomográficos transversais panorâmicos; foram examinados aproximadamente 150 pacientes de ambos os sexos e todas as idades; a seleção ocorreu durante a confecção de laudos radiográficos diários e com a concordância tanto do paciente quanto do dentista que encaminhou o exame; a finalidade principal do trabalho é mostrar aos dentistas/radiologistas as vantagens técnicas e científicas deste exame frente à localização pela técnica de Clarck, mostrar uma das indicações deste tipo de exame, ainda muito pouco conhecido e utilizado pela classe odontológica e principalmente apresentar a qualidade deste exame, muitíssimo pouco explorado pelas clínicas de radiologia, mesmo que disponham de equipamento panorâmico capacitado a realizá-lo. TL007 - DIFERENCIAÇÃO RADIOGRÁFICA ENTRE GRANULOMA E CISTO PERIAPICAL. FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO; CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; BRUNO CESAR LADEIRA VIDIGAL; MARTINHO CAMPOLINA REBELLO HORTA; FLAVIO RICARDO MANZI. PUC-MG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL. A causa mais comum das alterações na região periapical é a infecção da polpa dentária, sendo o granuloma e o cisto radicular as conseqüências mais comuns. Essas duas entidades patológicas de origem crônica apresentam imagens radiográficas semelhantes, dificultando o diagnóstico. A radiografia, juntamente com o exame clínico, pode elucidar o diagnóstico, uma vez que o prognóstico dessas lesões é diferente e conhecendo o seu diagnóstico facilitaria estabelecer uma conduta clínica mais apropriada. A realização deste trabalho teve como objetivo avaliar as diferenças radiográficas do granuloma e cisto periapical, estabelecendo a diferenciação dos mesmos por meio de avaliação da densidade radiográfica no intuito de facilitar o diagnóstico entre estas duas semelhantes lesões. Para este estudo, foram selecionados 40 pacientes da Clínica de Cirurgia da Faculdade de Odontologia (FOPUC – Minas), que apresentaram indicação de extração de dentes com lesão periapical. Após processadas, as radiografias foram analisadas por um radiologista com experiência em radiodiagnóstico, onde o mesmo classificou a lesão em granuloma ou cisto. As imagens foram também submetidas à análise histograma para obtenção das densidades radiográficas de cada lesão. Após as extrações dos dentes, foi realizado análise histopatológica para o diagnóstico definitivo de cada lesão para comparar com os achados radiográficos (p<0,05). Com base nos resultados pode-se concluir que o diagnóstico radiográfico subjetivo não é preciso, enquanto avaliação do histograma se mostrou efetivo para diferenciação de lesões periapicais radiolúcidas circunscrita (granuloma e cisto periapical). TL008 - AVALIAÇÃO DA CONFIABILIDADE DAS RADIOGRAFIAS CONVENCIONAL E DIGITAL FÓSFORO ATIVADO NA ODONTOMETRIA. CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO; AMARO ILIDIO VESPASIANO SILVA; VIVIAN CAMPOS GROHMANN; FLAVIO RICARDO MANZI. PUC-MG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL. A radiografia é um recurso fundamental em todas as etapas do tratamento endodôntico. Com o avanço tecnológico, os sistemas de radiografia digital surgiram como alternativa satisfatória. Apesar de apresentarem diversas vantagens em relação ao método convencional, ainda existe dúvida se a 47 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica qualidade das imagens seria semelhante ou melhor à do filme tradicional. A realização deste trabalho teve como objetivo comparar o comprimento de limas K #06 e #15, inseridas em canais de incisivos e caninos humanos extraídos, obtido por meio de radiografias convencionais e digitais pelo sistema fósforo ativado, com as medidas reais do comprimento de trabalho (CT). Para isso foram utilizados 47 dentes anteriores (incisivos e caninos), que foram mensurados por meio de um paquímetro digital, e obteve-se o CT. Após o preparo de acesso, essas medidas do CT foram transferidas para limas K #06 e #15 e estas foram posicionadas no canal radicular dos elementos dentários. Os dentes foram radiografados utilizando filmes convencionais e sensores digitais fósforo ativado e procedeu-se, por meio dessas imagens, a mensuração do comprimento das limas. Os testes ANOVA e Dunnet demonstraram que existiu diferença estatisticamente significante entre os valores do CT e a mensuração radiográfica das limas K #06, nas radiografias convencionais e digitais sem utilização de ferramentas do software. O mesmo não ocorreu quando se comparou o CT e o comprimento desses instrumentos endodônticos nas imagens digitais modificadas pelo software Kodak Dental Imaging 6.6. Com a lima mais calibrosa (#15) não houve diferença estatisticamente significante entre todos os métodos radiográficos e as medidas reais do CT. Conclui-se que a radiografia digital utilizando os recursos de modificação de imagem foi mais precisa na mensuração de limas K #06, demonstrando que a utilização da radiologia digital aumenta a acurácia do observador, e a fidelidade entre a imagem e o objeto radiografado. Métodos radiográficos convencional, digital e digital modificada pelo software não diferiram significativamente na mensuração do comprimento de limas K #15 em relação ao CT. TL009 - AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA E TOMOGRÁFICA (CBCT) DE UM CASO DE HIPOFOSFATEMIA VITAMINA-D RESISTENTE. ANNE CAROLINE OENNING; MARIA INÊS MEURER; LILIANE JANETE GRANDO; FRANCIELE LOCATELLI; FILIPE MODOLO SIQUEIRA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, FLORIANOPOLIS, SC, BRASIL. Doença de Rickets vitamina-D resistente e Osteomalácia Hipofosfatêmica são hipofosfatemias com manifestação na infância ou adolescência, e referidas na idade adulta como Osteomalácias. Representam alterações no metabolismo vitamina-D/fósforo/cálcio por redução na reabsorção renal e intestinal de fosfato, causando hipomineralização da matriz óssea. Na maioria dos casos há deformidade nos membros (pernas curvadas) e baixa estatura. O caso apresentado referese a paciente do gênero masculino, 23 anos, leucoderma, encaminhado a um Ambulatório de Estomatologia pelo cirurgião-dentista para avaliação de fístulas associadas a múltiplos dentes com necrose pulpar em dentes aparentemente hígidos. O dentista referiu menor resistência dos tecidos dentais e presença de tecido pulpar ressecado nas aberturas endodônticas. Tomografia panorâmica e radiografias periapicais evidenciaram: múltiplas lesões radiolúcidas periapicais de limites imprecisos; cavidades pulpares amplas; esmalte e dentina com menor grau de densidade radiográfica aparente, com exceção da porção dentinária adjacente à cavidade pulpar; falta de delimitação cortical nos seios maxilares; aparente traço de fratura em 48 colo da cabeça da mandíbula à esquerda. Imagens de CBCT evidenciaram, ainda: trabeculado ósseo esparso; padrão agressivo de disseminação da infecção pelos espaços medulares; fratura radicular no dente 31. O levantamento da ficha médica do paciente mostrou ser o mesmo portador de doença renal crônica e Osteomalácia Hipofosfatêmica sem tratamento em curso. O paciente foi encaminhado para avaliação endocrinológica. Os tratamentos endodônticos encontram-se em andamento (prognóstico sombrio). Destaca-se a importância do cirurgião-dentista na profilaxia de focos sépticos e possíveis disseminações bacterianas que comprometam a saúde geral do paciente. TL010 - PATOLOGIAS PRESENTES EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS DE PACIENTES EDÊNTULOS. MATEUS ERICSON FLORES; ANDREA DOLESKI PRETTO; JOÃO GERALDO MARTINS DE SOUZA; GISELE ROVANI; CRISTIAN SBARDELOTTO. UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO, PASSO FUNDO, RS, BRASIL. A radiografia panorâmica permite a visualização dos elementos dentários e estruturas relacionadas de côndilo à côndilo em um único filme. A radiografia panorâmica é um importante exame radiográfico utilizado para diagnóstico e planejamento terapêutico de doenças que acometem a estrutura dentária e os ossos da face. Através deste exame é possível avaliar reabsorções ósseas e radiculares, cistos, tumores, fraturas, distúrbios na articulação temporomandibular (ATM) com uma baixa dose de radiação e com uma técnica simples de baixo custo e com imagem de boa qualidade. Sua aplicação em pacientes edêntulos consiste em visualizar alterações ou patologias que acometam a estrutura óssea e tecidos moles, possibilitando também a investigação de patologias assintomáticas que serão descobertas através deste exame, como, imagens de reabsorção do rebordo alveolar, raízes residuais, dentes inclusos, imagens radiolúcidas e radiopacas, possibilitando ao profissional interceptar precocemente estas alterações, determinando assim um bom prognóstico para o paciente. O propósito desta pesquisa foi avaliar a presença de alterações ou patologias em radiografias de pacientes edêntulos. Foram avaliadas 73 radiografias do setor de triagem da FO-UPF, do período de 2007 a 2008. Quinze radiografias (20,5%) apresentaram alterações. Foram encontradas 18 alterações, sendo mais freqüente a presença de raízes residuais (44%). A localização inferior (72,2%) e posterior (61,1%) foi a mais encontrada. Para todo paciente edêntulo deve-se ter em mente que a falta de seus dentes não o exime de patologias, sendo que em 20,5% dos pacientes desta pesquisa, houve a presença de alterações, sendo mais freqüentes raízes e cistos residuais. TL011 - AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA E ENDOCÓSPICA DAS MODIFICAÇÕES FARÍNGEAS NO TRATAMENTO CIRÚRGICO DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO. PAULO RENATO DIAS SILVA; LIGIA PAULA TAROSSO DIAS; CARINA DOMANESCHI; ROBERTO HEITZMAN RODRIGUES PINTO; SILVIO ANTONIO BERTACHI UVO. FO-USP, SAO PAULO, SP, BRASIL. O objetivo deste estudo foi avaliar o aumento da capacidade respiratória obtida no tratamento da apnéia obstrutiva do sono, Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica através do avanço mandibular por cirurgia ortognática, por medidas cefalométricas em telerradiografias laterais e endoscopias. O paciente estudado também era portador de retrognatismo mandibular esquelético e de ma-oclusão padrão Classe II. O material e método usado no trabalho é composto dos estudos realizados pela endoscopia faríngea e telerradiografias laterias pré e pós cirurgia, onde foram realizadas mensurações, com a finalidade de registrar o aumento do espaço aéreo.Os resultados obtidos com a cirurgia ortognática mensurados através da telerradiografia foram o aumentos de espaço na região da nasofaringe e na região da orofaringe.Na endoscopia não é possível fazer mensurações, porém as imagens também mostraram a desobstrução faríngea.O ganho de espaço aéreo permitiu concluir que o tratamento realizado correspondeu plenamente às expectativas, sendo recomendado para apnéia obstrutiva do sono. alterações no complexo dentomaxilofacial. Ha necessidade, portanto, que os Cirurgiôes-Dentistas e Radiologistas estejam aptos a utilizar esta tecnologia com critérios que possam realmente colaborar para o diagnóstico de patologias ósseas Através deste tema livre, propomo-nos a apresentar uma série de casos de patologia óssea, nos quais, a utilização desta tecnologia proporcionou inúmeras vantagens em relação aos métodos convencionais de imagens. TL012 - TC-3D NA DETECÇÃO DE MINERALIZAÇÕES CUTÂNEAS DA FACE. KAREN BORGES WALTRICK; MURILLO ABREU JUNIOR; MÁRCIO CORRÊA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, FLORIANOPOLIS, SC, BRASIL O controle do processo de reparo ou progressão de lesões periapicais pós-tratamento endodôntico é monitorado pelo exame radiográfico convencional ou digital. Nesta pesquisa foi utilizada a subtração digital radiográfica (SDR), que utiliza a subtração de imagens longitudinalmente, na qual a mudança no osso alveolar é visualizada contra um plano de fundo (background) cinza homogêneo. Os objetivos desse estudo foram: (1) avaliar o processo de reparo de lesões periapicais pós-tratamento endodôntico por meio de SDR; (2) quantificar por meio de ponto/pixel (picture element), área (histograma) e medida linear (perfil linha) na área da lesão, o ganho ou perda de densidade mineral por meio da média dos valores dos pixels; (3) comparar as informações diagnósticas, sugestivas do processo de reparo, obtidas por meio da avaliação subjetiva da SDR com a avaliação radiográfica convencional e imagem digitalizada; e (4) avaliar a contribuição da SDR na identificação precoce do reparo de lesões periapicais pós-tratamento endodôntico. A amostra constituiu-se de doze indivíduos totalizando dezessete lesões periapicais. As radiografias foram digitalizadas e submetidas à SDR . As imagens subtraídas tiveram os valores deÒutilizando o programa DSR . Tanto asÒpixel determinados utilizando o programa Image Tool radiografias convencionais quanto as imagens digitalizadas e subtraídas foram avaliadas qualitativamente. Os resultados evidenciaram ganho de 4,46±5,77; 129,41±5,17; 130,27±dp de 133,49±densidade mineral com média para as ferramentas ponto/pixel; histograma e perfil linha respectivamente. Na avaliação do ganho numérico o Coeficiente de Correlação de Pearson (r) mostrou valores de: média dos pontos/ histograma = 0,746; média dos pontos/ perfil linha = 0,724 e histograma/ perfil linha = 0,860. Quando os valores numéricos foram 4,01;±dp de 0,67±transformados em ganho percentual foram obtidas média 3,36 para as ferramentas ponto/pixel; histograma e±4,33; 1,16±1,21 perfil linha respectivamente. Na avaliação do ganho percentual o Coeficiente de Correlação de Spearman (rs) mostrou valores de: média dos pontos/ histograma = 0,697; média dos pontos/ perfil linha = 0,646 e histograma/ perfil linha = 0,844. Na análise qualitativa, a freqüência de acertos na ordenação da seqüência correta do processo de reparo usando radiografia convencional, imagem digitalizada e SDR foi de 37,3%; 31,4% e 31,4% respectivamente. Concluiu-se, portanto, que: (1) o processo de reparo de lesões periapicais pós-tratamento endodôntico pode ser avaliado quantitativamente por meio de análise A tomografia computadorizada (TC) tem sido cada vez mais utilizada na Odontologia. A TC fornece uma quantidade de informações sobre o paciente infinitamente superior àquela fornecida pelas modalidades radiográficas convencionais. Neste sentido, a interpretação das imagens obtidas requer uma alta capacidade diagnóstica, exigindo grande preparação por parte do Radiologista para reconhecer a normalidade e as alterações encontradas. Dentre as diversas alterações que podem ser observadas nos exames de TC da região buco-maxilo-facial encontram-se as mineralizações em tecidos moles. Tais mineralizações mostram-se bastante freqüentes e tem como ocorrências mais comuns a acne mineralizada (calcificações distróficas em lesões de acne) e os osteomas miliares múltiplos (ossificações heterotópicas), ambas podendo ser decorrentes de uma história clínica pregressa de acne vulgar crônica. Tanto a acne mineralizada quanto os osteomas miliares múltiplos da face podem ser observados nos cortes axiais como pequenas estruturas (milímétricas) arredondadas hiperdensas localizadas na derme e/ou tecido subcutâneo e sendo confirmadas nas reconstruções volumétricas tridimensionais. O objetivo deste trabalho é demonstrar, através da apresentação de diferentes casos clínicos, a manifestação destas mineralizações cutâneas em imagens de TC-3D. Tal condição pode constituirse em um desafio para o diagnóstico, sendo de fundamental importância que o Radiologista saiba detectar a expressão de tais alterações. TL013 - A CONTRIBUIÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA FEIXE CÔNICO NO DIAGNÓSTICO DE PATOLOGIA ÓSSEA. ELISMAURO FRANCISCO MENDONÇA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIÂNIA, GO, BRASIL. Atualmente a Tomografia Computadorizada Feixe Cônico (TCFC) tem sido apresentada como um grande recurso para área de diagnóstico em especial para o diagnóstico de TL014 - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE REPARO DE LESÕES PERIAPICAIS PÓS-TRATAMENTO ENDODÔNTICO POR MEIO DE SUBTRAÇÃO DIGITAL RADIOGRÁFICA. ELISMAURO FRANCISCO MENDONÇA; JANAINA BEMFICA; CLAUDIO RODRIGUES LELES. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIÂNIA, GO, BRASIL. 49 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica longitudinal com SDR (2) qualquer uma das três ferramentas pode ser utilizada para quantificar o reparo, considerando que existe correlação entre o tempo de reparo e o aumento do valor de pixel; (3) a avaliação comparativa entre os métodos subjetivos, usando radiografia convencional, imagem digitalizada e a SDR, mostrou que todos foram capazes de evidenciar o processo de reparo de lesões periapicais desde a primeira radiografia (15 dias), não havendo diferença entre eles e (4) a avaliação quantitativa por meio de SDR conseguiu evidenciar o início do reparo com 15 dias após o início do tratamento endodôntico, embora esse reparo fosse realmente efetivo a partir de 105 dias após o início do tratamento endodôntico. TL015 - OSTEOQUIMIONECROSE ASSOCIADA AO USO DE BIFOSFONATO: RELATO DE CASO CLÍNICO. ALEXANDRE SIMÕES NOGUEIRA; ERNEST CAVALCANTE POUCHAIN. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA - SOBRAL, CE, BRASIL. Recentemente foi identificada uma nova complicação oral relacionada ao tratamento de diversos tipos de cânceres, a osteoquimionecrose associada ao uso de bifosfonatos. Os bifosfonatos são análogos sintéticos do pirofosfato inorgânico, o qual tem grande afinidade pelo cálcio, sendo fortes inibidores da atividade osteoclástica. Os bifosfonatos acumulam-se por longos períodos de tempo na matriz óssea mineralizada. A remodelação e a deposição óssea ficam comprometidas em pacientes uqe fazem uso de bifosfonatos. Pela sua ação antiangiogênica tem sido utilizados largamente no tratamento do câncer, osteoporose, hipercalcemia na doença de Paget e de patologias ósseas de uma forma geral, diminindo reabsorções ósseas e riscos de metástases ósseas, especialmente em cânceres de pulmão, mama e próstata. Em conseqüência ao uso dos bifosfonatos, de forma oral ou endovenosa, tem se observado o aparecimento de exposições ósseas intra-orais, à semelhança dos processos de osteorradionecrose, tendo como particularidade comum o uso dos bifosfonatos, sendo carcaterizado tal quadro como osteoquimionecrose. Não necessariamente o quadro é precedido de manipulação odontológica, podendo aparecer espontaneamente, de maneira assintomática ou sintomática, associado ou não à infecção secundária e inflamação dos tecidos moles em volta da área necrótica. Neste trabalho será relatado um caso clínico de osteoquimionecrose, com ênfase aos aspectos de diagnóstico clínico e imaginológico. Paciente EJBS, masculino, 65 anos de idade, portador de câncer de próstata. O paciente foi encaminhado para avaliação odontológica por seu oncologista devido à exposição óssea na região mandibular. O paciente era portador de câncer de próstata, associado à metástases ósseas. Foi utilizado um tipo de bifosfonato, o ácido zoledrômico, como forma de controle das mestástases. Apresentava-se sintomático. Na região de corpo mandibular direito observava-se ao exame físico intra-oral, extensa área de exposição óssea, com drenagem de secreção purulenta e inflamação gengival em volta da área exposta. O paciente já portava exames por imagens, incluindo radiografia panorâmica, tomografia compitadorizada, incluindo reconstrução em 3D, além de cintilografia. O laudo tomográfico acusou áreas mal definidas de radiotransparência e radiopacidade, extendendo-se da 50 região de canino a terceiro molar, compatível com necrose óssea. O exame de cintilografia foi obtido após injeção de Tecnécio 99, mostrando moderada hipercaptação focal na região mandibular e intensa hipercaptação na região sacroilíaca (metástases). Diante do quadro apresentado foi realizado o diagnóstico de osteoquimionecrose associada ao uso de bifosfonato. Tratamento clínico foi realizado e o paciente encontra-se em controle. Não há descrito na literatura um protocolo padrão de tratamento, que inclui desde controle local (curetagem, irrigação com soluções antimicrobianas, etc), antibioticiterapia até ressecção radical da área afetada. XV JORNAD A D A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE JORNADA DA RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA 13 A 15 DE NOVEMBRO DE 2008 WINDSOR BARRA HOTEL RIO DE JANEIRO – RJ RESUMOS DE TRABALHOS - P AINÉIS PAINÉIS 51 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica PAINÉIS PC001 - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA VOLUMÉTRICA (CONE BEAM) UMA NOVA VISÃO PARA O DIAGNÓSTICO DE CANINOS RETIDOS: CASO CLÍNICO. FERNANDA TRAUTMANN; PAULA DE MOURA; CIDNEY HIROAKI CATO; SABRINA DOS REIS ZINSLY; MARI ELI LEONELLI DE MORAES. UNESP, SÃO JOSE DOS CAMPOS, SP, BRASIL. O objetivo deste trabalho é demonstrar a importância de exame complementar para o diagnóstico de casos de canino superior retido. Agregando a tomografia volumétrica (cone beam) às já tradicionais radiografias panorâmicas, oclusais e periapicais. Os caninos superiores cumprem papel chave para a função do sistema estomatognático, além de contribuir para a estética do arco dentário. É definido como canino retido aquele que após a época normal de erupção, não se encontra no arco dentário, e não apresenta mais potencial de irrupção, pois sua raiz está totalmente formada; ou quando o dente homólogo está irrompido a pelo menos seis meses. A etiologia é multifatorial, a prevalência varia de 1 a 2% da população, em 75 a 95% dos casos ocorre unilateralmente, manifestam-se duas a três vezes mais freqüente no gênero feminino e está por palatino em 60 a 80% dos casos. O caso clínico apresentado é de um paciente do gênero masculino, etnia branca, 16 anos, foi indicado a fazer exame tomográfico por feixe cônico (TCFC) pelo Ortodontista a fim de confirmar diagnóstico de anquilose do dente 23 anteriormente submetido a tracionamento sem sucesso. Foram feitas reconstruções multiplanares em vista panorâmica, axial, transversais e tridimensional e em subtração óssea em várias normas. Descartando a anquilose e verificando a presença de cisto dentígero por palatal se estendendo desde elemento 22 até final do elemento 25. Conclui-se que a solicitação da TCFC como instrumento para diagnóstico se faz necessária para a precisão do diagnóstico e planejamento de tratamentos dos caninos retidos. PC002 - ASPECTOS CLÍNICOS E TOMOGRÁFICOS DE MIOSITE OSSIFICANTE TRAUMÁTICA COM A UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO VOLUMÉTRICO “CONE BEAM” I-CAT . FERNANDA TRAUTMANN; AFONSO CELSO DE SOUZA DE ASSIS; JULIO CÉZAR DE MELO CASTILHO; PAULA DE MOURA; SABRINA DOS REIS ZINSLY. UNESP, SÃO JOSE DOS CAMPOS, SP, BRASIL. A miosite ossificante é uma doença rara, a qual desenvolve calcificação localizada em músculos ou tecidos moles e está dividida em progressiva e traumática. No caso da miosite ossificante traumática, procedimentos cirúrgicos envolvendo músculos, processos inflamatórios ou injeções anestésicas repetidas podem ser possíveis origens da lesão. È de difícil diagnóstico e tem maior predileção por adultos jovens. A miosite ossificante traumática pode ocorrer nos músculos mastigatórios incluindo temporal, pterigóideo medial e lateral e masseter. Os principais sintomas são: limitação de abertura bucal, limitação de movimentos excursivos da mandíbula, dor e dificuldade de mastigação. Radiograficamente apresenta faixa radiolúcida entre a área de ossificação e o osso adjacente e o osso heterotópico aparece acompanhando 52 as fibras do músculo. A periferia normalmente é mais radiopaca que a estrutura interna, com o passar do tempo, devido à maturação óssea, a imagem radiográfica aparece mais bem definida. Diagnóstico diferencial: osteosarcoma, ossificação do ligamento estilohioideo e calcificações de tecido mole. Indivíduo gênero masculino, etnia branca, 40 anos foi indicado pelo cirurgião Buco-maxilo para o exame tomográfico a fim de avaliar causa da redução de abertura bucal após endodontia de molar inferior direito submetido a bloqueio anestésico troncular. Foram realizadas reconstruções de imagens: Panorâmica, laterais, axiais e reconstruções tridimensionais avaliando extensão superior, lateral, comprimento e continuidade da massa hiperdensa com o ramo mandibular. O objetivo deste trabalho é enfatizar a importância da TCFC como instrumento diagnóstico. Com a TCFC houve elucidação para o caso clínico com diagnóstico preciso para dimensionar e planejar com segurança o procedimento cirúrgico. PC003 - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA VOLUMÉTRICA CONE BEAM COMO EXAME PARA DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE AMELOBLASTOMA: CASO CLÍNICO. PAULA DE MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; CIDNEY HIROAKI CATO; JULIO CÉZAR DE MELO CASTILHO; CYBELLE MORI HIRAOKA. UNESP, SÃO JOSE DOS CAMPOS, SP, BRASIL. A tomografia de feixe cônico nos oferece uma imagem craniana com alta precisão geométrica em todos os planos espaciais assim como reconstrução tridimensional com alta resolução. Com o objetivo de enfatizar a importância da Tomografia Volumétrica como instrumento para diagnóstico e planejamento na cirurgia buco-maxilo facial apresentamos um caso encaminhado pelo cirurgião buco-maxilo facial, para um exame tomográfico a fim de confirmar diagnóstico de ameloblastoma em uma paciente leucoderma, do gênero feminino, na faixa etária de 32 anos. O ameloblastoma é uma neoplasia odontogênica benigna, invasiva com recidiva freqüente. Aparece normalmente entre a quarta e quinta década de vida, com predileção pelo gênero masculino e pela etnia negra. Mais de 80% dos casos ocorrem na região posterior de mandíbula. Clinicamente apresenta-se como uma tumefação assintomática de crescimento lento. Ele se apresenta, nas radiografias convencionais, como lesões expansivas uni ou multiloculadas com padrão de “bolhas de sabão” ou “favos de mel” de acordo com o tamanho apresentado. Já na Tomografia Computadorizada aparece como lesão delimitada, cística com áreas hipodensas, sendo melhor visualizada a destruição cortical. Nas reconstruções multiplanares, foram avaliadas extensão e largura tendo renderização da imagem volumétrica com visualização detalhada do interior dos espaços multiloculados. Podemos também visualizar reconstruções panorâmicas em filtro Sharpen Mild, projeção de intensidade máxima, vista axial e reconstruções tridimensionais em várias vistas e segmentos. Com as imagens, o cirurgião conseguiu um diagnóstico preciso para dimensionar e planejar com segurança o procedimento cirúrgico. PC004 A UTILIZAÇÃO DO TOMOGRAFO COMPUTADORIZADO CONE BEAM ICAT NA AVALIAÇÃO DE CASO CLINICO DE CERATOCISTO. Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica PAULA DE MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; LISSA DUARTE ARRAIS; SABRINA DOS REIS ZINSLY; JULIO CÉZAR DE MELO CASTILHO. UNESP, SÃO JOSE DOS CAMPOS, SP, BRASIL. O objetivo deste trabalho é enfatizar a importância da tomografia Volumétrica como instrumento para diagnóstico. O exame tomográfico de rotina foi solicitado pelo cirurgião dentista para avaliar a causa da inclinação do dente 45 com dor local em indivíduo gênero masculino, leucoderma, na faixa etária de 25 anos. Foram realizadas reconstruções de imagens: panorâmica, transversais , axiais e tridimensionais onde foram avaliadas extensão superior, lateral, comprimento e ruptura de cortical vestibular e lingual na imagem volumétrica em varias vistas compatível a Ceratocisto. O Ceratocisto Odontogênico ou Tumor Odontogênico Queratocistico é um cisto odontogênico não inflamatório, com características peculiares. Corresponde de 8 a10% de todos os cistos odontogênicos. É mais freqüente na região posterior de mandíbula, no gênero masculino e na faixa etária de 20 a 30 anos. Não tem predileção por etnia e tem alto potencial recidivante. Os achados clínicos mais comuns são: tumefação, drenagem intrabucal, dor e desconforto. Radiograficamente apresenta-se como lesão radiolúcida uni ou multiloculada. Expansão e perfuração cortical estão presentes em 25% dos casos. A Tomografia Computadorizada mostra a extensão cística e fornece detalhes da expansão óssea e comprometimento da cortical, melhor definindo as lojas e septos da lesão. Diagnóstico diferencial é feito com cisto dentígero, residual e ameloblastoma. Com a tomografia Volumétrica por Feixe Cônico houve elucidação para o caso clínico com diagnóstico preciso para dimensionar e planejar com segurança o procedimento cirúrgico. PC005 - ESTUDO TOMOGRÁFICO DE PERFURAÇÃO DENTARIA COM A UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO VOLUMÉTRICO “CONE BEAM” I-CAT (TCFC). SABRINA DOS REIS ZINSLY; PAULA DE MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; JULIO CÉZAR DE MELO CASTILHO; LUIZ CESAR DE MORAES. UNESP, SÃO JOSE DOS CAMPOS, SP, BRASIL. Perfurações radiculares são lesões artificiais e consistem na comunicação do sistema de canais com os tecidos de suporte do elemento dental, podendo ser resultantes de reabsorções, cáries ou iatrogenias. Os sinais e sintomas são: sensibilidade do paciente à introdução do instrumento, sangramento na área e sensibilidade á mastigação. Radiograficamente apresenta-se como área radiolúcida difusa adjacente ao local da perfuração. Paciente gênero feminino, leucoderma, na faixa etária de 39 anos, foi indicado a fazer exame tomográfico por feixe Cônico pelo Endodontista a fim de confirmar diagnóstico de lesão periapical do dente 24 com sintomatologia dolorosa anteriormente submetido a tratamento protético com núcleo e coroa. Foram feitas reconstruções multiplanares em vista lateral da raiz palatal, região de furca e raiz vestibular, panorâmica parcial da região, axial, transversais e tridimensionais em subtração óssea em vistas axial e lateral. Descartando comprometimento endodôntico e detectando um caso de perfuração entre as raízes dente 24. O objetivo deste trabalho é enfatizar a importância da TCFC como instrumento para diagnóstico. Com a TCFC houve uma precisão de diagnóstico para o melhor planejamento da remoção do dente e execução do implante, uma vez que as mensurações são disponibilizadas em tamanho real 1:1. PC006 - DISTORÇÕES DE IMAGENS E A REALIDADE DAS INTERPRETAÇÕES. ROBERTO HIROSHI MATSUI; JULIO CÉZAR DE MELO CASTILHO; LUIZ CESAR DE MORAES; MARI ELI LEONELLI DE MORAES; EDMUNDO MEDICI FILHO. UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL. Com o avanço tecnológico as imagens se aproximam da realidade e aumentam a possibilidade de se trabalhar com os efeitos e caracteres. Os princípios de captação e armazenamento devem ser mantidos para não caracterizar a infidelidade e distorção. A proposta deste trabalho é de evidenciar algumas distorções que são encontradas nas fotografias digitais e radiografias que são usadas rotineiramente por ortodontistas durante o diagnóstico. Com os programas de computadores que facilitam o trabalho, veio os problemas de distorções de imagens, quanto à alteração do tamanho, cor textura etc. A incorporação da distorção pode ocorrer desde o instante da captação das imagens até o armazenamento final. As distorções podem ocorrer num simples processo de (scannear) uma imagem radiográfica ou um elemento tridimensional. No caso de modelo de estudo, é copiada sua projeção, já no caso das radiografias os riscos ficam por conta da calibração dos equipamentos. Distorção de Imagens denominada (Mapeamento) é um exemplo que consiste no processo de aplicação de transformações geométricas, produzindo assim uma nova imagem. “Holes\” (buracos) são transformações de imagem original em imagem distorcida em escala maior, ou seja, quando aumenta a figura geométrica (Mapeamento direto). Os vieses das análises cefalométricas em radiografias são minimizadas com a presença de fatores angulares. A importância dos conhecimentos técnicos das normas dos fabricantes dos equipamentos, das imagens digitais ou radiografias convencionais, a padronização, conhecimento do grau de magnificação e fator de correção podem diminuir a chance de distorção e aumentar a confiabilidade. PC007 - CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS CRÂNIO FACIAIS DA SÍNDROME DE CROUZON (DISOSTOSE CRÂNIO FACIAL). CYBELLE MORI HIRAOKA; SABRINA DOS REIS ZINSLY; PAULA DE MOURA; MARI ELI LEONELLI DE MORAES; LUIZ CESAR DE MORAES. UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL. A Disostose Crânio Facial é uma condição autossômica dominante herdada, que ocorre devido a uma alteração no gene FGFR 2 (IgIII) . É uma anomalia rara, acometendo cerca de 14 indivíduos por milhão de nascimento, representando um total de 4.5% de todas as crânio sinostoses. É caracterizada por crânio sinostose prematura associada a anomalias dento faciais como exoftalmia, hipertelorismo, deficiência auditiva e visual. Radiograficamente através de radiografia oclusal pode-se observar o fechamento da sutura palatina já presente na criança com tenra idade, na telerradiografia lateral observa-se acentuada falta de desenvolvimento do terço médio causando uma pseudo classe III devido ao desenvolvimento normal da mandíbula, 53 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica ausência de cavidades pneumáticas e obstrução de vias aéreas superiores, além de alterações na sequência de erupção e impacção dentária, necessitando o mais cedo possível de intervenção ortodôntica e ortopédica facial além de cirurgias ortognáticas. O tratamento consiste em um reestabelecimento da função e da estética dependendo de uma equipe multidisciplinar. Do ponto de vista odontológico o paciente com crânio sinostose apresenta amiúde um desafio para o profissional e o tratamento precoce justificase em razão da pouca possibilidade de expansão maxilomandibular em pacientes com idade mais avançada, deixando o cirurgião dentista limitado em termos de tratamento. PC008 - LINFONODO CALCIFICADO: UMA NOVA VISÃO DE DIAGNÓSTICO COM A UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO VOLUMETRICO CONE BEAM I-CAT. JULIO CÉZAR DE MELO CASTILHO; PAULA DE MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; LISSA DUARTE ARRAIS; EDMUNDO MEDICI FILHO. UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL. Linfonodo Calcificado apresenta-se como uma calcificação distrófica com história de inflamações crônicas repetidas devido a várias doenças, freqüentemente por desordens granulomatosas. Dentre as possíveis causas estão tuberculose, vacina BCG, linfoma previamente tratado com radioterapia, infecções fungicas e metástases de neoplasias calcificantes. Geralmente são assintomáticos e são encontrados acidentalmente em radiografias panorâmicas. Os linfonodos mais freqüentemente envolvidos são os submandibulares e cervicais (superficial e profundo). A localização mais comum é a região submandibular na borda inferior da mandíbula próximo ao ângulo ou entre borda posterior do ramo e espinha cervical. Pode afetar um ou uma série de nódulos. A imagem radiográfica é bem definida, usualmente irregular podendo ter aparência lobulada similar a couve flor, o que pode ajudar no diagnostico diferencial. O grau de radiopacidade pode variar parecendo várias esferas ou massa irregular. Diagnostico diferencial: sialolitiase submandibular, linfoma. Indivíduo gênero masculino, etnia branca, 40 anos foi indicado pelo endodontista, para um exame tomográfico de rotina a fim de confirmar diagnóstico de presença de canal acessório. Nas reconstruções multiplanares: axial, lateral e tridimensionais foram encontradas calcificações nodulares na região posterior de ângulo mandibular esquerdo próximo a região de osso hióide, foram avaliadas extensão e largura tendo renderização da imagem volumétrica com visualização detalhada da calcificação em diferentes planos. O objetivo deste trabalho e enfatizar a importância da tomografia computadorizada volumetrica como instrumento para diagnóstico. Com as imagens, como foi um achado tomográfico, o cirurgião dentista pôde encaminhar o indivíduo para elucidar diagnóstico diferencial de linfoma e calcificações de acantonamento de artéria carótida. PC009 - AVALIAÇÃO DA DENSIDADE ÓPTICA DE RESINAS COMPOSTAS DE USO DIRETO E INDIRETO POR MEIO DE UM SISTEMA DE RADIOGRAFIA DIGITAL. CAROLINA BACCI COSTA; JULIO CÉZAR DE MELO CASTILHO; EDMUNDO MEDICI FILHO; MARI ELI LEONELLI DE MORAES; LUIZ CESAR DE MORAES. 54 UNESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL. O objetivo neste trabalho foi avaliar a densidade óptica de diferentes resinas compostas de uso direto e de uso indireto, por meio de um sistema de radiografia digital direto (Visualix®, Dentsply- Gendex). Foram utilizadas quatro marcas comerciais de resinas compostas de uso direto (4 Seasons, Esthet-X, Filtek Supreme XT e Vênus) e cinco de uso indireto (SR Adoro, Resilab, Sinfony, Signum e Solidex). As amostras, 5 de cada grupo, foram confeccionadas a partir de uma matriz metálica, com 8 mm de diâmetro e 2 mm de espessura e radiografadas num aparelho periapical 65 kVp e 7 mA (Dentsply- Gendex 765 DC®) a uma distância de 40 cm, com tempo de exposição padronizado em 0,02s. As imagens foram armazenadas em formato TIFF. Os níveis médios de cinza em pixels de cada amostra foram medidos em 5 áreas distintas de tamanho fixo( 50 X 50 pixels), com o auxílio do programa de computador Adobe® Photoshop® 7.0. Os valores em pixels foram submetidos à Analise de Variância de 1 fator e ao Teste de Tukey, ambos com á=0,05. As médias dos grupos testados foram em ordem decrescente: Esthet-X (215,3), Vênus (211,2), 4 Seasons(194,2), Filtek Supreme XT (172,2), Resilab (165,4), Sinfony (74,0), Solidex (38,9), SR Adoro (27,9) e Signum (27,0). As resinas compostas de uso direto Esthet X e Vênus apresentaram os maiores valores de densidade óptica e os menores valores de densidade óptica foram encontrados nas resinas indiretas SR Adoro e Signum. PC010 - DETECÇÃO DE LESÕES ÓSSES INCIPIENTES POR SUBTRAÇÃO RADIOGRÁFICA. SERGIO AUGUSTO QUEVEDO MIGUENS JR. 1; ELAINE BAUER VEECK2; VANIA REGINA CAMARGO FONTANELLA1; NILZA PEREIRA DA COSTA4. 1.ULBRA - CANOAS, RS, BRASIL; 2,4.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Quando métodos computadorizados são utilizados, radiografias padronizadas podem permitir medidas de mudanças ósseas muito pequenas. Desta maneira, estudos, in vivo e in vitro, têm sido conduzidos no intuito de estabelecer a precisão diagnóstica da subtração radiográfica digital (SRD) para a detecção de alterações ósseas. O objetivo deste estudo, in vitro, foi determinar a capacidade diagnóstica da técnica de SRD em radiografias panorâmicas digitais e digitalizadas com imagens de defeitos ósseos periapicais incipientes. Em 77 sítios apicais de mandíbulas humanas secas foram criados defeitos ósseos pela aplicação de ácido perclórico a 70%, nos tempos 2, 4 e 6 horas. As radiografias convencionais e digitais foram obtidas duas vezes no tempo zero, com intenção de avaliar a reprodutibilidade da técnica, e, seqüencialmente, antes de cada aplicação do ácido. As radiografias convencionais foram digitalizadas com os mesmos atributos que as digitais: 150 dpi, 8 bits e armazenadas em formato TIFF sem compressão. O programa Adobe Photoshop® v. 7.0.1 foi utilizado para a SRD das imagens, na seguinte seqüência: T0x0 repetido; T0xT2; T0xT4 e T0xT6. A variável analisada foi a diferença entre a intensidade de pixel das áreas controle e teste. Observou-se por meio da ANOVA, não haver diferença entre os tempos tanto na área teste (F= 0,44; p=0,726) quanto na área controle (F= 1,20; p=0,310). Comparando os tempos experimentais, o tempo 6 apresentou maior média de expressão de perda mineral, os tempos 2 e 4 não diferiram entre si, porém foram significativamente maiores que o tempo 0, tanto nas imagens Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica digitalizadas (F= 45,01; p<0,001) quanto nas digitais (F= 30,80; p<0,001). A provável justificativa para estes resultados foi a delimitação da área teste que respeitou o contorno do periápice, assumindo uma forma circular, diferente de outros estudos que a demarcação se dá na forma de um quadrado, podendo incluir áreas sem desmineralização, resultando em um desvio padrão alto como foi encontrado no estudo de CUNHA (2005) que mostrou pouca ou nenhuma significância entre o tempo zero e os tempos mais curtos da aplicação da solução ácida. A SRD permite detectar defeitos incipientes periapicais tanto em imagens panorâmicas digitais quanto digitalizadas, desde que respeitada a padronização geométrica. PC011 - COMPARAÇÃO ENTRE RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS DIGITAIS E DIGITALIZADAS NA DETECÇÃO POR SUTRAÇÃO RADIOGRÁFICA DE LESÕES PERIAPICAIS SIMULADAS. SERGIO AUGUSTO QUEVEDO MIGUENS JR.1; VANIA REGINA CAMARGO FONTANELLA1; ELAINE BAUER VEECK3; NILZA PEREIRA DA COSTA4. 1.ULBRA - CANOAS, RS, BRASIL; 3,4.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. A subtração radiográfica digital (SRD) é uma ferramenta que apresenta mais de 95% de acurácia na detecção de perdas ósseas. Estudos têm sido conduzidos in vivo e in vitro no intuito de estabelecer a precisão diagnóstica da SRD para a detecção de alterações ósseas. A maior parte desses estudos é realizada com radiografias digitais, sendo poucos os relatos da utilização da SRD com imagens digitalizadas e com radiografias extra-bucais. Desta maneira, buscou-se comparar, in vitro, a sensibilidade, especificidade e acurácia diagnóstica da SRD em imagens panorâmicas digitais e digitalizadas na detecção de lesões periapicais incipientes. Foram criados defeitos ósseos apicais em mandíbulas humanas secas mediante a aplicação de ácido perclórico a 70% (tempos 2, 4 e 6 horas). As radiografias convencionais e digitais foram obtidas duas vezes no tempo zero, que avaliou a reprodutibilidade da técnica, e, seqüencialmente, antes de cada aplicação do ácido. Para a SRD utilizou-se o Adobe Photoshop subtraindo as imagens do tempo zero com as demais: T0 repetido; T2; T4 e T6. As SRDs foram avaliadas por um observador experiente, cego quanto ao tipo de imagem e grupo, que atribuiu escores 0 (ausência) ou 1 (presença) de perda mineral. Os resultados foram avaliados por ANOVA, complementada pelo Teste de Comparações Múltiplas de Dunnett T3, á=5%. O Kappa foi de 0,640 (digitais) e 0,574 (digitalizadas). No tempo 0 houve 100% de concordância intraexaminador. A sensibilidade de ambas as modalidades foi estatisticamente diferente em relação aos tempos experimentais. O tempo 6 apresentou maior valor: 1,000 (digitais) e 0,961 (digitalizadas). A especificidade foi de 0,896 (digitalizadas) e 0,844 (digitais). A acurácia no tempo 6, tanto na modalidade digitalizada (0,929) como na digital (0,922), foi superior aos outros tempos. Estes resultados corroboram com os de outros autores que, comparando a SRD qualitativa a outros métodos observaram que a mesma aumenta a capacidade de diagnóstico em pequenos defeitos ósseos (PARSELL et al., 1998; BITTAR-CORTEZ et al., 2006). Uma possível explicação para os resultados obtidos está na capacidade da SRD de eliminar o ruído estrutural, permitindo a visualização de pequenas alterações, as quais não são detectadas pelo olho humano nas imagens radiográficas convencionais. Assim concluíu-se que a SRD de radiografias panorâmicas digitalizadas e digitais permite diagnosticar lesões periapicais incipientes simuladas, com valores de sensibilidade e especificidade satisfatórios. PC012 - [25] CISTO DENTÍGERO: RELATO DE CASO. AYALLA LIMA SILVA1; ANA CATARINA RODRIGUES DA SILVA2; DAISY COSTA MIRANDA QUAGLIATTO3; JAMILE RODRIGUES PEREIRA4. 1,2,4.CESMAC, MACEIÓ, AL, BRASIL; 3.SLMANDIC, CAMPINAS, SP, BRASIL. Os cistos dentígeros constituem o segundo grupo mais freqüente dos cistos odontogênicos do complexo maxilofacial. Resultantes de uma alteração degenerativa do epitélio reduzido do órgão do esmalte, desenvolvem-se associado à coroa de um dente retido ou impactado, caracterizando-se por acúmulo de fluído entre a coroa dentária e o epitélio reduzido do órgão do esmalte. As localizações mais freqüentes desta alteração são as regiões dos terceiros molares inferiores e caninos superiores, justificado em parte, por estes serem os dentes que mais comumente se apresentam inclusos, seguidos pelos pré-molares inferiores e terceiros molares superiores. Essas lesões tipicamente não apresentam sintomatologia e, em geral são detectadas através de exames radiográficos de rotina, mesmo tratandose de lesões com capacidade expansiva. Paciente JLS, sexo feminino, com 24 anos de idade ,apresentava o elemento 18 não irrompido que, radiograficamente, expandiu-se para o interior do seio maxilar direito, próximo a assoalho de órbita. Foram realizados exames radiográficos específicos para o seio maxilar e tomografia computadorizada, como meio auxiliar de diagnóstico provável sugerindo ser um cisto dentígero. PC013 - ODONTOMA COMPOSTO: RELATO DE CASO. AYALLA LIMA SILVA1; ANA CATARINA RODRIGUES DA SILVA2; DAISY COSTA MIRANDA QUAGLIATTO3; JAMILE RODRIGUES PEREIRA4. 1,2,4.CESMAC, MACEIÓ, AL, BRASIL; 3.SLMANDIC, CAMPINAS, SP, BRASIL. O odontoma composto é uma malformação que surge de uma proliferação exorbitante da lâmina dentária na qual os tecidos dentais estão representados em um padrão ordenado, formando estruturas semelhantes a pequenos dentes. São hamartomas de ocorrência freqüente no complexo maxilo-mandibular, onde há uma completa diferenciação das células lesionais, com estágio de formação de esmalte, dentina e polpa. Embora a etiologia não seja totalmente esclarecida, são considerados fatores predisponentes para o surgimento da lesão, traumas, infecções e mutações genéticas. Freqüentemente, um dente retido encontra-se associado com o odontoma, e este evita a erupção do dente. O odontoma apresenta crescimento lento, sendo assintomático. Geralmente são pequenos, mas podem eventualmente ultrapassar o tamanho de um dente, ocasionando uma tumefação alveolar com conseqüente assimetria facial. O diagnóstico é feito de forma casual, em exames radiográficos de rotina, ou naqueles exames indicados para pesquisar ausência de irrompimento dental ou de anomalias de posição dos dentes na arcada. Os 55 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica aspectos radiográficos são característicos, variando de acordo com o tipo, sendo que o composto apresenta-se com um número variável de estruturas semelhantes a dentes, delimitadas por uma linha radiolúcida. Paciente do sexo masculino, 31 anos de idade, residente em Maceió-AL, compareceu a clínica CIROM – Centro de Radiodiagnóstico de Maceió, para exames pré-tratamento ortodôntico, onde ao exame radiográfico observou-se um número variável de pequenas estruturas radiopacas semelhantes a dentes envolvidos por uma linha radiolúcida na região mediana superior, com conseqüente impacção do elemento 11. Tendo Odontoma Composto como diagnóstico provável. PC014 - RADIOGRAFIA DIGITAL E TCFC PARA O DIAGNÓSTICO DE DEFEITOS ÓSSEOS PERIODONTAIS. ADINILTON FERRAZ CAMPOS JUNIOR; JORGE FUMIO KANAJI; CÉSAR ÂNGELO LASCALA. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SAO PAULO, SP, BRASIL. Introdução – A abordagem do estudo dos recursos imaginológicos aplicados à análise óssea diz respeito ao estudo topográfico do periodonto e suas alterações. Objetivo – Analisar por meio de dois sistemas de imagens digitais: a radiografia digital direta e a tomografia computadorizada por feixe cônico, comparando a eficácia de cada aparelho na análise das corticais do tecido periodontal. Métodos – Cinco espécimes de mandíbulas foram incluídos em nosso estudo, com 6 tipos de defeitos ósseos distribuídos no septo interdentário e na porção radicular do dente. Radiografias periapicais foram realizadas, com o sensor sensor Dixi®2, e exames tomográficos, com o aparelho Newtom 3G. A pesquisa contemplou a análise das corticais ósseas avaliadas por três observadores. Teste estatístico de McNemar foi empregado para análise inter e intra-observadores. Resultados – Resultados não concordantes foram relacionados à sobreposição de estruturas anatômicas em sua maior parte pela radiografia digital. Os resultados de acerto da tomografia computadorizada: para análise da cortical vestibular do septo interdentário foi de 84%; para a cortical lingual de 92%; para a cortical proximal de 80%; e para cortical radicular de 80%, contra 60%, 64%, 80% e 46% respectivamente da radiografia digital. Não foram encontradas diferenças entre a 1ª e a 2ª análises na avaliação intra-observadores, contudo houve variação inter-observadores. Conclusões – A tomografia computadorizada por feixe cônico mostrou-se como potencial recurso de imagem para análise das corticais ósseas do tecido periodontal. Entretanto, os resultados também apontaram que ambos os métodos são observadordependentes, havendo necessidade de profissionais habilitados para utilização desses recursos recentes de imagem. PC015 - PAPEL DA RECONSTRUÇÃO TRIDIMENSIONAL EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR FEIXE CÔNICO NOS TRAUMAS MANDIBULARES. CLAUDIA R. GOMES ALVES1; SIMONE R. GOMES MARSAIOLI2; CIBELLE GIL3; JEFFERSON XAVIER DE OLIVEIRA4; MARCELO EDUARDO PEREIRA DUTRA5. 1,2.DIAGNOSTICOS ORAL, CAMPINAS, SP, BRASIL; 3,4,5.FO-USP, SAO PAULO, SP, BRASIL. A tomografia computadorizada por feixe cônico (TCFC), vem sendo amplamente utilizada na Odontologia por diversas 56 especialidades. Especialmente na traumatologia a TCFC com suas reconstruções multiplanares e em terceira dimensão (3D) proporciona melhor avaliação da extensão e localização dos traços de fratura, além de deslocamentos de fragmentos. No entanto, importante ressaltar, que a reconstrução em 3D possui papel coadjuvante às imagens em 2D, permitindo planejamento cirúrgico por prototipagem e simulação virtual e evolução do tratamento. Os autores mostram a importância do método supra citado por meio de um caso de paciente do genêro masculino, leudoderma, 27 anos , vítima de agressão, que provocou fraturas múltiplas na mandíbula. Os cortes axiais e as reconstruções multiplanares foram cuidadosamente avaliados em busca da correta abrangência dos traços de fratura, sendo complementados pelas reconstruções em 3D, o que auxiliou sobremaneira o cirurgião bucomaxilofacial no melhor planejamento e proservação. PC016 - DIAGNÓSTICO DE OSTEOSSARCOMA DE MAXILA COM USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: RELATO DE CASO. CIBELLE GIL1; LUCIANA MARIA PAES DA SILVA RAMOS FERNANDES 2 ; KARINA CECILIA PANELLI SANTOS 3 ; MARCELO MARCUCCI4; JEFFERSON XAVIER DE OLIVEIRA5. 1,2,3,5.FO-USP, SAO PAULO, SP, BRASIL; 4.UNIFESP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Osteossarcoma dos maxilares é um tumor maligno no qual há produção de osteóide, afetando o tecido mesenquimal e a formação óssea. De acordo com a literatura, é uma doença rara, que afeta mais freqüentemente a mandíbula, com predileção pelo sexo feminino e que ocorre na faixa etária de 30 a 40 anos. Os sinais e sintomas mais comuns são dor, tumefação da região envolvida, mobilidade e deslocamento dos elementos dentários, obstrução nasal e parestesia. O diagnóstico da doença e determinação de sua extensão baseado em radiografias convencionais apenas, é limitado, demandando avaliação por tomografia computadorizada (TC) e exame histopatológico. A TC é fundamental para avaliar o grau de erosão óssea ou de ossificação neoplásica, verificar a relação com estruturas adjacentes e determinar o plano de tratamento. O presente trabalho tem como objetivo reportar o caso de uma paciente branca de 34 anos de idade, que apresentava massa tumoral na região maxilar esquerda e inchaço localizado, que foi submetida a exame de tomografia computadorizada e análise histopatológica. PC017 - AVALIAÇÃO CLÍNICA E POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE UM CASO DE CARCINOMA ODONTOGÊNICO DE CÉLULAS FANTASMAS. CIBELLE GIL1; KARINA CECILIA PANELLI SANTOS2; LUCIANA MARIA PAES DA SILVA RAMOS FERNANDES3; MARCELO MARCUCCI4; JEFFERSON XAVIER DE OLIVEIRA5. 1,2,3,5.FO-USP, SAO PAULO, SP, BRASIL; 4.UNIFESP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Os autores apresentam características do Carcinoma Odontogênico de Células Fantasmas baseadas, na classificação da Organização Mundial de Saúde de 2005. São apontadas as características clínicas, considerando o seu comportamento e a concepção apontada na classificação supracitada. A descrição clínica e imaginológica de um caso de paciente masculino, 39 anos com acometimento na maxila é apresentada. Discute-se a relevância da utilização dos Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica métodos de imagem e a sua importância no estadiamento, planejamento e elaboração de diagnóstico. PC018 - O USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM NA AVALIAÇÃO DA PROXIMIDADE DOS TERCEIROS MOLARES COM ESTRUTURAS ANATÔMICAS. MARCELA GRIJÓ DE OLIVEIRA; LUIZ FERNADO DELUIZ. UNESA, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. A Tomografia Computadorizada é uma técnica radiográfica que vem sendo desenvolvida ha alguns anos e que vem se demonstrando extremamene útil no planejamento e diagnóstico do cirurgião dentista na avaliação da proximidade dos terceiros molares com estruturas anatômicas. Atualmente, a Tomografia Computadorizada Cone Beam (TCCB), permite uma perfeita visualização em múltiplas projeções, possibilitando através de \”cortes\” (axiais, coronais, sagitais) observar a correta relação dos terceiros molares com o canal mandibular e o seio maxilar, os quais são elementos de maior índice de retenção. Esse exame passa a ser um instrumento imprescindível para um correto diagnóstico e para um planejamento adequado e evitando complicações durante e após o procedimento cirúrgico. PC019 - PLANEJAMENTO CIRÚRGICO PARA AMELOBLASTOMA USANDO UM BIOMODELO 3D POR SINTERIZAÇÃO SELETIVA A LASER. DANIEL MARTINEZ SAEZ; EDUARDO KAZUO SANNOMIYA. UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO, SÃO BERNARDO DO CAMPO, SP, BRASIL. Ameloblastoma é uma lesão odontogênica infiltrativa, agressiva, localizada, benigna, de crescimento lento e expansão indolor. O tratamento do Ameloblastoma compreende desde a curetagem até a ressecção em bloco, tendo a margem de segurança importante contribuição na redução de recidiva da lesão. Progressos na tecnologia de scanners de tomografia computadorizada e imagens 3D possibilitaram o desenvolvimento de sistemas de prototipagem, que permitem a construção de precisos biomodelos 3D, que auxiliam no planejamento e simulação das etapas cirúrgicas de tumores maxilofaciais, como presente em diversos estudos [Stoker NG, Mankovich NJ, Valentino D (1992); Kragskov J et al. (1996); Rasse M at al. (1998); Petzold R, Zeilhofer HF, Kallender WA (1999); Webb PA (2000); Sanghera B et al. (2001); Sannomiya EK et al. (2006)]. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso clínico, em que um tipo folicular de ameloblastoma mandibular, confirmado por exame histopatológico, foi removido cirurgicamente. Os cirurgiões utilizaram-se de biomodelos 3D a partir de cortes tomográficos computadorizados e obtidos por sinterização seletiva a laser, os quais serviram como guias cirúrgicos nas etapas de osteotomia e de enxerto ósseo. Posteriormente ao processo cirúrgico, a paciente foi submetida a tratamento fisioterapêutico. Sendo assim, os autores demonstraram a possibilidade de uso de biomodelo 3D como recurso de orientação aos cirurgiões, nos momentos de planejamento e execução de procedimentos cirúrgicos. PC020 - CISTO ÓSSEO DE STAFNE: A IMPORTÂNCIA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA. EDUARDO MURAD VILLORIA; JULIANA DA SILVA NOIA; KYRIA SPYRO SPYRIDES. UNIVERSIDADE GAMA FILHO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. O cisto ósseo de Stafne trata-se de uma concavidade focal do osso cortical na superfície lingual da mandíbula, em região de glândula submandibular e abaixo do canal mandibular. Estas “lesões” são defeitos de desenvolvimento contendo uma porção da glândula submandibular. Defeitos ósseos semelhantes também podem ser encontrados, com menor freqüência, na região mais anterior da mandíbula e são relacionados à glândula sublingual ou tecido anormal da glândula salivar. Este defeito ósseo apresenta-se como uma área radiolúcida, bem circunscrita e com presença, ou não, de halo esclerótico. Essas características radiográficas também são visualizadas no cisto periapical e residual, e para chegarmos a um diagnóstico mais seguro será de boa conduta a utilização da tomografia computadorizada cone beam. A tomografia computadorizada nos permite avaliar a terceira dimensão, possibilitando analisar a profundidade da “lesão” em questão. Este procedimento nao invalida as tomadas radiográficas convencionais, como por exemplo, a radiografia oclusal, porém cortes tomográficos (axiais e transversais oblíquos) permitem visualizar a abertura da concavidade na superfície lingual e isso já exclui a maioria dos diagnósticos diferenciais. PC021 - INFLUÊNCIA DO TAMANHO DO VOXEL NA CAPACIDADE DIAGNÓSTICA DO MÉTODO TOMOGRÁFICO COMPUTADORIZADO CONE BEAM NA AVALIAÇÃO DE REABSORÇÃO DENTÁRIA EXTERNA “IN VITRO”. MARIANA BOESSIO VIZZOTO; HELOISA EMILIA DIAS DA SILVEIRA; GABRIELA SALATINO LIEDKE; HERALDO LUIS DIAS DA SILVEIRA; RENI RAYMUNDO DALLA-BONA. UFRGS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Reabsorção radicular externa (RRE) é um processo multifatorial de perda irreversível de estrutura dentária, sendo o diagnóstico precoce e a correta identificação da localização e extensão fundamentais para o estabelecimento da abordagem terapêutica e sucesso no tratamento. A tomografia computadorizada (TC) tem se mostrado importante ferramenta na prática odontológica, sendo que, para o diagnóstico de RRE simuladas, apresenta alta sensibildade e especificidade. Este estudo avaliou a capacidade diagnóstica da tomografia computadorizada cone beam (TCCB) em diferentes resoluções de voxel na detecção de RRE. Reabsorções de diferentes tamanhos e localizações foram simuladas em 59 dentes humanos unirradiculares. Conforme protocolo estabelecido na literatura, cavidades com 0,6; 1,2 e 1,8 mm de diâmetro e 0,3; 0,6 e 0,9 mm de profundidade (pequenas, médias e grandes) foram confeccionadas aleatoriamente nos terços cervical, médio e apical na face vestibular das raízes. As imagens adquiridas no tomógrafo iCAT, seguindo três protocolos, variando as resoluções de voxel (0,4, 0,3 e 0,2mm), foram analisadas por examinador calibrado e cegado através do software i-CATView. O teste qui-quadrado não demonstrou associação entre as variáveis: resolução de voxel, plano de corte, tamanho da cavidade e terço radicular, assim como os valores de sensibilidade e especificidade foram semelhantes. Entretanto, a likelihood ratio apresentou valores de 6,4 para voxel de 0,4mm, 16 para 0,3mm e 12 para 0,2mm. Conclui57 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica se que a TCCB representa um método seguro na investigação de RRE, sendo a resolução de voxel 0,3mm a melhor indicação, pois associa ótimo desempenho diagnóstico com menor exposição do paciente à radiação X. PC022 - COMPARAÇÃO DOS PLANOS DE CORTES TOMOGRÁFICOS NO DIAGNÓSTICO DE REABSORÇÃO DENTÁRIA EXTERNA “IN VITRO”. GABRIELA SALATINO LIEDKE; MARIANA BOESSIO VIZZOTO; HERALDO LUIS DIAS DA SILVEIRA; RENI RAYMUNDO DALLABONA; HELOISA EMILIA DIAS DA SILVEIRA. UFRGS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. As radiografias convencionais oferecem limitações para o diagnóstico de reabsorções radiculares externas (RRE) devido à sobreposição de estruturas. Por outro lado, a tomografia computadorizada (TC) é um exame que permite obter imagens sem este inconveniente e, para cortes axiais, apresenta boa sensibilidade e especificidade no diagnóstico de RRE simuladas. Este estudo objetivou avaliar a acuidade dos cortes coronais e sagitais na detecção destas simulações. Reabsorções de diferentes tamanhos e localizações foram simuladas na superfície radicular vestibular de 59 dentes humanos unirradiculares. Conforme protocolo estabelecido na literatura, cavidades com 0,6; 1,2 e 1,8 mm de diâmetro e 0,3; 0,6 e 0,9 mm de profundidade (pequenas, médias e grandes respectivamente) foram confeccionadas nos terços cervical, médio e apical na face vestibular das raízes, de forma aleatória. Imagens coronais e sagitais, reconstruídas dos cortes axiais da TC, foram analisadas por um examinador calibrado e cegado. Ao todo, 177 terços radiculares foram examinados em cada plano, sendo que 131 apresentavam cavidades. Nos cortes coronais 120 (91,60%) foram identificadas e nos sagitais 127 (96,94%). As cavidades pequenas localizadas no terço apical foram identificadas no plano coronal em 57,14% dos casos e no sagital em 85,71%. Os resultados mostraram superioridade do plano sagital no diagnóstico de cavidades pequenas localizadas no terço apical da raiz em relação ao plano coronal e, segundo dados divulgados na literatura, também ao plano axial. Pode-se concluir que, quando for solicitada CT para diagnóstico de RRE vestibular ou palatina, a reconstrução no plano sagital é a melhor opção para investigação. PC023 - PANORAMA DO USO DA CEFALOMETRIA POR ORTODONTISTAS NO SUL DO BRASIL. HERALDO LUIS DIAS DA SILVEIRA; GABRIELA SALATINO LIEDKE; HELOISA EMILIA DIAS DA SILVEIRA; MARIANA BOESSIO VIZZOTO; RENI RAYMUNDO DALLA-BONA. UFRGS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. A análise cefalométrica é um dos exames complementares utilizados para o diagnóstico e planejamento de tratamentos ortodônticos e cirúrgicos ortognáticos. No Brasil, as Clínicas de Radiologia são as responsáveis pela realização deste exame e estudos demonstraram a falta de reprodutibilidade das medidas cefalométricas realizadas por diferentes clinicas na cidade de Porto Alegre. Com o objetivo de avaliar o uso da cefalometria, foram enviados questionários estruturados, baseados na escala Likert, a todos os especialistas em Ortodontia e Ortopedia Facial do estado do Rio Grande do Sul. Os resultados mostraram que a maioria dos profissionais (96,4%) solicita o exame para as Clínicas de Radiologia ao 58 início de todos os tratamentos ortodônticos e apenas a metade (50,4%) solicita-o ao final. Somente 19,2% dos ortodontistas conferem os cefalogramas recebidos. A análise cefalométrica mais utilizada é Padrão USP (45,1%) e a maioria dos profissionais (88,3%) valoriza mais o perfil do paciente no estabelecimento do plano de tratamento. A partir dos resultados, conclui-se que a maioria dos especialistas em Ortodontia e Ortopedia Facial no Estado do Rio Grande do Sul solicita a análise cefalométrica computadorizada Padrão USP ao início de todos os tratamentos ortodônticos, considera o perfil do paciente determinante para a escolha da conduta a ser seguida e não questiona os cefalogramas realizados pelas Clínicas de Radiologia. PC024 - UM NOVO MÉTODO PARA EXTRAÇÃO DE INFORMAÇÃO EM RADIOGRAFIA ODONTOLÓGICA. ADRIANA GOMES DA COSTA1; GILSON GIRALDI2; JOÃO FREDERICO TROTT FILHO 3; LUIZ ANTÔNIO PEREIRA NEVES4; ÉRIKA CALVANO KUCHLER5. 1,5.UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2.LNCC, PETRÓPOLIS, RJ, BRASIL; 3,4.UDESC, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL. O uso de processamento de imagens digitais vem sendo empregado para maior fidelidade na interpretação de radiografias odontológicas. Algoritmos para extração automática de estruturas e análise vêm sendo desenvolvidos. Na área de extração de objetos de interesse em raio-x odontológico, são utilizados algoritmos baseados em morfologia matemática, contornos ativos, técnicas de limiarização, e análise de forma. Foram utilizadas 150 radiografias panorâmicas do Departamento de Odontopediatria da UFRJ. 1º Aquisição da Imagem: o 1º molar permanente inferior é selecionado e um limiar para a intensidade de imagem é obtido. Métodos em morfologia matemática são aplicados no processamento posterior. 2º Obtenção dos dados: o limite do dente é identificado e é computado o eixo principal (r) do mesmo. 3º Análise Biométrica dos Dados: os limites da coroa e da raiz são determinados através do algoritmo que mede as distâncias: da linha r ao ponto mais alto da furca (CB) e da furca ao ponto mais baixo do ápice radicular (R), retornando o quociente CB/ R. O uso do algoritmo é promissor, concordando com as análises clinicas. Contudo, o método é muito sensível ao limiar do 1º passo. Discussão: O 1º passo é o mais critico. Porém, os resultados obtidos mostram que a técnica é promissora. O método combina conceitos matemáticos e métodos computacionais para computar automaticamente a proporção coroa/raiz. Resultados preliminares mostram que é eficaz e facilmente aplicável. PC025 - SARCOMA DE EWING EM MANDÍBULA: RELATO DE CASO. GABRIELA DAL BÓ HEINZEN. UFSC, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL. Originalmente descrito por James Ewing em 1921, o sarcoma de Ewing representa 7% dos tumores ósseos malignos primários e é o segundo tumor ósseo primário mais comum da infância. O sarcoma de Ewing é encontrado mais comumente em ossos longos . O envolvimento dos óssos gnáticos é um evento incomum, cerca de 1 a 7% dos casos, onde normalmente envolve o ramo da mandíbula. Sua origem Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica definidas nas imagens convencionais. é incerta, muitos acreditam ser derivado de células neuroectodérmicas. Dor, aumento de volume, febre, leucocitose e uma taxa de sedimentação de eritrócitos podem estar presentes e levar a um diagnóstico errôneo de osteomielite. Parestesia e mobilidade dental também são achados comuns nos maxilares. Predominantemente o sarcoma de Ewing afeta homens brancos. Radiograficamente há uma destruição irregular de osso. Expansão ou destruição das corticais podem ou não estar presentes. A reação perióstica em \”bulbo de cebola\” , comumente observada no sarcoma de Ewing dos ossos longos, raramente é vista em lesões dos ossos gnáticos. Histologicamente é uma neoplasia óssea indiferenciada de pequenas células redondas. Paciente I.C.G, 10 anos, leucoderma, sexo masculino (Fig.1 e 2) apresentou-se com um aumento de volume em mandíbula , lado esquerdo, com evolução de 2 meses. Foram solicitados radiografias panorâmica (Fig.3), PA de face (Fig.4) e posteriormente tomografia computadorizada (Fig. 5 e 6) com contraste. Tais exames demonstraram lesão lítica, multilocular, expansiva, com rompimento da cortical óssea vestibular e lingual, envolvendo o corpo e ramo da mandíbula com extensão para tecidos moles adjacentes. Continuada a investigação, foi realizada a biópsia da lesão que na microscopia (Fig.7) demonstrou neoplasia maligna de pequenas células redondas e o estudo imuno-histoquímico (Fig.8) confirmou o diagnóstico de Sarcoma de Ewing. PC026 - UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA PARA AUXÍLIO NO DIAGNÓSTICO DE UM ODONTOMA – RELATO DE CASO. CIBELLE GIL; LUCIANA MARIA PAES DA SILVA RAMOS FERNANDES; KARINA CECILIA PANELLI SANTOS; JEFFERSON XAVIER DE OLIVEIRA; EVANGELO TADEU TERRA FERREIRA. FO- USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Odontomas são considerados como anomalias de desenvolvimento (hamartomas) e tumores odontogênicos (classificação da Organização Mundial de Saúde, 2005). São classificados em compostos e complexos, geralmente diagnosticados durante as duas primeiras décadas de vida. São assintomáticos, não havendo predileção por etnia ou gênero, sendo detectados em exames radiográficos de rotina. O tratamento consiste em excisão total da lesão com excelente prognóstico. Paciente gênero feminino, leucoderma, 5 anos de idade foi encaminhada ao centro de radiologia para realização de documentação ortodôntica. A radiografia panorâmica e a telerradiografia em norma lateral revelaram uma massa radiopaca junto ao incisivo central superior direito. Tomadas radiográficas complementares convencionais foram realizadas (incidências periapical , oclusal e método de localização de Clark), tendo como hipótese diagnóstica odontoma complexo. A paciente foi então submetida a tomografia computadorizada para melhor avaliação da massa calcificada e relação com as estruturas anatômicas vizinhas e dentes em formação. Foram realizados cortes transversais e sagitais, quando então pôde-se observar com clareza que a massa hiperdensa referia-se a um odontoma composto e não complexo conforme sugeria as tomadas radiográficas convencionais, o que também confirmou-se no exame anátomo-patológico. Os achados da tomografia computadorizada foram importantes, pois elucidaram estruturas que não se apresentavam bem PC027 - IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE TODO VOLUME ADQUIRIDO POR MEIO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR FEIXE CÔNICO. SIMONE R. GOMES MARSAIOLI1; CLAUDIA R. GOMES ALVES2; CIBELLE GIL3; JEFFERSON XAVIER DE OLIVEIRA4; MARCELO EDUARDO PEREIRA DUTRA5. 1,2.DIAGNOSTICOS ORAL, CAMPINAS, SP, BRASIL; 3,4,5.FO-USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. A tomografia computadorizada por feixe cônico (TCFC) tem sido bastante utilizada nas áreas de traumatologia, implantodontia, patologia, ortodontia e cirurgia. No entanto, inúmeras vezes o paciente encaminhado para realização do exame para determinada especialidade pode apresentar achados de relevância variável, que pode solicitar o envolvimento de outras condutas. Os autores ilustram a importância da avaliação de todo volume adquirido por meio da TCFC, com o relato clínico de um paciente, gênero feminino, leucoderma, 45 anos, encaminhado ao centro de diagnóstico para realização de TCFC com finalidade de avaliação de estrutura óssea na região de dente 22 para colocação de implante. O estudo dos cortes contidos no volume revelou severo comprometimento da cavidade sinusal maxilar do lado esquerdo, a qual apresentava massa de densidade heterogênea e contornos definidos em seu interior, estendendo-se em direção a fossa nasal ipsilateral evidenciada nos cortes axiais, coronais e sagitais, além de área hiperdensa, localizada na cortical interna do osso zigomático esquerdo, com acréscimo de volume do mesmo, vista nos cortes axiais e coronais. A avaliação das corticais sinusais sugere perda de continuidade das corticais anterior, medial e lateral esquerda. Assim, confirma-se a importância da avaliação de todos os cortes do volume primário obtido por meio de TCFC, exemplificada por este relato de caso, no qual a paciente encaminhada para realização de TCFC com fins implantodônticos, não possuía qualquer sinal ou sintoma que revelasse qualquer alteração no antro maxilar. PC028 - ANÁLISE VIA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO DA VARIAÇÃO DA DENSIDADE NAS SUTURAS PALATINA MEDIANA E ZIGOMÁTICO-MAXILAR EM DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS. GIOVANNI CERRONE JUNIOR; MARCELO TARCÍSIO MARTINS; MARCOS VINICIUS QUEIROZ DE PAULA. UFJF, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL. Têm sido reportadas adversidades em se produzir a disjunção ortodôntica da maxila em adultos.Acredita-se que após o término do crescimento puberal há o fechamento da Sutura Palatina Mediana (SPM) e a disjunção conservadora passa a ser altamente mal sucedida; contudo, estudos utilizando Tomografia Computadorizada sugerem a inexistência de obliteração total da SPM ao longo da vida e afirmam que a variação da densidade na região da mesma pode ser um fator limitante para a aplicação da disjunção não cirúrgica em adultos. Ademais, a disjunção da maxila está relacionada indiretamente a outras suturas, principalmente a Sutura Zigomático-Maxilar (SZM). Com intuito de verificar o índice de densidade presente na SPM e SZM de 30 indivíduos com diferentes idades, exames obtidos por feixe cônico (i-CAT® Cone Beam 3-D Imaging System, Hatfield, PA) foram divididos em seis grupos etários 59 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica (10 a 20; 21 a 30; 31 a 40; 41 a 50; 51 a 60; e, mais de 61 anos). O Programa Xoram-CAT (Imaging Sciences International Inc., Hatfield, PA) mensurou a densidade em Unidades Hounsfield. Os dados obtidos foram confrontados com os valores em UH encontrados na região da fossa canina (Ouro), área de baixa densidade. 100% dos indivíduos mostraram em ambas suturas valores médios ainda menores do que aqueles da fossa canina, a diferença foi estatisticamente significante (p<0,05). Os dados obtidos são corroborados pela literatura recente. Há indício de que as duas suturas estudadas não estão totalmente soldadas nas diferentes faixas etárias. PC029 - TÉCNICA COMBINADA DE IMAGINOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E MONITORAÇÃO DO TRATAMENTO ORTODÔNTICO UTILIZANDO MINI-IMPLANTES COMO ANCORAGEM. GIOVANNI CERRONE JUNIOR; MARCOS VINICIUS QUEIROZ DE PAULA. UFJF, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL. O sucesso do uso de mini-implantes em Ortodontia como unidades de ancoragem é altamente dependente da escolha do sítio e precisão da inserção dos mesmos. A Imaginologia tem papel fundamental no planejamento da utilização e inserção destes dispositivos. A Tomografia Computadorizada (TC) tem sido utilizada na determinação da Densidade Mineral Óssea (DMO) em regiões de interesse para a inserção de implantes nos ossos maxilares. Realizouse 15 TC\’s Multi-Slice para avaliação da DMO de 30 regiões que receberiam mini-implantes, entre os segundos prémolares e primeiros molares superiores, do lado direito e esquerdo de 15 indivíduos. Guias cirúrgicos calibrados por radiografia periapical foram confeccionados e avaliados. Traçados cefalométricos em radiografias oblíquas (45º) foram usados para monitorar a estabilidade dos mini-implantes durante 90 dias de tracionamento dos caninos superiores. A média dos valores obtidos para a DMO encontrou-se próxima do valor máximo de uma escala considerada normal para esta região da maxila, podendo assim ser considerada essa uma área segura em termos de qualidade óssea. O índice de sucesso foi de 100% (sendo considerado insucesso perda do mini-implante) e verificou-se estabilidade radiográfica em todos dispositivos. A combinação das técnicas mostrou-se pertinente frente às principais adversidades encontradas na literatura para a avaliação da qualidade óssea em sítios específicos da maxila e forneceu auxílio na determinação do local e inserção dos mini-implantes. Observou-se completo sucesso no uso de ancoragem ortodôntica em mini-implantes nos 30 sítios maxilares quando a técnica combinada de Imaginologia apresentada foi empregada. PC030 - UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM NO PLANEJAMENTO CIRÚRGICO PARA REMOÇÃO DE CORPO ESTRANHO NO SEIO MAXILAR. MARIA AUGUSTA PORTELLA GUEDES VISCONTI; RAFAEL DE OLIVEIRA CORRÊA; KARINA LOPES DEVITO. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL. Acidentes durante cirurgias podem incluir fraturas dentais, fraturas ósseas, lesões a feixes vásculo-nervosos, infecções, invasão de cavidades maxilares como fossa nasal e seio 60 maxilar. Neste trabalho é relatado um caso de um dente acidentalmente deslocado para o seio maxilar, incluindo, para o planejamento do tratamento, imagens de radiografia panorâmica e tomografia computadorizada cone beam. O paciente R.A.B., 36 anos, procurou a Faculdade de Odontologia de UFJF relatando história de dor na região do dente 16 e histórico prévio de tentativa mal sucedida de extração do mesmo. Ao exame clínico observou-se a presença de fístula buco-sinusal. O paciente foi encaminhado à clínica de Radiologia para a obtenção de radiografia panorâmica. A interpretação desta imagem não deixava clara a localização e a forma do corpo estranho em questão, principalmente em função da sobreposição de imagens anatômicas como o palato e o processo zigomático da maxila. Desta forma, para um adequado planejamento do tratamento, foi solicitado exame de tomografia computadorizada cone beam, obtendo-se cortes transversais oblíquos da região do dente 16, além de vistas axiais, sagitais, coronais e imagens reconstruídas em 3D. Pela interpretação destas novas imagens pode-se avaliar precisamente a localização do dente em questão, sua forma e a relação com outras estruturas anatômicas, permitindo a remoção cirúrgica segura e bem sucedida do elemento dental. Pode-se concluir que a utilização da tomografia computadorizada cone beam é muito bem indicada para casos de planejamento cirúrgico de corpos estranhos no interior do seio maxilar, além de ser um exame de fácil e rápida execução. PC031 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO DO INSTITUTO ONCOLÓGICO E HOSPITAL NOVE DE JULHO DE JUIZ DE FORA. MARIA AUGUSTA PORTELLA GUEDES VISCONTI; RAFAEL DE OLIVEIRA CORRÊA; KARINA LOPES DEVITO. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL. Este estudo avaliou o perfil epidemiológico dos pacientes com neoplasia de cabeça e pescoço da cidade de Juiz de Fora. Foram analisados prontuários (fichas clínicas e exames por imagem) do Instituto Oncológico e Hospital Nove de Julho da cidade de Juiz de Fora (MG), entre os anos de 2000 a 2007, observando-se principalmente a prevalência, tipo histológico e localização das lesões. Setenta e três (61,35%) prontuários pertenciam a pacientes do sexo masculino e 46 (38,65%) do sexo feminino. A faixa etária variou de 23 a 90 anos, com uma média de 56,5 anos. A principal localização foi a língua (25,20%) seguida da glândula parótida (22,76%). Histologicamente, o carcinoma epidermóide, prevaleceu com 68,90% dentre todos os casos diagnosticados. Considerando-se apenas os tumores localizados em glândulas salivares, o tipo histológico mais comum foi o adenoma pleomórfico (31,70%). Considerando-se os tumores que tinham envolvimento ósseo, destacaram-se os localizados no palato, representando 7,31% de todos os casos. Hábitos de tabagismo e etilismo foram relatados em poucos prontuários, não sendo relevante para estabelecer correlação como fatores etiológicos. Os resultados mostraram que o perfil epidemiológico do câncer bucal para a cidade de Juiz de Fora é semelhante ao de outras localidades relatadas na literatura. Concluiu-se que ações para prevenção, diagnóstico precoce e controle da doença precisam ser otimizados e que o cirurgião-dentista tem um papel fundamental para a redução dos índices de câncer bucal e das taxas de morbi-mortalidade. Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica PC032 - UTILIZAÇÃO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO AUXÍLIO AO DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO DE CÁRIE PROXIMAL. MARIA AUGUSTA PORTELLA GUEDES VISCONTI; RAFAEL DE OLIVEIRA CORRÊA; KARINA LOPES DEVITO. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL. Modelos matemáticos e de inteligência artificial têm sido utilizados para auxiliar no diagnóstico de várias patologias, resultando em um menor número de taxas falso-positivas e negativas. Neste estudo, utilizou-se uma rede neural multicamadas do tipo Perceptron como auxiliar do diagnóstico radiográfico de cáries dentárias, comparando-se a acurácia das respostas com e sem a sua aplicação. Cento e sessenta imagens radiográficas das faces proximais de 80 dentes humanos extraídos foram avaliadas quanto à presença de cáries por 25 examinadores, que utilizaram uma escala de cinco escores. Após os exames radiográficos, que foram usados para alimentar a rede neural , os dentes foram seccionados e avaliados em microscópio óptico (padrão ouro). Este padrão ouro serviu para ensinar a rede neural a diagnosticar cárie com base no exame radiográfico. Com o objetivo de estimar a capacidade de generalização da rede, ou seja, seu desempenho em relação a novos casos, os dados foram divididos em três subgrupos: para treinamento, teste e validação cruzada. A área sob a curva ROC foi utilizada para comparar a eficácia do diagnóstico de cárie proximal com e sem o auxílio da rede neural. A área relativa ao diagnóstico radiográfico sem a modelagem pela rede neural foi de 0,6323 e com a utilização da rede foi de 0,8844, indicando um significativo aumento no diagnóstico. A utilização da rede neural artificial melhorou a performance do diagnóstico radiográfico da cárie dentária proximal. PC033 - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE ÓSSEA MANDIBULAR EM MULHERES VENEZUELANAS ACIMA DE 50 ANOS ATRAVÉS DE RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS. JHON JACKSON LUNA; FERNANDA CECÍLIO DIAS; SOLANGE APARECIDA CALDEIRA MONTEIRO; PLAUTO CRISTOPHER ARANHA WATANABE. FORP-USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL. Mulheres acima dos 50 anos fazem exames radiográficos rotineiros na clínica odontológica. Através da radiografia panorâmica é possível identificar a qualidade óssea mandibular, por meio de medidas da espessura cortical mandibular (ECM). Há correlação entre ECM e risco de fraturas em outros sítios. Assim, pode-se obter um diagnóstico precoce de osteopenia/osteoporose, evitando-se complicações como perda dental reabsorção acentuada dos rebordos alveolares e até fraturas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade óssea mandibular de uma amostra de mulheres venezuelanas, através de medidas da espessura cortical mandibular em radiografias panorâmicas. Foram digitalizadas 52 radiografias panorâmicas de mulheres acima de 50 anos do arquivo da clínica de radiologia Serodontes de Puerto La Cruz - Venezuela. Nas radiografias foram realizadas medidas da espessura cortical mandibular na região do ângulo e forame mentual de ambos os lados. As medidas abaixo de 3mm (na região do forame) e abaixo de 1mm (na região do ângulo) foram consideradas como sinais de risco para osteopenia/ osteoporose. Do total de mulheres avaliadas (52), 14 (26,92%) apresentaram cortical diminuída na região do forame mentual, e 13 (25%) na região do ângulo mandibular em ambos os lados. Houve maior prevalência de cortical diminuída no lado direito, sendo 82,69% contra 76,92% do lado esquerdo. A prevalência de cortical diminuída tanto na região do ângulo quanto do forame, em ambos os lados, foi de 7,69%. Cerca de 1/4 das mulheres estudadas evidenciaram sinais de osteopenia/osteoporose mandibular, e devem ter pelo menos um outro sítio afetado, como quadril, coluna ou fêmur. PC034 - PRESENÇA DE PROCESSO ESTILÓIDE ALONGADO E CALCIFICAÇÃO VASCULAR EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS E SUA RELAÇÃO COM A OSTEOPOROSE EM DIFERENTES SÍTIOS. FERNANDA CECÍLIO DIAS; JHON JACKSON LUNA; SOLANGE APARECIDA CALDEIRA MONTEIRO; PLAUTO CRISTOPHER ARANHA WATANABE. FORP-USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL. A osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição progressiva da massa óssea, com modificações na arquitetura trabecular, produzindo um aumento dos níveis de cálcio no sangue. Desta maneira, pode-se levar à calcificação de outras estruturas e placas ateromatosas nas paredes dos vasos. O objetivo deste estudo foi investigar a presença de processo estilóide alongado e calcificação vascular através de radiografias panorâmicas correlacionando esses achados com o diagnóstico para risco de osteoporose na coluna, quadril e antebraço. A amostra constituiu-se de 100 radiografias panorâmicas de pacientes do sexo feminino, entre 30 a 84 anos, e seus respectivos laudos diagnósticos de Densidade Mineral Óssea (DMO) obtidos através do DEXA, todos do arquivo de documentação do NACEDO (serviço de radiodiagnóstico) da FORP-USP. Nas radiografias foram medidas as imagens dos processos estilóides e avaliado a presença de calcificação vascular na região da bifurcação da carótida. Dos 100 pacientes avaliados, 73% apresentaram processo estilóide alongado, ou seja, com comprimento superior a 30mm, em pelo menos um dos lados, sendo que houve maior prevalência na faixa etária entre 50-60 anos de idade. Destes pacientes, 41 (56,16%) possuíam sinais de osteopenia/ osteoporose em mais de um sítio e 9 (12,33%) apresentaram imagem sugestiva de calcificação vascular na carótida. Do total de pacientes com osteopenia/osteoporose (52), 4 (7,69%) apresentaram imagem sugestiva de ateroma, sendo que houve maior prevalência de osteopenia/osteoporose entre 40-70 anos. Há correlação positiva entre a calcificação do processo estilóide e a osteoporose sistêmica, sendo também significante a presença de ateromas nesses pacientes. PC035 - MÚLTIPLOS FLÉBOLITOS ASSOCIADOS A HEMANGIOMA INTRAORAL. ANA MIRYAM COSTA MEDEIROS; MARIANNE DE VASCONCELOS CARVALHO; LÉLIA MARIA GUEDES QUEIROZ; POLLIANNA MUNIZ ALVES; MARCELL COSTA DE MEDEIROS. UFRN, NATAL, RN, BRASIL. Paciente, sexo feminino, 14 anos, procurou o serviço de Estomatologia com queixa de pequenos nódulos, 61 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica assintomáticos, na hemiface esquerda há 7 anos. Ao exame extraoral evidenciou-se nódulos de consistência dura, que variavam de 0,5 a 1 cm. Ao exame intraoral, em região de sulco vestibular superior e retromolar esquerda, foi observado lesão vascular de superfície lobulada, consistência amolecida e coloração arroxeada, compatível com o diagnóstico clínico de hemangioma. Na radiografia panorâmica, várias áreas radiopacas concêntricas sobrepunham-se ao ramo e ângulo mandibular esquerdo. Foram solicitados exames específicos com suspeita de calcificações de linfonodos por tuberculose, mas a hipótese foi descartada. As calcificações foram então compatíveis com diagnóstico de fleblólitos e hemangioma. A paciente foi esclarecida, e optou-se por acompanhamento, uma vez que não havia sintomatologia dolorosa. Distúrbios hemodinâmicos relacionados aos hemangiomas vasculares podem vir acompanhados por formação de depósitos de cálcio (flebólitos), os quais estão normalmente relacionados com dilatações venosas e distúrbios hemodinâmicos que levam formação de um processo trombótico através de um mecanismo desconhecido, levando a alterações nas relações cálcio-fósforo originando este tipo de calcificação. Alguns autores levantam a teoria do “trombo que calcifica” o que explicaria os aspectos encontrados clinicamente nos flebólitos. Geralmente é apenas um achado radiológico, não causando qualquer sintomatologia. Caracterizam-se por imagens circulares concêntricas que aparecem em qualquer parte do corpo, porém são infreqüentes na região da cabeça e do pescoço, ocorrendo preferencialmente na pélvis, provavelmente relacionados com os plexos venosos desta região. Poucos trabalhos têm sido relatados, uma vez que raramente causam sintomatologia. PC036 - AVALIAÇÃO DA COMPRESSÃO DA IMAGEM DE TELERRADIOGRAFIA LATERAL DIGITAL NA REPRODUTIBILIDADE DA MARCAÇÃO DE PONTOS CEFALOMÉTRICOS. DANIEL MARTINEZ SAEZ 1 ; MARCELO GONÇALVES 2; EDUARDO KAZUO SANNOMIYA3. 1,3.UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO, SÃO BERNARDO DO CAMPO, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JULIO DE MESQUITA FILHO, ARARAQUARA, SP, BRASIL. A imagem digital no Formato DICOM requer grande espaço para armazenamento, dificultando o arquivamento e transmissão da imagem por internet, sendo necessária, muitas vezes, a compressão das imagens por meio de formatos de arquivo como o JPEG. Desta forma, alguns estudos [FORSYTH (1996); GEELEN (1998); HAGEMANN (2000); CHEN (2004)] procuraram avaliar o grau de reprodutibilidade de pontos cefalométricos entre radiografias convencionais e digitais. O presente estudo teve por objetivo avaliar a influência da compressão JPEG, nos Fatores de Qualidade 100, 80 e 60 na reprodutibilidade da marcação de pontos cefalométricos em norma lateral comparadas com o Formato DICOM. A amostra consistiu de 120 imagens digitais de telerradiografias em norma lateral a partir de 30 radiografias digitais no Formato DICOM, obtidas de 30 indivíduos, e posteriormente, convertidas para o Formato JPEG, nos Fatores de Qualidade 100, 80 e 60. Após cegamento e randomização da amostra, três ortodontistas calibrados marcaram a localização de 12 pontos cefalométricos em cada imagem utilizando o sistema de coordenadas X e Y. Os 62 resultados mostraram que as marcações dos pontos cefalométricos, nos diferentes formatos de arquivo utilizados, foram reprodutíveis, exceto para o ponto Órbita na coordenada X. Este resultado mostrou-se concordante com o trabalho de TRPKOVA et al. (1997), em que o ponto Or apresentou pouca confiabilidade para medidas horizontais. Em conclusão, as imagens digitais nas compressões JPEG estudadas comparadas às de Formato DICOM não apresentaram alterações na reprodutibilidade da marcação dos 12 pontos cefalométricos utilizados, exceto para o ponto Or no eixo X. PC037 - ASPECTO NÃO USUAL DE UM ODONTOMA COMPLEXO. CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO; PETRE REHER -; FLAVIO RICARDO MANZI. PUC-MG, BH, MG, BRASIL. Os odontomas são subdivididos em composto, formados por muitas estruturas pequenas semelhantes a dente, e complexo que consiste em uma massa aglomerada de esmalte e dentina, que não lembra a morfologia de dentes. Os odontomas são mais freqüentemente encontrados na 1ª e 2ª década de vida, sendo a maxila o osso mais afetado e o odontoma complexo é geralmente observado na região dos molares em ambos os maxilares. Os odontomas são assintomáticos e descobertos por exames radiográficos de rotina. Radiograficamente o odontoma complexo apresentase com radiodensidade de estrutura dentinária, envolvida por uma estreita margem radiotransparente. Será relatado um caso clínico, onde o paciente A.M.S., de 41 anos de idade, sexo masculino, compareceu a clínica de cirurgia bucomaxilofacial da PUC-MG, com queixa álgica no dente 17. Ao exame clínico, observou-se esse elemento dentário associado a uma massa de consistência firme. Foi solicitado radiografias periapical e panorâmica, onde constatou uma imagem radiopaca, bem delimitada, circundada por um halo radiolúcido, em contato com a raiz do dente 17. Foi planejada a remoção da lesão, mas durante o ato cirúrgico, foi verificado a união da mesma com o dente 17, e com a autorização do paciente, a lesão foi removida juntamente com o elemento dentário. Ao exame macroscópico da peça cirúrgica, observouse que o dente 18 estava totalmente envolvido pela lesão. O material removido foi encaminhado para exame anátomopatológico, que obteve como resultado odontoma complexo. O paciente foi encaminhado para a clínica de prótese da PUCMG para reabilitação oral. PC038 - ASPECTOS DIFERENCIAIS ENTRE FIBROMA OSSIFICANTE E DISPLASIA FIBROSA EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA. ANDREIA PERRELLA 1; MARCELO AUGUSTO OLIVEIRA SALES 2; MARCO ANTONIO PORTELA ALBUQUERQUE3; MARCELO GUSMÃO PARAÍSO CAVALCANTI4. 1,3,4.UNIVERSIDADE DE SAO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA, JOÃO PESSOA, SP, BRASIL. As lesões fibro-ósseas caracterizam-se pela substituição de tecido ósseo normal por uma matriz de tecido conjuntivo, com grau variável de mineralização. As características clinicas e histopatológicas costumam ser semelhantes, o que dificulta o diagnóstico diferencial. Embora estes processos sejam agrupados como lesões fibro-ósseas benignas, um Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica diagnostico mais especifico é frequentemente importante, visto que o tratamento destas doenças varia de nenhum tipo de terapia a até mesmo remoção completa da lesão. Assim é sempre necessária uma boa correlação entre história, achados clínicos, radiográficos e histológicos. Em caso de dúvida na elaboração do diagnóstico, o uso da tomografia computadorizada (TC) pode fornecer informações significantes para o diagnóstico final. A presença de áreas heterogêneas com hiper e hipodensidades dispersas no interior da lesão, associada à expansão e rompimento de corticais são fortes características dos fibromas ossificantes, que também apresentam grande quantidade de vasos sanguíneos, o que torna o realce tecidual mais intenso não só no interior da lesão, mas também em sua periferia, resultando em um padrão de atenuação característico quando comparado com os tecidos adjacentes. A displasia fibrosa apresenta imagens hiperdensas homogêneas causando expansão óssea sem formação de reação periosteal e raramente perfurando a cortical. Em casos de exames de TC com contraste, o estroma fibroso pode apresentar realce considerável. No presente trabalho, foram comparados diferentes aspectos da displasia fibrosa e do fibroma ossificante no exame de TC que se mostraram específicos e fundamentais no comportamento das duas patologias, sendo este exame um importante adjunto no diagnóstico diferencial das lesões fibro-ósseas. PC039 - FIBROMA OSSIFICANTE: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO1; CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES2; DANIEL TRIVELATO DA SILVEIRA 3; MARIA TERCILIA ZUCCHERTTE4; FLAVIO RICARDO MANZI5. 1,2,3,5.PUC-MG, BH, MG, BRASIL; 4.FHEMIG, BH, MG, BRASIL. O fibroma ossificante é uma lesão óssea benigna, constituído por tecido fibroso que contém uma mistura variável de trabeculado ósseo, esférulas semelhantes a cemento ou ambos. Há uma predileção pelo sexo feminino entre a 3ª e 4ª década de vida. A mandíbula é o osso mais acometido. Radiograficamente, em geral, a lesão é unilocular e bem delimitada. Dependendo da quantidade de material calcificado produzido pelo tumor, pode se apresentar completamente radiotransparente ou com um grau variável de radiopacidade. O trabalho relata um caso clínico do paciente J.F.G., sexo masculino, 29 anos de idade, que foi atendido no pronto socorro do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, após sofrer um acidente automobilístico. Durante o exame clínico da equipe de cirurgia bucomaxilofacial, constatou um aumento de volume em região de mandíbula dirteita e suspeita de fratura no terço médio da face. Assim, foi solicitado uma tomografia computadorizada onde se observou fratura do complexo zigomático esquerdo, sem deslocamento, optando por tratamento conservador. Na mandíbula, notou-se uma imagem radiopaca, bem delimitada. O paciente foi encaminhado para o Hospital Maria Amélia Lins, onde foi solicitado uma radiografia panorâmica, PA de face e telerradiografia para melhor documentação do caso. Foi realizada uma biópsia incisional que teve como resultado lesão óssea benigna, sugestiva de fibroma ossificante. Assim, foi realizada cirurgia para remoção completa da lesão e fixação com uma placa de reconstrução. O novo exame anátomo-patológico confirmou o diagnóstico. O paciente se encontra em acompanhamento pós-operatório de 6 meses sem sinais de recidiva. PC040 - ANTRÓLITO: RELATO DE CASO. FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO; CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; DANIEL TRIVELATO DA SILVEIRA; PETRE REHER -; FLAVIO RICARDO MANZI. PUC-MG, BH, MG, BRASIL. Antrólitos são corpos calcificados formados após deposição completa ou parcial de sais de cálcio em um núcleo de corpo estranho localizado no interior do seio maxilar por um longo período de tempo. Possuem origem endógena ou exógena, de consistência, formas e tamanhos variáveis. Na maioria das vezes são assintomáticos, descobertos por radiografias de rotina, podendo se tornar sintomático quando atingem tamanhos maiores. Para sua exata localização e avaliação do grau de mineralização, pelo menos duas diferentes radiografias da lesão ou tomografia computadorizada (TC) devem ser solicitadas. Nesse trabalho, será relatado o caso da paciente A.M.C., sexo feminino, 47 anos de idade, que procurou a clínica de cirurgia bucomaxilofacial da PUC-MG para reabilitação oral através de implantes. Ao exame clínico, observou-se ausência dos dentes posteriores da maxila. Na radiografia panorâmica foi observado pequena proeminência óssea na região edêntula e velamento do seio maxilar direito. Foi solicitada uma TC para melhor avaliação da área, onde constatou a presença de várias imagens hiperdensas no seio maxilar direito. Foi realizada uma biópsia incisional, no qual o material foi encaminhado para avaliação anátomopatológica que teve como resultado antrólito. A paciente foi encaminhada para o otorrinolaringologista para tratamento definitivo. PC041 - ASPECTOS CLÍNICOS E HISTOLÓGICOS DAS PÉROLAS DE ESMALTE E SEU DIAGNÓSTICO ATRAVÉS DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA. MICHELLE LOURENÇO DOS SANTOS; LEONARDO DE MELO VEIGA. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Este trabalho visa mostrar de maneira clara e objetiva, um caso clínico de um paciente que apresenta Pérola de Esmalte (Enameloma), tendo como objetivo revisar o que são Pérolas de Esmalte (Enameloma), e quais são os seus aspectos clínicos e histológicos. Além de mostrar a importância do diagnóstico dessa anomalia dentária, dando ênfase a Tomografia Computadorizada. PC042 - AVALIAÇÃO DA EXATIDÃO E REPRODUTIBILIDADE DE TEMPO EM EQUIPAMENTOS DE RADIOLOGIA INTRA-ORAL DO AMBULATÓRIO DE RADIOLOGIA DA UFSC. GONÇALO JUNIOR PEREIRA MARTINS1; MATHEUS BRUM MARQUES BIANCHI SAVI2; MÁRCIO CORRÊA3. 1,3.UFSC, FLORIANOPOLIS, SC, BRASIL; 2.CEFET, FLORIANOPOLIS, SC, BRASIL. A ANVISA estabelece que aparelhos de Raios-X devam garantir imagens com qualidade. O objetivo deste trabalho é verificar se os equipamentos de Raios-x do ambulatório de Radiologia da Faculdade de Odontologia da UFSC estão conforme a legislação. Segundo VIM (2007), Exatidão é o grau de concordância entre o resultado da medição com o tempo selecionado; e Reprodutibilidade é o grau de concordância entre os resultados das medições, em diferentes tempos. 63 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica ANVISA, em 1998 relaciona os testes no item 5.14 da Portaria 453 e, em 2005, diz que, com um instrumento de medida uma incerteza máxima de 2%, os parâmetros devem ser d” 10%, porem para BUSHONG (2001) até 5%. Para os testes são necessários: Leitor de multiparâmetros (Fluke Biomedical Victoreen 4000M+); definir 5 valores de tempo; posicionar o medidor e realizar 4 exposições para cada tempo. Foram avaliados 8 equipamentos e, com os dados, calculouse a Reprodutibilidade e Exatidão do Tempo. Nos teste realizados 2 aparelhos estão fora dos padrões para a Exatidão e outros 2 para a Reprodutibilidade. Os problemas de reprodutibilidade foram considerados significativos, pois os 2 aparelhos apresentaram, em média, 18,40% e 21,99% de discrepância.. Com relação à Exatidão, as variações ocorridas implicam que, com o tempo selecionado, a oscilação é tal que duas técnicas radiográficas, que necessitem tempos diferentes, possam ser executadas com o mesmo tempo selecionado. A análise do testes demonstrou que as condições técnicas dos aparelhos, no geral, estão satisfatórias. Porem ressaltase a importância da manutenção periódica para conservação da qualidade da imagem. oferecidos pela prototipagem biomédica, que consiste em construir um modelo físico preciso e detalhado de uma estrutura baseado num modelo tridimensional computadorizado da mesma, gerado a partir de dados obtidos em tomografias e ressonâncias magnéticas. Esse recurso possibilita um diagnóstico exato, clara visualização da situação clínica e a habilidade de manipulação de todos os componentes do esqueleto facial, em conjunto, ou isolados, nas três dimensões, sendo de grande valia, portanto, como um método auxiliar ao cirurgião no planejamento (e simulação) de intervenções cirúrgicas. Além disso, apresenta a biomodelagem como um novo paradigma para o diagnóstico e planejamento cirúrgico pois permite que o cirurgião tenha em suas mãos a cópia perfeita da estrutura interna que irá operar. Uma série de vantagens são atribuídas a tal técnica, dentre elas: possibilidade de modelar com antecedência uma prótese personalizada, de planejar e simular cirurgias e de identificar as particularidades da estrutura de seu interesse. Em suma, tal técnica fornece informação tátil e visual para o diagnóstico, permitindo que o tempo e os custos da operação sejam reduzidos minimizando o desconforto e acelerando a recuperação do paciente. PC043 - DISPLASIA FIBROSA POLIOSTÓTICA: AVALIAÇÃO POR MEIO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM. ALAN LATINI MAIOLI; FABIO RIBEIRO GUEDES; MARCIA DE MELLO PROVENZANO; MARIA JULIANA NETTO VILELA; AURELINO MACHADO LIMA GUEDES. UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. PC045 - PROTOTIPAGEM A SERVIÇO DA ODONTOLOGIA. PABLO LOURENÇO FERNANDES; ALAN LATINI MAIOLI; SONIA GROISMAN -; ANTONIO RICARDO OLIVAL; MARIA JULIANA NETTO VILELA. UFRJ, RJ, RJ, BRASIL. A displasia fibrosa e uma condição do desenvolvimento, onde o osso normal é substituído por uma proliferação excessiva de tecido conjuntivo fibroso entremeado com trabéculas ósseas irregulares. O objetivo deste painel é apresentar um caso de displasia fibrosa poliostótica na região maxilo-facial de um paciente do sexo masculino, leucoderma, 25 anos, que foi diagnosticado por meio de tomografia computadorizada cone beam, após discreto aumento e volume indolor do lado esquerdo da face. Com o exame de tomografia computadorizada cone beam, foi obtido reconstruções axiais, coronais, sagitais e tridimensionais, onde se pode observar um evidente aumento de volume ósseo proveniente uma massa radiopaca com aspecto de vidro despolido que acomete a região da maxila e osso zigomático esquerdo, causando redução do volume do seio maxilar esquerdo. Nenhum tratamento foi realizado, uma vez que foi adotado por parte do profissional o acompanhamento da evolução da lesão. Diante deste caso, foi possível concluir que os exames de tomografia computadorizada cone beam são fundamentais para uma análise detalhada de lesões do complexo maxilo-facial, aumentado consideravelmente a capacidade de diagnóstico em relação aos métodos radiográficos convencionais. PC044 - O USO DA PROTOTIPAGEM BIOMÉDICA PARA A RECONSTRUÇÃO FACIAL. RACHEL ALBUQUERQUE ROCHA; SONIA GROISMAN -; ALAN LATINI MAIOLI; FLAVIA LAKSCHEVITZ; PABLO LOURENÇO FERNANDES. UFRJ, RJ, RJ, BRASIL. Esse trabalho tem como objetivo discutir os benefícios 64 Nos últimos cinco anos surgiu uma nova família de máquinas de prototipagem altamente inovadoras que permitem, com tecnologias e materiais diferentes, obter um protótipo de um modelo ou de um molde, de maneira precisa e rápida. Atualmente o avanço da tecnologia faz de um modelo sólido, gerado através de uma tomografia computadorizada, um modelo anatômico criado em estrutura 3D. Tudo a partir de imagens de tomografias computadorizadas que fornecem informações táteis e visuais para o diagnóstico. Na odontologia, esse modelo em tamanho real da estrutura óssea da face torna mais fácil para o cirurgião perceber sua real complexidade. O material pode ser usado para planejar e ensaiar a cirurgia, até antes da colocação da prótese. O resultado final do protótipo materializado, através de um software que, com as informações da tomografia computadorizada, criam peças físicas – bio modelos – com uma espécie de resina de acabamento preciso de qualquer forma, dimensão final e com complexidade em detalhes.O objetivo da pesquisa é construir objetos tridimensionais a partir da sinterização por laser de materiais particulados (qualquer material em forma de pó) camada por camada. A prototipagem rápida é uma tecnologia que possibilita produzir protótipos e moldes a partir de fontes de dados gerados por sistemas CAD (Autocad), reduzindo-se assim o elevado custo de fabricação de protótipos e viabilizando a construção de uma única parte exclusiva. O processo é feito a partir da agregação e do ligamento de materiais líquidos, em pó ou em formato de folhas de papel, agrupados seqüencialmente camada por camada de modo que se construa o objeto de interesse PC046 - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA EM ODONTOLOGIA – LEVANTAMENTO ESTATÍSTICO DOS EXAMES REALIZADOS NO (HUCFF-RJ) EM 2006-07. Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica PABLO LOURENÇO FERNANDES; SONIA GROISMAN -; MARCIA DE MELLO PROVENZANO; RACHEL ALBUQUERQUE ROCHA; ALAN LATINI MAIOLI. UFRJ, RJ, RJ, BRASIL. Os autores visam demonstrar, por meio de levantamento estatístico, a distribuição entre as especialidades odontológicas que requisitaram a Tomografia Computadorizada Fan-Beam (TC), ao serviço de Radiologia Médica do (HUCCF-UFRJ) realizadas durante o curso de especialização em Radiologia e Imaginologia Dento-MaxiloFacial na Universidade Federal do Rio de Janeiro nos anos de 2006 e 2007, que por sua vez, tinha um parceria com este Hospital, estabelecendo um programa de atendimento voltado a pacientes provenientes da rede SUS, exclusivamente aos sábados. Tais pacientes, devidamente cadastrados no serviço público federal, nos foram encaminhados pelas clínicas da faculdade de odontologia, com finalidades distintas. Foram realizadas 123 TC de março de 2006 a julho de 2007. As imagens e demais informações foram arquivadas em CD e catalogadas de modo a formar nosso banco de dados. De acordo com este levantamento a especialidade odontológica que mais requisitou este exame foi a Implantodontia com 45,52% do total dos pedidos. A CTBMF teve 22,76 %, seguida da Estomatologia com 21,13 % e da Ortodontia com 10,59 %. Este trabalho visa também apresentar algumas indicações e aplicabilidades clínicas desse método avançado de Radiodiagnóstico em odontologia. PC047 - COMPARAÇÃO ENTRE TC FAN BEAM E TC CONE BEAM NA AVALIAÇÃO DE EXTENSAS PATOLOGIAS. FLAVIA LAKSCHEVITZ1; DANIELA AMORIM MARCO PERES2; ALAN LATINI MAIOLI3; MARIA JULIANA NETTO VILELA4; CESAR WERNECK NOCE5. 1.UFRJRJ, RJ, RJ, BRASIL; 2,3,4.UFRJ, RJ, RJ, BRASIL. A tomografia computadorizada é uma técnica radiográfica que realiza cortes seccionais de uma região anatômica desejada associada a sistemas de computação. Sua aplicabilidade em odontologia se amplia cada vez mais, obtendo-se resultados excelentes no estudo de patologias do complexo maxilo-facial, por exemplo. A aquisição dessas imagens se dá atualmente, através de duas técnicas: TC médica Fan Beam (multislice) e TC odontológica Cone Beam. Na primeira técnica mencionada, tem-se um feixe de raios X em leque que permite a obtenção de fatias únicas. Pela aquisição ser feita corte a corte, a quantidade de radiação utilizada é maior. Contudo, obtém-se uma imagem com boa diferenciação de tecidos duros e moles. Na segunda técnica mencionada a aquisição se dá por volume e os cortes seccionais são feitos posteriormente. Esta característica lhe fornece como vantagem uma redução da dose, rápida aquisição e menos artefatos produzidos. Porém, tem-se imagens com pouca ênfase em tecido mole e, portanto, com qualidade de imagem inferior. Esse painel objetiva fazer uma comparação entre a TC Fan Beam e TC Cone Beam na avaliação de extensas áreas patológicas, enfatizando suas aplicabilidades (com potenciais diferentes). PC048 - IMPORTANTE VARIAÇÃO ANATÔMICA DIAGNOSTICADA EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR FEIXE CÔNICO. FLÁVIA NOEMY GASPARINI KIATAKE FONTÃO1; LUCIANA REIS AZEVEDO ALANIS2; MARIELA SIQUEIRA GIÃO DEZOTTI3; CAMILA ESTARÓPOLI RAMOS ZEULI4. 1.ILAPEO, CURITIBA, PR, BRASIL; 2.PUCPR, CURITIBA, PR, BRASIL; 3.FOB-USP, BAURU, SP, BRASIL; 4.UNIGRAN, DOURADOS, MS, BRASIL. Introdução: O canal retromolar é uma variação anatômica rara derivada do canal da mandíbula que se exterioriza na fossa retromolar através do forame retromolar. Seu conteúdo promove suprimento vásculo-nervoso para terceiro molar e mucosa da fossa retromolar. Revisão da literatura: Há relatos da sua presença e implicações clínicas em trabalhos anatômicos, clínicos e radiográficos. A prevalência do forame retromolar varia de 20 a 25% em mandíbulas secas e a prevalência do canal retromolar varia de 7 a 18% em radiografias panorâmicas. com a evolução dos métodos de diagnóstico por imagem, especialmente da tomografia computadorizada por feixe cônico (TCFC), a imagem do canal retromolar tem sido projetada com frequência e trazido alguns desafios de diagnóstico. Comentários: O objetivo do trabalho é relatar a presença bilateral de canal retromolar em TCFC de paciente de 30 anos de idade. Além disso, pretende-se discutir os possíveis insucessos anestésicos e complicações cirúrgicas decorrentes da presença do canal retromolar. Paciente do gênero masculino foi submetido à TCFC após colocação de 9 implantes em maxila, pela técnica de cirurgia guiada NEOGUIDE. Os implantes foram do tipo Titamax cone morse, da marca NEODENT. As imagens tomográficas foram obtidas com o tomógrafo Galileos (SIRONA). Foi possível mensurar o trajeto do canal retromolar e o diâmetro do forame retromolar por meio da análise interativa dos cortes axiais e sagitais. Houve diferenças morfológicas entre as estruturas contralaterais. Na avaliação da radiografia panorâmica, não foram observadas imagens características do canal retromolar. PC049 - DISPLASIA ÓSSEA FLORIDA. SONIA GROISMAN -; PABLO LOURENÇO FERNANDES; ANTONIO RICARDO OLIVAL; MARCIA DE MELLO PROVENZANO; JULIANA CARDOSOS BORGES. UFRJ, RJ, RJ, BRASIL. A displasia cemento-óssea florida tem sido descrita como uma condição que afeta tipicamente os maxilares de mulheres negras de meia idade. Essa patologia é geralmente assintomática e radiograficamente possui visibilidade de uma massa radiopaca difusa, geralmente bilateral. Quando infectada, apresenta sintomatologia dolorosa e exudato purulento, necessitando de cobertura antibiótica e de cirurgia. Os autores apresentam um caso de displasia cementoóssea, com múltiplas massas escleróticas com bordas radiolúcidas na mandíbula identificadas radiograficamente. Os achados histopatológicos revelaram formação de massas escleróticas densas calcificadas semelhantes ao cemento. Todos os aspectos clínicos, radiográficos, bioquímicos e histológicos foram sugestivos do diagnóstico de displasia cemento-óssea florida. PC050 - EXAMES DE DIAGNÓSTCIOPOR IMAGENS COMO AUXILIARES NA IMPLANTODONTIA. FLAVIA LAKSCHEVITZ; ALAN LATINI MAIOLI; RACHEL ALBUQUERQUE ROCHA; CESAR WERNECK NOCE. UFRJ, RJ, RJ, BRASIL. 65 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Atualmente, os implantes dentários tornaram-se mais acessível a população e com isso as cirurgias de implante é uma rotina em muitos consultórios odontológicos. Mas para o correto planejamento cirúrgico e análise da posição das estruturas anatômicas nobres, se faz necessário a utilização de meios de diagnóstico por imagem como as radiografias Panorâmica e periapical, a tomografia computadorizada, a tomografia volumétrica, entre outros. Este trabalho tem como objetivo verificar, quais as técnicas de diagnóstico por imagem que são mais indicadas para o correto planejamento das cirurgias de implante. PC051 - LESÕES MAXILOFACIAIS POR MEIO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NO HOSPITAL CLEMENTINO FRAGA FILHO - HUCFF – RJ”. RACHEL ALBUQUERQUE ROCHA; DANIELA AMORIM MARCO PERES; JULIANA CARDOSOS BORGES; FLAVIA LAKSCHEVITZ. UFRJ, RJ, RJ, JAPãO. O surgimento da Tomografia Computadorizada, na década de 70, significou uma verdadeira revolução no campo do diagnóstico, tornando-o muito mais rápido e confiável. A TC utiliza um aparelho de raios X que gira em torno do paciente, fazendo radiografias transversais de seu corpo. Estas radiografias são então convertidas por um computador nos chamados cortes tomográficos. Isto quer dizer que a TC constrói imagens internas das estruturas do corpo e dos órgãos através de cortes transversais, de uma série de seções fatiadas que são posteriormente montadas pelo computador para formar um quadro completo. Portanto, com a TC, o interior do corpo humano pode ser retratado com precisão e confiança para ser depois examinado, permitindo avaliar a relação entre as lesões e as estruturas anatômicas de maneira eficaz. Por isso, tal método atua como um exame complementar de valor inestimável, o que o faz ser largamente utilizado para o diagnóstico de patologias maxilofaciais no Hospital Clementino Fraga Filho. Esse trabalho objetiva demonstrar através de casos de lesões do complexo maxilofacial diagnosticados no Hospital Clementino Fraga Filho (HUCFF - RJ), a utilidade e eficiência da tomografia computadorizada. PC052 - TECNOLOGIA DIGITAL NO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM – TC CONE BEAM APLICAÇÕES E VANTAGENS EM ODONTOLOGIA. PABLO LOURENÇO FERNANDES; MARCIA DE MELLO PROVENZANO; SONIA GROISMAN -; ANTONIO RICARDO OLIVAL; MARIA JULIANA NETTO VILELA. UFRJ, RJ, RJ, BRASIL. É sabido que poucos Cirurgiões-dentistas têmconhecimento sobre esse assunto, por isso procuramos colher o máximo de informações relacionadas a tomografia computadorizada de feixe cônico e condensá-las de forma que os profissionais possam ter informações básicas. Apresentamos algumas indicações, vantagens, desvantagens. Diante das informações colhidas na literatura, concluímos que o sistema de tomografia computadorizada volumétrica de feixe cônico (ConeBeam) apresenta mais vantagens do que os outros sistemas e, apesar do alto custo dos aparelhos, a tendência é que o sistema Cone Beam seja cada vez mais solicitado para exames na Odontologia. 66 O objetivo neste trabalho é fornecer informações aos Cirurgiões-dentistas sobre a tomografi computadorizada cone beam, sua evolução e características desse sistema de obtenção de imagens para odontologia. PC053 - PATOLOGIAS DE GLÂNDUILAS SALIVARES: QUAIS EXAMES POR IMAGENS DEVEM SER SOLICITADOS. DANIELA AMORIM MARCO PERES; FLAVIA LAKSCHEVITZ; JULIANA CARDOSOS BORGES; MARIA JULIANA NETTO VILELA. UFRJ, RJ, RJ, BRASIL. As patologias das glândulas salivares representam uma área importante no campo da patologia oral e maxillofacial. O objetivo do diagnóstico por imagem para as patologias das glândulas salivares é oferecer informações adicionais que possa influenciar positivamente o profissional quanto ao diagnóstico e planejamento do tratamento destas patologias. Atualmente dispomos de diversas modalidades de exames por imagens tias como as técnicas radiográficas intra-orais, extra-orais, sialografias, ulta-sonografia e tomografias computadorizadas entre outros. O objetivo deste trabalho é demonstrar por imagens de casos clínicos do HUCFF e do setor privado quais imagens possuem melhores indicações para as principais patologias relacionadas as glândulas salivares. PC054 - ASPECTO RADIOGRÁFICO DE ‘RAIOS DE SOL’ EM UM CASO DE ‘LESÃO REATIVA’. SAULO LEONARDO SOUSA MELO; MÁRCIO CORRÊA; LETÍCIA RUHLAND CORRÊA; MURILLO ABREU JUNIOR. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL. Os osteossarcomas dos maxilares têm características clinicas e biológicas diferentes daqueles em ossos longos. Eles ocorrerem em paciente de mais idade, apresentando dor, aumento de volume, parestesia e prognostico mais favorável. A maioria dos osteossarcomas apresenta um componente ósseo intramedular característico, sendo raramente periférico (justacortical). Existem dois tipos de osteossarcoma justacortical, periosteal e parosteal, ambos de malignidade relativamente baixa, provavelmente originado do periósteo e inicialmente envolvendo osso cortical e tecido conjuntivo adjacente. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso clínico com achado tomográfico característico de osteossarcoma em um exame para planejamento de implantes. O paciente apresentava-se com discreto aumento de volume na região vestibular da unidade 2.4, sem dor ou parestesia. Na tomografia computadorizada de feixe cônico observou-se uma área osteogênica larga, difusa e mal definida, com aspecto de ‘raios de sol’ na cortical vestibular e sem envolvimento de outros ossos craniofaciais. A hipótese diagnóstica foi de osteossarcoma justacortical. Subseqüentemente foi realizada biopsia incisional da área. No exame histopatológico observou-se osso trabecular com componentes irregulares e imaturos, com espaços medulares preenchidos por células benignas em atividade e tecido conjuntivo fibroso. Células em mitose ou com pleomorfismo não foram observadas. Estes achados foram considerados conclusivos com ‘lesão reativa’. Dado o diagnóstico, procedeu-se a ressecção do bloco ósseo com Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica pequena margem de segurança. Todavia deve ser feito acompanhamento do caso, visto que já foi relatado na literatura casos de osteossarcoma justacortical com diagnóstico histopatológico inicial de lesão reativa, sendo somente revelada sua malignidade após recidiva da lesão. PC055 - DIAGNÓSTICO POR IMAGENS DOS TUMORES DE GLÂNDULAS SALIVARES. MARIA JULIANA NETTO VILELA; ALAN LATINI MAIOLI; MARCIA DE MELLO PROVENZANO; FABIO RIBEIRO GUEDES; PABLO LOURENÇO FERNANDES. UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Estudos mostram que 95% dos nódulos nas glândulas salivares maiores são de origem tumoral. Tumores das glândulas salivares acometem mais freqüentemente a glândula parótida. Os tumores benignos mais comuns das glândulas salivares são o adenoma pleomórfico e o tumor de Warthin. Aproximadamente 25% dos tumores da parótida, 50% dos tumores da submandibular, 81% dos tumores das salivares menores são malignos. O tumor maligno mais comum da glândula parótida é o carcinoma mucoepidermóide. O carcinoma adenóide cístico é o tumor maligno mais freqüente da glândula submandibular e das glândulas salivares menores. O diagnóstico por imagem das alterações das glândulas salivares maiores permite diferenciar um processo inflamatório de uma doença neoplásica, distinguir doença difusa de doença supurativa focal, identificar e localizar sialolitos e demonstrar a morfologia do ducto. Além disso, é possível determinar a localização anatômica de um tumor e sua relação com as estruturas adjacentes, diferenciar a doença benigna da maligna, e auxiliar o cirurgião-dentista na escolha do melhor sítio para ser realizada uma biópsia, quando necessário. Dentre os métodos de diagnóstico por imagem das glândulas salivares, os exames de sialografia, ultra-sonografia, sialotomografia e ressonância magnética são os mais indicados. Esse painel tem como objetivo ilustrar casos de sialotumores identificados por diferentes métodos de diagnóstico por imagem. PC056 - ANATOMIA SECCIONAL EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA. MARIA JULIANA NETTO VILELA; ALAN LATINI MAIOLI; MARCIA DE MELLO PROVENZANO; FABIO RIBEIRO GUEDES; PABLO LOURENÇO FERNANDES. UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. A tomografia computadorizada tem sido utilizada desde 1972 como método de diagnóstico por imagem na área da saúde. Desde então vários adventos tecnológicos surgiram, inclusive a técnica de tomografia computadorizada cone beam. Esta última apresenta grande utilidade para a área de radiologia odontológica, pois permite um excelente contraste das estruturas dento-alveolares com redução da dose de radiação para o paciente. A vantagem da utilização das técnicas tomográficas é bastante válida, uma vez que permite a reconstrução de imagens em diversos planos sem nova aquisição, inclusive reconstrução em terceira dimensão. Além disso, fornece detalhada visualização das estruturas anatômicas e permite a realização de mensurações. A tomografia computadorizada vem sendo utilizada para diversos fins na Odontologia, como por exemplo, a identificação topográfica de dentes impactados, cistos e processos inflamatórios e tumorais, a investigação das estruturas ósseas da articulação têmporo-mandibular, assim como um método auxiliar no planejamento da Implantologia e o acompanhamento pré e pós-cirúrgico. Entretanto, a base para interpretação de uma técnica radiográfia é o conhecimento da anatomia radiográfica. Como se trata de um método de exame por imagem mais recente que a radiologia convencional, os radiologistas têm dúvidas freqüentes quanto à anatomia ilustrada nesse tipo de exame. Esse painel tem como objetivo realizar uma revisão sobre a aparência da anatomia radiográfica normal vista em tomografia computadorizada por meio de imagens apresentadas nos planos axiais, coronais e obliquo-sagitais. PC057 - DIAGNÓSTICO DE CALCIFICAÇÃO DE GLÂNDULA SUBMANDIBULAR COM A UTILIZAÇÃO DO TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO VOLUMÉTRICO CONE BEAM I-CAT. PAULA DE MOURA; FERNANDA TRAUTMANN; EDMUNDO MEDICI FILHO; JULIO CÉZAR DE MELO CASTILHO; LISSA DUARTE ARRAIS. UNESP, SJC, SP, BRASIL. Os sialolitos são estruturas calcificadas que se desenvolvem no interior do sistema ductal salivar. Sua causa é desconhecida, mas sua formação pode ser provocada por sialodenite crônica e obstrução parcial. As calcificações são mais freqüentemente encontradas nas glândulas submandibulares, podendo ocorrer também nas glândulas sublingual e parótida. O trajeto longo, tortuoso e ascendente do ducto submandibular e a secreção mucóide mais espessa dessa glândula podem ser os responsáveis por sua maior tendência para a formação do cálculo salivar. São mais comuns em jovens e adultos de meia idade. Pacientes com calcificação geralmente são assintomáticos e podem apresentar história de dor e/ou desconforto. Esse desconforto acontece normalmente quando a glândula é estimulada. No diagnóstico por imagem podem apresentar radiopacidade homogenia ou vários pontos de calcificação. Indivíduo gênero masculino, leucoderma, faixa etária 32 anos, foi indicado pelo patologista com a finalidade de investigar a região submandibular do lado direito, que apresentava aumento de volume há mais de dois anos e relato de dor ocasional. Nas reconstruções multiplanares: transversais, axial, lateral, frontal e tridimensionais foi encontrada calcificação uniforme na região de glândula submandibular. O objetivo deste trabalho é enfatizar a importância da tomografia computadorizada volumétrica como instrumento para diagnóstico investigativo. Foram feitas reconstruções lateral, axial em projeção de intensidade máxima, transversais e reconstruções tridimensionais em varias vistas. Com as imagens, o patologista pôde elucidar o diagnóstico de calcificação de glândula submandibular com detalhamento em mensurações nos cortes transversais e orientação espacial nas reconstruções tridimensionais. PC058 - ESTUDO DA OCORRÊNCIA DE ANOMALIAS DENTÁRIAS POR MEIO DO EXAME RADIOGRÁFICO PANORÂMICO. LISSA DUARTE ARRAIS; LUCIO MITSUO KURITA. UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL. Qualquer alteração em uma das fases de formação das 67 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica estruturas corporais levará a formação de estruturas diferentes das normais, denominadas de anomalias dentárias. A maioria das anomalias tem origem hereditária. Aquelas de origem congênitas adquiridas são provenientes de infecções, traumatismo, variações nutricionais e de temperatura, além de intoxicações. O exame radiográfico é bastante viável para identificação da presença de anomalias do desenvolvimento dental, possibilitando um diagnóstico precoce do problema. Na maioria das vezes, a radiografia panorâmica é a técnica de escolha, uma vez que em uma única tomada é possível uma visualização completa dos maxilares, exige menor tempo para ser produzida, é mais aceita pelos pacientes infantis, mais econômica e reduz a exposição do paciente à radiação. O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência de anomalias dentárias através do exame radiográfico panorâmico, identificando: anomalia mais freqüente, sexo mais acometido, lado, maxilar e localização dentária preferencial de cada anomalia. Foi realizado um levantamento epidemiológico utilizando radiografias panorâmicas de pacientes normossistêmicos da faixa etária de 06 a 15 anos e 11 meses. As anomalias foram classificadas quanto ao número, tamanho e forma. Como resultado, observou-se uma prevalência de 14,2% de anomalias dentárias: agenesia 5,3%; supranumerários 3,23%; microdontia 1,7%; macrodontia 0,07%; raiz supranumerária 2,8%; cúspide supranumerária 0,6%; pérola de esmalte 0,15%; taurodontia 0,2% e dens in dente 0,15%. Nenhum caso de concrescência, geminação e fusão foram diagnosticados. Concluiu-se que a prevalência de anomalias de desenvolvimento dentário pode ser diagnosticada precocemente através do uso de radiografias panorâmicas, confirmando a importância de tal exame. PC059 - SIALOTOMOGRAFIA: REVISÃO DE LITERATURA E RELATO DE CASO CLÍNICO. DANIELA AMORIM MARCO PERES; CESAR WERNECK NOCE; MARCIA DE MELLO PROVENZANO; PABLO LOURENÇO FERNANDES. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. A sialotomografia é um excelente método para observação e estudo de tumores das glândulas salivares. O objetivo deste estudo é revisar a literatura sobre sialotomografia, descrever seu protocolo de aquisição através do relato de um caso clínico e discutir suas vantagens e contra-indicações. Paciente do gênero masculino, 33 anos, com aumento de volume indolor, bem definido, em região de glândula parótida esquerda. A associação do uso de meio de contraste à técnica tomográfica permitiu uma avaliação mais precisa dos limites da lesão. Entretanto, a administração de meios de contraste deve ser cautelosa devido às possíveis reações adversas. PC060 - CONTROLE DE INFECÇÃO NA CLÍNICA RADIOLÓGICA - MÉTODOS CONVENCIONAIS. DANIELA AMORIM MARCO PERES; JULIANE OTONI DOS REIS FERREIRA; ANE POLY DA ROCHA; PATRICIA RODRIGUES SOBRAL. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. A prática na clínica radiológica oral expõe diariamente profissionais e corpo técnico ao contato com fluidos corpóreos 68 como saliva e sangue nas quais estão presentes uma diversidade de microorganismos como vírus, bactérias e fungos. A preocupação com o controle de infecção deve ser constante, uma vez que a contaminação cruzada entre profissionais e pacientes, assim como entre um paciente e outro, pode ocorrer. Diante disso, esse trabalho tem como objetivo exemplificar meios para tal controle, uma vez que se constata um relativo grau de desinformação dos profissionais quanto à biossegurança necessária nesta especialidade odontológica. O presente estudo irá explorar amplamente os mecanismos de transmissão microbiana por secreções bucais e exsudatos, além dos principais métodos para desinfecção e esterilização do ambiente e instrumentos rotineiros utilizados em Radiologia Convencial (radiografias intra-orais e extra-orais). Sabe-se que durante o atendimento todo paciente deve ser considerado como sendo potencialmente infectado, assim este trabalho também irá abordar os tipos de barreiras de proteção para o atendente, paciente, local de trabalho e instrumentos de uso. Ao final, o profissional de odontologia será capaz de compreender a importância da biossegurança para a quebra do ciclo de infecção e conseqüente eliminação da contaminção cruzada. PC061 - CONTROLE DE INFECÇÃO NA CLÍNICA RADIOLÓGICA ORAL - MÉTODOS AVANÇADOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM. DANIELA AMORIM MARCO PERES; JULIANE OTONI DOS REIS FERREIRA; ANE POLY DA ROCHA; PATRICIA RODRIGUES SOBRAL. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. A prática na clínica radiológica oral expõe diariamente profissionais e corpo técnico ao contato com fluidos corpóreos como saliva e sangue nas quais estão presentes uma diversidade de microorganismos como vírus, bactérias e fungos. A preocupação com o controle de infecção deve ser constante, uma vez que a contaminação cruzada entre profissionais e pacientes, assim como entre um paciente e outro, pode ocorrer. Diante disso, esse trabalho tem como objetivo exemplificar meios para tal controle, uma vez que se constata um relativo grau de desinformação dos profissionais quanto à biossegurança necessária nesta especialidade odontológica. O presente estudo irá explorar amplamente os mecanismos de transmissão microbiana por secreções bucais e exsudatos, além dos principais métodos para desinfecção e esterilização do ambiente e instrumentos rotineiros utilizados em métodos avançados de diagnóstico por imagem (Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética). Sabe-se que durante o atendimento todo paciente deve ser considerado como sendo potencialmente infectado, assim este trabalho também irá abordar os tipos de barreiras de proteção para o atendente, paciente, local de trabalho e instrumentos de uso. Ao final, o profissional de odontologia será capaz de compreender a importância da biossegurança para a quebra do ciclo de infecção e conseqüente eliminação da contaminção cruzada. PC062 - OSTEOMIELITE EM MANDÍBULA APÓS INSTALAÇÃO DE IMPLANTE DENTÁRIO. JORGE FUMIO KANAJI; ADINILTON FERRAZ CAMPOS JUNIOR; EMIKO SAITO ARITA. USP-SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica O uso de implantes dentários de titânio mostrou-se de grande êxito nas substituições de dentes ausentes. As falhas têm sido associadas a fatores como fumo, qualidade óssea inadequada, problemas sistêmicos, quimioterapia, trauma cirúrgico, contaminação bacteriana do implante durante a inserção e sobrecarga no implante durante o período de cicatrização. O uso cada vez maior dos implantes dentários fizeram aumentar a casuística de complicações como a não osseointegração, peri-implantite e em casos mais severos a osteonecrose e osteomielite. Revisão de literatura. A osteomielite é uma complicação a ser considerada no planejamento da instalação dos implantes, relatados em literatura mostram que a resistência de microorganismos aos antibióticos pode ser o fator causal, principalmente em pacientes que adquiriram resistência a antibióticos por contato anterior (Pigrau e colaboradores 2008). O’Sullivan e colaboradores (2006) relataram caso de osteomielite que evoluiu de um quadro de peri-implantite crônica que foi tratada com irrigação local com clorexidina, antibióticoterapia e cirurgia para redução de bolsa, sendo que a conseqüência foi fratura patológica da mandíbula. O tratamento da osteomielite nos maxilares é complexo, já que geralmente estão relacionadas a cepas bacterianas resistentes a antibióticos convencionais (Pigrau et al 2008). A paciente AMGG, de sexo feminino, 43 anos de idade recebeu implante dentário na região do elemento 46, e após 7 dias da cirurgia apresentava coleção purulenta na região operada. A conduta adotada foi de prorrogação e mudança do antibiótico, porém, com 15 dias a mesma apresentava seqüestro ósseo da tábua vestibular e persistência de coleção purulenta já com sinais radiográficos característicos de osteomielite aguda. Mostraremos as características radiográficas do caso descrito anteriormente por meio de radiografias comvencionais e tomografia computadorizada. PC063 - EXAMES DE IMAGEM EM PACIENTES COM TRAUMA DE FACE. JULIANA CARDOSOS BORGES; RACHEL ALBUQUERQUE ROCHA; MARCIA DE MELLO PROVENZANO; DANIELAAMORIM MARCO PERES. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Os exames de diagnóstico por imagem, atualmente são de suma importância na odontologia. Na buco-maxilofacial, eles assumem um papel fundamental nos casos de trauma de face, em que através de exames de imagens se observa a existência de fraturas, comprometimento de estruturas anatômicas importantes e auxilia a conduzir o melhor tratamento do paciente consequentemente a um prognóstico mais favorável. O objetivo deste trabalho é enumerar os exames de imagem mais usados na buco-maxilofacial, suas indicações, vantagens e desvantagens de suas utilizações nos pacientes com fratura de face. PC064 - ASPECTO DAS PRINCIPAIS PATOLOGIAS DAS GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES VISTO POR MEIO DE SIALOGRAFIA. FLAVIA LAKSCHEVITZ; DANIELA AMORIM MARCO PERES; SONIA GROISMAN -; RACHEL ALBUQUERQUE ROCHA; MARIA JULIANA NETTO VILELA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. As patologias das glândulas salivares compreendem uma região importante no campo da patologia oral e maxilofacial. O objetivo do diagnóstico por imagens para as patologias das glândulas salivares é fornecer informações adicionais que possam influenciar positivamente o profissional quanto ao diagnóstico e planejamento clínico-cirúrgico destas patologias. Atualmente dispomos de diversas modalidades de métodos de diagnóstico por imagens tais como técnicas radiográficas intraorais e extraorais, sialografias, tomografia computadorizada (CT), ressonância magnética (MR), fluoroscopia entre outras para avaliar as lesões glandulares. O objetivo deste trabalho é descrever os achados radiográficos observados nos exames radiográficos convencionais e na tomografia computadorizada das principais patologias relacionadas às glândulas salivares maiores. Conclui-se que a sialografia convencional e a sialotomografia, os quais utilizam a injeção de um meio de contraste para avaliação da morfologia glandular e ductal são métodos eficazes para auxiliar no diagnóstico e no planejamento do tratamento das enfermidades que acomete as glândulas salivares maiores. PC065 - OSTEOARTRITE NA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR. FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO; CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; AMARO ILIDIO VESPASIANO SILVA; RAQUEL BROCCO MIRANDA SALIM; FLAVIO RICARDO MANZI. PUC-MG, BH, MG, BRASIL. A Osteoartrite, antes conhecida como osteoartrose ou simplesmente artrose, é uma doença muito freqüente que acomete uma ou mais articulações. É uma doença causada pela destruição da cartilagem que recobre os ossos nas articulações. É mais comum em mulheres, acima de 65 anos. Pode acometer qualquer articulação, sendo mais freqüente nas mãos e nos joelhos. É uma doença de etiologia desconhecida, pode surgir sem causa aparente, sendo considerada idiopática, ou por um fator que favoreça seu aparecimento, como trauma ou uso repetitivo no trabalho ou lazer. Como sintomatologia a mais comum na osteoartrite é a dor, podendo ser leve ou intensa. A sensação de rigidez, edema e limitações funcionais também são características dessa doença. O tratamento padrão dessa doença é bem diferenciado e complexo por apresentarem várias causas diferentes. Mas é bastante eficaz no controle dos sintomas permitindo assim que a pessoa mantenha suas atividades diárias. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de um paciente acometido de osteoartrite por provável origem traumática. PC066 - CONCRESCÊNCIA: RELATO DE CASO. CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO; JEAN JOSEPH SADDI; FLAVIO RICARDO MANZI. PUC-MG, BH, MG, BRASIL. A concrescência ocorre quando raízes de 2 ou mais elementos dentários apresentam-se unidas pelo cemento, podendo envolver dentes decíduos ou permanentes. Acomete mais os molares superiores que podem estar erupcionados completamente, sem predileção por sexo. Radiograficamente, o diagnóstico não é conclusivo, uma vez que a imagem é bidimensional, ou seja, não se sabe se há realmente a fusão de duas raízes pelo cemento ou apenas a ocorrência de sobreposição de imagens. Na tentativa de concluir o diagnóstico, são realizadas projeções adicionais, 69 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica em ângulos diferentes, entretanto, é difícil determinar com total segurança a existência desta condição. O objetio deste trabalho é apresentar o caso clínico do paciente A. F. S., sexo masculino, 36 anos de idade, que estava em tratamento odontológico com indicação de exodontia do dente 27 para posterior reabilitação com implante. Durante o ato cirúrgico, observou-se dificuldade na luxação do dente, suspeitando de alguma anormalidade. Assim, suspendeu-se a cirurgia e foi solicitada uma tomografia computadorizada (TC) da região, onde foi constatado que o dente 27 apresenta 4 raízes distintas, com as raízes distais do dente 26 totalmente unidas as raízes mesiais do dente 27, caracterizando um caso de concrescência. Foi realizada a odontossecção do dente 27, removendo a coroa e as raízes distais e sepultando as raízes mesiais já tratadas endodonticamente. O paciente foi encaminhado ao protesista para reabilitação da região, através de ponte fixa, e encontra-se sob acompanhamento radiográfico de 1 ano. PC067- AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE UM PROGRAMA DE COMPUTADOR DESENVOLVIDO PARA AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE CINZA EM RADIOGRAFIAS. NITIÉLI MARTA CUNHA; CELIA REGINA WINCK MAHL; VANIA REGINA CAMARGO FONTANELLA. ULBRA, CANOAS, RS, BRASIL. apresentando forma distinta, é considerado corpo estranho. Em sua maioria, são assintomáticos, porém, alguns podem apresentar sintomatologia de acordo com sua localização. Geralmente, são observados em radiografia panorâmica, e para o correto diagnóstico e adequada localização deve-se utilizar outras técnicas radiográficas específicas para cada região. O paciente H.E.M., 28 anos de idade, sexo masculino, procurou o consultório odontológico para exodontia dos terceiros molares. Durante a anestesia do nervo alveolar inferior esquerdo a agulha anestésica fraturou, o dente 38 foi removido e, a partir de então, um acompanhamento radiográfico está sendo realizado. Comparando as radiografias panorâmicas obtidas, em intervalos de um mês, observa-se que o objeto metálico está se movimentando. Não há queixa de sintomatologia na região. Para correta localização desse corpo estranho foram realizadas radiografias panorâmica, telerradiografia, PA de crânio e tomografia computadorizada multislice com 64 detectores (TC). Foi constatado que a agulha fraturada se encontra parte no músculo pterigóideo medial e parte no espaço parafaríngeo. Verificou-se, ainda, perda dos planos gordurosos anatômicos, além de formação de tecido granulomatoso. O paciente foi encaminhado para um cirurgião de cabeça e pescoço para possível remoção desse objeto. Programas de computador constituem uma ferramenta importante para observar a ocorrência de mudanças sutis na densidade óssea. O objetivo deste estudo foi avaliar as medidas de densidade óptica da mandíbula e fêmur de ratas, comparando uma ferramenta desenvolvida pela equipe a um programa já testado. Foram utilizadas 36 fêmeas de Rattus Norvegicus (Wistar), divididas em três grupos com doze animais. O grupo 1 (controle) recebeu injeções subcutâneas de solução salina, os grupos 2 e 3 receberam acetato de metilprednisolona, sendo que o grupo 3 recebeu adicionalmente risedronato. Os animais foram mortos e as peças ósseas dissecadas e radiografadas. As imagens digitalizadas foram importadas para os programas SoftPAI e Image-J. Um observador previamente treinado, cego para o grupo a que pertencia a imagem, obteve a média de densidade óptica em uma área padronizada, utilizando ambos os programas. O teste t-student para dados pareados evidenciou que não existe diferença significativa entre os dois programas (t:0,388; =5%), evidenciouap:0,700). A ANOVA, complementada pelo Teste de Tukey ( que o programa SoftPAI identificou na mandíbula médias significativamente menores no grupo 2 (110,94±19,85), diferindo do 1 (130,39 ±12,31) e do 3 (139,79±10,64), os quais não diferiram entre si. No fêmur foram evidenciadas médias significativamente menores no grupo 2 (101,64±6,31), seguido pelo grupo 1 (126,08±15,49) e pelo grupo 3 (152,08±16,19). Conclui-se que o programa desenvolvido detecta alterações da densidade óssea em radiografias de mandíbula e fêmur e que os valores não diferem entre os programas testados. PC069 - O PAPEL DA TC NO DIAGNÓSTICO DE LESÕES TUMORAIS COM METÁSTASES NA REGIÃO MAXILO-FACIAL. SERGIO LINS DE AZEVEDO VAZ; IZABELA PACHECO HERINGER; MARCELO GUSMÃO PARAÍSO CAVALCANTI. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL. PC068 - ACOMPANHAMENTO RADIOGRÁFICO E TOMOGRÁFICO DE AGULHA FRATURADA NO RAMO DA MANDÍBULA. CLÁUDIA ASSUNÇÃO E ALVES; FÁBIO OLIVEIRA CARDOSO; DANIELA TERESA PINTO DA CUNHA WERNECK; FLAVIO RICARDO MANZI. PUC-MG, BH, MG, BRASIL. Qualquer elemento diferente de estrutura dentária e óssea, PC070 - AVALIAÇÃO POR MEIO DE TCCB E RM DE UMA LESÃO COM CARACTERÍSTICAS DE MALIGNIDADE: RELATO DE CASO. FABIO RIBEIRO GUEDES1; MARCELO DANIEL BRITO FARIA2; AURELINO MACHADO LIMA GUEDES3. 1,2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 3.INIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. 70 De acordo com as evidências científicas disponíveis, a ocorrência de metástases tumorais na região maxilo-facial é relativamente rara. Entretanto, quando ocorrem atingem principalmente o tecido ósseo, com predileção pela mandíbula em região de molares, pré-molares, ramo ascendente ou ângulo. A tomografia computadorizada (TC) é uma modalidade de imagem eficiente na avaliação destes tumores com envolvimento ósseo, fornecendo informações precisas quanto à extensão, contorno e relações da lesão com estruturas anatômicas. Este trabalho tem como objetivo demonstrar a utilização da tomografia computadorizada em pacientes com metástase maxilo-facial com origem de três tipos de tumores malignos: de mama, de próstata e de pulmão. Nestes casos, os sintomas e sinais clínicos apresentados incluíam assimetria facial, inchaço, paralisia ou parestesia na região envolvida. As imagens adquiridas na TC permitiram observar envolvimento de tecido muscular adjacente, otimizando a detecção de infiltração da lesão metastática aos tecidos moles, como também permitiu evidenciar a invasão óssea correspondente. Assim, foi possível concluir que a TC pode ser de grande utilidade para o diagnóstico e planejamento terapêutico de tumores com metátases na região maxilo-facial. Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica As lesões malignas se caracterizam por apresentar bordas irregulares e limites pouco definidos, devido ao seu rápido crescimento, a perda óssea ao nível das raízes dentárias dão uma aparência de “dentes flutuantes”, é raro se observar reabsorção radicular, e em alguns casos pode se observar perfuração de corticais ósseas e fraturas patológicas. O objetivo desta trabalho é apresentar o caso de um paciente que relatar história prévia de tumor na região da parótida esquerda, removido em 2005, e encaminhado para avaliação radiológica periódica. Os exames dos anos anteriores não apresentavam nenhum sinal radiográfico de alteração, porém no exame realizado em 2008, foi possível observa ao exame panorâmico uma área de rarefação óssea irregular sem limites definidos na região próxima ao ângulo mandibular esquerdo. Ao exame de TC cone beam (TCCB) pode-se observar perfuração das tabuas ósseas vestibular e lingual sem aumento de volume no local, e nos exames por ressonância magnética (RM), uma imagem de hipersinal em T2 invadindo tecidos moles por vestibular e lingual na região correspondente à imagem inicial. Desta forma pôde-se concluir que baseado nos aspectos imaginológicos utilizados (panorâmica, TCCB e RM), a hipótese diagnóstica foi compatível com a de uma lesão maligna. PC071 - REINCLUSÃO DENTÁRIA DE MOLARES PERMANENTES: RELATO DE DOIS CASOS RAROS. FABIO RIBEIRO GUEDES 1; AURELINO MACHADO LIMA GUEDES2; MURILLO GUARACY PAIVA3; ANTONIO REGO DE ALMEIDA4. 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2,3.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 4. RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. A reinclusão dentária é uma condição extremamente rara (Pindborg, 1970), onde um dente sem nenhuma razão começa a perder o contato gradualmente com seu antagonista, podendo ficar, mais ou menos reincluído nos tecidos orais. Este trabalho tem o objetivo de apresentar dois casos de reinclusão dentária de molares permanentes em indivíduos da mesma família, irmãos do sexo feminino e masculino, sendo realizada a documentação por meio de imagens de radiografias panorâmicas em épocas diferentes e exame de tomografia computadorizada cone beam, este último confirmando a integridade das estruturas de suporte dentário e ausência de qualquer patologia, e juntamente com a anamnese a exclusão da possibilidade de anquilose dentária de ambos os casos. De acordo com a literatura consultada, a reinclusão dentária é uma condição clara de origem genética, causada por genes autossômicos dominantes, vindo de encontro aos casos apresentados destes dois irmãos. diagnóstico precoce. Este trabalho apresenta seis casos de pacientes periodontais cujas radiografias foram avaliadas por meio da subtração radiográfica. A subtração radiográfica foi empregada pela primeira vez na odontologia para estudar a vascularização da mandíbula. Hoje se aplica às diversas especialidades. Em periodontia é utilizada para avaliar a eficácia da terapia periodontal. O método de avaliação por subtração digital é superior aos métodos radiográficos convencionais para detectar pequenos defeitos periodontais e mudanças ósseas. A literatura aponta que a sensibilidade do método é de 91,3% e a especificidade é maior que 95%. Seis pacientes foram tratados com raspagens sub-gengivais e gel de clorexidine. Radiografias periapicais foram realizadas antes do tratamento e 10 meses após. Os pares de radiografias foram alinhados e subtraídos. Pôde-se constatar claramente o ganho mineral no local tratado e em um caso constatou-se que não houve alteração. Esta técnica é indicada tanto na prática clínica quanto em pesquisas, para monitoramento dos pacientes periodontais e avaliação do efeito de tratamentos. PC073 - “COMPARAÇÃO ENTRE TC FAN BEAM E TC CONE BEAM NA AVALIAÇÃO DE EXTENSAS PATOLOGIAS”. RACHEL ALBUQUERQUE ROCHA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. A tomografia computadorizada é uma técnica radiográfica que realiza cortes seccionais de uma região anatômica desejada associada a sistemas de computação. Sua aplicabilidade em odontologia se amplia cada vez mais, obtendo-se resultados excelentes no estudo de patologias do complexo maxilo-facial, por exemplo. A aquisição dessas imagens se dá atualmente, através de duas técnicas: TC médica Fan Beam (multislice) e TC odontológica Cone Beam. Na primeira técnica mencionada, tem-se um feixe de raios X em leque que permite a obtenção de fatias únicas. Pela aquisição ser feita corte a corte, a quantidade de radiação utilizada é maior. Contudo, obtém-se uma imagem com boa diferenciação de tecidos duros e moles. Na segunda técnica mencionada a aquisição se dá por volume e os cortes seccionais são feitos posteriormente. Esta característica lhe fornece como vantagem uma redução da dose, rápida aquisição e menos artefatos produzidos. Porém, tem-se imagens com pouca ênfase em tecido mole e, portanto, com qualidade de imagem inferior. Esse painel objetiva fazer uma comparação entre a TC Fan Beam e TC Cone Beam na avaliação de extensas áreas patológicas, enfatizando suas aplicabilidades (com potenciais diferentes). PC072 - SUBTRAÇÃO RADIOGRÁFICA DIGITAL NA PERIODONTIA: RELATO DE CASOS. ANA P. DA ROSA SILVA; VANIA REGINA CAMARGO FONTANELLA; CASSIANO KUCHENBECKER ROSING. ULBRA, CANOAS, RS, BRASIL. PC074 - TRATAMENTO DE IMAGENS RADIOGRÁFICAS DIGITALIZADAS PARA AUXÍLIO DIAGNÓSTICO E ARQUIVAMENTO ODONTOLÓGICO. MARCELO TARCÍSIO MARTINS; MARCOS VINICIUS QUEIROZ DE PAULA. UFJF, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL. Com a técnica da subtração radiográfica digital eliminam-se características comuns a duas radiografias, obtidas em tempos distintos, evidenciando a área de mudança (clara, quando ganho mineral ou escura, perda mineral) contra um fundo neutro (cinza). Assim, sutis alterações no conteúdo mineral dos tecidos podem ser aferidas, permitindo Evitar a repetição de radiografias é uma forma de diminuir a dose de radiação no indivíduo. O objetivo é avaliar o desempenho do software free Picasa II (Google Co, EUA) na correção de radiográficas digitalizadas indiretamente. Programas de edição de imagens podem corrigir certos erros radiográficos – contraste, brilho, nitidez, melhorando a 71 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica imagem e diminuindo a necessidade de repetição do exame. Foram confeccionadas sete radiografias. A primeira foi realizada em condições ideais de tempo de exposição e processamento sendo considerada a padrão “Ouro”, na segunda foi sobreposta uma escala de densidade (ED) e as demais foram realizadas apresentando falhas (superexposição, subexposição, subfixação, sub-revelação e super-revelação). Todas foram digitalizadas por uma câmera fotográfica e descarregadas em um computador. Por meio de manipulações do software, procurou-se corrigi-las para melhor visualizar os acidentes anatômicos. Quinze acadêmicos e quinze profissionais foram convidados a avalialas confrontando o antes e o depois das correções com o padrão “Ouro” e a imagem “ED”. As Médias das avaliações dos acadêmicos e profissionais, quanto ao padrão “Ouro” e a “ED”, antes e depois, foram iguais (p<0,05). Formou-se então um grupo homogêneo de avaliadores (n=30). Conforme as avaliações realizadas o software apresentou melhor desempenho na correção das imagens superexposta e subfixada (p<0,05), já nas imagens sub-exposta, sub-revelada e super-revelada, o programa não foi eficaz (p<0,05). O resultado indica que o software Picasa II pode ser utilizado na correção de imagens periapicais superexpostas e subfixadas. PC075 - O USO DA TC- CONE BEAM NA IDENTIFICAÇÃO DE GEMINAÇÃO DE MOLAR. SIMONE PEREIRA OLIVEIRA; LUIZ FERNADO DELUIZ. UNESA, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. O presente trabalho tem o objetivo de demonstrar um relato de caso onde a utilização da TC - cone beam foi de fundamental importância para diagnóstico de geminação em molar, uma vez que o exame clinico e as radiografias convencionais, não foram conclusivas. PC076 - DISPLASIA ÓSSEA FLORIDA – RELATO DE UM CASO. SAULO LEONARDO SOUSA MELO 1; ANNE CAROLINE OENNING2; MARIA DE FÁTIMA BATISTA DE MELO3; ANA FÁTIMA SILVA DE ALMEIDA4; MÁRCIO CORRÊA5. 1,2,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL; 3,4.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. A displasia óssea florida é uma lesão fibro-óssea benigna dos maxilares, sem etiologia definida, prevalente em mulheres melanodermas, em meia idade, sendo a mandíbula o osso mais afetado. O termo foi utilizado pela primeira vez por Melrose, Abrams e Mills, em 1976, para descrever uma condição que se apresentava por massas exuberantes de material semelhante a cemento e/ou osso que radiograficamente apresentam-se de forma irregular e difusa, sem qualquer anormalidade em outras partes do esqueleto. Comporta-se, geralmente, como um processo assintomático, sendo descoberto em exames radiográficos de rotina. Os casos sintomáticos são atribuídos à osteomielite secundária. Seu diagnóstico é estabelecido através de apurada anamnese, aliada a exames de imagem e histopatológico. Este trabalho tem por objetivo relatar um caso de displasia óssea florida mandibular infectada secundariamente, expondo os recursos diagnósticos utilizados, as condutas adotadas e seu prognóstico, além de realizar revisão da literatura abrangendo os aspectos clínicos, radiográficos e histológicos desta patologia. Trata-se de uma paciente 72 melanoderma, meia idade e edentula. Na radiografia panorâmica observaram-se múltiplas massas escleróticas, dispersas bilateralmente em mandíbula, com áreas radiolúcidas indicativas de lise óssea. Os cortes da tomografia computadorizada médica possibilitaram a visualização da expansão óssea mandibular e sua relação com as estruturas vizinhas. O exame histopatológico confirmou a hipótese diagnóstica de displasia óssea florida infectada secundariamente. Como tratamento, estabeleceu-se o controle do processo infeccioso e alívio da sintomatologia dolorosa, com remoção das fístulas extra-bucais e fragmentos de tecido ósseo seqüestrado, e posterior mandibulectomia marginal da área displásica, com proservação de 36 meses. PC077 - DOSIMETRIA CLÍNICA EM EXAME PERIAPICAL UTILIZANDO DIFERENTES COLIMADORES. JULIANA ANDRÉA CORRÊA TRAVESSAS1; RENATA LICKS2; VANIA REGINA CAMARGO FONTANELLA3. 1.UFRGS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2,3.UFRGS/ULBRA, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Exames radiográficos para fins de saúde constituem a principal fonte de exposição da população à radiação ionizante artificial, devendo empregar a dose mínima necessária para que se obtenha imagem de qualidade. Colimadores retangulares têm sido propostos em substituição aos circulares para reduzir a exposição de órgãos críticos. Este estudo teve por objetivo verificar se existe diferença na dose de radiação nas regiões de cristalino e tireóide, durante a realização de um exame periapical completo, em função da forma e do tamanho do colimador utilizado. Trinta pacientes foram aleatoriamente distribuídos em três grupos: 1 – colimador circular convencional com 60 mm de diâmetro; 2 – colimador retangular com 24 x 32 mm2 e 3 – colimador retangular com 30 x 40 mm2. As condições de exame foram padronizadas para os três grupos. A dose foi obtida por meio de dosímetros termoluminescentes de LiF:Mg.Cu.P (TLD-100H) que permaneceram, durante a execução do exame, posicionados sobre os olhos direito e esquerdo e sobre a região da tireóide, abaixo do protetor plumbífero. Os resultados foram submetidos aos testes nãoparamétricos de Kruskal-Wallis e Friedman, complementados por seus testes de comparações múltiplas, ao nível de significância de 5%. No grupo 2 houve redução significativa na dose de radiação absorvida na região dos olhos em relação aos grupos 1 e 3. Os grupos 2 e 3 apresentaram redução significativa na dose absorvida na tireóide em relação ao grupo 1. O uso de colimadores retangulares pode ser recomendado como medida de radioproteção. PC078 - A UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM PARA LOCALIZAÇÃO DE HIPERDONTIA. – RELATO DE CASO. JOÃO GERALDO MARTINS DE SOUZA1; ANDREA DOLESKI PRETTO2; MATEUS ERICSON FLORES3; KELLY CRISTINE KNACK4; EMIKO SAITO ARITA5. 1,2,3,4.FOUPF, PASSO FUNDO, RS, BRASIL; 5.FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. A tomografia computadorizada constitui um recurso complementar de diagnóstico bastante utilizado na clínica odontológica. Sua indicação atualmente engloba todas as Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica especialidades da odontologia, destacando estruturas pouco visíveis pelo método radiográfico convencional. A reconstrução tridimensional da CT Cone Beam de estruturas anatômicas possibilita ao cirurgião dentista melhor estudo do caso clínico e aumenta a segurança na elaboração do diagnóstico e do plano de tratamento. A manifestação de dentes supranumerários é uma anomalia causada por uma super atividade da lâmina dentária (GUEDES-PINTO 1997), e são mais comuns na dentição permanente tendo maior incidência no sexo masculino. A prevalência de dentes supranumerários em caucasianos está entre 1% e 3%, com uma taxa levemente aumentada para os asiáticos. A hiperdontia unitária está entre 76% a 86%, a com dois dentes entre 12% a 23% e três ou mais é observado em menos de 1% dos casos (NEVILLE et al. 2004). O presente trabalho tem por objetivo apresentar o caso clínico de um paciente do sexo masculino de 16 anos de idade, que compareceu em um serviço de radiologia para uma radiografia Panorâmica de rotina e foram observados oito elementos dentários supranumerários nos dois arcos dentários. A localização destes elementos dentários foi feita pela da CT Cone Beam e reconstrução volumétrica pelo Tomógrafo Odontológico ICAT. PC079 - A UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM PARA AVALIAÇÃO DE UM OSTEOMA NO RAMO ASCENDENTE DA MANDÍBULA. - RELATO DE CASO. JOÃO GERALDO MARTINS DE SOUZA1; ANDREA DOLESKI PRETTO2; MATEUS ERICSON FLORES3; FERNANDA MISSIO CAMARGO4; EMIKO SAITO ARITA5. 1,2,3,4.FOUPF, PASSO FUNDO, RS, BRASIL; 5.FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. A CT volumétrica Cone beam atualmente engloba todas as especialidades da odontologia, destacando estruturas pouco visíveis pelo método radiográfico convencional. A reconstrução tridimensional de estruturas anatômicas possibilita ao cirurgião dentista melhor estudo do caso clínico e aumenta a segurança na elaboração do diagnóstico e do plano de tratamento. Osteomas são tumores ósseos benignos de crescimento lento compostos de osso compacto maduro ou de osso medular. Geralmente são restritos ao esqueleto craniofacial. Cuja etiologia é ainda controversa, há alguma dúvida se são neoplasmas verdadeiros (NEVILLE et al .2004). Consiste em uma massa óssea dura à palpação, assintomática, circunscrita e que geralmente produz assimetrias quando atinge grandes proporções (GONDO et al. 2008). O presente trabalho tem por objetivo apresentar o caso clínico de um paciente do sexo feminino que apresenta uma exostose localizada no ramo ascendente próximo a cabeça de mandíbula do lado direito com sintomatologia dolorosa ao fechar a boca e apresentando leve assimetria facial na região. A lesão é mostrada pela Tomografia Computadorizada Cone Beam e reconstrução volumétrica pelo Tomógrafo Odontológico ICAT. PC080 - DENSIDADE ÓSSEA ALVEOLAR EM MULHERES COM PERIODONTITE NA PRÉ E PÓS-MENOPAUSA. EMIKO SAITO ARITA 1; PLAUTO CRISTOPHER ARANHA WATANABE2; SOLANGE APARECIDA CALDEIRA MONTEIRO3; JORGE FUMIO KANAJI4; ERIKA MITI YASUI5. 1,4,5.FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2,3.FORP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL. A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica progressiva, caracterizada pela diminuição da massa óssea e deteriorização da microarquitetura do tecido ósseo. Devido ao conseqüente aumento da fragilidade óssea, fraturas podem ocorrer principalmente na coluna vertebral, colo do fêmur e porção distal ao antebraço. Na maioria das mulheres, a massa óssea alcança seu pico na terceira década de vida e diminui a partir de então. Os fatores de risco para osteoporose são idade, gênero, baixa densidade óssea, menopausa precoce, esqueleto corporal fino e pequeno, etnia, falta de ingestão de cálcio, fumo álcool e ou cafeína, hereditariedade e medicações como os esteróides; e para periodontite são idade, fumo ,álcool, influencia de doenças como diabete, medicações que podem interferir no processo de reparação tecidual e ou na resposta imune e história de perda óssea. Sendo assim, as periodontites e a osteoporose têm muitos fatores de risco em comum. A detecção de baixa densidade mineral óssea em mulheres pós-menopausa é uma importante estratégia para reduzir a incidência de fraturas osteoporóticas. O fato das radiografias dentais serem regularmente realizadas em grande parte da população adulta, faz dela um potencial marcador de saúde esqueletal. O objetivo deste estudo foi comparar a densidade óssea alveolar em mulheres caucasianas com periodontite crônica na pré e pósmenopausa em 40 mulheres: 20 na pré-menopausa e 20 na pós-menopausa. Foram utilizadas películas para radiografia periapical convencional ajustadas com escalímetro de alumínio. Para comparar a densidade óptica do septo interdental entre os primeiros e segundos pré-molares; segundos pré-molares e primeiros molares; primeiros e segundos molares inferiores, foi utilizado o software AleqAl®. O índice de placa, o sangramento profundidade de sondagem (OS); NMG e NCI foram medidos nos dentes de Ramfjord. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entredensidades em mulheres com periodontite na pré (4,79±1,79 mmAl,P>0,05) e na pósmenopausa(4,83±1,98 mmAl,P>0,05). PC081 - ASPECTO RADIOGRÁFICO DOS LINFONODOS CERVICAIS CALCIFICADOS. EMIKO SAITO ARITA1; PLAUTO CRISTOPHER ARANHA WATANABE2; JORGE FUMIO KANAJI3; SOLANGE APARECIDA CALDEIRA MONTEIRO4; ERIKA MITI YASUI5. 1,3,5.FOUSP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2,4.FORP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL. A avaliação dos linfonodos cervicais é bastante complexa, na medida em que observamos uma imagem radiográfica como a panorâmica ou outra imagem convencional, uma vez que diferentes estruturas podem apresentar nas mesmas ou regiões muito próximas com aspectos radiográficos muito semelhantes. Estas estruturas podem se apresentar como processos benignos – reacionais infecciosos específicos e inespecíficos; também como doenças neoplásicas – as linfoproliferativas e metastáticas. Os linfonodos ou gânglios linfáticos são pequenas estruturas ovais ou riniformes, e geralmente medem de 0,1 a 2,5 cm de comprimento. São esquematicamente divididos em córtex,, situado na região periférica e medula na região central. Os linfonodos cervicais são numerosos, superficiais e, por isso, muitas vezes, palpáveis, sendo geralmente descobertos como “nódulo palpável”. As microcalcificações são sinais de alerta ao radiologista; podem representar metástases de carcinoma papilífero ou medular da tireóide. Também podem ser 73 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica observadas em outros tipos de metástases, como nos carcinomas espinocelulares. As calcificações maiores podem estar presentes no comprometimento tuberculoso. Elas também podem surgir após radioterapia ou quimioterapia na região cortical dos linfonodos. Os autores apresentam um caso clínico de calcificação bilateral da cadeia ganglionar cervical que apresenta uma forma bastante característica. PC082 - A IMPORTÂNCIA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZA CONE BEAM PARA A INSTALAÇÃO DE IMPLANTES NA REGIÃO DA MANDÍBULA. DIOGO SCHONWANDT ARAÚJO; PEDRO BERNARDES; FABIO RICARDO BARROS; MARCELA MAGALHÃES RAMOS DE SOUSA. DATA X, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. O Presente estudo tem como objetivo relatar a importância da solicitação da Tomografia Computadoriza Cone Beam para a instalação de implante na região do elemento 46. Paciente C.S.D, 57 anos compareceu ao consultório particular do profissional G.V. E portando radiografia panorâmica. Ao exame clínico e radiográfico o paciente possuia altura suficiente para a instalação de implantes com altura de até 12 mm. O profissional ciente da importância do exame complementar de Tomografia Computadoriza Cone Beam, realizou a solicitação da mesma. Ao exame tomográfico foi constatada uma depressão óssea, onde seria contra indicada a instalação de implantes de 12 mm. A altura real para a instalação do implante seria de 8 mm sob o risco de transfixão para a região de tecido mole. Concluimos que a solicitação da Tomografia Computadorizada Cone Beam torna-se uma ferramenta indispensável para a conclusão de um correto diagnóstico, diminuindo assim os riscos de interferências trans-operatórias. PC083 - APLICAÇÕES DIAGNÓSTICAS DA CINTILOGRAFIA NA ODONTOLOGIA. JOYCE CARVALHO CAMPBELL; EMIKO SAITO ARITA; ERIKA MITI YASUI; JORGE FUMIO KANAJI. USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. A Medicina Nuclear utiliza elementos radioativos in vivo como auxiliar de diagnóstico e com finalidade terapêutica. Os radiofármacos mais empregados são as emissoras de radiação gama originária no próprio núcleo atômico; são o tecnécio 99m para cintilografia óssea, Iodo-131 para tireóide e corpo inteiro e Gálio-67 para cintilografia óssea, para processos inflamatórios e tumorais. A distribuição e grau de concentração dos radiofármacos após a administração geralmente endovenosa nos diversos órgãos são avaliadas por meio de imagens cintilográficas e refletem não só a morfologia como tamém as funções biológicas. A cintilografia tem capacidade de detectar variações de até 5% no metabolismo ósseo sendo indicada também para estadiamento e avaliação de recidiva local de tumores ósseos primários, como método auxiliar na caracterização de tumores benignos e localização de lesões poliostóticas em patologias não tumorais. Os autores avaliam as características radiográficas e cintilográficas apresentando um caso clínico de carcinoma na região do palato maxilar. 74 PC084 - ESTUDO RADIOGRÁFICO DA DISTÂNCIA DOS ÁPICES DOS MOLARES INFERIORES EM RELAÇÃO AO TETO DO CANAL MANDIBULAR. JOYCE CARVALHO CAMPBELL; EMIKO SAITO ARITA; ERIKA MITI YASUI; JORGE FUMIO KANAJI. USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Considerando um risco elevado de injúria do nervo alveolar inferior (NAI) durante os procedimentos de exodontia, o nosso estudo teve como finalidade verificar a incidência e o grau de envolvimento dos molares inferiores em relação ao nervo alveolar inferior, para que possa elucidar e alertar os cirurgiões dentistas sobre as possíveis causas dessa injúria acidental baseado em fatores anatômicos e suas variações (tanto dos terceiros molares quanto do canal mandibular) e nos procedimentos cirúrgicos, relacionando-os com os tipos de lesões possíveis. O objetivo deste trabalho foi analisar a distância dos ápices dos molares inferiores em relação ao teto do canal mandibular. Concomitantemente analisou-se a posição destes dentes em relação ao dente mesial adjacente ou com maior proximidade mesial. As distancias e o posicionamento foram obtidos através da projeção de radiografias panorâmicas em papel vegetal. Foram utilizadas 300 radiografias panorâmicas sendo 141 do sexo masculino e 159 do sexo feminino. Os resultados e análise estatística demonstraram valores significativos de terceiros molares próximos ao teto do canal mandibular aumentando, assim, o risco de injúrias do nervo alveolar inferior. PC085 - RELAÇÃO ATÍPICA DA RAIZ PALATINA DO 3° MOLAR SUPERIOR: IMAGENS TOMOGRÁFICAS. DANIELA PITA MELO1; IÊDA MARGARIDA CRUSOÉ ROCHA REBELLO2; SOLANGE MARIA ALMEIDA3; FRAB NORBERTO BÓSCOLO4; PAULO FLORES CAMPOS5. 1,3,4,5.UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2.UFBA, SALVADOR, BA, BRASIL. As cirurgias para remoção de terceiro molar são comuns, por motivos terapêuticos ou profiláticos. O posicionamento dos terceiros molares é de grande relevância para o planejamento de uma cirurgia de remoção dos mesmos. Muitos trabalhos avaliam a posição do terceiro molar inferior em relação ao canal mandibular, mas poucos estudos abordam a relação do terceiro molar superior com o seio maxilar. Relatamos o posicionamento atípico da raiz palatina do terceiro molar superior, o que levou à perfuração do seio maxilar. Paciente do sexo feminino, 31 anos, foi encaminhada a clínica de radiologia para realização de tomografia computadorizada da maxila, após uma cirurgia mal sucedida para a remoção do 3° molar superior direito. A paciente queixava-se de dor e desconforto na região. Após a aquisição dos cortes tomográficos, observamos a perfuração do seio maxilar direito e restos radiculares correspondente ao terceiro molar envolvendo as raízes do segundo molar. Caso fosse detectada tal relação previamente, talvez o tratamento cirúrgico não resultasse na perfuração do seio maxilar. PC086 - RELATO DE CASO DE CÔNDILO BÍFIDO VERDADEIRO – IMAGENS DE RM. DANIELA PITA MELO; SOLANGE MARIA ALMEIDA; FRAB NORBERTO BÓSCOLO; PAULO FLORES CAMPOS. UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL. Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica O côndilo bífido é descrito como uma condição rara e de etiologia desconhecida. Recentemente, no intuito de evitar ambigüidade na terminologia, foi sugerido que o termo côndilo bífido deve ser aplicado somente aos casos de côndilos múltiplos no plano sagital - dois ou mais côndilos no sentido antero-posterior. Relataremos um caso de côndilo bífido antero-posterior diagnosticado em um exame de ressonância magnética de ATM. Paciente de 39 anos, sexo feminino, queixando-se de dificuldade em abrir a boca. Questionada, a paciente não referiu sintomatologia dolorosa, crepitação ou estalidos articulares. Ao exame físico, observamos limitação de abertura de boca, com deflexão da mandíbula para o lado esquerdo, sem correção da trajetória ao final do movimento. Como amplitude de abertura, registramos 3,5cm medidos na linha média. As imagens de ressonância magnética mostraram, para o lado esquerdo e em boca fechada, côndilo bífido (uma cabeça anterior e outra posterior) e dupla cavidade articular. O disco articular apresentou-se corretamente interposto à cabeça anterior do côndilo e à fossa anticular correspondente. Em boca aberta, percebemos mínima movimentação do côndilo, justificada pela configuração anômala dos componentes ósseos articulares. PC087 - REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DE ATEROMAS EM ARTÉRIAS CARÓTIDAS OBSERVADAS EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS ASSOCIADAS A FATORES DE RISCO. MATEUS ERICSON FLORES; ANDREA DOLESKI PRETTO; JOÃO GERALDO MARTINS DE SOUZA; GISELE ROVANI; FERNANDA BEDIN. UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO, PASSO FUNDO, RS, BRASIL. A radiografia panorâmica tem sido avaliada nas últimas décadas, como uma possível ferramenta na identificação de ateromas calcificados em artéria carótida. Pesquisas foram feitas com grupos com e sem histórico de lesões e alterações sistêmicas. Questiona-se o papel do Cirurgião-Dentista na identificação destes potenciais pacientes, bem como a qualidade deste exame para diagnóstico sugestivo desta patologia. Neste estudo foram utilizados artigos publicados nos últimos 25 anos sobre identificação de ateromas em artérias carótidas em radiografias panorâmicas, avaliando se esta radiografia pode contribuir no diagnóstico precoce de ateromas e se a presença de fatores risco aumenta a sua incidência. No site http://www.pubmed.gov lançou-se as palavras-chaves “panoramic radiography; atheroma; CVA; stroke”. Os critérios de inclusão foram: estudos em populações com amostragem de conveniência ou não; com e sem fatores de risco associados; utilização da radiografia panorâmica; e publicação na língua inglesa. Tabulou-se dados apresentados nestes artigos, relacionados a fatores de risco e a partir disso obtido um novo texto. A média de pacientes com calcificações em pesquisas com amostragem com fatores de risco foi de 7%, sendo superior ao grupo de pesquisas com amostragem sem fatores de risco (3%). Isoladamente todos os fatores de risco foram superiores no grupo específico. A radiografia panorâmica não deve ser um método de primeira escolha para o diagnóstico inicial de ateroma em artéria carótida, pois em algumas radiografias não foram apresentadas lesões, onde outros métodos a comprovaram. A radiografia panorâmica pode ser considerada um método auxiliar colaborando no diagnóstico dos ateromas em pacientes assintomáticos. PC088 - LINFOMA PLASMABLÁSTICO EM CAVIDADE BUCAL: SINAL INICIAL DE INFECÇÃO POR HIV. FLÁVIA MORAES RAMOS PEREZ1; FÁBIO ABREU ALVES2; JOSÉ DIVALDO PRADO3; DANYEL ELIAS CRUZ PEREZ4. 1.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABAUNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,3,4.HOSPITAL AC CAMARGO, SAO PAULO, SP, BRASIL. Linfoma plasmablástico é uma neoplasia maligna agressiva que ocorre mais freqüentemente na cavidade oral de pacientes infectados pelo HIV. O diagnóstico da lesão pode ser o primeiro sinal de infecção por HIV. O objetivo deste estudo é descrever um caso raro de linfoma plasmablástico como primeiro sinal de infecção por HIV. Paciente do gênero masculino, 42 anos de idade, compareceu ao Departamento de Estomatologia, Hospital A. C. Camargo, São Paulo, queixando de aumento de volume gengival com 2 meses de evolução. Ao exame intrabucal foi observada lesão exofítica, superfície irregular, invasiva e avermelhada, localizada em gengiva maxilar direita, a qual se estendia do dente 13 ao 17, medindo cerca de 5 cm de extensão. Tomografia computadorizada revelou lesão com densidade de partes moles, infiltrativa, que causava destruição de tecido ósseo adjacente. Linfoma e sarcoma foram as principais hipóteses de diagnóstico. Sob anestesia local, foi realizada biópsia incisional. Microscopicamente, foram observadas células atípicas e pleomórficas, com morfologia plasmablástica. Análise imunoistoquímica mostrou células tumorais positivas para CD138 e CD30 e negativas para CD20 e CD79, sendo estabelecido o diagnóstico final de linfoma plasmablástico. Como existe associação deste tumor com infecção por HIV, o paciente realizou testes sorológicos, os quais foram positivos para infecção por HIV. O paciente foi submetido à quimioterapia, apresentando remissão completa da lesão. Simultaneamente ao tratamento oncológico, o paciente iniciou o tratamento antiretroviral. Após 15 meses de seguimento, o paciente permanece livre da doença. Embora raro, o linfoma plasmablástico pode ser primeiro sinal da infecção por HIV. PC089 - CISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO EM MANDÍBULA: RELATO DE CASO CLÍNICO. FLÁVIA MORAES RAMOS PEREZ1; ANDRÉ CAROLI ROCHA2; FÁBIO ABREU ALVES3; DANYEL ELIAS CRUZ PEREZ4. 1.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABAUNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,3,4.HOSPITAL AC CAMARGO, SAO PAULO, SP, BRASIL. O cisto ósseo aneurismático (COA) é uma lesão intra-óssea não neoplásica, de etiologia desconhecida. Apresenta-se como lesão expansiva, mais comumente localizada nas diáfises dos ossos longos e coluna vertebral. A ocorrência de COA nos ossos da face é rara. O objetivo deste trabalho é descrever um caso de COA localizado na mandíbula. Paciente ELS, gênero feminino, 15 anos de idade, procurou atendimento no Departamento de Estomatologia, Hospital A. C. Camargo, São Paulo, queixando-se de tumefação facial dolorosa com 8 meses de evolução. Exame extra-bucal revelou assimetria facial devido a aumento de volume localizado na face do lado direito, o qual estava recoberto por pele de coloração normal, apresentando consistência firme, 75 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica doloroso à palpação e medindo cerca de 6 cm. Ao exame intra-bucal foi observado abaulamento em ramo ascendente da mandíbula. Radiografia panorâmica mostrou lesão osteolítica, expansiva e multilocular envolvendo todo o ramo mandibular direito. Tomografia computadorizada de face revelou lesão expansiva com septações em ângulo mandibular, que provocava rompimento das corticais ósseas vestibular e lingual. Ameloblastoma e COA foram as hipóteses de diagnóstico. Sob anestesia local, foi realizada biópsia incisional. Análise microscópica revelou a presença de várias cavidades preenchidas por sangue, as quais eram formadas por células fusiformes entremeadas por células gigantes multinucleadas, confirmando diagnóstico de COA. Sob anestesia geral, paciente foi submetida à curetagem vigorosa de toda lesão. Atualmente paciente está sob acompanhamento clínico e radiográfico e não apresenta sinais de recidiva após 30 meses de tratamento. PC090 - ASPECTOS IMAGINOLÓGICOS E HISTOPATOLÓGICOS DE UMA LESÃO FIBRO-ÓSSEA BENIGNA: RELATO DE CASO CLÍNICO. FLÁVIA MORAES RAMOS PEREZ1; JOSÉ DIVALDO PRADO2; SOLANGE MARIA ALMEIDA3; FRAB NORBERTO BÓSCOLO4; DANYEL ELIAS CRUZ PEREZ5. 1,3,4.FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABAUNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 2,5.HOSPITAL AC CAMARGO, SAO PAULO, SP, BRASIL. As lesões fibro-ósseas benignas constituem um grupo de patologias de natureza reativa, displásica ou neoplásica, as quais usualmente se apresentam radiograficamente como lesões mistas. O diagnóstico definitivo é estabelecido pela correlação das características clínicas, imaginológicas e histopatológicas. O objetivo deste estudo é relatar um caso de lesão fibro-óssea benigna sugestiva de fibroma ossificante central (FOC), enfatizando suas características imaginológicas e histopatológicas. Paciente do gênero masculino, 17 anos de idade, procurou atendimento em uma Clínica Odontológica particular devido a lesão mandibular diagnosticada em exame radiográfico de rotina. Ao exame clínico extra-bucal, observou-se discreto aumento de volume no lado direito da face, indolor e duro à palpação. O exame clínico intra-bucal não revelou nenhuma alteração significativa. O exame radiográfico revelou lesão radiolúcida no ramo direito da mandíbula, unilocular, bem delimitada, medindo cerca de 6 cm. A lesão causava adelgaçamento da cortical posterior do ramo. A tomografia computadorizada revelou lesão com densidade de partes moles, contendo numerosas estruturas com densidade de tecido duro e provocava abaulamento das corticais vestibular e lingual. A principal hipótese de diagnóstico foi de lesão fibro-óssea benigna, principalmente o FOC. Sob anestesia local, foi realizada biópsia incisional. Histologicamente foi observado tecido conjuntivo celularizado com numerosas estruturas calcificadas, sem atipias ou pleomorfismo celular, sugestivo de uma lesão fibro-óssea benigna. As características clínicas, imaginológicas e histopatológicas são compatíveis com o diagnóstico de FOC. A terapia proposta foi a excisão cirúrgica da lesão, porém o paciente recusou o tratamento. Atualmente, o seguimento do paciente foi perdido. Em resumo, o FOC pode atingir grandes dimensões sem apresentar sintomas. Exames radiográficos de rotina são importantes, pois podem revelar lesões ósseas assintomáticas. 76 PC091 - AJUSTES DE IMAGENS POR MEIO DA UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE ADOBE PHOTOSHOP CS3 EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS DIGITAIS. SÉRGIO SOARES BATISTA; ORIVALDO TAVANO. CPO SÃO LEOPOLDO MANDIC, CAMPINAS, SP, BRASIL. A evolução da informática e a propagação do seu uso, tem tornado possível cada vez mais a utilização dessa tecnologia na Odontologia, o que vem motivando a substituição das documentações escritas e imagens dos pacientes em arquivos digitais. O estudo das imagens digitais das radiografias, através da utlização de softwares, pode fornecer recursos de otimização da imagem não disponíveis nos métodos convencionais, resultando numa melhora da visualização dos detalhes anatômicos e patológicos das imagens analisadas. PC092 - AVALIAÇÃO DA CORTICAL ÓSSEA DO FÊMUR DE RATAS MEDICADAS COM CORTICÓIDE E BIFOSFONATO. KILIAN CHRISTMANN; CELIA REGINA WINCK MAHL; VANIA REGINA CAMARGO FONTANELLA. ULBRA, CANOAS, RS, BRASIL. A osteoporose é uma doença sistêmica progressiva caracterizada por diminuição da massa óssea. O aumento de risco à osteoporose tem sido associado ao tratamento com glicocorticóides. No tratamento de osteoporose induzida por glicocorticóides, o padrão ouro no tratamento farmacológico é o bifosfonato. Este estudo objetivou comparar a espessura e a densidade da cortical óssea em imagens de tomografia computadorizada do fêmur de ratas submetidas à administração de glicocorticóide, seguida ou não de bifosfonato. Foram utilizadas 36 fêmeas jovens de Rattus Norvegicus da linhagem Wistar, divididas em três grupos com doze animais: (1) controle, (2) glicocorticóide e (3) bifosfonato. Os animais foram tratados por doze semanas. O grupo 1 recebeu injeções subcutâneas de solução salina, o 2 recebeu acetato de metilprednisolona (1 mg/kg) e o grupo 3 recebeu tratamento adicional com risedronato (3mg/kg). Os animais foram mortos e o fêmur esquerdo dissecado, do qual foram obtidas imagens por tomografia computadorizada. Um observador selecionou um corte axial central, que foi ampliado 3,8 vezes e submetido a filtro de nitidez. Desta imagem foram obtidas medidas da espessura e densidade da cortical. A ANOVA evidenciou que não existe diferença significativa entre os grupos para a medida de espessura da cortical (p=0,897). A medida de densidade foi significativamente maior no grupo risedronato (p=0,007). Conclui-se que a tomografia computadorizada foi capaz de expressar alterações da densidade do osso cortical do fêmur de ratas medicadas com risedronato e não permitiu a verificação de alterações associadas ao uso de corticóide PC093 - INFLUENCIA DA REGIÃO RADIOGRAFADA E DA FASE DO TRATAMENTO ENDODONTICO NA QUALIDADE DE RADIOGRAFIAS PERIAPICAIS. MARCIO ANTONIO BORGES 1; KALIANNA PEREIRA DE FRANÇA2; ANDRÉA DOS ANJOS PONTUAL3; DANIELLE BRUNO LAGO4; MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL5. 1,3.UFPE, RECIFE, PE, BRASIL; 2,5.UFPB, RECIFE, PE, BRASIL; 4.FOC ACSSES, CARUARU, PE, BRASIL. A presença de isolamento absoluto e a necessidade de maior brevidade de obtenção de radiografias durante a terapia Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica endodôntica podem influenciar na qualidade das mesmas. Desta forma, foi objetivo neste trabalho, verificar a existência de influência da região radiografada e da fase de tratamento endodôntico na qualidade de radiografias periapicais. Foram avaliadas por um especialista em Radiologia Odontológica, 427 radiografias arquivadas de pacientes atendidos pelos alunos durante os semestres 2006.2 e 2007.1, da Clinica de Endodontia da UFPB. Para estudar o efeito da fase de tratamento e da região sobre a ocorrência de erros de técnica nas radiografias, foi utilizado o teste qui”quadrado com nível de significância de 0,05. Das 427 radiografias, 349 (81,73%) apresentaram falhas decorrentes de erros cometidos durante a sua obtenção. Não houve diferença significativa entre as proporções de radiografias com erros de técnica, de acordo com as fases do tratamento endodôntico (p=0.188). Houve diferença significativa nas proporções entre a presença de erros de acordo com as regiões radiografadas (p<0,05), apresentado menor percentual a região de incisivos inferiores (30,77%) e maior percentual a região de caninos superiores (100%). Concluiu-se que as regiões radiografadas influenciam na obtenção de radiografias de qualidade, enquanto que as fases de tratamento endodôntico não influenciam. As dificuldades impostas pelo isolamento absoluto podem ser superadas quando respeitados os requisitos técnicos para obtenção de uma radiografia de qualidade. PC094 - TC NO DIAGNÓSTICO DE ESPESSAMENTO DA MUCOSA SINUSAL DE ORIGEM ODONTOGÊNICA. KAREN BORGES WALTRICK; MURILLO ABREU JUNIOR; MÁRCIO CORRÊA. UFSC, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL. A tomografia computadorizada (TC) teve seu uso difundido no planejamento pré-cirúrgico em Implantodontia pela possibilidade de fornecer imagens dos maxilares em secções, sem a superposição de estruturas indesejáveis. A análise dos possíveis locais para a colocação dos implantes engloba tanto a quantidade de osso disponível no rebordo alveolar (altura e espessura) quanto a anatomia da região de interesse e sua relação com estruturas anatômicas nobres. Na maxila, o seio maxilar pode ser considerado como a estrutura anatômica mais importante, e sua relação com o rebordo alveolar deve ser adequadamente avaliada. De acordo com os relatos da literatura, a TC fornece grande detalhamento anatômico do seio maxilar e apresenta alta sensibilidade na detecção de anormalidades presentes, sendo o espessamento da mucosa a alteração mais encontrada. O espessamento mucoso sinusal é considerado positivo quando o tecido mole se apresenta com 4 mm ou mais de espessura, e muito freqüentemente está associado a afecções odontogênicas, surgindo secundariamente a partir da presença de lesões periapicais e/ou doença periodontal em dentes posteriores. O presente trabalho objetiva demonstrar, através de diferentes casos clínicos, a presença do espessamento da mucosa do seio maxilar associado à periapicopatias e periodontopatias em imagens de TC. Neste contexto, é imprescindível que o Radiologista saiba reconhecer a presença de espessamento e relacionar as prováveis causas, alertando o profissional clínico, por exemplo, sobre a presença de infecções odontogênicas próximas, adjacentes às áreas edêntulas, futuros sítios de implante. PC095 - ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES ÓSSEAS NA ATM EM UMA AMOSTRA POPULACIONAL DE RECIFE-PE. MARCO ANTÔNIO GOMES FRAZÃO1; JOYCE SOARES LEITÃO FREIRE2; JOANNA MARTINS NOVAIS BARBOSA3; ANDRÉA DOS ANJOS PONTUAL4; MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL5. 1,4.UFPE, RECIFE, PE, BRASIL; 2,5.UFPB, JOÃO PESSOA, PE, BULGáRIA; 3.FOR, RECIFE, PE, BRASIL. Foi objetivo neste trabalho, avaliar a prevalência das alterações ósseas da articulação temporomandibular (ATM), por meio da tomografia de feixe cônico, numa amostra populacional de Recife-PE. Foram examinadas imagens tomográficas de feixe cônico de ATMs de pacientes que foram atendidos num período de um ano, em um serviço privado de Radiologia Odontológica da cidade de Recife-PE. As imagens foram avaliadas utilizando o programa do tomógrafo de feixe cônico iCAT®, num computador com monitor de 21", por um radiologista. Do total de 319 pacientes, 227 (71,16%) apresentavam alterações ósseas, sendo que 187 (74,8%) dos pacientes do sexo feminino e, 40 (57,97%) dos pacientes do sexo masculino, apresentavam alterações ósseas em, pelo menos, uma das ATMs, perfazendo 382 (59,9%) ATMs com alterações. Com exceção da oitava década de vida, a prevalência das alterações degenerativas nas ATMs aumentou com a idade, sendo mais prevalente na sétima década, com 94% dos pacientes desta faixa etária. As alterações encontradas foram facetamento (68%), osteofito (25%), esclerose óssea subcondral (5%), erosão (1%) e pseudocisto (1%). Osteofito e facetamento (29%) e, facetamento e esclerose (3%), foram as associações mais encontradas. Pôde-se concluir que: a prevalência de pacientes, que apresentam alterações ósseas degenerativas nas ATMs é alta; o sexo feminino apresenta maior prevalência para alterações ósseas degenerativas da ATM e, com exceção da oitava década de vida, a prevalência das alterações degenerativas aumenta com a idade, sendo mais prevalente na sétima década. PC096 - QUALIDADE DA IMAGEM RADIOGRAFICA NA CLÍNICA DE ENDODONTIA DA UFPB. MARCO ANTÔNIO GOMES FRAZÃO1; KALIANNA PEREIRA DE FRANÇA2; JOANNA MARTINS NOVAIS BARBOSA3; SOLANGE MARIA ALMEIDA4; MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL5. 1.UFPE, RECIFE, PE, BRASIL; 2,5.UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 3.FOR, RECIFE, PE, BRASIL; 4.FOP UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL. Teve-se como objetivo, avaliar a qualidade da imagem de radiografias periapicais arquivadas de pacientes atendidos pelos alunos durante os semestres de 2006.1 e 2006.2, na Clinica de Endodontia da UFPB. Sob condições ideais de iluminação, 427 radiografias periapicais foram avaliadas em um negatoscópio com máscara, por um especialista em Radiologia Odontológica. Do total de 427 radiografias, 349 (81,73%) apresentaram falhas, sendo que 16,9% apresentaram falhas de técnica, 30,6% possuíam falhas decorrentes de erros de processamento, 3,7% demonstraram falhas de fase indefinida e 48,7% das radiografias apresentaram falhas de mais de uma fase de obtenção. Houve um total de 651 falhas, sendo 34,2% de técnica, 53,9% de processamento e 11,8% indefinidos. As falhas de técnicas mais freqüentes foram distorção por 77 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica angulação vertical insuficiente (35,4%), enquadramento por posicionamento incorreto do filme (19,7%) e posicionamento incorreto do picote (19,7%). Manchas marrons (49,9%) e radiografias arrahadas (25%) foram as falhas de processamento mais freqüentes, sendo a imagem clara (95%) mais freqüente para a fase indefinida. Concluiu-se que: falhas radiográficas são passíveis de acontecer durante o tratamento endodôntico, o que causa obtenção de imagens com qualidade inadequada, sendo de valor diagnostico e legal questionável; o processamento realizado na clínica de graduação de Endodontia deve ser mais criterioso, utilizando o método temperatura/tempo; há necessidade de ser revista a metodologia de ensino nas Disciplinas de Endodontia e Radiologia Odontológica. PC097 - DISPLASIA FIBROSA CRANIOFACIAL: RELATO DE CASO CLÍNICO. FERNANDO BEZERRA ROMUALDO SILVA; VALÉRIA CATARINA SENA GABRIEL; RODRIGO MOREIRA BRINGEL COSTA; ARMANDO COSTA FERREIRA. UFPA, BELÉM, PA, BRASIL. A Displasia Fibrosa Craniofacial trata-se de uma lesão fibroóssea resultante da extensão de uma Displasia Fibrosa – Monostótica – de maxila para ossos adjacentes a ela, como zigoma, esfenóide e/ou occipital. Apresentando-se como um crescimento anormal unilateral de maxila, devido à produção excessiva de tecido fibroso local. Esta patologia acomete majoritariamente pessoas das duas primeiras décadas (020), sem predileção por sexo. A Displasia Fibrosa é uma lesão de crescimento hamartomatoso não-neoplásico (REGEZZI, 2000). Trata-se, segundo Neville (2004), de uma condição esporádica resultante de uma mutação pós-zigótica do gene GNAS 1. Clinicamente, mostra-se como uma tumefação indolor do osso afetado, de crescimento lento, podendo produzir considerável deformação. Embora acometa pessoas de 0-20 anos, Pinsolle (1998), revisando 25 pacientes, obteve uma média de idade de 23 anos. Sua apresentação clássica tem sido descrita como radiopaca com numerosas trabéculas ósseas, conferindo-lhe um aspecto de “vidro-fosco”; o processo parece misturar-se com o osso normal circunvizinho, sem evidência de definição. Seu tratamento baseia-se em cirúrgica cosmética de contorno, embora alguns autores recomendem excisão cirúrgica radical. Neste trabalho, será feita a exposição do caso clínico de uma paciente de 11 anos, com esta patologia mais complexa (Craniofacial). Tal lesão apresentou crescimento rápido e certa parestesia, sendo confundida clinicamente com outras lesões. Seu diagnóstico foi feito através de radiografias, tomografias computadorizadas e reconstrução em 3D. PC098 - AUXÍLIO DA TOMOGRAFIA DE FEIXE CÔNICO EM UM CASO DE TUMOR ODONTOGÊNICO CERATOCÍSTICO. MARCO ANTÔNIO GOMES FRAZÃO1; ANDRÉA DOS ANJOS PONTUAL2; JOANNA MARTINS NOVAIS BARBOSA3; FRAB NORBERTO BÓSCOLO 4; MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL5. 1,2.UFPE, RECIFE, PE, BRASIL; 3.FOR, RECIFE, PE, BRASIL; 4.FOP UNICAMP, RECIFE, SP, BRASIL; 5.UFPB, RECIFE, PB, BRASIL. O tumor odontogênico ceratocístico (TOC) é uma lesão de provável origem dos remanescentes celulares da lâmina 78 dentária, de natureza agressiva e com altas taxas de recorrência. Esta lesão foi descrita primeiramente como cisto primordial e em 1950 foi substituído pelo termo ceratocisto odontogênico, entretanto, devido às suas características e ao seu potencial de crescimento é atualmente classificada como um tumor benigno denominado TOC (OMS, 2005). Geralmente, é assintomático e muitas vezes descoberto em exame radiográfico de rotina. Este trabalho tem como objetivo demonstrar a utilização e importância da tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) em um caso de TOC. Paciente do sexo feminino, 12 anos, leucoderma foi encaminhada para realização de TCFC da mandíbula por apresentar significante aumento de volume na região geniana esquerda. Na TCFC, observou-se ausência do terceiro molar inferior esquerdo e lesão osteolítica multilocular no ramo mandibular esquerdo com extensão ao dente 37, expansão, adelgaçamento e áreas de destruição das corticais vestibular e lingual. Mediante a ausência dentária, o diagnóstico imaginológico inicial foi de TOC, confirmado através do exame histopatológico. Após 06 meses de tratamento, na TCFC, observaram-se sinais de osteogênese com redução da luz da lesão e integridade cortical e, posteriormente, em nova tomografia com 01 ano, regressão da lesão. Conclui-se que a TCFC auxilia no diagnóstico, plano de tratamento e proservação do TOC. PC99 - AVALIAÇÃO DAS SINUSOPATIAS INFLAMATORIAS E VARIANTES ANATOMICAS DOS SEIOS DA FACE POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA. VANIO SANTOS COSTA1; AUREA VALERIA DE MELO FRANCO2; LUIZ ROBERTO MALHAES JUNIOR3. 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, MACEIÓ, AL, BRASIL; 2.CESMAC, MACEIÓ, AL, BRASIL; 3.SAO LEOPOLDO M, CAMPINAS, SP, BRASIL. A sinusopatia inflamatória é uma das patologias crônicas dos seios da face que mais acomete a população mundial, sua etiopatogenia está associada à inflamação das membranas da mucosa paranasal, resultante de processos infecciosos, trauma ou reação alérgica. A presença de alterações anatômicas no complexo ostiomeatal, que pode dificultar a ventilação e a drenagem das cavidades paranasais, também já foi relacionada à patogênese desta entidade. O objetivo desta pesquisa foi fazer um estudo retrospectivo da prevalência das variações anatômicas nos seios da face através de tomografia computadorizada, em indivíduos com e sem sinusopatia inflamatória crônica. Foram utilizados 500 exames dos seios da face, onde se avaliou a presença ou ausência de sinusopatia, fazendo uma correlação com as principais variantes anatômicas dos seios da face: desvio de septo, concha bolhosa, célula Haller, pneumatização do processo uncinado e corneto paradoxal.Os dados coletados foram submetidos a analise estatística através do teste Qui-quadrado e Odds Ratio. Os resultados demonstraram que não houve associação estatisticamente significante (p=0,78) entre a presença de variação anatômica e a presença de sinusopatia. Entretanto, esta diferença pode ser observada quando se analisou separadamente a presença de sinusopatia com desvio de septo (p<0,01) e a presença de sinusopatia com concha bolhosa (p=0,01). Conclui-se que a simples identificação da variação anatômica não determina risco para o desenvolvimento da sinusopatia, no entanto, indivíduos com desvio de septo e concha bolhosa têm maior probabilidade de desenvolver esta doença. Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica PC100 - AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO: RELATO DE CASO CLÍNICO. VALÉRIA CATARINA SENA GABRIEL; RODRIGO MOREIRA BRINGEL COSTA; FERNANDO BEZERRA ROMUALDO SILVA; ARMANDO COSTA FERREIRA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL. O ameloblastoma consiste na patologia mais comum entre os tumores odontogênicos epiteliais, sendo o de maior significado clínico. Sua origem está relacionada a remanescentes do epitélio odongênico. Ocorre em três situações clínico-radigráficas: multicístico, unicístico e periférico (Neville, 2004). Neste trabalho será feita a exposição de um caso clínico de paciente do sexo feminino, 3ª década de vida, que apresentou lesão de ameloblastoma unicístico, confirmada após exames radiográficos e histopatológico. A paciente foi submetida a radiografias, tomografias computadorizadas e reconstrução em 3D, seguido de descompressão da lesão e acompanhamento radiográfico desde então. Segundo Neville (2004), o ameloblastoma unicístico corresponde a cerca de 10% a 15% dos casos de ameloblastoma intra-ósseos. Pode se originar de novo (como uma neoplasia) ou ser resultante da transformação neoplásica do epitélio de um cisto nãoneoplásico. Ocorre entre a segunda e terceira décadas (média de 23 anos), freqüentemente em região posterior de mandíbula. Radiograficamente pode apresentar-se como uma área radiotransparente circundando um terceiro molar incluso (semelhante ao cisto dentígero) ou como áreas radiotransparentes bem definidas, podendo possuir margens festonadas. Seu tratamento é controvertido, variando de ressecção local preventiva à enucleação com rigoroso acompanhamento radiográfico (Neville, 2004). A paciente apresentou tumefação e expansão assintomática das corticais, significativa reabsorção do hemi-arco um e divergência radicular dos elementos 12 e 13. Trata-se de um caso incomum, devido a sua localização (maxila) e extensão (parede lateral da cavidade nasal ao assoalho de órbita) sendo, portanto, de grande relevância à comunidade científica. PC101 - OSTEOPETROSE: RELATO DE CASO CLÍNICO. RODRIGO MOREIRA BRINGEL COSTA; FERNANDO BEZERRA ROMUALDO SILVA; VALÉRIA CATARINA SENA GABRIEL; ARMANDO COSTA FERREIRA. UFPA, BELÉM, PA, BRASIL. A osteopetrose é um grupo de doenças esqueléticas, caracterizada pelo aumento anormal da densidade óssea. Trata-se de uma condição hereditária rara. Tem envolvimento direto com a odontologia, além de sugestivo aspecto radiográfico. Neste trabalho será feita a exposição do caso clínico de uma paciente (atualmente com 27 anos) cuja doença fora diagnosticada aos 5 anos, e acompanhado por meio de radiografias e tomografias computadorizadas desde então. Constatou-se também osteomielite, com posterior mandibulectomia bilateral. a osteopetrose pode ter origem autossômica recessiva (infantil) ou dominante (adulta). Consiste em uma má remodelação óssea com espessamento cortical e esclerose medular, devido a uma deficiência na função dos osteoclastos. A infantil subdividese em maligna, intermediária e transitória. A maligna, mais agressiva, está geralmente associada à falência da medula óssea, granulocitopenia, fraturas freqüentes e compressões nervosas (Neville, 2004). As outras duas são muito menos danosas. A forma adulta (a mais branda) tem aproximadamente 40% dos casos assintomáticos. Sob aspecto odontológico, os casos estão muitas vezes relacionados à erupção retardada, esfoliação prematura e hipoplasia de esmalte (Regezi, 2000). Radiograficamente apresenta-se como uma ou várias radiopacidades difusas, que podem dificultar a visualização das raízes dos dentes ou a diferenciação das porções medulares e corticais. A osteopetrose possui sintomatologia e prognóstico variados, dependendo do subtipo, sendo imprescindível um diagnóstico rápido e preciso. Seqüelas são freqüentes (como a mandibulectomia da paciente). Portanto, este trabalho visa o acréscimo de conhecimento sobre esta patologia, devido a sua importância e raridade, para comunidade científica. PC102 - COMPARAÇÃO ENTRE TOMÓGRAFOS MULTISLICE E CONE BEAM. ROBERTO HEITZMANN RODRIGUES PINTO 1; PAULO RENATO DIAS SILVA2. 1.FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2.USP, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Os métodos de diagnóstico por imagem têm mostrado importância crescente na Odontologia. A evolução tecnológica passou dos exames radiográficos convencionais intra e extrabucais às tomografias, dentre outros exames imaginológicos, em um curto espaço de tempo. Tomografia é um termo genérico utilizado para designar uma imagem de uma secção do corpo humano, tornando-se um importante recurso para a observação tridimensional das estruturas anatômicas e de processos patológicos. A tomografia computadorizada consiste na análise dos dados e na transformação dos mesmos em uma escala de tons cinza, após a passagem dos raios X por uma determinada estrutura biológica. Atualmente encontramos no mercado os tipos: multslice, helicoidal, linear e cone beam. Neste trabalho foram abordadas as vantagens e as diferenças entre a tomografia multslice e cone beam. O multslice é bastante utilizado na área médica e odontológica, diferentes autores têm relatado sua grande acurácia e alta reprodutibilidade na avaliação de áreas edêntulas para colocação de implantes dentários e avaliação de áreas patológicas, entretanto, o cone beam foi desenvolvido com o objetivo de proporcionar uma imagem volumétrica semelhante ao dos tomógrafos médicos, porém com as vantagens de utilizar uma dose menor de radiação, de proporcionar uma excelente imagem em termos técnicos e com mínima distorção, menor custo, de fácil manuseio, menores dimensões e tempo reduzido para obtenção dos exames. PC103 - CORRELAÇÃO ENTRE CALCIFICAÇÃO DOS TERCEIROS MOLARES E IDADE CRONOLÓGICA NUMA AMOSTRA POPULACIONAL DE JOÃO PESSOA-PB. MARCIO ANTONIO BORGES 1; KALIANNA PEREIRA DE FRANÇA2; RICARDO VILLAR BELTRÃO3; REJANE TARGINO BELTRÃO4; MARIA LUIZA DOS ANJOS PONTUAL5. 1.UFPE, RECIFE, PE, BRASIL; 2,4,5.UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL; 3.UFBE, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL. Foi objetivo neste trabalho, correlacionar a idade cronológica e mineralização dentes terceiros molares em uma amostra populacional de João Pessoa-PB. Foram utilizadas 173 radiografias panorâmicas, de pacientes com 5 anos e meio 79 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica a 21 anos de idade, obtidas num período de seis meses, em serviço privado de Radiologia Odontológica. Todas as imagens foram salvas em formato TIFF e avaliadas por um examinador utilizando o programa Visualizador de Imagem e Fax do Windows, em um monitor com 17´. Para a análise da relação entre idade, estágio de calcificação proposto por Demirjian, sexo e dente, ajustou-se um modelo de regressão linear múltipla, considerando a idade como variável resposta. Para comparação das médias da idade, segundo o estágio de calcificação, realizou-se o teste F. Em todos os testes, foi utilizado o intervalo de confiança de 0,05. Tanto o sexo quanto o estágio de calcificação estiveram significativamente correlacionados com as idades dos pacientes. Não houve diferenças significativas na mineralização dos dentes terceiros molares entre os sexos. Entre dois estágios consecutivos, o aumento médio da idade variou 16 meses. Concluiu-se que: há semelhança do desenvolvimento entre os dentes terceiros molares e em ambos os sexos; o desenvolvimento dos dentes terceiros molares do lado direito e esquerdo é semelhante na maioria dos estágios; é possível estimar a idade dos pacientes com idades de 5 anos e meio a 21 anos, de acordo com os estágios de calcificação dos dentes terceiros molares, é importante estudar a idade média para os graus de calcificação dos dentes terceiros molares nas diversas regiões do Brasil, sendo a calcificação dos terceiros molares uma ferramenta auxiliar no estudo da idade cronológica. PC104 - A IMPORTÂNCIA DA RADIOGRAFIA PANORÂMICA COMO DOCUMENTO INDISPENSÁVEL A QUALQUER PACIENTE. ERNESTO DE FARIA DOMINGUES; DANIELLE BRUNO LAGO; EDSÂNIO DEYVERSON DOS SANTOS; MARCIO ANTONIO BORGES. ASCES, CARUARU, PE, BRASIL. A radiografia panorâmica é um importante exame radiográfico utilizado para o diagnóstico e planejamento terapêutico das doenças dos dentes e dos ossos da face. Atualmente, a maioria dos dentistas solicita esse exame no início e no controle dos tratamentos odontológicos. O que é radiografia panorâmica e quais são as suas vantagens? O exame ortopantomográfico, mais conhecido como radiografia panorâmica, é um exame útil e bastante prático para complementar o exame clínico no diagnóstico das doenças dos dentes (cáries ou doenças endodônticas) e dos ossos da face. Através desse exame, o dentista pode visualizar todos os dentes de uma só vez, inclusive os que ainda não estão erupcionados. Cáries, fraturas dentais, infecções ou outras doenças dos ossos que sustentam os dentes podem ser visualizadas e, muitas vezes, diagnosticadas. Além do diagnóstico das lesões dentais, quais as outras indicações das radiografias panorâmicas? Praticamente no diagnóstico de todas as lesões dos ossos da maxila e mandíbula. Através desse exame, pesquisam-se reabsorções ósseas e radiculares, cistos, tumores, inflamações, fraturas pósacidentes, distúrbios da articulação temporomandibular (que causam dor na região de ouvido, face, pescoço e cabeça) e sinusite. É comum solicitá-lo também como exame préoperatório em cirurgias dos dentes e ossos. PC105 - RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA E SUA RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL. ERNESTO DE FARIA DOMINGUES; DANIELLE BRUNO LAGO; 80 EDSÂNIO DEYVERSON DOS SANTOS; MARCIO ANTONIO BORGES. ASCES, CARUARU, PE, BRASIL. A Radiologia Odontológica é a especialidade da Odontologia que, com a utilização dos Raios-X ou equipamentos que emitem outros tipos de radiações, adquiridas através de filmes radiográficos ou sensores, procura fornecer uma imagem “interna” das estruturas anatômicas do campo bucomaxilo-facial e de outras relacionadas à Odontologia, bem como sua interpretação com o fito de auxiliar em diagnóstico. Para o funcionamento dos serviços especializados nesta área é necessária a aplicação da Portaria 453, Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância Sanitária de 01 de junho de 1998, que regulamenta entre outros aspectos as responsabilidades básicas dos serviços, entre as quais se destacam: a) responsável técnico pela segurança e proteção dos pacientes, da equipe e do público em geral, assegurando que nenhum paciente seja submetido a uma exposição sem que seja solicitada por um médico ou cirurgião-dentista, assim como zelar por medidas necessárias para restringir as exposições ocupacionais e exposições do público a valores tão baixos quanto razoavelmente exeqüíveis; b) promover o monitoramento individual e o controle de saúde do pessoal, ocupacionalmente exposto; c) monitoração de área, periodicamente, e manutenção dos assentamentos dos dados obtidos, incluindo informações sobre ações corretivas; d) implementação de um programa de garantia da qualidade dos serviços, dentre outras obrigações. No presente estudo os autores se propõem, através de uma análise documental, analisar os aspectos éticos e legais relacionados à prática da radiologia odontológica enfocando as diretrizes da legislação específica relacionando-a aos processos que podem ocorrer nas esferas civil, penal e administrativa. PC106 - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO: MÉTODO REVOLUCIONÁRIO NA ODONTOLOGIA. EDSÂNIO DEYVERSON DOS SANTOS; DANIELLE BRUNO LAGO; ERNESTO DE FARIA DOMINGUES; MARCIO ANTONIO BORGES. ASCES, CARUARU, PE, BRASIL. A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico é uma técnica revolucionária de obtenção de imagem que utiliza um feixe cônico de radiação dando uma única volta em torno do paciente. Essa nova tecnologia comandada apenas pelo Cirurgião Dentista traz um avanço na Radiologia Odontológica, por permitir a visualização de estruturas de dimensões reduzidas com um mínimo de exposição à radiação para o paciente. Este trabalho demonstra as inúmeras indicações para seu uso onde nos exames radiográficos convencionais nada era evidenciado, demonstrando assim sua importância no diagnóstico clínico das patologias que acometem toda região buco-maxilo-facial. PC107 - USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO NAS FRATURAS FACIAIS. MARCIO ANTONIO BORGES; DANIELLE BRUNO LAGO; ERNESTO DE FARIA DOMINGUES; EDSÂNIO DEYVERSON DOS SANTOS. ASCES, CARUARU, PE, BRASIL. A face é uma região proeminente do corpo humano sujeita a Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica injúrias de intensidade leve à grave, possuindo, em alguns casos, lesões associadas às outras partes do corpo. Assim, as fraturas que acometem a face possuem certas peculiaridades em relação ao seu diagnóstico e planejamento cirúrgico. A Tomografia Computadorizada apresenta imagens mais acuradas sem sobreposições, com maior detalhes das estruturas e menor risco de manipulação do politraumatizado. O presente trabalho tem como objetivo confirmar a eficácia da Tomografia Computadorizada (TC) como exame auxiliar no diagnóstico e no planejamento cirúrgicos das fraturas faciais, por meio da revista da literatura. PC108 - A UTILIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC) DE FACE NO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CONTROLE DO CÂNCER NO HUPE-UERJ. GUSTAVO RAMOS SUASSUNA; MARIA EDWIRGENS FERREIRA; ILANA FERREIRA DE OLIVEIRA; BARBARA NOBREGA DE ANDRADE. UERJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. O trabalho tem por objetivo mostrar a aplicabilidade da TC em casos clínicos de lesões de face. Os pacientes foram atendidos em ambiente ambulatorial no Centro de Controle do Câncer sediado no Hospital Universitário Pedro Ernesto (UERJ). Após terem sido devidamente registrados na Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial, foram encaminhados para o setor de Tomografia Computadorizada para realização de exames com protocolos específicos para Odontologia a fim de se obter uma melhor documentação e previsibilidade cirúrgica. O aparelho utilizado foi o TC da GE Sytec High Speed Helicoidal com o protocolo de cortes de 1 mm de espessura, intervalo entre os cortes de 1 mm e posterior reconstrução multiplanar em 3D com janela para tecido ósseo e tecido mole e FOV de 16.0 cm. Conclui-se que com o uso da TC, os casos clínicos de lesões de face obtiveram melhores resultados quanto ao diagnóstico e planejamento cirúrgico. Além disso, houve uma diminuição dos riscos operatórios e do tempo de centro cirúrgico, com maior índice de sucesso. PC109 - CONTROLE DE BIOSSEGURANÇA DA DISCIPLINA DE RADIOLOGIA ORAL DA FO-UERJ. ILANA FERREIRA DE OLIVEIRA; BARBARA NOBREGA DE ANDRADE; GUSTAVO RAMOS SUASSUNA; MARIA EDWIRGENS FERREIRA. UERJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. O presente trabalho tem por objetivo mostrar o controle das normas de biossegurança na disciplina de Radiologia Oral da Faculdade de Odontologia - UERJ e do setor de Tomografia Computadorizada no Centro de Controle do Câncer – HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO. Em Radiologia Oral existem vetores semi-críticos e não-críticos que devem passar pelo controle de segurança com o uso de barreiras protetoras e soluções químicas para sua degermação, assim como a utilização de EPI’s pelo profissional, reduzem o risco de infecção cruzada. Em TC para Odontologia também existem vetores críticos, como a necessidade do uso de contraste iodado em alguns pacientes. Para a realização de tal procedimento, devemos aplicar as normas de biossegurança (uso de EPI e material estéril). Com o intuito de complementação do tema, abordaremos as normas de radioproteção segundo a resolução 453 do Instituto de Radioproteção e Dosimetria IRD para controle de Qualidade em Radiologia Odontológica. PC110 - AVALIAÇÃO DO COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO DE MELOBLASTOMAS E TUMORES ODONTOGÊNICOS QUERATOCÍSTICOS EM IMAGENS AXIAIS POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA. SAULO LEONARDO SOUSA MELO1; MÁRCIO CORRÊA2; CHRISTIANO OLIVEIRA DOS SANTOS3; IÊDA MARGARIDA CRUSOÉ ROCHA REBELLO4; MARIANNA GOMES GUANAES TORRES5. 1,2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL; 3,4,5.UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SALVADOR, BA, BRASIL. Ameloblastomas (AM) e tumores odontogênicos queratocísticos (TOQ) apresentam características clínicas e radiográficas variadas, são geralmente agressivos e apresentam tendência à recorrência. A tomografia computadorizada (TC) representa uma ferramenta diagnóstica importante, capaz de eliminar a sobreposição de imagem e permitir uma análise detalhada de lesões e estruturas anatômicas adjacentes. Os valores de coeficiente de atenuação (UH) representam de forma numérica diferentes densidades teciduais, sendo uma importante vantagem da TC. O objetivo deste estudo foi avaliar o padrão de UH de ameloblastomas sólidos (AS), ameloblastomas unicísticos (AU), tumores odontogênicos queratocísticos solitários (QS) e múltiplos sindrômicos (QM), a partir de cortes tomográficos axiais. Regiões de interesse (ROI) foram delimitadas. Para cada ROI foram obtidos valores de coeficiente de atenuação (UHROI), desvio-padrão (DPROI) e heterogeneidade (HTGROI), que foram comparados entre os grupos e entre os cortes centrais e periféricos. Foram obtidas como médias de UHROI: AS=35,9±12,6; AU=31,0±6,0; QS=28,4±10,5 e QM=30,5±20,6. QS e QM tiveram as menores médias de UHROI e as maiores médias de HTGROI. Os AS e AU não tiveram diferença significativa em UHROI. Contudo, o AS demonstrou maiores valores de HTGROI. Os AS apresentaram um padrão diferente quando os cortes centrais foram comparados com os periféricos. Os valores de UHROI foram maiores, enquanto que HTGROI foram menores entre os cortes centrais dos AS. Os TOQ apresentaram os menores valores de UHROI e maiores valores de HTGROI, quando comparados com os AM. Os AS apresentaram a maior heterogeneidade (HTGROI), e seus cortes centrais apresentaram UHROI menores e HTGROI maiores quando comparados aos periféricos. PC111 - CISTO ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE ASSOCIADO COM ODONTOMA COMPOSTO. ELITA CAROLINE OLIVEIRA SANTOS; TESSA DE LUCENA BOTELHO; INARA CARNEIRO COSTA REGE. UNIP, GOIÂNIA, GO, BRASIL. O cisto odontogênico calcificante é uma neoplasia cística benigna de origem odontogênica, que englobam 2% das lesões, que foi primeiramente descrita como uma entidade distinta por Gorling et al, em 1962, e recentemente foi denominada como tumor odontogênico cístico calcificante pela Organização Mundial de Saúde, em 2005, como resultado de seu comportamento neoplásico. O tumor odontogênico cístico calcificante pode ocorrer em associação com outros tumores odontogênicos, dentre estes o mais comum é o 81 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica odontoma, responsável por 24% dos casos. Os autores relatam um caso de uma tomagrafia computadorizada cone beam usada como método auxiliar no diagnóstico de um tumor odontogênico cístico calcificante, incompletamente diagnosticado através exame rotineiro de radiografia convencional em que houve sobreposição das lesões, associado com odontoma composto. O processo de diagnóstico do tumor odontogênico cístico calcificante juntamente o odontoma composto foi possível somente pela tomografia computadorizada cone beam. Localizados na maxila anterior em uma paciente do sexo feminino de 25 anos de idade, sem sintomatologia dolorosa, mucosa com aspectos normais, observando –se apenas um inchaço na região de incisivos centrais.O trabalho abordada aspectos clínicos, radiográficos e o tratamento cirúrgico, possibilitado pela visualização das avançadas técnicas de imagem tridimensional, que permitiram constatar e melhor tratamento desta significante lesão mista intraóssea na maxila. Tomografias computadorizadas cone beam são de extrema utilidade no diagnóstico de lesões. PC112 - CONTROLE DE INFECÇÃO EM RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA: VALIDAÇÃO DE UM PROTOCOLO. ELITA CAROLINE OLIVEIRA SANTOS; TESSA DE LUCENA BOTELHO; INARA CARNEIRO COSTA REGE. UNIP, GOIÂNIA, GO, BRASIL. Vários métodos têm sido descritos para impedir a penetração de microorganismos na rotina radiológica incluindo principalmente o uso de soluções para desinfecção e o uso de barreiras protetoras descartáveis, porém diversos fatores influenciam na eficácia destes métodos dentre eles o tempo de desinfecção, o recobrimento e desinfecção apenas da película radiográfica, mantendo o problema no uso de soluções na desinfecção dos posicionadores. O presente trabalho sugere um novo protocolo de controle de infecção cruzada durante o atendimento em radiologia odontológica, usando barreiras plásticas para filmes e posicionadores simultaneamente, associada à fricção em álcool 70% da película radiográfica. Com uma amostra de 15 pacientes divididos em 3 grupos sendo o grupo I utilizando-se o protocolo sugerido com utilização de invólucros plásticos descartáveis recobrindo filme/posicionador juntamente, seguido de desinfecção do filme por fricção com álcool 70%, o grupo II utilizando o protocolo sem a fricção com álcool 70% e o grupo III como controle sem barreiras plásticas nem desinfecção. Foram avaliadas 30 superfícies (15 filmes e 15 posicionadores) por teste microbiológico em meio de cultura, por 48 horas à 37°. Na análise microbiológica observou bactérias gram positivas referente ao grupo controle. O protocolo sugerido é de fácil execução, acessível e seguro validado através da avaliação microbiológica das superfícies envolvidas. O protocolo sugerido mostrou-se eficaz na proteção da contaminação cruzada em radiologia, não havendo contaminação das superfícies avaliadas. PC113 - COMPARAÇÃO DE DOIS MÉTODOS DE LOCALIZAÇÃO RADIOGRÁFICA:RADIOGRAFIA OCLUSAL ORTOGONAL E TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM. PEDRO BERNARDES; DANIEL FELIX. UNIVERSIDADE GAMA FILHO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. 82 As técnicas radiográficas convencionais têm como objetivo auxiliar no diagnóstico e planejamento cirúrgico, porém em alguns casos, não permitem um planejamento preciso. O presente estudo comparou duas técnicas de localização, a radiografia oclusal ortogonal e a tomografia computadorizada cone beam para o planejamento de uma cirurgia de canino incluso associado a um odontoma composto. O objetivo do presente estudo é demonstrar os novos recursos radiográficos para a localização de elementos inclusos. PC114 - VARIAÇÃO ANATÔMICA OU CÔNDILO BÍFIDO? MATHEUS LIMA DE OLIVEIRA; DANIELA BRAIT SILVA LADEIRA; SOLANGE MARIA ALMEIDA; FRAB NORBERTO BÓSCOLO; FRANCISCO HAITER NETO. FOP - UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL. O côndilo bífido é uma anomalia rara e, geralmente, por não apresentar sintomatologia clínica, é um achado radiográfico acidental. Caracteriza-se pela duplicação do côndilo mandibular, apresentando-se em sua maioria, com uma cabeça mesial e uma lateral, separadas por um sulco ânteroposterior. Porém, pode aparecer com uma cabeça anterior e uma posterior. A maior freqüência é de côndilo bífido unilateral, porém em algumas ocasiões os dois lados podem ser afetados. Esse tipo de anomalia tem etiologia e patogenia pouco conhecidas, mas sabe-se que alguns fatores podem levar a essa má formação como traumas, fraturas condilares, uso de drogas teratogênicas, herança genética, infecções, exposição às radiações ionizantes, dentre outras. Radiograficamente, o côndilo bífido apresenta a aparência bilobulada em sua cabeça, sendo necessário o uso de várias técnicas radiográficas em diferentes incidências, para confirmação do diagnóstico. O uso de tomografia computadorizada fan beam, tomografia de cone beam ou volumétrica e exame por ressonância magnética têm facilitado muito a conclusão dos casos. No presente trabalho, será relatado o caso de uma paciente do sexo feminino, 45 anos, que relatou dor à máxima abertura bucal, com desvio e estalido. Serão apresentadas as radiografias panorâmica e transcraniana, onde foi observada a presença de uma imagem bilobular no côndilo do lado direito; na tomografia linear e tomografia volumétrica, essa imagem não foi tão característica, sugerindo também uma variação anatômica. O objetivo desta apresentação é mostrar a importância da realização de vários métodos de diagnóstico por imagem quando a anomalia não é muito característica. PC115 - UTILIZAÇÃO DA FERRAMENTA INVERT DO SOFTWARE E-FILM, PARA AVALIAÇÃO DA POSIÇÃO DO DISCO ARTICULAR. MATHEUS LIMA DE OLIVEIRA; DANIELLE FROTA DE ALBUQUERQUE; FRAB NORBERTO BÓSCOLO; FRANCISCO HAITER NETO; SOLANGE MARIA ALMEIDA. FOP - UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL. A Articulação Temporomandibular (ATM) constitui um complexo sistema de estruturas intimamente associadas que, juntamente com outros componentes, compõem o sistema estomatognático. O estudo por imagem do movimento mandibular relacionado à anatomia da fossa, eminência articular e disco articular foi possível apenas através dos recursos fornecidos pelos exames de ressonância magnética e seus softwares correspondentes. No software e-film, a Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica ferramenta “inverting” permite que os pixels de baixo valor (escuros) tornem-se de alto valor (claros). No entanto, não se sabe se essa função traz benefícios de diagnóstico para o profissional. Então, neste trabalho avaliou-se a aplicabilidade da ferramenta “invert” do software eFilm Workstation. Sobre 30 imagens de ressonância magnética do disco articular foi confeccionada uma grade milimetrada. Cinco examinadores desenharam em folha de papel quadriculada a imagem do disco observada com e sem o uso da ferramenta “invert” sendo a imagem do disco quantificada pela quantidade de quadrados preenchidos. Os resultados foram submetidos à análise estatística. Valores dos coeficientes de correlação intra-classe apresentaram r>0,05 o que não demonstrou diferença estatisticamente significante entre os grupos. PC116 - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DO AMELOBLASTOMA DE CÉLULAS GRANULARES: RELATO DE UM CASO. MATHEUS LIMA DE OLIVEIRA; LUIS ANTONIO NOGUEIRA DOS SANTOS; SOLANGE MARIA ALMEIDA; FRAB NORBERTO BÓSCOLO; FRANCISCO HAITER NETO. FOP - UNICAMP, PIRACICABA, SP, BRASIL. Ameloblastomas são neoplasias odontogênicas benignas de origem epitelial, não mineralizadas, relativamente incomuns e que apresentam um comportamento localmente agressivo. Acometem predominantemente a mandíbula e podem atingir proporções variadas, de acordo com o tempo de evolução. Radiologicamente, comportam-se como lesões císticas uniloculadas ou multiloculadas. Os achados clínicos e radiográficos auxiliam no diagnóstico diferencial, embora a avaliação histológica seja necessária para a caracterização das lesões. Paciente do sexo feminino, 40 anos, foi encaminhada ao centro de imagens para avaliação de tumefação na face lado direito. Ao exame radiográfico panorâmico inicial observou-se extensa rarefação óssea do dente 31 ao dente 48 com limite inferior na base da mandíbula, presença de septos ósseos e pequenas áreas multiloculadas. Ausência dos dentes compreendidos entre os elementos 44 e 47 e reabsorção radicular externa dos dentes 31 ao 43. O trajeto do canal mandibular apresentavase descontínuo. A paciente foi submetida à biópsia incisional e o diagnóstico foi de ameloblastoma de células granulares. Foi solicitada tomografia computadorizada helicoidal (TC) para planejamento cirúrgico e avaliação do envolvimento de tecidos moles. Foram realizados cortes tomográficos axiais com 1 mm de espessura e 0,5mm de intervalo de reconstrução, com matriz de 512 x 512, 120Kv e 100mA, com contraste endovenoso e, em seguida, estudos multiplanares e reconstruções tridimensionais. Nas reconstruções multiplanares, observou-se lesão destrutiva provocando hiperosteose na base da mandíbula com áreas hipodensas multiloculares e destruição das corticais vestibular e lingual. Na região de mento havia expansão e perfuração da cortical vestibular não sendo constatado o envolvimento de tecidos moles. Os cortes coronais revelaram que a lesão estendiase até a raiz distal do dente 48 junto à cortical lingual. A TC combinada com a computação gráfica permitiu uma precisa avaliação das estruturas afetadas, possibilitando uma melhor interpretação e planejamento cirúrgico. PC117 - AVALIAÇÃO DO MÉTODO DE CELL BLOCK COMO EXAME COMPLEMENTAR NO DIAGNÓSTICO DAS LESÕES CÍSTICAS E TUMORAIS DOS MAXILARES. ANNE CAROLINE OENNING; MARIA INÊS MEURER; LILIANE JANETE GRANDO; ELENA RIET CORREA RIVERO; GRASIELI DE OLIVEIRA RAMOS. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL. Cistos e Tumores Maxilares são lesões comuns na clínica odontológica. Embora tenham características clínicas e radiográficas peculiares, o diagnóstico diferencial entre os diversos tipos de cistos odontogênicos/não odontogênicos, pseudocistos e tumores odontogênicos, representa um desafio profissional, sendo o diagnóstico definitivo destas patologias fundamental para o estabelecimento do prognóstico e tratamento. A técnica de cell block consiste na análise citopatológica de material proveniente de efusões e líquidos, sendo muito usada na Patologia Médica. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o uso do cell block na análise do material coletado de lesões com diagnóstico clínico/radiográfico de cistos ou tumores benignos dos maxilares. Uma amostra de 20 pacientes dos ambulatórios de Cirurgia/Traumatologia Bucomaxilofacial e de Estomatologia do Hospital Universitário/ UFSC, que apresentavam cistos ou tumores benignos dos maxilares foi submetida à punção aspirativa. As lesões foram posteriormente biopsiadas e submetidas a exame histopatológico. As análises através da técnica do cell block apontaram presença predominante de hemácias, algumas células inflamatórias e poucas células epiteliais em 14 casos e presença de paraceratina em 6 casos. As análises histopatológicas associadas aos dados clínicos permitiram o diagnóstico de 4 cistos residuais, 6 cistos radiculares, 1 cisto dentígero, 1 cisto nasopalatino e 6 tumores odontogênicos ceratocísticos. A técnica do cell block mostrou ser uma técnica barata, rápida e de simples execução. Preparações celulares emblocadas pela técnica de cell block, a partir de punção aspirativa, foram úteis no estabelecimento do diagnóstico diferencial entre o Tumor Odontogênico Ceratocístico e outros cistos e tumores dos maxilares, auxiliando no planejamento terapêutico dessas lesões. PC118 - USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM NA LOCALIZAÇÃO DE LESÕES PERIAPICAIS INFLAMATÓRIAS – RELATO DE UM CASO. MARIA PAULA GASPARINI MACHADO; LUIZ FERNANDO DELUIZ. UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. A radiografia desempenha um papel preponderante na investigação das regiões do periápice dentário e todo tecido ósseo que o circunda, detectando as lesões que ali possam se localizar, principalmente quando estas estão isentas de sintomatologia clínica. É portanto um meio de diagnóstico imprescindível pois, através dela além de visualizarmos as lesões existentes, podem-se determinar suas relações, tamanho e possíveis origens. Dentre os exames disponíveis destaca-se a utilização da Tomografia Computadorizada Cone Beam (TCCB), pois esta possui importante papel no diagnóstico e planejamento terapêutico das lesões inflamatórias que acometem a região maxilo- facial. A Tomografia Computadorizada Cone Beam (TCCB) possibilita o estudo em múltiplas projeções, favorecendo a visualização 83 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica da lesão em cortes axiais, coronais, sagitais e transaxiais, facilitando a sua localização, seu diagnóstico, e a sua relação com outras estruturas anatômicas. Paciente GCS, sexo masculino, 32 anos, leucoderma, assintomático apresentouse á Clínica da Universidade Estácio de Sá para tratamento odontológico. Foi solicitada uma radiografia panorâmica para planejamento e confecção do plano de tratamento. Observouse após exame extensa área radiolúcida associada ao elemento 12. Devido a sobreposição de estruturas e a dificuldade de localizar a lesão em todas as suas extensões, foi solicitado um exame tomográfico (TCCB). O estudo tomográfico evidenciou através dos seus múltiplos cortes a exata dimensão da lesão e que a mesma possuía uma fenestração pela tábua vestibular e palatina. 84 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica NORMAS P ARA PUBLIC AÇÃO PARA PUBLICAÇÃO OBJETIVO DA REVISTA A Revista da Associação Brasileira de Radiologia Odontológica é uma publicação semestral e tem como objetivo registrar a produção científica na área da Radiologia Odontológica, fomentando o estudo e proporcionando a atualização dos profissionais da especialidade. A produção científica baseia-se em trabalhos completos relevantes e inéditos sobre temas atuais ou emergentes no campo da Radiologia Odontológica, constituindo-se de artigos, os quais deverão ser originais de experimentação clínica e aplicada, tendo estes prioridade em publicação; relatos de casos clínicos; revisões literárias; atualizações (a convite do editor); relato técnico; e cartas ao editor. Trabalhos com objetivo meramente comercial não serão aceitos, bem como aqueles que já foram publicados anteriormente ou que estão sendo considerados para publicação em outro periódico, quer seja no formato impresso ou eletrônico. As normas para publicação que se seguem foram baseadas no formato proposto pelo Comitê Internacional de Editores de Jornais Médicos (International Committee of Medical Journal Editors - ICMJE) e pode ser visto no site: www.icmje.org. INFORMAÇÕES GERAIS - DA AUTORIA O conceito de autoria está baseado na contribuição substancial de cada uma das pessoas listadas como autores, no que se refere, sobretudo, à concepção do projeto de pesquisa, à análise e interpretação dos dados, à redação e à revisão crítica. Cada publicação pode incluir no máximo 5 autores, com exceção da publicação tipo atualização, na qual serão permitidos 2 autores. Trabalhos com número excedente de autores devem ser acompanhados por declaração certificando explicitamente a contribuição de cada um dos autores. Não se justifica a inclusão de nome de autores cuja contribuição não se enquadre nos critérios acima, podendo, neste caso, figurar na seção “Agradecimentos”. Deve ser indicado o nome de um dos autores (autor correspondente), que será o autor responsável pela correspondência com a Revista, e seu respectivo endereço, incluindo telefone, fax e endereço eletrônico, devendo mantê-lo atualizado. - DO TEXTO Serão considerados trabalhos redigidos em português ou inglês, no formato eletrônico em documento tipo Microsoft Word, utilizando espaçamento de 1,5cm; papel ISO A4 (212x297mm); margens laterais de 2,5cm; fonte Times New Roman, tamanho 12. O número de páginas depende do tipo de publicação. - DA FORMA DE SUBMISSÃO Os trabalhos deverão ser enviados diretamente ao Editor, Profa. Dra. Solange Maria de Almeida, via eletrônica, para o endereço: [email protected]. O texto e as figuras do artigo deverão ser enviados em documentos distintos, como anexos. No corpo do e-mail deverá constar apenas uma solicitação para a apreciação do artigo intitulado [Título do artigo], para possível publicação na revista da ABRO. Após o recebimento, o trabalho receberá um número de identificação que deverá ser usado em qualquer comunicação com a revista. - DA DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE Os autores, no ato da submissão do artigo, deverão enviar via postal, a Declaração de Responsabilidade e a Transferência dos Direitos Autorais do artigo para a Revista da ABRO, aos cuidados da Profa. Dra. Solange Maria de Almeida, para o seguinte endereço: Faculdade de Odontologia de Piracicaba/UNICAMP, Área de Radiologia Odontológica, Av. Limeira, 901, Bairro Areião. Caixa Postal 52, CEP: 13.414– 901. Piracicaba, SP-Brasil. Estes documentos deverão ser assinados por todos os autores do artigo. A falta de assinatura de um ou de todos os autores será interpretada como desinteresse ou desaprovação à publicação do trabalho, determinando assim a exclusão automática do autor ou do artigo pelo Editor. Nesta correspondência deverão constar os dados do artigo, endereço do autor correspondente, incluindo e-mail e número do telefone. MODELO DE DECLARAÇÕES (1) Declaração de Responsabilidade Nós, autores do artigo intitulado [título do artigo], o qual submetemos à apreciação da Revista da ABRO para nela ser publicado, declaramos que: - Participamos suficientemente da pesquisa e/ou da confecção do artigo para tornar pública nossa responsabilidade pelo seu conteúdo. - O trabalho é original, não contendo dados falsificados, plagiados ou fraudulentos e que nem este trabalho, em parte ou na íntegra, nem outro trabalho com conteúdo substancialmente similar, foi publicado ou está sendo considerado para publicação em outra revista, quer seja no formato impresso ou no eletrônico, até que uma decisão final seja emitida por esta revista. - Se solicitado, forneceremos ou cooperaremos totalmente na obtenção e fornecimento de dados sobre os quais o trabalho está baseado, para exame dos editores. ________________ ____________ __________ Nome do autor Assinatura Data (2) Transferência de Direitos Autorais Nós, autores correspondentes do artigo intitulado [título 85 Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica do artigo], que foi submetido à apreciação da Revista da ABRO para nela ser publicado, declaramos que em caso de aceitação do artigo, concordamos que os direitos autorais a ele referentes se tornarão propriedade exclusiva desta revista, vedado qualquer produção, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação, impressa ou eletrônica, sem que a prévia e necessária autorização seja solicitada e, se obtida, faremos constar o competente agradecimento à Revista da ABRO e os créditos correspondentes. ________________ ____________ __________ Nome do autor Assinatura Data ESTRUTURA GERAL DA PUBLICAÇÃO 1. Página de identificação: constando, o título do trabalho em português e em inglês (84 caracteres incluindo espaço); nome completo dos autores com a principal titulação e afiliação; endereço para correspondência incluindo número de telefone, fax e endereço eletrônico do autor correspondente para o qual serão encaminhadas as futuras correspondências. 2. Página de Rosto: constando apenas o título do trabalho em português e em inglês. 3. Resumo: deverá ser estruturado contendo: objetivos, material e métodos, resultados e conclusão. Não deve exceder 250 palavras. Abaixo do resumo, especificar até 4 descritores que definam o assunto. Os descritores deverão ser baseados no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) publicado pela Bireme que é uma tradução do MeSH (Medical Subject Headings) da National Library of Medicine e disponível no endereço eletrônico: http://decs.bvs.br. 4. Abstract: tradução para o inglês do resumo incluindo 4 Keywords. 5. Introdução: exposição geral do tema, contendo, de modo sucinto, a Revisão da Literatura e os objetivos. 6. Material e Métodos: descrição do material utilizado e da metodologia aplicada. Devem-se usar as unidades do Sistema Internacional, citando detalhes sobre equipamentos e softwares (nome, modelo, fabricante, país). Indicar o número do protocolo do Comitê de Ética em Pesquisa, quando pertinente. 7. Resultados: reportados de forma direta, na mesma ordem em que o experimento foi descrito em material e métodos, lançando mão, sempre que possível, de tabelas e gráficos que facilitem a compreensão. Não discutir essa seção. 8. Discussão: devem ser comentados os resultados, sua relação com a literatura científica existente e sua importância para a Radiologia Odontológica. 9. Conclusão: pode ser incluída no ultimo parágrafo da discussão ou formar um tópico à parte. 10. Agradecimento: deve ser breve e incluir, caso exista, o suporte financeiro da pesquisa. 11. Referências Bibliográficas: em número máximo de 30. No texto devem aparecer em ordem numérica de citação, em números sobrescritos colocados após o ponto final da 86 frase, começando do número 1. A exatidão das referências bibliográficas e a correta citação no texto são de responsabilidade dos autores. Forma de citação dos autores no texto: a) apenas numericamente: “... essa entidade patológica desenvolve-se durante a puberdade e raramente inicia-se após a segunda década de vida.2,3” b) alfanumericamente: - 1 autor: Santos12 (1986) - 2 autores: Santos e Carvalho14 (1987) - 3 ou mais autores: Santos et al.16 (1989) No final do texto as referências devem ser listadas em ordem de citação, digitadas em espaço duplo e identificadas com números arábicos. A apresentação deverá basear-se no formato Vancouver, conforme exemplos a seguir. Os títulos de periódicos deverão ser abreviados de acordo com o estilo apresentado pela List of Journal Indexed in Index Medicus, da National Library of Medicine (para títulos estrangeiros) e de acordo com a Bireme (para títulos nacionais). Para todas as referências, quando houver até seis autores, todos devem ser citados. Acima de seis autores, devem-se citar os seis primeiros, seguidos da expressão et al. EXEMPLO DE REFERÊNCIAS 1. Artigo em periódico: Vascocelos-Filho JO, Manzi FR, Freitas DQ, Bóscolo FN, Almeida SM. Evaluation of temporomandibular joint in stressfree patients. Dentomaxillofac. Radiol. 2007; 36: 336-340. 2. Citação de livro: Isberg A. Temporomandibular Joint Dysfunction – A Practitioner´s Guide (2nd ed). London: Taylor & Francis Group, 2003. 3. Capítulo de livro: Langlais, RP; Langland OE; Nortjé, CJ. Multilocular Radiolucencies. In: Diagnostic Imaging of the Jaws. Malvern, PA: Williams & Wilkins, 1995, pp 327–384. 4. Monografias, dissertações, e teses: Pontual, AA. Estudo Comparativo de Três Sistemas Digitais sem Cabo no Diagnóstico de Cáries Proximais. [tese]. Piracicaba: UNICAMP/FOP; 2007. 12. Tabelas: Digitar cada tabela em folha separada, com espaço 1,5cm. A numeração deve ser seqüencial, em algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto. Todas as tabelas deverão ter título e cabeçalho para cada coluna. No rodapé devem constar legendas para abreviaturas e testes estatísticos, quando utilizados. 13. Figuras: devem apresentar, em média, o tamanho de 84mm x 175mm, não devendo ultrapassar essas medidas. Pequenas variações para menos são aceitáveis. Os arquivos de imagens devem ser em formato TIFF ou JPEG, sendo o formato TIFF preferível para exames de imagens. Arquivos em formato JPEG devem ser salvos em qualidade máxima (ex. “10” ou “12”). As figuras devem apresentar no mínimo 300 dpi de resolução. Cada figura deve ser salva em um arquivo separado e nomeado como “Figura 1”, “Figura 2”, etc. Revista da ABRO - Associação Brasileira de Radiologia Odontológica Digitar as legendas para as ilustrações em páginas separadas, usando espaço 1,5cm. Cada legenda deve ser numerada em algarismos arábicos, correspondendo a cada ilustração e na ordem que foram citadas no texto. O número de figuras, incluindo fotografias, tabelas, esquemas e gráficos não deve exceder 10, em qualquer tipo de produção, estando esse limite dentro do número de páginas de cada tipo de artigo. As imagens devem ser enviadas em formato preto e branco. Caso haja preferência dos autores para a publicação de imagens coloridas, os custos desta reprodução serão cobrados dos autores, a depender do número e tamanho das imagens. Tipos de PUBLICAÇÕES 1. ARTIGO ORIGINAL: Contribuição destinada a divulgar resultados de pesquisa original inédita devendo ser objetivo, máximo de 18 páginas, visando elucidar as questões que pretendeu responder. É recomendado incluir apenas os dados imprescindíveis, evitando-se tabelas muito longas, com dados dispersos e de valor não representativo. Quanto às figuras, não serão aceitas aquelas que repetem dados de tabelas. As referências bibliográficas devem ser estritamente pertinentes e relevantes à problemática abordada, evitandose a inclusão de número excessivo de referências numa mesma citação e dando preferência as mais atuais. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Página de Rosto, 3. Resumo, 4. Abstract, 5. Introdução, 6. Material e Métodos, 7. Resultados, 8. Discussão, 9. Conclusão, 10. Agradecimento (se houver), 11. Referências Bibliográficas, 12. Tabelas, 13. Figuras. 2. RELATO DE CASO CLÍNICO: Contribuição destinada a divulgar caso clínico, correlacionando-o com a literatura existente. Máximo de 08 páginas. Deve conter dados clínicos, radiográficos e histopatológicos relevantes para confirmação do diagnóstico. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Página de Rosto, 3. Resumo, 4. Abstract, 5. Introdução, 6. Descrição do caso, 7. Discussão, 8. Agradecimento (se houver), 9. Referências Bibliográficas. 3. ATUALIZAÇÃO (A CONVITE DO EDITOR): Discussão e revisão temática da literatura focando a atualização sobre o tema abordado. Máximo de 18 páginas. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Resumo, 3. Abstract, 4. Introdução, 5. Discussão, 6. Conclusão, 7. Agradecimentos (se houver), 8. Referências Bibliográficas, 9. Tabelas, 10. Figuras. 4. REVISÃO LITERÁRIA: Contribuição destinada à avaliação crítica e sistematizada da literatura sobre determinado assunto devendo conter conclusões. Máximo de 15 páginas. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Página de Rosto, 3. Resumo, 4. Abstract, 5. Introdução, 6. Discussão, 7. Agradecimento (se houver), 9. Referências Bibliográficas. 5. RELATO TÉCNICO: Contribuição destinada a descrever uma técnica radiográfica, um software ou outro procedimento técnico de interesse para o clínico ou pesquisador. Máximo de 04 páginas. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Página de Rosto, 3. Resumo, 4. Abstract, 5. Introdução, 6. Discussão, 7. Referências Bibliográficas, 8. Tabelas e 9. Figuras. 6. CARTA AO EDITOR: Visa discutir artigos recentes publicados na Revista; sugestões e críticas. Máximo de 01 página. Estrutura: 1. Página de identificação, 2. Texto. Etapas PARa Avaliação doS TRABALHOS Todos os trabalhos serão apreciados inicialmente pelo Corpo Editorial quanto à adequação do conteúdo ao perfil da revista. Após aprovação inicial, os trabalhos serão encaminhados para análise e avaliação, realizadas por 03 Consultores Científicos, sendo o anonimato dos autores garantido em todo o processo de julgamento, o qual se constitui das seguintes categorias: • Aceito; • Aceito, após pequena alteração; • Aceito, após grande alteração; • Rejeitado. Para que o trabalho seja aceito ou rejeitado, deve prevalecer o julgamento de dois dos três consultores. Os trabalhos rejeitados serão devolvidos, acompanhados de carta justificativa. Os trabalhos aceitos serão enviados aos autores, juntamente com os comentários e sugestões dos Consultores Científicos, para as adequações, quando necessárias. Após re-enviado à revista com as adequações e/ou comentários sobre a aceitação ou não aceitação das sugestões dos Consultores, o trabalho será novamente encaminhado a estes e somente após a aprovação final pelos Consultores, os artigos serão considerados aceitos para publicação, sendo então submetidos à revisão do português e formatação final. A versão final será enviada para o autor correspondente que retornará o trabalho após consideração das alterações sugeridas pelo corretor de português. Antes da impressão final, os autores receberão cópia do trabalho em formato PDF para aprovação, tendo no máximo sete dias para retornar o trabalho. Caso contrário, o Corpo Editorial aprovará automaticamente este como a versão final sem possibilidade de alterações posteriores. Após a publicação da Revista o autor correspondente receberá um e-mail contendo o arquivo final do trabalho em formato PDF para fins de duplicação e uso pessoal. LISTA DE CHECAGEM • Página de identificação: título do trabalho, em português e inglês (84 caracteres), nome completo e principal titulação dos autores e endereço para correspondência do autor correspondente. 87 • • • • • • • • Página de rosto: título do trabalho (português/inglês). Resumo/Abstract (250 palavras). Formatação: espaçamento 1,5cm, papel A4, fonte Times New Roman, tamanho 12, margens laterais de 2,5cm e páginas numeradas em algarismos arábicos. Número de páginas do trabalho (que dependerá do tipo de trabalho submetido). Figuras, não incluídas no texto: resolução: 300 dpi, tamanho: 84mm x 175mm, formato: TIFF ou JPEG e legenda (“Figura 1”, “Figura 2”) das imagens. Incluir: agência financiadora, número do processo, e número do comitê de ética, caso os possua. Referências bibliográficas: normalizadas segundo estilo Vancouver, aparecendo no manuscrito em ordem numérica de citação, em números sobrescritos após o ponto final da frase. Declarações de Responsabilidade e Termo de Transferência de Direitos autorais. Responsabilidade pelo conteúdo Os conceitos e as informações emitidos nos trabalhos publicados na Revista da ABRO são de responsabilidade exclusiva dos autores, não refletindo obrigatoriamente a opinião do Corpo Editorial. 88 89 90 91 92