Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores de Coimbra Bolsa de Integração à Investigação Bolseiro: Tiago Pereira da Silva Monteiro Professor Coordenador: Prof. Doutor João António Esteves Ramos Analisar as diferentes propriedades dos vãos envidraçados e as medidas correctivas de protecção solar, pois podem condicionar substancialmente o desempenho energético dos edifícios e as suas condições de conforto térmico; Caracterizar os vãos envidraçados de um edifício escolar existente localizado em Leiria, como caso de estudo; Avaliar o seu desempenho energético a partir da caracterização inicial do edifício, e numa segunda situação, com a introdução de novas medidas correctivas de protecção solar, em duas estações do Ano, nomeadamente Inverno e Verão; Concluir sobre a relevância da aplicação de medidas correctivas nos vãos envidraçados, com vista à melhoria da sua eficácia energética. Área e Orientação: Tipo de Vidro: Tipo de Janela e Caixilharia: Fonte: Giacomini, 2005 Fonte: Gugliermetti, 2007 Ângulo Solar Incidente: Interior e Exterior: Palas de Sombreamento: Fonte: Mendonça, 2002 Localização: Concelho: Leiria Ano de Construção: 2003 Cota de implantação (z): 57,70 m Distância ao mar: 17,8 Km Zona Climática: I2, V1 Tipologia Edifício: Tipo de actividade: Ensino Superior Área útil de pavimento (Ap): 8851 m² Fachada Sudeste Fachada Noroeste Vista Aérea do Edifício: Fachada Sudoeste Fachada Nordeste Envidraçado do Tipo 1: Caixilharia metálica, com corte térmico; Janela giratória / fixa; Vidro duplo incolor com espessura de 5mm vidro interior, 10mm entre os vidros e 4mm vidro exterior; Envidraçado Tipo 1, Vista Interior Com protecção interior. Envidraçado do Tipo 2: Idém tipo 1, mas com protecção interior e exterior. Envidraçado Tipo 2 Envidraçado do Tipo 3: Idém tipo 1, mas sem protecção interior e exterior. Envidraçado Tipo 3 Envidraçado do Tipo 4: Caixilharia metálica, com corte térmico; Janela fixa inclinada, com um ângulo de 47° com a horizontal; Vidro duplo incolor com espessura de 4mm vidro interior, 10mm entre os vidros e 5mm vidro exterior; Com protecção exterior. Envidraçado Tipo 4, Vista Exterior Envidraçado do Tipo 5: Caixilharia metálica, com corte térmico; Janela fixa inclinada; Vidro duplo incolor com espessura de 4mm vidro interior, 10mm entre os vidros e 5mm vidro exterior; Sem protecção interior e exterior. Envidraçado Tipo 5, Vista Exterior Envidraçado do Tipo 6: Caixilharia metálica, com corte térmico; Porta giratória; Vidro duplo incolor com espessura de 5mm vidro interior, 10mm entre os vidros e 4mm vidro exterior; Envidraçado Tipo 6, Vista Interior Com protecção interior. Envidraçado do Tipo 7: Caixilharia metálica, com corte térmico; Janela giratória; Vidro duplo incolor com espessura de 5mm vidro interior, 10mm entre os vidros e 4mm vidro exterior; Sem protecção interior e exterior. Envidraçado Tipo 7, Vista Exterior Protecção Solar Exterior: Estores venezianos de lâminas metálicas, motorizados Elevada permeabilidade ao ar; Não opacos, de cor cinzenta. Protecção Solar Interior: Cortinas interiores opacas Elevada permeabilidade ao ar; De cor branca. Estores venezianos de lâminas metálicas Elevada permeabilidade ao ar; Não opacos, de cor branca. Introdução de Protecções Solares: Colocação de palas fixas de sombreamento horizontal nos vãos envidraçados 2, 4, e 6; Colocação de estores venezianos de lâminas metálicas cinzentas, motorizados, pelo exterior nos vãos envidraçados 1, 3, 5, 7, 16, 17, 18, 19. Tipo Orientação Totais Área Folha de U (W/m2.°C) Protecção Solar Cálculo ITeCons EV T1 SE 207,63 Env. 1 3,14 Int. Cortina Ext. Estore SE 114,52 Env. 2 3,14 Int. Estore Ext. Pala Fixa SW 37,96 Env. 3 3,14 Int. Cortina Ext. Estore SW 76,17 Env. 4 3,14 Int. Estore Ext. Pala Fixa NE 198,94 Env. 5 3,14 Int. Cortina Ext. Estore NE 191,8 Env. 6 3,14 Int. Estore Ext. Pala Fixa NW 184,07 Env. 7 3,14 Int. Cortina Ext. Estore SE 15,33 Env. 16 3,54 Exterior Estore NW 4,43 Env. 17 3,54 Exterior Estore N 154,35 Env. 18 3,54 Exterior Estore S 154,36 Env. 19 3,54 Exterior Estore EV T5 Utilizando o ITeCons Situação Referência Situação Corrigida Introdução de Palas de Sombreamento horizontais e Estores de Lâminas Metálicas Motorizados no Exterior Determinou-se para ambos os casos as Perdas de Calor e Ganhos Solares pelos Vãos Envidraçados, Inverno e Verão Determinaram-se os Balanços Energéticos dos Vãos Envidraçados para ambos os casos Decreto-Lei nº 80/2006 (RCCTE), para os valores Fg, Fw, Fh, F0, Ff, gvidro e g100% Estabeleceu-se uma base comparativa para verificar se as medidas correctivas contribuíram para um Edifício mais Eficiente Verificou-se que as perdas de calor a partir dos vãos envidraçados são muito superiores no Inverno em comparação com a situação no Verão. Como seria de esperar, visto não se ter alterado a caixilharia nem o vidro, a situação de referência apresenta valores idênticos à situação corrigida. Após aplicação de medidas correctivas nos vãos envidraçados do edifício, observa-se um decaimento nos ganhos solares comparativamente à situação de referência, devido à aplicação das palas fixas! Um reduzido ganho solar no Verão torna-se benéfico para o edifício na medida em que diminuem as necessidades de arrefecimento do edifício. Contudo, a introdução de palas de sombreamento horizontais fixas contribui para que existam menores ganhos solares no Inverno, o que se pode tornar menos benéfico. No Inverno a situação de referência apresenta necessidades de aquecimento menores em comparação com a situação corrigida; No Verão a situação de referência apresenta necessidades de arrefecimento maiores em comparação com a situação corrigida. Inverno: ΔQ = Qout – Qin Verão: ΔQ = Qin – Qout Os vãos envidraçados são elementos que facilitam a entrada de radiação solar proporcionando iluminação natural e ganhos de energia sob a forma passiva, o que realça a importância de medidas correctivas de protecção solar para salvaguardar o conforto térmico dos ocupantes e reduzir as necessidades energéticas dos edifícios; Para testar a eficiência destes sistemas de protecção, caracterizaram-se os vãos envidraçados de um edifício escolar existente localizado em Leiria e calcularam-se os seus desempenhos energéticos através da realização de balanços energéticos, quer no Inverno, quer no Verão; Verificou-se que durante o Inverno, na situação de referência, são requeridas menores necessidades de aquecimento para o edifício em comparação com a situação corrigida, enquanto que durante o Verão, na situação de referência, são requeridas maiores necessidades de arrefecimento em comparação com a situação corrigida; Apesar do aumento das necessidades de aquecimento na situação corrigida, em relação à situação de referência, compensa instalar medidas de protecção solar pois diminui consideravelmente as necessidades de arrefecimento no Verão; O dimensionamento do ângulo das palas fixas requer estudo geométrico adequado, tendo em conta as alturas solares no Inverno e no Verão; Em alternativa, sendo menos viável em termos técnico–económicos, poderão ser assumidas palas com lâminas reguláveis, preferencialmente motorizadas.