programa

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PROGRAMA
SOCIOLOGIA
10.º, 11.º e 12.º ANOS DE ESCOLARIDADE
República Democrática de Timor-Leste
Ministério da Educação
[1]
PROGRAMA
SOCIOLOGIA
10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade
Título:
Sociologia
Ano de Escolaridade:
10.º, 11.º e 12.º Anos
Autores:
Teresa Carvalho
Rui Santiago
Zélia Breda
Coordenadora de disciplina:
Teresa Carvalho
Consultora científica:
Maria Johanna Schouten
Colaboradora:
Andreia Ferreira
Colaboração das equipas técnicas timorenses da disciplina:
Este Programa foi elaborado com a colaboração de Equipas Técnicas Timorenses
da Disciplina, sob a supervisão do Ministério da Educação de Timor-Leste
Design e Paginação:
Esfera Crítica Unipessoal, Lda.
Conceção e elaboração:
Universidade de Aveiro
Coordenação geral do Projeto:
Isabel P. Martins
Ângelo Ferreira
Projeto - Reestruturação Curricular do Ensino Secundário Geral em Timor-Leste
Cooperação entre o Ministério da Educação de Timor-Leste, o Instituto Português de
Apoio ao Desenvolvimento, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Universidade de Aveiro
Financiamento do Fundo da Língua Portuguesa
[2]
ÍNDICE
PROGRAMA DE SOCIOLOGIA
1. VISÃO GERAL DO PROGRAMA DE SOCIOLOGIA PARA O CICLO DE ESTUDOS ........................................... 4
2. COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER PELOS ALUNOS ................................................................................... 5
2.1 COMPETÊNCIAS GERAIS TRANSVERSAIS ........................................................................................... 5
2.2 COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS ............................................................................................................ 5
3. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA PARA O CICLO DE ESTUDOS ........................................... 6
4. PROGRAMA DE SOCIOLOGIA – 10.º ANO DE ESCOLARIDADE .................................................................. 8
4.1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................ 8
4.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS .............................................................. 9
UNIDADE TEMÁTICA 1: A SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA ................................................................................ 9
UNIDADE TEMÁTICA 2: CULTURA E SOCIEDADE ....................................................................................... 10
UNIDADE TEMÁTICA 3: SOCIEDADE E INDIVÍDUO ..................................................................................... 12
5. PROGRAMA DE SOCIOLOGIA – 11.º ANO DE ESCOLARIDADE ................................................................ 14
5.1 APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................. 14
5.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS ............................................................ 15
UNIDADE TEMÁTICA 1: TIPOS DE SOCIEDADE .......................................................................................... 15
UNIDADE TEMÁTICA 2: SOCIEDADE TIMORENSE E GLOBALIZAÇÃO ............................................................... 17
UNIDADE TEMÁTICA 3: SISTEMAS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL .................................................................... 19
6. PROGRAMA DE SOCIOLOGIA – 12.º ANO DE ESCOLARIDADE ................................................................ 21
6.1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 21
6.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS ............................................................ 22
UNIDADE TEMÁTICA 1: O TRABALHO NAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS ................................................... 22
UNIDADE TEMÁTICA 2: EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO .................................................................................... 24
UNIDADE TEMÁTICA 3: GOVERNO E POLÍTICA ......................................................................................... 26
7. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ........................................................................................................... 28
8. RECURSOS DIDÁTICOS ............................................................................................................................ 29
9. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS ......................................................................................................... 29
10. BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA ............................................................................................................. 30
[3]
PROGRAMA DA DISCIPLINA
SOCIOLOGIA
1. VISÃO GERAL DO PROGRAMA DE SOCIOLOGIA PARA O CICLO DE
ESTUDOS
A disciplina de Sociologia integra o currículo dos alunos que seguem o percurso das Ciências
Sociais e Humanidades nos três anos do ensino secundário de Timor-Leste. A sua inclusão
neste currículo tem como propósito estimular a análise crítica e a compreensão da realidade
social, cultural e política de Timor-Leste. Esta disciplina permite aos alunos olhar e interpretar
a realidade timorense de uma forma mais consciente e crítica e, assim, nela se situarem como
cidadãos mais esclarecidos, responsáveis e ativos.
A inclusão da Sociologia no currículo do ensino secundário timorense permite a iniciação dos
alunos a uma nova perspetiva do saber científico sustentada nas tradições das abordagens da
Sociologia e da Antropologia. Tal iniciação, ao mesmo tempo que contribui para a divulgação
do pensamento sociológico e antropológico, também se propõe promover o uso de
metodologias de análise da realidade macro e micro social de Timor-Leste. Este programa
procura dar uma visão de conjunto de algumas das questões fundamentais da Sociologia e
Antropologia, combinando-as com vários aspetos sociais e culturais – ‘tradicionais’ e
‘modernos’ – que fazem parte da vida quotidiana, da cultura e da organização social e política
da sociedade timorense.
O programa está organizado em diversos temas que fazem parte do conhecimento
especializado da Sociologia e da Antropologia. Não segue, no entanto, o que é mais tradicional,
não apresentando de uma forma cronológica, ou histórica, as teorias que fazem parte das duas
disciplinas. Antes aborda algumas unidades temáticas mais orientadas para a Sociologia ou
para a Antropologia e, outras que combinam os contributos das duas disciplinas. Os subtemas
são selecionados de acordo com os materiais e documentos que se apresentam como mais
relevantes para a sociedade timorense.
A compreensão da realidade macro social centra-se na consideração das inter-relações
complexas entre indivíduo e sociedade, através das quais é construída a cultura e se
apreendem as normas e valores sociais. Ao nível micro, o conhecimento centra-se nos
domínios sociais da política, economia, trabalho e educação. Os alunos terão a oportunidade
de contactar com as tradições analíticas na compreensão do lugar do trabalho nas diversas
sociedades, dos diferentes papéis do Estado e da política, bem como das formas distintas de
organização das sociedades e dos sistemas educativos. Neste último ponto explora-se, de
forma particular, a relação entre educação, formação e trabalho.
No âmbito das Ciências Sociais, a Sociologia e a Antropologia são disciplinas que propõem, de
forma crítica, um conjunto de reflexões, de conhecimentos e de intervenções sobre as
sociedades contemporâneas, quer ao nível local, quer global. Na atualidade, as sociedades são
muito complexas, fazendo parte de redes globais em permanente mudança. Tal obriga a que
os indivíduos, os grupos sociais e as comunidades que as compõem tenham de lidar com novas
situações e acontecimentos globais, tomando consciência, por um lado, da sua posição no
sistema, e sendo, por outro lado, capazes de tomar decisões de forma autónoma e criativa.
São finalidades da disciplina para os três anos:
Situar a Sociologia nas Ciências Sociais e Humanidades, explorando, de forma particular, a sua
relação com a Antropologia Social e Cultural.
Desenvolver pensamento sociológico crítico e reflexivo que sirva como suporte ao
prosseguimento de estudos e à inserção na vida ativa.
[4]
Mobilizar conhecimentos da Sociologia e da Antropologia para, numa perspetiva comparativa,
melhor compreender a sociedade timorense e as suas formas de organização e
funcionamento.
Tomar conhecimento dos principais conceitos e metodologias de análise utilizados na
Sociologia e na Antropologia.
Desenvolver a capacidade de aplicação, a um nível de iniciação, das noções, conceitos e
metodologias da Sociologia e Antropologia em estudos sobre a realidade timorense.
Contribuir para a consciencialização e valorização da diversidade cultural e do respeito pelo
outro.
Desenvolver capacidades de reflexão e intervenção sobre os problemas sociais timorenses.
2. COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER PELOS ALUNOS
Tendo por base a noção de que esta disciplina se propõe iniciar os alunos a uma nova
perspetiva do conhecimento, que poderão aprofundar posteriormente ao nível do
prosseguimento de estudos ou aplicar quotidianamente nas suas atividades, esta iniciação
requer a aquisição das seguintes competências gerais e específicas:
2.1 Competências gerais transversais
 Desenvolver a capacidade de leitura, análise e interpretação crítica de vários tipos de
textos e documentos;
 Promover a capacidade de escrever diferentes tipos de textos e de se expressar
oralmente em distintos contextos sociais;
 Consolidar o uso correto da Língua Portuguesa e a utilização de tecnologias de
informação para pesquisar e comunicar;
 Adquirir hábitos de trabalho e de estudo individual e em grupo;
 Promover a capacidade de trabalho autónomo com consciência ética, responsabilidade
social e espírito de cidadania;
 Compreender a complexidade da realidade social e da sua constante interdependência
com o meio ambiente como forma de alertar para a importância da promoção da
sustentabilidade;
 Interpretar a diversidade cultural e compreender a importância do respeito pelo outro.
2.2 Competências específicas
Avaliar a utilidade dos conceitos sociológicos e antropológicos na aquisição e desenvolvimento
de capacidades de análise crítica da realidade social;
Identificar os diferentes métodos e técnicas de recolha de dados usados nos estudos
sociológicos e antropológicos;
Reconhecer a adequação da Sociologia e Antropologia para a análise e compreensão da
sociedade timorense;
Conhecer, numa perspetiva comparativa, as formas de organização e a cultura da sociedade
timorense;
Aplicar, ao nível da iniciação, noções e conceitos da Sociologia e da Antropologia no
desenvolvimento de estudos sobre aspetos da vida social, cultural e política de Timor-Leste;
[5]
Aplicar, a um nível de iniciação, as principais noções e conceitos da Sociologia e da
Antropologia à análise de textos e documentos;
Identificar as distintas formas de socialização e a sua relação com as diferentes culturas e
modos de vida presentes na sociedade timorense;
Identificar processos de aculturação na sociedade timorense;
Interpretar a noção e o papel dos preconceitos, estereótipos e representações sociais na vida
quotidiana;
Reconhecer formas de desigualdade traduzidas na estratificação social.
Conhecer diferentes conceções e formas de organização do Estado e do sistema político;
Conhecer distintos modos de organização económica e do trabalho.
Analisar os potenciais efeitos da globalização na sociedade timorense;
Avaliar o papel da educação e formação no desenvolvimento económico, político, social e
cultural de Timor-Leste.
3. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA PARA O CICLO DE
ESTUDOS
Os conteúdos do programa de Sociologia estão definidos de acordo com as suas finalidades e
objetivos, tendo em atenção os contextos socioculturais de Timor-Leste e as características dos
alunos a que se destina. Na escolha dos temas prevaleceu a sua relevância científica, a um
nível de iniciação, tal como a sua atualidade e importância no funcionamento da sociedade
timorense.
Num primeiro nível (10.º ano), o contacto com a Sociologia torna imperativo clarificar as
características que permitem a sua classificação como conhecimento científico. De igual modo,
a contextualização do enquadramento da Sociologia nas Ciências Sociais permite a clarificação
da sua proximidade com a Antropologia. O caráter científico destas áreas disciplinares está
associado à utilização de métodos e técnicas de análise que lhe são específicos e que
permitem a rutura com a realidade circundante. Por outro lado, o estudo dos fundadores da
Sociologia e da Antropologia, e dos primeiros conceitos por estes desenvolvidos, abre pistas
para a aplicação da disciplina à realidade timorense.
Nos seus aspetos mais globais, a compreensão da sociedade passa pelo estudo das relações
complexas entre indivíduo, cultura e sociedade. É através deste estudo que se conhecem
melhor as normas e valores existentes em cada cultura e sociedade, bem como as suas
mudanças.
Num segundo nível (11.º ano) é possível utilizar os instrumentos conceptuais da Sociologia e
da Antropologia para analisar, de forma crítica e comparativa, as especificidades de diferentes
formas de organização e estratificação da sociedade. As especificidades da sociedade
Timorense só poderão ser totalmente compreendidas no quadro global das sociedades
contemporâneas.
Num terceiro nível (12.º ano), a análise e compreensão da realidade social timorense
desenvolve-se num contexto mais particular. Esta compreensão passa pelo estudo das
questões políticas, educativas/escolares, económicas e de trabalho. A este nível, o programa
procura apresentar diversas perspetivas sobre o lugar do trabalho e da economia nas
diferentes sociedades, assim como as complexas inter-relações desenvolvidas, ao nível
político, entre diferentes Estados e distintos níveis de tomada de decisão política. A análise dos
[6]
sistemas educativos também faz parte do estudo destas realidades, em particular a análise da
relação entre educação, trabalho e desenvolvimento social e económico.
O contacto com os conhecimentos teóricos e metodológicos específicos da Sociologia e da
Antropologia representa, assim, uma oportunidade para melhor compreender as atitudes e
comportamentos que o ser humano manifesta na relação com os outros e com as instituições
sociais, culturais e políticas. Trata-se de um contributo importante para que os alunos se
tornem mais conscientes e capazes de agir perante as realidades sociais que os rodeiam.
A concretização destes níveis em unidades temáticas pode ser visualizada na Tabela I.
Conteúdos conceptuais do programa de Sociologia
10.º ano de escolaridade
Unidade Temática 1: A Sociologia
como Ciência
Subtema 1: Sociologia e Ciências
Sociais
Subtema 2: A criação de
conhecimento na Sociologia
Subtema 3: Metodologias de
investigação em Ciências Sociais
Subtema 4: A Construção da
Sociologia e da Antropologia em
Timor-Leste
Unidade Temática 2: Cultura e
sociedade
Subtema 1: A cultura na
Antropologia
Subtema 2: Usos, costumes e
modos de vida tradicionais
Subtema 3: Ser humano como
resultado e criador de cultura
Subtema 4: Valores e normas
culturais
Unidade Temática 3: Sociedade e
Indivíduo
Subtema 1: Socialização e interação
social
Subtema 2:Formas e agentes de
socialização
Subtema 3: Aculturação e
Etnocentrismo
Subtema 4: Preconceitos,
estereótipos e representações
sociais
11.º ano de escolaridade
Unidade Temática 1: Tipos de
sociedade
Subtema 1: Sociedades préindustriais – o papel das
famílias e das comunidades
locais
Subtema 2: Sociedades
industriais e pós-industriais –
produção, consumo e modos
de vida
Subtema 3: Transições e
mudanças sociais
Subtema 4: Desigualdades
entre sociedades préindustriais e industriais
Unidade Temática 2:
Sociedades e globalização
Subtema 1: Conceitos de
globalização
Subtema 2: Globalização,
desenvolvimento e
desigualdades
Subtema 3: O turismo e a
globalização
Subtema 4: O impacte da
globalização na sociedade
timorense
Unidade Temática 3: Sistemas
de Estratificação Social
Subtema 1: Conceito e tipos
de estratificação social
Subtema 2: Estratificação e
classes sociais
Subtema 3: Diferentes teorias
sobre classes e estratificação
Subtema 4: Mobilidade social
e desigualdades
12.º ano de escolaridade
Unidade Temática 1: O
Trabalho nas sociedades
contemporâneas
Subtema 1: A terciarização da
economia
Subtema 2: Novas atividades
económicas: O exemplo do
turismo
Subtema 3: Género e
participação no mercado de
trabalho
Subtema 4: O trabalho e a
família
Unidade Temática 2: Educação
e formação
Subtema 1: Educação e
igualdade de oportunidades
Subtema 2: Diferentes formas
de organização do sistema
escolar
Subtema 3: Educação,
conhecimento e
desenvolvimento pessoal e
social
Subtema 4: Educação,
economia e sociedade do
conhecimento
Unidade Temática 3: Governo
e política
Subtema 1: O conceito de
Estado
Subtema 2: Tipos de sistemas
políticos
Subtema 3: Estado-nação e
identidade nacional
Subtema 4: As organizações
internacionais e a sua influência
nas políticas nacionais
Tabela I. Unidades temáticas e subtemas do programa de Sociologia
[7]
PROGRAMA DA DISCIPLINA
SOCIOLOGIA
10.º ANO DE ESCOLARIDADE
4.1 APRESENTAÇÃO
O programa do 10.º ano procura iniciar os alunos ao estudo da Sociologia. Para tal promove a
reflexão sobre os diferentes tipos de conhecimento e as possibilidades de classificar a
Sociologia como ciência. A contextualização do surgimento da Sociologia nas Ciências Sociais
permite revelar os elementos de maior e menor proximidade à Antropologia. Assim, o
esquema conceptual do programa procura salientar as especificidades científicas da área e a
sua proximidade com a Antropologia para, então, permitir ajudar a clarificar e identificar a
relação entre cultura e sociedade, bem como entre o indivíduo e a sociedade em que se
insere. É a este nível que se situa o estudo da noção de cultura na Antropologia e os processos
de apreensão das normas e valores sociais. A construção da Sociologia como ciência estará
sempre associada aos seus fundadores mas, não obstante, o programa é desenvolvido tendo
por base a realidade social de Timor-Leste.
Em termos esquemáticos, o programa do 10.º ano pode ser visualizado na Figura I.
Rutura e
Construção
Sociologia como ciência
Teorias e Métodos
de Investigação
Antropologia
Cultura e
Sociedade
Sociedade e
Indivíduo
Realidade Social de Timor-Leste
Figura I. Esquema conceptual do programa de Sociologia
[8]
4.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS
As unidades temáticas e os subtemas que as constituem são apresentados, a seguir, de forma mais detalhada.
Unidade Temática 1: A Sociologia como ciência
A unidade temática 1 – A Sociologia como Ciência – pretende possibilitar aos alunos um primeiro contacto com o conhecimento científico na Sociologia. Parte da
clarificação de conceitos básicos para a disciplina, como o de realidade social, para enquadrar o seu surgimento no âmbito das Ciências Sociais. É evidenciada a
forte ligação entre a Sociologia e a Antropologia Social e Cultural. Após a clarificação das especificidades do conhecimento científico e das metodologias de
investigação usadas nas Ciências Sociais devem ser exploradas as possibilidades de aplicação do conhecimento da Sociologia e da Antropologia em Timor-Leste.
Subtema 1 – Sociologia e Ciências Sociais
Conteúdos



A realidade social.
A complexidade do social e das
Ciências Sociais.
A Sociologia e a Antropologia Social
e Cultural.
Metas de aprendizagem






Reconhece a complexidade da realidade social.
Identifica a importância da relação entre o ser humano e o ambiente.
Reconhece nesta interdependência um fator fundamental para a
sustentabilidade.
Situa a Sociologia nas Ciências Sociais e compreende a sua especificidade.
Situa a Sociologia e a Antropologia Social e Cultural nos contextos históricos em
que surgiram.
Identifica as principais semelhanças e diferenças entre a Sociologia e a
Antropologia Social e Cultural.
Atividades práticas


Exploração das experiências pessoais dos
alunos na relação entre realidade social e
ambiente natural.
Recurso à análise crítica de pequenos textos.
Subtema 2 – A criação de conhecimento na Sociologia
Conteúdos



Senso comum e conhecimento
científico.
Conhecimento científico nas
Ciências Sociais.
Conhecimento nas Ciências Sociais
na atualidade.
Metas de aprendizagem



Identifica as principais características do conhecimento do senso comum e do
conhecimento científico.
Reconhece as especificidades do conhecimento em Ciências Sociais em
comparação com as outras ciências.
Refere alguns obstáculos mais significativos no conhecimento científico em
Ciências Sociais.
Atividades práticas



[9]
Recurso a práticas quotidianas dos alunos
para exemplificar a estrutura de
pensamentos do senso comum.
Desenvolvimento do diálogo com os alunos
sobre um dado problema social para
exemplificar as diferenças entre
conhecimento de senso comum e científico.
Exploração das ideias pré-concebidas dos
alunos sobre ciência e conhecimento
científico.
Subtema 3 – Metodologias de investigação em Ciências Sociais
Conteúdos



Tipos de investigação.
Etapas de investigação.
Técnicas de investigação em
Ciências Sociais.
Metas de aprendizagem




Atividades práticas
Reconhece as diferentes etapas de investigação e as estratégias e técnicas de
investigação mais comuns.
Identifica a diversidade de meios de recolha de informação em Sociologia e
Antropologia.
Reconhece a adequação de diferentes técnicas a distintos problemas de
investigação.
Identifica as principais diferenças entre a investigação qualitativa e quantitativa.


Análise de exemplos de investigação
desenvolvidos sobre Timor-Leste.
Incentivo à realização de pequenos
exercícios de utilização de metodologias e
análise, em conjunto, das principais
conclusões.
Subtema 4 – A construção da Sociologia e da Antropologia em Timor-Leste
Conteúdos



Metas de aprendizagem

Sociologia e Antropologia em TimorLeste.
O objeto e os autores fundadores da
Sociologia e da Antropologia.
Aplicação do conhecimento da
Sociologia e da Antropologia a
Timor-Leste.


Atividades práticas

Avalia a realidade social timorense como uma fonte pertinente de estudo para
a Sociologia e Antropologia.
Utiliza os conceitos da Sociologia e da Antropologia em problemáticas de
estudo da sociedade timorense.
Identifica os autores fundadores da Sociologia e da Antropologia os conceitos
teóricos desenvolvidos por estes.


Análise e exploração de estudos de
Antropologia e Sociologia realizados sobre
Timor-Leste.
Planeamento e construção de um pequeno
estudo aplicado à realidade social timorense.
Recurso à análise crítica de pequenos textos.
Unidade Temática 2: Cultura e sociedade
A unidade temática 2 – Cultura e Sociedade – deverá permitir que os alunos reconheçam a cultura, os valores culturais e as tradições locais e nacionais como temas
importantes na vida em sociedade. Este reconhecimento conduz a uma visão ativa do ser humano como sendo ao mesmo tempo um criador e o resultado da
cultura em que se insere.
Subtema 1 – A cultura na Antropologia
Conteúdos




O significado popular de cultura.
A cultura, os alimentos e a proteção
física do ser humano.
A abordagem antropológica de
cultura.
Os padrões de cultura.
Metas de aprendizagem



Reconhece e mostra compreender a noção de cultura e as suas diferentes
definições.
Problematiza a diversidade de culturas reconhecendo a importância da sua
coexistência.
Reconhece a cultura como resultado da adaptação do ser humano ao meio
e do desenvolvimento das relações sociais nas comunidades.
[10]
Atividades práticas



Análise, com os alunos, de elementos simbólicos
e materiais de cultura que possam ser
identificados localmente.
Análise e exploração de estudos de Antropologia
Social e Cultural sobre Timor-Leste.
Recurso à análise crítica de pequenos textos.
Subtema 2 – Usos, costumes e modos de vida tradicionais
Conteúdos


A importância dos hábitos e dos
usos e costumes no comportamento
dos indivíduos.
Tradições e rituais em Timor-Leste.
Metas de aprendizagem



Identifica situações da vida quotidiana – convivência com amigos,
acontecimentos nas comunidades, uso do vestuário, vida familiar, etc. – com
um significado antropológico e sociológico.
Reconhece e identifica diferentes modos de vida nas comunidades timorenses.
Reconhece e identifica diferentes tradições, rituais e manifestações de arte em
Timor-Leste.
Atividades práticas


Recolha e discussão com os alunos de
exemplos das suas práticas quotidianas que
traduzam usos e costumes locais.
Organização de um pequeno museu sobre as
tradições e a arte timorense.
Subtema 3 – O ser humano como resultado e criador de cultura
Conteúdos


Criação e transmissão de cultura: o
indivíduo, o grupo, o meio ambiente
e a época.
Cultura dominante, cultura
dominada e cultura de massas.
Metas de aprendizagem




Reconhece e mostra compreender o caráter patrimonial da cultura.
Apresenta noções sobre o papel do indivíduo, do grupo e do meio ambiente na
criação e transformação da cultura que adquire.
Identifica as situações de relativismo cultural com a noção de respeito e
tolerância.
Distingue a relação entre cultura dominante, dominada e de massas.
Atividades práticas



Recurso à análise crítica de pequenos textos
referentes à realidade local.
Recurso a práticas quotidianas dos alunos
para exemplificar os conceitos e noções
ligados à diversidade cultural e relativismo.
Análise e exploração de estudos de
Antropologia social e cultural sobre TimorLeste.
Subtema 4 – Valores e normas culturais
Conteúdos



Definição de valores e normas
culturais.
Valores, práticas e coesão social.
Movimentos sociais.
Metas de aprendizagem




Analisa e mostra compreender as noções de valores e normas culturais
situando-as em novas aprendizagens.
Interpreta a existência de elementos que traduzem valores comuns à
humanidade e ao seu grupo de pertença.
Reconhece a importância dos valores na definição e aceitação das práticas
sociais.
Reconhece a existência de diferentes movimentos sociais e a sua importância
para a alteração dos valores dominantes na sociedade.
[11]
Atividades práticas


Recurso à análise crítica de pequenos textos.
Visitas de estudo a museus e locais
históricos.
Unidade Temática 3: Sociedade e indivíduo
A abordagem da unidade temática 3 – Sociedade e Indivíduo – tem como propósito familiarizar os alunos com as complexas interações entre indivíduos, grupos e
sociedade. Para tal, estudam-se os conceitos de socialização, aculturação, etnocentrismo bem como as noções de preconceitos, estereótipos e representações
sociais. Neste estudo, combina-se a Sociologia e a Antropologia Social e Cultural como modo de alargar a compreensão destes conceitos.
Subtema 1 – Socialização e interação social
Conteúdos



O conceito de socialização.
Mecanismos de socialização.
A interação e integração social.
Metas de aprendizagem


Identifica e utiliza os conceitos de socialização e interação social para
compreender a realidade social que lhe é próxima.
Analisa e inter-relaciona os conceitos de socialização e interação como
elementos básicos da vida em sociedade.
Atividades práticas

Recurso à análise crítica de pequenos textos
e exemplos retirados das experiências
concretas dos estudantes.
Subtema 2 – Formas e agentes de socialização
Conteúdos


Processo primário e secundário de
socialização.
Agentes de socialização.
Metas de aprendizagem


Reconhece a existência de processos de socialização primária e secundária e
identifica-os como processos de transmissão cultural.
Conhece a existência de diferentes agentes do processo de socialização e
mostra compreender a sua função na divulgação da cultura local.
Atividades práticas

Identificação de exemplos locais de agentes
de socialização.
Subtema 3 – Aculturação e etnocentrismo
Conteúdos




Diversidade cultural.
Os conceitos de aculturação,
assimilação, desculturação e
etnocídio.
Condições e formas de aculturação.
O etnocentrismo.
Metas de aprendizagem




Reconhece a existência de diversidade cultural e aplica este conceito ao seu
contexto.
Conhece a existência de processos de aculturação e etnocentrismo cultural e
utiliza os termos para relacionar e problematizar as inter-relações entre atores
sociais.
Conhece a existência de processos de desculturação e etnocídio e utiliza os
termos para relacionar e problematizar as inter-relações entre grupos sociais.
Identifica elementos que exemplificam a diversidade cultural na sociedade
timorense.
[12]
Atividades práticas


Recolha de elementos de cultura material
local que permitam constatar processos de
aculturação.
Visitas de estudo a museus e locais históricos.
Subtema 4 – Preconceitos, estereótipos e representações sociais
Conteúdos

Preconceitos, estereótipos e
comportamentos irracionais no ser
humano.
 As representações sociais.
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
Identifica e mostra compreender as noções de preconceito e estereótipo,
aplicando-os com exemplos concretos de Timor-Leste.
 Identifica a capacidade dos preconceitos e estereótipos em se constituírem
como formas de discriminação social negativa.
 Utiliza o conceito de representação social para situar e compreender fenómenos
sociais locais.
 Recolha e análise nos meios de comunicação
social (jornais e revistas) e/ou em mitos locais
da existência de estereótipos.

[13]
SOCIOLOGIA | 10.º ANO
PROGRAMA DA DISCIPLINA
SOCIOLOGIA
11.º ANO DE ESCOLARIDADE
5.1 APRESENTAÇÃO
O programa do 11.º ano procura apresentar aos alunos os principais conceitos desenvolvidos
pela Sociologia para analisar os diversos sistemas de organização da produção e da sociedade
bem como as suas alterações num contexto de globalização. Procura, ainda, dar aos alunos
uma perspetiva sobre as formas de estruturação das desigualdades nas sociedades
contemporâneas.
Pretende-se dotar os alunos dos instrumentos conceptuais que lhes permitam analisar, de
forma crítica e comparativa, as especificidades das formas de organização social, política e
económica da sociedade. O uso destes instrumentos é imprescindível para situar as
especificidades da sociedade Timorense. O carácter único da sociedade Timorense só poderá
ser totalmente compreendido no quadro global das sociedades.
Em termos esquemáticos, o programa do 11.º ano pode ser visualizado na Figura II.
Sociedade Timorense
Tipos de sociedade
Globalização
Sociedade Timorense
Sociedade Timorense
Estratificação
social
Figura II. Esquema conceptual do programa de Sociologia do 11.º ano
[14]
5.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS
As unidades temáticas e os subtemas que as constituem são apresentados, a seguir, de forma mais detalhada.
Unidade Temática 1: Tipos de Sociedade
A unidade temática 1 – Tipos de Sociedade – pretende contribuir para estimular a reflexão, e a construção de conhecimento pelos alunos, sobre a existência de
várias formas de organização social, política e económica nas sociedades contemporâneas. Todas estas formas de organização são legítimas e deverão, por isso, ser
apresentadas e compreendidas em situação de igualdade, já que representam o resultado das atividades coletivas de cooperação e, ao mesmo tempo, meios
diferentes de resolução dos problemas e dos conflitos pelos diversos grupos humanos. A compreensão destes processos, para ser completa, tem de incluir a
identificação das transições e das mudanças que ocorrem nas sociedades contemporâneas. O conhecimento das instituições e dos mecanismos políticos de decisão
coletiva contribuem largamente, também, para o aprofundamento desta compreensão.
Subtema 1 – Sociedades pré-industriais – O papel das famílias e das comunidades locais
Conteúdos
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Sociedades pré-industriais.
 Sociedades agrárias.
 Noção de comunidade.
 Família – Noção, estrutura, tipos e
funções.
 Família como unidade de produção e
de consumo.
 Relações de parentesco e economia.
 Reconhece as principais caraterísticas das sociedades pré-industriais.
 Identifica os critérios que definem as sociedades agrárias e avalia a adequação
do conceito para a realidade de Timor-Leste.
 Utiliza a noção de comunidade para compreender a importância das interações
desenvolvidas no contexto das sociedades pré-industriais.
 Identifica, e aplica ao contexto timorense, as noções de família assim como de
estruturas familiares.
 Reconhece os diferentes tipos de famílias e os papéis esperados em diferentes
ambientes sociais.
 Identifica a família como a célula básica da sociedade pré-industrial e reconhece
as suas funções como, simultaneamente, uma unidade de produção e consumo.
 Identifica os vários tipos de relação entre as estruturas de parentesco e as
atividades económicas nas comunidades tradicionais.
 Análise crítica de pequenos textos centrados
nos temas tratados nas aulas.
 Análise de indicadores que permitam
classificar diferentes tipos de sociedades (em
particular as agrárias e pré-industrias).
 Recolha de informações, junto dos alunos,
que permita refletir sobre as estruturas de
parentesco tendo por referência a família dos
próprios alunos.
Subtema 2 – Sociedades industriais e pós-industriais – Produção, consumo e modos de vida
Conteúdos
 Sociedades industriais.
 A industrialização.
 As novas relações sociais.
 Urbanização.
Metas de aprendizagem
 Reconhece as principais caraterísticas das sociedades industriais.
 Compreende a complexidade das mudanças sociais promovidas pela
industrialização.
 Identifica o surgimento de novas relações sociais no contexto das mudanças
económicas.
[15]
Atividades práticas
 Análise crítica de pequenos textos sobre os
temas abordados nas aulas.
 Análise de indicadores que permitam
classificar sociedades industriais e pósindustrias.
 Fatores de crescimento urbano.
 Consequências da urbanização.
 Sociedades pós-industriais.
 Alterações nos padrões de
produção e consumo.
Consumo e estilos de vida.
 Reconhece as principais dinâmicas do fenómeno da urbanização.
 Identifica os fatores de crescimento urbano e as consequências da urbanização,
aplicando-os ao contexto timorense.
 Reconhece as principais caraterísticas das sociedades pós-industriais.
 Compreende as alterações nos modos de produção e de consumo e de estilos de
vida.
 Recurso a análise de imagens para classificar
as sociedades industriais e pós-industriais.
 Análise e discussão de indicadores que
permitam compreender as potenciais
consequências das tendências de urbanização
em Timor-Leste.
Subtema 3 – Transições e mudanças sociais
Conteúdos
 Teorias da mudança social.
 As teorias cíclicas.
 A perspetiva funcionalista.
 As abordagens
contemporâneas.
 Influências na mudança social.
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Identifica as diferentes abordagens teóricas, desenvolvidas na Sociologia, sobre
o fenómeno da mudança social.
 Reconhece as principais ideias das abordagens teóricas que defendem a
mudança como um movimento cíclico.
 Identifica as caraterísticas da abordagem funcionalista sobre a mudança social.
 Reconhece os principais conceitos utilizados nas abordagens contemporâneas da
mudança.
 Reconhece o meio ambiente, a organização política e os fatores culturais como
influências importantes na mudança social.
 Análise crítica de pequenos textos sobre os
temas abordados nas aulas.
 Recolha e análise, nos meios de comunicação
social (jornais e revistas), de indicadores da
mudança social em Timor-Leste.
 Recolha de informação junto de Timorenses
sobre mudanças sociais ocorridas
recentemente no país.
Subtema 4 – Diferenças entre sociedades pré-industriais e industriais
Conteúdos
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Desigualdades económicas e relações
de dominação.
 Desigualdades sociais.
 Pobreza.
 Exclusão.
 Identifica as desigualdades sociais resultantes dos modelos de organização
económica.
 Reconhece os distintos níveis de desenvolvimento económico e social nas
diferentes regiões do mundo.
 Analisa indicadores que permitem classificar comparativamente o nível de
desenvolvimento económico e social dos diferentes países.
 Distingue diferentes estádios e formas de dominação económica e social.
 Reconhece a existência de diferentes conceitos e formas de medir a pobreza.
 Identifica os principais mecanismos que conduzem à exclusão económica, social
e política, e aplica-os à sociedade timorense.
 Recolha e análise de documentos, nacionais e
internacionais, contendo indicadores de
desenvolvimento.
 Visualização, análise e discussão de materiais
audiovisuais sobre os fenómenos das
desigualdades, pobreza e exclusão social.
[16]
Unidade Temática 2: Sociedades e globalização
A unidade temática 2 – Sociedade Timorense e Globalização – pretende promover o estudo de temas que permitam o acesso dos alunos ao conhecimento sobre os
diferentes fatores externos que condicionam a organização e funcionamento das sociedades, em particular da sociedade timorense. Este acesso, numa perspetiva
ativa, passa pela análise crítica da noção de globalização, dos diversos tipos de globalização e da ligação deste fenómeno ao desenvolvimento económico, social e
cultural das comunidades locais e da sociedade em geral. A compreensão dos diversos aspetos complexos que esta ligação apresenta pressupõe a abordagem de
questões relacionadas com as desigualdades entre países, as desigualdades sociais, as migrações humanas e a existência de experiências sociais e económicas
alternativas em relação à visão dominante sobre a globalização.
Subtema 1 – Conceitos de globalização
Conteúdos
 O que é globalização?
 Perspetivas sobre a globalização.
 Globalização e as mudanças nas
sociedades.
 Migrações internacionais e
sociedades multiculturais.
Metas de aprendizagem
 Identifica o conceito de globalização e reconhece os problemas associados à
sua definição.
 Analisa criticamente as diversas perspetivas sobre a globalização.
 Identifica a globalização como um fator que influencia as mudanças nas
sociedades.
 Analisa as principais mudanças sociais decorrentes do fenómeno da
globalização, nomeadamente as migrações internacionais e o
multiculturalismo das sociedades.
Atividades práticas
 Análise de textos sobre os efeitos da
globalização nos países com diferentes
estádios de desenvolvimento económico e
social.
 Recolha de dados sobre a presença de
comunidades de outros países em TimorLeste.
Subtema 2 – Globalização, desenvolvimento e desigualdades
Conteúdos
 Globalização e desenvolvimento.
 O movimento do comércio
justo.
 Problemas e desigualdades da
globalização.
 Globalização e sustentabilidade.
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Analisa criticamente a relação entre globalização e desenvolvimento.
 Conhece formas alternativas de estabelecer relações comerciais no contexto de
globalização.
 Identifica os benefícios e os principais problemas sociais, culturais e políticos
associados à globalização.
 Avalia criticamente a relação entre globalização e sustentabilidade social e
económica no contexto da sociedade timorense.
 Análise de textos e dados contidos em
relatórios internacionais sobre a globalização
nos países asiáticos e em Timor-Leste.
 Recolha e análise de dados sobre os efeitos
da globalização no comércio e indústria em
Timor-Leste.
[17]
Subtema 3 – O turismo e a globalização
Conteúdos
 A crescente internacionalização do
fenómeno turístico.
 As implicações da globalização no
turismo.
 Globalização, desenvolvimento e
turismo sustentável.
Metas de aprendizagem
 Identifica o turismo como uma atividade de reconhecida importância à escala
mundial.
 Reconhece a evolução do turismo e os fatores que estão na origem desse
crescimento.
 Analisa os principais fluxos turísticos a nível internacional.
 Avalia o impacte da globalização na atividade turística.
 Reconhece a problemática entre turismo, globalização e sustentabilidade, dando
particular relevo aos impactes sociais da atividade turística.
Atividades práticas
 Análise crítica de pequenos textos sobre os
temas abordados nas aulas.
 Análise de indicadores que permitam
evidenciar a evolução do turismo em TimorLeste.
 Recurso a imagens para analisar os impactes
do turismo.
Subtema 4 – O impacte da globalização na sociedade timorense
Conteúdos




Globalização sociocultural.
Globalização económica.
Globalização política.
Globalização ambiental e
tecnológica.
Metas de aprendizagem
 Distingue os vários tipos de globalização.
 Identifica as principais características da globalização sociocultural.
 Identifica os problemas provocados pela globalização económica e política na
soberania dos países.
 Avalia criticamente as principais características da globalização ambiental e
tecnológica.
 Relaciona as mudanças da sociedade atual de Timor-Leste com os diversos
mecanismos da globalização.
[18]
Atividades práticas
 Análise de textos extraídos de relatórios e
tratados internacionais sobre os benefícios e
problemas da globalização.
 Recolha de informação na imprensa (e em
meios audiovisuais) sobre manifestações e
efeitos da globalização em Timor-Leste.
 Recolha de informação sobre casos concretos
que representem os efeitos culturais e sociais
da globalização.
Unidade Temática 3: Sistemas de estratificação social
A abordagem da unidade temática 3 – Sistemas de Estratificação Social – tem como propósito iniciar os alunos ao conhecimento sobre as desigualdades existentes
entre indivíduos e grupos nas diferentes sociedades. Esta iniciação inclui o estudo do conceito de estratificação social e análise dos principais critérios que
conduzem à sua existência. Pretende-se, também, dar a conhecer aos alunos distintos sistemas de estratificação social, procurando adequá-los ao contexto da
sociedade timorense. Estimula-se o acesso ao conhecimento das principais teorias desenvolvidas no contexto da Sociologia, apresentando-se tanto as abordagens
mais clássicas como as mais atuais. A compreensão do fenómeno da estratificação passa, ainda, pela reflexão sobre os mecanismos de mobilidade social.
Subtema 1 – O conceito de estratificação social
Conteúdos
 Noção de estratificação social.
 Critérios de estratificação.
 Estratificação económica.
 Estratificação política.
 Estratificação social.
Metas de aprendizagem
 Descreve o conceito de estratificação social.
 Identifica diferentes critérios de estratificação social.
 Relaciona o conceito e os critérios com o contexto específico da sociedade de
Timor-Leste.
Atividades práticas
 Análise crítica de pequenos textos sobre os
temas abordados nas aulas.
Subtema 2 – Sistemas de estratificação social
Conteúdos
 Formas históricas de estratificação
social.
 A escravatura.
 Os estados.
 Sociedades hierarquizadas.
 As classes sociais.
 As castas.
Metas de aprendizagem





Distingue e compreende a existência de diferentes sistemas de estratificação.
Identifica os estados e a escravatura como dois sistemas situados no tempo.
Reconhece a complexidade associada à definição do conceito de classe social.
Reconhece o sistema de castas como um sistema particular de estratificação.
Avalia a adequação dos sistemas de estratificação identificados para a análise da
sociedade timorense.
[19]
Atividades práticas
 Análise crítica de pequenos textos sobre os
temas abordados nas aulas.
 Recurso a imagens para analisar sistemas de
estratificação social em diferentes
sociedades.
 Trabalho de grupo sobre o sistema de
estratificação social em Timor-Leste.
Subtema 3 – Teorias da estratificação social
Conteúdos
 O conceito de estratificação em
diferentes autores.
 As teorias clássicas.
 Karl Marx.
 Max Weber.
 As novas abordagens.
 Pierre Bourdieu.
 Erik Olin Wright.
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Identifica e distingue diferentes teorias sociológicas sobre a estratificação social.
 Compreende os conceitos de feudalismo, consciência de classe, burguesia e
proletariado como dominantes na teoria de Marx.
 Reconhece as principais caraterísticas do esquema de estratificação de Weber.
 Compreende o contributo das novas abordagens da Sociologia na análise da
estratificação.
 Análise crítica de pequenos textos sobre os
temas abordados nas aulas.
 Procura e analisa informação nos relatórios de
organizações internacionais (ONU, UNESCO,
UNICEF, etc.) sobre as desigualdades sociais.
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Reconhece a existência de diferentes tipos de mudança no estatuto social.
 Identifica os vários tipos de mudança com base na geração.
 Reconhece a ocupação profissional como uma variável importante na mudança
de estatuto.
 Aplica os diferentes tipos de mobilidade ao contexto da sociedade de TimorLeste.
 Análise crítica de pequenos textos sobre os
temas abordados nas aulas.
 Análise de indicadores que permitam analisar
formas de mobilidade social em Timor-Leste.
Subtema 4 – Mobilidade social
Conteúdos
 Tipos de mobilidade social.
 Mobilidade intergeracional.
 Mobilidade intrageracional.
 Mobilidade horizontal.
 Mobilidade vertical.
[20]
SOCIOLOGIA | 11.º ANO
PROGRAMA DA DISCIPLINA
SOCIOLOGIA
12.º ANO DE ESCOLARIDADE
6.1 APRESENTAÇÃO
O programa do 12.º ano está organizado em torno de três grandes áreas temáticas que
tradicionalmente têm sido muito estudadas pela Sociologia: o trabalho, a educação e a
política. Com esta organização pretende-se colocar os alunos em contacto com algumas das
principais teorias e conceitos sociológicos que analisam a importância do trabalho, da
educação e das estruturas políticas na estruturação das relações sociais. Por outro lado, a
Sociologia também tem procurado estabelecer ligações entre estas áreas. Para isso, parte do
princípio de que elas estão relacionadas entre si, reconhecendo que esta inter-relação
constitui uma dimensão determinante na organização da vida das sociedades.
Partindo da realidade de Timor-Leste, o estudo nestas três áreas, pretende dotar os alunos dos
instrumentos conceptuais que lhes permitam analisar, de modo crítico, a forma como as
comunidades locais e a sociedade timorense se organizam para produzir bens e dividir as
tarefas nesta produção.
As transformações que, nas últimas três décadas, surgiram nestes domínios, a um nível global,
têm dado origem a outras formas de organizar o trabalho, assim como têm interferido na
ligação entre trabalho e família e nos papéis sociais de homens e mulheres. Parte destas
transformações estão ligadas ao surgimento de novas atividades económicas e à economia
baseada no conhecimento científico e tecnológico.
Este programa do 12.º ano procura, igualmente, facilitar a tomada de consciência pelos alunos
da importância da educação escolar em dar aos seres humanos as competências e as
capacidades necessárias para enfrentar os novos desafios sociais, políticos e económicos nas
sociedades contemporâneas. Estes desafios são, ainda, mais importantes no contexto da
sociedade timorense. Para além da possibilidade de poder contribuir para a diminuição das
desigualdades sociais e das desigualdades de género, a educação escolar em Timor-Leste
constitui um instrumento decisivo para preservar a identidade timorense e, ao mesmo tempo,
acrescentar novos conhecimentos às heranças e tradições culturais.
Em termos esquemáticos, o programa do 12.º ano pode ser visualizado na Figura III.
Sociedade Timorense
Trabalho e economia
Educação
Sociedade Timorense
Sociedade Timorense
Governo e
política
Figura III. Esquema conceptual do programa de Sociologia do 12.º ano
[21]
6.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS
As unidades temáticas e os subtemas que as constituem são apresentados, a seguir, de forma mais detalhada.
Unidade Temática 1: O trabalho nas sociedades contemporâneas
A unidade temática 1 – O Trabalho nas Sociedades Contemporâneas – pretende dotar os alunos de instrumentos conceptuais que lhes permitam compreender e
avaliar a importância da organização da vida económica na estruturação das sociedades, em particular da sociedade timorense. Esta compreensão integra a análise
dos aspetos que, ao nível micro-social, suportam os distintos modos de organização económica, realçando a importância que as diversas formas de trabalho
humano possuem em todas elas. Esta unidade temática deverá permitir que os alunos identifiquem e compreendam as transformações recentes na organização e
divisão social do trabalho humano. Estas transformações estão ligadas ao surgimento de novas formas de economia e de organização da produção, com reflexos
nas relações sociais, em particular nas relações entre homens e mulheres e entre a família e o trabalho. Em Timor-Leste, estes temas são especialmente pertinentes
tendo em atenção o estatuto da mulher e as alterações nas funções económicas e sociais das famílias que acompanham a modernização da sociedade timorense.
Subtema 1 – A importância do trabalho em diferentes sociedades
Conteúdos
 O que é o trabalho?
 Trabalho remunerado e não
remunerado.
 Trabalho na atualidade.
 O declínio da importância do
trabalho.
Metas de aprendizagem
 Reconhece as dificuldades na definição do conceito de trabalho.
 Distingue formas de trabalho remunerado de não remunerado.
 Identifica as principais transformações que o trabalho sofre na atualidade no
contexto do mundo globalizado.
 Reconhece formas de desvalorização do trabalho remunerado.
 Discute a possibilidade da diminuição da importância do trabalho na atualidade
e discute os principais fatores que conduzem ao seu declínio.
Atividades práticas
 Análise crítica de pequenos textos centrados
na discussão do conceito de trabalho.
 Análise de indicadores que permitam analisar
a importância do trabalho remunerado em
diferentes economias.
 Recurso às experiências pessoais dos alunos
para problematizar as diferenças entre
trabalho remunerado e não-remunerado.
Subtema 2 – Formas de organização social do trabalho
Conteúdos
 O trabalho artesanal.
 A divisão do trabalho.
 Taylorismo e Fordismo.
 Limitações das teorias modernas.
 A transformação do trabalho.
 Pós-fordismo e produção flexível.
 Trabalho e organização social.
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Identifica as principais caraterísticas do trabalho artesanal.
 Reconhece as principais alterações na organização do trabalho com o
surgimento da industrialização.
 Reconhece e distingue a importância do Taylorismo e do Fordismo no
desenvolvimento das sociedades modernas.
 Identifica as principais críticas surgidas às teorias modernas e aos seus efeitos na
sociedade.
 Reconhece as principais transformações na organização do trabalho no mundo
global.
 Análise crítica de pequenos textos centrados
na organização dominante do trabalho em
diferentes períodos e sociedades.
 Recurso a imagens e registos audiovisuais
para analisar as transformações ocorridas na
organização do trabalho e na sociedade com
o surgimento do Taylorismo e do Fordismo.
 Recurso a notícias na imprensa para analisar e
compreender as alterações na organização do
[22]
 Reconhece as principais caraterísticas da organização pós-fordista e discute as
suas implicações para a sociedade.
 Discute a inter-relação entre diferentes formas de organização do trabalho e a
organização social.
trabalho na atualidade.
Subtema 3 – Género e participação no mercado de trabalho
Conteúdos
 As noções de sexo e de género.
 As mulheres e o trabalho.
 A evolução e o crescimento da
participação das mulheres na
vida pública.
 Género e desigualdades no trabalho.
 Segregação horizontal.
 Desigualdade salarial.
 Segregação vertical.
Metas de aprendizagem
 Reconhece e distingue os conceitos de sexo e género.
 Identifica formas distintas de aceitação e integração da mulher no trabalho
remunerado e não remunerado.
 Reconhece o percurso que conduziu ao aumento da participação das mulheres
no mercado de trabalho em termos internacionais.
 Avalia a situação diferencial de homens e mulheres no mercado de trabalho.
 Identifica os conceitos de segregação horizontal, desigualdade salarial e
segregação vertical como expressão das diferenças de género no mercado de
trabalho.
Atividades práticas
 Análise crítica de pequenos textos centrados
na discussão dos conceitos de sexo e género.
 Recurso a indicadores que permitam analisar
a participação das mulheres no trabalho
remunerado em diferentes economias.
 Recurso às experiências pessoais de mulheres
timorenses para compreender as potenciais
dificuldades de integração no mercado de
trabalho.
Subtema 4 – O trabalho e a família
Conteúdos
 A divisão doméstica do trabalho.
 A ligação entre trabalho e família.
 Políticas laborais de apoio à família.
Metas de aprendizagem
 Distingue entre trabalho doméstico, realizado na esfera privada, e trabalho na
esfera pública.
 Reconhece diferenças de género na divisão social de papéis na família e no
trabalho.
 Identifica formas de conflito e de complementaridade na relação entre trabalhofamília
 Identifica diferentes políticas de apoio à família distinguindo entre o papel do
estado e das organizações em geral.
 Discute os efeitos destas políticas na sociedade, identificando os seus benefícios
e potenciais problemas.
[23]
Atividades práticas
 Análise crítica de pequenos textos centrados
no tema da relação entre trabalho e família.
 Análise de indicadores que permitam
compreender distintas formas de divisão
social do trabalho na esfera doméstica em
diferentes sociedades.
 Recurso às experiências pessoais dos alunos
para compreender diferentes interações
entre trabalho e família.
Unidade Temática 2: Educação e formação
A abordagem da unidade temática 2 – Educação e Formação – tem como propósito conduzir os alunos a identificarem e consciencializarem o papel decisivo da
educação escolar no desenvolvimento e bem-estar económico, social, cultural e político da sociedade timorense. Este objetivo pressupõe a análise crítica da relação
entre a educação escolar, mobilidade social e desigualdades sociais e a compreensão do lugar que a educação escolar ocupa na socialização dos seres humanos, no
seu desenvolvimento individual e no desenvolvimento das comunidades locais. Por outro lado, torna-se, também, importante valorizar, aos olhos dos alunos, os
conhecimentos tecnológicos locais e tradicionais em comparação com o conhecimento tecnológico dominante, os dois complementando-se na resolução dos
problemas sociais e económicos com os quais as comunidades locais e a sociedade timorense, como um todo, se confrontam na atualidade.
Subtema 1 – Educação e igualdade de oportunidades
Conteúdos
Metas de aprendizagem
 Perspetivas sobre a educação, a
mobilidade social e as desigualdades.
 Os défices socioculturais:
Bernstein e os códigos linguísticos.
 A diferença provocada pela escola.
 O capital cultural e a sua
transformação em desigualdades
sociais (Bourdieu).
 Escola, instituições escolares e
sociedade.
 Reconhece o papel contraditório que a educação escolar pode assumir na
mobilidade social, e, ao mesmo tempo, na estratificação das sociedades.
 Conhece as principais ideias das teorias sociológicas criadas para
interpretar a relação complexa entre a educação escolar e desigualdades
sociais.
 Reconhece o papel importante da escola na organização e funcionamento
das sociedades, em particular da sociedade timorense.
Atividades práticas
 Análise de textos sobre o papel da educação
escolar no aprofundamento das desigualdades
sociais nos países em desenvolvimento.
 Elaboração de um pequeno estudo sobre a
origem sociocultural dos alunos na turma
(preparação coletiva e aplicação de um pequeno
questionário).
 Recolha de informação na imprensa sobre a
importância da educação escolar para a
organização e funcionamento da sociedade
timorense.
Subtema 2 – Diferentes formas de organização do sistema escolar
Conteúdos
 A expansão da escola nas sociedades.
 Massificação e democratização.
 Educação e formação de adultos.
 Diferentes exemplos de organização.
 Europa.
 América.
 Ásia.
 Organização do sistema educativo em
Timor-Leste.
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Reconhece a expansão da escola e da educação escolar nas sociedades e
a importância da sua massificação/democratização para a mobilidade e o
bem-estar social.
 Reconhece a importância da educação e formação de adultos para o
desenvolvimento das comunidades locais e das sociedades.
 Identifica diferentes formas de organização dos sistemas educativos em
várias zonas do mundo.
 Conhece os principais elementos da organização do sistema educativo em
Timor-Leste.
 Análise de textos sobre a expansão da escola e da
educação escolar nas sociedades.
 Recolha de informação sobre a educação de
adultos (alfabetização de homens e mulheres) em
Timor-Leste.
 Análise de documentos sobre a organização dos
sistemas educativos na Europa, na América e na
Ásia.
 Recolha de informação em documentos oficiais
sobre a organização do sistema educativo em
Timor-Leste.
[24]
Subtema 3 – Educação, conhecimento e desenvolvimento pessoal e social
Conteúdos
Metas de aprendizagem
 O papel da educação na socialização.
 Educação escolar no
desenvolvimento cognitivo, moral e
social.
 Educação escolar no
desenvolvimento das comunidades
locais e da sociedade.
 Educação não formal.
 Reconhece o papel determinante da educação escolar na socialização dos seres
humanos.
 Reconhece a importância do papel da educação escolar no desenvolvimento
pessoal do ser humano.
 Avalia os efeitos da educação escolar no desenvolvimento, na consciencialização
e no bem-estar das comunidades locais e da sociedade timorense.
Atividades práticas
 Elaboração de textos pelos alunos sobre o
papel da educação na sua socialização e
desenvolvimento pessoal.
 Recolha de informação junto da comunidade
sobre as perceções dos seus membros, a
propósito da importância e do valor social e
cultural da escola na sociedade timorense.
Subtema 4 – Educação, economia e sociedade do conhecimento
Conteúdos
 Ligação entre educação e economia.
 Os saberes científicos e os saberes
tradicionais.
 Os conhecimentos tecnológicos
dominantes e locais.
 Educação e novas tecnologias da
informação e da comunicação.
Metas de aprendizagem
 Avalia o papel da educação escolar no desenvolvimento económico de TimorLeste.
 Distingue o saber científico dos saberes tradicionais.
 Conhece a importância dos saberes e conhecimentos locais para o
desenvolvimento social e económico de Timor-Leste.
 Avalia o contributo importante das novas tecnologias da informação e da
comunicação para a educação escolar.
[25]
Atividades práticas
 Recolha de textos na imprensa sobre os
efeitos da educação escolar no
desenvolvimento económico de Timor-Leste.
 Recolha de informação sobre saberes
tradicionais no âmbito do uso de
conhecimentos e tecnologias locais.
 Desenvolvimento de experiências sobre o
acesso a informação na internet centrada em
temas científicos.
Unidade Temática 3: Governo e Política
A abordagem da unidade temática 3 – Governo e Política – tem como propósito iniciar os alunos ao conhecimento sobre as formas de organização e instrumentos
políticos que os países definem para tomar decisões coletivas, dirigidas à sociedade como um todo. Esta iniciação inclui o estudo do conceito de Estado e análise
dos principais elementos que estão na base da sua existência, tomando como principal exemplo a construção do Estado em Timor-Leste. Mas, para clarificar melhor
este conjunto de aspetos, torna-se fundamental compreender que os diversos tipos de Estado são a expressão das ideias existentes em cada sociedade sobre as
formas como os cidadãos devem participar na vida e nas decisões políticas. As diferentes modalidades de organização dos Estados refletem opções por
determinados regimes políticos, tais como, por exemplo, regimes democráticos, não democráticos (totalitários) ou mistos (autoritários). Mas estas opções surgem,
também, condicionadas por fatores externos ligados às influências exercidas nas políticas nacionais pelas instituições e organismos internacionais.
Subtema 1 – O Conceito de Estado
Conteúdos
 O nascimento do Estado-Nação nos
países ocidentais.
 A construção do Estado nos novos
países: o exemplo de Timor-Leste.
 Definições do conceito de Estado.
 O Estado moderno: Elementos.
 A Antropologia e a questão do
Estado: A organização política das
sociedades ‘tradicionais’.
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Conhece os principais fatores que deram origem ao nascimento do Estado-Nação
nos países ocidentais
 Conhece os diferentes fatores e problemas que vão surgindo na construção do
Estado-Nação em Timor-Leste
 Reconhece as diferenças existentes entre as várias definições do conceito de
Estado.
 Identifica os principais elementos do Estado moderno.
 Reconhece a complexidade da organização política das sociedades ‘tradicionais’,
comparando-a com a organização do Estado.
 Análise de textos sobre o nascimento do
Estado-Nação nos países ocidentais.
 Análise de documentos históricos e
contemporâneos sobre a constituição do
Estado em Timor-Leste.
 Análise de textos antropológicos sobre a
organização política das comunidades locais
em Timor-Leste.
 Organização de visitas a organismos públicos
e governamentais de Timor-Leste (recolha de
informação, entrevistas, etc.).
Subtema 2 – Tipos de sistemas políticos
Conteúdos
 Os regimes democráticos.
 Os regimes não democráticos:
Regimes totalitários e Regimes
autoritários.
 Sistemas de governo.
Metas de aprendizagem
Atividades práticas
 Conhece as principais diferenças entre os regimes democráticos e não
democráticos.
 Distingue as principais características que diferenciam os regimes totalitários dos
regimes autoritários.
 Identifica os principais sistemas contemporâneos de governo existentes em
diversas sociedades ocidentais e não ocidentais.
 Análise de textos sobre as diferenças entre os
regimes democráticos e não democráticos.
 Recolha de informação, na biblioteca da
escola, sobre os regimes totalitários, os
regimes autoritários e os regimes
democráticos.
 Análise de documentos históricos
contemporâneos sobre a formação do Estado
em Timor-Leste.
[26]
Subtema 3 – Estado-Nação e identidade nacional
Conteúdos
 Conceito de identidade nacional.
 Identidade nacional e nacionalismo.
 Relações entre países com diferentes
níveis de desenvolvimento.
Metas de aprendizagem
 Define o conceito de identidade nacional.
 Distingue o conceito de identidade nacional do conceito de nacionalismo.
 Reconhece a importância do conceito de identidade nacional para a afirmação
da soberania dos países em desenvolvimento, usando Timor-Leste como
referência.
Atividades práticas
 Análise de textos sobre o conceito de
identidade aplicado à realidade timorense.
 Recolha de informação sobre o tema da
identidade nacional, através da realização de
entrevistas a responsáveis políticos locais.
Subtema 4 – As organizações internacionais e a sua influência nas políticas nacionais
Conteúdos
 Conceito de transnacionalidade.
 Tipos de transnacionalidade.
Metas de aprendizagem
 Conhece o conceito de transnacionalidade e os seus limites na análise da
realidade política dos países, incluindo o exemplo de Timor-Leste.
 Identifica os diferentes tipos de transnacionalidade.
Atividades práticas
 Análise de textos sobre a transnacionalidade e
o uso do conceito em países com diferentes
níveis de desenvolvimento.
 Visita de estudo a representações de
instituições internacionais em Timor-Leste.
[27]
SOCIOLOGIA | 12.º ANO
7. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
As estratégias de ensino e de aprendizagem a desenvolver compreendem, tendo por
referência as tradições locais, a exposição teórica dos diversos pontos do programa. No
entanto, as orientações metodológicas preveem um ensino centrado no aluno. Pretende-se
estimular o desenvolvimento de trabalhos de aplicação e de reflexão dos conteúdos
programáticos. Para tal, sugere-se a análise e discussão de textos individuais ou em grupo e a
recolha e tratamento de diversos materiais.
Pretende-se incentivar a curiosidade e o gosto dos alunos por trabalhos de aplicação, ao
mesmo tempo que se espera que estes trabalhos sirvam para facilitar a sua motivação para
aceder a conhecimentos mais teóricos e abstratos que desenvolvam o seu pensamento sobre a
realidade social. Deste modo, sugere-se que, após a exposição de conteúdos pelo professor, se
recorra à análise e discussão, individualmente ou em grupo, de textos sobre a sociedade
timorense e de outros textos pertinentes para a compreensão dos temas lecionados. O
professor pode, igualmente, assumir um papel ativo na preparação, com cada aluno ou grupos
de alunos, da recolha e tratamento de diversos materiais e documentos que podem surgir
como exemplos, ou casos ilustrativos, dos conteúdos que estão a ser ensinados e trabalhados
nas aulas.
O papel do professor, neste âmbito, será o de estimular o interesse dos alunos pelas
problemáticas em análise e de orientar o estudo e a compreensão das matérias lecionadas.
Assim sendo, para que o papel do professor seja cabalmente cumprido é fundamental que não
se limite ou se concentre maioritariamente na exposição dos conteúdos programáticos aos
alunos. O trabalho de reflexão individual e de postura crítica do aluno deve ser estimulado.
Para tal sugere-se que, a partir da análise e interpretação crítica de textos, se estimule a
exposição ou divulgação de opiniões pessoais críticas devidamente fundamentadas. Assim
como devem ser utilizadas práticas de procura autónoma de conhecimento através do
estímulo à recolha bibliográfica ou à procura de materiais capazes de suscitar a reflexão sobre
os conteúdos do programa nos mais diversos registos (incluindo, por exemplo, imagens ou
histórias orais). Aliás, incentivar os alunos, em grupo e individualmente, a refletirem sobre os
conteúdos que estão a aprender, e a construir uma postura crítica sobre esses mesmos
conhecimentos e a sua importância para a compreensão das realidades da sociedade
timorense, constitui um dos melhores contributos para o seu sucesso na disciplina de
Sociologia.
Neste sentido, sugere-se que, a partir da análise e interpretação crítica de textos, se estimule a
exposição e trocas de opiniões pessoais críticas, devidamente fundamentadas. Assim como
devem ser utilizadas práticas de autonomização das aprendizagens, esta autonomização pode
ser promovida com base na procura, em grupo e individual, de informação nos recursos
bibliográficos da escola e de outras instituições públicas. Mas pode também ser promovida
através da responsabilização dos alunos pela recolha de materiais e outros documentos (por
exemplo, imagens) existentes nas comunidades locais, incluindo a recolha de informação
sobre experiências de vida (por exemplo, histórias orais) e outras experiências sociais,
económicas e políticas.
A participação dos alunos nas aulas deve ser estimulada e valorizada para que a partilha de
experiências possa permitir relacionar e problematizar as questões sociais referidas no
programa com a realidade social em que se inserem. Assim sendo, apesar de o professor ter o
papel de transmissão de conhecimentos, as aulas deverão assumir um cariz essencialmente
prático. Deverá ser dada primazia ao trabalho em grupo, não sendo, no entanto, de ignorar a
importância da aprendizagem individual.
[28]
Em resumo, para além da transmissão de conhecimentos pelo professor, os incentivos à
participação dos alunos nas aulas e à troca de opiniões e partilha de experiências valoriza-os
como pessoas e membros de uma comunidade e da sociedade timorense. Por outro lado,
também permitem problematizar e, mais facilmente, relacionar os conteúdos abordados no
programa com a realidade social, política e económica em que se inserem. Assim sendo,
apesar de o professor desempenhar um papel central na aula ao transmitir conhecimentos, as
aulas podem assumir um cariz essencialmente prático. Desta forma, é possível valorizar muito
o trabalho em grupo, não sendo, no entanto, de ignorar a importância da aprendizagem
individual.
8. RECURSOS DIDÁTICOS
Os recursos didáticos necessários para o apoio aos professores e alunos nesta disciplina
dependem do que já existe nas escolas e, em alguns casos, podem ser partilhados com as
outras disciplinas que fazem parte dos dois percursos curriculares. Em termos mínimos, seria
importante que professores e alunos pudessem dispor de uma pequena secção de biblioteca
com um conjunto de livros e documentos de divulgação da Sociologia e da Antropologia Social
e Cultural, de alguma documentação publicada por organismos internacionais (OCDE, ONU,
UNESCO, etc.) bem como de alguma imprensa timorense. É importante, igualmente, que um
pequeno espaço fosse disponibilizado nas escolas para a recolha de objetos tradicionais da
cultura timorense (recolhidos pelos professores e alunos). Por fim, embora não se trate de
uma necessidade urgente, o apoio didático de alguns recursos multimédia (televisão, gravador
CD) seria pertinente para tornar o ensino e a aprendizagem na disciplina mais motivador.
9. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS
Tendo por base as orientações metodológicas sugeridas, bem como as metas de aprendizagem
propostas no programa, procura-se, neste ano letivo, promover uma participação ativa dos
alunos nas aprendizagens, embora se conceda, igualmente, um espaço importante para a
intervenção do professor. Neste contexto, a avaliação é assumida no programa como um
diagnóstico de aprendizagem e de intervenção do professor no desenvolvimento cognitivo,
afetivo, cultural e social dos alunos.
Em sintonia com esta proposta, a avaliação deverá ser formativa e contínua, combinando a
participação dos alunos nas atividades que lhe são propostas com a realização de dois
pequenos testes de conhecimento por trimestre. Este tipo de avaliação pressupõe que os
professores mantenham um registo periódico e atualizado dos progressos dos alunos. Os
professores podem utilizar estes registos para informar os alunos, periodicamente, sobre os
seus melhores avanços e maiores dificuldades nas aprendizagens. No final de cada trimestre os
professores devem elaborar uma informação qualitativa sintética e resumida sobre a situação
de cada aluno ao nível dos desempenhos na aprendizagem.
[29]
10. BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA
Almeida, J. (1995). Introdução à Sociologia. Lisboa: Universidade Aberta.
Trata-se de um manual de Sociologia escrito numa linguagem acessível e de fácil compreensão. A sua
consulta é particularmente importante para os primeiros temas do programa de Sociologia do 10º ano
de Timor-Leste. O autor reflete neste manual sobre o surgimento da Sociologia e a sua ligação com
outras áreas das Ciências Sociais.
Amâncio, L. (1998). Masculino e Feminino: A construção social da diferença (2ª ed.). Porto:
Afrontamento.
Neste livro, a autora apresenta os conceitos de sexo e género e a forma como este último tem evoluído
no contexto da Psicologia Social. Trata-se de uma obra de referência neste domínio. A linguagem não é a
mais acessível, implicando o conhecimento de alguns conceitos ‘mais técnicos’ antes da sua leitura. Será
um bom elemento para aprofundamento sobre as relações de género e a sua evolução.
Andrade, A., & Moinhos, R. (2009). Sociologia. Lisboa: Plátano Editora.
Trata-se de uma obra de iniciação à Sociologia escrita numa linguagem acessível e de fácil compreensão.
Pode fazer parte da bibliografia complementar de apoio aos professores na preparação das aulas. Todos
os capítulos da obra são importantes para um primeiro contacto ou aprofundamento dos diferentes
temas que integram o corpo de conhecimentos já existentes na sociologia.
Baudoin, J. (2000). Introdução à Sociologia Política. Lisboa: Editorial Estampa.
Trata-se de um livro, de tipo manual de iniciação à Sociologia Política, no qual o autor fornece uma
síntese interpretativa sobre as principais correntes desta disciplina. Com base nestas correntes, o autor
analisa os regimes políticos ocidentais, a noção de Estado nas sociedades ‘modernas’ e ‘tradicionais’, e,
ainda, apresenta as várias perspectivas e modelos analíticos de avaliação das políticas públicas. A obra
está escrita numa linguagem acessível e de fácil compreensão.
Bourdieu, P., & Passeron, J.-C. (s.d.). A Reprodução: Elementos para uma Teoria do Sistema de Ensino
(Tradução de C. Perdigão Gomes da Silva). Lisboa: Ed. Vega.
Trata-se de um livro de base para a compreensão do papel da escola na reprodução das desigualdades
sociais. O livro explica como é que as diferenças no capital cultural adquirido nas famílias, em função da
sua posição na estratificação social, se transformam em desigualdades sociais através dos mecanismos
de eliminação e selecção social desenvolvidos pela escola (em especial através da pedagogia). A
linguagem usada no livro é, por vezes, complexa, e pode causar problemas de compreensão. Mas os
diferentes estudos nele contidos são importantes para a análise do papel da escola na estratificação
social.
Brym, R., & Lie, J. (2007). Sociology: Your compass for a new world (3rd ed.). Belmont: Thomson.
Trata-se de um manual de Sociologia desenvolvido para alunos do secundário e divulgado um pouco por
todo o mundo. A sua linguagem é simples e adequada a alunos neste nível de ensino. Aborda todos os
temas definidos para o programa de Sociologia do 10º ano de Timor-Leste.
CAVR (2005). Chega! Relatório da Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação de Timor-Leste.
Resumo Executivo. Díli: Comissão de Acolhimento Verdade e Reconciliação.
Este relatório constitui o resultado do trabalho da Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação
de Timor-Leste. Explora relatos pessoais de vivências recentes de timorenses e constitui um importante
documento histórico e sociológico. Pode ser utilizado pelos professores para desenvolver trabalhos de
cariz mais prático com os alunos.
[30]
Centeno, R., & Ivo C. (2001). Uma lulik Timur. Casa Sagrada de Oriente. Porto: FLUP.
É um estudo importante para a compreensão e análise da cultura timorense, em particular do papel real
e simbólico da casa sagrada – Uma lulik – na vida das comunidades timorenses. A casa sagrada
representa, simbolicamente, a ‘força’ cultural e espiritual do povo timorense. É também o centro
dinâmico da vida das comunidades locais e o lugar onde se realizam os rituais comunitários mais
importantes. O estudo está escrito numa linguagem compreensível.
Cinatti, R. (1987). Motivos artísticos timorenses e a sua integração. Lisboa: Instituto de Investigação
Científica e Tropical/Museu de Etnologia.
Este livro, ou monografia, é fundamental para a compreensão da cultura ‘tradicional’ timorense. Inclui
uma descrição sobre a origem dos diferentes povos timorenses e da sua cultura material. Descreve
quase todos os artefactos ‘tradicionais’ usados na vida quotidiana e os símbolos com que são decorados.
A monografia contém, também, o registo de algumas tradições orais do povo timorense. A linguagem da
monografia é muito acessível e poética. Alguns dos exemplos da cultura timorense são já muito datados,
mas continuam a ser fundamentais como ponto comparativo de referência em relação às mudanças
contemporâneas ocorridas nessa mesma cultura.
Cinatti, R., Almeida, L., & Mendes, S. (1987). Arquitectura timorense. Lisboa: Instituto de Investigação
Científica e Tropical/Museu de Etnologia.
Este livro é fundamental para a compreensão dos modos de vida e da cultura das diferentes
comunidades timorenses. Para além de informações importantes sobre a cultura imaterial de TimorLeste, contém, igualmente, registos importantes da cultura material, em particular das casas sagradas
existentes nas várias regiões.
Costa, A. F. (1992). O que é a Sociologia. Lisboa: Difusão Cultural.
Trata-se de um livro de iniciação à Sociologia que toma como exemplo o caso português. Sendo um livro
de iniciação, procura contribuir para a construção de uma Sociologia portuguesa. Neste sentido,
constitui uma referência importante para apontar caminhos para a contextualização e construção do
saber sociológico em Timor-Leste. É um livro de referência que pode servir de apoio aos professores
timorenses na preparação das suas aulas. Está escrito numa linguagem acessível, e apresenta diversos
conceitos da Sociologia de uma forma clara e compreensível.
Demartis, L. (2006). Compêndio de Sociologia. Lisboa: Edições 70.
Trata-se de um livro muito didáctico de iniciação à Sociologia. Pode servir de apoio aos professores de
Sociologia na preparação das aulas Todos os capítulos do livro são importantes nessa preparação. Está
escrito numa linguagem acessível e compreensível.
Domingues, A. M., Barradas, H., Rainha, H., & Neves, I. P. (1986). A teoria de Bernstein em Sociologia da
Educação. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
O livro debruça-se sobre as teorias de B. Bernstein de Sociologia da Educação, em particular o estudo
dos códigos linguísticos na comunicação na família e na escola. Esta ultima está cultural e
linguisticamente mais próxima das famílias socialmente favorecidas do que das famílias desfavorecidas.
É esta proximidade que constitui uma vantagem escolar e social para os alunos de origem social mais
favorecida. A questão do currículo explícito e oculto na escola também constitui um tema importante da
Sociologia da Educação de Bernstein. O livro constitui uma referência importante na análise da escola e
das desigualdades sociais provocadas pela educação escolar.
Duarte, J. (1984). Timor: Ritos e mitos Ataúros. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa.
O livro descreve mitos e ritos desenvolvidos em Ataúro, através da análise e interpretação de um
antropólogo português. É importante para o desenvolvimento das questões ligadas à cultura.
[31]
Étienne, J., Bloess, F., Noreck, J.-P., & Roux, J.-P. (1998). Dicionário de Sociologia: As noções, os
mecanismos e os autores. Paris: Hatier.
Neste dicionário encontram-se a maior parte das entradas para os conceitos usados nas teorias e
linguagem sociológica. É uma obra de referência importante para a preparação das aulas pelos
professores timorenses. Permite uma consulta rápida dos conceitos que estão a ser trabalhados nas
aulas com os alunos.
GEP/Ministério da Educação (1992). Estruturas dos sistemas educativos da Comunidade Europeia.
Lisboa: GEP/ME.
Embora tenha sido publicado em 1992, este relatório do ME português contém informações
importantes sobre os sistemas educativos europeus. Permite apoiar a componente do programa de
Sociologia relacionada com o sistema educativo timorense.
Giddens, A. (2010). Sociologia (8ª ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Trata-se de um dos manuais de Sociologia mais populares e conhecidos ao nível internacional. Todos os
seus capítulos são importantes como apoio à preparação das aulas de Sociologia. Está escrito numa
linguagem acessível. Apresenta as teorias e conceitos sociológicos de uma forma clara, compreensível e
precisa. É importante que, na medida do possível, cada escola tenha um exemplar deste manual na sua
biblioteca escolar para ser consultado não só pelos professores, mas, também, pelos alunos.
Hartman, H. I., & Reskin, B. F. (1986). Women’s work men’s work. Washington DC: National Academy
Press.
O livro procura refletir sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho nas economias
desenvolvidas do ocidente. É particularmente relevante para a análise das questões relacionadas com os
papéis sociais de homens e mulheres na sociedade. No entanto apresenta uma linguagem muito
especializada e de difícil acesso.
Iturra, R. (1990). Fugirás à escola para trabalhar a terra: Ensaios de Antropologia Social sobre o
insucesso escolar. Lisboa: Escher.
Este livro trata de questões relacionadas com a distância existente entre a cultura escolar e as
concepções e práticas culturais das famílias de origem social popular, e especial o meio rural/camponês.
O livro recorre a teorias e conceitos da Sociologia e da Antropologia. É um livro importante para
aprofundar a compreensão dos problemas de insucesso escolar, podendo as suas propostas de
interpretação ser aplicadas a Timor-Leste. A linguagem do livro é acessível e compreensível.
King, V., & William W. (2003). The modern anthropology of Southeast Asia. London: Routledge.
Trata-se de um livro que procede a uma apresentação de diferentes teorias e estudos contemporâneos
sobre a Antropologia no Sudoeste da ásia. O conjunto de desenvolvimentos teóricos e exemplos
empíricos apresentados nas suas páginas constituem uma fonte de inspiração para a Antropologia em
Timor-Leste.
Marques, R. (1999). Modelos pedagógicos actuais. Lisboa: Plátano Edições Técnicas.
O livro descreve os modelos pedagógicos actualmente mais usados. Traça uma visão global desses
modelos pedagógicos e da sua influência no ensino e na aprendizagem, em particular na relação
professor-aluno. É um livro importante para a análise dos problemas pedagógicos no sistema educativo
timorense. A sua linguagem é muito acessível
[32]
Martin, H-P., & Schumann, H. (2000). A armadilha da globalização, o assalto à democracia e ao bemestar social. Lisboa: Terramar.
Trata-se de uma obra que analisa o fenómeno da globalização de uma forma muito crítica, e
especialmente as desigualdades entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento que este
fenómeno provoca. O livro é importante para o apoio aos temas do programa curricular sobre a
globalização e o seu impacto em Timor-Leste.
Rilley, V. (2009). Husi Bei Ala Timor Sira Nia Liman: From the Hands of our ancestors – arts and crafts
from Timor Leste. Arena Magazine, 10.
Trata-se de um livro que desenvolve um conjunto de análises sobre a arte popular e ‘tradicional’ em
Timor-Leste. Os exemplos que contém constituem um apoio importante para o desenvolvimento da
componente de Antropologia no Programa curricular de Sociologia. Estes exemplos podem ser usados
pelos professores para preparação das aulas.
Riviére, C. (2008). Introdução à Antropologia. Lisboa: Edições 70.
É um livro de iniciação à Antropologia, escrito numa linguagem acessível. É especialmente importante
para um primeiro contacto com os principais criadores das teorias antropológicas, em especial na
Antropologia Social e Cultural. Também é importante para um primeiro contacto com as questões
relacionadas com as estruturas de parentesco. Este livro poderia fazer parte das bibliotecas escolares
timorenses, não só para consulta dos professores, mas, igualmente, dos alunos.
Stiglitz, J. (2002). Globalização, a grande desilusão. Lisboa: Terramar.
Trata-se de um livro de um economista, Prémio Nobel (e antigo vice-presidente do Banco Mundial), que
tem demonstrado muito interesse pelas questões sobre as desigualdades sociais as desigualdades entre
países desenvolvidos e em desenvolvimento, provocadas pela globalização. Neste livro, apresenta-se um
conjunto muito pertinente de informações sobre a globalização, ao mesmo tempo que dela faz um
balanço crítico.
Stiglitz, J. (2007). Making globalization work. London: Penguin Books.
Trata-se de um livro que tem um conjunto importante de informações muito úteis para o conhecimento
e compreensão do fenómeno da globalização. Propõe, além disso, um conjunto de soluções para fazer
funcionar a globalização de uma forma mais justa, principalmente no que respeita às relações entre
países desenvolvidos e em desenvolvimento.
[33]
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