Trabalho de Geografia Por: Fábio Furlin Ney Theodoro Trabalho realizado para cumprimento parcial da disciplina de geografia, sob orientação e supervisão do professor Tommazo. Nacional – São Mateus – Abril de 1999 I - Introdução Tentar-se-á mostrar uma ampla e abrangente visão, sobre o que é Vulcanismo e Intemperismo, mostrando de uma forma clara e objetiva sua origem, efeitos e conseqüências e agentes externos e internos. Através deste, tentamos mostrar as mais diversas coisas e conseqüências que se formam através dos anos. II - Desenvolvimento 2.1. - Vulcanismo O vulcanismo ocorre em formações geológicas diversas, mas quase sempre em regiões de contato entre as placas rígidas que compõem a litosfera. Por vulcanismo entendem-se os vários processos e fenômenos associados ao derrame superficial de rocha fundida ou de água quente e vapor, por vulcões ou gêiseres. Acredita-se que o fenômeno tenha sido importante na evolução de planetas como Mercúrio, Vênus e Marte, além de alguns satélites. Cerca de oitenta por cento dos vulcões terrestres ativos e os fenômenos a eles relacionados ocorrem no ponto em que uma placa tectônica se superpõe a uma outra, que é reabsorvida pelo manto num processo denominado subducção. Outra área de vulcanismo se dá ao longo das cristas médio-oceânicas, onde as placas se afastam umas das outras. O magma ascende e cria um novo assoalho oceânico ao longo das bordas das placas. Essa atividade vulcânica ocorre sob a água, mas em alguns lugares as cristas se elevam até a superfície e dão origem ao vulcanismo subaéreo, cujos exemplos mais conhecidos estão na Islândia. Alguns vulcões ocorrem em pontos distantes das bordas das placas, como nas ilhas vulcânicas do Havaí, situadas no interior da placa do Pacífico. Fenômeno relacionado ao vulcanismo é o plutonismo. A ação vulcânica corresponde ao extravasamento do magma, ou seja, da rocha fundida, para a superfície da Terra, e a ação plutônica ocorre abaixo da superfície. O termo plúton designa qualquer corpo extrusivo de rocha magmática, ou seja, formado por resfriamento de magma. 2.2. - Vulcão No ano 79, Pompéia, Herculano e Estábia gozavam de prosperidade nas encostas do vulcão Vesúvio, que se supunha extinto. Subitamente, o cone vulcânico entrou em erupção, e a lava, o pó, as cinzas e o vapor d'água expelidos formaram uma massa barrenta que arrasou as cidades e matou seus habitantes. O estudo das atividades vulcânicas permite hoje prever possíveis erupções, para retirar a tempo a população. Vulcão é toda greta ou abertura da crosta terrestre pela qual se projetam gases, material clástico e magma procedentes do interior da Terra. Ocorre tanto nas regiões continentais como nas submarinas, mas sabe-se que os magmas se originam a altas temperaturas e pressões, e que essas condições se encontram principalmente nas regiões de contato das placas que formam a litosfera. A capacidade de ascensão de um magma na crosta é determinada por sua densidade e a pressão que atua na fonte. Alguns magmas não ascendem diretamente de sua fonte ao ponto de erupção, mas são coletados numa câmara magmática de profundidade intermediária. O interesse crescente da ciência pelos fenômenos geológicos permitiu estabelecer, com a disciplina denominada vulcanologia, as causas da atividade vulcânica observada em determinadas áreas do planeta. As erupções vulcânicas aparecem ligadas à produção de magma fundido sob a crosta superficial. Seus focos se localizam a algumas dezenas de quilômetros de profundidade, o que contradiz a crença antiga de que as erupções lançavam materiais das camadas centrais do interior da Terra. O surgimento do magma se deve principalmente às fricções produzidas entre as placas litosféricas, capazes de fraturar a crosta terrestre em conseqüência de suas colisões internas. Daí a freqüente associação observada entre os fenômenos sísmicos e os vulcânicos. A atividade dos focos vulcânicos apresenta, no entanto, uma variabilidade acentuada, com períodos inativos de até séculos ou milênios entre duas erupções consecutivas. 2.2.1. - Materiais de origem vulcânica Os produtos das erupções vulcânicas são lavas e rochas piroclásticas. O aspecto da lava varia de acordo com o grau de fluidez, a composição química, a temperatura, o grau de oxidação, o conteúdo em gases e o tempo de esfriamento, que depende da espessura do derrame e do ambiente aéreo ou aquoso. Todos esses fatores são interdependentes, porque a fluidez é função da composição química e da temperatura, do mesmo modo que o teor de gases, retidos em maior quantidade nas lavas mais viscosas. O aspecto das lavas também varia de acordo com o grau de inclinação do terreno onde se dá o derrame. Certas lavas têm aparência vítrea, enquanto outras se parecem com escórias de fundição. As lavas mais ricas em sílica são as mais viscosas. Alguns tipos de lava podem reter tal quantidade de gases que se apresentam como verdadeira espuma solidificada, que recebe o nome de púmice, ou pedra-pomes. Os vidros vulcânicos recebem o nome de obsidiana e, na verdade, são lavas mais ricas em sílica. Um dos tipos mais interessantes de lava é o ignimbrito, formado por aglutinação de partículas expulsas em estado ainda líquido em nuvens ardentes que se espalham sobre grandes áreas e se soldam, formando embaixo os tufos soldados que gradualmente passam a tufos menos soldados mais acima, até chegar a tufos sem o menor sinal de aglutinação no ponto mais alto do depósito. Esse tipo de lava existe no estado do Rio Grande do Sul e está relacionado a atividades magmáticas da era pré-cambriana superior. O conjunto dos produtos formados pela fragmentação das rochas adjacentes à adutora vulcânica e lançados pelo vulcão denomina-se material piroclástico. Os fragmentos maiores acumulam-se junto ao edifício vulcânico, e os menores podem depositar-se a longas distâncias. Constituem-se de lava formada em atividades anteriores, de eventuais fenocristais intratelúricos expulsos durante a erupção, bem como de blocos de rocha encaixante, ou seja, rocha adjacente ao aparelho vulcânico. Conforme o tamanho dos fragmentos, pode ser enorme a distância que atingem. Os fragmentos com mais de cinco centímetros são chamados blocos; entre cinco centímetros e cinco milímetros denominam-se lapíli; e abaixo dessa dimensão recebem o nome de cinza, que não tem relação alguma com o fenômeno da combustão. 2.2.2. - Classificação dos vulcões Fundamentalmente, distinguem-se dois tipos de vulcões: ativos e extintos. No primeiro grupo se enquadram cerca de 600 vulcões dos quais se conhece historicamente algum período eruptivo, enquanto no segundo se incluem cerca de cinco mil crateras das quais se desconhece a freqüência dos períodos de atividade. Essa contagem, porém, exclui numerosos focos submarinos cuja atividade não se percebe na superfície do oceano. Uma classificação mais detalhada distingue quatro estados na atividade de um vulcão: o repouso, fase de esgotamento do vulcão, que freqüentemente sucede a uma erupção prolongada; a fase solfatárica -- termo derivado do italiano solfatara, abertura da crosta terrestre que desprende gases sulfurosos -- que se caracteriza pela emanação de gases e vapor em forma de fumarolas a cerca de 1.000° C de temperatura; a atividade de regime, com rios de lava ou lançamento de escória; e a fase eruptiva propriamente dita, de tipo explosivo. A atividade de regime, também denominada erupção permanente moderada, e a fase eruptiva são dois aspectos de um mesmo fenômeno, determinados pela proporção da lava, materiais silicosos e produtos gasosos. A maior acidez da lava provoca aumento de sua viscosidade e a faz apresentar maior resistência à saída dos gases da erupção. As lavas básicas e quentes, próprias do Havaí, pelo contrário, permitem uma erupção lenta, permanente e não explosiva que forma carreiras de vários metros de espessura, com superfície solidificada e interior fluido. Outra manifestação da atividade de regime é o lançamento de escórias, como se pode observar, por exemplo, no vulcão italiano Stromboli. Esse fenômeno se deve a uma menor fluidez da lava, que provoca maior resistência à saída de gases. Esta se torna intermitente e mais explosiva. As erupções violentas, chamadas também paroxismos vulcânicos, se produzem com intervalos muito variáveis e projetam lavas a temperaturas de 735 a 1.225°C. Distinguem-se vários tipos de paroxismos, mas os que se revestem de piores conseqüências são as erupções explosivas, como a produzida em 1883 no vulcão Krakatoa, que lançou à atmosfera dois terços da massa da ilha sobre a qual se assentava, no arquipélago indonésio. A erupção pode ser central, quando se produz na cratera principal; lateral, sobre aberturas secundárias do vulcão; e excêntrica, em pontos distanciados da cratera. Neste último caso, a lava é expelida pelas fendas que surgem nas encostas, e raramente pelas crateras. 2.2.3. - Principais formas vulcânicas As formas vulcânicas distinguem-se em quatro tipos principais: (1) platô de lava; (2) vulcão de escudo; (3) estrato-vulcão; e (4) depósitos vulcanoclásticos acamados. Todos esses tipos contêm lava, rochas piroclásticas e intrusões, mas em proporção e composição diferenciadas. Os platôs de lavas são acúmulos de lençóis de lava, geralmente basáltica. Alguns exemplos são as lavas recentes e terciárias da Islândia e as camadas basálticas mesozóicas da bacia do Paraná, no Brasil, relacionadas com a abertura do oceano Atlântico. As ilhas do Havaí são exemplos de vulcões de escudo, estruturas cônicas que consistem basicamente de lava. Os vulcões mais conhecidos, como o Vesúvio, na Itália; o monte Santa Helena, no sul do oceano Atlântico; e o Fujiyama, no Japão, classificam-se como estratovulcões, formas vulcânicas compostas de lava e material piroclástico. Esse tipo de vulcão geralmente tem sua forma modificada devido à natureza explosiva. Finalmente, os depósitos vulcanoclásticos são acumulações de rochas piroclásticas como aquelas da ilha Norte, na Nova Zelândia, ou do Parque Yellowstone, nos Estados Unidos. Conforme sua situação tectônica, os vulcões recentes podem ser agrupados em três categorias, segundo ocorram nas bacias oceânicas, nos arcos de ilhas e margens continentais, e nos continentes. Nas bacias oceânicas, a atividade vulcânica ocorre ao longo das cristas das montanhas formadas pelo contato distensivo das placas litosféricas e em ilhas vulcânicas isoladas. Os arcos de ilhas e margens orogênicas continentais são o lugar de maior concentração da atividade vulcânica e reúnem dois terços dos vulcões ativos da Terra. 2.2.4. - Zonas de atividade vulcânica As regiões de atividade vulcânica do planeta se ligam principalmente a forças tectônicas submarinas. As áreas de fratura se denominam cinturões, e entre elas se destacam as seguintes: (1) o círculo de fogo do oceano Pacífico, que inclui o leste da Ásia desde a península de Kamchatka e as ilhas do Japão até as Filipinas, além do oeste do continente americano; (2) a zona mediterrânea, causadora de violentas erupções em regiões tão distantes como o Cáucaso e o Mediterrâneo, principalmente nos arquipélagos do Egeu e nas ilhas italianas; (3) as fossas submarinas dos oceanos Atlântico e Índico, e os vulcões africanos; e (4) a região havaiana, com os vulcões Mauna Loa, Mauna Kea e Kilauea, dos quais já se registraram mais de setenta erupções não-explosivas. A vulcanologia pretende, a partir do conhecimento das características e da origem de cada uma dessas zonas de atividade, prever as erupções. Desse modo se poderia evitar a repetição das catástrofes que, no passado, causaram a destruição de cidades inteiras. Aconcágua; Chimborazo; Etna; Geologia; Pompéia, Herculano e Estábia; Tectônica; Vesúvio; Vulcanismo 2.3. - Intemperismo Ao preparar o caminho para a atuação de agentes erosivos como rios, geleiras e ventos, o intemperismo contribui para modificar lenta mas continuamente a forma da superfície terrestre. Intemperismo é o conjunto de processos físicos, químicos, biológicos e físicoquímicos responsáveis pela degradação de rochas à superfície da Terra. Nas rochas fraturadas em situação topográfica favorável à penetração da água, o fenômeno pode produzir falhas de mais de cem metros de profundidade. Dependendo das condições climáticas, os diferentes processos intempéricos atuam isolada ou simultaneamente. São vários os fatores que influem no tipo e na intensidade dos intemperismos: topografia, vegetação, tipo de rocha (composição mineralógica e química, textura e estrutura) e clima. A topografia muito plana favorece a penetração da água e propicia a degradação mais rápida das rochas e do solo. A vegetação impede o escoamento rápido das águas superficiais e cria, assim, condições favoráveis à maior penetração da umidade. O clima é fator importante na determinação da forma sob a qual se manifesta o fenômeno: em clima tropical, predomina o intemperismo químico, enquanto nos climas áridos ou frios é mais freqüente o intemperismo físico. Também chamado mecânico, o intemperismo físico leva à fragmentação das rochas. Muitos organismos agem nessa modalidade de intemperismo: as raízes das árvores, por exemplo, podem penetrar nas fendas das rochas e ocasionar a separação de blocos, em virtude de seu crescimento. O intemperismo químico é o que provoca a decomposição química dos minerais das rochas e realiza-se à custa de água (que transporta gases ativos no processo de decomposição) e de diversos ácidos, de origem orgânica ou inorgânica. A atuação humana também influi sobre o intemperismo. O ácido sulfúrico da atmosfera, produzido por emissões poluentes de indústrias e veículos motorizados, afeta também as formações rochosas. 2.4. - Relevo Conjunto das diferenças de nível da superfície da crosta terrestre resultantes de mudanças que podem durar milhões de anos. O relevo é formado por dois tipos de força que atuam simultaneamente: as internas e as externas. 2.4.1. - Forças Internas Também chamadas de agentes endógenos, as forças internas são responsáveis pela criação do relevo. Originam-se da crosta da Terra ou do manto (camada localizada abaixo da crosta). Abrangem o tectonismo, o vulcanismo e os abalos sísmicos. O tectonismo compreende movimentos lentos na crosta terrestre que provocam o deslocamento dos continentes. Esses podem ser verticais ou horizontais. Os verticais levantam ou rebaixam a crosta em longo espaço de tempo e acontecem, por exemplo, na península Escandinava (norte da Europa), que, a cada século, sobe 38 cm. Os horizontais são deslocamentos intensos que levam à formação das cadeias de montanha. Ocorrem nas áreas de choque das placas tectônicas e causam grandes enrugamentos ou dobras, que chegam a atingir quilômetros de altitude. O vulcanismo atua quando o magma, rochas em fusão vindas do manto terrestre, atinge a superfície e os abalos sísmicos quando tremores na superfície terrestre provocam movimentação entre blocos de rochas situados na crosta. 2.4.2. - Forças Externas Conjunto de elementos que modelam o relevo terrestre. Os principais são o intemperismo e a erosão. O intemperismo, processo de degradação das rochas provocado pelo clima, pode ser físico – as rochas sofrem mudanças no tamanho e no formato em função dos contrastes térmicos entre o dia e a noite – ou químico – a ação da água altera a composição química das rochas. Já a erosão é causada pela água da chuva e dos rios, pelo vento, pelo gelo e pelo mar, que transportam os sedimentos desagregados depositando-os em outros lugares. 2.4.3. - Formas do Relevo Os principais tipos de relevo são as planícies, os planaltos, as depressões e as montanhas. As planícies são terrenos de superfície plana formados por rochas sedimentares. Podem ser encontradas em baixas ou altas altitudes (planícies de montanhas). Ocupam mais de um terço da superfície terrestre e em geral acompanham as margens de grandes rios, lagos e oceanos. Por causa de sua forma plana, facilitam o cultivo e o transporte fluvial e terrestre, sendo, por isso, as áreas mais povoadas do planeta. Os planaltos são elevações produzidas por erosão de rochas sedimentares ou cristalinas, em geral de altitude entre 300 e 1.000 m. Mas também podem ser encontrados em áreas acima de 3.000 m, cercados por cadeias de montanhas (como o altiplano boliviano). Quando se desenvolvem em bacias sedimentares, muitas vezes apresentam topos aplanados com bordas em escarpas, formando as chapadas. As montanhas são as áreas mais altas da crosta terrestre, de formação recente, que resultam do encontro entre placas tectônicas. Normalmente formam cadeias, como as cordilheiras dos Andes e do Himalaia. As que aparecem isoladas em geral têm origem vulcânica. As depressões são áreas da superfície terrestre localizadas em altitudes inferiores às demais formas de relevo que as circundam. Quando se situam abaixo do nível do mar se chamam depressões absolutas. PICOS MAIS ALTOS NOS CONTINENTES Continente Ásia 1º 2º 3º América do Sul 1º 2º 3º América do Norte 1º 2º 3º África 1º 2º 3º Europa 1º 2º 3º Antártica 1º 2º 3º Oceania 1º 2º 3º Pico Altura/m Local Everest K-2 Kanchenjunga+B6 8.848 Nepal/China 8.616 Paquistão/China 8.603 Nepal/Índia Aconcágua Ojos del Salado Huascarán 6.960 Argentina/Chile 6.863 Argentina/Chile 6.768 Peru McKinley Logan Orizaba 6.194 Alasca, EUA 6.050 Canadá 5.700 México Kilimanjaro Quênia Rwenzori 5.895 Tanzânia 5.199 Quênia 5.119 Uganda Elbro Kasbek Monte Branco 5.642 Federação Russa 5.033 Geórgia 4.810 França Vinson Kirkpatrick Markham 5.140 4.530 4.350 Wilhelm Mauna Kea Mauna Loa 4.508 Papua Nova Guiné 4.205 Ilhas Havaí 4.169 Ilhas Havaí 2.5. - Erosão A paisagem natural, aparentemente imutável, está permanentemente sujeita a alterações causadas por agentes atmosféricos e pelos seres vivos. Ao longo do tempo geológico, montanhas perdem altura, escarpas costeiras desmoronam e rios cavam vales profundos na terra. Erosão é a ação de agentes atmosféricos -- água, gelo, ventos -- e dos seres vivos sobre as rochas da superfície terrestre, que tem como resultado o desgaste dessas rochas e o transporte e deposição do material desprendido. Causas e mecanismos. A maior parte da energia necessária à erosão provém do Sol. Graças a seu calor e à força da gravidade, os fluidos existentes na superfície terrestre - ar, água, vapor d'água - e mais o gelo, que é sólido porém plástico e dotado de viscosidade, mudam de estado físico e se movimentam, exercendo ação erosiva e transportadora. Enquanto as regiões elevadas sofrem desgaste erosivo, nas regiões mais baixas - mares, lagos, planícies de inundação dos rios - ocorre deposição de detritos. A ação erosiva da atmosfera pode se exercer de dois modos: por um processo mecânico, que consiste em mera fragmentação do material rochoso, sem que se produzam mudanças em sua composição, e por um processo químico, que afeta a constituição interna das rochas. A meteorização mecânica, por exemplo, se manifesta principalmente pela ação das mudanças de temperatura, que submetem a rocha a tensões internas e acabam por fragmentá-la. Isso ocorre porque alguns minerais se dilatam mais que outros com o calor e se contraem em maior proporção com o frio, o que provoca ruptura na rocha. Esse fenômeno é mais freqüente nos desertos, onde as variações térmicas entre o dia e a noite são acentuadas. Nas regiões montanhosas, o desgaste se agrava por ação do gelo. A água gelada se introduz nos interstícios das rochas, dilata-se e atua como cunha, fendendo a rocha. Também ocorre meteorização mecânica devido à cristalização de sais no interior da rocha, a atritos, choques etc. A meteorização química pode ser provocada por diversos agentes, como a água das chuvas, o ar úmido, o oxigênio, os ácidos, o amoníaco, os óxidos e as emanações vulcânicas. A água é o principal fator de alteração química nas rochas, uma vez que oferece o meio apropriado para a ocorrência de grande número de reações, além de atacar diretamente alguns minerais, como os calcários. 2.5.1. - Ação dos seres vivos Os seres vivos exercem notável ação desagregadora sobre as superfícies rochosas, graças à qual se constitui uma camada de espessura variável onde podem crescer os vegetais e desenvolver-se a vida. As raízes das plantas, ao penetrar nas fendas e rachaduras superficiais, alargam-nas e contribuem assim para o esfarelamento das partículas minerais. Essa ação se combina com a que realiza grande número de animais, desde pequenos vermes e minhocas até vertebrados, que removem e misturam os componentes do terreno. Substâncias produzidas por microrganismos também contribuem para a degradação química das partículas rochosas. 2.5.2. - Erosão pelo vento A força do vento transporta partículas soltas das rochas e as projeta sobre outras rochas, desgastando-as como faria uma lima sobre uma superfície sólida. Em geral, as partículas menores ficam em suspensão no ar e as maiores são transportadas pelo vento. Nas regiões planas varridas constantemente por ventos fortes, quase todas as partículas são transportadas para outras áreas. A esse fenômeno chama-se deflação, que é mais eficiente nos locais onde os grãos de areia não se acham aglutinados pela água. O efeito destrutivo das areias transportadas pelos ventos é, às vezes, altamente negativo. Em certas regiões abertas, o vento pode atingir mais de cem quilômetros por hora, causando sérios prejuízos ao homem, seja pela abrasão produzida pelos detritos que transporta, seja pelo atulhamento de áreas agrícolas ou cidades. Nas regiões desérticas, as rochas e os fragmentos maiores são polidos pela corrosão eólica. Os seixos que não podem ser transportados sofrem o desgaste pelo impacto da areia. Como a direção do vento muda, formam-se nesses seixos faces polidas de brilho fosco. Os grandes furacões conseguem remover, por rolamento, fragmentos de rocha de até dez centímetros de diâmetro. Em certas regiões desérticas, a quantidade de areia retirada pelo vento é tão grande que se formam enormes depressões, como a de Qatara, no Egito, que tem uma profundidade máxima de 134m abaixo do nível do mar e cerca de 200km de extensão. 2.5.3. - Erosão pelo gelo A ação destruidora do gelo se exerce de duas maneiras: pela compressão exercida nos interstícios das rochas, por ocasião da solidificação da água, e pelo desgaste mecânico originado do movimento das massas de gelo sobre a superfície das rochas. A velocidade de deslocamento da geleira varia com a declividade do terreno e com sua própria massa. Ao se deslocar, a geleira age como uma gigantesca lixa de elevado poder abrasivo. A rocha polida e estriada pelas geleiras recebe o nome de moutonnée, dada a semelhança com carneiros deitados. O atrito dos seixos entre si forma uma farinha de rocha que, na época da fusão dos gelos, pode ser transportada pelas águas e se acumular em sítios mais ou menos próximos. 2.5.4. - Erosão pela água O mais importante dos agentes da erosão, a água, ocupa cerca de setenta por cento da superfície da Terra. Sua ação sobre as rochas pode ser mecânica ou química. À primeira dá-se o nome de corrasão e à segunda, de corrosão. Além das rochas calcárias, que se dissolvem por águas aciduladas pelo gás carbônico, até mesmo o quartzo, mineral de grande estabilidade química, pode ser dissolvido pela água, em determinadas condições. Mais importante no esculpimento da superfície terrestre é a ação mecânica da água corrente. Logo após uma chuva torrencial, ou mesmo durante ela, formam-se enxurradas de aspecto barrento, conforme a natureza do solo, e os rios se tornam lamacentos. Em determinadas condições de declividade e terreno, uma única chuva pode remover milhares de toneladas de solo, principalmente se a área for desprovida de vegetação. Esta, quando existe, desempenha ação moderadora sobre o impacto da água com o solo, diminuindo sua velocidade e facilitando sua penetração. A água de escoamento imediato forma o chamado filete de rolamento, agente importantíssimo no esculpimento da superfície terrestre nas regiões chuvosas. É a chamada erosão pluvial, responsável pelo rebaixamento contínuo das encostas, que podem ou não encontrar-se adjacentes ao vale de um rio, onde a erosão passa a ser denominada fluvial. Quando as águas penetram com facilidade, em terrenos muito permeáveis, verifica-se um solapamento subterrâneo com desmoronamentos consecutivos, com formação de imensos rasgos no terreno, o que constitui a forma erosiva denominada voçoroca. Nas regiões mais íngremes dos rios, a erosão esculpe vales em forma da letra V. Em regiões menos íngremes, o rio desgasta as concavidades existentes nas curvas e, quando encontra rochas, seu trabalho provoca a formação de cachoeiras. A água fluvial pode produzir ainda a chamada erosão remontante, que cava profundos sulcos nas rochas, denominados canhões. A atividade destrutiva do mar é intensa nas regiões onde as rochas nuas se acham em contato direto com o movimento das ondas. Ocorrem aí o costão ou falésia. Em outras regiões, a ação erosiva se exerce pela areia que as ondas trazem. No turbilhão provocado pela arrebentação se origina a chamada plataforma de abrasão. Outra força ativa no processo da erosão é o movimento das marés, que em alguns casos faz a água do mar subir até vinte metros, provocando erosão e transporte de materiais. 2.5.5. - Erosão na agricultura A ação do homem tem contribuído para a destruição do solo, acelerando ou facilitando o trabalho dos agentes naturais da erosão. Isso acontece quando se destrói a cobertura vegetal pelo desmatamento ou por práticas agrícolas desordenadas. A erosão contribui para o empobrecimento de muitas zonas, diminuindo as superfícies cultiváveis, o que se observa no noroeste e no centro-oeste do Brasil. Existem vários meios de controlar a erosão. De preferência, devem ser cultivadas as terras planas. As terras muito inclinadas devem ser cobertas por florestas. Se o terreno apresentar ligeiro declive, basta cultivá-lo em curvas de nível. A abertura de sulcos no solo em curva de nível anulará quase que totalmente o deflúvio. As águas da chuva penetrarão no solo, o que contribuirá para aumentar a colheita e equilibrar o regime dos rios. A rotação das culturas também é benéfica. Se o solo for muito inclinado, pode-se adotar o cultivo em faixas, dispostas em curvas de nível. Faixas cultivadas devem ser alternadas com outras, cobertas de vegetação natural ou com culturas que cubram bem o solo. Alfafa, feijão de corda, soja, amendoim e outras gramíneas são excelentes culturas de cobertura. O terraceamento em curvas de nível é um processo de combate à erosão mais caro, porém mais eficiente. Evitar o superpovoamento de pastagens é também uma medida eficaz para combater a erosão: pastagens inclinadas e superpovoadas são facilmente atacadas por ela. Voçoroca III – Anexo Vulcões no mundo O estudo de erupções vulcânicas oferece importantes informações sobre a composição e evolução da crosta terrestre. Lago, Nicarágua e, ao fundo o Vulcão Concepción. Lago na cratera do Askja, um dos numerosos vulcões que pontilham o território da Islândia. O Vulcão Étna, na Sicília, em erupção. O Vulcão Izalco, chamado “farol do pacífico”, construiu um dos elementos mais representativos do relevo de El Salvador. Vulcão na ilha japonesa de Iwo Jima IV – Conclusão Concluir-se-á nesta abrangente e esclarecedora obra, que o vulcanismo e o intemperismo são fenômenos naturais e reais que convivemos ao lado deste o dia a dia, através de pesquisas realizadas com o intuito de esclarecer nossas dúvidas, constatamos que mais de 75% das pessoas que vivem no Brasil, nem se quer ouviram essas palavras “intemperismo” e “vulcanismo” e sabemos que iremos conviver ainda, por um vasto espaço de tempo com esse fenômeno. V - Bibliografia Almaque Abril 1999. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Internet - Sumário I – Introdução II –Desenvolvimento 2.1. – Vulcanismo 2.2. – Vulcão 2.2.1. – Materiais de origem vulcânica 2.2.2. – Classificação dos vulcões 2.2.3. – Principais formas vulcânicas 2.2.4. – Zonas de atividade vulcânica 2.3. – Intemperismo 2.4. – Relevo 2.4.1. – Forças Internas 2.4.2. – Forças Externas 2.4.3. – Formas do Relevo 2.5. – Erosão 2.5.1. – Ação dos seres vivos 2.5.2. – Erosão pelo vento 2.5.3. – Erosão pelo gelo 2.5.4. – Erosão pela água 2.5.5. – Erosão na agricultura III – Anexo IV – Conclusão V - Bibliografia