SISTEMAS ECONÔMICOS, ECONOMIA E DIREITO

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FAMINAS – MURIAÉ
ECONOMIA – DIREITO
Profa. Maria Cristina Silva de Paiva
ECONOMIA
UNIDADE 1 - SISTEMAS ECONÔMICOS, ECONOMIA E DIREITO
Conceito de economia e de ciências econômicas. Sistemas econômicos: conceito, sistema econômico de
tradição, de autoridade e de autonomia. Liberalismo econômico e atuação do Estado. Economia e direito.
UNIDADE 2 - NOÇÕES DE MICROECONOMIA
Oferta: determinantes, oferta em função do preço do produto. Demanda: determinantes, demanda em
função do preço do produto. Elasticidades da demanda: elasticidade-preço, elasticidade-renda e
elasticidade preço cruzada da demanda. Mercado. Estruturas de mercado: concorrência perfeita,
concorrência monopolística, oligopólio e monopólio. Intervenções do Estado na defesa da concorrência.
UNIDADE 3 - NOÇÕES DE MACROECONOMIA
Principais agregados econômicos. Inflação e políticas de estabilização: política fiscal e política
monetária. Experiências brasileiras recentes. Política de estabilização atual. Ganhos e perdas da
sociedade.
UNIDADE 1 - SISTEMAS ECONÔMICOS, ECONOMIA E DIREITO
Leitura Obrigatória – Cap. 1; Cap. 5; Cap.6
Livro: Curso de Economia
Autor: Fábio Nusdeo
CONCEITO DE ECONOMIA E DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS.
Definição de economia: “A economia estuda a forma pela qual os indivíduos e a sociedade fazem suas
escolhas e tomam decisões, para que os recursos disponíveis, sempre escassos, possam contribuir da
melhor maneira para satisfazer as necessidades individuais e coletivas da sociedade.” (TROSTER E
MOCHON, 1999).
Economia enquanto ciência social: é o estudo da ação econômica do homem – produção, geração,
apropriação, dispêndio e acumulação da renda.
SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES → ATIVIDADE PRODUTIVA → PRODUÇÃO DE BENS E
SERVIÇOS → CONSUMO
Escassez: caracteriza o problema econômico, tendo em vista a disparidade entre as necessidades
humanas (que são ilimitadas) e a disponibilidade de recursos, que são limitados. É a partir da escassez
que surge o bem econômico.
Custo de oportunidade: em função da escassez dos recursos, somente se pode satisfazer uma
necessidade quando se deixa de satisfazer outra. A renúncia provocada por essa situação é o custo de
oportunidade.
Exemplo típico de custo de oportunidade: o custo de oportunidade de se aplicar um dinheiro na produção
de um bem por 12 meses é o que se poderia ganhar caso a mesma quantidade estivesse aplicada na
poupança pelos mesmos 12 meses.
Este material é apenas um roteiro de aulas, sendo extremamente necessária a leitura de livros e textos indicados na
bibliografia desde material, assim como a anotação de informações complementares em sala e aula. Logo, a leitura apenas
deste roteiro não é suficiente para a eficiência dos estudos.
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ECONOMIA – DIREITO
Profa. Maria Cristina Silva de Paiva
SISTEMAS ECONÔMICOS: CONCEITO, SISTEMA ECONÔMICO DE TRADIÇÃO, DE AUTORIDADE E
DE AUTONOMIA.
Sistemas econômicos
Um sistema econômico reúne um conjunto de relações que procuram atender às questões do problema
econômico - o que, como e para quem produzir.
Tendo em vista algumas características, como aspecto psicológico-comportamental dos agentes
econômicos, forma de manutenção e controle do sistema e tratamento do problema econômico, pode-se
classificar, de maneira genérica, os sistemas econômicos em:



Sistema econômico de tradição;
Sistema econômico de autoridade;
Sistema econômico de autonomia.
Sistema econômico de tradição





As relações se efetuam conforme a tradição – vista como uma reiteração de padrões
comportamentais imemoriavelmente estabelecidos.
As atividades econômicas têm papel secundário. As preocupações econômicas ocupam uma
posição “meio” a serviço de outras atividades fins: religião, dança, guerra, esporte, saber, etc.
Tratamento do problema econômico:
o O que produzir: de acordo com os padrões tradicionais de consumo;
o Como produzir: de acordo com os padrões tradicionais tendo em vista a divisão de
tarefas segundo as classes sociais e segundo o status social a elas atribuído em função
daquelas tarefas.
o Para quem produzir: a distribuição dos bens produzidos se resolve em função da
hierarquia de cada grupo dentro da sociedade.
Controle: no caso de afronta à tradição as sanções vem por meio do repúdio natural da
comunidade e/ou pelas autoridades.
Pressuposto psicológico-comportamental – consenso e adesão da comunidade ao conjunto de
valores dos quais derivam os padrões comportamentais daquele sistema de tradição.
Sistema econômico de autoridade





As decisões econômicas são centralizadas pelo poder político – sistema centralizado ou
planificado.
Bens econômicos e bens de produção são apropriados coletivamente pela sociedade por meio
do poder político.
Estado como centro decisório de última instância.
Tratamento do problema econômico:
o O que produzir: escolha do órgão decisor - Comitê Central de Economia - determina
metas de produção com base em sua avaliação das necessidades a serem atendidas,
mediante um plano econômico.
o Como produzir: conforme for determinado pelo Comitê Central levando em conta a
escassez ou abundância de insumos.
o Para quem produzir: distribuição direta – entrega de uma cesta de bens conforme mérito
ou necessidade. Distribuição indireta - o governo determina a hierarquia salarial e o
valor dos bens. A conjugação entre preços e salários estabelece o perfil distributivo da
sociedade.
Controle: é feito pela hierarquia político-administrativa, mediante estímulo aos que melhor
cumprirem as metas e/ou penalidades para os casos contrários.
Este material é apenas um roteiro de aulas, sendo extremamente necessária a leitura de livros e textos indicados na
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deste roteiro não é suficiente para a eficiência dos estudos.
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
Pressuposto psicológico comportamental – crença nas virtudes e na racionalidade do
planejamento e a confiança nos critérios do órgão planejador.
Sistema de autonomia




As decisões econômicas são tomadas no ambiente individual ou de pequenos grupos (famílias,
associações, cooperativas) – sistema descentralizado.
Pressuposto psicológico-comportamental – espírito hedonista – maximizar resultados das ações
e iniciativas individuais.
Controle: o produtor ineficiente (decisões discrepantes do padrão, má interpretação do mercado,
má combinação dos fatores de produção) sofrerá como punição impessoal e automática sua
expulsão do mercado.
Tratamento do problema econômico:
o O que produzir: os preços são os sinalizadores do que é produzido, tendo em vista o
objetivo dos agente em maximizar lucro, sendo este a diferença entre receita (preço x
quantidade vendida) e custo (preço x unidades de insumos). Dessa forma, quem decide
é a população, mas quem implementa a decisão são os donos dos fatores de produção.
o Como produzir: os produtores estarão à procura de meios e técnicas de produção que
maximizem o lucro, esperando utilizar insumos mais baratos e receber preços mais
altos.
o Para quem produzir: de acordo com o mercado, que faz com que a cada bem seja
atribuído um preço pelo próprio mercado - produtores e consumidores.
Liberalismo econômico e atuação do Estado
O liberalismo econômico prevê o chamado Estado mínimo. As privatizações, liberalização e
desregulamentação têm-se constituído em balizas fundamentais no plano interno, com a globalização
significando a livre circulação internacional de produtos e serviços.
Porém as falhas do sistema de mercado impõem, em muitos casos, uma presença do Estado mais
interventor, dependendo isto das necessidades econômicas e sociais dos países e/ou de posições
polítcas.
Duas grandes linhas de ação estatal podem ser identificadas:


Welfare State – Nas nações maduras, os Estados têm agido primordialmente no campo do bem
estar social, com um conjunto de instituições cujo objetivo é assegurar um mínimo de
atendimento às necessidades ligadas a saúde, saneamento, educação e cultura, benefícios de
seguridade social e orientação do aparelho produtivo à geração dos bens e serviços
correspondentes.
O Estado desenvolvimentista – Nos países de economia ainda por desenvolver, a ação estatal
concentra-se na promoção do crescimento e do desenvolvimento econômico e social.
Economia e direito
“(...) o Direito e a Economia. Elas, na realidade, se imbricam e se intgram para formar um único campo
de estudo, bastando lembrar que aproximadamente 90% do conteúdo do Código Civil é constituído por
dispositivos de cunho econômico: contratos, regimes de bens no matrimônio e nas sucessões, a
propriedade, as obrigações, todos têm subjacente a si uma realidade econômica, por implicarem
situações ou operações onde se cogita de bens escassos e, portanto, dotados de valor. Se isto vale para
o Direito Civil, aparentemente mais desinteressado da vida econômica, o que não dizer do Direito
Comercial, do Tributário, do Administrativo, do Econômico, do Urbanístico, do Ambiental e até Penal? As
sanções, reparações e indenizações, mesmo quando originadas de ofensas não econômicas, são
convertidas e liquidadas em valores.” NUSDEO (2005).
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UNIDADE 2 - NOÇÕES DE MICROECONOMIA
Leitura obrigatória: qualquer livro de economia ou introdução à economia disponível na
biblioteca, inclusive o livro “Curso de Economia” de Fábio Nusdeo
A microeconomia refere-se à análise do comportamento individual das unidades econômicas. Está
voltada para: consumidores, empresas, consideradas isoladamente ou em grupos homogêneos;
comportamento do consumidor; comportamento da empresa; estrutura e mecanismos de funcionamento
dos mercados; funções de oferta e demanda, as remunerações pagas aos agentes; preços recebidos por
unidades econômicas e relações custo benefício.
OFERTA: DETERMINANTES
O estudo da oferta de um bem ou serviço corresponde ao estudo de como, por que e em quais
condições os produtos se encontram disponíveis no mercado.
Produção: é o processo que combina e transforma os fatores de produção adquiridos pela empresa,
visando criar bens ou serviços que serão ofertados no mercado.
Fatores de produção: ou recursos de produção, compreendem os recursos utilizados no processo
produtivo. Da utilização, da disponibilidade, da qualificação, formas de mobilização e interação resultam
a condição de atendimento das necessidades humanas. São eles, classificados de forma genérica, terra,
trabalho, capital, tecnologia e empresariedade.

Fator terra: representa os recursos naturais de uma forma geral. Constituem a base sobre a
qual se exercem as atividades dos demais recursos – solos, subsolo, águas, pluviosidade e
clima, flora e fauna, fatores extraplanetários (fontes de energia, movimentos, emissões de
ondas).

Fator trabalho: Refere-se ao potencial humano envolvido na produção. Mais especificamente
refere-se à parcela economicamente mobilizável da população.

Fator capital: compreende o conjunto das riquezas acumuladas pela sociedade e é com o
emprego delas que a população ativa se equipa para o exercício das atividades de produção.
Categorias do estoque de capital:
 Infra-estrutura econômica – energia, transportes, telecomunicações
 Infra-estrutura social – saneamento básico, água, educação, cultura, saúde, esportes, lazer.
 Construções e edificações – públicas, militares, fábricas, uso comercial, uso residencial.
 Equipamentos de transporte.
 Maquinas, equipamentos, instrumentos e ferramentas.
 Agrocapitais –instalações rurais, implementos rurais, planteis de animais, culturas permanentes.
Função de produção: é uma relação técnica que associa as diferentes quantidades de fatores de
produção empregados no processo produtivo às quantidades produzidas de bens e serviços.
A tecnologia e a função de produção: a função de produção representa a relação de transformação
dos recursos de produção em produto. Quanto mais eficientes forem as combinações entre os recursos,
mais eficiente (menos custo e mais produto) será o resultado do processo produtivo. O efeito da
tecnologia neste caso é aumentar a produtividade dos fatores de produção, ou seja, promover mais
produto por unidade de fator empregado.
Capacidade Tecnológica: é o conjunto de conhecimentos e habilidades que dão sustentação ao
processo de produção – kow-how- saber fazer. É o elo entre o capital, a força de trabalho e o fator terra.
Tipos de capacidade tecnológica:
 Capacitação para atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D);
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

Capacitação para desenvolver e implantar novos projetos;
Capacitação para operar atividades de produção.
Capacidade empresarial: ou empresariedade refere-se à capacidade de aglutinação, mobilização e
combinação dos fatores de produção.
OFERTA EM FUNÇÃO DO PREÇO DO PRODUTO
Oferta: A oferta de determinado produto é determinada pelas várias quantidades que os produtores
estão dispostos e aptos a oferecer no mercado em função de vários níveis possíveis de preços.
Qo = f(P)
Quantidade ofertada é função do preço do produto.
Qo = Quantidade ofertada de um produto em unidades físicas
P = Preço do produto
P
2
Curva de Oferta
1
2,5
4,5
Qo
A curva de oferta relaciona preço do produto à quantidades ofertadas. Os preços são determinados no
mercado e em função deles os ofertadores tomam sua decisão de que quantidade ofertar.
Exemplo matemático – equação da oferta:
Qo = 0,5 + 2xP
Essa equação significa que a quantidade ofertada depende do preço. Há uma parte da
equação que representa a parte autônoma da oferta, ou seja, aquela que existirá independente do preço
(0,5), ou seja, independente do preço, será ofertado 0,5 unidades. Esse valor tende a ser bastante
pequeno nas equações de oferta, tendo em vista que o estimulo em ofertar está no preço de mercado do
produto.
A parte desta equação referente a 2xP, representa a oferta que depende exclusivamente do
preço. Para cada um real de aumento no preço, a quantidade ofertada aumentará em 2x1, ou seja, duas
vezes o preço do produto.
Outros determinantes da oferta:

Preço dos fatores de produção; disponibilidade dos fatores de produção; condições climáticas;
condições tecnológicas; capacidade empresarial; condições de competitividade
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DEMANDA: DETERMINANTES, DEMANDA EM FUNÇÃO DO PREÇO DO PRODUTO
Demanda: é definida como a quantidade de um bem ou serviço que o consumidor deseja comprar em
um determinado período. A quantidade demandada de um bem em um determinado período de tempo é
função do preço do produto, do preço dos outros bens consumidos pela pessoa, da renda do consumidor
e do gosto ou preferência pelo bem.
Curva de demanda: Para tornar operacional o conceito de demanda, os economistas supõem apenas
as variações do preço do bem que está sendo estudado, permanecendo constante os preços dos outros
bens, a renda e as preferências do consumidor. É a condição centeris paribus. A essa relação dá-se o
nome de curva de demanda, que mede o efeito das variações do preço do bem em sua procura. É a lei
da demanda que diz: quanto maior for o preço de um produto, menor será sua procura e vice-versa.
Preço
4
A
Q=f(P)
B
2
10
20
Quantidade
Exemplo matemático – equação da demanda:
QD = 50 - 2xP
Essa equação significa que a quantidade demandada depende do preço. Há uma parte da
equação que representa a parte autônoma da demanda, ou seja, aquela que existirá caso o preço do
produto seja zero.
A parte desta equação referente a 2xP, representa a demanda que depende exclusivamente
do preço. Para cada um real de aumento no preço, a quantidade demandada será reduzida em 2x1, ou
seja, duas vezes o preço do produto. Supondo uma redução de preço de R$ 1,00, a demanda por este
produto reduzirá em 2 unidades.
Outros fatores que determinam a demanda por um bem ou serviço:
 Renda do consumidor ou da economia;
 Preço dos bens substitutos ou complementares;
 Variáveis culturais.
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ELASTICIDADES DA DEMANDA: ELASTICIDADE-PREÇO, ELASTICIDADE-RENDA E ELASTICIDADE
PREÇO CRUZADA DA DEMANDA.
Elasticidades da demanda
Para praticamente todos os casos esse comportamento se verifica, porém a quantidade reduzida
da demanda frente a um aumento de 1% no preço tende a ser diferente para cada produto. A magnitude
desta variação irá depender da elasticidade-preço da demanda do produto. O valor da elasticidade é um
critério válido para se determinar o grau de essencialidade dos bens, o que consiste em informação
fundamental para o empresário que o produz, pois tal conhecimento lhe dará os reflexos das variações
de preços sobre a demanda sobre seu produto.
Desconsiderando a condição centeris paribus, além do preço a demanda também é sensível a
outros fatores como à renda dos consumidores e ao preço dos produtos substitutos e complementares.
Ressalta-se também que a variável gosto e preferência é de extrema importância, em função, dentre
outros, dos aspectos culturais de uma determinada comunidade econômica.

Elasticidade-preço da demanda: Identifica a variação percentual na quantidade demandada de
um produto em função de uma variação de 1% em seu preço. Segundo essa elasticidade os
produtos podem ser classificados em elásticos, inelásticos, perfeitamente elásticos, totalmente
inelásticos e de elasticidade unitária. Os elásticos e inelásticos são mais facilmente identificados
na realidade do consumidor.
 Bens elásticos: São aqueles que, para uma variação de 1% no preço, apresentam uma
variação maior do que 1% na quantidade. Ex: se o preço de uma marca de refrigerante
aumentar em 1%, sua quantidade demandada vai cair em mais de 1%. É um tipo de
elasticidade característica de produtos não essenciais, com muitos substitutos e ou com
preços elevados. O valor da elasticidade desses produtos é maior do que 1.
 Bens inelásticos: Esses bens têm como característica o fato de que uma variação de
1% no preço irá provocar uma variação menor do que 1% na quantidade demandada.
São produtos essenciais, onde o consumidor, mesmo com a elevação do preço, não
pode deixar de adquiri-lo. Ex.: alimentos básicos, medicamentos, produtos de higiene
pessoal, despesas com moradia. O valor da elasticidade deste produto é menor do que
0.
 Demanda perfeitamente inelástica: Sua elasticidade é zero, ou seja, quando variar o
preço, não haverá variações na quantidade demandada.
 Demanda perfeitamente elástica: A quantidade demandada pode variar infinitamente
para um valor fixo de preço.

Elasticidade – Renda da Demanda: Se aumenta a renda de um consumidor, este normalmente
desejará gastar mais e demandará maior quantidade de bens, mas não todos. Isso permite
estabelecer a distinção entre:
 Bens inferiores: Aqueles cuja quantidade demandada diminui quando a renda aumenta;
 Bens normais: aquele cuja quantidade demandada aumenta quando a renda aumenta.
Os bens normais podem ser caracterizados como bens de primeira necessidade,
quando, ao aumentar a renda, a quantidade demandada do bem aumenta em menor
proporção e bens de luxo, quando, ao aumentar a renda, a quantidade demandada do
bem aumenta em maior proporção.

Elasticidade – Preço Cruzada da Demanda: Normalmente os bens mantêm alguma relação
entre si, por serem consumidos de forma complementar ou por serem substitutos entre si. A
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identificação das alterações de demanda de um produto em função de variações no preço do
outro evidencia essa relação e os classificam em bens substitutos ou complementares.
 Bens substitutos e complementares: Os preços dos bens complementares ou
substitutos também têm influência considerável sobre as escolhas do consumidor. São
bens substitutos se o aumento do preço de um deles eleva a quantidade demandada do
outro. Ex.: Chá e café. São bens complementares se o aumento do preço de um deles
reduz a quantidade demandada do outro. Ex.: Pão e manteiga.
MERCADO ESTRUTURAS DE MERCADO: CONCORRÊNCIA PERFEITA, CONCORRÊNCIA
MONOPOLÍSTICA, OLIGOPÓLIO E MONOPÓLIO.
Mercado: pode ser definido como o encontro da oferta com a demanda por bens e serviços em uma
economia, O resultado desse encontro é a determinação do preço a que cada bem ou serviço será
negociado, assim como as quantidades transacionadas. Nota-se portanto que as características da
demanda e da oferta são de grande importância, tendo em vista seu poder de influência no mercado e
na determinação dos preços. Outro aspecto importante são as estruturas de mercado, tendo em vista
sua influencia na determinação de preços e quantidades.
Equilíbrio de Mercado: a análise isolada das curvas de oferta e demanda não permite determinar a
quantidade em que cada bem será comprado e vendido, nem a que preço será negociado. Para esta
determinação, o mercado deve estar em equilíbrio, ou seja, deve ser encontrado um preço pelo qual os
empresários e consumidores realizem seus negócios. Esse é o preço de equilíbrio, aquele que iguala a
oferta à demanda.
Estruturas de Mercado
Estrutura do mercado consiste nos elementos que determinam o grau de competição e,
consequentemente o poder econômico dos agentes do mercado, sendo seus principais elementos o grau
de homogeneidade do produto, a liberdade de entrada e saída do mercado e o número de participantes
do mercado.
Para os empresários, é importante saber quais são as características do mercado para o seu
produto. Os mercados são classificados de acordo com a importância da empresa no mercado e com a
possibilidade de diferenciação dos produtos Estão classificados em: concorrência perfeita, monopólio
puro, oligopólio e concorrência perfeita.

Concorrência Perfeita: Exige um número bastante grande de empresas vendendo o
mesmo produto; esse produto é idêntico para todas as empresas – produtos
homogêneos. A participação individual no mercado é muito pequena – Tomadores de
preços. Ex.: Mercado de produtos agrícolas

Monopólio Puro: Apenas uma empresa vende um produto para o qual não existem
bons substitutos, tem grande importância e poder de mercado, produto diferenciado,
evitando entrada de concorrentes. Caso difícil de ser verificado na iniciativa privada, mas
comum no setor público – monopólios naturais.

Oligopólio: É uma estrutura intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio
puro, número de produtores pequenos o suficiente para que cada empresa seja
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importante, as ações de uma afetam as demais assim como aos preços. Produtos
diferenciados – grande importância das marcas. Ex.: automóveis, eletrodomésticos,
sabão em pó.

Concorrência Monopolística: Número suficiente de pequenos produtores, de modo
que cada produtor individualmente não é importante. Produzem o mesmo produto que,
para os consumidores, possuem diferenciações – altamente substituíveis entre si. Ex.:
fábrica de roupas, produtos têxteis, prestação de serviços.
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Leitura obrigatória: qualquer livro de economia ou introdução à economia disponível na
biblioteca, inclusive o livro “Curso de Economia” de Fábio Nusdeo
A teoria macroeconômica estuda o comportamento do sistema econômico por um número
reduzido de variáveis, como a produção ou o produto total de uma economia, o emprego, o investimento,
o consumo, o nível geral de preços, etc. A preocupação central dos economistas que trabalham com a
macroeconomia é identificar o que determina o nível de renda e do emprego de uma economia em
certo período e para os determinantes das flutuações do produto e do nível geral de preços. Para a
compreensão de como se analisa o cenário macroeconômico é necessário compreender algumas
relações:
PRINCIPAIS AGREGADOS ECONÔMICOS
Contabilidade nacional: define e relaciona os agregados econômicos e mede seu valor. Mediante a
série de contas que integram a contabilidade nacional, obtém-se um registro das transações realizadas
entre os diferentes setores que fazem a atividade econômica do país.
Principais agregados macroeconômicos:
Produto Interno Bruto: é o conceito de produto da economia, ou seja, corresponde à soma dos valores
monetários dos bens e serviços finais produzidos a partir dos fatores de produção que estão dentro das
fronteiras geográficas do país.
Produto Nacional Bruto: corresponde ao PIB menos a renda líquida enviada ao exterior mais a renda
líquida recebida do exterior – renda líquida enviada ao exterior.

Renda líquida enviada ao exterior: quando uma empresa abre uma filial em outro país,
ela desloca parte de seu capital para esses país, pois está adquirindo instalações,
equipamentos, etc. A renda gerada por esse investimento retorna, em parte ou no total,
ao país de origem, onde estão os proprietários do capital. O saldo líquido dessa entrada
e saída de recurso é a renda líquida enviada ao exterior.
Produto Interno Líquido: é o PIB a custo de fatores (valores monetários subtraindo-se impostos e
adicionando-se subsídios) menos a parcela correspondente à depreciação.
Produto Nacional Líquida: é o PIL menos a renda líquida enviada ao exterior, também denominado
Renda Nacional Líquida.
Renda Pessoal: é a Renda Nacional menos os lucros retidos pelas empresas, os impostos diretos,
previdência social, transferências do governo e os juros pagos.
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Renda Pessoal Disponível: é a Renda Pessoal manos os impostos diretos pagos pelas pessoas, ou
seja, o imposto de renda.
INFLAÇÃO E POLÍTICAS DE ESTABILIZAÇÃO: POLÍTICA FISCAL E POLÍTICA MONETÁRIA
•
A inflação é definida como uma situação em que há um aumento contínuo e generalizado de
preços. É, portanto, um processo e, esse aumento, tende a se estender a todos os bens e
serviços produzidos pela economia.
•
Medida da inflação: É medida pelos números-índices, que informam a porcentagem de aumento
nos preços dos bens e serviços num determinado período. No Brasil são estimados basicamente
dois tipos de índices, os Índices Gerais de Preços (IGP’s) e os Índices de Preços ao Consumidor
(IPC’s).
Conseqüências da Inflação

Má distribuição de renda: a) trabalhadores: os assalariados perdem, pois o poder de compra
diminui em função da diferença de velocidade entre o aumento dos preços e o reajuste de
salários; b) proprietários de terras e imóveis: perdem pela diferença entre aumento de preços e
reajustes de aluguéis, mas tem seus bens valorizados, o que amenizam o efeito da inflação; c)
empresários: não perdem, pois podem repassar o aumento de seus custos ao preço dos
produtos.

Déficit da balança comercial: com a inflação interna, os produtos importados tornam-se mais
baratos. Eleva-se a demanda por importações contribuindo com o déficit da balança comercial.

Estagnação da capacidade produtiva e queda do emprego de mão-de-obra: em função das
expectativas negativas dos empresários.
Causas da inflação
Inflação de demanda
• É causada por um crescimento dos meios de pagamento que não é acompanhada pelo
crescimento da produção. Pode ser entendida como o excesso de dinheiro em relação à
produção. Esse aumento dos meios de produção ocorre devido às emissões de moeda por parte
do Banco Central para cobrir déficits do governo.
•
Pressuposto: Que a economia encontra-se próxima do pleno emprego de sua capacidade
produtiva.
Inflação de Custos
• Tem suas causas nas condições de oferta de bens e serviços da economia. Quando há aumento
nos custos, estes são repassados para os preços finais. Um fator agravante é o controle do
mercado por monopólios ou oligopólios.
Inércia Inflacionária
• É a resistência da inflação às políticas de estabilização em função da indexação, que
corresponde ao reajuste do valor das parcelas dos diversos tipos de contrato (trabalho, aluguel,
financiamento, etc.). Isso faz com que a inflação do próximo mês seja, no mínimo, igual à do
mês presente.
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Formas de combate: Política Monetária e Política Fiscal.
•
Política monetária: trabalha-se a política monetária restritiva, com o objetivo de diminuir a
quantidade de dinheiro na economia. Rígido controle sobre as emissões de moeda, limitações
ao crédito, aumento das taxas de juros e aumento das reservas bancárias.
•
Política fiscal: Consiste em aumentar os impostos sobre a renda e sobre os bens e serviços
reduzindo a renda disponível do setor privado e, conseqüentemente, a demanda; e em cortar
gastos do governo em despesas correntes.
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BIBLIOGRAFIA
Básica
PASSOS, Carlos Roberto Martins; NOGAMI, Otto; Princípios de Economia. 4 ed. São Paulo: Pioneira,
2002. ISBN 85-221-0282-1
ROSSETTI, José Paschoal; Introdução à Economia. 18 ed. São Paulo: Atlas, 2000. ISBN 85-224-24640
Complementar
ALCOFORADO, Fernando; Globalização. São Paulo: Nobel, 1997. ISBN 85-213-0949-X
CANO, Wilson; Introdução à economia: uma abordagem crítica. São Paulo: UNESP, 1998. ISBN
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FONSECA, João Bosco Leopoldino; Direito Econômico. 4 ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2001.
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Este material é apenas um roteiro de aulas, sendo extremamente necessária a leitura de livros e textos indicados na 12
bibliografia desde material, assim como a anotação de informações complementares em sala e aula. Logo, a leitura apenas
deste roteiro não é suficiente para a eficiência dos estudos.
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