1 Setor de serviços e dinâmica econômica no município de Vitória da Conquista/BA Rondinaldo Silva das Almas Professor Assistente do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) [email protected] Marco Antônio Araújo Longuinhos Professor Assistente do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) [email protected] Resumo Caracterizando-se como atividades econômicas tipicamente urbanas, o setor de serviços (ou terciário) tem mostrado importância cada vez maior para as cidades médias e grandes, tornandose, em alguns casos, o motor principal da economia de países desenvolvidos. O presente trabalho objetivou verificar a importância dessas atividades para a dinâmica econômica de Vitória da Conquista, município do interior do Estado da Bahia. Para atingir este objetivo e, subsidiariamente, apresentar o perfil dessas atividades, o trabalho fez uso de variáveis como empregabilidade e valor adicionado setorial e de indicadores como recursos monetários injetados e movimentados. A fim de verificar a importância relativa dos serviços vis-à-vis as regiões geográficas nas quais o município se insere no contexto do Estado da Bahia, o trabalho utilizou, do instrumental de análise regional, o Quociente Locacional. O trabalho concluiu que o setor terciário é o mais dinâmico da economia conquistense, e, portanto, o maior responsável pelos ganhos de bem-estar durante a última década. Palavras-chave: setor de serviços; atividades econômicas; dinamismo econômico. Antecedentes e estado atual do tema O setor de serviços tem um papel de destaque no desenvolvimento econômico global e regional, impactando na geração de produto e emprego. Devido à recente reestruturação produtiva das empresas e da globalização na economia mundial, as atividades de serviços estão sendo alteradas significativamente, sendo o setor de maior importância quantitativa em muitos países na composição do Produto Interno Bruto (PIB) e da mão-de-obra empregada. 2 A economia contemporânea tem sido conduzida por intensas transformações dos serviços quanto aos aspectos de produção e consumo devido às crescentes inovações tecnológicas no âmbito da informática, das telecomunicações, inovações organizacionais e novas formas de comercialização. Devido à complexidade de mensuração dos serviços e dificuldades metodológicas, tornou-se indispensável a definição e classificações com o intuito de possibilitar a materialização em valores monetários, geração do produto intangível e ainda conciliar internacionalmente os conceitos. No Brasil, a classificação mais usual, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divide os serviços nos seguintes subsetores: alojamento (hotelaria) e alimentação (restaurante); transporte; telecomunicações; informática; saúde e serviços sociais; serviços pessoais e domésticos; serviços financeiros; administração pública; seguros e previdência privada; e pesquisa e desenvolvimento. Porém, outros órgãos têm classificação própria. Muitos autores defendem que a evolução do setor de serviços está relacionada ao progresso tecnológico, à urbanização, à reestruturação produtiva, ao comércio internacional e às políticas públicas. Até a década de 1930, a maior discussão a respeito dos serviços era sobre o seu caráter (im)produtivo do ponto de vista econômico. A partir daí, há um deslocamento da discussão sobre o caráter produtivo ou não dos serviços para as características próprias do setor. Passa-se a investigar as especificidades da produção “terciária” e as razões do seu desenvolvimento. Muitos autores, desde então, têm dedicado seus estudos rumo à conclusão de que uma nova sociedade se desenvolve no seio da atual sociedade industrial (ALMEIDA, 1997). Partindo da característica da simultaneidade presente nos serviços, ou seja, “pelo fato de essas etapas [fornecimento do serviço e consumo] estarem contidas em espaços de tempo coincidentes”, têm surgido inúmeras definições e classificações para essa atividade no decorrer do tempo (KON, 2004, p. 23). Fischer (1935) introduziu o termo “terciário” para designar as atividades que não se encaixavam nos tradicionais setores agrícola e industrial. Dando continuidade a uma metodologia usada na Austrália e Nova Zelândia, que chamava de “Primário” e “Secundário” as atividades agropecuárias e manufatureiras, respectivamente, o autor percebeu que havia um terceiro grupo de atividades econômicas além dos tradicionalmente analisados pelos economistas. Já Dorothy Riddle (1986, apud Kon, 2004) enxerga os serviços com outros olhos, já que, para ela, “enquanto as atividades extrativas (agricultura, pesca, caça, extração vegetal, 3 mineração ou extração mineral) são essenciais para a sobrevivência física, as atividades de serviços são essenciais para o bem-estar social” (Kon, 2004, p. 26). Neste contexto, mudando o enfoque da sobrevivência individual par a interdependência econômica, a autora diz que as indústrias de serviços formariam o setor primário; as extrativas, o secundário; e a manufatura formaria o terciário. Ainda no contexto da industrialização, o economista australiano Colin Clark (1940) atribui aos serviços um caráter “residual”, por ver essas atividades como uma “sobra”, configurando-as como outro segmento além da agricultura e da indústria, tal como descrevia Fischer. Essa terminologia de Clark tem sido usada até os dias atuais, no âmbito microeconômico, como um método que mensura o produto de tais atividades como uma sobra após o cômputo da mineração, da agricultura e da manufatura. Entretanto, o termo resíduo talvez não seja adequado, pois se entende que um resíduo compõe uma parte pouco significativa de um todo, o que não se aplica ao setor de serviços, já que esse representa a maior parte da composição setorial das economias desenvolvidas e em desenvolvimento. Esses autores – pós-industrialistas –, acrescidos de Daniel Bell (1973), têm como ponto de partida a famosa “Lei de Engel”, segundo a qual os bens e serviços poderiam ser divididos em inferiores e superiores. No caso dos primeiros, o consumo tende a não acompanhar proporcionalmente os aumentos da renda real. Quanto aos segundos, o consumo cresce mais que proporcionalmente quando a renda é aumentada. O consumo de serviços – bens superiores – tenderia a aumentar mais que proporcionalmente em relação ao incremento da renda per capita nacional. Assim, segundo estes autores, a agricultura e a indústria tenderiam a perder peso relativo na formação do Produto social (ALMEIDA, 1997). Caminharíamos, assim, de uma sociedade industrial para uma sociedade produtora de serviços, fundada não na produção material, mas sim na produção do imaterial. A teoria baseada na Lei de Engel refere-se, basicamente, à dinâmica das atividades de serviços ancorada nas condições de demanda. Diferentemente, as chamadas teorias da defasagem de produtividade se inserem no contexto da análise da oferta e já estão presentes na literatura desde os anos 1950. O argumento é que o crescimento da produtividade dos serviços seria inferior ao da produção manufatureira ou à da média das economias (KUZNETS, 1983), ou de que o crescimento do emprego no 4 setor de serviços é explicado pela falta de produtividade (SHELP, 1981, apud KON, 2003). O que fica claro, a despeito das discussões travadas em torno da importância dos serviços para o desenvolvimento econômico, é a idéia da associação da urbanização acelerada ao crescimento das atividades deste setor. Este processo seria característico de uma transição de um sistema econômico de baixa produtividade per capita para outro de produtividade elevada. Para Kon (2004), o êxodo rural seria causa e efeito da realocação do excedente de capital acumulado nas atividades agropecuárias em outras atividades mais rentáveis, que seria outro fator do desenvolvimento. Reforçando a vertente “pró-serviços”, Kon (2004) argumenta que a ligação entre atividades manufatureiras e de serviços é tal que a evolução destes últimos tornou-se notória com o advento das mudanças tecnológicas observadas desde os anos 1980 e acentuadas na década seguinte. Este fenômeno, segundo a autora, fez aumentar a produtividade da indústria e, em conseqüência, a necessidade de mão-de-obra especializada. Assim, observando as suas características de heterogeneidade e flexibilidade, os serviços não só foram capazes de absorver o trabalhador pouco qualificado (em condições de subemprego), mas também exerceram o papel de liderança através do fornecimento de conhecimento especializado, item chave para a continuidade do progresso tecnológico. O município de Vitória da Conquista O Município de Vitória da Conquista, obedecendo à metodologia geográfica do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está localizado na microrregião1 de Vitória da Conquista. O IBGE também classifica a divisão territorial pela influência econômica, inserindo o município de Vitória da Conquista na Região Econômica do Sudoeste da Bahia2. Ainda há a proposta de Superintendência de Estudos Econômicos e 1 O conceito de microrregião criada pelo IBGE usa como critério a organização do espaço em torno das características de produção. O IBGE buscou a individualização das áreas com certas identidades que caracterizavam a combinação, sobretudo, de elementos geográficos. Vitória da Conquista “nomeia” uma microrregião por ser o município mais importante dentre os 17 municípios no contexto geográfico em que se insere. 2 Neste caso, o IBGE considerou, sobretudo, a influência urbana. 5 Sociais da Bahia (SEI), que dividiu o Estado da Bahia em 26 Territórios de Identidade, inserindo o município de Vitória da Conquista no território de mesmo nome3. A população de Vitória da Conquista, segundo o último censo do IBGE, foi de 306.374 habitantes. Apresenta ainda forte predomínio da sua população residente no meio urbano (90%). No contexto estadual, o município é o terceiro mais populoso, mas apresenta ainda uma economia discreta na composição da riqueza Estadual. No campo econômico, a partir da década de 1970, dois importantes vetores são introduzidos: a cafeicultura e a indústria. O Plano de Renovação e Revigoramento da Cafeicultura, nesta década, contribuiu para que a produção de café se tornasse a atividade propulsora do dinamismo econômico regional. Favorecendo o aumento populacional, diversificando as atividades comerciais e de prestação de serviços, a cafeicultura cresceu a partir dos subsídios governamentais oferecidos àqueles que se dispusessem a plantar o grão. Muitos pecuaristas trocaram o manejo do gado pela cafeicultura, tanto em Vitória da Conquista quanto em cidades vizinhas. Esta atividade foi fundamental para impulsionar o acúmulo de poupança local que engajou o crescimento do comércio e dos serviços (PMVC, 2007). Com respeito à atividade industrial, também impulsionada a partir da década de 1970, o município passou a abrigar uma aglomeração produtiva a partir das políticas de incentivos do governo federal que visava à redução das disparidades regionais: o Distrito Industrial4 dos Imborés. O governo do Estado participou desta iniciativa com políticas de isenção e renúncia fiscal, investimentos em infra-estrutura e concessões de créditos. Segundo Lopes (2003), o Estado tinha como objetivo interiorizar o crescimento industrial, porém as medidas foram precárias, limitando o desempenho dessas atividades à economia local. Com a baixa coordenação produtiva das atividades industriais e o declínio da produção cafeeira, os anos 1990 iniciam-se com as atividades terciárias na dianteira do 3 O critério para essa divisão seria o homogeneidade cultural e o sentimento de pertencimento, e difere da divisão regional estabelecida pelo IBGE, que corresponde a micro-regiões geográficas, ou organizadas como regiões econômicas (como a Região Sudoeste da Bahia), que buscam nortear a ação governamental e constituir-se na base para a formulação de políticas públicas e organização de dados estatísticos. 4 O Distrito Industrial dos Imborés é apenas uma designação para a aglomeração industrial de baixo dinamismo localizada, dentro do município, às margens da BR 116. Distancia-se, e muito, da concepção de Distrito Industrial observada na literatura sobre aglomerações produtivas, pois não apresenta especialização produtiva e laços cooperativos entre as firmas presentes, além de ter sido criado como uma política dos governos federal e estadual. 6 crescimento econômico, destacando-se as atividades comerciais varejistas e atacadistas e os serviços de saúde, educação e de transportes. Este período é marcado também pela intensificação do processo de urbanização, sobretudo pela convergência para Vitória da Conquista de indivíduos oriundos de vários municípios (principalmente do Sudoeste da Bahia e do Norte de Minas Gerais), notabilizando uma estreita relação do crescimento destas atividades com o processo de urbanização. Um fato marcante do período pós-crise do café foi a municipalização da saúde. Implementada no final dos anos 1990, trouxe importantes modificações neste setor, como a estrutura de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), realizando a chamada Gestão Plena da Atenção Básica, a partir de 1998 (COUTO, 2004). Essa reestruturação da saúde pública de Vitória da Conquista trouxe externalidades positivas quanto à oferta de serviços de saúde, sobretudo dentro dos limites da oferta deste serviço que o município disponibilizava. A partir deste processo, o município começa a receber um grande contingente de pessoas das cidades circunvizinhas, consolidando-se como o maior ofertante de serviços de saúde da Região Sudoeste da Bahia, tanto na esfera pública quanto particular, recebendo, também, investimentos de grande porte no setor. Pouco tempo depois surge outro fato importante, a instalação de novas Instituições de Ensino Superior (IES). Até o final dos anos 1990, o município contava apenas com a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), que não era capaz de atender à crescente demanda por educação superior em toda a região Sudoeste da Bahia. Até então, a escassez de oferta de vagas na educação superior fazia com que muitos estudantes buscassem este serviço em outros centros, como na capital do Estado, Salvador. Segundo Lopes (2003), naquela época, a Região metropolitana de Salvador (RMS) concentrava cerca de dois terços de docentes e alunos, e isso era um sinal inequívoco de que a região atraía não só alunos oriundos de outras regiões, como também a mão-de-obra especializada para atender a grande demanda do setor. O aumento da procura por educação superior revelava que o setor público não conseguia acompanhar as novas exigências do mercado, já que a oferta de vagas na UESB era praticamente fixa havia muitos anos. Desta maneira, as IES privadas começam 7 a se instalar no município, impulsionadas também pelos incentivos do governo federal e do governo estadual5. Outras importantes atividades relacionadas aos serviços devem ser mencionadas. Na esfera bancária, de acordo com o IBGE (2010), o município possui 12 agências bancárias, entre elas os principais bancos nacionais, estatais e privados, e um banco de fomento de atuação em todo o Nordeste do Brasil. Quanto às comunicações, Vitória da Conquista possui emissoras de rádio, jornais, revistas de circulação periódicas. Possui também um aeroporto que realiza vôos diários nacionais. Convivendo com estes serviços considerados modernos, existem ainda as atividades tradicionais como açougues, salões de beleza, lanchonetes, padarias, mercado de artesanato, feira livre, entre outros. Por fim, há ainda opções de lazer, entretenimento, museu, centro de cultura, biblioteca etc. Alguns eventos festivos periódicos também se destacam no município, como o Festival de Inverno, que reúne personalidades musicais conhecidas nacionalmente, e as feiras temporárias como a Feira Baiana de Negócios – FEBAN, Exposições Agropecuárias, Feira nacional do Couro (Fenacouro), dentre outras. Além de gerarem ocupações temporárias, esses eventos atraem indivíduos de outras cidades. Em termos demográficos, entre os anos de 2001 e 2009, o município teve um crescimento populacional de 19,35%, proporcionando uma média de crescimento anual superior a 2%. Parte deste crescimento se deve ao aumento da oferta de serviços especializados, como educação (principalmente superior) e saúde e melhoria na renda e na qualidade de vida e dos residentes. No mesmo período, a densidade demográfica saltou de 83,1 para 99,5 habitantes por Km2. A tabela 1 abaixo mostra a evolução do PIB6 e do PIB per capita do município de Vitória da Conquista, entre os anos de 2002 e 2007. Neste período, o crescimento do PIB foi bastante significativo, chegando a quase 30% de 2004 para 2005. Este dado 5 No âmbito federal, o Programa de Financiamento Estudantil (FIES), criado em 1999, destina-se a financiar a graduação de estudantes que não têm condições de arcar com os custos de sua formação e estejam regulamente matriculados em instituições não gratuitas, cadastradas no programa e com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Mais recentemente, em 2005, o Programa Universidade para Todos (ProUni) foi criado tendo por finalidade a concessão de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda, em cursos de graduação e seqüenciais de formação específica, em instituições privadas de educação superior, oferecendo às IES isenção de impostos às instituições que adotem o programa. 6 Trata-se do PIB Municipal, que é uma Proxy do Valor Agregado Municipal. É praticamente impossível a mensuração desta variável no âmbito municipal, já que o fluxo intermunicipal de recursos econômicofinanceiros, essencial no cálculo do PIB, é desprovido de método de mensuração controlada. 8 surpreendente é justificado: no ano de 2005, houve uma mudança de metodologia de cálculo do PIB, atribuindo um peso maior para o setor terciário. Dado que este setor representa a maior parcela da renda gerada em Vitória da Conquista, como será mostrado adiante, era de se esperar um aumento significativo. No período compreendido entre os anos de 2002 e 2007, o PIB Municipal cresceu 123%, com média de crescimento anual de quase 20%. Neste período, o PIB per capita avançou 97,7%. Isso considerando que os dados se referem a valores nominais, não descontando, portanto, a inflação. Porém, tendo em conta que as taxas de inflação no Brasil, em nenhum dos anos referidos na tabela situou-se acima do crescimento do PIB per capita municipal, constata-se que houve ganhos reais de renda. Apesar deste avanço, o PIB per capita do município ficou abaixo do PIB per capita baiano, que foi de R$ 7.787,00, segundo o IBGE. Com relação à representatividade da economia de Vitória da Conquista no âmbito do Estado da Bahia, o município ocupava em 2007 a 7ª posição num universo de 417 municípios, com participação de 2,16% no PIB baiano. Comparando-se com o ano de 2002, houve um crescimento tímido (menos de meio ponto percentual). No entanto, os dez municípios de maior produção da Bahia no ano de 2007 eram responsáveis por 56,72% da riqueza gerada, cinco anos antes, este percentual era de 30,8%, o que representa 84% de aumento de participação. Considerando que a maior parte destes municípios se encontra na Região Metropolitana de Salvador (RMS) ou no seu entorno – 9 de longe, a região econômica que mais recebe investimentos no Estado –, o crescimento da participação da economia conquistense, mesmo que pequena, representa um grande avanço. Apenas Vitória da Conquista, Itabuna e Paulo Afonso, dentre os municípios listados, não estão na RMS ou próximos a ela. Num universo de 1.793 municípios que compõem os 9 estados da Região Nordeste do Brasil, o município de Vitória da Conquista aparece na 21ª posição entre aqueles de maior PIB. Considerando que, dos 20 municípios que aparecem em posição superior a Vitória da Conquista, 9 são capitais de Estado, Vitória da Conquista aparece numa posição privilegiada. O setor de serviços e a economia de Vitória da Conquista Na análise da estrutura do setor de serviços em Vitória da Conquista, serão utilizados os bancos de dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) – cuja divisão se baseia na Classificação Nacional das Atividades Econômica (CNAE) –, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e sua metodologia de divisão setorial, e da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Variáveis como emprego, renda e valor agregado serão usadas. Segundo Haddad (1989), o emprego é a variável-base escolhida com maior freqüência em estudos empíricos, por diversos motivos, destacando-se: a) maior disponibilidade de informações em nível de desagregação setorial e espacial desejável; b) mantém certa uniformidade na distribuição os setores ou atividades no tempo; c) é uma variável representativa para medir crescimento econômico. Para Suzigan et all. (2003), a principal vantagem da utilização desta base de dados é o elevado grau de desagregação territorial e setorial obtido, sem necessidade de tabulação ou recursos especiais. Dado que, de acordo com Meirelles (2006), serviço é “trabalho em processo”, a variável emprego torna-se importante ferramenta na análise da importância do setor em qualquer economia. Dados da RAIS para o ano de 2008 mostram que o setor empregava praticamente 77% dos trabalhadores com carteira assinada em Vitória da Conquista, conforme o gráfico 1 abaixo. Mesmo que o setor de serviços representasse um percentual menor do que o do ano de 2000, quando eram responsáveis por 81% dos empregos formais, não se pode deixar de tê-lo como o grande setor empregador do município. 10 Interessante também é a visualização da participação dos setores de atividade econômica no PIB Municipal (Valor Adicionado) de Vitória da Conquista. Dados do IBGE referentes ao ano de 2007 mostram que os serviços também são os grandes responsáveis pela riqueza produzida neste município, participando com 83%, conforme aponta o gráfico 2. A participação dos serviços na economia conquistense acentua-se ainda mais quando se analisa a contribuição dos setores em termos de massa salarial gerada. No ano de 2008, os serviços eram responsáveis por 84,6% de toda a massa salarial municipal. Comparando com o Estado da Bahia, o setor é mais representativo para a economia conquistense do que para a economia baiana, para a qual a representação do terciário correspondia a 77,91% da massa salarial paga no ano de 2008, conforme apresenta o gráfico 3. 11 Verificando-se a evolução dos serviços em Vitória da Conquista, constata-se que, além do crescimento em termos monetários ter sido substancial, a participação do município no Valor Agregado dos serviços no Estado da Bahia vem crescendo, conforme apresenta a tabela 2. No ano de 1999, Vitória da Conquista participava com apenas 2,04% do valor dos serviços no Estado. Já no ano de 2007, esta participação sobe para 2,8%, um crescimento de 37% de representatividade. Em termos monetários, o crescimento foi de 240% em valores nominais. No mesmo período, cidades como São Francisco do Conde, que detêm o 2º lugar entre os municípios baianos mais ricos, Camaçari (a 3ª colocada) e mesmo a capital do Estado, Salvador (1ª colocada), tiveram uma redução de participação relativa. A exceção, dentre os outros principais municípios, foi Feira de Santana, a segunda cidade mais populosa do Estado. 12 Os dados disponíveis ainda permitem testar a hipótese de que os serviços seriam bens superiores, situação em que o crescimento da demanda pelos serviços seria superior ao aumento do nível de renda. Com base na Lei de Engel, que relaciona a renda dos consumidores com a demanda por produtos e serviços, a tabela 3 apresenta os coeficientes de elasticidade-renda7 da demanda por serviços. É necessário esclarecer, no entanto, que a indisponibilidade de informações sobre a demanda por serviços leva-nos a usar, em seu lugar, uma Proxy. Neste caso, a variável relacionada com a renda será o nível de emprego formal, uma vez que se espera que um aumento da renda per capita influencie positivamente a demanda, e, consequentemente, uma maior procura por serviços irá impactar positivamente na empregabilidade deste setor. 7 A elasticidade é um coeficiente que relacionada variações percentuais de duas grandezas. No caso da elasticidade-renda da demanda, o coeficiente é dado pela relação entre a variação percentual da quantidade demanda de um bem ou serviço (ou conjunto de bens ou serviços) pela variação percentual da renda do consumidor. Este coeficiente é denotado pela seguinte equação: Er = [(∆d/d)/(∆r/r)], em que “d” é a demanda do bem ou serviço e “r” é a renda do consumidor. Sendo este coeficiente superior à unidade, o bem ou serviço em questão responde, em termos de demanda, mais que proporcionalmente à variação da renda, sendo, portanto, considerado um bem ou serviço “superior”. Outro coeficiente amplamente utilizado é a elasticidade de demanda, que relaciona a variação percentual da demanda de um bem ou serviço (ou conjunto de bens ou serviços) com a variação percentual do preço deste bem ou serviço (ou conjunto deles). Este coeficiente é denotado por Ed = [(∆d/d)/(∆p/p)], em que “p” é o preço do bem ou serviço. 13 Uma vez que coeficientes de elasticidade-renda superiores à unidade indicam serviços como bens (intangíveis) superiores, os dados da tabela insinuam que, no período analisado, não se pode afirmar que os serviços tenham se comportado como bens superiores, já que em nenhum ano o coeficiente foi superior à unidade. O ano de 2003, inclusive, atesta que os serviços comportaram-se como bens inferiores, situação em que, com o aumento da renda, a demanda (aqui, o emprego) no setor cai. É preciso ter em conta, porém, que o cálculo do coeficiente de elasticidade-renda aqui feito considerou não a demanda por serviços, mas o emprego no setor. É possível, também, visualizar o comportamento da produtividade do setor de serviços entre os anos de 2002 e 2007. O método usado será a relação entre o valor agregado dos serviços ao longo desses anos e o número de trabalhadores formais do setor, conforme apresentado por Kon (2002). Esse quociente representa o valor agregado por cada trabalhador formal alocado no setor de serviços, em termos monetários, ou a produtividade média de cada trabalhador do setor. O gráfico 4 ilustra esta evolução. O crescimento da produtividade foi observando em todo o período analisado (2002 a 2007), e apresentou média de expansão de 10,9% ao ano. Quando comparado com os setores agropecuário e industrial, o setor de serviços apresenta produtividade inferior à agropecuária (exceto no ano de 2004) e superior à indústria (exceto no ano de 2002). 14 A arrecadação de impostos ligados ao setor de serviços também mostra a importância relativa destas atividades na economia de Vitória da Conquista. Em especial, o ISS (Imposto Sobre Serviços) – no âmbito da arrecadação municipal – e o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) – no âmbito estadual –, mostraram-se crescentes no período analisado. O ISS, imposto mais diretamente ligado à atividade de serviços, cresceu, em média, 15,3% ao ano entre 2002 e 2007, crescimento esse maior do que a evolução da população conquistense no mesmo período. O mesmo se verifica para o ICMS, ligado mais diretamente ao comércio, que evoluiu, em média, 23,9% ao ano entre 2002 e 2009, com destaque para os anos de 2004 a 2006, com crescimento percentual bem superior à média. Situação semelhante ocorre com os dados colhidos para a Receita Municipal, que na categoria Receita de Serviços apresentou forte crescimento nos anos analisados (2003 a 2007). Em apenas quatro anos, entre 2003 e 2007, o crescimento foi de 393%. Neste período, a trajetória passa a apresentar crescimento exponencial a partir de 2005. No período todo, a média de evolução anual foi de 54,8%, com destaque para o ano de 2007, quando o crescimento foi de 115,6%. Segundo Haddad (1989), é freqüente a utilização de um conjunto de medidas de localização e de especialização como método de análise regional, principalmente com vistas 15 à formulação de políticas de descentralização econômica ou para o conhecimento dos padrões regionais do crescimento econômico. Algumas destas medidas, como observa o autor, são de natureza descritiva e de escopo analítico limitado, porém, o seu uso se justifica em trabalhos de natureza exploratória, como esse o é, e em conjunto com outras técnicas de análise. A avaliação do grau de concentração ou dispersão das diversas categorias de serviços no município de Vitória da Conquista será feita mediante o uso de Quocientes Locacionais8 (QL). Estes serão calculados a partir do uso do emprego formal e do valor agregado, com informações da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e dos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Theodore Lane (1977) valendo-se do trabalho de Hildebrand e Mace (1950) define o QL como sendo uma medida de concentração relativa de uma atividade numa área determinada (economia objeto), comparada com outra área (economia de referência). A economia objeto é mais ou menos especializada numa dada atividade do que a economia de referência, se os QLs assumirem valores iguais, maiores ou menores do que a unidade. Neste trabalho, serão calculados os quocientes para Vitória da Conquista com relação a várias regiões de referência em que este município está inserido. A primeira será o Estado da Bahia. A segunda será o Estado da Bahia, porém desconsiderando os números referentes à capital do Estado, Salvador. Para este caso, existem duas 8 O QL, no caso do uso da variável emprego, é obtido a partir de: onde: QLij é o Quociente Locacional do setor i na região j; Eij representa o emprego no setor i da região j; Ei.é o Emprego no setor i de todas as regiões; E.j representa o Emprego em todos os setores da região j; e E..é o Emprego em todos os setores de todas as regiões. Em termos de valor agregado, a formulação é a mesma apresentada acima, porém com a substituição da notação E por VA. O QL compara a participação relativa de uma região (ou município) e um setor particular com a participação percentual da mesma região (ou município) no total do emprego da economia de uma “área de referência” que pode ser a economia nacional ou de um estado. Se o QL for superior à unidade, significa que a região (ou município) é relativamente mais importante no contexto nacional (ou na “área de referência”), naquele setor, do que em todos os demais setores em conjunto. QLs superiores a 1 tendem a indicar também que aquela atividade é “básica” na região (ou município), isto é, voltada para a exportação. Se, por outro lado, o QL for menor do que 1 indica que a referida atividade é “não básica”, ou seja, voltada para o mercado doméstico. 16 justificativas: inicialmente, porque Salvador está distante 509 Km de Vitória da Conquista, o que diminui os possíveis efeitos polarizadores entre os dois municípios; depois, porque a estrutura econômica de Salvador é, claro, muito maior que a de Vitória da Conquista, haja vista que é a capital administrativa do Estado, concentrando quase três milhões de habitantes e 38,6% dos empregos formais de toda a Bahia no ano de 2008 e 24,4% do PIB estadual em 2007. A terceira região de referência será a do Estado da Bahia, excluindo os municípios que compõem a Região Metropolitana de Salvador (RMS). As justificativas são basicamente as mesmas do parágrafo anterior, com a ressalva de que a RMS era responsável em 2008 por 50,7% dos empregos formais do Estado e 44,5% do PIB no ano de 2007. Por fim, o Quociente Locacional será calculado usando com referência, também, a Microrregião de Vitória da Conquista e a Região Econômica do Sudoeste da Bahia, no âmbito da metodologia do IBGE, e o Território de Identidade de Vitória da Conquista, obedecendo a metodologia da SEI. A tabela 4 expressa os resultados encontrados usando como variáveis o emprego formal nos serviços e o valor agregado neste setor. Pelos dados da tabela, examinando o Quociente Locacional da variável emprego, Vitória da Conquista foi relativamente mais importante, no contexto do Estado da Bahia (excluindo a cidade de Salvador e a Região Metropolitana de Salvador) e da Região Econômica do Sudoeste da Bahia, em termos do setor de serviços do que em termos de todos os setores de atividade econômica. Quanto à mesma variável (emprego), no contexto 17 de todo o Estado da Bahia (incluindo Salvador), da Microrregião de Vitória da Conquista e do Território de Identidade de Vitória da Conquista, o município mostrou-se menos importante. Com relação ao valor agregado, o resultado mostra que, quaisquer que sejam as regiões de referência, os serviços em Vitória da Conquista são mais importantes do que todos os demais setores da atividade econômica. Essa diferença de resultados exige uma observação. Tanto os municípios da Microrregião quanto os do Território de Identidade de Vitória da Conquista (quase os mesmos) possuem pouca dinâmica econômica e indicadores econômicos pouco expressivos, o que faz com que a maioria dos empregos formais seja na área de serviços, principalmente os que exigem pouca ou nenhuma qualificação, como é o caso do comércio. Isso fez com que o QL da variável emprego em Vitória da Conquista, no contexto da microrregião e do território de identidade, fosse menor que a unidade, ou seja, é grande o percentual de empregos formais no setor de serviços das pequenas cidades no entorno de Vitória da Conquista. Para se ter uma idéia, dos dezesseis outros municípios que compõem a microrregião, sete apresentaram percentual de participação dos serviços no nível de emprego maior do que Vitória da Conquista, sendo que quatro deles apresentaram mais de 90% de participação dos serviços no emprego total. Porém, quando se analisa o valor agregado, fica evidente a importância relativa de Vitória da Conquista. Conclusões O papel das atividades econômicas na indução do desenvolvimento suscita uma gama de discussões sobre o real papel de setores e segmentos produtivos na dinâmica econômica regional. Os serviços têm apresentado, principalmente em países, regiões e municípios desenvolvidos, um papel relevante neste processo. Por essa razão, este trabalho buscou apresentar a importância das atividades terciárias para a economia de Vitória da Conquista. A metodologia utilizada permitiu visualizar que estas atividades representam quase 77% da ocupação formal do município e 83% do valor agregado. Sabendo-se que os serviços têm uma grande parcela de trabalho informal, é possível supor que a representatividade do setor seja ainda maior quando se somam os empregos formais aos informais. É preciso considerar, porém, que o presente trabalho prendeu-se apenas aos primeiros. 18 A massa salarial gerada foi outro indicador que apresentou significativa representatividade dos serviços do município. Quase 85% dos recursos salariais injetados no município foram pagos aos trabalhadores deste setor, número mais expressivo que aquele para todo o Estado da Bahia, que foi de 77,9%. Usando as variáveis emprego e PIB per capita, também foi possível testar a hipótese de que os serviços em Vitoria da Conquista seriam bens superiores (demanda crescendo mais do que proporcionalmente ao aumento da renda). A conclusão foi que, apesar de apresentar crescimento, o número de postos de trabalho nos serviços (usado como proxy para a demanda por serviços) não avançou tão significativamente quanto o PIB per capita, indicando, portanto, que os serviços não se comportariam como bens superiores. Quanto ao indicador de produtividade (valor agregado por trabalhador formal dos serviços), o setor apresentou relativa importância, com crescimento médio de quase 11% ao ano entre os anos de 2002 e 2007. Apesar de apresentar números superiores aos da atividade industrial, a produtividade dos serviços situaram-se abaixo daqueles verificados na agropecuária, e mesmo abaixo do crescimento médio do PIB no mesmo período. No entanto, quando se utilizada como indicador os impostos arrecadados referentes às atividades terciárias, verifica-se uma acentuada evolução. O ISS cresceu, em média, 15,3% ao ano entre 2002 e 2007. Já o ICMS avançou 23,9% ao ano entre 2002 e 2009. A receita municipal com serviços apresenta números ainda mais contundentes. Entre os anos de 2003 e 2007, a média de crescimento anual ficou em 54,8%. Estes dados dão claro sinal de maior dinamismo observado nos serviços, com intensificação das transações neste setor que possibilitaram uma maior arrecadação dos impostos a eles relacionados. As medidas de localização indicaram a importância relativa das atividades relacionadas aos serviços no município de Vitória da Conquista no contexto geográfico. Os Quocientes Locacionais usados para emprego e valor agregado mostraram que o município exporta estas atividades para as regiões onde se localiza. Apenas em casos extremos (usando a variável emprego nos contextos do Estado da Bahia, Microrregião de Vitória da Conquista e Território de Identidade de Vitória da Conquista), os indicadores foram pouco significativos. O destaque ficou por conta do uso da variável valor agregado, que mostrou acentuada significância em todos os contextos geográficos, insinuando uma 19 maior sofisticação das atividades terciárias no município que levam a uma maior geração de riqueza. A importância relativa do município (seja na Microrregião, na Região Econômica do Sudoeste, no Território de Identidade ou mesmo em âmbito estadual) também atesta a contribuição do setor para a dinâmica econômica regional. É claro que isto não pode ser considerado apenas um fenômeno endógeno, pois há influências da política macroeconômica (portanto, federal) e de outras tantas ações externas (política educacional, de rendas, entre outras). No entanto, pode-se dizer que o município tem aproveitado razoavelmente as oportunidades e pode vislumbrar uma dinâmica econômica ainda mais contundente nos próximos anos, considerando as melhorias em indicadores como emprego, remuneração e grau de instrução, variáveis-chave para o bem-estar social. Referências ALMEIDA, Paulo Henrique de. Produtividade e improdutividade dos serviços na história do pensamento econômico. In: Bahia Análise & Dados. Salvador: SEI, v 6, n. 4, março de 1997. BELL, Daniel. O advento da sociedade pós-industrial. São Paulo: Cultrix, 1973. CLARK, Colin. The conditions of progress and security. London: Mac Millan, 1940. COUTO, Polliana Alves. Alcances e limitações da municipalização da saúde: a experiência de Vitória da Conquista/BA. Vitória da Conquista: UESB (Monografia – graduação em Economia), 2004. DUNNING, J. H. Multinational enterprise and the growth of services: some conceptual and theoretical issues. The Services Industries Jornal, v.9, p. 5-39, 1989. 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