Mentalidade e Cotidiano

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Mentalidade e Cotidiano
Por: Luciana Rodrigues dos Santos¹
Marta Valeria de O. Nascimento
Resumo
A história das mentalidades nos deixam escapar os fatos, pensamentos e comportamentos que são
manipulados por grupos dominantes de uma época levando-as a tender e a observar as varias
mudanças ocorridas no cotidiano de cada sociedade.
Palavras-chave: Igreja Católica, Valores Sociais, homem Renascentista, Razão e
Cultura Cotidiana.
Vantagem inerente a Igreja Católica em uma época denominada de Idade
Média ou Idade das Trevas com uma incalculável riqueza e uma sólida organização,
a Igreja atuava em todos os aspectos da vida social, aplicando normas, impondo
comportamentos e imprimindo ideais no homem medieval, como os valores
teológicos.
O clero transmitia as pessoas uma visão de mundo conveniente e
adequado ao período.
“Deus quis que, entre os homens, uns fossem senhores e outros servos, de
tal maneira que os senhores estejam obrigados a venerar e amar a Deus e
que os servos estejam obrigados a amar e venerar o seu senhor
(...).”(ANGERS, 1975)
O clero sabia como forjar a mentalidade da época, justificando ao povo que as
obediências e sacrifícios seriam recompensados com o paraíso celestial e para os
indivíduos que não aceitassem as idéias e os decretos divinos com verdades
absolutas eram julgados como hereges, pelos tribunais da inquisição por tentar
expressar qualquer teoria ou idéia cientifica que afastassem os dogmas da Igreja.
Os conhecedores da magia e da feitiçaria as chamadas bruxas medievais que nada
mais eram do que conhecedoras do poder de cura usando plantas eram torturadas
cruelmente pelos inquisidores, também os judeus eram perseguidos não só por
razão da fé, mas de sangue. Foi dessa forma que tentavam proibir o progresso
cultural e científico no mundo.
“(...) Para impor as idéias cristas os padres da Igreja as transformaram em
verdades reveladas por Deus (através da biblia e dos santos) que por
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serem decretos divinos, seriam dogmas, isto é, irrefutáveis e
inquestionáveis. Com isso, surge uma distinção desconhecidas pelos
antigos, entre verdades reveladas ou da fé e verdade da razão ou humanas,
isto é verdades sobrenaturais e verdades naturais, os primeiros introduzindo
a noção de conhecimento recebido por uma graça divina superior ao
simples conhecimento racional.” (CHAI, Marilena. Convite a Filosofia. 44).
As verdades da razão desenvolvem uma nova fase da história, caracterizada
como renascimento, dando vida ao retorno de contatos sociais entre oriente e
ocidente. O homem medieval modifica os seus valores graças ao alargamento físico
e intelectual, devido a grande efervescência cultural que contagiava o mundo
medieval passando a valorizar a prosperidade material, a crer numa vida menos
subordinada à inquestionável “vontade divina”, observando através das suas
conquistas no domínio da natureza e do desconhecido, a capacidade de construir
sua própria identidade.
A eclosão de novos valores com o otimismo, o individualismo, o naturalismo e
o humanismo constituía o conjunto da produção renascentista que caracterizava o
despertar para o saber nas letras, nas artes e na ciência que designavam situações
distintas do período anterior. É perceptível que durante o renascimento todos os
divulgadores das artes desenvolvia seu profissionalismo de maneira independente,
cada um com seu estilo próprio.
“O Impulso cultural do renascimento revigorou valores opostos aos homens
medievais. Em todos os campos do saber emergiu uma vitalidade cultural
que rompeu com os tradicionais limites. Chega-se até a rever com
dificuldades imaginarias, a teologia (...)”. (BARDI, 1980 p. 115).
O interesse pela investigação, a razão e o método experimental promoveu o
desenvolvimento humano classificando vários sábios, cientistas, artistas e literatos
que através dos textos, poemas e novelas deixavam perceber o cotidiano, a
estrutura mental, o sensualismo e o hedonismo dos homens da época renascentista;
os músicos flamengos trouxeram refinamentos talentosos a nova corrente, levando a
cumplicidade da polifonia e a distinção entre a música religiosa e profana, estas
animavam as festividades acompanhadas por banquetes que afirmavam a posição
social da nobreza. Pois servir refeições criativas e bonitas passou a ser uma
obrigação, tanto que começaram a aparecer livros de culinária.
“A Comida cotidiana não era, em nenhum caso, abundante, antes, bem escassa, pelo
menos no que se refere às camadas inferiores da sociedade. Com bastante freqüência, os
pobres deviam ser alimentados pelos municípios e paróquias. As comidas consistiam, na
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maioria das vezes, em sopas, acompanhadas de pão, queijo e ovos. A bebida não era água,
sendo mais importante o vinho nos países do sul, e a cerveja, que era considerada como
alimento, na Europa central e no norte. A carne, o pescado, as especiarias, o sal e as
verduras eram sem dúvida conhecidos, mais seu consumo era considerado um luxo e estava
reservado para as grandes ocasiões.” (MARQUES, 2005 p. 151).
A época que se desenvolveu o espírito crítico foi ao mesmo tempo uma
época de extraordinária credulidade na Itália a violência fazia parte dos
costumes da época a prática de envenenamento era um método legitimo e
natural para se livras dos inimigos. A vida humana não tinha muito valor, as
pessoas matavam por dinheiro esse era o caminho de alcançar um fim
comum e não era considera um crime abominável.
No final do período moderno assistia-se a uma mudança no que
correspondia a sexualidade.
Encontrava-se nos manuais de confissão da
Idade Média a nudez nas questões sexuais como: posições respectivas dos
parceiros, gestos, toques e o momento exato do prazer. Era indispensável à
descrição dos atos sexuais.
“Denominar o sexo a partir desse momento, seria mais difícil e custoso. Como se
para domina-lo no plano real tivesse sido necessário primeiro, reduzi-lo ao nível da
linguagem, controlar sua livre circulação no discurso é bani-lo das coisas ditas e extinguir das
palavras que o tornam presente de maneira demasiado sensível. (...) Sem mesmo ter que
dize-lo, o pudor moderno obteria que não se falasse dele, exclusivamente por intermédio de
proibições que se completam mutuamente: mutismos que, de tanto calar-se impõe o silêncio.
Censura”. (MARQUES, 2005,p. 156)
Essa época é marcada pela censura que o sexo em seu significado
mais prático denomina sofrendo repressão das classes da época. A união
conjugal devia efetuar-se conforme a posição dita natural: a mulher deitada de
costas e o homem por cima dela. Todas as outras posições eram motivos de
escândalos e contra a regra sexual estabelecida. Dizia-se que qualquer outra
posição era característico da procura de um prazer excessivo e não típico da
época, porque eram relações sexuais voluntariamente contraria à virtude por
criadora.
É interessante ressaltar que a Igreja fazia do sexo aquilo que deveria
ser confessado, diferentemente das sociedades modernas que não o
condenam como algo obscuro, mais sim valoriza-o.
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Referência Bibliográfica:
MARQUES, Adhemar. BERUTTI, Flávio. FARIA, Ricardo. Historia Moderna:
Através de textos. 11ª ed. São Paulo: Contexto. 2005.
BARDI, Pietro Mário. Gênio da Pintura: Góticos e renascimento. São Paulo:
Abril. 1980.
ANGERS, ST. Lourd de. In: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos
de história. Lisboa: Plátano, 1975.
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