Notação da Dança: traçando paralelo entre a notação

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encontro nacional de pesquisadores em dança (2011) Dança: contrações epistêmicas
Notação da Dança: traçando paralelo entre a notação musical pela criação
de uma linguagem universal de notação do movimento
Dance Notation: drawing parallel between the notation musical by
the creation of a universal language of movement notation
Ana Ligia Trindade1
Centro Universitário La Salle (UNILASALLE)
Resumo
Notação coreográfica é o registro escrito de obras de dança. Notadores treinados utilizam
sistemas de notação para “escrever” movimentos de dança. Com estes registros escritos,
coreógrafos podem ler este tipo de notação e replicar uma peça de dança. É o mesmo
conceito de leitura de uma partitura de música. Um compositor escreve a música e, em
seguida, uma pessoa pode executar a música, seguindo as notas na partitura. Mas há um
grande problema com as notações de movimento. Elas são muito difíceis de aprender e muito
poucos coreógrafos utilizam esta metodologia para preservar suas peças de dança ou remontar
performances documentadas. Isso significa que esses sistemas, exemplo de Labanotation e
Benesh, são usados por um pequeno grupo de “notadores” e apenas um pequeno grupo de
obras são devidamente documentadas e preservadas ou mesmo, posteriormente, executadas.
Temos na notação do movimento três grandes problemas não encontrados hoje na notação
musical: a) tecnologia (softwares), b) proteção de direitos autorais e, conseqüentemente c)
mercado de trabalho. O ponto primordial, segundo Fox (2005), é que enquanto a dança não
tiver um sistema de notação universalmente utilizado e aceito que seja fácil de aprender, usar
e ler por bailarinos, coreógrafos e companhias de dança, esta arte será privada de importantes
avanços e crescimento criativos transformadores no aprendizado (educação) e na carreira
(profissão) de seus profissionais. Sistemas de notação da dança (Laban, Benesh) usados hoje
para documentar e preservar as obras de dança tem valor limitado, já que quase ninguém os
usa e são muito difíceis de dominar. A investigação pretende fazer paralelo com a notação
musical buscando uma linguagem universal para a “escrita” do movimento.
Palavras-chaves: Notação do movimento, Linguagem universal, Dança.
1
Mestranda em Memória Social e Bens Culturais, Centro Universitário La Salle – UNILASALLE. Graduação
em Biblioteconomia e Documentação na UFRGS e Especialista em Dança pela PUCRS. Bailarina, coreógrafa e
professora de Ballet.
.
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Abstract
Choreographic notation is the written record of works of dance. It is the same concept of
reading of a score musical. But there is a big problem with the choreographic notations.
They are very difficult of learn how and few choreographers utilize them for preserve her
choreography or date back to performances documented. We have in the notation of the
movement three big problems done not find today in the notation musical: a) universal
language of notation, b) technology (software), c) protection of copyright and, consequently
d) labor market. Systems of notation of the dances (Laban, Benesh) used today for document
and preserve the works of dance, has value limited, since barely nobody uses them and are
very difficult of dominate. The inquiry is going to do parallel with the notation musical
seeking a universal language for the "written" of the movement.
Keywords: Movement’s Notation. Universal language. Dances.
Introdução
Notação coreográfica é o registro escrito de obras de dança. Notadores treinados
utilizam sistemas de notação para “escrever” movimentos de dança. Com estes registros
escritos, coreógrafos podem ler este tipo de notação e replicar uma peça de dança. É o mesmo
conceito de leitura de uma partitura de música. Um compositor escreve a música e, em
seguida, uma pessoa pode executar a música, seguindo as notas na partitura.
Mas há um grande problema com as notações de movimento. Elas são muito difíceis
de aprender e muito poucos coreógrafos utilizam esta metodologia para preservar suas peças
de dança ou remontar performances documentadas.
Isso significa que esses sistemas,
exemplo de Labanotation e Benesh, são usado por um pequeno grupo de “notadores” e apenas
um pequeno grupo de obras são devidamente documentadas e preservadas ou mesmo,
posteriormente, executadas. Até esta data, o DNB (Dance Notation Bureau), por exemplo, que
trabalha com obras notadas em Labanotation, tem um acervo de menos de 700 peças de dança
- que é um número lamentavelmente pequeno.
Voltando á notação musical... vejamos: o sistema de notação da música remonta a
mais de 500 anos. Hoje este sistema de base européia é universal. Todos os compositores e
músicos a utilizam para documentar as suas músicas e todos os músicos - casuais e
profissionais - a utilizam para executá-las.
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Fox (2005) comenta:
Não sou um músico pianista, mas asseguro que poderei abrir um livro com
músicas de Mozart e reproduzi-las em um piano. Vou precisar praticar, ler
várias vezes, pesquisar... mas vou descobrir e serei capaz de reproduzi-los de
uma forma moderadamente decente.
Desta forma Fox (2005) questiona e responde:
Por que é que eu posso ler a notação musical? Porque eu aprendi sozinho. Eu
comprei um livro com fotos e instruções sobre como são as anotações escritas e
como elas correspondem às teclas do piano.
Por que eu poderia aprender a ler uma notação musical em um curto período
de tempo? Porque é relativamente fácil. Eu não estou falando de leitura à
primeira vista, eu só estou dizendo que do ponto de vista intelectual, eu posso
ler e identificar as notas escritas na partitura. Posso ensinar qualquer um de
apenas cerca de qualquer idade a ler estas notas.
Por que eu estava disposto a gastar tempo em aprender esse sistema de
notação? Porque eu sei que é um sistema universal e quando eu aprender, eu
posso ler qualquer peça de música para qualquer estilo de música.
Tecnicamente, no momento, eu não penso sobre o fato de que a música de todo
o mundo foi notada da mesma maneira. Mas, se eu soubesse que havia
concorrentes de diferentes sistemas de notação musical, eu teria ficado
frustrado e desistido do aprendizado. Me pergunto por que teria de aprender a
ler diferentes sistemas de notação, a fim de tocar partes diferentes de uma
música? Há algo inerentemente diferente de um trabalho musical para o outro?
A resposta é obviamente não.
Agora vamos voltar á notação de movimento e olhar para ela fazendo uma Agora
vamos voltar á notação de movimento e olhar para ela fazendo uma comparação com a
música. Temos na notação do movimento três grandes problemas não encontrados hoje na
notação musical: a) linguagem universal de notação, b) tecnologia (softwares), c) proteção de
direitos autorais e, conseqüentemente d) mercado de trabalho.
A grande discussão é:
1) Existem sistemas de notação de dança concorrentes: Labanotation, Benesh
Movement Notation e outras abordagens.
Não há um sistema universal de notação do
movimento da dança através do espaço e do tempo.
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2) Estes sistemas de notação de dança são muito difíceis. Se eles fossem fáceis de
usar, mais pessoas poderiam usá-los.
3) Sistemas de notação da dança são utilizados apenas por especialistas altamente
treinados para registrar e preservar um número muito específico e limitado de trabalhos de
dança. Isso significa que mais de 99,9% de todos os espetáculos de dança profissional e não
profissional de todo o mundo não são notados. A maioria das pessoas nem sequer sabem que
os sistemas de notação existem e mesmo se soubessem, estes sistemas levam tempo demais
para aprender e usar.
Notação musical e coreográfica
A notação da dança está para a dança, assim como a notação musical está para a
música, e a palavra escrita está para o drama. Muitas notações do movimento parecem
similares à notação musical, tornando-se um meio de comunicações entre compositores e
interpretes. Conforme Hanna (2002) a notação da dança descreve o movimento com símbolos
ideográficos em vez de linguagem verbal.
Simbologia é o estudo, a interpretação e a arte de criar símbolos. A etimologia grega
diz que a palavra se refere ao sinal de reconhecimento de duas pessoas, que possuem, cada
uma delas, pedaços de um objeto quebrado, que serve para, quando se juntam, estabelecer
uma identidade.
Não sendo um sinal convencional, como os signos matemáticos e lingüísticos, o
símbolo vive da expressão da sua iconicidade e dos afetos que lhe estão associados. Ele
substitui e compensa uma realidade ausente, mas compreensível dentro de uma determinada
cultura. É próprio do símbolo ter uma multiplicidade de significados e entrar em várias
dimensões do social.
O termo símbolo, com origem no grego súmbolon, designa um elemento
representativo que está (realidade visível) em lugar de algo (realidade invisível) que tanto
pode ser um objeto como um conceito ou idéia, determinada quantidade ou qualidade
(SIMBOLO, 2006). O "símbolo" é um elemento essencial no processo de comunicação,
encontrando-se difundido pelo quotidiano e pelas mais variadas vertentes do saber humano.
Embora existam símbolos que são reconhecidos internacionalmente, outros só são
compreendidos dentro de um determinado grupo ou contexto (religioso, cultural, etc.). A
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representação específica para cada símbolo pode surgir como resultado de um processo
natural ou pode ser convencionada de modo que o receptor (uma pessoa ou grupo específico
de pessoas) consiga fazer a interpretação do seu significado implícito e atribuir-lhe
determinada conotação. Pode também estar mais ou menos relacionada fisicamente com o
objeto ou idéia que representa, podendo não só ter uma representação gráfica ou
tridimensional como também sonora ou mesmo gestual.
Conforme Borges (2004), em vários estilos musicais, seja ele folclórico, popular ou
clássico, há uma dança associada. Valsa, samba, forró, tango e diversos outros estilos se
confundem a música e a dança. Isto por que a música tem elementos mapeáveis (Figura 1) a
alguma forma de movimento da dança conforme tabela a seguir:
Música
Dança
Compasso musical
passos da dança
Andamento
“ritmo” ou velocidade;
Figura 1 - Quadro de elementos mapeáveis entre música e dança
Fonte: Borges, 2004, p. 34.
A notação musical universalmente adotado é a partitura. A partir de uma partitura
um músico consegue executar uma obra sem tê-la ouvido antes. A notação de dança é mais
complexa, e conta com poucos profissionais especializados.
Importante lembrar que também na música, nenhum sistema conhecido de notação
pode registrar com exatidão todos os elementos constitutivos do som: altura (localização exata
de uma nota em uma escala), duração, timbre e intensidade. A notação em pentagrama
universalizou-se no século XX, como resultado indireto de processos históricos: colonização,
atividade missionária e pesquisa etnomusicológica.
Notação musical é a representação visual da música, como a notação coreográfica é
a representação visual do movimento (dança). Como um auxílio à memória, estas notações
permitem formular composições em um nível de complexidade que não seria possível numa
tradição exclusivamente oral e, como meio de comunicação, preserva a música e o movimento
para posterior execução e análise.
Notação musical
Notação musical é o nome genérico de qualquer sistema de escrita utilizado para
representar graficamente uma peça musical, permitindo a um intérprete que a execute da
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maneira desejada pelo compositor ou arranjador. O sistema de notação mais utilizado
atualmente é o sistema gráfico ocidental que utiliza símbolos grafados sobre uma pauta de 5
linhas, também chamada de pentagrama. Diversos outros sistemas de notação existem e
muitos deles também são usados na música moderna, como por exemplo a tablatura e a cifra.
Os diversos sistemas de notação podem ser divididos em dois grandes tipos:
a) o de símbolos fonéticos, que utiliza principalmente palavras, sílabas, abreviaturas, letras e
números. Entre as notações de tipo fonético, destacam-se as alfabéticas, que estão entre as
mais antigas de que se tem notícia. São fonéticos o antigo sistema grego e, os atuais, indiano,
chinês e arábico.
b) o de símbolos gráficos, que emprega curvas, linhas, pontos e outras figuras abstratas.
Notações de símbolos gráficos são a neumática, surgida pela primeira vez em Bizâncio, a
japonesa clássica, a mensuralista medieval e a atual, em pentagrama.
Outra distinção importante deve ser feita entre:
a) sistemas representativos, que indicam o som e deixam a critério do instrumentalista a
maneira de produzi-lo; e
b) tablaturas, em que são representadas as partes dos instrumentos, sua digitação e outras
referências à técnica de execução.
Sistemas de notação musical:
a) Pentagrama: sobre o pentagrama (conjunto de cinco linhas) são desenhadas figuras cuja
forma designa a duração proporcional (ou valor) dos sons e pausas musicais. Para estabelecer
sua duração absoluta, são utilizados símbolos escritos acima da pauta, que indicam quantos
segundos deve soar determinada figura, ou palavras como allegro, moderato ou largo, que
indicam aproximadamente a velocidade de execução. A posição no sentido vertical da pauta
representa a altura exata em hertz quando interpretada juntamente com outros sinais, como a
clave (sinal colocado à esquerda de cada linha), a armadura de clave (conjunto de bemóis ou
sustenidos que acompanha a clave, a cada um dos quais correspondem duas tonalidades, uma
maior e outra menor, ditas relativas) e os acidentes (sustenidos, bemóis e bequadros que,
escritos antes de uma nota, alteram em um semitom sua altura original). Sinais auxiliares
podem sugerir ao executante procedimentos interpretativos, relacionados a dinâmica,
modificações de andamento e acentuação, modos de ataque, timbre e ornamentos; ou servir de
suporte à análise musical e à técnica instrumen
tal. Existem ainda sinais que indicam a forma geral da composição, como ritornellos, sigmas e
codas, que enviam o intérprete a outro ponto da partitura; barras de compasso, etc.
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b) Tablatura: é uma notação que representa como colocar os dedos num instrumento (nos
trastes de uma guitarra, por exemplo) em vez das notas, permitindo aos músicos tocar o
instrumento sem formação especializada. Veja na figura 2:
e|-------5-7-----7-8-----8-2-----2-0---------0--------------|
B|-----5-----5-------5-------3-------1---1-----1-----0-1-1--|
G|---5---------5-------5-------2-------2---------2---0-2-2--|
D|-7-------6-------5-------4-------3-----------------2-2-2--|
A|---------------------------------------------------2-0-0--|
E|----------------------------------------------------------|
Figura 2 - Exemplo de tablatura (Introdução de “Stairway to heaven” de Led
Zeppelin)
Fonte: GUEST, 1996.
Esta notação tornou-se comum para partilhar músicas pela internet, já que permite
escrevê-las facilmente em formato ASCII. Enquanto a notação musical padrão representa o
ritmo e a duração de cada nota e a sua altura relativa à escala baseada em uma divisão em
doze partes (tons) da oitava, a tablatura é mais 'operacional', indicando quando e onde colocar
os dedos para gerar uma nota, de forma que a altura é denotada implicitamente. Os símbolos
rítmicos da tablatura dizem quando iniciar uma nota, mas quase nunca há uma indicação
precisa de qunto tempo ela deve durar, então, a duração fica muito mais a critério do
intérprete do que na notação convencional. Por isso é comum dizer que a tablatura é uma
notação prescritiva e a notação convencional (em pauta), descritiva. A tablatura para cordas
pinçadas é baseada sobre uma representação em diagrama das cordas e trastes do instrumento.
A de teclado mostra as teclas do instrumento e a de flautas mostram que furos devem ser
mantidos abertos ou fechados. No esquema da figura 2, as linhas representam as cordas (da
mais aguda para a mais grave) e os números representam a casa em que a corda deve ser
pressionada e ferida. Com alguns sinais mais sofisticados, a tablatura pode ainda denotar o
tempo das notas e as articulações.
c) Cifras: é um sistema de notação musical usado para indicar através de símbolos gráficos ou
letras os acordes a serem executados por um instrumento musical (como por exemplo uma
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guitarra). São utilizadas principalmente na música popular, acima das letras ou partituras de
uma composição musical, indicando o acorde que deve ser tocado em conjunto com a melodia
principal ou para acompanhar o canto. As principais cifras são grafadas:
A: nota lá ou acorde de Lá Maior
B: nota si ou acorde de Si Maior ( H em alemão)
C: nota dó ou acorde de Dó Maior
D: nota ré ou acorde de Ré Maior
E: nota mi ou acorde de Mi Maior
F: nota fá ou acorde de Fá Maior
G: nota sol ou acorde de Sol Maior
Os acordes menores são grafados pelas letras acima, acompanhados da letra "m"
minúscula. Exemplo: Cm - indica um acorde de Dó menor. Há outras alterações quando se
utilizam tetracordes ou intervalos dissonantes. Exemplo: Cm7 - indica acorde de Dó menor
com sétima. A nota fundamental é definida pelo sistema de notação alfabética em que o nome
de cada nota musical corresponde a uma letra de A a G, com sustenidos ou bemóis quando
necessário, conforme quadro a seguir:
Nome do acorde
Nome da nota
Lá
Naturais Sustenidos Bemóis
A
A#
Ab
Si
B
Dó
C
C#
Ré
D
D#
Mi
E
Fá
F
Bb
Db
Eb
F#
Sol
G
G#
Figura 3 – Quadro 2: Nota/Acorde
Fonte: GUEST, 1996.
Gb
Além do nome do acorde, sempre grafado em letra maiúscula, são acrescentados
números ou outros símbolos para indicar a estrutura do acorde. Este tipo de notação ou
cifragem indica ao executante o acorde que ele deve usar, mas deixa a sua sensibilidade
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musical responsável pela maneira exata na qual ele executará os acordes. A figura a seguir
mostra dois exemplos de cifras, sobre uma partitura.
Acorde de Lá Maior com sétima em uma guitarra
Figura 4 - Cifra
Fonte: GUEST, 1996
Sobre o primeiro compasso, um diagrama de acorde, indica os pontos no braço do
violão em que as cordas devem ser pressionadas para formar o acorde (neste caso um acorde
de Fá maior). No segundo compasso, é utilizada uma cifra em forma de texto. Neste caso é
apenas o símbolo do acorde que é indicado (Lá sustenido maior). Quando indicadas através de
símbolos gráficos, as cifras indicam as posições que os dedos devem formar sobre as cordas
do instrumento ou teclado para compor o acorde desejado. Neste caso são similares às
tablaturas e só se aplicam a instrumentos de cordas e as partituras de teclados. A forma
textual é a mais comum das cifras, utiliza letras números e símbolos musicais para indicar a
nota fundamental do acorde e sua estrutura, indicando se ele é maior ou menor, o uso de
intervalos adicionais como quartas, sextas, sétimas e nonas ou a inversão do acorde. Um
músico experiente é capaz de reconhecer as estruturas indicadas pelas cifras e reproduzir
imediatamente o acorde indicado.
Notação coreográfica
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O processo de registrar o movimento no papel não é um fenômeno novo. Como Ann
Hutchinson Guest (apud ARCHBUTT, 2005) indica em seu livro “Choreographics: A
Comparison of Dance Notation Systems from the Fifteenth Century to the Present”, um
grande número de sistemas emergiram em anos recentes.
Entre os meios mais antigos de notação está o sistema de Feuillet, utilizado na época
de Beauchamp e de Stepanov, na Rússia. Guest (apud ARCHBUTT, 2005) explica que, até o
sistema de Laban, todos os registros eram escritos do ponto de vista das audiências e não
como experimentadas pelos bailarinos. Era como se os bailarinos não estivessem envolvidos
na cena, mas somente aqueles que prestam atenção á eles. Laban centrou seu sistema no
bailarino de modo que na contagem do movimento todos os registros fossem escritos do ponto
de vista da dança. Vários coreógrafos criaram seus próprios registros (notação) incluindo
Eugene Loring e Alwin Nikolais. Entretanto, eram estritamente para seu uso pessoal.
Contudo a imensa importância de sistemas de notação padronizados e universais é
admitida por profissionais da dança desde Feuillet. Mas somente neste século a notação tem
sido usada profissionalmente. O crescimento na notação demonstra a necessidade de registro
do movimento.
A notação da dança é um instrumento conceitual que utiliza uma espécie de script
"alfabético" para descrever a linguagem. Como um alfabeto verbal, os símbolos da notação da
dança podem transcrever diversas linguagens. Os sistemas de notação de dança que enfatizam
a universalidade da estrutura corporal são compostos por alfabetos aplicáveis a diversos
dialetos de dança diferentes. Em certo sentido, a notação de dança é uma meta-linguagem-a
"linguagem" que lida com as linguagens.
Da mesma forma que uma partitura, as notações de dança são scripts que podem ser
criados e lidos para reconstruir movimentos físicos e qualidades dos movimentos. Os sistemas
de notação usam substantivos, verbos e adjetivos para descrever diferentes movimentos e
linguagens de dança com sua própria memória cultural, expressão individual, e significado
físico e verbal. Na notação da dança, o verbo é a ação feita por partes do corpo no espaço.
O problema com todos os sistemas de notação da dança é que poucos coreógrafos, e
mesmo poucos bailarinos, são “letrados” neles.
Formulários de notação coreográfica (do movimento): as notações de coreografia de
maior destaque são o Labanotation, Benesh, Sutton. Estes métodos são usados por várias
companhias de dança, mas não raro são usados recursos audiovisuais, como gravação em
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vídeo, dada a dificuldade em traduzir o movimento real em sua completude para formato de
notação.
a) Labanotation: (Figura 5) é considerado por muitos como o mais completo, e também o
mais complexo. Labanotation é um sistema da análise e de gravação do movimento humano.
Seu inventor original, Rudolf von Laban (1879-1958), é uma figura importante na dança
moderna européia. Publicou esta notação em 1928 como "Kinetographie" na primeira
introdução de "Schrifttanz". Diversos povos continuaram o desenvolvimento da notação. Nos
EUA a notação é conhecida como "Labanotation". Na Inglaterra por "Kinetographie Laban".
A análise do movimento em Laban abrange hoje quatro categorias: corpo, esforço, forma e
espaço. Esses elementos permitem o estudo do movimento humano. Existem dois sistemas
específicos desta escrita: a "descrição motif" e a "descrição Esforço-Forma". A descrição do
motif é um tipo "de descrição estrutural simplificada" - você escreve somente o que você
considera importante. Você poderia escrever, por exemplo, um tipo de movimento dirigido
para frente sem dizer se você rastejasse ou saltasse. A descrição Esforço-Forma é usada para
gravar o índice de energia de um movimento. Labanotation consiste em três linhas dispostas
verticalmente. A contagem é lida de baixo para cima na página (em vez da esquerda para
direita, como na notação da música).
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Método Labanotation de notação de coreografia.
Não utiliza o pentagrama (partitura).
Figura 5 - Método Labanotation de notação
Fonte: Borges, 2004, p. 34.
A descrição Esforço-Forma é usada para gravar o índice de energia de um
movimento. Labanotation consiste em três linhas dispostas verticalmente. A contagem é lida
de baixo para cima na página (em vez da esquerda para direita, como na notação da música).
Isto tem a vantagem de qualquer coisa que acontece no lado esquerdo do corpo pode ser
escrito no lado esquerdo da pauta e qualquer coisa que acontece no lado direito do corpo pode
ser escrito no lado direito da pauta.
b) Benesh Movement Notation: o método Benesh (Figura 6) usa o pentagrama como base da
notação coreográfica, como se o bailarino fosse um instrumento musical. É uma forma de
associação entre o compasso musical e o movimento coreográfico, como mostra a figura a
seguir:
Método Benesh de notação de coreografia. As figuras na parte superior são apenas ilustrativas.
No pentagrama existe ainda a informação sobre o compasso do movimento.
Figura 6 - Método Benesh de notação
Fonte: Borges, 2004, p. 35.
O sistema Benesh para notação coreográfica foi desenvolvido pelo inglês Rudolf Benesh
com a colaboração de sua esposa, Joan. O Benesh Movement Notation foi patenteado em
1955. Esta escrita da dança, ou coreologia, representa graficamente o corpo do bailarino ou
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bailarina dentro de uma pauta de cinco linhas, passando pelo topo da cabeça, pelos ombros,
pela cintura, pelos joelhos e ao nível do chão. Nesta pauta, anota-se com sinais e traços a
posição e o movimento da cabeça, dos braços e mãos, e das pernas e pés do dançarino. A
partir de três sinais surge todo o método, o primeiro é o horizontal, o segundo é o vertical e o
terceiro é uma bolinha. É escrito em três dimensões, e tem os mesmos princípios que uma
partitura de orquestra, em que cada pauta tem, no mesmo momento, vários bailarinos
dançando, seria como vários instrumentos tocando ao mesmo tempo. Então, se nós tivermos
dez bailarinos fazendo coisas diferentes ao mesmo tempo nós teremos dez pautas. É escrita
em cinco linhas. A linha do pé, a do joelho, a da cintura, a do ombro e a da cabeça.
Com esse método anota-se o movimento, no ritmo desejado ou de acordo com a
partitura musical e a movimentação do ou dos corpos no espaço, seja parado ou em
deslocamento de uma forma bem precisa. Em muitos aspectos uma contagem de notação do
movimento de Benesh assemelha-se a uma contagem da música.
Figura 7 - Sistema Benesh de notação coreográfica
Fonte: Santana, 2000, p. 83.
Com esse método anota-se o movimento, no ritmo desejado ou de acordo com a
partitura musical e a movimentação do ou dos corpos no espaço, seja parado ou em
deslocamento de uma forma bem precisa. Em muitos aspectos uma contagem de notação do
movimento de Benesh assemelha-se a uma contagem da música. A notação é escrita em um
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formulário de cinco linhas que é lida da esquerda para a direita e do alto da página ao fundo.
Toda a informação sobre posições do corpo e do membro é mostrada dentro das cinco linhas.
As linhas do formulário coincidem com as características visualmente distintivas do corpo.
c) DanceWriting: Valerie Sutton, bailarina americana, elaborou o Sutton Movement
Shorthand (1951) a partir de suas pesquisas sobre o coreógrafo dinamarquês Auguste
Bournonville. DanceWriting (Figura 8) é uma maneira de ler e escrever qualquer tipo do
movimento da dança. Também usa o pentagrama como base da notação coreográfica, como se
o bailarino fosse um instrumento musical. Uma figura representativa de um bailarino se
apresenta distribuído em cinco linhas. Cada linha representa um nível específico. A linha
inferior do grupo de linhas é chamada a linha do pé. Representa a terra. A formação seguinte é
a linha do joelho, que está no nível do joelho, quando a figura da vara está em linha reta. A
formação seguinte é a linha do quadril, e após a essa, a linha do ombro.
Método Sutton de notação de Coreografia. No pentagrama estão informações de posição do corpo, e na parte
inferior informações sobre posição da cabeça, braços, pernas e pés. Há também a informação sobre o compasso.
Figura 8 - Método Sutton de notação
Fonte: Borges, 2004, p. 36.
Existe também o Shorthand, uma descrição simplificada do DanceWriting, que
permite o escritor escrever o movimento na velocidade que ocorre. É uma versão encurtada da
figura da vara, que, com treinamento especial, é escrita sem olhar as mãos. Uma dança de solo
inteira pode ser capturada no formulário do “primeiro-esboço” usando o Shorthand. As notas
do Shorthand são transcritas mais tarde em DanceWriting detalhado.
Uma linguagem universal de notação
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Agora o ponto primordial: enquanto a dança não tiver um sistema de notação
universalmente utilizado e aceito que seja fácil de aprender, usar e ler por bailarinos,
coreógrafos e companhias de dança, esta arte será privada de importantes avanços e
crescimento criativos transformadores no aprendizado (educação) e na carreira (profissão) de
seus profissionais.
É imperativo que uma linguagem de notação universal, fácil de usar e interpretar a
dança seja criado. Este sistema deve ter a capacidade de anotar todas as formas de dança (ou
seja, todas as formas de movimento humano através do espaço e tempo).
Ela deve ser universal, para que bailarinos tenham os mesmos benefícios que os
músicos possuem com sua linguagem de notação universal. São eles:
- Quase todas as obras de músicas são preservados;
- Músicos e consumidores de música precisam aprender apenas um sistema de
notação;
- Músicos podem facilmente proteger seus direitos de propriedade intelectual;
- Músicos interpretam partituras existentes ou recriam peças de música sem
orientação.
Esta nova Linguagem Universal de Notação da Dança (LUND) deve ser utilizada para
as danças de concertos, danças sociais e todas as outras formas de dança. E não esquecendo
que, naturalmente, a utilização deste sistema de notação não deve exigir o pagamento de
quaisquer taxas – deve ser livre de royalties.
Software de notação
Caso um software seja desenvolvido para esta Linguagem Universal da Dança, todos
os trabalhos de dança deverão poder ser notados através deste programa de notação de dança.
O software deverá poder rodar em computadores padrões (PC ou Mac) ou dispositivos
portáteis. Ou, baseado na Web, e aplicativos poderiam ser implantados também.
Se dezenas de milhares de pessoas fazem alguma coisa - qualquer coisa - as
empresas privadas vão avançar e criar produtos para atender este público. No contexto do
mundo da dança, as empresas privadas vão arriscar o seu capital para criar novos programas
de software que possam ser usadas por bailarinos para registrar suas peças de dança. As
empresas privadas vão criar esses programas, porque eles vêem o quão grande é o mercado e
eles acreditam que podem ganhar dinheiro vendendo o novo software.
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O importante é que se deve criar um padrão universal de notação, mas de software
não. Isso porque ninguém no seu perfeito juízo iria financiar um programa de software que é
usado por um número muito limitado de professores e bibliotecários. Mas o mercado vai
resolver os problemas da dança se o mundo inteiro de bailarinos, coreógrafos, estudantes,
diretores, etc. realizassem notações de movimento usando a mesma linguagem.
Proteção dos Direitos Autorais
É muito importante que a comunidade da dança obtenha uma melhora nos meios de
proteção de direitos de propriedade intelectual. Especificamente, deve haver uma abordagem
universalmente aceita para aplicações de arquivamento de direitos autorais, para que todas as
obras de dança sejam apresentados da mesma forma para Copyright em todo o mundo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, são aceitos registros de obras coreográficas em
diversos formatos. Cada obra deve ser fixada em um meio tangível de expressão. No caso de
obras coreográficas, podem ser apresentadas nas seguintes formas: para a coreografia, o
trabalho pode ser incorporado em uma gravação de filme ou vídeo ou ser precisamente
descrito em quaisquer gravações ou em texto escrito ou em qualquer sistema de notação de
dança, tais como Labanotation, DanceWriting, ou notação Benesh.
Esta mistura de formatos de apresentação torna menos provável que as obras
coreografadas sejam submetidas à proteção de direitos autorais e torna praticamente
impossível que alguém procure um banco de dados de obras de dança com direitos autorais.
O resultado final é que há um enorme vazio no mercado de dança que está a privar muitos
bailarinos e coreógrafos de desenvolvimento, até mesmo, financeiro.
Porém, se todos os bailarinos forem encorajados a notar sua dança com uma
linguagem universal de notação ou utilizam um software para gravação de sua obra neste
formato e os escritórios de Direitos Autorais ao redor do mundo só aceitarem peças de dança
coreografada salva na linguagem universal (em arquivo digital e com uma cópia impressa),
aconteceria que mais bailarinos e coreógrafos, pela primeira vez, anotariam seus trabalhos
para registrarem em escritórios de direitos autorais, a fim de protegerem sua propriedade
intelectual, profissionais da área capazes de pesquisar em banco de dados de obras protegidas
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para conferir obras com proteção de direitos autorais, estes profissionais seriam capazes de
converter sua propriedade intelectual (seus trabalhos de dança preservadas e protegidas) em
produto com valor de mercado, e, como resultado final, as obras de dança vão finalmente
conservar suas integridades para as gerações futuras.
Novas oportunidades e mercado
Quando um grande número de peças de dança forem notadas e protegidas dentro de
um sistema de gerenciamento de direitos que assegura que os coreógrafos e bailarinos tenham
suas obras licenciadas para utilização e distribuição, poderemos considerar que a partir daí
esses profissionais começarão a serem devidamente remunerados.
No momento em que houver milhares de peças de dança documentadas em linguagem
universal de notação e registrada em formato digital ou impresso, os empresários começarão a
reconhecer a dimensão e o alcance da indústria de dança.
Estes empresários vão começar a fazer algumas perguntas intrigantes:
- E se for criado um portal de dança onde os usuários possam comprar vídeos de
espetáculo de qualquer estilo de dança e transferir esses arquivos de vídeo para os seus
dispositivos portáteis? Bailarinas e/ou coreógrafos receberiam um royalty por cada venda.
- E se for criado uma rede de distribuição online de dança que permita que os editores
possam escolher vídeos (performances, dança social ou vídeo educativo) para rodar em seus
sites. Esta rede deverá inserir comerciais e a receita dos anúncios terá de ser dividido com os
dançarinos e/ou coreógrafos.
- E se for criado um site de venda com uma grande seleção de vídeos de dança que
poderia ser comprado em formato DVD ou estarem disponíveis para download? Mais uma
vez, coreógrafos e produtores ficariam com uma parte de cada transação.
Estes são apenas algumas possibilidades - a lista poderia continuar e continuar.
Considerações finais
A comunidade da dança (bailarinos, coreógrafos, diretores artísticos, associações de
dança, professores, pesquisadores, escritores, produtores e qualquer outra pessoa envolvida no
mundo da dança) pode aumentar o mercado da dança se desenvolver uma linguagem
universal, a exemplo da notação musical.
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Lembrando que sistemas de notação da dança como Laban e Benesh usado hoje para
documentar e preservar as obras de dança tem valor limitado, já que quase ninguém os usa e
são muito difíceis de dominar. Então comparando com o sistema de notação musical, que é
fácil de usar, não tem concorrência de outras formas de escrever partituras, e é universalmente
usada por amadores e profissionais, podemos concluir que uma notação da dança de sucesso
deve ter as mesmas qualidades positivas que o sistema padrão de notação de música, se é para
ser adotada em larga escala.
Pontos relevantes para se raciocinar: 1) A única maneira de preservar grandes obras
de dança é garantir que todas os estilos de dança possam ser preservados. Nos remetendo
para o que foi comentado sobre a notação de música: as obras-primas da música clássica são
amplamente acessíveis, porque todas as músicas podem ser documentadas. Se as obras de
Bach, Mozart e Beethoven tivessem sido preservadas em um sistema de notação de música
obscura, nenhuma das suas obras seriam executadas hoje, exceto em casos muito raros, e
apenas para um público muito pequeno e elitizado; 2) O fato de ter que ser altamente treinado
para registrar (notar) uma peça de dança significa que o sistema de notação da dança a ser
utilizado é muito difícil. Para 99% dos trabalhos de dança, ela não deve ser difícil para que
um coreógrafo ou bailarino possa marcar, ensaiar e executar em uma quantidade razoável de
tempo; 3) Se a comunidade da arte da dança continuar a utilizar sistemas de notação obscura
para registrar um número limitado de obras, esta arte continuará sem preservação,
crescimento, desenvolvimento e investimentos financeiros em relação á outras artes cênicas
Porém, se investirmos em uma criação de uma linguagem universal de notação da
dança: 1) A indústria cria uma notação universal de dança, fácil de usar e que todos os
bailarinos e coreógrafos possam usar para anotar e preservar quase todas as obras de suas
danças; 2) Dado que uma grande porcentagem de dançarinos estará pronto para usar esta
linguagem nova de notação da dança, os desenvolvedores de software terão um incentivo
econômico para criar e vender programas de software que arquivam e salvam coreografias
nesta nova linguagem de notação; 3) Os dançarinos e coreógrafos em grande número, vão
desta forma apresentar pedidos de direitos autorais de suas obras de dança. Estes registros
serão compostos por uma versão impressa e digital da coreografia na nova linguagem de
notação, juntamente com uma versão em vídeo digital completo da performance de dança.
Desta forma todos os trabalhos de dança serão apresentados no mesmo formato de notação, o
que significa que podem ser pesquisados e comparados pela primeira vez; 4) a dança teria
como resultado a existência de uma grande biblioteca de obras protegidas anotada e
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completada com o vídeo digital dessas performances, as empresas privadas terão um grande
incentivo para criar geradores de receita de serviços on-line e canais de distribuição que
permitirá bailarinos e coreógrafos de ganhar dinheiro por meio de licenciamento, vendas,
apresentações e aulas em um nível sem precedentes.
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