Dissertação de Randy Narumoto disponibilizada

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INSTITUTO BIOLÓGICO
PÓS-GRADUAÇÃO
SITUAÇÃO SANITÁRIA DE TOUROS RESIDENTES EM CENTROS
DE COLETA E PROCESSAMENTO DE SÊMEN
RANDY NARUMOTO
Dissertação apresentada ao Instituto Biológico, da
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios,
como parte do processo para obtenção do título de
Mestre
em
Sanidade,
Segurança
Alimentar
e
Ambiental no Agronegócio.
Área
de
Concentração:
Sanidade
Animal,
Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio
Orientadora: Profª Dr.ª Edviges Maristela Pituco
São Paulo
2013
i
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS
AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO BIOLÓGICO
Pós-Graduação
Av. Cons. Rodrigues Alves 1252
CEP 04014-002 - São Paulo – SP
[email protected]
FOLHA DE APROVAÇÃO
Nome do candidato: Randy Narumoto
Título: . SITUAÇÃO SANITÁRIA DE TOUROS RESIDENTES EM CENTROS DE
COLETA E PROCESSAMENTO DE SÊMEN. SÃO PAULO
Orientadora: Profª Drª Edviges Maristela Pituco
Dissertação
apresentada
ao
Instituto
Biológico da Agência Paulista de Tecnologia
dos Agronegócios para obtenção do título de
Mestre em Sanidade, Segurança Alimentar e
Ambiental no Agronegócio.
Área de Concentração: Sanidade
Animal, Segurança Alimentar e o
Ambiente
Aprovada em:
Banca Examinadora
Assinatura:
Profª Drª: Edviges Maristela Pituco
Instituição: Instituto Biológico
Assinatura:
Prof. Dr.: Vitor Salvador Picão Gonçalves
Instituição: Universidade de Brasília
Assinatura:
Prof.) Dr.: Eduardo Harry Birgel Júnior
Instituição: Universidade de São Paulo, FZEA
ii
Dedico
Aos
Célia
meus
e
Kelvim
pais
ao
pelo
compreensão
Ilsom
meu
e
irmão
apoio
e
iii
Agradecimentos
A Deus, por nunca deixar a chama se apagar, por toda a força que me deu nas horas mais
escuras e por nunca permitir que eu desistisse dos meus sonhos;
Aos meus pais Ilsom Massao Narumoto e Célia Tomoe Narumoto pela compreensão e
apoio em todas as horas;
À Profª Drª Edviges Maristela Pituco pela orientação, disposição, contribuição e
ensinamentos;
A Daniela Pacheco de Lacerda, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
pela análise dos dados, pelas sugestões e pelos esclarecimentos;
Ao Profº Drº Vitor Salvador Picão Gonçalves
Às pesquisadoras do LVB Liria Hiromi Okuda e Eliana De Stefano;
À profª Claudia Del Fava pela ajuda e pelas sugestões
Às companheiras de LVB e amigas de Pós Graduação, Thais Garcia da Silva, Michele
dos Santos Lima, Ana Luíza Ramos de Oliveira, Letícia Carrão Silva, Maira de Souza Nunes
Martins pela ajuda, pelas palavras, pela convivência, pelas risadas e por uma porção de coisas
que se aqui fossem listadas estaria em outra dissertação/tese;
Aos funcionários e servidores do LVB Simone Fabris de Souza, Marta Elisabete Scarelli
Vicente, Cláudia Pestana, Raquel, Alisete e Washington Natale pela convivência e pelo batepapo.
A todos os colegas, antigos e presentes, da Pós Graduação do Instituto Biológico;
A todos os professores do programa de Pós Graduação;
A todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram para a realização desse trabalho;
A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pela bolsa
concedida;
Aos amigos da família Kajiyama pela convivência e pelas palavras de otimismo.
iv
“A amizade é como um vidro… às vezes, ele está diante de seus olhos,
mas não é perceptível, pois é transparente, mas quando reflete a luz,
ele demonstra o quanto é belo.”
Suzaku - Code Geass
“Eu prefiro confiar e me arrepender do que duvidar e me arrepender”
Kirito - Sword Art Online
“Quando você não acredita em você mesmo, certamente outras
pessoas não irão acreditar.”
Polyushka - Fairy Tail
“Desistir no meio do caminho é pior do que nunca ao menos ter
tentado.”
Misato - Neon Genesis Evangelion
v
NARUMOTO, R. SITUAÇÃO SANITÁRIA DE TOUROS RESIDENTES EM CENTROS DE
COLETA E PROCESSAMENTO DE SÊMEN. SÃO PAULO. 2013. DISSERTAÇÃO
(MESTRADO EM SANIDADE ANIMAL, SEGURANÇA ALIMENTAR E AMBIENTAL NO
AGRONEGÓCIO) – INSTITUTO BIOLÓGICO DE SÃO PAULO.
RESUMO
Nas duas últimas décadas, vários programas de melhoramento genético animal foram
implementados no Brasil, assumindo importância os trabalhos realizados pelos Centros de
Coleta e Processamento de Sêmen (CCPS). O sêmen de qualidade significa o rápido retorno do
capital investido na criação de um reprodutor, principalmente quando se destina à Inseminação
Artificial. Todavia, quando esta técnica é aplicada sem controle sanitário adequado, o sêmen
constitui uma das principais vias de transmissão indireta de agentes patogênicos. Dentre as
doenças virais importantes destacam-se, Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR), Diarreia Viral
Bovina (BVD), Língua Azul (BT), Leucose Enzoótica Bovina (LEB) e a Estomatite Vesicular (VS).
Com o objetivo de contribuir na gestão sanitária dos CCPS do Brasil, foram compilados os
resultados dos exames realizados no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2011, no
Laboratório de Viroses de Bovídeos (LVB), do Instituto Biológico - SP, a fim de se verificar a
frequência da ocorrência de animais virêmicos ou previamente expostos aos vírus causadores
da IBR, BVD, BT, LEB e VS em reprodutores e a frequência de partidas contaminadas. Estes
dados foram analisados usando o software Stata 12. Observaram-se as seguintes frequências
de testes positivos ou reagentes: 0,04% para BoHV isolamento em cultivo celular (ISO), 0,11%
para BoHV reação em Cadeia de polimerase (PCR), 70,17% (Touros) e 89,17% (Fêmeas) para
BoHV Virusneutralização (VN), 0,00% (ambos os sexos) para BVDV ISO, 0,11% (Touros) e
0,12% (Fêmeas) para BVDV PCR, 0,10% (Touros) e 0,07% (Fêmeas) para BVDV ELISA
antígeno (ag), 42,33% (Touros) e 40,87% (Fêmeas) para BVDV VN, 5,26% (Touros) e 17,65%
(Fêmeas) para BLV PCR, 26,40% (Touros) e 36,29% (Fêmeas) para BLV ELISA anticorpo (ac),
16,87% (Touros) e 7,32% (Fêmeas) para BLV Imunodifusão em gel de ágar (IDGA), 0,00%
(apenas Fêmeas) para BTV (ISO), 0,06% (Touros) e 1,38% (Fêmeas) para BTV PCR, 86,70%
(Touros) e 95,24% (Fêmeas) para BTV ELISA ac, 81,13% (Touros) e 67,79% (Fêmeas) para
BTV IDGA, 95,40% (Touros) e 97,40% (Fêmeas) para BTV VN, 0,05% (apenas Touros) para
VSV VN COV e 0,16% (apenas Touros) para VSV VN VSAV. Os resultados indicam que essas
informações são importantes e servirão de subsídio às autoridades sanitárias e iniciativa privada
para a tomada de decisão sobre medidas de vigilância, prevenção e controle dessas doenças,
diminuindo assim os prejuízos causados e aumentando a oferta de material genético de boa
qualidade.
Palavras-chaves: Epidemiologia, Gestão Sanitária, Doenças da Reprodução
vi
Abstract
NARUMOTO, R. HEALTH SITUATION OF RESIDENTS BULLS IN CENTERS FOR
SEMEN COLLECTION AND PROCESSING SÃO PAULO. 2013. DISSERTATION
(MASTERS IN ANIMAL HEALTH, ENVIRONMENTAL AND FOOD SECURITY IN
AGRIBUSINESS) – INSTITUTO BIOLÓGICO DE SÃO PAULO.
In the last two decades, several animal breeding programs were implemented in Brazil. In
this context, assume importance the work done by the Centers for Semen Collection and
Processing (CSCP), related to sanitary control. From an economic standpoint, semen quality
means faster return on invested capital in the creation of a player, especially when intended
for Artificial Insemination (AI). However, when this technique is applied without adequate
sanitary control, the semen is one of the main routes of indirect transmission of pathogens.
Among the important viral diseases stand out, Infectious Bovine Rinotracheitis (IBR), Bovine
Viral Diarrhea (BVD), Blue Tongue (BT), Bovine Leukaemia Virus "(BLV) Vesicular Stomatitis
and (VS). Aiming to contribute to the management of the health of CSCP of Brazil, are being
compiled data on the results of examinations conducted from January 2005 to December
2011, of the Laboratory of Viral Diseases of Bovine (LVB), the Biological Institute - SP, in
order to verify the frequency of occurrence of animals infected by viruses causing IBR, BVD,
BT, LEB and VS in breeding and frequency of matches contaminated. These data were
analyzed using software Stata 12. Were observed the following frequencies of positive tests
or reagents: 0.04% to BoHV isolation in cell culture (ISO) 0.11% to BoHV chain reaction
(PCR), 70.17% (Bulls) and 89.17% (females) to BoHV virus neutralization (VN), 0.00% (both
sexes) for BVDV ISO, 0.11% (bulls) and 0.12% (females) to BVDV PCR, 0.10% (bulls) and
0.07% (females) for BVDV antigen ELISA (ag), 42.33% (bulls) and 40.87% (females) for
BVDV VN, 5.26% (Bulls) and 17.65% (females) for BLV PCR, 26.40% (Bulls) and 36.29%
(females) for BLV antibody ELISA (c), 16, 87% (Bulls) and 7.32% (females) for BLV agar gel
immunodiffusion (AGID), 0.00% (females only) to BTV (ISO), 0.06% (Bulls) and 1.38%
(Females) for BTV PCR, 86.70% (Bulls) and 95.24% (females) for BTV ELISA ac, 81.13%
(Bulls) and 67.79% (females) for BTV AGID, 95.40% (Bulls) and 97.40% (females) for BTV
VN, 0.05% (only Bulls) for VSV VN COCV and 0.16% (only Bulls) for VSV VN VSAV. The
results indicate that this information is important and will inform health authorities and private
enterprise for decision-making on measures of surveillance, prevention and control of these
diseases, thereby lowering damage and increasing the supply of good quality genetic material.
Keywords:
Epidemiology,
Health
Management,
Reproductive
Diseases
vii
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 10
2.
OBJETIVOS...................................................................................................................... 13
3.
REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 14
4.1. Rinotraqueíte Infecciosa Bovina – IBR ............................................................................ 14
4.2. Diarreia Viral Bovina – BVD........................................................................................... 17
4.3. Língua Azul - BT .............................................................................................................. 20
4.4. Leucose Enzoótica Bovina – LEB .................................................................................... 23
4.5. Estomatite Vesicular - VS ................................................................................................. 25
4.6. Das questões sanitárias envolvendo os animais ................................................................ 27
4.
MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 32
5.
RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 35
6.
CONCLUSÕES ................................................................................................................. 43
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 44
viii
Lista de Tabelas
Tabela 01. Número de amostras de sêmen, sangue e soro de touros e fêmeas testadas no
período de 2005 a 2011 para pesquisa direta dos agentes virais e métodos utilizados. São
Paulo, 2013. .............................................................................................................................. 33
Tabela 02. Número de amostras de soro de touros e fêmeas testadas no período de 2005 a
2011 para pesquisa de anticorpos contra os agentes virais e metodologia empregada. São
Paulo, 2013. .............................................................................................................................. 33
Tabela 03. Frequência de amostras positivas de sêmen e sangue de touros e vacas, oriundos
de CCPS, segundo agente pesquisado, método utilizado, no período de janeiro de 2005 a
dezembro de 2011 São Paulo, 2013.......................................................................................... 35
Tabela 04. Frequência de amostras de soros de touros e vacas reagentes, oriundos de CCPS,
para pesquisa de anticorpo, no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2011 São Paulo,
2013.
36
ix
Lista de Siglas
Central de Coleta e Processamento de Sêmen: CCPS
Coordenadoria Geral de Laboratórios: CGAL
Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários: DFIP
Diarréia Viral Bovina|: BVD
Divisão de Fiscalização de Material Genético Animal: DMG
Estomatite Vesicular: VS
Frequência: Freq.
Imunodifusão em gel de ágar: IDGA
Inseminação Artificial: IA
Isolamento: ISO
Laboratório de Viroses de Bovídeos: LVB
Leucose Enzoótica Bovina: LEB
Língua Azul: BT
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastcimento: MAPA
Negativo: Neg
Positivo: Pos
Reação em Cadeia de Polimerase: PCR
Reagente: Reag.
Rinotraqueíte Infecciosa Bovina: IBR
Secretaria do Desenvolvimento Agrário: SDA
Vírus da Diarréia Viral Bovina: BVDV
Vírus da Estomatite Vesicular: VSV
Vírus da Leucose Enzoótica Bovina: BLV
Vírus da Língua Azul: BTV
Vírus da Rinotraqueíte Infecciosa Bovina: BoHV
Vírusneutralização: VN
Word Organisation for Animal Health: OIE
Observação: Em razão do uso frequente na Literatura Técnica, algumas abreviaturas
utilizadas seguem a grafia no idioma inglês.
10
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é um importante produtor mundial de alimentos e o agronegócio é um dos
principais segmentos da economia nacional (ALMEIDA, 2010). Sua importância é revelada
tanto na geração de renda e emprego como nos saldos positivos apresentados pela balança
comercial.
A pecuária e os setores a montante e a jusante são responsáveis por aproximadamente
um terço do valor da produção do agronegócio brasileiro, e essa cadeia mostra-se
estratégica para os anseios de crescimento da economia (SILVA NETO, 2011).
A quantidade efetiva de bovinos existentes em território brasileiro em 2010 era de
aproximadamente 209,5 milhões de cabeças, concentradas nas regiões Centro-Oeste, Norte
e Sudeste (IBGE, 2010) deixando o país em posição de destaque como detentor do maior
rebanho bovino comercial do mundo, tendo tomado a liderança nas exportações de carne
bovina desde 2004 (ABIEC, 2011).
Quanto à genética, o rebanho brasileiro é composto por aproximadamente 80% de
animais de raças zebuínas (Bos taurus indicus), sendo o Nelore a principal raça zebuína,
distribuído em todo território nacional e de 20% de raças taurinas (Bos taurus taurus),
concentradas na região sul do país onde o clima é subtropical (ALMEIDA, 2010).
A carne brasileira tem posição de destaque entre os produtos agropecuários exportados
pelo Brasil, sendo um alimento importante quando se trata da geração de superávits na
balança comercial (SILVA NETO, 2011). Além disso, a superação de barreiras sanitárias,
bem como a conscientização ambiental visando a produção de carne saudável, aliada a um
processo eficiente de negociação exterior, vem demonstrando boas perspectivas de
ampliação da participação no mercado mundial de carnes nesta década (ORTIZ;
CROSKEY, 2011). Segundo projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), em 2010 foram abatidas 22 milhões de cabeças de gado, sendo
que Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Minas Gerais lideraram esse
setor com 55,4% dos abates realizados no país (MAPA, 2011).
A produção leiteira brasileira também vem apresentando um crescimento significativo.
Entre os anos de 2000 e 2008 a produção mundial de leite de vaca cresceu em média 2,1%
ao ano, enquanto que no Brasil esse crescimento foi de 4,0% ao ano (FAOSTAT, 2010).
Foram ordenhadas 22,9 milhões de vacas em todo o país, representando 10,9% do efetivo
total de bovinos, e em 2010 foram produzidos 30,7 bilhões de litros de leite (IBGE, 2010).
11
Esse alto crescimento foi impulsionado, em parte, pela necessidade de atender a uma
demanda interna também crescente (SEBRAE, 2010).
Fatores como o aprimoramento no manejo nutricional e de pastagens e aumento nos
investimentos em sanidade e genética contribuíram para as conquistas alcançadas
(SEBRAE, 2007), aliadas ao desenvolvimento da pesquisa nacional e de técnicas
específicas aos sistemas produtivos (ABIEC, 2011). Dentro desse contexto, os trabalhos
realizados pelos Centros de Coleta e Processamento de Sêmen (CCPS) trouxeram
significativas contribuições para o incremento no setor.
De acordo com a Instrução Normativa № 8 de 2006, entende-se por CCPS os
estabelecimentos que possuem animais doadores de sêmen, alojados em forma
permanente ou transitória e que executam os procedimentos de coleta, processamento e
armazenamento do sêmen coletado.
Sob um enfoque econômico, o sêmen de qualidade significa o rápido retorno do capital
investido na criação de um reprodutor, principalmente quando este sêmen se destina à
Inseminação Artificial (IA) (SILVA et al., 2002). Essa técnica tornou-se metodologia
fundamental para o melhoramento e diversificação genética dos rebanhos bovinos (OKUDA
et al., 2003), pois possibilitou rápida incorporação dos avanços genéticos, trazendo grandes
progressos a prazos relativamente curtos (BASCUÑAN et al., 2008), desempenhando
importante papel para a eficiente produtividade dos rebanhos bovinos (GENOVEZ;
SCARCELLI; CARVALHO, 2011). Estima-se que no ano de 2011 foram comercializadas
7.011.641 doses de sêmen de bovinos de corte e 4.895.122 doses de sêmen de bovinos
leiteiros (ASBIA, 2011). Contudo, se a IA for aplicada sem o controle sanitário adequado, ela
se constitui numa via de transmissão indireta de agentes patogênicos (OKUDA et al., 2003),
como agentes virais transmissíveis pelo sêmen.
Por conseguinte, a Instrução Normativa № 8 de 2006 do MAPA, determina que os CCPS
devam estar habilitados pelo Serviço Veterinário Oficial correspondente, que lhe outorgará
um número de registro e controlará, pelo menos a cada seis meses, o estado de saúde e o
bem-estar dos animais, assim como os métodos utilizados para a coleta do sêmen e os
registros efetuados por estes estabelecimentos.
O aumento da concentração de bovinos por propriedade, a introdução de material
genético proveniente de outros países e a alteração do manejo sanitário e reprodutivo,
propiciaram a disseminação de diversos microorganismos patogênicos de grande
importância sanitária e econômica para a bovinocultura (POLETTO et al., 2004)
12
Consequentemente, o rigor do ordenamento jurídico tem o intuito de evitar a incidência de
doenças infecciosas, de origem bacteriana, viral ou parasitária no plantel, responsáveis por
uma série de enfermidades que acometem os bovinos, resultando em repetições de cios,
nascimento de animais com porte inferior à media, disfunção hormonal, sendo o
abortamento a consequência mais impactante, pois ocorre nos diversos estádios
gestacionais e possui diversas causas, dificultando o seu diagnóstico (SILVA, 2001). Em
decorrência desses fatores a produtividade do rebanho fica comprometida causando sérios
prejuízos à economia nacional.
Dentre as doenças virais importantes destacam-se a Rinotraqueíte Infecciosa Bovina
(“Infectious Bovine Rinotracheitis” - IBR), Diarréia Viral Bovina (“Bovine Viral Diarrhea” BVD), Língua Azul (“Blue Tongue” - BT), Leucose Enzoótica Bovina (LEB/ “Bovine
leukaemia virus” - BLV) e a Estomatite Vesicular (Vesicular Stomatitis - VS) (PELLEGRIN et
al., 1997). Essas doenças interferem negativamente na produção animal e assumem
importância no comércio internacional de animais e seus produtos, pois restringem o
intercâmbio comercial internacional. Tão grande é a importância delas que estão todas
listadas na OIE (WORLD ORGANISATION FOR ANIMAL HEALTH, 2012).
Devido à grande demanda e escassa oferta de sêmen de touros testados, perdas por
razões sanitárias devem ser reduzidas, a fim de evitar prejuízos incalculáveis para o Setor
Pecuário. Problemas ligados à higiene da exploração animal e doenças infecciosas são
fatores que influenciam diretamente na saúde do rebanho, o que provoca de modo indireto,
graves efeitos na economia do país. Consequentemente, qualquer programa de saúde
animal deve incluir a vigilância de doenças infecciosas específicas, como as doenças virais,
com a finalidade de amenizar e principalmente evitar a transmissão de doenças.
13
2. OBJETIVOS
Para contribuir com a gestão sanitária, este trabalho teve como objetivo analisar os
dados referentes às condições zoosanitárias das CCPS em relação à frequência da
ocorrência dos vírus causadores da IBR, BVD, BT, LEB e VS em reprodutores, a fim de
verificar:

A frequência de animais sororreagentes para cada uma dessas doenças,

A frequência de partidas contaminadas por touro através da análise dos
resultados dos exames realizados no Laboratório de Viroses de Bovídeos (LVB),
do Instituto Biológico – SP, no período compreendido janeiro de 2005 a
dezembro de 2011.
14
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Rinotraqueíte Infecciosa Bovina – IBR
A Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR) é uma das doenças virais mais importantes na
criação de bovinos. Causada pelo Herpesvírus Bovino Tipo 1 (BoHV-1), classificado na
família Herpesviridae, subfamília Alphaherpesvirinae, gênero Varicellovirus (INTISAR et al.,
2009; VIEIRA et al., 2003) é o agente causador de infecções no sistema respiratório e
genital, provocando a Rinotraqueíte Infecciosa (IBR), Vulvovaginite Pustular Infecciosa
(IPV), Balanopostite Infecciosa Bovina (IBP) e abortamento (ACKERMANN; ENGELS,
2006). Possui distribuição mundial e está amplamente disseminada entre as populações de
bovinos (SOUZA, 2006). Seu genoma viral consiste numa fita dupla de DNA de
aproximadamente 150kb (YU-SUN; LIU.; MANNING, 1986) .
Por sua vez, o Herpesvírus Bovino Tipo 5 (BoHV-5), também um alfaherpesvírus, é o
agente etiológico das encefalites ou meningoencefalites nos bovinos, anteriormente
classificado como um subtipo do Herpesvírus Bovino Tipo 1 (BoHV-1) (GOMES et al., 2002;
VOGEL et al., 2004). Usualmente afeta animais até oito meses de idade, embora
ocasionalmente envolva animais mais velhos, com baixa morbidade e alta mortalidade
(SOUZA et al., 2002). Como os Herpesvírus Bovinos Tipos 1 e 5 (BoHV-1; BoHV-5) são
genética e antigenicamente muito semelhantes, são indistinguíveis pela maioria dos testes
diagnósticos compartilhando inclusive diversas propriedades biológicas e moleculares e
apresentando uma homologia de aproximadamente 85% no genoma (SILVA et al., 2007).
A transmissão do BoHV-1 pode ocorrer por diferentes formas: via respiratória (tosse,
espirro, saliva, secreções brônquicas, oculares e da faringe são veículo para eliminar o vírus
e por contato direto permitem a transmissão entre os animais), via genital (principalmente
durante a cópula) e vertical (da vaca prenhe para seu concepto intraútero, em qualquer
estádio da gestação) (PITUCO, 2009). Outra forma de transmissão, por via indireta, ocorre
pela IA (DEL FAVA et al., 2003). O processo de congelação do sêmen não inativa o vírus,
permanecendo este com seu potencial infectivo ativo, e o uso dos antimicrobianos neste
processo não afeta em nada este patógeno, assim a IA é uma forma potencial de
transmissão do vírus nas populações (FERREIRA, 2009). Por essa razão, a União Europeia
prescreveu que animais alojados em CCPS europeus certificados devam estar isentos do
vírus (GEE; WAGTER; HAGE, 1996).
A frequência de reagentes ao BoHV-1 aumenta progressivamente de acordo com a
15
idade, devido maior probabilidade e tempo de contato com o vírus (ALEXANDRINO, 2008).
Normalmente há alta reatividade em bezerros com idade abaixo de 6 meses, que devido ao
efeito de anticorpos colostrais, diminui a reatividade entre 6 a 18 meses e logo aumenta em
animais com idade superior a 24 meses (DEL FAVA et al., 1998).
Certas condições de manejo podem favorecer esta transmissão, especialmente a
aglomeração de animais (confinamento, leilões, exposições, torneios, etc.) e a mistura de
faixas etárias (SOUZA, 2006). Em rebanhos imunossuprimidos, 100% dos animais podem
infectar-se (PITUCO, 2009). A transmissão pode ocorrer ainda pelo compartilhamento de
água e alimentos, além de fômites contaminados e infecção via sêmen, geralmente
contaminado durante a ejaculação por contato com o vírus presente na mucosa prepucial
(TAKIUCHI; ALFIERI; ALFIERI, 2001), o que demonstra a grande importância do manejo
reprodutivo dos animais na propagação do BoHV-1 (OLIVEIRA, 2006). Sabe-se que os
touros começam a eliminar o BoHV-1, durante o coito, por volta de dois a sete dias após a
infecção (FERREIRA, 2009).
Infecções por BoHV-1 causam perdas significativas nas criações de gado em todo o
mundo principalmente porque os sinais clínicos incluem sintomas de processos inflamatórios
no sistema respiratório, no trato genital e abortamentos (NARDELLI et al., 2008; NUOTIO;
NEUVONEN; HYYTIÄINEN, 2007). A patogenicidade pode variar de leve a grave e a
importância relativa de cada síndrome varia entre os países (COWLEY et al., 2011).
Os sintomas clínicos da doença respiratória são evidentes: após um período de
incubação, período que varia de dois a seis dias, os animais infectados apresentam febre,
redução do apetite, dispnéia e corrimento nasal, muitas vezes acompanhados de
conjuntivite (PASTORET; THIRY, 1985). Na forma genital, em fêmeas, manifesta-se
clinicamente pelo aparecimento na vulva e vagina de pequenas vesículas de 1 a 2 mm de
diâmetro, que evoluem para pústulas e erosões (TAKIUCHI; ALFIERI; ALFIERI, 2001). Na
dependência do período gestacional a infecção pode determinar mortalidade embrionária
precoce e/ou tardia, com repetição de cio a intervalo regular ou irregular, abortamento,
natimortalidade e nascimento de bezerros fracos (SOUZA et al., 2009).
Após a infecção primária, o BoHV-1 replica nas membranas mucosas do sistema
respiratório ou do trato genital, ganhando acesso aos neurônios sensoriais locais
estabelecendo latência no gânglio correspondente (ACKERMANN; ENGELS, 2006). A
infecção por BoHV-1 em estado de latência em touros doadores de sêmen é uma
preocupação constante, tendo em vista que sob condições de estresse pode ocorrer
reativação viral, sem manifestação clínica no animal, e o vírus pode ser eliminado pelo
16
sêmen em grandes quantidades. (FERREIRA, 2009).
O estabelecimento de latência em gânglios sensoriais, momento em que não são
sintetizadas proteínas virais, é uma importante característica biológica desse vírus (MÉDICI;
ALFIERI; ALFIERI, 2000). Ainda não é totalmente conhecido o mecanismo de indução da
latência viral, porém sabe-se que durante a reativação o BoHV-1 é transportado via nervosa,
a partir dos gânglios periféricos, retornando ao foco primário da infecção, onde ocorre
replicação e eliminação viral (TAKIUCHI; ALFIERI; ALFIERI, 2001). Este fato determina um
aumento no risco de infectar novos animais suscetíveis, pois se sabe que a introdução do
vírus em rebanhos livres da doença se dá não só pela introdução de animais doentes, mas
principalmente devido a introdução de animais latentemente infectados (PASTORET;
THIRY, 1985).
A vacinação de bovinos minimiza as manifestações clínicas da doença, porém, as
vacinas disponíveis atualmente não impedem a latência do BoHV-1 e não eliminam o vírus
já instalado (DEL FAVA et al., 1998). Bovinos, uma vez infectados por BoHV-1, são
portadores do vírus e potenciais disseminadores da doença no rebanho por toda a vida
produtiva (DEL FAVA et al., 2006; TAKIUCHI; ALFIERI; ALFIERI, 2001) podendo voltar a
eliminar o vírus no sêmen durante episódios de reativação viral (ROCHA et al., 1999).
O histórico sanitário do rebanho, relacionado com as taxas de produtividade, programas
de vacinação e manejo alimentar, pode ter fundamental importância na elaboração do
diagnóstico do BoHV-1, que somente é conclusivo com o apoio de técnicas laboratoriais
(TAKIUCHI; ALFIERI; ALFIERI, 2001). Segundo esses autores, o diagnóstico laboratorial da
infecção pelo BoHV-1 pode ser etiológico ou pela pesquisa de anticorpos. Na maioria das
infecções do aparelho respiratório e reprodutivo o diagnóstico etiológico conclusivo somente
pode ser realizado por meio de técnicas laboratoriais que possibilitem a identificação do
vírus ou de seus componentes, como proteínas e ácidos nucléicos (PITUCO, 2009).
A detecção de anticorpos para o BoHV-1 em soros bovinos, apesar de não representar
uma ferramenta de diagnóstico etiológico em animais com sinais clínicos, é uma estratégia
fundamental para demonstrar a presença do vírus no rebanho, e também para quantificar o
número de animais infectados (FERREIRA et al., 2005). Animais infectados após o
nascimento produzem anticorpos e permanecem com soropositivos por toda a vida (HOUE;
PEDERSEN; MEYLING, 1993). Em rebanhos não vacinados contra o BoHV-1 os métodos
de diagnóstico indiretos apenas indicam infecção prévia, não podendo ser empregados para
a realização do diagnóstico de doença provocada pelo vírus (TAKIUCHI et al., 2003).
Segundo Ackermann e Engels (2006), a erradicação do vírus sempre incluirá o descarte
17
de um grande número de animais sem manifestações clínicas, mas soropositivos, pois eles
são considerados fonte de infecção do vírus por estarem numa condição de latentemente
infectados pelo BoHV-1. Portanto, a detecção de animais portadores do vírus em latência é
de extrema importância nos programas de controle e erradicação da doença (TAKIUCHI;
ALFIERI; ALFIERI, 2001). Ackermann e Engels (1990) citam o exemplo da Suíça, que é um
país livre de IBR sem vacinação. De acordo com os autores, a Suíça alcançou esse objetivo
após eliminar animais reagentes ao BoHV-1, detectados pela técnica de ELISA.
Evidências de infecção prévia (Ac) e mesmo etiológicas demonstram a presença, bem
como a alta freqüência, das infecções por BoHV-1 nos rebanhos brasileiros (MÉDICI;
ALFIERI; ALFIERI, 2000). A prevalência costuma ser maior em animais sexualmente ativos,
sendo que a frequência de rebanhos contaminados e de animais portadores varia
consideravelmente (PITUCO, 2009). Alexandrino (2008) avaliou a frequência de BoHV-1 em
351 amostras de sangue de dez propriedades, sendo cinco localizadas em São Paulo e
cinco localizadas em Minas Gerais e obteve uma frequência média de 54,68%.em animais
de três categorias de idades diferentes (bezerros, jovens e adultos) e três tipos diferentes de
exploração (leite, carne e mista) verificando maior frequência em animais adultos e de
exploração.leiteira. A autora concluiu que as prováveis causas desses resultados deviam ao
fato de os animais destinados a esse tipo de exploração apresentarem maior longevidade e
manejo mais intensivo que os outros dois tipos de exploração.
Assim como nos rebanhos de cria e recria, também nas Centrais de Inseminação
Artificial do Brasil ocorrem elevados índices de touros reagentes (DEL FAVA; PITUCO;
D’ANGELINO, 2002). Vieira et al. (2003) analisaram 790 amostras de soro sanguíneo de
bovinos de 90 propriedades distribuídas em 40 municípios do estado de Goiás, durante os
períodos de outubro de 1998 a setembro de 1999 e maio a setembro de 2000, obtiveram
83% de soropositividade para IBR.
4.1.
Diarreia Viral Bovina – BVD
A Diarréia Viral Bovina (BVD) é causada pela infecção do gado com o vírus da BVD
(BVDV), um vírus RNA de polaridade positiva, com envelope, pertencente à familia
Flaviviridae, gênero Pestivírus (VOGEL et al., 2001). Existem quatro espécies reconhecidas
dentro do género pestivírus: BVDV-1, BVDV-2, vírus da doença de fronteira de ovinos e
vírus da peste suína clássica, anteriormente conhecido como o vírus da cólera de porco
(USDA, 2007). Distantemente está relacionado ao vírus da Hepatite C de seres humanos
18
(BACHOFEN et al., 2008)
A doença recebeu essa denominação devido ao fato do agente ter sido inicialmente
identificado em casos de doença gastroentérica em bovinos, sendo posteriormente
associada a uma ampla variedade de sinais clínicos, incluindo doença respiratória, digestiva,
reprodutiva, hemorrágica, cutânea e imunossupressão (FLORES, 2003).
O material genético desse vírus é uma molécula de RNA de cadeia simples com
aproximadamente 12,5kb (LIMA et al., 2004). Uma característica marcante dos Pestivirus é
a existência dos biotipos citopatogênico (CP) e não citopatogênico (NCP), de acordo com o
efeito da replicação do vírus em cultivo celular (LIMA et al., 2004). Ambos os biotipos
circulam nas espécies suscetíveis, mas as amostras NCP são predominantes (BIANCHI,
2011).
A BVDV encontra-se mundialmente distribuída e provoca prejuízos, que podem ser
elevados, em explorações de bovinos de carne ou de leite (RIBEIRO; PEREIRA, 2004),
comprometendo o desempenho reprodutivo e produtivo dos animais e gerando perdas que
muitas vezes são atribuídas a outras infecções (DIAS; SAMIRA, 2003). No Brasil, vários
relatos clínico-patológicos e de estudos sorológicos têm demonstrado a presença da
infecção por BVDV no país desde o final dos anos 60 (FLORES et al., 2005). Os prejuízos
econômicos da infecção são mais atribuídos à infecção de fêmeas prenhes, mas outras
formas clínicas, como doença respiratória ou gastroentérica aguda, crônica e lesões
cutâneas são observadas (BIANCHI, 2011). Pelas consequências epidemiológicas e clínicopatológicas da infecção de fêmeas bovinas prenhes, o BVDV é considerado um vírus de
importância predominantemente reprodutiva (FLORES, 2003).
Os fatores relacionados com os hospedeiros que influenciam o seu estado clínico
incluem a imunocompetência frente ao BVDV, a idade do animal, o estádio da gestação, a
idade fetal no momento da infecção, o estado imunitário (passivo ou ativo por exposição ou
vacinação) e a presença de estresse ambiental (frio e calor) no momento da infecção
(CANÁRIO et al., 2009). A infecção por BVDV pode manifestar-se sob várias apresentações
clínicas, que vão desde condições subclínicas até a morte do animal (FERREIRA et al.,
2008). No entanto, a maioria das infecções em animais imunocompetentes parece cursar de
forma subclínica (FLORES et al., 2005).
Quincozes et al. (2007) visando conhecer a situação epidemiológica da infecção por
BVDV nos rebanhos bovinos dos municípios de Santa Vitória do Palmar e Chuí, na região
sul do Estado do Rio Grande do Sul, por meio da determinação da prevalência e de
possíveis fatores de risco associados a essa infecção analisaram 1.734 amostras de soro
19
sanguíneo de animais de 85 propriedades, através da técnica de Virusneutralização, e
concluíram que a prevalência de infecção pelo BVDV era elevada com média de 66,32%.
Nos Estados Unidos e em alguns países europeus, o BVDV é considerado o agente viral
mais importante de bovinos e tem sido alvo de numerosos estudos e de programas de
controle e/ou erradicação durante décadas (FLORES et al., 2005).
Os bovinos podem se infectar antes ou após o nascimento (GONDIM, 2006). Infecções
transplacentárias após o 5º mês de gestação poderão gerar bezerros que nascem com
anomalias congênitas, como problemas de locomoção, tremores, alopecia e opacidade de
córnea; caso a infecção ocorra no final da gestação os bezerros desenvolvem anticorpos e
eliminam o vírus, nascerão normais, mas com altos títulos de anticorpos (PELLEGRIN et al.,
1997).
A transmissão do BVDV para vacas suscetíveis também pode ocorrer através do sêmen
colhido de touros Persistentemente Infectados (PI) ou com infecção aguda, por transferência
de embriões, vacinas contendo em sua composição soro bovino contaminado (esterilização
inadequada), e também pela luva de palpação retal ou instrumentos cirúrgicos (CANÁRIO et
al., 2009; THOBOKWE, 2003). Isso justifica a recomendação de se utilizar sêmen de
centrais certificadas livres de BVDV com a finalidade de se evitar a introdução desse agente
via sêmen no rebanho (USDA, 2007).
A principal fonte de infecção natural do BVDV é a existência de um animal PI no rebanho
(DIAS; SAMIRA, 2003). Um elemento-chave para a persistência da infecção é a capacidade
do vírus para atravessar a placenta em vacas não imunes e infectar o feto (SANDVIK,
2005). Cepas NCP tem a possibilidade de causar infecção persistente quando infectarem o
feto nos quatro primeiros meses de gestação, gerando o nascimento de bezerros PI
(BEDEKOVIC et al., 2011). Bovinos PI, portadores permanentes de BVDV, apresentando ou
não sinais clínicos são importantes na epidemiologia, pois se constituem na maior fonte de
vírus nos rebanhos, pelo fato de estarem continuamente eliminando o vírus no ambiente
pelas secreções e excreções (PELLEGRIN et al., 1997, YANG et al., 2007
FERREIRA et
al., 2008).
O contato direto de um animal suscetível com um animal PI e/ou seus fluidos corporais é
o modo mais eficiente de transmissão do vírus em condições naturais (CANÁRIO et al.,
2009). Animais PI permanecem anticorpos negativos para BVDV, a não ser que sejam
vacinados com vacinas cuja estirpe de BVDV na composição é heteróloga a do PI
(SANDVIK, 2005) e são, na maioria das vezes, clinicamente normais (GUIMARÃES et al.,
2000). Entretanto, alguns animais PI podem desenvolver a doença das mucosas, que se
20
caracteriza por erosões nas mucosas e destruição do tecido linfóide no trato gastrointestinal,
provocando a morte em 100% dos casos (BACHOFEN et al., 2008).
Após o reconhecimento da importância da infecção pelo BVDV para a pecuária bovina,
vacinas inativadas foram desenvolvidas e passaram a ser utilizadas para reduzir a gravidade
da doença clínica e as perdas econômicas (VOGEL et al., 2002), porém não permitem livrar
os rebanhos do vírus, principalmente devido à existência de uma grande diversidade de
cepas antigenicamente diferentes (QUINCOZES et al., 2007). Dessa forma, a identificação e
a eliminação dos animais PI dos rebanhos é o passo inicial para programas de controle e
erradicação do BVDV (BEDEKOVIC et al., 2011).
A contaminação por BVDV em sêmen comercializado é impedida pela prática de testes
padronizados e procedimentos de quarentena em instalações de coleta e processamento de
sêmen (USDA, 2007). A Legislação Brasileira, conforme as Instruções Normativas 48/2003
e 8/2006 do MAPA, preconiza que todos os animais, antes de ingressarem no rebanho
residente da CCPS, devem passar por um período de quarentena e, nessa ocasião, serem
submetidos a dois testes diagnósticos com intervalo mínimo de 15 dias para pesquisa direta
de BVDV,
os animais que obtiverem resultados positivos ao primeiro teste devem ser
submetidos a um segundo teste e, obtendo resultado negativo ao segundo teste, os animais
estarão qualificados para ingressar no CCPS. O objetivo deste procedimento é descartar a
possibilidade de ingresso de animais PI por BVD.
4.2.
Língua Azul - BT
A Língua Azul (BT) é uma doença viral, não contagiosa, que afeta ruminantes
domésticos e selvagens (ANTONIASSI et al., 2010). Causada pelo Vírus da Língua Azul
(BTV), é membro do gênero Orbivirus, da família Reoviridae (COSTA et al., 2006) e, até
recentemente, 26 sorotipos foram identificados em diversos países do mundo, localizados
nas áreas tropicais e subtropicais (BATTEN et al., 2011). Seu genoma é constituído por 10
segmentos de RNA fita dupla: sete codificam proteínas estruturais e três codificam proteínas
não estruturais (TOMICH et al., 2006).
O vírus é transmitido por vetores hematófagos do gênero Culicoides, dos quais existem
mais de 1400 espécies, mas apenas um número limitado tem sido associado à transmissão
do BTV; estes são chamados de vetores competentes (TOMICH et al., 2006). O BTV
depende dos mosquitos vetores para se manter na natureza, sendo as condições de
temperatura e umidade, na grande parte do país, fatores que favorecem a multiplicação e
manutenção dos insetos, caracterizando a endemia (NOGUEIRA
et al., 2009).
21
Classicamente o BTV era considerado restrito a áreas de latitudes de aproximadamente
40ºN e 35ºS, onde naturalmente há maior atividade do vetor, porém as mudanças climáticas
têm afetado sua distribuição geográfica, cuja ocorrência deslocou-se do Mediterrâneo para
países que não tinham relatos anteriores (MOTA, 2009). Vários fatores podem afetar a
distribuição do vírus para áreas livres da doença, tais como, mudanças climáticas em
regiões limítrofes de endemias, movimentação de animais, mudança nas características da
estação chuvosa e, principalmente, movimento dos ventos que podem trazer os vetores de
regiões distantes para áreas livres da doença (NOGUEIRA et al., 2007).
Um ponto chave na epidemiologia da BT é a existência do vetor adulto durante todo ano
ou seu desaparecimento em determinados períodos, como nos fortes invernos das regiões
temperadas e nos períodos secos nas tropicais (MOTA, 2009). A doença geralmente ocorre
em forma de surto quando há maior população de vetores, na época de maior precipitação
pluviométrica, mas também pode ser transmitida através do sêmen quando o touro estiver
em viremia (PELLEGRIN et al., 1997). Existem relatos de que touros em viremia podem
infectar vacas durante a cópula, embora, frequentemente, touros com a BT aguda sejam
inférteis, sendo este um fenômeno transitório (LAENDER, 2001). Animais em viremia
também podem atuar como reservatório, a partir do qual, os vetores podem se contaminar e
transmitir o vírus a outros ruminantes como ovinos (NOGUEIRA et al., 2007).
Anteriormente considerada uma doença viral exótica, vários surtos de BT sorotipos 1, 2,
4, 6, 8, 9, 11 e 16 têm desafiado a Europa desde 1998 (FALCONI; LÓPEZ-OLVERA;
GORTÁZAR, 2011). Contudo, informações sobre a predominância dos sorotipos na América
do Sul são limitadas (ANTONIASSI et al., 2010).
Nos bovinos, a enfermidade caracteriza-se por febre, salivação intensa, úlceras na
cavidade oral, escoriações, lesões nos tetos, coronite e laminite provocando andar
cambaleante (PELLEGRIN et al., 1997). O pelo frequentemente se torna áspero com
exsudato seco, resultante de ulcerações na derme (LAENDER, 2001). A taxa de mortalidade
e a severidade dos sinais clínicos são influenciadas pela espécie, raça e idade do animal
infectado, pelo estado imunológico, pelo sorotipo e amostra do BTV e por interações com o
meio ambiente (TOMICH et al., 2006).
As principais consequências econômicas da infecção pelo BTV são perdas indiretas
devido ao aborto, queda do desempenho reprodutivo e na produção de leite, e perda de
condição corporal, além da restrição internacional de movimentação animal e seus
germoplasmas, doença de notificação obrigatória (COSTA et al. 2006; TOMICH et al., 2009).
Uma vez detectada, a BT apresenta consequências socioeconômicas ou sanitárias graves,
22
com repercussão severa no comércio internacional de animais e produtos de origem animal,
sendo que, uma vez introduzida em um determinado país, a possibilidade de sua
erradicação é pequena (NOGUEIRA et al., 2007).
Preventivamente os países livres ou mesmo os que apresentam certos sorotipos do BTV
no seu território impõe restrições à importação de animais vivos ou sêmen de países
endêmicos (MOTA, 2009). No Brasil, seguindo as determinações das Instruções Normativas
48/2003 e 8/2006 do MAPA, as CCPS vêm adotando procedimentos de quarentena,
conduzindo provas diagnósticas neste período, com a finalidade de evitar a introdução e
disseminação do BTV em seu rebanho residente. No quesito exportação, esta norma
determina que todo animal residente, cujo sêmen será destinado á exportação, deve
apresentar resultado negativo para as provas diagnósticas diretas de BTV.
Como a principal forma de transmissão do BTV é por picada de Culicoides infectados, o
passo mais importante para impedir a entrada do vírus em um país livre da BT é identificar
quais sorotipos existem no país exportador e se existem Culicoides competentes para esses
sorotipos no país importador (TOMICH et al., 2006).
Em área endêmica a possibilidade de erradicação da doença é praticamente nula, sendo
necessárias medidas que tenham como objetivo minimizar os prejuízos causados pela
doença (ANTONIASSI, 2009). Assim o controle deve ser feito de duas formas:
interrompendo o ciclo dos vetores ou tornando os hospedeiros não susceptíveis à infecção
pelo vírus por meio da vacinação (TOMICH, 2007). Para o controle do vetor são necessárias
modificações ambientais que visam à eliminação dos sítios de reprodução dos mosquitos,
como a eliminação de áreas pantanosas e locais com acúmulo de água (VENDITTI, 2009;
TOMICH et al., 2006). Com o mesmo objetivo, também podem ser utilizados inseticidas de
uso sistêmico ou tópico nos hospedeiros ou de uso externo em ambientes como estábulos,
porém essa prática tem efeito temporário (TOMICH, 2007). Na prática é impossível eliminar
o vetor de uma região, mas é possível manter os animais em local fechado durante o pico
de atividade do inseto (crepúsculo) para evitar a infecção de animais e a propagação do
BTV (MOTA, 2009).
A vacinação visa diminuir as perdas econômicas e reduzir o número de animais
suscetíveis e, por conseguinte, o número de animais virêmicos, sendo ideal que se conheça
os sorotipos existentes na região e que esses sejam incluídos na vacina (VENDITTI, 2009).
As vacinas contra BT podem ser usadas para diferentes fins, dependendo da situação
epidemiológica da área afetada e a estratégia desejada (MOTA, 2009). No Brasil não há
vacina autorizada, tendo em vista que ainda se desconhece a situação epidemiológica,
23
sorotipos presentes, vetores competentes etc. Em consequência a falta de conhecimento
científico não há vacina efetiva e segura disponível comercialmente (TOMICH et al., 2006).
4.3.
Leucose Enzoótica Bovina – LEB
Leucose Enzoótica Bovina é uma enfermidade determinada por um Oncovírus tipo C, da
família Retroviridae e sub família Oncovirinae, denominado Vírus da Leucose dos Bovinos
(BLV) (MATOS; BIRGEL JÚNIOR; BIRGEL, 2005). O material genético desse vírus é
diplóide, ou seja, possui duas fitas de RNA simples de polaridade positiva (MURPHY et al.,
1999)).
A LEB é uma doença infecto-contagiosa, de evolução crônica, que acomete bovinos,
principalmente o rebanho leiteiro, causando prejuízos econômicos consideráveis, com
capacidade de ocasionar, após longos períodos (um a oito anos), uma proliferação de
linfócitos infectados com a formação de linfossarcomas (SILVA et al., 2008). Este fato devese provavelmente, porque em rebanhos leiteiros existe uma maior quantidade de animais
adultos, enquanto que em rebanhos de corte, os bovinos muitas vezes são abatidos entre
02 e 03 anos de idade (SPONCHIADO, 2008). Além disso, as medidas de manejo nesse
tipo de criação favorecem a disseminação do agente e a ocorrência de sinais clínicos
(RAJÃO, 2008).
A infecção é, atualmente, considerada como um problema de importância sanitária e
econômica, não só porque a presença do vírus impõe sérias restrições à exportação e
importação de bovinos de alto potencial genético, mas também devido à mortalidade que ele
causa, e principalmente em razão dos possíveis efeitos da infecção sobre a produtividade
dos bovinos atingidos (BRAGA et al., 1997).
Em rebanhos infectados com o BLV, quando comparados com rebanhos livres, a
produção de leite é menor e a taxa de descarte é maior (LEUZZI JUNIOR; ALFIERI;
ALFIERI, 2001). As perdas também incluem gastos com tratamento e diagnóstico, redução
dos níveis de produtividade, condenação de carcaças, custos com a reposição de animais, e
principalmente, a impossibilidade de exportação de animais (CARNEIRO et al., 2003;
FERNANDES et al., 2009). Também pode ocorrer de os animais infectados serem
descartados precocemente antes mesmo do aparecimento de qualquer sinal clínico
relacionado com a LEB (LEUZZI JUNIOR; ALFIERI; ALFIERI, 2001).
Pressupõe-se que a LEB originou-se na região do Mar Báltico, de raças bovinas leiteiras
criadas de modo intensivo, porém, na atualidade é considerada de ocorrência cosmopolita
24
apesar das taxas de prevalência variar amplamente entre os continentes e países, sendo
esporádica a sua apresentação na Ásia, África e Oceania, ao contrário do que ocorre na
América e Europa, onde a forma é enzoótica (LIMA, 1999). Em rebanhos brasileiros, a
introdução do BLV teria ocorrido com a importação indiscriminada de bovinos do hemisfério
norte, por pecuaristas de gado de elite das regiões Sudeste e Sul (CARNEIRO et al., 2003).
As medidas de manejo estão intimamente ligadas à disseminação da doença, uma vez
que o maior contato entre os animais, o estresse causado pelo manejo intensivo e a maior
manipulação pelo homem aumentam a taxa de transmissão (RAJÃO, 2008). A transmissão
natural ocorre, na sua maioria, em animais com idade superior a um ano (TOSTES, 2005), e
uma vez infectados, os bovinos permanecem portadores sendo fontes de eliminação do
vírus por toda a vida (MORAES et al., 1996). Birgel Junior et al (2006) enfatizam que a maior
frequência da infecção pelo BLV, observada em animais com idade maior do que 24 meses,
não deve ser atribuída à maior susceptibilidade desses animais à infecção, mas sim, à maior
permanência dos espécimes em contato com animais infectados, sendo natural que nestas
condições estivessem mais sujeitos à infecção do que os animais jovens.
A transmissão ocorre principalmente hortizontalmente por contato entre animais adultos
(FLORES et al., 1988), mas pode ocorrer verticalmente através da integração do BLV pró
vírus no DNA das células germinativas (óvulo ou espermatozóide); através da infecção do
feto no útero ou através de consumo de colostro e leite (LIMA, 1999). Em rebanhos leiteiros
os bezerros machos podem receber leite e colostro de doadoras soropositivas uma vez que
estes animais são precocemente descartados, racionalizando a disponibilidade de colostro
de boa qualidade para os animais que farão parte do plantel produtivo da propriedade
(LEUZZI JUNIOR; ALFIERI; ALFIERI, 2001). Em comparação com a transmissão vertical, a
transmissão horizontal é responsável pela maioria das infecções pelo BLV em bovinos
(TOSTES, 2005). De outra forma, a transmissão vertical pode ser demonstrada pela
soropositividade de bezerros recém-nascidos antes da ingestão do colostro (DEL FAVA;
PITUCO, 2004).
Embora a transmissão do vírus através da transferência de embriões ou pela utilização
de sêmen de boa qualidade seja pouco provável, o perigo existe e por isso muitos países
impõem barreiras à importação desse material (RAJÃO, 2008). A cópula ou a IA não são
vias significativas de transmissão do BLV de touros infectados para fêmeas, porém a
transmissão pode ocorrer através da reutilização de instrumentos para várias vacas e de
medidas que proporcionem a transferência de sangue entre animais, como agulhas
contaminadas, colocação de brinco, descorna, cirurgias, palpação retal e qualquer outro
procedimento que possa transmitir linfócitos de um animal para outro (DEL FAVA; PITUCO,
25
2004; DIMMOCK et al., 1991; MEIRELLES et al., 2009). Portanto, a contaminação pelo BLV
está estritamente relacionada às práticas de manejo adotadas nas propriedades,
principalmente as mais tecnificadas e consequentemente, as que possuem os maiores
índices de produção devido ao manejo intenso como palpação retal, imunização, transfusão
sanguínea e cirurgias, as quais permitem a transferência de linfócitos infectados (SILVA et
al., 2008).
O vírus está amplamente disseminado nos bovinos da maioria dos rebanhos leiteiros do
Brasil (BRAGA et al., 1997). Segundo pesquisas de Birgel Junior et al. (2006), o BLV
encontra-se disseminado no território brasileiro com a taxa de prevalência variando entre 5,1
e 44,3% dependendo do Estado estudado. Em rebanhos positivos é importante separar
bezerros nascidos de vacas infectadas, além de fornecer colostro e leite de vacas não
infectadas como forma de evitar a disseminação do vírus (RAJÃO, 2008).
Devido a importância sanitária da LEB, principalmente no que diz respeito ao comércio
internacional, diversos países têm estabelecido medidas de controle e erradicação da
infecção (BRAGA et al., 1997). Como não existe uma vacina, nem tratamento efetivo para a
proteção dos animais, medidas para prevenir, controlar ou erradicar a infecção se fazem
necessárias e são economicamente vantajosas para produtores que exportam e
comercializam bovinos (BRAGA et al., 1998). No Brasil, as Instruções Normativas 48/2003 e
8/2006 dão as diretrizes para garantir a qualidade do sêmen produzido e comercializado
estabelecendo medidas sanitárias, já que não existe ainda um programa de controle oficial
da doença. Grande número de países, como o Brasil e os países europeus, exige certificado
negativo de BLV para a importação de animais e de material genético, como o sêmen
bovino. Essa exigência colabora com as tentativas de programas de controle, através do
impedimento de compra e entrada no país de animais sorologicamente positivos para o BLV
(BRAGA et al., 1997).
4.4.
Estomatite Vesicular - VS
A Estomatite Vesicular (VS) é uma doença aguda causada pelo Vírus da Estomatite
Vesicular (VSV), membro da família Rhabdoviridae, gênero Vesiculovirus (HÖFNER et al.,
1994). Afeta principalmente equídeos, bovinos e suínos, no entanto, animais silvestres,
espécies arbóreas (macacos) podendo também acometer o homem (RIET-CORREA et al.,
1996). Nas áreas urbanas, a doença é rara podendo acometer laboratoristas ou pessoas
expostas a carcaças de animais infectados (SANTOS, 2007). O vírus possui formato
semelhante a de um projétil, com genoma composto por uma fita de RNA polaridade
negativa e não segmentado, possuindo comprimento em torno de 175 nm e 65 nm de
26
largura (LIMA, 2003; SANTOS, 2007). Está incluída na lista “A” da Oficina Internacional de
Epizootias, fazendo parte do
chamado “Complexo de Enfermidades Vesiculares”, que
envolve, principalmente, febre aftosa e a enfermidade vesicular dos suínos (LOPES,
BOTTENE, CARDINAL, 2008).
Os focos iniciam-se repentina e simultaneamente em localidades bem distantes umas
das outras (DE STEFANO; PITUCO, 2011) A VS é restrita ao Hemisfério Ocidental,
apresentando atividade endêmica mais frequente do norte da América do Sul ao norte do
México e sudeste dos Estados Unidos, ocorrendo após as chuvas em regiões de clima
tropical, tendo a participação de insetos na cadeia epidemiológica (SEPÚLVEDA et al.,
2007; DE STEFANO; PITUCO, 2011). Existem dois grandes sorotipos de Vírus da
Estomatite Vesicular (VSV): New Jersey, com um único representante, e Indiana, composto
pelo vírus Estomatite Vesicular Indiana, Cocal e Estomatite Vesicular Alagoas (LIMA, 2003;
SEPÚLVEDA et al., 2007). Este último sorotipo é transmitido por insetos, incluindo
tabanídeos (mutucas), mosquitos, moscas e ácaros do gênero Flebotomus (RIET-CORREA
et al., 1996).. Animais silvestres e batrácios podem atuar como reservatórios do vírus (RIETCORREA et al., 1996). Estes fatos sugerem que poderia haver um ciclo do vírus entre
animais silvestres e artrópodes (DE STEFANO et al., 2003).
Apresenta potencial de disseminação rápido e é caracterizada por causar lesões
vesiculares na língua, gengiva, lábios, tetos, coroa do casco, patas, focinho, fraqueza
debilitante e diminuição da produção de leite (DE STEFANO et al., 2002; SANTOS, 2007).
Alguns animais podem apresentar ainda conjuntivite e alterações na mucosa nasal, bem
como no esôfago e no rúmen (LIMA, 2003). Os animais infectados eliminam vírus por meio
de secreções e excreções, como a saliva, líquido vesicular e contaminam os animais
suscetíveis em contato com pele e mucosas que apresentem lesões (DE STEFANO;
PITUCO, 2011). A doença clínica é observada geralmente em adultos, enquanto que
bezerros e animais jovens são raramente afetados (RIET-CORREA et al., 1996). O homem,
como hospedeiro acidental, isto é, não crítico à propagação do vírus, geralmente manifesta
sintomas semelhantes aos da gripe, como náuseas, vômito, febre e dor de cabeça
(SANTOS, 2007).
Existe similaridade entre as lesões vesiculares causadas pelo VSV e pelo vírus da Febre
Aftosa, e os prejuízos econômicos aliados à infecção clínica são consideráveis, motivo pelo
qual os surtos desta doença são mantidos sob controle estrito pelos serviços oficiais de
Defesa Animal dos países, incluindo o Brasil (MACHADO; CHIMELLI; FIGUEIREDO, 2003).
No Brasil, em caso de foco, a frequência de animais clinicamente afetados varia de 0,5% a
50%, mas até 90% do rebanho pode ser afetado subclinicamente e a mortalidade é
27
inexistente ou muito baixa, chegando a menos de 5% (RIET-CORREA et al., 1996).
As principais medidas de controle devem contemplar a eliminação dos insetos vetores, a
desinfecção de locais onde há maior concentração de animais como estábulos, bretes e
currais visando reduzir as áreas contaminadas pelo vírus. Desinfecção de todos os
equipamentos utilizados como ordenhadeiras e bebedouros, utilizando desinfetantes como o
éter, formalina 1%, hipoclorito de sódio 1%, etanol 70%, solução de hidróxido de sódio a 2%
(soda cáustica), solução de carbonato de sódio a 4% e a destruição do leite proveniente de
animais com sinais clínicos; (DE STEFANO; PITUCO, 2011).
Em virtude da VS ser clinicamente confundível com a Febre Aftosa, que está em fase de
erradicação no Brasil, é imprescindível que se realize o diagnóstico diferencial, uma vez que
apenas a avaliação clínica não é suficiente para confirmação do agente etiológico (DE
STEFANO et al., 2003).
Embora o risco de transmissão da VS pelo sêmen seja pouco provável, ainda assim é
necessário o monitoramento periódico por provas sorodiagnósticas em touros doadores,
com o objetivo de garantir ausência do VSV (OKUDA et al., 2003). Segundo a Resolução №
16 de 2005, da Secretaria Administrativa do Mercosul, no tocante à comercialização de
sêmen, todos os países membros devem cumprir com os requisitos estabelecidos no Código
Sanitário da OIE no que diz respeito a Febre Aftosa e a VS.
Atualmente, ferramentas disponíveis para o diagnóstico do VSV são o isolamento e
identificação do agente, o que pode ser alcançado através da inoculação do material
suspeito em culturas de células, em camundongos lactentes ou em ovos de galinha
embrionados (SEPÚLVEDA et al., 2007). Ensaios para pesquisa de anticorpos podem ser
usados para confirmar infecção recente em áreas endêmicas (FREITAS et al., 2008).
4.5.
Das questões sanitárias envolvendo os animais
Nos sistemas de produção brasileiros é corrente o reconhecimento da importância da
suplementação mineral, da vermifugação dos animais, da vacinação preventiva (obrigatórias
ou mesmo as voluntárias) contra várias enfermidades e o controle de ectoparasitos
(DUTRA, 2006). Problemas ligados à higiene da exploração animal e doenças infecciosas
são fatores que influenciam diretamente na saúde do rebanho e na saúde pública da
população rural, o que provoca de modo indireto, graves efeitos socioeconômicos (SILVA et
al., 2005).
Doenças infecto-contagiosas da reprodução animal como a IBR e a BVD, estão
28
disseminadas no rebanho nacional, acarretando em falhas reprodutivas e perdas na
produção, havendo necessidade de preveni-las (DEL FAVA et al., 2003). O diagnóstico das
causas das falhas reprodutivas costuma ser laborioso e exige uma avaliação criteriosa de
todos os fatores que afetam a reprodução, incluindo as doenças infectocontagiosas, a
presença de plantas tóxicas, aflatoxinas, carências nutricionais e fatores de ambiência
(FRANDOLOSO et al., 2008). Essa situação torna necessária a implementação de um bom
programa de saúde animal que contemple atividades regularmente aplicadas com enfoque
no bom manejo do rebanho, para a manutenção da sanidade animal e produtividade em
níveis compatíveis para a exploração da pecuária.
Países com um sistema de sanidade fraco certamente têm poucas restrições às
importações agropecuárias, assim como têm controle fraco e convivem com alto risco de
introdução de doenças específicas, enquanto que países que dispõem de um sistema de
sanidade forte controlam eficientemente as suas importações e estabelecem os cenários de
risco com restrições baseadas em respaldo técnico. Nessa condição, esses países têm
poucas restrições de ordem sanitária e os problemas são eficientemente controlados,
gerando credibilidade para o consumidor interno, no cenário internacional e agregando valor
aos seus produtos, exatamente por contar com um sistema que pode inclusive ser auditado
por autoridades internacionais (DUTRA, 2006).
O comércio internacional de material genético animal se intensificou nos últimos anos
devido às melhorias tecnológicas e também por apresentar teoricamente menor risco
sanitário do que a importação de animais vivos em relação à maioria das doenças animais,
desde que sejam atendidas as condições prescritas de coleta, manipulação e certificação
(CARVALHO; MELO; DRUMMOND, 2007). Em decisões envolvendo importações ou
exportações de material genético normalmente é complicado fazer acordos sanitários que
ofereçam risco mínimo (VENDITTI et al., 2009). Dessa forma, os princípios de segurança
em relação ao comércio internacional se baseiam nas condições favoráveis do país e áreas
geográficas onde estão localizados os centros de inseminação artificial, isolamento e
observação clínica dos doadores, provas diagnósticas para pesquisa direta e indireta de
agentes, que garantem ausência de doenças relevantes, certificação oficial de ausência de
casos de doenças importantes, e vigilância epidemiológica nas regiões onde se pratica
inseminação artificial com sêmen importado (CARVALHO; MELO; DRUMMOND, 2007).
Assim a harmonização, a transparência, a equivalência e a análise de risco são essenciais
para disciplinar a adoção das medidas sanitárias (DUTRA, 2006). Esta última consiste na
avaliação da probabilidade de entrada, estabelecimento e disseminação de pragas e
doenças, suas conseqüências biológicas e econômicas, assim como o seu impacto na
29
saúde pública (CARVALHO; MELO; DRUMMOND, 2007).
Os padrões de certificação para o comércio de material genético, detalhados no Código
Zoossanitário dos Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE,
2012), são referência reconhecida pela Organização Mundial do Comércio (OMC, 2012). A
lista da OIE contém critérios para a inclusão de doenças, infecções e infestações cujo
objetivo é apoiar os esforços dos membros para evitar a propagação de doenças animais
transfronteiriças importantes, incluindo zoonoses, através de relatórios transparentes e
coerentes (OIE, 2013). Embora esses padrões sejam rotineiramente utilizados pela maioria
dos países, são apenas orientativos, pois esses devem estabelecer suas próprias
exigências para importação de acordo com o nível sanitário e os riscos identificados no país
de origem ou no produto a ser importado. Nos programas internacionais para doadores de
gametas, são consideradas a saúde do doador, a condição sanitária do rebanho de origem
do doador e ainda dos rebanhos do país de origem, como, por exemplo, ser livre de febre
aftosa e brucelose.
No Brasil, o controle sanitário animal é regido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), o qual segue as normas sanitárias internacionais da OIE. Ao MAPA,
por meio da Divisão de Fiscalização de Material Genético Animal (DMG/DFIP), compete
coordenar, promover e acompanhar a fiscalização da produção, processamento, comércio,
importação e exportação de material genético animal. A ação coordenada pela DMG tem
como base legal sêmen e embriões e se baseia na lei nº 6.446, de 5/10/1977, que dispõe
sobre a inspeção e a fiscalização obrigatórias do sêmen destinado à IA em animais
domésticos. A instrução normativa nº 48 regulamenta que somente poderá ser produzido,
comercializado e distribuído no Brasil, o sêmen bovino ou bubalino coletado em centros de
coleta e processamento de sêmen (CCPS), registrados no MAPA que cumprirem os
requisitos sanitários mínimos. Os reprodutores doadores de material genético devem estar
inscritos no órgão competente do MAPA, no Estado.
Geralmente a disseminação de doenças reprodutivas dentro de um rebanho pode ser
evitada com adequado manejo sanitário e avaliação clínica periódica de machos e fêmeas
(NASCIMENTO et al., 2008). Com objetivo de evitar a introdução e a disseminação de
agentes patológicos em seu rebanho residente, as CCPS adotam procedimentos sanitários,
com base nas legislações internacionais, acordos sanitários entre os países e estudos
técnicos, como a quarentena e o monitoramento periódico da saúde dos touros doadores,
preconizados pelas Instruções Normativas 48/2003, 8/2006 e pela Resolução 16/2005 do
Mercosul. A quarentena é um período em que os animais devem permanecer isolados, para
que doenças que eventualmente tiverem sido adquiridas na viagem ou trazidas do rebanho
30
de origem, via portadores ou animais cronicamente infectados, venham a se manifestar de
forma clínica (BARCELLOS; ALMEIDA; LIPPKE, 2007). Nessa ocasião, os animais são
submetidos à avaliação clínica e exames laboratoriais obrigatórios previstos em legislação
ou realizados voluntariamente, para doenças infecciosas de impacto negativo relevante.
A Instrução Normativa 8/2006, editada pelo MAPA, versa a respeito dos requisitos
zoosanitários para o intercâmbio entre os Estados Partes de sêmen bovino e bubalino. Esta
também dá as diretrizes acerca dos requisitos sanitários para a importação de sêmen bovino
e bubalino oriundo de países extra-Mercosul preconizando os requerimentos mínimos
exigidos não impedindo que sejam ampliados para investigações de outras doenças.
Para IBR, as Instruções não impõem uma obrigatoriedade de realização de exames na
quarentena, mas as CCPS costumam requisitar exames para certificação de animais.
Entretanto, no plano externo, touros doadores de sêmen são obrigados a se submeterem a
testes diagnósticos devido a possibilidade de transmissão de BoHV pelo sêmen e a
Resolução 16/05 do Mercosul determina que sejam realizadas prova de Virusneutralização
ou ELISA realizadas no mínimo 21 dias depois da coleta devendo apresentar resultado não
reagente ou apresentar resultado negativo à provas de isolamento viral ou à prova de PCR
quando uma amostra de 0,5 mL de sêmen é processada. Doses de sêmen de animais com
resultados reagentes/positivos não podem ser comercializadas até a confirmação do
diagnóstico em laboratório oficial. No caso da BVD, no plano interno, é exigido teste
negativo de isolamento e identificação do agente por imunoperoxidase em amostra de
sangue total ou amostra de soro sanguíneo, ou teste de ELISA para detecção de antígeno
ou teste de PCR na pré-quarentena ou na quarentena, com resultado negativo. Caso os
animais apresentem resultados positivos devem ser submetidos a um segundo teste de
isolamento viral em amostra de sangue ou sêmen depois de 21 dias para excluir casos de
infecções persistentes.
Dessa forma, o risco potencial da transmissão de doenças gera uma preocupação
quanto ao intercâmbio nacional e internacional do material genético, e em especial à
modernização dos métodos de detecção dos possíveis patógenos transmitidos pelo
sêmen ou pelos embriões (DIAS, 2002).
Segundo Dutra (2006), no Brasil é recorrente um sistema de abordagem da saúde
animal em que as medidas sanitárias preventivas oficiais são gerenciadas em programas
específicos (Febre Aftosa, Raiva, Brucelose e Tuberculose), valorizando o controle de uma
enfermidade por vez, sem indicar claramente quais são os outros critérios na gestão da
sanidade bovina na propriedade. Para ele, se por um lado esse sistema procura solucionar
31
problemas sanitários específicos, por outro não atende à necessidade do mundo moderno
em que as mudanças exigem uma visão integrada das soluções na gestão da saúde animal.
Qualquer programa de saúde animal deve incluir a vigilância integrada de doenças
infecciosas virais e bacterianas e deve ser rigorosamente cumprido por todos. O maior
problema do Brasil, segundo Dutra (2006), é que com exceção dos programas oficiais em
que as vacinações são obrigatórias contra a Febre Aftosa (maioria dos estados), a brucelose
(em diversos estados) e a raiva (por regiões ou municípios), todas as outras medidas
sanitárias são voluntárias e dependem do grau de informação e conscientização dos
proprietários e dos veterinários atuantes gerando contrastes significativos, em que sistemas
de produção que investem em tecnologia e procuram atender de forma integrada todas as
questões sanitárias, convivem com sistemas de produção que são potencialmente
problemáticos. De acordo com o pesquisador a inexistência de um sistema integrado de
saúde animal no país, a gestão baseada em critérios políticos, empíricos ou fora dos
propósitos enumerados fragilizam substancialmente o setor produtivo, concluindo que um
sistema sanitário deve pressupor uma estrutura sólida e participativa, pessoal qualificado e
bem remunerado, leis e regulamentos atualizados e claros, disponibilização de infraestrutura
e equipamentos adequados e um setor privado sensibilizado e participativo.
O trabalho realizado durante os últimos 30 anos no LVB em parceria com o CCPS
revelou grande preocupação relacionada a sanidade animal dos gestores destes Centros,
contudo os desafios para aquisição de touros livres das principais doenças são enormes,
considerando que os rebanhos de origem não mostram a mesma consciência para adotar
medidas que visam diminuir a ocorrência de doenças infecciosas. Parte da culpa é que é
que muitos proprietários carecem de informações a respeito da situação sanitária brasileira
e da realidade em que se encontram, o que faz com que mantenham em seu rebanho
animais problemáticos, trazendo sérias consequências, como redução do padrão genético e
prejuízos financeiros (SILVA et al., 2004).
32
4. MATERIAL E MÉTODOS
Foi construído um banco de dados compilando as informações sanitárias dos CCPS,
extraídas das requisições de exames preenchidas pelos veterinários, e dos resultados das
provas de diagnóstico viral, realizadas no período compreendido entre janeiro de 2005 a
dezembro de 2011, pelo Laboratório de Viroses de Bovídeos (LVB) do Instituto Biológico.
Este laboratório é aprovado pelo CGAL/MAPA para realização destas análises,
As principais informações compiladas constantes nesse banco de dados foram:

Tipo de amostra: soro, sangue ou sêmen;

Data de coleta do material;

Município e o estado onde se localiza o animal;

Finalidade do exame: monitoramento semestral, quarentena ou comercialização de
sêmen;

Idade do animal;

Identificação do animal (Nome ou Registro)

Raça;

Resultados dos exames solicitados.
Foram analisados aproximadamente 6522 touros e 3331 fêmeas pertencentes a 26
CCPS distribuídos nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, sendo que 25
estabelecimentos possuem animais machos e fêmeas e apenas 1 estabelecimento possuía
exclusivamente 2595 fêmeas receptoras de embriões, com idade variando entre 24 a 36
meses. Salienta-se que do total de fêmeas, só o estabelecimento de receptoras possui
77,90% (2595/3331) das fêmeas avaliadas. Geralmente as fêmeas são adquiridas de
diversas propriedades e transportadas para o local do procedimento da Tranferência de
Embriões (TE). Portanto este resultado deve ser interpretado de forma diferente das outras
fêmeas (Total =736) residentes nos Centros com a finalidade de manequim e utilizadas em
aulas práticas de IA. Não é possível ser tão preciso quanto ao número de animais
examinados no período em virtude de que estes podem ser identificados de três maneiras:
pelo nome, número de registro ou código (identificação própria do estabelecimento). Esta
divergência na identificação gera muitas vezes, interpretações equivocadas. Ademais,
outros dados importantes nem sempre eram informados como idade, raça e registro. Estes
casos foram incluídos como não identificados.
Na tabela 01 estão apresentados de forma resumida os dados referentes às amostras
recebidas no LVB para pesquisa direta do agente em amostras de touros e fêmeas e os
33
métodos utilizados. Na tabela 02 o número de amostras analisadas para pesquisa de
anticorpos para os diferentes agentes e métodos empregados.
Tabela 01. Número de amostras de sêmen e sangue de touros e fêmeas testadas no
período de 2005 a 2011 para pesquisa direta dos agentes virais e métodos utilizados. São
Paulo, 2013.
Vírus
BoHV
BVDV
BLV
BTV
Método
Isolamento em Cultivo Celular
(ISO)
Reação em Cadeia de Polimerase
(PCR)
ISO
PCR
ELISA antígeno (ag)
PCR
ISO
PCR
Amostras de
touros
Amostras das
fêmeas
Total
21544
0
21544
15917
0
15917
468
5353
7957
5704
0
8957
188
836
1366
17
2
145
656
6189
9323
5721
2
9102
Tabela 02. Número de amostras de soro de touros e fêmeas testadas no período de
2005 a 2011 para pesquisa de anticorpos contra os agentes virais e metodologia
empregada. São Paulo, 2013.
Anticorpos
contra
agente
BoHV
BVDV
BLV
BTV
VSV COCV
VSV VSAV
Método
Touros
Fêmeas
Total
Virusneutralização (VN)
VN
ELISA anticorpo (ac)
3687
1987
3027
5229
2978
4019
Imunodifusão em gel de agar
(IDGA)
575
VN
ELISA (ac)
IDGA
717
203
620
1542
991
992
4686 destas 2595
receptoras de
embriões
77
84
298
VN
3858
430
4288
VN
3852
430
4282
5261
794
287
918
Trata-se de banco de dados com resultados obtidos de amostras colhidas de
reprodutores com a finalidade de monitoramento sanitário semestral, certificação sanitária
de sêmen industrializado e quarentena visando o ingresso de touros no CCPS. Embora não
se trate de amostragem aleatória, é uma amostragem representativa da população de
touros, pois o LVB realiza exames em amostras de aproximadamente 95% dos reprodutores
34
brasileiros que compõem o rebanho dos CCPS.
4.1.
Análise dos Resultados
A estimativas das frequência de testes positivos para cada doença forma calculadas
usando o software Stata 12. Esta ferramenta é um software com pacote estatístico integrado
que fornece várias ferramentas para análise de dados, gerenciamento de dados e gráficos,
além de ter disponíveis outros recursos, como modelagem de equações estruturais (SEM),
contrastes, ARFIMA, calendários de negócios, equações acorrentados de imputação
múltipla, curvas de nível, gerenciamento automático de memória, importação e exportação
de arquivos do Excel entre outros (STATA, 2013). Possui uma sintaxe simples e é usado por
meio de linha de comandos de fácil execução, tendo sido desenvolvido no Texas (EUA), em
1984, e atualmente distribuído para 132 países (BERGAMASCHI, BUENO, SOUZA, 2004).
Não foi realizado teste de hipóteses para avaliar se as diferenças entre machos e
femeas eram estatisticamente significativas, em razão do número de amostras ser muito
grande. Nesta situação, qualquer diferença sem relevância epidemiológica ou biológica
tenderá a ser estatisticamente significativa, tornando o teste pouco relevante.
35
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram tabulados e analisados os resultados referentes aos exames de Isolamento Viral
em Cultivo Celular (ISO), PCR, ELISA (ag), ELISA (ac), VN e IDGA de amostras clínicas
touros e vacas dos CCPS para os agentes causadores de IBR, BVD, LEB, BT E VS
analisadas entre janeiro de 2005 a dezembro de 2011. A tabela 03 mostra a frequência de
amostras positivas de sêmen, sangue e soro de touros e a frequência de amostras positivas
de sangue e soro de vacas, oriundos de CCPS, segundo agente pesquisado e método
utilizado, no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2011. A tabela 04 expressa a
frequência de amostras sororreagentes de touros e vacas, oriundos de CCPS, segundo
doença investigada e método laboratorial empregado, no mesmo período.
Tabela 03. Frequência de amostras positivas de sêmen e sangue de touros e vacas,
oriundos de CCPS, segundo agente pesquisado, método utilizado, no período de janeiro de
2005 a dezembro de 2011 São Paulo, 2013.
Vírus
BoHV
Método
Isolamento em
Cultivo Celular
(ISO)
Reação em Cadeia
de Polimerase
(PCR)
ISO
BVDV
PCR
ELISA antígeno
(ag)
% de Touros Pos
% de Fêmeas Pos
0,04
(9/21544)
-
0,11%
(17/15917)
-
0,00
(0/468)
0,11
(6/5353)
0,10
(8/7957)
5,26
(300/5704)
BLV
PCR
BTV
ISO
-
PCR
0,06
(5/8957)
0,00
(0/188)
0,12
(1/836)
0,07
(1/1366)
17,65
(3/17)
0,00
(0/2)
1,38
(2/145)
36
Tabela 04. Frequência de amostras de soros de touros e vacas reagentes, oriundos de
CCPS, para pesquisa de anticorpo, no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2011 São
Paulo, 2013.
Anticorpos
contra agente
Método
BoHV
Virusneutralização
(VN)
BVDV
VN
BLV
ELISA anticorpo (ac)
Imunodifusão em
gel de agar (IDGA)
VN
BTV
ELISA (ac)
IDGA
VSV - COCV
VSV - VSAV
VN
VN
% de Touros
reagentes
70,17
(2587/3867)
42,33
(841/1987)
26,40
(799/3027)
16,87
(97/575)
95,40
(684/717)
86,70
(176/203)
81,13
(503/620)
0,05
(2/3858)
0,16
(6/3852)
% de Fêmeas
reagentes
89,17
(1375/1542)
40,87
(405/991)
38,29
(360/992)
7,32
(343/4686)
97,40
(75/77)
95,24
(80/84)
67,79
(202/298)
0,00
(0/430)
0,00
(0/430)
Constatou-se baixa frequência de testes positivos em amostras de sêmen dos touros de
CCPS ao BoHV-1 e 5 por isolamento viral (0,04%) (9/21544) bem como por PCR (0,11%)
(17/15917). Na análise periódica para pesquisa de anticorpos foram avaliados machos e
fêmeas e esta prova revelou alta frequência de amostras reagentes tanto para touros
(70,17%) (2587/3867) quanto para fêmeas (89,17%) (1375/1542). Provavelmente os touros
foram expostos ao vírus antes de ingressarem no CCPS. A análise periódica, para pesquisa
de anticorpos contra estes agentes, é uma ferramenta importante na saúde animal, pois
possibilita avaliar a soroconvesão positiva ou negativa, e consequentemente a dinâmica
dessas infecções nos CCPS.
Dado o impacto que essa doença causa à economia, por se tratar de vírus que tem
como característica manter a infecção latente nos animais e pelo fato de reativar em
momentos de estresse podendo liberar o vírus pelo sêmen, os touros devem ser
monitorados e as partidas examinadas para certificação de livre do vírus, tendo em vista que
existe o risco de transmissão para as fêmeas. Considerando que no Brasil não há programa
sanitário oficial para a prevenção e controle de IBR, torna-se difícil restringir o ingresso de
touros infectados pelo BoHV-1 e 5 no CCPS. Diante disto para garantir a qualidade sanitária
do sêmen é necessário testar toda partida de sêmen de touros com histórico de infecção
(TAKIUCHI; ALFIERI; ALFIERI, 2001).
37
Essa alta frequência de testes reagentes assemelha-se à frequência observada, em
condições de campo, por Souza et al (2009) em fêmeas leiteiras pertencentes a rebanhos
leiteiros do Maranhão encontrando frequência de 67,50% mediante o teste de ELISA
indireto. Affonso et al (2010), da mesma forma, investigando a presença e os níveis de
anticorpos contra o BoHV-1 pelo teste de VN, em bovinos em idade de abate em distintas
regiões do Estado de Goiás, observaram uma frequência de 84,5% de animais reagentes.
Estudos de Alfieri; Alfieri; Médici (1998) relatam que devido á característica de induzir
infecções latentes, com portadores assintomáticos, os distúrbios reprodutivos ocasionados
pela infecção do BoHV, somente podem ser conclusivamente identificados através de um
diagnóstico etiológico, podendo ser utilizadas as técnicas de Isolamento Viral e PCR. Uma
vez que os touros com infecção latente podem voltar a eliminar o vírus no sêmen durante
episódios de reativação viral e que as condições de processamento e estocagem do sêmen
são ideais para a preservação do BoHV, torna-se necessário o teste das partidas para
garantir a qualidade sanitária relativa ao BoHV (ROCHA; GOUVEIA; LEITE, 1999).
Constatou-se baixa frequência de testes de pesquisa do antígeno positivos para o BVDV
em amostras de sêmen e sangue de touros (0,11%) (6/5353) e amostras de sangue de
fêmeas (0,12%) (1/836) quando analisadas pelo método de PCR; Também foi baixa a
frequência de positivos pelo ELISA antígeno tanto em machos (0,10%) (8/7957) quanto em
fêmeas (0,07%) (1/1366). Nenhuma amostra, tanto de fêmeas quanto de machos, foi
positiva ao BVDV quando submetida ao isolamento viral em cultivo de células, porém este
método foi menos utilizado, tendo em vista que a maioria das estirpes de BVDV não são
citopatogênicas, tornando o processo laborioso, demorado e de alto custo (PILZ; ALFIERI;
ALFIERI, 2005). Além disso, a escolha da nested PCR ocorreu devido a maior sensibilidade
em relação ao isolamento em cultivo celular na detecção deste agente.
Entretanto, a análise periódica para pesquisa de anticorpos contra BVDV, revelou alta
frequência de testes reagentes pela virusneutralização em machos 42,33% (841/1987) e em
fêmeas 40,87% (405/991). Assim como a IBR, a BVD é uma doença encontrada de forma
endêmica nos rebanhos brasileiros.
O teste de VN é rotineiramente utilizado para detectar e mensurar os anticorpos contra
BVDV, sendo considerado como teste padrão para a titulação de anticorpos (FINO et al.,
2012). Em condições de campo, trabalhos realizados por Guimarães et al. (2000), que
estudaram a prevalência de anticorpos contra o BVDV em rebanhos criados em regime
semi-extensivo no entorno de Goiânia, GO, foram encontrados 54,11% de prevalência de
anticorpos anti-BVDV em soros dos animais estudados. Mendes et al. (2009) encontraram
38
prevalência ainda mais expressiva, 71,42% de anticorpos contra o BVDV, quando
estudaram rebanhos do município de Uberaba, MG. Por sua vez, Frandoloso et al. (2008)
encontraram até 60% de prevalência ao estudarem propriedades leiteiras da região nordeste
do Rio Grande do Sul.
Devido aos problemas ocasionados pela BVD, a existência de touros aparentemente
saudáveis persistentemente infectados enfatiza a necessidade de triagem rigorosa de todos
os animais em CCPS para identificar o animal portador do agente infeccioso (DALIRI et
al.,2007). Diante disso, a Instrução Normativa Nº 48/2003 do MAPA determina que todos os
animais deverão ser testados, antes de ingressar na Central, com objetivo de descartar a
possibilidade de infecção persistente para BVD, já que esses animais constituem fontes de
infecção permanentes do BVDV.
Tendo em vista a proporção expressiva de reprodutores reagentes ao teste de BVDV
VN, pode-se perceber a importância dessa ferramenta na gestão sanitária dos CCPS. Além
de indicar a infecção prévia dos touros, possibilita ainda a determinação dos touros
suscetíveis. (JUNQUEIRA; ALFIERI, 2006). Acredita-se que não possa haver a possibilidade
da presença de touros PI dentro de um CCPS, pois existe a exigência da legislação
brasileira de exames durante a quarentena e permissão do ingresso nos CCPS apenas após
a certificação de animal não portador de BVDV. Mesmo com todos esses cuidados, os
CCPS preferem monitorar seus reprodutores, no mínimo semestralmente (JUNQUEIRA;
ALFIERI, 2006).
Pela análise dos resultados, foi constatada por LEB PCR uma frequência de 5,26%
(300/5704) de amostras de sêmen e sangue positivas de touros de CCPS e 17,65% (3/17)
de positividade em amostras de sangue provenientes de vacas. Esta frequência de testes
positivos, principalmente nos touros, é um fato preocupante, que pode trazer grandes
prejuízos ao agronegócio brasileiro tanto pelas perdas diretas ou indiretas, devido às
barreiras sanitárias uma vez que, segundo a Resolução 16 de 2005 da Secretaria do
Mercosul os animais residentes, que tiverem seu sêmen exportado devem apresentar
resultado negativo para a LEB. Além disso, a transmissão do BLV pelo sêmen existe e por
esse motivo os CCPS ou Centrais de Transferência de Embriões investem na certificação
sanitária de partidas de sêmen e de embriões (DEL FAVA; PITUCO, 2004).
A transmissão por via uterina (vertical) ocorre frequentemente no primeiro trimestre de
gestação em até 8% das gestações de animais soropositivos, principalmente em vacas com
alta concentração do vírus e baixos títulos de anticorpos (JACOBSEN, 1983). Kono et al.
(1983) verificou que a transmissão vertical em bezerros, antes que o neonato ingerisse o
colostro foi de 20%, utilizando a imunodifusão em gel de ágar (IDGA). Hübner et al. (1997)
39
encontraram
em
rebanhos
leiteiros
4,8%
bezerros
congenitamente
infectados,
sorologicamente positivos antes de mamar o colostro, pela IDGA. Klimentowski (1991)
encontrou em dois rebanhos, 10 e 13% de terneiros positivos para o BLV, realizando
sorologia pela IDGA antes do consumo do colostro, e 15 e 22% com ELISA ac. Agresti et al.
(1993) verificaram que bezerros infectados intra-uterinamente (sorologia fetal positiva pela
IDGA) nasceram de mães com linfocitose persistente. Montanari et al. (2012) detectaram o
BLV em 15,5% (11/71) de fetos bovinos abortados utilizando a nested-PCR.
Como não há tratamento e em razão da amplitude de sua disseminação, da sua lenta
evolução e do grande número de animais assintomáticos, o controle dessa doença deve ser
feito através da adoção de medidas preventivas, que limitam a disseminação do vírus, e
medidas de controle, tais como o acompanhamento sorológico, isolamento e eliminação dos
animais positivos (FERREIRA; IKUNO; PITUCO, 2010).
Uma vez que o diagnóstico da enfermidade e o combate da mesma nos rebanhos são
realizados de forma voluntária e isoladamente é necessário que haja a conscientização do
produtor e maior participação das autoridades para a adoção de medidas de controle e de
biossegurança para evitar a propagação desta importante doença.
Com relação a frequência de animais portadores de anticorpos contra a LEB verficou-se
26,40% (799/3027) de sororreatividade em amostras de soro de touros e 38,29% (360/992)
de sororreatividade em amostras soro de fêmeas testadas por ELISA. Quando o método
empregado foi a IDGA, a frequência de amostras reagentes obtida foi 16,87% (97/575) para
touros e 7,32% (343/4686) para fêmeas. Entretanto, em relação às fêmeas cabe uma
importante observação. Um dos estabelecimentos testados possui exclusivamente
receptoras de embriões, que são animais jovens, e ele sozinho é detentor de
aproximadamente 77,90% (2595/3331) do total de fêmeas testadas neste trabalho. A
frequência de receptoras reagentes foi de 17,67% (38/259) ao teste de ELISA ac e 10,68%
(271/2536) pelo método de IDGA. Para as demais fêmeas, que são animais mais velhos,
provenientes dos demais estabelecimentos, com função de manequim ou para aulas
práticas de IA a frequência de animais reagentes ao método de Elisa ac foi de 70,54%
(158/224) e a frequência de animais reagentes à prova de IDGA foi 30,77% (28/91).
Utilizando ELISA ac, Matos, Birgel Junior, Birgel (2005) obtiveram nas 796 amostras de
soro sanguíneo, provenientes de animais selecionados aleatoriamente, criados em cinco
microrregiões do Estado da Bahia, prevalência de 41%. Os autores consideraram a taxa de
prevalência elevada devido à disseminação da infecção ao sistema de criação. Molnár et al.
(1999) avaliaram 721 amostras de soro sanguíneo, pela prova de ELISA ac, provenientes de
14 rebanhos, criados extensivamente em diferentes regiões do Estado do Pará e obtiveram
40
em todos os rebanhos animais sororreagentes, cujos índices de infecção variaram entre
6,6% e 83,0%, o que representou em termos médios, uma prevalência de 49,8% de animais
infectados. Dessa forma, Molnár et al. (1999) concluíram que a prevalência no estado do
Pará foi elevada.
Também em condições de campo, no estado de Pernambuco, Mendes et al. (2011)
detectaram uma prevalência de 32,1% de bovinos reagentes aos anticorpos da LEB,
empregando a técnica de IDGA, ao avaliar 15 rebanhos leiteiros de diferentes municípios
daquele estado. Essa prevalência permitiu que os autores concluíssem que a LEB
encontrava-se amplamente disseminada na população estudada, com crescimento em
níveis significativos. Não muito diferente, no estado de Tocantins, Fernandes et al. (2009)
encontraram 37% de prevalência globalizada para anticorpos contra a LEB por IDGA ao
analisarem diferentes rebanhos leiteiros daquele estado. Os pesquisadores apontaram a
expansão desenfreada pela qual passa a bovinocultura leiteira naquela região e a
introdução negligente de reprodutores e matrizes sem a observância de critérios rígidos de
sanidade como fatores favoráveis para a difusão da LEB no estado, dada a alta prevalência.
Por outro lado, no estado de São Paulo, BIRGEL JUNIOR et al. (2006) analisando bovinos
da raça Simental provenientes de sete municípios paulistas, detectaram 9,24% de
prevalência de anticorpos contra a LEB, através da prova de IDGA, resultados similares aos
encontrados pela análise do banco de dados dos resultados dos reprodutores avaliados pelo
LVB.
Pela análise dos resultados de BTV, em todo período avaliado apenas duas fêmeas
foram testadas e resultaram negativas pelo método de isolamento viral em ovo embrionado.
Em prova de PCR, houve a frequência de 0,06% (5/8957) de amostras de sangue e sêmen
de touros positivos e 1,38% (2/145) de amostras de sangue positivas de vacas. Embora seja
uma frequência baixa de testes positivos, é importante comercializar sêmen de reprodutores
que sejam negativos para esse vírus. No tocante à exportação de sêmen, a Instrução
Normativa 08 de 2006 do MAPA é taxativa nesse sentido, determinando em seu artigo 31,
que os touros residentes, cujo sêmen será destinado à exportação, serão submetidos a
provas diagnósticas para Língua Azul devendo apresentar resultados negativos:
Para pesquisa de anticorpos contra o BTV, entretanto, foram detectadas expressivas
frequências de testes reagentes tanto em touros como em vacas. Pelo método de ELISA ac
foram verificadas 86,70% (176/203) de amostras de touros sororreagentes e 95,24% (80/84)
de amostras de soro de fêmeas reagentes. Em prova de IDGA foram constatadas 81,13%
(503/620) de frequência de amostras de soro de touros reagentes e 67,79% (202/298) de
amostras de vacas reagentes. Quando a prova foi VN, foram constatados 95,40% (684/717)
41
de frequência de amostras de touros sororreagentes e 97,40% (75/77) de frequência de
amostras de vacas sororreagentes. Estes valores de sororreatividade são bastante
elevados, uma vez que, de acordo com a Legislação Brasileira vigente (Instrução Normativa
08 de 2006 do MAPA), a cada 180 dias os animais doadores devem ser submetidos nos
CCPS a provas diagnósticas (IDGA, ELISA ac, PCR no sangue ou ISO em sangue total)
para BTV e devem apresentar resultado negativo.
Bernardes (2011) analisou soros sanguíneos, pelo método de virusneutralização, de
7146 fêmeas bovinas com idade igual ou superior a 24 meses provenientes do estado de
São Paulo, tendo verificado que 3021 amostras (42,3%) foram reagentes ao BTV. Este
resultado permitiu à autora concluir que o BTV está amplamente disseminado na população
bovina do Estado. Konrad et al., (2003), através da técnica de IDGA, analisaram 1304
amostras de soro sanguíneo de fêmeas bovinas leiteiras provenientes de 15 propriedades
do estado de Minas Gerais e verificaram 59,51% de animais reagentes à pesquisa de
anticorpos. Os autores atribuíram essa elevada soropositividade ao fato dos bovinos
infectados com o vírus poderem apresentar viremia prolongada, à epoca de coleta dos soros
que coincidiu com o período de chuvas no estado e ao fato de tratar-se de animais que
viviam grande parte do tempo estabulados ou em criações intensivas.
Entretanto, Costa et al., (2006), pela mesma prova diagnóstica, analisaram 1272 soros
bovinos (machos + fêmeas) de 18 municípios do estado Rio Grande do Sul e encontraram
apenas 0,60% de prevalência para o BTV considerando-se o total de bovinos estudados. Os
pesquisadores atribuíram essa baixa prevalência às condições climáticas menos favoráveis
para a multiplicação do vetor e apontaram como perigo o fato de que pequenas mudanças
climáticas em regiões limítrofes podem resultar em aumento na taxa de transmissão, pelo
aparecimento de vetores, trazendo ainda para a discussão a importância de se lembrar que
o trânsito pode trazer animais virêmicos, introduzindo novos sorotipos.
Em relação à estomatite vesicular, a análise dos resultados permitiu verificar as
seguintes frequências de testes reagentes: 0,05% (2/3858) de amostras de touros
sororreagentes ao VN VCOV e 0,16% (6/3852) ao VN VSAV. Não houve amostras de vacas
sororreagentes estudadas. Embora essas frequências de touros reagentes ao VSV sejam
pequenas, a detecção de anticorpos sugere uma exposição prévia dos animais ao vírus (DE
STEFANO et al., 2003). Okuda et al., (2003) realizaram trabalhos com VS monitorando
touros doadores de sêmen de uma central de inseminação artificial no estado de São Paulo
e detectaram anticorpos para o VSV (sorotipo Indiana). Os resultados obtidos alertam para a
necessidade de monitoramento sorológico da EV em CCPS no estado.
42
Dada a importância dessa doença no contexto mundial, sendo uma enfermidade de
notificação obrigatória, a Resolução 16 de 2005 do Mercosul, em seu artigo 28, preconiza
que em relação aos procedimentos zoossanitários na quarentena, os animais que
ingressarem nos CCPS devem cumprir com o estabelecido nos capítulos correspondentes
do Código Sanitário dos animais Terrestres da OIE.
Dentro das normas brasileiras, a Instrução Normativa 69 de 2004 do MAPA, em
consonância com as diretrizes estabelecidas pela OIE, determina que o estado parte ou a
zona do estado parte de onde os animais procederem deverá estar livre de VS e essa
condição deverá ser reconhecida pelo estado parte importador; ou os animais deverão
proceder de um estabelecimento onde, num raio de 15 km, não tenha sido registrada a
ocorrência de VS nos últimos 30 dias; e adicionalmente serão submetidos a testes de Vírus
Neutralização ou ELISA, durante o período de quarentena, com resultados negativos para
os tipos de vírus existentes no estado parte de origem.
43
6. CONCLUSÕES
Através da análise dos resultados obtidos foi possíverl concluir:

Existe alta frequência de touros portadores de anticorpos contra o BoHV, BVDV,
BLV e BTV nos rebanhos residentes das CCPS;

Houve baixa frequência de touros sororreagentes ao VSV;

Foi observada alta frequência de fêmeas portadoras de anticorpos contra o
BoHV, BVDV, BLV e BTV nos rebanhos residentes das CCPS;

Apesar da endemicidade do BoHV e BVDV, os dados revelaram baixa frequência
de amostras de sêmen e sangue de touros contaminadas por estes agentes.

A frequência de 5,26 % de amostras de sangue e sêmen contaminadas por BLV
alerta para a possibilidade de trasmissão desse vírus por meio de inseminaçao
artificial ou pelo coito.

A frequência de receptoras reagentes ao BLV alerta para os cuidados que os
técnicos de melhoramento genético devem ter na seleção destas, para evitar
riscos de transmissão transplacentária do agente aos embriões e nascimento de
produtos infectados.
44
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