Aula 3_2 Potencial Elétrico II Física Geral e Experimental III Prof. Cláudio Graça Capítulo 3 Resumo da Aula • E(r) a partir de V(r) – Exemplo: dipolo • • • • Equipotenciais e Condutores Forma diferencial da Lei de Gauss Distribuição de carga em condutores Aplicações CAMPO ELÉTRICO A PARTIR DO POTENCIAL ELÉTRICO B r r ΔV = − ∫ E ⋅ ds ⇒ ΔV = ∫ dV B A A Portanto podemos escrever que a diferença de potencial dV entre dois pontos que distam ds um do outro como sendo Para r r E = Ex Forma diferencial r da Lei de Gauss temos que r r E ⋅ ds = E x dx ou r dV = − E ⋅ ds ⇒ dV = − E x dx dV Ex = − dx → o campo elétrico é igual a menos derivada do potencial elétrico com respeito a alguma coordenada CAMPO ELÉTRICO A PARTIR DO POTENCIAL ELÉTRICO A variação no potencial é nula para qualquer deslocamento perpendicular ao campo elétrico Isso é consistente com a noção de que as superfícies equipotenciais são perpendiculares ao campo: Campo elétrico uniforme Carga pontual Distribuição de carga tem simetria esférica → Dipolo elétrico r r dV = − E ⋅ ds = − Er dr ⇒ dV Er = − dr Em geral, o potencial elétrico é uma função de todas as três coordenadas espaciais → dV Ex = − dx Ey = − dV dy é uma equação diferencial, onde ∇ = ( dV Ez = − dz ∂ r ∂ r ∂ r ex + e y + ez ) ∂x ∂y ∂z e V ( x, y , z ) r E = −∇V → o operador gradiente Cálculo do Campo E a partir do potencial em um condutor Para o caso unidimensional dV E=− ds Equação de Poisson r r ρ ∇⋅E = εo ρ −∇ V = εo 2 Equacão de Laplace ∇ V =0 2 E espaço livre onde ρ=0 dV =0 ds Potencial de condutor isolado Forma diferencial da Lei de Gauss E a partir de V −q0 dV = q0 E cos θ ds E cos θ = − dV ds ∂V Ex = − ∂x r E = −∇V ∂V ∂V ∂V xˆ + yˆ + zˆ ) = −( ∂x ∂y ∂z Equação de Poisson r r ρ ∇⋅E = εo r ρ ρ ∇ ⋅ ( −∇V ) = − ∇ 2V = εo εo e equacão de Laplace ∇ 2V = 0 E a partir de V r E = −∇V ∂V ∂V ∂V = −( xˆ + yˆ + zˆ ) ∂x ∂y ∂z Equação de Poisson r r ρ ∇⋅E = εo Para o caso unidimensional r ρ ∇ ⋅ ( −∇V ) = − ∇ 2V = εo dV E=− ds ρ εo e equacão de Laplace E espaço livre onde ρ=0 dV =0 ds ∇ V =0 2 Potencial constante, ou campo elétrico nulo (interior do condutores) E a partir de V? • Pode-se obter o E a partir de V utilizando as relações: ∂V Ex = − ∂x ∂V Ez = − ∂z ∂V Ey = − ∂y Expressando na forma vetorial: • • • E é o valor negativo do gradiente de V Coordenadas cartesianas: Coordenadas esféricas: r r E = −∇ V r ∂V ∂V ∂V ∇V = x̂ + ŷ + ẑ ∂x ∂y ∂z r ∂V 1 ∂V ˆ 1 ∂V ˆ ∇V = r̂ + θ+ φ ∂r r ∂θ r sin θ ∂φ E a partir de V: exemplo • Considere o seguinte potencial elétrico: V(x, y, z) = 3x 2 + 2xy − z2 • Como se descreve este campo elétrico? ∂V ∂V Ex = − = −6x − 2y Ey = − = −2x ∂x ∂y ... Expressando como vetor: r E = (−6 x − 2 y)î − 2 xĵ + 2zk̂ ∂V Ez = − = 2z ∂z Dipolo Elétrico • z +q O potencial para r >> a: V(r) = r1 r aθ a 1 2 aq cos θ 4 πε 0 r2 -q • Calculando E em coordenadas esféricas: ∂V Er = − ∂r 2 aq ⎛ −2 cos θ ⎞ =− ⎟ ⎜ 3 ⎠ r 4 πε o ⎝ 1 ∂V Eθ = − r ∂θ 2 aq ⎛ − sin θ ⎞ =− ⎜ ⎟ 4 πε o ⎝ r 3 ⎠ ⇒ r E= 2 aq 4 πε o r 3 Momento de dipolo ((2 cos θ )rˆ + (sin θ )θˆ ) r2 POTENCIAL ELÉTRICO EM UM CONDUTOR CARREGADO Considere um condutor de formato arbitrário com um excesso de carga positiva A densidade superficial de carga não é uniforme O condutor está em equilíbrio eletrostático ⇒ • toda a carga permanece na superfície, e E = 0 dentro do condutor • o campo elétrico na face externa do condutor é perpendicular à superfície Todos os pontos na superfície de um condutor carregado em equilíbrio eletrostático estão no mesmo potencial elétrico; • E é sempre perpendicular ao deslocamento ds entre dois pontos da superfície. Então r r E ⋅ ds = Eds cos 90o = 0 → → como o campo elétrico é zero dentro do condutor, concluímos que o potencial é constante em todo lugar dentro do condutor e igual a seu valor na superfície. r r ΔV = V B − V A = − ∫ E ⋅ ds = 0 B A Distribuição de carga nos condutores Para determinar como a carga se distribui num condutor não esférico, vamos analisar um sistema simples O sistema consiste em duas esferas condutoras carregadas de raio r1 e r2, onde r1 > r2, ligadas por um fino fio condutor Supomos que as duas esferas são tão separadas que o campo elétrico duma esfera não influencia o campo eléctrico da outra esfera. Como as duas esferas são ligadas por um fio condutor ⇒ supomos que todo o sistema é um único condutor e que todos os pontos devem estar no mesmo potencial q2 q1 = ke V = ke r2 r1 ⇒ q1 r1 = q 2 r2 ⇒ que esfera maior tem a maior quantidade de carga. Campo elétrico em cada condutor q1 E1 = k e 2 r1 E2 = k e q2 r22 Distribuição de carga nos condutores q1 → quer dizer que o campo elétrico próximo à 2 2 2 E1 r1 qr rr E1 r2 esfera menor é maior que o campo próximo à ⇒ = = = 1 22 = 1 22 q E 2 r1 esfera maior. E2 q 2 r1 r2 r1 k e 22 r2 → Como o campo elétrico próximo à superfície de um condutor é proporcional à densidade superficial de carga, a esfera menor tem a maior densidade superficial de carga. ke Esta é a quarta propriedade listada para os condutores em equilíbrio eletrostático: • NUM CONDUTOR DE FORMA IRREGULAR, A CARGA POR UNIDADE DE ÁREA É MÁXIMA NOS LOCAIS ONDE É MÍNIMO O RAIO DE CURVATURA DA SUPERFÍCIE Campo forte Maior densidade superficial de carga Campo fraco Menor densidade superficial de carga Distribuição de carga nos condutores Exemplo: Duas esferas condutoras. A esfera menor tem raio a e carga Q positiva , e a esfera maior de raio c não está carregada (neutra). Ao aproximarmos as duas esferas: - A esfera menor atrai as cargas negativas da esfera maior e repele as cargas positivas. As curvas pontilhadas azuis correspondem as interseções das superfícies equipotenciais com a página. Como varia o potencial a partir o centro da esfera 1 até para a direita da esfera 2, considerando que b é a distância entre a superfície da esfera menor e o centro da esfera maior ? Distribuição de carga nos condutores Uma cavidade dentro de um condutor em equilíbrio Considere um condutor de formato arbitrário contendo uma cavidade. Se não há cargas dentro da cavidade, o campo elétrico dentro da cavidade tem de ser zero, independentemente da carga na superfície externa do condutor. Todo ponto no condutor está no mesmo potencial ⇒ quaisquer dois pontos A e B na superfície da cavidade têm de estar no mesmo potencial assim r r ΔV = V B − V A = − ∫ E ⋅ d s = 0 VB − V A = 0 B Por isso E deve ser zero. A Esta propriedade pode ser utilizada para blindar um equipamento eletrónico ou até mesmo todo um laboratório dos campos externos cercando-o com paredes condutores. Blindagem eletrostática No século XIX, por Michael Faraday, através da seguinte experiência: Eletrizou uma grande gaiola metálica, até que ela soltasse faíscas. Utilizando um eletroscópio, verificou que: 1º O interior da gaiola não ficou eletrizado. 2º As cargas em excesso foram tão distanciadas umas das outras que se concentraram na superfície da gaiola. Blindagem eletrostática A blindagem eletrostática mostra que uma pessoa dentro de um carro atingido por um raio nada sofrerá, pois a estrutura metálica do carro isola o seu interior das influencias elétricas externas. 18 Efeito Corona (Coroa) • Nas linhas de alta tensão, é usual e aconselhável evitar ângulos agudos na trajetória dos condutores, pois podem haver nestas regiões de “pontas”, grandes densidades de carga e de força elétrica, que provocam a dispersão espontânea de cargas elétricas (efeito coroa), que se manifesta sob a forma de eflúvios fluorescentes com certa luminosidade. O fenômeno é facilitado pela presença de umidade no ar. Rigidez dielétrica e efeito das pontas • O fenômeno do poder das pontas ocorre porque, em um condutor eletrizado a carga tende a se acumular nas regiões pontiagudas, criando um campo elétrico maior que nas regiões mais planas. • Se aumentarmos continuadamente a carga elétrica no condutor, a intensidade do campo elétrico em torno dele aumentará também, até que na região pontiaguda o valor da rigidez dielétrica do ar será ultrapassado antes que isto ocorra nas demais regiões. Portanto nas proximidades da região pontiaguda que o ar se tornará condutor e será através da ponta que a carga se escoará. r E Rigidez dielétrica e efeito das pontas Microscópio Ionico de efeito de campo Field Ionic Microscopic http://www.nims.go.jp/apfim/fim.html Prof. Caio Castro Castilho UFBa Menor byte magnético já feito Vinte átomos de ferro formam a menor unidade de armazenamento magnético já construída Os átomos de ferro são colocados sobre uma superfície de nitreto de cobre e ligados por dois átomos de nitrogênio (azul) em uma estrutura regular separada por um átomo de cobre (amarelo). [Imagem: Sebastian Loth/CFEL] Transistor de efeito de campo