RESENHA DO LIVRO SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO

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Marcos Aurelio Wozhiak Junior Mateus Canezin Junior RESENHA DO LIVRO SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO Trabalho apresentado para aprovação na Disciplina de Estudo de Auto Aprendizagem em Praticas Pedagógicas, do Curso de matemática das Faculdades Integradas Camões. Orientador: Prof. Dr. Edmir Bergamo Curitiba/2016 1. INTRODUÇÃO Apresentaremos a obra Sociologia da Educação em um formato similar ao da sua construção. Iremos parafrasear todo o conteúdo em uma divisão de 2 partes, onde na primeira, assim como na obra, vamos analisar a relação entre educação e sociedade, dando continuidade com a segunda parte, que irá abordar as particularidades da sociedade atual com os principais processos educativos. Nosso autor, Lindomar Wessler Boneti, possui Graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte em 1982, Mestrado em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1987, Doutorado em Sociologia pela Universidade Laval Québec no Canadá em 1995 e Pós­Doutorado no Departamento de Ciências da Educação da Universidade de Fribourg na Suiça em 2008. Atualmente ele atua como professor e pesquisador na PUCPR. Conhecedor de 4 idiomas(Inglês, Espanhol, Francês e Português), Boneti tem um currículo enorme nas áreas das ciências humanas com um enfoque em sociologia e alguns fundamentos de educação, o autor é especialista em ​
Sociologia da Educação​
! Segundo o autor, a ideia central da obra é ver quais pontos estão conectando a sociedade com a educação e quais pontos são importantes para que esse dois tópicos possam se ajudar na criação de um vinculo agradável e realmente útil para esses dois campos. Através da exposição de alguns conceitos sociológicos e educacionais, o autor consegue elaborar uma lógica com um propósito conciso. Expondo as ideias de sociólogos famosos como Èmile Durkheim, Hebert Spenser, Talcott Parsons, Karl Marx, Louis Althusses, Max Weber e Pièrre Bourdieu, o autor demonstra que a educação é um importante pilar nos estudos da sociologia. E analisando o quesito geral da obra temos a seguinte questão à ser respondida no decorrer do trabalho aqui presente: “Quais são as ligações diretas ou indiretas que encontramos entre a sociedade como um todo e a educação?” 1 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 ­ Sociologia da educação Iniciando o desenvolvimento da obra o autor se preocupa em estabelecer as relações entre a sociologia como ciência e a educação. Utilizando como base as interrogações feitas pelo autor (“Por que a educação se constitui de uma problemática de estudo da sociologia?” e “Que ciência é a sociologia?”) podemos iniciar a nossa analise definindo e respondendo essas perguntas de forma sucinta. A sociologia é uma ciência que estuda as ações e o comportamento do homem na sociedade. As ações do homem na sociedade são fatores importantes para a construção e evolução da história da humanidade como um todo. Como qualquer outra ciência, a sociologia tem alguns métodos específicos para a investigação e comprovação de suas teorias. Utilizando dois principais caminhos para a interpretação de informações, temos que a sociologia utiliza, por meio da dialética e do positivismo, caminhos para a obtenção de informações relevantes à sua pesquisa em questão. O método do positivismo deduz que a sociedade precisa estabelecer regras padrões para todos que convivem nela, tendo como base a estatística para a coleta de informações das necessidades em comum dos cidadãos. Já o método da dialética foi interpretado a partir das oscilações e demanda da sociedade como as grandes revoluções que geraram ‘a quebra’ da linearidade dos padrões encontrados na metodologia do positivismo. 2.2 ­ O paradigma do consenso e a educação Para o autor, o paradigma do consenso é um pensamento central, que funciona como uma base para outras varias teorias. Sendo uma teoria de paradigma, a educação, por meio de dados científicos, abrange uma área socialmente universal, mas que pode ser moldada com base nas necessidades sociais. Analisando que o desenvolvimento da sociedade é uma prática relacionada com os investimentos da educação, a teoria do capital humano e a teoria funcionalista no Brasil, mostra que o conceito da educação só é favorável se existir um certo retorno financeiro para os investidores. 2.3 ­ O paradigma do conflito e a educação O autor mostra que segundo os gregos, a dialética era a arte do diálogo. Partindo da ideia de que a sociedade é orientada pelo conflito, ou seja, a sociedade compõem­se de diferentes princípios, temos que o 2 paradigma do conflito é essencial para transformações baseada em diferentes ideais. Karl Marx e Louis Althusser partem da mesma teoria do Materialismo Histórico, onde há conflito entre seus interesses demostrando a necessidade de pontos de vista diferentes para uma sociedade. Marx tinha como aparelhos ideológicos as mudanças tecnológicas e industriais, ou seja, visava o capitalismo como base para a melhoria social. Louis, por sua vez, utiliza o enfoque social como a educação, a família, a política, a informação e todo o meio cultural. 2.4 ­ Correntes teóricas diversas e educação Segundo o autor, as correntes teóricas diversas tem diferentes princípios dos paradigmas anteriores, pois não segue nenhum dos paradigmas anteriores. Ele se baseia nos estudos de Max Weber para definir que a ação social é uma corrente de influencias e para Pièrre Bourdieu o individuo só se desenvolve socialmente em meio a herança cultural de sua família. O autor analisa vários modelos de diversas teorias dando um enfoque geral para concluir que, independente do paradigma utilizado, sempre haverá pontos de vistas diferentes e que a conclusão geral, pode ser dada de diversas formas, por diversas pessoas. 2.5 ­ Estado, Sociedade Civil e Políticas Públicas O autor fala que Estado é uma instituição de organização social, ou seja, uma instituição é um conjunto de normas, regras e fatores que definem uma determinada atividade ou necessidade social. Dizendo que o Estado, sendo portador dos “agentes do poder”, defende seus próprios interesses de forma que, a partir da barganha, tenta solucionar as necessidades da sociedade ocultando seus lucros e ganhos que não favorecem à todos de forma igualitária. 2.6 ­ As políticas Públicas ­ Um conceito e os princípios determinantes Com base no livro, podemos entender como politica publica o resultado das relações de poder exercidas entre os grupos econômicos, políticos e sociais. A organização e a execução das politicas publicas dão origem aos princípios determinantes, sendo esses princípios os das concepções teóricas, as questões sociais, ideológicas e culturais. Certos teóricos, que presenciaram a revolução industrial, começaram a analisar e fundamentar que, o progresso humano estava interligado com o desenvolvimento industrial e diziam também 3 que, como as ciências naturais faziam parte dos princípios determinantes, o desenvolvimento social era estático, único e universal. 2.7 ­ O processo da elaboração das politicas públicas ­ os agentes determinantes No sétimo capitulo, o autor faz uma análise dos agentes que determinam as políticas publicas destacando as pessoas, os grupos sociais, as instituições, movimentos sociais e os meios globalizantes da economia mundial. Sendo o caráter da globalização um fator importante para a organização das políticas publicas, temos que o “espaço já não é mais definido somente como um lugar, um território; é um espaço de fluxos, de ideias e informações” (CARBONARI, 1999, p. 107). Finalizando a ideia do capitulo, o autor faz a comparação de que, a educação se constitui de uma política pública e no mesmo âmbito, analisa que a escola, em um modo geral, é um agente importante para a definição das politicas públicas. 2.8 ­ Da elaboração à operacionalização das Políticas Públicas Nesse capítulo, o autor mostra o modo em que as politicas públicas se organizam para que sejam transformadas em ações e que não fiquem apenas a teoria, mostrando que a obediência é uma maneira formal de agir em sua função publica. Influenciadas pelo poder legislativo, as politicas públicas, sempre estão visando o bem comum para todos da sociedade ou das classes dominantes. 2.9 ­ As políticas sociais e educacionais Com base na obra, para relacionar as políticas econômicas, sociais e educacionais, podemos associar diretamente com a formação de uma sociedade capitalista, onde o autor cita o Brasil como exemplo, mostrando a relação entre a produção econômica e estruturas das classes sociais. A ação social tem como objetivo assegurar a situação socioeconômica e politica da sociedade. Historicamente falando o principal objetivo visado é estruturar um mercado de trabalho para viabilizar o capitalismo e as populações de risco. E com essa visão de melhorar o mercado de trabalho se formou as divisões politicas como um reflexo negativo. 2.10 ­ Educação, Ideologia e Classe Social 4 Finalizando a ideia geral da primeira parte do livro, o autor busca definir o conceito de ideologia e dá enfoque nos delimitadores das classes sociais para chegar em um ponto congruente entre educação, ideologia e classe social. Identificado que a sociedade tem diferentes classificações sociais, o autor mostra que para Marx, a ideologia é uma visão corrompida do mundo criada pelas classes dominantes por meio de diferentes instituições. Com base nesse conceito, as distintas classes sociais podem ser manipuladas e influenciadas, de diferentes modos através das diversas instituições envolta da sociedade, ou seja, a educação pode ser tomada como um caminho para essa modelagem no pensamento dos grupos sociais. 2.11 ­ A Dimensão Ideológica do Conhecimento Iniciando a segunda parte da obra, Boneti explica que o conhecimento nunca é neutro. Para se obter o conhecimento é necessário que haja um interesse especifico de determinados grupos sociais. Todo conhecimento tem dois aspectos, o primeiro, segundo Habermas, precisa de um caráter técnico e cientifico usando como matriz o positivismo; O segundo aspecto, também está voltado para este primeiro, caracteriza o modelo histórico de como a técnica sempre esteve presente lado a lado com a evolução do homem. 2.12 ­ Educação e Trabalho Para o autor, o trabalho e a educação se complementam exercendo uma correlação nos processos evolutivos um do outro. Categorizando o ser humano como um ser pensante que exerce sua funções com um determinado objetivo, analisa­se que, a produção de conhecimento se dá por meio da criação de objetos e formas de desenvolver certa atividade com um objetivo especifico. A parte da educação pode ser colocada no âmbito social, por meio de transferências de ideias ou leis elaboradas anteriormente, com o intuito de teorizar e manifestar cada conceito já existente, para então ter a possibilidade de aperfeiçoar as ferramentas e métodos para melhorar a produção e o trabalho propriamente dito. 2.13 ­ Educação, trabalho e Globalização Nesse capitulo o autor diz que, com a quebra nos tradicionais limites do Estado e da criação de uma universalização das relações sociais, a globalização modificou boa parte dos processos trabalhistas e educacionais. Com a centralização massiva do Estado e as evoluções nos processos já 5 mencionados, o trabalho começou a ter uma carência de funcionários com saberes e conhecimentos não existentes antes da globalização mundial. 2.14 ­ Os processos educativos e sociais O autor diz que, com as mudanças sociais, os processos educativos tiveram várias mudanças notáveis em um âmbito geral. Com o surgimento de uma nova tecnologia, por exemplo, encontra­se várias mudanças no próprio comportamento de toda a sociedade envolta de tal. Como o comportamento da sociedade está vinculado com a cultura, educação, trabalho e processos educacionais, esses são modificados por intermédio da evolução social que nos rodeia. 2.15 ­ Os movimentos sociais enquanto processos educativos Nesse capitulo, o autor fala que, os acontecimentos sociais que envolvem a politica, as religiões, a filosofia, a ciência e principalmente as ideologias, são fatores importante para a manutenção e modificação dos processos educativos como um desenvolver para a sociedade. Mostrando também que esses movimentos sociais buscam atender as necessidades básicas da sociedade como um todo. 2.16 ­ Exclusão social Segundo Lindomar, o termo exclusão social se tornou comum o seu uso fora das universidades para tentar explicar o baixo rendimento escolar de determinados indivíduos. Esta questão é totalmente influenciada forma heterogênea das classes socioeconômicas restringindo ainda a educação, fazendo com que grande parte da sociedade dedique seu tempo de vida todo ao trabalho bruto, tendo como objetivos dos governantes o lucro e não melhoria social. 2.17 ­ A escola inclusiva O autor classifica escola inclusiva como a acessibilidade de crianças excepcionais e classes regulares, e também o trabalho de ONGs e entidades governamentais. Uma pessoa considerada incluída é aquela que tem direitos e deves como cidadã, hoje em dia, o autor diz que, a inclusão social esta classificado como inutilizável pois não atribui aos conceitos históricos da palavra. E como citado anteriormente a educação inclusiva nada mais é do que o ato disponibilizar acesso igualitário a todos da sociedade. 6 2.18 ­ Educação e cidadania Nesse capitulo, o autor, questiona sobre o significado da cidadania nos dias atuais, buscando compreender os conjuntos de ideias politicas, as desigualdades sociais e os conceitos gerais da população em geral. Mostrando os enfoques sociais, conclui­se que, a cidadania e a educação estão interligadas, pois os processos educativos envolvem um certo aprendizado no meio da cidadania. 2.19 ­ Educação e Cultura Seguindo o âmbito cultural, o autor mostra que, a educação sofre dependências das diversificações socioculturais, formando uma certa ideologia da cultura de seu pais. Citando Euclides da Cunha, Lindomar propõem que, o homem é produto do meio, ou seja, dado uma certa região cultural, afirma­se que, o homem se desenvolve dentro dessa sociedade. 2.20 ­ Pluralismo Cultural e Educação Wessler cita que o conceito padrão de saber deve estar ligado diretamente a escola, sendo que está ligado com os conceitos do padrão cultural das classes dominantes da sociedade. Contudo na escola não há esta diferença entre as classes, sendo que todos tem vínculos de diferentes grupos, assim, o autor completa que, as desigualdades sociais pesam sobre o conceito de ser igual ou desigual. 7 3. Conclusão Diante do exporto por Lindomar, podemos inferir sobre a ideia central por trás do seguinte questionamento, será que a sociedade e a educação realmente estão vinculadas? Em seu artigo, perspectivas atuais da educação, Moacir Gadotti, diz que a educação tradicional começou à ter uma queda no movimento renascentista, porém ainda resiste e se mantém até a atualidade: Enraizada na sociedade de classes escravista da Idade Antiga, destinada a uma pequena minoria, a educação tradicional iniciou seu declínio já no movimento renascentista, mas ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da escolaridade trazida pela educação burguesa. (GADOTTI, 2000, p. 4) Em sua obra, A Mágoa, Chico Xavier, retrata que a educação como qualquer outra coisa, sempre teve seus altos e baixos. Mostrando que, mesmo depois de um certa decadência, a educação tem flores e frutos para se comemorar e desfrutar: Tudo tem seu apogeu e seu declínio... É natural que seja assim, todavia, quando tudo parece convergir para o que supomos o nada, eis que a vida ressurge, triunfante e bela!... Novas folhas, novas flores, na infinita benção do recomeço! (XAVIER) Utilizando essas duas ideias como uma base, podemos afirmar que, assim como a sociedade, a educação tem mudanças e influências de agentes externos que provocam reações heterogêneas. Assim como Moacir Gadotti disse em seu artigo, a educação está envolta por várias regiões e meios de diferentes culturas: A educação, no século XX, tornou­se ​
permanente e social​
. É verdade, existem ainda muitos desníveis entre regiões e países, entre o Norte e o Sul, entre países periféricos e hegemônicos, entre países globalizadores e globalizados.​
(GADOTTI, 2000, p. 4) Conforme o conteúdo exposto no livro, chegamos a uma conclusão que a ideologia central do tema abordado por Lindomar, demonstra o que foi e o que é a ligação entre a sociologia e o modo que ela é aplicada pela educação. Coerente com os tópicos à cima, afirmamos que a sociedade tem uma grande utilidade na formação intelectual dos indivíduos, pois todas as pessoas sofrem influência e influenciam a sociedade de forma direta ou indiretamente por meio de suas ações politicas, sociais, culturais e educacionais. 8 4. Referências SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÂO ­ BONETI, Lindomar Wessler ­ Editora Camões, 2008. O Evangelho de Chico Xavier ­ BACCELLI, Carlos ­ Casa Editora Espirita, 2000. GADOTTI, MOACIR. ​
Perspectivas atuais da educação​
. São Paulo Perspec., São Paulo , v. 14, n. 2, p. 03­11, June 2000 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102­883920000002
00002&lng=en&nrm=iso>. access on 14 Apr. 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S0102­88392000000200002. 9 
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