1 SIMULADOR DE TOMÓGRAFO IMAGENS MÉDICAS PROF. DARIO F. G. de AZEVEDO, Ph.D. IUBERI C. ZWETSCH, LEANDRO LEÃO, MURILO F. da ROCHA se trata de um método não invasivo que fornece imagem definida das estruturas e patologias dos órgãos analisados. - Resumo: A TC utiliza um aparelho de raios X que gira a sua Este trabalho tem por objetivo apresentar a evolução volta, fazendo radiografias transversais de seu corpo. Estas dos equipamentos de tomografia computadorizada (CT), seu radiografias são então convertidas por um computador nos princípio a chamados cortes tomográficos. Isto quer dizer que a TC construção de um simulador tomográfico num sistema constrói imagens internas das estruturas do corpo e dos órgãos computacional com a utilização de um phantom de elementos através de cortes transversais, de uma série de seções fatiadas geométricos, gerando um senograma das projeções paralelas que são posteriormente montadas pelo computador para desse phantom. A metodologia aplicada na construção do formar um quadro completo. de funcionamento, aplicações médicas e simulador foi baseada nos tomógrafos de terceira geração e as conclusões serão apresentadas ao final. Através de processamento matemático, ainda é possível reconstruir os orgãos estudados tridimensionalmente. Visando Palavras-chave: Simulador Tomográfico -Tomografia Computadorizada – Senograma - Phantom entender melhor esses processamenos matemáticos, é importante a implementação de um simulador tomográfico de terceira geração para phantoms compostos de elementos geométricos. A literatura emprega como phantom padrão, o modelo Shepp-Logan, composto basicamente por I. INTRODUÇÃO elipses transladadas e/ou rotacionadas no espaço. O estudo consiste em projetar os raios do tubo de raio A tomografia computadorizada(TC) é considerada a X em direção aos detetores e ler, nestes detetores, o somatório maior invenção da radiologia depois da descoberta do raio-X. de atenuações nos diferentes ângulos projetados. Para A tomografia computadorizada foi inventada pelo engenheiro construir o senograma, é necessário converter a projeção eletrônico Godfrey N. Hounsfield (1919-), pela qual recebeu o equiangular para uma projeção paralela. Após isso, tem-se o prêmio Nobel em fisiologia e medicina em 1979, juntamente senograma pronto para a reconstrução. com o sul-africano naturalizado americano, físico Allan McLeod Cormack (1924-). Cormack desenvolveu em 1956 a teoria e a matemática de como múltiplos raios projetados II. METODOLOGIA sobre o corpo, em ângulos diferentes, mas em um único plano, forneceriam uma imagem melhor do que o raio único, usado Os tomógrafos de terceira geração possuem um leque na radiografia. Seus trabalhos foram publicados no Journal of de detectores situados à frente do tubo do outro lado do gantry Applied Physics, em 1963 e 1964. e igualmente espaçados. À medida que o tubo se movimenta, Hoje é um dos mais importantes métodos de estes detectores se movimentam na mesma velocidade e no diagnóstico, sendo fundamental para a atividade médica, pois mesmo sentido rotacional, garantindo a leitura dos raios X 2 oriundos do tubo. Os tomógrafos de quarta geração possuem um tubo girante e uma coroa de detectores num raio maior. Estes detectores não se movimentam, pois toda a circunferência do gantry está provida de detectores. O funcionamento do tomógrafo de terceira geração e, consequentemente do simulador, consiste em gerar um feixe de raios X e conseqüente detecção destes raios atenuados pelo corpo em estudo (no caso do simulador um phantom geométrico). Seguindo a equação da absorção: I = Ioe FIGURA 2 - geometria paralela dos raios Para chegar a este resultado calcula-se os pontos de intersecção entre o raio e cada uma das elipses. De posse destes dois pontos, é possível determinar a distância entre eles. Multiplicando-se essa distância pela atenuação da elipse em II. I SENOGRAMA questão, tem-se a atenuação gerada por aquela elipse. O processo é então repetido para todas as outras elipses que são É a apresentação gráfica dos somatórios das atenuações interceptadas pelos raios X do tubo do tomógrafo e ao fim de do phantom para cada angulo. Embora o gráfico pareça todas as projeções e´ feito o somatório das atenuações de todas contínuo, a movimentação do sistema é discreto e, as elipses, para cada angulo de projeção. consequentemente existe uma lacuna entre cada um dos Estes raios são projetados numa geometria equiangular e ângulos apresentados. Estes dados ficam disponíveis para a devem ser adequados a um senograma de geometria paralela reconstrução futura e conseqüente processamento da imagem. para cada ângulo de incidência. Para que isto ocorra, é Uma possibilidade cada vez mais comum é a reconstrução do necessário utilizar a técnica de rebbininng, transladando os elemento em estudo em 3D, a partir de interpolações entre as dados para agrupar cada uma das projeções no seu ângulo várias aquisições (ou cortes) realizadas no mesmo exame. correto. Após isto, tem-se o senograma pronto para a Outra possibilidade é por exemplo, trabalhar com os dados reconstrução da imagem tomográfica. originais em comparação com imagens novas ou com as antigas; estudo de uma mesma região porém obtidos com equipamentos diferentes e o resultado de diferentes algorítmos na reconstrução da imagem a partir destes dados. São vários algoritmos existentes para a reconstrução da imagem a partir das projeções , porém , embora já bem desenvolvidas, continuam como assunto para aperfeiçoamento em pesquisas. FIGURA-1 – geometria equiangular dos raios 3 informaçãodo conteúdo de cada voxel. O phantom também pode ser criado compilando uma série de fatias da tomografia, resultando em uma seção anatômica virtual do corpo Humano, neste caso, a todo voxel será atribuído um valor da atenuação linear ( coeficiente ) correspondendo a um número que será a FIGURA 3 - exemplo de senograma (de base para a reconstrução tomográfica . uma tomografia , com 768 colunas e 90 linhas - cada linha é obtida após uma rotação de 2 graus da amostra, perfazendo 180 ˚ - projeções obtidas utilizando um phantom de teste (objeto cilíndrico com furos) II. II PHANTOM São objetos geométricos usados para descrever o objeto a ser escaneado pelo tomógrafo. É composto por um ou mais elementos. Estes elementos são formas geométricas simples especificamente retângulos, triângulos, elipses, setores e segmentos. Com estes elementos, um phantom padrão pode ser construído. Um phantom pode ser classificado como eletrônico. Este trata-se de uma combinação espacial de voxels que devem representar um objeto com uma dimensão, localização, FIGURA 4 - exemplo de phantom e a representação em elipses e suas coordenadas . orientação, e composição pré-definido, para que possam serem descritos pela média dos coeficientes de atenuação que corresponde cada região. II.III SIMULAÇÃO As coordenadas cartesianas determinam a localização de um ponto do objeto sendo uma referência em geral do centro de simetria. Já a orientação do objeto é especificado perto três coordenadas angulares. A composição é selecionada de uma biblioteca contendo tipos de tecido ( osso, músculo, gordura ) , metais ( chumbo, cobre, passa a ferro, alumínio), e outros materiais também importantes em radiologia como A simulação consiste em: Inicializar variáveis: 1- Quantidade de detectores, posição inicial do tubo, curso do tubo e outras variáveis. 2 - Movimento do tubo Através do passo do tubo gerar a nova posição do tubo água, por exemplo. Nos objetos de formas irregulares os seus que e conseqüentemente a posição do detector central. A partir do determinarão os contornos de suas seções sucessivas e então passo dos detectores, é possível posiciona-los ao longo do traçados os seus lados . gantry. contornos O são reconstruídos, através de pontos volume de interesse é dividido em voxels representados por uma matriz dimensional que determinará a 3- Gerar o leque de raios : 4 Calcular geometricamente o trajeto do raio entre o tubo e cada um dos detectores. Outra possibilidade de implantação é integralizar o raio que passa pelas elipses obtendo um senograma com os valores 4- Calcular as atenuações : de atenuação mais próximos ainda dos valores reais. Calcular os pontos de interseções de cada raio com cada elemento geométrico, gerando o somatório das atenuações. IV. RESULTADO 5 - Fazer o rebinning do resultado para que cada coluna do senograma corresponda a um ângulo do tubo. Como resultado prático temos o desenvolvimento e implementação de um simulador TC, todo o algorítmo foi programado em MatLab (segue em anexo o código fonte), III. CONCLUSÕES como variáveis de entrada no simulador temos o passo do tubo, Nesta simulação utilizamos o cálculo das interseções das retas com as elipse por estarmos tratando com o modelo de o raio do gantry, o número de detectores (obrigatoriamente ímpar) e o espaço entre detectores. Como saída temos uma matriz de atenuações ( O senograma ). phantom Shepp Logan, dado como phantom padrão na totalidade das publicações. Qualquer outro elemento geométrico básico, possui uma equação mais simples que a V. REFERÊNCIAS elipse, o que nos leva a crer que a implementação de outros elementos que não a elipse será facilmente implementável. Neste primeiro momento trabalhamos com [1] Macovski, Albert . Medical Imaging Systems-Information um protótipo sem interação com o usuário, sem entradas pelo teclado e com interface do MatiLab(sem arquivo executável) dado o tempo exíguo, porém, será interessante dar continuidade ao projeto para que possamos implementar uma interface gráfica bem elaborada de entrada e saída de dados com interação do usuário. phantom de matriz de atenuações(devido a grande distorção da imagem reconstruída usando dados simulados com esse método), entendemos que resultados interessantes podem ser gerados a partir desta técnica e comparados com o modo habitual de gerar senogramas (por elementos geométricos). Numa próxima versão, também queremos implementar esses algoritmos desenvolvidos em MatLab, em linguagem C, visando a melhora de performance do sistema e a interatividade. de uma [2] Martins, V ; Ribeiro, E. P..Compressão de Projeções de Tomografia Computadorizada: Um Estudo de Caso II Workshop de Informática aplicada à Saúde – 2002 Teses e Dissertações ,Centro Politécnico, Curitiba, PR, Brasil [3] Collins,D.L ; Zijdenbos, A. P.; Kollokian,V.; Sled, J.G.; Kabani,N.J.; Além disso, embora orientados a não utilizar o implementação and Systems Science Series .Prentice-Hall interface gráfica de fácil Holmes C.J.; and Evans, A.C..Design and Construction of a Realistic Digital Brain Phantom IEEE TRANSACTIONS ON MEDICAL IMAGING, VOL. 17, NO. 3, JUNE 1998, p463-468. [4] Maureemootoo, K.; Webb,S.; Leach, M. O. and Bentley, R. E.. The Performance Characteristics of a Simulator-Based CT Scanner, IEEE TRANSACTIONS ON MEDICAL IMAGING, VOL. 7, NO. 2. JUNE 1988, p 91-98. [5] Lazos, D.; Kolitsi, Z. and Pallikarakis, N. A Software Data Generator for Radiographic Imaging Investigation.IEEE TRANSACTIONS ON INFORMATION TECHNOLOGY IN BIOMEDICINE, VOL. 4, NO. 1, MARCH 2000, p74-79.