NEEJA- NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS-CULTURA POPULR, CONSTRUÍNDO UM MUNDO NOVO. APOSTILA DE SOCIOLOGIA MÓDULO- 07 PROFESSORA: IVONE VENDRUSCULO SOCIOLOGIA COMO UMA CIÊNCIA SOCIAL As transformações econômicas, políticas e culturais ocorridas no Ocidente a partir do século XVIII, como as Revoluções Industrial e Francesa, evidenciaram mudanças significativas na vida em sociedade com relação a suas formas passadas, baseadas principalmente nas tradições. Assim surge a Sociologia em pleno século XVIII, com as primeiras pesquisas sociais e nas ideias gerais do Iluminismo, como forma de entender e explicar aquelas mudanças sociais. Por isso, a Sociologia é uma ciência datada historicamente e que seu surgimento está vinculado à consolidação do capitalismo moderno. Essa disciplina marca uma mudança na maneira de se pensar a realidade social, desvinculando-se das preocupações transcendentais e diferenciando-se progressivamente das demais ciências enquanto forma racional e sistemática de compreensão da sociedade. Ao contrário das explicações filosóficas das relações sociais, as explicações da Sociologia não partem simplesmente da especulação de gabinete, baseada, quando muito, na observação casual de alguns fatos. Para as explicações, são empregados os métodos estatísticos, a observação empírica e uma neutralidade metodológica. Como ciência, a Sociologia deve obedecer aos mesmos princípios gerais válidos para todos os ramos de conhecimento científico, apesar das peculiaridades dos fenômenos sociais quando comparados com os fenômenos de natureza e, consequentemente, da abordagem científica da sociedade. A Sociologia, considerando o tipo de conhecimento que produz, pode servir a diferentes tipos de interesses. A produção sociológica pode estar voltada para engendrar uma forma de conhecimento comprometida com emancipação humana. Ela pode ser um tipo de conhecimento orientado no sentido da promoção do melhor entendimento dos homens acerca de si mesmos, para alcançar maiores patamares de liberdade política e de bem-estar social. Por outro lado, a Sociologia pode ser orientada como uma “ciência da ordem”, isto é, seus resultados podem ser utilizados com vistas à melhoria dos mecanismos de dominação por parte do Estado ou de grupos minoritários, sejam empresas privadas ou organismos de Inteligência, à revelia dos interesses e valores da comunidade democrática com vistas a manter o status quo. Sociologia é um termo criado em 1838 pelo filósofo francês Augusto Comte em seu Curso de Filosofia Positiva, deriva de um hibridismo, isto é, do latim “sociu-” (sociedade, associações) e do grego “logos” (palavra, razão e estudo), e refere-se ao estudo sobre as das sociedades humanas, seus respectivos padrões culturais, relações de trabalho, instituições e convívio social. Ciências Sociais As ciências sociais reúnem todas as disciplinas científicas cujo objeto de estudo se relaciona com as atividades e o comportamento dos seres humanos. As ciências sociais analisam as manifestações da sociedade, quer materiais quer simbólicas.Pode-se dizer que estas ciências estudam aquilo que não incumbe às ciências naturais. As pessoas têm consciência e a capacidade de desenvolver representações abstratas que têm influência no seu comportamento. Por isso, a interação social rege-se por diversas regras e supostas normas; as ciências naturais, por sua vez, trabalham com objetos fáticos/factuais e recorrem ao método científico com maior rigor. As ciências sociais, em geral, não podem preconizar leis universais.As ciências sociais podem dividir-se naquelas dedicadas ao estudo da evolução das sociedades (arqueologia, história, demografia), à interação social (economia, sociologia, antropologia) ou ao sistema cognitivo (psicologia, linguística). Também se pode falar das ciências sociais aplicadas (direito, pedagogia) e de outras ciências sociais agrupadas no genérico grupo das humanidades (ciências políticas, filosofia, semiologia, ciências da comunicação).Convém destacar que as ciências sociais podem estudar as intenções declaradas e conscientes das pessoas, mas também o comportamento observado Conceito De Sociologia A sociologia, ao contrário de que muitos possam pensar não é um ramo novo da ciência. Ao redor do século XIX, com a necessidade de maior conhecimento sobre os aspectos social e a sociedade como um todo, inicia-se uma busca neste sentido e se encontra já na Grécia Antigo onde o mesmo desejo fazia parte das vontades dos estudiosos em entender a sociedade da época. Platão e Aristóteles também já davam os primeiros passos e iniciaram trabalhos de reflexão sobre o entendimento da sociedade que os rodeava e já faziam uma ideia geral sobre vários aspectos da sociologia. Esta preocupação em entender a sociedade derivou nesse campo da ciência muito difundido nos dias atuais por especialistas no assunto e é uma ciência que tenta explicar o comportamento dos seres humanos. Para uma definição mais apropriada para este estudo, sociologia é uma ciência que estuda os grupos sociais, ou seja, o conjunto de indivíduos que vivem juntos em diferentes comunidades. O intuito de esta ciência é analisar internamente como se organizam as sociedades, as relações entre seus membros e com o meio (ou sistema) no qual vivem e a coexistência numa estrutura social. A sociologia também estuda os padrões da sociedade e os fatos que implicam uma investigação e uma reflexão sobre o sistema; fatores como: o nível salarial das mulheres em comparação com o dos homens, fatores sociais que impulsionam o consumo, costumes dos seres humanos com relação às atividades sociais, etc. A sociologia não oferece resultados aos problemas da sociedade, sua função é mostrar os fatos tais e como eles são na realidade fazendo com que a sociedade reflexione sobre eles e possam tomar as decisões para o melhoramento da mesma; é uma ferramenta de investigação. O filósofo francês Auguste Comte, aparece nos anais da história como o primeiro que utilizou o termo sociologia no ano de 1838, num curso chamado Filosofia Positiva. Karl Marx e Max Weber iniciaram outros estudos que derivaram numa corrente ligada à sociologia incrementando mais importância ao termo. Nos dias atais a importância da sociologia se faz notar em todos os campos da sociedade e os estudos neste sentido são cada vez mais especializados e completos. INDIVÍDUO E SOCIEDADE SOCIABILIDADE E SOCIALIZAÇÃO Contatos Sociais Podemos definir contatos sociais como as formas que os indivíduos estabelecem as relações sociais e as associações humanas. Uma conversa entre duas pessoas, um aperto de mão, um “bom-dia” ou uma consulta médica são exemplos de contatos sociais, que em função deles, irão surgir as relações sociais e os graus de intensidade dessas relações. Evidentemente, as relações estabelecidas entre duas pessoas que se encontram em um lugar para conversar serão muito mais intensas do que aquelas resultantes da conversa entre um médico e um paciente em uma consulta médica. Portanto, existem diferentes tipos de contatos sociais. Os contatos sociais primários se caracterizam por serem pessoais, diretos e com uma forte influência emotiva. Estes são os primeiros tipos de contatos que as pessoas estabelecem, originados das relações entre pais e filhos, irmãos, amigos, etc. Os contatos sociais secundários se diferenciam dos primários pelo fato de serem calculados, racionais e sem influências emotivas. Quando alguém vai comprar pão, por exemplo, a pessoa já sabe que vai haver um vendedor ali e que terá que se comunicar com ele. Essa comunicação, extremamente racional, breve, calculada e sem nenhuma carga emocional é classificada como um contato social secundário Isolamento Social Atualmente, o individualismo e a solidão vem sendo uma tendência marcante das sociedades contemporâneas. No entanto, mais do que marcar uma característica dos nossos tempos, a questão do isolamento é mais um dos vários fenômenos sócio-culturais abrangidos pelos estudos da sociologia. Além disso, a questão do isolamento não se limita a seres isolados, sendo também vivenciado por certos grupos sociais. Nas últimas décadas, o isolamento social pode ser presenciado na chamada “tendência single”, onde um grande número de pessoas – que vivem em grandes centros urbanos – prefere experimentar uma rotina solitária. Nesse tipo de fenômeno, o indivíduo não se mostra totalmente recluso da sociedade. Entretanto, o individualismo e o receio de estabelecer laços e compromissos com outro acabam transformando a solidão em uma opção mais confortável para o “single”. Se caso quiséssemos empreender uma observação ao longo da História, poderíamos encontrar outros casos de isolamento social. Na Idade Média, por exemplo, diversos membros da Igreja procuravam a elevação de sua condição espiritual buscando uma vida reclusa no interior dos mosteiros. Na Grécia Antiga, os instrumentos da democracia ateniense poderiam condenar um cidadão ao ostracismo, espécie de degredo onde as pessoas que ameaçavam a ordem política ficavam exiladas por dez anos. No âmbito coletivo, o isolamento social também atingiu grupos sociais que tinham suas liberdades restringidas. Durante o processo de colonização da África do Sul, por exemplo, as autoridades inglesas adotaram uma política de isolamento socialmente conhecida pelo nome de “apartheid”. O apartheid previa uma série de leis que visavam impedir que os indivíduos considerados negros tivessem algum tipo de contato com qualquer pessoa de descendência europeia. Os fatores explicativos e as implicações dos diferentes processos de isolamento social podem ter características completamente diversas. No entanto, não deixa de ser intrigante perceber esse tipo de situação ocorrendo em uma época em que, de acordo com muitos pensadores, vivemos em um “mundo globalizado” marcado pelos ditames da chamada “era da informação”. Dessa forma, a sociologia pode buscar nessa especialidade uma outra visão sobre o tempo em que vivemos. IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO SOCIAL; INTERAÇÃO SOCIAL. Processos Sociais Processos sociais são as formas pelas quais os indivíduos se relacionam uns com os outros, ou seja, as formas de estabelecer as relações sociais. Os processos sociais estão presentes em toda a sociedade, por exemplo: quando um grupo de pessoas se organiza para limpar uma casa; quando uma pessoa assimila, mesmo que inconscientemente, a forma de falar de outra; quando um país entra em guerra com outro; etc. Se partirmos do pressuposto de que cada indivíduo é singular, ou seja, cada um possui suas próprias crenças, valores e ideologias em relação a tudo ao seu redor, concluímos que os tipos de processos sociais estabelecidos entre as pessoas irão depender de cada um. A tendência natural dos seres vivos é de se associarem e desassociarem conforme seus interesses.Os processos sociais se distinguem em associativos, quando os indivíduos estabelecem relações positivas, de cooperação e de consenso; e dissociativos, quando as relações estabelecidas são negativas, de oposição, de divergência, etc. Os processos associativos são: cooperação, acomodação e assimilação. Na cooperação diferentes indivíduos cooperam entre si para alcançar um objetivo em comum. Acomodação é o processo no qual um indivíduo se contenta, sem satisfação, com a situação que é imposta por um outro indivíduo ou pela sociedade. Assimilação é o processo que ocorre quando indivíduos de grupos antagônicos se tornam semelhantes. Dentre os processos dessociativos estão: competição e o conflito. Competição é a disputa de interesses entre indivíduos ou grupos sociais, regulada por “normas”, não havendo formas de violência ou força bruta. Diferentemente da competição, que não usa de meios violentos para a conquista do objetivo; o conflito é o processo que ocorre quando a competição ganha um grau de alta tensão social, podendo haver, inclusive, violência ou ameaça de violência COMUNIDADE, SOCIEDADE E CIDADANIA Cidadania é o exercício de direitos e a cobrança de deveres de cada um e de todos. Dizer do cidadão ser ele titular de direitos é mostrar apenas metade da moeda, embora extremamente valiosa durante o regime autoritário. A cidadania precisava afirmar-se contra o Estado, principal violador dos direitos humanos. Naquele tempo, a sociedade apresentou-se como credora de direitos civis e políticos desrespeitados e exigiu a reversão dessa situação iníqua. Na fase de consolidação da democracia, a busca dos direitos econômicos e sociais e dos chamados direitos de terceira geração (direito à paz, ao desenvolvimento) exige mais que a simples cobrança dirigida contra o Estado. Exige uma sadia convivência entre o público e o privado, argamassa das parcerias que dão solidez às políticas públicas que sustentarão o cumprimento daqueles direitos e de que também se nutre o fortalecimento da democracia participativa. Essa parceria se revela claramente enunciada no conceito dos centros de integração da cidadania, em que sociedade e estado convivem buscando a realização do justo e nas jornadas de cidadania, algumas das experiências que dão razão de ser a este guia. Com ele, a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, o Centro de Integração da Cidadania e demais parceiros cumprem uma das metas do Programa Estadual de Direitos Humanos, ampliando a compreensão da sociedade quanto ao respeito devido aos direitos humanos. . Comunidade O conceito de comunidade por muito tempo ficou restrito à ideia de um grupo de pessoas que reside em uma mesma área geográfica, compartilhando um modo de vida e uma cultura – em geral vizinhos e familiares. Na contemporaneidade, quando a virtualidade entrou em cena, as mudanças espaciais se tornaram mais rápidas e diferentes culturas passaram a conviver em um mesmo espaço, esta concepção passou a ser questionada, ganhando caráter mais amplo. Hoje, o conceito refere-se a um grupo de pessoas que compartilham algo em comum, como uma história comum, um objetivo comum, uma determinada área geográfica ou práticas comuns, como as comunidades quilombolas, as comunidades virtuais e as comunidades escolares. Sociedade Sociedade é um conjunto de seres que convivem de forma organizada. A palavra vem do Latim societas, que significa "associação amistosa com outros". As sociedades humanas são objeto de estudo da Sociologia e da Antropologia, enquanto as sociedades animais são estudadas pela Sociobiologia e pela Etologia. O conceito de sociedade pressupõe uma convivência e atividade conjunta do homem, ordenada ou organizada conscientemente. Constitui o objeto geral do estudo das antigas ciências do estado, chamadas hoje de ciências sociais. O conceito de sociedade se contrapõe ao de comunidade ao considerar as relações sociais como vínculos de interesses conscientes e estabelecidos, enquanto as relações comunitárias se consideram como articulações orgânicas de formação natural. Uma sociedade humana é um coletivo de cidadãos de um país, sujeitos à mesma autoridade política, às mesmas leis e normas de conduta, organizados socialmente e governados por entidades que zelam pelo bem-estar desse grupo. Os membros de uma sociedade podem ser de diferentes grupos étnicos. Também podem pertencer a diferentes níveis ou classes sociais. O que caracteriza a sociedade é a partilha de interesses entre os membros e as preocupação mútuas direcionadas a um objetivo comum. O termo sociedade também pode se referir a um sistema institucional formado por sócios que participam no capital de uma empresa, por exemplo, sociedade anônima, sociedade civil, sociedade por cotas, etc. Nesta vertente de negócios, uma sociedade é um contrato pelo qual duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício em comum de certa atividade econômica, a fim de repartirem os lucros resultantes dessa atividade. Cidadania A história da cidadania confunde-se em muito com a história das lutas pelos direitos humanos. A cidadania esteve e está em permanente construção; é um referencial de conquista da humanidade, através daqueles que sempre lutam por mais direitos, maior liberdade, melhores garantias individuais e coletivas, e não se conformam frente às dominações arrogantes, seja do próprio Estado ou de outras instituições ou pessoas que não desistem de privilégios, de opressão e de injustiças contra uma maioria desassistida e que não se consegue fazer ouvir, exatamente por que se lhe nega a cidadania plena cuja conquista, ainda que tardia, não será obstada. Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos. Direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade, enfim, direitos civis, políticos e sociais. Mas este é um dos lados da moeda. Cidadania pressupõe também deveres. O cidadão tem de ser cônscio das suas responsabilidades enquanto parte integrante de um grande e complexo organismo que é a coletividade, a nação, o Estado, para cujo bom funcionamento todos têm de dar sua parcela de contribuição. Somente assim se chega ao objetivo final, coletivo: a justiça em seu sentido mais amplo, ou seja, o bem comum. Um grupo de pessoas com interesses comuns, que se organizam em torno de uma atividade, obedecendo a determinadas normas e regulamentos, também se denomina sociedade, por exemplo: sociedade de física, sociedade de comerciantes, etc. OS AGRUPAMENTOS SOCIAIS A noção de agrupamento social apresenta um carácter mais amplo do que a noção de grupo tratada pela Psicologia Social. Os agrupamentos sociais permitem abordar as numerosas redes de indivíduos constituídas ou em constituição nas sociedades (como a família, a classe, a etnia, etc.). Este aspeto geral da noção de agrupamento é tratado por dois tipos de abordagens distintas. Uma abordagem comparativa, que apresenta a marca do evolucionismo ou do historicismo, interessa-se pela análise da passagem dos agrupamentos considerados "indiferenciados" (como a horda) às organizações complexas das sociedades modernas. Esta perspectiva tende, por vezes, a confundir o agrupamento que resulta da coexistência dos indivíduos com as instituições que regulam esta coexistência. A outra abordagem centra-se essencialmente na compreensão da natureza das interações e dos seus processos. A corrente interacionista valoriza o aspeto da troca entre os indivíduos e entre estes e o mundo que os rodeia. A partir destes dois tipos de interação (indivíduos entre si e entre estes e o mundo), temos a distinção entre as relações intragrupais e as relações extragrupais, das quais decorre a distinção entre os grupos de pertença e os grupos de referência. Os grupos de pertença são constituídos em função da idade, do sexo, da categoria sócio profissional, da origem étnica, religiosa, etc.; os grupos de referência são diversos, desde as associações, os partidos políticos, os grupos desportivos, etc. Com Georges Gurvitch, a noção de agrupamento social (seja um sindicato, um partido político, uma família, uma igreja ou um grupo de localidade) está ligada à determinação dos critérios que permitem diferenciar os grupos: tamanho do grupo, qualidade das relações, intensidade da fusão, distância, duração, continuidade ou descontinuidade dos contatos estabelecidos, grau de unidade, etc. Em função destes critérios, Gurvitch considera que os agrupamentos sociais designam qualquer forma de grupo onde os membros participem voluntariamente ou não, podendo tratar-se de grupos inorganizados ou estruturados, de grupos difusos e distanciados (os desempregados, por exemplo), de grupos de contato indireto, de grupos reunidos periódica ou permanentemente. Sendo o grupo, em todo o caso, diferente da massa e da multidão. De um modo geral, a observação sociológica dos agrupamentos sociais permite-nos compreender o modo como os homens vivem, os seus papéis sociais e as normas sociais que definem os papéis desempenhados. Grupo Social Uma tendência natural do ser humano é a de procurar uma identificação em alguém ou em alguma coisa. Quando uma pessoa se identifica com outra e passa a estabelecer um vínculo social com ela, ocorre uma associação humana. Com o estabelecimento de muitas associações humanas, o ser humano passou a estabelecer verdadeiros grupos sociais. Podemos definir que grupo social é uma forma básica de associação humana que se considera como um todo, com tradições morais e materiais. Para que exista um grupo social é necessário que haja uma interação entre seus participantes. Um grupo de pessoas que só apresenta uma serial idade entre si, como em uma fila de cinema, por exemplo, não pode ser considerado como grupo social, visto que estas pessoas não interagem entre si. Os grupos sociais possuem uma forma de organização, mesmo que subjetiva. Outra característica é que estes grupos são superiores e exteriores ao indivíduo, assim, se uma pessoa sair de um grupo, provavelmente ele não irá acabar. Os membros de um grupo também possuem uma consciência grupal (“nós” ao invés do “eu”), certos valores, princípios e objetivos em comum. Os grupos sociais se diferem quanto ao grau de contato de seus membros. Os grupos primários são aqueles em que os membros possuem contatos primários, mais íntimos. Exemplos: família, grupos de amigos, vizinhos, etc. Diferentemente dos grupos primários, os secundários são aqueles em que os membros não possuem tamanho grau de proximidade. Exemplos: igrejas, partidos políticos, etc. Outro tipo de grupos sociais são os intermediários, que apresentam as duas formas de contato: primário e secundário. Exemplo: escol Agregados Sociais A noção de agregados sociais trata das formas de reunião de indivíduos em grupos frouxamente aglomerados. Seu intuito, tamanho e forma de interação se diferenciam dependendo da forma que reagem aos estímulos que se expõem, possibilidade de intervir diretamente em seu objeto de interesse e o objetivo pelo qual os sujeitos se integram a este conjunto de pessoas. São espontâneos em sua maioria e podem possuir uma ou varias motivações. As três formas que os agregados sociais podem tomar são a multidão, a massa e o público. Estas três possuem características distintas, mas podem ser comuns nos meios pelos quais se formam. Tratemos primeiro da multidão, que se caracteriza por um grupo de indivíduos que possuem um motivo comum entre si e se encontram em um mesmo espaço físico. Uma multidão pode se formar espontaneamente, sem necessidade de comunicação prévia dos sujeitos, e não possui necessariamente uma liderança ou uma hierarquia definida. Não há organização ou normas preestabelecidas, o indivíduo conta apenas com o próprio julgamento na mediação de suas ações. Os indivíduos são anônimos, pois seu nome e posição social não são levados em conta em sua integração à multidão e, por isso, são indiferentes, não sendo possível manifestar diferenças individuais de cada sujeito. Podemos tomar como exemplo de uma multidão os agrupamentos de pessoas nos protestos políticos que vivenciamos nos últimos anos. Os espectadores de um programa estão agregados em seu consumo da mensagem transmitida pela mídia que assistem O conceito de massa pode ser um pouco mais complexo em definição por se tratar de um agrupamento “virtual” de indivíduos que, quando inseridos no corpo das massas, perdem suas características individuais. Nos referimos como um agrupamento “virtual”, pois não há contato físico ou interação direta entre os que integram a massa. Trata-se de uma aglutinação de anseios primários, básicos, de um grupo de sujeitos que não se conhecem e que não ocupam necessariamente a mesma realidade social. Os que integram a massa não interagem entre si e não possuem poder de crítica diante daquilo que os agregou, por tanto, são passivos em relação aquilo que lhes é imposto. Como um exemplo de massa temos os telespectadores de um programa de televisão que se colocam em uma situação semelhante, com anseios semelhantes e com o fim semelhante de consumir, de forma passiva, a mensagem passada pela mídia que assistem. Os integrantes de um público podem expressar opiniões diversas e em conjunto, interagindo diretamente com sua fonte de estímulo Quanto ao público, caracteriza-se por ser um agrupamento de pessoas sem uma forma especifica, que respondem a um mesmo estímulo de forma espontânea. Não ocupam necessariamente um mesmo espaço físico, podendo se formar em um espaço virtual como a internet, mas estão todos sujeitos à exposição aos mesmos estímulos e dispõem de alguma organização. A principal característica desse tipo de agregado social é a sua capacidade de interação entre os indivíduos que formam o público e a fonte do estímulo que originalmente os agregou. Por meio de vaias, aplausos e o compartilhamento de opiniões, o público interage com a peça teatral ou o show musical que assistem no momento. EXERCÍCIOS 1-Quais os foram os fatos que vieram trazer grandes transformações econômicas, políticas e culturais a partir do século XVIII? 2- A Sociologia usava ideais de que movimento para suas primeiras pesquisas sociais no século XVIII? 3- Quem foi o criador do termo Sociologiaem 1838, e também considerado o Pai da Sociologia? 4- Qual o Objetivo das Ciências Sociais? 5-Quem foram os dois primeiros filósofos que se dedicaram aos estudos da Sociologia na Grécia Antiga? 6-O que é a Sociologia? 7- O que são Contatos Sociais, e como podem ser estabelecidos? 8- Defina Isolamento Social: 9-O que são Processos Sociais? 10-Defina Cidadania: 11-O que hoje pode ser definido como uma comunidade? 12- Defina Sociedade: 13-O que é necessário para que hajam grupos Sociais? REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS MODERNIDADE. Petrópolis, Vozes, 1999. GIDDENS, Anthony. As conseqüências da modernidade. São Paulo, Unesp, 1991. GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. São Paulo, Civilização Brasileira, 2000. 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